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MODOS DE PROCESSAMENTO E EDIÇÃO

Não existe trabalho mais agradável em um estúdio do que uma mixagem fácil, com
canais limpos e todos os sons sob controle, sem sustos. Na fase da edição das pistas gravadas,
nós as deixamos em condições de serem mixadas sem dificuldades. Após termos gravado
todas as pistas de um projeto, vamos começar a editá-las.

A maioria dos músicos e técnicos de estúdio fala apenas em gravação e mixagem


quando se referem aos processos de armazenamento dos sons. Contudo, uma etapa crítica
costuma ser omitida, a edição. Nela preparamos o áudio gravado para ser mixado ou
masterizado, usando inúmeros recursos. O próprio termo ‘masterizar’ (produzir a matriz ou
master do CD) se refere tanto à edição do material mixado em estéreo (pré-masterização),
quanto ao seu posterior acondicionamento em uma matriz em CD. Antes restrita aos
poderosos estúdios das grandes gravadoras, a edição digital já traz ao universo Windows todas
as suas fantásticas ferramentas.

Muitos problemas enfrentados numa mixagem podem ser evitados com uma boa
edição das pistas gravadas. Limpeza de ruídos, compressão de picos de dinâmica, equalização
e adição de efeitos são alguns dos recursos à nossa disposição. Muitos deles também podem
ser utilizados durante a mixagem. Uma preparação das pistas antes de serem mixadas, no
entanto, alivia o computador da sobrecarga de processamento quando lidamos com muitas
pistas e muitos recursos simultaneamente.

Há várias maneiras de editar o áudio no computador. Temos a edição destrutiva e a


não-destrutiva, a edição linear e a não-linear.

Processamento em tempo real na mesa virtual (Console view) do Sonar

© 2006 Sérgio Izecksohn – Curso de Home Studio.


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O processamento em tempo real, também chamado de edição linear, é geralmente


realizado durante a mixagem. Um processo semelhante ao que ocorre quando temos uma fita
multipista sendo executada e processadores de efeitos conectados à mesa agindo “ao vivo”.
No PC, um programa como o Sonar toca as pistas de áudio gravadas no HD enquanto efeitos,
compressores e equalizadores em forma de programas acessórios (plug-ins) atuam
simultaneamente sobre o áudio dessas pistas. Isto força bastante a CPU, isto é, o processador
central (o Pentium ou similar), que tem que realizar todas as funções ao mesmo tempo.

Quando o hardware de áudio (placas de som ou placas aceleradoras) possui um ou


mais processadores do tipo DSP (Digital Signal Processor), aí, sim, nós temos, na verdade,
outro(s) “computador(es)” dedicados somente ao áudio, enquanto a CPU pode se desvencilhar
dessa pesada tarefa. Quanto mais DSP tiver o computador, mais plug-ins (efeitos e
instrumentos) poderão ser carregados em sua mixagem.

Edição não-linear

A edição não-linear não acontece em tempo real, isto é, com a música tocando.
Visualizando um gráfico com as ondas sonoras (oscilograma) de uma pista gravada no HD,
selecionamos com o mouse e alguns atalhos de teclado o que deve ser editado.

Os programas de gravação, como o Sonar, contêm vários recursos de edição não-


linear. Porém, programas específicos para edição, como o Audition, o Sound Forge e o Wave
Lab, realizam estas funções com muito mais conforto para o operador. Além disso, os
programas de gravação interagem com os de edição. Instalados os dois no computador,
observamos no menu <Tools> do Sonar a opção <Sound Forge>. Selecionando um trecho ou
pista de áudio e clicando nesta opção, o Sound Forge se abre com o trecho selecionado
convertido num arquivo .wav temporário. Depois de realizada a edição, voltamos ao Sonar

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salvando no Sound Forge o arquivo (<Save>) e teclando em <ALT> + <TAB>. O Sonar


pergunta se aceitamos as modificações. Ao aceitá-las, a pista do Sonar assume as
modificações realizadas no Sound Forge.

Edição destrutiva no Sound Forge

A edição destrutiva, que é também não-linear, é o procedimento com mais recursos.


Seu nome se deve ao fato de alterar definitivamente os arquivos gravados, pois eles são salvos
com as modificações. Enquanto o programa e o arquivo estiverem abertos, sempre podemos
desfazer (Undo) qualquer comando, mas, uma vez fechados e reabertos, não há como voltar ao
original. A solução, aqui, é salvar antes o mesmo arquivo original com outro nome.

Edição não-destrutiva é a que podemos desfazer quando um arquivo é reaberto. Por


exemplo, os envelopes de volume e de pan que acionamos com o botão direito do mouse sobre
um trecho de áudio na janela principal do Sonar.

Na edição não-linear temos incontáveis recursos para aperfeiçoar nossas pistas


gravadas. Como esses recursos são implementados um a um, o computador tem “tempo”
suficiente para realizar todas as operações com êxito.

Alguns procedimentos dão mais certo durante a edição, outros durante a mixagem. Por
exemplo, eliminar ruídos de uma pista ou afinar a voz de um cantor são típicos da edição não-
linear. Mas só temos certeza a respeito de uma taxa de compressão ou da intensidade de
reverberação aplicada a uma pista quando a ouvimos e a comparamos com as outras. Num
computador mais atual e rápido, podemos deixar alguns procedimentos para a mixagem. Em
máquinas um pouquinho só mais lentas, a diferença já é grande: elas não suportam muitos

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efeitos atuando simultaneamente em tempo real. Neste caso, podemos fazer quase tudo na fase
de edição, que não sobrecarrega o processador, e deixar a máquina mais leve na hora de mixar
as pistas.

Edição não-destrutiva no Sonar

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