Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
(Biênio 2001/2002)
-----------SUMÁRIO
ças para votação de matérias de interesse do FLÁVIO ARNS (PT - PR) - Transcurso do
País....... 15396 50° aniversário da Paróquia Nossa Senhora do
Rocio, em Curitiba, Estado do Paraná . 15404
MARÇAL FILHO (PMDB - MS) - Importân-
cia da decisão do Supremo Tribunal Federal so- RUBENS BUENO (Bloco/PPS - PR) - Per-
bre obrigatoriedade de pagamento, pelo Governo fil geopolítico da região litorânea do Estado do
do Estado de Mato Grosso do Sul, de exame de Paraná, segundo a pesquisa "Fala Litoral'" reali-
DNA a pessoas com direito a justiça gratuita . 15396 zada pelo Partido Popular Socialista. .. . 15405
PAULO FEIJÓ (PSDB - RJ) - Críticas ao LUIZ CARLOS HAULY (PSDB - PR) - Te-
posicionamento de setores do Partido da Frente mas debatidos na la Reunião Plenária do Fórum
Liberal quanto à obstrução da pauta de votação Interparlamentar das Américas, realizada na ci-
do Congresso Nacional por questões judiciais en- dade do México, México, e na Reunião Inaugural
volvendo a ex-Governadora Roseana Sarney, do do Fórum Interparlamentar das Américas, em
Estado do Maranhão . 15397 Ottawa, Canadá. Participação do orador nos
eventos. Excelência da atuação do Ministro da
BEN-HUR FERREIRA (PT - MS) - Cresci-
Educação, Paulo Renato Souza. Avanços do se-
mento da adesão popular à candidatura de Luiz
tor educacional. . 15405
Inácio Lula da Silva à Presidência da República,
segundo o Instituto de Pesquisas DataFolha. FRANCISCO RODRIGUES (PFL - RR) -
Importância da formação de aliança política para Incremento do intercâmbio comercial entre o Bra-
o sucesso do candidato petista no pleito eleitoral. 15398 sil e a República da Polônia . 15410
MÁRIO NEGROMONTE (PPB - BA) - Ho- JOÃO TOTA (PPB - AC) - Anúncio da pos-
menagem póstuma ao ex-Deputado Federal João se do Prefeito Isnard Leite, do Município de Rio
Gonçalves de Carvalho Sá. 15398 Branco, Estado do Acre. Lançamento, pelo Movi-
JORGE KHOURY (PFL - BA) - Anúncio de mento Democrático Acreano, da candidatura de
candidaturas de membros do Partido da Frente Flaviano Melo ao Governo Estadual........... 15410
Liberal do Estado da Bahia a cargos eletivos. JAOUES WAGNER (PT - BA) - Protesto
Discurso proferido pelo ex-Senador Antonio Car- contra a suspensão do fornecimento de merenda
los Magalhães por ocasião da transmissão do escolar em Municípios do Estado da Bahia.
cargo pelo Governador César Borges. 15399 Assassinato, pelo tráfico internacional de órgãos,
PAULO ROCHA (PT - PA) - Conveniência de crianças brasileiras adotadas irregularmente.
de rejeição da Medida Provisória n° 14, sobre ex- Aliciamento de mulheres brasileiras por redes de
pansão da oferta de energia elétrica emergencial prostituição européias. 15412
com repasse de gastos ao consumidor. .. 15401 CARLOS SANTANA (PT - RJ) - Necessi-
MARCELO BARBIERI (PMDB - SP) - De- dade de gestão e distribuição adequada dos re-
fesa de apresentação, pelo Partido do Movimento cursos provenientes da Contribuição de Interven-
Democrático Brasileiro, de candidatura própria à ção no Domínio Econômico para o desenvolvi-
Presidência da República. Competência de Ores- mento e a manutenção da infra-estrutura nacio-
tes Ouércia para assunção do Governo do Esta- nal de transportes. 15414
do de São Paulo. 15402 INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) -
ROBERTO ARGENTA (PHS - RS) - Reali- Transcurso do 93° aniversário natalício do poeta
zação, pelo Ministério da Previdência e Assistên- popular Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa
cia Social, da Oficina Técnica de Elaboração de do Assaré. Solicitação à Presidência de conces-
Projetos, nos Municípios de Novo Hamburgo e são da Medalha do Mérito Legislativo ao nonage-
Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul. 15403 nário.. 15414
NELSON MAROUEZELLI (PTB - SP) - GILBERTO KASSAB (PFL - SP) - Conve-
Desempenho do Ministro-Chefe do Gabinete de niência de flexibilização da Consolidação das
Segurança Institucional da Presidência da Repú- Leis do Trabalho. 15416
blica, general Alberto Cardoso. Natureza eleitore- ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) -
ira de críticas formuladas contra a Agência Brasi- Transcurso do 9° aniversário de fundação da
leira de Inteligência........... 15403 Associação dos Aposentados e Pensionistas dos
ARNON BEZERRA (PSDB - CE) - Anún- Correios e Telégrafos do Estado de São Paulo -
cio da posse de Paulo Rubens Fontenele Albu- 5 de abril................................................................ 15417
querque na Secretaria de Infra-Estrutura do Esta- MAGNO MALTA (Bloco/PL - ES) -
do do Ceará. 15404 Necrológio do Pastor Antônio Veiga da Silva, da
1515R Quinta-temi II mARIO DA ('AMARA DOS DFPLJTADOS Abril ,i<: 2002
Igreja Assembléia de Deus, de Barra de São lho aos empresários Aline Teles Chaves e Fran-
Francisco, Estado do Espírito Santo..................... 15417 cisco Cavalcante Dias. 15442
JOSÉ DIRCEU (PT - SP) - Capacidade de IÉDIO ROSA (PFL - RJ. Pela ordem.) -
mobilização social do Partido dos Trabalhadores. Artigo "O nosso petróleo", de autoria do Diploma-
Expectativa de vitória do candidato petista nas ta Luis Fernando Panelli César, publicado no jor-
eleições presidenciais " 15418 nal O Estado de S. Paulo. 15442
EUNíCIO OLIVEIRA (PMDB - CE) - JoAo MENDES (PFL - RJ. Pela ordem.)
Realização do 20 Encontro Nacional de Convivência - Defesa de convocação do jogador Romário
com o Semi-Árido do Nordeste Brasileiro, em de Souza Farias para a Seleção Brasileira de
Caucaia, Estado do Ceará. Potencial econômico do Futebol " ,""... 15444
semi-árido nordestino. 15418
ANDRÉ BENASSI (PSDB - SP. Pela or-
NELO RODOLFO (PMDB - SP) -
dem,) - Expectativa de cumprimento de acordo
Congratulação ao Presidente da UNIFMU, Prol.
para desobstrução da pauta de votação da Casa, 15445
Edevaldo Alves da Silva, pelo alto índice de
aprovação de Bacharéis em Direito no 1140 TELMA DE SOUZA (PT - SP. Pela ordem.)
Exame da Ordem dos Advogados do Brasil. 15420 - Realização de audiência pública pela Comis-
são de Viação e Transportes para debate sobre a
V - Grande Expediente
regionalização do Porto de Santos, no Estado de
JORGE ALBERTO (PMDB - SE) - Inércia
São Paulo, , ""...... 15446
na condução dos trabalhos parlamentares.
Descrédito da sociedade brasileira na atuação do FEU ROSA (PSDB - ES, Pela ordem.) -
Congresso Nacional. Importância de aprovação Excelência do desempenho da empresa Aracruz
da medida provisória sobre renegociação de Celulose, com base operacional no Estado do
dívidas dos agricultores. Urgente necessidade de Espirito Santo "" " " " " .. ", ,...... 15446
inclusão na pauta de projetos relativos à área MARIA DO CARMO LARA (pT - MG, Pela
social e das propostas de reforma tributária e ordem.) - Transcurso do Dia Mundial da Água -
politica. Apoio à iniciativa do Tribunal Superior 22 de março .... "" ......... "",,"" .. ,,' 15447
Eleitoral referente à decisão sobre verticalização
das coligações partidárias....... 15421 JOSÉ CARLOS COUTINHO (Bloco/PFL -
RJ. Pela ordem,) - Urgência do término do confli-
ALDO ARANTES (Bloco/PCdoB - GO. to entre palestinos e judeus no Oriente Médio, .. ". 15449
Pela ordem.) - Apoio ao projeto de decreto legis-
lativo destinado à sustação de decisão do Tribu- EXPEDITO JÚNIOR (PSDB - RO. Pela or-
nal Superior Eleitoral sobre verticalização de coli- dem.) - Êxito da gestão do ex-Ministro da Saúde
gações partidárias. .. 15425 José Serra "" """ ".,,",, """".,, 15449
ROBERTO ARGENTA (PHS - RS, Pela or-
DR. HÉLIO (Bloco/PDT - SP. Pela ordem.)
dem.) - Realização, pelo Ministério da Previdên-
- Apresentação de projeto de lei sobre obrigatori-
cia e Assistência Social, da Oficina Técnica de
edade de inserção em cláusula de contrato mú-
Elaboração de Projetos, nos Municípios de Novo
tuo, ou contratos de financiamento firmado junto
a instituição financeira, de dispositivo para garan- Hamburgo e Caxias do Sul, Estado do Rio Gran-
de do Sul. .. "" ... " .. " ...... "" .. , ..... " ...... "" ...... ,,' 15450
tia da liquidação antecipada de débito com redu-
ção proporcional de juros e outros encargos. LUCIANO ZICA (PT - SP. Pela ordem,) -
Encaminhamento de requerimento de informa- Lançamento de livro sobre a história do Muni-
ções ao Ministério das Comunicações sobre o cípio de Campinas, Estado de São Paulo, de
sistema de segurança de quiosques eletrônicos. .. 15426 autoria do ex-Prefeito Municipal Antônio da
Costa Santos, no Espaço Cultural Zumbi dos
ALMERINDA DE CARVALHO (PPB - RJ) -
Palmares ... " .... " ....... """" ..... ",,.. 15450
Complexidade das causas do quadro de
insegurança e violência reinante no Pais. JOSÉ DE ABREU (PTN - SP, Como Lider.)
Fenômenos envolvidos na problemática e - Balanço das atividades do Partido Trabalhista
necessidade de encaminhamento de soluções. 15427 Nacional. Lançamento das candidaturas de Mar-
cos Arruda, ao Governo do Distrito Federal, e de
VI - Ordem do Dia
Enéas Camargo e Milton Cintra, ao Senado Fe-
MAURO BENEVIDES (PMDB - CE. Pela
deral, , ,."" , ,"" '" ,.'" ., ., .. ,,. ,. ,. ,. ,.. , ,' '" 15451
ordem.) - Transcurso do 1360 aniversário da
Associação Comercial do Ceará. Outorga do Tro- ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP Pela
féu Carnaúba ao empresário José Abrahão ordem.) - Protesto contra funcionamento das Co-
Otoch e da Medalha José Gentil Alves de Carva- missões simultaneamente com a Ordem do Dia... 15451
.\bnl de 2002 DI.\RIO IH ('AMARA ])OS ]WJ>l! 1\I)OS (}uinla-kira 11 I.' 1.'0
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Determina- PAULO DELGADO (PT - MG. Pela ordem.)
ção de imediato encerramento dos trabalhos das - Assinatura de tratado de paz entre a União Na-
Comissões. 15451 cional para a Independência Total de Angola e o
Movimento Popular de Libertação de Angola, na
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Discussão,
África. Artigo "Itamaraty tem vergonha do seu
em turno único, da Medida Provisória n° 14, de
êxito em Angola", de jornalista Elio Gaspari, pu-
2001, que dispõe sobre a expansão da oferta de
blicado no jornal O Globo. 15455
energia emergencial e dá outras providências. ..... 15451
JOSÉ DIRCEU (PT - SP. Pela ordem.) -
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Requeri-
Repúdio do Partido dos Trabalhadores às ações
mento de retirada da medida provisória de pauta. 15451 de Israel contra o povo palestino. Discordância
Usaram da palavra para encaminhamento do partido com a realização de manifestações
da votação os Srs. Deputados ALOIZIO anti-semitistas.... 15457
MERCADANTE (PT - SP), ARNALDO FARIA DE ROBERTO BALESTRA (PPB - GO. Pela or-
SÁ (PTB - SP). 15451 dem.) - Solicitação à Presidência de realização
Usou da palavra pela ordem o Sr. Depu- de gestões junto ao Ministério da Fazenda para li-
tado PROFESSOR LUIZINHO (PT - SP). 15452 beração de recursos de emendas orçamentárias. .. 15457
Usaram da palavra para orientação das res- PRESIDENTE (Aécio Neves) - Resposta
pectivas bancadas os Srs. Deputados FERNANDO ao Deputado Roberto Balestra. 15457
FERRO (PT - PE), SÉRGIO NOVAIS (Bloco/PSB HAROLDO LIMA (Bloco/PCdoB - BA. Pela
- CE), BISPO RODRIGUES (Bloco/PL - RJ), ordem.) - Defesa de restabelecimento da paz no
RICARDO FERRAÇO (Bloco/PPS ES), Oriente Médio. Condenação às ações empreen-
FERNANDO GONÇALVES (PTB - RJ), ODELMO didas pelo exército israelense em território pales-
LEÃO (PPB - MG), WAGNER ROSSI (PMDB - tino. Conivência dos Estados Unidos da América
SP), MARCIO FORTES (PSDB RJ), com a política belicista do Governo de Israel. ....... 15457
PAUDERNEY AVELlNO (PFL - AM), ARNALDO
EURípEDES MIRANDA (Bloco/PDT - RO.
MADEIRA (PSDB - SP). 15452
Pela ordem.) - Apoio aos projetos de lei de inte-
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Rejeição do resse dos servidores do Ministério Público Federal
requerimento....... 15453 e do Poder Judiciário. 15458
PROFESSOR LUIZINHO (PT - SP Pela or- ENI VOLTOLlNI (PPB - SC Pela ordem.) -
dem.) - Pedido de verificação de votação. 15454 Posicionamento do Partido Progressista Brasilei-
ro com relação à Medida Provisória n° 14, de
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Deferimen- 2002, sobre expansão da oferta de energia elétri-
to da solicitação do Deputado Professor Luizinho. 15454 ca emergencial. 15458
Usaram da palavra para orientação das res- LUIZ SÉRGIO (PT - RJ. Pela ordem.) -
pectivas bancadas os Srs. Deputados PROFESSOR Repúdio à proposta de aumento de tarifas de
LUIZINHO (PT - SP), SÉRGIO NOVAIS (Bloco/PSB energia elétrica sob pretexto de ressarcimento de
- CE), BISPO RODRIGUES (Bloco/PL - RJ), prejuízos sofridos por empresas do setor em de-
ODELMO LEÃO (PPB - MG), DR. HÉLIO (Blo- corrência das medidas de racionamento de ener-
co/PDT - SP), HENRIQUE FONTANA (PT - RS). 15454 gia implantadas pelo Governo Federal. 15458
GUSTAVO FRUET (PMDB - PR - Pela or- DARCíSIO PERONDI (PMDB - RS Pela
dem) - Fase dos trabalhos da Comissão Parla- ordem.) - Solicitação aos parlamentares de com-
mentar de Inquérito destinada à investigação das parecimento ao plenário para apreciação da
relações do Banco Central do Brasil com o siste- Ordem do Dia. 15459
ma financeiro privado. Solicitação à Presidência
NEIVA MOREIRA (Bloco/PDT - MA. Pela
de convocação de Líderes e dos membros da
ordem.) - Apresentação de projetos de lei sobre
CPI para comparecimento às reuniões do órgão.. 15455
alteração do Código de Defesa do Consumidor e
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Resposta sobre obrigatoriedade de inserção de alerta aos
ao Deputado Gustavo Fruet............... 15455 consumidores em embalagens de alimentos ge-
neticamente modificados. Encaminhamento de
Usou da palavra pela ordem o Sr. Deputado
requerimento de informações ao Banco Nacional
DARCislO PERONDI (PMDB - RS). ... 15455
de Desenvolvimento Econômico e Social sobre a
Usou da palavra para orientação da res- aplicação, no Fundo de Desenvolvimento Regio-
pectiva bancada o Sr. Deputado WELLlNGTON nal, de recursos oriundos da privatização de em-
DIAS (PT - PI). 15455 presas estatais no Estado do Maranhão. .. 15459
I 'i 160 Quillta-Ieira 11 DIARIO DA ('/\MARA DOS IWl'lJl ADOS Abril de 2002
MIRIAM REID (Bloco/PSB - RJ. Pela or- MARCOS ROLlM (PT - RS. Pela ordem.)-
dem) - Apoio às reivindicações dos servidores da Considerações acerca da apreciação, pela Casa,
Justiça Federal e do Ministério Público Federal. .... 15459 de mensagem presidencial referente à nova lei
HAROLDO LIMA (Bloco/PCdoB - BA. Pela antidrogas....... 15464
ordem.) - Solicitação à Presidência de esclareci- FERNANDO FERRO (PT - PE. Pela or-
mento sobre o tempo estabelecido para votação dem.) - Apoio ao Ministro Miguel Reale Júnior,
de matérias constantes da Ordem do Dia . 15459 da Justiça, peia provocação do debate sobre li-
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Resposta beralização do uso de maconha no País. Posicio-
ao Deputado Haroldo Lima . namento, do orador, contrário à liberalização ....... 15465
15460
MAGNO MALTA (Bloco/PL - ES. Pela or- Usou da palavra para orientação da res-
dem.) - Repúdio ao posicionamento do Ministro pectiva bancada o Sr. Deputado LUIS CARLOS
da Justiça, Miguel Reale Júnior, favorável à lega- HEINZE (PPB - RS). .. . 15465
lização de drogas no País . 15460 JOÃO EDUARDO DADO (Bloco/PDT - SP
Usaram da palavra para orientação das Pela ordem) - Defesa de inclusão na pauta da
respectivas bancadas os Srs. Deputados Medida Provisória n° 2.175-29, de 2001, referen-
PROFESSOR LUIZINHO (PT - SP), RICARDO te à reestruturação da Carreira Auditoria do Te-
FERRAÇO (Bloco/PPS - ES), BISPO RODRIGUES souro Nacional e à organização da Carreira Audi-
(Bloco/PL - RJ) .. 15460 toria-Fiscai da Previdência Social e da Carreira
WILSON SANTOS (PSDB - MT. Pela Auditoria-Fiscal do Trabalho .. 15465
ordem) - Balanço dos sete anos do Governo PROFESSOR LUIZINHO (PT - SP Pela or-
Fernando Henrique Cardoso . 15460 dem.) - Justificativa da ausência dos Deputados
Usou da palavra para orientação da res- Nilmário Miranda e Walter Pinheiro da presente
pectiva bancada o Sr. Deputado HAROLDO LIMA sessão . 15465
(Bloco/PCdoB - BA) . 15461 PRESIDENTE (Aécio Neves) - Encerra-
MAURO LOPES (PMDB - MG. Pela or- mento da votação. Rejeição do requerimento ....... 15466
dem.) - Visita, à Casa, de Vereadores de Campo Usaram da palavra pela ordem, para regis-
Belo, Estado de Minas Gerais . 15461 tro de voto, os Srs. Deputados BABÁ (PT - PA),
PAUDERNEY AVELlNO (PFL - AM. Pela CUNHA BUENO (PPB - SP), ALDO REBELO
ordem.) - Elogio ao Governador Amazonino (Bloco/PCdoB - SP), CONFÚCIO MOURA
Mendes, do Estado do Amazonas, pela decisão (PMDB- RO). . . 15476
de permanência no cargo. .. .. 15461
Usou da palavra para proferir parecer à
FERNANDO GABEIRA (PT - RJ. Pela or- medida provisória, em substituição à Comissão
dem.) - Réplica ao pronunciamento do Deputado Mista do Congresso Nacional, o Sr. Deputado
Magno Malta sobre a entrevista do Ministro da JOSÉ CARLOS ALELUIA (PFL - BA) . 15476
Justiça ao jornal O Globo . 15462
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Requeri-
CARLlTO MERSS (PT - SC. Pela ordem) - mento de adiamento da discussão do Medida
Apresentação de projeto de lei sobre instituição do Provisória n° 14, de 2001 , por duas sessões ........ 15490
Programa de Desenvolvimento da Região do
Contestado . Usou da palavra pela ordem, para regis-
15462
tro de voto, o Sr. Deputado JOÃO MAGNO (PT
MARCELO TEIXEIRA (PMDB - CE. Pela -MG). 15490
ordem) - Transcurso do 276 0 aniversário de fun-
dação de Fortaleza, Estado do Ceará 15463 FERNANDO FERRO (PT - PE. Pela or-
dem) - Solicitação à Presidência de distribuição
POMPEO DE MATTOS (Bloco/PDT - RS.
de cópias do relatório aos parlamentares. 15490
Pela ordem.) - Criticas a declaração do Ministro
Miguel Reale Júnior, da Justiça, favorável à libe- PRESIDENTE (Aécio Neves) - Deferimen-
ração do uso de maconha no País . 15463 to do pedido do Deputado FERNANDO FERRO
(PT - P E ) . . . . . . 15490
MAGNO MALTA (Bloco/PL - ES. Pela or-
dem.) - Réplica ao pronunciamento do Deputado Usaram da palavra pela ordem, para regis-
Fernando Gabeira..... . . 15464 tro de voto, os Srs. Deputados ESTHER GROSSI
(PT - RS), ROBÉRIO ARAÚJO (Bloco/PL - RR) .. 15490
BETa ALBUQUERQUE (Bloco/PSB - RS.
Pela ordem.) - Defesa de retirada de pauta da Usou da palavra para encaminhamento da
Medida Provisória n° 14, de 2001, referente à ex- votação o Sr Deputado FERNANDO FERRO (PT
pansão da oferta de energia emergencial. .. 15464 - PE).......... .. .. 15490
:\bnl (k 2002 mARIO DA CAMAR.\ DOS DI;PUL\DOS QUllIla-/clra 11 15161
Usaram da palavra para orientação das res- Usaram da palavra para discussão da ma-
pectivas bancadas os Srs. Deputados PROFESSOR téria os Srs. Deputados RODRIGO MAIA (PFL -
LUIZINHO (PT - SP), HAROLDO LIMA (Blo- RJ), ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) .. '" 15499
co/PCdoB - BA), MIRO TEIXEIRA (Bloco/PDT - RJ), PRESIDENTE (Aécio Neves) - Requeri-
BISPO RODRIGUES (BlocolPL - RJ), FERNANDO menta para encerramento da discussão da Medi-
GONÇALVES (PTB - RJ). 15491 da Provisória n° 14, de 2001 . 15500
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Rejeição do
Usou da palavra para encaminhamento da
requerimento.......... 15492
votação o Sr. Deputado LUCIANO ZICA (PT -
Usaram da palavra pela ordem, para registro SP) . 15500
de voto, os Srs. Deputados AUGUSTO FARIAS
Usaram da palavra para orientação das
(PPB - AL), ANIVALDO VALE (PSDB - PAi, PAULO
respectivas bancadas os Srs. Deputados DR.
OCTÁVIO (PFL - DF), AUGUSTO NARDES (PPB
HÉLIO (Bloco/PDT - SP), HAROLDO LIMA -
-RS) . 15492
HENRIQUE FONTANA. .. 15500
Usou da palavra para discussão da matéria
o Sr. Deputado FERNANDO CORUJA (Blo- PRESIDENTE (Aécio Neves) - Aprovação
co/PDT - SC) . do requerimento. Encerramento da discussão. 15502
15493
Usaram da palavra pela ordem, para regis- PRESIDENTE (Aécio Neves)
tro de voto, os Srs. Deputados JOSÉ CARLOS Requerimento de adiamento da votação da
COUTINHO (Bloco/PFL - RJ), ROMEL ANIZIO Medida Provisória n° 14, de 2001, por duas
(PPB - MG), FETTER JÚNIOR (PPB - RS), sessões. 15502
JOÃO MAGNO (pT - MG)................................... 15494 Usaram da palavra para encaminhamento
Usou da palavra pela ordem o Sr. Deputado da votação os Srs. Deputados AVENZOAR
FERNANDO FERRO (PT - PElo 15494 ARRUDA (PT - PB), ARNALDO FARIA DE SÁ
(PTB - SP). 15502
Usou da palavra para discussão da matéria
o Sr. Deputado MARCIO FORTES (PSDB - RJ).. 15494 PRESIDENTE (Aécio Neves) - Votação do
requerimento......................................................... 15503
Usou da palavra pela ordem, para pedido
de registro de voto, o Sr. Deputado ADÃO PRETIO Usaram da palavra para orientação das
(PT - RS)... 15495 respectivas bancadas os Srs. Deputados JORGE
Usou da palavra para discussão da matéria BITIAR (PT - RJ), DR. HÉLIO (Bloco/PDT - SP). 15503
o Sr. Deputado SÉRGIO MIRANDA (Blo- PRESIDENTE (Aécio Neves) - Rejeição do
co/PCdoB - MG). 15495 requerimento.......................... 15504
Usaram da palavra pela ordem os Srs. De- PRESIDENTE (Aécio Neves) - Requeri-
putados VIVALDO BARBOSA (Bloco/PDT - RJ), mento de preferência para votação da Medida
ODELMO LEÃO (PPB - MG).... 15495 Provisória n° 14, de 2001, em face de seu projeto
Usou da palavra o Sr. Deputado JOSÉ de lei de conversão. 15504
CARLOS ALELUIA (PFL - BA), Relator da ma- FERNANDO CORUJA (Bloco/PDT - SC.
téria. 15496 Pela ordem.) - Retirada do requerimento............ 15504
Usou da palavra pela ordem, para registro de Usou da palavra para encaminhamento da
voto, o Sr. Deputado HERCULANO ANGHINETII votação da matéria o Sr. Deputado FERNANDO
(PPB - MG). 15496 CORUJA (Bloco/PDT - SC). 15504
Usaram da palavra para discussão da ma- Usaram da palavra pela ordem, para regis-
téria os Srs. Deputados LUIZ CARLOS HAULY tro de voto, os Srs. Deputados LAURA
(PSDB - PR), FERNANDO FERRO (PT - PE)..... 15496 CARNEIRO (PFL - RJ), JOÃO MAGALHÃES
Usou da palavra pela ordem, para registro (PMDB - MG). 15505
de voto, o Sr. Deputado PINHEIRO LANDIM Usaram da palavra para encaminhamento
(PMDB - CE)............. 15498 da votação da matéria os Srs. Deputados
Usou da palavra para discussão da matéria RODRIGO MAIA (PFL - RJ), JOÃO PAULO (PT
o Sr. Deputado POMPEO DE MATIOS (Blo- - SP), LUIZ CARLOS HAULY (PSDB - PR). 15505
co/PDT - RS). 15498
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Votação do
ALBERTO GOLDMAN (PSDB - SP. Pela Projeto de Lei de Conversão oferecido pelo Rela-
ordem.) - Réplica ao pronunciamento do Depu- tor, incluindo a alteração do artigo 4°, § 1°, res-
tado Pompeo de Matos. 15499 salvados os destaques. 15509
15162 Quinta-feira II DI:\f{[O DA ('AMARA DOS DFPU \AD()S Abril <I.: 2002
Usaram da palavra para orientação das Usou da palavra para orientação da res-
respectivas bancadas os Srs. Deputados pectiva bancada o Sr. Deputado ODELMO LEÃO
HAROLDO LIMA (Bloco/PCdoB - BA), MIRO (PPB - MG). 15526
TEIXEIRA (Bloco/PDT - RJ), ROBERTO
Usaram da palavra pela ordem os Srs. De-
JEFFERSON (PTB - RJ), BISPO RODRIGUES
putados ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP),
(Bloco/PL - RJ), ODELMO LEÃO (PPB - MG),
PAULO GOUVÊA (PFL - SC) . 15526
JORGE BITIAR (PT - RJ), WAGNER ROSSI
(PMDB - SP), MARCIO FORTES (PSDB - RJ), Usou da palavra pela ordem, para registro
INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL - PE), ARNALDO de voto, o Sr. Deputado MARCELO CASTRO
MADEIRA (PSDB - SP). 15521 (PMDB - PI) . 15527
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Aprovação Usou da palavra para orientação da res-
do projeto de lei de conversão (MPV n° 14/01)..... 15523 pectiva bancada o Sr. Deputado IVAN PAIXÃO
(Bloco/PPS - SE) . 15527
PROFESSOR LUIZINHO (PT - SP. Pela
ordem.) - Pedido de verificação de votação .. 15523 Usou da palavra pela ordem a Sr" Deputada
SOCORRO GOMES (Bloco/PCdoB - PA) .. 15527
PRESIDENTE (Aécio Neves)
Deferimento do pedido do Deputado Professor Usaram da palavra pela ordem, para
Luizinho. .. . 15523 registro de voto, os Srs. Deputados JOÃO
GRANDÃO (PT - MS), ANGELA GUADAGNIN
Usaram da palavra para orientação das (PT - SP), TELMA DE SOUZA (PT - SP),
respectivas bancadas os Srs. Deputados CARLOS BATATA (PSDB - PE), RENATO
ODELMO LEÃO (PPB - MG), JOSÉ ANTONIO
VIANNA (PMDB - SC) .. 15527
ALMEIDA (Bloco/PSB - MA), MARCIO FORTES
(PSDB - RJ), FERNANDO CORUJA (Bloco/PDT PRESIDENTE (Aécio Neves) - Encerra-
-SC) .. 15524 mento da votação. .. .. 15527
Usou da palavra pela ordem, para registro Aprovação do projeto de lei de conversão,
de voto, o Sr. Deputado L1NCOLN PORTELA ressalvados os destaques .. 15528
(Bloco/PSL - MG). . 15524 Apresentação de proposlçoes:
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Aviso ao ALOíZIO MECADANTE E PAULO DELGADO,
Plenário sobre o horário de início da Ordem do OSMAR SERRAGLlO, MARCOS AFONSO,
Dia da sessão extraordinária prevista para o dia RONALDO VASCONCELLOS, CUNHA
11 de abril de 2002. Importância do BUENO, DR. HÉLIO, SILAS CÃMARA, CHICO
comparecimento dos deputados à sessão . 15524 DA PRINCESA, BISPO RODRIGUES,
ROBERTO ARGENTA, BISPO RODRIGUES,
Usou da palavra pela ordem, para registro
REMI TRINTA, PIMENTEL GOMES, JOSÉ
de voto, o Sr. Deputado LAíRE ROSADO (PMDB
-RN). . PRIANTE, JAIR MENEGUELLI E OUTROS,
15524
JOSÉ CARLOS COUTINHO E OUTROS, JOSÉ
Usou da palavra pela ordem o Sr. Deputado CARLOS COUTINHO, LUIZ SÉRGIO,
L1NCOLN PORTELA (Bloco/PSL - MG) .. 15524 ORLANDO FANTAZZINI, UNO ROSSI,
Usou da palavra para orientação da res- MAGNO MALTA, LUIZ RIBEIRO, NEIVA
pectiva bancada o Sr. Deputado HENRIQUE MOREIRA, CARLlTO MERSS, IRIS SIMÕES,
FONTANA (PT - RS). . 15524 DR. EVILÁSIO, MOREIRA FERREIRA E
Usou da palavra pela ordem o Sr. Deputado OUTROS, DR. EVILÁSIO, JOSÉ PRIANTE,
RUBENS BUENO (Bloco/PPS - PR) .. INÁCIO ARRUDA, FERNANDO GABEIRA,
15525
JOÃO SAMPAIO, MARCELO BARBIERI,
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Aviso ao TELMO KIRST, JOSÉ PIMENTEL, MARÇAL
Plenário sobre encerramento da sessão após o FILHO, MARCOS ROLlM, RENATO ViANA . 15537
término da presente votação e convocação de
sessão extraordinária para a presente data. ....... 15525 VII - Encerramento
3 - ATA DA 63" SESSÃO DA CÃMARA DOS
Usaram da palavra para orientação das DEPUTADOS, EXTRAORDINÁRIA, NOTURNA, DA
respectivas bancadas os Srs. Deputados 4" SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA, DA 51"
PROFESSOR LUIZINHO (PT - SP), HAROLDO LEGISLATURA, EM 10 DE ABRIL DE 2002
LIMA (Bloco/PCdoB - BA) .. 15525 I - Abertura da sessão
Usou da palavra pela ordem o Sr. Deputado 11 - Leitura e assinatura da ata da ses-
MARCIO FORTES (PSDB - RJ) . 15525 são anterior
Aoril d~ 2002 DL\RI<) IH ('AM.\RA DOS IWPlJT\()OS QUlIIla-kira 11 1:'\1(,3
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Requeri- DAMIÃO FELlCIANO (PMDB - PB. Pela or-
mento de Destaque para votação em separado dem.) - Criação da Universidade Federal de
do inciso I, § 1°, do art. 4° do projeto de lei de Campina Grande, Estado da Paraíba . 15602
conversão à Medida Provisória n° 14, de 2001 . .... 15588 Usaram da palavra pela ordem, para regis-
Usou da palavra para encaminhamento da tro de voto, os Srs. Deputados MARCOS DE
votação o Sr Deputado CLEMENTINO COELHO JESUS (Bloco/PL - PE), NICIAS RIBEIRO
(PSDB - PA), FRANCISCO COELHO (PFL -
..
(Bloco/PPS - PElo .. . 15588
MA), PAULO OCTÁVIO (PFL - DF), NARCIO
Usaram da palavra pela ordem, para regis- RODRIGUES (PSDB MG), OSMAR
tro de voto, os Srs. Deputados OLlMPIO PIRES SERRAGLlO (PMDB - PR) .. 15602
(Bloco/PDT - MG), ROBERTO PESSOA (PFL -
JAIME MARTINS (PFL - MG. Pela ordem.)
CE), MARIA LÚCIA (PMDB - MG), MUSSA
DEMES (PFL - PI). 15588 - Manifestação de pesar pelo falecimento ex-Di-
retor Administrativo da TV Minas, Anderson Gio-
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Votação do vani Pereira. Escalada da violência no País .. 15603
dispositivo destacado. 15589
Usou da palavra pela ordem, para registro
Manutenção do dispositivo.......... 15589 de voto, o Sr. Deputado PAULO FEIJÓ (PSDB -
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Requeri- RJ) .. 15604
mento de destaque para votação em separado V - Encerramento
do art. 10 do Projeto de Lei de Conversão à Me- 4 - ATOS DO PRESIDENTE
dida Provisória nO 14, de 2001 15589
a) Exoneração: Marcelo Henrique Alves,
Usou da palavra para encaminhamento da Virgínia Maria de Moraes Mesquita . 15642
votação o Sr. Deputado FERNANDO CORUJA
b) Nomeação: Dulce Ana Cavalcante Melo
(Bloco/PDT - SC)................................... ..... 15589 Bernardi, Leonardo Brandão Santos, Virgínia Ma-
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Votação do ria de Moraes Mesquita .. 15643
dispositivo destacado .. 15590 COMISSÕES
Usou da palavra pela ordem o Sr. Deputado 5 - ATAS DAS COMISSÕES
FERNANDO FERRO (PT - PElo . 15590 a) Comissão de Constituição e Justiça e de
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Manuten- Redação, 1a Reunião (Instalação e Eleição de
ção do dispositivo destacado . 15590 Presidente e Vice-Presidentes) - em 6-3-02; 2a
ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Reunião (Ordinária), em 6-3-02; 3a Reunião
Questão de ordem sobre impossibilidade de vo- (Ordinária), em 7-3-02; 4a Reuníão (Ordinária),
tação da redação final da matéria .. em 12-3-02; 5a Reunião (Ordinária), em 13-3-02;
15590
6 a Reunião (Ordinária), em 19-3-02; 7a Reunião
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Indeferi- (Ordinária), em 20-3-02; Termo de Reunião, em
mento da questão de ordem do Deputado Arnal- 21-8-02; 8a Reunião (Ordinária), em 21-3-02; 9a
do Faria de Sá. .. 15590 Reunião (Ordinária), em 2-4-02; 10" Reunião
ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP. Pela (Ordinária), em 3-4-02; 11" Reunião (Ordinária),
ordem.) - Encaminhamento, à Comissão de em 4-4-02 . 15645
Constituição e Justiça e de Redação, de recurso b) Comissão de Fiscalização Financeira e
contra a decisão da Presidência. .. 15591 Controle, * 4" Reunião (Ordinária), em 21-3-02,
PRESIDENTE (Aécio Neves) - Votação e Termo de Reunião, em 27-3-02 e 5" Reunião
aprovação da redação final. .. 15591 (Ordinária), em 3-4-02 . 15762
Encaminhamento da matéria ao Senado c) Comissão Especial destinada a proferir
Federal..... .. . 15602 parecer ao PL n° 4.874/01 (Estatuto do Despor-
to), * 5" Reunião em 27-11-01, 6" Reunião, em
HENRIQUE FONTANA (PT - RS. Peja or-
28-11-01, 7" reunião, em 4-12-01, 8" reunião, em
dem.) - Necessidade de esclarecimento, pelo
11-12-01 e 9" Reunião, em 12-12-01 . 15776
Partido da Frente Liberal, de irregularidades en-
volvendo a empresa Lunus, pertencente à ex-Go- * Atas com notas taquigráficas
vernadora do Estado do Maranhão Roseana Sar- 6 - PARECERES - Proposta de Emenda à
ney. Defesa de instalação de Comissão Parla- Constituição nOs 113-A/99, 238-A/,00; Projetos de
I 'i 166 Quinla-Ieíra 1I DI:\RIO DA C\MARA DOS DI'PU lADOS Ahril de 2002
Lei nOs 3.890-8/89, 2.183-8/99; Projetos de De- a) Comissão de Economia,lndústria e Co-
eretos Legislativos nOs 989-N01, 912-N01, mércio, em 9-4-02 e 10-4-02. 15897
919-N01, 920-N01, 930-N01, 933-N01,
8 - REDISTRIBUiÇÃO DE PROJETO
958-N01, 989-N01, 1.008-N01, 1.011-N01,
1.019-N01, 1.024-N01, 1.047-N01, 1.055-N01, a) Comissão de Educação, Cultura e Des-
1.069-N01, 1.107-N01, 1.112-N01, 1.119-N01, porto, n° 1-4-02, em 2-4-02 .. 15898
1.164-N01, 1.168-N01, 1 .186-N01, 1 .198-N01,
9- MESA
1 .208-N01, 1.221-N01, 1 .282-N01, 1 .292-N01,
1.303-N01, 1.356-N01, 1.405-N01 e 10 - LíDERES E VICE-LíDERES
1 .420-N01 . 15842 11 - DEPUTADOS EM EXERCíCIO
7 - DESIGNAÇÕES 12 - COMISSÕES
Ahnl de 2002 DI.\RIO DA CArvL\R.\ DOS DI;l'lJ1ADOS QlIillla-kira II 1:'167
ANEXO
VALOR UNITARlO
DENOMINAÇÃO
(EM REAIS)
Secretário Especial de Desenvolvimento Urbano 8.280.00
Secretário de Estado de Assistência Social 8.000,00
Secretário de Estado dos Direitos Humanos 8.000,00
Secretário de Estado de Comunicação do Governo 8.000,00
Comandante da Marinha 8.000,00
Comandante do Exército 8.000,00
Comandante da Aeronáutica 8·090,00
Secretári~C~~deComenciooo 8.000,00
Secretário-Geral de Consultoria 8.000,00
Subdefensor Público Geral da União 7.500,00
Presidente da A2ência Espacial Brasileira 7.500,00
Demais cargos de natureza especial da estrutura da 8.000,00
Presidência da República e dos Ministérios
.\lxil d..: 2002 DIARIO DA. CAM.\R,\ DOS DH!) I.\DOS QUlllw-telra 1I 1'117'1
Lançamento no Centro de Lançamento de Alcântara, ARTIGO V
elaborem um Plano de Controle de Tecnologias, que Dados Técnicos Autorizados para Repasse
inclua elementos pertinentes deste Acordo. O Gover-
1.Este Acordo não permite e o Governo da
no da República Federativa do Brasil assegurará que
Ucrânia proibirá que os Participantes Ucranianos
os Representantes Brasileiros cumpram com as suas
prestem qualquer assistência aos Representantes
obrigações, conforme venha a ser estabelecido nos
Brasileiros no concernente ao projeto e desenvolvi-
Planos de Controle de Tecnologias. O Governo da
mento de Veículos de Lançamento, Equipamentos da
Ucrânia assegurará que os Participantes Ucranianos
Plataforma de Lançamentos. Espaçonaves e/ou Equi-
cumpram também com as suas obrigações, conforme
pamentos Afins, a menos que tal assistência seja au-
venha a ser estabelecido nos Planos de Controle de
torizada pelo Governo da Ucrânia.
Tecnologias. Em caso de conflito entre os dispositivos
deste Acordo e os dispositivos de qualquer Plano de 2. O Governo da República Federativa do Brasil
Controle de Tecnologias, prevalecerão os dispositivos não repassará e proibirá o repasse por Representan-
deste Acordo. tes Brasileiros de quaisquer dados concernentes a
Veículos de Lançamento, Equipamentos da Platafor-
6. As Partes envidarão seus melhores esforços
ma de Lançamentos, Espaçonaves, Equipamentos
para assegurar o recebimento tempestivo da(s)
Afins e/ou Dados Técnicos sem a prévia autorização
sua(s) respectiva(s) licença(s) para a conclusão das
por escrito do Governo da Ucrânia.
Atividades de Lançamento. Caso o Governo da Ucrâ-
nia chegue à conclusão de que qualquer dos disposi- 3. O Governo da Ucrânia envidará seus melho-
tivos deste Acordo ou dos Planos de Controle de Tec- res esforços para assegurar que os Licenciados Ucra-
nologias para quaisquer Atividades de Lançamento nianos forneçam aos Licenciados Brasileiros a infor-
tenha sido infringido, poderá suspender ou revogar mação necessária relacionada à licença ucraniana
qualquer (quaisquer) licença(s) de exportação relaci- e/ou á autorização de repasse, inclusive informação
onada(s) aos referidos lançamentos. Caso o Governo sobre os itens repassados de acordo com tal licença
da República Federativa do Brasil chegue à conclu- ou autorização. O Governo da República Federativa
são de que qualquer dos dispositivos deste Acordo ou do Brasil envidará seus melhores esforços para asse-
dos Planos de Controle de Tecnologias para quais- gurar que os Licenciados Brasileiros forneçam ao Go-
quer Atividades de Lançamento tenha sido infringido, verno da República Federativa do Brasil a informação
poderá suspender ou revogar qualquer (quaisquer) li- acima mencionada.
cenças) de exportação relacionada(s) aos referidos ARTIGO VI
lançamentos. Controles de Acesso
a) No caso de qualquer dessa(s) licen- 1. Para qualquer lançamento regulado por este
ça(s) ou de a(s) licença(s) de exportação Acordo, o Governo da Ucrânia e o .Governo da Repú-
ser(em) suspensa(s) ou revogada(s), a Par- blica Federativa do Brasil supervisionarão e acompa-
te que. procedeu à suspensão ou revogação nharão a implementação dos Planos de Controle de
deverá prontamente notificar a outra Parte e Tecnologias apropriados. O Governo da República
explicar as razões de sua decisão. Federativa do Brasil permitirá e facilitará a supervisão
b) Caso uma licença de exportação e o acompanhamento de todas as Atividades de Lan-
seja revogada pelo Governo da Ucrânia , o çamento pelo Governo da Ucrânia.
Governo da República Federativa do Brasil 2. As Partes assegurarão que somente Partici-
não se poderá opor á decisão e, se neces- pantes Ucranianos, cujos procedimentos de seguran-
sário, deverá facilitar o retorno expedito à ça tenham sido aprovados pelo Governo da Ucrânia
Ucrânia, ou a outro local aprovado pelo Go- controlarão o acesso a Veículos de Lançamento,
verno da Ucrânia, de conformidade com o Equipamentos da Plataforma de Lançamentos, Espa-
estabelecido na licença de exportação emiti- çonaves, Equipamentos Afins e Dados Técnicos
da pelo Governo da Ucrânia, de um Veículo ucranianos. Apenas aos mencionados Participantes
de Lançamento, Equipamentos da Platafor- Ucranianos será permitido controlar o acesso durante
ma de Lançamentos, Espaçonaves, Equipa- a preparação dos lançamentos, transportes de um
mentos Afins e/ou Dados Técnicos que te- Veiculo de Lançamento, Equipamentos da Plataforma
nham sido trazidos para o território da Re- de Lançamentos, Espaçonaves e Equipamentos
pública Federativa do Brasil. Afins, conexão/desconexão da Espaçonave com o
15176 Quinla-Jeira II DI..... RIO DA CAMARA DOS DEPUI ADOS Ahril de 2(J(J2
Veículo de Lançamento e o retorno dos Equipamen- ARTIGO VII
tos da Plataforma de Lançamentos e dos Equipamen- Procedimentos para Processamento
tos Afins, bem como Dados Técnicos ucranianos à 1. Transporte de Veículos de Lançamento, Equi-
Ucrânia. pamentos da Plataforma de Lançamentos, Espaço-
3. O Governo da Ucrânia terá o direito de, para naves, Equipamentos Afins, Dados Técnicos, inclusi-
qualquer lançamento regulado por este Acordo, ins- ve procedimentos alfandegários.
pecionar e controlar, inclusive eletronicamente, por a) Todo o transporte de Veículos de
meio de sistemas de circuitos fechados de televisão e Lançamento, Equipamentos da Plataforma
outros meios eletrônicos compatíveis com operações de Lançamentos, Espaçonaves, Equipa-
de lançamento e segurança de lançamento, todas as mentos Afins e Dados Técnicos para o terri-
áreas definidas pelas Partes, onde estejam armaze- tório da República Federativa do Brasil, ou
nados os Equipamentos da Plataforma de Lançamen- dele proveniente, será autorizado previa-
tos, Equipamentos Afins e Dados Técnicos dos Licen- mente pelo Governo da Ucrânia e tais itens
ciados Ucranianos, bem como o itinerário pelo qual poderão, a critério do Governo da Ucrânia,
poderão seguir a Espaçonave já montada ou as Car- ser acompanhados por agentes autorizados
gas Úteis já montadas até a Plataforma de Lança- pelo Governo da Ucrânia. O transporte de
equipamentos e tecnologias relacionados as
mento. O Governo da Ucrânia envidará esforços para
Atividades de Lançamento através da fron-
notificar tempestivamente o Governo da República
teira alfandegária ucraniana será levado a
Federativa do Brasil ou os Representantes Brasileiros
cabo de conformidade com as leis e regula-
dessas inspeções ou verificações. Tais inspeções e mentos da Ucrânia
verificações, no entanto, poderão ocorrer sem prévia b) Quaisquer Veículos de Lançamento,
notificação ao Governo da República Federativa do Equipamentos da Plataforma de Lançamen-
Brasil ou aos Representantes Brasileiros. O Governo tos, Espaçonaves, Equipamentos Afins e/ou
da Ucrânia coordenará, juntamente corn o Governo Dados Técnicos transportados para o terri-
da República Federativa do Brasil, as especificações tório da República Federativa do Brasil, ou
e características técnicas de quaisquer equipamen- dele provenientes, relacionados a atividades
tos de monitoramento eletrônico. de lançamento, serão acondicionados em
containeres devidamente lacrados, transpor-
4. O Governo da República Federativa do Brasil
tados, de maneira expedita, através do terri-
dará, tempestivamente, informação ao Governo da Ucrâ-
tório brasileiro e só serão abertos em áreas
nia sobre quaisquer ações que possam criar um conflito
apropriadas, definidas no Centro de Lança-
entre o controle de acesso e os requisitos de monitora-
mento de Alcântara. As autoridades brasilei-
mento especificados pelas Partes, de modo que entendi-
ras competentes receberão do Governo da
mentos adequados possarn ser acordados para salva-
Ucrânia uma declaração por escrito do con-
guardar Veículos de Lançamento, Espaçonaves, Equipa-
teúdo dos referidos containeres lacrados.
mentos da Plataforma de Lançamentos, Espaçonaves,
c) O Governo da Ucrânia exigirá dos
Equipamentos Afins e/ou Dados Técnicos.
Licenciados Ucranianos que forneçam ga-
5. Será solicitado a todas as pessoas portarem, de rantias por escrito de que os containeres la-
forma visível, crachás de identificação, enquanto estive- crados referidos no parágrafo 1.B deste Arti-
rem executando atribuições relacionadas corn Atividades go não contenham nenhuma carga ou equi-
de Lançamento. O acesso às instalações e ás áreas que pamento não relacionados as Atividades de
tenham sido especialmente preservadas para o trabalho Lançamento.
com Veículos de Lançamento e Espaçonaves previsto d) Os Participantes Ucranianos se
neste Acordo, será controlado, exclusivamente, pelo Go- submeterão ao controle de irnigração e al-
verno da Ucrânia ou pelos Licenciados Ucranianos, devi- fândega na República Federativa do Brasil,
damente autorizados pela(s) Licença(s) de Exportação. de acordo com os procedimentos estabele-
Tais crachás que exibirão, nos idiomas português e in- cidos pelas leis e regulamentos brasileiros.
glês, o nome e a fotografia do portador e a autorização e) O Governo da República Federativa
para entrada nas instalações, serão emitidos unicamente do Brasil envidará seus. melhores esforços
pelo Governo da Ucrânia ou pelo Licenciado Ucraniano, para facilitar a entrada, no território da Re-
se autorizado pelo Governo da Ucrânia. pública Federativa do Brasil, de Participan-
,',
~~
2. Qualquer controvérsia entre as Partes, con-
cernente a interpretação e à implementação deste
Acordo, será dirimida por consultas por meio dos ca- FEDERATIVA DO
nais diplomáticos.
ARTIGO X
Dispositivos Finais
1. Este Acordo entrará em vigor mediante troca de Aviso n° 272 - C. Civil.
notas entre as Partes, confirmando que todos os proce- Em 10 de abril de 2002
dimentos e requisitos internos pertinentes para que este
Acordo entre em vigor tenham sido cumpridos. A Sua Excelência o Senhor
2. Este Acordo poderá ser emendado por meio Deputado Severino Cavalcanti
de acordo, por escrito, entre as Partes. Quaisquer Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados
emendas acordadas entrarão em vigor mediante tro- Brasília-DF
ca de notas entre as Partes, confirmando que todos
os procedimentos e requisitos pertinentes à sua en- Senhor Primeiro-Secretário,
trada em vigor tenham sido cumpridos. Encaminho a essa Secretaria Mensagem do
3. Este Acordo poderá deixar de vigorar por inici- Excelentíssimo Senhor Presidente da República rela-
ativa de qualquer uma das Partes, após o decurso do tiva ao texto do Acordo entre o Governo da República
prazo de um ano a partir da data da respectiva denún- Federativa do Brasil e o Governo da Ucrânia em lan-
cia, encaminhada por escrito a outra Parte. çamentos a partir do Centro de Lançamento de
4. As obrigações das Partes, estabelecidas neste Alcântara, celebrado em Kiev, 16 de janeiro de 2002.
Acordo, concernentes à segurança, repasse e uso da Atenciosamente, - Pedro Parente, Chefe da
informação, e à restituição à Ucrânia ou a outro local Casa Civil da Presidência da República.
aprovado pelo Governo da Ucrânia, de Veículos de Do Sr. Almir Gabril, Governador do Estado
Lançamento, Equipamentos da Plataforma de Lança- do Pará, nos seguintes termos:
mentos, Espaçonaves, Equipamentos Afins e/ou Da-
Ofício n° 77/02-GG
dos Técnicos em decorrência de atraso ou cancela-
Belém, 27 de março de 2002
mento de lançamento, ou componentes e/ou destro-
ços de Veículos de Lançamento, Equipamentos da Excelentíssimo Senhor
Plataforma de Lançamentos, Espaçonaves e/ou Equi- Aécio Neves
pamentos Afins, resultante de falha de lançamento, Presidente da Câmara dos Deputados
continuarão a vigorar após a expiração ou término des- Brasília - DF
te Acordo.
5. O Governo da República Federativa do Brasil Senhor Presidente,
autoriza a Agência Espacial Brasileira (AEB) a su-
Com atenciosos cumprimentos agradeço a
pervisionar a implementação deste Acordo. O Go-
gentileza de Vossa Excelência em remeter-me cópia
verno da Ucrânia autoriza a Agência Nacional Espa-
do Relatório Final da Comissão Parlamentar de
cial da Ucrânia a supervisionar a implementação
Inquérito destinada a investigar a ocupação de
deste Acordo.
terras públicas na Região Amazônica, capeada pelo
Em testemunho do que, os abaixo assinados, Ofício SGM/P n° 84, de 4 de mês corrente.
devidamente autorizados pelos seus respectivos Go-
vernos, firmaram este Acordo. Atenciosamente, Almir Gabriel, Governador.
Feito em Kiev, em 16 de janeiro de 2002, em
três exemplares originais, respectivamente nos idio-
mas português, ucraniano e inglês, sendo os três Ciente. Publique-se e, após, arqUi-
textos igualmente autênticos. Em caso de qualquer ve-se
divergência de interpretação, a versão em inglês pre- Em 10-4-2002. - Aécio Neves, Presi-
valecerá. dente.
Abril de 2002 DL\RIO DA ('AMARA DOS DFPlJL\l)OS <.)lJlllla-kira 11
Do Sr. Guido Maltagliati, Presidente da profissionais a cada ano, ao mercado de trabalho
Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, (dados de 2001).
nos seguintes termos: Neste contexto, o referido Projeto de lei so-
Of.APCD/DIR/036-02 mente viria a agravar, e muito, a situação existente.
Por todos esses motivos, e falando em nome de
São Paulo, 21 de março de 2002 seus milhares de associados. a Diretoria da APCD
aprovou o envio de solicitação a V. Ex a para que torne
Exmo Sr.
público aos integrantes dessa Casa o teor desse
Dr. Aécio Neves
ofício, onde fica expresso o repúdio à medida
DD. Presidente da Câmara Federal
proposta, por não atender aos interesses da maioria
Brasilia-DF
dos cirurgiões dentistas e da população paulista e
Senhor Presidente, brasileira.
De nossa parte permaneceremos atentos e
É com extrema preocupação que nós dirigentes
vigilantes em defesa dos interesses de nossos
da APCD - Associação Paulista de Cirurgiões Den-
associados e de toda a classe odontológica, no
tistas - entidade que congrega mais de 40.000 cirur-
sentido de tentar coibir iniciativas dessa natureza que
giões dentistas no Estado de São Paulo, vimos à pre-
em nada contribuem para a melhoria da saúde bucal.
sença de V. Exa. para alertá-lo sobre os graves pre-
Aproveitamos o ensejo para apresentar a V. Ex a o
juízos que o Projeto de Lei n° 5479/01, ora em trami-
penhor de nossa elevada estima e consideração, com
tação por essa Casa, poderá causar, se aprovado, à
calorosos votos de profícua gestão na condução
classe odontológica, que atualmente enfrenta uma
dessa augusta Casa de Leis.
das mais graves crises em sua sobrevivência profis-
sional. Atenciosamente, Guido Maltagliati,
Presidente.
Para surpresa de todos nós o referido projeto
de autoria do deputado Adriano Osório(PFLlDF) À Comissão de Seguridade Social e
visa proibir que cirurgiões dentistas legalmente Família, nos termos do art. 254 do RICD.
graduados, possam exercer a ortodontia, numa Oficie-se e, após, publique-se.
absurda contestação à formação profissional obti- Em 10-4-02 - Aécio Neves, Presi-
da nas faculdades, formação esta indispensável, dente.
necessária e também suficiente para o exercício Do Sr. Senador Ramez Tebet, Presidente do
da profissão. Senado Federal, nos seguintes termos:
Como não consta ser o nobre deputado, autor Of. N° 90/2002-CN
do projeto, um profissional da área odontológica,
não atinamos com as motivações ou possíveis Brasília, 3 de abril de 2002
o
razões da formulação de proposta neste teor, que Exm Sr.
restringe o exercício profissional de uma grande Deputado Aécio Neves
maioria da classe. Presidente da Câmara dos Deputados
Caberia indagar se tal projeto em realidade não Nesta
contemplaria somente interesses alheios à maioria da
classe, ou seja, de empresários da educação, Senhor Presidente,
caracterizando o que se poderia chamar de reserva de Comunico a V. Exa e, por seu alto intermédio, à
mercado. Câmara dos Deputados, que foi lido na sessão do
No caso da eventual aprovação por esse Senado Federal realizada nesta data, às quatorze
Legislativo, por certo essa injustíssima lei viria a horas e trinta minutos, o Projeto de Lei n° 7, de 2002.
causar ainda maior dano a uma classe profissional já do Congresso Nacional, que "Abre ao Orçamento de
duramente penalizada por inúmeros fatores. Investimento, para 2002, em favor da empresa Boa
Importante destacar que o quadro atual da Vista Energia S.A - BOVESA, crédito suplementar
odontologia brasileira é sombrio. Além do mercado no valor de R$ 6.610.000,00, para os fins que
saturado, da redução de poder aquisitivo da especifica", e foi despachado à Comissão Mista de
população, da proliferação de planos e convênios Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização.
odontológicos, da carência de programas públicos Em anexo, encaminho a V. Ex a calendário para
de saúde bucal, soma-se o afluxo da 12.000 novos a tramitação do projeto.
151XO Quinta-feira 11 DIARIO DA ('AMARA DOS DEPUTADOS .\bril de 2002
a
Aproveito a oportunidade para renovar a V. Ex novos Estados ou Territórios Federais após
protestos de estima e consideração. divulgação dos estudos de Viabilidade Esta-
Senador Ramez Tebet, Presidente do Senado dual ou Territorial, mediante aprovação da
Federal. população diretamente interessada, através
de plebiscito e do Congresso Nacional, por
Publique-se. Arquive-se. lei complementar". (NR)
Em 10-04-02. - Aécio Neves, Presi-
Art. 2° Esta Emenda Constitucional entra em
dente.
vigor na de sua publicação.
Do Sr. Deputado Aécio Neves, Presidente
da Câmara dos Deputados, nos seguintes ter-
mos: Justificação
SGM/P n° 384 Propomos nova redação ao parágrafo 3° do
art. 18 da Constituição Federal para evitar uma ava-
Brasília, 11 de abril de 2002.
lanche de proposituras visando a criação de novos
Excelentíssima Senhora Estados ou Territórios, sem qualquer estudo ou ava-
Deputada Vanessa Grazziotin 1iação técnica que indique a viabilidade de tais des-
Gabinete 735 - Anexo 4 membramentos.
Nesta Merece ser destacado também o fato de que
Emenda Constitucional com o mesmo objetivo foi
Senhora Deputada, aprovada no ano de 1996, em que se inseriu a ne-
Faço retornar às mãos da eminente colega a cessidade da elaboração de estudos de viabilidade
Proposta de Emenda à Constituição de autoria de quando da criação de novos municípios.
Vossa Excelência, que "Dá nova redação ao § 3° do Tais estudos, ao nosso ver, devem ser exigi-
art. 18 da Constituição Federal", por não conter nú- dos também quando se tratar de proposta para in-
mero mínimo de assinaturas indicado no inciso I do corporação, subdivisão ou desmembramento de
artigo 60, da Constituição Federal, combinado com Unidades da Federação para formação de novos
o inciso I do artigo 201, do Regimento Interno da Estados ou Territórios.
Câmara dos Deputados. proposição. Sala das Sessões, 04 de abril de 2002. - Depu-
No caso de complementação do número das tada Vanessa Grazziotin - PC do B/AM.
assinaturas, nova deverá ser apresentada direta-
mente em sessão plenária. Ofício n.o 44/2002
Aproveito a oportunidade para renovar mani- Brasília, 9 de abril de 2002
festação de apreço. - Aécio Neves, Presidente.
A Sua Senhoria o Senhor
PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUiÇÃO Dr. Mozart Vianna de Paiva
N° 514, DE 2002 Secretário-Geral da Mesa
(Da Sra. Vanessa Grazziotin) Nesta
Assinaturas Confirmadas
1 AGNElO QUEIROZ PCdoB DF
2 AIRTON CASCAVEL PPS RR
3 AIRTON DIPP PDT RS
4 ALCESTE ALMEIDA PL RR
5 ALCEU COLLARES PDT RS
6 ALDIR CABRAL PFL RJ
7 ALDO ARANTES PCdoB GO
8 ALDO REBELO PCdoB SP
9 ALEXANDRE CARDOSO PSB RJ
10 ALMERINDA DE CARVALHO PPB RJ
11 ANACORSO PT RS
12 ANDRÉ BENASSI PSDB SP
13 ANGELA GUADAGNIN PT SP
14 ANIVALDO VALE PSDB PA
15 ANTÓNIO CARLOS KONDER REIS PFL SC
16 ANTÓNIO DO VALLE PMDB MG
17 ANTONIO FEIJÃO PSDB AP
18 ANTONIO JORGE PTB TO
19 ARLINDO CHINAGLlA PT SP
20 ÁTILA LINS PFL AM
21 AVENZOAR ARRUDA PT PB
22 BABÁ PT PA
23 BADU PICANÇO PL AP
24 BISPO RODRIGUES PL RJ
25 BISPO WANDERVAL PL SP
26 CARLOS MOSCONI PSDB MG
27 CARLOS SANTANA PT RJ
1:'IX2 QUillta-kira I1 D1AR10 IH CAMARA DOS DFPlJL\DOS .\bril de 2002
Abril til: 2002 DIARIO DA ('AMA,RA DOS DFl'llTADOS (,)uinla-fl:ira II I'i I X'i
\I
/I\.~C
~ -
-
~·~TO--r\J10 JORGE PTS-'TO //L"."I /lll.... (!~ I c::
r _ .
~
NTONIO KANDIR PSDB SP / 7
ARACELY DE PAULA PFL MG
,\!)fil de 20112 m\RIO IH CAMARA DOS DFl'lJ lADOS Quinta-kira 1I 151X7
f'...
ARMANDO ABíLlO PSDB PB \j ,
ARMANDO MONTEIRO PMDB PE ~
ARNALDO FARIA DE SA PTB SP \ ~ /'} ........-
ARNALDO MADEIRA PSDB SP
~
7J
ARNON BEZERRA PSDB CE
AROLDE DE OLIVEIRA PFL RJ
ARTHUR VIRGíLIO PSDB AM ~
--
ARY KARA PTB SP :\ f\
ASDRUBAL BENTES PMDB PA I \
ÁTILA UNS PFL AM .c-...J u.JL......A ~ t:::.......-
ÁTILA LIRA PSDB PI
AUGUSTO FARIAS PPB AL / ....
.-
AUGUSTO FRANCO PSDB
-
SE / / \
AUGUSTO NARDES PPB RS //7 r I .......J"'-
AVENZOAR ARRUDA PT PB L .... c---
B. SÁ PSDB PI ,/'/'f/ -
BABÁ PT PA ' I.-? /]- "W~\~ , 1-~
BADU PICANÇO PL AP r
-"IL-"(/. -....... -----rC............ \l
BARBOSA NETO PMDB GO ~/ /'J
BASILIO VILLANI PSDB Pij/'" / ' ~ .
BENITO GAMA PMDB 1éA- J ."
r-
BISPO RODRIGUES
BISPO WANDERVAL
BONIFÁCIO DE ANDRADA
CABO JÚLIO
PL
PL
PSDB
PST
RJ
MG ---~
MG
k~ ~
SP { I\n
I /
( \.
:----- I
'j / \-oi-::.--.. "- "'-
'---J
~
r'
-
CANDINHO MATTOS PSDB RJ
CARUTO MERSS PT SC
CARLOS ALBERTO ROSADO PFL RN
~':lLOS BATATA
--
PSDB PE
CARLOS DUNGA PTB PB --...:.
.-----.
MG , / : - -
-
V".-
CARLOS MOSCONI PSDB
RV
'V~
-
CARLOS NADER PFL ~~ -----/ / .
CARLOS SANTANA
-- PT / , RJ ...., )} n ..:;:4 / ' ~ 4 .-'"
-.
, :..~
----
~
EDISON ANDRINO PMDB SC /'
EDMAR MOREIRA PPB MG / )
EDMUNDO GALDINO PSDB TO J.../t. I",-·J\.. f .A.. // 1'./
EDUARDO BARBOSA PSÕ~ MG .-
L./
J
EDUARDO CAMPOS PSB PF A!J j I..<A jLp/ / ./"'o...---------.~
EDUARDO SEABRA PTB AP V/J I
.'_., ..- --
""
-- -
EFRAIM MORAIS PFL PB /1 1/ /}/ /l/J
ELCIONE BARBALHO PMDB PA '1 -iA / l .-v<.JA/ ArA> ._V b ~ ..-, r
-----
ELIAS MURAD PSDB
--
MG ~
\
ELlSEU MOURA PPB MA /
.~Ic=J:MG
"
ELlSEU
_._-
RESENDE
Abnl <k 2002 \)!AR!O IH C.\.M.\R.-\ DOS I)]:PlJL\IJOS Quinta-feira J I 151 Hl)
EUJÁCIO SIMOES PL BA •
EULER MORAIS PMDB GO
EULER RIBEIRO PFL AM
EUNíCIO OLIVEIRA PMDB CE
EURICO MIRANDA PPB f-R;..::J_+-_ _~".k::..,.,..,-li'lf--_-_----------
EURípEDES MIRANDA PDT RO C'k /'ldil
--+----t-......,.'""""~ ....'H__--------._-=-----..,.=---'-----
EVANDRO MILHOMEN PSB AP -~/1
EXPEDITO JUNIOR PSDB RO f ~~ (
EZIDIO PINHEIRO PSB RS v . . . . . ~ :/
FATIMA PELAES PSDB AP =--1~1.. ..<..;
FÉLIX MENDONÇA PTB BA .---,., '\
FERNANDO CORUJA PDT SC (f:'/-z /
FERNANDO DINIZ PMDB MG Dk _~ ---- /
FEc:.Rc'-'N··A'c--N-=D-=O'F=-E:-R=-R-=O,--------+::-pT=--=---+::-P-=:E--1',,--=-~-=----;;4~<~a:--~..,---''-'
~--:C--------
JOÃO COLAÇO
i--=--..--:-=-==~C-.-------_+=_=-~ PSDS PE i:/;f/~.::::~::r_-~:;;;,iii;.~... -~...r -'-------
JOÃO COSER PT ES '/"1. ~1 ~ / / /
I' .,';
1/_ -
JOÃO HERRMANN NETO
JOÃO LEAO
JOÃO MAGALHAES
PPS
PPB
PMD8
SP
BA
MG
'-
j -
:
/"
~
/~~
BA............
'" II.'~
/
~
I" ______ . .-.----
JOSEROCHA PFl "-- \. .
~ '- ,)
l'i 1<)2 Quinta- temi II ))1.\ RIO DA CAMARA DOS DEPUL\DOS Abril d~ 2002
t
ti / :../
-~ I,
=---+-""""-
17/IJ _
LAEL VARELLA PFL MG ""- ~ I
--c..-,.--,.--+::---t--,,---"O:"'ç----------+------- _
LAIRE ROSADO PMDB RN ._____ '--/../''1
~--~--- -'-.C...-------=-=-=-:---------1~:.::...=---+__=__=___+-----==~==?T___:_:_-------".-____;;>'.L....C.
LAMARTINE POSELLA
LAURA CARNEIRO
PMDB SP / I'
P_..:,F-=L~-+:R_=J~r,.l_'fl/_H~'---<-""·J_n:;.;_-.Q..._-:::;;"'-...
~-+-----
----L .___/../ /. /'
:;;:-'--""ii',.=_,.....~==j-V-iZ-._~~ __
~ . _- -
-=---------:;;_
.
LAVOISIER MAIA PFL RN "- '--J---- r\ é7( (çz::..LC>.--\;_~ Q..-..;. ~
LÉO ALCÂNTARA PSDB CE
f---,~~:-=--::..:..:...:....:.:.::..:.------____j.:...=;=-=-__+~__+-----------'----------
l
LEUR LOMANTO PMDB BA ----...--?
L1DIA QUINAN PSD-B -=-G-o.::.--+--.L.7U~--.JV~.· - " 7f/:" 7~~,.I-.l-----"/'-:7=/7//~_~~..-----::;;..,..---
r
MANOEL VITORIO PT MS r· "
r
1vIARCOS DE JESUS PL PE
MARCOS LIMA PMDB MG ' ~.
MARCOS ROLlM PT RS
MAR CUS VICENTE PPB ES ,n \
rV\,;CLA:L'-'r-< w-- (,o ~
MARIA DO CARMO LARA
MARIA ELVIRA
MARIA LUCIA
PT
PMDB
PMDB
MG
MG
MG
•
11. 1\
\ . ~
MARINHA RAUPP PMDB RO I / ;7
MÁRIO ASSAD JUNIOR PL MG ( ~.::;v.; o r A/"-1. ~ ---4. '.-.-
MÁRIO DE OLIVEIRA PST MG V ~ /'
MÁRIO NEGROMONTE PPB BA ~
MARISA SERRANO PSDB MS iH /-.lP ~.Il.ri
- ,
~
MAURILlO FERREIRA LIMA PMDB PE /J
MAURO BENEVIDES PMDB
-
CE I I<J''a.J.N ~.J L1 -~c..J-;){
MAURO FECURY PFL MA ~ "I -~c;.--
-
MAURO LOPES PMD8 MG I I
MAX,MAURO PTB ES M-1tUt.uJCi> I "'--~
..
15194 <)uÍllta-lcira 11 DIARIO DA ('AMARA DOS D);PlJL\DOS ,\bnl de 2()()2
~-
MUSSA DEMES PFL PI
NAIR XAVIER LOBO PMDB GO
NARCIO RODRIGUES PSDB MG .... \
NEIVA MOREIRA PDT MA , - j ~~d.-t2f~~
...,..,
SP
NELO RODOLFO
NELSON MARCHEZAN
PMDB
PSDB RS
,
NELSON MARQUEZELLI PTB SP
----
NELSON MEURER PPB PR ( .\
NELSON OTOCH PSDB CE f\ (-iL{~"··I·", í Y
NELSON PELLEGRINO
\-. --
PT BA ~k--'i.lt.;-:J' '- "-V-, ç......-
NELSON PROENÇA PPS RS \ \ I
NELSON TRAD
NEUTON LIMA
NEY LOPES
PTB
PFL
PFL
--
,MS
SP
RN
1 ~...--
'--- -, HY
ROBERTO ARGENT A
PL
PHS
RR
RS /7///
u
\ ( Á\ 'w..J.
./J/'
t
~~
-
X\ ...f>'9.'
.'.
"/
, v
ROBERTO BALESTRA PPB GO
ROBERTO JEFFERSON PTB RJ
ROBERTO PESSOA PFL
,---
CE J
ROBERTO ROCHA PSDB MA /f,t I ~
ROBSON TU MA PFL SP ..- rc~~ A./íC
RODRIGO MAIA PFL RJ
ROLAND LAVIGNE PMDB BA
ROMEL ANIZIO PPB MG
ROMEU QUEIROZ PTB
-.--- MG
ROMMEL FEIJO PSDB CE
RONALDO CAIADO PFL
..-
GO
:~º~
RONALDO SANTOS RJ
RONALDO VASCONCELLOS MG
ROSE DE FREITAS --_.- ES
PSDB \\
RUBEM MEDINA
._-_. PFL RJ \\ ~
RUBENS BUENO
-.
PPS PR \ \\ .1\ 1\-,->- ~t!
RUBENS FURLAN PPS SP Jll"' C--'
SALATIEL CARVALHO PMDB PE Ir-- /I
SALOMÃO CRUZ PFL RR ,(VVJ 4' 1(,-
SALOMAO GURGEL
1--."
PDT RN '-- ,.I
SALVADOR ZIMBALDI PSDB SP
I-----._-~- - - - --
SAMPAIO DORIA PSDB SP
SANTOS FILHO PFL PR
~ARAIV A FELIPE PMDB MG
SAULO COELHO
.-_.-
PSDB MG .s.~,- v/
SAULO
1-------
PEDROSA PSDB BA "-.7 / r-,..- ......
SEBASTIÃO MADEIAA
- -----~~---
PSDB
_.----~~
MA
/
/'
SEAAFIM VENZON PDT SC ~ ,~
rEL.EaBAMA
~~NTX&SIMO seNHOR AECZO NEVES
PR~aIDENTE DA CAMARA DOS DEPUTADOS
AN~XO_I PREBIDENCIA DA CAMARA DOS DEPUTADOS
ES__ ANA'>A DOS MINT9TERIDa
70160·~qr:>o
. _.,~ ..
--.' -;-,-- ~.. -
9R'A5:J.J, TA.·OF
oi"
L?&.'" ",'r~T~'" ~ ......
SV:LI c00ê -~~ cO
.\l)fil de 2002 mARIO D;\ ('AMARA DOS DEPUTADOS Quinta-feira II 1520<)
Precisamos agilizar a aprovação dos projetos teto o mais rápido possível. Graças a Deus, salva-
relativos à segurança, pois, enquanto ficamos amar- mo-nos daquela drástica situação.
rados nas malhas da burocracia, os bandidos aperfei- Comuniquei o fato ao Presidente da Câmara
çoam seu modus operandi. Assaltantes mineiros e dos Deputados, ao Ministro da Justiça, ao Superin-
paulistas já estão agindo de forma integrada, a fim de tendente da Polícia Federal, à Secretaria de Seguran-
se protegerem. ça e a polícia local.
Os bandidos passam suas informações para os Sr. Presidente, os Parlamentares não têm mais
colegas de fora e, por causa disso, assaltantes paulis- garantias. Não sabemos o que fazer. Aqueles bandi-
tas estão indo atuar em Minas e os mineiros estão dos subiram no telhado, arrancaram telhas, cortaram
indo para São Paulo. ripas e atearam fogo no interior da casa. Incendiaram
O Delegado da Divisão de Investigações Crimi- mesas, cadeiras e roupas. Se meu filho não tivesse
nais de Rio Claro vinha investigando a atuação de chegado a tempo, toda ela ia pelos ares.
duas quadrilhas paulistas e, atualmente, está lidando Trata-se de algo extremamente grave que pode
também com alguns assaltantes mineiros. Na sema- acontecer com qualquer um de nós. Não sei o que fiz
na passada houve uma união de integrantes de fac- de mal. Não agrido companheiros desta Casa nem
ções das duas grandes quadrilhas paulistas com o instituições.
objetivo de realizar um dos maiores assaltos a bancos Solicito ao Presidente Aécio Neves providências
em Minas. legais urgentes. O Parlamentar não tem garantias
Essa "superquadrilha" seqüestrou as famílias nem imunidade. Ninguém o respeita. Será que vão
do gerente e do tesoureiro de uma agência do Banco continuar incendiando nossas casas, sem que nada
Itaú Personnalité. O resultado desse assalto foi: um aconteça!
assaltante morto, um preso e outro foragido, e a morte Estamos passando mais vexames do que os de-
de um cabo da Polícia Militar. mais cidadãos. Estão arrombando e incendiando nos-
As quadrilhas já estão fazendo intercâmbio para sas casas.
realizar operações criminosas cada vez mais ousa- Muito obrigado.
das, pois para eles não há limites burocráticos e lega- O SR. PRESIDENTE (Dr. Hélio) - Deputado The-
is para se aperfeiçoarem. Precisamos agir rápido, místocles Sampaio, esta Mesa solidariza-se com V. Ex"
pois a luta contra a violência é urgente e apartidária. e lamenta o episódio de violência de que foi vítima.
Era o que tinha a dizer. Obrigado. O SR. MANOEL VITORIO (PT - MS. Sem revi-
O SR. PRESIDENTE (Dr. Hélio) - A Mesa acata são do orador.) - Sr. Presidente, peço-lhe considerar
o pronunciamento de V.Exa. como lido pronunciamento originado de conversa
com vários aposentados no Mato Grosso do Sul.
O SR. THEMíSTOCLES SAMPAIO (PMDB - PI.
A Constituição em vigor preconiza que todos os
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr"s e Srs.
cidadãos são iguais perante a lei. Na prática, porém, a
Deputados, preferiria não assomar à tribuna para tra-
história é diferente: o preconceito racial, por exemplo,
tar de tão grave assunto. A Semana Santa para mim,
é evidente.
infelizmente, foi angustiante.
Os idosos e aposentados da Previdência Social
As 4h da madrugada de quarta-feira passada,
são tratados pelo País como verdadeiro lixo humano,
cheguei a Esperantina, minha terra natal, depois de
à mercê da própria sorte. Felizes daqueles que po-
ter cumprido meus compromissos de Parlamentar
dem contar com os filhos para ampará-los na velhice.
nesta Casa. Às 8h da manhã fui com minha família
Suas condições de vida sofrem terrível queda de qua-
para o interior do Município, onde tenho fazenda. Na
lidade no crepúsculo de suas existências.
quinta-feira, logo cedo, meu filho, que havia ficado na
E o que é pior: as indústrias farmacêuticas ja-
cidade, telefonou-me dizendo que nossa casa quase
mais tiveram negados os seus pedidos de reajuste.
tinha ido pelos ares. Parte dela foi incendiada, mas
não houve roubo. O vigia escutou barulho, achou es- O SR. PRESIDENTE (Dr. Hélio) - A Mesa rece-
tranho, mas verificou as portas e elas estavam todas be o pronunciamento de V.Exa.
fechadas. Tão logo meu filho entrou, viu fogo ao redor. O SR. MANOEL VITORIO (PT - MS. Pronuncia
Imediatamente, chamou a polícia, que apagou o in- o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr"s e Srs. De-
cêndio, antes que o pior acontecesse. putados, a Constituição em vigor em nosso País
Aqueles malfeitores haviam colocado botijões Oficie-se, conforme requerido, ao Sr.
de gás sobre a geladeira para o incêndio chegar ao Ministro Estado da Justiça e ao interessado,
15210 Quinla-Ieira II DI.\RIO DA CA.MARA DOS DI;PlJT.\!)OS Abril de 2002
dando-lhe ciência do encaminhamento em - TVR n° 1.754/02 - Portaria n° 25,
apreço. Publique-se. de 11 de janeiro de 2002 - Associação
Em 10-4-02. - Aécio Neves, Presi- Movimento Comunitário Rádio Alternati-
dente. va FM, na cidade de Brejo da Madre de
Deus - PE
MENSAGEM N° 172, DE 2002
(As Comissões de Ciência e Tegnolo-
(Do Poder Executivo)
gia, Comunicação e Informática e de Consti-
Submete à apreciação do Congres- tuição e Justiça e de Redação (art. 54))
so Nacional autorizações para executar,
MENSAGEM N° 172
pelo prazo de três anos, sem direito de
exclusividade, serviços de radiodifusão Senhores Membros do Congresso Nacional,
comunitária conforme os seguintes atos Nos termos do art. 49, inciso XII, combinado
e entidades: com o § 3° do art. 223, da Constituição Federal, sub-
- TVR n° 1.745/02 - Portaria n° 747, meto à apreciação de Vossas Excelências, acompa-
de 6 de dezembro de 2001 - Associação nhadas de Exposições de Motivos do Senhor Ministro
e Movimento Rádio Alternativa FM, na ci- de Estado das Comunicações, autorizações para
dade de Agrestina - PE; executar, pelo prazo de três anos, sem direito de ex-
- TVR nO 1.746/02 - Portaria n° 749, clusividade, serviços de radiodifusão comunitária,
de 6 de dezembro de 2001 - Associação conforme os seguintes atos e entidades:
Luverdense de Radiodifusão Comunitá- 1 - Portaria n° 747, de 6 de dezembro de 2001 -
ria, na cidade de Lucas do Rio Verde - Associação e Movimento Comunitário Rádio Alterna-
MT; tiva FM, na cidade de Agrestina - PE;
- TVR n° 1.747/02 - Portaria n° 757, 2 - Portaria n° 749, de 6 de dezembro de 2001 -
de 6 de dezembro de 2001 - Associação Associação Luverdense de Radiodifusão Comunitá-
Comunitária dos Pequenos Produtores ria, na cidade de Lucas do Rio Verde - MT;
Agrícolas do Médio Nordeste Goiano, na 3 - Portaria n° 757, de 6 de dezembro de 2001 -
cidade de Alvorada do Norte - GO; Associação Comunitária dos Pequenos Produtores
- TVR n° 1.748/02 - Portaria n° 10, Agricolas do Médio Nordeste Goiano, na cidade de
de 11 de janeiro de 2002 - Associação Alvorada do Norte - GO;
Comunitária Surubinense de Radiodifu- 4- Portaria n° 10, de 11 de janeiro de 2002 -
são, na cidade de Surubim - PE; Associação Comunitária Surubinense de Radiodifu-
- TVR n° 1.749/02 - Portaria n° 11, são, na cidade de Surubim - PE;
de 11 de janeiro de 2002 - Associação de 5 - Portaria nO 11 , de 11 de janeiro de 2002 -
Desenvolvimento Artístico, Cultural e So- Associação de Desenvolvimento Artistico, Cultural e
cial, na cidade de Palmeira D'Oeste- SP; Social, na cidade de Palmeira O' Oeste - SP;
- TVR n° 1.750/02 - Portaria n° 14, 6- Portaria nO 14, de 11 de janeiro de 2002 -
de 11 de janeiro de 2002 - Associação Associação Comunitária Iguaíense Novo Milênio, na
Comunitária Iguajense Novo Milênio, na cidade de 19uaí - BA;
cidade de Iguaí - BA; 7 - Portaria nO 15, de 11 de janeiro de 2002 -
- TVR n° 1.751/02 - Portaria n° 15, Associação Família Fonte de Vida, na cidade de Gua-
de 11 de janeiro de 2002 - Associação nambi- BA;
Família Fonte de Vida, na cidade de Gua- 8 - Portaria n° 19, de 11 de janeiro de 2002 -
nambi - BA; Associação Comunitária do Paranoá, na cidade do
- TVR n° 1.752/02 - Portaria n° 19, Paranoá - DF;
de 11 de janeiro de 2002 - Associação 9 - Portaria nO 20, de 11 de janeiro de 2002 -
Comunitária do Paranoá, na cidade do Associação Pantaneira de Comunicação e Cultura -
Paranoá - DF; APCC, na cidade de Corumbá - MS; e
- TVR nO 1.753/02 - Portaria n° 20, FI.2 da Mensagem n° 172, de 19.3.02
de 11 de janeiro de 2002 - Associação
Pantaneira de Comunicação e Cultura - 10- Portaria n° 25, de 11 de janeiro de 2002
APCC, na cidade de Corumbá - MS; e - Associação Movimento Comunitário Rádio
.\01"11 de 2002 Dl.\RIO IH ('AMARA DOS DFPUL\D()S VUlllla-teira II 1:'211
Alternativa FM, na cidade de Brejo da Madre de Art. 1° Autorizar a Associação e Movimento Co-
Deus - PE. munitário Rádio Alternativa FM, com sede na Rua
Brasília, 19 de março de 2002. - Marco Maciel. Cel. Manoel Alves, n° 126, 1° andar - Centro, na cida-
de de Agrestina, Estado de Pornambuco, a executar
MC 37 EM
serviço de radiodifusão comunitária, pelo prazo de
Brasilia, 23 de janeiro de 2002 três anos, sem direito de exclusividade.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Art. 2° Esta autorização reger-se-á pela Lei n°
Encaminho a Vossa Excelência Portaria de ou- 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, leis subseqüentes,
torga de autorização e respectiva documentação seus regulamentos e normas complementares.
para que a entidade Associação e Movimento Comu- Art. 3° A entidade fica autorizada a operar com o
nitário Rádio Alternativa FM, na cidade de Agrestina, sistema irradiante localizado nas coordenadas geo-
Estado de Pernambuco, explore o serviço de radiodi- gráficas com latitude em 08°27'27"S e longitude em
fusão comunitária. em conformidade com ocaput do 35°56'56"W, utilizando a freqüência do 104,9 MHz.
art. 223, da Constituição e a Lei n° 9.612, de 19 de fe- Art. 4° Este ato somente produzirá efeitos lega-
vereiro de 1998. is após deliberação do Congresso Nacional, nos ter-
2. A referida entidade requereu ao Ministério mos do § 3° do art. 223 da Constituição, devendo a
das Comunicações sua inscrição para prestar o ser- entidade iniciar a execução do serviço no prazo do
viço, cuja documentação inclui manifestação de apo- seis meses a contar da data do publicação do ato do
io da comunidade, numa demonstração de receptivi- deliberação.
dade da filosofia de criação desse braço da radiodi- Art. 5° Esta Portaria entra em vigor na data do
fusão, de maneira a incentivar o desenvolvimento e a sua publicação. - Pimenta da Veiga.
sedimentação da cultura geral das localidades pos- MC36 EM
tulantes.
Brasília, 23 de janeiro de 2002
3. Como se depreende da importância da inicia-
tiva comandada por Vossa Excelência, essas ações Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
permitem que as entidades trabalhem em conjunto Encaminho a Vossa Excelência Portaria de ou-
com a comunidade, auxiliando não só no processo torga de autorização e respectiva documentação para
educacional, social e cultural mas, também, servem que a entidade Associação Luverdense de Radiodifu-
de elo à integração de informações benéficas em to- são Comunitária, na cidade de Lucas do Rio Verde,
dos os seguimentos, e a todos esses núcleos popula- Estado de Mato Grosso, explore o serviço de radiodi-
cionais. fusão comunitária, em conformidade com o caput do
4. Sobre o caso em espécie, determinei análises art. 223, da Constituição e a Lei n° 9.612, de 19 de fe-
técnica e jurídica da petição apresentada, constatan- vereiro de 1998.
do a inexistência de óbice legal e normativo ao pleito, 2. A referida entidade requereu ao Ministério das
o que se conclui da documentação de origem, con- Comunicações sua inscrição para prestar o serviço,
substanciada nos autos do Processo Administrativo cuja documentação inclui manifestação de apoio da
n° 53103.000588/98, que ora faço acompanhar, com comunidade, numa demonstração de receptividade da
a finalidade de subsidiar os trabalhos finais. filosofia de criação desse braço da radiodifusão de ma-
5. Em conformidade com os preceitos educacio- neira a incentivar o desenvolvimento e a sedimentação
nais e legais, a outorga de autorização, objeto do pre- da cultura geral das localidades postulantes.
sente processo, passará a produzir efeitos legais so- 3. Como se depreende da importância da inicia-
mente após deliberação do Congresso Nacional, a tiva comandada por Vossa Excelência, essas ações
teor do § 30, do art. 223, da Constituição Federal. permitem que as entidades trabalhem em conjunto
Respeitosamente, - Pimenta da Veiga, Ministro com a comunidade, auxiliando não só no processo
de Estado das Comunicações. educacional, social e cultural mas, também, servem
de elo à integração de informações benéficas em to-
PORTARIA N° 747, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2001 dos os seguimentos, e a todos esses núcleos popula-
O Ministro de Estado das Comunicações, no cionais.
uso do suas atribuições, considerando o disposto nos 4. Sobre o caso em espécie, determinei análises
artigos 10 e 19 do Decreto nO 2.615, de 3 do junho do técnica e jurídica da petição apresentada, constatan-
1998, e tendo em vista o que consta do Processo do a inexistência de óbice legal e normativo ao pleito,
Administrativo nO 53 103.000588/98, resolve: o que se conclui da documentação de origem, con-
1<;212 QUÍnla-leira lI mARIO DA CAM.\RA DOS IWPlFL\I)OS Abril de 2002
substanciada nos autos do Processo Administrativo 2. A referida entidade requer ao Ministério das
n° 53690.000805/98, que ora faço acompanhar, com Comunicações sua inscrição para prestar o serviço,
a finalidade de subsidiar os trabalhos finais. cuja documentação inclui manifestação de apoio da
5. Em conformidade com os preceitos educacio- comunidade, numa demonstração de receptividade da
nais e legais, a outorga de autorização objeto do pre- filosofia de criação desse braço da radiodifusão, de
sente processo, passará a produzir efeitos legais so- maneira a incentivar o desenvolvimento e a sedimenta-
mente após deliberação do Congresso Nacional a ção da cultura geral das localidades postulantes.
teor do § 3°, do art. 223, da Constituição Federal. 3. Como se depreende da importância da inicia-
Respeitosamente, - Pimenta da Veiga, Ministro tiva comandada por Vossa Excelência, essas ações
de Estado das Comunicações. permitem que as entidades trabalhem em conjunto
com a comunidade, auxiliando não é no processo
PORTARIA W 749, educacional, social e cultural mas, também, servem
DE 6 DE DEZEMBRO DE 2001 de elo à integração de informações benéficas em to-
o Ministro de Estado das Comunicações, no uso dos os seguimentos, e a todos esses núcleos popula-
de suas atribuições, considerando o disposto 1105 cionais.
artigos 10 e 19 do Decreto n° 2.615, do 3 de junho do 4. Sobre o caso em espécie, determinei análises
1998, o tendo em vista o que consta do Processo técnica e jurídica da petição apresentada, constatan-
Administrativo n° 53690.000805/98, resolve: do a inexistência de óbice legal e normativo ao pleito,
o que se conclui da documentação de origem, con-
Art. 1° Autorizar a Associação Luverdonse do
substanciada nos autos do Processo Administrativo
Radiodifusão Comunitária, com sede na Avenida Pa-
nO 53670.000290/99, que ora faz acompanhar, com a
raná, n° 182 - Centro, na cidade do Lucas do Rio Ver-
finalidade de subsidiar os trabalhos finais.
de, Estado do Mato Grosso, a executar serviço de ra-
5. Em conformidade com os preceitos educacio-
diodifusão comunitária, pelo prazo do três anos, sem
direito do exclusividade. nais e legais, a outorga de autorização, objeto do pre-
sente processo, passará a produzir efeitos legais so-
Art. 2° Esta autorização reger-se-á pela Lei n°
mente após deliberação do Congresso Nacional, a
9.612, de 19 de fevereiro do 1998, leis subseqüentes,
teor do § 3°, do art. 223, da Constituição Federal.
seus regulamentos e normas complementares.
Respeitosamente, - Pimenta da Veiga, Minis-
Art. 3° A entidade fica autorizada a operar com o tro de Estado das Comunicações.
sintoma irradiante localizado nas coordenadas geo-
gráficas com latitude em 18°03'41"S e longitude em PORTARIA N° 757, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2001
55°55'17"W, utilizando a freqüência do 104,9 MHz. O Ministro de Estado das Comunicações, no
Art. 4° Este ato somente produzirá efeitos legais uso de suas atribuições, considerando o disposto nos
após deliberação do Congresso Nacional, nos termos artigos 10 e 19 do Decreto n° 2.615, do 3 de junho do
do § 3° do art. 223 da Constituição, devendo a entidade 1998, o tendo em vista o que consta do Processo
iniciar a execução do serviço no prazo do seis meses a Administrativo n° 53670.000290/99, resolve:
contar da data da publicação do ato do deliberação. Art. 1° Autorizar a Associação Comunitária dos
Art. 5° Esta Portaria entra em vigor na data de Pequenos Produtores Agrícolas do Médio Nordeste
sua publicação. - Pimenta da Veiga. Goiano, com sede na Rua 04, Quadra 17, Loteamen-
to 10 - Nova Vila, na cidade do Alvorada do Norte,
MC51 EM Estado do Goiás, a executar serviço do radiodifusão
Brasília, 25 de janeiro de 2002 comunitária, pelo prazo do três anos, sem direito do
exclusividade.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Art. 2° Esta autorização reger-se-á pela Lei n°
Encaminho a Vossa Excelência Portaria de ou- 9.612, do 19 do fevereiro de 1998, leis sub sequentes,
torga de autorização e respectiva documentação para seus regulamentos o normas complementares.
que a entidade Associação Comunitária dos Peque- Art. 3° A entidade fica autorizada a operar com o
nos Produtores Agrícolas do Médio Nordeste Goiano, sistema irradiante localizado nas coordenadas geo-
na cidade de Alvorada do Norte, Estado de Goiás, ex- gráficas com latitude em 14°29'02"S e longitude em
plore o serviço de radiodifusão comunitária, em con- 14°29'22"S, utilizando a freqüência do 87,9 MHz.
formidade com ocaput do art. 223, da Constituição e Art. 4° Este ato somente produzirá efeitos legais
a Lei n° 9.612, de 19 de fevereiro de 1998. após deliberação do Congresso Nacional, nos ter-
Abril d" 2002 mARIO DA L\M.\R.\ DOS Di':I'UL\DOS Quin\a-Icíra 11 15213
mos do § 3° do art. 223 da Constituição, devendo a 1998, e tendo em vista o que consta do Processo
entidade iniciar a execução do serviço no prazo do Administrativo n° 53 103.000087/99, resolve:
seis meses a contar da data da pub1 icação do ate do Art. 1° Autorizar a Associação Comunitária Su-
deliberação. rubinense de Radiodifusão, com sede na Rua Perpe-
Art. 5° Esta Portaria entra em vigor na data do digna de Souza Barbosa, n° 80 - Centro, na cidade do
sua publicação. - Pimenta da Veiga. Surubim, Estado do Pernambuco, a executar serviço
MC 189 EM de radiodifusão comunitária, pelo prazo de três anos,
sem direito de exclusividade.
Brasília, 28 de fevereiro de 2002
Art. 2° Esta autorização reger-se-á pela Lei n°
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, 9.612, de 19 do fevereiro do 1998, leis subseqüentes,
Encaminho a Vossa Excelência Portaria de ou- seus regulamentos e normas complementares.
torga de autorização e respectiva documentação Art. 3° A entidade fica autorizada a operar com o
para que a entidade Associação Comunitária Surubi- sistema irradiante localizado nas coordenadas geo-
nense de Radiodifusão, na cidade do Surubim, Esta- gráficas com latitude em OJ052'45"S o longitude em
do de Pernambuco, explore o serviço de radiodifu- 35°44'4TW, utilizando a freqüência de 104,9 MHz.
são comunitária, em conformidade com o caput do Art. 4° Este ato somente produzirá efeitos legais
art. 223, da Constituição e a Lei n° 9.612, de 19 de fe- após deliberação do Congresso Nacional, nos termos
vereiro de 1998. do § 3° do art. 223 da Constituição, devendo a entidade
2. Referida entidade requereu ao Ministério das iniciar a execução do serviço no prazo do seis meses a
Comunicações sua inscrição para prestar o serviço, contar da data de publicação do ato de deliberação.
cuja documentação inclui manifestação do apoio da Art. 5° Esta Portaria entra em vigor na data de
comunidade, numa demonstração de receptividade da sua publicação. - Pimenta da Veiga.
filosofia da criação desse braço da radiodifusão, do
maneira a incentivar o desenvolvimento e a sedimenta- MC 190 EM
ção da cultura geral das localidades postulantes. Brasília, 28 do fevereiro do 2002
3. Como se depreende da importância da inicia-
tiva comandada por Vossa Excelência, essas ações Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
permitem que as entidades trabalhem em conjunto Encaminho a Vossa Excelência Portaria de ou-
com a comunidade, auxiliando não é no processo torga de autorização e respectiva documentação para
educacional, social e cultural mas, também, servem que a entidade Associação do Desenvolvimen-
de elo a integração de informações benéficas em to- to-Artístico, Cultural e Social, na cidade do Palmeira
dos os seguimentos, e a todos esses núcleos popula- D'Oeste, Estado de São Paulo, explore o serviço de
cionais. radiodifusão comunitária, em conformidade com o ca-
4. Sobre o caso em espécie, determinei análises put do art. 223, da Constituição e a Lei n° 9.612, de 19
técnica e jurídica da petição apresentada, constatan- do fevereiro do 1998.
do a inexistência do óbice legal e normativo ao pleito, 2. Referida entidade requereu ao Ministério das
o que se conclui da documentação de origem, con- Comunicações sua inscrição para prestar o serviço,
substanciada nos autos do Processo Administrativo cuja documentação inclui manifestação do apoio da
n° 53103.000087/99, que ora faço acompanhar, com comunidade, numa demonstração de receptividade da
a finalidade do subsidiar os trabalhos finais. filosofia de criação desse braço da radiodifusão, de
5. Em conformidade com os preceitos educacio- maneira a incentivar o desenvolvimento e a sedimenta-
nais e legais, a outorga da autorização, objeto do pre- ção da cultura geral das localidades postulantes.
sente processo, passará a produzir efeitos legais so- 3. Como se depreende da importância da iniciati-
mente após deliberação do Congresso Nacional, a va comandada por Vossa Excelência, essas ações
teor do § 3°, do art. 223, da Constituição Federal. permitem que as entidades trabalham em conjunto
Respeitosamente, - Pimenta da Veiga, Minis- com a comunidade, auxiliando não só no processo
tro do Estado das Comunicações. educacional, social e cultural mas, também, servem do
elo a integração de informação benéficas em todos os
PORTARIA N° 10, DE 11 DE JANEIRO DE 2002 seguimentos, e a todos esses núcleos populacionais.
O Ministro de Estado das Comunicações, no 4. Sobre o caso em espécie, determinei analises
uso de suas atribuições, considerando o disposto nos técnica e jurídica da petição apresentada, constatan-
artigos 10 e 19 do Decreto n° 2.615, do 3 de junho do do a inexistência de óbice legal e normativo ao pleito,
15214 QUlllta-lCml 1I DIA RIO IH ('AMARA DOS DEPUL\DOS Abril de 2()()2
o que se conclui da documentação de origem, con- cuja documentação inclui manifestação do apelo da
substanciada nos autos do Processo Administrativo comunidade, numa demonstração do receptividade
na 53830.001877/98, que ora faço acompanhar, com da filosofia de criação desse bravo da radiodifusão, de
a finalidade de subsidiar os trabalhos finais. maneira a incentivar o desenvolvimento e a sedimenta-
5. Em conformidade com os preceitos educacio- ção da cultura geral das localidades postulantes.
nais e legais, a outorga de autorização, objeto do pre- 3. Como se depreende da importância da iniciati-
sente processo, passará a produzir efeitos legais so- va comandada por Vossa Excelência, essas ações
mente após deliberação do Congresso Nacional, a permitem que as entidades trabalhem em conjunto
teor do § 3 0, do art. 223, da Constituição Federal. com a comunidade, auxiliando não só no processo
Respeitosamente, - PIMENTA DA VEIGA, Mi- educacional, social o cultural mas, também, servem de
nistro do Estado das Comunicações. elo à integração de informações benéficas em todos os
seguimentos, e a todos esses núcleos populacionais.
PORTARIA N° 11, DE 11 DE JANEIRO DE 2002 4. Sobre o caso em espécie, determinei análises
o Ministro de Estado das Comunicações, no técnica e jurídica da petição apresentada, constatan-
uso do suas atribuições, considerando o disposto nos do a inexistência do óbice legal e normativo ao ple~o,
artigos 10 e 19 do Decreto na 2.615, do 3 do junho de o que se conclui da documentação de origem, con-
1998, e tendo em vista o que consta do Processo substanciada nos autos do Processo Administrativo
Administrativo na 53830.001877198, resolve: na 53640.00 1205/98, que ora faço acompanhar, com
Art. 10 Autorizar a Associação do Desenvolvi- a finalidade de subsidiar os trabalhos finais.
mento Artístico, Cultural e Social, com sede na Rua 5. Em conformidade com os preceitos educacio-
Brasil, na 68.1 09-Fundos, Jardim dos Pioneiros, na ci- nais e legais, a outorga de autorização, objeto do pre-
dade do Palmeira D'Oeste, Estado de São Paulo, a sente processo, passara a produzir efeitos legais so-
executar serviço de radiodifusão comunitária, pelo mente após deliberação do Congresso Nacional, a
prazo de três anos, sem direito de exclusividade. teor do § 3 0, do art. 223, da Constituição Federal.
Art. 20 Esta autorização reger-se-á pela Lei na Respeitosamente, - Pimenta da Veiga, Ministro
do Estado das Comunicações.
9.612, de 19 de fevereiro do 1998, leis subseqüentes,
seus regulamentos e normas complementares. PORTARIA N° 14, DE 11 DEZEMBRO DE 2002
Art. 3 0A entidade fica autorizada a operar com o
O Ministro de Estado das Comunicações, no
sistema irradiante localizado nas coordenadas geo-
uso de suas atribuições, considerando o disposto nos
gráficas com latitude em 20 24'14"S e longitude em
0
CONGRESSO NACIONAL
SECRETARIA-GERAL DA MESA
SUBSECRETARIA DE COMISSÕES
SERViÇO DE APOIO ÀS COMISSÕES MISTAS
CONGRESSISTAS
SAeM
r MP 035
[D2ffi4/200~
DATA
APRESENTAÇÃO DE EMENDAS
I' MEDIDA
______ PROPOSIÇAo
I
-,--- AUTOR N." PRONTt.:ÁRlü
4
1
l -
RICARDO FERRAÇO
. - -
I r-
' L_ _]
r;---------------- TIPO - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ,
1 D· SUPRlóSSiVA 20· SUBSTITUTIVA 3D· MODIFICATIVA -lO, ADITIVA lJD· SUBStiTUTIVO GLOBAL
PÁGL"'A
L I i ~ ~
C=========='---'=============================================::;
ARTIGO PARAGRAFO INCiSO ALÍNEA
Dê-se ao Art. 1º, da Medida Provisória n.º 35, de 2002, a seguinte redação:
.. Art. 1º A partir de 1º de abril de 2002, após a aplicação dos percentuais de nove inteiros e
quarenta e sete centésimos por cento, a título de reajuste, e vinte e seis Inteiros e oitenta e sete
centéSimos por cento, a título de aumento real. sobre o valor de R$ 180,00 (cento e oitenta reais), o
salário mínimo será de R$ 250,00 (duzentos e cinqüenta reais)
Parágrafo único. Em virtude do disposto no caput, o valor diário do salário minlmo
corresponderá a R$ 8,30 (oito reais e trinta centavos) e o seu valor horário a RS i, 1 (um real e dez
centavos)". .
°
JUSTIFICATIVA
Em 27 de março de 2002 fOI publicada no Diário Oficial da União Medida ProviSÓria n.~ 35
que fixa o novo piso salarial do país em R$ 200,00 (Duzentos reais). Segundo a MP, nenhum trabalhador
brasileiro poderá receber menos que R$ 0.91 (Noventa e um centavos) pela hora trabalhada. Em dólares.
o novo salário-mínimo vale US$ 85,38 (Oitenta e cinco dólares e trinta e oito centavos), longe da proposta
Jo presidente Fernando Henrique Cardoso de terminar o mandato com o salário valendo US$ 100,00
(Cem dólares).
O piso proposto pela MP é um dos mais baixos entre os países da América do Sul. Os
trabalhadores argentinos, por exemplo, antes da desvalorizaçáo do peso, recebiam US$ 200,00
(Duzentos dólares). No MéxICO, o salário-mínimo é de US$ 127,00 (Cento e vinte e sete dólares), no
Paraguai US$ 145,00 (Cento e quarenta e cinco dólares), e, no Uruguai, US$ 160,00 (Cento e sessenta
dólares). Nos países mais desenvolvidos a media salarial chega a US$ 700,00 (Setecentos dólares). Nos
Estados Unidos, o piso salarial é de USS 680,00 (Seiscentos e oitenta dólares), na França US$ 1.000,00
(Mil dólares), e na Espanha, US$ 590.00 (Quinhentos e noventa dólares).
Neste sen_t~
a presente. propost~~~~
trazer a realidade o valor do salário mínimo
fixando-o em R$ 250,00 (DuZrn:l.tos e clnquen reais).\ aprOXimadamente US$ 108,00 (Cento e alto
dólares). Este reajuste, além de m'eJhorar asa.ção d.a asse trabalhadora brasileira, vai beneficiar 14J
milhões de aposentados e pensior stas Previdência ocial que recebem o piso salarial e servirá
também como parâmetro para pro am e aSSistênCia so ial e pagamento do salário-desemprego.
10
.\bril de 2002 I )/\RIO IH ('AMA,RA DOS f)J.:Il{ J L\f)( lS QUlllla-kira I I I :'i 223
MP 035
000006
APRESENTACAO DE EMENDAS
Data: 02/04/02 IProposição: Medida Provisória n° 35
Autor: Dep. Miro Teixeira IProntuário N°: 317
1. Supressiva 2. Substitutiva 3. Modificativa 4. Aditiva 5. Substitutiva
Global
X
Página: Artigo: 1 ° Parágrafo: Inciso: Alínea:
"Art. 1 A partir de 1" de abril de 2002, após a aplicação dos percentuais de nove inteiros
0
JUSTIFICATIVA
APRESENTACAO DE EMENDAS
Data: 02/04/02 IPropo$ição: Medida Provisória n° 35
Autor: Dep. Miro Teixeira I Prontuário N°: 317
CAPíTULO 11
PROJETO DE LEI W 6.274, DE 2002 Das Invenções Não Privilegiáveis
(Do Sr. José Carlos Coutinho) Art. 9° Não são privilegiáveis:
Suprime dispositivos do Códido de a) as invenções de finalidade contrária às leis, à
Propriedade Industrial. moral, à saúde, à segurança pública, aos cultos religi-
(Devolva-se a proposição, nos termos osos e aos sentimentos dignos de respeito e venera-
do artigo 137, § 1° inciso I do RI.) ção;
.\Iml de 2002 DL\R]O IH CAM.\RA DOS IWPIJT.\])OS QuíJlta-klra ]] 152J5
b) as substâncias, matérias ou produtos obtidos .
por meios ou processos químicos, ressalvando-se, .
porém, a privilegiabiJidade dos respectivos processos lEI N0 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996
de obtenção ou modificação;
c) as substâncias, matérias, misturas ou prod u- Regula direitos e obrigações relati-
tos alimentícios, químico-farmacêuticos e medica- vos à propriedade industrial.
mentos, de qualquer espécie, bem como os respecti- Art. 1° Esta lei regula direitos e obrigações relati-
vos processos de obtenção ou modificação; vos à propriedade industrial.
d) as misturas e ligas metálicas em geral, .
ressalvando-se, porém, as que, não compreendidas na TíTULO VIII
alínea anterior, apresentarem qualidades intrínsecas Das Disposições Transitórias e Finais
específicas, precisamente caracterizadas pela sua ..
composição qualitativa, definida quantitativamente, ou Art. 244. Revogam-se a lei n° 5.772, de 21 de
por tratamento especial a que tenham sido submetidas; dezembro de 1971, a lei n° 6.348, de 7 de julho de
e) as justaposições de processos, meios ou ór- 1976, os artigos 187 a 196 do Decreto-lei n° 2.848,
gãos conhecidos, a simples mudança de forma, pro - de 7 de dezembro de 1940, os artigos 169 a 189 do
porções, dimensões ou de materiais, salvo se dai re- Decreto-lei n° 7.903, de 27 de agosto de 1945, e as
sultar, no conjunto, um efeito técnico novo ou diferen- demais disposições em contrário.
te, não compreendido nas proibições deste artigo; PROJETO DE LEI W 6.285, DE 2002
f) os usos ou empregos relacionados com des- (Do Sr. José Carlos Coutinho)
cobertas, inclusive de variedades ou espécies de mi- .
Desobriga os aposentados e pensl-
croorganismo, para fim determinado; onistas que percebam até 2 (dois) salári-
g) as técnicas operatórias ou cirúrgicas ou de os mínimos a pagarem as contribuições
terapêutica, não incluídos os dispositivos, aparelhos previdenciárias.
ou máquinas; (Às Comissões de Trabalho, de Admi-
h) os sistemas e programações, os planos ou os nistração e Serviço Público; de Seguridade
esquemas de escrituração comercial, de cálculos, de Social e Família; de Finanças e Tributação
financiamento, de crédtto, de sorteios, de especula- (Art. 54); e de Constituição e Justiça e de
ção ou de propaganda; Redação (Art. 54) - Art. 24, fI.)
i) as concepções puramente teóricas; O Congresso Nacional decreta:
j) as substâncias, matérias, misturas, elementos Art. 1° Ficam isentos das contribuições previ-
ou produtos de qualquer espécie, bem como a modifi- denciárias os aposentados e pensionistas que perce-
cação de suas propriedades físico-químicas e seus bam até 2( dois) salários mínimos.
respectivos processos de obtenção ou modificação, Art. 2° Esta lei entra em vigor na data de sua pu-
quando resultantes de transformação do núcleo atô- blicação.
mico. Art. 3° Revogam-se as disposições em contrário.
CAPíTULO 111 Justificação
De Modelo de Utilidade e do Modelo Os trabalhadores com grande sacrifício, pas-
e do Desenho Industrial
sam toda uma existência contribuindo para terem di-
SEÇÃO I
reito à aposentadoria. E quando se aposentam, ainda
Dos Modelos e dos Desenhos Privilegiáveis
são obrigados a continuar contribuindo. Esta exigên-
Art. 10. Para os efeitos deste Código, conside- cia é muito injusta.
ra-se modelo de utilidade toda disposição ou forma E enquanto não podemos eliminar da legislação
nova obtida ou introduzida em objetos conhecidos, previdenciária tal situação, procuremos ao menos
desde que se prestem a um trabalho ou uso prático. amenizar esta situação dos aposentados.
§ 1° A expressão objeto compreende ferramen- A mesma vantagem objetivo estender aos pen-
tas, instrumentos de trabalho ou utensílios. sionistas da Previdência Social, por ser de justiça.
§ 2° A proteção é concedida somente à forma ou Percebendo apenas o equivalente ao valor de 2 (dois)
à disposição nova que traga melhor utilização à fun- salários mínimos, pesa-lhe demais o recolhimento
ção a que o objeto ou parte de máquina se destina. das contribuições a que estão sujeitos.
I 'i21ó Quinta-letra LL DI.\RIO LM ('AMARA DOS 1>F,l'lJT,\DOS :\hri! d~ 2002
A procedência desta iniciativa me parece digna Art 6° Esta lei entra em vigor na data de sua
do apoio dos Nobres Pares. publicação.
Sala das Sessão, 13 de março de 2002. - Depu- Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
tado José Carlos Coutinho, PFURJ. Sala das Sessões, de de 2002. - Deputado
PROJETO DE LEI N° 6.291, DE 2002 Chico da Princesa.
(Do Sr. Chico da Princesa) PROJETO DE LEI N.o 6.299, DE 2002
(Do Senado Federal)
Fica o Poder Executivo autorizado a PLS n° 526/1999
criar o Fundo de Reserva contra riscos e
danos causados por poluição genética Altera os arts. 3° e 9° da Lei nO 7.802,
ambiental, riscos a saúde humana causa- de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre
dos por organismos vivos geneticamente a pesquisa, a experimentação, a
modificados, os chamados alimentos produção, a embalagem e rotulagem, o
transgênicos, às contaminações quími- transporte, o armazenamento, a
cas e por agrotóxicos. comercialização, a propaganda
(Às Comissões de Defesa do Consu- comercial, a utilização, a importação, a
midor, Meio Ambiente e Minorias, de Econo- exportação, o destino final dos resíduos
mia, Indústria e Comércio; de Finanças e e embalagens, o registro, a classificação,
Tributação; e de Constituição e Justiça e de o controle, a inspeção e a fiscalização de
Redação (Art. 54) - Art. 24,11.) agrotóxicos, seus componentes e afins,
e dá outras providências.
o Congresso Nacional decreta: (Às Comissões de Defesa do Consu-
Art. 1° Fica criado o Fundo de Reserva contra
riscos de poluição genética ambiental e à saúde midor, Meio Ambiente e Minorias, de Seguri-
humana, causados por organismos vivos geneticamente dade Social e Família, de Agricultura e Polí-
modificados os chamados alimentos transgênicos, tica Rural; e de Constituição e Justiça e de
contaminações químicas e por agrotóxicos. Redação (Art. 54) - Art. 24, 11. Apense-se a
Art. 2° Este Fundo tem por finalidade captar este o PL. n° 2.495/00; e seu apensado.)
recursos destinados a financiar e dar assistência O Congresso Nacional decreta:
médico hospitalar a população ou pessoas afetadas
Art. 1° O art. 3° da Lei n° 7.802, de 11 de julho de
por agrotóxicos, a recuperação do meio ambiente,
1989, passa a vigorar acrescido do seguinte § 7°.
indenizar por malefícios causados por poluição
genética ou por organismos vivos geneticamente "Art. 3° ..
modificados e por contaminações quimicas.
Art. 3° Os recursos do Fundo de Reserva devem
§ 7° o registro prévio a que se refere o
ser empregados para assegurar e dar suporte
financeiro, na recuperação do meio ambiente, ao caput será o do princípio ativo, reconhecida a
agricultor prejudicado e dar assistência médico similaridade quando se tratar de produto
hospitalar à população ou pessoas afetadas ou substancialmente equivalente com suas
contaminadas em algum acidente ou sinistro gerados características físicas, químicas e
pela poluição genética, ambiental e malefícios a toxicológicas." (NR)
saúde humana, contaminação química e por Art. 2° O inciso I do art. 9° da Lei n° 7.802. de 11
agrotóxicos. de julho de 1989, passa a vigorar com a seguinte
Art. 4° Os recursos destinados ao Fundo de redação:
Reserva contra riscos de poluição genética ambiental
serão recolhidos das empresas transacionais "Art. 9° ..
obtentoras das patentes de agrotóxicos, sementes e I - legislar sobre a produção, registro,
produtos geneticamente modificados, através do comércio interestadual, exportação, importa-
recolhimento mensal de 3 a 5% do seu faturamento ção, transporte, destruição de embalagens,
líquido no Brasil. classificação e controle tecnológico e toxico-
Art. 5° Após a publicação desta lei as empresas lógico;
transacionais definidas pelo artigo 4° terão um prazo .................................................. " (NR)
de 90 (noventa) dias para o recolhimento do referido
Senado Federal, 12 de março de 2002. -
numerário.
Senador Ramez Tebet, Presidente do Senado
Federal.
Ahnl d.., 2002 D(.\RIO IH ('AMAR,\ DOS DHlJTADOS <..,htinla-leira li 1:'237
b) para os quais não haja antídoto ou tratamento PROJETO DE LEI N° 6.312, DE 2002
eficaz no Brasil; (Do Sr. Alberto Fraga)
c) que revelem características teratogênicas,
carcinogênicas ou mutagênicas, de acordo com os re- Estabelece normas gerais de organi-
sultados atualizados de experiências da comunidade zação, efetivos, material bélico, garantias,
científica; convocação e mobilização das polícias ci-
vis, militares e corpos de bombeiros mili-
d) que provoquem distúrbios hormonais, danos
ao aparelho reprodutor, de acordo com procedimen-
tares dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios, e dá outras providências.
tos e experiências atualizadas na comunidade cientí-
fica; (Às Comissões de Trabalho, de Admi-
e) que se revelem mais perigosos para o ho- nistração e Serviço Público; de Segurança
Pública e Combate ao Crime Organizado,
mem do que os testes de laboratório, com animais, te-
Violência e Narcotráfico; e de Constituição e
nham podido demonstrar, segundo critérios técnicos
Justiça e de Redação (Art. 54) - Art. 24, 11.)
e científicos atualizados;
f) cujas características causem danos ao meio
O Congresso Nacional decreta:
ambiente.
Art. 4° As pessoas físicas e jurídicas que sejam Art. 1° Esta lei estabelece as normas gerais de
prestadoras de serviços na aplicação de agrotóxicos, organização, efetivos, material bélico, garantias, con-
seus componentes e afins, ou que os produzam, im- vocação e mobilização das polícias civis, polícias mili-
portem, exportem ou comercializem, ficam obrigadas tares e dos corpos de bombeiros militares dos Esta-
a promover os seus registros nos órgãos competen- dos, do Distrito Federal e dos Territórios.
tes, do Estado ou do Município, atendidas as diretri- CAPíTULO I
zes e exigências dos órgãos federais responsáveis Das Disposições Fundamentais
que atuam nas áreas da saúde, do meio ambiente e Art. 2° A organização, efetivo, material bélico,
da agricultura. garantias, convocação e mobilização das policias ci-
Parágrafo único. São prestadoras de serviços as vis, das polícias militares e dos corpos de bombeiros
pessoas físicas e jurídicas que executam trabalhos de militares, forças públicas dos Estados, do Distrito Fe-
prevenção, destruição e controle de seres vivos, con- deral e dos Territórios, instituições organizadas com
siderados nocivos, aplicando agrotóxicos, seus com- base na hierarquia e na disciplina, obedecerão as
ponentes e afins. normas gerais estabelecidas nesta lei.
Art. 3° Às polícias civis incumbem a polícia judi-
Art. 9° No exercício de sua competência, a ciária e a apuração das infrações penais; as polícias
União adotará as seguintes providências: militares incumbem a polícia ostensiva e a preserva-
I - legislar sobre a produção, registro, comércio ção da ordem pública e aos corpos de bombeiros mili-
interestadual, exportação, importação, transporte, tares a coordenação e a execução de atividades de
classificação e controle tecnológico e toxicológico; defesa civil no âmbito de sua competência; além de
11 - controlar e fiscalizar os estabelecimentos de outras atribuições previstas em lei.
produção, importação e exportação; Art. 4° São princípios básicos das polícias civis,
111- analisar os produtos agrotóxicos, seus com- polícias militares e dos corpos de bombeiros milita-
ponentes e afins, nacionais e importados; res:
IV - controlar e fiscalizar a produção, a exporta- I - hierarquia;
ção e a importação. 11 - disciplina;
Art. 10. Compete aos Estados e ao Distrito Fe-
111- respeito aos direitos e à dignidade humana;
deral, nos termos dos artigos 23 e 24 da Constituição
e
Federal, legislar sobre o uso, a produção, o consumo,
o comércio e o armazenamento dos agrotóxicos, IV - participação comunitária.
seus componentes e afins, bem como fiscalizar o uso, Art. 5° O exercício da polícia judiciária e da apu-
o consumo, o comércio, o armazenamento e o trans- ração de infrações penais pelas polícias civis compre-
porte interno. ende, dentre outras atribuições:
I - planejar, coordenar, dirigir e executar as
ações de polícia judiciária;
15242 Quillta-lCira 11 DIARIO DA ('AMAR_"- DOS IWI'U [ADOS Abril de 2002
11.- ~x:cutar, res,s~lvados nos crimes militares e IV - atuar de maneira preventiva, como força de
n~s atnbUl~oes da policia federal, a apuração de infra - dissuasão, em locais ou áreas específicas onde se
çoes penais; presuma ser possível a perturbação da ordem pública;
111- realizar a repressão mediata dos ilícitos pe- V - atuar de maneira repressiva, como força de
nais; contenção, em locais ou áreas específicas onde ocor-
IV - lavrar termo circunstanciado nas infrações ra a perturbação da ordem pública;
penais de menor potencial ofensivo; VI - executar o policiamento ostensivo de trânsi-
V - realizar coleta, busca e análise de dados so- to urbano e rodoviário e, concomitantemente, a fisca-
bre a criminalidade de interesse policial, destinados a lização nas vias municipais e federais, além de outras
orientar o planejamento e a execução de suas atribui- ações destinadas ao cumprimento da legislação de
ções; trânsito, remetendo o auto de infração para o ente es-
tatal com circunscrição sobre a via;
VI - realizar ações de inteligência destinadas à
instrumentar o exercício da polícia judiciária e da apu- VII - executar o policiamento ostensivo ambien-
ração de infrações penais, na esfera de sua compe- tai e outras ações previstas em lei, em combinação
tência, observado os direitos e garantias individuais; com os demais órgãos ambientais;
VII- realizar correições e inspeções, em caráter VIII - cooperar com as guardas municipais, no
permanente ou extraordinário, na esfera de sua com- planejamento, nas comunicações e nas ações des-
petência; tas, de forma a combinar a proteção dos bens, servi-
ços e instalações dos municípios com o policiamento
VIII - realizar pesquisas técnico-científicas, es-
ostensivo;
tatísticas e exames técnicos relacionados com as ati-
vidades de polícia judiciária; IX - participar das ações destinadas à garantia
dos poderes constitucionais, da lei e da ordem e à de-
IX - ter acesso aos bancos de dados existentes
fesa territorial, quando convocada ou mobilizada pela
nos órgãos de segurança pública, relativos identifica-
União;
ção civil, criminal, armas, veículos e objetos, bem
como prontuários de pessoas, observado o disposto X - proceder, nos termos da lei, à apuração das
no inciso X, do art. 5°, da Constituição FederaL infrações penais militares que envolvam seus mem-
bros;
Parágrafo único_ Para o desempenho das fun-
ções a que se refere o inciso I e 11, a Polícia Civil requi- XI - lavrar termo circunstanciado nas infrações
sitará exames periciais e adotará providências caute- penais de menor potencial ofensivo;
lares destinadas a colher e resguardar indícios ou XII - realizar coleta, busca e análise de dados
provas das ocorrências de infrações penais, sem pre- sobre a criminalidade e infrações administrativas de
juízo da competência dos demais órgãos policiais. interesse policial, destinados a orientar o planeja-
Art. 6° O exercício da polícia ostensiva e da pre- mento e a execução de suas atribuições;
servação da ordem pública pelas polícias militares XIII- realizar ações de inteligência destinadas à
compreende, dentre outras atribuições: prevenção criminal e a instrumentar o exercício da po-
I - planejar, coordenar, dirigir e executar as lícia ostensiva e da preservação da ordem pública, na
esfera de sua competência, observado os direitos e
ações de polícia ostensiva e de preservação da or-
garantias individuais;
dem pública;
XIV - realizar correições e inspeções, em cará-
11 - executar, com exclusividade, ressalvadas as
ter permanente ou extraordinário, na esfera de sua
missões peculiares das Forças Armadas, o policia-
competência;
mento ostensivo fardado, o qual deve ser desenvolvi-
do prioritariamente para assegurar a defesa das pes- XV - receber o prévio aviso da realização de re-
soas e do patrimônio, o cumprimento da lei, a preser- união em local aberto ao público, para fins de planeja-
vação da ordem pública e o exercício dos poderes mento e execução das ações de polícia ostensiva e
constitucionais; de preservação da ordem pública;
111 - realizar a prevenção e repressão imediata XVI - emitir normas, pareceres e relatórios téc-
ostensiva dos ilícitos penais e infrações administrati- nicos, relativos à polícia ostensiva, à ordem pública e
vas definidas em lei; bem como as ações necessárias às situações de pânico;
ao pronto restabelecimento da ordem pública, quan- XVII - fiscalizar o cumprimento dos dispositivos
do da ocorrência de tais ilícitos ou infrações; legais e normativos atinentes à polícia ostensiva, à 01'-
Abril li.: 2002 DI.\RIO IH C.\M.\R.\ DOS DHPIJlAUOS QUllIta-kira 1I I :'i24j
dem pública e pânico a esta pertinente, aplicando as X - realizar correições e inspeções, em caráter
sanções previstas na legislação específica; permanente ou extraordinário, na esfera de sua com-
XVIII - realizar pesquisas técnico-científicas, petência;
estatísticas e exames técnicos relacionados com as XI - realizar pesquisas técnico-científicas, tes-
atividades de polícia ostensiva, de ordem pública e tes e exames técnicos relacionados com as ativida-
pânico a este pertinente; des de segurança contra incêndio e pânico a este per-
XIX - supervisionar e fiscalizar, concorrente- tinente;
mente e sem prejuízo da competência da União, o XII O fiscalizar o cumprimento dos dispositivos
cumprimento das normas reguladoras dos serviços legais e normativos atinentes à segurança contra in-
de vigilância patrimonial, aplicando as sanções pre- cêndio e pânico a este pertinente, aplicando as san-
vistas em lei; e ções previstas na legislação específica; e
XX -ter acesso aos bancos de dados existentes XIII- realizar ações de inteligência destinadas a
nos órgãos de segurança pública, relativos identifica- instrumentar o exercício da atividade de prevenção e
ção civil, criminal, armas, veículos e objetos, bem extinção de incêndios e pânico a este pertinente, na
como prontuários de pessoas, observado o disposto esfera de sua competência.
no inciso X, do art. 5°, da Constituição Federal. Parágrafo único. Aplicam-se as disposições
Art. ]O O exercício das atribuições dos corpos de deste artigo aos corpos de bombeiros integrados às
bombeiros militares, além de atividades de defesa ci- polícias militares, respeitada a competência destas,
vil, compreende: decorrente de sua estrutura organizacional.
