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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

PABLO MAGALHÃES ALVES GAMA

PRISÕES PROVISÓRIAS, DANOS PERMANENTES: Uma análise do sistema


prisional de Sergipe.

São Paulo-SP
2016
PABLO MAGALHÃES ALVES GAMA

PRISÕES PROVISÓRIAS, DANOS PERMANENTES: Uma análise do sistema


prisional de Sergipe.

Trabalho de Conclusão de Curso –


Monografia – apresentado ao Curso de
Direito da Universidade Cidade de São
Paulo – UNICID, como requisito parcial
para obtenção do grau de bacharel em
Direito.

Orientador: Prof. Dr. Homero de Giorgi Cerqueira

São Paulo-SP
2016
PABLO MAGALHÃES ALVES GAMA

PRISÕES PROVISÓRIAS, DANOS PERMANENTES: Uma análise do sistema


prisional de Sergipe.

Trabalho de Conclusão de Curso –


Monografia – apresentado ao Curso de
Direito da Universidade Cidade de São
Paulo – UNICID, como requisito parcial
para obtenção do grau de bacharel em
Direito.

Aprovado em ____ / ____ / _______.

Banca Examinadora

______________________________________
Prof. Dr. Homero de Giorgi Cerqueira - UNICID
Orientador

______________________________________
Professor - UNICID
Examinador

______________________________________
Professor - UNICID
Examinador

São Paulo-SP
2016
Dedico a Deus, aos mestres que repassaram seus conhecimentos
e a minha família por não medir esforços para me incentivar a
todo instante.
AGRADECIMENTOS

A Deus, pela força e fé que me concedeu na obtenção desta conquista.

Aos meus pais, que me apoiaram a todo o instante.

A meu bebê, Julia Batista, que foi a minha inspiração para almejar novas conquistas.

A minha esposa, Kleise Batista, por ter sido um exemplo de determinação e


perseverança para a conclusão deste curso.

Aos meus colegas que ajudaram a enriquecer meus conhecimentos através de


trabalhos e pesquisas, em especial a Jucimary Pires e Ricardo Nascimento.
PRISÕES PROVISÓRIAS, DANOS PERMANENTES: Uma análise do sistema
prisional de Sergipe.

Pablo Magalhães Alves Gama1

RESUMO

A discussão a respeito do tema criminalidade versus encarceramento é terreno fértil


de contundentes polêmicas. No que se refere ao sistema prisional de Sergipe, o
debate carece de informações precisas diante da fragilidade, seletividade e descaso
sobre o assunto. Nesse sentido, o presente trabalho, tomando como base de estudo
os dados fornecidos pelo Ministério da Justiça com período de referência de 30 de
junho de 2014 e período de coleta de outubro de 2014 a maio de 2015, pretende
oferecer um diagnóstico a respeito realidade do sistema prisional do estado; discutir
as alterações da Lei 12.403/2011, que dizem respeito à prisão e à liberdade
provisória; por fim apresenta o recém implantado projeto Audiência de Custódia. A
metodologia adotada foi a análise quantitativa dos dados obtidos, bem como
pesquisa bibliográfica em artigos, periódicos, sites e livros.

Palavras-chave: Sergipe. Sistema prisional. Prisão preventiva. Audiência de


custódia.

1
Graduando em Direito pela Universidade Cidade de São Paulo – UNICID. Endereço eletrônico:
pma.gama@yahoo.com.br
TEMPORARY PRISONS, PERMANENT DAMAGE: An analysis of the prison
system of Sergipe.

ABSTRACT

The discussion about the theme crime versus imprisonment is fertile ground for
forceful polemics. As regards the prison system of Sergipe, the debate lacks precise
information before the fragility, selectivity and casual view on the matter. In this
sense , the present work , taking as a study based on data provided by the Ministry
of Justice with reference period of June 30, 2014 and sampling period October 2014
to May 2015, intends to offer a diagnosis on the reality of the prison system of the
state; discuss the changes to the Law 12.403/2011, which relate to prison and to
freedom provisional; Finally presents the newly deployed project Hearing of custody.
The methodology adopted was a quantitative analysis of the data obtained and
bibliographic research in articles, periodicals, sites and books.

