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MONITORES

A monitoração do som do estúdio se dá através de amplificadores e caixas de som, mas


também por fones de ouvido. Os sons vêm sempre da mesa. Conseguir manter em outros
equipamentos a mesma sonoridade obtida no estúdio, ou, pelo menos, não perder o equilíbrio
entre os timbres mixados, é tarefa dura para quem se inicia na arte da gravação. No estúdio,
bons monitores são aqueles de som mais puro, flat mesmo, que não
inventem sonoridades nem sobrecarreguem certas freqüências. Se
você usar, por exemplo, monitores com um grave extra, a tendência
é você moderar nos graves durante a mixagem. Depois, em outros
aparelhos, ficará a sensação de estarem faltando graves. Ou seja, as
mesmas freqüências exageradas por esses alto-falantes são as que
vão fazer falta em outros monitores.
Fones. No estúdio, os fones de ouvido são obrigatórios sempre
que usamos microfones. Quanto mais isolantes acústicos e
confortáveis forem os fones, melhor. Se há duas salas, o cantor ou
instrumentista usa o fone, na sala de gravação, enquanto o produtor ou
operador ouve pelos monitores (caixas de som) da sala de controle
(técnica). Quando só há uma sala no estúdio, a solução é todos usarem
fones durante o uso de microfones nas gravações.
Nunca faça uma mixagem usando somente fones. Depois,
ouvida nas caixas, a música ficará irreconhecível, devido à grande
proximidade dos fones. O fone é útil ao produtor como referência
alternativa aos monitores. Um modelo útil, porque tem uma resposta de freqüências plana, é o
AKG K-141.
Monitores para gravação. Usamos dois tipos de monitores, um para gravação e outro
para mixagem. Um único sistema pode desempenhar os dois papéis, mesmo que com menos
versatilidade. A gravação demanda um amplificador e um par de caixas possantes e robustas,
capazes de suportar fortes picos de sinal. A mixagem pede um sistema mais delicado, com una
resposta bem plana.
Os estúdios de menor porte, geralmente, lançam
mão do amplificador e caixas disponíveis, em geral algum
sistema para uso doméstico. Neste caso, na impossibilidade
de se buscar soluções mais técnicas, procura-se equalizar
graves e agudos do amplificador usando um CD bem
mixado, e usar esse mesmo CD como referência nas
mixagens.
Para suportar súbitos picos de volume, ao gravar
vozes e instrumentos isolados, essas caixas devem ser mais
potentes que as especificações do espaço normalmente exigiriam. Essa
“folga” evita o desgaste excessivo dos monitores nos momentos em que são
mais exigidos (passagens de som, gravação de contrabaixo etc.). Menos
precisos que os monitores de mixagem quanto aos timbres, mas muito mais
possantes, são também conhecidos como “caixas de cliente”, devido à
melhor impressão que seu “som de P.A.” causa, em relação às pequenas e
impessoais caixas de mixagem.

© 2006 Sérgio Izecksohn/Curso de Home Studio® – Todos os direitos reservados.


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Essas caixas para gravar os instrumentos devem ter um woofer, falante de graves, de
preferência de 15 polegadas, uma corneta para as freqüências médias e
um tweeter para os agudos. Um divisor de freqüências apropriado
protege cada um dos falantes. O amplificador deve ter a mesma
impedância, de 4 ou 8 ohm, e a potência próxima à das caixas. Existem
muitas boas marcas de caixas, sendo as mais usadas as da Genelec, da
JBL, da Tannoy e da Yamaha. Os falantes mais usados são os da JBL.
Os estúdios que usam instrumentos MIDI podem monitorar a
gravação através dos monitores para mixagem, desde que não
exagerando nos volumes.
Monitores para mixagem. Muito mais críticos, por serem os
responsáveis pelo som final, os monitores de referência têm que ter uma resposta de
freqüências bem plana, para não mascarar o som. É até muito interessante se monitorar a
mixagem em diferentes pares de caixas, profissionais e outras, para se “tirar uma média” das
sonoridades. Soando bem num maior número de caixas, a probabilidade da mixagem soar bem
em todo lugar é maior.
Assim, os monitores preferidos pelos estúdios são os modelos “near field” (campo
próximo), que ficam a pouca distância do operador, formando com ele um triângulo
equilátero. Esses monitores dão muita transparência ao som, sendo ideais
para mixagem. Os modelos mais usados são Yamaha NS-10 e Alesis
Monitor One, ambas caixas passivas. Os amplificadores, novamente, têm
que ter potência e impedância adequada às caixas. Nunca utilize, por
exemplo, caixas de 4 ohm num amplificador de 8 ohm, para não danificar
o amplificador. Nessas horas, vale consultar um técnico de som de
confiança antes de escolher os modelos. Uma nova tendência são os
monitores amplificados e bi-amplificados, como os Event 20/20BAS e
Mackie HR824. Os monitores digitais têm os conversores DA na própria
caixa, enviando o som para o amplificador interno. Recebem o som da
mesa por cabos digitais.
Na mixagem, os fones servem como uma referência a mais, nunca a principal. Os
fones são muito úteis para se conferir o posicionamento estereofônico (pan) das fontes
sonoras.
Posicionamento dos monitores. As caixas near field, para mixagem, ficam na altura
do ouvido do operador, a cerca de 1,5 m, formando com ele um triângulo com 3 lados iguais.
Os tweeters ficam mais para fora que os falantes
de graves, com as caixas na posição horizontal,
ou mais para cima que os woofers, com os
monitores na vertical.
As caixas de gravação ficam num plano
mais alto e mais largo, voltadas para o centro da
sala de controle.
Todos os monitores devem ser
posicionados simetricamente às paredes laterais
da sala, para equilibrar a audição da mixagem
estéreo.

© 2006 Sérgio Izecksohn/Curso de Home Studio® – Todos os direitos reservados.

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