I - planejar, coordenar, dirigir e executar os ser- Art. 8° As polícias civis, as polícias militares e os
viços de prevenção e extinção de incêndios, de busca corpos de bombeiros militares subordinam-se aos go-
e salvamento, de resgate e atendimento pré-hospita- vernadores dos estados, do Distrito Federal e dos ter-
lar de urgência e emergência, no âmbito de sua com- ritórios e atuarão de forma integrada com os demais
petência; órgãos públicos e com a comunidade, de maneira a
11 - realizar perícias de incêndios relacionadas garantir a eficiência de suas atividades.
com sua competência; Parágrafo único. As polícias civis, militares e os
li' - exercer a supervisão, a fiscalização e a ori- corpos_de bombeiros ~.i1itares deve~ão pr~mov~r a i~-
entação das brigadas de bombeiros municipais e vo- tegraçao de suas atividades mediante Intercamblo
luntários' nas áreas de ensino, informações e conhecimentos
' .. d - d . d' . técnicos.
IV - participar as açoes estlna as a garantia o ' . .. _ .
dos poderes constitucionais, da lei e da ordem e à de- Art. 9 No e.x~rclclo. de atnbUlç~e~ legal.s, os
fesa territorial quando convocada ou mobilizada pela membros das poliCias CIVIS e das poliCias militares
União' ' são autoridades policiais e os membros dos corpos
,v d di' , - d de bombeiros militares exercem o poder de pol ícia ad-
. _ - proce. er, ~.os termos a el, a apuraçao as ministrativa.
Infraçoes penais militares que envolvam seus mem-
bros' Art. 10. As policias militares e corpos de bombei-
' . .... ros militares poderão cooperar no treinamento ou su-
VI. - analisar e aprovar projetos e re~liz~r vlst.?r~- pervisão das guardas municipais, das brigadas de
as de slstema~ de segurança contra IncendlO e panl- bombeiros municipais e voluntários e dos serviços de
co a este pertinente', guard ' das municipais.
a-vI ...
VII- proteger o meio ambiente mediante a reali-
zação de atividades de prevenção, extinção e perícia CAPíTULO II
de incêndio florestal; Da Organização
VIII - emitir normas, pareceres e relatórios téc- Art. 11. A organização das polícias civis, das po-
nicos, relativos à segurança contra incêndio e pânico lícias militares e dos corpos de bombeiros militares
a este pertinente; dos estados é fixada em lei, de iniciativa privativa do
IX - credenciar e fiscalizar as empresas de fabri- respectivo Governador.
cação e comercialização de produtos e de prestação Parágrafo único. A organização das polícias ci-
de serviços relativos à segurança contra incêndio e vis, das policias militares e dos corpos de bombeiros
pânico a este pertinente, bem como os bombeiros militares do Distrito Federal e dos territórios é fixada
particulares e brigadas de incêndio; em lei federal.
1<;244 QUlIlta-lClnl 11 DIA RI< ) IH (':\MAR,\ DOS DEPUL\])()S !\bril d.: 2002
Art. 12. A organização das polícias civis, das po- 111 - Praças:
Iícias militares e dos corpos de bombeiros militares § 1° A todos os postos e graduações de que tra-
deve observar a seguinte estrutura básica ta este artigo é acrescida a designação PM, no caso
I - Órgãos de Direção; das polícias militares, ou BM, no caso dos bombeiros
111 - Órgãos de Apoio; militares.
111 - O Órgãos de Execução. Art. 15. As polícias militares e os corpos de bom-
§ 1° Os Órgãos de Direção compreendem: beiros militares constituir-se-ão, dentre outros, dos
I - os Órgãos de Direção-Geral, destinados a: seguintes quadros básicos:
a) efetuar a Direção geral, o planejamento estra- I - O Quadro de Oficiais Policiais Militares
tégico e a administração superior da Instituição; e (QOPM) e Quadro de Oficiais Bombeiros Militares
b) exercer as funções de corregedoria geral, (QOBM), destinados ao exercício, dentre outras, das
atuando na fiscalização da atuação dos membros da funções de comando, chefia, direção e administração
Instituição e zelando pela correção de suas condutas. dos diversos órgãos da instituição e integrados por
11- os Órgãos de Direção Setorial, destinados a oficiais possuidores do respectivo curso de formação
realizar a administração setorial das atividades de re- de oficiais, em nível de graduação, realizado em esta-
cursos humanos, saúde, ensino, logística e gestão fi- belecimento de ensino próprio ou de polícia militar ou
nanceira e orçamentária, dentre outras. corpo de bombeiros militar de outra unidade federada
§ 2° Os Órgãos de Apoio destinam-se ao atendi- ou Território;
mento das necessidades de recursos humanos, saú- 11 _ O Quadro de Oficiais de Administração
de, ensi~o, logística.egestão fin~nceira e .or~~m~ntá- (QOA), destinado ao exercício de atividades subsidiá-
na, reallzand~ as_ atlvldades-me~o da I~stltulçao: rias àquelas previstas para os quadros do
§ 3° Os Orgaos de Execuçao destinam-se a rea- ,. " , , . .
· - d as atlvl
IIzaçao ' 'd ad es- f'Im d a .InSt't' - e que, de
I ulçao inCISO antenor
. e Integrado. por
. _ oficiaiS possUldo-
,
acordo com as pecu Ilan a es 'd d da unl'dade federada res do respectivo curso de habllltaçao; , , .
ou Território. 111 - O Quadro Complementar de OfiCiaiS
§ 4° As policias civis, as policias militares e os (~CO), destin~do a~ de,se,m?enh~.de determina~as
corpos de bombeiros militares poderão, ainda, contar ~tlvldades-melod~~ mstltUlç.oes militares estaduaiS e
com órgãos especializados de execução, para mis- Integrado por ofiCiaiS. possUidores de .c~r~s de g~a-
sões específicas, com responsabilidade sobre toda a duação em áreas de Interesse da InstltUlçao, que, In-
área da unidade federada ou Território. dependentemente do posto, serão empregados, ex-
clusivamente, nas suas especialidades;
CAPíTULO 111
Dos Efetivos IV - O Quadro de Oficiais de Saúde (OOS), des-
tinado ao desempenho de atividades de saúde das
Art. 13, Os efetivos das polícias civis, das políci- instituições militares estaduais e integrado por oficiais
as militares e corpos de bombeiros militares são fixa- possuidores de cursos de graduação na área de inte-
dos em lei, de conformidade com a extensão da área resse da Instituição, que, independentemente do pos-
territorial, a população, os índices de criminalidade e
to, serão empregados, exclusivamente, nas suas es-
as condições sócio-econômicas da unidade federada.
pecialidades; e
Parágrafo único As unidades federadas e os
V - O Quadro de Praças Policiais Militares
Territórios deverão manter cadastro atualizado, junto
à União, dos efetivos das polícias civis, das polícias (QPPM) e Quadro de Praças Bombeiros Militares
militares e dos corpos de bombeiros militares. (QPBM), destinados à execução das atividades dos
diversos órgãos da instituição e integrados por pra-
SEÇÃO I ças, possuidoras do respectivo curso de formação, re-
Da Hierarquia nas Polícias Militares e alizado em estabelecimento de ensino próprio ou de
Corpos de Bombeiros Militares policia militar ou corpo de bombeiros militar de outra
Art. 14. A hierarquia nas polícias militares e nos unidade federada ou Território.
corpos de bombeiros militares deve observar a se- Parágrafo único. O acesso ao primeiro posto do
guinte estrutura básica: Quadro Auxiliar dar-se-á mediante aprovação em pro-
f - Oficiais: cesso seletivo interno e após conclusão com aprovei-
11 - Praças Especiais: tamento do respectivo curso de habilitação,
.'\hril de 2()()2 DL\RIO DA C.\M.\RA DOS I>HPlJL\J)OS ()uillla-lelf<l I I 1)24)
Justificação
Art. 101. Será também averbado, com as mes-
A regulamentação da profissão de chacareiro
mas indicações e efeitos, o ato de restabelecimento
vem suprir uma lacuna importante na busca contí-
de sociedade conjugal.
nua que movemos no que se refere à criação de em-
Art. 102. No livro de nascimento serão averba-
pregos.
dos:
1) as sentenças que julgarem ilegítimos os filhos Um país como o Brasil, com imenso potencial
concebidos na constância do casamento; agrícola, necessita de mecanismos que contribuam
2) as sentenças que declararem legítima a filia- para diminuição do êxodo rural. A criação de novos
ção; postos de trabalho e a conseqüente criação de rique-
zas é fundamental para o País.
3) as escrituras de adoção e os atos que a dis-
solverem; A regulamentação da profissão de chacareiro
4) o reconhecimento judicial ou voluntário dos fi- vem neste intuito. Sabe-se que em todo país existem
lhos ilegítimos; milhares de chácaras de lazer. Segundo dados da
5) a perda de nacionalidade brasileira, quando CNA, temos hoje, no campo, três milhões de casas
comunicada pelo Ministério da Justiça; inabitadas e sem uma ocupação funcional, pois os
6) a perda e a suspensão do pátrio poder. proprietários têm medo de contratar.
'/tem acrescentado pela Lei n° 8.069, de 13 de Os benefícios que este projeto trará são inúme-
julho de 1990. ros: a criação de milhares de emprego, a fixação do
homem no campo, bem como a possibilidade de que
famílias, hoje em situação de miséria urbana, possam
ir para o campo, obtendo uma inquestionável melho-
PROJETO DE LEI N° 6.373, DE 2002 ria em sua qualidade de vida.
(Do Sr. Roberto Argenta)
No que se refere à geração de empregos, se con-
Dispõe sobre a regulamentação da siderarmos que no Brasil temos aproximadamente
profissão de empregado chacareiro. 5500 municípios e que, com esta regulamentação, se-
(Às Comissões de Trabalho, de Admi- jam contratados, em média, 100 novos chacareiros por
nistração e Serviço Público; e de Constitui- município, teremos um total de 550.000 novos postos
ção e Justiça e de Redação (Art. 54) - Art. de trabalho. Contratando-se, sob o mesmo raciocínio,
24,11.) um casal, teremos 1.100.000 novos empregos.
O Congresso Nacional decreta: É importante salientar que, para a geração des-
Art. 1° Empregado chacareiro é a pessoa que tes novos 1.100.000 postos de trabalho, não são ne-
presta serviço de natureza contínua à pessoa ou a fa- cessários nenhum tipo de novos recursos financeiros,
mília de proprietário de chácara de recreio ou lazer, pois a infra-estrutura existe.
I 'i264 Quinta-leira II mARIO DA CAM_\RA DOS DEI'IJlADOS Abril de 2002
Eis por que espero contar com o apoio dos no- Trabalho e Previdência Social, até o limite de 3 (três)
bres Pares, inclusive para aperfeiçoá-lo eventualmen- salários minimos regionais.
te, a uma medida necessária de criação de emprego, *§ 1° acrescido pela Lei n° 6.887, de 10-12-1980.
renda e qualidade de vida. § 2° A falta de recolhimento, na época própria,
Sala das Sessões, 20 de março de 2002. - das contribuições previstas neste artigo sujeitará o
Deputado Roberto Argenta. responsável ao pagamento do juro moratório de 1%
(um por cento), ao mês, além da multa variável de
LEI N° 5.859, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1972
10% (dez por cento) a 50% (cinqüenta por cento) do
Dispõe sobre a Profissão de Em- valor do débito.
pregado Doméstico, e dá Outras Provi- *§ 2° acrescido pela Lei nO 6.887. de 10-12-1980.
dências.
Art. 6° Não serão devidas quaisquer das contri-
Art. 1° Ao empregado doméstico, assim consi- buições discriminadas nos itens 11 a VII da Tabela
derado aquele que presta serviços de natureza contí- constante do art. 3 do Decreto n° 60.466, de 14 de
nua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à famí- março de 1967.
lia, no âmbito residencial destas, aplica-se o disposto Art. 6°-A. O empregado doméstico que for dis-
nesta lei. pensado sem justa causa fará jus ao beneficio do se-
Art. 2° Para admissão ao emprego deverá o em- guro-desemprego, de que trata a Lei n° 7.998, de 11
de janeiro de 1990, no valor de um salário mínimo, por
pregado doméstico apresentar:
um período máximo de três meses, de forma contínua
I - Carteira de Trabalho e Previdência Social; ou alternada.
11 - Atestado de boa conduta; § 1° O beneficio será concedido ao empregado
111 - Atestado de saúde, a critério do emprega- inscrito no FGTS que tiver trabalhado como domésti-
dor. co por um período mínimo de quinze meses nos últi-
Art. 3° O empregado doméstico terá direito a fé- mos vinte e quatro meses contados da dispensa sem
rias anuais remuneradas de 20 (vinte) dias úteis, após justa causa.
cada período de 12 (doze) meses de trabalho, presta- § 2° Considera-se justa causa para os efeitos
do à mesma pessoa ou família. desta Lei as hipóteses previstas no art. 482, com ex-
ceção das alíneas c" e "g" e do seu parágrafo único,
Art. 3°-A. É facultada a inclusão do empregado
da Consolidação das Leis do Trabalho.
doméstico no Fundo de Garantia do Tempo de Servi-
ço - FGTS, de que trata a Lei n° 8.036, de 11 de maio *Artigo acrescido pela Lei n° 10.208, de 23-3-2001.
de 1990, mediante requerimento do empregador, na Art. 6°-B. Para se habilitar ao benefício, o traba-
forma do regulamento. lhador deverá apresentar ao órgão competente do Mi-
*Artigo acrescido pela Lei n° 10.208, de 23-3-200 1. nistérío do Trabalho e Emprego:
Art 4° Aos empregados domésticos são assegu- I - Carteira de Trabalho e Previdência Social, na
rados os benefícios e serviços da Lei Orgânica da qual deverão constar a anotação do contrato de traba-
Previdência Social, na qualidade de segurados obri- lho doméstico e a data da dispensa, de modo a com-
gatórios. provar o vinculo empregatício, como empregado do-
méstico, durante pelo menos quinze meses nos últi-
Art. 5° Os recursos para o custeio do plano de
prestações provirão das contribuições abaixo, a se- mos vinte e quatro meses;
rem recolhidas pelo empregador até o último dia do " - termo de rescisão do contrato de trabalho
mês seguinte àquele a que se referirem e incidentes atestando a dispensa sem justa causa;
sobre o valor do salário mínimo da região: 111 - comprovantes do recolhimento da contribu-
I - 8% (oito por cento) do empregador; ição previdenciária e do FGTS, durante o período re-
" - 8% (oito por cento) do empregado domés- ferido no inciso 1, na condição de empregado domés-
tico. tico;
§ 1° O salário-de-contribuição para o emprega- IV - declaração de que não está em gozo de ne-
do doméstico que receber salário superior ao mínimo nhum beneficio de prestação continuada da Previ-
vigente incidirá sobre a remuneração constante do dência Social, exceto auxílio-acidente e pensão por
contrato de trabalho registrado em sua Carteira de morte; e
_\bril de 2002 DIARIO IM C\MAln DOS D):l'lJlAD()S QUJllta-kira II 15265
v - declaração de que não possui renda própria rança em questão: assaltos por motoqueiros e aci-
de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e dente de trânsito em que o condutor fique desacor-
de sua família. dado.
'Artigo acrescido pela Lei n° 10.208, de 23-3-200 1. No primeiro, se o motociclista for preso, por
Art. 6°-C. O seguro-desemprego deverá ser re- exemplo, em uma batida policial, será possível confir-
mar a origem do veículo com muito mais rapidez e efi-
querido de sete a noventa dias contados da data da
ciência comparando o nome da pessoa constante da
dispensa.
Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e o nome gra-
*Artigo acrescido pela Lei n° 10.208, de 23-3-2001.
vado no capacete do condutor.
Art. 6°-0. Novo seguro-desemprego só poderá
No segundo, se o motociclista sofrer um grave
ser requerido a cada período de dezesseis meses
decorridos da dispensa que originou o beneficio an- acidente e ficar desacordado durante muito tempo, a
terior. gravação do nome etipo sangüíneo pode ser útil para
a prestação do socorro.
'Artigo acrescido pela Lei nO 10.208. de 23-3-2001.
Assim, pelos motivos expostos e para aprimorar
Art. ]O Esta Lei será regulamentada no prazo de
cada vez mais o Código de Trânsito Brasileiro, espe-
90 (noventa) dias vigorando 30 (trinta) dias após a pu-
ramos contar com o apoio dos eminentes Pares para
blicação do seu regulamento.
a aprovação deste projeto de lei.
Art. 8° Revogam-se as disposições em con-
trário. Sala das Sessões de 20 março de 2002. -
Deputado Jovair Arantes.
PROJETO DE LEI N° 6.374, DE 2002
(Do Sr. Jovair Arantes) LEI W 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997
Acrescenta artigo ao Código de Institui o Código de Transito Brasi
Trânsito Brasileiro tomando obrigatório a leiro.
gravação do nome e do tipo sangüíneo
do proprietário, no capacete de seguran-
ça para motociclistas e afins. CAPITULO 111
(As Comissões de Viação e Das Normas Gerais de Circulação e Conduta
Transportes; e de Constituição e Justiça e
de Redação (Art. 54) - Art. 24, 11.)
Art. 55. Os passageiros de motocicletas, moto-
O Congresso Nacional decreta: netas e ciclomotores só poderão ser transportados:
Art. 1° A Lei n° 9.503, de 23 de setembro de I - utilizando capacete de segurança;
1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro, pas-
11 - em carro lateral acoplado aos veículos ou
sa a vigorar acrescida do seguinte artigo:
em assento suplementar atrás do condutor;
.. "Art. 55-A. Os capacetes de segurança de que
111 - usando vestuário de proteção, de acordo
tratam o inciso I do art. 54 e o inciso I do art. 55 deve-
com as especificações do CONTRAN.
rão conter a gravação do nome e tipo sangüíneo do
proprietário, de acordo com as especificações do Art. 56. (VETADO).
Contran:' Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos
Art. 2° Esta lei entra em vigor após decorridos pela direita da pista de rolamento, preferencialmente
90 (noventa) dias da data de sua publicação. no centro da faixa mais à direita ou no bordo direito da
pista sempre que não houver acostamento ou faixa
Justificação própria a eles destinada, proibida a sua circulação
O capacete de segurança utilizado pelos moto- nas vias de trânsito rápido e sobre as calçadas das
ciclistas é um equipamento de grande eficácia para a vias urbanas.
proteção da cabeça do condutor na hipótese de um Parágrafo único. Quando uma via comportar
acidente de tráfego. Por isso o Código de Trânsito duas ou mais faixas de trânsito e a da direita for desti-
Brasileiro exige o uso desse equipamento tanto para nada ao uso exclusivo de outro tipo de veículo, os ci-
o condutor, como para o passageiro de motocicletas, clomotores deverão circular pela faixa adjacente à da
motonetas e ciclomotores. direita.
No entanto, é importante considerar dois as-
pectos referentes ao uso do equipamento de segu-
15266 Quinla-kira 1I DIARIO DA ('AMARA DOS !>l'l'lJTA.DOS .\bril de 2002
PROJETO DE LEI N° 6.377, DE 2002 lojista que recebe cheques em pagamento de suas
(Da Sra Nair Xavier lobo) mercadorias ou serviços. A utilização de ficha cadas-
Altera a Lei n° 7.357, de 02 de Stt- trai se mostra apropriada para a finalidade desejada,
tembro de 1985, que "dispõe sobre o além de permitir que o cliente possa se recusar ao
cheque e dá outras providências". seu preenchimento, baseado no bom histórico de cré-
dito que já mantém na praça ou em outras informa-
(Apense-se ao Pl. n° 1.029/19991.) ções fornecidas por intermédio de SPC, SERASA ou
O Congresso Nacional decreta: centrais similares.
A lei n07.357, de 2 de setembro de 1985, passa Desse modo, acreditamos estar aperfeiçoando
a viger acrescida do seguinte artigo: a lei do Cheque e preenchendo uma lacuna na legis-
"Art. 4°-A. Não vale como cheque o título que lação que está prejudicando as relações comerciais
contenha, no seu verso ou anverso, qualquer endere- entre os lojistas e os comerciantes.
ço, número de telefone ou referência pessoal do emi- Sala das Sessões, 21 de março de 2002. -
tente:' Deputada Nair Xavier Lobo.
Art. 2° Poderá o estabelecimento comercial be-
LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
neficiário de cheque elaborar ficha cadastral de emi-
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS
tente de cheque, com o propósito específico de obter
LEGISLA TI VOS - CeDI
maior segurança na eventual devolução do título por
motivo de falta de provisão de fundos ou por erro de lEI N° 7.357, DE 2 DE SETEMBRO DE 1985
preenchimento no ato da emissão. Dispõe sobre o cheque e dá outras
Parágrafo único. Ninguém poderá ser compelido providências.
a preencher ficha cadastral nos termos previstos no
caput deste artigo, sob pena de incorrer no crime ca-
pitulado no art. 71 da lei n° 8.078, de 11 de setembro CAPíTULO I
de 2002, que "dispõe sobre a proteção do consumidor Da Emissão e da Forma do Cheque
e dá outras providências".
Art. 3° Esta lei entra em vigor na data de sua pu-
blicação. Art. 4° O emitente deve ter fundos disponíveis
em poder do sacado e estar autorizado a sobre eles
Justificação emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou tá-
cito. A infração desses preceitos não prejudica a vali-
O consumidor, ao emitir um cheque, não pode
continuar tendo sua vida pessoal devassada por esta- dade do título como cheque.
belecimentos comerciais ou por escritórios de co- § 1° A existência de fundos disponíveis é verifi-
brança em todo o Pais, evidenciando uma situação in- cada no momento da apresentação do cheque para
suportável e absolutamente contrária aos princípios pagamento.
que norteiam o Código de Proteção e defesa do Con- § 2° Consideram-se fundos disponíveis:
sumidor (lei n° 8.078, de 11 de setembro de 2002). a) os créditos constantes de conta corrente ban-
Vem se tornando prática usual de lojistas a exi- cária não subordinados a termo;
gência de preenchimento dos dados pessoais do emi- b) o saldo exigível de conta corrente contratual;
tente de cheque no verso do documento. No dia-a-dia c) a soma proveniente de abertura de crédito.
das transações comerciais, os lojistas apõem um ca- A~. 5° (Vetado).
rimbo no verso do cheque, exigindo do seu cliente o
preenchimento do endereço, telefone e algumas refe-
rências pessoais.
Ora, sem prejuízo da cautela que o lojista ou be- LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
neficiário do cheque devam ter para assegurar-se do COORDENAÇÃO DE ESTUDOS
recebimento de seus créditos, mostra-se absoluta- LEGISLA TI VOS - CeDI
mente inadequado transformar o cheque em uma fi- lEI N° 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990
cha cadastral.
Nossa proposição, além de proteger os interes- Dispõe sobre a proteção do consu-
ses do consumidor, visa oferecer os mecanismos midor e dá outras providências.
adequados e corretos para a garantia e segurança do
Abril de 2002 DI:\RIO IH CA.MAR.\ DOS Dl~PlJT.\f)OS Quinla-ti:ira 11 15267
TíTULO 11 cípios, que tiveram reduzidos seus saldos credores
Das Infrações Penais na Conta de Resultados a Compensar - CRC -, em
razão das alterações introduzidas pela Lei n° 8.724,
de 28 de outubro de 1993 e fundamentalmente resta-
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas; de
belecer a justiça de tratamento isonômico e igualitário
ameaça; coação, constrangimento físico ou moral,
de todas as concessionárias de energia elétrica do
afirmações falsas, incorretas ou enganosas ou de
país, reiterando-se o respeito aos princípios do pacto
qualquer outro procedimento que exponha o consu-
federativo constitucional, de que, nenhuma lei de apli-
midor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com
cação imperativa à toda a Nação, resulte em exce-
seu trabalho, descanso ou lazer:
ções e ou discriminações a qualquer Estado da Fede-
Pena - Detenção de 03 (três) meses a 01 (um)
ração.
ano e multa.
Assim sendo, o Projeto de lei, objetiva acres-
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consu-
centar o § 6°, "dispondo, que o redutor de 25% (vinte e
midor às informações que sobre ele constem em ca-
cinco por cento) sobre o saldo da CRC, será aplicado
dastros' banco de dados, fichas e registros:
somente após efetivadas as quitações e compensa-
Pena - Detenção de 06 (seis) meses a 01 (um)
ções autorizadas por esta Lei, limitando-se, a redu-
ano ou multa. ção, ao montante do saldo credor remanescente em
favor do concéssionário", afim de evitar a perpetua-
ção de prejuízos significativos às concessionárias e
PROJETO DE LEI N° 6.381, DE 2002 aos consumidores de energia elétrica dos Estados
(Do Sr. Airton Dipp) de, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul e Alagoas.
A inserção do parágrafo 6° à Lei n° 8.631/93, é a
Acrescenta o § 6 0 ao artigo -r da Lei
única forma de se estabelecer um tratamento isonô-
n° 8.631, de 04 de março de 1993
mico e igualitário de todas as concessionárias de
(Às Comissões de Minas e Energia; de
energia elétrica do país, como já foi ressaltado. Com a
Finanças e Tributação (Art. 54); e de Consti-
aprovação do Pl, fica assegurado as concessionári-
tuição e Justiça e de Redação (Art. 54) -
as cujo valor da CRC não foi suficiente para a com-
Art. 24, 11.)
pensação dos seus débitos, idêntico tratamento as
O Congresso Nacional decreta: demais, cuja CRC superou tais valores, por uma sim-
Art. 1° O artigo 7° da Lei n° 8.631, de 04 de março ples e justa razão, qual seja, pela evidência que nes-
de 1993, passa a ter o § 6° com a seguinte redação: sas concessionárias, a compressão tarifária, origem
"§ 6° O disposto do parágrafo anterior de toda a CRC, lhes foi menos prejudicial. Portanto, a
aplicação de um redutor linear sem levar em conside-
aplicar-se-á somente após efetivadas as
quitações e compensações autorizadas por ração tais fatos, e peculiaridades do mercado de cada
esta lei, limitando-se, a redução, ao montan- concessionária, é, sem dúvida nenhuma, prejudicar
te do saldo credor que remanescer em favor duplamente as concessionárias dos Estados de, São
do Concessionário." Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul e Alagoas.
Tal dispositivo, assegura os direitos das concessi-
Art. 2° O disposto no § 6° deste artigo apli-
onárias - CESP ( Companhia Energética de São Paulo)
ca-se às empresas concessionárias de energia elé-
, CELG ( Companhia Energética de Goiás) CEEE
trica sob controle direto ou indireto da União, Esta-
(Companhia Estadual de Energia Elétrica) e CEAL
dos e Municípios."
(Companhia Energética de Alagoas) - os quais não te-
Art. 3° Esta lei entra em vigor na data de sua riam reduzidos os seus saldos credores da CRC no
publicação. montante estimado em US$ 643 milhões e o Tesouro
Art. 4° Revogam-se as disposições em contrário. Nacional manteria seus ganhos em patamares bem ele-
vados, ou seja, superiores a US$ 10,5 bilhões.
Justificação
As perdas destas concessionárias foram de
A redação proposta no § 6° do artigo ]O da Lei n° grande monta e são resultantes da aplicação do re-
8.631, de 04 de março de 1993, visa exclusivamente dutor de 25% sobre os saldos credores da Conta de
recuperar, parcialmente, o equilíbrio econômico-fi- Resultados a Compensar - CRC -, antes de procedi-
nanceiro das concessionárias de energia elétrica sob das as quitações e compensações autorizadas pela
controle direto ou indireto da União, Estados e Muni- Lei n° 8.631/93, caracterizando tratamento discrimi-
I :'i26X Quinta-feira J 1 Dl.\' RIO IH ('AMARA DOS J)};l'U 1AnOS Abril de 2002
natório e prejudicial a essas concessionárias em re- Além disso, o presente PL, produz um resgate
lação às demais, cujos saldos credores da CRC fo- histórico da aprovação por unanimidade pelo Con-
ram superiores aos montantes dos seus débitos pas~ gresso Nacional do Projeto de Lei de conversão n°
síveis de liquidação no encontro de contas estabele- 22/93, da Medida Provisória n° 355, de 27 de setem~
cido pela lei supra citada. bro de 1993, que teve o § 6° vetado quando da sua
A permanecer tal situação, estará consolidan- sanção, dando origem a Lei n° 8.724/93, contrariando
do~se prejuízos injustificáveis as concessionárias dos neste ponto o amplo acordo nacional realizado entre
Estados de São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul e o Governo Federal, Estados, concessionárias e enti-
Alagoas, que além de contabilizarem perdas signifi- dades representativas da sociedade quando da cons-
cativas ao longo de 20 (vinte) anos de contenção tari- trução do citado Projeto de Lei de Conversão. Tam-
fária, ou seja, tarifas abaixo dos custos de serviço, de-
bém, objetiva não só restabelecer os créditos de CRC
verão essas empresas ter, ainda, seus saldos credo-
das concessionárias, modificando urna situação que
res na Conta de Resultados a Compensar, passíveis
de compensação e quitação de dívidas perante a trouxe prejuízos sérios aos Estados de, São Paulo,
União, serem reduzidos de forma brutal, penalizando Goiás, Rio Grande do Sul e Alagoas, às suas empre-
assim, a população desses Estados da Federação. A sas, acionistas e, principalmente, em última instância
necessidade de pagamento das mencionadas dívi- os próprios consumidores de energia elétrica, mas
das, não obstante a existência de recursos que, in fundamentalmente fazer justiça e corrigir um erro gra-
casu, foram confiscados com o referido redutor, im- ve e histórico, de uma matéria já aprovada por esta
possibilita a redução dos níveis tarifários para os con- Casa, dando legalidade a uma situação que, há mui-
sumidores de energia elétrica desses Estados. to, já merecia ser reparada.
Convém destacar que, se o presente Projeto de É, neste contexto, que este projeto de lei busca,
Lei merecer a aprovação dos nobres Parlamentares, não só recompor com equidade o patrimônio das con~
a repercussão para o Tesouro Nacional será. inex- cessionárias que foram prejudicadas com as altera~
pressiva, uma vez que restabelecerá créditos que so- ções introduzidas no projeto de lei original da lei nO
mente poderão ser utilizados na compensação de dé- 8.631/93, e pela modificação imposta pela Lei n0
bitos já refinanciados em 20 (vinte) anos pela União
8.729/93, mas também resgatar e preservar toda a
Federal. Urge, ainda mencionar que com as altera-
ções promovidas na legislação, o Tesouro Nacional contextualização de uma negociação ampla, demo-
teve beneficios de cerca de US$ 11,6 bilhões, os qua- crática e participativada sociedade brasileira em que,
is foram quase que integralmente suportados pelas a consensualidade entre os diversos segmentos foi a
concessionárias, mediante redução nos seus créditos pauta aprovada pelo Congresso Nacional sem que
da CRC. houvesse qualquer prejuízo discriminatório à União,
A compensação, ora defendida, permitirá que Estados e Municípios.
as concessionárias CESP (Companhia Energética de Cabe ressaltar que o processo de privatização
São Paulo), CELG (Companhia Energética de Goiás) do setor elétrico brasileiro iniciado em 1995 e intensi-
CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica - ficado nos anos de 1997 a 1999, resultou na transfe~
RS) e CEAL (Companhia Energética de Alagoas) re- rência da maioria das concessionárias de energia
cuperem perdas históricas, e se recomponha a equi- elétrica estaduais para a iniciativa privada. Neste con-
dade de tratamento que deva manter o Poder Conce- texto o Projeto de Lei, mais do que justo, estabelece
dente - ANEEL para com as concessionárias de no seu Art. 2° o seguinte: "O disposto no parágrafo 6°
energia elétrica de todo o país. deste artigo, só se aplica as empresas concessionári~
A repercussão da redução, reafirmamos, será as de energia elétrica, sob controle direto ou indíreto
insignificante para o Tesouro Nacional, posto que da União, Estados e Municípios".
dar~se~á em 20 (vinte) anos, à razão de 1/20 ao ano,
ou seja, menos do que 0,05% do total do orçamento O fato relevante é que o Projeto de Lei desta for~
anual da União. Esta baixa consequência decorre úni~ ma, reduz significativamente o impacto sobre o Te-
ca forma de utilização destes créditos, qual seja medi- souro Nacional, sendo que se estima US$300 mi-
ante compensação com dívidas já refinanciadas pelo Ihões a diminuição da CRC das empresas concessio-
Tesouro Nacional ao abrigo da Lei nO 7.976/89 e seus nárias do Estado de São Paulo, em razão da privatiza~
sucedâneos. ção da maioria das suas concessionárias.
Abril de 2002 DIARIO DA CAMAR.\ DoS DEPUTADOS Quinta-feira 1 J 15269
Outro aspecto a salientar é a participação acio- VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural,
nária da ELETROBRÁS na CEAl ( Al) com 75% do artístico, turístico e paisagístico;
capital social e CEEE (RS) 32%, ou seja, a recompo- VIII - responsabilidade por dano ao meio ambi-
sição dos saldos credores da CRC dessas concessio- ente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artísti-
nárias, além de restabelecer a justiça de tratamento co, estético, histórico, turístico e paisagístico;
eqüânime entre as concessionárias de energia elétri- IX - educação, cultura, ensino e desporto;
ca do país, contribui significativamente para a recupe- X - criação, funcionamento e processo do juiza-
ração do equilíbrio econômico-financeiro dessas em- do de pequenas causas;
presas, exigido por lei, revertendo numa futura valori- XI - procedimentos em matéria processual;
zação de suas ações e, consequentemente resultan- XII - previdência social, proteção e defesa da
do em beneficios para os acionistas e consumidores. saúde;
Por fim, volto a enfatizar que se aprovado o Pl e XIII - assistência jurídica e defensoria pública;
transformado em lei, implicará numa repercussão ín- XIV - proteção e integração social das pessoas
fima para o Tesouro Nacional, em razão de que não portadoras de deficiência;
ocorrerá nenhum desencaixe em moeda corrente, XV - proteção à infância e à juventude;
pois, as compensações serão efetivadas na forma da XVI - organização, garantias, direitos e deveres
Lei n° 8.631, mediante encontro de contas com dívi- das polícias civis.
das junto ao Sistema ELETROBRÁS e a União Fede- § 1° No âmbito da legislação concorrente, a
ral. Como os créditos das concessionárias, somente competência da União limitar-se-á a estabelecer nor-
serão utilizados na compensação de débitos já refi- mas gerais.
nanciados em 20 anos pela União. § 2° A competência da União para legislar sobre
normas gerais não exclui a competência suplementar
Sala das Sessões, em 21 de março de 2002. -
dos Estados.
Deputado Airton Dipp.
§ 3° Inexistindo lei federal sobre normas gerais,
LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA os Estados exercerão a competência legislativa ple-
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS na, para atender a suas peculiaridades.
LEGISLA TI VOS - CeDI" § 4° A superveniência de lei federal sobre nor-
CONSTITUiÇÃO DA mas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no
que lhe for contrário.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988
CAPíTULO 111
Dos Estados Federados
TíTULO 111
Da Organização Do Estado Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se
pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição.
CAPITULO li § 1° São reservadas aos Estados as competênci-
Da União as que não lhes sejam vedadas por esta Const~uição.
§ 2° Cabe aos Estados explorar diretamente, ou
mediante concessão, os serviços locais de gás cana-
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Dis- lizado, na forma da lei, vedada a edição de medida
trito Federal legislar concorrentemente sobre: provisória para a sua regulamentação.
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, * § 2 0 com redação dada pela Emenda Constitu-
econômico e urbanístico; cional nOS, de 15-8-1995.
11 - orçamento; § 3° Os Estados poderão, mediante lei comple-
111 - juntas comerciais; mentar, instituir regiões metropolitanas, aglomera-
IV - custas dos serviços forenses; ções urbanas e microrregiões, constituídas por agru-
V - produção e consumo; pamentos de Municípios limítrofes, para integrar a or-
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação ganização, o planejamento e a execução de funções
da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, públicas de interesse comum.
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
15270 Quinta-Ieira 11 DIA RIO DA ('AMARA DOS DEPUTADOS Abnl de 2002
TíTULO IV § 1° É incompatível com o decoro parlamentar,
Da Organização dos Poderes além dos casos definidos no regimento interno, o abu-
CAPíTULO I so das prerrogativas asseguradas a membro do Con-
Do Poder Legislativo gresso Nacional ou a percepção de vantagens indevi-
das.
§ 2° Nos casos dos incisos 1,11 e VI, a perda do
SEÇÃO V mandato será decidida pela Câmara dos Deputados
Dos Deputados e dos Senadores ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria
absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa
ou de partido político representado no Congresso Na-
Art. 54. Os Deputados e Senadores não pode-
cional, assegurada ampla defesa.
rão:
§ 3° Nos casos previstos nos incisos III a V, a
I - desde a expedição do diploma:
perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva,
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de oficio ou mediante provocação de qualquer de
de direito público, autarquia, empresa pública, socie-
seus membros, ou de partido político representado no
dade de economia mista ou empresa concessionária
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
de serviço público, salvo quando o contrato obedecer
a cláusulas uniformes; § 4° A renúncia de parlamentar submetido a pro-
cesso que vise ou possa levar à perda do mandato,
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego
nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos
remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis
até as deliberações finais de que tratam os parágrafos
"ad nutum", nas entidades constantes da alínea ante-
rior; 2° e 3°.
CO Sebastião Rochd
5f PlS 00409/1999
22/03/2002 SSEXp· SUaSECRETARIA. DE EXPEDIENTE
Recebido neste órgêio ~s 10:00 hs.
21/03/2002 SSCI SF - SIJRSf'C. COQllOENAÇÃO LEGISLATIVA 00 SFNADO
Procedida a revisão dos autós;Jrafos de f/s. 23 e 24. À Subsecretana de
E:Kpedlcnte.
21/03/200J. 5SeXp - SUBSECRt:.TARIA DE:. EXPEDiEt-41 E
À SSCLSF p4!ora revisão dos autógrafos (fts:. 23 ).
21/03/2002 SSEXP - SuBSECRETARIA DE EXPEDIENTE
Recebido neste óry!o ~ 1 J; 30 hs
21/03/2002 SSCLSf - SUBSEC. COORDENAÇÃO LEG15LAnVA DO SENADO
Pnx:edld~ li reVIsão do texto rln,ol (fi". 21 e 2.2.). À S5EXP.
21/0:3/2002 SSl:XP - SUUSl:CRl:lA.UA DL f:Xl-'l.DIENTl;
A SSCLSf ~ra rc\/isio do texto finei I
21/03/2002 SSEXP - SUeSECRETARIA DE EXPEDIENTE
Recebido Ileste órgào às 14:05 hs,
21/03/2002 ATA-PlLN - SUBSECRETARIA DE ATA· PLENARIO
Situ",30: APROVADA A MATÉRIA (DECISÃO TERMINATIVA)
A Presidência comun\Ca ao Plenírlo Que se esgotou ontem o prazo previsto no
art. 91, § 30 do Rt5f, sem q\Je tenha Sido Interposto recurso no sentIdo da
apreci.ac;ào do matene pelo Plenâno. Tendo sido epro\/ada termmatlvamente pela
Cornl~são de Constltuiça,a, Justk;a e CIdadania. a matéria vaI à Câmaril dos
Deputados. À SSEXP,
10/03/2002 SSCLSF • SUBSEC. COORDENAÇÃO LEGISLATIVA DO SENADO
Encammhado ao PlenMlo para c.omlJNCdç;§O do término do prazo de
apresentação de recurso,
c) a criação de uma rede de serviços especiali- a) adoção e a efetiva execução de normas que
zados em reabilitação e habilitação; garantam a funcionalidade das edificações e vias pú-
d) a garantia de acesso das pessoas portadoras blicas, que evitem ou removam os óbices às pessoas
de deficiência aos estabelecimentos de saúde públicos portadoras de deficiência, permitam o acesso destas
e privados, e de seu adequado tratamento neles, sob a edifícios, a logradouros e a meios de transporte.
normas técnicas e padrões de conduta apropriados;
e) a garantia de atendimento domiciliar de saú-
de ao deficiente grave não internado; LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
f) o desenvolvimento de programas de saúde COORDENAÇÃO DE ESTUDOS
voltados para as pessoas portadoras de deficiência, LEGISLATIVOS - CeDI
desenvolvidos com a participação da sociedade e
Ministério da Saúde
que lhes ensejem a integração social.
111 - na área da formação profissional e do tra- PORTARIA N° 116, DE 9 DE SETEMBRO DE 1993
balho:
O Secretário de Assistência à Saúde, no uso
a) o apoio governamental à formação profissio- de suas atribuições e, Considerando a integralidade
nal, à orientação profissional, e a garantia de acesso
da assistência, estabelecida na Constituição Federal
aos serviços concernentes, inclusive aos cursos re- e na Lei Orgânica de Saúde (Lei n° 8.080 de
gulares voltados à formação profissional; 16-9-90);
b) o empenho do Poder Público quanto ao surgi- Considerando que o atendimento integral à saú-
mento e à manutenção de empregos, inclusive de de é um direito da cidadania e abrange a atenção pri-
tempo parcial, destinados às pessoas portadoras de mária, secundária e terciária, com garantia de forne-
deficiência que não tenham acesso aos empregos co- cimento de equipamentos necessários para a promo-
muns; ção, prevenção, assistência e reabilitação;
c) a promoção de ações eficazes que propiciem Considerando que o fornecimento de órteses e
a inserção, nos setores público e privado, de pessoas próteses ambulatoriais aos usuários do sistema con-
portadoras de deficiência; tribui para melhorar suas condições de vida, sua inte-
d) a adoção de legislação específica que disci- gração social, minorando a dependência e ampliando
pline a reserva de mercado de trabalho, em favor das suas potencialidades laborativas e as atividades de
pessoas portadoras de deficiência, nas entidades da vida diária;
Administração Pública e do setor privado, e que regu- Considerando a autorização estabelecida pela
lamente a organização de oficinas e congêneres inte- RS n° 79 de 2-9-93 do Conselho Nacional de Saúde,
gradas ao mercado de trabalho, e a situação, nelas, resolve:
das pessoas portadoras de deficiência.
Art. 1° Incluir no Sistema de Informações Ambu-
IV - na área de recursos humanos: latoriais do Sistema Único de Saúde - SIA/SUS a
a) a formação de professores de nível médio concessão dos equipamentos de órteses, próteses e
para a Educação Especial, de técnicos de nível médio bolsas de colostomia constantes do Anexo Único.
especializados na habilitação e reabilitação, e de ins- Art. 2° A concessão das órteses e próteses am-
trutores para formação profissional; bulatoriais, bem como a adaptação e treinamento do
b) a formação e qualificação de recursos hu- paciente será realizada, obrigatoriamente, pelas uni-
manos que, nas diversas áreas de conhecimento, dades públicas de saúde designadas pela Comissão
inclusive de nível superior, atendam à demanda e Bipartite. Excepcionalmente, a referida comissão po-
às necessidades reais das pessoas portadoras de derá designar instituições da rede complementar pre-
deficiência; ferencialmente entidades universitárias e filantrópi-
c) o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento cas para realizar estas atividades.
tecnológico em todas as áreas do conhecimento rela- Art. 3° Caberá ao gestor estadual/municipal, de
cionadas com a pessoa portadora de deficiência. conformidade com o Ministério da Saúde, definir crité-
V - na área das edificações: rios e estabelecer fluxos para concessão e forneci-
1"284 Quillta-tCira II nL\RIO DA CAM.\RA DOS DFl'lJT.\D()S Ahnl de 2002
mento de órteses e próteses, objetivando as necessi- c - fixar a programação físico-orçamentária
dades do usuário. para a concessão dos equipamentos constantes da
Art. 4° O fornecimento de equipamentos deve se referida portaria.
restringir aos usuários do Sistema Único de Saúde d - constituir comissão técnica nas unidades
que estejam sendo atendidos pelos serviços públicos cadastradas para apreciação, autorização, forneci-
e/ou conveniados dentro da área de abrangência de mento, treinamento e controle das próteses e órte-
cada regional de saúde. ses.
Art. 5° Fica estabelecido que a partir da compe- 4° Somente deverão ser cadastradas para con-
tência setembro/93, o Recurso para Cobertura Ambu- cessão de próteses e órteses, as unidades públicas,
latorial - RCA será acrescido de 2,5%, destinado ao observados os níveis da hierarquia previstos na por-
taria n° 116, de 9-9-93.
pagamento das órteses e próteses fornecidas aos
usuários. 4.1 - Excepcionalmente, a Comissão Bipartite
poderá designar instituições da rede complementar
Art. 6° Os valores das órteses e próteses descri-
para realizar estas atividades.
tas no Anexo Único serão divulgados quando da pu-
blicação da tabela de Valores dos Procedimentos do 5° A indicação das próteses e órteses poderá
Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema ser efetuada por qualquer profissional médico da es-
Único de Saúde - SIAlSUS. pecialidade relativa ao equipamento e encaminhada
à comissão técnica da unidade cadastrada, para
Art. ]O Esta Portaria entrará em vigor na data de apreciação, de acordo com os critérios fixados pela
sua publicação com efeitos financeiros a partir de 1° Secretaria Estadual/Municipal de Saúde.
de setembro de 1993. - Carlos Eduardo Venturelli
6° Após o fornecimento das próteses e órte-
Mosconi.
ses, a unidade deverá preencher o boletim de Pro-
LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA dução Ambulatorial para fins de processamento do
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS pagamento, por meio do Sistema de Informação
LEGISLA TI VOS - CeDI Ambulatorial do Sistema Único de Saúde -
SIAlSUS;
PORTARIA W 146,
DE 14 DE OUTUBRO DE 1993 7° Deverá ser estabelecido o cadastro dos
usuários atendidos nas unidades, os equipamentos
O Secretário de Assistência à Saúde, no uso cedidos, a data do fornecimento e a entidade forne-
de suas atribuições legais e, Considerando o dis- cedora, para fins de controle e avaliação e acompa-
posto na Portaria n° 116, de 9 de setembro de 1993, nhamento.
resolve: 8° A aquisição de próteses e órteses deverá
1° Estabelecer diretrizes gerais para a conces- obedecer a disposição legal em vigor que regula-
são de Próteses e Órteses por meio da Assistência menta as licitações.
Ambulatorial. 9° O processo de licitação contendo o pedido
do equipamento, o parecer da comissão técnica, re-
2° A coordenação, supervisão, controle, avalia- cibo do usuário e as notas fiscais de compra, deverá
ção e aquisição das próteses e órteses, constantes ser arquivado durante 5 (cinco) anos de modo a per-
da referida portaria, ficará sob a responsabilidade mitir exame/auditagem a qualquer tempo.
das Secretarias Estaduais/Municipais de Saúde, por
10° Esta portaria entrará em vigor na data de
meio de coordenação técnica designada pelo gestor
sua publicação. - Carlos Eduardo Venturelli.
local.
PROJETO DE LEI N° 6.399, DE 2002
3° O Secretário Estadual/Municipal de Saúde
(Do Sr. Damião Feliciano)
deverá:
Reserva 15% das vagas nos
a - estabelecer critérios e fluxo para a conces- cursos de graduação das instituições
são das próteses e órteses; de ensino superior para população
afro-descendente.
b - cadastrar as unidades públicas, que conte-
(Apense-se ao PL n° 1.643/1999.)
nham as especialidades médicas, específicas para
cada tipo de próteses e órteses; O Congresso Nacional decreta:
Abril de 2002 UIARIO IH ('AMARA DOS IWPUL\I)OS (luinla-lClra li 152X5
Art 1° As instituições públicas de ensino supe- brancas - fica profundamente comprometida e, com
rior reservarão, no mínimo, quinze por cento das va- isso, mais difícil a superação da mentalidade racista
gas de seus cursos de graduação para a população em nossa sociedade,
Afro-descendente. Mudar esta tendência exige um esforço muito
Parágrafo único. Compete a cada instituição grande de todos nós, construindo políticas que in-
estabelecer, em seus processos seletivos, os critéri- terfiram de modo efetivo na distribuição da renda e
os admissão e de acompanhamento dos ingressan- das oportunidades educacionais que terão conse-
tes de modo a possibilitar bom nível de rendimento qüências diretas e imediatas na estrutura social de
acadêmico. nosso País.
Art. 2° Esta lei entra em vigor no ano letivo Uma destas ações é o estabelecimento de cotas
subseqüente ao de sua publicação. nos cursos de graduação das instituições públicas
para candidatos negros e pardos.
Justificação
Sabemos que a educação não resolve tudo,
Na Conferência Mundial contra o Racismo, mas é um passo significativo. Não se trata de fazer
realizada em Durban, na África do Sul, em agosto nova forma de discriminação, mas de atenuar, em pe-
de 2001, o Brasil foi considerado um País precon- quena parte, os preconceitos que têm levado à severa
ceituoso e que discrimina a sua população negra e exclusão daqueles grupos populacionais. Trata-se de
parda. combinar mérito com a ação afirmativa de estimular
A Pesquisa Nacional por Amostragem de Domi- os negros e os pardos a buscarem formação profissi-
cílio, de 1999, mostra a situação da população negra onal em nível superior.
e parda no País com muita clareza e, infelizmente, Nos Estados Unidos, onde a política de cotas
justifica aquela constatação. para educação superior existe desde a década de 60,
A concentração de renda é muito alta em nosso O racismo e o preconceito não desapareceram, mas a
País, mas os negros e pardos brasileiros estão situa- mobilidade social dos negros tornou-se mais dinâmi-
dos na base da pirâmide social e sobem mais lenta- ca. O número de homens negros em profissões quali-
mente do que os brancos. Enquanto cerca de 85 por ficadas passou de 5 para 22 por cento em um interva-
cento dos negros e pardos possuem padrão de renda lo do 30 anos. Entre as mulheres negras, o salto foi de
média e inferior, estão nesta categoria cerca de 60 6 para 36 por cento, no mesmo período de tempo.
por cento dos brancos. Enquanto 9 por cento dos
brancos estão no nível mais alto da pirâmide de ren- Em nosso País, precisamos, sem dúvida,
da, apenas 2 por cento dos negros e pardos integram melhorar a qualidade da educação, em todos os
este grupo. níveis, para que todos os cidadãos possam competir
À distância entre os grupos raciais em nosso em igualdade de condições. Quando isto chegar a
País é acentuada por preconceitos e entraves, um acontecer não precisaremos mais de políticas
dos quais, senão o mais sério, é o acesso à educa- afirmativas como a de cotas.
ção. A pesquisa citada nos mostra que 62 por cento
da população negra e parda tem menos de três Até lá, é necessário intervir de forma positiva
anos de escolaridade, enquanto a população bran- também na ponta mais alta do sistema educacional
ca tem quase dobro. Essa grande desvantagem ini- para que o processo de segregação comece a ser
ciai ~e estende por toda a estrutura social e nos ní- revertido. Este é o caminho que a destinação de
veis de escolaridade. cotas para a população afro-descendente na
educação superior nos aponta.
Por conseqüência, são poucos os cidadãos e as
cidadãs negros e pardos que concluem cursos de nível Nossa proposta é que cada instituição estabele-
superior, criando um terrível círculo vicioso na ça seus critérios de operacionalização da proposta,
auto-imagem das crianças deste grupo populacional. definindo, por exemplo, um ponto de corte ou pontua-
A imagem do sucesso e das carreiras prestigia- ção mínima. É conveniente, também, que a instituição
das está associada à imagem de pessoa branca. Na possa oferecer apoio acadêmico de modo que o in-
escola, no posto de saúde, na magistratura e mesmo gressante pelo sistema de cotas possa rapidamente
no Congresso Nacional há uma predominância de superar alguma eventual dificuldade.
pessoas brancas, o que não corresponde ao perfil ra- Por estas razões, considerando a importância e
cial da população brasileira. A autoimagem de nossas a urgência da matéria conclamo a meus Pares a pres-
crianças - tanto das negras e pardas quanto das tar seu apoio para a aprovação desta proposição.
15286 QUlllta-fçira li DI.\IUO DA l 'AMARA DOS IWPlHADOS .\hril de 2002
Sala das Sessões, 26 de março de 2002. - categoria dos taxistas renovem sua frota e conse-
Deputado Damião Feliciano. qüentemente ofereçam um serviço de boa qualidade
à população.
PROJETO DE LEI N° 6.401, DE 2002 Deste modo, atento às condições de trabalho
(Do Sr. Rubens Bueno) dos taxistas do Paraná (a Federação dos Taxistas e
Altera o art. 6° da Lei n° 8.989, de 24 Transportadores Autônomos de Passageiros, o Sindi-
de fevereiro de 1995, prevendo um prazo cato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de
de 2 (dois) anos contados da data de SUil Veículos Rodoviários no Estado do Paraná e a Asso-
aquisição para alienação do veículo. ciação das Centrais de Rádio Táxi) e de todo o Brasil,
(Apense-se ao PL n° 3.882/1997.) proponho o presente projeto de lei que prevê um pra-
zo de 2 (dois) anos, contados da data de aquisição do
O Congresso Nacional decreta:
veículo para sua alienação.
Art. 1° Esta lei altera o artigo 6° da Lei n° 8.989
de 24 de fevereiro de 1995, que "dispõe sobre isen- Pela justeza da proposta, esperamos contar
ção do Imposto sobre Produtos Industrializados com o apoio de nossos eminentes pares.
(IPI) na aquisição de automóveis para a utilização Sala das Sessões, 26 de março de 2002. -
no transporte autônomo de passageiros, bem como Deputado Rubens Bueno, PPS/PR
por pessoas portadoras de deficiência física e aos LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
destinados ao transporte escolar, e dá outras provi- COORDENAÇÃO DE ESTUDOS
dências", prevendo um prazo de 2 (dois) anos con- LEGISLA TIVOS - CeDI
tados da data de sua aquisição para alienação do
veículo. LEI N° 8.989, DE 24 DE FEVEREIRO DE 1995
Art. 2° O artigo 6° da Lei n° 8.989 de 24 de fe- Dispõe sobre isenção do Imposto
vereiro de 1995, passa a vigorar com a seguinte re- sobre Produtos Industrializados (IPI), na
dação: aquisição de automóveis para utilização
"Art. 6° A alienação do veículo, adquirido nos no transporte autônomo de passageiros,
termos desta lei ou nas Leis nos 8.199, de 28 de junho bem como por pessoas portadoras de
de 1991, e 8.843, de 10 de janeiro de 1994, antes de deficiência física e aos destinados ao
dois anos contados da data de sua aquisição, as pes- transporte escolar, e dá outras providên-
soas que não satisfaçam às condições e aos requisi- cias.
tos estabelecidos nos referidos diplomas legais, acar-
retará o pagamento pelo alienante do tributo dispen- Art. 6° A alienação do veículo,
sado, atualizado na forma da legislação tributária." adquirido nos termos desta Lei ou das Leis
(NR) nos 8.199, de 28 de junho de 1991, e 8.843,
de 10 de janeiro de 1994, antes de três
Art. 3° Esta lei entra em vigor na data de sua pu-
anos contados da data de sua aquisição, as
blicação. pessoas que não satisfaçam às condições e
Justificação aos requisitos estabelecidos nos referidos
diplomas legais, acarretará o pagamento
A categoria dos taxistas está isenta do recolhi-
pelo alienante do tributo dispensado,
mento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializa-
atualizado na forma da legislação tributária.
dos) na compra de veículos, para efetiva utilização
na atividade de transporte individual de passageiros, Parágrafo único. A inobservância do disposto
na categoria de aluguel (táxi). neste artigo sujeita ainda o alienante ao pagamento
Atualmente o benefício pode ser utilizado uma de multa e juros moratórios previstos na legislação
em vigor para a hipótese de fraude ou falta de paga-
única vez, exceto se o veículo tiver sido adquirido
há mais de três anos, caso em que será permitida mento do imposto devido.
uma segunda utilização do benefício. Art. 7° No caso de falecimento ou incapacita-
Ocorre que este período de três anos para a ção do motorista profissional alcançado pelos inci-
nova utilização do benefício é excessivo, uma vez que sos I e 11 do art. 1° desta lei, sem que tenha efetiva-
utilizando o veículo durante três anos consecutivos o mente adquirido veículo profissional, o direito será
bem apresenta depreciação e a correspondente dimi- transferido ao cônjuge, ou ao herdeiro designado
nuição de seu preço de mercado. Isso impede que a por esse ou pelo juízo, desde que seja motorista
Abril de 2002 DIA.RIO DA C.\M,\RA DOS DFl'lJl.'\\)OS QUlllta-kira lI I:i2X7
profissional habilitado e destine o veículo ao serviço Parágrafo único. A exigência para aquisição
de táxi. de automóvel de quatro portas e de até 127 HP de
potência bruta (SAE) não se aplica aos deficientes
* A Lei n° 10.182, de 12-2-2001 (DOU de
tísicos de que trata o inciso IV do caput deste arti-
14-2-2001 - em vigor desde a publicação), restau-
go." (NR)
rou a vigência desta lei, estabelecendo que no pe-
ríodo de 1°-10-1999 a 31-12-1999 observará as Art. 3° A Lei n° 9.660, de 1998, passa a vigorar
prescrições contidas no art. 2° da Lei n° 9.660, de com as seguintes alterações:
16-6-1998. "Art.1° .
Sf PlS 00294/2001
25/03/2002 SSEXP - SUBSECRETARI... DE EXPEDIENTE
Recebido neste órgão às 15:00 hs.
25/03/2002 SSCLSF - SUBSEC. COORDENAÇÃO LEGISLATIVA DO SENADO
Procedida a revisão dos autógrafos de fls. 12. À Subsecretaria de Expediente.
22/03/2002 SSEXP - SUBSECRETARI... DE EXPEDIENTE
Á SSCLSF para revlsao dos autógrafos (fls. 12 l.
21/03/2002 SSEXP - SUBSECRET...RIA DE EXPEDIENTE
Recebido neste órgão às 19:25 hs.
21/03/2002 SSCLSF - SUBSEC. COORDENAÇÃO LEGISLATIVA DO SENADO
Procedida a revlsíio da redação final (fls. 10 ). À SSEXP.
21/03/2002 ATA-PLEN - SUBSECRETARIA DE ATA - PLENÁRIO
Situação: APROVADA
Aprovado, sem debate. À COJR para redação final LeitUra do Parecer nO
166/2002-COIR, Relator Senador Mozarlldo Cavalcanti, oferecendo a redação
nnal da matéria. Aprovada a redação final, nos termos do Requerimento nO
109/2002. À Câmara dos DeputadoS. Ã SSCLSF com destino 11 SSEXP,
20/03/2002 SSCLSF - SUBSEC. COORDENAÇÃO LEGISLATIVA DO SENADO
Situação: INCLUIDO EM ORDEM DO DIA DA SESSÃO DELIBERATIVA
Agendamento transferido para o dia 21.03.2002. lncluldo em Ordem do Dia da
sessão deliberativa ordinária de 21.3.2002. Discussão, em turno único.
Art 2° Fica renovada, por dez anos, a partir de COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA,
12 de novembro de 1993, a concessão para explorar, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA
sem direito de exclusividade, serviço de radiodifusão
I - Relatório
sonora em onda curta, na cidade de São Pau\o, Esta-
do de São Paulo, outorgada á Fundação Padre De conformidade com o art. 49, inciso XII, com-
Anchieta - Centro Paulista de Rádio e TV Educativas, binado com o § 1° do art. 223, da Constituição Fede-
pela Portaria CTR n° 102, de 23 de fevereiro de 1940, ral, o Excelentíssimo Senhor Presidente da República
e pelos Decretos n° 31,199, de 23 de julho de 1952 e submete à apreciação do Congresso Nacional o ato
32,156, de 23 de janeiro de 1953, e renovada pelo que renova a concessão outorgada á Rádio e Televi-
Decreto n° 91,566, de 23 de agosto de 1985 (Proces- são Bandeirantes do Rio de Janeiro Ltda., para explo-
so nO 50830.000857/93). rar, pelo prazo de dez anos, sem direito de exclusivi-
Art. 3° Fica renovada, por quinze anos, a partir dade, serviço de radiodifusão sonora em onda média.
de 10 de outubro de 1999, a concessão para explorar, Atendendo ao disposto no § 3° do art. 223 da
sem direito de exclusividade, serviço de radiodifusão Constituição, a matéria foi enviada ao Poder Legislati-
de sons e imagens (televisão), na cidade de Pelotas, vo para a devida apreciação, uma vez que o ato so-
Estado do Rio Grande do Sul, outorgada ã Televisão mente produzirá efeitos após a deliberação do Con-
Tujuti SIA, pelo Decreto n° 64,927, de 5 de agosto de gresso Nacional.
1969, e renovada pelo Decreto n° 90.769, de 28 de Cumpre-nos, portanto, opinar sobre os aspec-
dezembro de 1984 (Processo n° 53790.000398/99). tos técnicos e formais da matéria submetida ao exa-
Art. 4° A exploração do serviço de radiodifusão, me desta Comissão, nos termos do inciso 11, alínea h,
cujas concessões são renovadas por este Decreto, do art. 32 do Regimento Interno.
reger-se-á pelo Código Brasileiro de Telecomunica-
\I - Voto do Relator
ções, leis subseqüentes e seus regulamentos.
Art. 5° A renovação da concessão somente pro- O processo de renovação de outorga requerida
duzirá efeitos legais apos deliberação do Congresso pela Rádio e Televisão Bandeirantes do Rio de Janei-
Nacional, nos termos do § 3° do art. 223 da Constitui- ro Ltda., executante de serviço de radiodifusão sono-
ção. ra em onda média, encontra-se de acordo com a prá-
Art, 6° Este Decreto entra em vigor na data de tica legal e documental atinente ao processo renova-
sua publicação. tório e os documentos juntados aos autos indicam a
regularidade na execução dos serviços de radiodifu-
Brasília. 13 de outubro de 2000; 179° da
são.
Independência e 112° da República. - Fernando
Henrique Cardoso, Pimenta da veiga, Juares A análise deste processo deve basear-se no Ato
Normativo n° 1, de 1999, desta Comissão. Verificada
Nacimento
a documentação, constatamos que foram atendidos
Aviso n° 1.825 - C,Civil. todos os critérios exigidos por este diploma regula-
mentar.
Em 24 de outubro de 2000
O ato de renovação de outorga obedece aos
A Sua Excelência o Senhor princípios de constitucionalidade, especialmente no
Deputado Ubiratan Aguiar que se refere aos artigos 220 a 223 da Constituição
Federal, e atende ás formalidades legais, motivos pe-
Primeiro Secretario da Câmara dos Deputados
los quais somos pela homologação do ato do Poder
Brasília-DF Executivo, na forma do Projeto de Decreto Legislativo
Senhor Primeiro Secretário, que ora apresentamos.
Encaminho a essa Secretaria Mensagem do Sala da Comissão, 13 de dezembro, de 2001. -
Excelentíssimo Senhor Presidente da República na Deputado José Rocha, Relator.
qual submete à apreciação do Congresso Nacional o
ato constante Decreto de 13 de outubro de 2000, que PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
"Renova concessão das entidades que menciona, N° 1627, DE 2001
para explorar serviços de radiodifusão, e dá outras Aprova o ato que renova a conces-
providências." são outorgada à Rádio e Televisão Ban-
Atenciosamente. - Pedro Parente, Chefe da deirantes do Rio de Janeiro Ltda., para
Casa Civil, da Presidência da República. explorar serviço de radiodifusão sonora
152lJ6 <)Uillla-Ieira l1 DI:\RJO DA ('AMA.RA DOS JWPUL\I)OS Abril d<: 2002
em onda média, na cidade do Rio de Ja- executar, pelo prazo de três anos, sem
neiro, Estado do Rio de Janeiro. direito de exclusividade, serviço de
O Congresso Nacional decreta: radiodifusão comunitária na cidade de
Art. 1° É aprovado o ato constante do Decreto Carnaúba dos Dantas. Estado do Rio
Grande do Norte.
de 13 de outubro de 2000, que renova, a partir de 1° (À Comissão de Constituição e Justiça
de novembro de 1993, a concessão outorgada à Rá-
dio e Televisão Bandeirantes do Rio de Janeiro Ltda., e de Redação)
para explorar, pelo prazo de dez anos, sem direito de O Congresso Nacional decreta:
exclusividade, serviço de radiodifusão sonora em Art. 1° É aprovado o ato constante da Portaria n°
onda média, na cidade do Rio de Janeiro, Estado do 563, de 18 de setembro de 2000, que autoriza a Asso-
Rio de Janeiro. ciação de Desenvolvimento Comunitário de Carnaú-
Art. 2° Este decreto legislativo entra em vigor na ba dos Dantas a executar, pelo prazo de três anos,
data de sua publicação. sem direito de exclusividade, serviço de radiodifusão
Sala da Comissão, 13 de dezembro de 2001. - comunitária na cidade de Carnaúba dos Dantas,
Deputado José Rocha, Relator. Estado do Rio Grande do Norte.
Art. 2° Este decreto legislativo entra em vigor na
111- Parecer da Comissão data de sua publicação. - Deputado Narcio
A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação Rodrigues, Presidente.
e Informática, em reunião ordinária realizada hoje,
TVR N° 575. DE 2000
aprovou unanimemente o parecer favorável do Relator,
(Do Poder Executivo)
Deputado José Rocha, à TVR n° 403/00, nos termos do
MENSAGEM N° 1.710/00
Projeto de Decreto Legislativo que apresenta.
Estiveram presentes os Senhores Deputados: Submete à apreciação do
Narcio Rodrigues - Presidente - João Castelo - Congresso Nacional o ato constante da
Vice-presidente - Aírton Cascavel - Alberto Goldman - Portaria nO 563, de 18 de setembro de
Alexandre Santos - Arolde de Oliveira - Augusto Franco 2000. que autoriza a Associação de
- Bispo Wanderval - César Bandeira - Dr. Hélio - Desenvolvimento Comunitário de
Eunício Oliveira - Gilberto Kassab - Haroldo Bezerra - Carnaúba dos Dantas a executar, pelo
Hermes Parcianello - íris Simões - João Caldas - Jorge prazo de três anos, sem direito de
Bittar - Jorge Pinheiro - Jorge Tadeu Mudalen - José exclusividade, serviço de radiodifusão
Rocha - Júlio Semeghini - Luiz Moreira - Luiz Piauhylino comunitária na cidade de Carnaúba dos
- Luíza Erundina - Magno Malta - Marçal Filho - Marcos Dantas, Estado do Rio Grande do Norte.
Afonso - Mário Assad Júnior - Pedro Canedo - Pedro (Às Comissões de Ciência e Tecnologia,
Irujo - Ricardo Izar - Santos Filho - Saulo Coelho - Comunicação e Informática; e de Constituição
Valdeci Paiva - Vic Pires Franco - Wálter Pinheiro - Ana e Justiça e de Redação (Art. 54))
Corso - Eni Voltolíni - Femando Ferro - Francistônio
Senhores Membros do Congresso Nacional,
Pinto - Josué Bengtson - Marcelo Barbieri - Marcus
Nos termos do artigo 4° inciso XII. combinado
Vicente - Neuton Lima - Olímpio Pires - Pinheiro
com o § 3° do artigo 223, da Constituição Federal,
Landim - Raimundo Santos - Salvador Zimbaldi e
submeto à apreciação de Vossas Excelências, acom-
Wagner Rossi.
panhadas de Exposição de Motivos do Senhor Minis-
Sala da Comissão, 13 de março de 2002. - tro de Estado das Comunicações, autorizações para
Deputado Narcio Rodrigues, Presidente. executar, pelo prazo de três anos, sem direito de ex-
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO clusividade, serviços de radiodifusão comunitária,
W 1.628, DE 2002 conforme os seguintes atos e entidades:
(Da Comissão de Ciência e Tecnologia, 1 - Portaria n° 553, de 14 de setembro de 2000
Comunicação e Informática) - Associação Comunitária "Nossa Senhora da Pieda-
TVR 576/2000 de", na cidade de Coroatá - MA;
MENSAGEM N° 1.710/2000 2 - Portaria n° 557, de 14 de setembro de 2000
Aprova o ato que autoriza a - ACVOLCAJA - Associação Comunitária de Volun-
Associação de Desenvolvimento tários e Casais de Jardinópolis, na cidade de Jardinó-
Comunitário de Carnaúba dos Dantas a polis-SP;
Abril d.: 2002 DI.\RIO DA C.\MARA DOS DEPlJL\J)OS QUllIla-l'<:tra II \:'297
3 - Portaria n° 558, de 14 de setembro de 2000 fusão comunitária, em conformidade com o caput do
- Associação da Cidadania e dos Direitos Humanos art. 223, da Constituição e a Lei n° 9.612, de 19 de fe-
- ACDH, na cidade de Paraíso do Tocantins - TO; vereiro de 1998.
4 - Portaria n° 559, de 14 de setembro de 2000 2. Referida entidade requereu ao Ministério das
- Associação Comunitária Rádio FM de Nova Olím - Comunicações sua inscrição para prestar o serviço,
pia, na cidade de Nova Olímpia - MT; cuia documentação inclui manifestação de apoio da
5 - Portaria n° 560, de 14 de setembro de 2000 comunidade, numa demonstração de receptividade
- Associação Comunitária de Notícias e Radiodifusão da filosofia de criação desse braço da radiodifusão,
de Altos, na cidade de Altos - PI; de maneira a incentivar o desenvolvimento e a sedi-
6 - Portaria n° 561, de 14 de setembro de 2000 mentação da cultura geral das localidades postulan-
- Associação Comunitária e Escola- de Rádio São teso
José do Vale do Rio Preto (ACERSJ), na cidade de 3. Como se depreende da importância da inicia-
São José do Vale do Rio Preto - RJ; tiva comandada por Vossa Excelência, essas ações
7 - Portaria n° 562, de 14 de setembro de 2000 permitem que as entidades trabalhem em conjunto
- Associação Comunitária da Vila Santa Rita de Cás- com a comunidade, auxiliando não só no processo
sia, na cidade de Pelotas - RS; educacional, social e cultural mas, também, servem
8 - Portaria n° 563, de 18 de setembro de 2000 de elo à integração de informações benéficas em to-
- Associação de Desenvolvimento Comunitário de dos os segmentos, e a todos esses núcleos populaci-
Carnaúba dos Dantas, na cidade de Carnaúba dos onais.
Dantas - RN; 4. Sobre o caso em espécie, determinei análises
9 - Portaria n° 564, de 18 de setembro de 2000 técnica e jurídica da petição apresentada, constatan-
- Associação Cultural de Santa Mariana, na cidade do a inexistência de óbice legal e normativo ao pleito,
de Santa Mariana - PR; o que se conclui da documentação de origem, con-
10 - Portaria n° 565, de 18 de setembro de substanciada nos autos do Processo Administrativo
2000 - Associação Comunitária "São Francisco Pa- n° 53780.000218198, que ora faço acompanhar, com
droeiro", na cidade Poço Dantas - PB; a finalidade de subsidiar os trabalhos finais.
FL. 2 da Mensagem n° 1.710, de 16 de 2000 5. Em conformidade com os preceitos constituci-
11 - Portaria n° 566. de 18 de setembro de 2000 onais e legais, a outorga de autorização, objeto do
- Associação Beneficente Filantrópica Nossa Senho- presente processo, passará a produzir efeitos legais
ra de Fátima. na cidade de Piquet Carneiro-CE: somente após deliberação do Congresso Nacional, a
12 - Portaria n° 567, de 18 de setembro de teor do § 3° do art. 223, da Constituição Federal.
2000 - Associação de Radiodifusão Comunitária Ria- Respeitosamente, Pimenta da Veiga
cho do Cadoz - ARC Riacho do Cadoz, na cidade de Ministro de Estado das Comunicações.
Palmeirais - PI; e
13 - Portaria nO 569, de 18 de setembro de PORTARIA N° 563, DE 18 DE
2000 - Associação de Difusão Comunitária de Sena- SETEMBRO DE 2000
dor Canedo - GO, na cidade de Senador Canedo - O Ministro de Estado das Comunicações, no
GO. uso de suas atribuições, considerando o disposto nos
Brasília, 16 de novembro de 2000. - Fernando artigos 10 e 19 do Decreto nO 2.615, de 3 de junho de
Henrique Cardoso 1998, e tendo em vista o que consta do Processo
Administrativo n° 53780.000218198, resolve:
EM nO 585/MC
Art. 1° Autorizar a Associação de Desenvolvi-
Brasília, 25 de Outubro de 2001 mento Comunitário de Carnaúba dos Dantas, com
Excelentíssimo Senhor Presidente da Repúbli- sede na Rua Juvenal Lamartine, n° 225, Bairro Cen-
ca. tro, na cidade de Carnaúba dos Dantas, Estado do
Encaminho a Vossa Excelência Portaria de ou- Rio Grande do Norte, a executar serviço de radiodifu-
torga de autorização e respectiva documentação para são comunitária, pelo prazo de três anos, sem direito
que a entidade denominada Associação de Desen- de exclusividade.
volvimento Comunitário de Carnaúba dos Dantas, Art. 2° Esta autorização reger-se-á pela Lei n°
com sede na cidade de Carnaúba dos Dantas. Estado 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, leis subseqüentes,
do Rio Grande do Norte, explore o serviço de radiodi- seus regulamentos e normas complementares.
1<;2'>1\ Quinta-ICira II DL\RIO DA ('AMARA DOS DEPUI AD( lS Abnl d.: 2002
Art. 3° A entidade fica autorizada a operar com o me desta Comissão, nos termos do inciso 11, alínea h,
sistema irradiante localizado nas coordenadas geo- do art. 32 do Regimento Interno.
gráficas com latitude em 06°33'21"S e longitude em
36°35'30"W, utilizando a freqüência de 87,9 MHz. 11 - Voto do Relator
Art. 4° Este ato somente produzirá efeitos legais A autorização do Poder Público para a execução
após deliberação do Congresso Nacional, nos termos de serviço de radiodifusão comunitária é regulada
do § 3° do art. 223 da Constituição, devendo a entida- pela Lei n° 9.612, de 19 de fevereiro de 1998. No pro-
de iniciar a execução do serviço no prazo de seis me- cesso em questão, a Associação de Desenvolvimento
ses a contar da data de publicação do ato de delibera- Comunitário de Carnaúba dos Dantas atendeu aos
ção. requisitos da legislação específica e recebeu autori-
Art. 5° Esta Portaria entra em vigor na data de zação para executar serviço de radiodifusão comuni-
sua publicação. - Pimenta da Veiga. tária.
A análise deste processo deve basear-se no Ato
Aviso nO 2.054 - C. Civil
Normativo n° 1, de 1999, desta Comissão. Verificada
Brasília, 16 de novembro de a documentação, constatamos que foram atendidos
A Sua Excelência o Senhor todos os critérios exigidos por este diploma regula-
Deputado Ubiratan Aguiar mentar.
Primeiro Secretario da Câmara dos Deputados O ato de outorga obedece aos princípios de
Brasília - DF. constitucionalidade, especialmente no que se refere
aos arts. 220 a 223 da Constituição Federal, e atende às
Senhor Primeiro Secretário,
formalidades legais, motivos pelos quais somos pela
Encaminho a essa Secretaria Mensagem do
homologação do ato do Poder Executivo, na forma do
Excelentíssimo Senhor Presidente República na qual
projeto de decreto legislativo que ora apresentamos.
submete à apreciação do Congresso Nacional os
atos que autorizam a execução de serviços de radio- Sala da Comissão, 12 de dezembro de 2001 . -
difusão comunitária, veio prazo de três anos, sem di- Deputado Pedro Canedo, Relator.
reito de exclusividade constantes das Portarias n° PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
553, 557 a 562, de 14 de setembro de 2000, 563 a N° 1.628, DE 2001
567 e 569, de 18 de setembro de 2000.
Atenciosamente. Pedro Parente - Chefe da Aprova o ato que autoriza a Associ-
Casa Civil da Presidência da República. ação de Desenvolvimento Comunitário
de Carnaúba dos Dantas a executar, pelo
COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, prazo de três anos, sem direito de exclu-
COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA sividade, serviço de radiodifusão comu-
nitária na cidade de Carnaúba dos Dan-
I - Relatório
tas, Estado do Rio Grande do Norte.
De conformidade com o art. 49, inciso XII, com-
binado com o § 1° do art. 223, da Constituição Fede- O Congresso Nacional decreta:
ral, o Excelentíssimo Senhor Presidente da República Art. 1° É aprovado o ato constante da Portaria n°
submete à consideração do Congresso Nacional, 563, de 18 de setembro de 2000, que autoriza a Asso-
acompanhado da Exposição de Motivos do Senhor ciação de Desenvolvimento Comunitário de Carnaú-
Ministro de Estado das Comunicações, o ato que au- ba dos Dantas a executar, pelo prazo de três anos,
toriza a Associação de Desenvolvimento Comunitário sem direito de exclusividade, serviço de radiodifusão
de Carnaúba dos Dantas a executar, pelo prazo de comunitária na cidade de Carnaúba dos Dantas,
três anos, sem direito de exclusividade, serviço de ra- Estado do Rio Grande do Norte.
diodifusão comunitária. Art. 2° Este decreto legislativo entra em vigor na
Atendendo ao disposto no § 3° do art. 223 da data de sua publicação.
Constituição, a matéria foi enviada ao Poder Legislati- Sala da Comissão, 12 de dezembro de 2001. -
vo para a devida apreciação, uma vez que o ato so- Deputado Pedro Canedo, Relator.
mente produzirá efeitos após a deliberação do Con-
111 - Parecer da Comissão
gresso Nacional.
Cumpre-nos, portanto, opinar sobre os aspec- A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comuni-
tos técnicos e formais da matéria submetida ao exa- cação e Informática, em reunião ordinária realizada
.\hnJ de 2002 D\.\RIO IH CAMARA DOS DFPU lADOS QUlnta-teml 11
hoje aprovou, contra os votos dos Deputados Walter TVR N° 708, DE 2001
Pinheiro, Fernando Ferro e Jorge Bittar, o parecer fa- (Do Poder Executivo)
vorável do relator, Deputado Pedro Canedo, à TVR n° MENSAGEM W 305/01
576/00, nos termos do projeto de decreto legislativo
que apresenta. Submete à apreciação do Congresso
Estiveram presentes os Senhores Deputados: Nacional o ato constante do Decreto de 26
Narcio Rodrigues, Presidente; João Castelo, de março de 2001, que renova a
Vice-Presidente; Aírton Cascavel, Alberto Goldman, concessão da Empresa Jornalística
Alexandre Santos, Arolde de Oliveira, Augusto Franco, Noroeste Ltda., para explorar, sem direito
Bispo Wanderval, César Bandeira, Dr. Hélio, Eunício de exclusividade, pelo prazo de dez anos,
Oliveira, Gilberto Kassab, Haroldo Bezerra, Hermes a partir de 1° de maio de 1994, serviços de
Parcianello, íris Simões, João Caldas, Jorge Bittar, radiodifusão sonora em onda média, na
Jorge Pinheiro, Jorge Tadeu Mudalen, José Rocha, cidade de Santa Rosa, Estado do Rio
Júlio Semeghini, Luiz Moreira, Luiz Piauhylino, Luíza Grande do Sul.
Erundina, Magno Malta, Marçal Filho, Marcos Afonso, (Às Comissões de Ciência e Tecnologia,
Mário Assad Júnior, Pedro Canedo, Pedro Irujo, Comunicação e Informática; e de Constituição
Ricardo Izar, Santos Filho, Saulo Coelho, Valdeci e Justiça e de Redação (art. 54))
Paiva, Vic Pires Franco, Walter Pinheiro, Ana Corso,
Eni Voltolini, Fernando Ferro, Francistônio Pinto, Josué Senhores Membros do Congresso Nacional,
Bengtson, Marcelo Barbieri, Marcus Vicente, Neuton Nos termos do art. 49, inciso XII, combinado
Lima, Olímpio Pires, Pinheiro Landim, Raimundo com o § 3° do art. 223, da Constituição Federal, sub-
Santos, Salvador Zimbaldi e Wagner Rossi. meto à apreciação de Vossas Excelências, acompa-
Sala da Comissão, 13 de março de 2002. - nhado de Exposição de Motivos do Senhor Ministro
Deputado Narcio Rodrigues, Presidente. de Estado das Comunicações, o ato constante do De-
creto de 26 de março de 2001 , que "Renova conces-
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO são das entidades que menciona, para explorar servi-
N° 1.629, DE 2002 ços de radiodifusão, e dá outras providências". As en-
(Da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunica- tidades mencionadas são as seguintes:
ção e Informática)
1 - AM Cidade de Fortaleza Ltda., originaria-
TVR N° 708/2001
mente Rádio Cidade de Fortaleza Ltda., a partir de 1°
MENSAGEM N° 305/2001
de maio de 1994, na cidade de Maracanaú - CE
Aprova o ato que renova a (onda média);
concessão outorgada à Empresa 2 - Fundação Padre Pelágio - Rádio Xavantes
Jornalística Noroeste Ltda., para explorar de Ipameri, a partir de 10 de novembro de 1993, na ci-
serviço de radiodifusão sonora em onda dade de Ipameri - GO (onda média);
média, na cidade de Santa Rosa, Estado 3 - Rádio Alvorada de Rialma Ltda., a partir de
do Rio Grande do Sul. 1° de maio de 1994, na cidade de Rialma - GO (onda
(À Comissão de Constituição e Justiça média);
e de Redação)
4 - Rádio Independência de Goiânia Ltda., a
O Congresso Nacional decreta: partir de 10 de maio de 1994, na cidade de Goiânia-
Art. 10 É aprovado o ato constante do Decreto GO (onda média);
de 26 de março de 2001 , que renova, a partir de 10 de 5 - Sociedade Rádio Difusora de Campo Gran-
maio de 1994, a concessão outorgada à Empresa de Ltda., a partir de 10 de maio de 1994, na cidade de
Jornalística Noroeste Ltda., para explorar, pelo prazo Campo Grande - MS (onda média);
de dez anos, sem direito de exclusividade, serviço de 6 - Fundação Expansão Cultural, originaria-
radiodifusão sonora em onda média, na cidade de mente Rádio Sociedade de Manhuaçu Ltda., a partir
Santa Rosa, Estado do Rio Grande do Sul. 1° de maio de 1994, na cidade de Manhuaçu - MG
Art. 2 0 Este decreto legislativo entra em vigor na (onda média);
data de sua publicação. 7 - Rádio Clube de Curvelo Ltda., a partir de 10
Sala da Comissão, 13 março de 2002. - de maio de 1994, na cidade de Curvelo - MG (onda
Deputado Narcio Rodrigues, Presidente. média);
15300 Quinta-ICira 11 DI.\RIO DA ('AMARA DOS DFI'UIADOS Abnl d~ 2002
8 - ITA - Negócios e Participações Ltda., a partir • Fundação Padre Pelágio - Rádio Xavantes
de 4 de maio de 1994, na cidade de Itaituba - PA de Ipameri, concessionária de servíço de ra-
(onda média); diodifusão sonora em onda média, na cidade
9 - Rádio Oriente de Redenção Ltda., a partir de de Ipameri, Estado de Goiás (Processo n°
16 de abril de 1994, na cidade de Redenção - PA 53670.000109/94);
(onda média); • Rádio Alvorada de Rialma Ltda., concessio-
10- Rádio Bitury Ltda., a partir de 1° de maio de nária de serviço de radiodifusão sonora em
1994, na cidade de Belo Jardim - PE (onda média); onda média, na cidade de Rialma, Estado de
11 - Rádio Cultura do Nordeste S/A, a partir de Goiás (Processo nO 29670.000453/93);
1° de maio de 1994, na cidade de Caruaru - PE (onda • Rádio Independência de Goiânia Ltda., con-
média); cessionária de serviço de radiodifusão sono-
12 - Fundação Cultural Senhor Bom Jesus dos ra em onda média, na cidade de Goiânia,
Remédios, originariamente Rádio Pajeú de Educação Estado de Goiás (Processo n°
Popular Ltda., a partir de 1° de maio de 1994, na cida- 29670.000357/93);
de de Afogados da Ingazeira - PE (onda média); • Sociedade Rádio Difusora de Campo Gran-
13 - Rádio Três Rios Ltda., a partir de 1° de maio de Ltda., concessionária de serviço de radio-
de 1994, na cidade de Três Rios - RJ (onda média); difusão sonora em onda média, na cidade
14 - Empresa Jornalística Noroeste Ltda., a de Campo Grande, Estado do Mato Grosso
partir de 1° de maio de 1994, na cidade de Santa do Sul (Processo n° 53700.000108/94);
Rosa - RS (onda média); • Fundação Expansão Cultural, concessioná-
15 - Rádio Sociedade Rondônia Ltda., a partir ria de serviço de radiodifusão sonora em
de 28 de maio de 1991, na cidade de Cacoal _ RO onda média, na cidade de Manhuaçu, Esta-
(onda média); do de Minas Gerais (Processo n°
16 - XVI - Rádio Cultura de Campos Novos 50710.000140/94);
Ltda., a partir de 1° de maio de 1994, na cidade de • Rádio Clube de Curvelo Ltda., concessioná-
Campos Novos _ SC (onda média); ria de serviço de radiodifusão sonora em
onda média, na cidade de Curvelo, Estado
17 - Rádio Difusora São Joaquim Ltda., a partir de Minas Gerais (Processo n°
de 1° de maio de 1994, na cidade de São Joaquim - 50710.000136/94);
SC (onda média);
• Ita - Negócios e Participações Ltda., con-
18 - Rádio Atalaia de Sergipe Ltda., a partir de cessionária de serviço de radiodifusão sono-
11 de fevereiro de 1995, na cidade de Simão Dias - ra em onda média, na cidade de Itaituba,
SE (onda média); Estado do Pará (Processo n°
19 - TV Oeste do Paraná Ltda., originariamente 53720.000175/94);
TV Carimã Ltda., a partir de 24 de dezembro de 1999, • Rádio Oriente de Redenção Ltda., concessi-
na cidade de Cascavel- PR (sons e imagens). onária de serviço de radiodifusão sonora em
Brasília, 2 de abril de 2001. - Fernando onda média, na cidade de Redenção, Esta-
Henrique Cardoso. do do Pará (Processo n° 53720.000387/94);
MC n° 17 EM • Rádio Bitury Ltda., concessionária de servi-
ço de radiodifusão sonora em média, na ci-
Brasília, 22 de fevereiro de 2001
dade de Belo Jardim, Estado de Pernambu-
Excelentíssirno Senhor Presidente da República, co (Processo n° 53103.000307/94);
Submeto à consideração de Vossa Excelência o • Rádio Cultura do Nordeste S/A, concessio-
incluso projeto de decreto que trata da renovação de nária de serviço de radiodifusão sonora em
concessões, outorgadas as entidades abaixo onda média, na cidade de Caruaru, Estado
relacionadas, para explorar serviço de radiodifusão de Pernambuco (Processo nO
nas localidades e unidades da Federação indicadas: 53103.000175/94);
• AM Cidade de Fortaleza Ltda., concessio- • Fundação Cultural Senhor Bom Jesus dos
nária de serviço de radiodifusão sonora em Remédios, concessionária de serviço de ra-
onda média, na cidade de Maracanaú, Esta- diodifusão sonora em onda média, na cidade
do do Ceará (Processo n° de Afogados da Ingazeira, Estado de Per-
53650.000204/94); nambuco (Processo n° 53103.000103/94);
.\bril de 2002 D(.\RIO IH ('.\M.\RA DOS DEPIJli\DOS <iuinla-feira 11 1'i101
• Rádio Três Rios Ltda., concessionária de DECRETO DE 26 DE MARÇO DE 2001
serviço de radiodifusão sonora em onda mé-
dia, na cidade de Três Rios, Estado do Rio Renova concessão das entidades
de Janeiro (Processo n° 53770.000262/94); que menciona, para explorar serviços de
radiodifusão, e dá outras providências.
• Empresa Jornalística Noroeste Ltda., con-
cessionária de serviço de radiodifusão sono- O Presidente da República, no uso das atribui-
ra em onda média, na cidade de Santa ções que lhe conferem os arts. (ininteligíveL) inciso IV,
Rosa, Estado do Rio Grande do Sul (Proces- e 223, caput, da Constituição, 33, § 3°, da Lei n°
so n° 53790.000086/94); 4.117, de 27 de agosto de 1962, e 6° da Lei 5.785, de
• Rádio Sociedade Rondônia Ltda., concessi- 23 de junho de 1972, e tendo em vista o disposto no
onária de serviço de radiodifusão sonora em art. 6°, inciso I, do Decreto n° 88.066, de janeiro de
onda média, na cidade de Cacoal, Estado de 1983, decreta:
Rondônia (Processo n° 29000.002858/91); Art. 1° Fica renovada a concessão das entida-
• Rádio Cultura de Campos Novos Ltda., con- des abaixo mencionadas, para explorar, sem direito
cessionária de serviço de radiodifusão sono- de exclusividade, pelo prazo de dez anos, serviço de
ra em onda média, na cidade de Campos radiodifusão sonora em onda média:
Novos, Estado de Santa Catarina (Processo 1- AM Cidade de Fortaleza Ltda., a partir de 1°
n° 50820.000061/94); de maio de 1994, na cidade de Maracanaú, Estado do
• Rádio Difusora São Joaquim Ltda., conces- Ceará, outorgada originariamente à Rádio Cidade de
sionária de serviço de radiodifusão sonora Fortaleza Uda., na cidade de Maranguape, Estado do
em onda média, na cidade de São Joaquim, Ceará pela Portaria MVOP n° 738, de 6 de setembro
Estado de Santa Catarina (processo n° de 1955, renovada pelo Decreto n° 91.012, de 27 de
50820.000059/94); fevereiro de 1985, autorizada a transferir sua outorga
• Rádio Atalaia de Sergipe Uda., concessionária para a localidade de que trata este inciso, conforme
de serviço de radiodifusão sonora em onda Decreto n° 96.571, de 24 de agosto de 1988, e autori-
média, na cidade de Simão Dias, Estado de zada a mudar sua denominação social para a atual
Sergipe (Processo n° 53840.000229/94); pela Portaria n° 205, de 8 de julho de 1992, do Secre-
• Tv Oeste do Paraná Ltda., concessionária tário Nacional de Comunicações (Processo n°
de serviço de radiodifusão de sons e ima- 53650.000204/94);
gens (televisão) na cidade de Cascavel, 11 - Fundação Padre Pelágio - Rádio Xavantes
Estado do Paraná (Processo n° de Ipameri, a partir de 1° de novembro de 1993, na ci-
53740.000797/99). dade de Ipameri, Estado de Goiás, outorgada pelo
2. Observo que a renovação do prazo de vigência Decreto n° 25.838, de 16 de novembro de 1948, e re-
das outorgas para explorar serviços de radiodifusão é novada pelo Decreto n° 92.088, de 9 de dezembro de
regida pelas disposições contidas na Lei n° 5.785, de 23 1985 (Processo n° 53670.000109/94);
de junho de 1972; e no Decreto n° 88.066, de 26 de III - Rádio Alvorada de Rialma Ltda., a partir de
janeiro de 1983, que a regulamentou. 1° de maio de 1994, na cidade de Rialma, Estado de
3. Cumpre ressaltar que os pedidos foram Goiás, outorgada pela Portaria MVOP n° 540, de 16
analisados pelos órgãos técnicos deste Ministério, de novembro de 1960, renovada pelo Decreto n°
considerados de acordo com os dispositivos legais 90.084, de 20 de agosto de 1984 (Processo n°
aplicáveis, demonstrando possuir as entidades as 29670.000453/93);
qualificações necessárias à renovação da IV - Rádio Independência de Goiânia Ltda., a
concessão. partir de 1° de maio de 1994, na cidade de Goiânia,
4. Nesta conformidade, e em observância ao que Estado de Goiás, outorgada pela Portaria MVOP n°
dispõe a Lei n° 5.785, de 1972. Regulamento. Decreto n° 368, de 12 de agosto de 1960, e renovada pelo De-
88.066, de 1983, submeto o assunto a superior creto n° 91.571, de 23 de agosto de 1985 (Processo
consideração de Vossa Excelência para decisão e n° 29670.000357/93);
submissão da matéria ao Congresso Nacional, em V - Sociedade Rádio Difusora de Campo Gran-
cumprimento ao § 3° do art. 223 da Constituição Federal. de Ltda., a partir de 1° de maio de 1994, na cidade de
Respeitosamente, Pimenta da Veiga, Campo Grande, Estado do Mato Grosso do Sul, ou-
Ministro de Estado das Comunicações. torgada pela Portaria MVOP n° 268, de 5 de junho de
15302 QUlllta-kira II DIÁRIO DA ('ÁMARA DOS DEl'lJL\])OS Abril de 2002
1939, e renovada pelo Decreto nO 90.348, de 23 de 758, de 19 de agosto de 1946, e renovada pelo De-
outubro de 1984 (Processo n° 53700.000108/94); creto n° 89.631, de 8 de maio de 1984 (Processo n°
VI- Fundação Expansão Cultural, a partir de 1° 53770.000262/94);
de maio de 1994, na cidade de Manhuaçu, Estado de XIV - Empresa Jornalística Noroeste Ltda., a
Minas Gerais, outorgada originariamente à Rádio So- partir de 1° de maio de 1994, na cidade de Santa
ciedade de Manhuaçu Ltda., conforme Portaria Rosa, Estado do Rio Grande do Sul, outorgada pela
MVOP n° 324, de 11 de abril de 1950, renovada pelo Portaria MJNI nO 303-B, de 18 de junho de 1962, reno-
Decreto nO 89.382, de 15 de fevereiro de 1984, e vada pelo Decreto nO 89.629, de 8 de maio de 1984
transferida pelo Decreto n° 92.567, de 17 de abril de (Processo n° 53790.000086/94);
1936, para a concessionária de que trata este inciso XV - Rádio Sociedade Rondônia Ltda., a partir
(Processo n° 50710.000140/94); de 28 de maio de 1991, na cidade de Cacoal, Estado
VII- Rádio Clube de Curvelo Ltda., a partir de 1° de Rondônia, outorgada pelo Decreto n° 85.905, de
de maio de 1994, na cidade de Curvelo, Estado de Mi- 14 de abril de 1981 (Processo n° 29000.002858/91);
nas Gerais, outorgada pela Portaria MVOP n° 810, de XVI- Rádio Cultura de Campos Novos Ltda., a
27 de setembro de 1955, renovada pelo Decreto n° partir de 1° de maio de 1994, na cidade de Campos
91.495, de 29 de julho de 1985 (Processo n° Novos, Estado de Santa Catarina, outorgada pela
50710.000136/94); Portaria MVOP n° 250, de 2 de abril de 1958, e reno-
VIII - ITA - Negócios e Participações Ltda., a vada pelo Decreto n° 89.426, de 8 de março de 1984
partir de 4 de maio de 1994, na cidade de Itaituba, (Processo n° 50820.000061/94);
Estado do Pará, outorgada pelo Decreto n° 89.508, de XVII- Rádio Difusora São Joaquim Ltda., a par-
3 de abril de 1984 (Processo n° 53720.000175/94); tir de 1° de maio de 1994, na cidade de São Joaquim,
IX - Rádio Oriente de Redenção Ltda., a partir Estado de Santa Catarina, outorgada pela Portaria
de 16 de abril de 1994, na cidade de Redenção, MJNI n° 301-B, de 18 de junho de 1962, e renovada
Estado do Pará, outorgada pelo Decreto n° 89.475, pelo Decreto n° 91.012, de 27 de fevereiro de 1985
de 23 de março de 1984 (Processo n° (Processo n° 50820.000059/94);
53720.000387/94); XVIII - Rádio Atalaia de Sergipe Ltda., a partir
X - Rádio Bitury Ltda., a partir de 1° de maio de 11 de fevereiro de 1995, na cidade de Simão Dias,
de 1994, na cidade de Belo Jardim, Estado de Per- Estado de Sergipe, outorgada pelo Decreto n°
nambuco, outorgada pela Portaria MVOP n° 372, de 90.647, de 10 de dezembro de 1984 (Processo n°
4 de junho de 1958, e renovada pelo Decreto n° 53840.000229/94).
Art. 2° Fica renovada, por quinze anos, a partir
92.671, de 16 de maio de 1986 (Processo n°
de 24 de dezembro de 1999, a concessão para
53103.000307/94); explorar, sem direito de exclusividade, serviço de
XI - Rádio Cultura do Nordeste SI A, a partir de radiodifusão de sons e imagens (televisão), na cidade
1° de maio de 1994, na cidade de Caruaru, Estado de Cascavel, Estado do Paraná, originariamente
de Pernambuco, outorgada pela Portaria MVOP n° outorgada à TV Carimã Ltda., conforme Decreto n°
492, de 6 de agosto de 1958, renovada pelo Decre- 90.609, de 4 de dezembro de 1984, e transferida para
to nO 96.829, de 28 de setembro de 1988 (Processo a TV Oeste do Paraná Ltda., pelo Decreto de 7 de
n° 53103.000175/94); agosto de 2000 (Processo n° 53740.000797/99).
Art. 3° A exploração do serviço de radiodifusão,
XII - Fundação Cultural Senhor Bom Jesus cujas concessões são renovadas por este decreto,
dos Remédios, a partir de 1° de maio de 1994, na ci- reger-se-á pelo Código Brasileiro de
dade de Afogados da Ingazeira, Estado de Pernam- Telecomunicações, leis subseqüentes e seus
buco, outorgada originariamente à Rádio Pajeú de regulamentos.
Educação Popular Ltda., conforme Portaria MVOP Art. 4° A renovação da concessão somente pro-
n° 441, de 2 de outubro de 1959, renovada pelo De- duzirá efeitos legais após deliberação do Congresso
creto nO 90.348, de 23 de outubro de 1984, e trans- Nacional, nos termos do § 3° do art. 223 da Constitui-
ferida pelo Decreto de 7 de agosto de 2000, para a ção.
concessionária de que trata este inciso (processo n° Art. 5° Este decreto entra em vigor na data de
53103.000103/94); sua publicação.
XIII - Rádio Três Rios Ltda., a partir de 1° de Brasília, 26 de março de 2001; 180° da
maio de 1994, na cidade de Três Rios, Estado do Independência e 113° da República. - Fernando
Rio de Janeiro, outorgada pela Portaria MVOP n° Henrique Cardoso.
Abril de 2002 DL\RIO IH (·.\MARA ()OS DFI'UJ A()OS glllllla-Jelfa JI 15101
Aviso n° 331 Casa Civil. todos os critérios exigidos por este diploma regula-
mentar.
Em 2 de abril de 2001
O ato de renovação de outorga obedece aos
À Sua Excelência o Senhor princípios de constitucionalidade, especialmente no
Deputado Severino Cavalcanti que se refere aos artigos 220 a 223 da Constituição
Primeiro Secretario da Câmara dos Deputados Federal, e atende às formalidades legais, motivos pe-
Brasília-DF. los quais somos pela homologação do ato do Poder
Executivo, na forma do Projeto de Decreto Legislativo
Senhor Primeiro Secretário, que ora apresentamos.
Encaminho a essa Secretaria Mensagem do Sala da Comissão, 12 de dezembro de 2001, -
Excelentíssimo Senhor Presidente da República na Deputado Pedro Canedo, Relator.
qual submete à apreciação do Congresso Nacional
os ato constante do Decreto de 26 de março de 2001. PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
que "Renova concessão das entidades que mencio- N° 1.629, DE 2001
na, para explorar serviços de radiodifusão. e dá outras Aprova o ato que renova a conces-
providências". são outorgada à Empresa Jornalística
Atenciosamente. - Pedro Parente Chefe da Noroeste Ltda. para explorar serviço de
Casa Civil da Presidência da República. radiodifusão sonora em onda média, na
cidade de Santa Rosa, Estado do Rio
COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA,
Grande do Sul.
COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA
O Congresso Nacional decreta:
I - Relatório
Art. 1° E aprovado o ato constante do Decreto
De conformidade com o art. 49, inciso XII, com- de 26 de março de 2001 , que renova, a partir de 1° de
binado com o § 1° do art. 223, da Constituição Fede- maio de 1994, a concessão outorgada à Empresa
ral, o Excelentíssimo Senhor Presidente da República Jornalística Noroeste Ltda. para explorar, pelo prazo
submete á apreciação do Congresso Nacional o ato de dez anos, sem direito de exclusividade, serviço de
que renova a concessão outorgada à Empresa Jorna- radiodifusão sonora em onda média, na cidade de
lística Noroeste Ltda. para explorar, pelo prazo de dez Santa Rosa, Estado do Rio Grande do Sul.
anos, sem direito de exclusividade, serviço de radiodi- Art. 2° Este decreto legislativo entra em vigor na
fusão sonora em onda média. data de sua publicação.
Atendendo ao disposto no § 3° do art. 223 da Sala da Comissão, 12 de dezembro de 2001, -
Constituição, a matéria foi enviada ao Poder Legislati- Deputado Pedro Canedo, Relator.
vo para a devida apreciação, uma vez que o ato so-
mente produzirá efeitos após a deliberação do Con- 111 - Parecer da Comissão
gresso Nacional. A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comuni-
Cumpre-nos, portanto, opinar sobre os aspec- cação e Informática, em reunião ordinária realizada
tos técnicos e formais da matéria submetida ao exa- hoje, aprovou unanimemente o parecer favorável do
me desta Comissão, nos termos do inciso 11, alínea h, Relator, Deputado Pedro Canedo, à TVR n° 708/01,
do art. 32 do Regimento Interno. nos termos do Projeto de Decreto Legislativo que
apresenta.
11 - Voto do Relator
Estiveram presentes os Senhores Deputados:
O processo de renovação de outorga requerida Nárcio Rodrigues - Presidente; João Castelo -
pela Empresa Jornalística Noroeste Ltda., executante Vice-presidente - Aírton Cascavel- Alberto Goldman
de serviço de radiodifusão sonora em onda média, - Alexandre Santos - Arolde de Oliveira - Augusto
encontra-se de acordo com a prática legal e docu- Franco - Bispo Wanderval - César Bandeira - Dr. Hé-
mentaI atinente ao processo renovatório e os docu- lio - Eunício Oliveira - Gilberto Kassab - Haroldo Be-
mentos juntados aos autos indicam a regularidade na zerra - Hermes Parcianello - Iris Simões - João Cal-
execução dos serviços de radiodifusão. das - Jorge Bittar- Jorge Pinheiro - Jorge Tadeu Mu-
A análise deste processo deve basear-se no Ato dalen - José Rocha - Júlio Semeghini - Luiz Moreira
Normativo n° 1, de 1999, desta Comissão. Verificada - Luiz Piauhylino - Luíza Erundina - Magno Malta -
a documentação, constatamos que foram atendidos Marçal Filho - Marcos Afonso - Mário Assad Júnior-
15104 (,!uiuta-lCira II UL\RIO IH ('AMARA 1)OS 1)EPIJl.\1)OS Abril de 2002
Pedro Canedo - Pedro Irujo - Ricardo Izar - Santos freqüência modulada, na cidade de São
Filho - Saulo Coelho - Valdeci Paiva - Vic Pires Fran- Paulo, Estado de São Paulo.
co - Wálter Pinheiro - Ana Corso - Eni Voltolini - Fer- (Às Comissões de Ciência e Tecnologia,
nando Ferro - Francistônio Pinto - Josué Bengtson - Comunicação e Informática; e de Const~uição
Marcelo Barbieri - Marcus Vicente - Neuton Lima - e Justiça e de Redação (Art. 54))
Olímpio Pires - Pinheiro Landim - Raimundo Santos
Senhores Membros do Congresso Nacional,
- Salvador Zimbaldi e Wagner Rossi.
Nos termos do artigo 49, inciso XII, combinado
Sala da Comissão, 13 de março de 2002, -
com o § 3° do artigo 223, da Constituição Federal,
Deputado Narcio Rodrigues, Presidente.
submeto à apreciação de Vossas Excelências, acom-
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO panhadas de Exposições de Motivos do Senhor Mi-
N° 1.630, DE 2002 nistro de Estado das Comunicações, renovações de
(Da Comissão de Ciência e Tecnologia, permissões para explorar, por dez anos, sem direito
Comunicação e Informática) de exclusividade, serviços de radiodifusão sonora em
TVR 831/2001 freqüência modulada, conforme os seguintes atos e
MENSAGEM N° 625/2001 entidades:
1 - Portaria n° 420, de 31 de julho de 2000 -
Aprova o ato que renova a
Sociedade de Radiodifusão Diário Serrano Ltda., a
permissão outorgada à Fundação Padre
partir de 11 de agosto de 1996, na cidade de Cruz
Anchieta - Centro Paulista de Rádio e
Alta-RS;
TV Educativas, a partir de 1° de maio de
1994, para explorar serviço de 2 - Portaria n° 537, de 14 de setembro de 2000
radiodifusão sonora em freqüência - Rádio Marano Ltda., a partir de 30 de setembro de
modulada, na cidade de São Paulo, 1993, na cidade de Garanhuns-PE;
Estado de São Paulo. 3 - Portaria nO 13, de 8 de fevereiro de 2001 -
(À Comissão de Constituição e Justiça Prefeitura do Município de Piracicaba, a partir de 18
e de Redação.) de junho de 1997, na cidade de Piracicaba-SP;
4 - Portaria n° 28, de 22 de fevereiro de 2001 -
O Congresso Nacional decreta:
Rádio Som Juventude Ltda., a partir de 15 de março
Art. 1° É aprovado o ato constante da Portaria n°
de 1995, na cidade de Araguaína-TO;
127, de 14 março de 2001, que renova, a partir de 1°
5 - Portaria n° 31, de 22 de fevereiro de 2001 -
de maio de 1994, a permissão outorgada à Fundação
Sociedade Montense de Radiodifusão Ltda .. a partir
Padre Anchieta - Centro Paulista de Rádio e TV Edu-
de 28 de julho de 1997, na cidade de Santo Antônio
cativas para explorar, pelo prazo de dez anos, sem di-
do Monte-MG;
reito de exclusividade, serviço de radiodifusão sonora
em freqüência modulada, na cidade de São Paulo, 6 - Portaria n° 121, de 14 de março de 2001 -
Estado de São Paulo. Empreendimentos Radiofônicos Sulminas Ltda., a
partir de 6 de fevereiro de 1995, na cidade de Itaju-
Art. 2°. Este decreto Legislativo entra em vigor
bá-MG; e
na data de sua publicação.
7 - Portaria n° 127, de 14 de março de 2001 -
Sala da Comissão, 13 de março de 2002,-
Fundação Padre Anchieta - Centro Paulista de Rádio
Deputado Narcio Rodrigues Presidente
e TV Educativas, a partir de 12 de maio de 1994, na
TVR N° 831, DE 2001 cidade de São Paulo-SP
(Do Poder Executivo) Brasília, 22 de junho de 2001. - Marcos
MENSAGEM NO 625/01 Nacimento.
Submete à apreciação do MC 00173 EM
Congresso Nacional o ato constante da
Brasília, 27 de março de 2001
Portaria n° 127, de 14 de março de 2001,
que renova permissão a Fundação Padre Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Anchieta - Centro Paulista de Rádio e Submeto à apreciação de Vossa Excelência a
TV Educativas, a partir de 1° de maio de inclusa Portaria n° 127, de 14 de março de 2001 , pela
1994, para explorar pelo prazo de dez qual renovei a permissão outorgada à Fundação
anos, sem direito de exclusividade, Padre Anchieta - Centro Paulista de Rádio e TV
serviço de radiodifusão sonora em Educativas, pela Portaria MVOP n° 699. de 12 de
AIXlI de 2002 DL\R!O D;\ «\MARA DOS !Wl'lJIA])OS QUJIlta-kira 11 !:;~()'i
outubro de 1947. e renovada pela Portaria n° 94. de ca, no exercício do cargo de Presidente da República.
30 de abril de 1984, publicada no Diário Oficial da na qual submete à apreciação do Congresso Nacio-
União em 2 de maio seguinte, para explorar serviço nal os atos que renovam permissões para explorar
de radiodifusão sonora em freqüência modulada, na serviços de radiodifusão sonora em freqüência modu-
cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. lada, constantes das Portarias n° 420, de 31 de julho
2. Os órgãos competentes deste Ministério ma - de 2000; 537, de 14 de setembro de 2000: 13. de 8 de
nifestaram-se sobre o pedido, considerando-o instruí- fevereiro de 2001; 28 e 31, de 22 de fevereiro de 2001;
do de acordo com a legislação aplicável, o que me le- 121 e 127, de 14 de março de 2001.
vou a deferir o requerimento de renovação. Atenciosamente, - Pedro Parente, Chefe da
3. Esclareço que, nos termos do § 3° do art. 223 da Casa Civil da Presidência da República.
Constituição, o ato de renovação somente produzirá
efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional, COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA,
para onde solicito seja encaminhado o referido ato, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA
acompanhado do Processo n° 50830.000041/94, que
lhe deu origem. I - Relatório
Respeitosamente, - Pimenta da Veiga Ministro De conformidade com o art. 49, inciso XII, com-
de Estado das Comunicações. binado com o § 1° do art. 223, da Constituição Fede-
PORTARIA N° 127 ,DE 14 DE MARÇO DE 2001 ral, o Excelentíssimo Senhor Presidente da República
O Ministro de Estado das Comunicações, no submete à apreciação do Congresso Nacional o ato
uso de suas atribuições, conforme o disposto no art. que renova a permissão outorgada à Fundação Padre
6°, inciso 11, do Decreto n° 88.066, de 26 de janeiro de Anchieta - Centro Paulista de Rádio e TV Educativas,
1983, e tendo em vista o que consta do Processo n° a partir de 1° de maio de 1994, para explorar, pelo pra-
50830.000041/94, resolve: zo de dez anos, sem direito de exclusividade, serviço
Art. 1° Renovar, de acordo com o art. 33, § 3°, da de radiodifusão sonora em freqüência modulada.
Lei n° 4.117, de 27 de agosto de 1962, por dez anos, a Atendendo ao disposto no § 3° do art. 223 da
partir de 1° de maio de 1994, a permissão outorgada Constituição, a matéria foi enviada ao Poder Legislati-
à Fundação Padre Anchieta - Centro Paulista de
vo para a devida apreciação, uma vez que o ato so-
Ràdio e TV Educativas, pela Portaria MVOP n° 699,
mente produzirá efeitos após a deliberação do Con-
de 1° de outubro de 1947, renovada pela Portaria n°
94, de 30 de abril de 1984, publicada no Diário Oficial gresso Nacional.
da União em 2 de maio seguinte, para explorar, sem Cumpre-nos, portanto, opinar sobre os aspec-
direito de exclusividade, serviço de radiodifusão tos técnicos e formais da matéria submetida ao exa-
sonora em freqüência modulada, na cidade de São me desta Comissão, nos termos do inciso 11 alínea
Paulo, Estado de São Paulo. "h", do art. 32 do Regimento Interno.
Art. 2° A exploração do serviço de radiodifusão,
cuja outorga é renovada por esta Portaria, reger-se-á 11 - Voto do Relator
pelo Código Brasileiro de Telecomunicações, leis O processo de renovação de outorga requerida
subseqüentes e seus regulamentos. pela Fundação Padre Anchieta - Centro Paulista de
Art. 3° Este ato somente produzirá efeitos legais Rádio e TV Educativas, executante de serviço de radi-
após deliberação do Congresso Nacional, nos termos odifusão sonora em freqüência modulada, encon-
do § 3°, do art. 223 da Constituição. tra-se de acordo com a prática legal e documental ati-
Art. 4° Esta Portaria entra em vigor na data de nente ao processo renovatório e os documentos jun-
sua publicação. - Pimenta Veiga tados aos autos indicam a regularidade na execução
Aviso n° 685 - C. Civil. dos serviços de radiodifusão.
para executar, pelo prazo de três anos, sem direito de dade com o caput do art. 223, da Constituição e a Lei
exclusividade, serviços de radiodifusão comunitária, nO 9.612, de 19 de fevereiro de 1998.
conforme os seguintes atos e entidades: 2. Referida entidade requereu ao Ministério das
1 - Portaria n° 45, de 22 de fevereiro de 2001 - Comunicações sua inscrição para prestar o serviço,
Associação Comunitária Cidadania, Comunicação e cuja documentação inclui manifestação de apoio da
Cultura de Matinha - MA, na cidade de Matinha - MA; comunidade, numa demonstração de receptividade
2 - Portaria n° 48, de 22 de fevereiro de 2001 - da filosofia de criação desse braço da radiodifusão,
Associação Comunitária Beneficente. Cultural e Soci- de maneira a incentivar o desenvolvimento e a sedi-
al Borboremense, na cidade de Borborema - SP; mentação da cultura geral das localidades postulan-
3 - Portaria n° 50, de 22 de fevereiro de 2001 - tes.
Associação Comunitária Radiovida de Botuporã, na 3. Como se depreende da importância da inicia-
cidade de Botuporã - BA; tiva comandada por Vossa Excelência, essas ações
permitem que as entidades trabalhem em conjunto
4 - Portaria n° 52, de 22 de fevereiro de 2001 -
com a comunidade, auxiliando não só no processo
Associação Cultural e Desportiva de São Bento, na ci-
educacional, social e cultural mas, também, servem
dade de São Bento - MA;
de elo à integração de informações benéficas em to-
5 - Portaria n° 59, de 22 de fevereiro de 2001 -
dos os segmentos, e a todos esses núcleos populaci-
Associação Comunitária Pró Vida de Sobradinho, na onais.
cidade de Sobradinho - DF;
4. Sobre o caso em espécie, determinei análises
6 - Portaria n° 61, de 22 de fevereiro de 2001 - técnica e jurídica da petição apresentada, constatan-
Associação Comunitária Tancredo Neves
do a inexistência de óbice legal e normativo ao ple~o,
ACOMTANE, na cidade de Cajazeiras - PB; o que se conclui da documentação de origem, con-
7 - Portaria nO 63. de 22 de fevereiro de 2001 - substanciada nos autos do Processo Administrativo
Associação Comunitária "São Francisco de Assis", na n° 53640.000256/99, que ora faço acompanhar, com
cidade de Porto Franco - MA; a finalidade de subsidiar os trabalhos finais.
8 - Portaria n° 69. de 22 de fevereiro de 2001 - 5. Em conformidade com os preceitos constituci-
Associação Comunitária Cidadã de Promoção Edu- onais e legais, a outorga de autorização, objeto do
cacional. Cultural. Artística. Esportiva e Comunicação presente processo, passará a produzir efeitos legais
Social "Nossa Senhora Aparecida" de Teodoro Sam- somente após deliberação do Congresso Nacional, a
paio - SP, na cidade de Teodoro Sampaio - SP; teor do § 3° do art. 223, da Constituição Federal.
9 - Portaria n° 81 , de 22 de fevereiro de 2001 - Respeitosamente, Pimenta da Veiga,
Associação de Desenvolvimento Comunitário de Vár- Ministro de Estado das Comunicações.
zea Nova, na cidade de Várzea Nova
10 - Portaria n° 109, de 6 de março de 2001 - PORTARIA N" 81 DE 22 DE FEVEREIRO DE 2001
Associação Comunitária de Prado, na cidade de Pra- O Ministro de Estado das Comunicações, no
do - BA; e uso de suas atribuições, considerando o disposto nos
11 - Portaria n° 118, de 6 de março de 2001 - artigos 10 e 19 do Decreto n° 2.615, de 3 de junho de
Associação Comunitária Monte SinaL ACMS. na cida- 1998, e tendo em vista o que consta do Processo
de de Itaocara - RJ. Administrativo nO 53640.000256/99, resolve:
Brasília. 12 de julho de 2001. - Fernando Art. 1° Autorizar a Associação de Desenvolvi-
Henrique Cardoso. mento Comunitário de Várzea Nova, com sede na
Praça Gilberto Miranda, sin°, Centro, na cidade de
MC 00139 EM Várzea Nova, Estado da Bahia, a executar serviço de
Brasília, 26 de março de 200 radiodifusão comunitária, pelo prazo de três anos,
sem direito de exclusividade.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Art. 2° Esta autorização reger-se-á pela Lei n°
Encaminho a Vossa Excelência Portaria de ou- 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, leis subseqüentes,
torga de autorização e respectiva documentação para seus regulamentos e normas complementares.
que a entidade denominada Associação de Desen- Art. 3° A entidade fica autorizada a operar com o
volvimento Comunitário de Várzea Nova, com sede sistema irradiante localizado nas coordenadas geo-
na cidade de Várzea Nova, Estado da Bahia, explore gráficas com latitude em 11°15'40"S e longitude em
o serviço de radiodifusão comunitária, em conformi- 40 0 56'42"W, utilizando a freqüência de 87,9 MHz.
I 'i.10H QUlnta-lei!"a 11 IJI.\RIO DA ('A.MARA I)OS DEPlJTADOS Abnl <I.: 2002
Art. 4° Este ato somente produzirá efeitos legais Lei n° 9.612, de 19 de fevereiro de 1998. No processo
após deliberação do Congresso Nacional, nos termos em questão, a Associação de Desenvolvimento
do § 3° do art. 223 da Constituição, devendo a entidade Comunitário de Várzea Nova atendeu aos requisitos
iniciar a execução do serviço no prazo de seis meses a da legislação específica e recebeu autorização para
contar da data de publicação do ato de deliberação. executar serviço de radiodifusão comunitária.
Art. 5° Esta Portaria entra em vigor na data de A análise deste processo deve basear-se no
sua publicação. - Pimenta da Veiga. Ato Normativo n° 01, de 1999, desta Comissão. Ve-
Aviso nO 805 - C. Civil. rificada a documentação, constatamos que foram
atendidos todos os critérios exigidos por este diplo-
Brasília, 12 de julho de 2001 ma regulamentar.
A Sua Excelência o Senhor O ato de outorga obedece aos princípios de
Deputado Severino Cavalcanti constitucionalidade, especialmente no que se refere
Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados aos artigos 220 a 223 da Constituição Federal, e
Brasília-DF. atende às formalidades legais, motivos pelos quais
Senhor Primeiro Secretario, somos pela homologação do ato do Poder Executi-
Encaminho a essa Secretaria Mensagem do vo, na forma do Projeto de Decreto Legislativo que
Excelentíssimo Senhor Presidente da República na ora apresentamos.
qual submete à apreciação do Congresso Nacional Sala da Comissão, 13 de deslembro de 2001,-
os atos que autorizam a execução de serviços de Deputado Marçal Filho, Relator
radiodifusão comunitária constantes das Portarias nO
45,48, 50, 52, 59, 61,63, 69 e 81, de 22 de fevereiro PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
de 2001; 109 e 118, de 6 de março de 2001 . N° 1.631 DE 2001
- Alexandre Santos - Arolde de Oliveira - Augusto que outorga permissão à Rádio Difusora
Franco - Bispo Wanderval- César Bandeira - Dr. Hé- Clareira na Mata FM Ltda. para explorar,
lio - Eunício Oliveira - Gilberto Kassab - Haroldo Be- pelo prazo de dez anos, sem direito de
zerra - Hermes Parcianello - íris Simões - João Cal- exclusividade, serviço de radiodifusão
das - Jorge Bittar - Jorge Pinheiro - Jorge Tadeu Mu- sonora em freqüência modulada, na
dalen - José Rocha - Júlio Semeghini - Luiz Moreira cidade de Caçapava do Sul, Estado do
- Luiz Piauhylino - luíza Erundina - Magno Malta - Rio Grande do Sul.
Marçal Filho - Marcos Afonso - Mário Assad Júnior - (Às Comissões de Ciência e Tecnologia,
Pedro Canedo - Pedro Irujo - Ricardo Izar - Santos Comunicação e Informática; e de Constituição
Filho - Saulo Coelho - Valdeci Paiva - Vic Pires Fran- e Justiça e de Redação (Art. 54»
co - Walter Pinheiro - Ana Corso - Eni Voltolini - Fer-
nando Ferro - Francistônio Pinto - Josué Bengtson - Senhores membros do Congresso Nacional.
Marcelo Barbieri - Marcus Vicente - Neuton lima - Nos termos do artigo 49. inciso XII. combinado
Olímpio Pires - Pinheiro Landim - Raimundo Santos com o § 3 0 do artigo 223, da Constituição Federal
- Salvador Zimbaldi e Wagner Rossi. submeto a apreciacão de Vossas Excelencias. acom-
Sala da Comissão, 13 de março de 2002,- panhadas de Exposições de Motivos do Senhor Mi-
Deputado Narcio Rodrigues, Presidente. nistro de Estado das Comunicações. permissões para
explorar, pelo prazo de dez anos, sem direito de ex-
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO clusividade, serviços de radiodifusão sonora em fre-
N° 1.632, DE 2002 quência modulada. conforme os seguintes atos e enti-
(Da Comissão de Ciência e Tecnologia, dades:
Comunicação e Informática)
1 - Portaria na 248. de 16 de maio de 2001 - Rá-
TVR 1.037/2001
dio Serrana EM Ltda., na cidade de Jacobina-BA.
MENSAGEM N° 752/2001
2 - Portaria na 249, de 16 de maio de 2001 - Rá-
Aprova o ato que outorga dio Serrana EM Lida., ná cidade de Cachoeira-BA.
permissão à Rádio Difusora Clareira na 3 - Portaria na 261 . de 16 de maio de 2001 - Sis-
Mata FM Ltda., para explorar serviço de tema Integrado de Rádio Ltda... na cidade de Brejo
radiodifusão sonora em freqüência Santo-CE.
modulada, na cidade de Caçapava do
4 - Portaria na 262. de 16 de maio de 2001 -
Sul, Estado do Rio Grande do Sul.
Rede Fortal de Comunicações Ltda.. na cidade de
(À Comissão de Constituição e Justiça Cedro-CE.
e de Redação.)
5 - Portaria na 263. de 16 de maio de 2001 - Rá-
O Congresso Nacional decreta: dio Jardim EM Ltda., na cidade de Jardim-CE.
Art. 10 É aprovado o ato constante da Portaria 6 - Portaria na 264. de 16 de maio de 2001 - Rá-
na 276, de 16 de maio de 2001, que outorga dio EM Vitória de Gandu Ltda.. na cidade de Gan-
permissão à Rádio Difusora Clareira na Mata FM du-BA.
Ltda., para explorar, pelo prazo de dez anos, sem 7 - Portaria na 265. de 16 de maio de 2001 - Sis-
direito de exclusividade, serviço de radiodifusão tema Associado de Comunicação Ltda.. na cidade de
sonora em freqüência modulada, na cidade de Natal-RN,
Caçapava do Sul, Estado do Rio Grande do Sul. 8 - Portaria na 267, de 16 de maio de 2001 - Sis-
0
Art. 2 Este decreto legislativo entra em vigor tema Integrado de Rádio Ltda., na cidade de Espe-
na data de sua publicação. rantma-PI;
Sala da Comissão, 13 de março de 2002,- 9 - Portaria na 269, de 16 de maio de 2001 - Sis-
Deputado Narcio Rodrigues, Presidente tema Integrado de Rádio Ltda.. na cidade de Quixa-
dá-CE;
TVR N° 1.037, DE 2001 10 - Portaria na 270, de 16 de maio de 2001 -
(Do Poder Executivo)
Sistema Integrado de Rádio Ltda., na cidade de
MENSAGEM N° 752101 Camocim-CE
Submete à apreciação do 11 - Portaria na 271, de 16 de maio de 2001 -
Congresso Nacional o ato constante da Rádio Liberdade de Paranaíba Ltda., na cidade de
Portaria n° 276, de 16 de maio de 2001 Paranaiba-MS;
I'i3IO QUÍnta-lCira lI DI:\RIO DA C\MARA DOS DEPIJTADOS Abril de 2002
12 - Portaria n° 272, de 16 de maio de 2001 - 3. Esclareço que, de acordo com o § 3° do art.
Empresa de Radiodifusão Dinâmica EM Ltda., na ci- 223 da Constituição, o ato de outorga somente produ-
dade de Dourados-MS; zirá efeitos legais após deliberação do Congresso Na-
13 - Portaria nO 273, de 16 de maio de 2001 - cional, para onde solicito seja encaminhado o referido
Gomes Comunicações Ltda., na cidade de Três Lago- ato.
as-MS; Respeitosamente, Pimenta da Veiga,
14 - Portaria n° 274, de 16 de maio de 2001 - Ministro de Estado das Comunicações.
