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PROJETO DE MÁQUINAS

Prof. Me. Eduardo Casarin

6. Estudo de caso
de projeto
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Dados e informações preliminares
• As informações a seguir estão baseadas no Trabalho de Conclusão de Curso com o título “Projeto
estrutural para uma máquina de elevação e transporte” de Jan Banoro Gudme, aluno da
Universidade Federal do Rio de Janeiro – Escola Politécnica – Abril de 2016. Disponível em
<http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10016895.pdf>. Acesso em 07/07/2020.
• Desenvolver uma máquina de elevação para aplicação no Centro de Excelência em Gás Natural da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
• O guindaste deve ser capaz de transportar a máquina de testes de aproximadamente 5 toneladas a
uma distância de 5,5 metros entre o local dos testes e a bancada onde é feita a troca de selos e os
reparos da mesma.
• Limitação do espaço disponível no laboratório em que o mesmo será utilizado.
• A estrutura deve ser robusta o suficiente para suportar os esforços que sofre sem que haja
comprometimento de sua integridade estrutural.
• Estrutura simples, economicamente viável para fabricação e possíveis reparos na universidade.
• É necessário que a máquina de testes seja erguida até uma altura acima da bancada de
manutenção e, posteriormente, ter seu módulo central removido do restante da máquina e
realocado ao seu lado, também na bancada.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Pesquisa de mercado – Modelos existentes

Modelo
selecionado para
desenvolvimento
do projeto
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Pesquisa de mercado – Modelo selecionado

Fonte: https://epmpontesrolantes.com.br/guindastes-giratorios/. Acesso em 20/10/2020.


Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Definição dos principais elementos do guindaste
• LANÇA: confeccionada em viga tipo “I” ou “H” em padrão disponível no mercado. A
alma tem o papel de proporcionar à viga uma resistência à força de cisalhamento,
enquanto as flanges criam resistências ao momentos fletores.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Definição dos principais elementos do guindaste
• COLUNA: o tubo estrutural é sujeito à compressão e ao momento que é criado pelo
conjunto de forças de tração em seu topo e compressão no ponto de apoio das rodas
do braço do guindaste.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Definição dos principais elementos do guindaste
• BUCHAS, PINOS e RODAS: neste projeto são considerados 3 pares de bucha,
sendo:
• Primeiro par: se encontra no topo da coluna, entre a mesma e a lança do
guindaste, com o objetivo de reduzir o atrito e serão fabricadas em latão.
• Segundo par: localizado no interior das rodas onde a lança se apoia na
coluna, posicionadas entre a roda e o pino, com o objetivo de proteger o
pino e serão fabricadas em latão.
• Terceiro par: localizado logo acima das rodas, visando proteger a peça
fabricada em aço onde se encontram os pinos, sendo que está região
apresenta uma tensão maior do que o restante da lança, portanto as
buchas serão fabricadas com material de maior resistência.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• COEFICIENTE DE SEGURANÇA: baseado na Norma ABNT NBR 8400 que dita o
coeficiente de segurança a ser utilizado para cada caso particular nos casos de
aplicação em equipamentos de elevação, onde são levados em conta dados
como a frequência de uso do equipamento, frequência em que o equipamento
estará suportando sua carga máxima, velocidade e aceleração de elevação da
carga, dentre outros. Neste projeto o equipamento será utilizado com a
frequência denominada Classe A (utilização ocasional não regular, seguida de
longos períodos de repouso) e Estado de Carga 3 (equipamentos regularmente
carregados com a carga nominal). As tabelas a seguir apresentam os
coeficientes de acordo com os critérios adotados.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• Como o projeto se enquadra no Grupo 4 então é necessário consultar a tabela abaixo
para selecionar o coeficiente de majoração, que neste caso é igual a 1,06.