Keywords: Sergipe. The prison system. Preventive detention. Rear quarter


audience.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8

2 SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO ............................................................... 10


2.1 Dados Gerais ................................................................................................... 10
2.2 Descrição do Sistema Prisional Brasileiro ........................................................ 11

3 SISTEMA PRISIONAL DE SERGIPE .................................................................... 13


3.1 Breve Histórico ................................................................................................. 13
3.2 Dados Gerais da População Prisional.............................................................. 14
3.2.1 Presos por Natureza da Prisão e Tipo de Regime..................................... 15
3.3 Vagas e Ocupação do Sistema Prisional ......................................................... 15
3.4 Perfil dos Presos .............................................................................................. 16
3.5 Mortalidade ...................................................................................................... 17

4 PRISÃO PROVISÓRIA .......................................................................................... 18

5 AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA .................................................................................. 21

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 23

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24

ANEXOS ................................................................................................................... 26
Anexo 1 – Relatório INFOPEN - Sergipe ............................................................... 27
8

1 INTRODUÇÃO

De acordo com levantamento oficial do Governo do Estado2, Sergipe


encontra-se em quarto lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da
Região Nordeste. Com um resultado de 0,665, é superado apenas por Rio Grande
do Norte (0,684), Ceará (0,682) e Pernambuco (0,673). No período 2000-2010, o
IDH do estado cresceu 28,4%.
O rendimento médio domiciliar per capita real cresceu 73,58% no período de
2003 a 2013, e alcançou o valor de R$ 702,26. Este resultado coloca Sergipe em
terceiro lugar na Região Nordeste, logo atrás dos estados da Bahia (R$ 749,94) e do
Rio Grande do Norte (R$ 712,40).
Outra informação que chama atenção no Estudo é que houve uma redução
de 71,6% da extrema pobreza da população. Assim, atualmente apenas 4,2% da
população sergipana se encaixa no perfil de extremamente pobres (com renda per
capita entre R$ 0,00 e R$ 70,00). Com este índice, Sergipe é um dos estados do
Nordeste com as menores taxas de pobreza, sendo superado apenas pelo Rio
Grande do Norte (3,9%) e Piauí (4,1%).
Não obstante esta quadra de avanço econômico e social vivenciada no
estado, no que concerne às condições de segurança da sociedade, mais
especificamente na função da prisão como medida de prevenção geral do delito e
retribuição pelo crime praticado, o período também foi marcado por um retrocesso
na política criminal. Nesse aspecto, a atual situação do sistema prisional tem se
apresentado como uma das questões mais complexas da realidade social em
Sergipe. O retrato das prisões desafia a política de segurança pública, a política
criminal e o sistema de justiça penal.
Dados referentes a junho de 2014, revelam que a população carcerária do
estado é composta por 4.307 presos, que representam uma lotação de 1.728
detentos a mais do que o sistema carcerário comporta. Do total, 2.876 encarcerados
aguardam julgamento submetidos a prisão provisória, ou seja, sem que tenha havido
julgamento ou condenação.
Neste cenário, 73% das pessoas privadas de liberdade, em clara ofensa ao
princípio da presunção de inocência, previsto no art, 5.º, LVII, da Constituição

2
OBSERVATÓRIO DE SERGIPE. Indicadores de Desenvolvimento Sergipano 2015 -
Dimensão Rendimento, Pobreza e Desigualdade. Disponível em:
<http://www.observatorio.se.gov.br/indicadores-de-desenvolvimento-social-ids>.
9

Federal, são inseridas indistintamente em um sistema penitenciário superlotado e


desumano, com celas sujas, insalubres, abarrotadas. Constantemente se veem
submetidos a espancamentos, tortura física e/ou psicológica e violência sexual, além
de expostos a doenças graves e contagiosas.
Dentro de todo o contexto apresentado, questiona-se: Qual a atual realidade
do sistema prisional sergipano? As prisões provisórias cumpridas nessas condições
se convertem, na prática, em punição mais gravosa ao apenado do que aquela
prevista em lei? Neste caso, deve o Juiz levar em consideração o caráter danoso da
prisão provisória como medida cautelar? O que tem sido feito para superar os
problemas apresentados pelo sistema carcerário?
Conforme se percebe, o expressivo quantitativo de prisões provisórias, ao
mesmo tempo em que contribui para a superlotação dos estabelecimentos
prisionais, expõe um grande número de indivíduos às consequências do
aprisionamento. De modo que representa injustificada e grave pena antecipada, da
qual resulta danos permanentes para aqueles que recebam pena menos grave que
a própria prisão ou sejam absolvidos da acusação imputada. Nas palavras do ilustre
Juiz da Vara de Execuções Penais no Amazonas e doutorando em Criminologia pela
USP, Luís Carlos Valois: 3
A pessoa que já foi presa sempre vai estar estigmatizada. Nunca
mais vai poder ser ela mesma, nunca mais vai ser livre. Com muita
dificuldade ela pode conseguir trabalho, ruim e ganhando
pouquíssimo, mas vai estar estigmatizada para sempre. A prisão
além de não ressocializar ela estigmatiza. A prisão deixa uma marca
para sempre.

Nesse sentido, o presente estudo tem como proposta, a partir dos dados
apurados, compreender a realidade do sistema prisional em Sergipe; assinalar as
alterações oriundas da Lei 12.403/2011 que disciplinam a prisão e a liberdade
provisória; expor o projeto Audiências de Custódia, recém implantado em Sergipe,
como iniciativa efetiva de solução à tradição do encarceramento.
A metodologia adotada foi a análise quantitativa dos dados obtidos, bem
como pesquisa bibliográfica em artigos, periódicos, sites e livros.