Rede União de Rádio e Televisão Ltda., na cidade de
PORTARIA N° 276, DE 16 DE MAIO DE 2001
Rio Branco-AC;
15 - Portaria n° 275, de 16 de maio de 2001 - O Ministro de Estado das Comunicações, no
Rádio Médio Uruguai Ltda., na cidade de Rodeio 80- uso de suas atribuições, em conformidade com o art.
nito-RS; 32 do Regulamento dos Serviços de Radiodifusão,
aprovado pelo Decreto n° 52.795, de 31 de outubro de
16 - Portaria n° 276, de 16 de maio de 2001 -
1963, com a redação que lhe foi dada pelo Decreto n°
Rádio Difusora Clareira na Mata EM Ltda., na cidade
1.720, de 28 de novembro de 1995, e tendo em vista o
de Caçapava do Sul-RS;
que consta do Processo n° 53790.000688/97, Con-
17 - Portaria. n° 277, de 16 de maio de 2001 - corrência n° 080/97-SFO/MC, resolve:
Rádio Cruzeiro EM Ltda., na cidade de Cruzeiro 00
Art. 1° Outorgar permissão à Rádio Difusora
Sul-RS;
Clareira na Mata FM Ltda. para explorar, pelo prazo
18 - Portaria n° 278, de 16 de maio de 2001 - de dez anos, sem direito de exclusividade, serviço de
Rádio Cruzeiro EM Ltda., na cidade de Glorinha-RS; e radiodifusão sonora em freqüência modulada, na ci-
19 - Portaria n° 279, de 16 de maio de 2001 - dade de Caçapava do Sul, Estado do Rio Grande do
Rádio Ciranda de Chiapetta Ltda., na cidade de Chia- Sul.
petta-RS. Parágrafo único. A permissão ora outorgada re-
Brasília, 19 de julho de 2001. - Fernando ger-se-á pelo Código Brasileiro de Telecomunica-
Henrique Cardoso. ções, leis subseqüentes, regulamentos e obrigações
assumidas pela outorgada em suas propostas.
MC 336 EM
Art. 2° Este ato somente produzirá efeitos legais
Brasília, 26 de junho de 2001. após deliberação do Congresso Nacional, nos termos
do art. 223, § 3°, da Constituição.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Art. 3° O contrato de adesão decorrente desta
De conformidade com as atribuições legais e re- permissão deverá ser assinado dentro de sessenta
gulamentares cometidas a este Ministério, determi- dias, a contar da data de publicação da deliberação
nou-se a publicação da Concorrência n° de que trata o artigo anterior, sob pena de tomar-se
080/97-SFO/MC, com vistas á implantação de uma nulo, de pleno direito, o ato de outorga.
estação de radiodifusão sonora em freqüência modu- Art. 4° Esta portaria entra em vigor na data de
lada, na cidade de Caçapava do Sul, Estado do Rio sua publicação. - Pimenta da Veiga.
Grande do Sul.
2. A Comissão Especial de Âmbito Nacional, cri- Aviso n° 818 - C. Civil
ada pela Portaria n° 63, de 5 de fevereiro de 1997, al- Em 19 de julho de 2001
terada pela Portaria n° 795. de 17 de dezembro de
1997, depois de analisar a documentação de habilita- A Sua Excelência o Senhor
ção e as propostas técnica e de preço pela outorga Deputado Severino Cavalcanti
das entidades proponentes, com observância da Lei Primeiro-Secretário da Câmara dos Deputados
n° 8.666, de 21 de junho de 1993, e a legislação espe- Brasília - DF
cífica de radiodifusão, concluiu que a Rádio Difusora Senhor Primeiro Secretário,
Clareira na Mata FM Ltda. obteve a maior pontuação Encaminho a essa Secretaria Mensagem do
do valor ponderado, nos termos estabelecidos pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República na
Edital, tomando-se assim a vencedora da Concorrên- qual submete à apreciação do Congresso Nacional
cia, conforme ato da mesma Comissão, que homolo- os atos que outorgam permissões para explorar pelo
guei, havendo por bem outorgar a permissão, na for- prazo de dez anos, sem direito de exclusividade, ser-
ma da Portaria inclusa. viços de radiodifusão sonora em freqüência modula-
.\brtl de 2002 DI.\RIO IH ('AMARA DOS DFPlJ1ADOS Quinta-remI 11 1":-11
da constantes das Portarias nOs 248,249,261 a 265, ma do Projeto de Decreto Legislativo que ora apre-
267 e 269 a 279, de 16 de maio de 2001. sentamos.
Atenciosamente, Silvano Gianni, Chefe da Sala da Comissão, 25 de outubro de 2001. -
Casa Civil da Presidência da República Interino. Deputado José Rocha, Relator
(Às Comissões de Ciência e Tecnologia, radiodifusão comunitária, pelo prazo de três anos,
Comunicação e Informática; e de Constituição sem direito de exclusividade.
e Justiça e de Redação (ART. 54») Art. 2° Esta autorização reger-se-á pela Lei n°
9.612, de 19 de fevereiro de 1998, leis subseqüentes,
Senhores Membros do Congresso Nacional, seus regulamentos e normas complementares.
Nos termos do artigo 49, inciso XII, combinado Art. 3° A entidade fica autorizada a operar com o
com o § 3° do artigo 223, da Constituição Federal, sistema irradiante localizado nas coordenadas geo-
submeto à apreciação de Vossas Excelências, acom- gráficas com latitude em 19°56'06"S e longitude me
panhadas de Exposições de Motivos do Senhor Mi- 43°57'10"W, utilizando a freqüência de 87,9 MHz.
nistro de Estado das Comunicações, autorizações Art. 4° Este ato somente produzirá efeitos legais
para executar serviços de radiodifusão comunitária, após deliberação do Congresso Nacional, nos termos
pelo prazo de três anos, sem direito de exclusividade, do § 3° do art. 223 da Constituição, devendo a entida-
conforme os seguintes atos e entidades: de iniciar a execução do serviço no prazo de seis me-
1 - Portaria n° 332, de 25 de junho de 2001 - ses a contar da data de publicação do respectivo De-
Associação Loyola de Radiodifusão Comunitária, na creto Legislativo.
cidade de Belo Horizonte - MG; Art. 5° Esta portaria entra em vigor na data de
2 - Portaria n° 334, de 25 de junho de 2001 - sua publicação. - Pimenta da Veiga.
Centro Social e Comunitário dos Moradores de
MC 00453 EM
Pastos Bons, na cidade de Pastos Bons - MA;
Brasília, 16 de agosto de 2001
3 - Portaria n° 335, de 25 de junho de 2001 -
Sociedade Educadora Patuense, na cidade de Patú - Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
RN; Encaminho a Vossa Excelência Portaria de ou-
4 - Portaria n° 336, de 25 de junho de 2001 - torga de autorização e respectiva documentação para
Associação Comunitária de Radiodifusão Cultural que a entidade denominada Associação Loyola de
Educativa e Artística de Rio Manso, na cidade de Rio Radiodifusão Comunitária, com sede na cidade de
Manso- MG; Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, explore o
5 - Portaria nO 337, de 25 de junho de 2001 - serviço de radiodifusão comunitária, em conformida-
Associação dos Moradores do Bairro do Pombalzinho de com o caput do art. 223, da Constituição e a Lei n°
(ASMOP), na cidade de Coremas - PB; 9.612, de 19 de fevereiro de 1998.
6 - Portaria n° 338, de 25 de junho de 2001 - 2. A referida entidade requereu ao Ministério
Associação Movimento Comunitário Com Rádio das Comunicações sua inscrição para prestar o servi-
ço, cuja documentação inclui manifestação de apoio
Local Alternativa FM, na cidade de Sumé-PB;
da comunidade, numa demonstração de receptivida-
7 - Portaria n° 341, de 28 de junho de 2001 -
de da filosofia de criação desse braço da radiodifu-
Associação e Movimento Comunitário Rádio
são, de maneira a incentivar o desenvolvimento e a
Libermann FM, na cidade de Goiabeira _ MG; e
sedimentação da cultura geral das localidades postu-
8 - Portaria n° 342, de 28 de junho de 2001 - lantes.
Sociedade Sol e Vida - Lago Sul, na cidade de
3. Como se depreende da importância da inicia-
Brasília DF. tiva comandada por Vossa Excelência, essas ações
Brasília, 17 de setembro de 2001. - Fernando permitem que as entidades trabalhem em conjunto
Henrique Cardoso. com a comunidade, auxiliando não só no processo
PORTARIA N° 332, DE 25 DE JUNHO DE 2001 educacional, social e cultural mas, também, servem
de elo à integração de informações benéficas em to-
O Ministro de Estado das Comunicações, no dos os segmentos, e a todos esses núcleos populaci-
uso de suas atribuições, considerando o disposto nos onais.
artigos 10 e 19 do Decreto n° 2.615, de 3 de junho de 4. Sobre o caso em espécie, determinei análises
1998, e tendo em vista o que consta do Processo técnica e jurídica da petição apresentada, constatan-
Administrativo n° 53710.000648/99, resolve: do a inexistência de óbice legal e normativo ao pleito,
Art. 1° Autorizar a Associação Loyola de Radio- o que se conclui da documentação de origem, con-
difusão Comunitária, com sede na Rua Josefá Belo, substanciada nos autos do Processo Administrativo
n° 374, Bairro Cidade Jardim, na cidade de Belo Hori- nO 5371 0.000648/99, que ora faço acompanhar, com
zonte, Estado de Minas Gerais, a executar serviço de a finalidade de subsidiar os trabalhos finais.
1<;324 Quinla-tlma 11 DIA. RIO DA ('AMARA DOS IWPlJTADOS Abril de 2002
5. Em conformidade com os preceitos constituci- pela Lei n° 9.612, de 19 de fevereiro de 1998. No pro-
onais e legais, a outorga de autorização, objeto do cesso em questão, a Associação Loyola de Radiodifu-
presente processo, passará a produzir efeitos legais são Comunitária atendeu aos requisitos da legislação
somente após deliberação do Congresso Nacional, a específica e recebeu autorização para executar servi-
teor do § 3° do art. 223, da Constituição Federal. ço de radiodifusão comunitária.
Respeitosamente, Pimenta da Veiga, A análise deste processo deve basear-se no Ato
Ministro de Estado das Comunicações. Normativo n° 1 de 1999, desta Comissão. Verificada a
Aviso nO 1.084 _ C. Civil. documentação, constatamos que foram atendidos to-
dos os critérios exigidos por este diploma regulamen-
Em 17 de setembro de 2001 tar.
A Sua Excelência o Senhor O ato de outorga obedece aos princípios de
Deputado Severino Cavalcanti constitucionalidade, especialmente no que se refere
Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados aos artigos 220 a 223 da Constituição Federal, e aten-
Brasília-DF de às formalidades legais, motivos pelos quais somos
pela homologação do ato do Poder Executivo, na for-
Senhor Primeiro-Secretário,
ma do Projeto de Decreto Legislativo que ora apre-
Encaminho a essa Secretaria mensagem do sentamos.
Excelentíssimo senhor Presidente da República na
Sala da Comissão, 6 de janeiro de 2001. -
qual submete à apreciação do Congresso Nacional
Deputada Ana Corso, Relatora.
os atos que autorizam a execução de serviços de ra-
diodifusão comunitária, pelo prazo de três anos, sem PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
direito de exclusividade, constantes das Portarias n° N° 1.636,DE 2001
332,334,335,336,337,338,341 e 342, de 2001.
Aprova o ato que autoriza a Associ-
Atenciosamente, - Pedro Parente Chefe da
ação Loyola de Radiodifusão Comunitá-
Casa Civil da Presidência da República.
ria a executar, pelo prazo de três anos,
COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, sem direito de exclusividade, serviço de
COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA radiodifusão comunitária na cidade de
Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais.
I - Relatório
O Congresso Nacional decreta:
De conformidade com o art. 49, inciso XII, com-
binado com o § 1° do art. 223, da Constituição Fede- Art. 1° É aprovado o ato constante da Portaria
ral, o Excelentíssimo Senhor Presidente da República n° 332, de 25 de junho de 2001, que autoriza a
Associação Loyola de Radiodifusão Comunitária a
submete à consideração do Congresso Nacional,
acompanhado da Exposição de Motivos do Senhor executar, pelo prazo de três anos, sem direito de
Ministro de Estado das Comunicações, o ato que au- exclusividade, serviço de radiodifusão comunitária
toriza a Associação Loyola de Radiodifusão Comuni- na cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas
tária a executar, pelo prazo de três anos, sem direito Gerais.
de exclusividade, serviço de radiodifusão comunitá- Art. 2° Este decreto legislativo entra em vigor na
na. data de sua publicação.
Atendendo ao disposto no § 3° do art. 223 da Sala da Comissão, 6 de dezembro de 2001. -
Constituição, a matéria foi enviada ao Poder Legislati- Deputada Ana Corso, Relatora.
vo para a devida apreciação, uma vez que o ato so- m- Parecer da Comissão
mente produzirá efeitos após a deliberação do Con-
gresso Nacional. A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação
Cumpre-nos, portanto, opinar sobre os aspec- e Infonnática, em reunião ordinária realizada hoje,
aprovou unanimemente o parecer favorável da Relatora,
tos técnicos e formais da matéria submetida ao exa-
me desta Comissão, nos termos do inciso 11, alínea h, Deputada Ana Corso, à TVR n° 1.139/01, nos termos do
do art. 32 do Regimento Interno. Projeto de Decreto Legislativo que apresenta.
Estiveram presentes os Senhores Deputados:
11 - Voto do Relator Narcio Rodrigues, Presidente; João Castelo,
A autorização do Poder Público para a execução Vice-presidente; Aírton Cascavel, Alberto Goldman,
de serviço de radiodifusão comunitária é regulada Alexandre Santos, Arolde de Oliveira, Augusto Franco,
Abril de 2()()2 mARIO 1).\ C.\MAR.\ DOS l>HUTAl>OS Quinta-feira 11 1:'\325
Bispo Wanderval, César Bandeira, Dr. Hélio, Eunício cidade de Patú, Estado do Rio Grande do
Oliveira, Gilberto Kassab, Haroldo Bezerra, Hermes Norte.
Parcianello, Iris Simões, João Caldas, Jorge Bittar, (Às Comissões de Ciência e
Jorge Pinheiro, Jorge Tadeu Mudalen, José Rocha, Tecnologia, Comunicação e Informática; e
Júlio Semeghini, Luiz Moreira, Luiz Piauhylino, Luíza de Constituição e Justiça e de Redação
Erundína, Magno Malta, Marçal Filho, Marcos Afonso, (ART. 54))
Mário Assad Júnior, Pedro Canedo, Pedro Irujo,
Ricardo Izar, Santos Filho, Saulo Coelho, Valdeci Senhores Membros do Congresso Nacional,
Paiva, Vic Pires Franco, Wá~er Pinheiro, Ana Corso,
Eni Voltolini, Fernando Ferro, Francistônio Pinto, Nos termos do artigo 49, inciso XII, combinado
Josué Bengtson, Marcelo Barbieri, Marcus Vicente, com o § 3° do artigo 223, da Constituição Federal,
Neuton Lirna, Olímpio Pires, Pinheiro Landim, submeto à apreciação de Vossas Excelências,
Raimundo Santos, Salvador Zimbaldi e Wagner Rossi. acompanhadas de Exposições de Motivos do Se-
nhor Ministro de Estado das Comunicações, autori-
Sala da Comissão, 13 de março de 2002. _ zações para executar serviços de radiodifusão co-
Deputado Narcio Rodrigues, Presidente. munitária, pelo prazo de três anos, sem direito de
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO exclusividade, conforme os seguintes atos e entida-
N.o 1.637, DE 2002 des:
(Da Comissão de Ciência e Tecnologia, 1 - Portaria n° 332, de 25 de junho de 2001 -
Comunicação e Informática) Associação Loyola de Radiodifusão Comunitária, na
TVR N° 1.141/2001 cidade de Belo Horizonte-MG;
MENSAGEM N° 995/2001
2 - Portaria n° 334, de 25 de junho de 2001 -
Aprova o ato que autoriza a Centro Social e Comunitário dos Moradores de
Sociedade Educadora Patuense a Pastos Bons, na cidade de Pastos Bons-MA;
executar, pelo prazo de três anos, sem
3 - Portaria n° 335, de 25 de junho de 2001 -
direito de exclusividade, serviço de
Sociedade Educadora Patuense, na cidade de
radiodifusão comunitária na cidade de
Patú-RN;
Patú, Estado do Rio Grande do Norte.
(À Comissão de Constituição e Justiça 4 - Portaria nO 336, de 25 de junho de 2001 -
e de Redação.) Associação Comunitária de Radiodifusão Cultural
O Congresso Nacional decreta: Educativa e Artística de Rio Manso, na cidade de
Rio Manso-MO;
Art. 1° É aprovado o ato constante da Portaria n°
335, de 25 de junho de 2001, que autoriza a Socieda- 5 - Portaria n° 337, de 25 de junho de 2001
de Educadora Patuense a executar, pelo prazo de três - Associação dos Moradores do Bairro do
anos, sem direito de exclusividade, serviço de radiodi- Pombalzinho (ASMOP), na cidade de
fusão comunitária na cidade de Patú, Estado do Rio Coremas-PB;
Grande do Norte. 6 - Portaria n° 338, de 25 de junho de 2001 -
Art. 2° Este decreto legislativo entra em vigor na Associação Movimento Comunitário Com Rádio
data de sua publicação. Local Alternativa FM, na cidade de Sumé-PB;
Sala da Comissão, em 13 de março de 2002. _
7 - Portaria n° 341, de 28 de junho de 2001 -
Deputado Nárcio Rodrigues, Presidente.
Associação e Movimento Comunitário Rádio
TVR W 1.141, DE 2001 Libermann FM, na cidade de Goiabeira-MG; e
(Do Poder Executivo) 8 - Portaria n° 342, de 28 de junho de 2001 -
MENSAGEM N° 995/01 Sociedade Sol e Vida - Lago Sul, na cidade de
Submete à apreciação do Brasília-DF.
Congresso Nacional o ato constante da Brasília, 17 de setembro de 2001 . - Fernando
Portaria nO 335, de 25 de junho de 2001, Henrique Cardoso.
que autoriza a Sociedade Educadora
" Patuense a executar, pelo prazo de três PORTARIA N°335, DE 25 DE JUNHO DE 2001
anos, sem direito de exclusividade, O Ministro de Estado das Comunicações, no
serviço de radiodifusão comunitária na uso de suas atribuições, considerando o disposto
1:'326 QUlI1ta-leira II I)L\RIO DA ('AMARA DOS m;I'UL\I)OS ,\bril de 2002
nos artigos 10 e 19 do Decreto nO 2.615, de 3 de néficas em todos os segmentos, e a todos esses nú-
junho de 1998, e tendo em vista o que consta do cleos populacionais.
Processo Administrativo nO 53780000095/99, 4. Sobre o caso em espécie, determinei análi-
resolve: ses técnica e jurídica da petição apresentada, cons-
Art. 1° Autorizar a Sociedade Educadora tatando a inexistência de óbice legal e normativo ao
Patuense, com sede na Rua Capitão José Severino pleito, o que se conclui da documentação de ori-
n° 185 - Centro, na cidade de Patú, Estado do Rio gem, consubstanciada nos autos do Processo Admi-
Grande do Norte, a executar serviço de radiodifusão nistrativo n° 53780.000095/99, que ora faço acom-
comunitária, pelo prazo de três anos, sem direito de panhar, com a finalidade de subsidiar os trabalhos
exclusividade. finais.
Art. 2° Esta autorização reger-se-á pela Lei 5. Em conformidade com os preceitos
n° 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, leis constitucionais e legais, a outorga de autorização,
subseqüentes, seus regulamentos e normas objeto do presente processo, passará a produzir
complementares. efeitos legais somente após deliberação do
Congresso Nacional, a teor do § 3° do art. 223, da
Art. 3° A entidade fica autorizada a operar com
Constituição Federal.
o sistema irradiante localizado nas coordenadas ge-
ográficas com latitude em 06°05'08"s e longitude em Respeitosamente, Pimenta da Veiga,
37°38'05"W, utilizando a freqüência de 87,9 MHz. Ministro de Estado das Comunicações.
Art. 4° Este ato somente produzirá efeitos lega- Aviso n° 1.084 - C. Civil
is após deliberação do Congresso Nacional, nos ter-
mos do § 3° do art. 223 da Constituição. Em 17 de setembro de 2001
Art. 5° Esta portaria entra em vigor na data de A Sua Excelência o Senhor
sua publicação. - Pimenta da Veiga Deputado Severino Cavalcanti
MC N° 452 EM Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados
nageio-o também neste instante, transmitindo-lhe guio. Dizem que a tragédia do óbvio é não ser percebi-
meu estímulo para que continue a trabalhar em favor do. Não pretendo incorrer nesse erro.
do Distrito Federal. (Palmas.) Estamos hoje reunidos, Sr. Presidente, neste
O SR. PRESIDENTE (Severino Cavalcanti) - belo plenário, projeto de Oscar Niemeyer, local que,
Deputado Paulo Octávio, o tempo de VExa. esgo- há pouco mais de quarenta anos, era mato. Inacessí-
tou-se em razão do brilhante aparte do nobre Deputa- vel, longínquo, deserto de homens, área ideal para
do cearense. Porém, mesmo infringindo o Regimento, boas caçadas. Poucos brasileiros viviam nesta área,
garantirei a V.Exa. a manutenção da palavra para que número ainda menor conseguia aqui chegar.
profira seu discurso, abrilhantado pela participação O Brasil cresceu e alcançou o Centro-Oeste.
do nobre Deputado Mauro Benevides. (Palmas.) Fica Brasília abriu os caminhos para Goiás, Mato Grosso,
assegurado a VExa. o tempo de dez minutos. Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre. Os pioneiros
O SR. PAULO OCTÁVIO - Obrigado, Sr. Presi- devem a Bernardo Sayão o caminho que uniu Belém
do Pará ao sul por via rodoviária.
dente.
Como seria nosso País se a Capital continuasse
É um grande prazer ouvir o nobre Deputado
a ser o Rio de Janeiro? Esta é a pergunta que poucos
Mauro Benevides, embaixador dos cearenses na Ca-
fazem. É bom lembrar que, por volta de 1957, os bra-
pital da República. S.Exa., como Presidente da Co-
sileiros somavam algo em tomo de cinqüenta milhões
missão do Distrito Federal e do Senado Federal, por
de pessoas.
muito tempo ajudou na consolidação da autonomia
política de Brasília. Certamente, o primeiro contingen- Hoje, o Brasil tem 170 milhões de habitantes es-
te de brasileiros em Brasília é o dos cearenses. Em to- palhados por todo seu imenso território. Na época,
dos os cantos da cidade, em todo o quadrilátero do contudo, o Brasil era um País litorâneo. As capitais si-
DF, encontramos cearenses, Deputado Mauro Bene- tuadas à beira-mar já constituíam grandes cidades. O
interior era desconhecido. Para quem morava no Rio
vides. Eles são sempre carinhosos, amáveis e muito
trabalhadores. Parabéns. de Janeiro, o País terminava pouco depois de Petró-
polis. A única estrada asfaltada chegava a Juiz de
Brasília, 42 anos. O sonho ganhou forma, em Fora. A outra ligava a antiga Capital a São Paulo. Os
concreto e ferro, espantou o mundo e modificou a ge-
brasileiros não conheciam nada de seu próprio País.
ografia econômica. As linhas curvas de Niemeyer e o
Se Brasilia não tivesse sido construída, cidades
urbanismo de Lúcio Costa fizeram e fazem sucesso
como Rio de Janeiro e São Paulo seriam, atualmente,
nas principais capitais do planeta. O modernismo ger-
muito maiores do que são. Provavelmente estariam
minou, nasceu e se desenvolveu no Planalto Central.
unidas numa megalópole de centenas de quilôme-
Subdesenvolvimento não é destino, provou o Presi-
tros, englobando Municípios e Estados. O panorama
dente Juscelino, é escolha.
urbanístico brasileiro, que não é bom, seria pior. A
Nelson Rodrigues afirmou em alguma de suas construção da nova Capital reorientou o fluxo migra-
magníficas crônicas que "subdesenvolvimento não se tório interno. Taguatinga, por exemplo, foi criada para
improvisa. É obra de séculos". Há muita ironia na fra- atender a retirantes nordestinos, muitos deles, cea-
se. Mas ali existe também um forte ingrediente de ver- renses, que fugiam da grande seca de 1959.
dade e experiência. Os brasileiros precisavam sen-
Brasília recebeu os candangos, que a construi-
tir-se cidadãos de segunda classe para poderem con-
ramo Tomou-se o eldorado a ser alcançado por aque-
viver sem culpa com o atraso na infra-estrutura, na
les que precisavam sair da região da seca. Mas abriu
educação, no sistema portuário e na malha rodoviá-
as perspectivas para a redescoberta do País. Goiânia
ria.
era uma cidade isolada. Os belos campos de Goiás
Subdesenvolvimento começa, portanto, como pouco produziam, e os de Mato Grosso não eram
uma postura diante da vida. É uma visão da realidade. acessíveis. O brasileiro passou a dispor de alternati-
Trata-se de uma admissão prévia do fracasso ou de vas para viver e plantar. Um novo país, em verdade,
um tipo de determinismo histórico que conduz à ina- emergiu depois da transferência da Capital.
ção' à depressão e à baixa auto-estima. O Presidente A obra da cidade é uma epopéia à parte. Ela
Juscelino Kubitschek abriu uma janela e permitiu que contém todos os simbolos do Brasil moderno. Mas as
o brasileiro percebesse suas potencialidades. conseqüências da transferência da Capital se proje-
Vale a pena lembrá-lo neste ano de 2002, quan- tam na história deste País. A marcha para o interior,
do se completam cem anos de seu nascimento. Gos- que na época parecia ser um simples jogo de pala-
taria de enxergar o grande Presidente sob outro ân- vras, transformou-se numa luminosa realidade. O ca-
15:'12 QlIÍuta-leÍra 1I DL\,R]O IH ('AMARA DOS DFI'UT:\DOS .\bril de 20()2
rioca, que mal passava de Petrópolis, de repente pas- quitetura de nosso País. Em 1938, projetou junto com
sou a dispor de uma estrada asfaltada que o conduzia Niemeyer o pavilhão brasileiro na Feira Mundial de
a Belo Horizonte e ao Planalto Central. E daqui ele po- Nova Iorque.
deria ir até Belém do Pará. O País continental mos- Lúcio Costa teve todos os títulos e comendas.
trou-se por inteiro a seus habitantes. E a indústria au- Recebeu a Legião de Honra da França, o titulo de
tomobilística entregou os veículos necessários para a Professor Honoris Causa de Harvard, chefiou a equi-
realização do sonho brasileiro. pe que recuperou a cidade de Florença, afetada por
O Brasil deixou de ser um país de segunda cate- uma inundação, ganhou o concurso para elaboração
goria. E o brasileiro nunca mais seria considerado um do Plano Piloto de Brasília, fez o projeto urbanístico
povo indolente, avesso ao trabalho e às responsabili- da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, enfim, desen-
dades. (Palmas.) Ao contrário, a formidável epopéia volveu dezenas de projetos. Foi um homem realizado
de construção e transferência da Capital em menos em sua profissão. Morreu em 1997, em seu aparta-
de três anos revelam dedicação, empenho, capacida- mento no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro.
de de tomar decisões e muita criatividade. Essa at-
Nunca enriqueceu na profissão. Viveu seus últi-
mosfera positiva, o clima de trabalho e ordem, o ambi-
mos anos com a aposentadoria de 1.400 reais, que
ente de amplas franquias democráticas devemse ao
recebia como funcionário público. Dr. Lúcio foi homem
excepcional talento do Presidente Juscelino Kubits-
modesto, discreto, objetivo, econômico nas palavras e
chek de Oliveira. (Palmas.)
nos gestos, um sonhador e poeta de extraordinária
Aproveito para render nossas homenagens à sensibilidade. A apresentação do projeto de Brasília é
Presidenta do Memorial JK, Sra. Anna Christina Ku- um momento mágico. O projeto, descreve ele, deriva
bitschek, que representa sua família neste momento. do gesto simples de quem assinala um ponto ou faz o
(Palmas.) sinal da cruz. Era o Plano Piloto com as duas Asas se
O escritor Ronaldo Costa Couto sintetizou este cruzando na Estação Rodoviária. (Palmas.)
sentimento no título do importante livro que lançou
E nós hoje, Sra. Maria Elisa, desfrutamos todos
sobre a Capital da República. "Brasília Kubitschek de
os dias desses traços geniais, que nos proporcionam
Oliveira" é uma homenagem justa e sincera. O Presi-
a melhor qualidade de vida de nosso País.
dente projeta sua obsessão por um novo país na sua
meta síntese: a transferência da capital. Impossível Ouço, com prazer, o nobre Deputado Costa Fer-
saudar os 42 anos de Brasília sem lembrar de seu cri- reira.
ador. A criatura entra na maturidade, porque houve o Sr. Costa Ferreira - Sr. Deputado Paulo
muita transpiração e inspiração no ato de criar e de Octávio, juntamo-nos a V. Exa. na homenagem a esse
construir esta que é a nossa cidade. homem extraordinário, que dignifica o povo desta ci-
A epopéia da concepção e construção de Brasí- dade por seu heroísmo, tenacidade e garra. Gostaría-
lia revelou gênios e trabalhadores incansáveis. São mos de destacar o papel do grande brasileiro Jusceli-
muitos nomes a serem lembrados. Israel Pinheiro, por no Kubitschek. Até o presidente norte-americano
exemplo, é exemplo de dedicação integral e honesti- Dwight Einsenhower, em vinda ao Brasil, ficou mara-
dade absoluta. Mas JK se cercou de gênios. Pessoas vilhado com a coragem daquele Presidente, que,
diferentes, criativas, profundas, comprometidas com além de construir, teve também o entusiasmo de
seu tempo. Niemeyer, o inimigo do ângulo reto, as- transferir a Capital do Brasil. Durante esses 42 anos,
sombrou o mundo com as colunas do Palácio da Alvo- o Brasil teve oportunidade de contemplar, de pé, a
rada. Mas a mente brilhante que estava atrás das cor- grandiosidade e a coragem do Presidente Juscelino
tinas era a do tranqüilo Prof. Lúcio Marçal Ferreira Ri- Kubitschek. Parece-me que V. Exa. nesta Casa encar-
beiro de Lima e Costa, conhecido simplesmente por na também esse entusiasmo, porque, além de lutar
Lúcio Costa. pela consolidação de Brasília, quer que todos os ór-
Lúcio Costa tinha de ser Lúcio Costa. Estava es- gãos que compõem o Governo Federal se desloquem
crito. Ele nasceu em Toulon, na França, em fevereiro e estacionem nesta cidade. (Palmas.) Temos acom-
de 1902, filho de um engenheiro naval. Mudouse para panhado, com entusiasmo e admiração, o papel que
o Brasil em 1917. Em 1930, foi nomeado Diretor da V.Exa. exerce como representante de Brasília na Câ-
Escola Nacional de Belas Artes. Em 1936, consegue mara Federal. Realmente, o pronunciamento de
convencer Le Corbusier a vir ao Brasil avaliar o proje- V. Exa. deve ser inserido nos Anais da Casa, a fim de
to para o edifíciosede do Ministério da Educação, no que, na posteridade, seja lembrado e analisado, para
Rio de Janeiro, o marco inicial do modernismo na ar- que todos tenham a consciência de que V.Exa. é um
.\hnl de 2002 mARIO IH c.\MARA DOS IWI'U1ADOS QUlllta-fcira l1 15:B3
grande continuador da obra de Juscelino Kubitschek. Falar de personalidades ilustres é uma home-
Parabéns. (Palmas.) nagem especial. O Brasil tem passado e tem futuro.
O SR. PRESIDENTE (Severino Cavalcanti) - Quando se olha para JK e Lúcio Costa, é fácil perce-
Nobre Deputado Paulo Octávio, o tempo de V.Exa. já ber que os brasileiros saberão ultrapassar as armadi-
está esgotado. lhas do futuro e construir um país melhor, mais justo,
mais equilibrado e vocacionado para o desenvolvi-
Sabemos da importância de seu pronunciamen-
mento.
to, mas ainda há muitos oradores para falar, prova evi-
Que Deus nos acompanhe e nos ilumine a fim
dente do acerto de V.Exa.
de que possamos construir esta grande Nação, que
Concederei mais um minuto a V.Exa para que
tem homens inspirados, como JK e Lúcio Costa!
conclua seu pronunciamento.
Muito obrigado, Sr. Presidente, pela deferência
O SR. PAULO OCTÁVIO - É mais do que sufici- em conceder-me tempo. (Palmas prolongadas.)
ente, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Severino Cavalcanti) -
Cumprimento o nobre Parlamentar Costa Ferre- Convido a Sra. Anna Christina Kubitschek Barbará
ira, que tão bem representa o povo do Maranhão. Alves Pereira para compor a Mesa. (Palmas.)
Aproveito a oportunidade para lembrar que, dentro de
Convido o nobre Deputado Paulo Octávio para
sessenta a novena dias, este Plenário votará o Fundo
assumir a presidência dos trabalhos. (Pausa.)
de Participação do Distrito Federal, fundamental para
nossa consolidação e nosso futuro. Desde já, na fren- O Sr. Severino Cavalcanti, 1° Secretá-
te de todo o povo candango, peço aos maranhenses rio, deixa a cadeira da presidência, que é
que nos apóiem nessa votação. (Palmas.) ocupada pelo Sr. Paulo Octávio, § 2° do art.
Dr. Lúcio conta sua história: "Na criação da cida- 18 do Regimento Interno.
de, comecei pelo princípio. A Capital são os três Po- O SR. PRESIDENTE (Paulo Octávio) -
deres". De modo que essa cidade teria de ser caracte- Concedo a palavra ao nobre Deputado Eduardo
rizada de nascença por essas circunstâncias, por ser Campos, co-autor da proposição.
a Capital da República. E hoje todo o mundo conhece O SR. EDUARDO CAMPOS (Bloco/PSB-PE.
a Praça dos Três Poderes, formada por um triângulo Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, De-
equilátero, equivalente, porque os Poderes são inde- putado Paulo Octávio; Sras. e Srs. Parlamentares;
pendentes e, teoricamente, autônomos. Então, a Pra- Sra. Maria Elisa Costa, que representa, in memori-
ça dos Três Poderes foi o ponto de partida. am, seu pai, Lúcio Costa; Sr. Carlos Edil Fortes, Dire-
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estamos tor-Presidente da Agência de Desenvolvimento do
reunidos graças a essa concepção maravilhosa de Turismo do Distrito Federal; Sra. Anna Christina Ku-
Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. bitschek; Srs. Parlamentes do Distrito Federal; Sena-
Lúcio Costa é uma lenda. Instruiu e inspirou ge- dor Valmir Amaral; minhas senhoras e meus senho-
rações de arquitetos e urbanistas. A ele se deve esta res, como Deputado Federal pelo Estado de Pernam-
cidade de generosos espaços abertos, com muito buco e Presidente da Frente Parlamentar em Defesa
verde e as superquadras, que, na época de sua cria- do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural Brasileiro,
ção, revolucionaram o estilo de moradia dos brasilei- sinto-me na obrigação de, nesta sessão solene, ho-
ros. Brasília lançou moda. O mesmo Dr. Lúcio levou menagear uma das figuras mais ilustres de nossa his-
para o carioca da Barra da Tijuca conceito semelhan- tória. Neste ano, se vivo estivesse, estaria completan-
te ao de superquadra. do cem anos de existência. Trata-se do arquiteto e ur-
É um privilégio utilizar a tribuna da Câmara para banista e grande brasileiro Lúcio Costa.
saudar Brasília, nos 42 anos, e lembrar o centenário O nome de Lúcio Costa está indelevelmente as-
de nascimento de dois ilustres brasileiros, JK e Lúcio sociado ao Plano Urbanístico de Brasília, juntamente
Costa. Os dois, juntos, modificaram o Brasil. O Presi- com as concepções arquitetônicas arrojadas de
dente recriou o País e entregou a seus nacionais nova Oscar Niemeyer e a decisão política do grande Presi-
e melhor perspectiva de vida. Lúcio Costa, com seu dente Juscelino Kubitschek. No entanto, por ocasião
jeito tranqüilo, mostrou que era possível refazer as ci- das comemorações dos 42 anos de Brasília, Patrimô-
dades e torná-Ias menos agressivas. A nova Capital nio Cultural da Humanidade, queremos mostrar o
ultrapassou todas as crises políticas. Consolidou-se quanto Lúcio Costa foi importante para o Brasil, não
como centro do poder e como cidade que oferece su- somente como arquiteto, mas como homem público,
perior qualidade de vida a seus habitantes. na verdadeira acepção da palavra.
15334 QUlIl1<J-kir<J II DL\RIO IH ('AMARA DOS IWPIJTAUOS Abril de 2002
Nascido na França, no ano de 1902, foi registra- A projeção internacional de Lúcio Costa deu-se
do por seus pais na Embaixada brasileira. Com pou- em 1939, quando obteve o primeiro lugar no concurso
cos meses de idade, veio com os pais para o Rio de para o pavilhão do Brasil na Feira Internacional de
Janeiro, mas retornou à Europa, onde fez seus estu- Nova Iorque, que contou com a colaboração de Oscar
dos básicos. Niemeyer. Ao lado do pavilhão sueco, seu projeto foi
De volta ao Brasil, em 1917, ingressou na Esco- considerado o melhor de toda a Feira.
la Nacional de Belas Artes, do Rio de Janeiro, onde se De 1952 a 1953 integrou, ao lado de outros ar-
diplomou em 1924. Neste mesmo ano, ocorre o que quitetos, entre eles Le Corbusier, a chamada "Comis-
se convencionou chamar de "A Redescoberta do Bar- são dos Cinco", encarregada de opinar sobre o proje-
roco", quando, em viagem de estudo à cidade mineira to para a sede da UNESCO, em Paris.
de Diamantina, tomou contato ao vivo com a arquite- Mas o destino reservava-lhe um grande desafio,
tura autêntica do período colonial. que resultou na sua maior obra.
Daí nasce seu interesse pela necessidade de Em 1957, venceu o concurso nacional para a
se formular uma política de preservação dos núcleos construção do Plano Piloto de Brasília (palmas.), com
e sítios históricos brasileiros, o que se fará, a partir de um projeto inovador e audacioso. Construída a nova
1937, com a criação do Serviço do Patrimônio Históri- Capital três anos depois, Lúcio Costa continuou a se
co e Artístico Nacional - SPHAN, instituição da qual interessar pelos destinos de sua obra-prima, seus
será um dos maiores colaboradores. problemas urbanísticos, defendendo seu projeto inici-
ai da especulação imobiliária.
Em 1930, no bojo do processo de moderniza-
Tanto é assim que, em 1987, lançou "Brasília
ção pretendido pelo Governo Vargas, Lúcio Costa,
Revisitada", trabalho no qual pede que se respeitem
com apenas 28 anos de idade, é nomeado Diretor da
as quatro escalas que estiveram presentes na con-
Escola Nacional de Belas Artes, com a responsabili-
cepção da cidade: monumental, residencial, gregária
dade de reformular o ensino de Artes no Brasil. Orga-
e bucólica.
niza, então, o 1° Salão Oficial de Belas Artes, onde
Sobre Brasília, seu inventor deixou estas pala-
expõem os artistas plásticos de vanguarda, como
vras, citadas por sua filha Elisa Costa no livro por ela
Cândido Portinari, o pernambucano Cícero Dias, Di
organizado para homenagear seu pai, intitulado "Com
Cavalcanti, entre outros modernistas.
a Palavra, Lúcio Costa".
Mas o marco da arquitetura moderna no Brasil Dizia Lúcio Costa:
ainda estaria por vir. Ocorreu quando o então Ministro
"Brasília é, portanto, uma síntese do Brasil com
de Educação e Saúde Pública do Governo Vargas, o
seus aspectos positivos e negativos, mas é também
grande brasileiro Gustavo Capanema, contratou, em
um testemunho de nossa força viva latente. Do ponto
1936, o escritório de Lúcio Costa para desenvolver
de vista do tesoureiro, do ministro da Fazenda, a
um projeto arquitetônico arrojado. Tratava-se da cons-
construção da cidade pode ter sido mesmo uma in-
trução do edifício-sede desse Ministério na então Ca-
sensatez, mas do ponto de vista do estadista, foi um
pital Federal da República, a cidade do Rio de Janei-
gesto de lúcida coragem e confiança no Brasil definiti-
ro. Esse prédio, atualmente denominado Palácio da
vo.
Cultura, é hoje um verdadeiro icone da arquitetura
E a autonomia e não vassalagem de seu urba-
moderna do País.
nismo e de sua arquitetura, como mundialmente reco-
No final de 1937, foi admitido no SPHAN, onde nheceu a UNESCO ao transformar tão jovem cidade
assumiu a direção da Divisão de Estudos de Tomba- em Patrimônio da Humanidade, é a prova de que tri-
mento. Sua atuação nessa divisão foi decisiva na defi- lhamos o caminho certo".
nição dos critérios para a seleção dos monumentos Nos últimos anos de sua vida, mesmo com a sa-
históricos e artísticos a serem legalmente preserva- úde debilitada, Lúcio Costa ainda encontrou forças
dos por aquela instituição. para lutar contra o desrespeito ao patrimônio arquite-
Seu primeiro trabalho nesse órgão estatal foi tônico deste País e contra a demolição da casa de
nas missões jesuíticas, localizadas no Sul do País, e seu amigo Oscar Niemeyer, no Bairro de Botafogo.
dele resultou o projeto de um pequeno museu, inova- Infelizmente, a casa não existe mais. Foi demolida
dor no conceito e na forma. Nesse cargo, publicou di- para a construção de um prédio de apartamentos, o
versas obras. Sua colaboração no SPHAN, tendo à que revela o descaso do Poder Público e da socieda-
frente Rodrigo Melo Franco de Andrade, perdurou até de em geral com a preservação da memória urbana
sua aposentadoria, em 1975. em nosso País.
.\bnl de 2()()2 DIA RIO D.\ ('AMARA DOS lWl'llL\DOS Quinta-kira II I:=i:n'i
Lúcio Costa veio a falecer em 13 de junho de de quem tenho tantas saudades, Márcia Kubitschek
1998, na cidade do Rio de Janeiro. (Palmas.),
Concluo esta justa homenagem a um brasileiro Sras. e Srs. Deputados, pioneiros presentes, au-
que não teve ainda o reconhecimento deste País pela toridades diplomáticas, militares, religiosas, empre-
sua presença na vida pública, pelo quanto essa obra sariais, civis e todas as pessoas mencionadas pelo
idealizada por ele tocou, num determinado momento nosso Presidente, Deputado Paulo Octávio, meus
da vida brasileira, a auto-estima do nosso povo, que cumprimentos.
precisa ser elevada para que possamos vencer as di- Meus amigos, Brasília, 42 anos, quem diria!
ficuldades e construir a Nação que este País está a Mais uma vez, temos o privilégio de participar das co-
esperar. Essa auto-estima, sem sombra de dúvida, é memorações, das homenagens ao aniversário da
um dos elementos fundamentais na construção do fu- nossa querida cidade, Brasília, Capital de todos os
turo brasileiro. brasileiros; Brasília, Patrimônio Cultural da Humani-
Finalizo estas breves palavras citando o arquite- dade.
to Lauro Cavalcanti, herdeiro da tradição modernista A história de Brasília é parte da história do Bra-
e atual Diretor do Paço Imperial, que dizia sobre Lúcio sil, é a história da construção de uma nova sociedade,
Costa: sendo a cidade seu monumento maior e sua gente
"Raras figuras alteraram tão positiva- seu patrimônio melhor. Os personagens de Brasília
mente a face do país quanto Lúcio Costa. O são personagens do Brasil - Juscelino Kubitschek,
seu pensamento próprio, livre e autônomo Bernardo Sayão, Israel Pinheiro, Lúcio Costa, Oscar
ajudou os modernos a conquistarem a inve- Niemeyer, Athos Bulcão, dentre outros tantos.
jável posição de biógrafos e videntes da arte Brasília nasceu de uma profecia de D. Bosco.
e arquitetura no Brasil". Ninguém melhor do que um poeta para falar sobre
esta profecia. Recorro ao texto do nosso poeta brasili-
O Nordeste brasileiro, de onde venho, tem mui-
ense Tetê Catalão para retratar a alma da nossa cida-
to orgulho da história, da vida e da obra de Lúcio Cos-
de, quando escreve:
ta.
Muito obrigado. (Palmas.) "Habitar uma profecia não é muito sim-
O SR. PRESIDENTE (paulo Octávio) - Quero, ples. Brasília nasceu de uma profecia, de
neste momento, cumprimentar o arquiteto Carlos Ma- um gesto primário" - de Lúcio Costa -, "de
galhães, que nos prestigia, representando em Brasí- quem toma posse. De quem decide assumir
lia o arquiteto Oscar Niemeyer; o nosso jurista Paulo uma ousadia". Quem vive em Brasília é ou-
Castelo Branco; o Dr. Octávio Elísio, Secretário do Pa- sado. "Desse sinal da cruz ela dramatiza a
trimônio, que aqui está representando o Ministro da própria encruzilhada nacional: brasa entre
Cultura; Dr. Carlos Henrique Reck, Presidente do os Brasis".
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- "Descentralizou para o centro como
IPHAN, que também nos honra com sua presença; o adorável contradição, entre tantas. A cidade
Dr. Gustavo Ribeiro, Presidente do PSDB e Secretá- fascina e apavora. Nela, o alto-mar tem poe-
rio de Ação Social do Governo do Distrito Federal; ira e chão. Retinas feridas por tantas retas e
nosso nobre Reitor João Herculino, do UNICEUB, planas. Nela, os lábios racham para melhor
grande pioneiro, que tanto prestigia esta Casa; e o Dr. saborear o batom de cacau.
Fernando Godoy, novo administrador de Brasília. O controle fica cada vez mais remoto.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Octávio) - Convi- O mar saudoso, a montanha imaginária, a
do a fazer uso da palavra a nobre Deputada Maria floresta, uma lembrança.
Abadia, pelo PSDB do Distrito Federal. (Palmas.) Uma cidade com sintonias finas, elites
A SRA. MARIA ABADIA (PSDB-DF. Pronuncia satélites, alarmes discretos, satélites sitiada
o seguinte discurso.) - Exmo. Sr. Presidente, em minutos, aberta em segundos, plena de
companheiro Paulo Octávio, que preside esta sessão saídas secretas para a natureza tão presen-
histórica; Exmo. Secretário de Turismo, Dr. Carlos te.
Edil, representante do Exmo. Governador Joaquim Hospedeira de silêncios e distâncias.
Roriz; lima. Maria Elisa, filha do nosso querido Lúcio Auto-emotiva. Às vezes, flutua, às vezes,
Costa, Anna Christina, a quem presto especial pesa, outras afunda, muitas navega. Mas a
homenagem em nome da minha amiga de coração, cidade segue..."
I 'i.1V, Quinta-leíra I1 DL\RIO DA (·.\MARA DOS IWPlJL\DOS Abril de 2002
É verdade, a cidade segue. Uma cidade é uma voto e não é à toa que governa essa cidade no tercei-
obra inacabada, e o nosso dever é fazer a nossa ro mandato. (Palmas.)
parte, trabalhando, construindo. É nosso dever dei- Quero homenagear todos aqui presentes, meus
xar a nossa marca, porque Brasília tem a marca do amigos. Brasília é especial, é uma boa semente e
encanto, da modernidade, da beleza, da unidade, dará sempre bons frutos.JK escolheu a terra mais fér-
da sedução, da convergência, das mãos dadas. til, e nós, brasilienses, aprendemos a cuidar bem de
(Palmas.) tudo que aqui foi plantado. Todos nos orgulhamos de
Brasília tem o desafio de pensar o novo. É uma você. Nos seus 42 anos, Brasília continua sendo a
cidade que antecipa a nossa época. Aqui se tem a no- Capital da esperança, a alvorada.
ção do futuro. É única. Parabéns, Brasília! Parabéns, JK! Parabéns a
Yuri Gagarin, quando visitou nossa cidade, con- todos vocês!
templando Brasília, disse: Muito obrigada. (Palmas.)
"A idéia que tenho é a de que estou O SR. PRESIDENTE (Paulo Octávio) - Antes
desembarcando num planeta diferente que de conceder a palavra ao nobre Deputado Tadeu Fi-
não a Terra". lippelli, pelo PMDB do Distrito Federal, a Presidência
aproveita a oportunidade para cumprimentar sua se-
E o poeta Ferreira Gullar completa: nhora, D. Célia Filippelli, que nos honra com sua pre-
"Brasília pôs em ação novas forças sença, e também D. Vilma Pereira, D. Cláudia, o De-
materiais e espirituais, novas idéias e aspi- putado Ricardo Noronha, o Bispo Robson Rodovalho,
rações. Reacendeu em nosso espírito a ne- o Sr. João Jacques Cavalcanti, Ouvidor-Geral do DF,
cessidade de mudança. E, na beleza de seu o Dr. Afrânio Rodrigues da Cunha, Diretor dos Correi-
cenário arquitetônico, continua a exigir que os e Telégrafos, o Sr. Jarbas Silva Marques, Diretor do
a nossa vida, a nossa pátria, a nossa cidade Patrimônio Histórico e Artístico, o Deputado Joãozi-
seja melhor do que é". nho Araújo, do PFL, o Dr. Heitor Reis, Presidente do
Instituto Tancredo Neves, e o Sr. Jota Alcides, Diretor
O PSDB junta-se a todos os partidos para pres- do jornal Fatorama.
tar a mais justa homenagem neste dia em que come- O SR. PRESIDENTE (Paulo Octávio) - Com a
moramos seus 42 anos. Homenageamos D. Bosco, o palavra o nobre Deputado Tadeu Filippelli, que estréia
profeta; Tiradentes, o inconfidente, que, enlouquecido nesta tribuna ao retornar à Casa depois dos ótimos
de esperança, foi o primeiro a falar na interiorização serviços prestados a Brasília na Secretaria de Obras
de uma nova capital para o Brasil; JK, que sonhou, de- da Capital da República, e que falará pelo PMDB.
terminou e construiu nossa Brasília; e, nos seus 100
O SR. TADEU FILlPPELLI (PMDB-DF. Sem re-
anos, fazemos a homenagem emocionada de todos
visão do orador.) - Muito obrigado, Exmo. Deputado
nós, brasilienses. Homenageamos, igualmente, Ber-
Paulo Octávio, nosso companheiro de lutas políticas
nardo Sayão, o que abriu picadas para o Brasil desen-
que preside esta sessão. Parabenizo V. Exa. e o Depu-
volver; Israel Pinheiro, o engenheiro, o mes-
tado Eduardo Campos pela iniciativa de tão justa ho-
tre-de-obras; Oscar Niemeyer, pelo traço leve e belo
menagem.
de suas linhas; Lúcio Costa, o urbanista, a sua filha
Maria Elisa, que, ao revisitar Brasília, disse: 'A reali- Cara Anna Christina Kubitschek, que nos traz a
dade é muito maior do que o sonho"; homenageamos memória do maior estadista brasileiro, nosso grande
os candangos, os operários, os pioneiros, todos vo- fundador e inspirador de Brasília, caro Secretário
cês, pelo suor, pelo trabalho, homens e mulheres que Carlos Edil Fortes, que representa nesta cerimônia o
acreditaram num sonho e não tiveram medo do desa- nosso Governador Joaquim Roriz, cara Maria Elisa
fio; homenageamos todos que ajudaram a construir Costa, filha do urbanista Lúcio Costa, nosso homena-
nossa cidade; homenageamos o Governador Joa- geado nesta sessão, Sras. e Srs. Deputados, demais
quim Roriz pelo seu compromisso de continuar reina- presentes, sinto-me profundamente emocionado nes-
ugurando Brasília a cada dia, partindo e repartindo o te momento em que, pela primeira vez, subo à tribuna
pão com os que têm fome, cuidando de todos e reali- desta Casa.
zando obras que o mundo inteiro acompanha, como o Não acho dispensável justificar minha ausência
projeto dos viadutos, a terceira ponte, o Projeto Monu- ao longo desse tempo. Estava licenciado desta Casa
menta, o Projeto Orla, dentre tantos. Receba nossa para desempenhar a função de Secretário de
homenagem, Governador, o senhor honra o nosso Infra-Estrutura e Obras do Governo Roriz, função de
.\Iml de 2002 I)IARIO 1):\ (·:\M.\R.\ DOS [)FPIJTAI)OS Quinta-klra II 15337
que muito me orgulho e que muito me honrou, princi- Cumpriu sua missão primeira de se tornar o pólo
palmente por ter a convicção de acreditar em Roriz de desenvolvimento para toda a Região do Cen-
como homem público e ter a certeza de contribuir tro-Oeste brasileiro.
para a consolidação desta cidade que tanto amamos. Para sermos sinceros, Brasília traz em sua áu-
(Palmas.) rea a feliz coincidência de diversos fatores. Foi cons-
Minha estréia não poderia ser mais oportuna ao truída graças ao espírito empreendedor e à dinâmica
falar de dois temas tão caros a todos nós, moradores de homens como Juscelino Kubitschek e Israel Pinhe-
do Distrito Fede~al: Lúcio Costa, o criador, e Brasília, iro. Teve, na sua concepção, o talento e a genialidade
a obra de arte. E, para nós, motivo sempre de multo de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Cresceu na efer-
orgulho e plena satisfação falar desses dois temas. vescência dos anos 60 e, durante os tristes anos da
Lúcio Costa teria feito 100 anos no último dia 27 ditadura militar, viveu sua adolescência sonhando
de fevereiro e Brasília completará 42 anos no próximo com as liberdades democráticas e eleições diretas
2~ de abril. Um século para o art,i~ta e meno~ de meio em todos os níveis, inclusive para eleger seus repre-
seculo para a obra de arte. Braslha segue pUjante sua sentantes no Executivo e no Legislativo.
história, sua missão de alargar as fronteiras de um H . f d It B T' I't
país que, em plena efervescência dos anos 60, volta- o}e, em sua ase a ~~, rasl la .vlve a p em u-
·
va-se exc IuSlvamen t e para o l'ltora.I O a rqul'teto Lu'c'lo de das liberdades democratlcas,
. convive com seus
COSla, que nos elxou no d'la 13 d e Jun
J" d . . ho d e 1998,se - erros. e seus acertos,
. . discute o seu. papel dentro da
gue em nossa memória, perpetuado pela sua geniali- socledad.e brasileira ~ os seus ca.ml~hos p.ar~ ? futu-
dade e pela sensibilidade do seu espírito criador. ro. Tudo ISSO sob o titulo de Patnmomo Hlstonco da
O que falar de Lúcio Costa sem ser repetitivo? E ~umanid~de, recebido da UNESC,? aos ~7 anos ~e
· d Brasíll'a sem cair na pieguice de defen- Idade. Tres anos depOIS, a balzaqUiana Cidade sena
o que d Izer e b d I M" ., d C I E "
der a cidade que amamos e adotamos como nossa e tom a a pe o In~steno a u tura. ra m~lto J?vem
pela qual lutamos no nosso dia-a-dia, seja no traba- para tantas ho~ranas e es~ava sendo agraCIada Justa-
lho, nas escolas ou mesmo nos locais de diversão? mente por aqUilo que ela tinha de novo, a sua moder-
Ou melhor: como falar de Lúcio Costa sem relacio- nidade.
ná-Io a Brasília? Ou como homenagear a Capital da Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senho-
República sem estabelecer vínculos aos traços e ao res pioneiros e todos os que nos honram com suas
traçado do genial urbanista? presenças aqui, Brasília, tão jovem, às vésperas de
A verdade é que se Lúcio Costa não se tivesse fazer 42 anos de sua fundação, já carrega consigo
dedicado ao projeto urbanístico de Brasília, mesmo uma história invejável e digna da mais profunda admi-
assim ele estaria no rol dos maiores arquitetos brasi- ração. A cidade deve muito de tudo isso a Lúcio Cos-
leiros, pelo conjunto da sua obra e pelo talento de- ta, ao talento e à sensibilidade que ele depositou em
monstrado em todos os projetos dos quais participou. seu projeto urbanístico. O arquiteto, ao imaginar duas
Difícil é imaginar como seria Brasília sem que ela ti- linhas se encontrando na imensidão do Planalto Cen-
vesse sido projetada a partir de "dois eixos cruzan- trai do Brasil, na realidade, estava prevendo o encon-
do-se em ângulo reto". tro de ideais e a realização de um futuro, mesmo que,
Só a imaginação genial de um artista poderia, em sua modéstia e simplicidade, tivesse escrito que
num gesto simples de duas linhas, estabelecer a seu projeto "nasceu do gesto primário de quem assí-
grandeza e o futuro de uma cidade. Aqui viriam se en- nala um lugar ou dele toma posse".
contrar e s~ cruzar os son~o~ e as ~speranças de mi- Era muito mais que um gesto primário, e hoje
Ihares e milhares de braSileiros, Vindos de todos os todos nós sabemos disso. Na verdade temos muito
re~antos, em.ba!ados pelos mesmos .i?eais de cons- que agradecer a Lúcio Costa e precisa~os fazer mui-
trUlr o seu propno futuro, de suas famlllas e desta Na- to mais ainda por Brasília
ção brasileira. .
Brasília, com a grandeza de seus eixos, a am- Muito obrigado. (Palmas.)
plidão de suas áreas e a beleza das cores, foi-se O SR. PRESIDENTE (Paulo Octávio) - Cum-
construindo e se constituindo em um símbolo brasilei- primento os pioneiros Marcos Arruda, o jornalista e
ro, em uma fonte de esperança e de sonhos para to- escritor Pedro Rogério, o ex-Senador Meira Filho, o
dos os migrantes e para as gerações que aqui foram pioneiro Geraldo Vasconcelos, o escritor Adirson Vas-
surgindo durante os 42 anos de sua existência. (Pal- concelos, nosso companheiro Abner Dutra e o empre-
mas.) sário Marcos Lombardi.
15338 QUlllta-teira 11 mARIO 1>:\ cAM.'\.R.\ I>OS 1>t:l'lll AI>OS Abril d-: 2002
O SR. PRESIDENTE (Paulo Octávio) - muito mais aguda e sensível, se lançaram à suprema
Convido para fazer uso da palavra o nobre Deputado aventura de desbravar o interior deste País, com a pe-
Geraldo Magela, pelo PT do Distrito Federal. culiaridade de fazer uso do espaço por meio da forma
O SR. GERALDO MAGELA (PT-DF. Sem revi- e de edificações que hoje são marcas registradas do
são do orador.) - Saúdo o Exrno. Sr. Deputado Paulo País em todo o mundo. (Palmas.) Tive a honra de ofe-
Octávio, autor do requerimento desta homenagem a recer sessão solene, que se converteu em entrega de
nossa cidade, a D. Anna Christina, a Maria Elisa, o Dr. medalha de honra ao mérito, ao arquiteto Oscar Nie-
Carlos Edil, representando o Exrno. Sr. Governador, meyer, com quem Lúcio Costa fez dobradinha: en-
as autoridades presentes, o Senador Valmir Amaral, quanto um pensava o espaço e a construção, o outro
meus colegas que retornam a esta Casa, aos quais pensava o urbanismo em geral. Com tal efusão admi-
dou as boas-vindas - Deputada Maria Abadia e De- ro esses senhores - em especial Lúcio Costa, embo-
putados Tadeu Filippelli e Jofran Frejat -, o sempre ra pretenda homenagear em sessão solene Oscar Ni-
Deputado Ricardo Noronha, os Deputados Distritais e emeyer -, pois meu filho mais velho não cursa outra
as autoridades que nos honram com suas presenças faculdade senão a de arquitetura. Para finalizar, regis-
nesta comemoração. tro o respeito às figuras citadas. Estou no meu segun-
Creio que pode não restar mais nada a acres- do mandato, e alguns dos presentes, que são brasili-
centar ao que já foi dito pelos Parlamentares que nos enses, talvez não saibam que fui Prefeita de Santos
antecederam. De forma brilhante e competente, os de 1989 a 1992 e que tenho pai e mãe políticos. Meu
Deputados Eduardo Campos, Paulo Octávio, Maria pai era do PSD de Juscelino, considerado seu grande
Abadia e Tadeu Filippelli expuseram suas visões e guru, a pessoa que ele admirava e com a qual aprendi
suas opiniões sobre Lúcio Costa, Brasília e Juscelino. a conviver. Juscelino inovava com simplicidade, atri-
Não tenho a ousadia de repetir ou até acrescen- buto até convertido em música por Juca Chaves, tão
tar, mas devo dizer que Brasília é um dos produtos plural foi esse nosso Presidente. Hoje estamos aqui
mais nobres da coragem e da competência de ho- para celebrar Lúcio Costa. Fui criada numa família
mens e mulheres que construíram esta cidade, da que me mostrou as riquezas que, além dos partidos,
sensibilidade de Juscelino Kubitschek de perceber têm as pessoas que passam por este País. Deputado
que o Brasil precisava desenvolver-se para o centro e, Geraldo Magela, VExa., que nos vai representar na
em um momento difícil pelo qual o mundo passava, disputa para Governador do Distrito Federal, tem a
afirmar que construiria, em cinco anos, uma Capital jóia da coroa O cerrado, para quem é do litoral, corno
cuja construção poderia levar cinqüenta anos. (Pal- eu, significa muito. Significa outra concepção de es-
mas.) Juscelino teve a ousada capacidade de convi- paços, outra ação da natureza e principalmente outra
dar pessoas do brilhantismo de Lúcio Costa para diri- visão de introjeção de todas as áreas do País no cen-
gir esse processo. tro, no planalto e principalmente da energia que esta
Não tenho dúvida de que Brasília é um dos mais terra tem e distribui a todos. Agradeço a V.Exa. a opor-
importantes monumentos da humanidade, em pé de tunidade de expressar-me. Celebro sua disposição de
igualdade às outras grandes obras arquitetônicas. falar em nome do nosso partido nesta sessão solene
Respeitando o momento histórico em que cada uma de iniciativa do Deputado Paulo Octávio. Homens
foi construída, Brasília tem para a humanidade a mes- como Lúcio Costa, corno aqueles que construíram
ma importância que os grandes monumentos do Egi- esta Capital e os que foram elencados por VExa., são
to e da China. Brasília marca a arquitetura mundial dignos de recordação, a fim de seguirmos seus exem-
graças ao trabalho de Lúcio Costa e de Juscelino Ku- pios e suas trilhas. Parabéns a V.Exa., ao Deputado
bitschek, que tiveram a coragem de fazer esta cidade Paulo Octávio e à comunidade brasiliense. Muito obri-
no coração do Brasil. gada. (Palmas.)
Ouço, com prazer, a nobre Deputada Teima de
Souza. O SR. GERALDO MAGELA - Muito obrigado,
A Sra. Teima de Souza _ Nobre Deputado Ge- Deputada Teima de Souza. Peço que as palavras de
VExa. sejam incorporadas ao nosso pronunciamento.
raldo Magela, quero, antes de mais nada, parabeni-
zar, de público, a iniciativa do Deputado Paulo Octá- Sr. Presidente, nossa homenagem é a todos
vio, nosso companheiro de plenário, a quem já para- aqueles que construíram esta cidade. Vejo aqui, como
benizei em particular. Ressalte-se, entretanto, que os VExa. fez questão de citar, homens e mulheres que
parabéns não são para nós, figuras do presente, mas vieram dos mais diversos Estados, construíram esta
para pessoas que, muito antes de nós e de maneira cidade e a assumiram como sua.
.\bfll ,k 2002 DI.\RIO I)A C.\M.\R\ DOS DEPlJl.\DOS Quillla-kira II I 'i 1:1')
Hoje, todos temos a referência de nossos Esta- ritos Papiloscopistas, que nos honra com sua presen-
dos, de nossas origens, mas fazemos sempre ques- ça; Sra. Elizabeth Cupertino, empresária, diretora cul-
tão de reafirmar, e com orgulho, que nossa cidade tural; Sr. Gilberto Amaral, jornalista, e tantos outros pi-
agora é Brasília. oneiros que estão aqui conosco.
Por isso, Deputado Paulo Octávio e Maria Elisa, O SR. PRESIDENTE (Paulo Octávio) - Conce-
temos compromisso com essa obra que não é apenas do a palavra ao nobre Deputado Jofran Frejat, pelo
uma cidade, não é apenas a Capital da esperança. PPB. S. Exa também retoma hoje a esta Casa, justa-
Temos compromisso com a preservação desse patri- mente no dia da homenagem a nossa Capital e ao
mônio cultural da humanidade, construído graças à centenário de Lúcio Costa. Meus cumprimentos e os
coragem de Juscelino e imaginado pela genialidade votos de boas-vindas.
de Lúcio Costa e de Oscar Niemeyer. Sem dúvida al- O SR. JOFRAN FREJAT (PPB-DF. Sem revisão
guma, está em nossas mãos preservá-lo, mantê-lo e do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente, ilustre
dar ao mundo a oportunidade de ter por muitos e mui- Deputado Paulo Octávio, que hoje dirige esta sessão.
tos anos, muitos e muitos séculos esta preciosidade Associo-me a V.Exa. e ao Deputado Eduardo Cam-
que é Brasília, minha cidade, nossa cidade, a cidade pos pela iniciativa de prestar homenagem aos 42
da esperança e - quem sabe? - da felicidade do nos- anos da nossa cidade, Brasília, conseqüentemente
so povo. ao seu fundador Juscelino Kubitschek e a esse gran-
Muito obrigado. (Palmas.) de brasileiro que foi Lúcio Costa. Cumprimento tam-
O SR. PRESIDENTE (Paulo Octávio) _ Antes bé~.sua esposa, Anna Christi~a Kubit~chek, herdeira
de conceder a palavra ao próximo orador, cumpri- legitima de ~~ngue ?e J~scel~no Kubltsch.ek, fu~d~-
mento o Dr. Sully Alves de Souza, pioneiro; o jornalis- dor de Braslha;. Mana Ehsa, fll~a do arquiteto Luclo
ta Oséias Cardoso, Deputado Federal por muito tem- Costa, que mUito nos honr~. Nao vou repetir os no-
po nesta Casa; o companheiro Roosevelt Dias Bel- mes de to.das as pessoas la citadas, porque perderia
trão, Presidente do Clube dos Pioneiros; o companhe- a oportunidade de usar o tempo par~ falar desta cida-
iro Zequinha, Presidente do Sindicato dos Corretores de, de seu fundador e de seu urbanista.
de Imóveis de Brasília; Rangel, Presidente da 13a Zo- Já se disse aqui quase tudo sobre a epopéia da
nal em Samambaia; Dorivaldo Câmara Leão, Presi- construção de Brasília, sua arquitetura e fundação.
dente da zonal do PFL na Ceilândia; Sra. Valéria Ca- Embora tenha trazido um discurso pronto, ele seria
mello, Secretária interina de Desenvolvimento Urba- apenas a repetição dos fatos históricos que marca-
no e Habitação; Sra. Grace Elizabeth, Coordenadora ram a construção desta cidade e dos elementos fun-
de Difusão do IPHAN; Sra. Lenir de Moraes, da Corre- damentais que consagraram a vida de brasileiros
gedoria-Geral da União; Sra. Diana Meirelles da como Juscelino Kubitschek e Lúcio Costa.
Mota, Coordenadora-Geral de Política Urbana do A construção de Brasília foi um marco na histó-
IPEA; Sra. Suzana Dieckmann, Assessora do Ministro ria do Brasil. No tocante à participação de Lúcio Cos-
do Esporte e Turismo; Pastor Antônio Domingos, Pre- ta, basta resumi-Ia no fato de ser o único conjunto ar-
sidente do Núcleo COPEV do Guará; Dr. Flávio Cury, quitetônico moderno tombado pela UNESCO como
Secretário-Geral do PFL do Distrito Federal; Dr. André Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, entre
Gustavo Stumpf Alves de Souza, Diretor da TV Brasí- 691 monumentos tombados em 122 países. Basta
lia; Dra. Águeda Lúcia Avelar Pires, representando o isso para dizer quem foi Lúcio Costa.
Presidente do Conselho Federal de Engenharia, Mas o que nos traz de importante esta cidade?
Arquitetura e Agronomia, CONFEA; arquiteto Carlos Sua beleza? Sim. Sua capacidade de absorver dificul-
Henrique Laranjeira, representando a diretoria do dades de outras cidades brasileiras? Sim. Mas esta
Instituto de Arquitetos do Brasil, IAB; Sr. Alfred Gass- cidade, nossa síntese, trouxe de mais importante a
ner, pioneiro de Brasília e amigo pessoal do Presiden- quebra da secularidade das famílias que dominavam
te Juscelino Kubitschek; Sra. Cristiane Brasil Espín- o País até então. Eles não vieram para Brasília. Esta
doIa, Presidente do Núcleo PFL Mulher, Lago Norte; cidade deu oportunidade a que pessoas desconheci-
D. Palmerina Donato, Presidente da Academia Inter- das de todos os rincões do País, sem nenhuma tradi-
nacional de Cultura; Dra. Francisca Veloso, Presiden- ção familiar, aqui se estabelecessem e mostrassem
te do PFL Mulher, do DF; Dr. Célio Menezes, Presi- ser tão competentes quanto aquelas que tinham seus
dente da Casa do Maranhão; Dra. Maria Dolores da brasões familiares de tantos anos.
Costa ~un~s, Presidente do ~Iu~e da M.elhor Idade; Brasília é a síntese disso. Brasília é a saga.
Sr. Jose LUIZ Lopes, da Assoclaçao Braslhense de Pe- Juscelino Kubitschek representou a ousadia, a cora-
1:'140 Quillta-lCira 11 DIA RIO DA ('AMARA DOS DEPUI AD()S AbnJ d~ 2002
gem e a perseverança não só por criar uma Capital O SR. PRESIDENTE (Paulo Octávio) - Antes
diferente, mas, principalmente, por trazer para cá de encerrar esta sessão, agradeço a presença a to-
aqueles brasileiros que não tiveram oportunidade de dos os pioneiros, brasilienses e candangos. Cada um
mostrar seu talento nas tradicionais cidades brasilei- dos senhores e das senhoras representa um pedaço
raso O mérito da beleza da metrópole todos conhe- de Brasília, uma cidade, uma família, seja do Nordes-
cemos. Se para cá viemos em busca de ver também te ou do Sul, seja do Centro-Oeste.
esta beleza, trouxemos também o talento daqueles O plenário é pequeno para abrigar os 2 milhões
que formaram e construíram esta cidade desde seu de habitantes que hoje vivem nesta maravilhosa cida-
começo. de, mas tenho certeza de que hoje, nesta sessão, ho-
menageamos Lúcio Costa, arquiteto símbolo, lenda
Tive a felicidade de conhecer Juscelino Ku-
do nosso País, um homem que deve ter seus passos
bitschek pessoalmente. Era jovem, estudante de
seguidos por milhares de jovens que hoje cursam ar-
medicina no Rio de Janeiro e fui o escolhido para
quitetura nas universidades brasileiras. Maria Elisa
saudá-lo no sesquicentenário da Faculdade Nacio-
Costa, que esses jovens se inspirem no exemplo de
nal de Medicina do Rio de Janeiro. Juscelino, com
seu pai.
aquela simplicidade, colocou a mão em meu ombro
e disse: "Gostaria de ouvir falar mais de seu nome." Esta homenagem é muito tocante, porque, ao
comemorarmos no Congresso Nacional, na Casa do
É uma pena que Juscelino não viu que um povo, com apoio de todos os partidos políticos, o cen-
candango aqui chegado, médico corno ele, partici- tenário de nascimento de Lúcio Costa, estamos dan-
pou da construção desta Capital que ele tanto do esperança ao povo brasileiro, estamos mostrando
amou; é uma pena que Juscelino não teve oportuni- que este é um País de gênios, de pessoas competen-
dade de ver o desenvolvimento da cidade que, com tes, é um País que deve levantar sua auto-estima.
tanto amor e ousadia, foi capaz de criar e para a (Palmas.)
qual Lúcio Costa deu todo esse tom, toda essa har-
Por isso, esta sessão solene, que tem o dom
monia, juntamente com o arquiteto Oscar Niemeyer.
de homenagear o centenário do grande Lúcio Costa
O mais importante de Brasília não é apenas e, ao mesmo tempo, os 42 anos de Brasília, obra
sua beleza, mas seu povo (palmas), aqueles que maior, obra síntese de seu avô, Anna Christina Ku-
para cá vieram e souberam respeitar o trabalho de bitschek, que nos deu esta maravilhosa cidade, te-
Juscelino Kubitschek, que não pensava apenas na nho certeza de que está homenageando o povo bra-
beleza, mas também em trazer para cá pessoas que sieiro.
fossem construir uma sociedade diferente, mais jus- Esses homens são os melhores exemplos do
ta e igualitária e que fossem capazes de, embora que somos capazes, do que podemos fazer. Brasília
sem oportunidade nos grandes centros, mostrar seu é importantíssimo marco, é a grande obra do século
talento em Brasília, a nova Capital da República. passado, é motivo de orgulho do País. E como Ca-
pital símbolo do País, tem de nos motivar, tem esse
Por isso, é tão fácil homenagear Juscelino Ku-
dom de nos levar a acreditar que tudo é possível.
bitschek, o fundador de Brasília. Tenho particular or-
gulho pelo fato de JK também ter sido médico como Encerrarei esta sessão agradecendo a pre-
eu e certeza de que, nessa profissão, não desmere- sença a todos os que aqui representam o povo de
ci aquilo que ele esperava de mim quando colocou a Brasília e o povo do nosso País.
mão em meu ombro, ainda na Faculdade de Medici- Parabéns, Brasília!
na do Rio de Janeiro. E também estou certo de que Parabéns, Lúcio Costa!
aqueles que vieram para construir Brasília não des- Que Deus nos acompanhe! (Palmas.)
mereceram a expectativa de Juscelino Kubitschek.
Os Parlamentares, o Governador do DF, que traba- V - ENCERRAMENTO
lha para terminar a construção desta cidade, não O SR. PRESIDENTE (Paulo Octávio) - Nada
desapontaram JK. Se vivo fosse, estaria dizendo: a mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão.
esses jovens que aqui chegaram, que aqui cresce-
O SR. PRESIDENTE (Paulo Octávio) - Está
ram e deram continuidade ao meu trabalho, minha
encerrada a sessão.
homenagem, a homenagem de Juscelino a todos
aqueles que continuam a construir Brasília. (Encerra-se a sessão às 12 horas e 16
Muito obrigado. (Palmas.) minutos.)
.\hril de 2002 DI.\RIO IH ('AMARA DOS DI:PlJL\DOS Quinta-rem! 11 15.141
..
l5346 (,luinla-Icíra 11 DL\RlO DA CAMARA DOS DEPU/ADOS .\bril de 2002
NILTON BAIANO PPB
RITA CAMATA PMDB
Presentes de Espírito Santo: 7
Rio de Janeiro
ALDIR CABRAL PFL
ALEXANDRE CARDOSO PSB
ALEXANDRE SANTOS PSDB
ALMERINDA DE CARVALHO PPB
AROLDE DE OLIVEIRA PFL
AYRTON XERt:Z PFL
CARLOS SANTANA PT
CORNÉLlO RIBEIRO PL
DINO FERNANDES PPB
DR. HELENO PSDB
EBERSILVA PST
EURICO MIRANDA PPB
FERNANDO GABEIRA PT
FERNANDO GONÇALVES PTB
tÉDIO ROSA PFL
ITAMAR SERPA PSOB
JAIR SOLSONARO PPB
JOÃO SAMPAIO PDT
JORGE BI1TAR PT
JORGE WILSON PSDB
JOSÉ CARLOS COUTINHO PFL
LUtSINHO PPB
LUIZ RIBEIRO PSDB
LUIZ SÉRGIO PT
MÁRCIO FORTES PSDB
MIRIAM RElD PSB
MIRO TEIXEIRA PDT
PAULO BALTAZAR PSB
PAULO FEIJO PSDB
RODRIGO MAIA PFL
RUBEM MEDINA PFL
SIMÃO SESSIM PPB
VALDECI PAIVA PSL
VIVALDO BARBOSA PDT
WANDERLEY MARTINS PSB
Presentes de Rio de Janeiro: 35
São Paulo
ALBERTO GOLDMAN PSDB
ALDO REBELO pedoB
ALOIZIO MERCADANTE PT
ALOYSIO NUNES FERREIRA PSDB
ANGELA GUADAGNIN PT
ANTONIO KANDIR PSDB
ARLINDO CHINAGLlA PT
·\hnl de 2002 DIARIO DA C.\MARA DOS DEl'lJl.\DOS ()uiula-feira II 15:\47
ARNALDO FARIA DE sA PTB
ARNALDO MADEIRA PSDB
BISPO WANDERVAL PL
CUNHA BUENO PPB
DE VELASCO PSL
DELFIM NETTO PPB
DR EVILÀSIO PSS
DR. HÉLIO PDT
DUILlO PISANESCHI PTS
EMERSON KAPAZ PPS
FERNANDO ZUPPO PSDC
GILBERTO KASSAB PFL
IARA BERNARDI PT
JAIR MENEGUELLI PT
JOÃO PAULO PT
JORGE TADEU MUDALEN PMDB
JOSt=.OIRCEU PT
JOSÉ GENOíNO PT
JOSÉ ROBERTO BATOCHIO PDT
JULIO SEMEGHINI PSDB
LUCIANO ZICA PT
LUIZ ANTONIO FLEURY PTB
LUIZ EDUARDO GREENHALGH PT
MARCELO BARBIERI PMDB
MARCOS CINTRA PFL
MEDEIROS PL
MOREIRA FERREIRA PFL
NELO RODOLFO PMDB
NELSON MARQUEZELLI PTS
NEUTON LIMA PFL
ORLANDO FANTAZZINI PT
PAULO KOBAYASH\ PSD8
PROFESSOR LUIZINHO PT
RICARDO BERZOINI PT
RICARDO IZAR PTB
RUBENS FURLAN PPS
SALVADOR ZIMBALDI PSDB
SAMPAIO DÓRIA PSDS
TELMA DE SOUZA PT
VAOAO GOMES PPB
WAGNER SALUSTIANO PPB
XICO GRAZIANO PSDB
ZÉ INDIO PMDS
ZULAIt: COBRA PSDB
Presentes de São Paulo: 51
Mato Grosso
CELCITA PINHEIRO PFL
1'i34X Quinta-I,:ira II DL\RIO DA CAMARA DOS JWPIJL\DOS Abril li..: 2002
MURILO DOMINGOS PTB
OSVALDO SOBRINHO PTB
PEDRO HENRY PPB
RICARTE DE FREITAS PSDB
TETt: BEZERRA PMDB
Presentes de Mato Grosso: 6
Distrito Federal
GERALDO MAGELA PT
JOFRAN FREJAT PPB
MARIA ABADIA PSDB
PAULO OCTÁVIO PFL
PEDRO CELSO PT
TADEU F1LlPPELLI PMDB
Presentes de Distrito Federal: 6
Goiás
ALDO ARANTES pedoB
EULER MORAIS PMDB
GEOVAN FREITAS PMOB
JOVAIR ARANTES PS08
JUQUINHA PL
L1DIA QUINAN PSD8
LUCIA VÂNIA PSD8
LUIZ BITTENCOURT PMD8
NAIR XAVIER LOBO PMDB
NORBERTO TEIXEIRA PMDB
PEDRO CHAVES PMDB
ROBERTO BALESTRA PP8
Presentes de Goiás: 12
Mato Grosso do Sul
DR ANTONIO CRUZ PMDB
JOÁO GRANDÃO PT
MARÇAL FILHO PMDB
MARISA SERRANO PSDB
NELSON TRAD PTB
WALDEMIR MOKA PMDB
Presentes de Mato Grosso do Sul: 6
Paraná
AFFONSO CAMARGO PS08
AIRTON ROVEDA PT8
ALEX CANZIANI PS08
CHICO DA PRINCESA PSDB
DILCEU SPERAFICO PP8
FLÁVIOARNS PT
GUSTAVO FRUET PMOB
HERMES PARCIANELLO PMOB
JOSÉ BORBA PM08
JOSÉJANENE PPB
LUCIANO PIZZATTO PFL
Abril de 2002 DIARIO)H ('AMARA DOS IWPlJTA])OS (Juínta-feíra 1I 1'i34Y
LUIZ CARLOS HAULY PSOB
MARCIO MATOS PTB
MAX ROSENMANN PMOB
MOACIR MICHELETTO PMOB
NELSON MEURER PPB
ODluo BALBINOTTI PSOB
OliVEIRA FILHO PL
OSMAR SERRAGUO PMOB
PADRE ROQUE PT
RAFAEL GRECA PFL
RICARDO BARROS PPB
RUBENS BUENO PPS
SANTOS FILHO PFL
WERNER WANDERER PFL
Presentes de Paraná: 25
Santa Catarina
CARUTO MERSS PT
EDINHO BEZ PMOB
EDISON ANDRINO PMOB
ENI VOLTOUNI PPB
FERNANDO CORUJA POT
GERVASIO SILVA PFL
JOÃO MATOS PMOB
JOÃO PIZZOLATTI PPB
LEODEGAR TISCOSKI PPB
PAULO GOuvÊA PFL
RENATO VIANNA PMOB
SERAFIM VENZON POT
VICENTE CAROPRESO PSOB
Presentes de Santa Catarina: 13
Rio Grande do Sul
AOÃOPRETIO PT
AIRTON DIPP POT
ALCEU COLLARES POT
ARY JOSÉ VANAZZI PT
AUGUSTO NARDES PPB
BETO ALBUQUERQUE PSB
CEZAR SCHIRMER PMOB
DARClslO PERONDI PMDB
EDIR OLIVEIRA PT8
ESTHER GROSSI PT
EZIDIO PINHEIRO PS8
FETTER JUNIOR PPB
FIORAVANTE PT
GERMANO RIGOTTO PMOB
HENRIQUE FONTANA PT
LUIS CARLOS HEINZE PPB
MARCOS ROUM PT
15350 QUlllta-tCira 11 mARIO DA ('ÂMARA DOS DEPlJTA])OS Abril de 2002
Delenda reforma agrária! É preciso acabar Quando o Governo privatizou o setor elétri-
com essa reforma agrária e implantar urgentemente co, dizia que era exatamente para submetê-lo às
uma política agrícola em nosso País. leis do mercado. Agora, para garantir a seguran-
ça dos lucros e evitar perdas das empresas, co-
o SR. JOSÉ GENOíNO (PT-SP. Sem revisão loca nas costas, no bolso e na garganta do con-
do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputa- sumidor a conta completa dessa irresponsabilida-
dos, vivemos hoje na Casa uma experiência concre- de.
ta que merece avaliação sobre os resultados do ver-
dadeiro projeto de privatização do serviço público no Sr. Presidente, Deputado Marçal Filho, o setor
Brasil. Refiro-me à votação da Medida Provisória n° produtivo e os consumidores domésticos não tive-
14, que reorganiza e reestrutura o setor elétrico pri- ram o privilégio contido nessa medida. Depois da
vatizado. briga entre PFL e PSDB, entre Roseana Sarney e
José Serra, depois de o Presidente da Câmara dos
Já dissemos que, ao promover a privatiza- Deputados chamar os Deputados de gazeteiros, eis
ção, o Governo do PSDB transferiu o patrimônio que os interesses maiores do Estado e do patrimoni-
público para a iniciativa privada. E essa transfe- alismo brasileiro falam mais alto e Parlamentares fa-
rência passou pela reorganização estatal das em- zem acordo para votar a medida provisória na tarde
presas, que posteriormente foram privatizadas de hoje.
por um sistema de apoio via BNDES, por uma re-
lação não transparente com os fundos de pensão Ao aprovarmos esta medida provlsona, es-
e também por uma espécie de incentivos fiscais taremos implementando uma espécie de PROER
ao contrário: o ágio podia ser abatido no Imposto para o setor elétrico. Para as pequenas e médias
de Renda das empresas. empresas, para a indústria, para a agricultura,
para o setor de serviços isso sequer pode ser dis-
o que ocorre no momento? Novamente o Go- cutido, porque é paternalismo. Para os setores
verno, por intermédio de seu poder de legislar, fi- hegemônicos da economia brasileira, resultado
nanciar e transferir para o consumidor o ônus do de um projeto econômico, sob a liderança do
problema, baixa uma medida provisória para rees- PSDB, é necessário o Estado intervir e proteger.
truturar o setor elétrico, que dispõe sobre compra, Dessa forma, transfere para o bolso do consumi-
aluguel de energia e aumento de tarifa, com um dor o valor dessa conta.
custo de 24 bilhões de reais. Por isso, nós, do PT, estamos denunciando
Matéria publicada no caderno de economia esta medida provisória. Espero que a opinião pú-
do Jornal do Brasil, do domingo, dia 31 de março, blica acompanhe a votação de hoje à tarde, trans-
divulga dados, não criticados pelas autoridades mitida pela TV Câmara, para verem as divergênci-
governamentais: o Brasil vai pagar 8 bilhões de re- as e discrepâncias. Espero que o PFL mantenha
ais pelo custo do seguro-apagão, parcela que vai sua posição contrária à medida provisória. São
cobrir os custos das usinas emergenciais, mais 8 acomodados quando entram em jogo interesses
bilhões como custo adicional que o Governo se poderosos dos segmentos que têm lucrado com o
comprometeu a pagar e 8 bilhões que representam Governo Fernando Henrique Cardoso.
a estimativa de custo de compensação às empre- Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a
sas, nos próximos três anos, pelas perdas do raci- transcrição desta matéria do Jornal do Brasil nos
onamento. Anais da Casa e a sua divulgação pelos órgãos de co-
municação da Casa.
O Governo, pelos equívocos na reestruturação
do setor, pela omissão e irresponsabilidade, que
provocaram o famoso apagão, transfere para o con- MA TÉRIA A QUE SE REFERE O ORADOR
.\l)fil d", 2002 mARIO DA ('AMAR'\ DOS DEPlJT.\l)OS QUÍn!<J-l0ira II 15353
Uma ajuda bilionária
Governo cria um Proer para empresas de energia e manda o consumidor
pagar conta extra da RS 24 bllh08& pelo raclonamento
E um volume de dinheiro
quase igual ao que fOI
transfendo do T~souro Nac.IOnal
para o sistema rinanceiro, no
orograma d~ socorro aoS bancos conhecido como Proer. Pela contabIlIdade governamentai. o auxiliO
de capital GadO às casas bancártas durante o primeiro mandato do presidente Fernando HennQue,
tena custaDo RS 26 bilhões - ou seja, apenas R$ 2 bilhões a maIs do que essa COnta extra da
eletricidade, remetida dIretamente ao bolso dos consumidores.
Os brasileiros lá começaram a pagar a conta adicionai de energia, sob duas lustlficatlvCls. Uma é a
reposição oe peroas das empresas com o racionamento. Outra é o aluguel de energia emergencial -
uma espécie de seguro contra apagão.
Do dmhelra cobrado em caráter extraord,náno na conta de IUl. ate 2003, um terço (R$ 8 bilhões)
vai dIreto para o caixa das empresas d,stnbwdofz,S, fec~m-pnlJatizaaas, como compensação por
receitllo perdida na temporada de Oito meSes de ractonamento,
Os oulrcs doiS terços (Rs 16 bilhões) sed!lo usadas por uma estatal recém-criada, a Compradora
Brasileira de Energia (CBE), para pagar o aluguel da eletncidade emergencIal. Serão 59 mini-USinas
pnvaoas espalhadas pelo pais! boa parte no Nordeste, cula construç~o deve estllr concluída at~
Julho, conforme prevéem os contratos. Juntas. Oevem prOdUZir 2,1 mil megawatts de eletTlCldade,
energia sUf~c.lente para lIumlnar metade Oe um estaoa como o Paraná.
A conta Qessa energia extra, o seguro'apag30. começa em R$ B bilhões, apenas com o aluguel
dos equipamentos de geração de eJetncldade. As empresas contrataOas somente devem prodUZir
eletriCidade para o governo se houver rJsco real de blecaute. Se forem aCionadas, o Custo pode
subir para R$ 16 bilhões, calcula o engenheIro lida Sauer, professor de pós-graduação em energIa
da USP, autor de um extenso relatório entregue ao ministro de MInas e Energia, Pedro Parente,
dIas atrás.
Virou caso de policIa, com investlgaçao aberta pelo MInistério PúblICO Federal. Pelas contas de
Sauer, o custo do qUIlowatt Instalado nessas usinas vai ser de R$ 3,7 mil. É o triplo do preço (R$
1,2 mil) do qUIlowatt prodUZIdo em uma usina termlca Comum.
"É um escànddlo, aigo ~em precedentes", critica. "Isso vaI custar mais de R$ 16 bilhôe5. Sena
duas vez.es. e meIa maIs barato comora-Ias". Para ele, o gove:rno preocupou-se apenas em cnar
uma bhnOagem financeira para as empresas. "O ônus ncou para os consumidores", ac.rescenta.
Procurado, o ministro das t"unas e Energia. Pedra Parente, Ilao retomou aos telefonemas da
reportagem do Jorna& do Brasil.
"É. um aDsurdo", concorda outro especialista, o engennelrO James Correia, coordenador 00 curso
de mestraao em Regwaçào da lnáústna. de EnergIa na Unl\lersldade de Salvaoor. COr(eHI (OI um
dos artífices do piano de racionamento, Na sua avaliação, está~se cometendo um grande e
caríssImo equivoco: "Os consumidores estão pagando a conta pelos efTOS de aaminlstração do
setor eletnco, sem receOer nenhuma compensaçao", argumenta.
O deputado federal José Carlos Aleluia (PFL/BA), relator da medida provisória que vai regular esse
aumento, estima que a transferência de recursos dos consumidores para o caixa das distribuidoras
e geradoras de energia deve vartar entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões. Isso é cobrado além do
realuste anual, baseado em um Indlce usado no mercado financeiro (o índice Geral de Preços do
Mercado, IGP-M), que sempre supera a medida oficiai da Inflação (o Índice de Preços ao
Consumidor Amplo IPCA), usado pelo Banco Central.
Além disso, hâ outro tipo de gasto extra - e varlâvel - cobrado na conta de luz. Sllo mais R$ 2
bilhões anuais pagos pelos consumidores para tlnanciar a compra do óleo diesel da geração de
eletricidade por usinas térmicas que abastocem regiões Isoladas do sistema elébiço nacional. Se
concentram na reglllo Norte e, entre elas, destaca-se a cidade de Manaus. Trata-se de um subsidio
estatal, que existe desde 1993. Chama-se Conta Consumo de Combust[vels, a CCc. É cobrada das
distribuidoras, mas rateada entre todos con$llmldores.
A receita garantida
Apesar de terem um contrato de concessão de 20 anos, que não as obriga a expandir o serviço
nem a Investir em geração, as distribuidoras conseguiram mostrar deseqUilíbrio financejro em
apenas alto meses de racionamento. Os dados, na opinião dos especialistas lido Sauer, da USP, e
James Correia, da UniversIdade de Salvador l são contraditÓriOS.
nEssas são falhas absurdas dos contratos. Por Isso tenho muito receio dessa remodelação da setor
elétrico comandada pelo BNDES. Multas dos erros atuais do setor vêm de deformações dos
contratos", observa James Correia, Até O fechamento desta edição, o BNDES não haVia retomado
ao Jornal para comentar as criticas.
"O racloeinio sobre o prejulzo das distribuidoras que o governo aceitou é unilateral em favor das
e.m'Pn.~.sa.slt, d\z Sauer. I\s empresas reclam.m da e.nergla que deixou de ser consumIda por causa
da redução de conSumo obrigatória que vigorou entre Junho e fevereiro último. Ele calcula que os
26 milhões de megawatts-hora (MWh) que deixaram de ser consumidos levantariam algo como R$
3 bilhões em receita adicional, levando-se em conta uma tanfa média a R$ 120/MWh. Seguindo
essa lógica, o governo teria que Indenizar as empresas por toda a campanha contra o desperdício
de energia.
"Nesse imbrógllo todo, estão cobrando do consumidor a tarifa de um desejo", diz Sauer,
referindo~se à estimativa frustrada de crescimento de consuma de energia elétrIca em 2001. Na
época em que divulgou o acordo para ressarcir o setor elétnco, o governo argumentou que estava
concedendo menos da metade dos R$ lO bllhõei redamades pelas empresas.
URGENTE - As usinas emergendals, chamadas pelo governo de "seguro-apagão", tomaram-se
uma mina de ouro, na opinião de Sauer, que reclama uma revisão dos contratos. O dinheiro que vai
cobrir tal precaução Já começou a ser cobrado das contas de luz de março, sob a sigla ECE, ou
Encargo de Capacidade Emergencial. Esca~m da cobrança os consumidores que gastam até 350
kWh/mês.
Parte das usinas estarllo dlsponlvels até o fim de 2004 e outras, até 2005. Ao todo, 59 unidades,
movidas principalmente a motor a óleo, os mais baratos do mercado, segundo especialistas,
deverllo estar montadas até julho. Elas estão concentradas principalmente na região Nondeste. O
governo recebeu 124 propostas de usinas. ,,"s 59 selecionadas levaram em canta a menor preço, de
acondo com a Comerclallzadora Brasileira de Energia Emergencial (CBEE), Foram contratados 2.153
MW para dar uma folga aos reservatórios das hidrelétricas.
formas os serviços de abastecimento de água com a número de leitos. Os trabalhos estão em fase de con-
política de quanto pior para o povo, melhor para eles. clusão.
No que diz respeito às denúncias, o Prefeito Mesmo com o hospital em reforma e com todo
aguarda serenamente a decisão da Justiça, para co- esse transtorno, este foi o atendimento, em março úl-
brar também, por intermédio dela, o reparo de tantas timo, quando o Deputado denuncíou que nem sequer
calúnias. Os Vereadores informantes do Deputado curativo se fazia no hospital - consultas cirúrgicas,
Walter Pinheiro em Macaúbas não fazem outra coisa 198; consultas médicas, 2.741; pacientes que ficaram
senão denúncias e mais denúncias infundadas, uma em observação, 255; curativos, injeções e outros me-
vez que nada sabem ou se interessam por fazer em dicamentos, 8.756; exames de laboratório, 1.384; rai-
benefício do povo daquela terra. os X, 310; internamento, 144; partos normais, 69; par-
Sr. Presidente, nunca se gastou um centavo tos cesarianos, 11; médias cirurgias, 18; recebendo
com combustível para trator de esteira. O Município uma cota de AH de 160.
dispõe de três tratores agrícolas, sendo um utilizado Sr. Presidente, a Diretoria do Sindicato dos Tra-
na limpeza pública; uma patrol; uma pá carregadeira; balhadores Rurais de Macaúbas - entidade que faz
duas pick-ups Toyota; um automóvel Gol; duas vans; política para o Partido dos Trabalhadores nesse Muni-
três ambulâncias; duas viaturas policiais; além de cípio - não teve a coragem de prestar contas publica-
aproximadamente quarenta poços tubulares instala- mente, por intermédio da Câmara de Vereadores, de
dos com motores a diesel. grande soma de recursos que arrecada todo mês, e
A Prefeitura repassa mensalmente, sem ne- ninguém sabe em que estão sendo aplicados.
nhum atraso, o duodécimo à Câmara, em valores in- Demonstro ainda a popularidade do Prefeito e
tegrais; entretanto o Vereador falou em omissão, por- sua aprovação pela comunidade de Macaúbas. Com
que a própria Câmara é quem acompanha e fiscaliza relação à administração municipal, tem a aprovação
o repasse. de 84,1% da população; quanto à avaliação do hospi-
Sobre Nova Esperança, existem na comunidade tal municipal, 66%; e 72,5% de avaliação da adminis-
um prédio e uma sala com todas as instalações, cons- tração estadual. Portanto, trata-se de uma administra-
truídos pelo Prefeito Sebastião Nunes, que atende ção digna e séria.
tranqüilamente à comunidade escolar de 1a a 4 a séri- Era o que tinha a dizer.
es. Solicitada pela própria comunidade, está funcio-
O SR. NELSON PELLEGRINO Sr.
nando a escola de 1a a 8 a séries no prédio em salas Presidente, peço a palavra pela ordem.
improvisadas, pois não foi ainda possível ampliar o
O SR. PRESIDENTE (Marçal Filho) - Tem
prédio para três ou quatro salas. Esse mesmo grupo
V.Exa. a palavra.
esteve no poder entre 1992 e 1996, inclusive o Prefei-
to, e não construiu uma única sala de aula no Municí- O SR. NELSON PELLEGRINO (PT-BA. Pela
pio. Durante os últimos cinco anos já se construíram ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na
116 salas de aula, e ainda existem algumas escolas sessão de ontem, mais especificamente durante o
funcionando em salas improvisadas. período destinado às Comunicações Parlamentares,
O Município oferece transporte para todas as o Deputado Claudio Cajado proferiu acusações à
crianças que residem distante das escolas, inclusive minha pessoa. E, de acordo com o Regimento Inter-
em Nova Esperança; há transporte fornecido pela no, art. 74, inciso VII, quando um Deputado é citado,
Prefeitura tanto para os alunos que estudam na Esco- tem direito de usar a tribuna para fazer sua defesa.
la de Nova Esperança como para os de 2° grau, no O Deputado Claudio Cajado assumiu ontem a
Colégio Estadual, na sede do Município. tribuna para comentar matéria publicada no jornal A
No tocante ao Hospital de Macaúbas, é do Esta- Tarde - periódico de grande circulação no Estado da
do e funciona em parceria com o Município, onde a Bahia - , na última segunda-feira, dia 8 de abril de
Prefeitura investe aproximadamente 50 mil reais por 2002. O enunciado da matéria é o seguinte: 'Títulos
mês, a fim de oferecer o melhor atendimento a nossa achados são indícios de fraude". Como ilustração, o
população. jornal estampou foto minha e de diversos títulos elei-
Ultimamente, o Governo do Estado, numa de- torais.
monstração de respeito e preocupação com a saúde Na matéria denunciamos que, logo após o pleito
do povo de Macaúbas, vem investindo aproximada- eleitoral de 2000, foram encontrados mais de duzen-
mente 800 mil reais na recuperação e ampliação do tos títulos eleitorais nas ruas do Município de Dias
hospital, isto é, aumentou de trinta para cinqüenta o D'Ávila. Tal fato caracteriza indício de fraude no pro-
15364 Quinta-feira II DI.\RIO DA CAM.\RA DOS DFPtJTADOS Abril d.: 2002
cesso eleitoral daquela localidade. Os referidos títulos O SR. JOÃO COSER (PT-ES. Sem revisão do
foram encaminhados à Polícia Federal, que abriu in- orador.) Sr. Presidente, o Sindicato dos
quérito. Solicitamos a anulação do pleito, mas a Justi- Trabalhadores em Educação Pública no Espírito
ça Eleitoral considerou que o universo de títulos en- Santo SINDIUPES apresentou pedido de
contrados não representava número suficiente para a intervenção federal no Estado pela não-aplicação dos
anulação da eleição. Entretanto, foi determinada à Po- recursos do FUNDEF.
lícia Federal a apuração dos fatos e afastado o diretor Registramos o artigo publicado no jornal O
do Cartório Eleitoral. Grande Vitória, em que o Presidente do SINDIUPES
O Deputado Claudio Cajado usou ontem a tribu- pede a intervenção federal no Espírito Santo.
na desta Casa para dizer que o fato de a Justiça Elei- Sr. Presidente, solicito a V. Exa. a transcrição
toral não haver reconhecido o pedido do PT, que re- nos Anais da Câmara dos Deputados do pedido de in-
quereu a anulação do pleito, é motivo para dizer que tervenção federal e da matéria publicada no jornal O
não houve irregularidades no processo eleitoral ou Grande Vitória.
que esses títulos achados não representavam indíci- DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O
os de fraudes nesse processo. ORADOR
Quero registrar nesta Casa que há um inquérito Excelentíssimo Senhor Doutor Procurador Ge-
em curso na Polícia Federal apurando o destino des- ral da República - Geraldo Brindeiro,
ses títulos. E mais: na semana retrasada novos títulos Sindicato dos Trabalhadores em Educação PÚ-
foram entregues, o que mostra indício de fraude. blica no Espírito Santo - SINDIUPES, entidade sindi-
O que declarei nessa reportagem, no único mo- cal de classe profissional, devidamente constituída e
mento em que citei o Deputado Claudio Cajado, foi autorizada expressamente porforça estatutária, esta-
que, entre esses títulos, foi encontrado um porta-re- belecida sediada na Rua Wilson de Freitas, n° 196,
tratos de S.Exa. com o título atrás. Foi isso que me Centro, Vitória, ES, CEP: 29.010-120, por seu advo-
chamou a atenção. Por isso fiz essa declaração na re- gado in fine assinado, qualificado no instrumento pro-
portagem. curatório em anexo, e que recebe as intimações de
O Deputado Claudio Cajado disse que, se eu estilo no endereço acima sublinhado, vem respeitosa-
não me explicasse, iria me processar. Digo a S.Exa. mente perante esse Honrada Procuradoria da Repú-
que não tenho nenhuma preocupação quanto a isso, blica, propor o presente pedido de
que pode me processar. Tenho convicção da minha INTERVENÇÃO FEDERAL NO ESTADO DO
responsabilidade quando uso a tribuna desta Casa, EspíRITO SANTO
quando faço minhas denúncias não só no Parlamen-
to, mas em qualquer espaço público ou privado em pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
que me posiciono. Não tenho o hábito de me expres- I - Do Cabimento
sar de forma irresponsável, abusando das prerrogati-
vas de imunidade parlamentar e inviolabilidade de 1. A Constituição Federal de 1988 estipula as si-
atos e palavras. tuações em que poderá ocorrer a intervenção federal
da União nos estados. Nesse sentido, o art. 34 da
Disse ainda o Deputado em seu pronunciamen-
Carta Política de 1988 enuncia os casos em que será
to que eu passei dez anos na faculdade de Direito, o
aplicada a mencionada medida interventiva.
que não é verdade; passei o tempo necessário. Se
2. Dentre as diversas situações fáticas e de dire-
S. Exa. quiser comparar as notas dele na faculdade de
ito que poderão ocasionar a intervenção federal da
Direito com as minhas, estou à disposição.
União nos estados, esta a situação prevista no inciso
Sr. Presidente, quero informar que esses títulos VII do art. 34, a qual transcrevemos, in verbis:
que contêm documentos de identidade serão entre-
gues à Procuradoria da República, para que determi- Art. 34. A União não intervirá nos Esta-
ne apuração rigorosa sobre o motivo de eles haverem dos nem no Distrito Federal, exceto para:
sido encontrados após a eleição com documentos de ( ... )
identidade. Não tenho dúvida nenhuma de que houve
fraude na eleição de 2000 em Dias D' Ávila. Esses títu- VII - assegurar a observância dos se-
los agora encontrados são a prova cabal disso. guintes princípios constitucionais:
O SR. PRESIDENTE (Marçal Filho) - Concedo e) aplicação de o mínimo exigido da
a palavra ao Sr. Deputado João Coser. receita resultante de impostos estaduais,
.\bnJ de 2002 DL\RJO DA (·AM.\RA DOS J)PPll L\J)OS Quinta-feira II 15365
compreendida a proveniente de transferên- ente de transferências, na manutenção e
cias, na manutenção e desenvolvimento do desenvolvimento do ensino.
ensino e nas ações e serviços públicos de
8. A partir daí, surge o problema de inegável ín-
saúde. dole constitucional, sobre o cumprimento de referido
3. Segundo o mestre José Afonso da Silva, em dispositivo, reproduzido ainda na Constituição capi-
sua obra Curso de Direito Constitucional Positivo, Edi- xaba, a qual transcrevemos o seu art. 178, in verbis:
tora Melhoramentos, 18a . Edição, páginas 487/488 "Art. 178 - O Estado e os Municípios
"Os pressupostos de fundo da intervenção federal aplicarão, anualmente, no mínimo, vinte e
nos Estados constituem situações críticas que põe cinco por cento da receita resultante de im-
em risco a segurança do Estado, o equilíbrio federati- postos, compreendida a proveniente de
vo, as finanças estaduais e a estabilidade da ordem transferências, na manutenção e desenvol-
constitucional. Trata-se de um instituto típico da estru- vimento do ensino, na forma do disposto no
tura do Estado Federal que tem por finalidade: ... art. 212 da Constituição Federal".
a defesa da ordem constitucional, quando o art.
9. Entretanto, quadra registrar que o Estado do
34 autoriza a intervenção:
Espírito Santo, tem utilizado metodologia de cálculo
.... no caso do inciso VII, para exigir a observân-
equivocada ao destinar os valores à Educação Públi-
cia dos seguintes princípios constitucionais: aplica-
ca, não cumprindo o percentual mínimo fixado pela
ção do mínimo exigido da receita resultante de impos-
Constituição Federal.
tos estaduais, compreendida a procedente de transfe-
10. Tal prática, tem causado prejuízo dos crédi-
rência de, na manutenção e desenvolvimento do ensi-
tos devidos à educação, vez que, o Estado do Espírito
no."
Santo tem a prática de "excluir" do cômputo geral dos
4. Nesse sentido, quadra registrar que, a inter-
impostos, dentre eles, o ICMS, os valores destinados
venção da União nos Estados-Membros consagra o ao sistema denominado Fundap.
sistema constitucional de emergência associado um-
11. Pela Lei Estadual n° 2.508/70, ficou o Poder
bilicalmente ao pacto federativo inerente à forma de
Executivo do Estado do Espírito Santo autorizado a
estado adotada no Brasil.
criar o denominado Fundo para o Desenvolvimento
11- Dos Fatos e do Direito das Atividades Portuárias - FUNDAP Este fundo es-
pecial teria por objetivo a promoção do incremento
5. O Estado do Espírito Santo tem-se destaca-
das exportações e importações por meio do Porto de
do à nível nacional no descumprimento da legisla- Vitória.
ção pátria pertinente à educação. A Constituição Fe-
deral de 1988 estabelece que, no mínimo, 25% (vin- 12. Entretanto, resta saber qual a natureza do
te e cinco por cento) da arrecadação de impostos, Fundap, e a que título as verbas são a eles carrea-
incluindo repasses, deve ser aplicado anualmente das, para a partir daí estabelecer a nítida distinção
na manutenção e desenvolvimento do ensino. entre verbas orçamentárias de um lado e, de outro,
quantias que inequivocamente não integram o orça-
6. A afetação de certo percentual mínimo da mento. Isso porque este é considerado como a base
receita orçamentária para fins de educação não é para a aplicação daquela percentagem constitucio-
novidade de nosso texto constitucional vigente. Na nal.
verdade, já era ela determinada, embora, é certo,
em proporção inferior, pela Constituição de 1934 em 13. Daí a necessidade de se estabelecer, para
seu art. 156, e pela Constituição de 1946, no art. fins de extração da dotação que será destinada à
169. educação, o que efetivamente integra verba orça-
mentária, e como tal disponível para o Estado.
7. Nesse sentido, quadra transcrever o disposi-
tivo constitucional 212 da Carta Política de 1988, in 14. Contudo, as quantias que o Fundap recebe
verbis: deve ser considerada como receita do Estado, nos
termos a seguir alinhavados.
"Art. 212. A União aplicará, anualmen- 15. Em síntese, o Fundap constitui-se em instru-
te, nunca menos de dezoito, e os Estados, o mento de captação de investimentos no Estado do
Distrito Federal e os Municípios vinte e cin- Espírito Santo, por meio de uma "retenção espontâ-
co por cento, no mínimo, da receita resul- nea" do ICMS devido, com o fito de constituir um fun-
tante de impostos, compreendida a proveni- do para o desenvolvimento das atividades portuárias.
15366 Quin\a-l~ira 11 DL'\RIO \H CAMAR.\ DOS DEPUL\DOS ,\bril de 2002
16. Ainda que seja desnecessário o comento, o 22. Os valores do Fundap são receitas públicas
ICMS é imposto de competência dos Estados, repre- oriundas do ICMS, posto que permanecem sendo
sentante de grande parte da receita própria dos mes- compulsórias. A afetação destas receitas a um fundo,
mos. Inegável, assim, a possibilidade de exoneração antes ou depois, do ingresso nos cofres públicos, em
deste tributo por Lei Estadual. No entanto, devemos nada lhes retira o caráter de tributo, e sua espécie de
observar além da legalidade, a moralidade. imposto, como prescreve o Código Tributário Nacio-
17. Acaso o Estado do Espírito Santo, realmente nal, Iitteris:
não quisesse ver o ICMS (ou parte deste) inserido "Art. 4° - A natureza jurídica específica
dentre as receitas que compõem os 25% (vinte e cin- do tributo é determinada pelo fato gerador
co por cento) de gastos com a educação, poderia lan- da respectiva obrigação, sendo irrelevantes
çar mão dos expedientes tributários hábeis à exclu- para qualificá-Ia:
são de receitas, ou à exoneração de pagamentos, tais
II - a destinação legal do produto da
como, isenção, anistia, remissão, redução de base de
sua arrecadação."
cálculo, etc ...
18. Que os parâmetros efetivos de repasse do 23. Sendo assim, resta patente que os valores
ICMS para o Fundef seguem o seguinte critério: devidos ao Fundap, devem ingressar nos cômputos
para a educação.
a) deduz-se do ICMS global recolhido mensal-
24. Denota-se, assim, que o Governo do Estado
mente, a parcela correspondente ao ICMS-Fundap,
do Espírito Santo tem utilizado as verbas públicas,
de cujo resultado são repassados os 15% (quinze por
destinadas à educação, ao arrepio das normas cons-
cento) para o Fundef;
titucionais, conforme comprovação do Tribunal de
b) acresce-se a estes 15% (quinze por cento) Contas do Estado do Espírito Santo, aferida por meio
anteriores, mais 15% (quinze por cento) da cota do de parecer, in verbis:
ICMS-Fundap mensal pertencente aos municípios;
"1995 - Segundo parecer prévio n°
c) até o final de cada Exercício Financeiro, é re-
236/1996, do Tribunal de Contas do Estado,
passado ao Fundef o montante acumulado relativo
o Estado do Espírito Santo aplicou apenas
aos 15% (quinze por cento) das cotas-parte do
21,10%, se computados os valores de Fun-
ICMS-Fundap pertencente ao Estado, bem como os
dap e Fumes. Contudo, excluindo-se tais
resultantes da incidência do percentual de 15% (quin-
valores, o Estado teria gastado 30,13%.
ze por cento) sobre as receitas dos leilões do Fundap,
sob o rótulo de "Resíduos do Fundap". 1996 - No ano de 1996, o Estado do
Espírito Santo aplicou apenas 20,99%, se
d) O depósito dos 15% (quinze por cento) da
computados o Fundap e Fumes. Contudo,
cota-parte estadual do ICMSFundap na conta Fundef
excluindo-se tais valores, o estado teria gas-
só é efetuada no final do Exercício Financeiro, devido
tado 26,23%.
às postergações de prazo de recolhimento do impos-
to, as quais impedem a existência de saldos positivos 1997 - No ano de 1997, o Estado do
equivalentes em determinados meses. Espírito Santo aplicou apenas 20,39%, se
19. Destaca-se que a situação que se apresenta computados o Fundap e Fumes. Contudo,
no caso concreto é controvertida no âmbito do Direito excluindo-se tais valores, o Estado teria
Tributário, pois, denota-se o uso de estruturas legais gastado 30,24%"
fictícias para a burla de obrigações. 25. Entretanto, mesmo diante das constata-
20. Neste sentido, verifica-se que o Poder Públi- ções de irregularidades na aplicação das verbas pú-
co vem tentando burlar sua obrigação, tendo em vis- blicas, o Tribunal de Contas Estadual vem aceitando
ta, que se o tributo ingressasse nos cofres públicos, a exclusão do Fundap dos valores destinadas à
estaria vinculado aos gastos com a educação, bem educação, caracterizando a violação literal de prece-
como, impedido de ser vinculado a fundos ou despe- ito constitucional.
sas. 26. Em recente inspeção nas contas do Fundef
21. Ocorre que o ICMS ingressa, mesmo com os do Estado do Espírito Santo, o Departamento de
valores do Fundap, na condição de receita orçamen- Acompanhamento do Fundef ligado à Secretaria de
tária, que após aderir aos orçamentos, é destinado Educação Fundamental - SEF do Ministério da Edu-
para o Fundo, também como receita orçamentária, cação e Cultura - MEC, assim se posicionou, in ver-
prevista anualmente no orçamento estadual. bis:
Abnl de 2002 DI.\RIO DA ('.\MARA DOS IWPlH.\DOS QUlllla-l<:ira II
"De acordo com o disposto na Emenda 11I - Da Exibição de Documentos
Constitucional n° 14/96 e na Lei n° 9.424/96,
30. Ante os poderes constitucionais garantidos
15% do ICMS, juntamente com outras recei-
a esta Instituição, requer que seja requisitado ao Mi-
tas, entram na formação do Fundo de Ma-
nistério da Educação e Cultura - MEC os documen-
nutenção e Desenvolvimento do Ensino
tos referente a apuração efetuada pelo Departamen-
Fundamental e de Valorização do Magisté-
to de Acompanhamento do Fundef ligado à Secreta-
rio - FUNDEF, sendo essa parcela originá-
ria de Educação Fundamental- SEF daquele Minis-
ria do ICMS, disponibilizada pelo Governo
tério, referente a não destinação pelo Governo do
Estadual, para crédito nas contas específi-
Estado do Espírito Santo, dos percentuais fixados
cas do Fundo, nas mesmas datas em que
na Emenda Constitucional n° 14/96 e na Lei n°
são disponibilizadas as transferências das
9.424/96 à formação do Fundo de Manutenção e
quotaspartes do valor principal desse im-
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valo-
posto, devidas aos municípios.
rização do Magistério - FUNDEF, conforme relatório
Ao final do exercício é realizado o fe- resumido anexado ao presente pedido interventivo.
chamento das contas, comparando-se o va-
Iar total do ICMS disponibilizado (recolhido) Requerimentos
'a conta do FUNDEF no decorrer do ano, Ante todo o exposto, é a presente para reque-
com o valor correspondente a 15% da arre- rer:
cadação total desse imposto, efetivamente
realizado no mesmo ano, de acordo com a) Seja recebido o presente pedido interventivo
conforme exposto em todos os termos e fundamen-
dados constante do Balanço Anual apresen-
tos constante da presente peça;
tado pelo Governo Estadual ao Ministério da
Fazenda. b) Espera o ora denunciante, ante os termos
constante da presente peça, seja deflagrado proces-
Verifica-se uma diferença de so para Intervenção Federal no Estado do Espírito
R$69.956,3 mil que deverá ser redistribuída Santo, por descumprimento dos repasses obrigatóri-
à conta do Fundef. ..." os da educação estadual, conforme previsão estatu-
ída no art. 34, VII, e, da Constituição Federal de
27. Os fatos narrados no presente pedido in- 1988.
terventivo demonstram ainda, indícios de inobser-
vância dos ditames básicos da Administração PÚ- c) Requer seja requisitado ao Ministério da
blica do Estado do Espírito Santo, possivelmente Educação e Cultura - MEC os documentos discrimi-
praticando atos em sua administração de improbi- nados no item 111 do presente pedido de intervenção;
dade administrativa, ensejadores de responsabili- d) Requer ainda, a juntada dos documentos
zação, vez que fere de morte os princípios consti- anexados à presente peça, bem como, a juntada de
tucionais da legalidade e da moralidade adminis- novos documentos, e de outros que se fizerem ne-
trativa, além de ferir os dispositivos constituciona- cessários para demonstrar o alegado.
is já citados na presente peça.
Nestes Termos, Pede Deferimento.
28. Assim, os fatos ora enunciados reclamam
a ação imediata dessa Honrada Procuradoria Geral Vitória, ES, 3 de abril de 2002. - Alexandre
da República, a fim de impedir que mais ilegalidades Zamprogno, Advogado OABIES 7.364.
sejam cometidas no resguardo do princípio da lega- Procuradoria recebe pedido de intervenção
lidade, do erário e da moralidade pública, sob pena
de ruptura da ordem legal, com graves prejuízos fi- Márcio Castilho
nanceiros e administrativos para o Estado do Espíri- O Sindicato dos Trabalhadores em Educação
to Santo e aos serviços educacionais prestados pelo Pública do Espírito Santo (Sindiupes) protocolou on-
Estado. tem o pedido de intervenção federal no Estado. A
denúncia teve como base um relatório do Ministério
29. O comando constitucional existe, e este da Educação(MEC), revelando que R$ 69,9 milhões
sendo efetivamente aplicado pelas autoridades não foram aplicados no Fundo de Manutenção e
competentes, reverterá em maiores somas para Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valori-
os fins educacionais do Estado do Espírito Santo. zação do Magistério (Fundef) em 2000.
I'i36R QuiJlta-ICira 11 DIARIO DA ('AMARA DOS DEPUTADOS .'\hril de 2002
o Procurador da República do Espírito Santo, Trata-se do terceiro pedido de intervenção fe-
Edson Abdon Peixoto Filho, encaminha hoje um ofí- deral feito pelo mesmo motivo no Espírito Santo. O
cio, com a documentação apresentada pelo Sindiu- primeiro ocorreu em 1992, no Governo Albuíno Aze-
pes, para o procurador-geral da República, Geraldo redo, durante uma greve de professores. O outro foi
Brindeiro, em Brasília. feito no ano passado pelos partidos de oposição ao
Governo José Ignácio Ferreira, liderados pelo depu-
Descumprimento
tado federal Max Mauro.
"Se houver prova de infrigência à norma cons-
titucional, ele pode apresentar o pedido de interven-
Fundap
ção ao Supremo Tribunal Federal(STF). Não existe O presidente do Sindiupes, Arthur Viana Filho,
prazo", explicou Peixoto Filho. explicou que o Estado não repassa à educação a
Os recursos que não teriam sido repassados parte dos impostos de ICMS descontada das empre-
para a Educação são provenientes de uma parte de sas que fazem parte do Fundo de Desenvolvimento
impostos de ICMS descontada das empresas que das Atividades Portuárias(Fundap).
fazem parte do Fundo de Desenvolvimento das Ati- O Sindicato cita a Emenda Constitucional nú-
vidades Portuárias(Fundap). mero 14, que cria o Fundo de Manutenção e Desen-
De acordo com o Sindiupes, o Estado teria volvimento do Ensino Fundamental e Valorização do
descumprido o repasse obrigatório de 25% da recei- Magistério (Fundef) e estabelece a intervenção fe-
ta total resultante dos impostos, para a Educação."A deral, caso não seja cumprido o Artigo 34 da Consti-
Emenda 14 do artigo 34 da Constituiçaõ Federal tuição Federal. Este artigo prevê o repasse obrigató-
justifica a intervenção caso o Estado não aplique os rio de 25% da receita total resultante de impostos
percentuais mínimos", afirmou o presidente do Sín- para a Educação.
diupes, Arthur Viana Filho. "Do ICMS arrecadado através do Fundap, 25%
Ele esteve ontem na Secretaria de Estado da são repassados aos municípios e o restante retorna
Fazenda para concluir um parecer sobre as cotas de às empresas em forma de empréstimo. Não é feito
2001. Os dados serão apresentados hoje, durante a nenhum repasse para a Educação. O que temos
reunião do Conselho de Acompanhamento do Fun- agora é um documento de um órgão federal ates-
def,às 14 horas, na Secretaria de Estado da Educa- tando que esta distribuição é inconstitucional, pois
ção(Sedu). não comtempla a Educação", explicou Artur. O se-
cretário estadual de Educação, Stélio Dias, não foi
O Secretário de Educação, Stélio Dias, foi pro- encontrado pela reportagem para falar sobre o as-
curado durante toda a tarde de ontem pela reporta- sunto.
gem, mas não foi localizado. A assessoria de im-
prensa da Sedu também não soube informar onde A SRA. MIRIAM REID (Bloco/PSB-RJ. Sem
estava o secretário. revisão da oradora.) - Sr. Presidente, colegas
Deputados, sou do interior do Estado do Rio de
Pedida intervenção federal no Estado Janeiro e durante os meus vinte anos de vida
Luciana Lima pública, como Vereadora, com dois mandatos no
Município de Macaé, e como Deputada Estadual,
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação sempre denunciei o abandono, o descaso e a
Pública do Espírito Santo(Sindiupes)vai entrar com verdadeira retaliação sofrida pelo nosso povo.
um novo pedido de intervenção federal, alegando
que o Estado não repassa o percentual dos impos- Em 1975 houve a fusão do Estado da Guana-
tos, exigido por lei, para a Educação. O pedido será bara com o do Rio de Janeiro. Os Governadores,
entregue na Procuradoria da República no Espírito sempre atentos aos problemas do Grande Rio e da
Santo, às 16 horas de hoje. Capital, conseguiram impedir o desenvolvimento do
interior do Estado.
O Sindiupes se baseia em um relatório do Mi-
nistério da Educação (MEC), que consultou a Secre- Por essas razões, testemunho hoje, com muito
taria do Tesouro Nacional e verificou uma diferença orgulho, desta tribuna, que o Governador Anthony
entre o total repassado e o que deveria ter sido des- Garotinho conseguiu, em três anos e três meses à
tinado à Educação na ano de 2000. Esta diferença, frente do Governo do Estado do Rio de Janeiro,
segundo o relatório do MEC, é de R$69,9 milhões. acabar com esse problema. Foi o primeiro Governo
.\bril (k 2002 UI.\RIO DA CAM.\R.\ DOS DFl'lIL\DOS Quinta-feira II I 'i~6l)
que realmente trabalhou para os 92 Municípios do Sr. Presidente, promoveu-se igualmente a re-
Estado do Rio e consolidou a fusão. cuperação de áreas degradadas, como o Trevo das
Missões, em que eram comuns os barracos de pa-
O Governo Garotinho representou efetiva mu- pelão, e a Favela do Lixão. Foram construídas no-
dança para o Estado como um todo: ressuscitou o vecentas casas populares no Trevo das Missões e
interior, investindo nas vocações econômicas regio- outras seiscentas no Lixão, além de redes de água
nais, atraindo empreendimentos e gerando empre- e esgoto, creches e escolas. A Baixada ganhou ain-
gos, recuperando mais de 2.500 quilômetros de es- da o Hospital de Nilópolis, os restaurantes populares
tradas para o escoamento da produção agrícola e o de Duque de Caxias e Nova Iguaçu e a nova aduto-
desenvolvimento do turismo. Mais do que isso, ra que resolverá os problemas da falta de água na
transferiu recursos mediante convênios para mais região e quadruplicará o abastecimento, que passou
de quarenta Municípios, por meio do Programa de de 2 mil para 8 mil litros de água por segundo.
Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios do Interi-
or. Sr. Presidente, trata-se de um Governo que
não só investiu na recuperação da economia, mas,
Sr. Presidente, ressalto o investimento feito na acima de tudo, na qualidade de vida da população.
agricultura, que, pela primeira vez, passou a ser pri-
oridade no Governo Estadual, por meio do Progra- Por isso nós, do PSB, temos orgulho de apre-
ma Frutificar, para o desenvolvimento da fruticultura sentar ao País uma candidatura que responderá aos
irrigada, o que está mudando a paisagem do norte e grandes anseios da população. A vocação agrícola
do noroeste do Estado. do Brasil está completamente desprezada, a exem-
plo do que acontecia anteriormente no interior do
O Frutificar financia a produção com juros de Estado do Rio de Janeiro.
2% ao ano, a menor taxa do Brasil, e garante a
compra dos produtos. Hoje, a fruticultura irrigada Çom muito satisfação, mais uma vez, apresen-
está em franca evolução, porque emprega mais de tamos o testemunho vivo e real do que mudou no
18 mil pessoas, com quase 4 mil hectares cultiva- Estado e do que precisa mudar no Brasil.
dos, e torna-se rapidamente a principal atividade O SR. MARCOS AFONSO (PT-AC. Pronuncia
econômica da região. o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.
Parlamentares, venho a esta tribuna para divulgar
Por meio do Sistema Moeda Verde, o Governo
em todos os meios de comunicação desta Casa que
Estadual abriu linhas de crédito no Banco do Brasil,
a Secretaria de Produção do Acre - SEPRO se or-
implantando também os Programas Rio Café, Rio
ganiza para lançar o Pró-Florestania, conjunto de
Leite e Rio Cana, para desenvolvimento das tradici-
programas dirigidos para comunidades tradicionais
onais culturas no Estado.
e pequenos produtores.
A exemplo do que ocorreu no interior, o Gover-
Com recursos do Banco Interamericano de De-
no Anthony Garotinho também teve forte impacto na
senvolvimento - BID, o Pró-Florestania investirá, em
Baixada Fluminense, transformada em grande can-
cerca de quatro anos, 15,5 milhões de dólares no
teiro de obras. No total, cerca de um bilhão de reais
desenvolvimento dessas comunidades. Reunidos
está sendo investido na região em obras de sanea-
em associações ou cooperativas, os produtores te-
mento e infra-estrutura urbana, construção de hospi-
rão acesso a linhas de crédito para aquisição de
tais e restaurantes populares.
máquinas e equipamentos de uso mútuo.
