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SOROCABA-SP
2022
JAMILLE ANTUNES DE CAMPOS OLIVEIRA
SOROCABA-SP
2022
JAMILLE ANTUNES DE CAMPOS OLIVEIRA
Aprovado em:.
BANCA EXAMINADORA
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(Nome do orientador, sua titulação e Instituição a que pertence).
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(nome, titulação e instituição a que pertence).
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(nome, titulação e instituição a que pertence).
DEDICATÓRIA
A Deus pelo fôlego de vida, por nunca ter me abandonado durante os anos
mais árduos e cheios de aprendizados da minha vida, por tantos milagres e
realizações, pela força e perseverança.
Ao meu maravilhoso pai, pelo apoio, por todo suor que deu para patrocinar
meus sonhos, por acreditar que eu sou capaz.
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 12
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 42
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1. INTRODUÇÃO
veio de fato a ser aprovada sem qualquer antagonismo, o projeto desta referida lei
foi enviado pelo Presidente da República, na época João Batista de Oliveira
Figueiredo, ao Congresso Nacional, vindo a ser promulgada em 11 de julho de
1984, tendo entrado em vigor em 13 de janeiro de 1985.
teria cumprido mais da metade de sua pena em regime fechado, quando, só então,
a decisão condenatória transitaria em julgado.
I. Princípio da legalidade
Este nobre princípio está expresso nos artigos 3º e 4º da LEP e no artigo 5º,
inciso II da CF/88:
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Como pode ser observado, a referida Lei 7.210/84 dispõe que a jurisdição
será exercida em conformidade com a própria Lei 7.210/84, bem como com o
Código de Processo Penal. Logo, as imposições, garantias e limitações de direitos
e deveres na execução de pena será de acordo com o que a lei dispuser. “Se
ninguém pode ser privado da sua liberdade sem o devido processo legal, não se
pode negar o acesso do preso à liberdade quando a lei autorizar. Caso permaneça
preso por mais tempo do que for permitido, a prisão se tornará ilegal.” (CAPEZ,
2011, p. 19).
O princípio da legalidade, princípio constitucional, guia a execução penal em
todos seus deslindes.
II. Princípio da Intranscendência
Art. 5º (...)
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
Art. 5º (...)
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Ainda, o referido artigo 5º em seu inciso XLVIII assegura que: “a pena será
cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a
idade e o sexo do apenado.", ou seja, durante a execução penal, é garantido ao
apenado que o estabelecimento destinado ao cumprimento de sua pena será de
acordo com a idade, o sexo e a natureza do delito.
Art. 5º (...)
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
3. PROGRESSÃO DE REGIME
Já no Brasil, o início das prisões com suas celas individuais e, inclusive, com
oficinas laborais, foi a partir do século XIX.
Ao decorrer dos até o ano de 1890 ainda havia pena de morte, prisões
perpétuas, a abolição dessas penas ocorreu pela primeira vez com a Proclamação
da República, com o Código Criminal de 1890, qual determinou que não mais
haveria penas perpétuas ou coletivas, limitando-se às penas restritivas de liberdade
individual, com penalidade máxima de 30 (trinta) anos.
Insta mencionar que a pena de morte foi abolida e permitida por diversas
vezes no ordenamento jurídico brasileiro, sendo abolida pela primeira vez com a
Proclamação da República em 1890, porém, retornou no ano de 1937 com o
Governo de Getúlio Vargas, sendo novamente proibida no ano de 1946, retornou
com a Lei de Segurança Nacional de 1969 e foi abolida outra vez nas Leis de
Segurança Nacional de 1978 e 1983 e (GOMES, 2015).
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,
XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
c) de banimento;
d) cruéis;
Sistema Progressivo, esse sistema surgiu com a falha dos dois sistemas
anteriores, sistema celular e sistema auburniano, em ambos a aplicação de
castigos cruéis e excessivos era fortemente criticado, logo ao passo que a pena
privativa de liberdade foi se estabelecendo como a espinha dorsal do sistema
penal, as falhas desses dois sistemas os tornaram impraticáveis. Por conseguinte,
em busca de uma nova filosofia penal onde o cumprimento da pena fosse de forma
menos ignominiosa para o condenado.