3
Entrevista concedida ao Diário Online Causa Operária, em 26.02.2013. Disponível em: <
http://www.pco.org.br/nacional/toda-prisao-no-brasil-e-ilegal-porque-se-a-prisao-que-esta-
na-lei-nao-existe-a-que-aplicamos-na-realidade-e-ilegal-/epbz,y.html>.
10

2 SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO


As condições de precariedade que caracterizam o sistema carcerário
brasileiro – e que têm se agravado, nos últimos anos, em decorrência da crescente
elevação nas taxas de encarceramento – encontram sua origem nas incontáveis
deficiências que acompanham a história do país. Por conseguinte, o estado em que
se encontram as prisões brasileiras, notadamente com lotação excedente às vagas
disponíveis, insalubres, sujas, ao lado da prevalência de uma cultura do
encarceramento, é fonte de maus-tratos, violência, mortes, rebeliões, a exemplo dos
casos ocorridos na Penitenciária Estadual de Londrina, no Paraná,4 na Casa de
Detenção Dr. José Mario Alves da Silva, em Porto Velho,5 e Presídio de Nossa
Senhora da Glória, em Sergipe.6
Os casos apontados demonstram, inequivocamente, a real dimensão do
problema.

2.1 Dados Gerais


O Relatório do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) de junho de
2014, com período de coleta de outubro de 2014 a maio de 2015, apresenta um
retrato detalhado dos presídios no Brasil.7 A partir dos dados gerais do Infopen –
sistema de informações estatísticas do sistema penitenciário brasileiro – é possível
notar que o país possui 607.731 presos, distribuídos em 376.669 vagas disponíveis
nos estabelecimentos penais, o que representa um déficit de 231.062 vagas.
Com uma taxa de ocupação média de 161% – razão entre o número de
presos e a quantidade de vagas existentes –, constata-se que em um espaço

4
GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S.A. Presos fazem rebelião com reféns na
Penitenciária Estadual de Londrina. Disponível em: <http://g1.globo.com/pr/norte-
noroeste/noticia/2015/10/presos-fazem-rebeliao-com-refens-na-penitenciaria-estadual-de-
londrina-ii.html>
5
GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S.A. Após 26 horas, rebelião chega ao fim
no presídio Urso Branco, em RO. Disponível em:
<http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2015/10/apos-26h-rebeliao-chega-ao-fim-no-
presidio-urso-branco-em-ro.html>
6
PORTAL INFONET. Rebelião em Glória: Presos atiram em agentes e fogem. Disponível
em: <http://www.infonet.com.br/cidade/ler.asp?id=176565>
7
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias –
INFOPEN. Disponível em: <http://www.justica.gov.br/seus-direitos/politica-
penal/transparencia-institucional/estatisticas-prisional/levantamento-nacional-de-
informacoes-penitenciarias>
11

idealizado para custodiar apenas 10 indivíduos, existe, aproximadamente, 16


pessoas encarceradas.
De acordo com o relatório do DEPEN, o Brasil conta com o quarto maior
número de presos do mundo, superado apenas por Estados Unidos (2.228.424
presos), China (1.657.812 presos) e Rússia (673.818 presos). Ao se analisar a taxa
de aprisionamento, verifica-se que o país possui um contingente aproximado de 300
pessoas presas para cada cem mil habitantes, somente ultrapassado por Estados
Unidos (698 presos por cem mil habitantes), Rússia (468 presos por cem mil
habitantes) e Tailândia (457 presos por cem mil habitantes).
Apesar disso, quando se observa a variação da taxa de aprisionamento, um
dado chama a atenção: no período de 2008 a 2013, considerados os quatro países
com a maior população de presos do mundo, enquanto os Estados Unidos
reduziram em 8%, a China obteve um decréscimo de 9% e a Rússia reduziu em
24%, o Brasil apresentou variação positiva de 33% na taxa de aprisionamento.
Entre os 20 países com maior população prisional8, o Brasil apresenta a
quinta maior taxa de presos provisórios. Do total de pessoas privadas de liberdade,
cerca de 41% estão nesta condição sem que tenha havido julgamento. Com o
número absoluto de 222.190 presos provisórios, o Brasil tem a quarta maior
população, atrás apenas dos Estados Unidos – 480.000 presos provisórios, Índia –
255.000 presos provisórios e China – 250.000 presos provisórios.