O Governo Anthony Garotinho retomou o Pro-
Exemplifica o Secretário de Produção José
grama Nova Baixada, cujos investimentos são finan-
Rêgo:
ciados pelo BID e somam mais de 170 milhões de
dólares destinados à urbanização de seiscentas "Comunidades rurais organizadas em
ruas, incluindo drenagem e sistemas de água e es- associações, cooperativas e grupos de pro-
goto, nos Municípios de São João de Meriti, Belford dutores podem acessar os recursos para
Roxo, Duque de Caxias, Mesquita e Nova Iguaçu. desenvolver projetos produtivos, especial-
Tai medida beneficiará 800 mil pessoas. Os bairros mente de infra-estrutura produtiva. Por
ainda ganharam creches, postos de saúde, limpeza exemplo, aquisição de armazéns, projetos
urbana, além de programas de educação sanitária e de agroindústrias e agroflorestais, veículos
geração de renda. de transportes, viveiros de mudas, culturas
15370 QUlJlta-lCira II ])L\RIO IH CAMAR.\ DOS DH'lJT.\DOS .\bril d" 2002
permanentes, aqulslçao de pequenos ani- nagem. Refiro-me ao Centro Comunitário Maranata
mais e pequenos embarcadouros". de São Paulo.
o Projeto BID, segundo o Secretário, pretende Srs. Deputados, neste início de novo milênio,
contribuir de forma significativa para o desenvolvi- em que verificamos o processo de globalização to-
mento econômico e social do Estado, gerando empre- talmente excludente, que se constitui numa séria
gos, renda e melhoria da qualidade de vida para a po- ameaça ao horizonte da humanidade, é nossa obri-
pulação. Isso será possível por meio de investimentos gação valorizar as iniciativas das pessoas e entida-
em setores estratégicos que vão aumentar a qualida- des que, voluntariamente, prestam serviço social em
de e a produção agropecuária e florestal do Acre. O nosso País. E é exatamente com esse intento que
Banco também financiará outros programas, maiores uso a tribuna desta Casa para expressar o meu re-
que o Pró-Florestania, mas conectados à proposta de conhecimento a essa instituição que merece todo o
desenvolvimento sustentável. nosso respeito e admiração.
O Centro Comunitário Maranata de São Paulo
Numa primeira fase, prevista para se concreti-
nobres Deputados, é mantido pelo trabalho voluntá~
zar nos próximos meses, o BID investirá 108 mi-
rio da comunidade católica e visa a promover en-
lhões de dólares nos programas, projetos e subpro-
contros de casais, de jovens e de crianças, desen-
jetos, entre eles a implantação de quatro florestas
volvendo seu trabalho nas mais variadas situações,
públicas para gerar produtos madeireiros e não-ma-
na criação e no fortalecimento de vínculos, na pro-
deireiros. Sua exploração será realizada de forma
moção humana e na busca de soluções de proble-
sustentável, mediante autorização do Governo, por
mas de relacionamentos, de alcoolismo, de tóxico,
cooperativas, empresas madeireiras locais e indús-
de desamparo social e psicológico. E o faz prestan-
trias que se instalem no Acre. Tudo ocorrerá sob a
do atendimento através de uma creche e de um
fiscalização do Estado, que vai criar parques ecoló-
centro de juventude, que atendem diariamente 270
gicos e colaborar para que as instituições tenham
crianças e adolescentes em situação de risco social
condições de gerenciar, executar e fiscalizar os pro-
e suas famílias, beneficiárias de algum tipo de ação.
gramas e investimentos, que incluem também a es-
truturação do Instituto de Terras do Acre - Eis o poderoso tripé que serve de lema ao
ITERACRE e a regularização de 5,7 mil proprieda- Centro Comunitário Maranata:
des rurais nas regiões de Tarauacá e Vale do Juruá. "Sempre, e não apenas quando eu
No total, o BID aplicará 232 milhões de dólares no quero; imediatamente, porque quem precisa
Estado. não pode esperar; e com alegria, pois nin-
Sr. Presidente, era o que tínhamos a dizer so- guém gosta de ser servido de má vontade".
bre tão relevante tema. Sem dúvida nenhuma, isso representa resulta-
Aproveito a oportunidade para encaminhar à dos diários e visíveis para uma população de excluí-
Mesa requerimentos em que solicito informações dos da cidade de São Paulo, constituindo-se assim
aos Srs. Ministros do Meio Ambiente e da Saúde. num claro sinal de resistência e esperança de pes-
soas que, na sua luta pela sobrevivência, baseadas
Muito obrigado. na solidariedade e no trabalho voluntário, criam al-
O SA. DA. EVILÁSIO (Bloco/PSB-SP. Pronun- ternativas de resposta às suas necessidades.
cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Cen-
Srs. Deputados, o Papa João Paulo II disse, muito tro Comunitário Maranata de São Paulo, como des-
sabiamente, que o futuro da sociedade passa pela taquei no início de minha fala, tem como prioridade
família. a família como um todo. Procura, através dos seus
projetos, dar respostas a seus desafios e realizar
Com base nesse pensamento, existe na cida-
seus valores. Para isso atua em duas linhas bási-
de de São Paulo um movimento leigo de orientação
cas: o relacionamento interpessoal entre marido e
e apoio aos valores da família, com personalidade
mulher, pais e filhos, e o desenvolvimento das pes-
jurídica e sem fins lucrativos. Levar Cristo às famíli-
soas como indivíduos, atendendo às suas necessi-
as e as famílias a Cristo é a razão primordial de sua
dades físicas, espirituais e psicológicas.
existência, no pleno respeito à liberdade e à digni-
dade da pessoa humana. E é para esse movimento Para o primeiro ponto aqui destacado essa ins-
que presto a minha modesta, porém sincera, home- tituição realiza encontros para casais, jovens, ado-
Abril de 2002 DL\RIO 1>.\ c.\MAR.\ f)OS !JEPUL\f)OS (,!lIl111a-klra II 15.HI
lescentes e crianças, desenvolvendo a partir daí um O nome do Centro Comunitário Maranata foi
vasto programa de acompanhamento. Quanto à pro- inspirado na expressão bíblica Marana thá, de ori-
moção humana, essa valorosa entidade mantém gem aramaica, língua falada por Jesus Cristo, e que
uma creche que atende diariamente noventa crian- significa "Vinde, Senhor".
ças carentes de O a 6 anos de idade, que recebem, Desejo sinceramente, Srs. Deputados, que o
além de atendimento médico, psicológico, odontoló- espírito de Deus continue abençoando esse traba-
gico e fonoaudiológico, atendimento geral da melhor lho e, sobretudo, que eles sirvam de exemplo, para
qualidade. As crianças que saem da creche, por te- que cada um de nós, oxalá, se empenhe cada vez
rem alcançado a faixa etária limite, são absorvidas mais na construção de uma sociedade mais justa,
pelo Centro da Juventude, obra que funciona em mais pacífica e melhor para se viver.
parceria com a Sociedade Beneficente Santo Expe-
dito. Além de receber alimentação, essas crianças Sr Presidente, por tudo o que aqui expus, de-
são acompanhadas na realização de suas tarefas sejo que fique consignado nos Anais desta Casa o
escolares e encaminhadas para uma pré-profissio- reconhecimento deste Deputado, em nome do povo
nalização, incluindo-se noções de informática. Têm do Estado de São Paulo, ao Centro Comunitário
à sua disposição uma formação humana global, Maranata, à pessoa de seu ilustre presidente, Padre
através da qual são resgatados a consciência críti- Antônio Marcos Girardi, e à sua equipe.
ca, o ideal de cidadania e a ética em sua conduta O SR. IVAN PAIXÃO (Bloco/PPS-SE. Pronun-
diária, o que as torna co-responsáveis no processo cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e
do seu crescimento e desenvolvimento pessoal. Srs. Deputados, os Ministros da Saúde, Barjas Ne-
"Quero ar novo". Essa frase, Srs. Deputados, gri, e da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, assinaram,
dita pelo Papa João XXIII ao abrir as janelas de sua na última quinta-feira, 4 de abril, portaria que cria o
sala de aula, tornou-se quase profética. A humanida- Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário.
de sempre precisa disso, não pode esquecer-se da
De acordo com o Ministério da Saúde, a medi-
necessidade do entusiasmo e da renovação. E com
da beneficiará cerca de duzentos mil presos, e tem
esse pensamento o Centro Comunitário Maranata de
como prioridades: a oferta de ações básicas de saú-
São Paulo não se acomoda. Atualmente, visando am-
de, a reforma de ambulatórios, a aquisição de equi-
pliar o seu atendimento, está construindo um novo re-
pamentos, o fornecimento de remédios, as imuniza-
feitório e mais uma nova sala de aula, cujas obras de-
ções e a coleta de exames laboratoriais.
verão ser entregues até o final deste mês, além de es-
tar programando a construção de um Centro-Dia, em Para garantir as ações, os Ministérios da Saú-
que receberá pessoas idosas carentes. de e da Justiça aplicarão 18 milhões de reais por
ano para expandir e melhorar a assistência e a saú-
Por último, não posso deixar de, publicamente,
expressar o meu orgulho por uma pessoa abnegada, de da população carcerária. São 12,9 milhões de re-
com incrível poder de realização, que pauta suas ais do Ministério da Saúde e 5,1 milhões de reais da
Pasta da Justiça.
ações diárias pelo seguinte pensamento:
Para atendimento dos presos, cada presídio
"Tudo o que contém nossa energia deverá contar com uma equipe integrada formada
deve estar sempre em movimento, nunca por um médico, um enfermeiro, um dentista, um psi-
esquecido num armário. É importante man- cólogo, um auxiliar de enfermagem, um auxiliar de
ter sempre a terra revolvida, a onda com es- consultório odontológico e um assistente social.
puma, a emoção em movimento. O universo Cada equipe de saúde será responsável por qui-
inteiro se move. Não podemos ficar para- nhentos presos. Agentes promotores de saúde, re-
dos". crutados entre pessoas presas, atuarão sob a su-
pervisão dessas equipes e terão direito à remissão
Refiro-me, Srs. Deputados, ao Padre Antônio de pena definida pelo juiz.
Marcos Girardi, que, na qualidade de presidente do Cada presídio contará com serviço médico in-
Centro Comunitário Maranata de São Paulo, junta- terno, disponibilizado pelo SUS, para tratamento
mente com a sua equipe, com garra, abnegação, dos detentos e prevenção de doenças. A população
bondade, seriedade e esmero, presta notável e fun- carcerária passará a ser vacinada regularmente
damentai trabalho educacional e social à cidade de contra doenças como a hepatite, influenza e tétano.
São Paulo. Serão desenvolvidas também ações para promoção
I -,0,72 QUlllta-l~ira 1I mARIo DA ('AMARA DOS DEPUl :\DOS ,\hril dI.: 2002
da saúde, em especial a manutenção de condições a Justiça financiava 100% das despesas com saúde
saudáveis de confinamento, cuidados com alimenta- dos presos.
ção e realização de atividades físicas. Ainda deverá Nesta linha de pensamento, outros setores,
ser organizado um sistema de informação com da- como educação, poderão pleitear recursos do SUS,
dos sobre a saúde da população penitenciária. considerando-se, por exemplo, a necessidade de
Além da verba inicialmente disponibilizada, o atendimento médico dos alunos enquanto presentes
Ministério da Justiça aplicará outros 6,2 milhões de nas escolas.
reais em reformas e aquisição de equipamentos e Em princípio não houve aporte extra de recur-
aparelhos de ambulatórios. O Ministério da Saúde sos para o desenvolvimento dessas ações, o que
fornecerá periodicamente para cada presídio um kit significa que alguns programas/atividades dirigidos
com os medicamentos básicos mais usados pelos à população não carcerária serão prejudicados.
pacientes em presídios.
A população confinada no Sistema Penitenciá-
Caberá aos Estados a contrapartida financeira rio Nacional está estimada em cerca de 216.780 in-
aos recursos do Governo Federal para a capacita- divíduos, sendo 146.564, distribuídos nos presídios
ção e pagamento das equipes de atenção básica das 26 Unidades Federadas e Distrito Federal, e
atuantes nos presídios, contratação e controle dos 31.285 jovens abrigados em regime fechado para
serviços de referência sob sua gestão, entre outras medidas socioeducativas. O Estado de São Paulo
despesas. As Secretarias de Saúde serão respon- possui a maior população presidiária do País, cerca
sáveis também pela gestão do Plano no Sistema de 57.022 indivíduos, seguido do Rio de Janeiro,
Penitenciário Estadual. Elas deverão, ainda, formu- com 17.037 e do Rio Grande do Sul, com 13.030.
lar com as Secretarias de Justiça um projeto estadu- Juntos, estes Estados concentram cerca de 59% do
al que apresentará as metas de atendimento e pro- total da população estimada. Mais uma vez, a aloca-
moção da saúde nos presídios. ção de recursos da esfera federal segue justamente
para os três Estados que já dispõem de maior per
Avaliação crítica.
capita para atenção no Sistema Único de Saúde:
A Portaria Interministerial n° 628, no art. 5°, São Paulo (per capita de R$79,98); Rio de Janeiro
cria o Incentivo para Atenção à Saúde no Sistema (per capita de R$104,46); e Rio Grande do Sul (per
Penitenciário no valor de R$105,00 per capita/ano, capita de R$103,93). Este fato acentua ainda mais
cabendo ao Ministério da Saúde financiar o corres- as diferenças estaduais e regionais de alocação de
pondente a R$75,00 per capita/ano e, ao Ministério recursos federais.
da Justiça, o correspondente a R$30,00 per capi- Acrescente-se também que é nas Regiões
ta/ano. Nordeste e Norte que se localiza a maior parcela da
O problema é que o total de recursos per capi- população que depende exclusivamente do SUS,
ta repassados pela esfera federal para atendimento enquanto nas demais, sobretudo, a Região Sudeste,
ambulatorial, emergencial e hospitalar do restante parcela considerável da população tem acesso alter-
da população é de apenas R$73,16 per capita/ano. nativo através do segmento de planos e seguro-saú-
Varia de R$104,46 - no Estado do Rio de Janeiro, de custeados, pelo menos parcialmente, por empre-
que tem o maior per capita do País - a R$47,39, sas empregadoras.
alocados para o Estado do Amazonas. Ainda que a eqüidade no atendimento esteja
implícita nas normas constitucionais quando se fala
O Incentivo para Atenção à Saúde no Sistema
em atendimento igualitário, o conceito e as conse-
Penitenciário destina-se apenas às ações de promo-
qüências de sua aplicação têm sido pouco discuti-
ção da saúde e de atenção no nível básico. No ano
dos. Hoje, diferentemente de um passado não muito
passado o valor do PAB-A para atender a um elen-
distante, em que as negociações sobre repasse de
co ampliado de procedimentos de atenção básica foi
recursos se faziam caso a caso, temos foros ade-
fixado em apenas R$10,50.
quados para estimular essa discussão (ClT, CNS,
Observa-se uma certa retração de recursos do CIB, CES, CONASS, CONASEMS etc.) Contudo,
Ministério da Justiça. Ou então, por que cabe ao Mi- estes fóruns muitas vezes não são ouvidos ou se-
nistério da Saúde financiar R$75,OO per capita/ano quer consultados. A Portaria Interministerial n.o 628
e ao Ministério da Justiça o correspondente a R$ estabelece no art. ]O que as Secretarias Estaduais
30,00 per capita/ano? Anteriormente, bem ou mal, de Saúde participarão do financiamento do Plano
Abril de 2002 m\RI() DA ('.\MARA DOS DHUT.\DOS Yllinla-l'eira II I )~73
Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário, defi- Aedes aegypti não conhece fronteiras entre os Esta-
nindo as suas contrapartidas. Mas pelo menos este dos.
aspecto não foi discutido no CONASS, na ClT ou
A decisão foi tomada sem a participação dos
em qualquer outro fórum de negociação.
gestores estaduais e municipais do SUS, sem o co-
É difícil estimar, com precisão, o montante de nhecimento do Congresso Nacional, tampouco do
recursos adicionais que a aprovação da EC n° 29 Conselho Nacional de Saúde, órgão de controle so-
trará ao sistema público de saúde, uma vez que, em cial. Após assinar essa medida o Ministro da Saúde,
última instância, esses recursos dependerão da evo- desconsiderando a epidemia de dengue que se
lução das receitas públicas, no caso de Estados e alastra pelo País, afastou-se do cargo para candida-
Municípios, e do crescimento econômico, no caso tar-se às próximas eleições.
de recursos da União. Portarias como a Interministe-
rial n° 628 poderão desviar legalmente recursos da E, dessa forma, cada vez mais, a população é
saúde para outros órgãos e, ainda assim, estes re- convocada a colaborar para a solução dos proble-
cursos poderão ser considerados como gastos em mas do País. Nada mais natural e positivo, se não
saúde para efeito do cumprimento da EC nO 29. fosse o excesso de atribuições transferidas do Go-
verno. No caso da crise energética, por exemplo,
Passo a abordar outro assunto, Sr. Presidente. além da obrigação de economizar energia, os con-
sumidores ainda terão de arcar com os prejuízos
Uma das caracteristicas dos países da Améri-
que as distribuidoras tiveram com o racionamento,
ca Latina é a associação entre extrema desigualda-
pagando tarifas mais altas.
de e intensa pobreza, aliada à incapacidade dos di-
versos modelos econômicos, historicamente adota- Agora, com a epidemia da dengue, as autori-
dos, em minorar essa condição. dades depositam grande parte da responsabilidade
As políticas de estabilidade econômica preco- pelo controle da doença na população. O povo tem
nizadas pelos organismos financeiros internacionais sido sempre cotado como principal agente solucio-
e adotadas no Brasil promoveram a estabilidade nador de problemas. Mas existem serviços que de-
monetária e, ao restringirem o crescimento econômi- veriam ser oferecidos pelo Governo.
co, intensificaram a situação preexistente de pobre- Uma das mais perversas conseqüências da
za e desigualdade. política adotada pelo Ministério da Saúde tem sido a
Tais políticas foram assentadas em concep- de desprezar uma série de profissionais com tradi-
ções que promoveram a instabilidade no emprego e ção no controle de doenças. Em nome da descen-
a diminuição da remuneração pelo trabalho. Em tralização, houve a destruição de uma série de insti-
conseqüência, o setor de saúde brasileiro está re- tuições básicas que garantiam continuidade e com-
pleto de bóias-frias, agentes de saúde que ainda promisso com as ações de saúde da população e
não têm sua profissão sequer regulamentada, rece- que não podem ser objeto de esquemas políticos.
bendo salários aviltantes e treinamento técnico insu-
A descentralização promovida pelo Governo
ficiente para as responsabilidades que lhes são atri-
Federal, em que pese os benefícios que gradual-
buídas.
mente estão sendo conquistados, está alicerçada
Os contratos de terceirização estão presentes em um poder local nacionalmente heterogêneo, c1i-
desde o alto nível salarial até os vencimentos mise- entelista e dependente político.
ráveis dos agentes de saúde, justificados por uma
Um plano elaborado pela equipe do Ministro
lógica de eficiência ou de impossibilidade de contra-
Jatene, para combate da dengue, envolvia oito Mi-
tos diretos.
nistérios e um investimento de 4,5 bilhões de reais
Nesta perspectiva o Ministério da Saúde publi- em três anos. O plano previa ações de saneamento,
cou no Diário Oficial da União, semana passada, a vigilância de portos, aeroportos e fronteiras, amplia-
Medida Provisória nO 33 que, na prática, extingue a ção da estrutura para o controle da doença, entre
Fundação Nacional de Saúde - instituição federal outras atividades. Na ocasião, a dengue ainda podia
responsável pelo controle das doenças transmissí- ser controlada - o ano de 1996 terminou com 183
veis -, justamente no momento em que a epidemia mil casos notificados e a doença estava restrita a
de dengue exige articulação das três esferas de go- dois sorotipos: 1 e 2, concentrando-se em apenas
verno, sobretudo do nível federal, uma vez que o dezessete Estados.
15374 Quinta-li:ira Ii mARIO DA ('AMARA DOS DEPUTADOS Abril de 2002
Faltavam recursos para investir no combate à 541,7 milhões de reais em verbas públicas que pre-
dengue e para dar sustentabilidade às ações de sa- cisam entrar em circulação até junho deste ano, se-
úde, alegava a maior parte daqueles envolvidos gundo o cronograma do Governo na conta Restos a
com a questão. "Como arrumar R$4,5 bilhões?", Pagar.
perguntou o Ministro José Serra. É o artifício contábil que permite ao Ministério
Como ex-Ministro da Fazenda, José Serra de- gastar até quinze meses depois o dinheiro previsto
veria saber que apenas no ano de 2001 a União no ano anterior. O prazo coincidirá com as visitas
gastou 52,8 bilhões de reais com juros e 54,6 bi- que o Senador José Serra fará aos Estados e Muni-
lhões de reais com amortização da dívida. Aliás, cípios. Ele deixou o Governo na semana passada,
este esforço também não parece ter sido muito pro- mas poderá participar da inauguração de obras,
dutivo, pois o valor da dívida consolidada da União como convidado, até junho, quando termina o prazo
permanece na casa de um trilhão de reais. De 31 de para o repasse de recursos federais. A partir daí,
dezembro de 1999 a 31 de dezembro de 2001, o qualquer liberação levanta a suspeita de uso da má-
crescimento da dívida consolidada foi de 352 bi- quina federal em benefício do candidato.
lhões de reais. Esse é um poderoso arsenal de marketing.
A análise da Comissão de Orçamento e Finan- Aliás, os gastos com propaganda do Governo Fede-
ciamento do Conselho Nacional de Saúde diz que: ral aumentaram 13,9% no ano passado em relação
"(...) nos dez primeiros meses de 2001 a 2000. O Ministério da Saúde ficou com a maior
parte do dinheiro gasto com propaganda em dezem-
foi pago de Encargos Financeiros da União
bro: 19,6 milhões de reais, ou 17,6% do total do
montante muito superior ao triplo do orça-
mento anual do Ministério da Saúde". mês. No orçamento de 2002, há uma verba de 147
milhões de reais para gastos com comunicação de
E a CPMF? Esse imposto infelizmente não sig- governo.
nificou aporte adicional de recursos para a saúde,
Mas agora, durante a epidemia de dengue que
conforme previsto durante a sua aprovação no Con-
se alastra por todo País e após a adoção de uma
gresso. Significou apenas uma fonte substitutiva, ou
série de medidas amargas, para conseguir o ajuste
seja, na medida em que o Governo arrecadava e re-
fiscal o Governo Federal anuncia uma série de inici-
passava para a saúde recursos da CPMF, retirava re-
ativas para beneficiar a população carente.
cursos da União, que deveria continuar aplicando. Ele
dava com uma mão e retirava com outra - conforme O programa "Vale-Voto", do Governo, inclui
ditado popular. Mas a população foi quem ficou até itens distintos como remédios grátis, redução do
hoje com o prejuízo de pagar mais imposto. preço da gasolina, aumento do salário mínimo, cor-
Apenas para dar uma noção da magnitude de reção da tabela do Imposto de Renda, auxílio-gás,
recursos arrecadados pela CPMF, o Presidente Fer- bolsa-escola, bolsa-alimentação, entre outros. Mui-
nando Henrique Cardoso, ao apresentar sua longa tas das medidas precisam ainda da aprovação do
lista de projetos para votação no Congresso Nacional, Congresso Nacional, mas conseguir apoio dos Par-
ainda em 2002, alertou: lamentares em medidas populares parece não ser
problema para o Governo.
"( ... ) medidas como a prorrogação da
CPMF, se não votadas, causam ao País" - Os métodos existentes para a extinção dos
uma vez que este imposto já não é aplicado agentes patogênicos ou seus vetores desconside-
mais integralmente apenas na saúde - "um ram as determinações sociais, políticas, econômi-
prejuízo de R$ 400 milhões semanais". cas, culturais e ambientais para o seu desenvolvi-
mento e elege as pragas como as causas das epi-
Como agravante, prejudicando os Governos demias' quando se sabe que são também conse-
Estaduais e Municipais na adoção de medidas para qüências.
o combate de uma série de patologias, o Governo
Que a população consiga perceber isso antes
Federal ainda utilizou a estratégia de reter recursos
das eleições.
para liberar na passagem do ano.
Nos últimos dias de 2001, o Ministério da Saú- Muito obrigado.
de assinou nada menos que 4.265 convênios com O SR. ADÃO PREITO (PT-RS. Sem revisão
Prefeituras, Governos Estaduais, universidades e do orador) - Sr. Presidente, prezados colegas, ve-
entidades filantrópicas. Esses convênios somam nho à tribuna, mais uma vez, falar sobre o plantio de
Ahril d\: 2002 DL\RIO DA (·.\M.\R.\ DOS DFPUL\DOS QUlllla-l\:ml II 1'517'5
produtos transgênicos, cuja liberação, hoje proibida Quero entregar a V.Exa., para que fique con-
no Brasil, é pleiteada por alguns produtores. signado nos Anais desta Casa, documento feito por
cientistas - um professor da Universidade de Santa
Registro que se encontra em tramitação na
Catarina e outro da Universidade de Nova Iorque -
Casa projeto de emenda à Constituição de minha
confirmando que a soja transgênica tem rendimento
autoria sobre o assunto. Nele estabeleço que a terra
menor do que a soja normal: ela é menos resistente
em que for plantado produto transgênico deve ser
à seca, é mais precoce. Há pragas que não atacam
desapropriada para fins de reforma agrária. A Cons-
a soja natural, mas atacam a transgênica. Portanto,
tituição Federal prevê que a terra em que forem cul-
economicamente, ela não é viável; e aqui está a
tivados produtos psicotrópicos, como maconha, po-
prova científica disso.
derá ser desapropriada, visto que o plantio desse
tipo de produto é proibido. Logo, quem planta produ- Sr. Presidente, era o que tinha a dizer e muito
tos transgênicos também deve perder o direito de obrigado.
posse da sua propriedade. DOCUMENTO A QUE SE REFERE O
Não somos contra a modernidade e o avanço ORADOR
da tecnologia. Queremos apenas ter a segurança de RELATÓRIO SOBRE A SITUAÇÃO DE
que essa nova modalidade de grão não trará prejuí- LAVOURAS DE SOJA DA REGIÃO DE PALMEIRA
zo à saúde, à flora, enfim, ao meio ambiente. Precí- DAS MISSÕES, RS, SAFRA 2001/2002, CULTIVADAS
samos dessa garantia. Enquanto isso não for feito, COM CULTIVARES CONVENCIONAIS E COM
nosso Governo não pode, de maneira alguma, per- CULTIVARES TRANSGÊNICAS
mitir que esse produto seja plantado no País. Rubens Onofre Nodari, professor de Genética
Sr. Presidente, prezados colegas, países da e Melhoramento da Universidade Federal de Santa
Europa, tecnicamente muito mais avançados do que Catarina (nodari@mbox1 .ufsc.br) e Deonisio Des-
nós, estão comprando soja do Rio Grande do Sul, tro, professor de Genética e Melhoramento da Uni-
onde há uma área praticamente livre de transgêni- versidade Estadual de Londrina (ddestro@uel.br)
co, já que o Governo Estadual tem realizado grande Introdução
campanha contra seu plantio. Os europeus, princi- Este relatório está baseado nos levantamentos
palmente franceses, estão pagando até 50% a mais feitos em nove lavouras e nas informações coleta-
pelo produto, na certeza de estarem adquirindo soja das em uma reunião com agricultores, ambos reali-
orgânica, sem mistura transgêníca. Então, se os eu- zados no período de 5 a 6 de março de 2002, na re-
ropeus, tecnicamente mais desenvolvidos do que o gião de Palmeira das Missões, RS.
Brasil, preferem soja orgânica, certamente soja
O convite foi feito pelo Movimento dos
transgênica causa grande prejuízo à saúde humana.
Pequenos Agricultores -MPA- que tem o contato
Sabemos que as plantas, pelas leis da nature- com os pequenos agricultores da região, face ao
za, têm possibilidade de cruzamento. Por exemplo, fato de que ao semearem sementes de cultivares de
se plantarmos milho ou pipoca na mesma área e Soja, supostamente transgênicas, verificaram
que floresçam na mesma época, a própria natureza muitos problemas como baixa percentagem de
se encarrega de fazer o cruzamento. germinação, precocidade no florescimento e pouco
Se se plantar abóbora e melancia, juntas, nas desenvolvimento vegetativo e consequentemente,
proximidades, a natureza se encarregará de fazer o esperança de rendimento reduzido. A Organização
cruzamento das plantas. Agora, se plantarmos feijão Action Aid apoiou a iniciativa.
juntamente com mandioca, pelos métodos normais, Para avaliar estas questões, foi estabelecido
não haverá cruzamento. No laboratório, porém, isso de comum acordo a realização desta visita, com a fi-
é possível. Então, a nova planta vai cruzar-se com o nalidade de identificar as principais hipóteses sobre
quê? Os cientistas ainda não descobriram qual cru- as causas dos problemas identificados pelos agricul-
zamento pode ser feito, assim há o perigo da nossa tores.
flora ser contaminada, sem falar na saúde. Metodologia
Sr. Presidente, um dos argumentos dos defen- o trabalho foi dividido em duas partes. Inicial-
sores dos transgênicos é que ainda não temos cien- mente foi feito o levantamento de campo que consis-
tificamente nada que comprove a inviabilidade do tiu-se da visita a propriedades, entrevista com o pro-
produto. Mas agora temos. dutores, coleta de dados relacionados ao cultivo, re-
15~76 Quinta-feira Ii Dl.\RIO IH ('AMARA DOS IWPUTADOS Abril de 2002
gistro fotográfico e coleta de tecidos foliares. Os dados maior latitude, Argentina no caso. Assim, quando
coletados foram os seguintes: nome do Município, cultivadas em latitudes menores (neste caso, RS,
nome do produtor, nome da cultivar, região de origem mais ao norte), como o comprimento do dia no pe-
do cultivar, área cultivada, quantidade de semente uti- ríodo de cultivo é menor, as plantas respondem a
1izada' vendedor da semente, data da semeadura, este sinal e entram em floração mais precocemente
data do florescimento, distribuição das chuvas, aduba- do que se estivem sendo cultivadas em locais cuja
ção utilizada, número e época de aplicações e dose quantidade de horas de luz fosse maior (Argentina).
do herbicida Roundup, reação das plantas daninhas, Desta forma, seu desenvolvimento é reduzido e a
altura média das plantas de soja e outras informações produtividade baixa.
relacionadas ao cultivo e o motivo da escolha da culti- Além deste problema, em pelo menos duas la-
vartransgênica (Tabela 1, Anexo 1). vouras' o estande estava aquém do que normal-
A segunda parte consistiu numa reunião com mente é encontrado em lavouras de soja (Figuras 2
oito agricultores de diferentes comunidades, onde e 3). Este fato corrobora com a observação feita pe-
também foram coletadas informações relacionadas los agricultores de que houve falhas de germinação.
as questões acima levantadas. Sempre que possí- Isto se deve provavelmente a falta de observância
vel, Os mesmos dados acima mencionados foram o dos princípios técnicos de produção e armazena-
foco da reunião. mento de sementes. Pelo fato de serem transgêni-
Resultados cas, os cuidados podem não ter sido seguidos. Ou-
tra causa desta baixa taxa de germinação pode ser
Os nomes das cultivares encontradas decorrente do efeito do acúmulo de Roundup ou
Os nomes das cultivares supostamente trans- seus derivados nos grãos uma vez que muitos agri-
gênicas são na verdade nomes de fantasia. Assim, cultores pulverizam o produto duas vezes.
o nome de "Mercedes 70" foi dado em função de Contudo, o cultivar de soja transgênico, supos-
que um carregamento desta cultivar contrabandea- tamente "Maradona", levantado numa lavoura locali-
da da Argentina teria sido feito em um caminhão zada no distrito de Santa Rosa, nâo deve ser "Mara-
Mercedes, ano 70. Da mesma forma, a cultivar "Ma- dona" e sim um cultivar adaptado ao Estado do Pa-
radona", também chamada de "Ligeirinho", foi dado raná com o gene para resistência ao Roundup já in-
em função da alta precocidade, pois geralmente flo- corporado (transgênico). Isto é explicado pelo fato
resce 30 dias após a semeadura e apresenta baixa de que a altura média da planta alcançou 103 em.
estatura. Posteriormente, fomos informados por Sabe-se que a faixa de altura média da planta bem
agricultores de outras regiões de que o nome "Mara- adaptada varia de 70 a 100 centímetros. Desta for-
dona" se referia também ao "dogradito", pois a culti- ma, plantas de soja adaptadas ao Estado do Para-
var também estaria sendo drogada pelo herbicida. ná, quando são cultivadas no RGS devem apresen-
Duas cultivares chamaram a atenção, uma por tar maior porte.
ser chamada de "'FTS" (Figura 1), com aspecto dife- As razões da escolha de soja transgênica RR
rente das demais, mas de mesma adaptação e outra,
sem nome, de adaptação complemente diferentes A principal razão da escolha de cultivares
daquelas consideradas de procedência Argentina. transgênicas de soja RR deve-se ao fato da facilida-
de de manejo de áreas infestadas com plantas dani-
Adaptação das cultivares supostamente trans- nhas. E isto foi constatado em todas as proprieda-
gênicas des visitadas, pois em todas elas, o agricultor sem-
Os cultivares de soja transgênicos "Mercedes pre cultivou pelo menos uma parte de soja não
70", "Maradona" (ou Ligeirinho) e "FTS", desenvolvi- transgênica e a área destinada a semeadura com
dos na Argentina e avaliados em cinco lavouras soja RR era a mais infestada com plantas daninhas.
apresentam altura da plantas de aproximadamente A esperança de muitos deles é que com este
50 em. Isto evidencia que estes cultivares não são sistema ele consiga diminuir a infestação de plantas
adaptados ao Rio Grande do Sul. Portanto, o seu daninhas na área cultivada com soja RR.
cultivo acarreta enormes perdas de produtividade Contudo, em alguns casos, os agricultores con-
aos-produtores-rurais, por não serem adaptados as cluíram que o sistema com soja RR se tornaria mais
condições climáticas da região. barato que o convencional. Em outros, possivelmente
Esta baixa estatura é um indício de que de fato não haveria esta diferença em função das altas doses
se trata de cultivares desenvolvidas para regiões de necessárias e número de aplicações. A análise preli-
Abril de 2()()2 DL~\RIO DA ('AMARA DOS DEPU IAJ)OS <"hlillla-Ieim 1I 15.177
minar indica que estudos devem ser conduzidos para Em todas as lavouras visitadas foram necessári-
avaliar com maior profundidade esta questão dos as duas aplicações do herbicida Roundup. Na reunião
custos de produção. com os agricultores, eles mencionaram que são pou-
Efeitos pleiotrópicos cas as propriedades que uma aplicação consegue
controlar adequadamente a presença de plantas da-
Já na primeira propriedade visitada foi constata-
ninhas. Ou seja, é relativamente comum a necessida-
do que as plantas de soja da cultivar denominada de
de de duas aplicações de Roundup.
Mercedes 70 estavam com rachaduras no caule. A
A dose aplicada variou de 2,0 a 3 litros por hec-
penetrância era elevada e uma quantidade significati-
tare e duas formulações comerciais foram menciona-
va de plantas-apresentava o caule dobrado ou que-
das: uma, a convencional e a formulação granulada
brado (Figura 4). Estes sintomas também foram ob-
foi mencionada por um agricultor. Ele testemunhou de
servados em outras lavouras.
que foi informado que para a soja transgênica tinha
Um produtor testemunhou que quando da apli- que ser usado esta formulação, que custa o dobro da
cação do Roundup sobre a soja transgênica, as a ma- outra.
ioria das plantas que eram dobradas pelas rodas do O preço do herbicida variou de 8 a 10 reais o li-
trator acabam quebrando. Mas isto ele não constatou tro, enquanto a formulação granulada custava 17 rea-
quando as plantas eram de cultivares convencionais. is o litro.
Estes fatos corroboram com o que havia sido Desta forma, o custo para o controle de plantas
observado em lavouras nos Estados Unidos. Quando daninhas no sistema em que se utiliza a soja transgê-
a temperatura do solo atinge 45°C e na presença de nica é variável. Contudo, não é tão baixo como nor-
seca, os caules das plantas de cultivares RR racham malmente é noticiado pela imprensa. Considerando
com maior freqüência relativamente as cultivares con- que o custo da operação chega a 6 reais o hectare
vencionais. Isto se deve a maior presença de lignina (naquela região), o custo de duas aplicações de 2,5 Ii-
presente nas transgênicas RR. tros atingiria aproximadamente 35 reais sem conside-
A origem e o preço da semente rar o custo inicial antes da semeadura.
As principais formas de aquisição da semente Se for levado em conta que a aplicação de
idenkficadas foram: compra de um vendedor, troca ou Roundup causa a quebra de plantas, pelo menos das
compra com um vizinho. Os agricultores entrevista- cultivares mencionadas, o custo se torna ainda maior
dos mencionaram pelo menos o nome de dois vende- do que aquele mencionado devido a quebra do rendi-
dores na região; mas disseram também que existem mento.
vários. Contudo, a semente "cedida pelo vizinho", Contudo, em algumas propriedades, as doses
também é uma forma relevante de obtenção da se- aplicadas são maiores: 3 litros por hectare. A razão é
mente de cultivares transgênicas. que as populações de pelo menos três espécies já
não são tão susceptíveis a doses recomendadas de
O preço pago pelas sementes variou de R$0,50
Roundup. Assim, o custo pode facilmente superar 70
a R$4,00 o quilo. O preço das sementes das cultiva-
reais por hectare.
res Mercedes 70 e Maradona são as mais baratas,
provavelmente pela falta de adaptação, cuja produtivi- Eficiência do controle químico
dade é baixa. Contudo, na reunião que tivemos com No conjunto de propriedades visitadas pode se
os agricultores, foram mencionados preços pagos concluir que na região já existem populações de
que chegam a 200 reais o saco de 50 quilos. Contudo, pelo menos três espécies que de uma forma ou ou-
não tivemos acesso a esta lavoura, porque os donos tra já não são tão susceptíveis a doses comerciais
não concordariam com nossa visita. Neste caso, pode do Roundup. São elas: corda-deviola ou curriola
ser levantado a hipótese de que se trata de sementes (Ipomea purpurea), leiteira ou amendoim bravo
de uma cultivar adaptada, portanto, brasileira, de alta (Euphorbia heterophylla) e estrela africana (prova-
produtividade. velmente Cynodon plectostachys). Estas estão ilus-
Quantidade de herbicida e custos da aplicação tradas na Figura 5.
A maioria dos agricultores visitados utiliza o sis- Um agricultor nos afirmou que se não for utili-
tema de plantio direto. Assim, aplicam o herbicida zado pelo menos três litros em cada aplicação, um
Roundup, 2,5 a 3,0 litros por hectare, antes do plantio. número razoável de plantas destas espécies sobre-
Esta aplicação não esta incluída na análise deste re- vivem. Além disso, os agricultores também observa-
latório. ram que o herbicida Roundup faz pouco efeito na
15:\78 Quinta-feira 11 I)I.\Rl0 DA ('AMARA DOS I)EI'UT.\I)OS Abril de 2002
corda-de-viola quando ela tem mais do que seis fo- EMBRAPA. Ou seja, é possível que a transferência
lhas. Uma das lavouras que visitamos estava total- do gene de resistência do herbicida Roundup já es-
mente infestada de plantas daninhas, especialmente teja disseminado em milhares de plantas de cultiva-
corda-de-viola (Figura 6). Contudo, não encontra- res, que não eram transgênicas.
mos o proprietário para tomar as informações ne- Considerações finais
cessárias para identificar as prováveis causas. Em função das altas dosagens (acima de 3 li-
Emergência de doenças e pragas tros/ha por aplicação) e de pelo menos duas aplica-
Numa propriedade verificarmos a existência de ções para o controle da curriola (corda-de-viola),
uma infestação generalizada de Lagria villosa (Cole- dentre outras plantas daninhas, há necessidade de
optera: Lagriideae), um inseto denominado pelos rigorosos estudos de resíduos nos grãos antes da Ii-
agricultores de burrinho (Figura 7). Os adultos tem beração da soja transgênica.
corpo alongado, com 10 a 15 mm de comprimento, Necessita-se de estudos detalhados referentes
coloração metálica bronzeada. As larvas são do tipo aos efeitos da soja transgênica RR devido ao seu
elateriforme com 10 a 15 mm, de coloração escura e maior teor de lignina no caule, o que a torna raiz
com setas longas. Por se alimentar, provavelmente, quebradiça quando são feitas as aplicações de
de folhas mortas ou bordas de lesões nas folhas agrotóxicos com trator ou na presença de seca por
com tecido morto, este inseto não deveria causar período prolongado. As plantas tombadas não retor-
danos as lavouras de soja. Contudo, na reunião que nam a posição ereta.
tivemos com os agricuitores, fomos informados que São também necessários estudos relaciona-
isto está ocorrendo em várias propriedades, mas
dos a avaliar os demais impactos ambientais e só-
não em todas. Segundo os mesmos, até agora este
cio-econômicos do cultivo sucessivo da soja RR.
inseto não atacava plantas de soja. Os mesmo acre-
ditam que quando o efeito do herbicida é total, não As lavouras visitadas são de pequenos agricul-
restaria alimento de outras plantas e então este in- tores. Sabe-se que a soja em pequenas areas não é
seto passaria a se alimentar da soja. Combinado es- economicamente viável ou de economicidade vulne-
tas informações com de outros agricultores, não é rável. Caso persista esta situação, o indicativo é de
possível descartar a hipótese de que este inseto já que Os pequenos agricultores terão que vender
está atacando a soja, e que poderia se tornar uma suas propriedades por falta de lucratividade. O pre-
praga com possibilidade de causar dados econômi- juízo desta safra com plantas transgênicas serão de
cos consideráveis. fato muito grande.
Em duas propriedades, plantas de soja de culti-
vares supostamente transgênicas continham em Este fato se agrava quando se considera que os
suas raízes colônias de fungos, provavelmente do gê- pequenos agricultores desconhecem os efeitos do
nero Fusarium. Neste caso também a necessidade de plantio de cultivares não adaptadas a região, sendo
que se conheça cientificamente qual a dinâmica da um deles o menor desenvolvimento, que é marcante e
biota do solo sob o sistema soja RR comparativamen- generalizado nesta safra (Figura 10), o que proporcio-
te ao convencional. na um rendimento medíocre comparado ao potencial
das cultivares já desenvolvidas.
Transferência do transgene
Um outro aspecto que chama a atenção e a
Outras alternativas deverão ser buscadas vi-
proximidade de diferentes cultivares em cultivo
sando dar sustentabilidade as pequenas proprieda-
numa mesma propriedade. Na maioria dos casos,
des. A produção de grãos de forma agroecológica
verificarmos que a cultivar de soja transgênica resis-
se constitui numa alternativa de grande potencial.
tente ao herbicida Roundup estava sendo cultivada
Seja e outros grãos produzidos de forma orgânica
lado a lado ou a poucos metros de distância de vari-
podem contribuir para a melhoria da saúde do ambi-
edades convencionais (Figuras 8 e 9). Isto é sufici-
ente e saúde humana, além de possibilitar retorno
ente para que ocorram cruzamentos entre ambas,
econômico aos agricultores. A ampliação do projeto
pois a taxa de cruzamento entre variedades de soja
de frango orgânico pode ser uma alternativa viável
pode chegar a
para a inclusão de um maior número de pequenos
3%. Cruzamentos entre variedades transgêni- produtores, tendo em vista o uso da soja orgânica
cas e não transgênicas também já foram comprova- na alimentação dos frangos e o menor custo de pro-
das experimentalmente por pesquisadores da dução no sistema orgânico.
;...
[
r;-
Tabela 1. Resumo dos dados coletados nas propriedades visitadas
~
N
localidade Nome 1 origem da------n:>ata plantiol floraçãol Chuvas Número de Altura média d a s - iProdutividade esperada
cultivarl Quantidade e
preço da semente
Densidade de
semeadura
I aplicaçõ~ e
quantidade de
plantas 1adubação
l Roundu
Cerro Grande -=R:=R:-':M'"'"e-r-ce-d"'-e-s-::7:-::"O"""I---+---30-1-10-1-01--~
i Qut e nov- normal 2 x 2,51 (8,0011) 48 cm! 30 sacas / ha
Vendedor de Cruz Alta 1 _ 30/11/01 Corda-de-viola Sem adubação
Idem
2 sacos
Coodetec 2051 Copalmal 05/12101
8 sacos
... _~.
15/02/02
I Duas fracas em
,23/1212001 e
fesistente
84 cm 1 I
1 de esterco de peru: 1 seca
Pouca quebra devido a
Idem quebra
'-'
;...
'"'
I 8 sacos GOkg 18 sementes por metro~ I >J
' linear ~
I São Pedro das 54 cm ;...
i Missões
RR FT - 8 ?I
Vendedor 1
20/11/2001' ._.
01/12/2001
nov - bom; dez - 1 x 2 I (R$6.50/l)
três chuvas; jan e I 1 x 2 I (R$17,00/l 250 kglha de 02-20-20 I
I Sislema radicular pouco
desenvolvido
;;;:
>-
I
20 sacos em 10 ha 25 sementes por metro fev - 2 a 3 mm;
linear 1entre Iinhas:36cm 05/0312002- 50mm
(granulado)
I xv;
'-'
lidem RR Mercades lO - 26/11/2001 nov - bom; dez - 1 K 2 I (R$6,5011) 53 cm . : Sistema radicular pouco
, Vendedor I ? três chuvas: ian e 1 x 21 (R$17.00/1 250 kglha de 02-20-20 desenvolvido: ~
I 10 sacos em 7 ha
(R$SO/50kg)
25 sementes por metro fev - 2 a 3 mm:
linear lenlre linhas: 36cm 05/03/2002- SOmm
I
(granulado)
I
Baixa aftura da planta e
baixa produtividade de ;...
I arãos x
l'dem RR Mercadas 70/ 20/12/2001 nov - bom; dez - 1 x 2 I (R$8.501l) 61 cm Sistema radicular pouco ~
I Vendedor f ? três chuvas; jan e 1 x 2 I (R$11.00/1 250 kg/hectare de 02- desenvolvido;
1 saco de 50 kg 1 fev - 2 a 3 mm; (granulado) 20-20 Baixa altura da planta e
I R$50,00 05/03/2002- 50mm baixa produtividade de
I arãos
RR Maradona ? i Baixa altura da planta e
!
I
I
Palmeira das
Missões / Distrito
de Santa
??
17 hectares
?
?
Pouca chuva
I ?
7
Terezinha melro linear; / Total'" 250 kg ~'
-----.----.-1._. __ ..ntr..
1- .... - linh",,·.dl';
...... __ . • - _n.
f'm ! ._ _-'-1 _ ~.
',J.
'.-J
--J
-=
I ~~xo ()ulIlta-lélra 11 mARIO IH ('AMARA DOS DEPUTADOS Abril d~ 2002
ANEXO 1 - Dados coletados nas propriedades Consideração so~re a adap~ação da soja con-
. 't d
VISI a as
vencional. Embora a sOJa convencionai_ (adaptada)
't' f te-
.
Lavoura 1 nha sofrido com a seca, as. perdas ,serao
. (_ o In
mUI d erro-
t
. , . Serro G ran d e, RS
Munlclplo: res) As observadas na sOJa trangemca nao a ap a-
d
Produtor: Agricultor A a .
Lavoura 3
Cultivar: Mercedes 70 (transgênica)
Município: Palmeira das Missões, RS, Distrito de
Região de origem do cultivar: Trouxe de Cruz
Santa Rosa, Vila Azeredo
Alta, RS
área cultivada: 2 sacos semeados com matraca Produtor: Agricultor B
Cultivar: Coodetec 201 (convencional)
Vendedor da semente: Comércio Local
Área cultivada: 8 sacos de sementes de 60 kg
Data da semeadura: Final de outubro de 2001
cada
(aproximadamente 30-10-2001)
Vendedor da semente: Semente própria (classi-
Florescimento: aproximadamente 30 dias após
ficada e armazenada em sacos plásticos)
à semeadura
Data da semeadura: 15-11-2001
Chuvas: Outubro e novembro - normal
Densidade de sementes na linha: 18 sementes
Sem adubação
por metro linear
Roundap: Não controlou curriola
Chuvas: bem distribuídas
(corda-de-viola) - subdosagem
Altura média das plantas = 97 + 58 + 96 + 83 +
Aplicou 5 litros de Roundap por dois sacos se-
97 = 86,2 cm
meados
Consideração sobre a adaptação do Cultivar
5 litros x 8,00 reais/litro = 40,00 reais (econômi-
Coodetec 201. A Altura media da planta está excelen-
co)
te, dentro do recomendado. A produtividade de grãos
Aplicação no final de novembro/2001: soja não deverá ser excelente.
sofreu
Lavoura 4
Altura media das plantas = 47 +47 + 53 + 50+45 Município: Palmeira das Missões, RS, Distrito de
= 48,4 cm
Santa Rosa, Vila Azeredo
Consideração sobre a adaptação da soja trans- Produtor: Agricultor B
gênica argentina: O cultivar Mercedes 70 apresent?u
Cultivar: Maradona? (Não deve ser Maradona)
baixa altura media das plantas (48,4 cm) em funçao
(transgênica)
da mesma não ser adaptada a região de Palmeira das
Área cultivada: 7 sacos de sementes de 60 kg
Missões, RS. A Produtividade de grãos desta lavoura
cada
deverão ser inferior a 30 sacos por alqueire (baixíssi-
ma). Vendedor da semente: Arrumou a semente com
o vizinho (30 reais por saco de 60 kg)
Lavoura 2
Data da semeadura: 15-11-2001
Produtor: Agricultor A
Densidade de sementes na linha: 23 sementes
Cultivar: Coodetec 205 (convencional)
por metro linear (adensado para crescer)
Região de origem do cultivar: Cooperativa (Co-
Espaçamento entre linhas: 45 cm
palma); Palmeira das Missões, RS
Chuvas: bem distribuídas
Área cultivada: 8 sacos
Adubação: esterco de peru / 70 reais a tonelada
Vendedor da semente: Comércio Local (ensacado); adubo 00-20-20 (500 reais/tonelada)
Data da semeadura: Início de dezembro de Uso de Roundap: 30 dias e 60 dias ap6s semea-
2001 (aproximadamente 05-12-2001 ) dura (antes do florescimento) 3litroslaplicação. Usou
Florescimento: aproximadamente 15-02-2002 6 litros no total x 9 reais I litro = 54 reais I hectare
Chuvas: chuvas fracas em 23-12-2001 e Comparativo com Septer (não usou): 250 reais /
10-2-2002 5 litros (por 3 ha); 1,4 litros / há.
Adubação: 1 de esterco de peru: 1 de 8-16-24 O Septer tem problema em controlar a folha lar-
Não incolante ga e sapeca a soja.
Não inseticida Altura media das plantas = 96 + 116 + 121 + 120
Altura media das plantas = 81 + 83 + 88 =84 cm + 90 = 102,8 cm
Abril ti.: 2002 mARIO DA ('AMARA DOS DFPUTADOS Quinta-Ieira II 151RI
Consideração sobre o uso de cultivar transgêni - "Bom para limpar lavouras e depois volta para o
co. O grande atrativo é a facilidade no controle das convencional"
plantas daninhas e o relativo baixo custo (hoje). Lavoura 6
o cultivar utilizado nesta lavoura, provavelmen- Município: São Pedro das Missões - RS
te, não o Ma~ad?na.. Pe~o fato de a lavoura ter n~ mídia Produtor: Agricultor C
102,8 cm, o Indicativo
. e de que esta lavoura fOI seme- Clt'
uivar: Merced es 70 (semead ura em novem-
ada com um cultivar recomendado para o Estado do b 12001) (t -')
' If " d . - ro ransgenlco
Parana, no qua OI Incorpora o o gene para reslsten- , .
cia ao Roundap. Em outras palavras, este cultivar Are~.cultlvada: 7 hectar~s (10 ~acos de se~en-
deve ser adaptado ao Estado do Paraná, mas trans- tes, adqulnda sem nota; provavel ongem: Argentma)
gênico. Isto é evidenciado pela altura de 102,8 cm. Vendedor da semente: Comércio Local
Lavoura 5 Data da semeadura: 28-11-2001
Município: São Pedro das Missões, RS .Chu.vas: novem?ro - bom; dezembro - três chu-
. A . lt C vas; Janeiro e fevereiro - 2 a 3 mm; 5 de março de
P ro d utor. gncu or 2002 ( 'd d . . )
· . FT ? (T - . peno o a nossa VIsita - 50 mm
C uItlvar. - 8. ransgenlco) PI ant'10 d'Ireto
,
Area cultivada:
· 'd 10 hectares
t (20 sacos de se- Uso d e Roun dap: 21'tI ros 1 h ectare d e roun dap f'1-
mentes , ad qUln a sem no a) .
qUldo antes da semeadura direta . .
(8,50 x 2 litros = 17
Data da semeadura: 20-11-2001 reais) + 2 litros 1 hectare de roundap granulado diluído
Florescimento: Aproximadamente 01-12-2001 na água 40 dias após à semeadura (17 x 2 litros = 34
Densidade de sementes na linha: 25 sementes reais). No total foram gastos 51 reais (17 antes da se-
por metro linear meadura + 34 na aplicação 40 dias à semeadura)
Espaçamento entre linhas: 36 cm Adubação: tradicional - 250 kg/hectare de
Chuvas: novembro - bom; dezembro - três chu- 2-20-20
vas; janeiro e fevereiro - 2 a 3 mm; 05 de março de Nodulação (1 inexistente a 5 excelente): 2,2 -
2002 (período da nossa visita) - 50 mm pouco desenvolvimento das raízes
Plantio direto A soja transgênica é rígida; passa o pneu do tra-
Adubação: tradicional - 250 kg/hectare de tor e a soja transgênica quebra. A soja convencional
2-20-20 não quebra e volta à posição ereta.
Uso de Roundap: 2 litros / hectare de roundap li- Dens~dade de sementes na linha: 25 sementes
quido antes da semeadura direta (8,50 x 2 por metro linear
litros = 17,00 reais) + 2 litros / hectare de roun- Espaçamento entre linhas: 36 cm
dap granulado diluído na Água 40 Altura média das plantas = 40 + 52 + 61 + 54 +
dias após A semeadura (17 x 2 litros = 34 reais). 59 = 53,1 cm
No total foram gastos 51 reais (17 Consideração sobre o uso de cultivar transgêni-
antes da semeadura + 34 na aplicação 40 dias A co Mercede~ 70. Baix~ ~ltura da planta e, conseqüen-
semeadura) temente, baixa produtividade de grãos.
Nodulação (1 inexistente a 5 excelente): 2,0 _ Lavoura 7
pouco desenvolvimento das raízes Município: São Pedro das Missões - RS
Safra 2000/2001 : cultivou o Maradona e foi pés- Produtor: Agricultor C
simo Cultivar: Mercedes 70 (semeadura em dezem-
A soja transgênica é rígida; passa o pneu do tra- bro/2001) (transgênico)
tor e a soja trasngênica quebra. A soja convencional Área cultivada: Um saco de sementes, adquirida
n&o quebra e volta A posição ereta, sem nota; provável origem: Argentina)
Altura media das plantas = 48 + 58 + 52 + 56 + Vendedor da semente: Comércio Local
54 53,6 cm Data da semeadura: 20-12-2001
Consideração sobre o uso de cultivar transgêni- Chuvas: novembro - bom; dezembro - três chu-
co. O grande atrativo é a facilidade no controle das vas; janeiro e fevereiro - 2 a 3 mm; 5 de março de
plantas daninhas e o relativo baixo custo (hoje). Se- 2002 (período da nossa visita) - 50 mm
gundo o Produtor Rural: Plantio direto
15382 Quinta-leira I j J>ji\RIO DA ('AMARA DOS IJFPUT.\J>OS Abril d.: 2002
Uso de Roundap: 2 litros / hectare de roundap lí- 20-22 sementes por metro linear; 0,45 m de es-
quido antes da semeadura direta (8,50 x 2 litros = 17 paçamento entre linhas
reais) + 2 litros / hectare de roundap granulado diluído Altura média das plantas = 62 + 82 + 76 + 80 +
na água 40 dias após à semeadura (17 x 2 litros = 34 70 = 74 cm
reais). No total foram gastos 51 reais (17 antes da se- Consideração sobre o uso deste cultivar con-
meadura + 34 na aplicação 40 dias à semeadura) vencionai e adaptado às condições do RGS. Excelen-
Adubação: tradicional - 250 kg/hectare de te altura da planta e, conseqüentemente, alta produti-
2-20-20 vidade de grãos.
A soja transgênica é rígida; passa o pneu do tra- O SR. PRESIDENTE (Marçal Filho) - Concedo
tor e a soja transgênica quebra. A soja convencional a palavra ao Sr. João Magno.
não quebra e volta à posição ereta.
O SR. JOÃO MAGNO (PT-MG. Pronuncia o se-
Densidade de sementes na linha: 25 sementes
guinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputa-
por metro linear
dos, mais uma vez, ocupo a tribuna desta Casa para
Espaçamento entre linhas: 36 cm cobrar do Itamaraty posicionamento mais firme e inci-
Altura média das plantas = 60 + 52 + 55 + 67 + sivo do Governo brasileiro em relação a medidas que
73 = 61,4 cm protegem o mercado nacional contra os produtos im-
Consideração sobre o uso de cultivar transgêni- portados. Esse posicionamento se faz ainda mais ne-
co Mercedes 70. Baixa altura da planta e, conseqüen- cessário depois que os Estados Unidos decidiram so-
temente, baixa produtividade de grãos. bretaxar o aço, como já fizeram com diversos outros
Lavoura 8 produtos, especialmente do setor agrícola.
Município: Palmeira das Missões - RS, Distrito Adotar ou não medidas protecionistas para o
de Santa Terezinha País? Recorrer ou não à Organização Mundial do
Produtor: Agricultor D Comércio? Retaliar ou não os Estados Unidos? O
Cultivar: Maradona? (transgênico) Governo Fernando Henrique Cardoso sobe no muro
Área cultivada: 17 hectares na hora de firmar rigoroso e contundente posiciona-
Vendedor da semente: Comprou em Palmeira mento político. Há mais de um mês, os Estados Uni-
das Missões - RS dos anunciaram novas taxas para a exportação do
Chuvas: Pouca chuva aço. Logo em seguida, a União Européia e o Japão
reagiram e também protegeram as suas indústrias,
Nodulação (1 inexistente a 5 excelente): 3,00
dificultando ainda mais o comércio exterior. O Go-
Esta lavoura está mu~o infestada com curriola
verno brasileiro, porém, segue se omitindo, à espera
(corda-de-viola) de negociação que parece longe de acontecer, dei-
Altura média das plantas = 38 + 35 + 38 + 47 + xando o setor siderúrgico aflito e aumentando a
40 = 39,6 cm ameaça de desemprego e recessão.
Consideração sobre o uso de cultivar transgêni-
co Maradona. Baixa altura da planta e, conseqüente- Sras. e Srs. Deputados, dia desses, pude ler
mente, baixa produtividade de grãos. na coluna "Desabafo" do Correio Braziliense a
comparação fe~a por um leitor no sentido de que o
Lavoura 9
Presidente Fernando Henrique Cardoso, em vez de
Município: Palmeira das Missões - RS, Distrito
tucano, mais se parece com cuco de relógio: só api-
de Santa Terezinha
ta quando está fora de casa.
Produtor: Agricultor E
Cultivar: Fundacep 38 (convencional) É uma imagem bem humorada para triste
Área cultivada: Semeadura de dois sacos constatação: FHC é o Presidente que mais viajou
pelo mundo durante seus sete anos de governo. E
Vendedor da semente: Comércio Local
S.Exa. projeta lá fora um Brasil muito diferente do
Data da semeadura: 15-12-2001
Brasil real, onde vive o povo sofrido do nosso País.
Chuvas: Pouca chuva; chuva boa em 5-2-2002 Aproveita S.Exa. os ares distantes para, sempre
Nodulação (1 inexistente a 5 excelente): 2,3 que possível, mandar recados, às vezes malcriados,
Capina manual para o Congresso Nacional, para os empresários e
Adubo juntos: 120 kg de orgânico / 50 kg para o povo em geral, por intermédio dos microfo-
2-20-20; Total = 250 kg nes de várias partes do mundo.
.\bril lk 2()()2 DI.i..RIO DA C;\M.\IL\ DOS DFI'lJ I ,\J)OS (JIIÍllla-kira II l,,-'~n
Quando está no exterior, o Presidente fala de vi- do saneamento das suas contas, do choque de mora-
olência, de desenvolvimento, de política e até da con- lidade pública e da política agregadora do Governa-
vocação de Romário para a Seleção. Mas, quando no dor José Orcírio Miranda dos Santos, nosso Zeca do
Brasil, vive se escondendo e não comenta, por exem- PT.
pio, o protecionismo norte-americano contra os pro- O Deputado Marçal Filho já faz menção à Santa
dutos agrícolas e industriais brasileiros. Casa de Dourados. Na verdade, Deputado, a Santa
Como numa partida de futebol, enquanto acena Casa não iniciou suas atividades porque houve des-
para a torcida indiferente do Primeiro Mundo, o "técni- vio de verba de 1 milhão e 700 mil reais, que o Gover-
co-presidente" FHC joga na retranca. Ao mesmo tem- no teve que repor para continuar as obras. Permito
po, enfraquece a defesa do Brasil, não valoriza os seu aparte, evidentemente.
seus principais craques e forma um time medíocre, O SR. PRESIDENTE (Marçal Filho) - Deputado
apenas obediente às regras do jogo da globalização. João Grandão, no Pequeno Expediente, não são
A postura vacilante do Governo brasileiro diante permitidos apartes, mas posteriormente, em meu
da guerra do aço e da fritura promovida contra o discurso, responderei a V. Exa.
Embaixador José Maurício Bustani à frente da Orga-
O SR. JOÃO GRANDÃO V.Exa.,
nização das Nações Unidas para a Proibição de
evidentemente, tem suas argumentações e ressalto
Armas Químicas é desclassificante. O curioso é que
aqui sua participação na liberação de recursos para a
essa mesma postura retranqueira é adotada contra a
Santa Casa, assim como eu também estou envolvido
fúria de um ataque aterrorizante dos Estados Unidos,
no processo. Mas não podemos deixar de destacar
que ultimamente agridem todas as nações que se
que o Governo repôs a verba de 1 milhão e 700 mil
opõem aos seus interesses, sejam eles bélicos, geo-
reais da Santa Casa que havia sido desviada para
políticos ou econômicos.
continuar as obras.
A omissão do Itamaraty praticamente já resul- Continuando, Sr. Presidente. Estudos da Fun-
tou na inédita destituição do Embaixador Bustani dação Cândido Rondon sobre a cadeia produtiva da
por ter contrariado os interesses estratégicos dos carne suína mostram que praticamente dobrou o nú-
Estados Unidos. Parece um caso isolado, mas não mero de suínos abatidos em Mato Grosso do Sul nos
é. O Congresso Nacional não pode permitir que, por últimos cinco anos, saltando de 389.291 cabeças,
desinteresse, submissão ou covardia, o Brasil passe em 1996, para 817.865, em 2001, representando um
ao mundo imagem frágil e humilhante. substancial acréscimo de 229,59 mil suínos comerci-
Nesse sentido, mais uma vez, quero concla- alizados. Essas informações foram prestadas aos
mar todos os Parlamentares para pressionar o Go- produtores rurais ontem, na Federação da Agricultu-
verno brasileiro a adotar medidas que defendam a ra e Pecuária de Mato Grosso do Sul, em Campo
nossa economia e a soberania do País Grande.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Em Mato Grosso do Sul, o quilo do suíno abati-
do é de 1 real e 20 centavos. Em Santa Catarina, por
O SR. RICARDO FERRAÇO (PPS-ES. Sem
exemplo, o quilo vale hoje 1 real e 10 centavos.
revisão do orador.) - Sr. Presidente, faço registro
acerca da votação e aprovação, na parte da manhã, Para incentivar mais ainda o setor, o Governo do
na Comissão Mista de Segurança Pública, do pare- Estado, que custeou os estudos da cadeia, pretende
cer da eminente Deputada Zulaiê Cobra, o qual uni- incrementar o Programa Leitão Vivo, que tem incenti-
fica as Polícias do Brasil e cria a Polícia Estadual, vo de 7% de redução do Imposto sobre Circulação de
respeitando as características específicas e culturais Mercadorias e Serviços, o ICMS, para abate interno e
de cada Polícia e preservando seus direitos estrutu- 12% para abate externo.
rais. O resultado, seguramente, será uma melhor É importante destacar que o estudo da cadeia
prestação de serviço à sociedade e ao contribuinte produtiva da carne suína visou identificar os principa-
brasileiro. is elos e os gargalos existentes a fim de serem ataca-
Muito obrigado. dos pela Secretaria Estadual de Produção.
O SR. JOÃO GRANDÃO (PT-MS. Sem revisão Pelos dados coletados, 75% do custo de produ-
do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamenta- ção de suínos são provenientes de insumos e medi-
res, venho à tribuna, mais uma vez, para falar das camentos, saindo ao produtor 93 reais, revendido
ações do Governo Popular de Mato Grosso do Sul. para abate ao preço de 123 reais, por animal de 100
Destaco o crescimento econômico do Estado, depois quilos, com margem de lucro de 30%.
J 'i1~4 Quínla-lcira 11 DL\RIO IH ('AMARA DOS IWPlJTADOS Abril <I.: 2002
A indústria revende o produto a 300 reais, com desgaste político, sem a preocupação com o bem-es-
margem de 43% no varejo, chegando ao consumidor tar da sociedade.
a 405 reais, numa margem de 35%. Os produtores, Ainda não tinha sido anunciado o fim do raciona-
~ontudo, afirmaram que a margem de lucro no varejo mento de energia, e o Brasil descobria que, por falta
e bem menor. de investimento no combate ao mosquito Aedes
Quanto à sugestão de intervenção por parte do aegypti, a epidemia de dengue está crescendo a cada
Estado, os produtores sugerem a definição de política dia nos Estados mais populosos do País. O jornal
de sanidade animal e de manejo ambiental, principal- Correio Braziliense denunciou, recentemente, que
mente em relação ao tratamento de dejetos. O setor as verbas para o combate à dengue vêm caindo des-
também reivindica a renovação do Programa Lertão de 1997. Naquele ano foram gastos R$ 248 milhões;
Vivo, que vencerá em 2003. no ano seguinte, em 1998, R$ 200 milhões; em 1999,
O estudo apontou ainda para a necessidade de foram liberados R$ 168 milhões; em 2001, apenas R$
criação de novas linhas de financiamento para produ- 73 milhões de reais foram aplicados na prevenção da
tores e indústrias e investimentos em melhorias das doença. Tantos cortes resultaram em quase 320 mil
matrizes genéticas. casos da doença neste ano, ou seja, 107,5% a mais
Sr. Presidente, em Mato Grosso do Sul, as do que os 153 mil registrados de janeiro a março do
ações têm princípio científico e são paulatinas e arti- ano passado, segundo dados da Folha de S.Paulo.
. It' lo Para se ter uma idéia da gravidade do avanço da do-
culadas . Esse ca so da sUlnocu ura e um exemp .
Não estamos satisfeitos em dobrar, em cinco anos, o ença, nos últimos onze anos, de 1990 a 2001, de
acordo com o relatório do Ministério da Saúde, a den-
número de abates de animais. Queremos mais, para
gue fez 75 vítimas fatais. Pelo seu levantamento, a
gerar divisas para o Estado e empregos para nosso
povo. Para isso, o Governo Popular norteia-se em Folha contabilizou 59 mortes por dengue, confirma-
das somente nos primeiros três meses de 2002, 47
pesquisas, discute as ações com toda a cadeia pro-
dutiva, enfim, exerce com muita competência o papel delas ocorridas no Estado do Rio de Janeiro. O Supe-
't t •. h rintendente de Saúde do Estado afirmou, em entre-
que Ih e c ab e, sempre com mUI a ransparencla, 0-
nestidade e responsabilidade. vista ao jornal Folha de S.Paulo, que a epidemia no
Rio é resultado da descontinuidade de ações antiden-
Sr. Presidente, no que se refere às argumenta- gue nos anos anteriores.
ções que VExa. possa usar em relação à questão da A epidemia que assusta o País custa milhões
Santa Casa inaugurada em Dourados, entendemos para ser combatida nas operações de emergência,
que ela realmente tem de ser aparelhada. V.Exa. par- quando deveria estar seguindo programa de erradica-
ticipou da inauguração e pôde constatar o compro- ção ao longo dos últimos anos, com menos esforços,
misso da bancada de proceder a esse objetivo, e nós, recursos e mais vidas preservadas. Como se não
com certeza, estaremos atentos. Evidentemente, de- bastasse a violência urbana, a notícia dos riscos de
vemos ressaltar que, se a Santa Casa foi inaugurada, se contrair a doença correu o mundo, afugentando tu-
o Governo de Mato Grosso do Sul teve papel impor- ristas e, com eles, as divisas de que o Brasil precisa
tante, porque teve de colocar nos cofres públicos do para manter milhares de empregos no setor. Mais
Estado 1 milhão e 700 mil, literalmente desviados no uma vez o Brasil é visto lá fora como uma república de
Governo anterior. bananas, por falta de planejamento e de investimento
Era o que tinha dizer. público nos setores básicos de saúde, segurança e
Muito obrigado. educação.
O SR. NILSON MOURÃO (PT-AC. Pronuncia o Para que o número de casos da doença diminua
seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. De- no próximo ano é necessário intensificar o combate
putados, a escola neoliberal seguida e defendida pelo em todos os Estados e aumentar recursos financeiros
Presidente FHC, no esvaziamento da função do Esta- e humanos, dando continuidade à ação contra o mos-
do, no corte de verbas para os principais setores, quito. É uma guerra relativamente fácil de ser vencida;
como segurança pública, educação e saúde, está le- só precisa de decisão política. E acho que não é espe-
vando o Brasil a constantemente correr atrás do pre- rar demais de um governo que tem como candidato à
juízo de crises sociais e de tragédias que podem ser Presidência da República o ex-Ministro da Saúde.
evitadas. O Governo não é capaz de se antecipar aos Era o que tinha a dizer.
problemas, de trabalhar com planejamento e preven- O SR. EDINHO BEZ (PMDB-SC. Pronuncia o
ção. A cada novo desastre, um plano para minimizar o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.
.\Ixil d<: 2002 mARIO DA C.\M.\RA DOS DFPIJL\D()S Quínla-lClr<J II I)3X5
Deputados, a seca no oeste catarinense somou mais nada menos que a total desorganização da se-
um prejuízo de 157,6 milhões de reais, segundo gurança pública.
levantamento realizado em março pela Empresa Há mais de dois anos, a CPI do Narcotráfico su-
de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de geriu à Presidência da República que transferisse
Santa Catarina - EPAGRI, e Instituto de para a fronteira seca os militares que hoje servem em
Planejamento e Economia Agrícola de Santa cidades litorâneas, a fim de que eles pudessem pres-
Catarina - ICEPA. O resultado é 12,5% superior tar o serviço para o qual foram treinados, ou seja, a
ao levantamento realizado em fevereiro, quando as guarda do território brasileiro. Ao contrário disso, es-
perdas somavam 140 milhões de reais. ses homens servem no Sul e no Sudeste do País. E,
Os maiores prejuízos são no setor agrícola, com depois de seis anos, quando o Exército já não precisa
143,2 milhões de reais. A cultura do milho foi a mais mais deles, são simplesmente dispensados. Boa par-
atingida, com quebra de 550 mil toneladas (105 mi- te dessas pessoas, qualificadas para o combate de
Ihões de reais), o que representa 14,7% da safra pre- guerrilha, está sendo aproveitada pelo narcotráfico.
vista. Somente na região oeste as perdas são de 47% Isso é uma vergonha e mostra o despreparo desse
na cultura. Outros grãos que tiveram suas culturas montão de gente que discute segurança pública no
atingidas foram o feijão, com perdas de 29 mil tonela- Governo Federal.
das (16,8 milhões de reais), e a soja, com quebra pre- Quando a CPI do Narcotráfico esteve no Mara-
vista de 8 milhões de toneladas (8 milhões de reais). nhão, fizemos a seguinte denúncia não só à Polícia
O fumo também teve perdas estimadas em 12 mi- Federal, mas também ao Governo brasileiro: não há
Ihões de reais. lugar mais fácil no Brasil para a entrada de armas es-
No setor de pecuária, a avicultura teve queda de peciais do que o Maranhão. É muito simples navegar
5 milhões de reais, com redução de produção e fecha - do Suriname até aquele Estado. São apenas cinco
mento de aviários por falta de água. No setor leiteiro o horas.
prejuízo acumulado é de 8 milhões de reais. Somente A Polícia Federal deveria ser utilizada no com-
o Município de Chapecó perdeu 29% dos 11 mil hec- bate a esse tráfico. Deveria montar aparatos de escu-
tares de milho da primeira safra e 14% dos 3,7 mil ta para averiguar como entram no País armas como
hectares de soja, segundo levantamento do Instituto os fuzis AR-15, as pistolas Glock e as pistolas Colt 45,
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. A previ- todas fabricadas fora do Brasil, em vez de ficar perse-
são dos órgãos de pesquisa é de que as perdas na fa- guindo políticos.
voura se estabilizem, embora possam ter acréscimo Mas outro assunto me traz à tribuna, Sr. Presi-
em produtos como o leite. dente. Eu gostaria de deixar um recado para a re-
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as preo- cém-empossada Governadora do Rio de Janeiro, a
cupantes perdas na lavoura e pecuária, anunciadas Sra. Benedita da Silva, que durante anos combateu a
acima, afetarão em muito a economia do meu Estado, discriminação racial, e agora, no momento de substi-
além, é claro, de estar afetando diretamente os agri- tuir seus auxiliares, não põe em prática o discurso.
cultores e pecuaristas. No secretariado tínhamos o Sr. Carlos Alberto
Peço ao Governo Federal sensibilidade, em espe- de Oliveira, o Caó, excelente Deputado Federal, autor
cial aos Ministérios da Agricultura e da Fazenda, para da Lei Caó, hoje referência no combate à discrimina-
ajudar na superação desse infortúnio da natureza. ção racial. Na batalha contra a marginalidade e o tráfi-
Era o que tinha a dizer. co de drogas, contávamos com o trabalho do coronel
O SR. REGINALDO GERMANO (PFL-BA. Sem Jorge da Silva, agora substituído por um sociólogo.
revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. De- Gostaria de saber que ações pode um sociólogo im-
putados, temos acompanhado com bastante interes- plementar pela segurança pública num Estado em
se a violência que se propaga no Rio de Janeiro. Os que a violência atinge níveis insuportáveis.
jornais do Estado têm noticiado que os bondes do Deixo, portanto, o meu repúdio. Não entendo a
mal, que circulam pela cidade de favela em favela, natureza dessas substituições na equipe do Governo
têm sido chefiados por ex-militares das Forças Arma- do Estado do Rio de Janeiro.
das, sargentos, cabos e soldados que, sem profissio- A Governadora poderia ter feito algo mais sim-
nalização adequada, não são mais aproveitados pelo pies, o arroz com feijão, nomeando para a Secretaria
Governo brasileiro. de Segurança Pública do Estado uma pessoa capaci-
A sociedade está pagando a formação e o ades- tada para o cargo, estudiosa e conhecedora do as-
tramento de traficantes de drogas. Ora, isso é nada sunto.
I 'i3X6 QUUlta-teíra 11 DI.\KIO IH CAMARA. DOS DEl'lHAJ)OS .\bríl de 2002
Muito obrigado. Enumero relevantes questionamentos que de-
O SR. MARCUS VICENTE (PPB-ES. Pronuncia vemos fazer no debate: o que são transgênicos?
o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Quem produz e detém a tecnologia desses alimen-
Deputados, a sociedade tem o direito de ser tos? Existem vantagens na produção de transgênicos
esclarecida, e o Estado o dever de estimular tais em relação aos alimentos convencionais? Existem
discussões. efeitos negativos na produção desses alimentos? Qu-
ais são tais efeitos para o organismo das pessoas e
A temática transgênicos, com freqüência, é des-
para o meio ambiente? Quem vai se responsabilizar
taque na mídia, focalizando-se algumas pesquisas de
por eventuais efeitos danosos ao organismo huma-
opinião ou resultados parciais de pesquisas científi-
no? Os genes modificados podem ser transmitidos
cas sobre a ação dos alimentos geneticamente modi-
espontânea ou acidentalmente para outros organis-
ficados na saúde das pessoas.
mos, incorporando a cadeia alimentar, como aconte-
Tais enfoques são importantes para despertar a ceu com o agente causador da doença da vaca louca
curiosidade da população. Porém, para a sensibiliza- ou como mostram filmes de ficção como "Parque dos
ção das pessoas e para a definição de posições dinossauros" e "A mosca"? A possibilidade de trans-
quanto a esse polêmico tema, urgem freqüentes de- missão de genes artificiais poderia desestabilizar o
bates. Somente assim, sociedade e homens públicos que a natureza levou anos experimentando e aperfei-
serão esclarecidos sobre o assunto e poderão adotar çoando? Poderia reduzir a diversidade gênica? Quais
posição a seu respeito. são os resultados das pesquisas sobre a ação dos
Há dúvida coletiva sobre o tema. Incluo-me no transgênicos nos ambientes agrícolas tropicais?
grupo das pessoas que buscam maiores informa- Devemos ainda perguntar, Sr. Presidente: quais
ções. Definir transgênicos simplesmente como ali- são os impactos para a economia brasileira, posto
mentos com alterações artificiais em seu DNA e quali- que as comunidades européia e nipônica - grandes
ficá-los como mais rentáveis e mais produtivos que OS consumidoras de nossos produtos alimentícios - são
alimentos comuns, para mim, não basta. restritivas aos alimentos transgênicos? Valeria a pena
A sociedade tem o direito de ser informada e es- perder mercados tão importantes? Se temos garanti-
clarecida, e o Estado, repito, o dever de estimular tais do mercado para os produtos orgânicos e os tradicio-
nais, por que devemos entrar numa corrida desenfre-
discussões, seja por meio de instituições públicas,
ada de domínio de tecnologia dos transgênicos? Não
seja por meio de instituições privadas ou de ONGs.
seria mais sensato e rentável investir na tecnologia e
Para a democratização desses conhecimentos, na produção de alimentos sem ou com baixo teor de
são fundamentais congressos científicos, maior em- defensivos, posto que sua comercialização é garanti-
prego de recursos em pesquisas científicas, debates da? Por que poderosas empresas estrangeiras que-
com a sociedade e mais discussões na imprensa. rem nos oferecer essa tecnologia?
A democratização das informações e do conhe- Portim, é oportuno lembrar da ultrapassada tec-
cimento é fundamental para que a sociedade tenha nologia nuclear que os alemães nos venderam. Hoje
participação ativa no setor. Não se pode impor nova e a Alemanha se impõe rígido cronograma de elimina-
polêmica tecnologia à população, quando existem ção da energia nuclear em seu território. Em contra-
tantas e controversas opiniões a seu respeito, inclusi- partida, as balzaquianas usinas nucleares de Angra
ve quanto a interferências ambientais e sociais. dos Reis não atingiram suas metas, ainda engati-
Qual é a ética de se cultivar, por exemplo, vege- nham.
tais cuja função reprodutiva é segredo salvaguardado O que é danoso à saúde da população dos paí-
por pequenos grupos? Trata-se de tecnologia pela ses desenvolvidos é tecnologia de ponta no Brasil?
qual os agricultores terão de pagar? E a sociedade, Portim, Sr. Presidente, peço a V.Exa. autorize a
de forma resignada devido à escassez de informação, divulgação deste pronunciamento nos órgãos de co-
simplesmente terá de se submeter a ela? municação da Casa.
Não adoto posição maniqueísta - radicalmente Muito obrigado.
contrária ou favorável aos transgênicos. Sou radical- O SR. GEOVAN FREITAS (PMDB-GO. Sem
mente contra, sim, a desinformação e os lobbies que revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.
articulam liberações e facilitações para os transgêni- Deputados, venho à tribuna falar sobre a situação
cos no Brasil, mantendo a sociedade alheia às dis- caótica em que se encontram as estradas estaduais e
cussões, sem o esclarecimento vital à democracia. federais da região de Jataí, minha cidade natal, no
.\bril de 2002 I>l.\RIO IH CAM.\RA DOS DHl'lJI.\DOS Quinta-remi II I 'í3X7
sudoeste do Estado de Goiás, região celeiro do do Estado empurrando carroça com uma sacola mui-
Brasil, uma das maiores produtoras de grãos do País to grande repleta do que é gasto em publicidade. Com
e a maior produtora de safrinha. os pés, arrasta dois carrinhos com os gastos do Go-
O Governo de Goiás é responsável pela conser- verno em saúde e educação. Esta é a real situação do
vação de todas as estradas do Estado, e para isso Estado de Goiás.
pode montar parcerias com a União, como fazia o Go- Muito obrigado, Sr. Presidente.
verno anterior, ou com os Municípios, para manuten- O SR. WILSON CIGNACHI (PMDB-RS.
ção das vicinais. Não se encontrava um buraco nas Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,
estradas durante os quatro anos da última administra- Sras. e Srs. Deputados, a cidade de Bento Gonçalves,
ção, mas os dois órgãos estaduais responsáveis por localizada na Serra Gaúcha, foi palco da Movelsul
esse setorforam extintos, num verdadeiro descaso do 2002, em sua décima terceira edição, no período de
Governo do Estado, que hoje ocupa espaço na mídia 11 a 15 de março.
para se desculpar. Tive a satisfação de visitar, levar meu apoio aos
Sr. Presidente, vi no sudoeste goiano, entre as organizadores e expositores do evento, além de cons-
cidades de Caçu, Itarumã e Itajá, empresas pagas tatar a sua real importância para o setor moveleiro da
pelo Governo de Goiás fazendo um trabalho de região e do país, e para a economia gaúcha e brasilei-
tapa-buracos inimaginável: estavam colocando terra ra.
dentro dos buracos, cascalho em cima do asfalto.
A Movelsul, hoje, é não apenas uma feira regio-
Nunca se viu uma coisa dessas. E o Governo de Go-
nal, mas o maior e mais importante fórum de cresci-
iás vai à imprensa dizer que o problema não é dele,
mento da cadeia moveleira nacional. É a mais impor-
porque a rodovia é federal. Ora, então o problema é
tante vitrina da pujança de empresas modernas, com-
do Governo Federal, que é do mesmo partido do Go-
petitivas, de produtos de alto padrão de qualidade,
vernador, o PSDB.
que vêm atraindo cada vez mais a atenção do merca-
Na minha região, colhem-se sessenta sacas de do nacional e internacional.
soja por alqueire plantado, um recorde fantástico,
Comprova-se esta afirmação pelo registro da
mas, quando a produção vai para a estrada, na hora
presença de 53 países importadores, interessados na
do escoamento, aí começa o prejuízo do agricultor: o
mostra dos produtos de 414 expositores de 12 Esta-
produto acaba encarecendo por causa da quebra de
dos brasileiros, num crescimento de 25% em relação
carretas.
à ultima edição.
Durante o Governo passado, várias indústrias
A feira também atraiu 32 mil e 500 profissionais
se instalaram no Estado. Na minha região, sudoeste
de Goiás, no Município de Rio Verde, foi instalada a do setor de todo o País, que puderam contar com uma
infra-estrutura moderna, pavilhões c1imatizados, nos
Perdigão, o que permitiu fantástico desenvolvimento
moldes das melhores feiras mundiais.
para a produção de suíno e aves e emprego para mi-
lhares e milhares de pessoas. Há poucos dias, na por- O evento contou com a apresentação dos tradi-
ta da indústria da Perdigão, uma carreta atolou em cionais Salão Design Movelsul e Projeto Comprador,
plena rodovia federal. e dos inéditos Vitrine do Futuro Movelsul e Salão Ven-
É uma vergonha. O que é gasto com publicida- de Design.
de, com certeza, daria para recapear todas as rodovi- Para melhor entender a importância da Movel-
as de Goiás. sul e do setor para a economia, apresento alguns nú-
Na área de saúde, nosso Estado enfrenta o meros.
caos. O Governo comprou dezenas e dezenas de am- Somente em Bento Gonçalves, o setor gera
bulâncias. No entanto, em Itarumã, Perolândia, Apa- 10.700 empregos diretos, há um faturamento anual
recida do Rio Doce, há hospitais construídos com re- de 409 milhões de dólares, e exporta em torno de 41
cursos do Estado, sem equipamento, o que não os milhões de dólares.
permite funcionar. O Rio Grande do Sul é o segundo maior Estado
Aquele é um Governo do faz-de-conta. Não pos- produtor de móveis, representando 20% da produção
so deixar de aproveitar este espaço para registrar a nacional e 32% da exportação do setor.
verdade sobre o que acontece em Goiás. Em âmbito nacional, o setor gerou, em 2001,
O Popular, jornal mais lido no Estado, veiculou, 250 mil empregos diretos, teve um faturamento de 9,7
semana passada, charge muito interessante, que foi bilhões de reais, conforme dados da Abimóvel (Asso-
bastante comentada. A charge mostra o Governador ciação Brasileira das Indústrias do Mobiliário).
153RR QUllIta-lcira II IJL.\RIO DA CAMARA DOS Dj:I'UlADOS Abril de 2002
De acordo com dados da SECEX, o volume de de agente social e amplia seu poder coercitivo regula-
exportações chegou a 509 milhões de dólares. dor que opera, não diretamente na sociedade, mas
Seguramente, analisando estes dados, consta- através de organismos com caráter privado. Isto faz
tamos que a Movelsul, nestes 25 anos de existência, com que a saúde se torne cada vez mais uma merca-
tem uma parcela destacada na construção de núme- doria de troca, substituindo, progressivamente, o seu
ros tão expressivos e que denotam a competência, a valor na qualidade do atendimento, pelo seu valor de
criatividade, o sucesso do setor moveleiro de Bento troca e lucro no mercado".
Gonçalves, um orgulho para todo o Brasil. Aos organi- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, como se
zadores da Movelsul, aos expositores, ao setor move- pode depreender destas poucas afirmações de im-
leiro de Bento Gonçalves e região, meus cumprimen- portantes entidades representativas da sociedade ci-
tos por tão grande sucesso e principalmente por te- vil, o assunto é muito sério para ser tratado por meio
rem transformado a Movelsul em um evento de suces- de medida provisória, sem grandes debates e com
so internacional. características que podem trazer prejuízos ao País,
O SR. WELLlNGTON DIAS (PT-PI. Pronuncia o às comunidades indígenas e à saúde brasileira em
seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. De- geral, já tão sofrida e carente de ações efetivas que a
putados, gostaríamos de chamar a atenção de todos transformem completamente.
para importante questão que está passando quase A verdade é que a extinção da FUNASA levanta
despercebida pelo povo brasileiro e até mesmo por sérias dúvidas quanto ao futuro da saúde indígena,
esta Casa. Refiro-me à edição da Medida Provisória provoca grande apreensão nas aldeias e também nos
n° 33, de 19 de fevereiro de 2002, que extingue a funcionários daquele órgão. Esperamos que, nas dis-
FUNASA - Fundação Nacional da Saúde e cria a cussões que terão lugar nesta Casa, possamos rejei-
APEC - Agência Federal de Prevenção e Controle de tar ou, se for o caso, corrigir os termos da Medida Pro-
Doenças. visória n° 33, em benefício da saúde brasileira.
Os representantes dos servidores públicos têm Não poderíamos igualmente, Sr. Presidente, de-
levantado uma série de reparos à criação de mais ixar de registrar desta tribuna nossa indignação tam-
uma agência federal, a exemplo da Confederação dos bém com a edição da Medida Provisória n° 14, a cha-
Trabalhadores no Serviço Público Federal - mada "MP do Apagão", num programa que está sen-
CONDSEF, que nos enviou cartilha contendo diver- do justamente denominado de "PROER do setor elé-
sos argumentos em defesa da FUNASA e sobre as trico".
razões que estariam por trás da criação de uma agên- A conta de eletricidade que os consumidores
cia nos moldes da APEC. estão sendo chamados a pagar pode chegar a R$ 24
Também o CIMl - Conselho Indigenista Missio- bilhões pelos próximos três anos. Se formos compa-
nário manifestou preocupação com a extinção da rar com a ajuda aos bancos promovida pelo Governo
FUNASA e alerta que é a segunda vez - a primeira foi Fernando Henrique Cardoso, veremos que a ajuda ao
no Governo Collor - que o atendimento aos povos in- setor da energia elétrica está custando quase um
dígenas foi descentralizado e muito se preocupa com novo PROER, que será lançado exclusivamente para
o futuro do atendimento de saúde às populações indí- ônus dos consumidores. Consideramos uma excres-
genas com a criação dessa Agência de Controle. cência que os consumidores, que nada têm a ver com
Sr. Presidente, as duas entidades alertam - e a irresponsabilidade do Governo Federal, que não fez
concordamos com isso - para o fato de que extinguir o dever de casa e não investiu como seria necessário
órgãos públicos e substituí-los por agências de con- no setor elétrico, sejam agora chamados a pagar a
trole faz parte da orientação neoliberal do Governo conta. O mais escandaloso é que reajustes adicionais
FHC. A criação de uma nova agência, para cuidar, en- já estão sendo lançados nas faturas desde o mês de
tre outras questões, de assunto tão importante quan- janeiro deste ano.
to a saúde indígena, meio que na surdina, sem qual- Sr. Presidente, ainda mais escandaloso é o fato
quer debate, no mínimo, causa estranheza e angústia de que, dos R$ 24 bilhões, quase R$ 8 bilhões vão di-
quanto ao futuro do atendimento e ao destino dos fun- retamente para o caixa das empresas distribuidoras
cionários do órgão antigo. de energia recém-privatizadas, como "compensa-
Além disso, diz a CONDSEF, com toda a razão, ção", entre aspas, pelo racionamento de energia
que, "apesar de não haver grandes diferenças entre ocorrido nos últimos meses. Isso significa que o Go-
as instituições (FUNASA e APEC), numa primeira verno Federal jamais e em hipótese alguma, poderia
avaliação, o ato, na verdade, retira do Estado o poder promover campanhas de economia de energia elétri-
AbrIl de 2002 DL\.RIO D.\. CAMARA DOS DEPU lADOS Quinta-teira II 15~X<)
ca, sob pena de ter de "compensar" as distribuidoras. cas e fluminenses, mas de todos os brasileiros, que
Ora, esse é um raciocínio torto, típico do capitalismo dormem e acordam diariamente sobressaltados com
sem risco praticado à larga no Brasil, onde o Estado a avassaladora onda de violência em curso.
serve unicamente para proteger, privilegiar e abrigar A Governadora Benedita da Silva foi muito feliz
os seus apaniguados. na escolha dos auxiliares responsáveis pelo combate
Outro aspecto intrigante é a questão dos gastos à criminalidade e à violência. Veio buscar em Brasília
previstos de R$ 8 bilhões, apenas para aluguel de o renomado Dr. Roberto Aguiar para a Pasta da Segu-
equipamentos, usinas ainda a serem construídas, em rança Pública, mesmo cargo que aqui ocupou durante
sua maioria no Nordeste, para estarem disponíveis o Governo Cristovam Buarque.
em caso de risco de apagão. Essas usinas somente O Dr. Aguiar assume o cargo no Rio de Janeiro
devem produzir em caso de risco de blecaute. Isso com a responsabilidade de implementar o Plano
significa que o Governo vai pagar o aluguel de usinas Emergencial de Segurança Pública. Trata-se de con-
paradas. Se o Governo for utilizar a energia dessas junto de medidas que vão desde ações imediatas de
usinas, o custo pode chegar a R$ 16 bilhões. reforço do policiamento em áreas de risco ao uso da
Há indícios de superfaturamento, seja do custo tecnologia, com utilização de barreiras eletrônicas e
do quilowatt, quase três vezes o valor do quilowatt geoprocessamento do crime, visando ao mapeamen-
produzido por uma termelétrica comum, seja do custo to digitalizado do Estado com as regiões marcadas
global da operação. Pelas contas do Prof. lido Sauer, pela incidência de crimes e horários em que mais são
da Universidade de São Paulo - USP, seria duas ve- praticados. O objetivo, como bem explicou o novo Se-
zes e meia mais barato comprar as usinas. Apenas cretário, é o de deflagrar ações com antecedência de
para exemplificar, o aluguel de uma usina em Cabo de até meia hora para evitar a ocorrência do crime. To-
Santo Agostinho (Pernambuco) foi fixado em R$ mara que dê certo!
139,6 mil por megawatt ao mês. Se essa usina ficar Todos sabemos que a questão da segurança
parada durante três anos e meio, custará aos cofres pública no Rio de Janeiro está centralizada no narco-
públicos R$ 281 milhões. Se fosse construir uma usi- tráfico, que passou a ser o câncer nacional e principal
na semelhante, o Governo gastaria no máximo R$ 80 responsável pelo recrudescimento dos índices de
milhões. Como se vê, o Governo FHC pouco ou nada roubo de carros, seqüestros relâmpagos e crimes de
se preocupou com os consumidores. Na ótica de morte, intimamente ligados na atual conjuntura. Rou-
FHC, estes devem pagar a conta sem quaisquer direi- ba-se para fazer capital que permita ao bandido ter
tos, um absurdo que não pode prosperar. acesso à droga. E é aí que a Governadora e seus au-
É por isso que o nosso partido, o PT, é radical- xiliares precisam investir - e muito - todos os recur-
mente contra esse conjunto de medidas. Somos con- sos possíveis e imagináveis, de forma a combater e
tra a lógica de imputar aos consumidores ônus adicio- inibir com firmeza essa prática criminosa que assusta
nais devido à incompetência do Governo Federal. Já e leva a população à paranóia da insegurança.
tramitam em todo o País ações judiciais contra os au- Quero aproveitar também a oportunidade para
mentos abusivos das tarifas de energia elétrica. felicitar o coronel Francisco José Braz, que, aos 54
Nesta Casa vamos envidar todos os esforços anos de idade, chega ao mais alto posto do Comando
para barrar essa verdadeira aberração, esse verdade- Geral da Polícia Militar. Trata-se de mais uma das ilus-
iro assalto ao bolso dos consumidores. tres figuras a assumir importante cargo no Rio de Ja-
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. neiro. Ele assume a responsabilidade de combater di-
Muito obrigado. retamente, no front, o crime organizado, ícone mais
O SR. SIMÃO SESSIM (PPB-RJ. Pronuncia o desgraçado da vida dos brasileiros na atualidade.
seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. De- Felizmente, o coronel Braz, homem de rara cul-
putados, ontem usamos a tribuna para felicitar a nos- tura e destaque na profissão que escolheu, chega
sa querida ex-colega Benedita da Silva, que assumiu com bons propósitos, disposto a oferecer um pouco
o Governo do Estado do Rio de Janeiro. de tranqüilidade e de esperança ao povo fluminense.
Hoje, voltamos à tribuna desta Casa para pres- Assume disposto a mudar a mentalidade desgastada
tar singela homenagem aos ilustres Secretários que do policial, dando-lhe nova orientação no trato com o
estão assumindo a mais difícil e espinhosa missão do cidadão, de forma a evitar as lamentáveis tragédias
Governo Estadual. Refiro-me à preocupante questão que passaram a ser rotina na vida de cariocas e flumi-
da segurança pública, a mais desafiadora tarefa, repi- nenses em meio a balas perdidas e velórios de crian-
to, na atual conjuntura da vida, não apenas de cario- ças e jovens inocentes.
15)90 QUllIla-telfa II DL'\RIO DA CAMARA DOS IWPUTADOS Abril de 2002
o coronel Braz chega disposto a trabalhar de Sua contribuição, além de ser para o setor agro-
forma cautelosa, implantando na Polícia Militar do Rio pecuário produzir mais alimento destinado à popula-
de Janeiro o conceito da inteligência e não da trucu- ção, proporciona também segurança alimentar e for-
lência irresponsável que estamos habituados a ver di- nece matéria-prima para a indústria de transforma-
ariamente. Ele quer policiais cônscios de suas res- ção, o que movimenta a economia, gera bens para ex-
ponsabilidades, enérgicos, é evidente, no dever de portação e aumenta as divisas do País.
ofício, mas também respeitadores dos direitos indivi- As pesquisas da EMBRAPA têm-se preocupado
duais e coletivos. também em ajudar o setor rural a gerar mais empre-
Estendo ainda as minhas homenagens ao dig- gos e produzir renda nos Municípios, reduzindo o flu-
níssimo delegado Zaqueu Teixeira, que assumiu a xo migratório para as metrópoles.
Chefia da Polícia Civil, e ao seu colega Eduardo Ba- Podemos dizer que em tudo o que se relaciona à
tista, escolhido que foi para a comandar a Coordena- agropecuária nacional há a presença da EMBRAPA,
doria de Polícia da Área da Baixada Fluminense, re- como a agricultura familiar, a reforma agrária, o apoio
gião a que temos a honra de representar nesta Casa. comunitário, comunidades indígenas, educação e for-
Resta-nos torcer para que a escolha de nomes mação profissional externas, dentre outros.
tão ilustres e competentes também redunde em be- Muitos Estados encontraram seu desenvolvi-
nefícios para a sociedade fluminense, que clama por mento na agricultura graças à atuação da EMBRAPA.
dias melhores. Rogo ainda a Deus, nosso Pai E temos certeza de que este órgão poderá fazer mui-
Todo-Poderoso, que abençoe a Governadora Benedi- to mais, desde que o Governo reconheça o seu real
ta da Silva e sua equipe, dando-lhes tranqüilidade e valor, a dedicação e capacidade dos seus diretores e
capacidade suficiente para gerir com eficiência os funcionários.
destinos da população fluminense. Muito obrigado.
Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. DR. HELENO (PSDB-RJ. Pronuncia o se-
O SR. ROBÉRIO ARAÚJO (Bloco/PL-RR. Pro- guinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Depu-
nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e tados, liberdade, independência e respeito aos princí-
Srs. Deputados, é com satisfação que ocupo esta tri- pios das nações é o que esperamos de todos os políti-
buna para registrar mais um grande feito da cos do mundo, de todos aqueles que detêm o poder
EMBRAPA, órgão vinculado ao Ministério da Agricul- de definir o futuro das relações humanas, sejam elas
tura e que tem dado enormes subsídios no campo da nacionais, sejam elas internacionais.
pesquisa agropecuária, contribuindo para o desenvol- Estamos há quase seis meses do fato histórico
vimento do País nesse importante setor da economia mais marcante da atualidade: os ataques terroristas
brasileira. às torres gêmeas do World Trade Center e ao Pentá-
Em Roraima, os técnicos da EMBRAPA, com o gono, nos Estados Unidos.
apoio da Secretaria Estadual de Agricultura, iniciaram Ao promoverem esses atentados, os terroristas
esta semana a colheita das sementes dos grãos que atingiram muito mais do que bens materiais ou vidas
serão distribuídas para os agricultores. humanas, atingiram sentimentos que julgávamos ina-
Serão distribuídos 150 toneladas de milho, 60 tingíveis, não apenas quanto ao povo norte-america-
toneladas de arroz e 24 toneladas de feijão, o que no, mas também quanto a toda a cultura anglo-latina.
contribuirá de forma expressiva para que Roraima A nós, políticos, compete refletir sobre nosso
continue seu programa de desenvolvimento e expan- papel neste contexto conturbado e entender os rumos
são da agricultura. que serão traçados doravante. Estamos presencian-
O trabalho que a EMBRAPA realiza no Brasil é do a história do limiar do século XXI, uma história que
digno dos maiores elogios, pois conta com técnicos se vem repetindo ao longo dos tempos, uma história
da mais alta competência e diretores que primam de beligerância e de radicalismos, uma história de in-
pelo excelente trabalho há anos, contribuindo, de for- tolerância entre povos, de preconceitos, de divergên-
ma brilhante, para o aumento da produção de alimen- cias ancestrais não administradas e perpetuadas no
tos no País. comodismo dos que detêm a obrigação de oferecer a
Mesmo não tendo o devido reconhecimento do igualdade de oportunidades e de direitos.
Governo Federal, a EMBRAPA esmera-se em promo- Vivemos em um país que tem por destino abri-
ver a pesquisa em todas as regiões, dentro de suas gar as mais diversas raças, acomodando-as e dando
características. a todas um gosto de liberdade e de igualdade como
.\bríl d<: 2002 DL\RIO 1).\ CAMARA DOS Dl;PlJl.\DOS Qllillla-f<:ira 11 15.1'))
em nenhum outro lugar do mundo. Não importa se so- ao extremo da indignação, a ponto de acabar com vi-
mos descendentes de árabes, africanos, judeus, ja- das humanas, para chamar nossa atenção para pro-
poneses ou portugueses; somos todos brasileiros ra- blemas que deveríamos solucionar como meta de
dicados nesta terra tão abençoada, onde os nossos vida.
antepassados derramaram seu suor e suas lágrimas. Não é fácil exercer a política, portanto não se
Amargaram também a dor da saudade, mas acredita- atrevam aqueles que querem apenas "se dar bem",
ram que aqui sua descendência estaria em um lugar pois a vida, a liberdade e a independência são valio-
próspero, onde seria possível construir um futuro com sas demais para serem inescrupulosamente manipu-
paz e dignidade. ladas, e o preço que nos será cobrado é muito a~o.
Esta é, certamente, a maior lição que temos do Não há vida sem a liberdade e sem independên-
nosso País: uma terra de todas as gentes. Não é uma cia. É importante, também, não nos esquecermos de
perfeição, pois seria utópica, mas uma realidade que que a liberdade deve estar sempre de mãos dadas
podemos fazer. É neste cadinho de raças que está com a responsabilidade.
sendo forjado o futuro da humanidade. Creio nisto!
Era o que tinha a dizer.
E a nossa busca pelo equilíbrio, seja em que
O SR. PAULO PAIM (PT-RS. Pronuncia o se-
campo for, deve ser o norte da nossa existência e a
guinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Depu-
obrigação maior dos que desejam usar do poder para
tados, gostaríamos de expor, no pronunciamento do
comandar destinos.
dia de hoje, nosso pensamento a respeito de assunto
Hoje, talvez menos irados, podemos analisar
que consideramos ser essencial para a conquista da
com mais vagar e menor interferência emocional os
igualdade social, da justiça e da democracia: a educa-
fatos daquele fatídico 11 de setembro.
ção.
O ataque aos dois símbolos de poder do ociden-
te foi, na verdade, o estopim que deflagrou a maior Nunca nos esquecemos dos ensinamentos que
mudança nas relações internacionais de que se tem recebemos durante nosso período escolar. Nunca
conhecimento, pois um único ato, por mais violento nos esquecemos de nossos primeiros professores,
que tenha sido, provocou o questionamento de todo o da escola que freqüentamos, da educação que rece-
mundo sobre o respeito aos valores de cada nação, bemos.
de cada grupo étnico ou religioso. Daquele tempo até hoje, a sociedade sofreu
Não pode haver hegemonia plena. Não pode ha- profundas transformações. A escola deveria ter
ver supremacia sobre as consciências. O sagrado di- acompanhado este processo, pois estas mudanças
reito à liberdade deve ser protegido, sob pena de ver- repercutem diretamente na vida de cada profissional
mos repetidos atos de extrema violência. Isto, entre- da educação, na vida dos educandos, no processo
tanto, não deve preocupar apenas os que detêm po- ensino/aprendizagem e, principalmente, na realidade
der em âmbito mundial. Que essa preocupação co- em que vivemos.
mece aqui, na nossa Nação, em cada Município, em A sociedade de hoje não comporta mais aquela
cada Estado. escola onde o aluno era presença passiva, com a ca-
É de liberdade que a humanidade anda atrás há beça vazia para receber um conjunto de conhecimen-
milênios. Liberdade de pensar, de ser, de ter, de so- tos fatuais e habilidades intelectuais; onde estes co-
nhar, de buscar uma vida menos sofrida, menos ma- nhecimentos eram testados periodicamente através
nipulada, onde a vontade livre, a soberania, seja o de provas e exames. O novo paradigma educacional
grande passo para a realização plena do conceito de exige uma escola moderna, com a valorização de to-
democracia, sem a violência da imposição da vontade das as potencialidades do aluno, numa correlação en-
de quem quer que seja e sem manipulação. É o que tre o ser e o saber.
esperamos para nossa vida, e o que devemos, como Apesar de todos os esforços feitos pelos profis-
políticos, perseguir para nosso povo, nas nossas rela- sionais da educação, a escola que idealizamos está
ções com os demais povos. muito longe daquela que ternos. Na imensidão deste
De que nos adianta falar em bem-estar social, País encontramos os métodos mais antigos, as for-
se manipularmos ou nos omitirmos quanto ao mais mas mais rudes de concretizar o que chamamos de
sagrado, a independência e a liberdade do cidadão? processo ensino/aprendizagem.
Não podemos esperar que apareçam Bin La- Não queremos a educação onde a idéia orienta-
dens para nos abrir os olhos às cruéis condições das dora se concentre em "moldar" os alunos para um
nações. Não podemos aguardar que alguém chegue "suposto" mundo que os espera. Não queremos ape-
l S~<)2 Quinta-lCira Ii nLc\RIO DA C\MARA nos IWPUL\l)OS Abril d~ 2002
nas salas de aulas isoladas, limitadas em recursos; des Indígenas", será a prova concreta da adesão do
mesas e cadeiras dispostas em filas; o uso do famoso Congresso Nacional à Campanha da Fraternidade
quadro negro; o livro-texto como personagem princi- 2002, que adotou como tema central "Fraternidade e
pal. Não admitimos o currículo educacional através da os Povos Indígenas", e como lema "Por uma Terra
filosofia da separação, segundo a qual o conhecimen- sem Males". Defender o direito à terra é uma forma de
to humano é dividido em classificações e matérias es- resgatar a dívida social que temos para com os prime-
tanques, como matemática, história, português, biolo- iros habitantes de nosso País.
gia, química, etc. Nesta história o aluno se torna Outro momento de extrema importância foi o
agente passivo, um receptor de informações e um lançamento do Documento na 67: "Eleições 2002 -
mero reprodutor de conhecimentos. Propostas para reflexão". A iniciativa da Conferência
As constantes mudanças ocorridas na socieda- Nacional dos Bispos do Brasil foi extremamente opor-
de nos últimos vinte ou trinta anos, com o aumento da tuna para o aprimoramento do processo eleitoral bra-
complexidade em todos os setores da vida profissio- sileiro. O documento é urna seqüência da luta enca-
nal e pessoal de cada cidadão, urgem mudança pro- beçada pela CNBB nas eleições municipais de 2000 e
funda na forma de conduzir a escola. O novo paradig- que culminou com a aprovação da Lei na 9.840, de 28
ma educacional, hoje em desenvolvimento, sugere de setembro de 1999, de iniciativa popular, e cujo ob-
que a escola tem que ser, antes de tudo, um ambiente jetivo primeiro era o combate à corrupção eleitoral.
"inteligente", especialmente criado para a aprendiza- Aqui, a Igreja reafirmou a sua luta secular na defesa
gem; um lugar rico em recursos, onde o aluno possa do componente ético na política.
construir o conhecimento segundo o seu estilo indivi- O documento "Eleições 2002", elaborado e
duaI. aprovado pelo Conselho Permanente da CNBB, é um
Além da reformulação de todo o sistema de edu- texto simples, de fácil leitura, porém rico de conteúdo
cação, acreditamos que para reverter este processo é como contribuição ao exercício do voto consciente e
imprescindível a valorização dos profissionais da responsável. Como diz o Secretário-Geral da CNBB,
educação. Hoje temos um professor mal pago que D. Raymundo Damasceno: "0 texto quer despertar a
não consegue sobreviver dignamente com o salário consciência de todos os cidadãos e cidadãs sobre o
que recebe e é obrigado a estender suas atividades importante momento, quando da eleição do Presiden-
para fora do ambiente escolar, trazendo profundas te da República, dos Governadores, dos Senadores e
deficiências ao ensino. Falta a motivação da remune- Deputados Federais e Estaduais".
ração justa, que possibilite a este profissional a exten- Didaticamente estruturado, o texto "Eleições
são de seus conhecimentos através da realização de 2002" faz, inicialmente, uma análise da conjuntura na-
cursos, da renovação periódica de habilidades, da cional e internacional, retomando os temas de impac-
avaliação permanente de seu trabalho. to: fome, má distribuição de renda, aprofundamento
Este não é um processo isolado. A escola do fu- das disparidades sociais e do fosso entre as elites e a
turo precisa de cada cidadão, de norte a sul do País, massa de marginalizados e excluídos, aumento da in-
agindo como ser transformador da sociedade em que segurança diante do recrudescimento da criminalida-
vivemos, lutando pela qualidade na educação, só de, dificuldades de encontrar emprego e medo de
conseguida através do ensino público gratuito. perdê-lo, morosidade do judiciário e crescimento da
Era este o nosso registro. impunidade, além das "perspectivas internacionais
O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS pouco alentadoras", agravadas pelos atos de terroris-
(PSDB-CE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Pre- mo e pelas ações militares repressivas, ameaçadoras
sidente, Sras. e Srs. Deputados, parabenizo a Confe- das liberdades individuais e coletivas.
rência Nacional dos Bispos do Brasil, primeiramente Não obstante a existência de enorme fratura so-
pela demonstração de sensibilidade social na esc,olha cial, reconhece o Conselho Permanente da CNBB
do tema da Campanha da Fraternidade 2002. E um que algo de positivo vem sendo operado: o fortaleci-
momento de reflexão sobre as formas de exclusão mento dos movimentos sociais, que expressam a es-
que marcaram todo o relacionamento entre índios e perança dos excluídos, "abrem novos espaços para a
brancos no processo de colonização e, também, para solidariedade e promovem um clima de maior tolerân-
relembrar a história de luta e de resistência de toda a cia e de respeito aos diferentes"; a efetiva participa-
população indígena. ção da população nos Conselhos Municipais, que se
A aceleração da tramitação do Projeto de Lei na consolidam como eficaz instrumento de fiscalização
2.057, de 1991, que "institui o Estatuto das Socieda- da atuação do Poder Público; a afirmação do papel
Abril de 2002 DL\RIO I)A ('AMARA DOS DEPUTADOS Quillla-felw 11 15193
dos meios de comunicação no processo de democra- maciça de empregos, pela elevação da qua-
tização e na formação da consciência crítica da popu- lidade de vida da população. Este novo esti-
lação; a luta sem trégua contra a corrupção e pela lo de desenvolvimento, sem depredação do
moralização do processo eleitoral; o crescimento da meio ambiente, é o suporte de uma econo-
consciência dos direitos humanos; a luta contra qual- mia solidária e saudável, impregnada de va-
quer forma de discriminação; o reconhecimento do lores éticos em contrapartida ao consumis-
pluralismo ético e cultural; a declaração da legitimida- mo exacerbado sem compromisso com as
de da luta pelo respeito ao ecossistema e à vida. futuras gerações. Só através da implanta-
Diante das apreensões que vêm marcando a ção de um novo modelo de desenvolvimen-
convivência humana, a Igreja não se omite e nem se to, fundado na "cultura da simplicidade" e in-
faz de indiferente. Assume sua posição evangelizado- trinsecamente ligado à "cultura da solidarie-
ra e de promoção humana, reafirma sua posição no dade" é possível criar e distribuir riqueza de
campo político, dialoga com os excluídos, luta para forma eqüitativa.
que se processem transformações estruturais e, prin- A CNBB vem, portanto, chamar a atenção de
cipalmente, "não se furta à sua obrigação ética e toda a sociedade para a importância das eleições ge-
evangélica de formar as consciências" para o exercí- rais. Com o seu voto o eleitor poderá garantir a esco-
cio da cidadania. Iha de um Legislativo independente, revitalizado e for-
O documento "Eleições 2002 - Propostas para te, com visibilidade, transparência e respeitabilidade,
reflexão" não está restrito às próximas eleições. Quer fundamental para a consolidação do processo demo-
"abrir um espaço de diálogo - antes, durante e depois crático brasileiro.
das eleições - para que algo de novo possa efetiva- Restrições à imunidade parlamentar recente-
mente nascer, em nosso País, da atuação dos res- mente aprovadas no Congresso Nacional, através de
ponsáveis políticos que serão eleitos em 2002". Por emenda à Constituição, dão nova conotação à esco-
isso, sugere a CNBB três prioridades para a reflexão lha dos novos Parlamentares. A salutar pressão da
dos eleitores, dos partidos políticos e dos candidatos sociedade foi fundamental para impor limites à imuni-
a cargos eletivos: dade, que deixou de ser sinônimo de impunidade.
. - .erradi~~ção da fome, que i~c1u~ uma O lançamento do documento "Eleições 2002",
Justa dlstnb~'~ao de ren~a, a efetlvaça~ .da pela CNBB, é um chamamento à reflexão, é uma
reforma agrana, a adoça0 de uma polltlca grande oportunidade de repensar o Brasil, a partir do
agrícola que privilegie o pequeno produtor exercício do voto.
rural ~ .a imPElementa~ãOt de projedtods d~ rten- Para concluir, gostaria de citar outro documento
d a mlnlma. sse conJun o d e me I as In er- C f - N . I d B' d B '1
- d f '1" da on ederaçao aCiona os ISpOS o raSI,
rompe a rota d e d egradaçao as aml las d
aprova o na 39 a A bJ '" . Ih d
ssem ela, em JU o e 2001 -
que, expulsas do campo por falta de traba- "B'I A - E D I - da
. .. . rasl: preensoes esperanças - ec araçao
lho e terra, se alojam na penfena das clda- CNBB b t t 'd P . "A h
. - d .., I. d so re o momen o a ua o ais. o c amar a
des em sltuaçao e mlsena, a em e cessar, _ . _.
· t d d d - d d - atençao, neste documento, para a Importancla das
tam b em, a ro a e egra açao o pa rao I . - CNBB . f'
,. t d I - e elçoes, a assim a Irmou:
a Imen ar a popu açao;
- respeito aos direitos humanos, atra- "Urge eleger pessoas capazes de
vés da garantia ao direito do trabalho, de aglutinar a vontade política, de criar um con-
condições adequadas de saúde, educação, senso efetivo para concretizar as mudanças
habitação com saneamento básico, segu- necessárias e de implementar providências
rança, superação de todas as formas de dis- indispensáveis para colocar a ordem jurídi-
criminação, eliminação da violência e da im- ca, social, cultural, política e econômica
punidade. Para tanto, é fundamental o redi- sempre a serviço da vida e da dignidade
recionamento das prioridades no uso dos dos brasileiros. (...) É igualmente indispen-
recursos públicos para investimentos socia- sável expurgar as eleições de toda espécie
is, com precedência para a superação das de corrupção eleitoral, que instrumentaliza a
carências mais urgentes da população; pobreza do povo e usa o poder econômico e
- desenvolvimento sustentável, carac- a máquina administrativa para assegurar a
terizado pela ampliação do mercado interno, continuidade do poder político nas mãos de
pela retomada do crescimento, pela criação quem o exerce em proveito próprio, de gru-
15.194 Quiuta-kíra II IJIARIO DA CAMARA DOS IJEPUL\DOS Abnl de 2002
pos corporativos ou de organizações parti- tor de Justiça do Estado de São Paulo, Márcio Sér-
dárias". gio Christino, ao Jornal do Brasil. Como principal
responsável pelo processo instaurado contra os lí-
Para dar efetividade ao grito de alerta da CNBB,
deres do Primeiro Comando da Capital, em 2001,
reafirmo proposta já feita nas últimas eleições munici-
Christino falou sobre a organização, a maior em atu-
pais: "Criar, em cada Paróquia, com o incentivo e a
ação no sistema penitenciário paulista, e sobre as
coordenação da Igreja local, instâncias para acompa-
dificuldades encontradas pelo Poder Público para
nhamento e controle do processo eleitoral'~ É assim
vencer essa batalha.
que se fortalecem os grupos sociais e se democratiza
a sociedade. Sem essa mobilização, a Lei n° 9.840, Há vários aspectos na questão, segundo o pro-
de 28 de setembro de 1999, a grande conquista de motor. Há, naturalmente, grandes quantias de dinhei-
iniciativa popular, consolidada como instrumento de ro em circulação, obtidas por vários meios ilícitos. A
moralização do processo eleitoral, será letra morta. É organização interna desses comandos é extrema-
mente eficiente. Não obstante seja baseada nos mo-
fundamental esta mobilização para a pregação do re-
púdio ao populismo sedutor, a qualquer forma de cor- delos da máfia americana, italiana ou chinesa, que
possuem uma hierarquia rígida, permitindo, por
rupção eleitoral e aos métodos espúrios de compra
exemplo, a imediata substituição dos líderes, em caso
de voto e de manipulação política.
de morte, há uma capacidade muito grande de criar
Era o que tínhamos a dizer.
ou de se adaptar a novas situações. Esse fato, em es-
o SR. CUNHA BUENO (PPB-SP. Pronuncia pecial, é fundamental para se compreender o meca-
o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. nismo dessas organizações e depende, basicamente,
Deputados, há menos de um mês, ocorreu uma da facilidade de comunicação.
rebelião no Centro de Detenção Provisória de Aqui chegamos, Sr. Presidente, ao ponto chave
Osasco, na Grande São Paulo, na seqüência de da questão. Sem esquecer as demais falhas e imper-
uma tentativa frustrada de resgate de alguns feições de nosso sistema penitenciário - de fato inca-
presos. Os guardas do centro, suspeitando de pacitado para atender às suas funções -, o promotor
certa movimentação no lado de fora do presidio, atentou para o problema do uso de celulares pré-pa-
pediram reforço à Polícia Militar. Depois de um gos, responsáveis pelo sucesso quase que absoluto
tiroteio, os bandidos que tentavam o resgate do sistema de comunicação. Há uma verdadeira cen-
fugiram, mas, no interior da cadeia, quase trai telefônica em atuação, que viabiliza ou favorece a
simultaneamente, começava o motim. realização de várias ações criminosas, dentro ou fora
Novecentos e quarenta presidiários uniram-se dos presídios. Segundo o Promotor Christino, o PCC
sob o lema do Primeiro Comando da Capital: "Paz, teria sido influenciado pelo Comando Vermelho, do
justiça e liberdade". O saldo foi de seis presos assas- Rio de Janeiro, por ocasião do seqüestro do empresá-
sinados por companheiros e quatro feridos, além de rio Abílio Diniz, no sentido do estabelecimento de um
instalações completamente destruídas ou queima- forte sistema de comunicação.
das. Indagado sobre a possibilidade de extinção de
O episódio é exemplar: dá a exata medida do uma organização como o PCC, o promotor foi categó-
poder das organizações criminosas que atuam nos rico: "Será possível se, além, é claro, de promover al-
presídios brasileiros, especialmente no Rio de Jane- terações na estrutura carcerária, houver uma mudan-
iro e em São Paulo, as maiores cidades do País. De ça na legislação que envolve a telefonia celular, no
dentro para fora ou de fora para dentro, os bandidos que diz respeito à facilidade de aquisição de um
desenvolvem suas atividades à revelia das autorida- pré-pago no Brasil".
des carcerárias. É quase como se estivessem todos Parece simples, mas não é. A proibição ou mes-
soltos. Continuam corrompendo, traficando drogas, mo a restrição da comercialização de telefones desse
chantageando, assassinando membros de facções tipo esbarra em um interesse comercial da ordem de
rivais ou antigos companheiros, sob o pretexto de milhões de reais por ano. Cria-se, portanto, um verda-
"queima de arquivo". Participam, enfim, de uma rede deiro impasse entre os interesses da sociedade e os
extremamente bem articulada, cujo poder vem desa- interesses das empresas de telefonia celular, impas-
fiando, de forma cada vez contundente, a estrutura se este que tem de ser resolvido de forma racional
de segurança pública a cargo do Estado. pelo Poder Público federal.
A propósito desse mesmo episódio, vale a Estamos, pois, Sr. Presidente, diante de um pro-
pena mencionar a entrevista concedida pelo Promo- blema muito sério, que tende a se expandir para todos
.\l)[il d<: 2002 DL\RIO Il.\ C.\M.\R.\ DOS IWP{ JL\1l0S Quinta-leira II I'i.N'i
os Estados brasileiros. O crescimento das organiza- Grota Funda e na revitalização da Lagoa Rodrigo de
ções criminosas, estabelecendo urna rede de poder Freitas.
paralelo cada vez mais forte, é urna realidade nacio- Em relação à parceria na área de segurança pú-
nal que precisa ser combatida com firmeza e determi- blica, a idéia seria manter a Guarda Municipal no poli-
nação. ciamento diurno e os militares no policiamento notur-
Para tanto, e de modo a encontrar soluções defi- no, a partir de um contrato de meia jornada pela Pre-
nitivas, temos de enfrentar a urgente reforma do siste- feitura do Rio.
ma penitenciário, sem dúvida inadiável. Independen- De acordo com o comando da Guarda Munici-
temente dela, porém, podemos atuar de forma pontu- pal, poderiam ser contratados cerca de 2 mil policiais
ai, eliminando os caminhos que favorecem a crimina- militares, que, mesmo exercendo um trabalho volun-
lidade, a exemplo dos celulares pré-pagos. tário, seriam remunerados pelo Município. Os policia-
Na certeza de que esta Casa tem legitimidade is interessados se apresentariam no respectivo bata-
para empreender ações desse tipo, convocamos to- lhão em que se acharem vinculados e informariam os
dos para uma reflexão sobre o terna, de modo a ulti- horários em que estariam disponíveis para atuar no
mar as providências que se fizerem necessárias, ago- policiamento noturno.
ra e a longo prazo. Outro aspecto importante foi a disposição do
Muito obrigado. novo Governo do Estado de fortalecer a atuação do
O SR. RUBEM MEDINA (PFL-RJ. Pronuncia o Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais
seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. (GPAE), que já atua no Morro do Pavão-Pavãozinho.
Deputados, é extremamente positiva a parceria As áreas a serem priorizadas serão escolhidas de
proposta pelo Prefeito Cesar Maia com o novo acordo com índices de violência, impunidade, dificul-
Governo do Estado do Rio de Janeiro, dade de policiamento e insegurança da população.
particularmente em relação à segurança pública. Ao Além de dar uma nova dimensão ao policiamen-
visitar a Governadora Benedita da Silva esta semana, to ostensivo, o trabalho do GPAE é importante por va-
o Prefeito ofereceu o apoio do Município no lorizar a ética, combater a impunidade no seio da polí-
pagamento de policiais militares nos horários de folga cia e promover um serviço integrado na comunidade,
para que patrulhem, durante a noite, determinadas levando educação, cultura e lazer.
áreas da cidade definidas conjuntamente pelas duas Temos que louvar, portanto, a disposição e boa
administrações. vontade do Prefeito e da Governadora em buscarem
A idéia, bastante oportuna, seria municipalizar novas parcerias para enfrentar os graves problemas
as atividades que muitos policiais já exercem na práti- da cidade do Rio, particularmente na área de segu-
ca e informalmente nas horas de folga, o que contri- rança pública, que é uma das permanentes angústias
buiria para multiplicar o efetivo policial, reforçando a de toda a população.
segurança da população em áreas consideradas críti- Já era hora de os governantes entenderem que
cas, além de melhorar a imagem da cidade numa os interesses da cidade e de seus moradores estão
área que tem sido permanente motivo de desestímulo acima de paixões partidárias ou de caprichos pessoa-
ao turismo. is que tanto contribuíram para retardar o encaminha-
O Prefeito se inspirou no programa Serenazgo, mento de soluções para os graves problemas do Mu-
implementado com sucesso em Lima, no Peru. Ele já nicípio.
havia apresentado a mesma proposta ao Governo an- Ainda está na memória de todos os recentes de-
terior e resolveu retomar o assunto na visita que fez à sencontros entre as autoridades na questão do com-
Governadora. O importante é que a parceria proposta bate à dengue no Município e no Estado. Enquanto a
não se limita à área de segurança pública. população ficava aflita com os efeitos danosos da epi-
Cesar Maia se colocou à disposição também demia e os hospitais superlotados de pacientes em
para estreitar a parceria com o Estado na execução busca de socorro, as autoridades se digladiavam em
das obras do emissário submarino da Barra da Tijuca, acusações mútuas sobre a responsabilidade do
do saneamento básico na Baixada Fluminense e Ja- avanço da doença.
carepaguá, a urbanização do Morro Dona Marta, Entendo que com o gesto de boa vontade de-
além de uma ação conjunta para enfrentar o proble- monstrado na visita à Governadora, o Prefeito Cesar
ma dos menores de rua. O Município quer também a Maia dá um exemplo de corno devem se portar os ho-
parceria do Estado na construção do trecho do metrô mens públicos na busca de soluções para os proble-
entre a Barra e Madureira, na construção do túnel da mas que afligem a população brasileira.