• O coeficiente de majoração é utilizado como fator de segurança para a solicitação


devido ao peso próprio do guindaste. Porém, para se obter o coeficiente de segurança
devido à carga de serviço, é necessário multiplicar o coeficiente de majoração pelo
coeficiente dinâmico e o coeficiente que determina as reações transversais devidas ao
rolamento.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• O coeficiente dinâmico é obtido através da tabela abaixo, se baseando na velocidade
com a qual o corpo (carga) é erguido, sendo que neste projeto a carga é erguida
manualmente por menos de 4 metros e a uma velocidade inferior a 0,5 m/s, portanto o
coeficiente dinâmico é de 1,15.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• O cálculo do coeficiente que determina as reações transversais devidas ao rolamento é
mais complexo, pois depende de valores obtidos no trole (carrinho) que for escolhido
para o projeto pelo usuário. Como o valor máximo de relação entre o vão e a distância
entre eixos pode atingir o valor máximo deste coeficiente, vamos adotar o valor máximo
para o projeto como sendo 0,2.

Temos então o valor de 1,47 para o


coeficiente de segurança que é obtido
multiplicando-se o coeficiente de
majoração pelo coeficiente dinâmico e o
coeficiente de razão entre vão e distancia
entre eixos somado a 1.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• LANÇA: primeiramente será definido o comprimento da lança com base nas
informações iniciais de carregamento da mesma. Para está aplicação é
necessário um raio de 3 metros de alcance do guindaste, medido do centro da
torre. No modelo escolhido, a lança tem seu início no centro da torre, o que
resulta em uma lança com 3 metros de comprimento. A adição do alívio de
tensão na parte inferior do corpo dificulta a análise, então foi utilizada a
ferramenta SolidWorks para dimensionar o componente. Os princípios a serem
respeitados no dimensionamento são a utilização da viga “I” menos robusta,
portanto de menor custo, porém que suporte a carga com seu fator de
segurança e a utilização de chapas metálicas com a menor variação de
espessura, para reduzir a variação de material a ser comprado.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• A viga escolhida foi W 200 x 86,0 (H), sendo que o local onde a tensão ultrapassa o
limite de escoamento do aço 1020 é onde o metal será substituído por uma bucha de
aço 1045 , capaz de suportar a tensão local.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas

Fonte: http://www.soufer.com.br/arquivos/laminados/2.pdf. Acesso em 27/10/2020.


Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• Com o intuito de reduzir a diversidade de chapa de aço a comprar, a parte
inferior da lança será fabricada somente com 2 tipos de chapas diferentes.
Serão utilizadas chapas com 8,73 mm de espessura, pois valores abaixo desses
se mostraram insuficientes para a carga exercida. Onde for necessário um
reforço maior, serão utilizadas chapas de 25,40 mm de espessura. Os mesmos
reforços foram feitos para todos os componentes do guindaste visando a
redução dos custos.
• A peça soldada à extremidade da viga “I” tem sua seção horizontal quadrada
para facilitar o momento da soldagem. Seu interior é usinado para a colocação
da bucha de latão.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• COLUNA: o primeiro passo é definir o comprimento do tubo estrutural a ser utilizado.
Para o projeto é necessário que a torre que permita que a máquina de testes seja
erguida até uma altura acima da bancada de manutenção e, posteriormente, ter seu
módulo central removido do restante da máquina e realocado ao seu lado, também na
bancada. A altura necessária para que estas condições sejam atendidas é de 4 metros. A
partir dessas informações assume-se que não há força vertical no ponto de apoio da
roda na coluna, tendo que essa força seria causada pelo atrito e muito inferior à força
horizontal. Os mesmos são calculados na memória de cálculo através da equação:

M=F.d
M = momento
F = força
d = braço de momento (distância)
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• O momento criado pela lança será transmitido para a coluna. A altura do alívio de
tensão da lança cria um aumento no braço de momento, resultando em uma força
menor sendo aplicada na coluna. Por essa razão, o braço deve ter a maior dimensão
possível sem acarretar em um grande custo em material e solda, sem prejudicar o
funcionamento do laboratório e sem haver deformação no alívio em si. A medida
estabelecida para o alívio é de aproximadamente 1,3 metro.
• Essas forças serão então utilizadas em um modelo de elementos finitos para se
especificar o tubo estrutural a ser utilizado. É também adicionado, no ponto da torre
onde a extremidade inferior da lança se apoia, um reforço de aço AISI 1045 por sua
maior dureza. Isso permitirá que qualquer desgaste se concentre nas rodas que se
apoiam na torre, por ser fabricada em aço AISI 1020. Além disso, a carga exercida sobre
o reforço fica melhor distribuída no tubo estrutural.
Referência cruzada de AÇO CARBONO