2.2 Descrição do Sistema Prisional Brasileiro


Os dados de 2014 apontam que a população prisional do Brasil conta com
607.731 pessoas encarceradas. O número de presos em 2014 é 6,7 vezes maior do
que em 1990, quando na ocasião o país possuía cerca 90 mil pessoas privadas de
liberdade. Em 2000, existia 137,1 presos para cada 100 mil habitantes. Em 2014,
essa proporção chegou a 299,7 pessoas.
No que diz respeito à natureza da prisão e tipo de regime prisional, é possível
constatar que da totalidade de encarcerados: 250.213 ou cerca de 41% são presos
sem condenação; 250.094 ou 41% encontram-se em regime fechado; 89.639 ou
15% em regime semiaberto; e somente 15.036 ou 3% das pessoas presas estão em

8
Estados Unidos, China, Rússia, Brasil, Índia, Tailândia, México, Irã, Indonésia, Turquia,
África do Sul, Vietnã, Colômbia, Filipinas, Etiópia, Reino Unido, Reino Unido, Paquistão,
Marrocos e Peru.
12

regime aberto. Assim, cerca de 41% das pessoas privadas de liberdade aguardam
condenação definitiva.
A classificação da população carcerária brasileira por faixa etária, permite
notar que a proporção de jovens no sistema prisional é maior que na população em
geral. Enquanto 56% da população prisional é composta por jovens, essa faixa
etária compõe apenas 21,5% da população total do país.
O grau de escolaridade dos presos é demasiadamente baixo.
Aproximadamente 80% das pessoas presas frequentaram, no máximo, até o ensino
fundamental e apenas 8% concluiu o ensino médio. Por sua vez, a média nacional
de escolaridade da população apresenta valores bem diversos, 50% da população
frequentou, no máximo, até o ensino fundamental e 32% concluiu o ensino médio
Foram registradas 565 mortes nas unidades prisionais no primeiro semestre
de 2014. A taxa de mortes intencionais no sistema prisional é de 8,4 mortes para
cada dez mil pessoas presas em um semestre, o que corresponderia a 167,5 mortes
intencionais para cada cem mil pessoas privadas de liberdade em um ano.
13

3. SISTEMA PRISIONAL DE SERGIPE

3.1 Breve Histórico


A atual condição dos presídios sergipanos é amplamente divulgada pelos
meios de comunicação. Através da imprensa é possível tomar conhecimento da
condição inadequada das instalações carcerárias, a existência de superlotação e os
constantes casos de rebeliões e violência interna. Contudo, a respeito da história
dos estabelecimentos penais, são poucas as informações disponíveis, dada a
ausência de pesquisas sobre o assunto.
Por meio de breves relatos históricos é possível observar que a condição de
precariedade do sistema prisional, em Sergipe, data de longínquo passado.
Relata o historiador SANTOS NETO9 que em 1877, no período da Província de
Sergipe:
[...] um governante assim diagnosticou a cadeia e os presos de
Aracaju: ‘uma atmosfera pútrida que atordoa, (...) uma cena
repelente. (...) Nudez e imundície; rostos pálidos, corpos
cadavéricos; desordem e confusão por toda parte. (...) Túmulo de
vivos’.
Não obstante esta situação, as outras cadeias públicas da província
eram mais decadentes. A maioria ficava instalada em precárias
casas alugadas. Ali, a fuga, a promiscuidade, a doença e a
ociosidade eram patentes.

Em 1867, existiam no estado duas cadeias, duas casas de detenção e


dezessete casas alugadas que serviam de prisão. Sobre as condições de
permanência dos presos, o autor afirma:
Quanto à promiscuidade nos cubículos, ela não era apenas física,
mas também jurídica. Os sentenciados ficavam de mistura com os
apenas indiciados. Além disso, em 1883, na cadeia da capital os
alienados (detentos considerados sem juízo ou loucos) eram
recolhidos com os outros detidos, ‘não podendo, por isso, receberem
tratamento conveniente para restabelecimento da razão perturbada’;
denunciou o chefe de polícia. Tais recintos constituíam-se em salões
onde os presos eram aglomerados ‘sem ordem nem classificação’.
Dali, os detentos saíam com ‘a saúde alterada e mais pervertida a
alma’; reclamou um presidente da província (hoje equivalente ao
governador do Estado).

No século XIX, a respeito das condições precárias de higiene das instalações


em toda a província, o relato é revelador:

9
SANTOS NETO, Amâncio Cardoso. O Quinto dos Infernos: presídios em Sergipe no século
XIX. Disponível em: <http://sindpen-se.org.br/conteudo/348/o-quinto-dos-infernos-presidios-
em-sergipe-no-seculo-xix>.
14

Só em 1866, morreram na cadeia de São Cristóvão oito vítimas de


varíola. Neste período a prisão mantinha 93 (noventa e três) detentos
‘quando bem se prestaria em 60 (sessenta)’, avalia o Chefe de
Polícia. Quanto às enfermidades, na cadeia de Aracaju, em 1875, os
casos mais freqüentes eram de anemia, bronquite e das chamadas
febres paludosas. Tais afecções evidenciam a má alimentação e
precariedade de acomodação no presídio.
A situação dos detentos e as instalações das cadeias em Sergipe na
fase imperial eram mesmo decadentes. Em Estância, em 1855, no
auge de uma epidemia de cólera, doença então sem cura efetiva que
grassou pelo Brasil e atingiu terrivelmente Sergipe, os detentos se
encontravam quase nus em uma meia água que lhes servia de
prisão, tendo por cama o chão de terra; lastimava o delegado. Já em
1879, os presos de Aracaju se achavam em ‘verdadeiro estado de
nudez’, pois há três anos não se compravam suas roupas, que era
obrigação do governo.