I 'iVJ6 Quinta-li:ira 11 DI.\RIO IH (',\MARA DOS J)j:PlJIAJ)OS Abril d~ 2002
Nossa esperança é de que esse gesto mútuo de alteram a legislação penal para atribuir maior rigor
boa vontade resulte em ações concretas no futuro no combate à criminalidade,
para que a população do Rio possa, enfim, reconquis- O mandato parlamentar, para ser exercido em
tar a segurança e o bem-estar que sempre mereceu e toda a sua plenitude, não pode prescindir da presen-
que até então vê como um sonho distante, ça constante em plenário e durante as deliberações,
Muito obrigado, Se o Parlamento deixa de votar projetos de interesse
O SR. FERNANDO GONÇALVES (PTB-RJ, da sociedade, deixa de cumprir com o que mais o ca-
Pronuncia o seguinte discurso,) - Sr. Presidente, racteriza e lhe dá essência, porque frustra as expec-
Sras. e Srs. Deputados, depois de um longo período tativas e as esperanças da população,
de obstrução e adiamento de votações de matérias O Poder Legislativo precisa manter-se perma-
importantes e com grande interesse para a Nação, nentemente sintonizado com os interesses maiores
finalmente parece que a Casa e as lideranças da Nação, discutindo os seus problemas, fiscalizando
partidárias encontraram o caminho da retomada dos os atos do Executivo e votando leis que melhor orga-
trabalhos em plenário, nizem e equacionem medidas de solução para os
conflitos sociais.
O acordo celebrado ontem visando à votação
das medidas provisórias que integram a pauta da Saúdo, portanto, o acordo que finalmente põe
Ordem do Dia, graças aos esforços do Presidente Aé- um fim à paralisia dos trabalhadores neste plenário,
cio Neves, revela a volta do bom senso e do espírito ao tempo em que conclamo a todos no sentido de agi-
público em benefício da Nação e do povo brasileiro, lizarmos, ao máximo, em um grande esforço, as vota-
ções das proposições com tramitação concluída, de
Lamentavelmente, houve perdas muito signifi-
modo a dar respostas imediatas e concretas que os
cativas durante esse período de não definições em
brasileiros tanto esperam de todos nós,
decorrência da luta política travada entre correntes
Era o que tinha a dizer.
aliadas desde o início do atual Governo, mas que
romperam em face de questões de caráter tipicamen- Durante o discurso do Sr, Fernando
te eleitoral. Gonçalves, o Sr. Marçal Filho, § 2° do art.
18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da
O atraso na votação da CPMF, cuja prorroga-
presidência, que é ocupada pelo Sr. The-
ção deverá sofrer um intervalo em sua cobrança de
místocles Sampaio, § 2° do art. 18 do Regi-
cerca de sessenta dias, acabará por provocar prejuí-
mento Interno,
zos à receita da União em cifra superior a dois bi-
lhões de reais, comprometendo a execução de pro- O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio)-
gramas sociais relevantes para os segmentos mais Concedo a palavra ao nobre Deputado Marçal Filho.
carentes da população. O SR. MARÇAL FILHO (PMDB-MS,
A opinião pública brasileira reage indignada a Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,
essa postura de omissão do Poder Legislativo, exa- Sras, e Srs, Deputados, ocupo hoje a tribuna desta
tamente quando mais se agravavam os problemas Casa para parabenizar a Segunda Turma do
sociais e econômicos, como a violência e a insegu- Supremo Tribunal Federal pela decisão que definiu
rança em nossas cidades e os elevados índices de como obrigatório o pagamento do exame de DNA,
desemprego no País. por parte do Governo do Estado de Mato Grosso do
Sul, para pessoas que têm direito à justiça gratuita.
Quando faltam respostas objetivas para aten-
O Governo de Mato Grosso do Sul entrou com
der às expectativas e aos reclamos do povo, tor-
um recurso no Supremo Tribunal Federal, com o
na-se mais difícil a realização dos investimentos pri-
propósito de se eximir da responsabilidade de pagar
vados devido à desconfiança com que investidores
os custos do exame de DNA, mas é necessário lem-
nacionais e estrangeiros passam a considerar as
brar que é garantida justiça gratuita às pessoas que
possibilidades de um futuro melhor para o Brasil.
comprovam insuficiência de recursos, Nada mais
Por isso, assume vital importância o efetivo justo que o Governo forneça o exame àqueles ca-
cumprimento do acordo ontem firmado nesta Casa, sos que o requeiram,
mediante o qual, a partir da sessão de hoje, a Câ- Em alguns processos, como os de pensão ali-
mara dos Deputados retomará o processo de vota- mentícia, é extremamente necessário o exame de
ção da extensa pauta de matérias, desde as medi- DNA, para que com a comprovação ou não da pater-
das provisórias à PEC da CPMF e aos projetos que nidade os processos sejam decididos e os filhos pos-
Abril de 2002 DJ,\RIO IH C\M.\RA DOS DFl'lJ L\DOS Quinta-feira 11 1<'3')7
sam receber a pensão e outros benefícios que lhes fo- para a qual sempre ao lado, não somente do Gover-
rem de direito. no, mas de um projeto de desenvolvimento para o
É importante lembrar que em muitos desses ca- Brasil, no contexto da aliança que elegeu por dois
sos os pais têm consciência da paternidade, mas co- mandatos o Presidente Fernando Henrique Cardoso.
locam em dúvida tal fato com a certeza de que ganha- As explicações que a ex-Governadora Roseana
rão tempo e talvez nem venham a ser obrigados pela Sarney deve a respeito dos indícios de irregularida-
justiça a pagar o sustento de seus filhos por falta do des envolvendo a Lunus e empréstimos da SUDAM,
exame de DNA, que hoje tem quase 100% de acerto em levantamento feito pelo Ministério Público Fede-
em seus resultados. ral, têm que ser fornecidas por ela mesma à socieda-
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, gos- de brasileira. Não pode o PFL tentar desqualificar a
taria mais uma vez de parabenizar o Ministro Néri da necessidade imperiosa dessas explicações obstruin-
Silva pela sua salutar decisão, baseada no art. 5°, in- do a pauta do Congresso Nacional, tentando dar a
ciso LXXIV da Constituição Federal, não hesitando uma questão jurídica aspecto político, como uma qua-
em obrigar o Governo do Estado de Mato Grosso do se desculpa para um caso sequer transitado em julga-
Sul a pagar o exame de DNA, o que posso considerar do.
como mais uma vitória para todos os cidadãos Não podemos perder mais tempo e nos desgas-
mato-grossenses-do-sul. tar mais e mais, a cada dia, com este ambiente de in-
Muito obrigado. trigas, de disse-me-disse, de paranóia sobre perse-
O SR. PAULO FEIJÓ (PSDB-RJ. Pronuncia o guições e conspirações, com troca, parte a parte, de
seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. ofensas e discussões emanadas no calor de debates
Deputados, é inaceitável o atual cenário político mais tocados por aspectos eleitoreiros do que políti-
brasileiro, em que presenciamos o desfraldar de cos.
questiúnculas personalistas que, ao travar a pauta do Ê preciso dar um basta a este tipo de atitude, Sr.
Congresso Nacional, desdobram-se em uma Presidente, porque o cidadão comum se decepciona
sucessão de obstáculos, na realidade, ao pleno quando vê que seu voto é empunhado não como
funcionamento das instituições brasileiras. arma em defesa da sociedade, mas como bandeira
Retorno a este assunto neste plenário, Sr. Presi- de negociação política, em casos como este que hoje
dente, por não admitir que o episódio envolvendo a proporciona ao País um panorama de absurda imobi-
ex-Governadora maranhense Roseana Sarney, seu lidade do Congresso Nacional, em face de uma con-
marido Jorge Murad e a empresa de sua propriedade, tenda entre partidos.
a Lunus, transforme-se de um caso específico e pes- Confiamos, nobres colegas de Parlamento, que
soal~ insisto, em uma questão nacional que envolva o bom senso prevalecerá na reunião de Lideranças
as ações encaminhadas nos últimos dias por setores hoje, a fim de que possamos, com um reposiciona-
do PFL. Tais setores pefelistas, ao assumirem as do- mento do PFL, restabelecer a normalidade nos traba-
res de uma liderança de seus quadros, optam, em lhos de apreciação e votação de matérias, a fim de
contrapartida, por colocar em risco os destinos do que sinalizemos para a sociedade brasileira que esta-
Brasil. mos todos dispostos a exercer o nosso papel e nos
Refiro-me a setores do PFL porque entendo que empenhar em prol do País.
o partido de forma orgânica, ou mesmo os seus 96 Como membro do Partido da Social Democracia
Parlamentares nesta nobre Casa de leis, não coadu- Brasileira exerço a defesa da prática política marcada
na com o pensamento paternalista que vem sendo pela ética e pelo respeito ao coletivo. Apesar das mi-
adotado no decorrer dos últimos acontecimentos pe- nhas ligações e compromissos partidários, conduzo o
los Lideres maiores da legenda. Para preservar a exercício de minha atividade parlamentar com o máxi-
imagem de sua pré-candidata à sucessão presidenci- mo de isenção possível, procurando distanciar-me do
al de possíveis danos em face dos recentes aconteci- assunto em análise, para que melhor possa emitir mi-
mentos, setores do PFL assumem a postura de afas- nha opinião a respeito.
tamento cínico dos compromissos para com a popu- Reiteramos, nesta oportunidade, o papel de ár-
lação nacional. bitro que assume o Presidente Fernando Henrique
Não me posso furtar de destacar que o PFL se Cardoso, que se apresenta como um estadista em re-
macula da mais descarada incoerência política quan- lação à celeuma envolvendo o PSDB e o PFL, bus-
do rompe com o Governo Federal, em atitude equivo- cando atingir um ponto em que se pacifiquem os âni-
cada e revanchista, e se distancia de uma realidade mos entre os dois partidos, em benefício do País e da
1';3')8 QUlIlla-kira I I J)L\RIO D\ ('AMARA DOS DFl'lIL\J)()S .\bril de 2002
seqüência de posicionamentos que nós, Deputados, Grosso do Sul e pode contribuir, na campanha para a
temos que assumir com urgência no encaminhamen- Presidência da República, com o exemplo de que a
to da votação das medidas provisórias, diversidade das Oposições potencializa nossos esfor-
No encerramento deste meu pronunciamento, ços comuns por uma sociedade mais justa e igualitá-
ponho-me à disposição do Presidente Fernando Hen- ria.
rique Cardoso para que neste insigne Parlamento, O SR. MÁRIO NEGROMONTE (PPB-BA.
junto com meus companheiros de Plenário, possa- Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,
mos encaminhar a votação das matérias que são vita- Sras. e Srs. Deputados, existem pessoas a quem o
is não somente para o meu Estado, o Rio de Janeiro, destino deu a estrela, a faculdade de transformar as
como também para todo o Brasil. características e o panorama do meio onde vivem.
Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente, Sras, e É meu dever ocupar esta tribuna para enaltecer
Srs, Deputados, uma figura ímpar no cenário baiano, recentemente fa-
Durante o discurso do Sr, Paulo Feijó, lecida, em 10 de março de 2002, Trata-se do advoga-
o Sr, Themístocles Sampaio, § 2° do art, 18 do, magistrado, político e escritor João Gonçalves de
do Regimento Interno, deixa a cadeira da Carvalho Sá - Dr. Sá.
presidência, que é ocupada pelo Sr, Marçal Tive o prazer de privar de sua amizade, apre-
Filho, § 2° do art, 18 do Regimento Interno, sentado que fui ao Dr. Sá pelo meu cunhado, Dr. Ada-
uto Pereira de Souza, ex-Presidente do IAPSEB.
O SR. PRESIDENTE (Marçal Filho) - Concedo
a palavra ao nobre Deputado Ben-Hur Ferreira, Nasceu em Jeremoabo, Bahia, em 9 de feverei-
ro de 1907. Era filho do coronel João Sá, destacado
O SR. BEN-HUR FERREIRA (PT-MS, político da região interiorana da Bahia. Foi por várias
Pronuncia o seguinte discurso,) - Sr. Presidente, vezes Deputado Estadual e Prefeito, além de coronel
Sras, e Srs, Deputados, gostaríamos de deixar da Guarda Nacional.
registrado o resultado da pesquisa sobre as
Como se não bastasse a excelente linhagem de
eleições presidenciais, realizada pelo Datafolha e
nascimento, o Dr. Sá estudou no Colégio Marista de
divulgada hoje, O crescimento do nome de Lula em
Salvador, ingressando daí na Faculdade Federal da
cinco pontos percentuais consolida a preferência do
Bahia, onde graduou-se como bacharel em Direito
eleitorado pela candidatura petista, inclusive nas
em 1929,
simulações de segundo turno feitas pelo instituto.
É com alegria que fazemos este registro. As Daí, lançou-se numa dinâmica carreira forense,
grandes transformações de que o Brasil tanto neces- como promotor, em Jeremoabo, em seguida na cida-
sita projetam-se em um horizonte concreto. O povo de de Castro Alves.
brasileiro quer mudanças, Ninguém agüenta mais vi- O Dr. Sá casou-se com Da. Hyldeth de Carvalho
ver em um país onde as instituições financeiras tripli- Sá, com quem teve cinco filhos: Antônio Carlos Costa
cam seus lucros, enquanto os trabalhadores vêem, de Carvalho Sá, bacharel em Direito; Maria Francisca
com desespero, decrescer o poder aquisitivo de seus Tereza, formada em Artes Teatrais e sócia-fundadora
salários. do Teatro Vila Velha; João José Costa de Carvalho
As chances de Lula chegar à Presidência au- Sá, engenheiro, diretor da Odebrecht e atual Presi-
mentam, e as resistências vão sendo vencidas por- dente da Associação Comercial da Bahia; Rosa Maria
que o povo brasileiro compreende que é possível mu- Sá Santocci, professora, casada com um capi-
dar e que a candidatura de Lula encarna um projeto tão-de-mar-e-guerra da Marinha do Brasil; e Evelina
de mudança que assegura vida digna para todos. de Carvalho Sá Hoisel, professora de Línguas da Uni-
O expressivo desempenho de Lula nas pesqui- versidade Federal da Bahia.
sas reativa também a busca de unidade no campo Em 1937, foi nomeado Promotor de Justiça do
das Oposições. Estamos convencidos de que a expe- Estado da Bahia e, posteriormente, Subprocurador
riência do Governo Popular de Mato Grosso do Sul da Fazenda Estadual.
deve estimular e referenciar, no plano nacional, a bus- Após sua nomeação como membro do Conse-
ca de um governo de coalizão. lho Administrativo do Estado da Bahia, foi nomeado
Durante minha gestão à frente da Secretaria de Procurador da Prefeitura de Salvador, onde se apo-
Governo pude compartilhar a experiência, extrema- sentou. Já aposentado, decidiu permanecer atuante,
mente fecunda, de um governo de coalizão. O Gover- sem descanso, buscando no trabalho a sua satisfa-
no Zeca está mudando a cultura política no Mato ção.
Abril de 2002 D1.\RIO D_\ C\MAR_\ DOS DEPUTA.DOS Quinta-feIra lI l5W'J
Foi Redator-Chefe do jornal Diário da Bahia e, O SR. JORGE KHOURY (PFL-BA. Pronuncia o
em 1948, foi convocado para a Câmara Federal, lá seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.
permanecendo até 1949_ Deputados, a Bahia começou a escrever, na última
Na Câmara dos Deputados foi autor de uma sexta-feira, dia 5, a primeira página da história que
emenda, anexada ao Orçamento de 1948, que deter- marcará a primeira eleição geral do novo milênio_
minava a realização de estudos sobre açudagem e ir- O script - político - não foi muito diferente do
rigação nas margens do Rio Vaza-Barris e Várzeas que ocorreria no anúncio de um novo filme_ À frente
do Canché, em Jeremoabo_ Como conseqüência, ob- do elenco um ator experiente, competente, carismáti-
teve a vitória de incluir a primeira verba para constru- co e popular anunciou as principais estrelas.
ção do Açude de Cocorobó, hoje Canudos, magnífica O roteiro atual, o conteúdo contemporâneo e os
obra, de importância inconteste naquela região baia- resultados esperados ao gosto do público.
na. Grande platéia aplaudiu de pé o elenco. A partir
Como Deputado Estadual, foi Presidente da Co- daí começa a filmagem, cujo lançamento esta previs-
missão de Finanças e membro do Conselho Adminis- to para o primeiro domingo de outubro, em grande es-
trativo, em duas interventorias. tilo, mobilizando toda a comunidade.
Em Jeremoabo, Dr. Sá foi Prefeito em dois man- Pelo conhecimento que se tem dos atores, dire-
datos, dinamizando sensivelmente o seu Município tores e coadjuvantes, que vêm atuando de forma
com eletrificações, construção de escolas e hospitais, sempre exitosa há algumas décadas, já se prevê o re-
pavimentações, ajardinamentos e distribuição de me- sultado: sucesso de público e de urna, com aprova-
dicamentos às pessoas carentes. ção popular já na avant premiare, ou seja, no primei-
O Dr. Sá também levou o progresso a Jeremoa- ro turno.
bo ao implantar o serviço de telefonia naquela comu- Se estivéssemos em Hollywood, assim seria.
nidade - serviço esse oferecido pela TELEBAHIA, Mas estávamos na Bahia, e assim aconteceu: de for-
com sucesso. ma impecável, o ex-Presidente do Congresso Nacio-
Da mesma forma implantou o primeiro sinal da nal, Senador, Governador, Deputado Federal, Prefei-
TV Globo no Município, além de prover Jeremoabo to da Capital, Deputado Estadual, enfim o maior líder
de um Pelotão da Polícia Militar do Estado, de agênci- da Bahia, Antonio Carlos Magalhães, que será o ator
as bancárias do Banco do Brasil e do BANEB, além principal desse filme e também o autor desse livro, ini-
de outros melhoramentos na sede do Município. ciou a sua primeira página no último dia 5. Ele será
Como testemunho de sua honradez e lisura, re- escrito durante seis meses, estando pronto no início
cordo-me de que Dr. Sá deixou, ao findar seu último de outubro, tendo seu lançamento no dia 6 daquele
mandato como Prefeito, vultosa quantia em dinheiro mês.
nos cofres da Prefeitura de Jeremoabo, fato raro na ACM anunciou a composição da chapa que os
gestão pública. baianos terão para assegurar a continuidade de um
Escreveu um opúsculo intitulado "Casa da Tor- Estado equilibrado fiscalmente, capitalizado financei-
re", reminiscências da vida do famoso Garcia D'Ávila. ramente, justo socialmente, em desenvolvimento eco-
Na década de 90, já afastado da vida pública, nomicamente e comprometido com o bem-estar do
ainda assim doou 150 hectares de terra para a cons- seu povo.
trução de uma Escola Técnica. Trata-se dos nomes do Senador Paulo Souto,
Ao partir para o descanso eterno, em março Governador - "foi um grande Governador e um notá-
deste ano, deixou um imenso acervo de serviços vel Senador", conforme as palavras do líder ACM-,
prestados a Jeremoabo e ao Estado da Bahia. tendo como companheiro de chapa o Deputado Eral-
Ao findar, na justa alegria a tão insigne político do Tinoco (PFL-BA), "homem experimentado, da mi-
baiano, desejo declarar que a sua memória permane- nha confiança absoluta e da confiança de Paulo Sou-
ce e permanecerá sempre presente no seio de todos to", registrou ACM.
os baianos, gratos pela história de benfeitorias e ser- Para o Senado Federal assim anunciou ACM:
viços prestados pelo Dr. Sá "...a eleição certa de César Borges para o Senado,
Pedindo a Deus que lhe dê o merecido descan- com o consentimento de vocês, serei companheiro
so eterno, só nos resta agradecer-lhe por seus rele- dele para lutar sempre pela Bahia..."
vantes feitos. Além da chapa majoritária, previu o eminente
Era o que eu tinha a dizer. homem público a vitória de uma grande bancada fe-
15400 Quillt,t-teira II I)IAIUO I)A CAMARA DOS DFPUTADOS Abnl de 2002
deral (nesta Casa) e de igual forma na Casa do povo agradecendo a sua atuação, inclusive, que nos levara
baiano (Assembléia Legislativa). à grande vitória de 6 de outubro.
Esse feito coroou de êxito o ato da transmissão A Bahia é hoje um Estado privilegiado no Brasil.
de cargo do Governador César Borges (PFL-BA) para Nenhum estado realizou obra maior, em auxilio ou
o Governador Otto Alencar (PL-BA), cuja dimensão sem auxilio do Governo Federal, que nos impôs algu-
foi registrada com perfeição, nas palavras do grande mas retaliações. Mas pouco importa. Elas passam e a
líder. Bahia fica cada vez maior porque realiza aqui pelos
Pela importância daquele momento, venho a seus filhos, um grande trabalho.
esta tribuna não só para registrá-lo, mas também para O povo baiano é testemunha disso, e é testemu-
solicitar a VExa., Sr. Presidente, que sejam transcri- nha maior que aí Deus, meu caro Cardeal, tem sido
tas, juntamente com o meu pronunciamento, nos generoso comigo e tem também imposto os sofrimen-
Anais desta Casa, as palavras desse estadista. Após tos necessários para que eu possa conhecer melhor
ter-se notabilizado pelas brilhantes páginas escritas a vida e dar maior valor à vida dos baianos, principal-
durante várias décadas, no último século, Deus e o mente dos mais fracos.
povo baiano permitiram que ele continuasse escre- Sou feliz. A memória, a alma de Luis Eduardo
vendo novas páginas da nossa história, no início des- está também se regozijando pelo dia de hoje, da sai-
te novo milênio. da de seu amigo fraterno do Governo, tendo sido o
Era o que tinha a dizer. companheiro mais leal de toda a minha vida no exer-
cício do poder. Por isso mesmo, eu sei que qualquer
PRONUNCIAMENTO A QUE SE REFERE O
agradecimento meu ou de qualquer um de nos - for-
ORADOR
mamos uma família só - a César tem a justiça divina a
Transcrição do pronunciamento de Antonio Car- nos aplaudir.
los Magalhães. Quero dizer nessa hora, também, que todos os
"Vamos fazer o que a Bahia deseja" índices da Bahia vem melhorando mas melhorando
Governador Otto Alencar, Governador César bastante. Façam comparações com qualquer estado.
Borges, meu querido Cardeal Dom Geraldo Majella, Todos vivem as angustias de um Brasil desigual, de
Senhor Presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, um Brasil que tem 50 milhões de quase indigentes.
Carlos Alberto Dultra Cintra, presidente da Assem- Por isso mesmo, fiz um projeto da erradicação da po-
bléia Legislativa, Reinaldo Braga (PFL), meus queri- breza, com a bolsa-escola, a bolsa-alimentação, que
dos Senadores, meu Prefeito notável que tem trans- o Governo Federal diz que é ele. Mas não, foi do Con-
formado essa terra em orgulho dos baianos. Imbas- gresso Nacional. Foi meu.
sahy, Prefeitos todos aqui presentes, ex-Prefeitos, Meus amigos que aqui estão, quero lhes dizer,
Deputados Estaduais e Federais, lideranças, Secre- nessa hora, em poucas palavras, - já se ouviu o bas-
tários de Estado, as minhas primeiras palavras serão tante o que César fez, o que OUo vai fazer. Quero lhes
de agradecimento ao Governador César Borges, por dizer que nós vamos ter a continuidade administrativa
min e por Luis Eduardo. a partir também de agora e de 10 de janeiro.
Ele honrou, como ninguém poderia fazê-lo de E, ai, peço licença ao nobre presidente do poder
modo mais eficiente, a memória de Luiz Eduardo, rea- judiciário e ao Cardeal para dois minutos apenas de
lizando um governo notável na Bahia, um governo política.
que marcará a sua historia, a sua vida e, sobretudo, Tenho dever de anunciar, nessa hora em que va-
será o orgulho dos seus pais, dos seus filhos, da sua mos indicar à convenção do partido, depois de ouvir os
esposa. Esteja extremamente tranqüilo, César, que correligionários todos, o nome de Paulo Souto para Go-
você deixa esse Governo no coração dos baianos, vernador. Paulo Souto foi um grande Governador e um
que certamente jamais esquecerão o seu trabalho e notável Senador, graças a minha iniciativa de fazer a
eu me retrato ao lugar que, por merecimento, você CPI do Judiciário. Abrimos o caminho para agilizar e lim-
chegará. par o Judiciário. Os Poderes Executivo e o Legislativo
OUo Alencar, que não é uma pessoa desconhe- também devem fazê-lo, aqueles que não são dignos re-
cida, ao contrario, é conhecida dos baianos pelo seu almente de militar nessas instituições.
trabalho notável, pela sua seriedade, pela sua com- Paulo Souto foi o relator. E, graças a isso, conse-
petência, pela sua lealdade e, sobretudo, pela sua co- guimos - ai eu praticamente posso dizer eu e ele - lu-
ragem de enfrentar os desafios; se agradeço a César, tar. Se o Judiciário quiser, tem uma Bíblia, na CPI do
tenho o dever de dizer que, no fim do ano, estarei Judiciário, para consertar o País.
Ahril de 2002 DL\RIO DA ('AMARA DOS DEPUTA,DOS Quiuta-feira 11 1.'\40 I
características do trabalho do docente e da gestão da língüe, aliada ao respeito às tradições e aos costu-
escola. mes que lhes são próprios, com a participação efetiva
- O Provão, um dos sistemas de avaliação do das próprias comunidades no desenvolvimento dos
ensino superior, que, vitorioso, após as resistências projetos a elas dirigidos.
iniciais, se tornou um produto de exportação: Muitos outros avanços e conquistas, Sr. Presi-
Colômbia, Venezuela, Costa Rica, Argentina e dente, Sras. e Srs. Deputados, poderíamos listar nes-
Estados Unidos têm mostrado interesse no sistema. ta oportunidade, mas não devemos esquecer, pelo
- O Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, menos, dos seguintes:
que, em 2001, em sua quarta edição, obteve o apoio - O Programa TV Escola, implantado em 1996,
de 230 instituições que o aceitaram como teste válido com o objetivo de capacitar, atualizar e valorizar os
para o acesso ao ensino superior, de modo isolado ou professores da rede pública de ensino fundamental e
combinado com o vestibular tradicional. médio, que hoje atinge cerca de 1 milhão de
Outro ponto de suma importância na gestão do professores e 28,9 milhões de alunos.
Ministro Paulo Renato foi a criação de programas que
- O Programa Nacional de Informática na
incentivassem os alunos a permanecerem em sala de
Educação - PROINFO, que visa ampliar o
aula, dando continuidade aos estudos.
conhecimento de professores e alunos da rede
Implantado em 2001, o Programa Bolsa-Escola pública para utilização das novas técnicas como
Federal tem dois objetivos principais: do ponto de vis- ferramenta de desenvolvimento curricular, de
ta da educação, diminuir a evasão e o abandono es- modernização e melhoria da qualidade de ensino,
colar, estimulando a permanência das crianças em que atende 1.025 Municípios e já formou 1.419
sala de aula e incentivando a continuidade dos estu- multiplicadores e implantou 256 Núcleos de
dos. O segundo objetivo é a distribuição de renda de Tecnologia Educacional em todo o País, nos quais
cima para baixo, com recursos da Contribuição Provi- foram capacitados 58.640 professores e beneficiados
sória sobre Movimentação Financeira - CPM F. 200 mil alunos das 2.477 escolas que receberam
O universo do programa é de 11 milhões de cri- computadores.
anças, pertencentes a 5,8 milhões de famílias distri-
- O Programa de Formação de Professores em
buídas nos 5.561 Municípios brasileiros De maio a
Exercício - PROFORMAÇÃO é um curso de nível
dezembro de 2001, o Bolsa-Escola beneficiou 4 mi-
médio, com habilitação em magistério, na modalidade
lhões de famílias. A expectativa é de que a iniciativa
de educação à distância, para formar professores que
estimule Estados e Municípios a criarem seus própri-
exercem a profissão sem a habilitação legal, que
os programas, em proveito da população de baixa
atende cerca de 30 mil matriculados.
renda e das regiões menos privilegiadas do País.
Outras importantes iniciativas foram tomadas, - O Programa Nacional do Livro Didático, cuja
como a ampliação do atendimento àqueles em situa- ampliação superou as expectativas, distribuiu 109
ções específicas, como os portadores de deficiênci- milhões de livros didáticos para 32,5 milhões de
as, passando a educação especial a ser de fato e de alunos, em 2000, incluídos, pela primeira vez, 20,2
direito uma parte integrante do sistema educacional milhões de dicionários para alunos e professores.
brasileiro, destacando-se ações nos campos da defi- - O Programa Nacional de Bibliotecas, que
ciência visual e da deficiência auditiva. surgiu para estimular o hábito da leitura, oferecendo
O Programa de Aceleração da Aprendizagem foi às escolas da rede pública um acervo com obras
implantado para corrigir as distorções entre idade e clássicas, modernas e de referência da literatura
série freqüentada pelo aluno, com a criação de clas- brasileira, além de livros infanto-juvenis, e foi
ses especiais, hoje freqüentadas por cerca de 1,2 mi- ampliado em 2000, com a inclusão de materiais
lhão de alunos, evitando a evasão e o abandono e pedagógicos e manuais de utilização.
permitindo rápido avanço nos estudos. Já o Programa - O Programa Dinheiro Direto na Escola,
Recomeço - Supletivo de Qualidade tem o objetivo implantado em 1995 para repassar recursos
de atender alunos com 15 anos ou mais, das Regiões financeiros, por intermédio do FNDE, às escolas
Norte e Nordeste, com resultados também muito po- municipais e estaduais de ensino fundamental e às
sitivos. escolas de educação especial, mantidas por ONGs,
Especial atenção foi dada às populações indíge- sem fins lucrativos, visando maior autonomia
nas do Brasil para garantir-lhes o direito a uma educa- gerencial e melhoria da infra-estrutura física e
ção escolar diferenciada, específica, intercultural e bi- pedagógica das unidades educacionais.
154lO QUlllla-li.lira II mARIO DA ('AMARA DOS DEP1JTA])()S Abril d" 20()2
- O Programa Nacional de Alimentação Escolar, pois tanto o Brasil quanto a Polônia possuem várias
que hoje atende, com pelo menos uma refeição por áreas de interesse recíproco.
dia, a 37 milhões de alunos da pré-escola e do ensino No último mês de fevereiro, na visita que o Presi-
fundamental, durante os duzentos dias do ano letivo, dente Fernando Henrique Cardoso fez à Polônia - e
marca que o levaram a ser o maior projeto de auxílio integrei a comitiva -, vários negócios importantes fo-
alimentar do mundo. ram iniciados, inclusive com a venda de aviões da
- O Programa Nacional de Saúde do Escolar, EMBRAER. Naquela ocasião foi efetuada também a
realizado em parceria com o Conselho Brasileiro de assinatura de memorando de intenções entre a Com-
Oftalmologia, a Fundação Otorrinolaringologia, o panhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a Comexport, pelo
Ministério da Saúde e a Associação Brasileira de lado brasileiro, e as siderúrgicas Huta Katowice e
Deficientes Visuais, que em 2000 atendeu cerca de 3 HTS, pelo lado polonês.
milhões de alunos que, em casos de necessidade, As duas siderúrgicas polonesas, Sr. Presidente,
receberam aparelhos auditivos e óculos. Sras. e Srs. Deputados, comprometeram-se a adquirir
- O Programa de Expansão da Educação pelo menos o equivalente a 2,5 milhões de toneladas
Profissional- PROEP, criado em face da separação de minério de ferro da Vale do Rio Doce no período de
do ensino regular, propedêutico, do ensino técnico dez anos.
profissional, que está construindo centenas de Somente com essa operação, já existe a previ-
escolas, modernizando e equipando as já existentes, são de um aumento de 25% das exportações brasilei-
criando centenas de milhares de vagas e captando ras para a Polônia, melhorando o saldo de nossa ba-
parceiros nas comunidades, com vistas a formar lança comercial na aquisição de dólares que permi-
profissionais voltados para o próprio mercado da tam equilíbrio no nosso balanço de pagamentos.
região. A Companhia Vale do Rio Doce vai construir ter-
Como se vê, nobres colegas, o brilhante desem- minal próprio no porto da cidade polonesa de
penho do Dr. Paulo Renato como titular da Pasta cre- Gdansk, que fica ao norte do país, um investimento
denciam-no a se consagrar como o melhor Ministro que está orçado na ordem de 400 milhões de dólares.
da Educação que o Brasil já teve, confirmando a com- Esse novo terminal, Sr. Presidente, Sras. e Srs.
petência, a lealdade, a dedicação à causa pública, a Deputados, permitirá a atracação de navios de até
seriedade de propósitos e a honestidade demonstra- 200 mil toneladas, aumentando em muito o potencial
dos no exercício dos cargos anteriormente assumi- daquele porto, cuja mais pesada embarcação recebi-
dos. da até agora tem obedecido ao limite de 60 mil tonela-
Demonstração desse reconhecimento foi dada das.
no dia 24 de abril de 2001, a primeira experiência do São iniciativas dessa natureza que devem ser
Dia Nacional da Família na Escola, com o compareci- tomadas, fazendo com que o Brasil amplie o seu po-
mento de 60% das famílias, demonstrando que se ali- tencial na área comercial e na geração de empregos
aram às autoridades educacionais, aos professores e que atendam à demanda demográfica.
diretores para dividir responsabilidades e somar es- Na condição de Presidente do Grupo Parlamen-
forços. tar de Amizade Brasil-Polônia, estive ontem em Foz
Muito obrigado. do Iguaçu, com os Presidentes Fernando Henrique
O SR. FRANCISCO RODRIGUES (PFL-RR. Cardoso e Aleksander Kwasniewski, por ocasião da
Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, assinatura dos vários convênios.
Sras. e Srs. Deputados, o Presidente Fernando É alentador verificar a abertura de novos cami-
Henrique Cardoso assinou ontem à tarde, com o nhos e a busca de alternativas factíveis, concretizan-
Presidente da Polônia, Aleksander Kwasniewski, do o planejamento de criação de oportunidades para
acordos fito e zoossanitários, com o objetivo de as novas gerações.
permitir o aumento no intercâmbio comercial de A EMBRAER, por exemplo, pretende abrir um
carnes entre os dois países. escritório de manutenção em Varsóvia, com o objeti-
Como bem lembrou o Presidente da Polônia, há vo de ajudar a empresa a estender seus seNiços a
cerca de 20 anos o intercâmbio comercial daquele outros países europeus.
país com o Brasil movimentava soma calculada em São iniciativas como essas, Sr. Presidente,
800 milhões de dólares. É preciso que se realizem no- Sras. e Srs. Deputados, que devemos louvar e aplau-
vos intercâmbios numa aspirada integração conjunta, dir, tomando consciência plena de que o Brasil está
Abril de 2002 DI.\ l{IO DA CAM.\l{.\ DOS lWl'lJlADOS (lulllla-kira 11 1)411
no rumo certo, em busca de seu desenvolvimento co- TCE acreano, uma das construções mais bonitas e
merciai e do aprimoramento de suas instituições, dei- arrojadas do Estado.
xando promissor legado a todos que nos sucederem. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é até
O SR. JOÃO TOTA (PPB-AC. Pronuncia o mesmo com um certo orgulho e satisfação pessoal
seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. que vejo um velho companheiro de partido e batalha-
Deputados, é com redobrado júbilo que venho ocupar dor dos interesses acreanos chegar a posto tão cobi-
esta tribuna para informar a meus pares que, a partir çado e, ao mesmo tempo, tão merecedor de suas
da data de hoje, a Capital do Estado do Acre, Rio qualidades e indiscutível competência.
Branco, será administrada por um membro do nosso Nós, do PPB, queremos expressar toda a nossa
partido, o PPB, fato que muito orgulho traz a nossa solidariedade e apoio a correligionário que sempre
agremiação partidária, assim como impõe uma série mostrou disposição e qualificação para trabalho que
de compromissos e responsabilidades ao novo compreenda interesse público e visão social, sem es-
administrador. E tenho a mais absoluta certeza que quecer do espírito empreendedor necessário para
ele saberá ultrapassar todos os obstáculos, bem qualquer gestor público que tenha toda uma máquina
como ainda dar à cidade o impulso pronta para funcionar em prol do clamor popular e dos
desenvolvimentista de que ela tanto precisa. legítimos interesses da sociedade.
O novo Prefeito de Rio Branco, Isnard Leite, Não obstante isso, Sr. Presidente, neste mo-
além de dileto amigo e companheiro de longas bata- mento queremos também chamar a atenção para o
lhas políticas, honra o partido e engrandece o Estado homem que, com extenso currículo político e indiscu-
pela longa folha de serviços prestados à comunidade tível carisma popular, deixa a Prefeitura de Rio Bran-
acreana. co para tentar voltar ao cargo máximo do Estado,
Deputado Estadual por seguidas legislaturas, onde já revelou em passado recente enorme capaci-
Isnard Leite sempre demonstrou forte conteúdo parti- dade administrativa aliada a espírito de mobilização
dário, foi sempre fiel às determinações da sigla, bem que soube tirar do funcionalismo do Estado o máximo
como amigo e companheiro de todos, detivessem ou em termos de presteza e colaboração, contribuindo
não mandato no partido. Sua carreira política é pontifi- para que em sua gestão o Acre experimentasse um
cada pela sincera preocupação social que norteia dos maiores, senão o maior, surto desenvolvimentista
suas decisões e posicionamentos. de sua história. É com Flaviano Melo, que agora se re-
Coerente com as linhas e posturas que determi- tira da Prefeitura para tentar uma vez mais governar o
naram sua linha de ação, seus colegas de partido e Estado do Acre, que o MDA (Movimento Democrático
de Assembléia sempre reservaram a ele respeito e Acreano) vai marchar junto para, com certeza, selar
mesmo admiração pela conduta postada no compro- mais uma vitória nas urnas.
misso com a população e a respeitabilidade de ho- Quero lembrar aos amigos do Parlamento brasi-
mem público voltado à realização de seus projetos e leiro que o MDA em nosso Estado foi fruto de delicada
programas. e decidida engenharia política que reuniu PPB, PFL e
Tenho a mais absoluta certeza de que, doravan- PMDB, agremiações tradicionais e com sólida expe-
te, Rio Branco só terá a ganhar com homem de tal en- riência administrativa que resolveram juntar forças
vergadura e reconhecida competência na administra- para formalizar coalizão que mostrou inquestionáveis
ção da coisa pública. A afirmação pode ser verificada resultados na administração da Capital e que agora
quando de sua passagem pela Presidência do Tribu- parte para governar o Acre. O que antes poderia pare-
nal de Contas do Estado, órgão vinculado à Assem- cer emaranhado de interesses contraditórios reve-
bléia Legislativa e responsável pela verificação de lou-se agrupamento consistente que soube dividir
contas administrativas das esferas municipais e esta- funções e mostrar competência na administração de
duais. uma Capital que centraliza todas as aspirações e ne-
Se no lado da competência profissional propria- cessidades do Estado.
mente dita como conselheiro, Isnard Leite sempre de- Sem dúvida alguma, Rio Branco pode ser consi-
monstrou a mais profunda isenção na apreciação das derada um microcosmo, uma demonstração reduzida
contas apresentadas, como Presidente do órgão re- do que é o próprio Estado do Acre em termos políticos
velou enorme capacidade administrativa, soube cati- e administrativos.
var a admiração dos inúmeros funcionários e ainda Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós, do
assegurou às administrações futuras o orçamento ne- MDA, vemos na figura de Flaviano Melo o político
cessário à construção do prédio onde hoje funciona o mais indicado, com o perfil mais completo para gover-
1:;412 Quillta-teira I I DIA RIO DA CÀMA.RA DOS DEPUTADOS .'\bril de 2(J02
nar O Estado do Acre. Seu próprio histórico já indica Central, Cipó, Conceição do Almeida, Conceição do
isso. Seu itinerário político se iniciou exatamente pela Jacuípe, Coração de Maria, Cruz das Almas, Dom
Capital acreana, onde realizou, repito, urna das admi- Macedo Costa, Esplanada, Gavião, Gongogi, Guaje-
nistrações mais profícuas que a população tem em ru, Ibiquera, Ibirapitanga, Ibirataia, Iguaí, Ipupiara,
memória. É de sua iniciativa a implementação do or- Irará, Itaguaçu da Bahia, Itapé, Ituaçu, Jeremoabo,
çamento participativo, prática democrática por exce- Jussara, Laje, Lajedão, Lamarão, Matina, Medeiros
lência que foi seguida literalmente por todas as admi- Neto, Monte Santo, Morro do Chapéu, Mortugaba,
nistrações que o sucederam. O próprio hábito de ad- Mundo Novo, Muniz Ferreira, Muritiba, Nova /tarana,
ministrar ouvindo lideranças de bairro, auscultando as Nova Soure, Nova Viçosa, Novo Triunfo, Ourolândia,
aspirações populares e levando em conta as priorida- Palmeiras, Pé de Serra, Pilão Arcado, Pindobaçu,
des legítimas da população o consagrou corno lide- Planalto, Porto Seguro, Queimadas, Rio do Antônio,
rança nata e de notório apelo popular, o que redundou Ruy Barbosa, Santa Bárbara, Santa Brígida, Santa
em sua eleição folgada para o Governo do Estado. Cruz Cabrália, Santanópolis, São José da Vitória, Sa-
É necessário ainda lembrar que o seu Governo ubara, Saúde, Serrolândia, Sítio do Mato, Sítio do Qu-
foi sempre marcado por características francamente into, Teofilândia, Teolândia, Ubatã, Umburanas, Wag-
desenvolvimentistas, preocupado objetivamente com ner, Wanderley, Xique-Xique.
a geração de emprego e renda. Foi exatamente isso, Como meus nobres pares podem observar, são
aliás, que levou Flaviano Melo a reativa r um dos maio- Municípios carentes, com alunos da rede municipal
res setores de oferta de emprego: a construção civil. de ensino que necessitam da merenda escolar.
Foi quando o Estado, sem embargo, tornou-se um Deixar as crianças sem merenda escolar afron-
verdadeiro canteiro de obras, com a construção de ta o Estatuto da Criança e do Adolescente, afronta
inúmeros conjuntos habitacionais, o que veio a redu- qualquer noção de cidadania e, acima de tudo, é um
zir enormemente o déficit de moradias e dar a Flavia- crime cruel e hediondo.
no Melo sólida base eleitoral. Essa base o levou em O Poder Executivo precisa governar menos com
seguida ao Senado Federal, onde realizou trabalho números e com mais sensibilidade social.
memorável em termos de Estado e mesmo de Brasil. Senhores correspondentes estrangeiros, vejam
Por tudo isso, Sr. Presidente, tenho certeza de mais esse vergonhoso crime que se comete contra as
que é o nome mais que indicado para tirar o Acre do crianças de nosso País!
marasmo desenvolvimentista em que se encontra e Assim, desta tribuna, também faço um veemen-
dar perspectivas reais de desenvolvimento a uma po- te apelo ao Presidente da Câmara dos Deputados, no
pulação que anseia por melhores dias. sentido de que exija do Governo Federal, do MEC,
Muito obrigado. medidas alternativas que não unam as crianças ca-
O SR. JAQUES WAGNER (PT-BA. Pronuncia o rentes do meu Estado e do meu País.
seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Para aquelas crianças, Sr. Presidente, a meren-
Deputados, oitenta Municípios do Estado da Bahia da escolar é vital e indispensável! Não pode ser obje-
ficarão sem merenda escolar. to de cortes sejam quais forem os motivos. O Governo
O Governo Federal assim decidiu. Porquanto, precisa se explicar, não há razão no mundo que justifi-
até o momento, as Prefeituras não prestaram conta que crueldade dessa envergadura.
da aplicação das verbas referentes ao ano passado. Aliás, o Governo brasileiro precisa também se
Desta feita, ao invés de punir oitenta Prefeitos, o explicar sobre a denúncia do jurista Damásio de Je-
Governo decidiu punir milhares de alunos da rede sus, veiculada pelo Jornal do Brasil. O referido juris-
municipal de ensino, porque são as crianças que fica- ta é relator do Colóquio Internacional sobre Tráfico de
rão sem a merenda escolar. Mulheres e Crianças, promovido pela Associação
Em todo o País são 809 Municípios em situação Internacional de Direito Penal, no Rio de Janeiro.
irregular, o que significa dizer que centenas de milha-
"Dos 4 mil brasileiros (leia-se crianças
res de crianças serão punidas, ficarão com fome pe-
brasileiras) irregularmente adotados por ca-
los erros de alguns Prefeitos.
sais italianos, entre 1988 e 2001 , apenas mil
Na Bahia, os Municípios, cujas crianças ficarão estão vivos".
sem a merenda escolar, são: Acajutíba, Alcobaça,
Andorinha, Angical, Aurelino Leal, Barra da Estiva, A Itália é um país sem problemas sanitários e
Bom Jesus da Serra, Cafarnaum, Cairu, Campo For- sem grau de violência que explique a morte de 75%
moso, Canarana, Cansanção, Caravelas, Casa Nova, das crianças adotadas num período de doze anos.
:\Ixil de 2002 DIARIO D.\ ('AMARA DOS DEPUTADOS Quinta-feIra II 154!:'
A suspeita que paira sobre esse verdadeiro ge- A subcomissão já começou a trabalhar e, antes
nocídio é a do comércio de crianças para a venda de de qualquer tomada de decisão, queremos ouvir as
órgãos para transplantes, negócio que envolve a má - esferas governamentais, entidades representativas,
fia e tem ramificações no Brasil. As suspeitas é de que associações e outros, para definirmos um novo mo-
essas crianças são contrabandeadas para serem re- delo destinado à manutenção da infra-estrutura de
talhadas em clínicas clandestinas em países do Ori- transportes.
ente Médio e da Ásia. A feitura da lei específica para destinação dos
O Governo brasileiro precisa explicar que espé- recursos torna-se premente e urgente, uma vez que a
cie de acompanhamento ele faz dessas adoções. Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO chegará a
Quantas crianças baianas foram adotadas por esta Casa no final deste mês. A peça orçamentária
casais estrangeiros nesse período (e foram muitas) e que destina os recursos para os diversos programas
quantas estão vivas é um questionamento que desta de investimentos e manutenção das várias esferas
tribuna faço ao Governo da Bahia. governamentais tem que chegar até 31 de agosto.
Ainda de acordo com denúncias do Colóquio, o Definir-se um novo modelo de distribuição não
mercado de seres humanos movimenta anualmente será complicado se todas as forças das duas Casas
mais de US$ 7 bilhões e alicia 2 milhões de mulheres unirem-se em prol do Parlamento.
e crianças em países pobres. Considera-se prioritário reconstruir e redirecio-
Cerca de 75 mil brasileiras foram aliciadas por nar um novo Sistema Nacional de Transportes, em
redes de prostituição em países europeus, onde vi- bases, admitindo-se que transporte é, antes de tudo,
vem em regime de semi-escravidão. uma atividade-meio, fator indispensável ao processo
Todos esses questionamentos que faço aguar - auto-sustentado de desenvolvimento econômico e
dam respostas urgentes dos governantes brasileiros. social, voltando-se ao atendimento das massas deste
Era o que tinha a dizer. País; que os transportes estão para uma cidade, re-
gião ou país, assim como a circulação sanguínea está
O SR. CARLOS SANTANA (PT-RJ. Pronuncia o para o corpo humano - se um pequeno vaso capilar
seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. está com problemas pode comprometer irremediavel-
Deputados, quero fazer uma comunicação importante mente toda a saúde do corpo.
ao setor de transporte e à área de meio ambiente.
Entre os problemas que hoje vivenciamos, es-
A Lei n°. 10.336, de 2001, que instituiu a Contri-
tão principalmente alinhavados três macroproblemas:
buição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
incidente sobre a importação e a comercialização de
petróleo e seus derivados, gás natural e seus deriva- a) degeneração acentuada da infra-estrutura
dos, e álcool etílico combustível e dá outras providên- existente, assim como dos veículos, embarcações e
cias, determina em seu bojo maior que: equipamentos sucateados por falta de manutenção
adequada, por saturação e por obsolescência de vári-
"O produto da arrecadação da CIDE os sistemas envolvidos;
será destinado, na forma da lei orçamentá- b) desequilíbrio da matriz unimodal criada pelo
ria, ao pagamento de subsídios a preços ou antigo FNR - Fundo Nacional Rodoviário, que tinha o
transporte de álcool combustível, de gás na- enfoque somente nas rodovias e com a sua extinção
tural e seus derivados e de derivados de pe- nem a manutenção deste sistema sobreviveu;
tróleo; financiamento de projetos ambientais
c) falta de condições econômico-financeiras
relacionados com a indústria do petróleo e
para atendimento às reais necessidades das novas
do gás; e ao financiamento de programas
regiões de fronteiras para o desenvolvimento agrícola
de infra-estrutura de transportes".
e extração das atividades minerais.
Meu dever como defensor da causa, juntamente A reconstrução de um novo suporte basilar para
com um dos mais abnegados defensores, Deputado infra-estrutura de transportes, já com a definição de
Eliseu Resende, é requerer à Comissão de Transpor- onde virão os recursos, antes de tudo, busca inter-
tes a criação de uma subcomissão para tratar da dis- romper um longo ciclo de sucateamento do sistema
tribuição dos recursos da contribuição de intervenção de transportes que atinge as ferroviárias, a navega-
de domínio econômico na área de combustíveis. ção, os portos e as rodovias.
A formação dessa subcomissão teve o total apo- A recuperação e o aprimoramento desses siste-
iamento da Comissão de Transportes. mas modais devem ser realizados por meio de um
I5414 yuinta-Icira I I DIA.RIO DA CAMARA DOS DEl'lJIADOS Abril de 2002
programa de regeneração do Sistema Nacional de formado com recursos vinculados, provenientes do
Transportes, ou da reconstrução de um novo fundo produto da arrecadação do Imposto Único sobre Lu-
que venha restabelecer o funcionamento dos trans- brificantes e Combustíveis Líquidos e Gasosos.
portes em regime de eficiência e em condições de se- Os recursos do FRN eram destinados à constru-
gurança para aqueles que deles se utilizam. ção, à conservação, ao melhoramento do Plano Ro-
Na conjugação de esforços que vão nortear os doviário Nacional e ao auxílio aos Estados, Territórios
pilares para distribuição desses recursos, as propos- e DF para execução dos sistemas rodoviários respec-
tas devem ser inúmeras, mas não devemos deixar de tivos. A implantação do fundo foi tão importante na-
levar em conta que há de imediato a revisão: quela época que, em menos de um ano, todos os
a) de eliminação de trechos saturados, assim Estados, que ainda não possuem um órgão de admi-
como pontos críticos, geradores de acidentes ou de nistração rodoviária, criaram-no. A formatação desse
gargalos no escoamento da produção, nos sistemas modelo deu a alavancagem que o sistema precisava.
rodoviário, ferroviário, hidroviário e portuário; Não cabe aqui, Sr. Presidente, buscar culpados.
b) a implantação e revisão de controles de verifi- A Casa cumpriu com o seu dever, após a luta de ab-
cação de excessos de peso por eixo dos veículos nas negados Parlamentares, que sempre buscaram o re-
rodovias, evitando-se o desgaste prematuro das vi- torno de vincular recursos para a área de transportes.
das, conjugando-se com a melhoria das ferrovias ain- Cabe agora unirmos esforços para determinar-
da administradas pelo Governo e das hidrovias, de mos como serão geridos os recursos oriundos da
modo a propiciar a transferência das cargas mais pe- CIDE, corno serão distribuídos na infra-estrutura de
sadas; manutenção dos transportes, como serão fiscaliza-
dos e como serão as diretrizes e o modelo de gestão.
c) a revitalização do sistema de transporte de
Temos pouco tempo para discussão de matéria
cabotagem para carga em geral, através de moder-
tão relevante. Por isso teremos de contar com o em-
nos métodos de unitização de mercadorias, atenden-
penho desta Casa, principalmente de V.Exa., Sr. Pre-
do à imensa maioria da população situada na costa
sidente, para a construção e votação da lei específica
brasileira, a menores custos, interligando esse mer-
que possa resgatar parte da filosofia abandonada no
cado de massas com as regiões internas do País,
Fundo Nacional Rodoviário.
principalmente através de ferrovias e vias navegáveis
interiores, alimentando a rede básica com a pereniza- É, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, mais
ção de uma malha vicinal. uma importante contribuição que esta Casa pode e
deve dar à população brasileira.
Hoje, a infra-estrutura ferroviária é caótica, o sis-
Portanto, gostaríamos de contar com o empe-
tema portuário está longe do aparato tecnológico. Os
nho de V.Exa., bem como de todos aqueles que quei-
desperdícios de transportes de cargas oneram bas-
ram contribuir com a subcomissão, que já começou a
tante o custo do frete nacional, conseqüentemente os
trabalhar e precisa estar com a lei pronta até a discus-
preços repassados ao consumidor final serão maio-
são da peça orçamentária, conforme prevê a lei que
res. O efeito do descaso é em cascata.
instituiu a CIDE.
No contexto macro de desenvolvimento e numa
O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB-CE.
visão estratégica de longo prazo, sempre reiniciou
Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,
neste País a incerteza, uma vez que não existe, na
Sras. e Srs. Deputados, 'FI minha rima faz parte das
verdade, nenhuma política nacional de desenvolvi-
obras da Criação", dizia Patativa do Assaré há pouco
mento voltada para a manutenção dos sistemas mo-
mais de dois decênios, quando tentava explicar a
dais de transportes existentes, o que inviabilizava
força natural dos poemas que escorriam dos seus
uma definição de metas a curto prazo.
lábios, seduzindo pela beleza e criatividade. Seus
A incerteza de onde viriam os recursos deixou o versos soam assim como se a natureza e a
sistema de manutenção de transportes desnudo, uma sociedade, dotadas de inspiração, transbordassem
vez que nunca se pode traçar um grande plano nacio- pelas páginas mais gratificantes da literatura popular.
nal estratégico de infra-estrutura de manutenção de Por isso, a compreensão da obra de Patativa do
transportes. Assaré pressupõe o resgate do seu vínculo profundo
Não cabe aqui correr atrás de quem foi o culpa- com a realidade de onde emergiu, da história da cul-
do por tudo. tura popular em sua fisionomia mais autêntica e, em
Sabe-se apenas que o Fundo Rodoviário Nacio- especial, da literatura de cordel e de sua importância
nal, criado em 1945, pelo Decreto-Lei nO 8.463, era na construção do saber popular - enquanto conjunto
Abril de 2002 IlL\RIO Il\ C\MARA 1l0S IlI;PlJT.\1l0S QUlIlla-1í:1n1 1I I ~41 ~
de narrativas que, chegando com os colonizadores, que vai de folhetos políticos a ecológicos, do gracejo
adaptou-se aos nossos códigos, ao nosso estilo pró- ao encantamento.
prio de fazer e contar nossos feitos. Filho de um agricultor da região do Cariri ficou
Conforme o professor Gilmar de Carvalho, a jun- órfão de pai aos 8 anos, passando a trabalhar no
ção entre o sabor da métrica e da musicalidade à ri- campo para ajudar sua mãe e sua família. Escolariza-
queza da oralidade, ao papel dos violeiros, da trans- do durante seis meses, quando tinha 12 anos, perce-
missão oral das estórias e das narrativas tradicionais, be que seu mestre, embora extremamente generoso
resultou nesse forte instrumento da literatura popular. e dedicado, era precariamente letrado e não sabia en-
E nele Patativa trafega como um conquistador, num sinar pontuação. É dessa forma que aprende a ler:
vivo momento culminante dessa história com antece- sem ponto e sem vírgula. A voz - pausada e rigorosa-
dentes que superam seus longos anos vividos ao lon- mente clara, bem explicada, repleta de volteios -
go de quase um século. dava o ritmo da poesia. E começa a fazer versos já por
O ano de 2001 foi marcado pelas comemora- volta dos 13 anos, 14 anos de idade.
ções relativas aos 100 anos da literatura de cordel. Aos 16 anos adquire uma viola de dez cordas e
Vale ressaltar que tais comemorações dizem respe~o começa a fazer ímprovísações. Cantar passa a ser
ao cordel que fala do cotidiano, nascido no alvorecer motivo de prazer e alegria. Aos 20 anos, numa vis~a
do processo de urbanização do País, resultando no ao Pará, conhece o escritor cearense José Carvalho
cordel-crônica. O folheto, segundo Câmara Cascudo, de Brito, que lhe consagrou um capítulo em seu livro
como produto de edição popular, surge nas últimas "0 matuto cearense e o caboclo do Pará". Além disso,
décadas do século XIX e início do século XX com Le- publica os primeiros textos de Antônio Gonçalves em
andro Gomes de Barros (1865/1918) quando escreve O Correio do Ceará, onde colaborava. Os textos
sobre a passagem do cometa de Halley ou sobre os eram acompanhados de um comentário em que José
problemas dos trens ingleses. Leandro é considerado Carvalho compara a poesia de Gonçalves ao canto
o primeiro a editar e comercializar o cordel, passando da patativa. Foi assim que nasceu o pseudônimo de
por João Martins de Athayde (1880/1959) e chegando Patativa que - para distingui-lo de outros improvisa-
a José Bernardo da Silva (1901/ 1972), fundador da dores que tínham o nome inspirado no mesmo pássa-
Tipografia São Francisco (1936). ro-foi acrescido do nome de sua terra natal: Assaré.
A função artístico-cultural do cordel possui um O poeta Patativa do Assaré canta a luta e a bele-
poder de encanto, de diversão, de informação que se za do povo da caatinga e do agreste, permitindo-lhes
alia à capacidade de instrumento de alfabetização do sonhar e se encantar. É autor de "Inspiração Nordesti-
povo nordestino. Muita gente se alfabetizou graças ao na", "Ispinho e fulô", "Cante Lá que eu Canto Cá",
cordel, lendo "Soldado Jogador", "Pavão Misterioso", "Balceiro", "Aqui tem coisa" e "Balceiro 2" - Patativa e
"Proezas de João Grilo", entre outros. Um exemplo é outros poetas de Assaré. Muitos escreveram sobre
o de minha mãe, Francisca Nunes de Arruda, que Patativa, a exemplo de cordéis e antologia poética. A
aprendeu o dom das letras mediante a leitura do cor- biografia do poeta popular está retratada em impor-
del nos sertões do Seridó, em Mossoró (RN), e que tantes títulos: "0 Poeta do povo - Vida e obra de Pata-
no dia 5 de março completou 67 anos. tiva do Assaré" e "Patativa do Assaré", entre outros.
O folheto impresso passou a circular entre as A vida e a obra do poeta popular é estudada por
pessoas como uma espécie de cartilha. Os textos intelectuais dentro e fora do País, com destaque pio-
passavam a ser familiarizados à medida que as pes- neiro para a Universidade de Sorbonne, em Paris
soas iam mantendo contato com a escrita e a leitura. (França). Somente depois despertou maior interesse
As leituras coletivas reproduziam no cenário nordesti- na Universidade Federal do Ceará - UFC e na Univer-
no as vigílias medievais, ressalta Gilmar de Carvalho, sidade de São Paulo - USP
proporcionando a possibilidade do sonho e do enredo O nordestino cantado por Patativa tem desejos,
de histórias. É nessa trajetória do saber popular que quer mudanças, tem graça e beleza, mesmo que es-
compreendemos Antônio Gonçalves da Silva - o Pa- tejam nos grotões do Nordeste ou espalhados pelos
tativa do Assaré, expoente vivo da construção do cor- quatro cantos do mundo, esquecidos pelas elites -
del nordestino. pelos donos do poder. Patativa retrata essa realidade
Nascido em 5 de março de 1909, na Serra de com a maestria de um "doutor sem canudo", de um
Santana, em Assaré, descobre a poesia por meio da roceiro analfabeto, órfão de liberdade e fraternidade,
leitura de um cordel, desenvolvendo uma rica obra em seu poema "Eu Quero" (ASSARÉ, Patativa - Can-
I 54l (, Quinta-feira II DIA.RIO DA ('AMARA DOS lWPlnADOS Abril de 2002
te Lá que eu Canto Cá, Ed. Vozes, Rio de Janeiro, do Cariri, Universidade Estadual do Ceará e Universi-
1998): dade Tiradentes de Sergipe no Livro de Registro das
"Quero um chefe brasileiro Formas de Expressão -, um dos quatro a compor o
Fiel, firme e justiceiro Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, ins-
Capaz de nos proteger tituído em agosto de 2000 pelo decreto presidencial
Que do campo até à rua de n° 3.551. Como diria Olga Paiva, do IPHAN, a re-
O povo todo possua gião do Cariri "é grande celeiro de manifestações cui-
a
direito de viver. turais imateriais das quais Patativa é a expressão má-
Quero paz e liberdade xima. O que o faz extraordinário é o fato de ser um la-
Sossego e fraternidade vrador que estudou apenas seis meses, mas conse-
Na nossa pátria natal gue expressar uma visão de mundo extraordinária
Desde a cidade ao deserto com a qual grande parcela da nossa população se
Quero o operário liberto identifica".
Da exploração patronal Por tudo isso, solicito à Mesa Diretora que lhe
Quero ver do Sul ao Norte seja concedida a Medalha do Mérito Legislativo. Con-
O nosso caboclo forte decorá-lo é um gesto de homenagem ao povo nor-
Trocar a casa de palha destino e aos seus cantadores, violeiros, cordelistas,
Por confortável guarida estudiosos e entusiastas do cordel, incentivando nas
Quero a terra dividida gerações de poetas populares, presentes e futuras, o
Para quem nela trabalha. direito de contar e recontar a nossa história, em verso
Eu quero o agregado isento e em prosa, em todos os lugares deste País.
Do terrível sofrimento Era o que tinha a dizer.
Do maldito cativeiro O SR. GILBERTO KASSAB (PFL-SP
Quero ver o meu país Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,
Rico, ditoso e feliz Sras. e Srs. Deputados, entre os diversos temas que
Livre do julgo estrangeiro. têm ocupado o Congresso Nacional em período
A bem do nosso progresso recente está a proposta, relativamente tímida, de
Quero o apoio do Congresso abertura das relações contratuais de trabalho,
Sobre uma Reforma Agrária valorizando um pouco mais as negociações entre
Que venha por sua vez patrões e empregados e reduzindo a sufocante e
Libertar o camponês antiquada tutela que caracteriza a nossa legislação
Da situação precária. trabalhista. Uma tutela que, a pretexto de garantir
Finalmente, meus senhores, direitos, desestimula a criação de empregos e torna a
Quero ouvir entre os primores folha de pagamentos o alvo preferencial de
Debaixo do Céu de anil enxugamento de todas as empresas com alguma
As mais primorosas notas dificuldade.
Dos cantos dos patriotas É fato conhecido e sempre comentado que a
Cantando a paz do Brasi/". economia brasileira mantém-se em mais de 50% na
A poesia de Patativa nos aborda prenhe de atu- informalidade. Da mesma forma, estima-se que 60%
alidade. Nesta justa homenagem, seus versos nos in- da mãode-obra brasileira esteja alijada de toda e
vocam a cantar a realidade do povo brasileiro e nor- qualquer garantia, pois, no paraíso dos direitos traba-
destino. Ihistas, só lhes resta o mercado de trabalho ignorado
No dia 5 de março, Patativa do Assaré comple- pelas leis, onde obtêm a renda necessária às neces-
tou 93 anos de profícua existência, dos quais 80 dedi- sidades prementes do dia-a-dia.
cados à poesia. Ouviremos muitos argumentos enaltecendo a
Patativa do Assaré poderá se tornar oficialmen- informalidade como a solução criativa encontrada
te a primeira pessoa física a ser declarado patrimônio para a sobrevivência de empresas e empregados
do povo brasileiro, medida neste sentido foi adotada num ambiente hostil à iniciativa econômica. Ouvire-
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Naci- mos, também, outros tantos argumentos destacando
onal (IPHAN) - núcleo do Ceará, em seus trabalhos a precariedade indesejável dessa condição e o fato
destinados a inscrever o doutor honoris causa da Uni- de que significa evasão de impostos e de deveres so-
versidade Federal do Ceará, Universidade Regional ciais. Todos - pró e contra - são argumentos funda-
:\bril de 2002 D),\RIO DA CAMARA DOS D)'.PUIADOS Quinta-teira 11 15417
mentados e, como as duas faces de uma mesma rea- seria que as relações de trabalho fossem fáceis, tão
lidade, merecem uma compreensão que os unifique. simples quanto possível em cada situação, consenti-
É natural que o desejável, o correto, o melhor seria a das entre as partes, com baixo potencial de conflito, e
formalidade e o reconhecimento de pleno direito das auxiliassem, em vez de criar obstáculos, a inclusão
relações de trabalho, mas para isso seria necessário da grande massa de trabalhadores que hoje não tem
que elas fossem inteligentes, flexíveis e realistas. Que acesso ao mundo oficial do trabalho e a nenhum dos
não se constituíssem em uma barreira para a transfe- seus benefícios.
rência de renda. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP.
Quando o risco econômico e jurídico da relação Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,
formal ultrapassa os riscos da condição irregular, não Sras. e Srs. Deputados, nesta oportunidade, não
há como evitar a situação perversa em que nos en- poderíamos deixar de expressar desta tribuna os
contramos. Hoje, ao tentar impedir a flexibilização da nossos sinceros cumprimentos à Associação dos
velha CLT, assistimos aos representantes dos "incluí- Aposentados e Pensionistas dos Correios e
dos" vedando qualquer acesso ao mercado formal de Telégrafos do Estado de São Paulo - AAPCTSP, pelo
trabalho por parte dos "excluídos". São 42 milhões de seu 9° aniversário de fundação, comemorado no dia 5
pessoas, entre prestadores autônomos de serviços, de abril próximo passado. Ao mesmo tempo,
vendedores informais, empregados sem registro, destacamos o trabalho dessa conceituada e atuante
operários da construção civil, domésticas e outros entidade em sua incansável luta em defesa dos
que não têm qualquer acesso a uma regularização de interesses da categoria - luta essa um tanto quanto
trabalho, em que o custo adicional de contratação vai injusta, porém travada com muita garra e disposição.
a 103,46% do salário. Como a lei exige, sem possibili- Pelo sério e competente trabalho que vem sen-
dade de negociação, que se tenha tudo, acaba não se do desempenhado, saudamos seu Presidente, Sr.
tendo nada. José Aparecido Bueno, toda a sua diretoria e, em es-
Outro efeito perverso da nossa herança fascista pecial, seus associados, com a certeza de continuar-
e tutelar no campo das relações de trabalho é a fábri- mos unindo nossas forças na defesa dos trabalhado-
ca de conflitos que a impossibilidade de negociar pro- res aposentados e pensionistas.
duz Como não há margem para a negociação e para Parabéns à Associação dos Aposentados e
pactuar contratos, somos recordistas mundiais de
Pensionistas dos Correios e Telégrafos do Estado de
ações trabalhistas, com milhões delas atulhando os São Paulo.
fóruns, desperdiçando verbas públicas e engordando
os bolsos dos que vivem do conflito. Temos ainda a Continuem contando conosco nessa incessante
peculiaridade de, não admitindo nada em matéria de luta, pois temos a convicção de que não será em vão!
negociação antes ou durante a vigência do contrato O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PL-ES.
de trabalho, permitir, no fim litigioso do mesmo, que Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,
praticamente tudo seja negociado e acordado peran- Sras. e Srs. Deputados, é sempre muito penoso fazer
te o juiz, até mesmo aspectos derivados de direitos um necrológio. Primeiro, porque quem o faz está
invariavelmente tomado pela emoção da perda;
..
constitucionais .
segundo, porque o momento nos exige a lembrança
As propostas de flexibilização da CLT até agora
apresentadas são relativamente tímidas. Qualquer dos fatos e das virtudes indispensáveis à
mudança na relação trabalhista, na proposta apre- homenagem que queremos prestar - e é em ocasiões
sentada, depende da intermediação sindical em situ- assim que a memória costuma falhar, arriscando-nos
ações plenamente justificadas. De certa forma, é a imperdoáveis lapsos.
compreensível que assim o seja, tal a carga de tradi- Contudo, não havia de ser outra a missão que
ção tutelar que vigora entre nós, e alterações radicais aqui me traz hoje: que se registre nos Anais da Casa,
ou muito bruscas poderiam produzir sustos, abusos e Sr. Presidente, o passamento do Pro Antônio Veiga da
instabilidades. Mas é desejável que se tenha uma vi- Silva.
são crítica dessa questão, para que, no futuro, se pos- Lembrar dos inúmeros feitos que pontuaram a
sa progredir mais e tornar o ato de transferir renda em existência e a obra desse que foi um grande amigo e
troca de trabalho um gesto simples e predominante- meu conterrâneo, há pouco falecido, é particularmen-
mente formal, ao contrário do que é hoje. te difícil nesta hora, tal a intensidade com que viveu e
Só há vantagens na informalidade quando a es- trabalhou. Trata-se, no entanto, de dever do qual ja-
colha que se apresenta é entre ela e o nada. O ideal mais abdicaria.
1541 X <.{ullIta-leira II DIA RIO DA CAMARA DOS m;PlJL\J)OS .\bnl d~ 2002
o saudoso homenageado, Pro Antonio Veiga da a realizar uma campanha vitoriosa. Já temos nossas
Silva, foi membro destacado da Igreja Assembléia de diretrizes de programa de governo e começamos a
Deus, ultimamente exercendo suas funções em Barra detalhar nosso projeto nas diversas áreas, dando fei-
de São Francisco, no Estado do Espírito Santo. Antes ção concreta às bases sociais, nacionais e democráti-
de mais nada, era um amigo querido, como disse, indi- cas do nosso programa. Em todos os Estados, nos-
víduo amorável, uma dessas pessoas a quem, tão logo sas chapas de Deputados, Senadores e Governado-
encontramos, ficamos a dever o tributo da experiência res, nossas alianças eleitorais já começam a tomar
compartilhada, da conversa fácil, do exemplo profícuo. corpo e a colocar a campanha na rua. Vamos organi-
Sua dignidade, sua fé, seu devotamento, suas preocu- zar a campanha, lançar nossos candidatos nos Esta-
pações sociais fizeram dele figura de primeira linha, dos, consolidar as alianças e apresentar nossas pro-
quer como ser humano, quer como membro da igreja a postas ao País com nossos programas de rádio e TV
que serviu por muitos anos, quer ainda como cidadão. Ao mesmo tempo, a articulação de nossa ação
O Pro Antônio Veiga da Silva nasceu em 25 de ja- institucional e as lutas sociais conseguem vitórias im-
neiro de 1934, em Água Doce do Norte. Foi pastor du- portantes, corno a imposta ao Governo na questão da
rante cerca de trinta anos em Ipatinga, Minas Gerais, reforma da CLT, que, confrontado com a mobilização
onde presidiu a Missão Vale do Rio Doce. Veio a fale- comandada pela CUT e pela ação da Oposição no
cer no último dia 22, em Barra de São Francisco. Vi- Congresso, foi obrigado a retirar a urgência na trami-
veu seus 68 anos de vida regrada e discretamente, tação do projeto.
sempre a serviço do bem, ajudando o semelhante, Esse exemplo de mobilização articulada deve
deixando amigos por onde passou, ganhando admi- servir-nos de referência durante toda a campanha.
radores, pregando a divina Palavra. Nossa força eleitoral está assentada, de um lado, em
Dentro dos princípios cristãos que lhe nortea- nossa experiência vitoriosa no Legislativo e nos Go-
ram a vida, formou, com a Sra. Tereza Cordeiro da Sil- vernos de diversas cidades e Estados, mas também
va, bela e numerosa família: ao todo, onze filhos e em nossos vínculos indissolúveis com os movimentos
quinze netos, no meio dos quais fica, doravante, a sa- sociais. Por isso, entre os desafios que temos pela
udade mais profunda. frente, está a preparação de um 10 de maio combati-
Com efeito, Sr. Presidente, a morte de um ser vo, de massas, sintonizado com as principais bandei-
querido inevitavelmente deixa enorme vazio. Inútil ras da sociedade brasileira.
tentar preenchê-lo, senão pela reverência, pelas lem- Por outro lado, vemos nas ações do Governo
branças que o tempo torna cada vez mais doces, pe- Fernando Henrique e da candidatura José Serra o
las lições a cada dia revividas e, sobretudo, pela ora- descompromisso deles, das elites e de parte dos mei-
ção. os de comunicação com a democracia e com um prin-
Roguemos, portanto, ao Pai que acolha em Seu cípio legítimo de alternância de poder. A operação re-
regaço de bondade o espírito do Pro Antônio Veiga da alizada contra a candidatura de Roseana Sarney (ain-
Silva. da que a Governadora deva explicações ao País so-
Muito obrigado. bre o escândalo da SUDAM e sobre a origem do di-
O SR. JOSÉ DIRCEU (PT-SP. Pronuncia o nheiro encontrado em sua empresa, a Lunus), a invia-
seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. bilização da candidatura do Governador Itamar Fran-
Deputados, os filiados e filiadas do PT, mais do que co pela ala governista do PMDB e as tentativas fre-
escolher Luiz Inácio Lula da Silva como nosso qüentes de dividir as oposições confirmam o uso e o
candidato à Presidência da República por meio das abuso da máquina do Estado e o caráter antidemo-
prévias democráticas, deram uma resposta às crático de disputa do tucanato.
tentativas de desqualificar o PT como um partido Mas isso, o PT, com nossa tradição democráti-
preparado para vencer as eleições e governar o ca, de luta, com nosso programa de transformações,
Brasil. com nossa militância e com nosso amplo apoio social,
Cento e setenta mil, trezentos e dez filiados em não permitirá.
mais de 2.639 Municípios de todo o País participaram Lula é o líder nas pesquisas, é o que melhor co-
dessa inédita e corajosa experiência, atenderam ao nhece nosso País, é o que tem o melhor programa e
chamado do nosso XII Encontro Nacional e reafirma- está melhor preparado para governar o Brasil. É essa
ram a vocação inovadora do PT a mensagem que, a partir de agora, levaremos para
Depois de ter escolhido Lula candidato a Presi- todas as regiões do Pais, nas Capitais e no interior.
dente da República, o partido deve agora dedicar-se No campo, nas escolas, nos locais de trabalho e de la-
Abril de 2002 Dl.\I{IO IH CAMARA DOS DEPUTADOS QUlllla-ti:1f<1 II I'i419
zer, os petistas e os apoiadores da candidatura de Do ponto de vista climático, o semi-árido é ca-
Lula estarão presentes, atuando para que o País saia racterizado por secular balanço hídrico negativo, de-
da crise em que o projeto neoliberal nos meteu e que, corrente de precipitações médias anuais inferiores a
de acordo com o alto comissário da ONU, Jean Zigl- 800 milímetros, insolação média de 2000 milímetros
ler, em sua recente visita ao País, levou o Brasil a uma por ano; unidade relativa do ar média em torno de
verdadeira guerra social. Para o País alcançar a paz é 50%. O regime de chuvas na região é caraterizado
preciso justiça, é preciso um novo governo e uma por escassez, irregularidade e concentração das pre-
nova maioria parlamentar que faça as mudanças de- cipitações em curto período, que não chega a ser su-
mocrático-populares a partir de uma ampla coalizão perior a três meses em cada ano.
político-social que dê sustentação ao nosso progra- Vale registrar, porém, que o semi-árido apresen-
ma e ao Governo de Lula. ta potencial expresso por disponibilidade de forte in-
O SR. EUNíCIO OLIVEIRA (PMDB-CE. solação, que possibilita a produção de energia a partir
Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, da radiação solar direta. Essa peculiaridade torna
Sras. e Srs. Deputados, o Ceará sediou recentemente possível a desidratação de produtos in natura e in-
o 2° Encontro Nacional de Convivência com o dustrializados e a obtenção de mais de uma colheita
Semi-árido do Nordeste brasileiro. agrícola/ano.
O importante evento contou com a participação Existem, ainda, na região, locais com ventos
de representações de todas as seccionais da Região constantes, possibilitando a produção de energia eóli-
Nordeste, de Minas Gerais, do Secretariado Nacional ca como base propulsora de bombeamento de água,
da Cáritas e de técnicos agrícolas e estudiosos da trituração de grãos, esmagamento de produtos para
problemática da seca. extração de óleos e sucos para exportação.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, diagnós-
Qual a convivência que queremos construir?
tico econômico do Nordeste feito por técnicos da ex-
Como a convivência com o semi-árido deve perpas-
tinta SUDENE, em 1995/96, concluiu que o semi-ári-
sar diferentes enfoques, como gênero, desenvolvi-
do conta com disponibilidade de solo e água para pro-
mento local, sustentabilidade, protagonismo dos gru-
dução, sob condições controladas, de frutas típicas e
pos, participação e valores culturais, que foram algu-
culturas nobres, voltadas para os mercados interno e
mas das questões amplamente discutidas no encon-
externo, podendo desenvolver atividade agroindustri-
tro realizado no auditório da Casa dos Padres Portu-
ais e de produtos alimentares.
gueses, na Praia da Tabuba, Caucaia, Município da
Região Metropolitana de Fortaleza, situado a dez qui- A flora e a fauna são ricas em espécies, com alto
lômetros da Capital do Estado? nível de adaptação ambiental e resistência às secas.
Acentuam os estudos feitos que, "quando cientifica-
Durante o encontro, a Cáritas Ceará apresentou
mente conhecidos e tecnologicamente manejadas,
a experiência bem-sucedida da rede Abelha Ceará.
essas espécies podem contribuir para aumentar a
Trata-se de uma cooperativa pioneira, criada ao final
oferta de alimentos e estimular o processo de desen-
do ano 2000 com o objetivo de organizar e assessorar
volvimento sub-regional".
grupo de pequenos agricultores, assistindo-os no cul-
E mais: "da parte do subsolo observa-se grande
tivo da terra no semi-árido.
diversidade de gemas e recursos minerais ferrosos.
Também foi mostrada a experiência da agroflo- Na superfície encontra-se grande quantidade de
resta, experiência igualmente pioneira, que vem sen- águas interiores armazenada em barragens e açu-
do realizada na Diocese do Crato, na região 5111 do des, as quais podem ser utilizadas para irrigação, pis-
Estado, reunindo os Municípios do chamado Vale do cicultura e carcinocultura",
Cariri.
Há a considerar, ainda, que a sub-região do
O semi-árido é a maior das sub-regiões nordes- semi-árido dispõe de uma rede de centros urbanos
tinas, com 900.500 quilômetros quadrados, o equiva- razoavelmente estruturada, na qual se encontram ci-
lente a 54% da área total do Nordeste brasileiro, com- dades de níveis hierárquicos elevados, dotadas de
preendendo 892 Municípios, distribuídos por nove boas condições de infra-estrutura e de promissora
dos dez Estados da área de atuação da extinta oferta de bens e serviços, em muitos casos com po-
SUDENE. tencialidade para o desenvolvimento industrial.
A sua população é de mais de dezessete mi- Dentre os serviços ofertados, encontram-se
lhões de habitantes, com uma densidade demográfi- centros de pesquisas, universidades e escolas técni-
ca de 19 habitantes por quilômetros quadrado. cas com recursos humanos capacitados para o de-
15420 Quinta-Ieira II Df.\RIO D\ ('AMARA DOS DEPUTADOS Abril de 2002
senvolvimento de tecnologias capazes de contribuir Tem sido lembrada também "a intensificação da
para a transformação econômica e social da região. criação de ovinos e caprinos, atividade já tradicional
Os estudos feitos sugerem para o semi-árido "a na área, e o cultivo de plantas resistentes à estiagem,
deflagração do processo de desenvolvimento sub-regi- que possam servir de alimento para os rebanhos. Ca-
onal, objetivando aumentar a renda familiar e o empre- beria ao Governo conceder linhas de crédito agrícola
go produtivo, reduzir as desigualdades na distribuição à infra-estrutura, que possibilitem inclusive o acesso
da renda, e ampliar a participação do PIB sub-regional ao mercado pelos pequenos proprietários. Por outro
do total do Nordeste. Dessa forma é possível manter o lado, a criação de gado bovino leiteiro poderá ser esti-
equilíbrio ambiental e priorizar o equipamento das re- mulada, inclusive sob forma de cooperativas. O de-
percussões negativas das estiagens sobre a população, senvolvimento da piscicultura, através de peixes con-
os setores produtivos e os ecossistemas". finados em reservatórios e canais, a partir de tecnolo-
gia apropriada, seria uma outra promissora alternati-
Lembram, porém, os técnicos que para isso é
va, como fonte de emprego e renda". Assim salienta o
necessário haver uma concentração de esforços na
informe do organismo de desenvolvimento regional.
implementação dos subsolos, com programas volta-
Essas estratégias de desenvolvimento foram
dos para: 1) recursos hídricos; 2) mineração; 3) agri-
minuciosamente discutidas pelos delegados no 2°
cultura e abastecimento alimentar; 4) agricultura irri-
Encontro Nacional de Convivência com o Semi-Árido,
gada; 5) agroindústrias; 6) industrialização; 7) in-
na cidade cearense de Caucaia.
fra-estrutura econômica; 8) infra-estrutura social; 9)
O reconhecimento, consensual, da importância
divulgação, marketing e reforma agrária.
do semi-árido para o desenvolvimento integrado e
No tocante a um melhor aproveitamento dos re- sustentável do Nordeste deve, agora, ser seguido de
cursos hídricos disponíveis no semi-árido, os estudos ações estratégicas consistentes, capazes de levar a
indicam "o desenvolvimento e implantação de solu- um melhor aproveitamento do potencial existente na-
ções que permitam atenuar os efeitos da seca através quela sub-região nordestina.
do melhor aproveitamento do armazenamento das O 2° Encontro Nacional de Convivência com o
águas de chuva. Sugere-se como soluções implanta- Semi-árido foi, sobretudo, conclusivo: nA sub-região é
ção de sistemas singelos de abastecimento; açudes, viável sob o ponto de vista econômico. O aproveita-
barragens, aguadas, cisternas comunitárias, e aduto- mento do seu considerável potencial de riqueza po-
ras, na conformidade ao que vem sendo proposto derá representar o advento de uma nova era de pros-
pelo Programa de Fortalecimento da Infra hídrica do peridade regional, de realizações fecundas, e de es-
Nordeste (PROHIDRO). Além disso, e de acordo com tabilidade social, com melhor distribuição de renda e
a CODEVASP, necessário se a faz a promoção do de- maiores oportunidades de emprego e trabalho".
senvolvimento sub-regional, a partir do aumento e re-
Vale, finalmente, ressaltar que os participantes do
gularização da disponibilidade hídrica, bem como do importante encontro decidiram promover, de forma con-
gerenciamento do Rio São Francisco". tinuada, um movimento nacional por ações estratégicas
Dispõe ainda o semi-árido de significativo po- para o semi-árido, capazes de por um fim definitivo aos
tencial em relação ao setor mineral. Os técnicos da ciclos de estagnação e pobreza que secularmente vêm
extinta SUDENE insistiam na necessidade de ser as- submetendo as comunidades dos sertões do Nordeste
segurado maior estímulo ao desenvolvimento das ati- brasileiro a toda sorte de provações.
vidades de exploração mineral da sub-região, haja Espera-se, doravante, que a Agência de Desen-
vista a vantagem competitiva no aproveitamento das volvimento Regional, criada para suceder a
reservas de granito, mármore e outras pedras orna- SUDENE, seja, realmente, um instrumento de mu-
mentais, além de furgistênio, buiso, urânio, ouro, entre danças profundas na região nordestina, através de
outros. Deve-se observar, entretanto, a carência de ações estratégicas destinadas a promover a reestru-
uma melhor infra-estrutura de transportes para o es- turação econômica e social de uma das áreas de mai-
coamento da produção mineral. or potencial econômico do País, em função de suas
Já no tocante à agricultura e ao abastecimento peculiares condições de clima, solo, densidade de-
alimentar, os estudos feitos vêm recomendando a es- mográfica, infra-estrutura, concentração econômica,
truturação de pequenas e médias propriedades, com rede urbana e posição geográfica frente aos merca-
o objetivo de promover o aumento da produção de ali- dos internacionais.
mentos básicos, além de contribuir para a redução de O SR. NELO ROOOLFO (PMDB-SP. Pronuncia
parte do desemprego estrutural do semi-árido. o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.
Abril ,I<: 2002 DI.\RIO DA ('AMARA DOS 1)I]'ln ,\DOS Quinta-kira 11 1'1421
Deputados, mais uma vez venho a esta tribuna para ano passado e hoje se encontra no Senado Federal.
cumprimentar o Prof. Edevaldo Alves da Silva, Independentemente do mérito da proposta, considero
Presidente da UNIFMU, uma das principais e mais a manifestação claro sinal dos tempos em que vive-
respeitadas instituições privadas de ensino superior mos.
do Estado de São Paulo. Esse é apenas mais um dos muitos sinais de in-
Na quinta-feira, dia 4 de abril, a UNIFMU publi- satisfação que o povo brasileiro nos tem dado nos últi-
cou em alguns jornais de São Paulo anúncio de um mos anos. Assim como a questão da CLT, outros pro-
quarto de página, por meio do qual ficamos sabendo blemas nacionais foram relegados a segundo plano,
que nada menos que 74,66% dos seus formandos em enquanto observamos atentos a guerra do outro lado
Direito foram aprovados no 1140 Exame da Ordem do mundo.
dos Advogados de São Paulo, realizado em 2001. Já iniciamos o último ano desta Legislatura e em
Tal índice de aprovação confirma o que há muito poucos meses estaremos mais uma vez envolvidos
já se sabia: o excelente nível de educação que a na corrida eleitoral. No entanto, parece-me que reali-
UNIFMU oferece aos seus alunos. zamos pouco nesse período. No ano de 1999, ocupei
Para que se tenha idéia do que representam esta tribuna para versar sobre pesquisa realizada na-
aqueles 74,66% de aprovação, basta lembrar que, em quele tempo pela revista Época, segundo a qual uma
2000,55,9% dos bacharéis em Direito foram reprova- das principais razões de insatisfação do povo brasilei-
dos nos exames da OAB. No Estado de São Paulo, tal ro era a morosidade das reformas políticas anuncia-
índice de reprovação beirou os 72%. De acordo com das há tantos anos. No quesito confiança, entre os
especialistas, o número absurdo de reprovados pela 1.628 entrevistados, todos eles eleitores, 8% classifi-
Ordem dos Advogados do Brasil - cuja aprovação é caram os políticos na categoria das coisas que eles
necessária para que os bacharéis em Direito possam menos gostam no País. Os itens que superam essa
atuar como advogados - é conseqüência da baixa escolha em porcentagem são a violência, a corrup-
qualidade de ensino ministrada em boa parte das ins- ção, o desemprego e a miséria. No que tange a esses
tituições de ensino superior. últimos itens, ao que parece, os problemas sofreram
sensível piora e, o que é mais alarmante, pouco foi fei-
O desempenho dos alunos da UNIFMU apenas
to para saná-los.
comprova que nada, absolutamente nada, resiste a
trabalho sério, competência e persistência - atributos Meus nobres colegas, à medida que os proble-
que sempre fizeram parte da trajetória profissional mas sociais do País crescem, minguam os ideais e os
acadêmica e de homem público do Prof. Edevaldo sonhos de nosso povo. Também cresce aos olhos dos
Alves da Silva. cidadãos a aura de descrédito que envolve esta Casa.
Por fim, Sr. Presidente, cumprimento os jovens Estou ciente de que nem todas as soluções para
advogados, pois, como se sabe, o trabalho dos mes- os problemas atuais repousam em nossas mãos,
tres só aparece quando os alunos estão prontos. mas, com certeza, podemos propiciar ao povo brasi-
leiro a solução de parte bastante significativa de suas
O SR. PRESIDENTE (Marçal Filho) - Passa-se
ansiedades. Basta que para isso coloquemos mais
ao
agilidade na apreciação de projetos importantes que
v- GRANDE EXPEDIENTE promovam mudanças que contribuirão para a melho-
ria da qualidade de vida do povo deste País. Não que-
Concedo a palavra ao Sr. Deputado Jorge ro desmerecer o que foi conquistado nesse período.
Alberto. Apenas desejo realçar que ainda há muito trabalho a
O SR. JORGE ALBERTO (PMDB-SE. Sem realizar antes que possamos considerar nossa mis-
revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. são cumprida.
Deputados, temos acompanhado na mídia em geral a A começar pela segurança pública. A situação
situação crítica que se desenrola entre Israel e nos grandes centros se encontra em estado caótico
Palestina. Só se fala nisso. Aqui mesmo na Câmara há algum tempo. As populações já se tornam reféns
dos Deputados o tema ocupou grande espaço. da criminalidade. Somos obrigados a nos cercar de
No entanto, pouco repercutiu o movimento do grades por todos os lados e a viver enjaulados como
dia 21 de março, data em que ocorreu a paralisação animais em zoológico, enquanto os criminosos circu-
nacional dos trabalhadores que contestavam a pro- lam livremente pelas ruas, gozando da autoconfiança
posta de modificações na Consolidação das Leis do propiciada pela impunidade e zombando da nossa
Trabalho, a CLT. O projeto foi apreciado nesta Casa no impotência e do nosso temor.
15422 (2uinta-teíra 11 [)IARIO DA CAMARA DOS /WPUL\DOS Alml de 2002
A situação atingiu o limite do insuportável. Se- colégios mais distantes. São coisas aparentemente
gundo o Jornal do Brasil, a violência nos grandes pequenas, mas que podem amenizar o dia-a-dia des-
centros tem feito maior número de vítimas fatais do ses profissionais e seus alunos.
que a guerra no Oriente Médio. Não podemos mais Ouço, com prazer, o Deputado Carlos Dunga.
conviver com isso. Quanto mais adiarmos a tomada O Sr. Carlos Dunga - Deputado Jorge Alberto,
de medidas que coíbam esse tipo de comportamento, quero parabenizá-lo pelo brilhante pronunciamento
mais difícil será reprimi-lo. que faz na tarde de hoje. Seu discurso aborda
Muitos se têm dedicado ao problema como assuntos do maior interesse para nossa Federação,
mera questão de desarmamento. Quem dera a solu- como segurança pública, desemprego e educação.
ção tivesse esse caráter tão simplista. A solução re- VExa. e eu somos de região pobre, onde os
pousa em iniciativas mais radicais. Precisamos de um problemas nessas áreas são cada vez mais
Código Penal mais moderno e de punições mais rígi- acentuados em razão do desequilíbrio social e
das. No entanto, o projeto passa por tramitação tão econômico que vivemos neste País.
longa que, a todo momento, é preciso atualizá-lo, sem O SR. JORGE ALBERTO - Agradeço o aparte
se chegar a uma conclusão. Precisamos ainda incre- ao Deputado Carlos Dunga, Parlamentar como eu
mentar os quadros funcionais das polícias, aumen- desde quando representávamos o povo nas
tando o número de profissionais e também lhes propí- Assembléias Legislativas dos Estados de Sergipe e
ciando melhores equipamentos e melhor treinamen- da Paraíba, respectivamente.
to. Prossigo, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputa-
Não basta desarmar os cidadãos, nem dificultar dos. Em Sergipe, a questão educacional tem sido tra-
a aquisição de armas, munição e portes. Bandidos tada com a devida atenção. Novas escolas estão sen-
não compram armas em lojas, nem se dirigem à Polí- do inauguradas através do trabalho constante do Go-
cia Federal para registrá-Ias e conseguir porte de verno do Estado junto ao FNDE e de uso de recursos
arma. Portanto, somente proibir a venda de armas do Tesouro estadual.
não vai resolver o problema como um todo. Ao investirmos nessas questões, estaremos,
A segurança pública de qualidade passa por por conseqüência, investindo na formação e melhor
inúmeras mudanças que temos o poder de promover. capacitação de futuros trabalhadores. Terna que traz
Enquanto isso não acontecer, estaremos dando es- à tona outro grande problema vivido por nossa socie-
paço para o crescimento do crime nas ruas e nas nos- dade hoje: o desemprego. Posso dizer que, de cada
sas cidades, inclusive nas menores, que já começam dez cidadãos sergipanos que atendo em meu escritó-
a sofrer com a falta de segurança pública. rio em Sergipe, pelo menos sete estão à procura de
Outro problema que influencia diretamente os emprego. Isso tem-me assustado bastante e me dei-
índices de criminalidade é o da educação. Não é pos- xado numa situação de impotência.
sível assistirmos de braços cruzados à situação em Não bastasse o desemprego estrutural que as-
que se encontra o setor educacional no Brasil. A edu- sola o mundo devido à globalização da economia e à
cação não vai bem, e a prova disso está bem visível. automação dos meios de produção e outros efeitos
Basta observar o número de greves de professores inerentes à solução tecnológica, ainda ternos de lidar
deflagradas no nosso território nos últimos meses. com a falta de capacitação de muitos trabalhadores
Corno podemos querer dar às nossas crianças e para preencher os postos de trabalho existentes.
aos nossos jovens educação digna se não tratamos Sr. Presidente, abro um parêntese para comen-
com a devida dignidade seus mestres? E o problema tar sobre essa capacitação para assumir postos de
não é recente. Devemos nos perguntar o que podería- trabalho. Sabemos que cada vez mais devemos dar
mos ter feito para evitar que a situação chegasse ao nossa contribuição para a capacitação necessária do
ponto que chegou. É provável que encontremos em trabalhador brasileiro. Aquele que hoje não está intei-
nossas Comissões alguns projetos que poderiam ter rado com a informática praticamente está fora do mer-
amenizado o problema. Alguns de V.Exas. poderão cado de trabalho.
até argumentar que o Legislativo não pode legislar Também me preocupa a situação em que se en-
sobre aumento de despesa. É verdade. Mas o proble- contra a assistência à saúde do povo brasileiro. Se
ma não se restringe ao salário direto. Lidamos com formos avaliar pelo que a mídia nos informa, vamos
outras questões, como condições de trabalho, estado muito mal. Embora em Sergipe esse setor venha re-
precário de muitas escolas, falta de material adequa- cebendo atenção adequada, pois contamos hoje com
do, de merenda e até mesmo de transporte para os o Programa Saúde da Família, que abrange pratica-
,\bril dç 2()()2 mARIO)):\ ('AMARA DOS D/;PUL\DOS Quima-klra I I 1<;421
mente todos os Municípios sergipanos, assim como o de concurso, mais de duzentos servidores contratados
programa dos Agentes Comunitários de Saúde, boa para prestação de serviços terão de ser demitidos e
parte dos hospitais públicos brasileiros necessita de isso comprometeria inevitavelmente o funcionamento
melhorias em seu espaço físico, recursos humanos da instituição e o andamento dos cursos de Medicina,
qualificados e equipamentos adequados. Odontologia, Psicologia e Enfermagem.
As pessoas que dependem da rede pública têm Esse conjunto de fatores, associado às desi-
sido por demais sacrificadas, dadas as carências das gualdades sociais e à miséria que atinge mais de 40
instituições. milhões de brasileiros, forma um cenário bem pouco
Faço também um comentário do trabalho que promissor para o futuro desta Nação.
nós, da Comissão de Seguridade Social e Família, te- Precisamos valorizar nossas crianças e jovens,
mos desenvolvido, ao longo desses 36 meses, a bus- propiciar-lhes um futuro melhor. E isso conseguire-
ca dos recursos para custearmos a assistência atra- mos com mais educação, mais saúde, mais seguran-
vés do Sistema Único de Saúde. ça e menos desigualdade social.
Tivemos avanços, é bem verdade. Esta Casa Precisamos valorizar as pequenas e microem-
caminhou significativamente quando aprovamos presas, que são grandes aliadas na criação de postos
emenda constitucional que vincula recursos para a de trabalho, assim como as cooperativas.
saúde pública. Mas precisamos ir além e dar condi-
Precisamos valorizar o trabalho rural, motivando
ções aos hospitais públicos, à rede filantrópica e às
o trabalhador a manter seus vínculos com o campo.
santas casas para que atendam adequadamente à
população brasileira. A propósito, faço um comentário a respeito da
Nós que lidamos com os administradores muni- medida provisória sobre endividamento agrícola, que
cipais e com os conselhos municipais temos de cons- está em tramitação nesta Casa; passou pela primeira
cientizá-los da importância de que cada vez mais, não votação na Câmara, foi ao Senado Federal e retor-
só o Governo Federal também os Estados e Municípi- nou. É de fundamental importância que ratifiquemos o
os, contribuam para a assistência à saúde pública no texto aprovado no Senado da República. A matéria foi
nosso País. emendada pelo Senador sergipano Antônio Carlos
Nesse contexto, devemos lembrar ainda dos Valadares, que propõe o rebate para as dívidas dos
produtores rurais, fazendo com que aquele saldo con-
hospitais universitários brasileiros, que tantos servi-
ços têm prestado às populações carentes e há pouco tratual, hoje inchado pela inflação, com a correção da
tempo se viram obrigados a extinguir convênios por TJLP do Plano Real, venha a ser suprimido quando
falta de pessoal, pois há muito não realizam concur- do pagamento por parte daqueles produtores rurais
sos públicos para completar seus quadros funcionais. que porventura estejam adimplentes com as suas
prestações.
Esta semana tive a oportunidade de receber a
visita do Prol. José Fernandes de Lima, Reitor da Uni- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é preciso
versidade Federal de Sergipe, que me afirmou que as que criemos meios eficazes de crédito a esses seto-
soluções paliativas em Sergipe já estão se esgotando res. No entanto, o que criamos são tributos e mais tri-
e que, se não houver concurso público para contrata- butos.
ção de pessoal, o Hospital Universitário será obrigado Há a necessidade de uma reforma tributária cé-
a suspender suas atividades, prejudicando não so- lere. As leis que regem nossos tributos são irracionais
mente os usuários da instituição como também o fun- e excessivas, tanto que já começam a confundir-se
cionamento de cursos da área de saúde. entre si.
Temos consciência de que nesse encontro o Exemplo recente disso é a decisão da Receita
Reitor da Universidade Federal de Sergipe nos ace- Federal, apoiada na Instrução Normativa n° 110, de
nou com a possibilidade concreta da realização ainda 2001, de aplicar a obrigatoriedade de apresentação
neste semestre de concurso público para contratação da declaração de ajuste anual a cooperados, retroati-
de pessoal para o Hospital Universitário de Sergipe. va a cinco anos. Nada haveria de errado se tallnstru-
Nós, da bancada federal de Sergipe, e todos os ção especificasse essa obrigatoriedade, o que não
demais componentes desenvolvemos esse trabalho ocorre. Porém, a Receita, em uma interpretação equi-
no semestre passado, quando buscamos o apoiamen- vocada, que pode ser confirmada na seção de per-
to necessário do Ministério da Educação para atender guntas e respostas da declaração de pessoa física
as nossas reivindicações concernentes a esse pleito deste ano, está aplicando a regra às cooperativas,
do Hospital Universitário do Estado. Sem a realização que são protegidas por legislação específica.
15424 Quiuta-kira 11 DL\RIO IH ('AMA,RA DOS DEPUI ADOS Abril d.: 2002
Tal iniciativa não somente é equivocada, como viço à sociedade quando adiamos a apreciação de te-
também é arbitrária, pois o diploma legal que rege a mas tão importantes para a vida nacional.
questão não inclui os cooperados. Como resultado Temos o privilégio de viver em um país grandio-
dessa iniciativa, muitas cooperativas ficarão sem mei- so em dimensões e em potencial. Devemos valorizar
os de funcionar, tendo em vista que o ônus as deixará esse privilégio trabalhando pelo seu engrandecimen-
descapitalizadas. E as conseqüências são fáceis de to social e econômico.
adivinhar: mais desemprego, mais fome e mais misé- Vamos ter orgulho de ser brasileiros!
ria, sem falar na criminalidade, que também sofre au- Sr. Presidente, antes de encerrar as minhas pa-
mento quando o desemprego cresce. lavras, ouço o aparte do Deputado Dr. Hélio.
Mais uma questão que gostaria de abordar hoje O Sr. Or. Hélio - Deputado Jorge Alberto, em
é a reforma políticopartidária, que, em minha opinião, primeiro lugar, quero cumprimentá-lo pela exposição,
já foi por demais adiada. Depois de tanto tempo, cres- principalmente no que se refere ao aspecto mais
ce a minha preocupação em ver projeto de tal impor- enfatizado por VExa.: a participação desta Casa no
tância ser postergado em sua apreciação. processo político como um todo. A reforma política, sem
Cabe a nós, como legisladores, portadores da con- dúvida alguma, foi algo que faltou a esta 51 a Legislatura.
fiança de milhares de eleitores que confiaram em nós Nunca é demais recordar que o processo de pesquisas
para representar a sua vontade nesta Casa e traduzi-Ia eleitorais, por exemplo, que ocorre hoje no País abre a
em leis, mobilizar e agilizar a apreciação e a aprovação oportunidade de, por meio da sua utilização de forma
das mudanças necessárias à estabilidade política, ao distorcida pela mídia, produzir uma ferida na democracia
combate da micropulverização dos partidos políticos e à brasileira. Por certo, mediante reforma política
reconstrução de partidos fortes e operantes. consistente, estaríamos evitando uma série de fatores
Tivemos essa oportunidade, e quem veio regu- que hoje contribuem para a crise de representatividade
no Congresso Nacional, a exemplo da distorção das
lar em parte o assunto foi o Tribunal Superior Eleitoral,
porque nós adiamos demais essa tarefa. Porém, ain- pesquisas eleitorais, do abuso do poder econômico e de
outras práticas que maculam a democracia brasileira no
da há muito o que ser feito.
período das eleições. Infelizmente, quando elas ocorrem,
Não é segredo para ninguém que somente parti- "Inês é morta". Concordo com VExa. em que a reforma
dos fortes e com real representatividade nesta Casa te- política seria um passo muito importante. A democracia
rão poder de negociação para amenizar e, queira Deus, não pode ser tão cega e tão surda a ponto de permitir,
sanar todos essas questões pendentes que levam o por ausência de legislação específica, que pesquisa
povo brasileiro a trilhar caminho tão difícil e tortuoso. eleitoral seja usada de forma distorcida e o abuso
Podemos ver nos olhos de nossos compatriotas econômico ainda esteja presente nas eleições. Quero
que muitos já perderam a esperança de que suas vi- congratular-me com VExa. por essa exposição na
das possam melhorar e seguem em resignação e Câmara dos Deputados.
descrença, apenas porque têm de prosseguir. Nós, O SR. JORGE ALBERTO - Agradeço o aparte
legisladores, temos muitos meios de trazer essas mu- ao colega Deputado Dr. Hélio.
danças, de devolver a esperança ao povo brasileiro, Com essa decisão do Tribunal Superior Eleitoral, es-
de provar que eles se enganaram ao pensar que não tamos vivendo a verticalização. De certa forma, Deputado
havia mais jeito de mudar. Dr. Hélio, isso cria grande embaraço para a arrumação po-
Considerando essas questões, volto a insistir na lítica nos diversos Estados da Federação brasileira.
necessidade de modificação dos instrumentos legais Quando o Tribunal Superior Eleitoral respondeu
que regem a conduta político-partidária, pois os vigentes a consulta formulada pelo partido de VExa. por inter-
estão gastos, diria até que são obsoletos. Precisamos médio do Deputado Miro Teixeira, manifestei-me
modernizá-los, pois somente dessa forma poderemos como um dos Parlamentares que estariam solidários
fortalecer nossos partidos e a democracia, de modo a com aquele órgão, sob o ponto de vista de que ele
sermos mais operantes e mais eficazes no combate aos deu um pito no Congresso Nacional. Deveríamos ter
problemas enfrentados por nosso País. Não podemos feito evoluir, nesta Legislatura, a reforma política, para
permitir que mais uma vez o Tribunal Superior Eleitoral que não tivéssemos de passar pelas dificuldades por
venha legislar em nosso lugar. Vamos cumprir com a que estamos passando.
missão a nós confiada por tantos eleitores. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esses fo-
Já ocupei esta tribuna uma vez para dizer isso e ram alguns pontos estratégicos que trouxe na tarde
agora torno a repetir: estamos prestando um desser- de hoje, focando principalmente a reforma política.
Abril de 2002 DI.\RJO D. \ ('AM. \RA DOS JWl'lJTADOS QIIIl1ta-klra I J J:;425
Espero, ainda nesta Legislatura, ter o prazer de votar onalmente para as eleições presidenciais, o TSE introdu-
alguns itens dessa reforma tão importante para a con- ziu uma vedação jurídica que o Poder Legislativo jamais
solidação da democracia no nosso País. cogitou, constituindo-se verdadeira usurpação da com-
Muito obrigado. petência legislativa deste Poder.
Ourante o discurso do Sr. Jorge Alber- O Có~ig_o Eleit?ral atr~bui ao TSE a competênci~
to, o Sr. Marçal Filho, § 2° do art. 18 do Re- para expedlçao de I~struçoes .sobr~ o pro~e~s~ ele~-
gimento Interno, deixa a cadeira da presi- to~al, s~ndo que est~~ su~metld~s a C~nstltUlça~ e a
dência, que é ocupada pelo Sr. Themísto- le~, e nao sobre modlflcaç.ao, ou Inovaçao, da le~lsl~-
c/es Sampaio § 2° do art. 18 do Regimento çao, mesmo que tenha sido provocado. Ao vertlcali-
Interno. ' zar, através de instrução, as coligações partidárias, o
TSE abusa de seu poder e invade a competência le-
o SR. ALDO ARANTES - Sr. Presidente, peço gislativa privativa da União, que está prevista no inci-
a palavra pela ordem. so I do art. 22 da Constituição Federal, na medida em
O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio)- que dispõe de matéria eleitoral. Já o art. 48 estabele-
Tem V.Exa. a palavra. ce que cabe ao Congresso Nacional, com a sanção
O SR. ALDO ARANTES (Bloco/PCdoB-GO. do Presidente da República, "dispor sobre todas as
Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. matérias de competência da União". Sendo assim, o
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a discussão a Tribunal Superior Eleitoral não pode formular norma
respeito da decisão do TSE de verticalizar as que o Poder Legislativo não tenha estabelecido.
coligações para as eleições deste ano tomou novo O TSE não interpretou, mas inovou a legislação.
rumo nesta Casa e também no Senado. Nas eleições de 1998, a lei que normatizou as coliga-
No Senado Federal, foi aprovado projeto de de- ções é a mesma de hoje, e naquela eleição os parti-
creto legislativo (PDC n° 6/02), de autoria do senador dos tiveram total liberdade para se coligarem. Esta
Renan Calheiros, que susta a decisão do TSE sobre a inovação surgiu da nova interpretação que o TSE deu
verticalização das coligações. Esse projeto já foi envi- à palavra "circunscrição".
ado a esta Casa, para que possa ser votado. A interpretação sobre o que significa circunscri-
Também a Câmara dos Deputados deu mostras ção está na lei de forma bastante clara. Segundo Jairo
de seu inconformismo diante da decisão do TSE. Teve Nicolau, cientista político do IUPERJ, circunscrição,
julgamento favorável da Comissão de Constituição e na tradição do direito eleitoral brasileiro, designa o
Justiça e de Redação recurso sobre deliberação do que os cientistas políticos denominam distrito eleito-
Presidente Aécio Neves, que indeferiu minha questão ral, que é a unidade na qual os votos são transforma-
de ordem contestando a decisão da Presidência so- dos em cadeiras parlamentares.
bre projeto de decreto legislativo de autoria do Depu- A definição de circunscrição é clara em nosso
tado Inaldo Leitão. Esse projeto, que susta a interpre- Código Eleitoral, que no art. 86 estabelece que, "nas
tação abusiva dada pelo TSE à questão das coliga- eleições presidenciais, a circunscrição será o país;
ções partidárias, foi julgado como "evidentemente in- nas eleições federais e estaduais, o Estado; e nas
constitucional" pela Presidência desta Casa. municipais, o respectivo município".
A maioria da Comissão de Constituição e Justi- O art. 86 do Código Eleitoral, reproduzido aci-
ça, no entanto, seguiu o parecer do Relator, ilustre ad- ma, e o art. 6° da Lei n° 9.504/97, que trata das coliga-
vogado e Deputado José Roberto Batochio, que dava ções, deixam claro que a simetria das coligações par-
razão a minha questão de ordem. Em seu parecer, ele tidárias é exigida apenas para quando da celebração
deixa claro que não há qualquer inconstitucionalidade de coligações para as eleições majoritárias e propor-
no projeto de decreto legislativo em questão e deu cionais, dentro de uma mesma circunscrição, sendo a
seu voto para que o PDC nO 1.621/02 prossiga sua circunscrição uma entidade jurídica e não geográfica.
tramitação regular. A CCJR deu assim um importante Essa interpretação também é defendida pelo
passo para que esta Casa recupere suas prerrogati- Ministro Sepúlveda Pertence, que, em seu voto dado
vas e para que volte a se instalar a ordem no processo quando essa questão foi decidida pelo TSE, declarou
eleitoral deste ano. que "'circunscrição', aí, não é uma entidade geográfi-
É preciso primeiro esclarecer que a decisão da ver- ca: é jurídica. A cada esfera de eleição - e só para o
ticalização feita pelo TSE é abusiva e usurpa poderes do efeito - corresponde uma circunscrição".
Congresso Nacional. Ao determinar que as coligações A criação de uma nova norma por parte do TSE
nos Estados têm que ser as mesmas estabelecidas naci- fica clara também na declaração do Presidente Fernan-
15426 QULnl<l-lCira II DL\RIO DA ('AMARA DOS IWPlJ1A\)OS Abril de 2002
do Henrique, quando disse que "o TSE havia começado amplo leque de alianças e outros, um leque menor,
a fazer a reforma pol~ica". Não podemos aceitar que o por impedimento da legislação.
TSE se arvore a fazer a reforma política, pois o Congres~ Em artigo da última semana na revista Veja, o cien-
so é que tem poderes constitucionais para isso. tista político e articulista Sérgio Abranches destacou que
Além do mais, a Constituição determina que "agride a lógica do arcabouço jurídico-eleitoral do país,
qualquer mudança na legislação eleitoral só pode ser baseada no federalismo e na autonomia das distintas cir-
feita com pelo menos um ano de antecedência do ple- cunscrições, na liberdade de organização partidária e no
ito, o que não foi cumprido pelo TSE. Até mesmo o pluralismo político e nos dois turnos".
novo Ministro da Justiça, o Sr. Miguel Reale Jr., decla- Para ele essa decisão também pode ser consi-
rou que tal regra não poderia ter validade para essas derada um casuísmo, pois fortemente desestimula os
eleições, pois isso contraria o princípio da anualidade partidos a lançar candidatos à Presidência, em espe~
presente na Constituição. cial os pequenos e médios partidos e mesmo os parti-
Dessa forma, nada há no projeto de decreto le- dos grandes que não tenham no início da campanha
gislativo em pauta que autorize tachá-lo de "evidente- eleitoral um candidato tido como favorito.
mente inconstitucional". Na verdade, há vontade de Isso agride a lógica da eleição em dois turnos.
preservar as prerrogativas desta Casa, usurpadas No primeiro turno, admite-se a existência de um gran-
pela decisão do TSE. A interpretação de que cabe um de número de candidaturas, para que o eleitor possa
decreto legislativo sustando a decisão do TSE se ba- optar entre o maior número de candidaturas possível.
seia no art. 49, inciso XI, da Constituição, que diz ser Dessa forma, evidencia-se o pluralismo político. Já no
competência exclusiva do Congresso Nacional zelar segundo turno, os candidatos mais próximos política
pela preservação de sua competência legislativa, em e ideologicamente podem convergir para o apoio de
face da atribuição normativa de poderes. uma única candidatura que esteja mais afinada com
A Constituição é clara quando permite ao Legis- seus interesses.
lativo sustar atos do Executivo, para que não permita Ao criar dificuldades para o lançamento de candi-
que o Executivo usurpe os poderes constitucionais do daturas presidenciais, o TSE propicia urna polarização
Congresso. No entanto, zelar pelas suas prerrogati~ ainda no primeiro turno entre os candidatos mais fortes -
vas inclui defender os poderes do Legislativo contra no caso, entre Lula e Serra. Para os partidos menores ou
qualquer abuso ou usurpação, que, no caso concreto, que não tenham candidatos fortes, sobraria a estratégia
foi ocasionada pela ação do TSE. Se for negado ao de formar alianças estaduais que pudessem eleger a
Congresso sustar atos, como o do TSE, que flagran- maior bancada possível para o legislativo.
temente invadiu os poderes do Legislativo, estará
Dessa forma, peço a este Plenário que siga a deci-
quebrado o equilíbrio entre os Poderes, com a sobre-
são da CCJ e do Senado, bem como solicito que se dê
posição do Judiciário ao Legislativo.
tramitação ao projeto de decreto legislativo do Deputado
A decisão do TSE é casuística e visa a favorecer Inaldo Leitão. Espero também que o Supremo julgue a
a candidatura governista à Presidência da República. ADIN formulada pelos partidos de oposição o mais rápi-
Se ainda havia alguma dúvida a respeito dessa inten- do possível, pondo fim a esse casuísmo eleitoral.
ção, ela foi definitivamente esclarecida com a decisão
O SR. DA. HÉLIO - Sr. Presidente, peço a
na semana passada de permitir que os partidos que
palavra pela ordem.
não lançarem ou apoiarem candidatos a Presidente
ficarão completamente livres nos Estados para fazer O SA. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) -
a coligação que bem entenderem. Tem V.Exa. a palavra.
Tal decisão contraria o principal argumento do O SR. DA. HÉLIO (Bloco/PDT-SP. Pela ordem.
Ministro Nelson Jobim, de que a verticalização foi fei- Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, encaminho
ta para "fortalecer os partidos" e dar a eles "o caráter à Mesa projeto de lei que dispõe sobre a
nacional". Nesse sentido, a emenda saiu pior do que o obrigatoriedade de se inserir em cláusula de contrato
soneto, pois agora partidos que não façam alianças mútuo, ou financiamento firmado junto a uma
nacionais podem ter um comportamento ainda mais instituição financeira, a garantia da liquidação
complicado para o eleitor, já que podem anunciar sirn~ antecipada de débito, total ou parcial, ao consumidor,
patia por qualquer candidato a Presidente, ao sabor mediante redução proporcional de juros e demais
dos interesses circunstanciais. acréscimos.
Representa também uma quebra de isonomia Encaminho ainda requerimento de informações
na aplicação da lei. Alguns partidos poderão ter um que faço ao Ministério das Comunicações com respe-
Abril d~ 2002 DI.\IW) \H (·.\MAR.\ DOS IWPlJT.\[)( lS QUlllla-leira II 1'1427
ito ao sistema de segurança dos quiosques eletrôni- A angústia é dupla. De um lado, não sabem se
coso Serão investidos cerca de 260 milhões de reais poderão se contrapor, apenas com o exemplo, às in-
para cumprir a meta de instalação de, aproximada- fluências deletérias que atuam sobre a formação da
mente, 6 mil quiosques eletrônicos no País. personalidade de suas crianças. De outro lado, não
Pergunto ao Ministério das Comunicações: que podem con~iar em que a sociedade preservará essas
sistema de segurança e privacidade será dado ao ci- cnanças, ainda que se mostrem capazes de bem for-
dadão brasileiro que deles se utilizará? má-Ias. Quanto.s jovens corretos e .trabalhad.ores não
. . perdem suas VIdas em balas perdidas ou VItimas de
MUito obngado. assalto de objetos de valor insignificante?
O SR. PRESIDENTE (Themístocles Sampaio) - Isso tem de parar! Temos de proteger o bem preci-
Continu~ndo o Grande Expediente, concedo a oso que é a vida e a integridade física e moral das cida-
palavra a nobre Deputada Almennda de Carvalho, do dãs e dos cidadãos brasileiros. Para tanto, devemos ter
PPB do Rio de Janeiro. S.Exa. dispõe de 25 minutos. clareza sobre o que está acontecendo entre nós.
A SRA. ALMERINDA DE CARVALHO Sempre que se fala em insegurança e violência
(PPB-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, no Brasil, vem à tona o embate entre duas teses. A
Sras. e Srs. Deputados, todos sentimos a gravidade primeira tese defende que todos os males, nessa
do problema da violência crescente em nosso País. área, decorrem das condições precárias de vida de
Por certo, todos percebemos que são complexas as nosso povo, impulsionando muitos, pela falta de em-
causas que nos levaram a essa situação. prego, de moradia digna e de condições de bem ali-
Tratarei, mais adiante, de alguns casos recentes mentar suas famílias, para o roubo, para a bebida,
que ilustram de forma ampla o grau de descalabro a p'ar~ a violência. A se~u~da tese defende que a ,vio-
que chegou o problema da insegurança entre nós e lencla de_corre d~. ausencla de ~utondade,_de p.oII.cla,
as dificuldades que teremos de enfrentar para rever-de pUnlçoes, facIlitando-se, aSSim, ~ atuaça? cnmlno-
ter o atual quadro negativo. Antes, porém, desejo re- sa dos maus elementos e o descaminho, ~te, dos que
gistrar o que me motiva vir a esta tribuna. gostanam de procurar outras formas de Vida, mas se
. . . . . vêem frente a uma situação em que os trabalhadores
Me,u de~lmento ~~stlna-se, pnontanamente, a sérios são vítimados e os criminosos, valorizados.
dar voz as maes de famlha que, como eu, sofrem an- , .
gustiadas a situação de insegurança em que vivem Sras. e Srs. Deputa~s, e preciso acentuar q~e se
seus filhos e demais familiares. Mas, ao tentar expres- tra~ de uma falsa ~Icotomla, porqu~, e.m nosso Pal~,. os
'mos não deixarei d chamar a atença-o dOIS fatores se conjugam. Se os propnos dados ofiCiaiS
sar o que sentI , e . da 00' d b h d b '1'
- 'I'
para pontos que merecem refi exao e ana Ise c u'ldadosa . afirmam
., que a ren m la .o tra aI a or rasl elro vem
Afinal, até a expressão de nossa angústia deve propor- caindo ha quatro anos segU?O~, ao me~mo tempo em
cionar-nos meios para a correta compreensão dos fenô- ~~e ,o.desemprego a/cara ~,ve's nunca vl~o~m nos~
menos envolvidos na problemática da violência e para o I,Istona, como negar a re açao enedtre eds~esD a utS e a VrtlD-
. ,. _ encla crescente em nossa SOCI a e. e o ra pa e,
encaminhamento de posslvels soluçoes. d'd I' - ' , . d f nd
. . _ UVI o que a guem possa, em sa conSClenCla, e e er
_ Qua~d? refletimos um po.uco ~obre a srtuaçao ~as que tenhamos uma política de segurança pública dotada
~es bra~llelras, percebemos I~edlatamente a eXI~ten- da firmeza necessária para coibir as práticas criminosas
cla de razoes para desespero. Nao apenas elas precisam e fomecer aos bons cidadãos a tranqüilidade de saber
arcar com a criação de filhas e filhos, como, muitas ve- que o crime não compensa.
zes, porque mães solteiras ou por culpa do desemprego Para dotarmos as cidades brasileiras de condi-
dos maridos, acabam P?r assumir toda a responsabilida- ções de segurança que permitam às pessoas viver,
de de prover as neceSSidades da casa. conviver e produzir com dignidade, há que se atacar
Quem as conhece nessa dura labuta sabe, Sras, nas duas frentes, criando empregos, prestando servi-
e Srs. Deputados, como se esforçam para criar um ços públicos decentes, mas também preparando uma
ambiente em que suas crianças possam crescer com Polícia e um Judiciário eficazes na captura e punição
segurança e dignidade. No entanto, mesmo se conse- de delinqüentes, uma Polícia e um Judiciário que
guem os recursos mínimos para a manutenção mate- dêem tranqüilidade a quem vai trabalhar e, em espe-
rial do lar, têm de conviver com a angústia de saber cial, às mães que precisam trabalhar, garantindo-lhes
que seus filhos dificilmente estarão, em suas comuni- segurança no trajeto de ida e volta para o emprego e,
dades, defendidos das piores influências, sejam as principalmente, segurança para as crianças que fi-
que vêm da rua, sejam as que vêm da televisão. cam em casa à mercê da própria sorte.
1542X (,lu illta-ICira II DIA RIO DA ('AMARA DOS )Wl'lJTAIJOS Abril de 2002
Não basta o cuidado com a segurança física. Vi- vem a questão dos carros roubados e do desmanche
vemos não apenas um quadro dramático de violência, de carros. Tudo isso, nobre Deputada, sem a
como uma situação de grave degradação moral. As participação da Polícia da nossa região. As
duas coisas, aliás, andam juntas. Ambas se manifes- providência vêm do DEIC, de São Paulo. Pois bem,
tam no consumismo, no desapego à dignidade huma- quero sugerir à Comissão de Segurança Pública
na, na falta de adesão a valores sólidos. Claro que em desta Casa que instale uma Comissão Permanente.
um mundo assim a violência acaba por ser uma bana- Há tempos a Câmara dos Deputados não tem uma
lidade a mais, valorizada como um meio de alcançar nova Comissão Permanente. É importante contarmos
bens, ou, pior ainda, valorizada por si mesma: a vio- com uma Comissão Permanente de Segurança
lência pelo prazer da violência. Pública para combater o crime organizado, o
Alguns casos recentes ajudam-nos a refletir so- narcotráfico e a violência urbana. Penso que é
bre o fenômeno. Recordamos, por exemplo, a morte fundamental, diante desses problemas todos de
de jovens nas mãos de um cirurgião plástico em Bra- dimensão nacional, que a Comissão Permanente aja
síia. Escandalizou a todos a irresponsabilidade do da mesma forma e com a mesma natureza com que
falso médico, pois é irremediavelmente falso um mé- agiu a CPI do Narcotráfico desta Casa, dando
dico que se aproveita da insegurança das pessoas à seguimento, com profundidade, ao diagnóstico dessa
procura de um suposto padrão de beleza física para situação. Quero lembrar, para finalizar, as palavras do
ganhar dinheiro fácil e perigoso. Quem não parou Prol. Rubem Alves, da UNICAMP, quando diz que
para pensar na degradação moral de uma sociedade estão aí pelas ruas jovens seqüestradores com
que expõe seus jovens à pressão de objetivos tão armas nas mãos matando; mas, certamente, nem
sem valor ou sentido? A violência nesse caso não co- seqüestradores, nem jovens vendem armas! Esta
meça com a morte das pacientes, mas com a perda reflexão é muito interessante. É importante ir à égide
de referências sólidas para suas vidas. do crime organizado, e, para isso, esta Casa tem o
Não é outra coisa aliás que leva à disseminação da compromisso, a partir da Comissão Permanente de
droga entre nós. Na maioria dos ambientes sociais há Segurança Pública, de levar a fundo esse diagnóstico
uma valorização do prazer fácil, de gozar a vida. E mu~os e atuar para benefício do povo brasileiro, em especial
só encontram um caminho para isso, que é participando para a tranqüilidade da nossa população de
da compra e venda ou uso de drogas. Que mãe não teme Campinas e região, que já não consegue mais sair às
que seus filhos sejam apanhados nessa armadilha? ruas depois das 20h30min. Muito obrigado. Parabéns
Que mãe não sabe o quanto eles estão expostos à a V. Exa. pela brilhante exposição que traz na tarde de
propaganda legal da vida fácil, que rádios, revistas e televi- hoje.
sões tentam com uma forma certa de viver, e a propagan- A SRA. ALMERINDA DE CARVALHO -
da ilegal das drogas pesadas nas ruas e até nos colégios? Obrigada pelo aparte, nobre colega Dr. Hélio. Reforço
O Sr. Dr. Hélio - Nobre Deputada Almerinda de o pedido para que a CPI do Narcotráfico continue.
Carvalho, permite-me V.Exa. um aparte? Quero fazer uma reflexão: falamos tanto do crime
A SRA. ALMERINDA DE CARVALHO - Pois organizado, e os setores de segurança pública ainda
não, nobre Deputado, Dr. Hélio. não conseguiram se organizar.