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Desta forma, nasce o sistema progressivo, esse, por sua vez, mudou a
forma do cumprimento de pena, permitindo a distribuição do lapso da condenação
em períodos, levando em conta o comportamento e desempenho do condenado,
cujo alcançava benesses conforme progredia. Este sistema tem como
característica principal a necessidade da reabilitação do preso, sua ressocialização
para que esse possa ser reinserido na sociedade antes mesmo do fim de sua pena.
Súmula nº 491:
É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.
para progressão de regime seria de 2/5 para sentenciados primários, e 3/5 aos
condenados reincidentes, conforme discorre a Lei da 8.072/90.
Como pode ser observado, antes da referida lei, bastava o crime ser
hediondo ou equiparado a hediondo e sentenciado primário que o lapso temporal
para progressão era fixado em 2/5, enquanto para os sentenciados reincidentes em
crime hediondo ou equiparado a hediondo p lapso temporal para progressão era
fixado em 3/5, obviamente, somando os requisitos objetivos e subjetivos. Contudo,
após a Lei 13.964/19 o simples fato de ser ou não reincidente não basta para a
fixação do lapso temporal de cumprimento da pena, sendo, portanto, estipulado
mediante as peculiaridades do crime, como por exemplo: “se o apenado for
condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário” deverá
cumprir no mínimo 40% da pena, já se for “condenado pela prática de crime
hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento
condicional” deverá ter cumprido pelo menos 50% da pena.
Por fim, urge asseverar, que além desses dois requisitos aludido, é permitido
ao juiz, mediante a particularidade de cada caso, em decisão devidamente
fundamentada, solicitar a realização de exame criminológico, cujo escopo é prestar
uma pesquisa mais aprofundada, com perguntas sobre: antecedentes pessoais,
sociais, psíquicos, familiar, a fim de adquirir informações que revelem a
personalidade do condenado e se este está absorvendo da terapêutica penal.
4. LIVRAMENTO CONDICIONAL
O Livramento Condicional não tem sua origem muito definida, haja vista a
divergência entre alguns historiadores, alguns dizem que surgiu na França entre
1832 e 1847 e outros, que surgiu em Nova York em 1817.
preenchido todos os requisitos necessários estipulados por lei, cujos são mais
“rigorosos” do que para uma progressão de regime, onde exige somente o requisito
objetivo (lapso temporal para benefício) e subjetivo (bom comportamento carcerário
atestado pelo diretor da unidade prisional)
somada a pena do outro crime, esta, se iguala ou supera 2 (dois) anos, terá direito
ao livramento condicional nos mesmos moldes, insta refrisar que a lei dispõe que a
reincidência para ser considerada em metade da pena deve ser referente a crime
doloso, isto é, se um dos crimes ou todos forem do tipo culposo, o sentenciado terá
direito a benesse com o cumprimento de 1/3 da pena.
Como pressupostos subjetivos, o inciso III elenca suas alíneas “a”, “b”, “c” e
“d” o que deve ser comprovado:
“c” - bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído, este requisito;
Quanto aos requisitos da aliena “c” e “d” é precioso dizer que são requisitos
muito difíceis de serem preenchidos pelos sentenciados, pois, sabido é a
descomunal ausência de trabalho ofertado a sentenciados nas unidades prisionais,
pelo menos, no Estado de São Paulo, pode se dizer que a maior parte das
penitenciárias não contam com vagas de trabalho para todos os condenados,
acabando por muitas vezes sendo um requisito a não ser preenchido pelo
sentenciado, não por desmérito desse, mas sim, por mazelas do Estado, no
entanto, se não for concedida a oportunidade do condenado trabalhar na unidade
prisional, a concessão do livramento condicional não poderá ficar impedida, uma
vez que como já supracitado o sentenciado não deve ser prejudicado pela omissão
do Estado qual tinha o dever de lhe fornecer vaga para trabalho.
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Neste norte:
Por fim, cabe mencionar que com o avento da Lei nº 13.964/2019 (Pacote
Anticrime), o artigo 112, inciso VI, alínea “a” e inciso VIII, trouxe na última parte as
hipóteses em que é vedado o livramento condicional.
5. EXAMES CRIMINOLÓGICOS
Pode se dizer que o exame criminológico surgiu em torno dos anos de 1890,
quando o médico de origem italiana, Cesare Lombroso fazia investigações
biológicas sobre o crime e o criminoso. Durante o Congresso Internacional
Penitenciário de St. Petesburgo no ano de 1980, este afirmou pela primeira vez a
precisão do exame criminológico.