A Casa de Prisão de Aracaju, atual Palácio Serigy, após um curto período de


16 anos de funcionamento já sofria os problemas de superlotação:
[...] Nas 40 celas restantes estavam reclusos, em janeiro de 1883,
264 (duzentos e sessenta e quatro) presos, separados por sexo.
Uma média de sete reclusos por cela, chegando a dez ou mais.
‘Número este que tende a aumentar em razão de serem enviados
para esta Capital criminosos de todos os pontos da Província’;
alertava o chefe de polícia, preocupado com a ‘comodidade e
segurança necessárias a tão considerável número de presos’.[14] A
comodidade dos presos era outro item problemático no antigo
presídio.

A antiga Casa de Prisão da capital foi extinta nas primeiras décadas do século
XX. Em sua substituição foi construída a Penitenciária de Aracaju, considerada à
época o mais moderno estabelecimento penal do estado. Ironicamente, padeceu da
mesma precariedade que tem acometido o sistema.

3.2 Dados Gerais da População Prisional


Dados obtidos do Departamento Central do Sistema Penitenciário de Sergipe
(DESIPE)10 mostram que o estado possui uma população carcerária de 4.307
pessoas privadas de liberdade, distribuída em 2.579 vagas disponíveis nos
estabelecimentos penais, de forma que representa um déficit de 1.728 vagas
sistema.
A partir do Relatório do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), é
possível traçar o perfil detalhado do sistema prisional do estado.

10
Anexo 1
15

Levando-se em consideração o período de 2004 a 2014, é possível constatar


que em 10 anos a população prisional de Sergipe cresceu assustadoramente 79%,
passando de 2.256 para 4.307 presos. Com o atual número absoluto de detentos,
Sergipe apresenta uma população carcerária superior aos estados de Roraima
(1.610), Amapá (2.654), Piauí (3.224), Tocantins (3.233) e Acre (3.846).
Em média, a proporção brasileira é de 300 presos para cada cem mil
habitantes. Ao analisar esta taxa, é possível compreender o real tamanho da
população prisional de cada estado. No caso de Sergipe, embora detenha uma
população prisional menor, em termos proporcionais, com uma taxa de
aprisionamento de 194 presos para cada cem mil habitantes, o estado apresenta
valores superiores a Maranhão (89,0), Bahia (101,8), Pará (164,3), Alagoas (174,2)
e Amazonas (192,4).
Esse dado evidencia que Sergipe proporcionalmente possui mais presos que
alguns estados considerados violentos, a exemplo de Maranhão, Bahia e Alagoas.

3.2.1 Presos por Natureza da Prisão e Tipo de Regime


Como se viu dos nacionais, aproximadamente 41% dos presos no Brasil são
pessoas privadas de liberdade sem condenação. Quando se analisa a taxa de
presos provisórios de todo o país, é possível constatar que Sergipe é o estado com
a maior taxa de presos sem condenação no Brasil, apresentando 73% de presos
provisórios entre os 4.307 de sua população carcerária. Isso denota que 7 em cada
10 presos no estado têm processos criminais pendentes de julgamento.

3.3 Vagas e Ocupação do Sistema Prisional


Existem atualmente 2.579 vagas no sistema prisional sergipano, distribuídas
em 2.555 vagas para homens e 24 para mulheres. As 08 unidades prisionais
possuem a capacidade média de 322 por unidade. O sistema é assim composto:
• Destinados ao recolhimento dos presos provisórios: Cadeia Territorial de
Nossa Senhora do Socorro, N.S. Socorro; Presídio Regional Senador Leite
Neto (PRESLEN), N. S. da Glória; Presídio Regional Juiz Manoel Barbosa de
Souza (PREMABAS), Tobias Barreto. Os três estabelecimentos possuem
1.678 vagas para homens;
16