O Sr. Dr. Hélio - Nobre Deputada Almerinda de Ouço, com prazer, o nobre colega Deputado lé-
Carvalho, quero aproveitar o tema que V.Exa. traz dio Rosa.
hoje à tribuna, extremamente importante, um dos O Sr. lédio Rosa - Deputada Almerinda de
prioritários para o povo brasileiro, que é a questão da Carvalho, acompanho o trabalho de V. Exa. nesta
segurança pública e da violência urbana, para fazer Casa há três anos e quero parabenizá-Ia, porque
uma rápida reflexão. A minha região de Campinas, V.Exa. sempre escolhe assuntos de grande
hoje, encontra-se citada nas páginas dos jornais em relevância para o desenvolvimento não só do Estado
âmbito nacional porque lá ocorre o maior desmanche do Rio, da Baixada Fluminense, especialmente São
João de Meriti, Nova Iguaçu, como para o País.
de carros roubados dos últimos tempos. E com uma
Acompanhei o aparte do Deputado Dr. Hélio e estou
relação flagrante com algo organizado, porque se acompanhando o tema desenvolvido por V.Exa. Faço
espalhou para outros Estados, outras capitais parte da Comissão Mista que avalia as causas da
brasileiras. Pois bem, Campinas foi conhecida, violência. Votamos hoje o sub-relatório da Deputada
durante a CPI do Narcotráfico, como centro de Zulaiê Cobra, que já prevê a unificação das Polícias.
lavagem de dinheiro e há pouco apareceu em Não haverá mais Polícia Militar e Polícia Civil, será
primeiro lugar no índice de seqüestros no País. Agora, Polícia Estadual, obviamente organizada. Há também
.\bnl de 2()()2 DL\RIO IH ('AM.\R.\ DOS IWI'UIADOS Químa-kíra 1I 1:'429
um projeto para se criar um fundo. Hoje, temos fundo O Sr. Mauro Benevides - Concede-me V.Exa.
para a educação, para a saúde e não temos para a um aparte?
segurança. Sem segurança, não há saúde nem
A SRA. ALMERINDA DE CARVALHO - Com
educação. Estamos prevendo também um convênio
entrli: a Polícia Federal e a Polícia Estadual no sentido todo o prazer, Deputado.
de que a Polícia Federal também realize um O Sr. Mauro Benevides - Antes de mais nada,
policiamento ostensivo, ajudando, assim, a Polícia quero saudar o retorno de VExa. à tribuna da Casa e
Estadual. O que mais me agradou no relatório que até à movimentação parlamentar, visto que VExa.
aprovamos e que vamos trazer ao Plenário foi a esteve momentaneamente afastada do desempenho
adoção de um sistema que estávamos queremos há do mandato e retoma trazendo a este plenário tema
muito tempo. Ele permite que a Guarda Municipal extremamente importante, sobretudo no instante em
formalize convênio com o Estado, sob a supervisão que focaliza a questão do menor. Eu me permitiria
do Estado, para que também possa fazer o lembrar a V.Exa. o seguinte: quando o Presidente
policiamento repressivo e ostensivo. Entendo que, Ulysses Guimarães, empalmando o primeiro
assim, teremos um órgão policial no Município, para exemplar da Carta, dizia que aquela era uma Carta
que, caso o Prefeito não consiga policiamento Cidadã, nós, Constituintes de 1987 e 1988, tivemos a
estadual, tenha supletivamente uma Polícia Municipal preocupação de situar entre as minorias vulneráveis
para proteger seu Município. Parabéns mais uma vez. exatamente a criança, o adolescente, o idoso, o
Muito obrigado pela oportunidade. deficiente, a mulher e o índio. Então, V.Exa. precisa
destacar que, naquele momento, já estávamos
A SRA. ALMERINDA DE CARVALHO -
Agradeço ao nobre colega o aparte. preocupados com a situação do menor, que se agrava
em razão de todos os fatos a que VExa. alude em
Sras. e Srs. Deputados, que mãe, por fim, confia primoroso discurso. Estamos solidários com suas
na existência de uma polícia isenta e preparada par~ alegações, e precisamos precautelar o menor
proteger suas crianças dos tentáculos desse polvo? E brasileiro de todas essas tentativas que procuram
preciso compreender bem a lógica social degradada deformar a respectiva personalidade. Muito obrigado.
a que estamos expondo nossos filhos, porque é dela
A SRA. ALMERINDA DE CARVALHO - Muito
que resultam os fatos que nos escandalizam.
obrigada, nobre colega.
Recordemos também a série de casos de pedo- O primeiro caso choca por se dar no recesso do
filia dos quais se acusa um renomado terapeuta, o pe- lar, no aconchego da família. Em Batatais, no interior
diatra Dr. Eugênio. Até essas situações monstruosas paulista, um jovem de 24 anos - junto com a namora-
não deixam de estar ligadas a uma certa lógica social da e com o concurso de um menor - matou, no dia 27
do prazer a qualquer custo e da deformação de valo- de março último, a mãe, o pai, duas irmãs, sendo uma
res - que se liga, sem dúvida, à exploração da sexua- grávida, e um irmão, ferindo, ainda, gravemente, duas
lidade infantil em negócios clandestinos e, explicita- crianças de sete e três anos.
mente, em programas e propagandas no rádio, na te- A frieza dos assassinos mostra a que ponto pode
levisão e, agora, na Internet. chegar o desatino moral dos seres humanos e, pior, a
Esse exemplo de violência desmesurada nos que ponto ele tem efetivamente chegado no País.
permite entrar em outra questão: a da falta de confian- Já o outro caso, ao contrário, choca pela ocupa-
ça nas instituições e nos mecanismos de controle in- ção do espaço público pela violência. No Rio de Jane-
terno do que fazem seus membros. Desvios como iro, em pleno bairro da Tijuca, na passagem de do-
esse se irradiam como uma sombra de desconfiança mingo para segunda, 1° de abril, explodiu um conflito
sobre toda a Medicina. Temos, assim, em um único armado com a dimensão de uma verdadeira guerra.
caso, três sérios problemas interrelacionados: a ba- Foram horas de tiroteio que terminaram com vários
nalização e a exploração da sexualidade infantil; a de- mortos e feridos. O desespero e o terror invadiram os
formação moral de uma pessoa a quem se confia o habitantes da minha cidade nesse momento.
cuidado de nossos jovens a inconsistência de institui- A todos esses fatos devemos acrescentar o aumen-
ções sociais relevantes. to desenfreado dos seqüestros e dos latrocínios em todo o
Há um conjunto de fatores que explodem em ca- País, que se transformam numa verdadeira barbárie; vidas
sos extremos de violência e desprezo pelo valor da e vidas são sacrificadas sem dó nem piedade.
vida humana. Vou recordar mais dois desses casos. Citamos corno exemplo os casos no Estado de
Espero, no entanto, que a radicalidade que encerram São Paulo, dos Prefeitos de Campinas e de Santo
não impeça que eles sejam entendidos como expres- André, e, mais apavorante ainda, o da dona de casa Ro-
sões extremas de uma violência que é cotidiana e, por sana Melotti, em Campinas, fuzilada em frente à sua
isso, mais perigosa. casa porque seus familiares não pagaram resgate,
15430 QUÍllla-leÍra 11 DIAR10 IH ('AMARA DOS DEPU lADOS Abril ,i<: 2002
numa verdadeira demonstração de que os delinqüentes ação de insegurança pública em São Paulo. Apesar
não temem e não respeitam nada nem ninguém. de tudo isso, como minha vinda à tribuna traz certo
Ouço o aparte da nobre Deputada Teima de depoimento pessoal, não posso deixar de ressaltar a
Souza. situação do Rio de Janeiro.
A Sra. Teima De Souza - Deputada Almerinda Sras. e Srs. Deputados, não me sinto tranqüila
de Carvalho, vim do gabinete com relativa pressa quando, a cada semana, deixo minha família para vir
porque ao ouvir suas palavras, eu as assino embaixo. a Brasília tratar de assuntos relevantes para o País. A
Em sua análise, a questão da violência é a verdade é que não deixo meus entes queridos em
conjugação não só de fatores sociais, de um modelo uma comunidade pacificada - e isso não pode ser ex-
econômico, mas principalmente da falta de uma cluído, sequer por um tempo, de minha mente.
polícia enérgica. Todos esses fatores se combinam O caso que acabei de citar, de fogo cruzado na Ti-
para, evidentemente, dar segurança à população. Na juca, não deve ser entendido, repito, como fato isolado.
semana passada, por coincidência, visitei a Casa de Se explosões de violência acontecessem de tempos
Cultura de São João do Meriti, obra onde a em tempos, em meio a uma vida cotidiana em geral pa-
intervenção da Prefeitura - e sabemos que o seu cífica, poderiam ser vistas como casos isolados e nos
marido é o Prefeito da cidade - demonstra que preocupariam menos. Porém isso não corresponde à
quando os esforços são conjugados entre as realidade, pois fatos da mesma espécie acontecem to-
organizações não-governamentais, entidades, corno dos os dias, mudando apenas o local ou a modalidade
as relacionadas à Igreja Católica, e também os empregada, deixando-nos a sensação de impotência
Poderes Públicos, o resultado é sempre bom. do Poder Público, para desespero do povo.
Confesso que fiquei encantada com o que vi. Quero O que mais nos angustia é o risco contínuo, é
cumprimentar a Prefeitura por disponibilizar saber que em cada esquina se esconde o perigo das
professoras para turmas de reforço, realizando uma armas, a atração pela droga, o abuso sexual. Não se
parceria e um casamento perfeito da boa vontade trata apenas de uma percepção subjetiva. O perigo é
com o esforço conjugado daqueles que querem uma repetidamente flagrado em pesquisas científicas, rea-
outra cidade, um outro Estado, um outro Brasil. Ao lizadas por organismos nacionais e internacionais
terminar, porque seu tempo também se esgota, idôneos. Consta da edição de 22 de março do Jornal
gostaria que V. Exa. tratasse não só o convênio, mas a do Brasil que um em cada dois brasileiros que mor-
Casa da Cultura com muita preciosidade, porque rem entre os 15 e 24 anos são vítimas de homicídio.
realmente é a vitrine de São João do Meriti, que tem Trata-se de índice exorbitante, mesmo para países
relações afetivas e políticas com V.Exa. considerados violentos. O pior é que, nos últimos vin-
A SRA. ALMERINDA DE CARVALHO - te anos, o perigo dobrou.
Obrigada, Deputada Teima de Souza. Agora fiquei Já em O Globo, edição de 24 de março, ficamos
sentida de não ter sabido de sua visita. Poderia tê-Ia sabendo que a UNESCO flagrou alarmantes indicado-
recebido com mais regalias e mostrado o nosso res de violência nas escolas brasileiras, inclusive com
trabalho em outros setores. proliferação de armas de fogo nos recintos escolares.
Ouço o nobre Deputado Eber Silva. Sras. e Srs. Deputados, a violência ganhou núme-
O Sr. Eber Silva - Deputada Almerinda de ros e padrões insustentáveis, merecendo a atenção de
Carvalho, quero parabenizá-Ia pelo pronunciamento todos os segmentos da sociedade, em especial das au-
que, de fato, retrata sua luta sincera como Deputada e toridades, para a gravidade da situação, e medidas con-
esposa de executivo em região tão difícil como a cretas para seu combate. Se a sociedade sentir que a
Baixada Fluminense, da qual sou originário, ainda decisão de resolver o problema da segurança é firme,
que atualmente esteja no norte do Estado. vai se juntar ao esforço do Estado. Sentimos todos que
Solidarizo-me com a causa de V.Exa. pela segurança não é possível viver assim, com a sombra da violência
social, principalmente das mulheres e das mães. permanentemente em nosso dia-a-dia.
A SRA. ALMERINDA DE CARVALHO - Muito Ademais, a quem trabalha honestamente e pro-
obrigada, nobre Deputado Eber Silva. duz a riqueza que movimenta o País deve ser assegura-
Sei que o problema da violência se estende so- do o direito constitucional de ir e vir, com a certeza de
bre todo o País e que tem, até, forte componente in- que seus filhos, ao saírem de casa para trabalhar ou
ternacional. Recentemente, tive a oportunidade de para estudar, retornarão ao final da jornada com segu-
assistir, na televisão, a uma longa entrevista do rança e tranqüilidade. Assim, além de criarmos uma co-
ex-Governador Paulo Maluf, em que destacava a situ- munidade mais feliz, teremos mais entusiasmo e produ-
.\bríl de 2002 DIAR101H('.\M.\RAD()SDEP1Jl.\\>OS Quínla-lclra II 15431
tividade no trabalho e um futuro mais rico de dignidade cadeira da presidência, que é ocupada pelo
e, também, de comodidade material. Sr. Aécio Neves, Presidente.
VI - ORDEM DO DIA
Obrigada, Sr. Presidente.
PRESENTES OS SEGUINTES SENHORES
Durante o discurso da Sra. Almerinda DEPUTADOS:
°
de Carvalho, Sr. Themístocles Sampaio, § Partido Bloco
2° do art. 18 do Regimento Interno, deixa a
RORAIMA
Alceste Almeida PL PLlPSL
Luciano Castro PFL
Luis Barbosa PFL
Robério Araújo PL PUPSL
Presentes de Roraima : 4
AMAPÁ
Dr. Benedito Dias PPB
Eduardo Seabra PTB
Presentes de Amapá : 2
PARÁ
Anivaldo Vale PSDB
Asdrubal Bentes PMDB
Gerson Peres PPB
Giovanni Queiroz PDT PDT/PPS
Paulo Rocha PT
Renildo Leal PTB
Socorro Gomes PCdoB PSB/PCDOB
Zenaldo Coutinho PSDB
Presentes de Pará: 8
AMAZONAS
Átila Lins PFL
Francisco Garcia PFL
Pauderney Avelino PFL
Silas Cêmara PTB
Presentes de Amazonas : 4
15432 Qllinta-Ieira II mARIO DA ('AMARA DOS 1>1]'IJL\I>OS ,\bnI de 2002
Partido Bloco
RONDONIA
Confúcio Moura PMOB
Expedito Júnior PSOB
Sérgio Carvalho PSOB
Presentes de Rondonia :3
ACRE
IIdefonço Cordeiro PSDB
João Tota PPB
Márcio Bittar PPS POT/PPS
Marcos Afonso PT
Nilson Mourão PT
Sérgio Barros PSDB
Presentes de Acre ; 6
TOCANTINS
Darci Coelho PFL
Presentes de Tocantins : 1
MARANHÃO
Albérico Filho PMDB
Cesar Bandeira PFL
Gastão Vieira PMOB
João Castelo PSOB
José Antonio Almeida PSB PSB/PCDOB
Nice Lobão PFL
Remi Trinta PL PUPSL
Presentes de Maranhão :7
Abril d.: 2()()2 mARIO DA ('AMARA DOS DHLJT.\J)OS Quinta-lCira 11 I '4:n
Partido Bloco
CEARÁ
Aníbal Gomes PMDB
Eunício Oliveira PMDB
Inácio Arruda PCdoB PSB/PCDOB
José Unhares PPB
Léo Alcântara PSDB
Marcelo Teixeira PMDB
Mauro Benevides PMOB
Moroni Torgan PFL
Nelson Otoch PSDB
Pimentel Gomes PPS POT/PPS
Pinheiro Landim PMDB
Raimundo Gomes de Matos PSDB
Rommel Feijó PSDB
Sérgio Novais PSB PSB/PCOOB
Vicente Arruda PSOB
Presentes de Ceará : 15
PIAuí
Atila Ura PSDB
B.Sá PSOB
Ciro Nogueira PFL
Themístocles Sampaio PMDB
Wellington Dias PT
Presentes de Piauí : 5
RIO GRANDE DO NORTE
Laire Rosado PMOB
Presentes de Rio Grande do Norte: 1
PARAíBA
Armando Abílio PSDB
Avenzoar Arruda PT
Carlos Dunga PTB
Damião Feliciano PMDB
Efraim Morais PFL
Enivaldo Ribeiro PPB
Inaldo Leitão PSDB
Presentes de Paraíba: 7
1:"434 Quiuta-kira )) DIÁRIO I)A (-AMARA DOS DEPU) ADOS Abril de 2002
Partido Bloco
PERNAMBUCO
Carlos Batata PSDB
Ojalma Paes PSB PSB/PCDOB
Fernando Ferro PT
Joel De Hollanda PFL
José Chaves PMDB
José Múcio Monteiro PSOB
Maurilio Ferreira Lima PMDB
Osvaldo Coelho PFL
Ricardo Fiuza PPB
Presentes de Pernambuco : 9
ALAGOAS
Divaldo Suruagy PST
Givaldo Carimbão PSB PSB/PCDOB
Regis Cavalcante PPS PDTJPPS
Presentes de Alagoas : 3
SERGIPE
Ivan Paixão PPS PDT/PPS
Jorge Alberto PMDB
Pedro Valadares PSB PSB/PCDOB
Presentes de Sergipe : 3
Abril de 2002 DL\RIO IH CAM.\JL\ DOS DEl'lJT.\DOS YUl1llil-feJril 11 15415
Partido Bloco
BAHIA
Benito Gama PMOB
Claudio Cajado PFL
Coriolano Sales PMOB
Haroldo Lima PCdoS PSS/PCOOB
Jaime Fernandes PFL
Jairo Carneiro PFL
Jaques Wagner PT
João Almeida PSOB
José Rocha PFL
Jutahy Junior PSOB
Leur Lomanto PMOB
Luiz Alberto PT
Luiz Moreira PFL
Nelson Pellegrino PT
Nilo Coelho PSOS
Roland Lavigne PMOS
Saulo Pedrosa PSOB
Ursicino Queiroz PFL
Presentes de Bahia: 18
15416 Quinta-feira II mARIO DA CAMARA DOS DLI'UL\DOS .'\bril de 2002
Partido Bloco
MINAS GERAIS
Aécio Neves PSDB
Antônio do Valle PMOB
Aracely de Paula PFL
Bonifácio de Andrada PSOB
Custódio Mattos PSDB
Oanilo de Castro PSOB
Edmar Moreira PPB
Fernando Diniz PMDB
Genésio Bernardino PMDB
Gilmar Machado PT
Glycon Terra Pinto PMOB
Herculano Anghinetti PPB
João Magalhães PMDB
Lael Varella PFL
Maria do Carmo Lara PT
Mário Assad Júnior PL PUPSL
Mauro Lopes PMDB
Ode/mo Leão PPB
Pimenta da Veiga PSDB
Rafael Guerra PSDB
Roberto Brant PFL
Romel Anizio PPB
Romeu Queiroz PTB
Ronaldo Vasconcellos PL PLlPSL
Saraiva Felipe PMDB
Silas Brasileiro PMOB
Presentes de Minas Gerais : 26
EspíRITO SANTO
Feu Rosa PSDS
João Coser PT
José Carlos Elias PTB
José Carlos Fonseca Jr. PFL
Marcus Vicente PPB
Nilton Baiano PPB
Ricardo Ferraço PPS PDT/PPS
Rita Camata PMOB
Presentes de Espírito Santo : 8
Abril de 2002 DIARIO DA ('AMAR.\ DOS DFPlJTADOS Quinta-feira 11 1:;437
Partido Bloco
RIO DE JANEIRO
Alexandre Cardoso PSB PSB/PCDOB
Almerinda de Carvalho PPB
Ayrton Xerêz PFL
Comélio Ribeiro Pl PUPSl
Dr. Heleno PSDB
Eber Silva PST
Eduardo Paes PFL
Fernando Gonçalves PTS
lédio Rosa PFl
Itamar Serpa PSOS
Jair Bo/sonaro PPS
João Mendes PFL
José Carlos Coutinho PFL
Márcio Fortes PSOS
Miriam Reid PSB PSB/PCOOB
Miro Teixeira POT POT/PPS
Paulo Baltazar PSB PSB/PCOOB
Paulo Feijó PSOB
Rodrigo Maia PFL
Ronaldo Cezar Coelho PSOB
Rubem Medina PFL
Simão Sessim PPB
..
Valdeci Paiva PSL PLlPSL
Wanderley Martins PSB PSB/PCOOB
Presentes de Rio de Janeiro :24
1543X Quinta-Ieira II UL\RIO UA CAMARA DOS lJl:I'IJL\UOS Abnl d0 2002
Partído Bloco
SÃO PAULO
Aldo Rebelo PCdoB PSB/PCOOB
Aloysio Nunes Ferreira PSDB
André Benassi . PSDB
Angela Guadagnin PT
Antonio Kandir PSDB
Chico Sardelli PFL
Cunha Bueno PPB
Delfim Netto PPB
Dr. Evilásio PSB PSB/PCOOB
Dr. Hélio PDT PDT/PPS
Emerson Kapaz PPS POT/PPS
Fernando Zuppo PSDC
Gilberto Kassab PFL
Iara Bernardi PT
Jair Meneguelli PT
João Eduardo Dado PDT PDT/PPS
José de Abreu PTN
José Dirceu PT
José Genoíno PT
Julio Semeghini PSOB
Luiz Eduardo Greenhalgh PT
Luiza Erundina PSB PSB/PCOOB
Marcelo Barbieri PMDB
Mendes Thame PSOB
Nelo Rodolfo PMDB
Nelson Marquezelli PTB
Neuton Lima PFL
Professor Luizinho PT
Ricardo Berzoini PT
Ricardo Izar PTS
Robson Tuma PFL
Rubens Furlan PPS POT/PPS
Sampaio Dória PSDB
Teima de Souza PT
Wagner Rossi PMDB
Xico Graziano PSOB
Zé India PMDB
Zulaiê Cobra PSOS
Presentes de São Paulo :38
AbrIl de 2002 UL\.KIO 1>.\ ('AM.\RA UOS Ul])lJl.\UOS Quinta-feira II 15410
Partido Bloco
MATO GROSSO
Celcita Pinheiro PFL
Uno Rossi PSDB
Murilo Domingos PTB
Presentes de Mato Grosso : 3
DISTRITO FEDERAL
Jofran Frejat PPB
Maria Abadia PSOB
Tadeu Filippelli PMDB
Presentes de Distrito Federal : 3
GOIÃS
Aldo Arantes PCdoB PSB/PCDOB
Barbosa Neto PMDB
Euler Morais PMOB
Geovan Freitas PMDB
Juquinha PL PLlPSL
Lidia Quinan PSDB
Lúcia Vânia PSDB
Norberto Teixeira PMDB
Pedro Chaves PMDB
Roberto Balestra PPB
Ronaldo Caiado PFL
Vi/mar Rocha PFL
Presentes de Goiás: 12
MATO GROSSO DO SUL
Dr. Antonio Cruz PMDB
João Grandão PT
Marçal Filho PMDB
Marisa Serrano PSDB
Waldemir Moka PMDB
Presentes de Mato Grosso do Sul : 5
15440 Quinta-leira II DIARIO IH ('i\M.\RA DOS DEPIJL\DOS ,\bril de 2002
Partido Bloco
PARANÁ
Airton Roveda PTB
Chico da Princesa PSDB
Dilceu Sperafico PPB
FlávioArns PT
Gustavo Fruet PMDB
Iris Simões PTB
José Borba PMDB
José Janene PPB
Luiz Carlos Hauly PSOB
Márcio Matos PTB
Moacir Micheletto PMDB
Nelson Meurer PPB
Odilio Balbinotti PSDB
Oliveira Filho PL PLlPSL
Osmar Serraglio PMOB
Rafael Greca PFL
Ricardo Barros PPB
Rubens Bueno PPS POT/PPS
Werner Wanderer PFL
Presentes de Paraná : 19
SANTA CATARINA
Carlito Merss PT
Edinho Bez PMDB
Edison Andrino PMDB
Eni Voltolini PPB
Fernando Coruja POT POT/PPS
João Pizzolatti PPB
Paulo Gouvêa PFL
Renato Vianna PMOB
Serafim Venzon POT POT/PPS
Vicente Caropreso PSDB
Presentes de Santa Catarina : 10
Abril d.: 2002 DlARlO DA ('AMARA DOS DFPU L\DOS Quinta-feira II 15441
Partido Bloco
sas extrativistas de madeira e pela construção da fer- Pela importância da proposição para o desen-
rovia. volvimento social e econômico da região do Contes-
A grande ação predatória dos pinheiros nativos, tado, contamos com o apoio dos nobres Deputados
que teve seu momento maior entre os anos de 1920 e para a sua aprovação.
1990, sustentou por décadas a economia regional e O SR. MARCELO TEIXEIRA - Sr. Presidente,
estadual. Além da madeira para as serrarias, forne- peço a palavra pela ordem.
ceu também lenha, erva-mate, carvão vegetal e nó de O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem
pinho. No entanto, a ação humana concentrou-se V.Exa. a palavra.
principalmente na derrubada de árvores para a trans-
O SR. MARCELO TEIXEIRA (PMDB - CE. Pela
formação em tábuas.
ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, mi-
O extrativismo madeireiro, assim, marcou eco- nha intervenção será muito rápida, apenas para fazer
nomicamente a história de Santa Catarina, em espe-
um registro.
cial da região do Contestado. Seus Municípios cres-
No próximo sábado, Fortaleza completará 276
ceram, estimulando o surgimento de empresas no
anos. O Prefeito Juraci Magalhães, que tão bem tem
ramo de beneficiamento, pasta mecânica, papel, pa-
administrado aquela cidade, fará certamente urna
peão, celulose, móveis, embalagens e outros produ-
festa muito bonita em Fortaleza.
tos originários da madeira. A partir da década de 70,
com a exaustão das reservas nativas, muitas empre- O SR. POMPEO DE MATTOS - Sr. Presidente,
sas foram desativadas, provocando sério impacto so- peço a palavra pela ordem.
cioeconômico na região. O reflorestamento com pi- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem
nus, destinado basicamente à indústria da celulose, V. Exa. a palavra.
assinala uma nova fase da economia local. Encerrado O SR. POMPEO DE MATIOS (Bloco/PDT - RS.
o ciclo do pinho, a região busca hoje sua identidade Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
econômica em outras atividades, dentre as quais a in- diante da manifestação de S.Exa., o Ministro da Justi-
dústria do plástico se destaca. ça, a respeito da liberação da maconha, queremos fa-
A região é, até hoje, a com maior número de Mu- zer um registro
nicípios do Estado de Santa Catarina, registrando ta-
Sr. Presidente, é lamentável que o Ministro, mal
xas de crescimento populacional muito inferiores às
chegue ao Ministério, sem tomar pé da situação, sem
estaduais. É igualmente a mais carente, a de menor
conhecer a realidade das drogas, adote posição téc-
desenvolvimento. Apresenta sérios problemas de
nica sem conhecimento científico necessário.
crescimento urbano desordenado, fruto do êxodo ru-
ral e das altas taxas de desemprego. O mundo inteiro pensa diferentemente. Nós va-
mos ficar na contramão da história? A Holanda, que li-
A instituição do Programa de Desenvolvimento
berou a maconha, já está arrependida. No Brasil, a
da Região do Contestado, projeto de lei que estamos
maconha é a droga de iniciação do tráfico. Depois da
apresentando nesta data, será importante para a pro-
maconha vem a cocaína; depois da cocaína, o crack,
moção do desenvolvimento econômico e social, pela
a heroina, os cartéis do tráfico de drogas, do crime or-
atração de novos empreendimentos e do estímulo à
ganizado. Enfim, os bandidos buscam na droga a co-
reestruturação financeira e operacional das ativida-
ragem que não têm para cometer crimes.
des econômicas que já existem na região. O progra-
ma ensejará igualmente um melhor aproveitamento É preciso que vozes se levantem para contestar
sustentável dos recursos naturais locais e a união dos o Ministro Miguel Reale Júnior. S.Exa. é excelente ju-
esforços desenvolvimentistas dos governos com a rista, homem de postura adequada no que diz respei-
conservação ambiental. Os instrumentos, com os to ao conhecimento da legislação, mas a liberação da
quais a região passará a dispor, criarão oportunida- maconha abrange muito mais, tem alcance muito ma-
des de crescimento econômico de forma sustentável. ior do que o aspecto legal. Há o aspecto social e ético.
Ou seja, possibilitarão a harmonia entre desenvolvi- O Brasil não está preparado para um tipo de
mento e preservação. ação dessa natureza. Nossa formação educacional,
O projeto de lei propõe a concessão de benefíci- nossa formação cultural não recomenda tal posicio-
os fiscais, de linhas de crédito favorecidas e a criação namento vindo de autoridade da importância de um
de fundos de capitalização, como mecanismos de de- Ministro da Justiça.
senvolvimento econômico fundamentais para a viabi- Queremos contestar isso de forma veemente.
lização de projetos prioritários para a região. Nós, que integramos a CPI do Narcotráfico, sabemos
1:'\464 QUllIta-Jeira 1I DIA RIO DA ('AMARA DOS IWPlJTADOS .\bríl de 2()()2
como o crime se organizou no País e como está se O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem
expandindo. V.Exa. a palavra.
Precisamos mais do que nunca aperfeiçoar a le- O SR. BETO ALBUQUERQUE (Bloco/PSB -
gislação para combater os cartéis, o crime organiza- RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi-
do, o tráfico de drogas, inclusive da maconha, primei- dente, não quero me desfocar do tema principal em
ro passo para o tráfico da cocaína. exame e em discussão por este Plenário, mas penso
Esta Casa, juntamente com o Senado, designou que o povo brasileiro assiste preocupado à decisão
Comissão Especial para estudar o aperfeiçoamento que esta Casa poderá tomar hoje à tarde: a de chan-
do arcabouço jurídico para combater a criminalidade celar benesses ao setor privatizado da área de ener-
no País. E o Ministro, ao invés de nos ajudar nessa gia do País.
ação, quer liberar a maconha. Para onde vamos? Não Quando as companhias elétricas privatizadas
concordamos com isso. auferiram bilionários lucros, o povo não foi chamado
O SR. MAGNO MALTA - Sr. Presidente, peço a para deles usufruir. Agora, diante da iminente e inegá-
palavra pela ordem. vel realidade do capitalismo, das condições de mer-
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem cado permanentemente disputadas e advogadas
VExa. a palavra. neste plenário, vamos repartir eventuais prejuízos re-
O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PL - ES. Pela or- passando ao povo - ao cidadão, às famílias, aos tra-
demo Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, respei- balhadores, às empresas - os custos do caprtalismo
to o Deputado Fernando Gabeira, conheço sua posi- sem risco instaurado neste País a partir do processo
ção e tenho travado com S.Exa., com muito resperto, de privatização.
alguns debates pelo País. Chego a esta Casa e me sinto honrado por inte-
Relatei a questão narcotráfico, crime organiza- grar a bancada federal do Rio Grande do Sul. Vou vo-
do e lavagem de dinheiro na Comissão Mista do Con- tar "sim", pela retirada dessa MP de pauta, livrando o
gresso Nacional, que tem como Relator esse patrimô- povo desse tarifaço.
nio moral do Brasil, o Deputado Moroni Torgan. Estaremos construindo a imoralidade legal se
Tivemos o cuidado de criar uma figura no senti- repassarmos ao povo os prejuízos das empresas pri-
do de que pudéssemos desassociar o usuário do de- vatizadas.
pendente - tomando cuidados, repito. Muito obrigado.
Quando o Deputado Fernando Gabeira fala em O SR. MARCOS ROLlM - Sr. Presidente, peço
cuidado, quero dizer a S.Exa. que estou acostumado, a palavra pela ordem.
há vinte anos, a tirar da cadeia e levar para dentro da O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem
minha casa dependentes e drogados, ou seja, o jovem V.Exa a palavra.
que está na cadeia por causa da maconha, que o levou O SR. MARCOS ROLlM (PT - RS. Pela ordem.
a roubar ou a matar - a novela O Clone, de Glória Pe- Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, para que o
res, aborda bem o tema e mostra à sociedade a meni- debate continue nesta Casa, é preciso que a Câmara
na que começou com a maconha, passou para o pó e dos Deputados tenha muito cuidado quando for apre-
agora está roubando. Então, não é só um discurso. ciar, possivelmente na próxima semana, a mensagem
Sei exatamente o que o Deputado Fernando do Governo Federal à nova Lei Antidrogas.
Gabeira não sabe, porque essas mães que choram Precisamos definitivamente separar o usuário
lágrimas quentes nas madrugadas, batem à minha daquele que eventualmente adquiriu dependência
porta e não na dele. química no uso de qualquer droga. Nesse sentido, é
Não aceito a citação do meu nome, uma vez que bom lembrar que os Estados Unidos, o país mais re-
estamos fazendo um trabalho sério, duro para dar um pressor e que aposta na guerra contra as drogas, se-
golpe no narcotráfico no Brasil. Acima de tudo, criar param penas por natureza e quantidade de droga
medidas, a chamada Justiça terapêutica, termo esse apreendida.
criado na Comissão para poder atender ao usuário e A experiência de toda a Comunidade Européia é
ao dependente. tolerante para com o consumo de drogas de menor
Por isso, rejeito essa posição e continuo na de- potencial ofensivo, especialmente a maconha. O Bra-
fesa das famílias. sil talvez seja um dos poucos países do mundo onde
O SR. BETO ALBUQUERQUE - Sr. Presidente, a apreensão de alguns gramas de maconha significa
peço a palavra pela ordem. a possibilidade de pena igual para aquele portador de
Ahríl dç 2002 DL\l{IO DA ('AMAIC\ DOS Dl:PIJ! ADOS QuilJ!<I-feira 11 15465
uma tonelada de cocaína, quantidade que se costu- É preciso coragem e dignidade para enfrentar
ma apreender com os grandes traficantes. esse debate. É um ato corajoso do Sr. Ministro da Jus-
O que significa essa política antidrogas no Bra- tiça colocar em tela este tema. S.Exa., ironicamente,
si/? Mandar para as prisões milhares de pessoas que tem o apoio da maioria dos Deputados da Oposição
são prestadoras de serviço ao tráfico e, via de regra, nesse sentido.
jamais apenar os donos desse negócio, os grandes O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - A Presi-
traficantes. dência indaga se há algum Sr. Parlamentar em plená-
Drogas lícitas, como álcool e tabaco, causam rio que ainda não votou. Se houver, qu~ o faça imedia-
malefícios reconhecidos mundialmente em todos os tamente, porque vou encerrar a votaçao.
países onde são largamente consumidas, inclusive O SR. LUIS CARLOS HEINZE - Sr. Presidente,
no Brasil. Mas nunca ocorreu a nenhum dos defenso- peço a palavra pela ordem.
res da lei e da ordem proibir a venda de álcool e cigar- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem
ro no Brasil, porque, se assim fizéssemos, criaríamos VExa. a palavra.
o tráfico clandestino desses produtos. O SR. LUIS CARLOS HEINZE (PPB - RS. Pela
Na verdade, o tráfico é resultado direto da políti- ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, cole-
ca antidrogas praticada no mundo inteiro e que vem gas Parlamentares, a respeito da medida provisória
sendo derrotada. Isso precisa ser questionado. que estamos votando, quero chamar a atenção não
A declaração do Ministro da Justiça vem em boa apenas e_m relação às concession?rias, ~as ta~bém
hora para auxiliar o debate e abrir a discussão sem o em re~açao a u~ programa de e~tlmulo a geraçao de
preconceito com o qual o tema normalmente é tratado. ene~~la alternativa. Temos, no RIo Grande do Sul, es-
. peclflcamente, mediante uso da casca de arroz, a
O SR. FERNANDO FERRO - Sr. PreSidente, possibilidade da geração de 150 megawatts. Este ma-
peço a palavra pela ordem. terial utilizado, inclusive, é um problema ambiental.
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem Da mesma forma, em outras regiões do País, temos
V.Exa. a palavra. também o bagaço da cana-de-açúcar. Nesta medida
O SR. FERNANDO FERRO (PT - PE. Pela or - provisória existem mecanismos de apoio e estímulo à
demo Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, tam- geração de energia alternativa.
bém participei da CPI do Narcotráfico e pude conhe- Por isso, encaminhamos o voto "não", concor-
cer a realidade das drogas no País. Reconheço a ati- dando com essa medida provisória, especificamente.
tude corajosa do Ministro da Justiça de provocar a O SR. JOÃO EDUARDO DADO - Sr. Presiden-
discussão sobre o assunto. Esse tema é tabu, mas te- te, peço a palavra pela ordem.
mos de considerar a distância entre as intenções do O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem
Governo e as ações nessa área. V.Exa. a palavra.
Tenho em mão matérias de jornais que comen- O SR. JOÃO EDUARDO DADO (Bloco/POT -
tam a atitude do ex-Ministro Raul Jungmann de rece- SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi-
ber, no sertão de Pernambuco, na região do Polígono dente, gostaria de registrar que nesta Casa, hoje, se
da Maconha, políticos que foram presos por ocasião encontra o movimento organizado da UNAFISCO Sin-
da Operação Mandacaru. dical, através do seu Presidente, Paulo Gil, que está lu-
Quero entender por que não há tratamento dife- tando pela inclusão em pauta da Medida Provisória na
renciado entre os que ganham com o tráfico e o usuá- 2.175.
rio dependente, um doente que merece acompanha- Peço a VExa. atenção e um carinho especial,
mento especial. Isso é um equívoco. A falta de debate porque esta medida promove reestruturação nas car-
e de coragem para enfrentar o tema termina provo- reiras da Receita Federal, da Previdência e do Traba-
cando a ampliação do uso da droga. lho, e vai ao encontro de interesses do Estado e da
Nós, Deputados de oposição, consideramos sociedade.
corajosa a atitude do Sr. Ministro da Justiça de colo- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Vou en-
car o tema em debate. Sou contra a liberalização da cerrar a votação.
maconha, mas temos de enfrentar o debate e dife- O SR. PROFESSOR LUIZINHO - Sr. Presiden-
renciar o dependente, o doente, dos traficantes, dos te, peço a palavra pela ordem.
que matam e ganham dinheiro com a venda de dro- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem
ga no País. VExa. a palavra
1-"466 <.>uinta-teira lI DIA RIO DA CAMARA DOS DFPlJTAIJOS Abril de 2002
o SR. PROFESSOR LUIZINHO (PT-SP. Pela or- VOTARAM:
dem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero Sim: 97
apenas justificar que o Deputado Nilmário Miranda
Não: 294
teve problema de doença na família e está em seu
Estado. O Deputado Walter Pinheiro está adoentado Abstenção: 05
e não pôde estar conosco. Total: 396
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Está en- É rejeitado o requerimento de retirada de pauta
cerrada a votação. A mesa vai anunciar o resultado: da Medida Provisória nO 14, de 2001.
LISTAGEM DE VOTAÇÃO
Resultado da Votação
Sim 97
Não 294 Orientação
Abstenção 5 PFL -Não
PSDB -Não
Total da Votação 396 PMDB· Não
PT -Sim
PPB- Não
PlB - Não
PDTIPPS - Não
Art. 17 1 PUPSL-$im
PSBIPCDOB - Sim
Total Quorum 397 GOV. -Não
Obstrução 6
Total Amapá: 7
AbrIl <I.: 2002 m\RIO 1>.\ C.\MARA DOS IWl'lJTA()OS l,lllíllta-feira 11 15467
PARÁ
Asdrubal Bentes PMDB Não
Deusdeth Pantoja PFL Não
Elcione Barbalho PMDB Sim
Gerson Peres PPB Não
Giovanni Queiroz PDT PDT/PPS Não
José Priante PMDB Não
Josué 8engtson PT8 Sim
Nicias Ribeiro PSDB Não
Nilson Pinto PSD8 Não
Paulo Rocha PT Sim
Raimundo Santos PL PUPSL Não
Renildo Leal PTB Sim
Socorro Gomes PCdo8 PSB/PCDOB Sim
Vic Pires Franco PFL Não
Total Parã: 14
AMAZONAS
Arthur Virgílio PSDB Não
AtiJa Lins PFL Não
Francisco Garcia PFL Não
Pauderney Avelino PFL Não
Silas Câmara PT8 Não
Total Amazonas: 5
RONDONIA
Agnaldo Muniz PPS PDT/PPS Não
Euripedes Miranda PDT PDT/PPS Não
Expedito Júnior PSDB Não
Nilton Capixaba PTB Não
Oscar Andrade PL PUPSL Sim
Sérgio Carvalho PSDB Não
Total Rondonia: 6
ACRE
IIdefonço Cordeiro PSDB Não
João Tota PPB Não
Márcio Bittar PPS PDT/PPS Não
Marcos Afonso PT Sim
Nilson Mourão PT Sim
Sérgio Barros PSDS Não
Total Acre: 6
TOCANTINS
Antônio Jorge PTS Não
Darci Coelho PFL Não
Freire Júnior PMDB Não
João Ribeiro PFL Não
Osvaldo Reis PMDB Não
Pastor Amarildo PPB Não
Paulo Mourão PSDS Não
Total Tocantins: 7
I 546l\ Quinta-feira I1 mARIO IH (' ..\ M"\RA DOS IW\'U lADOS Abril de 2002
Total Piaui : 8
PARAíBA
Adauto Pereira PFL Não
Armando Abílio PSDB Não
Avenzoar Arruda PT Sim
Carlos Dunga PTB Não
Damião Feliciano PMDB Não
Domiciano Cabral PSDB Não
Ahrll de 2002 m\RIO IH (',\MARA DOS I )EI'UT.\DOS Quinta-feIra 11 1)469
ca de cada fonte e o valor econômico correspondente § 6° A COE terá a duração de 25 (vinte a cinco)
a energia competitiva, quando a compra e venda se fi- anos, será regulamentada pelo Poder Executivo e
zer com consumidor final; movimentada pela Eletrobrás,
111 - para pagamento de credito de que trata a , § ]O Para fins de d~finiçã~ d~s tar~as de uso d~s
alínea d do inciso" do art, 3°; sistemas de transmlssao a dlstnbUlçao de energia
, elétrica, considerar-se-á integrante da rede básica de
IV - até 15% (qUinze por cento) do montante t t rt 17 d L' ° 9 074 d 7 d J' Ih do
, § ° d d'f t que ra a o a, , a el n , ,e e u o
prevIsto no 2, , para pagamento .a I erença
_ en re a
, 1995 , as InS a Iaçoes
' t - d e t ranspo rt e d e gas
' nat uraI ne-
valor
, econômico
_ , correspondente
, a geraçao
.. termele- ,cessanas , ' ao supnmen' to d e cen trals ' t ermoe Ie't ncas
'
tnca
, a carvao
, mineral
_ nacional que utilize tecnologia
_ E t d d
nos s a os on e, a e Ina e t' f' I d 2002 - 't f
, nao eXls a orne-
limpa,
, de Instalaçoes que entrarem~ , em operaçao a,Clmen ' to d e gas ' nat uraI cana I'Izado, at'e o I'Iml't e do In-
'
partir do 2003, e o valor economlco correspondente a t' t b t ' "h d t ,-
, ,, ves Imen o em su s anclas a In as e ransmlssao
energia competitiva. equivalentes que seriam necessárias construir para
§ 1° Os recurso~ da C?OE serã~ provenientes transportar, do campo de produção de gás ou da tron-
dos pagamentos anuaIs realizados a tItulo de uso de teira internacional até a localização da central, a mes-
bem p~~lico: das mu~ta~ a~li~adas pel~ ANEEL ~ ma energia que ela é capaz de produzir no centro de
con~esslonanas, permlsslonanas e aut~nzados a, a carga, na forma da regulamentação da ANEEL.
partir do ano de 2003, das qU?t~s anuais p~gas por § 8°, Os recursos provenientes de pagamento
todos o~ ag~ntes que comercializem energia com o pelo uso de bem público e das multas impostas aos
consumIdor fInal. agentes do Setor, serão aplicados, prioritariamente,
§ 2° As quotas a que se refere o parágrafo ante- no desenvolvimento da universalização do serviço
rior terão valor idêntico aquelas estipuladas para o público de energia elétrica, na forma da regulamenta-
ano de 2001 mediante aplicação de mecanismo esta- ção e da ANEEL.
belecido no § 1° do art, 11, da Lei nO 9,648,de 1998, Art 14, No estabelecimento das metas de uni-
deduzidas ~m 200~, 2004 a ~005, ,dos valores ~ se - versalização e do uso da energia elétrica, a ANEEL fi-
~em recolhidos a titulo da ~Istematlca ~~ rateio de xará, para cada concessionária e permissionária de
onus e vant~_gens par~ as uSInas !ermeletnc~s .. slt~a- serviço público de distribuição de energia elétrica:
das nas regloes atendidas pelos sistemas eletncos In- 1_ áreas, progressivamente crescentes, em tor-
terllgadas, no das redes de distribuição, no interior das quais a li-
§ 3° As quotas de que trata o § 1° serão reajusta- gação ou aumento de carga de consumidores devem
das anualmente, a partir do ano 2002, na proporção ser atendida sem ônus de qualquer espécie para o
de crescimento de mercado de cada agente. até o li- solicitante;
mite que não cause incremento tarifário para o con - 11 _ áreas, progressivamente decrescentes, no
sumidor. interior das quais a ligação de novos consumidores
§ 4° A nenhuma das fontes eólica, biomassa, poderá ser diferida pela concessionária ou permissio-
pequenas centrais hidrelétricas, gás natural e carvão nária para horizontes temporais préestabelecidos
mineral nacional, poderão ser destinados anualmente pela ANEEL, quando os solicitantes do serviço serão
recursos cujo valor total ultrapasse a 30% (trinta por então atendidos sem ônus de qualquer espécie,
cento) do recolhimento anual da COE, condicionan- § 1° Na regulamentação deste artigo, a ANEEL
do-se a enquadramento do projetos e contratos á pré- levará em conta, dentre outros fatores, a taxa do aten-
via verificação, junto á Eletrobrás, de disponibilidade dimento da concessionária ou permissionária, consi-
de recursos. derada no global e desagregada por município, a ca-
§ 5° Os empreendimentos a gás natural refer;- pacidade técnica e econômica necessárias ao atendi-
dos no Inc. I e a partir de fontes eólica, pequenas cen- mento das metas de universalização, bem como au-
trais hidrelétricas e biomassa que iniciaram a opera- mento de carga de que trata o inciso I do caput, o pra-
ção comercial ate o final do 2006, podarão solicitar zo mínimo de contrato do fornecimento a ser celebra-
que as recursos de COE sejam antecipados para os do entre consumidor e concessionária.
cinco primeiros anos do funcionamento, observan- § 2° A ANEEL também estabelecerá procedi-
do-se que o atendimento do plano ficará condiciona- mentos para que o consumidor localizado nas áreas
do á existência de saldos positivos em cada exercicio referidas no inciso II possa antecipar seu atendimen-
da CDE e á não cumulatividade com os programas to, financiando, em parte ou no todo, as obras neces-
PROINFA a PPT. sárias, devendo esse valor lhe ser restituído pela con-
1.'i4X6 (;!uinta-telra 11 UI.Á.RIO DA ('AMARA DOS D!iPlJTADOS Abril ,k 2002
cessionana ou permissionana após a carência do integradas com as Agências de Serviços Públicos Esta-
prazo igual ao que seria necessário para obter sua li- duais conveniadas, promover ampla divulgação visando
gação sem ônus. o cadastramento de agentes interessados.
§ 3° O financiamento do que trata o parágrafo § 3° A permissionária será contratada para
anterior, quando realizado por órgãos públicos inclu- prestar serviço público de energia elétrica utilizan-
sive da administração indireta, para a expansão das do-se da forma convencional de distribuição poden-
redes visando a universalização do serviço, serão do, simultaneamente, também prestar o serviço me-
igualmente restituídos pala concessionária ou per- diante associação ou contratação com agentes de-
missionária, devendo a ANEEL disciplinar o prazo de tentores de tecnologia ou titulares de autorização
carência quando a expansão da rede incluir áreas para fontes solar, eólica, biomassa e pequenas cen-
com prazos do deferimento distintos. trais hidrelétricas.
§ 4° O cumprimento das metas de universaliza- § 4° A permissionária contratada na forma deste
ção será verificado pela ANEEL, em periodicidade no artigo é permitido realizar o fornecimento de energia
máximo igual ao estabelecido nos contratos de COI)- elétrica a todos os consumidores, ligados ou não, lo-
cessão para cada revisão tarifária devendo os desvi- calizados na área permitida independentemente de
os repercutir no resultado da revisão mediante meto- carga, tensão e dos prazos de carência previstos nos
dologia a ser publicada. arts. 15 e 16, da Lei n° 9.074, de 1995.
§ 5° A ANEEL tornará públicas, anualmente, as § 5° É vedado às concessionárias de serviços
metas de universalização do serviço público de ener- públicos de energia elétrica, suas controladas e seus
gia elétrica. controladores, em qualquer grau de descendência ou
§ 6°. Não fixadas as áreas referidas nos incisos I ascendência, bem como outras sociedades igual-
e 11 no prazo de um ano contado da publicação desta mente controladas ou coligadas, independente do
lei a ata que sejam fixadas, a obrigação das concessi- grau de colateralidade, participarem, das licitações de
onárias e permissionárias do serviço público do ener- que trata este artigo.
gia elétrica atenderem aos pedidos de ligação sem
§ 6° A permissão de serviço público de energia
qualquer espécie ou tipo do ônus para a solicitante,
elétrica contratada na forma deste artigo poderá pre-
aplicar-se-á à toda a área concedida ou permitida.
ver condições e formas de atendimento específicas,
§ ]O A partir de 31 do julho de 2002 e até que en- compatíveis com a tecnologia utilizada.
tre em vigor a sistemática de atendimento por área,
Art. 16. É vedado à concessionária de serviço pú-
as concessionárias e permissionárias de serviço pú-
blico federal de energia elétrica, bem como à sua con-
blico de energia elétrica atenderão, obrigatoriamente
troada ou coligada, controladora direta ou indireta e ou-
e sem qualquer ônus para o consumidor, ao pedido
tra sociedade igualmente controlada ou coligada ou co-
de ligação cujo fornecimento possa ser realizado me-
ligada da controladora comum, explorar o serviço públi-
diante a extensão de rede em tensão secundária de
co estadual de gás canalizado, salvo quando o controla-
distribuição, ainda que seja necessária realizar refor-
dor for pessoa jurídica de direito público intemo.
ço ou melhoramento da rede primária.
Art. 17. Os arts. 3°,13, 17 e 26 da Lei nO 9.427,
Art. 15. Visando a universalização do serviço pú-
de 26 de dezembro de 1996, passam a vigorar com a
blico de energia elétrica, a ANEEL poderá promover li-
citações para outorga de permissões de serviço públi- seguinte redação:
co de energia elétrica, em áreas já concedidas cujos "Art.3° ..
contratos não contenham cláusula de exclusividade.
§ 1° As licitações poderão ser realizadas, por
delegação, pelas agências de Serviços Públicos
Estaduais conveniadas, mediante a utilização de edi- XI - estabelecer tarifas para o supri-
tais padronizados elaborados pela ANEEL, inclusive mento de energia elétrica realizado às con-
o contrato de adesão, com observância da Lei n° cessionárias e permissionárias de distribui-
8.987, do 1995, e demais dispositivos legais específi- ção, inclusive as Cooperativas do Eletrifica-
cos para o serviço público de energia elétrica, apli- ção Rural enquadradas como permissionári-
cando-se, no que couber e subsidiariamente, a Lei n° as, cujos mercados próprios sejam inferio-
8.666, do 21 de junho do 1993. res a 300 GWh/ano (trezentos gigawatthora
§ 2° É facuttado a ANEEL adotar a modalidade de por ano), a tarifas de fornecimento às Coo-
tomada de preço, devendo, neste caso, mediante ações perativas autorizadas, considerando parâ-
Abril de 2002 DI.\.RIO IH (',\M.\R\ J)OS J)"PlJl.\J)OS Quinta-feira II 154X7
metros técnicos, econômicos, operacionais aos consumidores, do uso da rede básica a
e a estrutura dos mercados atendidos; das instalações de conexão, bem como do
XII - estabelecer, para cumprimento recolhimento mensal dos encargos relativos
por parte de cada concessionária e permis- as quotas de Reserva Global de Reversão-
sionária do serviço público de distribuição RGR, à compensação financeira pela utiliza-
de energia elétrica, as metas a serem perio- ção de recursos hídricos; ao uso de bem pú-
dicamente alcançadas, visando a universali- blico, ao rateio da Conta do Consumo de
zação do uso de energia elétrica; Combustíveis - CCC, à Conta da Desenvol-
XIII - efetuar o controle prévio e a vimento Energético - CDE e à Taxa do Fis-
posteriori de atos e negócios jurídicos a calização dos Serviços do Energia Elétrica,
serem celebrados entre concessionárias, implicará a incidência do juros do mora de
permissionárias, autorizadas e seus contro- um por cento ao mês e multa de até cinco
ladores, suas sociedades controladas ou por cento, a ser fixada pela ANEEL, respei-
coligadas a outras sociedades controladas tado o limite máximo admitido pala legisla-
ou coligadas do controlador comum, im- ção em vigor."
pondo-lhes restrições à mutua constituição "Art. 26 .
de direitos e obrigações, especialmente co-
merciais e, no limite, a abstenção do pró-
prio ato ou contrato. v - os acréscimos de capacidade de
"Art.13 . geração, objetivando o aproveitamento óti-
mo do potencial hidráulico.
§ 2° ..
111 - Os recursos referidos neste artigo § 1° A ANEEL estipulará percentual de
poderão ser contratados diretamente com redução não inferior 50% (cinqüenta por
Estado Municípios, concessionárias a per- canto), a ser aplicado às tarifas de uso dos
missionárias do serviço público de energia sistemas elétricos do transmissão a distribu-
elétrica e agentes autorizados, assim como ição, incidindo da produção ao consumo da
Cooperativas de Eletrificação Rural, Coope- energia comercializada pelos aproveitamen-
rativas responsáveis pela implantação de in- tos de que trata o inciso I deste artigo e para
fra-estrutura em projetos de reforma agrária os empreendimentos a partir de fontes eóli-
e Consórcios Intermunicipais. (NR) ca e biomassa, assim como os de cogera-
ção qualificada, conforme regulamentação
da ANEEL, dentro dos limites de potências
v - As condições de financiamento estabelecidas no referido inciso I. (NR)
previstas no inciso anterior poderão ser es-
tendidas, a critério da ANEEL, aos recursos § 2° Ao aproveitamento referido neste
contratados na forma do inciso III - que se artigo que funcionar interligado e ou integra-
destinem a programa vinculados às metas e do ao sistema elétrico, é assegurada a parti-
universalização do serviço público de ener- cipação nas vantagens técnicas e econômi-
gia elétrica nas regiões mencionadas no in- cas da operação interligada, especialmente
ciso 11." em sistemática ou mecanismo de realoca-
"Art.17 . ção de energia entre usinas, destinado a mi-
§ 1° O Poder Público que receber a tigação dos riscos hidrológicos, devendo
comunicação adotará as providências admi- também se submeter ao rateio do ônus
nistrativas para preservar a população dos quando ocorrer. (NR)
efeitos da suspensão do fornecimento de
energia elétrica, inclusive dando publicidade § 5° O aproveitamento referido no inci-
à contingência, sem prejuízo das ações de so I e aqueles a partir de fonte eólica, bio-
responsabilização pela falta do pagamento massa solar poderá comercializar energia
que motivou a medida. (NR) elétrica com consumidor ou conjunto de
§ 2° Sem prejuízo do disposto nos consumidores reunido por comunhão de in-
contratos em vigor, o atraso do pagamento teresses do fato ou direito, cuja carga seja
de faturas de compra de energia elétrica a maior ou igual a SOO kw independentemente
das contas mensais do seu fornecimento dos prazos de carência constantes do art.
1'1488 QUilHa-feira II DI:\R10 IH ('AMARA DOS DjTUL\DOS Abril de 2002
15 da Lei n° 9.074, do 1999, observada a pelos sistemas elétricos interligados, em ope-
regulamentação da ANEEL. (NR) ração em 6 de fevereiro de 1998, na forma a
§ 6° Quando dos acréscimos de capa- ser regulamentada pela ANEEL, observan-
cidade de geração de que trata o inciso V do-se os seguintes prazos e demais condi-
deste artigo, potência final da central hidre- ções de transição: (NR)
létrica resultar superior a 30.000 kW, o auto- a) ..
rizado não fará mais jus ao enquadramento
de pequena central hidrelétrica. b) ..
§ 7° As autorizações e concessões que c) ..
venham a ter acréscimo de capacidade na
forma do inciso V deste artigo poderão ser § 3° É mantida, pelo prazo de vinte anos, a partir
prorrogadas por prazo suficiente à amortiza- da publicação desta lei, a aplicação sistemática do ra-
ção dos investimentos limitado a vinte anos. teio do custo de consumo de combustíveis para gera-
§ 8° Fica reduzido para 50 kW (cin- ção de energia elétrica nos sistemas isolados, esta-
qüenta quilowatt) o limite mínimo de carga belecida pela Lei n° 8.631, de 4 de março de 1993, na
estabelecido no § 5° deste artigo quando o forma a ser regulamentada pela ANEEL, a qual deve-
consumidor ou conjunto de consumidores rá conter mecanismos que induzam à eficiência eco-
se situar no âmbito dos sistemas elétricos nômica e energética, à valorização do meio ambiente
isolados." e à utilização de recursos energéticos locais, visando
Art. 18. Os arts., 1°, 8°, 10 a 11, da Lei atingir a sustentabilidade econômica da geração de
n° 9.648, de 1998, passam a vigorar com a energia elétrica nestes sistemas, ao término do prazo
seguinte redação: estabelecido. (NR)
"Art.1° .
§ 4° Respeitado o prazo máximo fixado no pará-
grafo anterior, sub-rogar-se-á no direito de usufruir da
"Art.24 .. sistemática ali referida, pelo prazo e forma a serem
regulamentados pela ANEEL, a titular de concessão
XXII - na contratação de fornecimento ou autorização para: (NR)
ou suprimento de energia elétrica e gás na- I - aproveitamento hidrelétrico de que trata o
tural com concessionário, permissionário ou inciso I, art. 26, da Lei n° 9.427, de 1996, ou a gera-
autorizado, segundo as normas da legisla- ção de energia elétrica a partir de fontes eólica, so-
ção específica. (NR) lar, biomassa e gás natural, que venha a ser implan-
tado em sistema elétrico isolado e substitua a gera-
"Art. 8° A quota anual da Reserva Glo- ção termelétrica que utilize derivado de petróleo ou
bal de Reversão - RGR, ficará extinta ao fi- desloque sua operação para atender ao incremento
nal do exercício de 2010, devendo a ANEEL do mercado;
proceder à revisão tarifária de modo a que
" - empreendimento que promova a redução do
os consumidores sejam beneficiados pela dispêndio atual ou futuro da conta de consumo de
extinção do encargo." (NR) combustíveis dos sistemas elétricos isolados.
"Art. 10 .
§ 5° O direito adquirido à sub-rogação indepen-
de das alterações futuras da configuração do sistema
§ 5° O disposto no caput não se aplica isolado, inclusive sua interligação a outros sistemas
ao suprimento de energia elétrica à concessi-
ou a decorrente de implantação de outras fontes de
onária e permissionária de serviço público
geração."
com mercado próprio inferior a 300 GWh/ano
(trezentos gigawatthora por ano), cujas con- Art. 19. O art. 4° da Lei nO 5.899, de 05 de julho
de 1973, passa a vigorar com a seguinte redação:
dições, prazos e tarifas continuarão a ser re-
gulamentadas pela ANEEL" "Art. 4° Fica designada a ELETROBRÁS para a
Art. 11. . .. aquisição da totalidade dos mencionados serviços de
§ 1° É mantida temporariamente a apli- eletricidade de ITAIPU.
cação da sistemática do rateio de ônus a van- Parágrafo único. A ELETROBRÁS será o Agen-
tagens referida neste artigo, para as usinas te Comercializador da Energia de ITAIPU, ficando en-
termelétricas situadas nas regiões abrangidas carregada de realizar a comercialização da totalidade
.\hríl d.: 2002 DI.\RIO DA ('AM,\R.\ DOS UF!'! IrAUOS Quillla-kira li 1~4R<)
dos mencionados serviços de eletricidade, nos ter- observado o disposto no art. 13 da Lei n°
mos da regulamentação da ANEEL." 9.427, de 26 de dezembro de 1996, destina-
Art. 20. Deverão ser sub-rogados à Eletrobras rá os recursos da RGR aos fins estipulados
os compromissos de aquisição e repasse às conces- neste artigo, inclusive à concessão de finan-
sionárias de distribuição dos serviços de eletricidade ciamento, mediante projetos específicos de
de Itaipu Binacional firmados por Furnas e Eletrosul, investimentos:
subsidiárias da Eletrobras, com as concessionárias a) às concessionárias, permissionárias
de distribuição de energia elétrica. e cooperativas de eletrificação rural, para
Art. 21. Parcela do resultado da comercialização expansão dos serviços de distribuição de
de energia de Itaipu será destinada mediante rateio energia elétrica especialmente em áreas ur-
proporcional ao consumo individual e crédito do "bô- banas e rurais de baixa renda e para o pro-
nus" nas contas de energia, aos consumidores do grama de combate ao desperdício de ener-
Sistema Elétrico Nacional Interligado integrantes das gia elétrica;
Classes Residencial e Rural, com o consumo mensal b) para instalações de produção a par-
inferior a 350 kWh, nos termos de regulamentação do tir de fontes eólica, solar, biomassa e pe-
Poder Executivo. quenas centrais hidrelétricas, assim como
Art. 22. O art. 15, da Lei n° 3.890-A, com a reda- termelétrica associada a pequenas centrais
ção dada pelo art. 16 da Lei n° 9.648, de 27 de maio hidrelétricas e conclusão de obras já inicia-
de 1998, passa a vigorar com a seguinte redação: das de geração termonuclear, limitado, nes-
.. te último caso, a 10% (dez por cento) dos
"Art. 15 , recursos disponíveis;
§ 1° A Eletrobras, diretamente ou por c) para estudos de inventário e viabili-
meio de suas subsidiárias ou controladas, dade de aproveitamentos de potenciais hi-
poderá associar-se, com aporte de recur- dráulicos mediante projetos específicos de
sos, para constituição de consórcios empre- investimento;
sariais ou participação em sociedades, sem
d) para implantação de centrais gera-
poder de controle, que se destinem à explo- doras de potência até 5.000 kW, destinadas
ração da produção ou transmissão de ener- exclusivamente ao serviço público em co-
gia elétrica sob regime de concessão ou au- munidades populacionais atendidas por sis-
torização." (NR) tema elétrico isolado;
§ 2° A aquisição de bens e a contrata- e) para o desenvolvimento e implanta-
ção de serviços pela Eletrobras e suas con-
ção de programas e projetos destinados ao
troladas Chesf, Furnas, Eletronorte, Eletro- combate ao desperdício e uso eficiente da
sul e Eletronuclear, poderá se dar nas mo- energia elétrica, de acordo com as políticas
dalidades de consulta e pregão, observado,
e diretrizes estabelecidas para o Programa
no que for aplicável, o disposto nos arts. 55
Nacional de Conservação de Energia Elétri-
a 58 da Lei n° 9.472, de 1997, e nos termos
ca - PROCEL; (NR)
de regulamento próprio.
f) Para os fins deste artigo, a Eletro-
§ 3° O disposto no parágrafo anterior bras instituirá programa de fomento especí-
não se aplica às contratações referente a
fico par a utilização de equipamentos, de
obras e serviços de engenharia, cujos pro-
uso individual e coletivo, destinados à trans-
cedimentos deverão observar as normas
formação de energia solar em energia elétri-
gerais de licitação e contratação para a ca, empregando recursos da Reserva Glo-
Administração Pública.
bal de Reversão - RGR e contratados dire-
Art. 23. O art. 4°, da Lei nO 5.655, de 20 de tamente com as concessionárias e permis-
maio de 1971, com a redação dada pelo art. 13, da sionárias.
Lei n° 9.496, de 11 de novembro de 1997, passa a
vigorar com a seguinte redação: Art. 24. O art. 2° da Lei n° 9.991, de 24 de julho
"Art. 4° .. de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 2° As concessionárias de geração
§ 4° A Eletrobras, condicionado a auto- e empresas autorizadas à produção inde-
rização de seu conselho de administração e pendente de energia elétrica ficam obriga-
I <;4<)() Quinta-\elTa II D\..\RIO \),\ ('AMARA DOS \)El'lJl:\\)OS Abnl de 2()()2
das a aplicar, anualmente, o montante de, operação comercial das usinas enquadradas no Pro-
no mínimo, um por cento de sua receita grama Prioritário de Termeletricidade.
operacional líquida em pesquisa e desenvol- Art. 30. Ficam convalidados os atos praticados
vimento do setor elétrico, excluindo-se, por com base na Medida Provisória nO 14, de 21 de de-
isenção, as empresas que gerem energia zembro de 2001.
exclusivamente a partir de instalações eóli- Art. 31 . O Poder Executivo, inclusive por meio da
ca, solar, biomassa, pequenas centrais hi- GCE, regulamentará o disposto nesta lei sem prejuí-
drelétricas e cogeração qualificada, obser- zo das competências específicas nela previstas.
vado o seguinte:
Art. 32. Esta lei entra em vigor na data de sua
..................................................." (NR)
publicação. - José Carlos Aleluia, Relator.
Art. 25. Os descontos especiais nas tarifas de a SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Sobre a
energia elétrica, aplicáveis às unidades consumido- mesa requerimento no seguinte teor:
ras enquadradas na Classe Rural, inclusive Coope- Senhor Presidente,
rativas de Eletrificação Rural, serão concedidas ao Requeremos nos termos regimentais, o adianta-
consumo que se verifique na atividade de irrigação mento da discussão do MP n° 14/2001, constante da
desenvolvida no horário compreendido entre 21:30 pauta da presente Sessão por (2) sessões.
horas e 6:00 horas do dia seguinte. Sala das Sessões, 10 de abril de 2002. - Pro-
Art. 26. Fica a Petróleo Brasileiro S.A. - fessor Luizinho, Vice-Líder do PT - João Paulo, lí-
PETROBRÁS, sociedade de economia mista, criada der do PT - Fernando Ferro, Vice-Líder do PT.
pela Lei n° 2.004, de 3 de outubro de 1953, autorizada
a SR. JOÃO MAGNO - Sr. Presidente, peço a
a incluir no seu objeto social as atividades vinculadas
palavra pela ordem.
à energia.
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem V. Ex"
Art. 27. Nomínimo 50% (cinqüenta por cento) da
a palavra.
energia elétrica comercializada pelas concessionári-
as geradoras de serviço público sob controle federal, O SR. JOÃO MAGNO (PT-MG. Pela ordem.
inclusive o montante de energia elétrica, reduzido dos Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, para a vota-
contratos iniciais de que trata o inciso 11 do art. 10 da ção anterior, meu voto é "não".
Lei n° 9.648, de 27 de maio de 1998, deverá ser nego- a SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Concedo
ciada em leilões públicos, conforme disciplina estabe- a palavra, pela ordem, ao Deputado Fernando Ferro.
lecida em resolução da Aneel. O SR. FERNANDO FERRO (PT - PE. Pela
§ 1° A redução dos contratos iniciais de que trata ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
o caput não confere direito às concessionárias gera- solicito que sejam distribuídas cópias do relatório do
doras a qualquer garantia tarifária em relação ao Deputado José Carlos Aleluia, para que os Srs. De-
montante de energia liberada. putados tomem conhecimento da matéria.
§ 2° Os riscos hidrológicos ou de não-cumpri- a SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Está auto-
mento do contrato serão assumidos pela concessio- rizada a distribuição das cópias durante a discussão
nária geradora vendedora da energia elétrica. da matéria.
§ 3° disposto neste artigo não se aplica à Itaipu A SRA. ESTHER GRaSSI - Sr. Presidente,
Binacional e à Eletronuclear. peço a palavra pela ordem.
§ 4° A energia elétrica das concessionárias de O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem
geração de serviço público sob controle societário V. Exa. a palavra.
dos Estados, será comercializada de forma a assegu- A SRA. ESTHER GROSSI (PT - RS. Pela or-
rar publicidade, transparência e igualdade de acesso dem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, na
aos interessados. votação anterior, votei de acordo com o partido.
Art. 28. A parcela de energia elétrica que não for
vendida no leilão público de que trata artigo anterior a SR. ROBÉRla ARAÚJO (Bloco/PL - RR.
deverá ser, necessariamente, liquidada no mercado Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi-
de curto prazo do MAE. dente, na votação anterior, votei de acordo com o
Bloco Parlamentar PUPSL.
Art. 29. Fica prorrogado para 31 de dezembro de
2004 o prazo previsto no art. 2°, da Lei nO 10.274, de a SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Conce-
10 de setembro de 2001, para a efetiva entrada em do a palavra ao Deputado Fernando Ferro, para
:\bril de 2002 DIAJ<IO DA C:\.MAR:\ DOS lWPlJL\DOS Quinta-temi 1I 1'14'.1\
encaminhar a favor do requerimento de adiamento Isso é imoral sob todos os aspectos, é inaceitá-
da discussão. vel, uma irresponsabilidade sem tamanho! E, agora,
O SR. FERNANDO FERRO (PT - PE. Sem revi- foi-nos apresentada nesta condição, sem sequer Ter
são do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputa- sido lida pelos Parlamentares.
dos, ouvi com atenção o pronunciamento do Deputa- Sr. Presidente, o Deputado José Carlos Aleluia
do José Carlos Aleluia e não deixo de sentir um certo é um conhecedor dessa matéria, mas eu gostaria de
constrangimento por apreciarmos matéria desse por- refrescar sua memória. Deputado José Carlos Alelu-
te com tal leviandade, porque foi afirmado, com todas ia, VExa. se lembra de que, em 1987, houve raciona-
as letras, pelo ilustre Deputado do PFL, que não sa - mento de energia e ninguém cobrou a energia racio-
bíamos das perdas embutidas nessa reivindicação nada? Naqueles anos, a população foi chamada a ra-
das empresas distribuidoras. cionar de 12% a 15% de energia e não houve nenhum
As perdas não foram calculadas. Inicialmente, tí- ressarcimento. Por que, agora, depois de as empre-
nhamos a previsão de que a tarifa na medida provisó- sas privatizadas, existe esse procedimento?
ria original do Governo seria cobrada por três anos; Está claro que os interesses privados estão di-
hoje, estão dizendo que será por seis anos. tando a política energética do Governo. É inaceitável,
Na verdade, não conhecemos a matéria. O Go- imoral e irresponsável a aprovação desta iniciativa.
verno não tem condições de calcular o montante das Eu apelo para a consciência das. Sras. Deputadas e
supostas perdas. Estamos discutindo uma ficção, de- dos Srs. Deputados.
b~te~do uma ilusã<:>. É im~r~~si~nante como a Casa é E diria à Liderança do Governo e ao Deputado
atingida por esse tipo de IniCiativa. José Carlos Aleluia: desafio os senhores a me darem
O Deputado José Carlos Aleluia afirmou, com os números necessários para esse ressarcimento.
todas as letras, que o preço da imprevidência deverá Na verdade se tivéssemos vontade de fazer a
ser pago pelo consumidor.. Ora, Sr. Deputado, Sras. e coisa com seriedade, iríamos fazer uma auditoria
Srs. Parlam.entare~, ~>n~e fica o ?om senso?O peso e nessas contas, chamar pessoas idôneas e responsá-
a culpa da ~mprevldencla deveriam se.r c~edltados ao veis para verificar as supostas perdas dessas empre-
Gove~no e as ~mpresas.geradorase dlstnb~ldoras de sas e, aí, poderia, sim, haver um ressarcimento, e se-
energia, q~e nao cu.mpnram sua parte. O discurso do ria dito o porquê desse ressarcimento. Nas condições
Gov~rno e .n~ s~ntldo de que o consumidor pague em que está a matéria, sua aprovação é uma imorali-
pela Imprevldencla. Tra~a-se d? completa falta deyu- dade, uma irresponsabilidade. A Casa não deve acei-
dor. Pelo amor de Deus.. Est~u a beira da Indlgn~9ao e tar esse tipo de procedimento. Não combina com um
me contr~lando para. ?IScutlr com cal~a m~tena de Estado Democrático e com a divisão de responsabili-
tamanha Irresponsabilidade. Estamos discutindo ma- dades de todos os que fazem o País. É inaceitável e
téri~s que podem atingir 26 bilhões de reais, num ano vergonhosa essa proposta.
eleltoroal. . d t t d G b O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Em vota-
uVlr e represen an es o overno so re a ur- - . t
- . d e se atend
gencla er 'as necessl'd ad es das empresas çao o requenmen o. .
distribuidoras é no mínimo suspeitoso. O SR. PROFESSO~ LUIZINHO - Sr. Preslden-
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, se as te, peço a palavra para onentar a bancada.
empresas de distribuição têm autoridade para pedir O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Já houve
ressarcimento, o que vamos dizer para as indústrias orientação anterior, julguei que seria o mesmo enca-
que foram privadas de energia se agora elas pedirem minhamento. Tem V.Exa. a palavra para orientar a
isonomia porque não produziram em 2001 porfalta de bancada do PT. Os demais, se não quiserem, não pre-
energia? Elas poderão usar o mesmo argumento. O cisam fazer a orientação da bancada.
consumidor residencial ou o agricultor, que tiveram O SR. PROFESSOR LUIZINHO (PT - SP Pela
seu projeto de irrigação prejudicado, poderão se valer ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, que-
do mesmo procedimento. remos deixar clara nossa posição radicalmente con-
Então, estamos discutindo, na verdade, a priori- tra essa medida provisória que acaba com a idéia de
dade das empresas de distribuição e de uma parte risco. Trata-se de capitalismo sem risco implantado
das empresas de geração. O consumidor e a socieda- pelo Governo Fernando Henrique Cardoso. O povo já
de estão sendo chamados a pagar esse novo teve o ônus de ficar sem energia e, agora, tem de pa-
PROER, com o qual o Governo dá uma grande esmo- gar pela energia não vendida pelas empresas. Como
la com o dinheiro alheio. prêmio, criaram esse seguro. Ao não ser utilizada a
15492 Quinla-ICira I 1 DL\RIO DA C\MARA IX)S DEPUL\\)OS Abril de 2002
energia, o Governo dá de presente 8 bilhões; caso Cria-se estranha situação: o cidadão, que foi
seja utilizada, mais 8 bilhões. chamado a participar de programa de racionamento,
Essa medida é uma vergonha, é uma ofensa ao proibido de consumir como desejava e obrigado a pa-
povo brasileiro e uma afronta à economia popular. gar mais quando ultrapassava a cota, agora está sen-
Além disso, significa total desconhecimento da idéia do chamado a pagar, sob o título de tarifa extraordiná-
de mercado e dos riscos do capitalismo. ria, uma contribuição - e a tarifa não é remuneração
de atual prestação de serviço -, mas mesmo assim o
Queremos adiar a discussão para ver se o rea-
assunto é tratado por medida provisória. A Justiça e o
tamento do PFL com o PSDB, na tentativa de livrar
Ministério Público já começam a tomar suas respecti-
Roseana Sarney, não envolve o bolso do povo, a eco-
vas decisões.
nomia popular.
Lamento muito, mas vai acabar sendo aprova-
Votamos "sim" ao requerimento, Sr. Presidente.
da, contra o voto do PDT, medida provisória que pe-
O SR. HAROLDO LIMA (Bloco/PCdoB - BA. naliza a população.
Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Não tenho dúvidas de que, a exemplo do que
a intervenção feita há pouco pelo Deputado José Car-
ocorreu naquela velha contribuição de 11% dos apo-
los Aleluia demonstra que não podemos votar o proje-
sentados, serão muitos os pedidos de liminar, como já
to da forma como está sendo discutido.
começou a acontecer, e, dentro em breve, teremos
O texto original da medida tinha 14 artigos; o como atrair a discussão para o âmbito da constitucio-
substitutivo, de autoria do Deputado José Carlos Alelu- nalidade.
ia, tem 34 artigos; agora, S.Exa. apresenta modifica- O PDT vota "não" e faz um apelo aos Deputados
ções que sequer foram distribuídas para este Plenário. no sentido de que também votem "não".
Srs. Deputados, estão nos fazendo de palhaçosl
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Está em
Veja, Sr. Presidente: os 14 artigos da medida votação o requerimento, Deputado Miro Teixeira.
provisória original foram substituidos por 34 artigos, e
não se deu conhecimento ao Plenário, o texto foi mo- O SR. MIRO TEIXEIRA - Quanto ao requeri-
dificado na última hora - o próprio Deputado disse: mento, já anunciei que votaria "sim".
"modifiquei algumas coisas"-, mas não se mexeu em Votaremos "não" a essa medida provisória, por-
pontos essenciais. Disse ainda o Relator: "O PFL op- que é um ato contra o povo brasileiro.
tou por compensações", e fez toda uma dissertação Apelo para o PFL, que se tem marcado agora
sobre tais compensações. pelas novas posições, no sentido de que reflita sobre
O que estamos discutindo, nobres colegas, não isso e acompanhe a Oposição.
são as compensações, mas o escândalo, segundo o O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - O PDT,
Jornal do Brasil, "urna ajuda bilionária". Ajuda bilioná- portanto, vota favoravelmente ao requerimento.
ria a favor de quem? Ajuda bilionária para as empresas O SR. BISPO RODRIGUES (Bloco/PL - RJ.
estrangeiras que controlam as nossas estatais. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
O Deputado José Carlos Aleluia, entretanto, não gostaria de saber o que o Governo está fazendo para
falou sobre a ajuda bilionária, núcleo da medida provi- as milhares de outras empresas que também tiveram
sória e da sua proposta, mas sobre as compensa- prejuízo.
ções. E vamos votar contra a medida provisória não É muito bom para o estrangeiro investir em nos-
pelas compensações, mas pelo seu núcleo: a ajuda so País. Eles compraram as empresas sob contrato
bilionária. de risco, portanto, sabiam que poderiam ganhar ou
O Bloco Parlamentar PSB/PCdoB vota "sim", Sr. perder. Isso faz parte do negócio. Mas, como perde-
Presidente. ram, vamos ter de socorrê-los. Eles que tragam o di-
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Portanto, nheiro que têm no exterior para cobrir o prejuízo, mui-
favoravelmente ao requerimento. to embora acredite não tenham tido.
O SR. MIRO TEIXEIRA (Bloco/PDT - RJ. Pela O Brasil está cometendo um crime contra a eco-
ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, esta nomia popular. Essa medida é um absurdo. Ninguém
medida provisória é uma das mais estranhas que já sabe quanto renderá e quanto será pago. Nunca vi
tramitaram nesta Casa, porque trata como urgência a uma nação ser tão espoliada como estou vendo aqui
reposição de perdas passadas - o que não houve- hoje.
de empresas distribuidoras de energia. Encaminhamos o voto "sim", Sr. Presidente.
Abril dI) 2002 mARIO DA ('AMARA DOS DEPUTADoS (luinla-kira 11 1:'493
O SR. FERNANDO GONÇALVES (PTB - RJ. ta lista, mas socialista, onde as empresas, em tese,
Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PTB vota são socializadas, e o Governo investe dinheiro para
contra o requerimento, Sr. Presidente. impedir que elas tenham prejuízo.
O SR. PRESIDENTE - Os Srs. Deputados que o Somos contrários, portanto, a essa idéia de que
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) é o consumidor que tem de pagar o prejuízo.
Rejeitado. Admitamos, porém, que o consumidor vá pagar.
O SR. AUGUSTO FARIAS - Sr. Presidente, É preciso analisar o projeto em três pontos. O primei-
peço a palavra pela ordem. ro é o investimento que se faz com o chamado segu-
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem ro-apagão, em que, obviamente, o Governo faz um
V.Exa. a palavra. negócio ruim. Todos os estudiosos dizem isso. Mas
O SR. AUGUSTO FARIAS (PPB - AL. Pela or- por que o Governo faz um mau negócio? Por que o
demo Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na vo- Governo investe 7 bilhões, quando os técnicos mais
tação anterior, votei conforme a orientação do PPB. competentes do País dizem que devia investir 3 para
O SR. ANIVALDO VALE (PSDB - PA. Pela or- construir as termelétricas? Alguma coisa está errada.
demo Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na vo- Os contratos assinados e publicados em 18 de
tação anterior, votei com o partido. fevereiro, quando o apagão já tinha passado, têm de
O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF. Pela ordem. ser analisados pelo Ministério Público e pelo Tribunal
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação de Contas da União, porque é muito dinheiro que vai
anterior, votei de acordo com o partido. sumir pelo ladrão. Alguma coisa está errada. Há algo
O SR. AUGUSTO NARDES (PPB - RS. Pela or- de podre no reino da Dinamarca.
demo Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na vo- A segunda questão é esse tarifaço que se dá
tação anterior, votei com o partido. com a finalidade de suprir os tais lucros que as em-
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Passa-se presas, em tese, não tiveram.
à discussão da matéria. Ora, primeiro, quanto aos empreendimentos, a
Apelo para os oradores no sentido de que se maioria das concessionárias teve lucro no ano passa-
mantenham dentro do tempo regimentalmente previs- do; segundo, obviamente, desses tais lucros de 3 bi-
to de cinco minutos, para que maior número de Parla- Ihões de reais que não tiveram, deveriam ser descon-
mentares possa discutir essa importante matéria. tados os impostos e o que pagariam aos produtores
Concedo a palavra ao primeiro inscrito para falar de outras cidades.
contrariamente à matéria, Deputado Fernando Coruja. Alérn do racionamento, está havendo lucro extra.
O SR. FERNANDO CORUJA (Bloco/PDT - SC. Não é apenas um pagamento pelo lucro que não tive-
Sern revisão do orador.) - Sr. Presidente, essa é uma rarn. A capitalização das empresas comercializadoras
medida frankensteiniana. Obviamente, tem uma par- de energia elétrica - o projeto prevê recursos da or-
cela boa: a energia alternativa, o incentivo à energia dem de 16 bilhões de reais - tem claramente a finalida-
eólica, à biomassa e ao carvão. Aliás, o Deputado de de implementar um PROER para o setor elétrico, a
José Carlos Aleluia, em seu relatório, somente tratou fim de financiar as partes podres e, afinal, privatizar
da parte boa da medida provisória - da universaliza- esse setor no Brasil, entregando tudo para a iniciativa
ção, da alteração no sentido de isentar os consumido- privada, que não terá mais prejuízos. A continuar esta
res de baixa renda. S.Exa. não tratou da parte podre. política, podemos dizer: instale uma empresa elétrica e
O Relator não abordou justamente a parte que tenha prejuízo que o Governo garante.
precisava ser explicada, qual seja, esse investimento Por isso, Srs. Deputados, esse projeto, que ofe-
público de mais de 20 bilhões de reais para equacío- rece mais de 20 bilhões de reais para o setor privado
nar o apagão, o racionamento, o aluguel, o seguro. talvez seja o exemplo maior dos males da medida pro-
Primeiro, a questão filosófica. De pronto, somos visória para o País. Santa Catarina e Rio Grande do
contrários à idéia de que, se há prejuízos, quem tern Sul, que são beneficiados com o carvão e contribuem
de pagar é o consumidor. com boa parte para a produção de energia alternati-
Obviarnente, num país capitalista, regime tão va, não podem concordar com esse verdadeiro assal-
enaltecido pelo moderno liberalismo do PSDB, quem to contra o bolso do contribuinte.
deve pagar o prejuízo, quando o tem, é aquele que Dez por cento do Orçamento deste País vão
aufere os lucros, quando os tem. Se for um capitalís- para o ralo em apenas um projeto, e o Governo não
rno onde não há risco, estaremos num país não capi- presta nenhum esclarecimento a respeito.
1:'14<)4 Quillla-teira 11 DL·\RIO IH CÂMARA DOS DEPUTADOS Abril de 2()02
Como disse o meu amigo Deputado João Sam- posição tarifária, o tal seguro-apagão a que se refe-
paio, agora os aumentos são iguais aos das merceari- riu o Deputado Fernando Coruja, até com proprieda-
as e bazares: 2,9%, 7,9%. Tudo para disfarçar o au- de, como institui o PROINFA, que consta c1aramen-
mento real, que sempre recai sobre o consumidor. te da medida provisória como veio do Governo.
Vamos dizer "não" a essa medida provisória, Entretanto, a mera conversão da medida provi-
porque este é o momento de dizer "não" à medida sória, singela como é, em lei de conversão mos-
provisória e votar "sim" ao povo brasileiro. trou-se insuficiente no entender do Relator José Car-
O Sr. Aécio Neves, Presidente, deixa a los Aleluia. Isso apesar de incluir indiscutíveis méritos
cadeira da presidência, que é ocupada pelo na correção de defeitos encontrados - defeitos, sim-
Sr. Pedro Valadares, 10 Suplente de Secre- no sistema instituído para o complexo de energia elé-
tário. trica do País. Esses defeitos levaram o Governo a in-
tervir na contabilidade e na conceituação do então
o SR. JOSÉ CARLOS COUTINHO - Sr. Presi- MAl, o que obrigou o Governo a instituir uma compa-
dente, peço a palavra pela ordem. nhia brasileira de energia elétrica emergencial com a
O SR. PRESIDENTE (Pedro Valadares) - Tem finalidade de adquirir e alienar energia elétrica nas di-
VExa. a palavra. versas variações de oferta de várias fontes, hídrica,
O SR. JOSÉ CARLOS COUTINHO (Bloco/PFL térmica e tantas outras.
- RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi- Estudando há meses a questão e sendo Relator
dente, na votação anterior, acompanhei o partido. também do Projeto de Lei na 2.905, que abrange de
O SR. ROMEL ANIZIO (PPB - MG. Pela ordem. forma muito mais ampla o setor elétrico como um
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação todo, propõe o Relator que a lei de conversão também
anterior, acompanhei a bancada. trate de assuntos não abrangidos pela medida provi-
O SR. FETTER JÚNIOR (PPB - RS. Pela or- sória. Entre eles, a obrigação de universalizar o forne-
dem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na vo- cimento de energia elétrica nas várias regiões do
tação anterior, acompanhei o PPB. País, usando critérios modernos, rastreamento de
O SR. JOÃO MAGNO (PT - MG. Pela ordem. satélites e plotagem por GPS. Isso permitirá à ANEEL
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na votação elaborar poligonais nos vários Municípios, nos quais
anterior, votei de acordo com a bancada do PI. se tornará obrigatório, a ônus das distribuidoras, o for-
necimento de energia elétrica à totalidade dos consu-
O SR. FERNANDO FERRO - Sr. Presidente,
midores.
peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Pedro Valadares) - Tem Assim também ocorre com a clara e precisa de-
VExa. a palavra. finição do que significam as fontes alternativas, o trato
do carvão mineral nacional como fonte alternativa e
O SR. FERNANDO FERRO (PT - PE. Pela or- diversas outras questões que, abrangidas de forma
dem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, gos- muito clara, embora extensa, no relatório, não deixam
taria de saber se já foi providenciada a distribuição margem à dúvida de que com isso os Srs. Deputados
das cópias requeridas pelo Deputado José Carlos terão a tranqüilidade de não precisar voltar ao assun-
Aleluia. to. E mais: a população pode ficar descansada, por-
O SR. PRESIDENTE (Pedro Valadares) - Estão que, por maiores e mais drásticas que sejam as varia-
chegando mais cópias para VExas. ções do regime hidrológico do País no futuro, a ener-
O SR. PRESIDENTE (Pedro Valadares) - Para gia emergencial, já contratada, estará disponível para
discutir a matéria, concedo a palavra ao Deputado acionamento quando necessário.
Mareio Fortes, que falará a favor. S. Exa. dispõe de até Entretanto, não fica por aí o projeto de lei de
cinco minutos. conversão. Ele vai além e regula o próprio mercado,
O SR. MARCIO FORTES (pSDB - RJ. Sem fixa valores, fixa prazos, fixa condições e induz varia-
revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. ções; estabelece até - palavra pouco usada - subsí-
Deputados, esse relatório, que inclui o projeto de lei dios para certos setores de atividades que, intensivos
de conversão relativo à Medida Provisória n° 14, es- em energia elétrica, ficariam vulneráveis se seus cus-
gota o assunto. Uma vez aprovado, provavelmente tos fossem onerados na medida necessária para a re-
não voltaremos ao tema nos próximos anos. Ele não composição tarifária e a restituição do tal seguro-apa-
apenas encampa e aperfeiçoa a Medida Provisória gão, ou o estabelecimento de fontes alternativas de
na 14 no que ela tem de essencial, ou seja, a recom- emergência.
.\hnl li.: 2002 DL\RIO IH C.\MARA DOS IWPlJL\DOS (,2l1ÍlIla-kira 1I 154'.>5
Há semanas um grupo de trabalho, composto tricas e de telecomunicações têm tarifas reajustadas
também por Deputados e Senadores da Oposição, automaticamente pelo IGP-DI, enquanto a inflação é
tem tomado conhecimento paulatino das várias eta- medida pelo IPCA. Comparem: os recursos destina-
pas da elaboração desse relatório, inclusive com o dos ao pagamento dos mencionados serviços públi-
uso de consultores externos à própria Câmara dos cos são cada vez maiores, prejudicando a economia
Deputados, para que não haja qualquer tipo de sur- como um todo. Tal privilégio se materializa no projeto
presa. Não é, portanto, cabível que se alegue desco- em exame.
nhecimento técnico da matéria e do texto para qual- O Governo usa o eufemismo de modo impressi-
quer adiamento, Sr. Presidente. onante: a ementa da matéria dispõe sobre a expan-
O Sr. Pedro Valadares, 1° Suplente de Secretá- são da oferta de energia emergencial. O Deputado
rio, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada José Carlos Aleluia, pelo menos, aperfeiçoou a ques-
pelo Sr. Aécio Neves, Presidente. tão. O cerne do projeto é o seguro-apagão.
O SR. ADÃO PRETTO - Sr. Presidente, pela or- O que ocorreu? As distribuidoras de energia elé-
dem. trica tinham pendência jurídica com as geradoras e
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem com o Governo em função do racionamento e da crise
V. Exa. a palavra. do modelo adotado pelo setor elétrico. O SEMAE não
O SR. ADÃO PRETTO (PT - RS. Pela ordem. cumpriu seu papel, ao contrário, revelou-se um antro
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, como vou de corrupção. Assim, está sendo processado pelo Mi-
ter uma audiência agora com representantes de qua- nistério Público por nepotismo e pelo pagamento de
tro Ministérios, junto com agricultores, quero deixar salários absurdos.
registrado que voto com a bancada do PT em relação O Governo tinha o direito de fazer um acordo e
a essa matéria. o fez. Ele que o pague. No entanto, joga o pagamen-
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Deputado to do acordo para o consumidor. Como foi dito, não
Adão Pretto, lamento, mas tenho a certeza de que se sabe quanto será o montante da dívida. Na práti-
V.Exa. também compreende que a prioridade do Par- ca, a medida cria mais um tributo. O que causa aba-
lamentar deve ser a votação em plenário. Trata-se, lo é a cara de pau dos Deputados que defendem a
obviamente, de decisão pessoal de V. Exa. Fica o re- reforma tributária nesta Casa e aceitam mais um tri-
gistro. buto. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Para dis- Votamos contribuição que intervém no domínio
cutir a matéria, concedo a palavra ao Deputado Sér- econômico. Não é contra a prestação de serviço. É
gio Miranda. um determinado recurso negociado pelo Governo
O SR. SÉRGIO MIRANDA (Bloco/PCdoB - MG. com as empresas. O Governo, em vez de tirar recur-
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, é profunda- sos do caixa do Tesouro, tributou ainda mais o consu-
mente lamentável votarmos assim projeto dessa midor, tanto pessoa física como pessoa jurídica. Não
magnitude, com grande repercussão não apenas so- vamos computar isso como mais um tributo? É evi-
bre o consumidor, mas sobre o setor elétrico como um dente que sim. A medida em votação é um acinte!
todo, porque rediscute de forma abrangente temas Sr. Presidente, discute-se a reforma tributária.
novos que não estavam contidos na MP original, Indago: qual o custo disso?
como tarifação, energia extra de ltaipu e outros. O Relator aprimorou o projeto. Tratou dos temas
É lamentável a irresponsabilidade da Casa e de universalização e tarifas. Mas há determinada ques-
cada um dos Parlamentares de votar tal projeto sem tão inaceitável. O novo art. 27, referente à lei dos con-
conhecimento mínimo das mudanças feitas pelo Re- tratos, mal redigido, contém a seguinte frase: "... a
lator. Eu tinha apenas o projeto distribuído na semana energia elétrica comercializada pelas concessionári-
passada, sequer o que foi alterado na sexta-feira che- as geradoras de serviço público". Quero dizer ao no-
gou à mão das Lideranças. Votamos no escuro. bre Deputado José Carlos Aleluia que concessionária
E este é o protesto de alguém que estudou o não gera serviço público, mas energia elétrica.
tema e se surpreendeu com a forma como são discu- Além disso, há diferenciação entre empresas
tidas questões de profundo interesse nacional. públicas e privadas. Em certos contratos, a condição
Na economia brasileira há setores privilegiados. de venda da energia para Furnas é uma e para a em-
Além do financeiro, existe outro setor distinto: o das presa privada CEEE do Rio Grande do Sul, por exem-
concessionárias de serviço público. As atividades elé- pio, é outra. Isso é inconstitucional, é ilegal.
154% Quillta-li:ira 1I DL\RfO IH CAM,\RA DOS DEPUT.\J)OS Abril de 2002
Srs. Deputados, trata-se da aprovação de outro VExa. sobre se me é permitido fazer um apelo ao Re-
encargo para o consumidor brasileiro. Votem cientes lator neste momento.
de que aprovarão um privilégio para as concessioná- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - VExa. é
rias do setor elétrico, em prejuízo da economia brasi- Líder, pode usar a palavra em qualquer momento da
leira. sessão, Deputado.
O SR. VIVALDO BARBOSA - Sr. Presidente, O SR. ODELMO LEÃO - Aproveito, então, a
peço a palavra pela ordem. presença do Relator para propor - como já foi exposto
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem várias vezes, inclusive pelo próprio Governo - a inclu-
VExa. a palavra. são, no art. 4°, § 2°, da seguinte redação: "Até 2,9%
O SR. VIVALDO BARBOSA (Bloco/PDT - RJ. para os consumidores que celebraram contratos na
0 0
Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, forma do § 8 do art. 1 ".
nos termos regimentais, VExa. convoca agora o O § 8° do art. 1° trata justamente das empresas
quarto orador inscrito para discussão da matéria, mas que trabalham com maior consumo de energia elétri-
a Mesa ainda não distribuiu o parecer do Relator. Ne- ca e não devem ser afetadas pelo desemprego.
nhuma cópia do parecer foi distribuída. Sr. Relator, conto com apoio do PMDB, do
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Lamento PSDB, do PFL e também dos partidos de Oposição
discordar de VExa., mas a informação que tenho é a no sentido de que se estabeleça a redução em bene-
de que a cópia já foi distribuída, Deputado Vivaldo fício da competitividade da indústria nacional e da
Barbosa. manutenção dos seus postos de trabalho.
O SR. VIVALDO BARBOSA - Sr. Presidente, o O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Com a pa-
que eu e Parlamentares vizinhos recebemos foi um lavra o Relator.
documento apócrifo. Não sabemos se é o relatório do O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (PFL - BA.
Deputado José Carlos Aleluia, porque dele não cons- Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, esclareço
ta nome, assinatura ou autoria. que a emenda beneficiará apenas as indústrias que
Repito: não sabemos o que recebemos. Temos reduzirem a produção de energia emergencial, ven-
apenas o material que o Relator ofereceu para deba- dendo sua energia em momentos de crise.
te, e V.Exa. convoca os oradores para a discussão, Sr. Portanto, não estão incluídas indústrias que po-
Presidente. Como dito pelo Deputado Sérgio Miran- deriam ser motivo de preocupação, como por exem-
da, o processo de votação contém os mesmos estar- pio as de alumínio. A medida trata basicamente das
recimentos que o conteúdo da matéria está a revelar. indústrias de ferro-liga - parte delas localizadas no
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Deputado Estado que VExa. tão bem representa e outra parte
Vivado Barbosa, a informação de que disponho não no Maranhão. São importantes indústrias para gera-
confere com a que V.Exa. traz ao Plenário. Tenho em ção de emprego e manutenção de vidas.
mão as cópias do material distribuído em plenário, in- Informo ainda que em poucos minutos distribui-
c1usive com todas as folhas rubricadas pelo ilustre rei o texto redigido na forma apresentada pelo Líder
Relator. Obviamente, o que está sendo discutido... do PTB, que contempla a proposta aceita pelo PMDB,
O SR. VIVALDO BARBOSA - Sr. Presidente... pelo PFL e pelo PSDB.
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - V.Exa. pode Portanto, concluo.
não ter a mesma cópia. Se V. Exa. quiser, pedirei que O SR. HERCULANO ANGHINETTI - Sr. Presi-
esta chegue à sua mão. Outros Parlamentares também dente, peço a palavra pela ordem.
confirmam o recebimento de cópias assinadas. O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem
O SR. VIVALDO BARBOSA- Sr. Presidente... V.Exa. a palavra.
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - A questão O SR. HERCULANO ANGHINETTI (PPB - MG.
já está respondida, Deputado Vivaldo Barbosa. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
O SR. ODELMO LEÃO - Sr. Presidente, peço a na votação anterior, votei "não".
palavra pela ordem. O SR. MARCIO FORTES - Sr. Presidente, peço
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem a palavra para uma Comunicação de Liderança.
VExa. a palavra. O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Deputado
O SR. ODELMO LEÃO (PPB - MG. Pela ordem. Mareio Fortes, neste momento os Srs. Líderes estão
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, consulto encaminhando a votação. Não é possível abortar
.\lxil de 2002 DL\RIO DA C\MARA DOS DEl'lJT:\DOS Quinta-feIra I1 l54 ')7
esse processo. Por isso, peço a compreensão de de reajuste de dez anos. É óbvio que, usando artifício
V.Exa., que já havia se manifestado anteriormente. contábil, se projeta lucro nas empresas.
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) -Concedo Não gosto do que estou fazendo. Ninguém gos-
a palavra para discutir favoravelmente, ao Deputado ta de aumentar tarifas, impostos, mas há de haver
Luiz Carlos Hauly. uma solução. Se hoje a Câmara dos Deputados não
O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB - PRo Sem aprovar esta medida provisória, outra terá de ser
revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. De- aprovada. Essa é a questão central. Temos de prover
putados, no ano passado esta Casa viveu momentos recursos na ordem de 7 bilhões - mais ou menos 1,5
tensos, em decorrência da crise de energia elétrica. bilhão ao ano. Vamos tirar do Orçamento? Ninguém
Durante debates acalorados foram feitas críticas e quer fazer isso. Vamos aumentar os impostos? Nin-
ressaltada a imprudência do Governo. O próprio Pre- guém quer aumentá-los, porque isso atingiria 170 mi-
sidente da República assumiu sua parcela de respon- lhões de pessoas. Vamos aumentar a dívida? Não é
sabilidade pela situação vivida. recomendável. A solução é pontual: trata-se daquele
Em virtude da crise, foi criado um grupo gestor que é usuário de um bem, da energia elétrica. Os mui-
com a tarefa de gerenciar a situação e encontrar alter- to pobres não pagarão nada, porque 30% estarão
nativas para a escassez de energia - em grande par- isentos.
te, decorrente de problemas hidrológicos e da falta de
O Relator, muito apropriadamente, ampliou:
investimentos não apenas do Governo Federal, mas
30% dos consumidores mais pobres do País não te-
principalmente dos Governos Estaduais.
rão nenhum ônus direto. O ônus recairá sobre as clas-
Sou oriundo do Paraná, Estado que não passou ses média, média-média e média-alta, a indústria e o
por qualquer crise energética. Há mais de trinta anos comércio. Diferenciadamente, 2,9% recairão sobre os
todos os Governadores investem no setor. O atual
consumidores médios e 7,9%, sobre os outros consu-
Governador não pertence ao meu partido e eu nem
midores comerciais e industriais.
gosto de seu trabalho, mas não posso deixar de afir-
mar que S.Exa. investiu em energia elétrica. Então, Sr. Presidente, queremos deixar bem claro que
parte da culpa pela crise também é dos Estados, que a Companhia Brasileira de Energia Elétrica foi criada
deixaram de promover seus investimentos. para atender à crise. Não tinha dinheiro, porém. Seria
Atualmente, no Brasil, cerca de 30% das empre- desejável que investissem dinheiro nela. Como não
sas geradoras de energia são privatizadas, assim há dinheiro, estamos autorizando os títulos. Mas esse
como 60% das distribuidoras. título vai e vem, não vai dar prejuízo ao Tesouro.
Então, 70% da geração pertencem à União e Em síntese, somos favoráveis à aprovação des-
aos Estados e 40% das distribuidoras pertencem ao ta medida provisória, porque não temos outra alterna-
setor público brasileiro. Podemos dizer que hoje o se- tiva. É necessário dar uma resposta ao País. O Brasil
tor de energia está meio a meio entre o privado e o pú- precisa crescer. Para isso, necessita de energia. A so-
blico, grosso modo. lução encontrada pela base do Governo é esta medi-
No ano passado passamos por oito meses de da provisória.
crise de restrição ao consumo. Conseguimos incutir Apelamos aos Parlamentares de bom senso
no povo brasileiro o hábito salutar de economizar deste Congresso Nacional para que aprovem a medi-
energia elétrica, e isso também passou a ser obser- da provisória.
vado em outros itens da economia doméstica.
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Concedo
Percebam bem: o faturamento do setor elétrico a palavra ao ilustre Deputado Fernando Ferro, para
seria de 41 bilhões, mas as empresas faturaram no discutir contrariamente à matéria.
ano passado 32 bilhões - 9 bilhões a menos, 23% a
menos de faturamento. É significativo ou não? Seja o SR. FERNANDO FERRO (PT - PE. Sem revi-
dono de pequeno negócio em que as vendas despen- são do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parla-
quem 23% em apenas oito meses! É óbvio, é claro mentares, a leitura do relatório, pelo Deputado José
que houve impacto. O Governo pediu, a sociedade Carlos Aleluia, revelou-nos alguns pontos.
respondeu e economizou. Houve economia e diminui- O Deputado José Carlos Aleluia foi Relator do
ção no faturamento. Só os de má-fé afirmam que não Projeto de Lei n° 2.905, que trouxe todos os elemen-
houve prejuízo. Se quiserem fazer um debate, vamos tos para discutir fontes alternativas de energia. O Go-
fazê-lo. Houve lucro nas empresas? É claro, foi apro- verno nunca se interessou em debater tal matéria em
priado à receita de dez anos, com base em planilha plenário.
I 54'.Jg Quillla-lcira I I DI.\RIO DA CAMARA. DOS DEPUTADOS Abril de 2002
Minha primeira preocupação é alertar os Depu- Estamos aqui discutindo uma ilusão que irá cus-
tados do PFL e da base do Governo, que estão sendo tar caro ao consumidor. O povo brasileiro precisa co-
chamados a aprovar esta medida, para o fato de que brar essa despesa no processo eleitoral.
o ônus da votação ficará para S.Exas., mas o dinheiro Isso é uma indignidade, uma indecência, um sa-
que resultará da votação irá para as empresas e para que aos interesses da população, sob a chancela do
o Governo. O ônus político de atacar direitos do con- Ministro de Minas e Energia, ardoroso defensor das
sumidor irá para os Srs. Deputados, que terão de res- distribuidoras de energia. S.Exa. sabe muito bem que
ponder por que estão promovendo esse tarifaço, au- essas empresas não investiram em expansão, sendo,
mentando a tarifa de energia e tirando dinheiro do bol- portanto, também responsáveis pela crise energética
so do consumidor para ajudar empresas privadas. e pelo racionamento. É lastimável e vergonhosa essa
É estranho que tal medida seja tomada nestecli- postura.
ma de disputa política e de destruição de algumas Sr. Presidente, somos contrários à aprovação
candidaturas presidenciáveis. dessa escandalosa medida provisória, que fere os in-
É estranho que o PFL, que conhece a matéria e teresses dos consumidores de energia.
a vinha debatendo, esteja tentando passar a idéia de
Era o que eu tinha a dizer.
que atenuou os prejuízos contidos na iniciativa. O De-
putado José Carlos Aleluia foi de uma generosidade O SR. PINHEIRO LANDIM - Sr. Presidente,
muito grande com o Governo. O período de manuten- peço a palavra pela ordem.
ção da política tarifária não será mais de três ou cinco O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem
anos, mas se perderá no tempo, a partir de 20 de V.Exa. a palavra.
agosto de 2002, e vai ser definido pela ANEEL. O SR. PINHEIRO LANDIM (PMDB - CE. Pela
Ou o Governo assumiu de vez que perdeu as ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na
eleições e deseja deixar essa bomba para o próximo, votação anterior, segui a orientação do partido.
ou estamos assistindo a uma grande operação finan- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Para dis-
ceira que merece investigação criteriosa, porque es- cutir, concedo a palavra ao Deputado Pompeo de
tamos lidando com muito dinheiro a toque de caixa. Mattos.
Dizer que houve debate sobre esta matéria é uma la-
mentáve irresponsabilidade. Nós a recebemos agora.
O SR. POMPEO DE MAnos (Bloco/PDT - RS.
Evidentemente, alguma parte dela já constava de ou- Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, há duas se-
tros projetos de lei em discussão nesta Casa manas inscrevi-me para falar favoravelmente à maté-
ria, porque, na minha opinião, esta medida provisória
Com os 26 milhões de megawatts/hora econo-
tem uma série de pontos importantes, que precisam
mizados com o racionamento de 2001, a uma tarifa
ser salientados. Não me intimidei a vir à tribuna enu-
média de 120 reais por megawatts/hora, daria algo
merar esses itens, apesar do alerta de lideranças do
em torno de 3,1 bilhões de reais.
meu Estado que defendem o cooperativismo, princi-
Talvez devêssemos começar a discutir a possi- palmente na área de geração de energia alternativa,
bilidade de ressarcimento desse dinheiro, mas a como é o caso do carvão mineral, claramente con-
energia que não foi consumida também não foi com-
templado.
prada pelas distribuidoras, portanto não pode ser
Há no bojo do projeto em discussão avanços im-
considerada gasto das empresas. Essa inclusão é
portantes não só para o meu Estado, como também
um absurdo contábil e uma agressão a nossa inteli-
para Santa Catarina.
gência.
Há outras maneiras de justificar o apoio deste Sr. Presidente, quero ser equilibrado. A bem da
Governo à iniciativa privada, a venda do nosso setor verdade - xingue quem quiser -, é preciso admitir que
elétrico, a entrega do dinheiro do consumidor às mul- a medida é boa no que diz respeito ao carvão natural
ti nacionais, que assumiram o controle de 80% das e significa um avanço para as cooperativas de eletrifi-
distribuidoras de energia neste País. Há outras for- cação rural e para a geração alternativa de energia. O
mas de dizer que este Governo é solidário ao capital que não podemos é esquecer o rombo que o Governo
privado internacional. Não podemos supor que esta- está deixando no bolso do contribuinte. É preciso so-
mos discutindo a reestruturação do setor elétrico, até pesar esses dois aspectos.
porque o próprio Governo fala em seguro-apagão e Se aprovarmos esta matéria, estaremos entre-
construção de 58 usinas a diesel, poluentes, das gando ao Governo 20 bilhões de reais tirados do bol-
quais 22 sequer saíram do papel. so do contribuinte, quantia que equivale à arrecada-
Abnl de 2002 DL\RIO IH C.\M,\RA DOS DEPlJl.\D()S (.!U1llta-felra II I 54l)l)
ção da CPMF. E para que vai servir esse dinheiro? O SR. ALBERTO GOLDMAN - Sr. Presidente,
Exatamente para o Governo tapar o furo do apagão. peço a palavra pela ordem.
A população economizou no consumo e as em- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem
presas não puderam vender toda a energia que ti- V.Exa. a palavra.
nham disponível, toda a energia que imaginavam po- O SR. ALBERTO GOLDMAN (PSDB - SP Pela
der vender. Via de conseqüência, não tiveram o lucro ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, que-
com que contavam. Tiveram lucro sim, mas não nos ro apenas lembrar que o Deputado Pompeo de Mat-
percentuais que pretendiam. Agora quer o Governo tos foi consultado ao lado de V.Exa. Foi-lhe pergunta-
que o consumidor pague a mesma quantia que eco- do se ele iria votar a favor.
nomizou, para que as empresas recebam pela ener- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - É verda-
gia que não venderam. de. Obrigado, Deputado.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta me- O SR. ALBERTO GOLDMAN - Se isso não é
dida provisória acende uma vela para Deus e outra falta de decoro, é falta de vergonha.
para o diabo. Venho à tribuna esclarecer essa dicoto- O SR. POMPEO DE MAnos - E isso é falta de
mia. O Governo dá com uma mão e tira com a outra. respeito, Sr. Presidente. S.Exa. tem de me respeitar.
Isso é inadmissível. O Governo não pode ser tão in- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Só colo-
sensível a ponto de impor ao cidadão o pagamento do carei a matéria em votação depois que chegar à Pre-
lucro que as empresas não tiveram, isentando o capi- sidência a última correção do texto.
tal de qualquer risco. Este é o único país do mundo O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Para dis-
em que o capital não corre nenhum risco. cutir a matéria, concedo a palavra ao Deputado Ro-
Sim, eu me inscrevi há duas semanas para falar drigo Maia.
a favor da matéria, e queria votar a favor. Mantive a O SR. RODRIGO MAIA (PFL-RJ. Pela ordem.
inscrição por coerência, porque o projeto tem três Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.
pontos positivos. Mas não posso votar a favor desse Deputados, venho a esta tribuna defender a Medida
tarifaço, desses 20 bilhões de reais que serão joga- Provisória n° 14, da qual era ferrenho crítico, pois não
dos fora. Tenho de seguir a orientação da minha ban- havia por parte do Governo os esclarecimentos sufici-
cada. entes para que pudéssemos votar favoravelmente à
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Eu gosta- matéria e explicar aos nossos eleitores decisão que,
ria de fazer um alerta ao Plenário, e conto com a cola- com certeza, não é simples e puniria os contribuintes
boração de todos. com mais uma tarifa.
A Mesa sempre franqueia a inscrição para dis- Ouvindo os técnicos do Governo e o Relator,
cussão e para encaminhamento de votação em duas Deputado José Carlos Aleluia, tive oportunidade de
listas: uma para os que falarão favoravelmente, outra aprender um pouco mais sobre o setor elétrico. Rece-
para os que falarão contrariamente à matéria. Todos bi dados importantes e espero conseguir explicar
sabem disso. meu ponto de vista.
Primeiro, o Relator apresentou pontos importan-
Não tenho como fazer uma censura prévia nos
tes, na visão do nosso partido. Tratou da questão da
pronunciamentos. Por isso, é preciso que haja com-
universalização dos serviços, regulamentou a ques-
preensão dos Deputados, que devem encaminhar e
tão da baixa renda, incluiu a iluminação pública das
discutir as matérias seguindo a inscrição que fizeram,
Prefeituras na tarifa de 2,9%, fundamental para todos
senão não estaremos sendo corretos com outros De-
os mais de 5 mil Prefeitos.
putados, que não terão a oportunidade de falar.
Sr. Presidente, o Governo apresentou o prejuí-
Deputado Pompeo de Mattos, falo com muita zo das concessionárias: 7,5 bilhões de reais. Segun-
franqueza, pelo respeito que tenho por VExa., que a do as concessionárias, o prejuízo chegou a 15 bilhões
mudança de direção usurpa a oportunidade de um de reais. O Governo negocia com as concessionárias
Deputado que realmente encaminharia favoravel- valor considerado, vamos diZer, menos pior do que o
mente. valor total.
Repito: não posso censurar previamente os dis- Lembro que todas as concessionárias tinham
cursos. Por isso, solicito de forma enfática a colabora- direito ao equilíbrio econômico e financeiro das suas
ção dos Srs. Deputados no sentido de que sejam fiéis concessões. E é importante que se diga que as con-
à inscrição feita. cessões públicas têm suas tarifas fixadas pelo Gover-
15500 QUlllta-lcira lI ])fARIO DA ('AMARA DOS D!'P{!TA])OS Abril de 2002
no. Não são empresas livres. Por isso existe o artigo mediante títulos da dívida pública federal. Fica a
que trata do equilíbrio econômico e financeiro das União autorizada, até o limite de 7,5 bilhões de reais,
concessões. a emitir títulos da dívida pública em favor do BNDES.
Quanto ao seguro, ele era de 16 bilhões de rea - Ora, basta somar: 11 bilhões de reais mais 7,5 bilhões
is. Nós, do PFL, por intermédio do nosso Relator, con- de reais. Lembro que o montante de 11 bilhões de re-
seguimos baixar o seguro para 11 bilhões de reais. ais foi reajustado agora, depois do esperneio, porque
Está em discussão se o Governo fez operação legal. eram 16 bilhões de reais.
Não houve da parte de ninguém qualquer contestação Na verdade, se há alegação de que a falta de
à legalidade das licitações. Futuramente, na ocorrên- chuvas permitiu o racionamento, a falta de vergonha
cia de falta de chuva no Brasil, o seguro se fará neces- permite votar esta medida provisória. É falta de vergo-
sário. nha! É urna excrescência! Se a inflação do ano não
Além disso, houve a inclusão de um prazo gran- vai chegar a 6%, como pode a conta de energia au-
de: 72 meses. Foi o possível, porque as concessioná- mentar 7,9%?
rias têm situações específicas. O retorno de empre- Pelos cálculos do Governo, não há outra saída,
sas de São Paulo, por exemplo, será em três anos, o aumento é preciso. Ora, criem vergonha, busquem
mas de empresas do Piauí, Estado pobre, será em alternativas, encontrem soluções. Se não há outra so-
dez anos. lução, não é o povo que vai ter de pagar a conta.
Sr. Presidente, o PFL votará a favor da medida As empresas que participaram da privatização
provisória. sabiam que estavam correndo risco. Agora, no Brasil,
Registro ainda que esta semana o Senador José não há risco: as empresas perderam dinheiro, mas o
Serra deu entrevista ao canal Globo News, propondo Governo vai devolvê-lo. E o dinheiro não sai do Orça-
de forma clara o fim do monopólio da PETROBRAS. mento, mas do desgraçado do consumidor, que já pa-
Entendo a emergência da medida provisória, mas é gou a conta do racionamento e agora vai pagá-Ia no-
preciso deixar claro que a PETROBRAS é um patrimô- vamente.
nio deste País. O Senador José Serra não tem o direITo Precisamos fazer como os Estados Unidos. As
de menosprezar uma empresa brasileira que tem ser- empresas daqui não são umas Enrons da vida? As
viços importantes prestados a todos os brasileiros. Enrons brasileiras também vão quebrar, se não tive-
Muito obrigado. rem dinheiro? Que quebrem! O povo não tem de ban-
car isso. Se não encontram dinheiro suficiente em seu
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Para dis- Orçamento para cumprir as obrigações, o nome do ci-
~~t~á~oncedo a palavra ao Deputado Arnaldo Faria dadão vai para o protesto ou seus filhos ficam sem co-
mida. Por que para os bacanas tudo e para os trouxas
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP. nada?
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Sr. Presidente, encerro o encaminhamento con-
Parlamentares, o Deputado Rodrigo Maia disse que a tra a votação desta medida provisória da mesma for-
questão da iluminação pública está resolvida, o que ma que o iniciei: ontem faltou chuva para o raciona-
não é verdade. A iluminação pública só mudou de pa- mento, hoje faltará vergonha para votar esta medida
tamar. Os Prefeitos terão de pagar 2,9% de aumento provisória. (Palmas.)
de tarifa.
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Sobre a
Há pouco tempo, neste plenário, aprovamos
mesa requerimento no seguinte teor:
urna PEC para transferir o pagamento da iluminação
pública para os consumidores. Eu, a Deputada Luiza Senhor Presidente,
Erundina e alguns outros poucos fornos contra a pro- Requeremos, nos termos regimentais, o encer-
posta, e o Senado acabou derrubando a PECo Agora ramento da discussão da Medida Provisória na
os Srs. Prefeitos terão de pagar também 2,9% de au- 14/2001.
menta. Sala das Sessões, 10 de abril de 2001. - Arnal-
Autoriza-se a emissão de títulos da dívida públi- do Madeira, Líder do Governo - Odelmo Leão, Líder
ca de 11 bilhões de reais. Se a situação está tão difícil do PPB - Feu Rosa, Vice-Líder do PMDB - Geddel
para o Governo, como serão emitidos títulos no valor Vieira Lima, Líder do PMDB.
de 11 bilhões de reais? Está escrito na medida provi- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Para en-
sória que a União fica autorizada a realizar aumento caminhar contra o requerimento, concedo a palavra
de capital social até o valor de 200 milhões de reais, ao Deputado Luciano lica.
,\bril de 2002 mARIO DA C.\MAR:\ DOS DEPUTADOS (}uinla-fcira II 1550 l
O SR. LUCIANO ZICA (PT - SP. Sem revisão do Qual é a necessidade real de utilização da energia
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sem emergencial contratada?
a menor sombra de dúvida, estamos discutindo um Sabemos que, se contratarmos essas máqui-
dos maiores escândalos do Governo Fernando Henri- nas, que gerarão muito dinheiro para esses investido-
que Cardoso: a matéria que impõe o seguro contra o res inescrupulosos que sequer conhecem a composi-
apagão, publicada no Diário Oficial na mesma sema- ção acionária do grupo a que vão pertencer, estare-
na em que o Governo anunciou o fim do racionamen- mos cometendo grande injustiça.
to. Esta Casa não pode aprovar medida provisória
E o Ministro Pedro Parente, em entrevista ao vivo como esta com discurso para enganar a bancada ga-
na televisão, disse que não usaríamos a energia con- úcha, dizendo que vão ser incluídos o carvão e a bio-
tratada. Mesmo assim o Governo contratou empresas massa, que atendem a importante setor. Esse debate
estrangeiras, que entraram com pouquinho capital, in- deveria ser feito em separado.
c1usive sem saber qual seria a composição acionária Sr. Presidente, a sensação que tenho é a de um
do grupo em que estavam entrando, como é o caso da cidadão que tem a casa invadida, a geladeira saquea-
Termocabo, que sabia que o lucro seria assustador, da, todos os pertences levados, a família violentada; e
conforme declarações do próprio investidor. o saqueador, na hora de sair, dá um pirulito ao filho
Assistimos agora à imposição aos consumido- pequeno, para que pare de chorar.
res do pagamento de R$4,92 de seguro involuntário Por isso, em nome da democracia e do respeito
para cada megawatt de energia consumida - valor es- ao consumidor brasileiro, peço que continuemos a
tipulado por tempo indeterminado para pagar contra- discussão para esclarecer esses pontos.
tos absurdos, como o da Ceará Geradora de Energia Muito obrigado.
S/A, que investiu 157 milhões de reais para geração
de 145 megawatts. Amanhã termina a conclusão da O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Vou sub-
obra e já foi assinado contrato de aluguel das máqui- meter a votos o requerimento de encerramento da
nas pela bagatela de 1 bilhão e 39 milhões de reais discussão.
por um período de 44 meses. Como votam os Srs. Líderes?
Sr. Presidente, seria a mesma coisa que um ci- O SR. DR. HÉLIO (Bloco/PDT - SP. Pela ordem.
dadão comprar um terreno, construir uma casa com Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Bloco Par-
investimento de 50 mil reais, alugá-Ia por 500 mil reais lamentar PDT/PPS vai assumir posição contrária ao
e receber um adiantamento de 150 mil reais. encerramento da discussão, por dois motivos princi-
De outro lado, assistimos à imposição de recom- pais.
posição tarifária, sob o pretexto de restituir o prejuízo Primeiro, o próprio Relator, quando se dirigiu a
que os investidores estrangeiros tiveram em conse- este Plenário, disse que o assunto é de extrema
qüência do racionamento. No entanto, a página do complexidade, que a medida provisória passou a
BNDES na Internet traz gráfico demonstrando que as exercer papel extremamente educativo para a popu-
empresas distribuidoras e geradoras de energia tive- lação brasileira, em relação à importância estratégi-
ram em 2001, ano do racionamento, lucro médio de ca da energia elétrica para o País. Contraditoriamen-
33% - maior que em 2000, ano sem racionamento. te, apresenta projeto de conversão baseado em seu
Na verdade, essa medida provisória impõe ao próprio Projeto de Lei n° 2.905/2000 - o mérito se-
consumidor que perdeu o emprego, que reduziu sua quer foi discutido na Comissão de Minas e Energia
atividade vital, que teve sua segurança diminuída e desta Casa. A complexidade deste assunto não justi-
pagou mais caro por isso o pagamento de indeniza- fica pararmos a discussão e deixarmos de dar à soci-
ção por lucro cessante, que claramente não existiu. edade explicações vitais. Não é mais possível a po-
E para dourar a pílula, Sr. Presidente, o Governo pulação brasileira pagar pela falta de previdência do
inclui na medida o Programa de Incentivo às Fontes Governo Federal.
Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA, que de- Segundo, não podemos aceitar que o Executivo,
fendemos e queremos discutir. No entanto, a discus- que diz não ter dinheiro no Orçamento para melhorar o
são hoje, na linha de estímulo ao PROINFA, é apenas salário do trabalhador brasileiro, ponha na praça como
a cereja do bolo. Na verdade, temos a demonstração título da dívida pública cerca de 16 bilhões de reais.
clara de que há nessa medida provisória muitos pon- Portanto, o Bloco Parlamentar PDT/PPS enca-
tos a serem esclarecidos. Qual é o balanço verdadei- minha o voto "não" ao requerimento de encerramento
ro do prejuízo que essas empresas possam ter tido? da discussão.
1'1502 <.)uinta-kira lI IJIARIO DA (-AMARA DOS DEPlJT.\DOS AbrIl (k 2002
oSR. HAROLDO LIMA (Bloco/PCdoB - BA. O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Eu ouço,
Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Regimento é que não o permite, Deputado. Con-
conforme já havíamos expressado, somos contrários clua, por favor.
à medida provisória e ao substitutivo. O SR. HENRIQUE FONTANA - Sr. Presidente,
No caso específico, o que se está propondo é o nobres colegas, a quem me dirijo com o máximo de
encerramento de uma discussão absolutamente insu- respeito, o meu apelo é um só. Nem quero mais adiar
ficiente. Fizemos, até agora, abordagem inicial do a votação para amanhã. Só quero um acordo: mais
problema. Não podemos passar ao povo brasileiro a dez inscrições de cada lado, para que o povo possa
idéia de que queremos votar no escuro. Os fatos abor- ouvir um pouco mais sobre o escândalo e o rombo
dados aqui estão sendo considerados pelos diversos que alguns pretendem votar em poucos instantes.
Deputados como uma unidade. Tomamos conheci- Muito obrigado.
mento desse relatório há pouco. Ele chegou aqui O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - O PT vota
quente. São mais de trinta páginas, e não sabemos "não" ao requerimento.
do que tratam. A medida provisória tem 14 artigos, e o O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Aqueles
Deputado José Carlos Aleluia fez substitutivo com 34 que forem favoráveis permaneçam como se acham.
artigos. Portanto, o prosseguimento da discussão é (Pausa.)
para conhecermos um pouco mais aquilo que está
Aprovado.
sendo considerado por muitos como verdadeiro es-
Está encerrada a discussão.
cândalo nacional. Querem que votemos esse escân-
dalo sem conhecimento. Pelo menos vamos conhecer O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Há sobre
o escândalo. a mesa o seguinte requerimento:
Senhor Presidente,
Por isso, o Bloco Parlamentar PSB/PCdoB vota
contra o encerramento da discussão. Requeremos, nos termos regimentais, o adia-
mento da votação da Medida Provisória n° 14, de
O SR. HENRIQUE FONTANA (PT - RS. Pela or-
2001, por duas sessões.
dem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, gosta-
Sala das Sessões, 10 de abril de 2002. - Assi-
ria de lembrar frase que surgiu na era da prepotência.
nam: Professor Luizinho, Vice-Líder do PT; João Pau-
É a seguinte: "As conversas de apagão são discursos
lo, Líder do PT; e Fernando Ferro, Vice-Líder do PT.
ideológicos com objetivos eleitoreiros". Foi dita em
1998 pelo Ministro de Minas e Energia deste País, Sr. O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Para en-
Raimundo Britto. caminhar favoravelmente à matéria, concedo a pala-
vra ao Deputado Fernando Ferro. (Pausa.)