Fonte: http://www.mitsubishicarbide.net/contents/mht/pt/manual/material_cross_reference.pdf. Acesso em 23/10/20.


Tabela de equivalência de Normas para:
Aços Carbono e Aços Ligados

Fonte: http://www.armco.com.br/wp/wp-
content/uploads/2011/09/medioAltoCarbonoSemTempera_tabelaequivalencia.pdf. Acesso em 23/10/20.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• A execução dos cálculos da tensão são executados pela ferramenta SolidWorks
e a partir dos resultados é escolhido o modelo de tubo estrutural com base de
tabelas disponíveis de fornecedores no mercado. Além disso, o valor de carga
crítica para o caso de flambagem (disponível no memorial de cálculo).
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• BUCHAS, PINOS e RODAS: a força que cada pino deve suportar, calculada
anteriormente, é de 85 kN. A razão entre essa força e a área onde a tensão surge resulta
na tensão que o pino deve ser capaz de suportar. É calculado pela ferramenta
SolidWorks Simulation que, para um pino com diâmetro de 20 mm, o ponto com maior
tensão apresenta uma tensão total de 804 Mpa. Se adicionada a pressão criada pela
interferência ao longo do corpo, a tensão máxima é de 819 Mpa e isso pode ser
observado na figura a seguir.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• Esse valor se encontra muito acima da tensão de escoamento de qualquer outro
material utilizado em outras partes do projeto, porém se encontra abaixo da tensão de
escoamento do aço AISI 4340 mas somente quando este é tratado termicamente.
• Antes do tratamento térmico este aço apresenta uma tensão de escoamento de 470
MPa e após realizada a têmpera o material chega a 1550 MPa.
• Nesta montagem, o pino deve ser inserido por um ajuste com interferência na bucha e
deve ter seu diâmetro mínimo maior do que o diâmetro máximo do furo da mesma,
portanto, antes deve ser dimensionada a bucha.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• A roda então, fabricada em aço AISI 1020, deve ter um diâmetro externo de 94 mm,
para que faça contato com a coluna. Para permitir que a bucha fixada na roda também
tenha 5 mm de espessura, o diâmetro interno da roda deve ser de 40 mm.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• O outro par de bucha é o que faz a interface entre a coluna em seu topo e a lança em
sua extremidade. A bucha localizada na lança deve ser colocada no furo de diâmetro
nominal de 180 mm com interferência, tendo uma espessura mínima de 10 mm
(memória de cálculo) e ser fabricada em latão.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Metodologia de dimensionamento
• A bucha localizada no entorno do eixo da coluna tem seu diâmetro interno definido em
140 mm (memória de cálculo) e deve ter parede de 10 mm para suportar a pressão do
ajuste por interferência e as forças na região.
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Memória de cálculo – Forças na coluna
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Memória de cálculo – Forças na coluna
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Memória de cálculo – Carga crítica
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Memória de cálculo – Buchas, pinos e rodas
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Memória de cálculo – Buchas, pinos e rodas
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Memória de cálculo – Buchas, pinos e rodas
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Memória de cálculo – Buchas, pinos e rodas
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Memória de cálculo – Buchas, pinos e rodas
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Memória de cálculo – Buchas, pinos e rodas
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Memória de cálculo – Buchas, pinos e rodas
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Memória de cálculo – Buchas, pinos e rodas
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Memória de cálculo – Buchas, pinos e rodas
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Desenhos
Estudo de caso: Guindaste para elevar cargas
Desenhos
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Desenhos

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