• Destinados ao cumprimento de pena em regime fechado: Complexo


Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho (COMPAJAF), bairro Santa
Maria, Aracaju; Complexo Penitenciário Dr. Manoel Carvalho Neto
(COPEMCAN), povoado Timbó, Rod. BR 101, São Cristóvão. Os dois
estabelecimentos possuem 574 vagas para homens;
• Destinado ao cumprimento de pena em regime fechado: Presídio Feminino de
Sergipe (PREFEM), povoado Tabocas, N.S. Socorro. Único estabelecimento
penal feminino, possui 16 vagas para mulheres;
• Destinado ao cumprimento de pena em regime semiaberto: Centro Estadual
de Reintegração Social Areia Branca 2 (CERSAB II), Areia Branca. Possui
220 vagas;
• Destinado ao cumprimento de medida de segurança de internação ou
tratamento ambulatorial: Hospital de Custódia e Tratamento de Psiquiátrico de
Sergipe (HTCP), bairro América, Aracaju. Possui 75 vagas, distribuídas em 67
para homens e 8 para mulheres.
Nota-se, que Sergipe não dispõe de Casa do Albergado, estabelecimento
destinado ao cumprimento de pena em regime aberto.
A taxa de ocupação prisional em Sergipe - razão entre o número de pessoas
presas e a quantidade de vagas existentes, servindo como um indicador do déficit de
vagas no sistema prisional - é de 167%. Significa dizer que em um espaço
concebido para custodiar apenas dez indivíduos, há, em média, 16 pessoas
encarceradas. Das 8 unidades, cinco apresentam déficit.
No que se refere à proporção de pessoas que entram e saem nas unidades,
no período, enquanto no Brasil a proporção é de 15 entradas para 10 saídas, em
Sergipe para cada 23 pessoas que entraram na prisão, somente 10 pessoas saíram.
Este dado infere que os efeitos da
Apesar de o número de vagas ter quase triplicado no período, o déficit de
vagas mais do que dobrou. Essa constatação se justifica pela tendência de
crescimento exponencial da população prisional.

3.4 Perfil dos Presos


É possível notar que a maior parte população prisional é formada por jovens.
Cerca de 59% presos em Sergipe possuem entre 18 e 29 anos, proporção maior que
17

a população prisional nacional. Enquanto 59% da população carcerária sergipana é


composta por jovens, essa faixa etária compreende 56% dos presos no país.
Em se tratando do grau de escolaridade dos presos, 88% das pessoas presas
frequentaram, no máximo, até o ensino fundamental e apenas 7% concluiu o ensino
médio. Dados que colocam o estado em posição inferior à média nacional, onde
80% da população frequentou, no máximo, até o ensino fundamental e 8% concluiu
o ensino médio

3.5 Mortalidade
A taxa de mortes intencionais no sistema prisional é de 4,9 mortes para cada
dez mil pessoas presas em um semestre, o que equivaleria a 97,7 mortes
intencionais para cada cem mil pessoas privadas de liberdade em um ano.
18

4 PRISÃO PROVISÓRIA
Convém, ainda que de forma simplória, estabelecer o conceito de prisão,
entendida como a restrição da liberdade de ir e vir, por meio do recolhimento da
pessoa ao cárcere. Contudo, não se distingue nesse conceito a prisão provisória,
que ocorre enquanto se aguarda o encerramento da instrução criminal, daquela que
resulta de cumprimento de pena.
Conforme bem salienta NUCCI11, “enquanto o Código Penal regula a prisão
decorrente de condenação, o Código de Processo Penal trata da prisão cautelar e
provisória, destinada unicamente a vigorar, quando necessário, até o trânsito em
julgado da decisão condenatória”.
As espécies de prisão provisória são: prisão em flagrante; prisão temporária;
prisão preventiva; prisão em decorrência de pronúncia; prisão em decorrência de
sentença condenatória recorrível e condução coercitiva por recusa injustificada a
comparecer em juízo ou na polícia. Neste último caso, por se tratar de modalidade
de prisão (quem é conduzido coercitivamente pode ser algemado e colocado em
cela até que seja ouvido pela autoridade competente), somente o juiz pode decretá-
la.
Com vigência a partir de 04 de julho de 2011, a Lei 12.403 alterou
consideravelmente a matéria referente à prisão. As alterações introduzidas permitem
ao Juiz, ao receber o auto de prisão em flagrante, tomar decisão que não implica
prisão ao acusado e, ao mesmo tempo, não sugere liberdade total: pode, assim,
submetê-lo às medidas cautelares diversas da prisão, conforme disposto no art. 319
do Código de Processo Penal, que consistem em:
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas
condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para
evitar o risco de novas infrações;
III - proibição de manter contato com pessoa determinada
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado dela permanecer distante;
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a
permanência seja conveniente ou necessária para a
investigação ou instrução;
11
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 13. ed. rev. e ampl.
Rio de Janeiro: Forense, 2014. Formato epub. Título IX, 1.
19

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de


folga quando o investigado ou acusado tenha residência e
trabalho fixos;
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade
de natureza econômica ou financeira quando houver justo
receio de sua utilização para a prática de infrações penais;
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos
concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do
Código Penal) e houver risco de reiteração;
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem
judicial;
IX - monitoração eletrônica.