Sr. Presidente, vamos abrir mais dez inscrições
de cada lado e debater a matéria pelo menos por Houve substituição. Portanto, concedo a palavra
mais cinqüenta minutos, para que o povo brasileiro ao Deputado Avenzoar Arruda.
saiba um pouco do que será votado. O SR. AVENZOAR ARRUDA (PT - PB. Sem re-
visão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parla-
Pergunto aos Líderes do PFL, do PSDB e do
mentares, há pelo menos três razões para fundamen-
PPB: será que V. Exas. têm vergonha de debater seus
tar o pedido de adiamento desta votação.
posicionamentos? Quem defende esta medida provi-
sória tem de ter pelo menos a dignidade de apresen- Claro que na argumentação anterior do meu
tar seus argumentos e debatê-los da tribuna. companheiro de bancada, Deputado Henrique Fonta-
na, já fundamentávamos a necessidade de melhor ex-
Sr. Presidente, está no Jornal do Brasil: uma
plicitar os argumentos, e que os Parlamentares pudes-
ajuda bilionária. Ouvi dizer que quando iniciassem
sem efetivamente apresentar seus argumentos favorá-
essa privatização viriam malas e malas de dinheiro
veis e contrários. Mas a primeira razão para o adia-
privado para garantir energia elétrica ao nosso País.
mento da votação é o fato de que as informações conti-
Onde estão essas malas de dinheiro?
das na medida provisória - evidentemente no projeto
Estamos aqui dando uma mala preta de dinheiro de conversão - são absolutamente suficientes para o
público para essas empresas privadas. Isso aqui, Pre- tamanho da tarifa que estão estabelecendo.
sidente... Não há como explicar como o Governo chegou
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Como em 2,9% e 7,9%. Dá a impressão inclusive de que o
vota o PT? cálculo saiu perfeito. Por que não dois? Por que não
O SR. HENRIQUE FONTANA - Sr. Presidente, três? Exatamente 2,9% e 7,9%, que é para passar a
ouça-me sós mais trinta segundos. imagem de que o cálculo foi perfeito, de que não hou-
.'\hríl de 2002 DL\RIO DA c.\M.\RA DOS IWPUI.\DOS Quinta-lima II 1""03
ve um grande estrondo e de que precisamente se O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Concedo
chegou a esses números. a palavra ao nobre Deputado Arnaldo Faria de Sá,
Logo em seguida vem o argumento: quem vai para encaminhar contrariamente.
estabelecer o prazo é a ANEEL, o que demonstra fal- O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP.
sidade nesses números, engodo, um estilo de fazer a Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.
política da enganação, de levantar um argumento téc- Deputados, é inevitável que na votação o Governo
nico para mascarar uma posição política. leve vantagem. Aliás, este Governo é o maior adepto
Como V. Exas. explicam 2,9 e 7,9? Alguém do da Lei de Gerson, pois só sabe levar vantagem. Não
Governo tem capacidade de vir aqui dizer que tem de há outra explicação. Precisavam de 16 bilhões e estão
ser esse número? Por quê? De onde alguém tirou aceitando 11 bilhões? Cinco bilhões a menos? Isso
esse argumento? De onde alguém tirou esse valor? não é nada, é um troquinho, pode tirar que será o nú-
Qual a razão? Sinceramente, está mais do que com- mero necessário para aprovar. Aleluia! Aleluia, se-
provado que não existe cálculo para se estabelecer nhores! Jogam-se 5 bilhões fora para aprovar a qual-
essa tarifa. Existe decisão política, sim, de dizer que é quer preço e a qualquer custo. Dezesseis bilhões era
preciso arrecadar, embutir um imposto, sob o argu- o número necessário para ontem. Hoje servem 11 bi-
mento de tarifa, para argumentar sobre um tal de apa- Ihões. Aleluia, senhores! Aleluia, pois está sendo ce-
gão, ou qualquer coisa para fazer caixa e o Governo lebrado aqui o PROEL. Aquele era o PROER dos ban-
justificar o empréstimo que o BNDES concedeu às coso Esse é o PROEL.
empresas. Essa é a questão fundamental. Não há ne- O PROEL que irá permitir que os 11 bilhões se-
nhum outro argumento. jam pagos a essas empresas, usem ou não usem
Ora, poderíamos questionar se houve ou não energia. Se não usarem, irão pagar o mesmo que se
prejuízo, se quem tem que pagar a conta é a maioria pagaria para usar. Não dá para entender; só dá para
da população ou não. Tudo isso seria mais um argu- explicar se se tratar de dinheiro de campanha política.
mento. Mas nunca estabelecer aumento de tarifa, que Essa é a única explicação.
tem uma conta já para o consumidor, porém que não Certamente, a Enron faliu porque ajudou o Go-
tem nenhuma conta de chegada, até porque o tama- vemo George Bush. Outras deverão quebrar porque
nho do prazo será estabelecido pela ANEEL. ajudarão não sei quem nessa eleição presidencial. É
Quem garante que essa tarifa depois, sob qual- absurdo que possamos apresentar como solução
quer pretexto, não será incorporada definitivamente para resolver o possível, imaginário, provável e even-
às contas de energia elétrica, porque neste País tudo tual racionamento que vier a ocorrer, o seguro-apa-
o que é provisório geralmente torna-se permanente? gão. E toda essa conta será transferida para o consu-
midor. Aleluia!
Estamos pedindo o adiamento da votação exa-
tamente para que se dê oportunidade de acabar com Aleluia, que nós estejamos neste momento,
o cinismo de que estamos resolvendo um problema como lembrou o Deputado Avenzoar Arruda, em que
de energia elétrica; para acabar com a desfaçatez de escolheram um número mágico: 7,9%. Por que não
que essa tarifa é para ressarcir prejuízo; para acabar 8%? Porque 8% é um número redondo. Eles preferem
com essa dissimulação de que há vontade de ajudar o o quebradinho, 7,9%. Aleluia! 2,9%, aleluia!
setor elétrico ou qualquer outro setor do País; para É isso que iremos fazer aqui hoje? Dar aleluia
sermos sinceros e dizer que, talvez, quem sabe, aqui para os áulicos e o inferno para o consumidor? Não.
esteja não uma pretensão política qualquer, mas uma O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Vou subme-
pretensão eleitoral. ter a votos o requerimento de adiamento da votação.
Ora, não há nenhuma razão nobre para se fixar Para orientar a bancada, concederei um minuto
essa tarifa nos percentuais estabelecidos, mas, quem a cada Líder, se assim desejar, porque não é automá-
sabe, há razão eleitoral por trás disso, não para ga- tica ou impositiva a orientação.
nhar voto, porque a medida é impopular, mas para ga- Como votam os Srs. Líderes?
nhar qualquer coisa que seja conversível em voto. Como vota o PT?
Esse é o problema, esse é o argumento que devemos O SR. JORGE BITIAR (PT - RJ. Pela ordem.
levantar aqui. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa-
Por isso, se alguém do Governo puder explicar dos, essa matéria está gerando grande impacto na
por que 2,9 e por que 7,9, evidentemente será muito sociedade brasileira. Isso está registrado nos princi-
bom para a população. pais meios de comunicação do País. Nós, Parlamen-
1:':'04 QUlIlla-lCira II mA.RIO DA ('AMARA DOS DFPUT\DOS Abril de 2002
tares, temos sido duramente indagados pelos repre- cia para votação da Medida Provisória n° 14, de 2001,
sentantes da população, entidades de defesa do con- em face de seu Projeto de Lei de Conversão.
sumidor, entidades representativas de trabalhadores Sala das Sessões, 2 de abril de 2002. - Miro Tei-
do setor elétrico acerca das decisões do Governo, xeira, Bloco Parlamentar POT/PPS - Fernando Co-
que implicam ressarcir empresas de energia elétrica ruja, Vice-Líder do Bloco Parlamentar PDT/PPS.
de supostas perdas durante o período de raciona- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Consulto
mento de energia no Brasil. Tanto a decisão básic~ o Deputado Fernando Coruja sobre se mantém o re-
fundamental de ressarcir quanto os valores en.vo!vl- querimento.
dos e as implicaç~es ~isso sobre o poder aqUlsrtl~o O SR. FERNANDO CORUJA (Bloco/PDT _ SC.
de nossa populaçao sao extremamente graves. Tao Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
graves ?~ até_ mais graves do .que as me.didas com - eu retiro o requerimento.
pen~tonas_sao aquelas que dizem respeito ao segu- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) _ Está reti-
ro antlapagao. .
._ . rado o requenmento.
Assim .c~mo, em outras ocaSloes, esta Casa, dl- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) _ Passa-se
ante de declsoes extremamente graves para a popu- 't - d t' .
- .. a vo açao a ma ena.
lação brasileira, pode detalhadamente discutir, apro- . P 'd- . . f . h _
fundar o conhecimento sobre a matéria e encontrar a Esta resl encla In orma que e~camln ar~o
melhor solu ão, entendemos que, nesse momento, a dois Parlamen.tares fav?ravel~ente e dOIS, contrana-
Câmara do;Deputados ainda não está amadurecida ment~, ao pr~Jeto. E, ai, Sim, Iremos ao processo de
para tomar decisão tão grave quanto essa. votaçao em SI.
. . . O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Para en-
Por is~, pro~omos o adiamento da matena. caminhar contrariamente ao projeto de conversão,
Nosso voto e favoravel ao requenmento. concedo a palavra ao Deputado Fernando Coruja.
O SR. PRESIDENTE (A~cio Neves). - Co~cedo O SR. FERNANDO CORUJA (Bloco/PDT - SC.
a palavra ao Deputado Dr. Helio, para onentaçao da Sem revisão do orador.) _ Sr. Presidente, o primeiro
bancada. dos grandes humanistas talvez tenha sido Petrarca.
O SR. DR. HÉLIO (Bloco/PDT - SP. Pela ordem. Era conhecido por fazer discursos nas cortes reais,
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, vamos ori- muitas vezes em grego, onde as pessoas não enten-
entar a bancada para votar a favor da continuidade diam o que era falado, mas mesmo assim aplaudiam
dessa discussão, porque a população merece expli- e não mudavam de opinião.
cações, dad~ a profun?i~ade e a gr~vid~d~ do signifi- Aqui temos vários discursos da Oposição que
cado de mais de 20 bllho~s d.e reais publlc~s s~rem lembram a preocupação humanista de um Petrarca,
usados para empresas pnvatlzadas. A Justiça Ja to- da mesma forma como nos discursos do Deputado
mou posicionamento na V~r~ F~~eral do Ri? de Jane- Sérgio Miranda e tantos outros desta Casa.
iro. A Ora. Germana de Oliveira Ja conseguIu u~a pn- Infelizmente o auditório aplaude, mas é surdo
meira liminar e essa V~I espa~har-se pelo BraSil todo para mudar de opinião. Percebemos que esta é uma
em defesa da populaçao braSileira. decisão já tomada e é muito provável que este Con-
Sr. Presidente, acredito que, mais cedo ou mais gresso aprove essa medida provisória. Mas estare-
tarde, talvez uma CPI possa passar a limpo essa si- mos aprovando o absurdo dos absurdos.
tuação. Ora, o que vai-se fazer neste instante com o di-
A nossa orientação é favorável à continuidade nheiro público, quando estamos aprovando a medida
da discussão. provisória? Se assim acontecer, será uma tragédia e
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Aqueles uma vergonha,. como foi dito. _
que estiverem de acordo com o requerimento perma- Estamos Investindo recursos e nao sabe~~s de
neçam como se acham. que forma, porque não há u~ cálculo no relatono do
. . Deputado José Carlos Aleluia. O voto de S. Exa. tem
ReJeitado. 20 linhas e não explica nada. Ele apenas apresenta o
O SR. PRESIDENTE \Aécio Neves) - Sobre a substitutivo, mas não explica o porquê do tarifaço e de
mesa requerimento no segUinte teor: tantos recursos para o seguro. Por que ele simples-
Senhor Presidente, mente diminuiu de 16 para 11 bilhões, como se 5 bi-
Requeremos nos termos do art. 160 do Regi- Ihões fosse dinheiro que pudesse ser mu~a~o de uma
mento Interno da Câmara dos Deputados, preferên- hora para outra, sem nenhuma expllcaçao.
Abril de 20(j2 D1ARIO IH CAMARA DOS [WPlJL\J)()S Quinla-teira 11 15505
Ora, a partir da aprovação dessa medida provisó- O SR. JOÃO MAGALHÃES (PMDB - MG. Pela
ria, estaremos pegando o dinheiro não apenas do con- ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na
sumidor, mas de todos os contribuintes. Estamos fa- votação anterior, votei com o PMDB.
lando a respeito da emissão de títulos da dívida públi- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Concedo
ca, que garantirão a privatização do setor elétrico. a palavra ao Deputado Rodrigo Maia, para encami-
Além disso, se as empresas não derem lucro no futuro, nhar favoravelmente à matéria.
suas partes podres serão garantidas pelo Governo. O SR. RODRIGO MAIA (PFL - RJ. Sem revisão
O Deputado Pornpeo de Mattos disse que a rne- do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,
dida provisória acendia uma vela para Deus e outra já estive anteriormente nesta tribuna defendendo a
para o diabo. Em minha opinião, S.Exa. disse que o Medida Provisória na 14.
projeto contém uma dicotomia, pois possui uma parte
Quero apenas fazer um registro e parabenizar o
ruim e outra boa, que é a do PROINFRA, energia al-
Líder do PFL, Deputado Inocêncio Oliveira. Hoje o
ternativa. Mas talvez fosse melhor S.Exa. dizer que
nosso Líder mostrou que o País, para ter estabilidade
não se trata de vela, mas de lâmpada, que é acesa,
econômica e política, dependerá sempre do Partido
uma para Deus e outra para o diabo. Afinal, essa me-
da Frente Liberal.
dida faz com que o capital internacional aplicado no
País não sofra prejuízos. Por isso, Sr. Presidente, sabendo da necessida-
de e da importância dessa medida provisória, enca-
A discussão poderia ser feita mesmo que tivés-
minho a favor da sua aprovação.
semos acesso a todos os dados, pois uns dizem que
houve e outros que não houve prejuízo. Como disse o Muito obrigado.
Deputado Luiz Carlos Hauly, talvez pudéssemos ar- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Com a pa-
gumentar que, no ano passado, houve prejuízo. Mas o lavra o Deputado João Paulo, para encaminhar con-
setor privado não pode sofrer prejuízos em determi- trariamente à matéria.
nado ano? Isso significa que queremos o capitalismo O SR. JOÃO PAULO (PT - SP. Sem revisão do
sem prejuízos? Ou que quando houver prejuízo, este orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pro-
deve ser repassado ao contribuinte ou ao consumi- positadamente, assomo a esta tribuna, neste momen-
dor? Isso não é possível! Deveríamos, ao menos, re- to, porque o projeto que vamos votar hoje não pode
ceber uma explicação por parte do Governo sobre ser dividido entre os partidos que apóiam o Governo e
como os 20 bilhões de reais vão parar nas mãos das os que lhe são de oposição.
concessionárias. Precisamos saber como estaremos Esta medida provisória que vamos votar hoje diz
investindo 20 bilhões de reais na iniciativa privada. respeito àqueles que estão do lado do Brasil e àque-
O povo precisa saber. Ninguém está compreen- les que não estão entendendo o momento que o País
dendo direito, porque não há números, não há informa- vive. Falo isso de forma muito tranqüila, e gostaria que
ção. É preciso avançar na discussão. É preciso que os Parlamentares fizessem uma reflexão um pouco
este Plenário reflita de que forma estamos investindo o mais profunda sobre o significado desta medida pro-
dinheiro público. De todas as medidas provisórias que visóría.
este Governo fez - e foram muitas-, esta é a mais per- Há alguns anos, o Brasil instalou o processo de
niciosa, é a farra do dinheiro público. E não está expli- privatização: privatizou várias empresas de energia
cado de que forma esse dinheiro será aplicado. elétrica. Todos os contratos foram estabelecidos com
Há fortes suspeitas - que não são levantadas base na Constituição, indicando que deveria ser por li-
por mim, porque eu não tenho informação sobre isso vre e espontânea vontade, e o risco era daquele que
- de que talvez nesse dinheiro estejam envolvidos re- estava adquirindo a sua operação.
cursos que possam ser destinados, quem sabe, até
Assim foi feito. Várias empresas passaram a
para campanhas políticas.
operar. De repente, veio o apagão, que não se deu
A SRA. LAURA CARNEIRO - Sr. Presidente, por obra de São Pedro, tampouco da natureza. O ra-
peço a palavra pela ordem. cionamento ocorreu em função da imprudência do
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem setor, daqueles que tinham a responsabilidade de
V. Exa. a palavra. gerar energia e promover sua correta distribuição. O
A SRA. LAURA CARNEIRO (PFL - RJ. Pela or- racionamento trouxe prejuízo não somente para as
dem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, que- famílias, para os lares do Brasil afora, mas também
ro registrar que não pude votar na primeira votação, para a indústria brasileira. A economia, ano passa-
mas voto com o Partido da Frente Liberal. do, não apresentou crescimento favorável; o cresci-
15506 Quiula-li:ira 1I DL\RIO IH CAMARA DOS IWPlJlADOS Abril de 2002
mento foi pífio, impedindo de nos regozijarmos com esta Casa tivesse registrado que é muito mais lucrati-
ele. vo para o Brasil não votarmos nada nesta noite.
Repito: uma das razões do não-crescimento do Ontem, Sr. Presidente, juntamente com os De-
Brasil foi o racionamento. putados Jutahy Magalhães e Arnaldo Madeira, procu-
A Medida Provisória n° 14 veio em dezembro. rei V.Exa. e disse que o Presidente da República po-
Ela tem dois núcleos básicos. Desculpe-me, Deputa- deria chamar os Líderes do PT e de toda a Oposição,
do José Carlos Aleluia, não adianta atribuir o proble- pois vamos ao Planalto mostrar alternativa, e admiti-
ma à cereja, ele está no bolo. Topamos provar a cere- ríamos pagar presumíveis prejuízos. Não podemos
ja, mas o bolo não. O veneno está no bolo. O Deputa- pagar sem discutir e sem saber do que se trata. Nessa
do José Carlos Aleluia, na Relatoria, botou simples- o PT não entrará. Espero que o Congresso Nacional
mente uma cereja, mas é a receita do bolo que mostra nessa também não entre, pelo bem do Brasil e da
problemas. energia brasileira.
Sr. Presidente, as empresas apresentaram ba- Muito obrigado. (Palmas.)
lanços positivos, elas são superavitárias. Por que o O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Concedo
povo brasileiro pagará um prejuízo presumível se a palavra ao nobre Deputado Luiz Carlos Hauly, para
nem a empresa apresentou qual era esse prejuízo? encaminhar favoravelmente à matéria.
O Deputado José Carlos Aleluia, em reunião a O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB - PRo Sem
que estive presente, perguntou ao Governo quais são revisão do orador.) - Sr. Presidente, falarei do lugar
as empresas, os valores e os prazos. E o Governo dis- de onde sempre falei.
se que não sabe. Não sabia, não sabe e não saberá. Ouvi com a maior atenção o Líder do maior par-
E é isso que vamos votar! tido de oposição do Brasil. Preocupa-me demais o fu-
Os Deputados desta Casa, não do PT, do turo deste País. A governabilidade e a responsabilida-
PCdoB, do PPB, vão liberar a pauta e mandar a conta de não são uma cobrança somente da Oposição. Não
para o povo. Liberaremos a pauta hoje, mas a conta se trata de simplesmente tacar pedras, mas de um
não irá para a nossa casa, e sim para a do povo brasi- discurso sobre a responsabilidade de quem tem que
leiro. abastecer de energia o País e manter a estabilidade
Sr. Presidente, o Governo destinará 7,5 bilhões econômica.
às empresas, dizendo que elas tiveram prejuízos. A Vejo que alguns Municípios de grande porte, di-
ANATEL está às voltas com processo semelhante em rigidos pela Oposição, acham que podem continuar
relação às empresas de telefonia, privatizadas, que levando na flauta a administração pública, sem fazer
estão dizendo que tiveram prejuízos. Elas venderam o ajustes, sem enfrentar problemas com trabalhadores
paraíso: disseram que o povo podia ter celular. Podia, e funcionários. Outro dia, um líder sindical de um Mu-
mas não consegue pagar a conta. Em pouco tempo, o nicípio disse: vocês tinham razão. Não há como o sis-
Governo enviará a esta Casa uma medida provisória tema previdenciário sobreviver se não cobrar um pou-
semelhante para tratar do setor de telefonia. co dos funcionários. Essas conclusões tardias só
Vamos pagar 7,5 bilhões. Só isso? Não. Esse aparecem quando assumem o poder.
valor virá com o aumento de 2,9% para as residências Tenham paciência! Não há alternativa para a re-
e 7,9% para o comércio e a indústria. Só isso? Não. solução do problema senão esta que está aqui. Se a
Pagaremos ainda o contrato de locação de máquinas Oposição fosse muito preparada teria apresentado
para gerar energia. O Governo inicialmente disse que um projeto alternativo para solucionar o problema. A
esse contrato seria de 36 meses, passou para 45, 60 medida provisória está aqui desde dezembro. Con-
e agora está falando em 72 meses. Se essas máqui- versa fiada. Todo esse trabalho para arrecadar 1,5 bi-
nas funcionarem, gastaremos mais 7 bilhões. Serão lhão das contas daqueles que têm mais poder aquisi-
14 bilhões! Como pagaremos essa conta? De um jeito tivo no País, porque os muito pobres não pagarão
simples: na conta de luz virá o encargo da energia nada.
elétrica. Cada um pagará na sua conta, para as em- A fatura de energia elétrica no Brasil era de 41
presas privadas. bilhões. Ano passado caiu para 32 bilhões, devido à
Sr. Presidente, sei que esse discurso, às vezes, economia que o povo brasileiro fez. Se para a Oposi-
pode parecer patético e que não podemos mudar o ção esse dado não é significativo e se não entende
voto de muita gente. Mas prefiro dizer: "Mundo mun- isso, não entende nada de economia, e não merece
do, vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo seria governar o País. É essa responsabilidade que precisa
uma rima, não seria uma solução... " Gostaria que ser exigida da Oposição no Brasil. Responsabilidade
Abnl de 2002 D/.\RIO IH C\MARA DOS J)j:PlJl.\J)OS QllIllta-felra 11 15507
sobre a governabilidade. Neste caso, não se trata do Sala das Sessões, 26 de março de 2002. -
PSDB e do Governo, mas da responsabilidade para Deputado Fernando Coruja, Vice-Líder do Bloco
com o País. Parlamentar PDT/PPS.
Tivemos uma crise. O Presidente assumiu sua DESTAQUE DA BANCADA DO
culpa na crise de energia. O que mais vocês querem? BLOCO PSB/PCdoB
Já aproveitaram, já tripudiaram. Aqui e agora é assu-
mir a responsabilidade para com o Pais. Votar a medi- Requeiro, nos termos do § 20 do art. 161 do Re-
da provisória é assumir a responsabilidade de gover- gimento Interno, destaque para votação em separado
das expressões: "80 kWh/mês ou cujo consumo si-
nar o País. É difícil? Então, não governem. Fiquem na
tue-se entre 80 e"; e "neste caso desde que observe o
Oposição. Quem tem responsabilidade para com o
máximo regional compreendido na faixa e não seja
País vota "sim" à medida provisória.
excluído da subclasse por outros critérios de enqua-
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Há sobre dramento a serem definidos pela Aneel", constantes
a Mesa os seguintes Requerimentos de Destaque: do § 10 do art. 10 do PLV
Requerimento em destaque Sala das Sessões, 10 de abril de 2002. - Depu-
tado Haroldo Lima, Líder do Bloco Parlamentar
REQUERIMENTO DE DESTAQUE
(Bancada do PT) PSB/PcdoB.
mento de tarifa extraordinária de 2,9% para a amorti- votação em separado do art. 10, da Medida Provisória
zação dos prejuízos das empresas elétricas durante o n° , 14 de 2002, com o objetivo de suprimi-lo.
racionamento de energia, tendo em vista as despe- Sala das Sessões, 27 de fevereiro de 2002. -
sas exorbitantes com que já são obrigados a arcar. Fernando Coruja Vice-Líder do Bloco Parlamentar
Brasília, 8 de abril de 2002. - Clementino Coe- PDT/PPS.
lho Bloco Parlamentar PDT/PPS - Ricardo Ferraço O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Vou sub-
Vice-Líder do Bloco Parlamentar PDT/PPS. meter a votos o Projeto de Lei de Conversão oferecido
pelo Relator da Comissão Mista do Congresso Nacio-
REQUERIMENTO DE DESTAQUE PARA
nal, incluindo a alteração ao art. 4°, § 1°, ressalvados
VOTAÇÃO EM SEPARADO
os destaques:
(Do Sr. Fernando Coruja)
(simples) PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO N°...DE...
(Medida Provisória n° 14 de
Senhor Presidente,
Requeremos, nos termos do art. 161, § 2°, do 21 de dezembro de 2001)
Regimento Interno da Câmara dos Deputados, desta- Dispõe sobre a expansão da oferta
que para votação em separado do art. 5° da Medida de energia elétrica emergencial, recom-
Provisória nO , 14, de 2001, com o objetivo de supri- posição tarifária extraordinária, cria o
mi-lo. Programa de Incentivo às Fontes Alterna-
Sala das Sessões, 26 de março de 2002.- tivas de Energia Elétrica (PROINFA), a
Deputado Fernando Coruja Vice-Líder do Bloco Conta de Desenvolvimento Energético
Parlamentar PDT/PPS.
(COE), dispõe sobre a universalização do
REQUERIMENTO DE DESTAQUE PARA serviço público de energia elétrica, dá
VOTAÇÃO EM SEPARADO nova redação às Leis n° 9.427, de 26 de
(Do Sr. Fernando Coruja) dezembro de 1996, n° 9.648, de 27 de
" (simples) maio de 1998, n° 3.890-A, de 25 de abril
Senhor Presidente, de 1961, n° 5.655, de 20 de maio de 1971,
Requeremos, nos termos do art. 161, § 2°, do n° 5.899, de 5 de julho de 1973, n° 9.991,
Regimento Interno da Câmara dos Deputados, desta- de 24 de julho de 2000 e outras providên-
que para votação em separado do art. 6° da Medida cias.
Provisória n° , 14, de 2001, com o objetivo de supri-
mi-lo. o Congresso Nacional decreta:
Sala das Sessões, 26 de março de 2002,- Art. 1° Os custos, inclusive de natureza operaci-
Deputado Fernando Coruja Vice-Líder do Bloco onal, tributária e administrativa, relativos à aquisição
Parlamentar PDT/PPS. de energia elétrica (kWh) e à contratação de capaci-
REQUERIMENTO DE DESTAQUE PARA dade de geração ou potência (kW) pela Comercializa-
VOTAÇÃO EM SEPARADO dora Brasileira de Energia Emergencial- CBEE serão
(Bancada do Bloco PDT/PPS) rateados entre todas as classes de consumidores fi-
nais atendidas pelo Sistema Elétrico Nacionallnterli-
Sr. Presidente,
gado, proporcionalmente ao consumo individual veri-
Requeiro, nos termos do art. 161 do Regimento
Interno da Câmara dos Deputados, destaque para vo- ficado, mediante adicional tarifário específico, segun-
taçâo em separado do art. 10 do Projeto de Lei Con- do regulamentação a ser estabelecida pela Agência
versão à Medida Provisória nO 14, de 21 de dezembro Nacional de Energia Elétrica - ANEEL.
de 2001, com o objetivo de suprimi-lo. § 1° O rateio dos custos relativos à contratação
Sala das Sessões, 2 de abril de 2002,- Deputado de capacidade de geração ou potência (kW) referidos
Fernando Coruja, Vice-Líder do Bloco Parlamentar no caput não se aplica ao consumidor integrante da
PDT/PPS. Subclasse Residencial baixa renda, assim considera-
do aquele que, atendido por circuito monofásico, te-
REQUERIMENTO DE DESTAQUE PARA
nha consumo mensal inferior a 80 kWh/mês ou cujo
VOTAÇÃO EM SEPARADO
consumo situe-se entre 80 e 220kWh/mês, neste
(simples)
caso desde que observe o máximo regional compre-
Senhor Presidente, endido na faixa e não seja excluído da subclasse por
Requeremos, nos do art. 161, § 2°, do Regimen- outros critérios de enquadramento a serem definidos
to Interno da Câmara dos Deputados, destaque para pela ANEEL.
1:'i510 Vllinla-Ielra 11 mAR!<) DA CAMARA DOS m:l'lJI A()OS Abril ,I<: 2002
§ 2° O rateio dos custos relativos à aquisição de sumidores atendidos pelo Sistema Elétrico Interliga-
energia elétrica (kWh) referidos no caput não se apli- do Nacional, na forma estabelecida por resolução da
ca ao consumidor cujo consumo mensal seja inferior Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica -
a 350 kWh integrante da Classe Residencial e 700 GCE ou, extinta esta, da ANEEL.
kWh integrante da Classe Rural. § 1° As despesas não alcançadas pelo disposto
§ 3° Os resultados financeiros obtidos pela no caput serão objeto de transação entre os signatári-
CBEE serão destinados à redução dos custos a se- os dos denominados contratos iniciais e equivalentes,
rem rateados entre os consumidores. observada a disciplina constante de resolução da
§ 4° Até a efetiva liquidação das operações do ANEEL.
Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE, fica § 2° Do valor global adquirido, a parcela a ser ra-
autorizada a aquisição de energia elétrica e de rece- teada, mensalmente divulgada pela ANEEL, será cal-
bíveis do MAE, bem como a contratação de capacida- culada pela diferença entre o preço da energia no âm-
de pela CBEE, como instrumentos do Programa Prio- bito do MAE e o valor de R$0,049261 kWh.
ritário de Termeletricidade - PPT, na forma estabele- § 3° O repasse será realizado sob a forma de ra-
cida em ato do Poder Executivo. teio proporcional ao consumo individual verificado e
§ 5° A regulamentação da ANEEL de que trata o não se aplica aos consumidores integrantes da Sub-
§ 1°, referente aos consumidores com faixa de consu- classe Residencial Baixa Renda, nem àqueles cujo
mo mensal entre 80 e 220 kWh (oitenta e duzentos e consumo mensal seja inferior a 350 kWh da Classe
vinte quilowatt hora), será publicada no prazo de até Residencial e 700 kWh da Classe Rural.
180 dias e, ultrapassado este prazo sem regulamen- Art. 3° Fica instituído o Programa de Incentivo ás
tação, será estendido a eles também o critério de en- Fontes Alternativas de Energia Elétrica. PROINFA,
quadramento baseado exclusivamente no consumo com o objetivo de aumentar a participação da energia
mensal. elétrica produzida por empreendimentos de Produto-
§ 6° Durante o prazo de que cuida o § 5°, fica res Independentes Autônomos, concebidos com base
mantido o enquadramento eventualmente já existente em fontes eólica, pequenas centrais hidrelétricas e bi-
e aplicável, em cada região ou Concessionária, aos omassa, no Sistema Elétrico Interligado Nacional,
consumidores corri faixa de consumo mensal entre mediante os seguintes procedimentos
80 e 220 kWh. 1- na primeira etapa do programa:
§ r Os consumidores com consumo médio men-
sal inferior a 80 kWh que, em 12 (doze) meses conse- a) os contratos serão celebrados pela Centrais
cutivos, tiverem dois consumos mensais superiores a Elétricas Brasileiras SA - ELETROBRÁS em até
120 kWh deverão observar os critérios a serem esta- 24 (vinte e quatro) meses da publicação desta Lei,
belecidos na regulamentação prevista no § 1°. para a implantação de 3.300 MW (três mil e trezen-
§ 8° A CBEE poderá celebrar contratos de op- tos megawatts) de capacidade, em instalações de
ção de compra de energia elétrica com consumidores produção com início de funcionamento previsto para
industriais que, atendidos em tensão igualou superior até 30 de dezembro de 2006, assegurando a com-
a 138 kV (cento e trinta e oito quilovolt), se dispo- pra da energia a ser produzida no prazo de quinze
nham, pelo preço variável que seria pago pela gera- anos, a partir da data de entrada em operação defi-
ção das usinas térmicas emergenciais que seriam nida no contrato, observando o valor piso definido
despachadas por comando do Operador Nacional do na alínea b;
Sistema - ONS, a reduzir seu consumo de energia b) a contratação a que se refere a alínea a deve-
em condições de montante e horários iguais, como rá ser distribuída igualmente, em termos de capacida-
opção prioritária em relação à operação das referidas de instalada, por cada uma das fontes participantes
usinas. do programa e a aquisição da energia será feita pelo
Art. 2° Parcela das despesas com a compra de valor econômico correspondente a tecnologia especí-
energia no âmbito do MAE, realizadas pelas conces- fica de cada fonte, valor este a ser definido pelo Poder
sionárias, permissionárias e autorizadas de geração Executivo, mas tendo como piso oitenta por cento da
e de distribuição até dezembro de 2002, decorrentes tarifa média nacional de fornecimento ao consumidor
da redução da geração de energia elétrica nas usinas final;
participantes do Mecanismo de Realocação de Ener- c) o valor pago pela energia elétrica adquirida
gia - MRE e consideradas nos denominados contra- segundo a alínea b e os custos administrativos incor-
tos iniciais e equivalentes, serão repassadas aos con- ridos pela Eletrobrás na contratação, serão rateados
.\Ixil d.: 2002 LlI.\RIO IH CA.MAR.\ DOS D1:l'lJ lADOS ("luinta-kira II I 'i 'i 11
entre todas as classes de consumidores finais atendi- cutivo, mas tendo como piso oitenta por cento da tari-
das pelo Sistema Elétrico Interligado Nacional, pro- fa média nacional de fornecimento ao consumidor fi-
porcionalmente ao consumo individual verificado; nal, e o valor recebido da Eletrobrás.
d) a contratação das instalações de que trata e) até o dia 30 de janeiro de cada exercício, os
este inciso I, far-se-á mediante Chamada Pública produtores emitirão um Certificado de Energia Reno-
para conhecimento dos interessados, considerando, vável - CER, em que conste, no mínimo, a qualifica-
no conjunto de cada fonte específica, primeiramente ção jurídica do agente produtor, o tipo da fonte de
as que já tiverem a Licença Ambiental de Instalação- energia primária utilizada e a quantidade de energia
LI e posteriormente as que tiverem a Licença Prévia elétrica efetivamente comercializada no exercício an-
Ambiental - LP; terior, a ser apresentado à ANEEL para fiscalização e
e) no caso de existirem instalações com LI e LP controle das metas anuais;
em número maior do que a disponibilidade de contra- f) o Poder Executivo regulamentará os procedi-
tação pela Eletrobrás, serão contratadas aquelas cu- mentos e a Eletrobrás diligenciará no sentido de que
jas licenças ambientais possuam menores prazos de a satisfação dos créditos complementares de que tra-
validade remanescentes; ta a alínea d não ultrapasse 30 (trinta) dias da requisi-
f) será admitida a participação direta de fabri- ção de pagamento feita pelo agente produtor;
cantes de equipamentos de geração, sua controlada, g) na ordenação da contratação, que será pre-
coligada ou controladora na constituição do Produtor cedida de Chamada Pública para conhecimento dos
Independente Autônomo, desde que o índice de naci- interessados a Eletrobrás aplicará os critérios cons-
onalização dos equipamentos seja de, no mínimo, tantes do inciso I, alíneas d, e e f, observando, ainda,
50% (cinqüenta por cento) em valor; o prazo mínimo de 24 (vinte e quatro) meses entre a
II - na segunda etapa do programa: assinatura do contrato e o início de funcionamento
das instalações;
a) atingida a meta de 3.300 MW, o desenvolvi-
mento do Programa será realizado de forma que as h) a contratação deverá ser distribuída igual-
fontes eólica, pequenas centrais hidrelétricas e bio- mente, em termos de capacidade instalada, por
massa atendam a 10% (dez por cento) do consumo cada uma das fontes participantes do programa, po-
anual, de energia elétrica no País, objetivo a ser al- dendo o Poder Executivo, a cada 5 (cinco) anos de
cançado em até 20 (vinte) anos, aí incorporados o implantação dessa Segunda Etapa, transferir para
prazo e os resultados da primeira etapa; as outras fontes o saldo de capacidade de qualquer
b) os contratos serão celebrados pela Eletro- uma delas, não contratada por motivo de falta de
brás, com prazo de duração de 15 (quinze) anos e oferta dos agentes interessados;
preço equivalente ao valor econômico corresponden- i) o valor pago pela energia elétrica adquirida e
te a geração de energia competitiva, definida como o os custos administrativos incorridos pela Eletrobrás
custo médio ponderado de geração de novos aprovei- na contratação, serão rateados entre todas as clas-
tamentos hidráulicos com potência-superior-a ses de consumidores finais atendidos pelo Sistema
30.000 kW e centrais termelétricas a gás natural, cal- Elétrico Interligado Nacional, proporcionalmente ao
culado pelo Poder Executivo; consumo verificado.
c) a aquisição se fará mediante programação § 10 Produtor Independente Autônomo é aquele
anual de compra da energia elétrica de cada produtor, cuja sociedade não é controlada ou coligada de con-
de forma que as referidas fontes atendam o mínimo cessionária de geração, transmissão ou distribuição
de 15% (quinze por cento) do incremento anual da de energia elétrica, nem de seus controladores ou de
energia elétrica a ser fornecida ao mercado consumi- outra sociedade controlada ou coligada com o contro-
dor nacional, compensando-se os desvios verificados lador comum.
entre o previsto e realizado de cada exercício, no sub- § 20 Poderá o Poder Executivo autorizar à Ele-
seqüente; trobrás a realizar contratações com Produtores Inde-
d) o produtor de energia alternativa fará jus a um pendentes que não atendam os requisitos do § 10,
crédito complementar a ser mensalmente satisfeito desde que o total contratado não ultrapasse a 25%
com recursos da Conta de Desenvolvimento Energé- (vinte e cinco por cento) da programação anual e des-
tico - COE, calculado pela diferença entre o valor eco- sas contratações não resulte preterição de oferta de
nômico correspondente à tecnologia específica de Produtor Independente Autônomo, observando-se,
cada fonte, valor este a ser definido pelo Poder Exe- no caso de energia eólica, que na primeira etapa do
I 'i 'i 12 QuÍnla- ICira II DIA RIO DA ('AMARA DOS lWPlrI ADOS Abril de 2002
Programa o total das contratações pode alcançar até do cumprimento do disposto nos incisos IV a VII, con-
50% (cinqüenta por cento). siderando-se os meses efetivamente apurados;
Art. 4° A ANEEL procederá à recomposição tari- 11 - a segunda parcela do montante a recompor
fária extraordinária prevista no art. 28 da Medida Pro- será homologada no prazo de até cento e oitenta dias,
visória n° 2.198-5, de 24 de agosto de 2001, sem pre- contados da extinção do Percee;
juízo do reajuste tarifário anual previsto nos contratos 111 - o detalhamento da metodologia, os prazos,
de concessão de serviços públicos de distribuição de a forma, as condições e o procedimento da recompo-
energia elétrica. sição tarifária extraordinária, em especial os requisi-
§ 1° A recomposição tarifária extraordinária de tos para sua homologação, serão estabelecidos em
que trata o caput será implementada por meio de apli- resolução da Aneel;
cação às tarifas de fornecimento de energia elétrica, IV - a homologação da recomposição tarifária
pelo prazo e valor máximos a serem divulgados por extraordinária será condicionada a pedido do interes-
concessionária, em ato da ANEEL a ser publicado até sado e à certeza, correção e consistência das infor-
30 (trinta) de agosto de 2002, dos seguintes índices: mações a serem prestadas à Aneel e por ela elenca-
I - até 2,9% (dois vírgula nove por cento), para das e verificadas, inclusive as relativas a eventuais re-
os consumidores integrantes das Classes Residenci- duções de custos durante o racionamento ou decor-
al, Rural e iluminação pública; rentes de interpretação, explicitação e revisão de esti-
pulações contratuais, que serão objeto de declara-
11 - até 7,9% (sete vírgula nove por cento), para ções, compromissos, termos aditivos e transações
os demais consumidores. entre as partes, em especial no que concerne à par-
111- até 2,9% (dois vírgula nove por cento) para cela das despesas de que cuida o art. 2° não alcança-
os consumidores que celebrarem contratos na forma da por repasse aos consumidores e aos excedentes
prevista no § 8° do art. 10. dos contratos iniciais e equivalentes, nos termos de
§ 2° Não se aplicam os índices previstos no pa- resolução da Aneel, observadas as diretrizes previs-
rágrafo anterior à tarifa de energia elétrica devida pe- tas no § 9°;
los consumidores integrantes da Subclasse Residen- V - para atender aos fins previstos no inciso IV,
cial baixa renda. a homologação da recomposição tarifária extraordi-
§ 3° A recomposição tarifária extraordinária será nária estará condicionada, nos termos de resolução
aplicada tão-somente às áreas do Sistema Elétrico da Aneel, à solução de controvérsias contratuais e
Interligado Nacional sujeitas, por disposição expressa normativas e à eliminação e prevenção de eventuais
de resolução da. GCE, ao Programa Emergencial de litígios Judiciais ou extrajudiciais, inclusive por meio
Redução do Consumo de Energia Elétrica - de arbitragem levada a efeito pela Aneel;
PERCEE, e aos seguintes períodos: VI - a homologação da recomposição tarifária
I - desde 1° de junho de 2001 até 28 de fevereiro extraordinária estará condicionada à observância
de 2002, para os consumidores atendidos por meio pelo interessado do disposto no parágrafo único do
dos Sistemas Interligados das regiões Sudeste, Cen- art. 2° e no § 1° do art. 6°, bem como à renúncia ou de-
tro-Oeste e Nordeste; e sistência pelo interessado de qualquer pleito, judicial
ou extrajudicial, junto ao poder concedente ou aos
lI-desde1°dejulhode2001 até31 dedezem-
agentes do setor elétrico relativo a fatos e normas
bro de 2001, os consumidores dos Estados do Pará e
concernentes ao Percee, à recomposição tarifária ex-
do Tocantins e da parte do Estado do Maranhão aten-
traordinária de que cuida este artigo e ao disposto
dida pelo Sistema Interligado Norte.
nesta lei;
§ 4° A recomposição tarifária extraordinária vi- VII - a homologação da recomposição tarifária
gorará pelo período necessário à compensação do extraordinária estará condicionada à adesão aos
montante referido no § 9°, apurado pela Aneel na for- acordos firmados entre os agentes do setor elétrico,
ma de resolução da GCE, observados o prazo e valor pela maioria qualificada das distribuidoras e gerado-
máximos fixados na forma do § 1° deste artigo. ras sujeitas aos contratos iniciais e equivalentes, nos
§ 5° A recomposição tarifária extraordinária es- termos de resolução da Aneel
tará sujeita à homologação pela Aneel e observará as § 6° Ficam as empresas públicas e as socieda-
seguintes regras: des de economia mistas federais autorizadas a cele-
I - a primeíra parcela do montante a recompor brar transações e a promover os atos necessários à
será homologada no prazo de quinze dias contados solução de controvérsias contratuais e normativas
Abril d... 2002 DI.\R10 DA CAM:\RA DOS DI'I'IJL\DOS Quinta-feIra 1I I:;:; I~
prevista no inciso V do § 5° deste artigo, consideran- § 14. A prática pelos interessados dos atos pre-
do-se disponíveis os direitos sobre os quais recairão. vistos neste artigo, em especial daqueles referidos
§ r Não verificada a homologação no prazo nos incisos IV a VII do § 5°, não acarretará ônus, en-
previsto no § 5° deste artigo, a recomposição tarifá- cargos, responsabilidades, desembolsos, pagamen-
ria extraordinária vigorará por doze meses e será tos ou custos, de qualquer natureza, para o poder
abatida integralmente no reajuste tarifário anual sub- concedente.
seqüente. § 15. Fica autorizado o registro dos recebíveis
§ 8° Os contratos iniciais e equivalentes, assim da recomposição tarifária extraordinária de que trata
reconhecidos em resolução da Aneel, serão aditados este artigo em sistema centralizado de liquidação e
para contemplar uma fórmula compulsória de solução custódia autorizado pelo órgão federal competente.
de controvérsias, para que a Aneel instaure ex offi- § 16. Os prazos e os valores máximos por con-
cio, caso as partes não o façam em prazo determina- cessionária a serem divulgados nos termos do § 1°
do, os mecanismos de solução de controvérsias exis- não poderão ser ampliados e a sua não divulgação
tentes, sem prejuízo da atuação subsidiária da Aneel implicará na imediata suspensão da cobrança da re-
na arbitragem de controvérsias. composição tarifária, até que se cumpra o estabeleci-
§ 9° A GCE estabelecerá os parâmetros gerais do no § 1°, devendo a média ponderada dos prazos
da metodologia de cálculo do montante devido a cada referidos não exceder a 72 meses.
interessado a título de recomposição tarifária extraor - § 17. Sem prejuízo do disposto neste artigo, o
dinária, bem como diretrizes para a homologação da Poder Executivo poderá ajustar a forma de incidência
recomposição tarifária extraordinária, vedada a esti- e cobrança da recomposição tarifária extraordinária
pulação de critérios ou parâmetros cujos efeitos se- dos consumidores industriais que celebrarem os con-
jam o de garantir receita bruta ou remuneração míni- tratos de que trata o § 8°, do art. 1°, visando a manu-
ma às concessionárias e permissionárias. tenção dos princípios e práticas concorrenciais.
§ 10. A recomposição tarifária extraordinária
não constitui garantia de receita bruta nem de remu- Art. 5° Não se aplicam as vedações constantes
neração mínima às concessionárias e permissionári- do art. 39 da Lei n° 4.131, de 3 de setembro de
as, devendo para tanto abater-se do montante a re- 1962, às entidades oficiais de crédito público da
compor eventuais reduções de custos que, a critério União na concessão de financiamentos destinados,
da Aneel, comprovadamente não se refiram a ganhos conforme as regras a serem fixadas pela GCE, a su-
de produtividade alheios ao Percee ou a eventuais prir a insuficiência de recursos, objeto da recomposi-
postergações de custos em função de restrições fi- ção tarifária extraordinária de que trata o art. 4° des-
nanceira advindas da redução de receita, bem como ta lei, das concessionárias de serviços públicos de
deduzir ainda os efeitos estimados da expectativa de distribuição de energia elétrica e das empresas sig-
redução da atividade econômica sobre o consumo de natárias de contratos iniciais e equivalentes, assim
energia elétrica. reconhecidos em resolução da Aneel.
§ 11 . O processo especial da recomposição tari- § 1° O Banco Nacional de Desenvolvimento
fária extraordinária prevista neste artigo será realiza- Econômico e Social - BNDES, por solicitação da
do uma única vez, não constituindo, em hipótese al- GCE, instituirá programa, com caráter emergencial e
guma, instrumento permanente de alterações de tari- excepcional, de apoio a concessionárias de serviços
fa normal nem parcela componente das tarifas nor- públicos de distribuição, geração e produtores inde-
mais para fins de futuros reajustes ou revisões tarifári- pendentes de energia elétrica, signatários dos contra-
as. tos iniciais e equivalentes, assim reconhecidos em re-
§ 12. Não se aplicam os §§ 1° e 3° do art. 2° da solução da Aneel.
Lei nO 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, ao disposto § 2° Caso instituído, o programa a que se refere
neste artigo. o § 1° observará as diretrizes fixadas pela GCE, sen-
§ 13. A eficácia da recomposição tarifária extra- do as demais condições estabelecidas pelo BNDES.
ordinária fica condicionada ao fiel cumprimento pelos § 3° Fica autorizada a instituição de programa
interessados, individualmente considerados, de to- de financiamento destinado a suprir insuficiência de
das as obrigações por eles assumidas nos termos recursos a ser recuperada por meio do disposto no
desta lei e à ausência de sua impugnação judicial ou art. 6°, de acordo com diretrizes fixadas em ato da
extrajudicial pelos mesmos interessados. GCE.
15514 QULllta-kira II DIA RIO DA ('AMARA DOS DEPUTADOS .\bnl de 2002
§ 4° Fica autorizada a concessão de financia- § 1° Fica autorizada a CBEE a contratar a Caixa
mentos incluídos nos programas de que trata este ar- Econômica Federal - CAIXA, como agente financeiro
tigo ou de acesso a operações de efeito financeiro da operação.
equivalente a entidades cujo controle acionário per- § 2° Os títulos de que trata o caput deste artigo
tença a pessoas jurídicas de direito público interno ou ficarão depositados em conta custódia na CAIXA.
a suas subsidiárias ou controladas.
§ 3° O saldo das operações contratadas que po-
Art. 6° O mecanismo de que trata a Medida Pro- dem ser garantidas com títulos públicos federais, nos
visória n° 2.227, de 4 de setembro de 2001, deverá termos do caput deste artigo, não poderá ultrapassar
conferir, mediante a incorporação dos efeitos finance- o montante de R$11.000.000.000,00 (onze bilhões de
iros, tratamento isonômico às variações, verificadas reais).
em todo o exercício de 2001, de valores de itens da Art. 8° Honradas as garantias concedidas, a
"Parcela A" previstos nos contratos de concessão de União se sub-rogará nos créditos junto à CBEE, pelo
distribuição de energia elétrica, desconsiderando, correspondente valor nominal dos títulos liberados.
para os fins deste artigo, variações daqueles itens
§ 1° O ressarcimento de que trata o caput deste
eventualmente ocorridas até 31 de dezembro de
artigo deverá ser efetuado no prazo máximo de trinta
2000.
dias a partir da liberação dos títulos e será atualizado
§ 1° A aplicação do disposto no caput fica con- pela taxa média ajustada dos financiamentos diários
dicionada a pedido do interessado que será instruído apurados no Sistema Especial de liquidação e Custó-
com: dia - SEUC, acrescidos de encargos de 0,5% a
I - declaração de renúncia a qualquer direito, a(zero vírgula cinco por cento ao ano), dentre outras
pretensão, pleito judicial ou extrajudicial, bem como a condições a serem estabelecidas pelo Ministério da
desistência de qualquer demanda administrativa ou Fazenda.
judicial em curso relativos às variações dos valores § 2° Em ressarcimento à garantia honrada pela
dos itens integrantes da "Parcela A" desde a data da União, poderão ser aceitos, a critério do Ministério da
assinatura do respectivo contrato de concessão até a Fazenda, pelo valor econômico, créditos de proprie-
data de 26 de outubro de 2001 ; dade da CBEE.
11 - declaração do interessado de que não reivin- Art. 9° Fica a União autorizada a realizar au-
dicará revisão tarifária extraordinária relativa a fatos mento de capital social da CBEE, até o valor de
ocorridos desde a assinatura do contrato de conces- R$200.000.000,00 (duzentos milhões de reais), me-
são até o dia 31 de dezembro de 2001; diante títulos da Divida Pública Federal, com carac-
111- assinatura pelo interessado dos atos, tran- terísticas a serem definidas pelo Ministro de Estado
sações, renúncias, declarações e desistências referi- da Fazenda.
dos no art. 4° e disciplinados em resolução da Aneel.
Art. 10. Fica a União autorizada, a critério do
§ 2° A aplicação do disposto no caput está suje- Ministério da Fazenda, a prestar garantia nas opera-
ita ao princípio da modicidade tarifária e será imple- ções realizadas ao amparo do art. 49 da Medida
mentada, após verificação dos documentos de instru- Provisória n.o 2.18145, de 24 de agosto de 2001, e
ção do pedido e homologação do montante pela Ane- nas operações de permuta, aquisição ou venda de
el, ao longo de período flexível. créditos que vierem a ser celebradas entre o
§ ~ O disposto no caput não se aplica, em hipó- BNDES e as empresas estatais do setor elétrico, ob-
tese alguma, a efeitos financeiros decorrentes de va- servado o disposto no art. 40, § 1°, da Lei Comple-
riações de valores de itens da "Parcela A" ocorridos mentar n° 101, de 4 de maio de 2001.
em exercícios anteriores a 2001. Art. 11. Fica a União autorizada, até o limite de
Art. 7° Fica a União autorizada a emitir títulos da R$7.500.000.000 (sete bilhões e quinhentos milhões
Dívida Pública Federal, com características a serem de reais), a emitir, sob a forma de colocação direta,
definidas pelo Ministro de Estado da Fazenda, direta- em favor do BNDES, títulos da Dívida Pública Mobiliá-
mente à CBEE, para dar cumprimento ao dispoto no § ria Federal, cujas características serão definidas pelo
5° do art. 1° da Medida Provisória n.o 2.209, de 29 de Ministro de Estado da Fazenda.
agosto de 2001, os quais serão mantidos como ga- Parágrafo único. Em contrapartida aos títulos
rantia das operações que venham a ser contratadas emitidos na forma deste artigo, o BNDES poderá utili-
por aquela Empresa. zar, a critério do Ministro de Estado da Fazenda e,
.\bril de 2002 nL\R)() !).\ (·.\MARA n()S n!;PIJL\n()S Qllillta-kJra lJ l'i'il'i
pelo valor presente, créditos detidos contra a cas, cujos empreendimentos entrem em operação a
BNDESPAR - BNDES Participações SA partir da publicação desta lei, da diferença entre o va-
Art. 12. O BNOES poderá recomprar da União, a lar econômico correspondente a tecnologia específi-
qualquer tempo, os créditos referidos no parágrafo ca de cada fonte e o valor econômico correspondente
único do art. 11, admitindo-se a dação em pagamento a energia competitiva, quando a compra e venda se fi-
de bens e direitos de sua propriedade, a critério do zer com consumidor final;
Ministro de Estado da Fazenda. 111 - para pagamento do crédito de que trata a
Art. 13. Fica criada a Conta de Desenvolvimento alínea d do inciso 11 do art. 3°;
Energético - COE, visando o desenvolvimento ener- IV - até 15% (quinze por cento) do montante
gético dos Estados e a competitividade da energia previsto no § 2°, para pagamento da diferença entre o
produzida a partir de fontes eólica, pequenas centrais valor econômico correspondente à geração termelé-
hidrelétricas, biomassa, gás natural e carvão mineral trica a carvão mineral nacional que utilize tecnologia
nacional, nas áreas atendidas pelos sistemas interli- limpa, de instalações que entrarem em operação a
gados e promover a universalização do serviço de partir de 2003, e o valor econômico correspondente à
energia elétrica em todo território nacional, devendo energia competitiva.
seus recursos, observadas as vinculações e limites a § 1° Os recursos da COE serão provenientes
seguir prescritos, se destinarem às seguintes utiliza- dos pagamentos anuais realizados a título de uso de
ções: bem público, das multas aplicadas pela ANEEL a con-
I - para a cobertura do custo de combustível de cessionários, permissionários e autorizados e, a par-
empreendimentos termelétricos que utilizem apenas tir do ano de 2003, das quotas anuais pagas por todos
carvão mineral nacional, em operação até 6 de feve- os agentes que comercializem energia com o consu-
reiro de 1998, e de usinas enquadradas no § 2° do art. midor final.
11 da Lei n° 9.648, de 27 de maio de 1998, situados § 2° As quotas a que se refere o parágrafo ante-
nas regiões abrangidas pelos sistemas elétricos inter- rior terão valor idêntico àquelas estipuladas para o
ligados e do custo das instalações de transporte de ano de 2001 mediante aplicação do mecanismo esta-
gás natural a serem implantados para os Estados belecido no § 1° do art. 11, da Lei n° 9.648,de 1998,
onde, até o final de 2002, não exista o fornecimento deduzidas em 2003, 2004 e 2005, dos valores a se-
de gás natural canalizado, observadas as seguintes rem recolhidos a título da sistemática de rateio de
limitações: ônus e vantagens para as usinas termelétricas, situa-
a) no pagamento do custo das instalações de das nas regiões atendidas pelos sistemas elétricos in-
transporte de gás natural, devem ser deduzidos os terligados.
valores que forem pagos a título de aplicação do § 7° § 3° As quotas de que trata o § 1 serão reajus-
0
cujas condições, prazos e tarifas continua- "Art. 4° Fica designada a Eletrobrás para a aqui-
rão a ser regulamentadas pela ANEEL." sição da totalidade dos mencionados serviços de ele-
"Art. 11. .. . tricidade de Itaipu.
§ 1° É mantida temporariamente a apli- Parágrafo único. A Eletrobrás será o Agente Co-
cação da sistemática de rateio de ônus e mercializador de Energia de Itaipu, ficando encarre-
vantagens, referida neste artigo, para as gada de realizar a comercialização da totalidade dos
usinas termelétricas situadas nas regiões mencionados serviços de eletricidade, nos termos da
abrangidas pelos sistemas elétricos interli- regulamentação da Aneel."
gados, em operação em 6 de fevereiro de Art. 20. Deverão ser sub-rogados à Eletrobrás
1998, na forma a ser regulamentada pela os compromissos de aquisição e repasse às conces-
ANEEL, observando-se os seguintes prazos sionárias de distribuição dos serviços de eletricidade
e demais condições de transição: (NR) de Itaipu Binacional firmados por Furnas e Eletrosul,
a) .. subsidiárias da Eletrobrás, com as concessionárias
b) .. de distribuição de energia elétrica.
Art. 21. Parcela do resultado da comercialização
c) ..
de energia de Itaipu será destinado, mediante rateio
proporcional ao consumo individual e crédito do
§ 3° É mantida, pelo prazo de vinte anos, a partir "ônus" nas contas de energia, aos consumidores do
da publicação desta Lei, a aplicação da sistemática Sistema Elétrico Nacional Interligado integrantes das
de rateio do custo de consumo de combustíveis para Classes Residencial e Rural, com consumo mensal
geração de energia elétrica nos sistemas isolados, inferior a 350 kWh, nos termos de regulamentação do
estabelecida pela Lei n° 8.631, de 4 de março de Poder Executivo.
1993, na forma a ser regulamentada pela ANEEL, a
Art 22. O art. 15, da Lei n° 3.890-A, com a reda-
qual deverá conter mecanismos que induzam à efí-
ção dada peloart 16da Lei n° 9.648, de 27 de maio de
ciência econômica e energética, à valorização do
1998, passa a vigorar com a seguinte redação:
meio ambiente e à utilização de recursos energéticos
locais, visando atingir a sustentabilidade econômica "Art. 15 .
da geração de energia elétrica nestes sistemas, ao § 1° A Eletrobrás, diretamente ou por
término do prazo estabelecido. (NR) meio de suas subsidiárias ou controladas,
§ 4° Respeitado o prazo máximo fixado no pará- poderá associar-se, com aporte de recur-
grafo anterior, sub-rogar-se-á no direito de usufruir da sos, para constituição de consórcios empre-
sistemática ali referida, pelo prazo e forma a serem sariais ou participação em sociedades, sem
regulamentados pela ANEEL, o titular de concessão poder de controle, que se destinem à explo-
ou autorização para:(NR) ração da produção ou transmissão de ener-
1- aproveitamento hidrelétrico de que trata o in- gia elétrica sob regime de concessão ou au-
ciso I, art. 26, da Lei n° 9.427, de 1996, ou a geração torização." (NR)
de energia elétrica a partir de fontes eólica, solar, bi- § 2° A aquisição de bens e a contrata-
omassa e gás natural, que venha a ser implantado ção de serviços pela Eletrobrás e suas con-
em sistema elétrico isolado e substitua a geração troladas Chesf, Furnas, Eletronorte, Eletro-
termelétrica que utilize derivado de petróleo ou des- sul e Eletronuclear, poderá se dar nas mo-
loque sua operação para atender ao incremento do dalidades de consulta e pregão, observado,
mercado; no que for aplicável, o disposto nos artigos
11 - empreendimento que promova a redução do 55 a 58 da Lei n° 9.472, de 1997, e nos ter-
dispêndio atual ou futuro da conta de consumo de mos de regulamento próprio.
combustíveis dos sistemas elétricos isolados. § 3° O disposto no parágrafo anterior
§ 5° O direito adquirido à sub-rogação indepen- não se aplica às contratações referentes a
obras e serviços de engenharia, cujos pro-
de das alterações futuras da configuração do sistema
isolado, inclusive sua interligação a outros sistemas cedimentos deverão observar as normas
ou a decorrente de implantação de outras fontes de gerais de licitação e contratação para a
geração." Administração Pública.
Art 19. O art. 4° da Lei n° 5.899, de 5 de julho de Art. 23. O art. 4°, da Lei n° 5.655, de 20 de
1973, passa a vigorar com a seguinte redação: maio de 1971, com a redação dada pelo art. 13, da
J 5"20 Quinta leira I I DI.\RIO DA CAMARA DOS DEPUTADOS Abril (I<: 2002
Lei n° 9.496, de 11 de novembro de 1997, passa a
vigorar com a seguinte redação: Art 24. O art. 2° da Lei n° 9.991, de 24 de julho
"Art. 4° . de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:
Todos sabemos que, com essa medida Muitos aspectos assustadores foram
provisória vigorando, houve licitações públicas, relatados sobre o acréscimo da tarifa. Não vou
contratos e avanços para a modernização do setor entrar no mérito da questão, porque o Líder
energético do País, visando, obviamente, à geração Inocêncio Oliveira já apresentou as justificativas do
de empregos no País. partido a respeito da questão. Mas explico,
especificamente para a boa gente de Santa
Portanto, o PPB vota conscientemente, Catarina, que o Estado nada tem a ver com o
sabendo que talvez seja urna medida dura para a debate travado. A medida provisória excluí o
sociedade brasileira, mas que visa ao momento, Estado do pagamento do adicional de tarifa de
mas principalmente ao futuro deste País, no que diz energia elétrica.
respeito à geração de empregos no Brasil.
O § 3° do art. 4° do projeto de lei de
O PPB reforça seu voto "sim" e reafirma que conversão em exame diz expressamente que o
não vota nada goela abaixo. adicional de tarifa é aplicável tão-somente às
áreas submetidas ao plano de racionamento. E o
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr.
Estado de Santa Catarina não participou do plano
Presidente, peço a palavra pela ordem.
de racionamento; portanto, não está, não esteve e
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem não estará incluído no plano de racionamento.
V.Exa. a palavra. Além disso, o projeto de conversão traz benefícios
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTS - SP. significativos ao Estado, a exemplo do incentivo
Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. que prevê a utilização do carvão mineral como
Presidente, lembro ao Líder Odelmo Leão que as alternativa energética para o País.
tarifas não estão em vigência. A própria medida Sr. Presidente, caros amigos e amigas do meu
provisória estabelece que 2,9% e 7,9% serão Estado, meu voto, claro, é em obediência à diretriz
cobrados a partir de 1° de junho de 2001 até a partidária, mas, acima de tudo, em favor do Estado
extinção do programa emergencial de redução. de Santa Catarina.
.-\bnl de 2002 DL\RIO 1>.\ C\MARA DOS IWI'I j L\DOS Quinla-klra II 15527
O SR. MARCELO CASTRO - Sr. Presidente, imenso prejuízo. Quantas donas de casa pararam
peço a palavra pela ordem. de trabalhar? Quantas costureiras deixaram de
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem costurar? Quantos padeiros deixaram de fabricar
V.Exa. a palavra. pão? Quantas pequenas empresas foram à falên-
cia em razão da irresponsabilidade consciente do
O SR. MARCELO CASTRO (PMDB - PI. Pela Governo do Sr. Fernando Henrique Cardoso? A
ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na ação foi consciente porque o Governo impediu o
votação anterior, votei com o partido. superávit das estatais, desviando recursos para a
O SR. IVAN PAIXÃO - Sr. Presidente, peço a conta de bancos internacionais e para o paga-
palavra pela ordem. mento dos juros da agiotagem externa.
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem E agora, depois de ter sido vitimado pelo apa-
V.Exa. a palavra. gão, mais uma vez, quem paga a conta, quem dá o
O SR. IVAN PAIXÃO (Bloco/PPS - SE. Pela dinheiro para o enriquecimento das grandes empre-
ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, sas é o povo brasileiro, o consumidor pobre, o pe-
solicito à Mesa que altere no painel eletrônico a ori- queno produtor, o médio produtor, o Erário.
entação do Bloco Parlamentar PPS/PDT: encami-
Para mim, a votação da medida é um crime
nhamos o voto "não".
contra a economia brasileira. Estão tirando dinhei-
Sr. Presidente, aproveito a oportunidade para ro do Brasil para aumentar os lucros de meia dú-
externar nossa indignação: o povo brasileiro foi ludi- zia de pessoas. A medida provisória em exame é
briado e estimulado, por meio das peças publicitári- inconstitucional, e o Congresso Nacional deve re-
as divulgadas pelo Governo Federal, a promover o jeitá-Ia in limine.
racionamento de energia. O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - A
Aqueles que não fizeram economia foram mul- Presidência vai encerrar a votação.
tados. Os que reincidiram no abuso das metas tive-
Indago se algum Parlamentar presente ao ple-
ram sua energia cortada e pagaram pela sua religa- nário ainda não votou. (Pausa.)
ção. Agora somos obrigados a pagar por algo que
não consumimos. A situação é absurda e digna de Com a palavra o Deputado João Grandão.
análise jurídica. Como pagar por aquilo que não se O SR. JOÃO GRANDÃO (PT-MS. Pela ordem.
consumiu? Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na vota-
Nesse sentido, o PPS reitera mais uma vez o ção anterior, votei com o partido.
voto "não". Lembro a V.Exa o compromisso para com a
A SRA. SOCORRO GOMES - Sr. Presidente, Medida Provisória n° 24.
peço a palavra pela ordem. A SRA. ANGElA GUADAGNIN (PT - SP.
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presi-
V.Exa a palavra. dente, na primeira votação, votei com o partido.
A SRA. SOCORRO GOMES (Bloco/PCdoB - A SRA. TElMA DE SOUZA (PT - SP. Pela or-
PA. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Pre- dem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, na
sidente, externo minha insatisfação com relação à votação anterior, votei de acordo com a orientação
do partido.
medida provisória ora em exame, porque ela de-
monstra que a Nação brasileira foi vítima de engo- O SR. CARLOS BATATA (PSDB - PE. Pela
do. O povo foi enganado. Quando das privatizações, ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na
o que disse o Presidente da República? Que as em- votação anterior, votei com o partido.
presas estatais estavam sendo privatizadas para o O SR. RENATO VIANNA (PMDB - SC. Pela
Governo obter bilhões de reais, que seriam investi- ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na
dos no desenvolvimento, na indústria e na produção primeira votação, votei de acordo com a orientação
de energia. do PMDB.
Ora, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Está en-
houve apagão e o consumidor brasileiro teve cerrada a votação.
15528 Quinta-Ieíra 1I DL\RIO DA C:\MA.RA DOS IWPUTADOS Abril de 2002
o SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - A Mesa Abstenção: 8
vai anunciar o resultado: Total: 427
VOTARAM:
É aprovado o projeto de lei de conversão, ressal-
tados os destaques.
Sim: 275 Está publicada a Medida Provisória n° 14, de
Não: 144 2001 e os destaques da bancada a ela referentes.
LISTAGEM DE VOTAÇÃO
Resultado da Votacão
Sim 275
Nlio 144 Orientação
Abstenção 8 PFL -Sim
PSOB-S;m
Tolal da Volação 427 PMDB-Sim
PT-Não
PPS-Sim
P1B-Sím
PDTIPPS - Não
Art. 17
PUPSL- Não
PSBIPCDOB - Não
Total Quorum 428 GOV.-Sim
Obstrução 2
Total Amapá. 7
PARÁ
Anlvaldo Vaie PSDB Sim
Asdrubal Bnntes PMD8 Sim
Babá PT Não
Dausdelh Pantoja PFL Sim
Elcione 8arball1o PM08 Não
Gerson Peres PPH Sim
Giovanni Queiroz POT POT/PPS Não
Josué Benglson PTB Não
Nicias Rib~íro PSDB Sim
Nilson Pinto PSDB Sim
Paulo Rocha PT Não
Raimundo Santos PL PLlPSL Não
.\bl"ll d~ 2()()2 DIARIO DA CAMAR:\ DOS [)HlJL\[)OS Quinta-feira 11 15529
Total Paraíba: 11
PERNAMBUCO
Armando Monteiro PMDB Sim
Cartos Batata PSOB Sim
Clementino Coelho PPS POT/PPS Sim
Djalma Paes PSB PSB/PCDOB Ni:\O
Eduardo Campos PSB PSB/PCOOB Não
Fernando Ferro PT Não
Inocêncio Oliveira PFL Sim
Joi:\o Colaço PSDB Sim
Joel De H911anda PFL Sim
,\lxi! de 2002 DIARIO IH ('AMARA DOS DEI'UL\DOS Quillla-lCira 11 15531
MINAS GERAIS
Carlos Mosconi PSOB Sim
Cleuber Carneiro PFL Sim
Custódio Mattos PSD8 Sim
Oanilo de Castro PS08 Sim
Edmar Moreira PPB Sim
Eliseu Resende PFL Sim
Fernando Oiniz PMOB Sim
Genésio Bernardino PM08 Sim
Gilmar Machado PT Não
Glycon Terra Pinto PMDB Sim
Herculano Anghinetti PPB Sim
Ibrahim Abi-Ackel PPB Sim
Jaime Martins PFL Sim
João MaQalhàes PM08 Sim
JOão Magno PT Não
José Mílitão PTB Sim
Lael Varella PFL Sim
Lincoln Portela PSL PL!PSL Não
Márcio Reinaldo Moreira PPB Sim
Marcos Lima PMDB Não
Maria do Carmo Lara PT Não
Maria Lúcia PMOB Sim
Mário Assad Júnior PL PLlPSL Não
Mário de Oliveira PST Sim
Mauro Lopes PMDB Sim
Narcio Rodri!lues PSOB Sim
Odelmo Leão PPB Sim
Olímpio Pires POT POTIPPS Não
Osmánio Pereira PSOB Sim
Paulo Delgado PT Não
Pimenta da Veiga PSOB Sim
Roberto Brant PFL Sim
Romel Anizio PPB Sim
Romeu Queiroz PTB Sim
Ronaldo Vasconcellos PL PLlPSL Não
Saraiva Felipe PMDB Sim
Sérgio Miranda pedoB PSB/PCOOB Não
Sílas Brasileiro PM08 Sim
Ttlden Santiago PT Não
Virgílio Guimarães PT Não
Walfrido Mares Guia PTS Sim
Zezé Perrella PFL Sim
EspíRITO SANTO
Feu Rosa PSOB Sim
João Coser PT Não
José Carlos Elias PTB Sim
José Carlos Fonseca Jr. PFL Sim
Magno Malta PL PUPSL Não
,\bnl d..: 2002 mARIO IH ('AMARA ])OS ])1~PlJ1A])OS QUlllla-kira Ii 1551.~
Partido Bloco
RORAIMA
Francisco Rodrigues PFL
Snlorrlão Cruz PFL
Presentes do Roraima : 2
AMAPÁ
Antonio Feijão PSDB
Badu Picanço PL PL/PSL
Evand.-o MilholTl6n PSB PSB/PCDOB
Jun:t.nd\\ Juarez PMDB
Sérgio Barcellos PFL
Presentes de Amapá : 5
PARÁ
Babá PT
Deusdeth Pantoja PFL
Elcione Barbalho PMDB
José Prianle PMDB
Josué Benglson PTB
Nlclas Ribeiro PSDB
Nilson Pinto PSDB
Raimundo Santos PL PL/PSL
Vic Pires Franco PFL
Pr......nt.... de Pará : 9
AMAZONAS
Arthur Vlrgilla PSDB
Presentes de AfTl3Z0naS : 1
RONOONIA
Agnaldo Muniz PPS PDT/PPS
Eurlpedes Miranda PDT PDT/PPS
Marinha Raupp PMDB
Nilton Célpixé:l.ba PH3
Oscar' Andrada PL PL/PSL
Presentes de Rondonia : 5
TOCANTINS
Antônio Jorge PTB
Freir-e Júnior PMDB
Joao Ribeiro PFL
Osvaldo Reis PMDB
Pastor Arnarildo PPB
Paulo Mourao PSDB
Presentes de Tocantln.. : 6
MARANHÃO
Costa Fer..-eira PFL
Francisco Coelho PFL
Neiva Moreira PDT PLJT/PPS
Pedro Fernandes PFL
Pedro Novais PMDB
Roberto ROCha PSDB
Sebasllão Madeira PSDB
Presentes de Maranhão : 7
CEARÁ
Adolfo Méldnho PSDB
Arnon Bezerra PSDB
.José Pimentel PT
Roberto Pessoa PFL
Presentes de Coará : 4
15540 Quinta-feira lI mARIO /)A ('AMARA /)OS IWPlJI ,\/)( lS ,\bril de 2002
PIAul
Gessívaldo Isaías PMDB
Heráclito Fortes PFL
Marcelo Castro PMDB
Mussa Demes PFL
Paes Landim PFL
Presentes de Piauí : 5
RIO GRANDE DO NORTE
Ana Catarina PMDB
Carlos Alberto Rosado PFL
Henrique Eduardo Alves PMDB
Iberê Ferreira PTS
Lavoisier Maia PFL
Ney Lopes PFL
Presentes de Rio Grande do Norte : 6
PARAiBA
Adauto Pereira PFL
Domiciano Cabral PSDB
Marcondes Gadelha PFL
Ricardo Rique PSDS
Wilson Braga PFL
Presentes de Paraiba : 5
PERNAMBUCO
Armando Monteiro PMDS
Clementino Coelho PPS PDTIPPS
Eduardo Campos PSB PSS/PCDOB
Inocêncio Oliveira PFL
Joilo Colaço PSDB
Luiz Piauhylino PSDS
Marcos de Jesus PL PLlPSL
Pedro Corrêa PPB
Pedro Eugênio PT
Sérgio Guerra PSOS
Severino Cavalcanti PPB
Presentes de Pernambuco : 11
ALAGOAS
Augusto Farias PPB
Helenildo Ribeiro PSOS
João Caldas PL PLlPSL
José Thomaz Nonô PFL
Lui./: Dantas PTS
Olavo Calheiros PMOB
Presentes de Alagoas : 6
SERGIPE
Cleonâncio Fonseca PPB
Tânia Soares PCdoB PSB/PCOOB
Presentes de Sergipe : 2
BAHIA
Aroldo Cedraz PFL
Eraldo Tinoco PFL
Eujácio Simões PL PLlPSL
Félix Mendonça PTS
Francistônio Pinto PFL
Geddel Vieira Lima PMOB
Gerson Gabrielli PFL
João Leão PPB
Jonival Lucas Junior PMOB
.\hril d.., 2002 DI.\RIO DA C.\MARA DOS ))EPlJIA))OS QUlllla-kira 11 15541
PARANÁ
Abelardo Lupion PFL
Affonso Camargo PSDB
Alex Canziani PSDB
Hermes Parcianello PMDB
José Carlos Martinez PTB
Luciano Pizzatto PFl
Max Rosenmann PMDB
Padre Roque PT
Santos Filho PFL
Presentes de Paraná : 9
Abril d~ 2002 UL\RIO U.\ CAMARA UOS UI:I'UL\I)OS 0uínta-feml 11
SANTA CATARINA
Antônio Carlos Konder Reis PFL
Gervésio Silva PFL
João Matos PMDB
Leodegar Tiscoski PPB
Luci Choinacki PT
Presentes de Santa Catarina : 5
RIO GRANDE DO SUL
Airton Dipp POT PDT/PPS
Cezar Schirmer PMDB
Esther Grossi PT
Fioravante PT
Marcos Rolim PT
Mendes Ribeiro Filho PMDB
Pompeo de Mattos PDT PDT/PPS
Presentes de Rio Grande do Sul 7
Total de Ausentes: 4
DISTRITO FEDERAL
Agnelo Oueiroz PCdoB PSB/PCDOB
Total de Ausentes: 1
GOIÁS
Luiz Bittencourt PMDB
Zé Gornes da Rocha PMDB
Total de Ausentes: 2
PARANA
Basilio Villani PSDB
Dr. Rosinha PT
Total de Ausentes: 2
SANTA CATARINA
Hugo Bíehl PPB
Total de Ausentes: 1
RIO GRANDE DO SUL
Enio Bacci PDT PDT/PPS
Júlio Redecker PPB
Nelson Proença PPS PDT/PPS
Paulo José Gouvêa PL PUPSL
Total de Ausentes: 4
o SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Encerro a expansão da oferta de energia emergencial e dá ou-
sessão, convocando outra, Extraordinária, para hoje, tras providências. Pendente de parecer da Comissão
quarta-feira, dia 10, às 20 horas e 9 minutos, com a se-
guinte Mista do Congresso Naciuonal.
ORDEM DO DIA Prazo na Comissão Mista: 20-2-02
Matéria sujeita a disposições especiais Prazo na Câmara: 06-3-02
MEDIDA PROVISÓRIA N° 14, DE 2001 Prazo para sobrestar a pauta: 24-3-02
(Do Poder Executivo)
Continuação da Votação, em turno único, da
Medida Provisória n° 14, de 2001 , que dispõe sobre a (Encerra-se a sessão às 20 horas e 6 minutos.)
.\bríl .I.: 2002 mARIO IH ('AMAR\ DOS DEPUTADOS (,)uinta-kira li 1:':'4:'
PartIdo Bloco
RORAIMA
Luciano Castro PFL
Luis Ba.-bosa PFL
Robêrlo Araújo PL PL/PSL
Salomão Cruz PFL
Pre.....ntes de Roraima : 4
AMAPÁ
Antonio Feijão PSOB
Badu Picanço PL PL/PSL
Or-_ Benodito Dias PPB
Eduardo Seabra PTB
Sérgio Barcellos PFL
Presentes de Amapá : 5
PARÁ
Anlvaldo Vale PSOB
Asdrubal Bentes PMOB
Oeusdeth PantoJa PFL
Gerson Peres PPB
Josué Hengtson PTB
NiciaR Ribeiro PSDB
Nilson Pinto PSOB
Paulo Rocha PT
Raimundo Santos PL PLlPSL
Reníldo Leal PTB
Socorro GonH~s PCdoB PSB/PCOOB
Zenaldo Coutinho PSDB
Presentes de Pará : 12
AMAZONAS
Atila Lins PFL
Francisco Garcia PFL
Sílas Cêrnara PTB
Presentes de Amazonas : 3
RONDONIA
Agnaldo Muniz PPS PDT/PPS
Contúclo Moura PMDB
Eurlpedes Miranda POT PDT/PPS
Marinha Raupp PMOB
Presentes de Rondonla : 4
ACRE
Ildefonço Cordeiro PSDB
Márcio BiUar PPS PDT/PPS
Marcos Afonso PT
Nilson Mourão PT
Sé'-gio Barros PSDI:3
Presentes de Acre : 5
A.bnl d..: 2002 DL\RIO DA ('A.MARA DOS DEPU lADOS QUlllla-lcira I1 I'i5'i')
Partido Bloco
TOCANTiNS
Antônio Jorge PTB
Darci Coelho PFL
Freire Júnior PMDB
João Ribeiro PFL
Pastor Amarildo PPB
Presentes de Tocantins: 5
MARANHÃO
Albérico Filho PMDB
Cesar Bandeira PFL
Costa Ferreira PFL
Gastão Vieira PMDB
João Castelo PSDB
José Antonio Almeida PSB PSB/PCDOB
Nice Lobão PFL
Pedro Fernandes PFL
Sebastião Madeira PSDB
Presentes de Maranhão : 9
CEARÁ
Adolfo Marinho PSDB
Anlbal Gomes PMDB
Arnon Bezerra PSDB
Eunício Oliveira PMDB
Inácio Arruda PCdoB PSB/PCDOB
Léo Alcântara PSDB
Mauro Benevides PMDB
Moroni Torgan PFL
Nelson Otoch PSDB
Pinheiro Landim PMDB
Raimundo Gomes de Matos PSDB
Roberto Pessoa PFL
Vicente Arruda PSDB
Presentes de Ceará : 13
PIAul
Átila Lira PSOB
B.Sá PSOB
Gessivaldo Isaias PMDB
Heráclito Fortes PFL
MussaOemes PFL
Paes Landim PFL
Themlstocles Sampaio PMDB
Wellington Dias PT
Presentes de Piaul : 8
RIO GRANDE DO NORTE
Ana Catarina PMOB
Henrique Eduardo Alves PMDB
Lavoisier Maia PFL
15560 Quinta-tcira II DL\RIO DA CA.MARA DOS DI':PlHADOS .\bril de 2002
Partido Bloco
Ney Lopes PFL
Presentes de Rio Grande do Norte : 4
PARAíBA
Adauto Pereira PFL
Armando Abllio PSDB
Avenzoar Arruda PT
Carlos Dunga PTS
Inaldo Leitão PSDB
Ricardo Rique PSDB
Presentes de Paraíba : 6
PERNAMBUCO
Armando Monteiro PMDB
Clementino Coelho PPS POTlPPS
Djalma Paes PSB PSB/PCDOB
Eduardo Campos PSB PSBIPCDOB
Inocêncio Oliveira PFL
João Colaço PSDS
Joel De Hollanda PFL
José Múcio Monteiro PSDS
Luiz Piauhylino PSDS
Maurílio Ferreira Lima PMDB
Osvaldo Coelho PFL
Ricardo Fiuza PPB
Sérgio Guerra PSDB
Presentes de Pernambuco: 13
ALAGOAS
Augusto Farias PPB
Givaldo Carimbão PSB PSBIPCOOB
Helenildo Ribeiro PSDB
Luiz Dantas PTB
Olavo Calheiros PMDB
Regis Cavalcante PPS POTIPPS
Presentes de Alagoas : 6
SERGIPE
Ivan Paixão PPS POT/PPS
Pedro Valadares PSB PSB/PCDOB
Presentes de Sergipe : 2
BAHIA
Claudio Cajado PFL
Eraldo Tinoco PFL
Eujácio Simões Pl PUPSl
Félix Mendonça PTB
Francistônio Pinto PFL
Gerson Gabrielli PFL
Jaime Fernandes PFl
Jairo Carneiro PFL
João Almeida PSDB
João Leão PPS
Ahnl de 2002 DL\RIO IH ('AMARA DOS DEPlJL\I)OS ()Uillta-kira II 15561
Partido Bloco
.. Jonival Lucas Junior PMOB
Jorge Khoury PFL
José Carlos Aleluia PFL
Jutahy Junior PSOB
Leur Lomanto PMDB
Luiz Alberto PT
Mário Negromonte PPB
Nilo Coelho PSOB
Paulo Magalhães PFL
Reginaldo Germano PFL
Roland Lavigne PMDB
Saulo Pedrosa PSDB
Ursicino Queiroz PFL
Presentes de Bahia : 23
MINAS GERAIS
Aécio Neves PSDB
Antônio do Valle PMDB
Cabo Julio PST
Carlos Melles PFL
Carlos Mosconi PSOB
Custódio Maltas PSOB
Danilo de Castro PSDS
Edmar Moreira PPB
Fernando Oinlz PMDB
Gilmar Machado PT
Ibrahlm Abi-AckeJ PPB
Jaime Martins PFL
Lael Varella PFL
Uncoln Portela PSL PUPSL
Márcio Reinaldo Moreira PPB
Marcos Uma PMDB
Maria Lúcia PMDB
Mário Assad Junior PL PUPSL
Mário de Oliveira PST
Odelmo Leão PPB
Olimpio Pires POT POT/PPS
Roberto Brant PFL
Romel Anizio PPB
Ronaldo Vasconcellos PL PUPSL
Saraiva Felipe PMDB
Sérgio Miranda PCdoB PSB/PCOOB
Silas Brasileiro PMOB
Presentes de Minas Gerais ; 27
EspíRITO SANTO
Feu Rosa PS08
Magno Malta PL PlIPSL
Nilton Baiano PPB
Ricardo Ferraço PPS PDT/PPS
Presentes de Espírito Santo ; 4
15562 Quinta-letra II DJ..\RIO IH ('AMARA DOS DEPUTADOS Abril de 2002
Partido Bloco
RIO DE JANEIRO
Aldir Cabral PFl
Almerinda de Carvalho PPB
Arolde de Oliveira PFl
Ayrton Xerêz PFl
Or. Heleno PSOB
Eber Silva PST
Francisco Silva PST
lédio Rosa PFL
Itamar Serpa PSOB
João Mendes PFL
Jorge Bitlar PT
Jorge Wilson PSOB
Luiz Ribeiro PSOB
Luiz Sérgio PT
Márcio Fortes PSOB
MiriamReid PSB PSBIPCDOB
Roberto Jefferson PTS
Ronaldo Cezar Coelho PSOB
Rubem Medina PFL
Valdeci Paiva PSL PLlPSL
Vivaldo Barbosa POT POT/PPS
Wanderley Martins PSB PSB/PCOOB
Presentes de Rio de Janeiro :22
SÃO PAULO
Aloysio Nunes Ferreira PSOB
André Benassi PSOB
Antonio Kandir PSOB
Arlindo Chinaglia PT
Arnaldo Faria de Sá PTB
Amaldo Madeira PSOB
Bispo Wanderval PL PLlPSl
Chico Sardelli PFL
Cunha Bueno PPS
De Velasco PSL PLlPSL
Delfim Netto PPB
Or. Evilásio PSB PSB/PCDOB
DUllio Pisaneschi PTB
Gilberto Kassab PFL
Iara Bernardi PT
Jair Meneguelli PT
Jorge Tadeu Mudalen PMDB
José Anibal PSOB
José de Abreu PTN
José Oirceu PT
Julio Semeghini PSOB
Luiz Antonio Fleury PTB
Luiza Erundina PSB PSB/PCDOB
Abril de 2002 QUílllü-leml 11 l'i'i63
Partido Bloco
PARANÁ
Abelardo Lupion PFL
Airton Roveda PTB
Alex Canziani PSDB
Chico da Princesa PSDB
Dilceu Sperafico PPB
FlávioArns PT
Gustavo Fruet PMDB
Hermes Parcianello PMOB
Iris Simões PTB
José Janene PPB
Luciano Pizzatlo PFL
Luiz Carlos Hauly PSDB
Márcio Matos PTB
Max Rosenmann PMDB
Moacir Micheletlo PMDB
Nelson Meurer PPB
Odílio Balbinotti PSDB
Rafael Greca PFL
Ricardo Barros PPB
Rubens Bueno PPS PDTIPPS
Santos Filho PFL
Werner Wanderer PFL
Presentes de Paraná : 22
SANTA CATARINA
Antônio Carlos Konder Reis PFL
Edison Andrino PMDB
Eni Voltolini PPB
Leodegar Tiscoski PPB
Renato Vianna PMDB
Vicente Caropreso PSDB
Presentes de Santa Catarina : 6
Sala das Sessões, 27 de fevereiro de 2002. - Sala das Sessões, 26 de março de 2002. - De-
Fernando Coruja, Vice-Líder do Bloco Parlamentar putado Fernando Coruja, Vice-Líder do Bloco Parla-
PDT/PPS mentar PDT/PPS.
pagando o aluguel das máquinas, um total de R$ O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem VExa
281.377.000,00, para elas não serem usadas, para fi- a palavra.
carem à disposição na eventualidade de uso emer- O SR. WAGNER ROSSI (PMDB - SP Pela or-
gencia. Se forem utilizadas, o Brasil pagará a essa dem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o
empresa, que não tem sede, é ficção comercial, a ba- PMDB vota "sim".
gatela de R$ 427.100.000,00, por causa dos combus- O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL - PE. Pela
tíveis necessários, das despesas com pessoal e com ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o
a operação das usinas que vão compor a base do se- PFL vota "sim".
guro-apagão, fonte de energia emergencial para O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Os Srs.
atender essa possibilidade de risco. Deputados que forem pela manutenção do artigo per-
São coisas desse tipo que constam da medida maneçam como se encontram. (Pausa.)
provisória. Iniciativas desse porte não conhecemos, Está mantido o dispositivo.
não sabemos sequer a composição acionária da em- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Sobre a
presa, seu endereço, quanto custarão, de fato, esses mesa requerimento de destaque da bancada do Blo-
empreendimentos. No entanto, os contratos já estão co Parlamentar PSB/PCdoB:
montados. As empresas estão tendo alguns proble-
mas porque não conseguem instalar-se, não cum- Senhor Presidente,
prem os requisitos ambientais e as exigências de ins- Requeremos, nos termos do § 2° do art.
talação de usinas de tal porte. 161 do Regimento Interno, destaque para vo-
tação em separado das expressões: '80
Nós, que não defendemos a aprovação da medi-
kWhlrnês ou cujo consumo situe-se entre 80
da provisória, tentamos diminuir o prejuízo, apelando
e'; e 'neste caso, desde que observe o máxi-
para que seja acatado nosso destaque para votação
mo regional compreendido na faixa e não seja
em separado do art. 1°, com vistas à sua supressão. excluído da subclasse por outros critérios de
Vo~o a insistir: queremos que o Governo apresen- enquadra mento a serem definidos pela
te números e provas, argumentação consistente, que ANEEL', constantes do § 1° do art. 1° do PLV.
não venha com falácias, com suposição, pelo amor de Sala das Sessões, 10 de abril de 2002.
Deus, em nome do respeito mínimo que há de ter com a - Assina: Haroldo Lima, Líder do Bloco
verdade. Evidentemente, rola muito dinheiro, mas o mí- Parlamentar PSB/PCdoB.
nimo que se poderia exigir é seriedade no tratamento de O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Para en-
assuntos tão graves como este, que, lamentavelmente, caminhar a votação do destaque, concedo a palavra
está sendo tratado com irresponsabilidade, com o obje- ao Deputado Sérgio Miranda.
tivo de captar recursos para interesses privados e sabe O SR. SÉRGIO MIRANDA (Bloco/PCdoB - MG.
Deus a serviço de quem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, SI""" e Srs.
O SR. PEDRO EUGÊNIO - Sr. Presidente, peço Deputados, em seu substitutivo, o Deputado José
a palavra pela ordem. Carlos Aleluia buscou definir claramente o consumi-
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem VExa dor de baixa renda. A definição não constava do pro-
a palavra. jeto original. Estamos ampliando a isenção do consu-
midor de baixa renda para 220 quilowatts.
"O SR. PEDRO EUGÊNIO (PT - PE. Pela ordem.
Sr. Presidente, as mudanças feitas no substituti-
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, no que tan-
vo, que ampliam as concessões, não estão justifica-
ge à compra de energia, no caso de necessidade, o
das do ponto de vista financeiro, o que demonstra que
custo previsto é de cerca de 280 reais, enquanto o
os cálculos do projeto original não tinham consistên-
custo da energia termoelétrica está em torno de 60
cia objetiva. Se na Bahia o número de excluídos do
reais. Como se trata de contrato administrativo, a refe-
pagamento aumenta de 140 mil para mais de 1 mi-
rência jamais poderia ser o custo da escassez de
lhão, quem pagará o aumento do prejuízo, se as alí-
energia, em momento de crise, mas, sim, o custo téc-
quotas não foram alteradas? Quem arcará com a con-
nico, de produção das térmicas.
cessão e a fixação desse valor?
Esse é mais um elemento que nos leva a orien- Em virtude de não serem claros os objetivos,
tar nossa bancada a votar "não". nós, do Bloco Parlamentar PSB/PCdoB, ampliamos o
O SR. WAGNER ROSSI- Sr. Presidente, peço a conceito de isenção do consumidor de baixa renda
palavra pela ordem. para até 220 quilowatts de energia.
15'i70 (,luiuta-kira lI DIARfO IM ('AMARA DOS Dfil'lJTADOS Abnl d<; 2002
Muito obrigado. É inadmissível. Solicitamos, para que a injustiça
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Concedo não seja plena, a aprovação do destaque.
a palavra ao Sr. Deputado Sérgio Novais para enca- Muito obrigado.
minhar a favor do destaque. O SR. PROFESSOR LUIZINHO - Sr. Presiden-
O SR. SÉRGIO NOVAIS (Bloco/PSB - CE. Sem te, peço a palavra pela ordem.
revisão do orador.) - Sr. Presidente, S~. e Srs. Depu- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem V.Ex"
tados, apresentamos este destaque ampliando a a palavra.
isenção do consumidor de baixa renda em até 220 O SR. PROFESSOR LUIZINHO (PT - SP. Pela
quilowatts/hora porque o dado que temos a respeito ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, já es-
do reajuste tarifário é de que, de junho de 1994 a de- tão extorquindo a economia popular ao impor reajuste
zembro de 2001 , a população de baixa renda teve au- de 2,9% na tarifa de energia do consumidor residencial
mento de 308% na tarifa de energia. Muitos saíram e de 7,9% na da indústria. Tanto as indústrias quanto a
dessa faixa e tiveram aumento de 1.102%. Consumi- população já sofreram com o apagão. Houve quebra-
dores que permaneceram na classificação de baixa deira e desemprego. Agora querem atingir o consumi-
renda, consumindo de 31 até 100 quilowatts/hora, ti- dor mais pobre, aquele que tem menor renda. Até aí o
veram aumento de 194% na tarifa; aqueles que saí- projeto de conversão é duro: limita a isenção do consu-
ram dela tiveram reajuste de 404%. Consumidores de midor de baixa renda em 80 quilowatts ao mês.
101 a 200 quilowatts/hora, considerados de baixa O destaque pretende estabelecer que o consu-
renda, tiveram 159% de aumento; e consumidores mo abaixo de 220 quilowatts está isento. O que repre-
que saíram dela tiveram reajuste de 197%. senta 220 quilowatts de consumo? Quatro lâmpadas,
Ora, é o dobro da inflação no período. Portanto, o uma geladeira, banho de chuveiro para quatro pesso-
orçamento familiar está cada vez mais comprometido. as e, se possível, um televisor ou um rádio. É esse
O que significa o consumo de até 100 quilowatts/hora? consumidor que estamos querendo isentar.
A iluminação da casa e o funcionamento da geladeira, Vamos ver onde está a boa ação do Governo
principalmente para a população que não tem condi- para com o povo deste País.
ções de comprar lâmpadas econômicas. O PT vota "sim".
Portanto, a ampliação da isenção para consumi- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Vou sub-
dores de baixa renda, em até 220 quilowatts, pare- meter a votos as expressões destacadas.
ce-me fundamental. O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Os Srs.
Um Líder disse o seguinte: "Ora, se as empresas Deputados que forem pela manutenção das expres-
tinham a expectativa de arrecadar 32 bilhões de reais e sões permaneçam como se acham. (Pausa.)
só arrecadaram 23 bilhões, tiveram 9 bilhões de prejuí- São mantidas as expressões.
zo." Sr. Presidente, nunca ouvi esse discurso em favor A SRA. MIRIAM REID - Sr. Presidente, peço a
dos agricultores do Nordeste, que inúmeras vezes per- palavra pela ordem.
deram suas safras em virtude das intempéries. Quan- O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem VExa
tas vezes os produtores do Rio Grande do Sul, do Pa- a palavra.
raná e de Minas Gerais sofreram com as intempéries,
A SRA. MIRIAM REJO (Bloco/PSB - RJ. Pela or-
e nada parecido com isso aconteceu? Quantas vezes
dem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, que-
médicos adoecem, deixam de consultar por quinze
ro deixar registrado meu voto contrário.
dias e têm de arcar com o prejuízo? A lógica utilizada
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - V.Ex a se
para as multinacionais é outra. É um escândalo.
preferir pode encaminhar sua declaração de voto por
E alguém do Governo falou em sem-vergonhice. escrito à Mesa.
A expressão caberia muito bem para a votação da
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Sobre a
matéria, porque nunca vi tanta agressão aos pequeno
mesa o seguinte requerimento de destaque da Ban-
e médio consumidores, para proteger o grande capi-
cada do PT:
tal. O BNDES, em vez de proteger a sociedade brasi-
leira, está protegendo o grande capital internacional. Senhor Presidente,
O capital nacional não está aqui. Empresas multinaci- Requeremos, nos termos do art. 161,
onais usaram o discurso de aplicação de investimen- inciso I, e § 2°, do Regimento Interno da Câ-
tos na geração de energia, mas no primeiro espirro le- mara dos Deputados, destaque para vota-
varam mais de 20 bilhões de reais do povo brasileiro. ção em separado, com vistas à supressão
Abril de 2002 mARIU IH ('.\M.\RA DOS DEPlITADOS QUlllta-felra 11 15<,71
do art. 2° do Projeto de Lei de Conversão nema, que gera até 4.300 megawatts de energia hi-
apresentado à Medida Provisória n° 14, de drelétrica. Sabem por quanto foram privatizadas?
2001, que dispõe sobre a expansão da ofer- Dois bilhões compraram 40% de 4.300 megawatts de
ta de energia emergencial e dá outras provi- geração de energia hidrelétrica, a décima parte da
dências. energia termoelétrica.
Assinam: Professor Luizinho, Walter E agora, para alugar máquinas ultrapassadas
Pinheiro e Fernando Ferro, Vice-Líderes que geram 2.150 megawatts de energia, este Gover-
do PT; e Luciano Zica, PT. no incompetente e corrupto paga o absurdo valor de
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Conce- 7,5 bilhões, para não usá-Ias. Onde estão a decência
do a palavra ao Deputado Henrique Fontana para e os documentos, Sras. e Srs. Deputados?
encaminhar favoravelmente. Eu quero ver os contratos assinados sem licita-
o SR. HENRIQUE FONTANA (PT - RS. Sem ção nessa grande tramóia que está sendo feita com a
revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Depu- crise energética. Quero, Deputado Luiz Carlos Hauly,
a
tados, acabamos de votar medida provisória que é outra solução. E V.Ex perguntava qual seria a solu-
verdadeiro escândalo do ponto de vista ético e admi- ção. Vamos dizer às empresas privadas que peguem
nistrativo. Ela haverá de ser analisada em outras ins- o seu dinheiro privado e garantam os contratos que
tâncias, além do Legislativo. assinaram, porque o concessionário - conforme diz a
Ao encaminhar a votação desse destaque, preci- lei - deve garantir serviço em quantidade e qualidade
so recordar algumas coisas. Em 1995, a Maioria que por sua conta e risco. Dinheiro público, não. Quere-
"tratora" as votações do Congresso Nacional dizia que a mos mercado para as empresas privadas. Não quere-
privatização do setor elétrico seria o negócio do século, mos proteção pública para as empresas privadas.
que o dinheiro jorraria para dentro do Brasil, ampliando Elas devem jogar por sua conta e risco no mercado,
o parque energético. Qual foi o resultado imediato da Deputado Hauly.
privatização do setor elétrico? Em primeiro lugar, os in- Para os neoliberais, que querem mais mercado
vestimentos caíram, em média, de 13,1 bilhões de reais e menos Estado, é uma grande oportunidade.
por ano para 5,4 bilhões por ano. Segundo: a tarifa de O SR. FERNANDO FERRO - Sr. Presidente,
energia elétrica residencial aumentou 125% nesse pe- peço a palavra pela ordem.
ríodo, contra inflação de 52%. O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem VExa
Mas que belo negócio, Sr"-' e Srs. Deputados! a palavra.
Mesmo com o aumento da tarifa - mais do dobro da O SR. FERNANDO FERRO (PT - PE. Pela or-
inflação, Deputado José Carlos Aleluia, Relator da demo Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, V.Exa
medida provisória -, as empresas privatizadas que poderia nos informar quantos destaques há ainda so-
iam garantir o futuro do Brasil, energia farta e barata, bre a mesa para apreciação?
mais eficiente do que a produzida pelo setor público, O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Com a vo-
deixaram o País à beira do apagão. Perdemos empre- tação que faremos em seguida, temos mais três.
gos, riquezas e entramos em crise porque o setor pri-
vado é ineficiente para garantir energia elétrica ao O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Vou sub-
nosso País Para evitar o apagão, pediram ao povo meter a votos o seguinte dispositivo destacado:
brasileiro que diminuísse o consumo de energia. Di- Art. 2° Parcela das despesas com a
minuímos o consumo de energia. Depois que fomos compra de energia no âmbito do MAE, reali-
punidos, disseram o seguinte: "Agora vamos ter de zadas pelas concessionárias, permissionárias
aumentar a conta de energia que vocês pagam, por- e autorizadas de geração e de distribuição até
que consumiram menos energia." Vamos ser punidos dezembro de 2002, decorrentes da redução
pagando mais pelo consumo de energia. da geração de energia elétrica nas usinas
Montou-se um esquemão. Isso aqui é um segu- participantes do Mecanismo de Realocação
ro-eleição, para que o Governo alugue máquinas e de Energia - MRE e consideradas não deno-
garanta o suposto fornecimento de energia emergen- minados contratos iniciais e equivalentes, se--
cial. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o aluguel rão repassadas aos consumidores atendidos
das máquinas custa 7,5 bilhões, por 44 meses, mas pelo Sistema Elétrico Integrado Nacional, na
elas são vendidas a 2,5 bilhões. Vou dar exemplo fan- forma estabelecida por resolução da Câmara
tástico do que está acontecendo. Quando privatiza- de Gestão da Crise de Energia Elétrica -
ram a CESP, venderam também a Tietê e a Paranapa- GCE ou, extinta esta, da ANEEL.
15572 Quinla-Jeira 1I DlARIO DA ('AMARA DOS JWl'lJL\DOS .\bril ti.: 2002
§ 1° As despesas não alcançadas pelo Senhor Presidente,Requeremos, nos
dispositivo no caput serão objeto de transa- termos do art. 161, inciso I e § 20 do Regi-
ção entre os signatários dos denominados mento Interno da Câmara dos Deputados,
contratos iniciais e equivalentes, observada a destaque para votação em separado com
disciplina constante de resolução da ANEEL. vistas à supressão do art. 40 do Projeto de
§ 20 Do valor global adquirido, a parce- Lei de Conversão apresentado à Medida
la a ser rateada, mensalmente divulgada Provisória nO 14, de 2001, que dispõe sobre
pela ANEEL, será calculada pela diferença a expansão da oferta de energia emergenci-
entre o preço da energia no âmbito do MAE al e dá outras providências."
e o valor de R$0,04926/kWh. Assinam: Walter Pinheiro e Fernando
§ 30 O repasse será realizado sob a for- Ferro, Vice-Líderes do PT; e Luciano Zica,
ma de rateio proporcional ao consumo indivi- PT.
duai verificado e não se aplica aos consumi-
dores integrantes da Subclasse Residencial O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Conce-
Baixa Renda, nem àqueles cujo consumo do a palavra ao nobre Deputado Luciano Zica, para
mensal seja inferior a 350 kWh da classe Re- falar favoravelmente ao destaque.
sidencial e 700 kWh da Classe Rural. O SR. LUCIANO ZICA (PT - SP. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados, re-
o SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA - Sr. Presiden- queremos destaque para votação em separado do ar-
te, peço a palavra pela ordem. tigo que se refere à recomposição tarifária, a maior
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem VExa crueldade imposta por esta medida provisória ao
a palavra. povo brasileiro.
O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL - PE. Pela Os consumidores residenciais já pagam a maior
tarifa de energia do mundo. Era mais barata do que a
ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o
tarifa de São Francisco, na Califórnia, até muito pouco
PFL vota "sim".
tempo. Infelizmente, já quebramos o recorde mundial
O SR. GILMAR MACHADO - Sr. Presidente, das tarifas do setor.
peço a palavra pela ordem. O artigo coloca sobre os ombros do consumidor
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem VExa ato criminoso praticado pelo Governo brasileiro no
a palavra. momento da assinatura dos contratos de concessão
e de privatização das empresas de energia elétrica,
O SR. GILMAR MACHADO (PT - MG. Pela or-
ou seja, a inclusão do Anexo V, Deputado Fernando
dem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a jor- Gabeira, fato que V.Ex a denunciou à Comissão Mista
nalista da Rede Globo que acompanha a sessão co- por várias vezes. O Anexo estabelece, caso a pers-
mentou que a votação foi simbólica e não percebeu pectiva de venda de energia pelas distribuidoras seja
que foi nominal, talvez pela pressa em fazer a matéria. reduzida em mais de 20%, o direito a reivindicarem in-
As pessoas deveriam prestar mais atenção nas vota- denização pela energia que não venderam.
ções feitas aqui. Ora, qual país do mundo assegura ao empresá-
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - É verda- rio, à custa do dinheiro público, o lucro de sua ativida-
de, Deputado Gilmar Machado. VExa tem razão. de? Ao aprovar o aumento de 2,9% para o consumi-
dor residencial e de 7,9% para o empresário, estamos
O SR. GILMAR MACHADO - Sr. Presidente, cha- punindo duplamente o povo brasileiro: por ter colabo-
mo a atenção de todos os Parlamentares para que não rado com a política governamental de racionamento
tenham pressa e examinem com cuidado nosso desta- de energia, dando um prêmio àqueles que deveriam
que, votando "não", pela supressão do art. 2° ter investido no setor; e estamos punindo os que per-
Muito obrigado. deram o emprego.
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Os Srs. É bom lembrar que após o processo de privati-
Deputados que forem pela manutenção do artigo per- zação os consumidores de baixa renda perderam o
direito à isenção. Aqueles que tinham direito ao efeito
maneçam como se encontram. (Pausa.)
cascata, em virtude do consumo, também o perde-
Está mantido o dispositivo. ram. Isso foi feito para premiar as empresas privadas.
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Sobre a E agora, depois de o próprio BNDES confessar
mesa o seguinte requerimento de Destaque da Ban- que o balanço das empresas em 2001 apresentou lu-
cada do PT: cro médio 33% maior do que o que tiveram em 2000,
.\bril til: 2()()2 DIA RIO IH CAM.\R.\ DOS lWPlJTADOS QU1lJta-feira 11 15571
sem o racionamento, vamos impor ao povo brasileiro O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Deputado
aumento brutal na tarifa de energia. Dr. Hélio, antes da orientação da bancada, havia aqui,
É importante percebermos que o volume total alerta-me o Secretário-G.eral da. Mesa, uma inscriçã?
de energia que as concessionárias deixaram de ven- parlamentar para encamln~ar .alnda _contra o requen-
der - 26 milhões de megawattslhora -, ao preço mé- mento. DepoiS pas~remos a onentaçao das bancadas.
dio de 122 reais o megawatt, chegaria ao total de 3,1 O SR. DARCISIO PERONDI - Sr. Presidente,
bilhões de reais. Destes, admitamos, com exagero, peço a palavra para encaminhar contrariamente ao
que 1 bilhão fosse o lucro. Portanto, o lucro cessante destaque.
máximo aceitável para discutir seria de 1 bilhão, e o O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem V. Exa
BN~E~ já liberou 7,5 bilhões. Agora, cabe ao povo a palavra.
braSileiro pagar a conta. O SR. DARCíSIO PERONDI (PMDB - RS. Sem
Os governis~as hão de ?izer que as empresas revisão do orador.) - Sr. Presidente, não dá para acei-
compraram energIa a 700 reais ~ megawatt, mas, ao tar a irresponsabilidade e a incapacidade de quem diz
~esmo tempo, comprar~m energia de Furnas a 20 r~- para todo o Brasil que não houve obediência à Lei das
ais e compraram energia velha a 15, 20 ou 25 reaiS, Licitações. E esse pessoal quer governar o País!
perfazendo mix m~io muit? ba.ixo. Agora, impõem ~o Está à disposição na Internet. O Sr. Mário Miran-
nosso.povo, que esta sem drnhelro p~ra compr~r o leite da, Diretor-Geral da ANEEL, disse aos Líderes do PI,
das ~nanç~s, o pagament~ de quantia que sera doada no gabinete da Liderança do Governo, como foi feito o
aos Investidores est~an~elro~: CUjO~ ,lucros aumenta- processo licitatório. S.Exas. baixaram a cabeça. E
ram brutalmente deVido a polltlca tanfana do Govemo. agora os Deputados do PT voltam a atacar a sobrie-
Vamos impor aos cidadãos aumento de tarifa, o dade do processo.
que vai prejudicar o ~er~ado de trabalho, reduzir pos- É nojento, Sr. Presidente! O povo brasileiro está
tos de se~lço na rndustna e agravar a Vida das pesso- vendo o que acontece aqui e saberá distinguir a ver-
as. Tudo ISSO para presentear as empresas pnvadas. dade. Tudo foi feito com clareza: foi criado o plano
Lembro a todos os Srs. Deputados que, embora emergencial que os senhores da Oposição cobraram
a Rede Globo tenha dito que a votação anterior foi do Governo no passado e hoje estão negando. Só
simbólica, caso percamos, pretendemos solicitar veri- para angariar votos, estão dizendo inverdades ao
ficação de votação, para que o povo brasileiro saiba, povo brasileiro.
neste ano de eleição, quem são os responsáveis pela Se a medida provisória, tão bem relatada pelo
manutenção da política irresponsável que penaliza os brilhante Deputado José Carlos Aleluia, fosse rejei-
pobres para beneficiar os ricos. Esta tem sido, infeliz- tada 2 5 milhões de famílias do interior brasileiro fi-
mente, a opção dos responsáveis pelo setor de ener- cari~m'sem energia. A obrigatoriedade da universa-
gia elétrica do Brasil. Repito o alerta: mesmo que ~ lização do fornecimento de energia elétrica fará
imprensa omita o resultado da votação, estaremos dl- com que as concessionárias levem luz às localida-
vulgando e mostrando diariamente ao cidadão a lista des remotas.
dos responsáveis pelo aumento das tarifas. Os Deputados do PT não observaram que isso
Muito obrigado, Sr. Presidente. estava em jogo. Digo aos agricultores que não dis-
O SR. JOÃO MAGNO - Sr. Presidente, peço a põem de energia elétrica que tais Deputados não a
palavra pela ordem. querem ver fornecida. Eles também se posicionaram
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem V.Ex a contrariamente à aprovação do Programa Estadual
a palavra. de Eletrificação Rural - PROLUZ e do Programa Na-
O SR. JOÃO MAGNO (PT - MG. Pela ordem. ci?n~1 de Iluminação Pública Efici~nte - RELUZ~ Tam-
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a Medida b:m Informo a~s m~r~dores das cld~des que nao dls-
Provisória n° 14 é nociva e mal explicada. Ouvimos P?em de ~,nergla eletnc~ que o PT na~ quena o !o~n_e-
vários governistas hoje, durante o longo debate da Cimento, ja que encaminhou a votaçao pela rejelçao
matéria, e nos parece, claramente, que não há trans- deste último programa.
parência, às vésperas de eleições. É preciso ressaltar que as cooperativas de ener-
Portanto, o Partido dos Trabalhadores encami- gia elétrica foram protegidas, e não a CEE do Rio
nha o voto "não" ao requerimento. Grande do Sul, empresa preguiçosa que não se utili-
O SR. DR. HÉLIO - Sr. Presidente, peço a pala- za da Reserva Global de Reversão - RGR para levar
vra para encaminhar a votação, em nome do Bloco luz a 80 mil agricultores gaúchos. O relatório do Depu-
Parlamentar PDT/PPS. tado José Carlos Aleluia permite o fornecimento de
1:'\574 Quinta-tCira lI DIARIO IH ('AMARA DOS DEPUrADOS Abril de 2002
LISTAGEM DE VOTAÇÃO
Resulladft da Votaçjjo
Sim 248
Não 130 Orientação
Abstenção 4 PFL -Sim
PSOB-Sim
Total da Votação 382 PMOB-Sim
PT -Não
PP8-Sim
PTS·Sim
llOT/PPS - Não
Art. 17
PUPSL -Não
PSBIPCOOB - Não
Total Quorum 383 PST-Sim
GOV.-Sim
Obstrução 2
Total Roraima : 6
AMAPÁ
Antonio Feijão PSDB Sim
Badu Picanço Pl PUPSl Sim
Dr. Benedito Dias PPB Sim
Eduardo Seabra PTB Sim
Evandro Milhomen PSB PSB/PCOOB Não
Jurandil Juarez PMDB Sim
AMAPA
SérgiO Barcellos PFl Sim
Total Amapá' 7
PARÁ
Anivaldo Vale PSOB Sim
Asdrubal Bentes PMDB Sim
Babá PT Não
Deusdeth Panloja PFl Sim
Elcione Barbalho PMDB Sim
Gerson Peres PPB Sim
Giovanni Queiroz POT PDT/PPS Nilo
Josué Benlltson PTB Não
NIlson Pinto PSOB Sim
Raimundo Santos PL PUPSL Não
Socorro Gomes PCdoB PSB/PCDOB Não
Vic Pires Franco PFl Sim
Zenaldo Coutinho PSDB Sim
Total Pará: 13
.'\bril de 2002 D\.\RIO D.\ C.\MAR.\ DOS DI:PlJTADOS Quillta-feir<l 11 155XI
Partido Bloco Voto
AMAZONAS
Arthur Virgilio PSOB Sim
Átila Lins PFL Sim
Francisco Garcia PFL Sim
Silas Câmara PTB Sim
Total Amazonas: 4
" RONDONIA
Agnaldo Muniz PPS PDT/PPS Não
Confúcio Moura PMOB Sim
Euripedes Miranda POT PDT/PPS Não
Marinha Raupp PMDB Não
Total Rondonia : 4
ACRE
IIdefonço Cordeiro PSOB Sim
Márcio Bittar PPS PDT/PPS Não
Marcos Afonso PT Não
Nilson Mourão PT Não
Sérgio Barros PSOB Sim
Total Acre: 5
TOCANTINS
Antônio Jorge PTB Sim
Darci Coelho PFL Sim
Freire Júnior PMDB Sim
João Ribeiro PFL Sim
Pastor Amariido PPB Sim
Paulo Mourão PSOB Sim
Total Tocantins: 6
MARANHÃO
Albérico Filho PMDB Sim
Costa Ferreira PFL Sim
Gastão Vieira PMOB Sim
João Castelo PSDB Sim
José Antonio Almeida PSB PSB/PCOOB Não
Neiva Moreira por PDTlPPS Nao
Nice LoMo PFL Sim
Pedro Fernandes PFL Não
Pedro Novais PMDB Sim
Roberto Rocha PSOB Sim
Sebastião Madeira PSDB Sim
Total Maranhão: 11
CEARÁ
Adolfo Marinho PSDB Sim
Aníbal Gomes PMOB Sim
Arnon Bezerra PSDB Sim
Eunício Oliveira PMDB Sim
José Unhares PPB Sim
José Pimentel PT Não
Léo Alcântara PSDB Sim
Marcelo Teixeira PMDB Sim
Mauro Benevides PMOB Sim
Moroni Targan PFL Não
Nelson Otoch PSDB Sim
Pimentel Gomes PPS PDT/PPS Não
Pinheiro Landim PMDB Sim
Raimunoo Gomes de MaIos PSOB Sim
Rommel Feijó PSOB Sim
Sérgio Novais PSB PSB/PCDOB Não
Vicente Arruda PSDB Sim
Total Ceará: 17
15582 QUlIIta-1Cira 1i mARIO DA ('AMARA DOS DEPUTADOS Abril de 2{)()2
Pjlrtido Bloco Voto
PIAuí
BSá PSDB Sim
Ciro Nogueira PFL Sim
Gessivaldo Isaias PMDB Sim
Heráclito Fortes PFL Sim
Marcelo Castro PMDB Sim
Paes Landim PFL Sim
Themístocles Sampaio PMDB Sim
Welllngton Dias PT Não
Total Piauí: 8
RIO GRANDE DO NORTE
Ana Catarina PMDB Sim
Cartas Alberto Rosado PFL Sim
HenriQue Eduardo Alves PMOB Sim
Total Rio Grande do Norte: 3
PARAIBA
Adauto Pereira PFL Sim
Armando Abllio PSDB Sim
Avenzoar Arruda PT Não
Carlos Dunga PTB Sim
Damião Fellciano PMDB Sim
Domiciano Cabral PSDB Sim
Efraim Morais PFL Sim
Inaldo Leitão PSDB Sim
Marcondes Gadelha PFL Sim
Total Paraíba: 9
PERNAMBUCO
Armando Monteiro PMDB Sim
Carlos Batata PSDB Sim
Clementino Coetho PPS PDTIPPS Sim
Djalma Paes PSB PSBIPCDOB Não
Eduardo Campos PSB PSBIPCDOB Não
Fernando Ferro PT Não
Inocêncio Oliveira PFL Sim
João Colaço PSDB Sim
Joel De Hollanda PFL Sim
José Múcio Monteiro PSDB Sim
Luiz Piauhylino PSDB Sim
Maurilio Ferreira Lima PMDB Sim
Osvaldo Coelho PFL Sim
Pedro Corrêa PPB Sim
Pedro Eugênio PT Não
Ricardo Fiuza PPB Sim
Sérgio Guerra PSDB Sim
Total Pernambuco: 17
ALAGOAS
Augusto Farias PPB Não
Glvaldo Carimbão PSB PSBIPCDOB Não
Helenildo Ribeiro PSD8 Sim
João Caldas PL PLlPSL Não
José Thomaz Nonõ PFL Sim
Luiz Dantas PTB Sim
Olavo Calheiros PMOB Sim
Regis Cavalcante PPS PDTIPPS Não
Total Alagoas: 8
SERGIPE
Cleon!lncio Fonseca PPB Sim
Ivan Paixão PPS PDT/PPS Não
Jorge Alberto PMDB Não
Pedro Valadares PSB PSBIPCDOB Não
Abnl de 2()()2 DL\RIO DA ('i\MAR.\ DOS DFPUTADOS Quinta-feira l1 1~5R3
BAHIA
Aroldo Cedraz PFL Sim
Claudio Cajado PFL Sim
Coriolano Sales PMDB Sim
Eraldo Tinoco PFL Sim
Eujácio Simões PL PUPSL Sim
Félix Mendonça PTB Sim
Francistônio Pinto PFL Sim
Geddel Vieira Lima PMDB Sim
Gerson Gabrielli PFL Sim
Haroldo Lima PCdoB PSB/PCOOB Não
Jaime Fernandes PFL Sim
.Jairo Carneiro PFL Sim
João Almeida PSDB Sim
João Leão PPB Sim
Jonival Lucas Junior PMDB Sim
Jorge Khoury PFL Sim
José Carlos Aleluia PFL Sim
José Rocha PFL Sim
Jutahy Junior PSDB Sim
Leur Lomanto PMDB Sim
Luiz Alberto PT Não
Luiz Moreira PFL Sim
Mario Negromonte PP8 Sim
Nilo Coelho PSOB Sim
Paulo Magalhães PFL Abstenção
Reginaldo Germano PFL Sim
Roland Lavigne PMOB Sim
Saulo Pedrosa PSDB Sim
Ursicino Queiroz PFL Sim
Waldir Pires PT Não
Yvonilton Gonçalves PFL Sim
Total Bahia: 31
MINAS GERAIS
Aécio Neves PSOB Art. 17
Antônio do Valle PMOB Não
Aracely de Paula PFL Sim
Bonifácio de Andrada PSDB Sim
Cabo Júlio PST Sim
Carlos Mel/es PFL Sim
Carlos Mosconi PSDB Sim
Custódio Mattos PSDB Sim
Danilo de Castro PSD3 Sim
Eamar Moreira PPB Sim
Eliseu Resende PFL Sim
Fernando Diniz PMOB Sim
Genésio Bernardino PMDB Sim
Gilmar Machado PT Não
Glycon Terra Pinto PMDB Sim
Herculano AnQhinetli PPB Sim
Ibrahim Abi-Ackel PPB Sim
Jaime Martins PFL Sim
João Magno PT Não
Lael Varella PFL Sim
Lmcoln Portela PSL PUPSL Não
Márcio Reinaldo Moreira PPB Sim
Marcos Lima PMOB Não
15584 Quinta-teira II D/ARIO DA C\tvIARA DOS DEPUL\J)OS Ahril de 2002
Total Goibs : 13
MATO GROSSO DO SUL
Ben-Hur Ferreira PT Não
Dr, Antonio Cruz PMDB Não
João Grandão PT Não
Marçal Filho PMDB Não
Nelson Trad PTS Sim
Pedro Pedrossian PPB Não
Waldemir Moka PMDB Não
Total Mato Grosso do Sul; 7
PARANÁ'
Abelardo Lupion PFL Sim
Airton Roveda PTS Sim
Alex Canziani PSOB Sim
Chico da Princesa PSOB Sim
Oilceu Sperafico PPS Sim
Flávio Arns PT Não
Gustavo Fruet PMDB Sim
Hermes Parcianello PMOB Sim
Iris Simões PTS Sim
Abnl d~ 2002 I)L\RIO IH C\MARA DOS I)I:PlJ L\I)OS (Juillla-kira 11 1'i'iX7
Partido Bloco Voto
José Borba PMDB Sim
José Carlos Martinez PTB Sim
José Janene PPB Sim
Luciano Pizzalto PFL Sim
Luiz Carlos Hauly PSDB Sim
Márcio Matos PTB Sim
Max Rosenmann PMDB Sim
Moacir Mícheletto PMDB Sim
Nelson Meurer PPB Sim
Odilio Balbinotti PSOB Sim
Oliveira Filho PL PUPSL Não
Rafael Greca PFL Sim
Ricardo Barros PPB Sim
Rubens Bueno PPS PDT/PPS Não
Santos Filho PFL Sim
Werner Wanderer PFL Sim
Total Paraná: 25
SANTA CATARINA
Antônio Carlos Konder Reis PFL Sim
Carlito Merss PT Não
Edinho Bez PMOB Sim
Edison Andrino PMOB Sim
Fernando Coruja PDT PDTIPPS Não
João Matos PMDB Sim
João Pizzolalti PPB Sim
Leodegar Tiscoski PPB Sim
Luci Choinacki PT Não
Paulo Gouvêa PFL Sim
Renato Vianna PMOB Sim
Seraflm Venzon PDT POTIPPS Não
Vicente Caropreso PSOB Sim
Total Santa Catarina: 13
RIO GRANDE DO SUL
Airton Dipp PDT PDTlPPS Não
Alceu Collares PDT PDTIPPS Não
Ary José-Vanazzi PT Não
Augusto Nardes PPB Sim
Beto Albuquerque PSB PSB/PCDOB Não
Cezar Schirmer PMDB Não
Darcísio Perondi PMDB Sim
Edir Oliveira PTB Sim
Esther Grossi PT Não
EZldío Pinheiro PSB PSB/PCDOB Não
Felter Junior PPB Sim
Germano RiQotto PMDB Não
Henrique rontana PT Não
Luis Carlos Heinze PPB Sim
Marcos Rolim PT Não
Mendes Ribeiro Filho PMDB Não
Osmar Terra PMDB Sim
Paulo Paim PT Não
Pompeo de Mattos POT PDT/PPS Não
Roberto Argenta PHS Sim
Tarcisio Zimmermann PT Não
Telmo Kirst PPB Sim
Wilson CiQnachi PMDB Sim
Yeda Crusius PSDB Sim
Total Rio Grande do Sul: 24
I ~5XX Quinla-Icira lI DL\RIO DA (·Í\M.\R.\ DOS Dl~PlJTA[)OS Abril de 2002
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Sobre a claro que, no Brasil, o setor eletrointensivo, de grande
mesa Requerimento de destaque da Bancada do Blo- capital, tem a tarifa mais subsidiada do mundo. Temos
co Parlamentar PDT/PPS: contratos com a Alcoa e com a Ucan, que fornecem o
megawatt pela metade do preço praticado pela
Senhor Presidente,
CHESF ou pela Tucuruí.
Requeiro, nos termos do art. 161, inci-
so I, do Regimento Interno, destaque para Então, eu me pergunto: esse setor intensivo de
votação em separado do inciso I, § 1°, do capital pode absorver todo o impacto da correção,
art. 4° do Projeto de Lei de Conversão apre- para podermos livrar o cidadão desse reajuste? Por-
sentado pelo Deputado José Carlos Aleluia que esse reajuste já vai ser pequeno em cima do cida-
à Medida Provisória n° 14, de 2001 . dão, em cima da agricultura, pela ampliação da tarifa
social. E daríamos também uma resposta ao Deputa-
Sala das Sessões, 08 de abril de 2002.
do Sérgio Miranda: não estaríamos criando um pseu-
- Assinam: Clementino Coelho, Bloco Par-
dotributo para a população? Por que a indústria pode
lamentar PDT/PPS; e Ricardo Ferraço,
absorver isso? Porque o setor de eletrointensivos, Sr.
Vice-Líder do Bloco Parlamentar PDT/PPS.