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Verdade seja dita, a pena aplicada ao condenado na teoria tem por escopo
propiciar condições para a reinserção social do preso, por meio da ressocialização:
dos trabalhos, dos estudos, no entanto, a realidade é precária e sem esperança de
uma verdadeira ressocialização.
Leciona Mirabette:
No outro caso, um caso mais peculiar, pois o indivíduo que cumpria pena
pelos crimes de tráfico e porte de armas, solicitou a progressão de regime, pois já
havia cumprido mais da 2/3 de sua reprimenda, cerca de 85%, alcançando o
requisito objetivo, com bom comportamento carcerário, com uma única falta
disciplinar que fora cometida quando estava a menos de 1 ano em cárcere privado,
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A questão a ser abordada aqui, não é qual crime foi o mais grave, pois grave
todos são, mas o que questiona, é a hipocrisia de um indivíduo com praticamente
sua reprimenda cumprida, mais de 85%, que possui todos os requisitos obrigatórios
em lei, preenchidos, ter seu direito negado, por razões infundadas, cheias de
fundamentações baseadas em conjecturas e pontuações sem real impacto, e de
um outro indivíduo, que cometeu ameaçou a vida de não só uma pessoa, mas de
três, sendo duas delas apenas crianças, inocentes, sem ideia alguma da tamanha
crueldade, um indivíduo que demonstrou tamanha frieza, falta de empatia, com
atitude monstruosa, progrediu de regime sem ser examinado por um médico
psiquiatra, um agente altamente competente, estudado para determinado fim,
tendo sido apenas avaliado superficialmente por um médico (clinico geral), pois a
unidade em que estava não contava com médico psiquiatra em seu quadro
funcional.
No entanto nada se vale tudo isso, se nosso sistema é falho, se não forem
respeitados os princípios fundamentais, e o mais importante, o da dignidade
humana. Nos regimes fechados tem-se visto cada vez mais menos
comprometimento com a Constituição Federal e os preceitos básicos do processo
penal executório para impulsionar a ressocialização (ZISMAN, 2016)
Quanto aos direitos e a dignidade da pessoa humana pode se dizer que são
universais, amplo e indivisíveis, respaldam e assegurar o direito à vida, a dignidade,
a liberdade, a igualdade de todas as pessoas, independente de cor, raça, sexo,
religião etc.
(CF/88)
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
(...)
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
(...)
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
(LEP)
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado,
objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em
sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Art. 11. A assistência será:
I - material;
II - à saúde;
III -jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e
moral dos condenados e dos presos provisórios.
Art. 41 - Constituem direitos do preso:
I - alimentação suficiente e vestuário;
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso
e a recreação;
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e
desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias
determinados;
XI - chamamento nominal;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização
da pena;
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da
leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os
bons costumes.
Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal
do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares
ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como pode ser verificado, a Lei de Execução Penal se seguida como deveria,
traria inúmeros benefícios a sociedade, possibilitaria a reinserção de indivíduos
reabilitados e prontos para uma vida digna e não como hoje é presenciado, o
aumento significativo de reincidência.
no presente trabalho, tudo isso acaba por deixar o preso vulnerável e sem uma
percepção de um recomeço.
Por fim, cabe expor que, em 2015, o STF, em julgamento da ADPF 347,
considerou o “Estado de Coisas Inconstitucionais”, considerando a situação prisional
do país como “violação massiva dos direitos fundamentais” sobre a população
carcerária brasileira por omissão do poder público.
REFERÊNCIAS
NOGUEIRA, Paulo Lúcio. Comentários à Lei de Execução Penal. 3.ed. São Paulo:
Saraiva, 1996.
CAPEZ, F. Curso de processo penal. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
DOTTI, René Ariel. Curso de direito penal: parte geral. Rio de Janeiro: Forense,
2001.
BITTENCOUT, Cezar Roberto, Tratado de Direito Penal: Parte Geral, 20ª ed. Ver.,
ampl. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2014.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução Penal. Editora Atlas. 11ª Edição 2004.
BITENCOURT, Cezar Roberto, Manual de Direito Penal Parte Geral. 5ª ed. São
Paulo: Revistas dos Tribunais, 1999.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 23. Ed. São Paulo: Atlas,
2006.
BITENCOURT, Cezar. Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral I: 21ª. Ed.
Revista ampliada e atualizada. São Paulo: Editora Saraiva, 2015.