Como bem resume AVENA12,


[...] o indivíduo submetido a uma investigação criminal ou que
responde a um processo judicial poderá estar sujeito a três
tratamentos distintos: sujeição a medidas cautelares diversas da
prisão (arts. 319 e 320), prisão provisória ou aguardar em liberdade o
curso das investigações e do processo criminal.

A modificação no Código de Processo Penal disciplinou, também, o caráter


excepcional da prisão preventiva tendo em vista a demais medidas cautelares que
não impliquem privação da liberdade. Dessa maneira, esta modalidade de prisão
provisória somente deve ser decretada judicialmente, desde que ocorram os
pressupostos que a autorizam, conforme dispõe o art. 312 do CPP:
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da
ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução
criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver
prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada
em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas
por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4.º).

Como medida cautelar que é, a prisão preventiva requer a existência de


periculum libertatis, que significa o risco real de que a liberdade do agente venha a
causar prejuízo à segurança da sociedade, à eficácia das investigações policiais
e/ou apuração do crime e à execução de eventual sentença condenatória, e o fumus
comissi delicti, a possibilidade de que o acusado tenha praticado o crime, diante dos
indícios de autoria e da prova da existência crime.

12
AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo Penal Esquematizado. 6. ed. São Paulo:
Método, 2014. p. 857.
20

Além dos citados aspectos, estabelece o Código de Processo Penal:


Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das
que já estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de
execução penal.

Se extrai, portanto, que a colocação dos presos provisórios e dos presos


definitivos em celas comuns, ainda que se trate da condição de inexistência de
vagas ou de estrutura carcerária, representa afronta à sua dignidade, na medida em
que é obrigação legal do Juiz, ainda que em caráter antecipatório, analisar tais
condições. Na impossibilidade de cumprimento desse dispositivo, a prisão provisória
não pode ser executada, sob pena de implicar constrangimento ilegal ao indiciado
ou acusado.
Estabelece a lei, dessa forma, que tanto para a prisão preventiva quanto para
as demais medidas cautelares diversas da prisão sejam observadas a real
necessidade e a adequação como juízo crítico a conduzir a sua aplicação.
21

5 AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

O projeto Audiência de Custódia consiste na garantia da rápida apresentação


do preso a um juiz nos casos de prisões em flagrante. A idéia é que o acusado seja
apresentado e entrevistado pelo juiz, em uma audiência em que serão ouvidas
também as manifestações do Ministério Público, da Defensoria Pública ou do
advogado do preso. Durante a audiência, o juiz analisará a prisão sob o aspecto da
legalidade, da necessidade e da adequação da continuidade da prisão ou da
eventual concessão de liberdade, com ou sem a imposição de outras medidas
cautelares, e poderá avaliar também eventuais ocorrências de tortura ou de maus-
tratos, entre outras irregularidades. A medida busca reduzir o número de pessoas
que permanecem presas antes mesmo de serem julgadas, de modo permaneçam
presos somente aqueles indivíduos que ofereçam risco à sociedade ou investigação
em curso.
A implementação das audiências de custódia está prevista em pactos e
tratados internacionais assinados pelo Brasil, como o Pacto Internacional de Direitos
Civis e Políticos e a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, conhecida
como Pacto de San Jose.
O Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe assinou o termo de adesão ao
projeto no dia 02 de outubro do ano de 2015. A previsão é que todo preso em
flagrante seja conduzido até um juiz no prazo máximo de 24 horas, para que este
decida da prisão ou liberdade condicional.
Na compreensão do Ministro Ricardo Lewandowski:13
“Audiências de custódia” servem para evitar o encarceramento
desnecessário de pessoas que, ainda que tenham cometido delitos,
não devam permanecer presas durante o processo. Além do mais, já
sinalizam ser notórios mecanismos a resguardarem a integridade
física e moral dos presos, coibindo práticas de tortura, e que
consolidam o direito ao acesso à justiça, ao devido processo e à
ampla defesa, desde o momento inicial da persecução penal.

Esta medida assumida pelo Judiciário sergipano significa, além da quebra de


paradigma, o compromisso de redução do alarmante índice de 73% de presos
provisórios.

13
Audiências de Custódia do Conselho Nacional de Justiça — Da política à prática.
Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2015-nov-11/lewandowski-audiencias-custodia-
cnj-politica-pratica>.
22

Abaixo, se reproduz a consolidação do projeto Audiência de Custódia no


estado de Sergipe até junho de 2016, o qual mostra que, entre as 1.340 audiências
realizadas, 47,76% resultaram em liberdade, com ou sem imposição de medidas
cautelares; já a taxa de conversão de prisão em flagrante em prisão preventiva ficou
em 52,24% (700 casos).
23

