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PROCESSADORES DE DINÂMICA

Dinâmica é a diferença entre sons fortes e suaves.


Dinâmica Musical (do grego dynamos = força) refere-se à indicação que um
compositor faz na partitura da intensidade sonora com que ele quer que uma nota ou
um trecho musical inteiro sejam executados.
Fisicamente, um som musical tem três características: altura, intensidade, e
timbre. Altura é a freqüência do som, indicada pelo compositor pela posição da nota no
pentagrama. Timbre é a característica que nos permite distinguir entre uma mesma nota
produzida, por exemplo, por uma flauta ou por um violino, ambas de mesma altura e
intensidade. A intensidade sonora refere-se à energia com que a onda sonora atinge
nossos ouvidos.
Para indicar a intensidade sonora com que ele quer que uma nota ou trecho
musical seja executado, o compositor utiliza uma gradação que vai desde o pianissimo
(intensidade sonora mínima, quase inaudível) até o fortissimo (o máximo de intensidade
sonora que se pode obter sem danificar a voz ou o instrumento). As gradações
dinâmicas mais freqüentes são (da mais fraca para a mais intensa):
ppp pianissimo
pp pianissimo
p piano
fp mezzo-forte
f forte
ff forte
fff fortissimo

Assim, se uma letra p aparece sobre (ou sob) a nota, isto significa que o
compositor quer que a nota seja executada delicadamente; um f significa mais vigor na
execução da nota.
A indicação dinâmica crescendo aplicada a um trecho musical significa
intensidade sonora que aumenta gradativamente desde piano até forte, ou desde
pianissimo até fortissimo; o contrário é diminuendo.
Conta-se que, certa vez, um regente estava a dirigir um ensaio de uma ópera de
Wagner, quando ele deu sinal de parada e disse a um trombonista: "Quero que o Sr.
execute esta passagem em forte, como Wagner escreveu na partitura." O trombonista
tocou mais forte. O maestro parou de novo: "Eu quero esta passagem em forte, senhor,
como está escrito." O músico tocou mais forte ainda. O regente parou de novo: "Por
favor, forte, senhor, como está escrito!" Já sem fôlego, o instrumentista respondeu:
"Mais forte que isto impossível!" O maestro: "O Senhor insiste em tocar fortissimo,
quando está escrito apenas forte." (Da Wikipedia, a enciclopédia livre).
Chamamos de dinâmica de uma gravação a diferença entre os picos (pontos de
mais alto volume) e os vales, os pontos mais suaves. Quanto maior a diferença entre
picos e vales, maior é a dinâmica. Cada tipo de gravador tem uma diferente

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sensibilidade para a dinâmica. Muitas vezes, uma pista que parecia bem gravada quanto
à dinâmica, soa cheia de “altos e baixos” na mixagem, ou com picos excessivos ou, ao
contrário, com trechos inaudíveis, de tão baixos.

Áudio normal e o mesmo áudio depois de ser comprimido dinamicamente

Um processador dinâmico muda a natureza do som de um canal. Assim, só faz


sentido conectá-lo à mesa de modo que o sinal do canal passe inteiramente através do
processador. O controle é todo feito no processador, não na mesa. Além disso, ele pode
acrescentar ou subtrair elementos do som daquele canal. Pelas diferenças com os
processadores de efeitos, que acrescentam efeitos aos sons em variáveis proporções e
que podem ser usados por vários canais, os processadores de dinâmica são conectados à
mesa através dos inserts, e não dos canais auxiliares.
Um compressor é um circuito que limita os sons fortes. O compressor atenua a
curva dinâmica, reduzindo a distância entre picos e vales. Ao diminuir o volume dos
picos da gravação, ele permite que se aumente o volume do canal, dando a sensação de
se aumentar o volume dos vales e diminuir o dos picos, equilibrando a dinâmica. O
excesso de compressão, por outro lado, torna o sinal muito “achatado” e artificial.
Os principais parâmetros são threshold, ratio, attack, release e output gain. Os
dois primeiros ajustam o nível dos picos e a taxa de compressão. O threshold, ou o
limiar da compressão, determina um volume de som (em dB) a partir do qual o
compressor atua. Abaixo deste nível, o som sai como entra. Acima da fronteira do
threshold, o a intensidade do som sofre uma atenuação, de acordo com uma certa taxa
de compressão (ratio, razão ou relação). A compressão só atua no trecho do volume que
se situa entre a linha do threshold e o volume real do pico.
Se a taxa de compressão for de 2:1 (dois pra um), a diferença entre o threshold e
o volume do pico será reduzida à metade. Se a ratio for de 4:1 o pico será atenuado para
a quarta parte do volume que excede a linha de threshold. Isto significa que há volumes
superiores à linha do threshold, há uma dinâmica, só que atenuada por uma taxa de
compressão. Só não haverá picos de volume acima do threshold se a ratio for de infinito
pra um. Assim, não há dinâmica, e este efeito é conhecido como limiter ou limitador de
picos.
Os controles de attack e release permitem que o compressor atue de forma mais
rápida ou lenta, tanto na entrada do efeito quanto na saída, realçando mais ou menos os

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sons. O output gain, ganho de saída, serve para compensar o volume de saída que tenha
sido alterado pela compressão.
Limitador de picos. O limiter equivale a um compressor com a taxa de ∞:1
(infinito para um) que estabelece um limite de volume para todos os picos, não
permitindo que nenhum deles ultrapasse o nível do threshold. Seu uso é apropriado para
a pré-masterização do material mixado em estéreo, adaptando o som às características
dinâmicas da mídia utilizada (CD, televisão, etc.)
Noise gate. O noise gate tem um threshold que funciona ao contrário do
threshold do compressor: a atuação é sobre os sons com volumes abaixo da linha de
threshold, que são totalmente cortados. Se gravamos um bumbo e uma caixa em duas
pistas, com dois microfones, o som da caixa vazará para o canal do bumbo, e o som do
bumbo também vazará para o canal da caixa. Mas o bumbo e a caixa, em geral, se
alternam, quase nunca tocam ao mesmo tempo. Com dois compressores, um em cada
canal, e seus thresholds ajustados para um nível abaixo do sinal “real” e acima do sinal
“vazado”, os dois canais soam limpos de vazamentos. Quanto o som “vazado” toca
abaixo do volume do threshold do noise gate, ele é simplesmente cortado.
Os noise gates podem ter outros controles, como da velocidade de atuação, para
não cortar o som fora de hora. Usados em canais com vozes e instrumentos gravados
com ruídos de fundo, comuns nos pequenos estúdios, cortam os ruídos durante os
momentos de silêncio, mas não durante os trechos tocados ou cantados. Nestes trechos,
o som estará acima do nível de threshold, e nada será cortado pelo gate, nem o ruído.

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