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados apresentados demostram que a taxa de aprisionamento do Brasil,


número de pessoas presas para cada cem mil habitantes, revela que o país teve a
segunda maior variação entre 50 países com mais presos no mundo. Caso se
mantenha este ritmo de encarceramento, a população prisional do país ultrapassará
a de um milhão na próxima década.
Diante de um déficit que ultrapassa 200 mil vagas no Brasil,
injustificadamente em desacordo com o que preceitua a lei, 250 mil pessoas
aguardam julgamento em situação provisória.
Sergipe, por sua vez, é o estado com a maior taxa de presos sem
condenação no país, apresentando 73% de presos provisórios entre os 4.307 de sua
população carcerária, abrigada em oito unidades prisionais. Isso significa que 7 em
cada 10 presos têm processos criminais pendentes de julgamento. Ainda assim, a
taxa de aprisionamento no estado, que indica o número de pessoas presas para
cada cem mil habitantes, é de 194 – número inferior à taxa de aprisionamento do
Brasil, que é de aproximadamente 300 presos para cada cem mil habitantes.
Estes dados induzem a compreender que o magistrado, ao julgar uma
situação de prisão em flagrante, muitas vezes, limita-se a convertê-lo em prisão
preventiva, em demonstração inequívoca de descaso à possibilidade da liberdade
provisória, ainda que acompanhadas de medidas alternativas. Cabe-lhe, pois,
verificar se, porventura, são admissíveis quaisquer das medidas cautelares diversas
da prisão arroladas no Código de Processo Penal.
É preciso encontrar alternativas ao modelo atual de encarceramento. Não há
mais condições de expandir vagas, muito menos na proporção que a demanda
sempre crescente requer. A prisão não é mais uma opção viável, nem
economicamente, pelos custos, nem socialmente, porque ela amplifica a violência,
pelas suas próprias características, de estar absolutamente dominada por facções
criminosas.
O novo projeto Audiência de Custódia é o novo alento.
24

REFERÊNCIAS

GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S.A. Após 26 horas, rebelião chega


ao fim no presídio Urso Branco, em RO. Disponível em:
<http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2015/10/apos-26h-rebeliao-chega-ao-fim-no-
presidio-urso-branco-em-ro.html>. Acesso em: 20 de jun. 2016.

AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo Penal Esquematizado. 6. ed. São


Paulo: Método, 2014.

OBSERVATÓRIO DE SERGIPE. Indicadores de Desenvolvimento Sergipano 2015 -


Dimensão Rendimento, Pobreza e Desigualdade. Disponível em:
<http://www.observatorio.se.gov.br/indicadores-de-desenvolvimento-social-ids>.
Acesso em: 10 de jun. 2016.

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias –


INFOPEN. Disponível em: <http://www.justica.gov.br/seus-direitos/politica-
penal/transparencia-institucional/estatisticas-prisional/levantamento-nacional-de-
informacoes-penitenciarias>. Acesso em: 10 de jul. 2016.

LEWANDOWSKI, Ricardo. Audiências de Custódia do Conselho Nacional de Justiça


- Da política à prática. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2015-nov-
11/lewandowski-audiencias-custodia-cnj-politica-pratica>. Acesso em: 20 de jul.
2016.

NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 13. ed. rev. e
ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2014. Formato epub. Título IX, 1.

GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S.A. Presos fazem rebelião com


reféns na Penitenciária Estadual de Londrina. Disponível em:
<http://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2015/10/presos-fazem-rebeliao-com-
refens-na-penitenciaria-estadual-de-londrina-ii.html>. Acesso em: 20 de jun. 2016.

PORTAL INFONET. Rebelião em Glória: Presos atiram em agentes e fogem.


Disponível em: <http://www.infonet.com.br/cidade/ler.asp?id=176565>. Acesso em:
20 de jun. 2016.

SANTOS NETO, Amâncio Cardoso. O Quinto dos Infernos: presídios em Sergipe no


século XIX. In: Joelina Menezes. (Org.). Segurança Pública: gestão, formação e
valores. 1. ed. São Cristóvão: Editora UFS, 2012, v., p. 185-194. Disponível em:
25

<http://sindpen-se.org.br/conteudo/348/o-quinto-dos-infernos-presidios-em-sergipe-
no-seculo-xix>. Acesso em: 15 de mai. 2016.

VALOIS, Luís Carlos. Entrevista concedida em 26.02.2013. Disponível em: <


http://www.pco.org.br/nacional/toda-prisao-no-brasil-e-ilegal-porque-se-a-prisao-que-
esta-na-lei-nao-existe-a-que-aplicamos-na-realidade-e-ilegal-/epbz,y.html>. Acesso
em: 15 de mai. 2016.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Mapa da Implantação da Audiência de


Custódia no Brasil. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/sistema-carcerario-e-
execucao-penal/audiencia-de-custodia/mapa-da-implantacao-da-audiencia-de-
custodia-no-brasil>. Acesso em: 12 de mai. 2016.
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ANEXOS
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ANEXOS 1

RELATÓRIO INFOPEN – SERGIPE


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