Presidente, é bastante competitivo em termos de pro-
O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Conce- dutividade e tecnologia, e pode absorver os 7,9% ou
do a palavra, para encaminhar favoravelmente ao os 10% sem gerar desemprego.
destaque, ao Deputado Clementino Coelho. Não podemos assistir na Casa ao lobby do
O SR. CLEMENTINO COELHO (Bloco/PPS - grande capital, porque ele já foi privilegiado com a ta-
PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, S~ e rifa mais barata do mundo para eletrointensivos. O Ja-
Srs. Deputados, peço a atenção do Relator, Deputado pão e o Canadá fecharam suas fábricas de eletroin-
José Carlos Aleluia, assim como dos Deputados Mar- tensivos porque não suportaram mais dar subsídio à
eio Fortes, Luciano Zica, Fernando Gabeira e tantos energia. E as indústrias migraram para outros países
outros que se debruçaram sobre esse assunto e que para fazerem contratos de longo prazo e terem ener-
acompanharam, no decorrer do ano passado, a Co- gia mais barata.
missão Mista destinada ao acompanhamento do raci- Solicitei ao Relator, Deputado José Carlos Ale-
onamento de energia elétrica. As audiências públicas, luia, que apreciasse esse destaque para que o cida-
o material que recebemos, quer seja da ANEEL, dos dão e o agricultor não sejam onerados, não sejam
professores, da academia, da Oposição ou do Gover- chamados a pagar um novo tributo. Quem tem que
no, os dados que nos chegaram foram bastante subs- pagar essa conta é o setor da modernidade, que tem
tanciais para que fizéssemos, com esse destaque, se sido amparado pela política deste Governo. Ele tem
o Relator o permitir, uma adequação de redação. condições de absorver o incremento, porque tem mui-
No ápice do racionamento, foi revelado ao País ta gordura, muitos favores, muito subsídio e capacida-
que a tarifa residencial brasileira era a mais cara do de de absorver tecnologia e racionamento, sem a ne-
mundo, apesar de termos a matriz elétrica mais com- cessidade de repassar para seus produtos.
petitiva - a hidroeletricidade. O habitante do Rio de
Então, peço ao Relator, Deputado José Carlos
Janeiro ou de São Paulo pagava uma tarifa da matriz
Aleluia, que faça um grande acordo - aliás, esta foi a
hidrelétrica mais cara do que a praticada em Paris ou
palavra de S.Exa. e dos Deputados Sérgio Miranda,
Nova Iorque, que têm matriz termelétrica, que é muito
Luciano Zica e Henrique Fontana - no tocante a li-
mais cara.
vrarmos o consumidor residencial e do setor agrícola
Chegamos também à conclusão de que o setor deste ônus, que deve ser transferido para o setor pro-
industrial, sobretudo o setor de eletrointensivos, que dutivo, que recebe não o maior subsídio nacional.
é o setor do alumínio, do ferroliga e da siderurgia, mas o maior subsídio mundial em termos de produ-
possui um consumo igual ao do setor residencial bra- ção desses itens.
sileiro.
O SR. OLlMPIO PIRES - Sr. Presidente, peço a
O nobre Deputado José Carlos Aleluia, ao expli-
palavra pela ordem.
citar o que é tarifa social, citou o exemplo do Piauí,
onde mais de 90% estarão fora dessa ampliação. O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Tem VExa
Então, pergunto-me se ficou claro para a sociedade e a palavra.
para esta Casa que a tarifa residencial brasileira pro- O SR. OLlMPIO PIRES (Bloco/PDT - MG. Pela
porcionalmente é a mais cara do mundo e que ela tem ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na
subsidiado com desequilíbrio o setor produtivo. Ficou votação anterior, votei de acordo com o partido.
I,
REDAÇÃO FINAL:
§ 4° Até a efetiva liquidação das operações do
Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE, fica
REDAÇÃO FINAL DO PROJETO DE LEI DE autorizada a aquisição de energia elétrica e de
CONVERSÃO N° 3, DE 2002 recebíveis do MAE, bem como a contratação de
capacidade pela CBEE, como instrumentos do
Dispõe sobre a expansão da oferta
Programa Prioritário de Termeletricidade - PPT, na
de energia elétrica emergencial, recom-
forma estabelecida em ato do Poder Executivo.
posição tarifária extraordinária, cria o
Programa de Incentivo às Fontes Alterna- § 5° A regulamentação da ANEEL de que trata o
tivas de Energia Elétrica (PROINFA), a § 1°, referente aos consumidores com faixa de consu-
Conta de Desenvolvimento Energético mo mensal entre 80 e 220 kWh, será publicada no
(COE), dispõe sobre a universalização do prazo de até cento e oitenta dias e, ultrapassado este
serviço público de energia elétrica, dá prazo sem regulamentação, será estendido a eles
nova redação às Leis n° 9.427, de 26 de também o critério de enquadramento baseado exclu-
dezembro de 1996, n° 9.648, de 27 de sivamente no consumo mensal.
maio de 1998, nO 3.890-A, de 25 de abril § 6° Durante o prazo de que cuida o § 5°, fica
de 1961, n° 5.655, de 20 de maio de 1971, mantido o enquadramento eventualmente já existente
no 5.899, de 5 de julho de 1973, n° 9.991, e aplicável, em cada Região ou Concessionária, aos
1.:'.:'92 QULnla-kira II J)IÁRIO J)A ('AMARA. J)OS DEPUTADOS Abril de 2002
consumidores com faixa de consumo mensal entre 80 Interligado Nacional, mediante os seguintes
e 220 kwh. procedimentos:
§ YO Os consumidores com consumo médio mensal 1- na primeira etapa do programa:
inferior a 80 kWh que, em doze meses consecutivos, a) os contratos serão celebrados pela Centrais
tiverem dois consumos mensais superiores a 120 kWh Elétricas Brasileiras SA - ELETROBRÁS em até
deverão observar os critérios a serem estabelecidos na vinte e quatro meses da publicação desta Lei, para a
regulamentação prevista no § 1°. implantação de 3.300 MW de capacidade, em
§ 8° A CBEE poderá celebrar contratos de instalações de produção com inicio de funcionamento
opção de compra de energia elétrica com previsto para até 30 de dezembro de 2006,
consumidores industriais que, atendidos em tensão assegurando a compra da energia a ser produzida no
igualou superior a 138 kV, se disponham, pelo preço prazo de quinze anos, a partir da data de entrada em
variável que seria pago pela geração das usinas operação definida no contrato, observando o valor
térmicas emergenciais que seriam despachadas por piso definido na alínea b;
comando do Operador Nacional do Sistema - ONS, a b) a contratação a que se refere a alínea a deve-
reduzir seu consumo de energia em condições de rá ser distribuída igualmente, em termos de capacida-
montante e horários iguais, como opção prioritária em de instalada, por cada uma das fontes participantes
relação à operação das referidas usinas. do programa e a aquisição da energia será feita pelo
Art. 2° Parcela das despesas com a compra de valor econômico correspondente à tecnologia especí-
energia no âmbito do MAE, realizadas pelas fica de cada fonte, valor este a ser definido pelo Poder
concessionárias, permissionárias e autorizadas de Executivo, mas tendo como piso oitenta por cento da
geração e de distribuição até dezembro de 2002, tarifa média nacional de fornecimento ao consumidor
decorrentes da redução da geração de energia final;
elétrica nas usinas participantes do Mecanismo de c) o valor pago pela energia elétrica adquirida
Realocação de Energia - MRE e consideradas nos segundo a alínea b e os custos administrativos incor-
denominados contratos iniciais e equivalentes, será ridos pela ELETROBRÁS na contratação serão rate-
repassada aos consumidores atendidos pelo Sistema ados entre todas as classes de consumidores finais
Elétrico Interligado Nacional, na forma estabelecida atendidas pelo Sistema Elétrico Interligado Nacio-
por resolução da Câmara de Gestão da Crise de nal, proporcionalmente ao consumo individual verifi-
Energia Elétrica - GCE ou, extinta esta, da ANEEL. cado;
§ 1° As despesas não alcançadas pelo disposto d) a contratação das instalações de que trata
no caput serão objeto de transação entre os este inciso far-se-á mediante Chamada Pública para
signatários dos denominados contratos iniciais e conhecimento dos interessados, considerando, no
equivalentes, observada a disciplina constante de conjunto de cada fonte específica, primeiramente as
resolução da ANEEL. que já tiverem a Licença Ambiental de Instalação - LI
§ 2° Do valor global adquirido, a parcela a ser ra- e posteriormente as que tiverem a Licença Prévia
teada, mensalmente divulgada pela ANEEL, será cal- Ambiental - LP;
culada pela diferença entre o preço da energia no âm- e) no caso de existirem instalações com LI e LP
bito do MAE e o valor de R$0,04926/kWh. em número maior do que a disponibilidade de contra-
§ 3° o repasse será realizado sob a forma de ra- tação pela ELETROBRÁS, serão contratadas aque-
teio proporcional ao consumo individual verificado e las cujas licenças ambientais possuam menores pra-
não se aplica aos consumidores integrantes da Sub- zos de validade remanescentes;
classe Residencial Baixa Renda, nem àqueles cujo f) será admitida a participação direta de fabri-
consumo mensal seja inferior a 350 kWh da Classe cantes de equipamentos de geração, sua controlada,
Residencial e 700 kWh da Classe Rural. coligada ou controladora na constituição do Produtor
Independente Autônomo, desde que o índice de naci-
Art. 3° Fica instituído o Programa de Incentivo às
onalização dos equipamentos seja de, no mínimo,
Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA,
cinqüenta por cento em valor;
com o objetivo de aumentar a participação da energia
elétrica produzida por empreendimentos de II - na segunda etapa do programa:
Produtores Independentes Autônomos, concebidos a) atingida a meta de 3.300 MW, o desenvolvi-
com base em fontes eólica, pequenas centrais mento do Programa será realizado de forma que as
hidrelétricas e biomassa, no Sistema Elétrico fontes eólica, pequenas centrais hidrelétricas e bio-
:\bril de 2002 DI:\RIO DA ('AMAR.' DOS IJFPUL\IJOS QU1l1la-feira 11 155<)3
massa atendam a dez por cento do consumo anual de o Poder Executivo, a cada cinco anos de implantação
energia elétrica no País, objetivo a ser alcançado em dessa Segunda Etapa, transferir para as outras fontes
até vinte anos, aí incorporados o prazo e os resulta- o saldo de capacidade de qualquer uma delas, não
dos da primeira etapa; contratada por motivo de falta de oferta dos agentes
b) os contratos serão celebrados pela interessados;
ELETROBRÁS, com prazo de duração de quinze i) o valor pago pela energia elétrica adquirida e os
anos e preço equivalente ao valor econômico corres- custos administrativos incorridos pela ELETROBRÁS
pondente a geração de energia competitiva, definida na contratação serão rateados entre todas as classes
como o custo médio ponderado de geração de novos de consumidores finais atendidos pelo Sistema Elétrico
aproveitamentos hidráulicos com potência superior a Interligado Nacional, proporcionalmente ao consumo
30.000 kWe centrais termelétricas a gás natural, cal- verificado.
culado pelo Poder Executivo; § 1° Produtor Independente Autônomo é aquele
c) a aquisição far-se-á mediante programação cuja sociedade não é controlada ou coligada de con-
anual de compra da energia elétrica de cada produtor, cessionária de geração, transmissão ou distribuição
de forma que as referidas fontes atendam o mínimo de de energia elétrica, nem de seus controladores ou de
quinze por cento do incremento anual da energia ~Iétri- outra sociedade controlada ou coligada com o contro-
ca a ser fomecida ao mercado consumidor nacional, lador comum.
compensando-se os desvios verificados entre o pre- § ° P d' P d E t' t'
. ' ,'.. 2 o era o o er xecu IVO au onzar a
VistO e realizado de cada exerCICIO, no subsequente; ELETROBRA'S I' t t - P d t
. .,. a rea Izar con ra açoes com ro u 0-
, . d) o produtor de energia altematlva fara JUs a ~m res Independentes que não atendam os requisitos do
credito complementar a ser mensal~ente satlsfeit? § 10, desde que o total contratado não ultrapasse a
com recursos da Conta de Desenvolvimento Energe- vinte e cinco por cento da programação anual e des-
tico - COE, calculado pela diferença entre o valor eco- t t - - It t' - d f rt d
, . .. sas con ra açoes nao resu e pre ençao e o e a e
nômico correspondente a tec~o.logla especifica de Produtor Independente Autônomo, observando-se,
cada fonte, valor este a ser definido pelo Poder Exe- d' 'I' . . t do
. . . . no caso e energia eo Ica, que na pnmelra e apa
cutlv~d'~as tendolcdomfo piSO oltentta por cento ~da tarf~- Programa o total das contratações pode alcançar até
fa me la naclona e orneclmen o ao consumi or 1- '.. t t
na I, e o va Ior rece b I·d o d a ELETROBRA'S ; clnquen a por cen o.
Art. 4° A ANEEL procederá à recomposição tari-
e) até o dia 30 de janeiro de cada exercício, os fária extraordinária prevista no Art. 28 da Medida Pro-
produtores emitirão um Certificado de Energia Re-
visória n° 2.198-5, de 24 de agosto de 2001 , sem pre-
novável - CER, em que conste, no mínimo, a qualifi-
juízo do reajuste tarifário anual previsto nos contratos
cação jurídica do agente produtor, o tipo da fonte de
de concessão de serviços públicos de distribuição de
energia primária utilizada e a quantidade de energia
energia elétrica.
elétrica efetivamente comercializada no exercício
anterior, a ser apresentado à ANEEL para fiscaliza- § 1° A recomposição tarifária extraordinária de
ção e controle das metas anuais; que trata o caput será implementada por meio de
aplicação às tarifas de fomecimento de energia elétri-
f) o Poder Executivo regulamentará os proce- ca, PtiU prazo e valor máximos a serem divulgados
dimentos e a ELETROBRÁS diligenciará no sentido por concessionária, em ato da ANEEL a ser publicado
de que a satisfação dos créditos complementares até 30 de agosto de 2002, dos seguintes índices:
de que trata a alínea d não ultrapasse trinta dias da
requisição de pagamento feita pelo agente produtor; I - até dois vírgula nove por cento, para os con-
sumidores integrantes das Classes Residencial, Ru-
g) na ordenação da contratação, que será pre- ral e iluminação pública;
cedida de Chamada Pública para conhecimento dos
11 - até sete vírgula nove por cento, para os de-
interessados, a ELETROBRÁS aplicará os critérios
mais consumidores;
constantes do inciso I, alíneas d, e e t, observando,
ainda, o prazo mínimo de vinte e quatro meses en- 111- até dois vírgula nove por cento para os con-
tre a assinatura do contrato e o início de funciona- sumidores que celebrarem contratos na forma previs-
mento das instalações; ta no § 8° do art. 1°
h) a contratação deverá ser distribuída igual- § 2° Não se aplicam os índices previstos no § 1°
mente, em termos de capacidade instalada, por cada à tarifa de energia elétrica devida pelos consumidores
uma das fontes participantes do programa, podendo integrantes da Subclasse Residencial baixa renda.
155')4 Quinta-Icira II D/.\RIO DA ("AMARA DOS DEPUTADOS Abril de 2002
§ 3° A recomposição tarifária extraordinária será nária estará condicionada, nos termos de resolução
aplicada tão-somente às áreas do Sistema Elétrico da ANEEL, à solução de controvérsias contratuais e
Interligado Nacional sujeitas, por disposição expressa normativas e à eliminação e prevenção de eventuais
de resolução da GCE, ao Programa Emergencial de litígios judiciais ou extrajudiciais, inclusive por meio de
Redução do Consumo de Energia Elétrica - arbitragem levada a efeito pela ANEEL;
PERCEE, e aos seguintes períodos: VI - a homologação da recomposição tarifária
1- desde 1° de junho de 2001 até 28 de fevereiro extraordinária estará condicionada à observância
de 2002, para os consumidores atendidos por meio pelo interessado do disposto no parágrafo único do
dos Sistemas Interligados das Regiões Sudeste, Art. 2° e no § 1° do Art. 6°, bem como à renúncia ou
Centro-Oeste e Nordeste; e desistência pelo interessado de qualquer pleito, judi-
11- desde 1° de julho de 2001 até 31 de dezem- cial ou extrajudicial, junto ao poder concedente ou
bro de 2001, para os consumidores dos Estados do aos agentes do setor elétrico relativo a fatos e normas
Pará e do Tocantins e da parte do Estado do Mara- concernentes ao PERCEE, à recomposição tarifária
nhão atendida pelo Sistema Interligado Norte. extraordinária de que cuida este artigo e ao disposto
§ 4° A recomposição tarifária extraordinária vi- nesta lei;
gorará pelo período necessário à compensação do VII - a homologação da recomposição tarifária
montante referido no § 9°, apurado pela ANEEL na extraordinária estará condicionada à adesão aos
forma de resolução da GCE, observados o prazo e acordos firmados entre os agentes do setor elétrico,
valor máximos fixados na forma do § 1° deste artigo. pela maioria qualificada das distribuidoras e gerado-
§ 5° A recomposição tarifária extraordinária es- ras sujeitas aos contratos iniciais e equivalentes, nos
tará sujeita a homologação pela ANEEL e observará termos de resolução da ANEEL.
as seguintes regras: § 6° Ficam as empresas públicas e as socieda-
I - a primeira parcela do montante a recompor des de economia mistas federais autorizadas a cele-
será homologada no prazo de quinze dias contados brar transações e a promover os atos necessários à
do cumprimento do disposto nos incisos IV a VII, con- solução de controvérsias contratuais e normativas
siderando-se os meses efetivamente apurados; prevista no inciso V do § 5° deste artigo, consideran-
I1 - a segunda parcela do montante a recompor do-se disponíveis os direitos sobre os quais recairão.
será homologada no prazo de até cento e oitenta dias, § 7° Não verificada a homologação no prazo
contados da extinção do PERCEE; previsto no § 5° deste artigo, a recomposição tarifária
111 - o detalhamento da metodologia, os prazos, extraordinária vigorará por doze meses e será abatida
a forma, as condições e o procedimento da recompo- integralmente no reajuste tarifário anual subseqüen-
sição tarifária extraordinária, em especial os requisi- te.
tos para sua homologação, serão estabelecidos em § 8° Os contratos iniciais e equivalentes, assim
resolução da ANEEL; reconhecidos em Resolução da ANEEL, serão adita-
dos para contemplar uma fórmula compulsória de so-
IV - a homologação da recomposição tarifária
lução de controvérsias, para que a ANEEL instaure ex
extraordinária será condicionada a pedido do inte-
officio, caso as partes não o façam em prazo deter-
ressado e à certeza, correção e consistência das in-
minado, os mecanismos de solução de controvérsias
formações a serem prestadas à ANEEL e por ela
existentes, sem prejuízo da atuação subsidiária da
elencadas e verificadas, inclusive as relativas a
ANEEL na arbitragem de controvérsias.
eventuais reduções de custos durante o raciona-
mento ou decorrentes de interpretação, explicitação § 9° A GCE estabelecerá os parâmetros gerais
e revisão de estipulações contratuais, que serão ob- da metodologia de cálculo do montante devido a cada
jeto de declarações, compromissos, termos aditivos interessado a título de recomposição tarifária extraor-
e transações entre as partes, em especial no que dinária, bem como diretrizes para a homologação da
concerne à parcela das despesas de que cuida o recomposição tarifária extraordinária, vedada a esti-
Art. 2° não alcançada por repasse aos consumido- pulação de critérios ou parâmetros cujos efeitos se-
res e aos excedentes dos contratos iniciais e equi- jam o de garantir receita bruta ou remuneração míni-
valentes, nos termos de resolução da ANEEL, ob- ma às concessionárias e permissionárias.
servadas as diretrizes previstas no § 9°; § 10. A recomposição tarifária extraordinária
V - para atender aos fins previstos no inciso IV, não constitui garantia de receita bruta nem de remu-
a homologação da recomposição tarifária extraordi- neração mínima às concessionárias e permissionári-
Abril de 2002 DIARIO DA ('AMARA DOS DFPU lADOS Quinta-feira II I "'il)'i
as, devendo para tanto abater-se do montante a re- as regras a serem fixadas pela GCE, a suprir a insufi-
compor eventuais reduções de custos que, a critério ciência de recursos, objeto da recomposição tarifária
da ANEEL, comprovadamente não se refiram a ga- extraordinária de que trata o Art. 4° desta lei, das con-
nhos de produtividade alheios ao PERCEE ou a even- cessionárias de serviços públicos de distribuição de
tuais postergações de custos em função de restrições energia elétrica e das empresas signatárias de con-
financeiras advindas da redução de receita, bem tratos iniciais e equivalentes, assim reconhecidos em
como deduzir ainda os efeitos estimados da expecta- resolução da ANEEL.
tiva de redução da atividade econômica sobre o con- § 1° O Banco Nacional de Desenvolvimento
sumo de energia elétrica. Econômico e Social - BNDES, por solicitação da
§ 11. O processo especial da recomposição tari- GCE, instituirá programa, com caráter emergencial e
fária extraordinária prevista neste artigo será realiza- excepcional, de apoio a concessionárias de serviços
do uma única vez, não constituindo, em hipótese al- públicos de distribuição, geração e produtores inde-
guma, instrumento permanente de alteração de tarifa pendentes de energia elétrica, signatários dos contra-
normal nem parcela componente das tarifas normais tos iniciais e equivalentes, assim reconhecidos em re-
para fins de futuros reajustes ou revisões tarifárias. solução da ANEEL.
§ 12. Não se aplicam os §§ 1° e 3° do art. 2° da § 2° Caso instituído, o programa a que se refere
Lei n° 10.192, de 14 de fevereiro de 2001 , ao disposto o § 1° observará as diretrizes fixadas pela GCE, sen-
neste artigo. do as demais condições estabelecidas pelo BNDES.
§ 13. A eficácia da recomposição tarifária extra- § 3° Fica autorizada a instituição de programa de
ordinária fica condicionada ao fiel cumprimento pelos financiamento destinado a suprir insuficiência de re-
interessados, individualmente considerados, de to- cursos a ser recuperada por meio do disposto no art.
das as obrigações por eles assumidas nos termos 6°, de acordo com diretrizes fixadas em ato da GCE.
desta Lei e à ausência de sua impugnação judicial ou § 4° Fica autorizada a concessão de financia-
extrajudicial pelos mesmos interessados. mentos incluídos nos programas de que trata este ar-
§ 14. A prática pelos interessados dos atos pre- tigo ou de acesso a operações de efeito financeiro
vistos neste artigo, em especial daqueles referidos equivalente a entidades cujo controle acionário per-
nos incisos IV a VII do § 5°, não acarretará ônus, en- tença a pessoas jurídicas de direito público interno ou
cargos, responsabilidades, desembolsos, pagamen- a suas subsidiárias ou controladas.
tos ou custos, de qualquer natureza, para o poder Art. 6° O mecanismo de que trata a Medida Provi-
concedente. sória n° 2.227, de 4 de setembro de 2001, deverá con-
§ 15. Fica autorizado o registro dos recebíveis ferir, mediante a incorporação dos efeitos financeiros,
da recomposição tarifária extraordinária de que trata tratamento isonômico às variações, verificadas em
este artigo em sistema centralizado de liquidação e todo o exercício de 2001, de valores de itens da "Par-
custódia autorizado pelo órgão federal competente. cela A" previstos nos contratos de concessão de distri-
§ 16. Os prazos e os valores máximos por con- buição de energia elétrica, desconsiderando, para os
cessionária a serem divulgados nos termos do § 1° fins deste artigo, variações daqueles itens eventual-
não poderão ser ampliados e a sua não divulgação mente ocorridas até 31 de dezembro de 2000.
implicará a imediata suspensão da cobrança da re- § 1° A aplicação do disposto no caput fica con-
composição tarifária, até que se cumpra o estabeleci- dicionada a pedido do interessado, que será instruído
do no § 1°, devendo a média ponderada dos prazos com:
referidos não exceder a setenta e dois meses. I - declaração de renúncia a qualquer direito,
§ 17. Sem prejuízo do disposto neste artigo, o pretensão, pleito judicial ou extrajudicial, bem como a
Poder Executivo poderá ajustar a forma de incidência desistência de qualquer demanda administrativa ou
e cobrança da recomposição tarifária extraordinária judicial em curso relativos às variações dos valores
dos consumidores industriais que celebrarem os con- dos itens integrantes da "Parcela A" desde a data da
tratos de que trata o § 8° do art. 1°, visando a manu- assinatura do respectivo contrato de concessão até a
tenção dos princípios e práticas concorrenciais. data de 26 de outubro de 2001 ;
Art. 5° Não se aplicam as vedações constantes 11 - declaração do interessado de que não reivin-
do art. 39 da Lei n° 4.131, de 3 de setembro de 1962, dicará revisão tarifária extraordinária relativa a fatos
às entidades oficiais de crédito público da União na ocorridos desde a assinatura do contrato de conces-
concessão de financiamentos destinados, conforme são até o dia 31 de dezembro de 2001;
155% Quinl<J-lcira II DL\RIO DA CAMARA DOS DFPlJTi\DOS Abril de 2002
111- assinatura pelo interessado dos atos, transa- Art. 10. Fica a União autorizada, à critério do Mi-
ções, renúncias, declarações e desistências referidos nistério da Fazenda, a prestar garantia nas operações
no Art. 4° e disciplinados em resolução da ANEEL. realizadas ao amparo do art. 49 da Medida Provisória
§ 2° A aplicação do disposto no caput está suje- nO 2.181-45, de 24 de agosto de 2001, e nas opera-
ita ao princípio da modicidade tarifária e será imple- ções de permuta, aquisição ou venda de créditos que
mentada, após verificação dos documentos de instru- vierem a ser celebradas entre o BNDES e as empre-
ção do pedido e homologação do montante pela sas estatais do setor elétrico, observado o disposto
ANEEL, ao longo de período flexível. no art. 40, § 1°, da Lei Complementar nO 101, de 4 de
§ 3° o disposto no caput não se aplica, em hipó- maio de 2001 .
tese alguma, a efeitos financeiros decorrentes de va- Art. 11. Fica a União autorizada, até o limite de
riações de valores de itens da "Parcela A" ocorridos R$7.500.000.000 (sete bilhões e quinhentos milhões
em exercícios anteriores a 2001. de reais), a emitir, sob a forma de colocação direta,
Art. 7° Fica a União autorizada a emitir títulos da em favor do BNDES, títulos da Dívida Pública Mobiliá-
Dívida Pública Federal, com características a serem ria Federal, cujas características serão definidas pelo
definidas pelo Ministro de Estado da Fazenda, direta- Ministro de Estado da Fazenda.
mente à CBEE, para dar cumprimento ao disposto no Parágrafo único. Em contrapartida aos títulos
§ 5° do art. 1° da Medida Provisória nO 2.209, de 29 de emitidos na forma deste artigo, o BNDES poderá utili-
agosto de 2001, os quais serão mantidos como ga- zar, a critério do Ministro de Estado da Fazenda e, pelo
rantia das operações que venham a ser contratadas valor presente, créditos detidos contra a BNDESPAR -
por aquela Empresa. BNDES Participações SA
§ 1° Fica autorizada a CBEE a contratar a Caixa Art. 12. O BNDES poderá recomprar da União, a
Econômica Federal - CAIXA como agente financeiro qualquer tempo, os créditos referidos no parágrafo
da operação. único do art. 11, admitindo-se a dação em pagamento
§ 2° Os títulos de que trata o caput deste artigo de bens e direitos de sua propriedade, a critério do
ficarão depositados em conta custódia na CAIXA. Ministro de Estado da Fazenda.
§ 3° o saldo das operações contratadas que po- Art. 13. Fica criada a Conta de Desenvolvi-
dem ser garantidas com títulos públicos federais, nos mento Energético - CDE, visando o desenvolvi-
termos do caputdeste artigo, não poderá ultrapassar mento energético dos Estados e a competitividade
o montante de R$11.000.000.000,00 (onze bilhões de da energia produzida a partir de fontes eólica, pe-
reais). quenas centrais hidrelétricas, biomassa, gás natu-
Art. 8° Honradas as garantias concedidas, a ral e carvão mineral nacional, nas áreas atendidas
União se sub-rogará nos créditos junto à CBE, pelo pelos sistemas interligados e promover a universa-
correspondente valor nominal dos títulos liberados. lização do serviço de energia elétrica em todo o ter-
§ 1° O ressarcimento de que trata o caput deste ritório nacional, devendo seus recursos, observa-
artigo deverá ser efetuado no prazo máximo de trinta das as vinculações e limites a seguir prescritos, se
dias a partir da liberação dos títulos e será atualizado destinarem às seguintes utilizações:
pela taxa média ajustada dos financiamentos diários I - para a cobertura do custo de combustível
apurados no Sistema Especial de Liquidação e Cus- de empreendimentos termelétricos que utilizem ape-
tódia - SELlC, acrescidos de encargos de zero vírgu- nas carvão mineral nacional, em operação até 6 de
la cinco por cento ao ano, dentre outras condições a fevereiro de 1998, e de usinas enquadradas no § 2°
serem estabelecidas pelo Ministério da Fazenda. do art. 11 da Lei n° 9.648, de 27 de maio de 1998,
§ 2° Em ressarcimento à garantia honrada pela situados nas regiões abrangidas pelos sistemas elé-
União, poderão ser aceitos, a critério do Ministério da tricos interligados e do custo das instalações de
Fazenda, pelo valor econômico, créditos de proprie- transporte de gás natural a serem implantados para
dade da CBEE. os Estados onde, até o final de 2002, não exista o
Art. 9° Fica a União autorizada a realizar aumen- fornecimento de gás natural canalizado, observadas
to de capital social da CBEE, até o valor de as seguintes limitações:
R$200.000.000,00 (duzentos milhões de reais), me- a) no pagamento do custo das instalações de
diante títulos da Dívida Pública Federal, com caracte- transporte de gás natural, devem ser deduzidos os
rísticas a serem definidas pelo Ministro de Estado da valores que forem pagos a título de aplicação do § r
Fazenda. deste artigo;
Ahril de 2()(j2 Dl:\RIO DA ('AMARA DOS lWl'lJl ADOS ()uinta-fcira 11 1))')7
b) para garantir setenta e cinco por cento do va- crescimento do mercado de cada agente, até o limite
lor do combustível ao seu correspondente produtor, que não cause incremento tarifário para o consumi-
mantida a obrigatoriedade de compra mínima de dor.
combustível estipulada nos contratos vigentes na § 4° A nenhuma das fontes eólica, biomassa,
data de publicação desta lei, a partir de 10 de janeiro pequenas centrais hidrelétricas, gás natural e carvão
de 2004, destinado às usinas termelétricas a carvão mineral nacional, poderão ser destinados anualmente
mineral nacional, desde que estas participem da oti- recursos cujo valor total ultrapasse a trinta por cento
mização dos sistemas elétricos interligados, compen- do recolhimento anual da COE, condicionando-se o
sando-se os valores a serem recebidos a título da sis- enquadramento de projetos e contratos à prévia verifi-
temática de rateio de ônus e vantagens para as usi- cação, junto à ELETROBRÁS, de disponibilidade de
nas termelétricas de que tratam os §§ 1° e 2° do art. recursos.
11 da Lei n° 9.648, de 27 de maio de 1998, podendo a
§ 5° Os empreendimentos a gás natural referi-
ANEEL ajustar o percentual do reembolso ao gera-
dos no inciso I do caput e a partir de fontes eólica, pe-
dor, segundo critérios que considerem sua rentabili-
quenas centrais hidrelétricas e biomassa que inicia-
dade competitiva e preservem o atual nível de produ-
rem a operação comercial até o final de 2006, pode-
ção da indústria produtora do combustível;
rão solicitar que os recursos do COE sejam antecipa-
11 - para pagamento ao agente produtor de
dos para os circo primeiros anos de funcionamento,
energia elétrica a partir de fontes eólica, térmicas a observando-se que o atendimento do pleito ficará
gás natural, biomassa e pequenas centrais hidrelétri- condicionado à existência de saldos positivos em
cas, cujos empreendimentos entrem em operação a cada exercício da COE e à não cumulatividade com
partir da publicação desta lei, da diferença entre o va- os programas PROINFA e PPT.
lor econômico correspondente à tecnologia específi-
ca de cada fonte e o valor econômico correspondente § 6° A COE terá a duração de vinte e cinco anos,
a energia competitiva, quando a compra e venda se fi- será regulamentada pelo Poder Executivo e movi-
zer com consumidor final; mentada pela ELETROBRÁS.
111 - para pagamento do crédito de que trata a § ]O Para fins de definição das tarifas de uso dos
alínea d do inciso 11 do art. 3°; sistemas de transmissão e distribuição de energia
IV - até quinze por cento do montante previsto elétrica, considerar-se-á integrante da rede básica de
no § 2°, para pagamento da diferença entre o valor que trata o art. 17 da Lei n° 9.074, de 7 de julho de
econômico correspondente à geração termelétrica a 1995, as instalações de transporte de gás natural ne-
carvão mineral nacional que utilize tecnologia limpa, cessárias ao suprimento de centrais termelétricas
de instalações que entrarem em operação a partir de nos Estados onde, até o final de 2002, não exista for-
2003, e o valor econômico correspondente a energia necimento de gás natural canalizado, até o limite do
competitiva. investimento em subestações e linhas de transmissão
equivalentes que seria necessário construir para
§ 1° Os recursos da COE serão provenientes
transportar, do campo de produção de gás ou da fron-
dos pagamentos anuais realizados a titulo de uso de
teira internacional até a localização da central, a mes-
bem público, das multas aplicadas pela ANEEL a con-
ma energia que ela é capaz de produzir no centro de
cessionários, permissionários e autorizados e, a par-
carga, na forma da regulamentação da ANEEL.
tir do ano de 2003, das quotas anuais pagas por todos
os agentes que comercializem energia com o consu- § 8° Os recursos provenientes do pagamento
midor final. pelo uso de bem público e das multas impostas aos
§ 2° As quotas a que se refere o § 1° terão valor agentes do Setor serão aplicados, prioritariamente,
idêntico àquelas estipuladas para o ano de 2001 me- no desenvolvimento da universalização do serviço
diante aplicação do mecanismo estabelecido no § 1° público de energia elétrica, na forma da regulamenta-
do art. 11 da Lei n° 9.648, de 27 de maio de 1998, de- ção da ANEEL.
duzidas em 2003,2004 e 2005, dos valores a serem Art. 14. No estabelecimento das metas de uni-
recolhidos a título da sistemática de rateio de ônus e versaização do uso da energia elétrica, a ANEEL fi-
vantagens para as usinas termelétricas, situadas xará, para cada concessionária e permissionária de
nas regiões atendidas pelos sistemas elétricos inter- serviço público de distribuição de energia elétrica:
ligados. I - áreas, progressivamente crescentes, em tor-
§ 3° As quotas de que trata o § 1° serão reajusta- no das redes de distribuição, no interior das quais a li-
das anualmente, a partir do ano 2002, na proporção do gação ou aumento de carga de consumidores deverá
1'i'il)X Quinla-Ieira II DIARJO DA ('AMARA DOS DEPUTADOS .\111'11 de 2002
ser atendida sem ônus de qualquer espécie para o § 7° A partir de 31 de julho de 2002 e até que
solicitante; entre em vigor a sistemática de atendimento por
11 - áreas, progressivamente decrescentes, no área, as concessionárias e permissionárias de servi-
interior das quais a ligação de novos consumidores ço público de energia elétrica atenderão, obrigatori-
poderá ser diferida pela concessionária ou permissio- amente e sem qualquer ônus para o consumidor, ao
nária para horizontes temporais preestabelecido pela pedido de ligação cujo fornecimento possa ser reali-
ANEEL, quando os solicitantes do serviço serão en- zado mediante a extensão de rede em tensão se-
tão atendidos sem ônus de qualquer espécie. cundária de distribuição, ainda que seja necessário
realiza, reforço ou melhoramento na rede primária.
§ 1° Na regulamentação deste artigo, a ANEEL Art. 15. Visando a universalização do serviço
levará em conta, dentre outros fatores, a taxa de aten-
público de energia elétrica, a ANEEL poderá promo-
dimento da concessionária ou permissionária, consi- ver licitações para outorga de permissões de serviço
derada no global e desagregada por Municipio, a ca- público de energia elétrica, em áreas já concedidas
pacidade técnica e econômica necessárias ao atendi-
cujos contratos não contenham cláusula de exclusivi-
mento das metas de universalização, bem como, no dade.
aumento de carga de que trata o inciso I do caput, o
prazo mínimo de contrato de fornecimento a ser cele- § 1° As licitações poderão ser realizadas, por
brado entre consumidor e concessionária. delegação, pelas Agências de Serviços Públicos
Estaduais conveniadas, mediante a utilização de edi-
§ 2° A ANEEL também estabelecerá procedi- tais padronizados elaborados pela ANEEL, inclusive
mentos para que o consumidor localizado nas áreas o contrato de adesão, com observância da Lei n°
referidas no inciso 11 do caput possa antecipar seu 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e demais dispositi-
atendimento, financiando, em parte ou no todo, as vos legais específicos para o serviço público de ener-
obras necessárias, devendo esse valor lhe ser restitu- gia elétrica, aplicando-se, no que couber e subsidiari-
ído pela concessionária ou permissionária após a ca- amente, a Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993.
rência de prazo igual ao que seria necessário parp § 2° É facuhado à ANEEL adotar a modalidade de
obter sua ligação sem ônus. tomada de preço, devendo, neste caso, mediante ações
§ 3° o financiamento de que trata o § 2°, quando integradas com as Agências de Serviços Públicos Esta-
realizado por órgãos públicos, inclusive da adminis- duais conveniadas, promover ampla divulgação visando
tração indireta, para a expansão de redes visando a o cadastramento de agentes interessados.
universalização do serviço, serão igualmente restituí- § 3° A permissionária será contratada para pres-
dos pela concessionária ou permissionária, devendo tar serviço público de energia elétrica utilizando-se da
a ANEEL disciplinar o prazo de carência quando a ex- forma convencional de distribuição, podendo, simulta-
pansão da rede incluir áreas com prazos de diferi- neamente, também prestar o serviço mediante associ-
mento distintos. ação ou contratação com agentes detentores de tec-
§ 4° o cumprimento das metas de universaliza- nologia ou titulares de autorização para fontes solar,
ção será verificado pela ANEEL, em periodicidade no eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas.
máximo igualo estabelecido nos contratos de con- § 4° À permissionária contratada na forma des-
cessão para cada revisão tarifária, devendo os desvi- te artigo é permitido realizar o fornecimento de ener-
os repercutir no resultado da revisão mediante meto- gia elétrica a todos os consumidores, ligados ou
dologia a ser publicada. não, localizados na área permitida, independente-
§ 5° A ANEEL tornará públicas, anualmente, as mente de carga, tensão e dos prazos de carência
metas de universalização do serviço público de ener- previstos nos arts. 15 e 16 da Lei n° 9.074, de 7 de
gia elétrica. julho de 1995.
§ 5° É vedado às concessionárias de serviços
§ 6° Não fixadas as áreas referidas nos incisos públicos de energia elétrica, suas controladas e seus
I e II do caput no prazo de um ano contado da pu- controladores, em qualquer grau de descendência ou
blicação desta lei e até que sejam fixadas, a obriga- ascendência, bem como outras sociedades igual-
ção de as concessionárias e permissionárias de ser- mente controladas ou coligadas, independente do
viço público de energia elétrica atenderem aos pedi- grau de colateralidade, participarem das licitações de
dos de ligação sem qualquer espécie ou tipo de que trata este artigo.
ônus para o solicitante aplicar-se-á a toda a área § 6° A permissão de serviço público de energia
concedida ou permitida. elétrica contratada na forma deste artigo poderá pre-
Abril d~ 2002 m\RIo DA (·.\M,\RA DOS IWI'LJT.\DOS QUllIla-kíra II I 'i 'i'!'!
ver condições e formas de atendimento específicas, elétrica e agentes autorizados, assim corno
compatíveis com a tecnologia utilizada. Cooperativas de Eletrificação Rural, Coope-
Art. 16. É vedado à concessionária e permissio- rativas responsáveis pela implantação de in-
nária de serviço público federal de energia elétrica, fra-estrutura em projetos de reforma agrária
bem como à sua controlada ou coligada, controladora e Consórcios Intermunicipais;
direta ou indireta e outra sociedade igualmente con-
troada ou coligada da controladora comum, explorar v - as condições de financiamento
o serviço público estadual de gás canalizado, salvo previstas no inciso IV poderão ser estendi-
quando o controlador for pessoa jurídica de direito pu- das, a critério da ANEEL, aos recursos con-
blico interno. tratados na forma do inciso 111 que se desti-
Art. 17. Os arts. 3°, 13, 17 e 26 da Lei n° 9.427, nem a programas vinculados às metas de
de 26 de dezembro de' 996, passam a vigorar com a universalização do serviço público de ener-
seguinte redação: gia elétrica nas regiões mencionadas no in-
ciso II."(NR)
"Art. 3° .
"Art. 17 ..
§ 1° O Poder Público que receber a
XI - estabelecer tarifas para o supri-
comunicação adotará as providências admi-
mento de energia elétrica realizado às con-
nistrativas para preservar a população dos
cessionárias e permissionárias de distribui-
efeitos da suspensão do fornecimento de
ção, inclusive às Cooperativas de Eletrifica-
energia elétrica, inclusive dando publicidade
ção Rural enquadradas como permissioná-
à contingência, sem prejuízo das ações de
rias, cujos mercados próprios sejam inferio-
responsabilização pela falta de pagamento
res a 300 GWh/ano, e tarifas de forneci-
que motivou a medida.
mento às Cooperativas autorizadas, consi-
§ 2° Sem prejuízo do disposto nos
derando parâmetros técnicos, econômicos,
contratos em vigor, o atraso do pagamento
operacionais e a estrutura dos mercados
de faturas de compra de energia elétrica e
atendidos;
das contas mensais de seu fornecimento
XII - estabelecer, para cumprimento
aos consumidores, do uso da rede básica e
por parte de cada concessionária e permis-
das instalações de conexão, bem como do
sionária de serviço público de distribuição
recolhimento mensal dos encargos relativos
de energia elétrica, as metas a serem perio-
às quotas da Reserva Global de Reversão-
dicamente alcançadas, visando a universali-
RGR, à compensação financeira pela utiliza-
zação do uso da energia elétrica;
ção de recursos hídricos, ao uso de bem pú-
XIII - efetuar o controle prévio e a pos- blico, ao rateio da Conta de Consumo de
teriori de atos e negócios jurídicos a serem Combustíveis - CCC, à Conta de Desenvol-
celebrados entre concessionárias, permissio- vimento Energético - COE e à Taxa de Fis-
nárias, autorizadas e seus controladores, calização dos Serviços de Energia Elétrica,
suas sociedades controladas ou coligadas e
implicará a incidência de juros de mora de
outras sociedades controladas ou coligadas um por cento ao mês e multa de até cinco
de controlador comum, impondo-lhes restri- por cento, a ser fixada pela ANEEL, respei-
ções à mútua constituição de direitos e obri-
tado o limite máximo admitido pela legisla-
gações, especialmente comerciais e, no limi- ção em vigor." (NR)
te, a abstenção do próprio ato ou contrato.
"Art. 26 .
....................................................."(NR)
"Art.13 .
V - os acréscimos de capacidade de
geração, objetivando o aproveitamento óti-
§ 2° .. mo do potencial hidráulico.
§ 1° A ANEEL estipulará percentual de
111 - os recursos referidos neste artigo redução não inferior a cinqüenta por cento,
poderão ser contratados diretamente com a ser aplicado às tarifas de uso dos siste-
Estados, Municípios, concessionárias e per- mas elétricos de transmissão e distribuição,
missionárias de serviço público de energia incidindo da produção ao consumo da ener-
I:"6()() Quinta-leira 11 mARIO IH ('AMARA DOS DEPUTADOS Abril de 2()()2
gia comercializada pelos aproveitamentos XXII - na contratação de fornecimento
de que trata o inciso I deste artigo e para os ou suprimento de energia elétrica e gás na-
empreendimentos a partir de fontes eólica e tural com concessionário, permissionário ou
biomassa, assim como os de cogeração autorizado, segundo as normas da legisla-
qualificada, conforme regulamentação da ção específica;
ANEEL, dentro dos limites de potências es- ...................................................."(NR)
tabelecidas no referido inciso I. "Art. 8° A quota anual da. Reserva Glo-
§ 2° Ao aproveitamento referido neste bal de Reversão - RGR ficará extinta ao fi-
artigo que funcionar interligado e ou integra- nal do exercício de 2010, devendo a ANEEL
do ao sistema elétrico, é assegurada a parti- proceder à revisão tarifária de modo a que
cipação nas vantagens técnicas e econômi- os consumidores sejam beneficiados pela
cas da operação interligada, especialmente extinção do encargo." (NR)
em sistemática ou mecanismo de realoca- "Art. 1o .
ção de energia entre usinas, destinado a mi-
tigação dos riscos hidrológicos, devendo
§ 5° O disposto no caput não se aplica
também se submeter ao rateio do ônus,
ao suprimento de energia elétrica à concessi-
quando ocorrer.
onária e permissionária de serviço público
com mercado próprio inferior a 300 GWh/ano,
§ 5° o aproveitamento referido no inci-
cujas condições, prazos e tarifas continuarão
so I e aqueles a partir de fontes eólica, bio- a ser regulamentadas pela ANEEL. " (NR)
massa ou solar poderão comercializar ener-
"Art. 11 .
gia elétrica com consumidor ou conjunto de
§ 1° É mantida temporariamente a apli-
consumidores reunidos por comunhão de in-
cação da sistemática de rateio de ônus e van-
teresses de fato ou direito, cuja carga seja
tagens, referida neste artigo, para as usinas
maior ou igual a 500 kW, independentemen-
termelétricas situadas nas regiões abrangidas
te dos prazos de carência constantes do Art.
pelos sistemas elétricos interligados, em ope-
15 da Lei n° 9.074, de 7 de julho de 1995,
ração em 6 de fevereiro de 1999, na forma a
observada a regulamentação da ANEEL.
ser regulamentada pela ANEEL, observan-
§ 6° Quando dos acréscimos de capa-
do-se os seguintes prazos e demais condi-
cidade de geração de que trata o inciso V
ções de transição:
deste artigo, a potência final da central hi-
drelétrica resultar superior a 30.000 kW, o
§ 3° É mantida, pelo prazo de vinte
autorizado não fará mais jus ao enquadra-
anos, a partir da publicação desta lei, a apli-
mento de pequena central hidrelétrica.
cação da sistemática de rateio do custo de
§ 7° As autorizações e concessões
consumo de combustíveis para geração de
que venham a ter acréscimo de capacidade
energia elétrica nos sistemas isolados, esta-
na forma do inciso V deste artigo poderão
belecida pela Lei n° 8.631, de 4 de março
ser prorrogadas por prazo suficiente à amor-
de 1993, na forma a ser regulamentada pela
tização dos investimentos, limitado a vinte
ANEEL, a qual deverá conter mecanismos
anos.
que induzam à eficiência econômica e ener-
§ 8° Fica reduzido para 50kw o limite
gética, à valorização do meio ambiente e à
mínimo de carga estabelecido no § 5° deste
utilização de recursos energéticos locais, vi-
artigo quando o consumidor ou conjunto de
sando atingir a sustentabilidade econômica
consumidores se situar no âmbito dos siste-
da geração de energia elétrica nestes siste-
mas elétricos isolados." (NR)
mas, ao término do prazo estabelecido.
Art. 18. Os arts. 1°,8°,10 e 11, da Lei n° § 4° Respeitado o prazo máximo fixado
9.648, de 27 de maio de 1998, passam a vigorar no § 3°, sub-rogar-se-á no direito de usufruir
com a seguinte redação: da sistemática ali referida, pelo prazo e for-
"Art. 1° . ma a serem regulamentados pela ANEEL, o
titular de concessão ou autorização para:
"Art.24 . I - aproveitamento hidrelétrico de que
trata o inciso I do art. 26 da Lei nO 9.427, de
"
Abril <1<: 2002 DIA.RIO D.\. C.\MARA DOS IWPlJL\DOS QlIlIlla-kira 11 I '\60 I
26 de dezembro de 1996, ou a geração de presanals ou participação em sociedades,
energia elétrica a partir de fontes eólica, solar, sem poder de controle, que se destinem à
biomassa e gás natural, que venha a ser im- exploração da produção ou transmissão de
plantado em sistema elétrico isolado e substi- energia elétrica sob regime de concessão
tua a geração termelétrica que utilize derivado ou autorização.
de petróleo ou desloque sua operação para § 2° A aquisição de bens e a contratação
atender ao incremento do mercado; de serviços pela ELETROBRÁS e suas contro-
11 - empreendimento que promova a ladas CHESF, FURNAS, ELETRONORTE,
redução do dispêndio atual ou futuro da ELETROSUL e ELETRONUCLEAR, poderá se
conta de consumo de combustíveis dos sis- dar nas modalidades de consu"a e pregão, ob-
temas elétricos isolados. servado, no que for aplicável, o disposto nos
§ 5° O direito adquirido à sub-rogação arts. 55 a 58 da Lei n° 9.472, de 16 de julho de
independe das alterações futuras da confi- 1997, e nos termos de regulamento próprio.
guração do sistema isolado, inclusive sua § 3° o disposto no § 2° não se aplica
interligação a outros sistemas ou a decor- às contratações referentes a obras e servi-
rente de implantação de outras fontes de ços de engenharia, cujos procedimentos de-
geração)." (NR) verão observar as normas gerais de licita-
ção e contratação para a Administração PÚ-
Art. 19. O Art. 4° da Lei n° 5.899, de 5 de julho
blica." (NR)
de 1973, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 4° Fica designada a ELETROBRÁS Art. 23. O art. 4° da Lei n° 5.655, de 20
para a aquisição da totalidade dos menciona- de maio de 1971, com a redação dada pelo
dos serviços de eletricidade de ITAIPU. art. 13 da Lei n° 9.496, de 13. de novembro
de 1997, passa a vigorar com a seguinte re-
Parágrafo único. A ELETROBRÁS será
dação:
o Agente Comercializador de Energia de
ITAIPU, ficando encarregada de realizar a "Art.4° ..
comercialização da totalidade dos menciona- § 4° A ELETROBRÁS, condicionado a
dos serviços de eletricidade, nos termos da autorização de seu conselho de administra-
regulamentação da ANEEL." (NR) ção e observado o disposto no art. 13 da Lei
n° 9.427, de 26 de dezembro de 1996, desti-
Art. 20. Deverão ser sub-rogados à ELETROBRÁS nará os recursos da RG R aos fins estipula-
os compromissos de aquisição e repasse às con- dos neste artigo, inclusive à concessão de
cessionárias de distribuição dos serviços de eletrici- financiamento, mediante projetos específi-
dade de ITAIPU Binacional firmados por FURNAS e cos de investimento:
ELETROSUL, subsidiárias da ELETROBRÁS, com as
I - às concessionárias, permissionári-
concessionárias de distribuição de energia elétrica.
as e cooperativas de eletrificação rural, para
Art. 21 . Parcela do resultado da comercialização
expansão dos serviços de distribuição de
de energia de ITAIPU será destinada, mediante rateio
energia elétrica especialmente em áreas ur-
proporcional ao consumo individual e crédito do "bô-
banas e rurais de baixa renda e para o pro-
nus" nas contas de energia, aos consumidores do
grama de combate ao desperdício de ener-
Sistema Elétrico Nacional Interligado integrantes das
gia elétrica;
Classes Residencial e Rural, com consumo mensal
II - para instalações de produção a
inferior a 350 kWh, nos termos de regulamentação do
partir de fontes eólica, solar, biomassa e pe-
Poder Executivo.
quenas centrais hidrelétricas, assim como
Art. 22. O art. 15 da Lei n° 3.890-A, de 25 de abril
termelétrica associada a pequenas centrais
de 1961, com a redação dada pelo art. 16 da Lei n°
hidrelétricas e conclusão de obras já inicia-
9.648, de 27 de maio de 1998, passa a vigorar com a
das de geração termonuclear, limitado, nes-
seguinte redação:
te último caso, a dez por cento dos recursos
"Art. 15 .. disponíveis;
§ 1° A ELETROBRÁS, diretamente ou 111 - para estudos de inventário e viabi-
por meio de suas subsidiárias ou controla- lidade de aproveitamentos de potenciais hi-
das, poderá associar-se, com aporte de re- dráulicos, mediante projetos específicos de
cursos, para constituição de consórcios em- investimento;
15602 ()uinla-Jelra 11 DIARfO DA CAMARA DOS IWI'UTADOS Abril de 2002
IV - para implantação de centrais ge- radoras de serviço público sob controle federal, inclu-
radoras de potência até 5.000 kW, destina- sive o montante de energia elétrica reduzido dos con-
das exclusivamente ao serviço público em tratos iniciais de que trata o inciso" do art. 10 da Lei
comunidades populacionais atendidas por n° 9.648, de 27 de maio de 1998, deverá ser negocia-
sistema elétrico isolado; e da em leilões públicos, conforme disciplina estabele-
V - para o desenvolvimento e implan- cida em resolução da ANEEL.
tação de programas e projetos destinados § 1° A redução dos contratos iniciais de que trata
ao combate ao desperdício e uso eficiente o caput não confere direito às concessionárias gera-
da energia elétrica, de acordo com as políti- doras a qualquer garantia tarifária em relação ao
cas e diretrizes estabelecidas para o Pro- montante de energia liberada.
grama Nacional de Conservação de Energia § 2° Os riscos hidrológicos ou de não cumpri-
Elétrica - PROCEL. mento do contrato serão assumidos pela concessio-
nária geradora vendedora da energia elétrica.
§ 8° Para os fins deste artigo, a § 3° o disposto neste artigo não se aplica à
ELETROBRÁS instituirá programa de fo- ITAIPU BINACIONAL e à ELETRONUCLEAR.
mento específico para a utilização de equi- § 4° A energia elétrica das concessionárias de
pamentos, de uso individual e coletivo, des- geração de serviço público sob controle societário
tinados à transformação de energia solar dos Estados será comercializada de forma a assegu-
em energia elétrica, empregando recursos rar publicidade, transparência e igualdade de acesso
da Reserva Global de Reversão - RGR e aos interessados.
contratados diretamente com as concessio- Art. 28. A parcela de energia elétrica que não for
nárias e permissionárias."(NR) vendida no leilão público de que trata o art. 27 deverá
Art. 24. O art. 2° da Lei n° 9.991, de 24 de julho ser, necessariamente, liquidada no mercado de curto
de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação: prazo do MAE.
Art. 29. Fica prorrogado para 31 de dezembro de
"Art. 2° As concessionárias de geração 2004 o prazo previsto no art. 2° da Lei n° 10.274, de
e empresas autorizadas à produção inde- 10 de setembro de 2001, para a efetiva entrada em
pendente de energia elétrica ficam obriga- operação comercial das usinas enquadradas no Pro-
das a aplicar, anualmente, o montante de, grama Prioritário de Termeletricidade.
no mínimo, um por cento de sua receita
Art. 30. Ficam convalidados os atos praticados
operacional líquida em pesquisa e desenvol-
com base na Medida Provisória nO 14, de 21 de de-
vimento do setor elétrico, excluindo-se, por
zembro de 2001.
isenção, as empresas que gerem energia
Art. 31. O Poder executivo, inclusive por meio da
exclusivamente a partir de instalações eóli-
GCE, regulamentará o disposto nesta lei, sem prejuí-
ca, solar, biomassa, pequenas centrais hi-
drelétricas e cogeração qualificada, obser-
vado o seguinte:
....................................................(NR)"
Art. 25. Os descontos especiais nas tarifas de
energia elétrica aplicáveis às unidades consumido-
ras enquadradas na Classe Rural, inclusive Coope-
rativas de Eletrificação Rural, serão concedidos ao zo das competências específicas nela previstas.
consumo que se verifique na atividade de irrigação
Art. 32. Esta Lei entra em vigor na data de sua
desenvolvida no horário compreendido entre 21 h30
publicação.
e 6 horas do dia seguinte.
Art. 26. Fica a Petróleo Brasileiro S.A. - Sala das Sessões, 10 de abril de 2002.
PETROBRAS, sociedade de economia mista, criada O SR. PRESIDENTE (Aécio Neves) - Aqueles que
pela Lei nO 2.004, de 3 de outubro de 1953, autorizada estiverem de acordo permaneçam como se encontram.
a incluir no seu objeto social as atividades vinculadas Aprovada.
à energia. A matéria vai ao Senado Federal.
Art. 27. No mínimo cinqüenta por cento da ener- O SR. HENRIQUE FONTANA - Sr. Presidente,
gia elétrica comercializada pelas concessionárias ge- peço a palavra pela ordem.
,>
Partido Bloco
RORAIMA
Alceste Almeida PL PLlPSL
Francisco Rodrigues PFL
Presentes de Roraima : 2
AMAPÁ
Evandro Milhomen PSB PSBiPCDOB
Jurandil Juarez PMDB
Presentes de Amapá : 2
PARÁ
Baba PT
Elcione Barbalho PMDB
Giovanlll Queiroz PDT PDT/PPS
Vic Pires Franco PFL
Presentes de Pará : 4
AMAZONAS
Arthur Virgílio PSDB
Presentes de Amazonas : 1
TOCANTINS
Paulo Mourão PSDB
Presentes de Tocantins : 1
MARANHÃO
Francisco Coelho PFL
Neiva Moreira PDT PDT/PPS
Pedro Novais PMDB
Roberto Rocha PSDB
Presentes de Maranhão : 4
CEARÁ
José Linhares PPB
José Pimentel PT
Marcelo Teixeira PMDB
Pimentel Gomes PPS PDT/PPS
Rommel Feij6 PSDB
Sérgio Novais PSB PSBiPCDOB
Presentes de Ceará : 6
PIAuí
Ciro Nogueira PFL
Marcelo Castro PMOB
Presentes de Piauí : 2
RIO GRANDE DO NORTE
Carlos Alberto Rosado PFL
Presentes de Rio Grande do Norte : 1
PARAíBA
Damião Feliciano PMDB
Domiciano Cabral PSDB
Efraim Morais PFL
Marcondes Gadelha PFL
Presentes de Paraíba : 4
PERNAMBUCO
Carlos Batata PSDB
Fernando Ferro PT
Marcos de Jesus PL PUPSL
Pedro Corrêa PPB
Pedro Eugênio PT
Presentes de Pernambuco : 5
156D6 Quinta-feira 11 mARIO DA CAMARA DOS DFI'UTADOS Abril tle 2()D2
ALAGOAS
João Caldas PL PLlPSL
José Thomaz NonO PFL
Presentes de Alagoas : 2
SERGIPE
Cleonâncio Fonseca PPB
Jorge Alberto PMOB
Tânia Soares PCdoS PSB/PCOOB
Presentes de Sergipe : 3
BAHIA
Aroldo Cedraz PFL
Benito Gama PMOB
Coriolano Sales PMOB
Geddel Vieira Lima PMDB
Haroldo Lima PCdoB PSS/PCOOB
José Rocha PFL
Luiz Moreira PFL
Waldir Pires PT
Yvonilton Gonçalves PFL
Presentes de Bahia : 9
MINAS GERAIS
Aracely de Paula PFL
Bonifácio de Andrada PSOB
Eliseu Resende PFL
Genésio Bernardino PMOB
Glycon Terra Pinto PMOB
Herculano Anghinetli PPB
João Magno PT
Maria do Carmo Lara PT
Mauro Lopes PMOB
Narcio Rodrigues PSOB
Osmânio Pereira PSOB
Paulo Delgado PT
Pimenta da Veiga PSOB
Rafael Guerra PSOB
Tilden Santiago PT
Virgllio Guimarães PT
Zezé Perrella PFL
Presentes de Minas Gerais : 17
ESP(RITO SANTO
Joào Coser PT
José Carlos Elias PTS
José Carlos Fonseca Jr. PFL
Marcus Vicente PPB
Rita Camata PMDB
Presentes de Espírito Santo : 5
RIO DE JANEIRO
Bispo Rodrigues PL PLlPSL
Carlos Santana PT
Eurico Miranda PPB
Fernando Gabeira PT
Fernando Gonçalves prB
Jair Bolsol1aro PPB
João Sampaio POT POT/PPS
Laura Carneiro PFL
Miro Teixeira POT POT/PPS
Paulo Baltazar PSB PSB/PCDOB
Rodrigo Maia PFL
Simão Sessim PPB
Presentes de Rio de Janeiro: 12
I,
Partido Bloco
SANTA CATARINA
Carlito Merss PT
Edlnho Bez PMDB
Fernando Coruja PDT
Joao Matos
PDT/PPS
PMDB
João PI.:z:zolaUi PPB
Luci Choinacki PT
Paulo Gouvêa PFL
Ser'ufirn Venzon PDT PDT/PPS
Presentes de Santa. Catarina a
RIO GRANDE DO SUL
Airton Dlpp PDT PDT/PPS
Alceu Gollares PDT
Augusto NHrdes
PDT/PPS
PPB
Beto Albuquerque PSB
Esther Grossl
PSB/PCOOB
PT
Ezidio Pinheiro PSB
Fetter Junior
PSB/PCOOB
f~PB
Gcrn"lano Rigotto PMDB
Henrique Fontana PT
Marcos Ratio.... PT
Pompeo de Mattos PDT
Tarcisio ZllTlrnerOliolnn
POT/PPS
PT
TelITlo Kirst PPB
Veda Crusius PSDB
Pre.... ntes de Rio Grande do Sul :"4
s A o PAULO
Alber to Goldman PSDB
Aldo Rebelo PCdoB PSB/PCDOB
Aluizio Mercadante PT
Angola Guadagnin PT
Celso Russornanno PPB
CO'-Huci Sobrinho PFL
D r Hóllo PDT PDT/PPS
ErTlerson Ké:tpi::lz PPS PDT/PPS
Fernando Zuppo PSDC
JoClo Eduardo Dado PDT PDT/PPS
...loBO He,-,-rnann Neto PPS PDT/PPS
Jo;:lo Paulo PT
José Ganoino PT
José Roberto Batochlo PDT PDT/PPS
Luciano Zica PT
Luiz Eduardo Greellhalgh PT
Nelson Marquezelli PTB
Orlando Fanta=ini PT
Paulo Kobayashi PSDB
Professor Luizlnho PT
Ricardo Berzoini PT
Rubens FlJrlon PPS PDT/PPS
TelrTll::l de SOUZCt PT
Vadão Gomes PPB
Presentes de São Paulo 24
MATO GROSSO
Pt:Iodro Henry PPB
VVilson Santos PSDB
Present.es de Mato arosso 2
DISTRITO FEDERAL
VVlgberto Tartuce PPB
Present:es de Distrito Federal 1
GOIÁS
Lúcia Vânia PSDB
Ped,-o Canedo PSDB
Ronaldo Caiado PFL
Presentes de Goiás 3
MATO GROSSO DO SUL
Dr_ Antonio Cruz PMDB
Mansa Serrano PSDB
V\lalde'Tlir Moka PMDB
Present.es de Mato Grosso do Sul _ 3
PARANA
José Borba PMDB
José Carlos Martinez PTB
Oliveira Filho PL PL/PSL
Osrn~r Sarraglio PMDB
Presentes de Paraná : 4
Partido Bloco
RORAIMA
Airton Cascavel PPS PDTIPPS
Almir Sá PPB
Total de Ausentes: 2
AMAPÁ
Fátima Pelaes PSDB
Total de Ausentes:
PARÁ
José Priante PMDB
Total de Ausentes:
AMAZONAS
José Melo PFL
Luiz Fernando PPB
Pauderney Avelino PFL
Vanessa Grazziotin PCdoB PSBIPCDOB
Total de Ausentes: 4
RONDONIA
Expedito Júnior PSOB
Nilton Capixaba PTS
Oscar Andrade PL PLlPSL
Sérgio Carvalho PSOB
Total de Ausentes: 4
ACRE
João Tota PPB
José A1eksandro PSL PLlPSL
Zila Bezerra PTB
Total de Ausentes: 3
TOCANTINS
Igor Avelino PMDB
Osvaldo Reis PMDB
Total de Ausentes: 2
MARANHÃO
Eliseu Moura PPB
Mauro Fecury PFL
Paulo Marinho PFL
Remi Trinta Pl PL!PSL
Sarney Filho PFL
Total de Ausentes: 5
CEARÁ
Almeida de Jesus Pl PUPSL
Chiquinho Feitosa PSDS
Manoel Sal viana PSOB
Total de Ausentes: 3
RIO GRANDE DO NORTE
Iberê Ferreira PTS
Lalre Rosado PMOB
Múcio Sá PTB
Total de Ausentes: 3
I.
ORDEM DO DIA
Provisória nO 24, de 2002, que dispõe sobre a autorização para a criação do Mercado Atacadista de
repactuação e o alongamento de dividas oriundas de Energia Elétrica - MAE, pessoa jurídica de direito
operações de crédito rural contratadas sob a égide privado, e dá outras providências. Pendente de
do Programa Especial de Crédito para a Reforma parecer da Comissão Mista do Congresso Nacional.
Agrária - PROCERA e do Programa Nacional de PRAZO NA COMISSÃO MISTA: 28102/02
Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF, e PRAZO NA CÂMARA: 14/03102
dá outras providências. Pendente de parecer da PRAZO PARA SOBRESTAR A PAUTA: 01/04/02
Comissão Mista do Congresso Nacional.
PRAZO NA COMISSÃO MISTA: 28102/02 16
PRAZO NA CÃMARA: 14103102 MEOID~ PROfj§ÓRIA Nº 30, DE 2002
PRAZO PARA SOBRESTAR A PAUTA: 01104/02 (00 PODER EXECUTIVO)
Discussão, em turno único, da Medida
11 Provisória n2 30, de 2002, que institui o Programa
MEDIDA PROVISÓRIA N° 25, DE 2002 Bolsa-Renda para atênlfrmento a agricultores.
(DO PODER EXECUTIVO) familiares atingidos pelos efeiios da estiagem nos
Discussão, em turno único, da Medida Municípios em estado de calamidade pública ou
Provisória nO 25, de 2002, que dispõe sobre a situação de emergência, e dá outras ·providências.
tributação dos planos de beneffcios de caráter Pendente de parecer da Comissão Mista do
previdênciário. Penden·e de parecer da Comissão Congresso Nacional.
Mista do Congresso Nac.vnal. PRAZO NA COMISSÃO MISTA: 28102/02
PRAZO NA COMISSÃO MISTA: 28/02/02 PRAZO NA CÂMARA: 14103102
PRAZO NA CÃMARA: 14/03/02 PRAZO PARA SOBRESTAR A PAUTA: 01/04102
PRAZO PARA SOBRr:STAR A PAUTA: 01/04102 17
MEDIDA PROVISÓRIA NQ 31, DE 2002
12 (DO PODER EXECUTIVO)
MEDIDA PROVISÓRIA N° 26, DE 2002 Discussão, em turno único, da Medida
(DO PODER EXECUTIVO) Provisória nQ 31, de 2002, que abre crédito
Discussão, em turno único, da Medida extraordinário, no valor global de R$ 209.600.000,00,
Provisória nO 26, de 2002, que dispõe sobre a em favor da Presidência da República e dos
extinção da gratificação de produção suplementar Ministérios de Minas e Energia, do Esporte e Turismo
devida aos servidores da Imprensa Nacional, e dá e da Integração Nacional, para os fins que especifica.
outras providências. Pendente de parecer da Pendente de parecer da Comissão Mista de Planos,
Comissão Mista do Congresso Nacional. Orçamentos Públicos e Fiscalização.
PRAZO NA COMISSÃO MISTA: 28/02102 PRAZO NA COMISSÃO MISTA: 03103102
PRA70 NA ~ÂMARA' 141O~1O? PRAZO NA CÂMARA: 17/03/02
PRAZO PARA SOBRESTAR A PAUTA: 01/04102 PRAZO PARA SOBRESTAR A PAUTA: 04/04/02
18
MEDIDA PROVISÓRIA N2 32, DE 2002
13 (DO PODER EXECUTIVO)
MEDIDA PROVISÓRIA N° 27, DE 2002 Discussão, em turno único, da Medida
(DO PODER EXECUTIVO) Provisória nO 32, de 2002, que prorroga a autorização
Discussão, em turno único, da Medida de que trata a lei nQ t 0.309, de 22 de novembro de
Provisória nO 27, de 2002, que dispõe sobre infrações 2001, que dispõe sobre a assunção pela União de
penais de repercussão Interestadual ou internacional responsabilidades ciVIS perante terceiros no caso de
que exigem repressão uniforme, para os fins do atentados terroristas ou atos de guerra contra
disposto no inciso I do § 1º do art. 144 da aeronaves de empresas aéreas brasileiras. Pendente
Constituição. Pendente de parecer da Comissão de parecer da Comissão Mista do Congresso
Mista do Congresso Nacional. Nacional.
PRAZO NA COMISSÃO MISTA: 28102/02 PRAZO NA COMISSÃO MISTA: 04103/02
PRAZO NA CÂMARA: 14103/02 PRAZO NA CÂMARA: 18/03102
PRAZO PARA SOBRESTAR A PAUTA: 01/04102 PRAZO PARA:SOBRES·tAR A PAUTA: 05/04/02
19
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 33, DE 2002
14 (DO PODl'lEXECUTIVO)
MEDIDA PROVISÓRIA N° 28, DE 2002 Discussão, em turno único, da Medida
(DO PODER EXECUTIVO) Provisória n 33, de 2002, que dispõe sobre os
Q
I - COMISSÕES PERMANENTES
AVISOS
Decurso:5 B sessão
Última Sessão: 11104/02
PROJETO DE LEI N° 5.947/01 - do Sr. Márcio Biliar - que "autoriza a criação de Distrito Agropecuário no
MUnicípiO de Capixaba, no Estado do Acre, e dá outras providências."
RELATOR: Deputado NILSON MOURÃO
PROJETO DE LEI N° 5.948/01 - do Sr. Márcio Biliar - que "autoriza a criação de Distrito Agropecuário no
Municipio de Acrelândia, no Estado do Acro, e dá outras providências"
RELATOR: Doputado SERGIO BARROS
PROJETO DE LEI N° 5.949/01 - do Sr. Márcio Biltar - que "autoriza a criação de Distrito Agropecuário no
Municipío do Porto Acre, no Estado do Acre, e dá outras providências."
RELATOR: Deputado NILSON MOURÃO
PROJETO DE LEI N° 5.950/01 - do Sr. Márcio Biliar - quo "autoriza a criação de Distrito Agropecuário no
Municipio de Sena Madureira, no Estado do Acre, e dá outras providências."
RELATOR: Deputado MARCOS AFONSO
PROJETO DE LEI N° 5.951/01 - do Sr. Márcio Bitlar - quo "autoriza a criação de Distrito Agropecuário no
Municiplo de Sonador Guiomard, no Estado do Acre, e dá outras providências."
RELATOR: Deputado JOSÉ ALEKSANDRO
PROJETO DE LEI N° 5.952/01 - do Sr. Márcio BIUar - que "autoriza a criação de Distrito Agropecuário no
Município de Bujari, no Estado do Acre, e dá outras providências."
RELATOR: Deputado JOSÉ ALEKSANDRO
PROJETO DE LEI N° 5.953/01 - do Sr. Márcio BIUar - que "autoriza a criação de Distrito Agropecuário no
Município de PI ácido de Castro, no Estado do Acro, e dá outras providências."
RELATOR: Deputado NILSON MOURÃO
PROJETO DE LEI N° 5.954/01 - do Sr. Márcio Bitlar - qUO "autoriza a criação de Distrito Agropecuário no
Municip'ü de Rio Branco. no Estado do Acre, e dá outras provid ências."
RELATOR: Deputado StRGIO BARROS
PROJETO DE LEI N° 6.094/02 - do Sr Antonio Feijão - que "dispõe sobre a criação do Distrito
Agropecuário do Amapá nos Municipios que menciona, o dá outras providências."
RELATORA: Deputada FÁTIMA PELAES
AVISOS
Decurso:SBsessão
Última Sessão: 11104102
1:"614 <)uinta-teira II DIARIO DA ('AMARA DOS DEPUTADOS ,\bnl de 2002
Substitutivo (Art. 119, 11 e §1°)
PROJETO DE LEI f\P 200/91 - JUTAHY MAGALHAES - (PLS 62/1990) - que "fixa critérios para a
divulgação de resultado de pesquisa de opinião pública e dá outras providências" (Apensado: PL
403112001)
RELATOR: Deputado DR HELIO
PROJETO DE LEI N" 5.682101 - do Sr. Salvador Zimbaldi - que "prorroga o prazo previsto no pardgrafo
único do artigo primeiro da Lei n° 9.074, de 07 de julho de 1995, acrescentado pelo artigo terceiro da Lei
nO 9.648, de 27 de maio de 1998."
RELATOR: Deputado JORGE BITTAR
REUNIÃO ORDINÁRIA
A - Redação Final:
PRIORIDADE
PROJETO DE LEI N° 3.326100 - CPI - MEDICAMENTOS - que "altera dispositivos da Lei nO 6.360, de 23
de setembro de 1976.-
RELATOR: Deputado INAlDO LEITAo
PARECER: pela constitucionalidade, jlJridicidade El técnica legislativa deste, com substitutivo, c do
Substitutivo da Comissão de Seguridade Social e Familia, com subemenda.
PROJETO DE LEI N" 3.412/00 - do Sr. João Paulo - que "revoga o § 3°. do art. 73 da Lei n° 9.504, de 30
de setembro de 1997, que estabelece normas para as eleições."
RELATOR: Deputado RENATO VIANNA
PARECER: Parecer do relator, Dep. Renato Vianna, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica
legislativa e, no mérito, pElla rejeiç8o.
PROJETO DE LEI N° 4.101/01 - do Sr. Neuton Uma - que "acrescenta à Lei n° 9.504. de 30 de setembro
de 1997, o § 5°, ao art. 2°, e o § 3°, ao art. 3°, para determinar que, no caso de falecimento, ou renúncia,
antes da diplomação ou da posse, de candidatos eleitos para os cargos de Presidente da República,
Governador ou Prefeito. assumira o cargo o respectivo vice com eles registrados."
RELATOR: Deputado FERNANDO CORUJA
PARECER: pela constitucionalidade, juridicidade e boa técnica legislativa, e, no mérito, pela aprovação.
I,
DISPOSiÇÕES ESPECIAIS
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUiÇÃO NO 51/99 - do Sr. Luiz Antonio Fleury - que "instilui a pena
de privação perpétua da liberdade, com trabalho obrigatório."
RELATOR: Deputado GERSON PERES
PARECER: pela inadmissibilidade
Vista ao Deputado Nelson Trad, em 09/0412002
PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUiÇÃO N° 176/99 - do Sr. Gilberto Kassab - que "dá nova
redação ao inciso XLIII do art. 5" da Constituição Federal."
RELATOR: Deputado IÉDIO ROSA
PARECER: pela admissibilidade, com substitutivo.
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUiÇÃO NO 315/00 - do Sr. Dr. Hélio - que "inclui, no art. 144, da
Constituição Federal, um inciso VI ao caput e um § 5 0 -A, criando as policias metropolitanas, e altera a
redação do § 6", também do art. 144."
RELATOR: Deputado PAULO MAGALHÃES
PARECER: pela admissibilidade.
Vista ao Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, em 04/04/2002
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N° 504102 - do Sr. JUQuinha - quo "acrescenta o art. 149-A
à Constituição Federal."
RELATOR: Deputado JAIME MARTINS
PARECER: pela admissibilidade.
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUiÇÃO N° 506/02 - do Sr. Odelmo Leão - que "altera o Ato das
Disposi ções Constitucionais Transitórias, introduzindo artigos que criam o Fundo Constitucional de
Desenvolvimento Educacional e Profissionalizaçã o da Juventude,"
RELATOR: Deputado GERSON PERES
PARECER: a proferir
TRAMITAÇÃO ORDINÁRIA
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N" 376/97 - do Sr, Fernando Gabeira - que "dispõe sobre a
realização de plebiscito para a criação do Território Federal de Fernando de Noronha e d'l outras
providências." (Apensado: PDC 377/1997)
RELATOR: Deputado LUCIANO BIVAR
PARECER: pela inconstitucionalidade e injuridicidade, e, no rrerito, pela rejeição deste, e do PDC-
377/1997, apensado.
Vista ao Deputado Fernando Coruja, em 03/04/2002
PROJETO DE LEI N° 714199 - do Sr. Geddel Vieira Lima - que "altera a redação dos arts. 91 e 93 da Lei
n° 7.210, de 11 de julho de 1984 - Lei de Execução Penal, e dispõe sobre a privatização das Colõnias
Agrícolas, Industriais B das Casas de Albergado." (Apensado: PL 200311999)
RELATOR: Deputado LUIZ ANTONIO FLEURY
PARECER: pela inconstitucionalidade, injuridicidade e má técnica legislativa, e, no mérito, pela rejeição
deste, e do PL-2003/1999, apensado.
Vista ao Deputado Osmar Serraglio, em 0410412002
Os Deputados Freire Júnior e Osmar Serragllo apresentaram votos em separado em 02/04/2002
PROJETO DE LEI N" 2.505/00 - do Sr Lincoln Portela - que "determina que o material apreendido pela
Policia Federal, fruto de contrabando e que possa vir a ser usado no combate ao crime, deverá ser
repassado ás Secretarias de Segurança Pública Estaduais e à Policia Federal."
RELATOR: Deputado GERALDO MAGELA
PARECER: pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa deste, e do Substitutivo da
Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.
Visla ao Deputado Nelson Trad, em 13/03/2002
O Deputado Nelson Trad apresentou voto em separado em 14/03/2002
15616 Quinla-kira 11 /)J.\RIO DA CAMARA DOS DEPlJL\DOS Abril d" 2002
Adiada a votação por 2 sessões, a requerimento do Deputado Aldir Cabral, em 09/04/2002.
PROJETO DE LEI N' 3.501/00 - do Sr. Marçal Filho - que "acrescenta parágrafo ao art. 45 da Lei n°
9.504, de 30 de setembro de 1997, determinando que os debates entre candidatos somente podem ser
transmitidos ao vivo pela televisão."
RELATOR: Deputado RICARDO FIUZA
PARECER: pela constitucionalidade, juridicidade e boa 1écnica legislativa, e, no mérito, pela aprovação
deste, com substitutivo.
PROJETO DE LEI N' 4.160101 - do Sr. Josué Benglson - que "tipifica a ulilização de dispositivo anti-
radar."
RELATOR: Deputado CORIOLANO SALES
PARECER: pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, 0, no mérito, pela aprovação.
PROJETO DE LEI N' 4.397/01 - do Sr. Geraldo Magela - que "dispõe sobre divulgação e publicidade de
dados cadastrais de clientes"
RELATOR: Deputado LÉ.O ALCÂNTARA
PARECER: pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, e, no mérito, pela aprovação, com
substitutivo.
PROJETO DE LEI N° 4.543/01 - do Sr. José Carlos Coutinho - que "dispõe sobre a proteção e defesa da
dignidade da pessoa humana."
RELATOR: Deputado VICENTE ARRUDA
PARECER: pela inconstitucionalidade e injuridicidade, e, no mérito, pela rejeição.
PROJETO DE LEI N° 4.863/01 - do Sr. Alberto Fraga - que "dá nova redação ao § 5° do Art. 155 do
Decreto-Lei nO 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal."
RELATOR: Deputado LUIZ ANTONIO FLEURY
PARECER: pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, e, no mérito, pela aprovação, com
substitutivo.
Comunicação e Informática - (TVR 91112001) - que "aprova o ato que autoriza a Associação Comunitária
de Desenvolvimento Artístico e Cultural de Caracol, a executar, pelo prazo de três anos, sem direito de
exclusividade, servi ço de radiodifusão comunitária, na cidade de Caracol, Estado do Mato Grosso do
Sul."
RELATOR: Deputado DR. ANTONIO CRUZ
PARECER: pela constitucionalidade, juridicldade e técnica legislativa.
PROJETO DE LEI N° 2.158/99 - do Sr. Wilson Santos - que "dá nova redação ao art. 4° e acrescenta os
arligos /t'-A e 4'-B da Lei rf 9.871, de 23 de novembro de 1999, que "Estabelece prazo para as
ratificações de concess ôes e alienações de terras feitas pelos Estados na Faixa de Fronteira, e dá outras
providências"." (Apensado: PL 2742/2000)
RELATOR: Deputado AUGUSTO FARIAS
PARECER: pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, e, no mérito, pela rejeição deste, e
do PL-2742/2000, apensado, e pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, e, no mOrito,
pela aprovação do Substitutivo da Comissão de Agricultura e Política Rural.
PROJETO DE LEI N° 3.318/00 - do Sr. Roberto Pessoa - que "modifica o Código de Trânsito Brasileiro,
PROJETO DE LEI N° 3.478/00 - do Sr. Paulo Paim - que "altera a redação do inciso li, do artigo 202 da
Lei nO 9.279, de 14 de maio de 1996" (Apensados: PL 3529/2000 e PL 3572/2000)
RELATOR: Deputado RICARDO FERRAÇO
PARECER: pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa deste, e do Substitutivo da
Comissão de Economia, Indústria e Comércio, e pela inconstitucionalidade do PL-3529/2000, e do PL-
3572/2000, apensados.
PROJETO DE LEI N° 4.332/01 - do Sr. José Roberto Batochio - que "acrescenta parágrafo único ao art.
1.211-A do Código de Processo Civil - Lei nO 5.869, de 11 de janeiro de 1973."
RELATOR: Deputado ALCEU COLLARES
PARECER: peia inconstitucionalidade e injuridicidade, e, no mérito, pela rejeição.
Vista ao Deputado Coriolano Sales, em 10/04/2002
PROJETO DE LEI N° 4.375/01 - do Se José Roberto Batochio • que "acrescanta parágrafo ao artigo 187
do Decreto-Lei n° 3.689, da 3 de outubro da t 941, Código de Processo Penal."
RELATOR: DeputadO VILMAR ROCHA
PARECER: pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, e, no mérito, pela aprovação.
PROJETO DE LEI N" 4.551/01 - do Sr. Regis Cavalcante - que "acrescenta dispositivo à Lei nO 10.169,
de 29 de dezembro de 2000, que regula o art. 236 da Constiluição Federal, dispondo sobre
notanais para servi çOs de registro."
RELATOR: Deputado LÉO ALCÂNTARA
PARECER: pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, e, no mérito, pela rejeição.
PROJETO DE LEI N' 4.554/01 - do Sr. José Carlos Coutinho - que "dispõe sobre a expropriação de
glebas em que for utilizado Irabalho escravo ou análogo, e dá outras providências."
RELATOR: Deputado JOS É GENO (NO
PARECER: pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, e, no mérito, pela aprovação.
PROJETO DE LEI N' 4.611/01 - do Sr. Valdemar Costa Neto - que "dispôe sobre a criação do rito
sumário no deslinde de processos óveis e penais contra os titutares dos executivos e legislativos
municipal, estadual e federal, quando já sentenciados em primeira instância."
RELATOR: Deputado JOSÉ ROBERTO BATOCHIO
PARECER: pela inconstitucionalidade, inJuridicidade e m á técnica legislativa.
Vista ao Deputado Bispo Rodrigues, em 10/04/2002
I,
PROJETO DE LEI N° 4671/01 - do Sr. Roberto Pessoa - que "denomina Açude José Holanda Cunha a
Barragem Castanhão, localizada no municipio de Alto Santo - CE."
RELATOR: Deputado PAULO MAGALHÃES
PARECER: pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa.
PROJETO DE LEI N" 4,799/01 - do Sr. Custódio Mattos - que "modifica o § 1° do ar\. 74 do CódIgo de
Processo Penal para nele incluir na competência do Tribunal do Júri o julgamento de crimes contra a
Administração Pública, apenados com reclusão."
RELATOR: Deputado CORIOLANO SALES
PARECER: pola constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, e, no mérito, pela aprovação, com
emenda.
PROJETO DE LEI N° 4.865/01 - do Sr. Bispo Rodrigues - que "cria uniões partidárias,"
RELATOR; Deputado FERNANDO CORUJA
PARECER: pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, e, no mérito, pela aprovação, com
substitutivo.
Vista conjunta aos Deputados Aldir Cabral e Vilmar Rocha, em 10/04/2002
AVISOS
PROPOSIÇÓES EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS A PARTIR DE
AMANHÃ (DIA 1210412002)
PROJETO DE LEI N° 5.696/01 - do Sr. Pedro Fernandes - que "altera o § 2°, do art. 3°, da Lei 9.099, de
26 de setembro de 1995, faculta a aplicação do rito sumaríssimo da referida Lei às causas que
e dá outras provid ências."
RELATOR: Deputado CORIOLANO SALES
PROJETO DE LEI N° 5.753/01 - do Sr. Roberto Jefferson - que "altera o art. 56 da Lei nO 6.015, de 31 de
dezembro de 1973, que dispõe sobre os registros públicos."
RELATOR: Deputado LEO ALCÂNTARA
PROJETO DE LEI N° 5.859/01 - do Sr. Padre Roque - que "altera a Lei nO 9099, de 26 de setembro de
1995 - Lei dos Juizados Especiais Clveis e Criminais - permitindo que associações sem fins lucrativos e
cooperativas possam propor ação perante o juizado,"
RELATOR: Deputado IBRAHIM ABI-ACKEL
PROJETO DE LEI N" 5.878/01 - do Sr. Edinho Bez - que "acrescenta o Inciso VI ao art. ;J' da Lei nO
10169, de 29 de dezembro de 2000, de forma a isentar, do pagamento de emolumentos cartariais, os
aposentados e pensionistas que recebam até um salário mlnimo."
RELATOR: Deputado SÉRGIO CARVALHO
PROJETO DE LEI N° 5915/01 - do Sr. Carlos Batata - que "acrescenta parágrafo único ao art. 217 da
Lei 6015, de 31 de dezembro de 1973. que dispõe sobre os registros públicos."
RELATOR: Deputado ROBSON TUMA
PROJETO DE LEI N" 5917/01 - do Sr. José Pimentel - que "acrescenta parágrafo ao art. 28 da Lei ri'
8906, de 4 de julho de 1994 e dá outras providências."
RELATOR: Deputado MARCOS ROLlM
PROJETO DE LEI N" 5.935/01 - da Sra. Nair Xavier Lobo - que "revoga o artigo 2' da Lei nO 5.553, de 6
de dezembro de 1968, que dispõe sobre a apresentação e uso de documentos de identificação pessoal."
RELATOR: Deputado PAULO MAGALHÃES
PROJETO DE LEI N° 6048/02 - do Sr. Alberto Fraga - que "acrescenta o § 3° ao art. 83 da Lei n° 7.210,
de 11 de julho de 1984, Lei de Execução Penal, determinando que os estebelecimentos penais
destinados às mulheres tenham por efetivo de segurança interna somente agentes do sexo feminino."
RELATORA: Deputada ZULAI Ê COBRA
PROJETO DE LEI N' 6.253/02 - do Sr. Ronaldo Vasconcellos - que "altera a Lei 6.015, de 31 de
dezembro de 1973, obrigando o registro de imóveis no prazo que estipula."
RELATOR: Deputado ALDIR CABRAL
Decurso: 1· sessão
Última Sessão: 17104/02
I 'i620 Quinta-kira 11 D].\RIO DA (·:\MAR.\ DOS DEPUTADOS Abril de 2002
Projetos de Lei (Art. 119, I e §1°)
PROJETO DE LEI N" 5.912/01 - do Senado Federal - (PLS 188/2001) - que "assegura a instalação de
Municlpios criados por Lei Estadual."
RELATOR: Deputado CEZAR SCHIRMER
PROJETO DE LEI N° 3398/00 - do Sr. José Carlos Martinez - que "modifica a Lei na 8.977, de 6 de
janeiro de 1995." (Apensado: Pl493312001)
RELATOR: Deputado IBRAHIM ABI-ACKEL
PROJETO DE LEI N° 5.120/01 - do Sr. Alex Canziani - que "dispõe sobre as atividades das Agências de
Viagens e Turismo." (Apensado: PL 5251/2001)
RELATOR: Deputado lÉO ALCÂNTARA
Decurso:2 B sessão
Última Sessão: 16/04/02
PROJETO DE LEI N° 1.792/96 - do Sr. Pedro Simon - (PLS 54/1995) - que "autoriza o Presidente da
República a criar a Ouvidoria-Geral da Rep ública e dá outras providências."
RELATOR: Deputado INALDO LEITÃO
PROJETO DE LEI N° 3.113/00 - da Sra. Nice Lobão - que "institui o Programa de Bolsas de Manutençã o
para Atletas."
RELATOR: Deputado VILMAR ROCHA
Decurso:4 B sessão
Última Sessão: 12/04/02
PROJETO DE LEI N" 4.589/01 - do Sr. Antônio Carlos Konder Reis - que "dispõe sobre os limites e a
demarcação do Parque Nacional de São Joaquim, no Estado de Santa Catarina, e estabelece outras
providências."
RELATOR: Deputado INALDO LEITÃO
PROJETO DE LEI NO 294/99 - do Sr. Enio Bacci - que "define prazo máximo de 30 (trinta) dias para
.'
Decurso: 59 sessão
Última Sessão: 11/04/02
PROJETO DE LEI N' 2.279/99 - da Sra. Emília Fernandes - (PLS 102/1999) - quo "autoriza o Poder
Executivo a disponibilizar, em n Ivel nacional, número telefônico destinado a atender den úncias de
violência contra a mulher." (Apensado: PL 2901/2000)
RELATORA: Doputada NAIR XAVIER LOBO
PROJETO DE LEI N° 2.782100 - do Sr. Rafael Guerra - que "dispõe sobre a regulamentação da profissão
de Fisioterapeuta e dá outras provid ências."
RElATORA: Deputada NAIR XAVIER LOBO
PROJETO DE LEI N° 3,987/00 - do Sr. Atila Lira - que "dispõe sobre o ensino da lingua espanhola,"
.. RELATORA: Depurada NAIR XAVIER LOBO
PROJETO DE LEI N° 4.303/01 - da Sra, Nair Xavier Lobo - que "dispõe sobre a proibição da importação,
comercialização, reprodução e veiculação de filmes, fotos, espetáculos ou qualquer outro meio de
comunicação em que sejam exibidas cenas de sexo explicito, sem que se faça uso de preservativos."
RELATOR: Deputado GEOVAN FREITAS
PROJETO DE LEI N' 4.680/01 - do Sr. Aldo Rebelo - que "regulamenta o exercicio das atiVidades
profissionais de Yô9a e cria os ConselhOS Federal e Regionais e YOga."
RELATOR: Deputado ALDO ARANTES
PROJETO DE LEI N' 5.101101 - da Sra. Nair Xavier Lobo - Que "acrescenta às Leis 6.505, de 13
dezembro de 1977; 8.181, de 28 de março de 1991; e 8.623, de 28 de janeiro de 1993 disposições
relacionadas com a segurança de turistas."
RELATOR: Deputado GEOVAN FREITAS
PROJETO DE LEI N° 601/99 - do Sr. Dl' Holeno - Que "dispôe sobre a obrigatoriedade da veiculação de
artigos da Constituição Federal no rodapé de jornais e revistas, editados em temt6rio nacional."
RELATOR: Deputado NELSON OTOCH
PROJETO DE LEI N" 1.290/95 - JUNIA MARISE - (PLS 77/1995) - Que "allera a Lei n° 6.360, de 23 de
setembro de 1976. Que dispõe sobre a vigilância sanitaria a Que ficam sujeitos os medicamentos, as
drogas. os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos. saneamentes e outros produtos, e dá outras
providê ncias."
RELATOR: Deputado FERNANDO CORUJA
AVISOS
Decurso:1·sessão
Última Sessão: 17/04/02
15622 Quinta-li:ira 1I DI:\IUO DA CAMARA DOS JWPIJlADOS Abril ,k 2002
Substitutivo (Art. 119, " e §1 0)
PROJETO DE LEI N° 4.052/01 - do Sr. José Carlos Coutinho - que "altera o Decreto-lei, nO 73, de 21 de
novembro de 1966, fixando prazo rráximo para pagamento de indenização de sinistros por parte das
sociedades seguradoras e estabelecendo a multa aplicável no caso de seu descumprimento."
RELATOR: Deputado LUIZ RIBEIRO
A - Debate:
Tema:
1· REUNIÃO DO FÓRUM PERMANENTE NACIONAL LEGISLATIVO DE TURISMO
Convidados:
• Entidades Nacionais e Secretarias Estaduais de Turismo.
AVISOS
PROJETO DE LEI N" 5.521/01 - do Sr, Clementioo Coelho - que "altera a redação do art, 2° da Lei 8174,
de 30 de janeiro de 1991, que "dispõe sobre princ ipios do Política Agr icola, estabelecendo atribuições ao
Conselho Nacional de Politica Agrícola - CNPA, tributação compensatória de produtos agrícolas, amparo
ao pequeno produtor e regras de financiamento li liberação de estoques públicos."
RELATOR: Deputado ENIO BACCI
PROJETO DE LEI N" 6.016/01 - do Sr. Anibal Gomes - que "dispõe sobre critérios para a cobrança de
diárias de hospedagem em hotéis,"
RELATORA: Deputada NAIR XAVIER LOBO
PROJETO DE LEI N° 6,111/02 - de Sr. Mendes Thame - que "proíbe o uso de amianto ou asbesto em
materiais de fricçáo e outros componentes automotivos,"
RELATOR: Deputado ALE X CANZIANI
PROJETO DE LEI N' 6.112/02 - do Sr. Mendes Thame - que "prolbe o uso de amianto em artefatos
infantis."
RELATOR: Deputado EMERSON KAPAZ
PROJETO DE LEI N" 6.148/02 - do Sr. Salomão Cruz - que "altera o art. 3' da Lei n" 7.827, de 27 de
setembro de 1989, que "regulamenta o art, 159, inCISO I, alínea C da Constituição Federal, institui o
Fundo Constitucional de Financiamento do Norte - FNO, o Fundo Constitucional do Financiamento do
Nordeste - FNE e o Fundo Constitucional de Finaf1ciamento do Centro-Oeste - FCO, e dá outras
providências","
RELATOR: Deputado FERNANDO DINIZ
PROJETO DE LEI N° 6.177/02 - do Sr. José Carlos Coutinho - que "dispõe sobre a falência do devedor
civil e dá outras providências,"
RELATOR: Deputado RICARDO FIUZA
PROJETO DE LEI N' 6.182/02 - do Sr. Telmo Kirst - que "dispõe sobre operações com cartões de
crédito e dá outras provid encias.·
RELATOR: Oeputado EDISON ANDRINO
Abril d~ 2002 DL\RIO IH ('·\MARA DOS DFPl! lA\)OS Quinta-feira II 15621
PROJETO DE LEI N° 6.198/02 - do Sr. Josó Carlos Coutinho - que "proibe o Poder Executivo a fixação
de cotas de importação para as Áreas de Livre Comércio."
RELATOR: Deputado JAIRO CARNEIRO
PROJETO DE LEI N° 6.217102 - do Sr. Bispo Rodrigues - que "dispõe sobre a obrigatoriedade dos locais
que comercializam cigarros, cigarrilhas, charutos. cachimbos, ou qualquer produto fumigero a exporem
advertências sobre os males desses produtos."
RELATOR: Deputado PAULO OCTÁVIO
Decurso:S·sessão
Última Sessão: 11/04/02
PROJETO DE LEI N' 1.383199 - do Sr. Regis Cavalcante - que "obnga os fabricantes de bebidas e
cigarros a manterem ou financiarem instituições médicas voltadas à recuperação de dependentes."
RELATOR: Deputado PAULO OCTÁVIO
PROJETO DE LEI N° 5.375/01 - do Sr. José Carlos Coutinho - que "dispõe sobre opera ções de fomento
mercantil - factoring e d á outras provid ências." (Apensado: PL 5612/2001)
RELATOR: Deputado MARCOS CINTRA
PROJETO DE LEI N" 5842/01 - do Sr. Márcio Fortes - que "altera a Lei nO 5966, de 11 de dezembro de
1973, que institui o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial."
RELATOR: Deputado RONALDO VASCONCELLOS
PROJETO DE LEI N' 5.849/01 - do Sr. Orlando Desconsi - que "institui e conceitua as empresas de
Autogestão e dá outras providências."
RELATOR: Deputado JURANDIL JUAREZ
PROJETO DE LEI N" 5.853/01 - do Sr. Rubens Bueno - que "estabelece o medicamento genérico para
uso veterinário, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos de uso
veterinário e dá outras providências."
RELATOR: Deputado JÚLIO REDECKER
PROJETO DE LEI N° 5.901/01 - da Sra. Nair Xavier Lobo - que "dispõe sobre a criação de aeroportos
industriais voltados para o incentivo a atividades exportadores."
RELATOR: Deputado EMERSON KAPAZ
PROJETO DE LEI N° 5.984/01 - do Sr. LUIZ Ribeiro - que "toma obrigatófla as empresas a mudança no
uso de solvente tóxico e dá outras providências."
RELATOR: Deputado RICARDO FIUZA
PROJETO DE LEI N° 5.991101 - do Sr. Roberto Argenta - que "intitui bolsa de estudos, denominada
"bolsa-estágio", com o objetivo de apoiar estudantes do ensino superior, tendo como contrapartida a
prestação de servi ços destes, como estagiários."
RELATOR: Deputado JAQUES WAGNER
PROJETO DE LEI N° 6.055/02 - do Sr. Jaques Wagner - que "altera a redação do art. 429 da
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, para ampliar o percentual mlnimo de aprendizes."
RELATOR: Deputado RUBEM MEDINA
PROJETO DE LEI N° 5.017/01 - do Sr. Odelmo Leão - que "acrescenta artigo ao Código de Defesa do
Consumidor, obrigando as concessionárias de velculos automotores a manterem em seus estoques as
peças necessárias aos reparos dos veiculas que comercializam." (Apensado: PL 5108/2001)
RELATOR: Deputado GERSON GABRIELLI
1)624 Quinta-lCira II DIA RIO DA ('AMARA DOS DU'llL\DOS .\hril dt: 2002
COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO
AVISOS
PROPOSIÇÕES EM FASE DE RECEBIMENTO DE EMENDAS (5 SESSÕES)
Decurso: 4 a sess ão
Última Sessão: 12/04/02
PROJETO DE LEI N° 1.787/96 - do Poder Executivo - (MSC 322/1996) - que "dispõe sobre a proteção
propriedade intelectual de topografias de circuitos integrados."
RELATOR: Deputado AVENZOAR ARRUDA
PROJETO DE LEI N° 2.663/00 - LUIZ ESTEVÃO - (PLS 155/1999) - que "altera o art. 4° da Lei nO 9.732,
de 11 de dezembro de 1998." (Apensado: PL 140/1999 (Apensados: PL 141/1999, PL 142/1999, PL
293/1999, PL 711/1999, PL 797/1999, PL 986/1999, PL 2009/1999 e PL 2620/2000))
RELATOR: Deputado FLÁVIO ARNS
PROJ ETO DE LEI N' 3.498/00 - do Sr. Celso Giglio - que "institui o Dia Nacional de Preven ção e
Combate ao Câncer de Próstata, bem como os malas dele originários."
RELATOR: Deputado AGNELO QUEIROZ
PROJETO DE LEI N° 5.407/01 - do Sr. Alberto Fraga - que "determina a obrigatoriedade de reserva de
local apropriado para acomodação de portadores de deficiência fisica em estédios esportivos e
congêneres, e d á outras providências."
RELATOR: Deputado FLÁVIO ARNS
PROJETO DE LEI N° 5.430/01 - da Sra. Nair Xavier Lobo - que "institui o Dia Nacional do Orgulho Gay e
da Consciência Homossexual."
RELATORA: Deputada ESTHER GROSSI
PROJETO DE LEI N' 5.697/01 - do Sr. João pjzzolatli - que "institui O Dia Nacional do Empreendedor,
nas condições que especifica."
RELA TOR: Deputado Z É íNDIO
PROJETO DE LEI N° 5.711/01 - do Senado Federal - (PLS 51/2001) - que "dispõe sobre a liberação de
recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE."
RELATOR: Deputado IVAN PAIXÃO
PROJETO DE LEI N' 5.754/01 - da Sra. Marisa Serrano - que "dispõe sobre a Instituição do Dia
do Movimento Comunitario."
RELATOR: Deputado ÁTILA LIRA
PROJETO DE LEI N' 5.788/01 - do SI'. Celso Russomanno • que "institui O Dia Nacional da Esclerose
Múltipla."
RELATOR: Deputado RENILDO LEAL
PROJETO DE LEI N' 5.791/01 - do SI'. Ivan Paixão - que "institui o Dia Nacional de Repúdio ao
Terrorismo. "
RELATOR: Deputado WAGNER ROSSI
PROJETO DE LEI N° 5.957/01 - do SI'. Divaldo Suruagy - que "institui o Dia Nacional do Prefeito."
RELATOR: Deputado ALBERTO GOLDMAN
PROJETO DE LEI N° 5.965/01 - do SI'. Milton Monti - que "institui o Dia Nacional do Caixa de
Supermercado."
RELATOR: Deputado MEDEIROS
PROJETO DE LEI N° 6.018101 - do Senado Federal - (PLS 3812001) - que "acrescenta dispositivo ao art.
52 e dá nova reda ção ao § 4° do art. 55 da Lei 9.615, de 24 de março de 1998, que institui normas gerais
sobre desporto e da outras provid ências."
RELATOR: Deputado AGNELO QUEIROZ
PROJETO DE LEI N° 6.033/02 - do Poder Executivo - (MSC 35/2002) - que "altera a denomina ção da
Faculúaúe federal úe Oúuntu!ugiél de Diarnélllllna."
RELATOR Deputado WALFRIDO MARES GUIA
.\bril d~ 2002 DI.\RIO DA. C.'\MARA DOS Dj·:I'UIAD()S <)uJnla-klra II 15625
PROJETO DE LEI N° 6.036102 - do Poder Executivo - (MSC 4512002) - que "altera a denominação da
Universidade do Rio de Janeiro - UNIRIO."
RELATORA: Deputada MIRIAM REID
PROJETO DE LEI N' 6.044/02 - do Sr, Pompeo de Mattos - que "institui o "Dia da Legalidade" no
calendario oficial brasileiro."
RELATOR: Deputado OSVALDO BIOLCHI
PROJETO DE LEI N' 2.226/99 - do Sr, Enio Bacci - que "institui programa ·Paz na Escola", de a;;ão
interdisciplinar e de participação comunitária para prevenção e controle da violência nas escolas da rede
pública de ensino no pais e dá outras providências." (Apensado: PL 258412000)
RELATORA: Deputada IARA BERNARDI
Decurso: 5· sessão
Última Sessão: 11104102
PROJETO DE LEI NO 5.046/01 - do Sr. João Herrmann Nelo - (PL 616812002) - que "dá ao Aeroporto
Internacional São Paulo/Congonhas, localizado na cidado de São Paulo (SP), a denominação "Aeroporto
Internacional de São Paulo/Congonhas - Comandante Rolim"."
RELATOR: Deputado CUNHA BUENO
PROJETO DE LEI N° 5.620101 - do Sunado Federal - (PLS 158/2001) - que "dispõe sobre a inscrição de
nomes no Livro dos Heróis da Pátria."
RELATOR: Deputado BONIFÁCIO DE ANDRADA
PROJETO DE LEI N' 5.671/01 - do Sr. Ney Lopes - que "autoriza atos de homenagem a ALBERTO
SANTOS DUMONT por parte dos aeroportos brasileiros"
RELATOR: Deputado DINO FERNANDES
PROJETO DE LEI N' 5,747101 - do Sr. Joel de Hollanda - que "inscreve o nome de Joaquim Aurélio
Barreto Nabuco de Araújo no Livro dos Heróis da Pátria."
RELATOR: Deputado OSVALDO COELHO
PROJETO DE LEI N" 5.905/01 - da Sra. Nair Xavier Lobo - que "institui o ano de 2003 como o "Ano da
Mulher","
RELATORA: Deputada NICE LOBÃO
PROJETO DE LEI N" 5.966/01 - do Sr. Eni Voltolini - que "denomina a cidade de Canoinhas-SC Capital
Nacional dos Doadores Voluntários de Sangue."
RELATOR: Deputado JOÃO MATOS
AVISOS
Decurso: 4· sessão
Última Sessão: 12/04/02
PROJETO DE LEI N° 138/99 - do Sr. Edinho Araújo - que "altera dispositivos da Lei n° 6.435, de 15 de
julho de 1977, e dá outras providências."
RELATOR: Deputado JORGE KHOURY
1'1626 Quinta-kira II DIARIO DA CAMARA DOS DEPUTADOS Abril (I<: 2002
PROJETO DE LEI N° 1.504/99 - do Sr. Dr. Benedito Dias - que "cria área de livre comércio no Município
de Oiapoque, no Estado do Amapá, e dá outras provid ências." (Apensado: PL 2866/2000)
RELATOR; Deputado ARMANDO MONTEIRO
PROJETO DE LEI N' 1.653/99 - do Sr. Simão Sessim - que "dispõe sobre a compensação de dívidas
municipais relativas ás contribuições previdenciárias arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), e as relativas ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e aos Programas de
Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP)"
RELATOR: Deputado CARLlTO MERSS
PROJETO DE LEI N" 3.031/00 - do Sr Pompeo de Mattos - que "institui o Programa de Seguro Agrícola
e dá outras providências."
RELATOR: Deputado JOSÉ CARLOS FONSECA JR.
PROJETO DE LEI N" 3.204/00 - do Sr. Marçal Filho - que "autoriza a movimentação do saldo das contas
vinculadas ao FGTS para reforma da casa própria."
RELATOR: Deputado JOSÉ LOUREN ÇO
PROJETO DE LEI N° 4.757/01 - do Sr. Ricardo Ferraço - que "editoras do pais ficam obrigadas a enviar,
anualmente, três exemplares de cada lançamento, seja literário, biográfico ou histórico, para cada uma
das bibliotecas públicas do pais."
RELATOR: Deputado MÁRCIO FORTES
PROJETO DE LEI N' 4.881/01 - do Sr. João Coser - que "institui a obrigatoriedade das empresas
construtoras e incorporadoras oferecerem garantia de término das obras."
RELATOR: Deputado JORGE KHOURY
PROJETO DE LEI N' 5.210101 • do Senado Federal . (PLS 27/1996) • que "cria o Programa de
Incentivos a Energias Renováveis - Pier, e dá outras providências."
RELATOR: Deputado SEBASTIÃO MADEIRA
PROJETO DE LEI N° 5.274/01 . do Sr. Pompeo de Maltas - que "institui o Programa de Refinanciamento
do Crédito Educativo· RECREDUC,"
RELATOR: Deputado CARLlTO MERSS
PROJETO DE LEI N" 5.760/01 - do Senado Federal - (PLS 255/2000} - que "da nova redação ao art. 6° e
acrescenta o art. 10-A á Lei 9.469, da 10 da julho de 1997, para, nos termos dos §§ 3° e 4° do art. 100
da Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional 30, de 2000, e o teor da Lei 10.099,
de 19 de dezembro de 2000, que aliara a Lei 8.213, de 24 de junho de 1991, regulamentando o disposto
no § 3° do art. 100 da Constituição Federal, (.... },conceltuar as obrigações de pequeno valor e disciplinar
o pagamento de obrigações de pequeno valor e do crédito de natureza alimenticia devidos pela Fazenda
Pública em virtude de sentença judiciária transitada em julgado - precatório."
RELATOR: Deputado CORNELlO RIBEIRO
PROJETO DE LEI N° 5.779/01 . da Sra. Socorro Gomes - que "dispõe sobre os princípios norteadores
dos contratos de mútuo firmados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação e fixa as taxas de juros
desses contratos·
RELATOR: Deputado RICARDO BERZOINI
PROJETO DE LEI N' 5.938/01 - do Sr. João Harrmann Neto • que "reduz penalidade pela falta de
apresentação de declaração do imposto de renda, concede dispensa do pagamento de multas pela náo-
entrega da declaração de rendimentos de empresas inativas e da outras pruvid ências."
RELATOR: Deputado SÉRGIO MIRANDA
AVISOS
Decurso: 4 8 sessão
Última Sessão: 12104/02
I.
PROJETO DE LEI N' 454/99 - do Sr. Enio Bacci - que "eslabe/e normas para fiscalização de poços
artesianos e dá outras providências," (Apensados: PL 459/1999 e PL 1672/1999)
RELATOR: Deputado LUCIANO llCA
PROJETO DE LEI N° 5.944/01 - do Sr. Olimpio Pires - que "altera a redação do art. 2" da Lei nO 8,001,
de 13 de março de 1990. no tocante à distribuição dos recursos oriundos da compensação financeira
pela exploração de recursos minerais·
RELATOR: Deputado ANTONIO FEIJÃO
REUNIÃO ORDINÁRIA
AUDIÊNCIA PÚBLICA
A· Audiência Pública:
Tema:
"Esclarecimentos sobre o avanço da Dengue no Pais"
Convidados:
AVISOS
Decurso:4 a sessão
Última Sessão: 12104/02
PROJETO DE LEI N° 2249199 - do Sr. Luiz Bittencourt - que "obriga a veiculação de mensagens contra
o uso de drogas nos "siles" provedores de informações na Internet, de responsabilidade de órgãos e
entidades da Administração Pública federal," (Apensado: PL 2977/2000)
RELATORA: Deputada ANGELA GUADAGNIN
PROJETO DE LEI N° 3.079/00 - do Sr. Almir Sá - Que "dispõe sobre a concessão do seguro-desemprego
aos assentados em terras da União, no período de entressafra."
RELATOR: Deputado DARCfslO PERONDI
PROJETO DE LEI N' 5.106/01 - da Sra Nair Xavier Lobo - que "institui a franquia postal para as
entidades beneficentes de assist ência soeial."
RELATOR: Deputado URSICINO QUEIROZ
I'i62R Quinta-li.:ira II DI.\RIO DA ('AMARA DOS nU'lHADOS Ablil de 2002
PROJETO DE LEI N' 5.538101 - do Sr. Lamarline Posella - que "dispõe sobra a obrigatoriedade da
realização do teste anti-HIV em multleres grávidas nas redes de saúde pjbJica e/ou privada, como
prevenção contra a disseminação da AIDS."
RELATOR: Deputado HENRIQUE FONTANA
PROJETO DE LEI N° 5.680101 - do Sr. Pedro Fernandes - que "dispõe sobre o direito de acessibilidade
do portador de dafici ência visual, acompanhado de cães guias, a locais, transportes e estabelecimentos
de acesso ao público em geral, e dá outras providências."
RELATORA: Deputada RITA CAMATA
PROJETO DE LEI N° 5.839/01 - do Sr. Eni Voitolini - que "altera a reda ção do art. 24 da Lei nO 8213, de
24 de julho de 1991, para permitir a concessão da pensão por morte aos dependentes do trabalhador
filiado ao Regime Geral da Previdência Social que tenha perdido a qualidade de segurado."
RELATOR: Deputado EULER RIBEIRO
PROJETO DE LEI NO 5.841/01 - do Sr. Em Voltolini - que "altara dispositivos da Lei nO 8742, de 07 de
dezembro de 1993."
REl.ATOR: Deputado EDUARDO BARBOSA
PROJETO DE LEI N° 5.900/01 - da Sra. Nair Xavier l.obo - que "estende o direito à licença-gestante a
quem detiver a guarda de criança, no caso de morte da genitora."
RELATORA: Deputada LÚCIA VÂNIA
PROJETO DE l.EI N° 5.909/01 - do Senado Federal - (PLS 65/2000) - que "acrescenta parágrafo ao art.
11 da Lei ri' 6.360, de 23 de setembro de 1976, que "dispõe sobre a vigiláncia sanitária a que ficam
sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticas e correlatos, cosméticos, saneantes e
outros produtos, o dá outras providências", para determinar que medicamentos em determinadas
apresentações sejam vendidos à granel, na quantidade indicada na prascrição."
RELATOR: Deputado RAFAEL GUERRA
PROJETO DE LEI N° 5.919/01 - do Sr. Max Rosenmann - que "dispõe sobre o repasse de recursos da
Agência Nacional de vigilãncia Sanitária para as Universidades mediante convênios de cooperação
técnica."
RELATOR: Deputado IVAN PAIXÃO
PROJETO DE LEI N° 5.931/01 - da Sra. Teima de Souza - que "dispõe sobre a prevenção, o tratamento,
a fiscalização, o controle e a repressão de tráfico ilícito e do uso indevido da entorpecentes e drogas
afins, e dá outras providências."
REl.ATORA: Deputada LAURA CARNEIRO
PROJETO DE LEI N' 5.933/01 - do Sr. Augusto Franco - que "aqulpara a consumidor as pessoas
jurídicas de direito públiCO e privado contratantes de planos de saúde em grupo"
RELATOR: Deputado CARLOS MOSCONI
PROJETO DE LEI N° 5.962/01 - do Sr. Roberto Jefferson - que "dispõe sobre a realização de perícia nos
casos de crime contra costumes."
RELATORA: Deputada LAURA CARNEIRO
PROJETO DE LEI N" 5963/01 - do Sr. Milton Monti - Que "que torna obrigatório o exame de acuidade
visual em todos os alunos matriculados no ensino fundamenta! das escolas públicas e particulares."
RELATORA: Deputada TETÉ BEZERRA
PROJETO DE LEI NO 5.964/01 - do Sr. Custódio Mattos - que "dispõe sobre a cobertura, pelo Sistema
Único de Saúde, dos custos operacionais dos serviços hospitalares decorrentes de assun ção de
obrigação imposta pelo Poder Judici ária á rede privada e dá outras provid ências."
RELATOR: Deputado DAMIÃO FELlCIANO
PROJETO DE LEI N" 5.975/01 - do Sr. Neuton lima - que "prolbe a aplicação de tatuagens e piercings,
na forma em quo especifica, em menores de idade."
REl.ATOR: Deputado DR. ROSINHA
PROJETO DE l.EI N' 5.981/01 - do Sr. Luiz Ribeiro - que "cria o Cadastro Nacional de Aquisição de
medicamentos para pacientes não aSSistidos pelo Programa Nacional de Farmácia Básica:
KELA10R: Deputado RAIMUNDO GOMES DE MATOS
PROJETO DE LEI N' 5.983/01 - do Sr. Luiz Ribeiro - que "cria o Cadastro Nacional de Aquisição de
modicamentos para paciente assistido."
RELATOR: Deputado RAIMUNDO GOMES DE MATOS
PROJETO DE l.EI N' 5.985/01 - do Sr. Luiz Ribeiro - que "cria o Cadastro Nacional de Locação e
Distribuição de Órgãos e Tecidos para Transplantes"
RELATOR: Deputado RAIMUNDO GOMES DE MATOS
PROJETO DE LEI NO 5.999/01 - do Sr. Ricardo Izar - que "dispõe sobre a residência odontológica
obrigatória para o exerc Icio profissional."
RELATOR: Deputado DR: ROSINHA
.\I)[il de 2002 DIA.RIO DA (',,,"MARA DOS DEPU lADOS Quinta-feira 11 15629
PROJETO DE LEI N' 6.002/01 - do Sr. Ricardo Izar - que "dispõe que toda a escola de ensino
fundamental, seja obrigada a dispor de profissional da area de fonoaudiologia."
RELATOR: Deputado DR. ROSINHA
PROJETO DE LEI N" 6.005/01 - da Sra. Teima de Souza - que "altera a Lei nO 5.991, de 17 de setembro
de 1973, e da outras providências."
RELATORA: Deputada LAURA CARNEIRO
PROJETO DE LEI N" 6.013/01 - do Sr. Jutahy Junior - que -acrescenta dispositivos à Lei nO 10.216, de
06 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos
mentais e redireciona o modelo essistencial em saúde mental."
RELATOR: Deputado EDUARDO BARBOSA
PROJETO DE LEI NU 6.043/02 - do Sr. Pompeo de Mattos - que "assegura ao recém-nascido o direito de
realização de exames de identifica ção de catarata congênita e dá outras provid ências."
RELATORA: Deputada RITA CAMATA
PROJETO DE LEI N° 6.051/02 - do Sr. João Eduardo Dado - que "torna sem limites a não incidência do
imposto do renda sobre proventos e pensões de maiores de 65 anos·
RELATOR: Deputado CARLOS MOSCONI
PROJETO DE LEI N° 6.109/02 - do Poder Executivo - (MSC 114/2002) - que "acrescenta o art. 'l?-A, na
Lei 10.'191, do 14 de fevereiro de 2001, que dispõe sobre a equisição de produtos para a implementação
de ações de saúde no âmbito do Ministério da Saúde."
RELATOR: Deputado JOSIÕ UNHARES
AVISOS
PROJETO DE LEI N' 2.079/96 - do Sr. Marcelo ruda - que "dispõe sobre a publicidade dos atos,
programas, obras, servi ços e campanha dos órgãos e entidades Jliblicas da administraçâo direta e
indireta." (Apensados: PL 767/1999, PL 1805/1999, PL 2467/2000 (Apensado PL 5094/2001), PL
3555/1997 e PL 4263/2001)
RELATOR. Deputado PEDRO CELSO
PROJETO DE LEI N° 4.769/01 - do Sr. Robson Turna - que "altera dispositivos da Lei nO 9.074, de 07 de
julho de 1995 e da outras providências."
RELATOR: Deputado VIVALDO BARBOSA
PROJETO DE LEI N" 5.137/01 - do Sr. Medeiros - que "dispõe sobre o valor do salário mfnimo, a partir
de 1° de abril de 2002."
RELATOR: Deputado PROFESSOR LUIZINHO
PROJETO DE LEI N" 5.139/01 - do Sr. Osmar Serraglio - que "altera os artigos 12 e 21 da Lei nO 8.429,
de 02 de Junho de 1992 - Lei de Improbidade Administrativa."
RELATOR. Deputado FREIRE JÚNIOR
PROJETO DE LEI NO 5.161/01 - do Sr. Delfim Netto - que "altera dispositivos da Lei 8666, de 21 de julho
de 1993, que "regulamenta o art. 37, inciso XXI, da ConslituÇão Federal, institui normas para liCitações e
contratos da Administraçâo Pública e da outras provid ências"·
RELATORA: Deputada VANESSA GRAZZIOTIN
PROJETO DE LEI N" 5.163/01 - do Sr. José Carlos Coutinho - que "altera a redação do artigo 453 da
Consolidaçâo das Leis do Trabalho - Decreto-Lei 5452, de 1° de maio de 1943 e da outras providências."
RELATOR: Deputado JOVAIR ARANTES
PROJETO DE LEI N° 5.168/01 - do Sr. José Carlos Coutinho - que "estabelece o fornecimento da cosia
básica para os trabalhadores e dá outras providências."
RELATOR: Deputado JOSI:: MÚCIO MONTEIRO
PROJETO DE LEI NU 5.170/01 - da Sra. Nair Xavier Lobo - que "permite a criação de Comissão Interna
de Empregados no âmbito das empresas."
RELATOR: Deputado RICARDO RIQUE
15630 Quinta-letra 1I DL\RIO l>A ('AMARA DOS I>FPlJl .\DOS Abril d0 2002
PROJETO DE LEI N° 5.179/01 - do Sr. Enio Bacci - Que "institui a reserva de vagas para apenados em
regime aberto e semi-aberto, no servi ço público municipal e dá outras providências."
RELATOR: Deputado FREIRE JÚNIOR
PROJETO DE LEI N° 5.183101 - do Se Nelson Marchezan - que "autoriza o Poder Executivo a doar o
imóvel Que menciona ao Municipio de Passo Fundo, Estado do Rio Grande do Sul."
RELATOR: Deputado JOSE MUCIO MONTEIRO
PROJETO DE LEI N° 5.185/01 - do Sr. José Carlos Coutinho - que "estabelece a verba honorária nos
processos em que o advogado é empregado da parle."
RELATOR: Deputado PROFESSOR LUIZINHQ
PROJETO DE LEI N" 5.188/01 - do Se Joslé Carlos Coutinho - Que "altera o caput do art. 168, da
PROJETO DE LEI N" 5.189/01 - do Sr. José Carlos Coutinho - que "estabelece a obrigatoriedade da
incidência de correção monetária sobre as importãncias pagas com atraso pelas entidades e orgãos à
Administração Pública, relativas aos contratos Que especifica, e dá outras providências."
RELATOR: Deputado JOÃO TOTA
PROJETO DE LEI N° 5.198/01 - do Sr. AveliZoar Arruda - Que "acrescenta parágrafo ao art. 616 da
Consolidação das leis do Trabalho - CLT."
RELATOR: Deputado HERCULANO ANGHINETTI
PROJETO DE LEI N° 5.204/01 - do Sr. Rubens Bueno - que "permite a quebra do sigilo bancário dos
servidores ocupantes de cargo em comissão ou de natureza especial e das pessoas fisicas ou juridicas
que contratem com a Adminislração Pública."
RELATOR: Deputado PEDRO CELSO
PROJETO DE LEI N° 5.236/01 - dos Srs. Medeiros e Paulo Paim - que "dispõe sobre o valor do salário
mlnimo, a partir de primeiro de abril de 2002, e dá outras provid ências."
RELATOR: Deputado PEDRO HENRY
PROJETO DE L.EI N° 5240/01 - do Sr. Luiz Carlos Hauly - que "aitera a Lei 6.019, de 3 de janeiro de
1974, que "dispõe sobre o trabalho temporário nas empresas urbanas, e dá outras providências."
RELATOR: Deputado PEDRO CELSO
PROJETO DE LEI N° 5.266/01 - da Sra. Vanessa Grazziotin - que "acrescenta inciso ao art. 20 da Lei nO
8.036. de 11 de maio de 1990, para permitir a movimentação da conta vinculada do FGTS a partir de
vinte anos do tempo de servi ço."
RELATOR: Deputado WILSON BRAGA
PROJETO DE LEI N' 5.287/01 - do Sr. Paulo Paim - que "dispõe sobre o cf>mputo, para fins de
pagamento da indenização por dispensa sem justa causa, dos complementos de atualização monetária
das contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, mencionados na Lei
Complementar 110, de 29 de junho de 2001, bem assim os decorrentes de decisão judicial."
RELATOR: Deputado MEDEIROS
PROJETO DE LEI N' 5.296/01 - do Sr. Miro Teixeira - que "dispõe sobre o Estatuto Juridico das
Entidades da Admimstração Pública, nos âmbitos da União, Estados, Distrito Federal e Municipios e dá
outras provid ê ncias."
RELATOR: Deputado RICARDO RIQUE
PROJETO DE LEI N" 5.309101 - do Sr. Paulo Gouvêa - que "altera a redação do inciso I do art. 23 da LeI
nO 6429, de 2 de junho de 1992, majorando o prazo prescricional das condutas praticadas por agentes
públicos nos casos de enriquecimenfo ilicito."
RELATOR: Deputado JOÃO TOTA
PROJETO DE LEI N° 5.328/01 - do Senado Federal - (PLS 227/2000) - que "inclui na Lei 8406. de 09 de
janeiro de 1992, artigo que estabelece a gratuidede da emissão de extratos bancários referentes ao
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço."
RELATOR: Deputado AVENZOAR ARRUDA
PROJETO DE LEI N° 5.347/01 - do Sr. Marçal filho - que "dispõe sobre a obrigatoriedade de inciusáo da
tax de serviços, no valor de dez por cento, nas conlas pagas em hotéis, restauranles, bares e
similares." (Apensado: PL 5497/2001)
RELATOR: Deputado LUIZ ANTONIO FLEURY
PROJETO DE LEI N° 5.350101 - do Sr. Ricardo Berzoim - que "acrescenta dispositivos à Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT, a fim de permitir o desconto no salário de empréstimo junto a cooperativa de
crédito."
RELATOR: Deputado JOVAIR ARANTES
I·
PROJETO DE LEI N° 5.359/01 • do Sr. Clementino Coelho - que "altera o inciso 11 do § 2° e introduz um
§ 3° no art. 13 da Lei 9427, de 26 de dezembro de 1996."
RELATOR: Deputado GERSON GABRIELLI
PROJETO DE LEI N° 5.377101 - do Sr. José Carlos Coutinho - que "estabelece a participação das partes
interessadas nas reuniões de órgãos colegiados da administração pública direta."
RELATOR: Deputado PEDRO CELSO
PROJETO DE LEI N° 5.421/01 - do Sr. José Carlos Coutinho - que "modifica o art 499 da Consolidação
das Leis do Trabalho, instituída pelo Decreto-Lei nO 5.452, de 1° de maio de 1943."
RELATOR: Deputado FREIRE JÚNIOR
PROJETO DE LEI N" 5.422/01 - do Sr. José Carlos Coutinho - que "adiciona o parágrafo sexto ao art.
472 da Consolidação das Leis do Trabalho, instituída pelo Decreto-Lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943."
RELATOR: Deputado HERCULANO ANGHINETTI
PROJETO DE LEI N° 5.426/01 - do Sr. Ney Lopes - que "acrescenta parágrafo ao art. 43 da Lei nO 8666,
de 21 de junho de 1993."
RELATOR: Deputado FERNANDO GONÇALVES
PROJETO DE LEI N° 5.722/01 - da Sra. Vanessa Grazziotin - que "acrescenta artigo à Consolidação das
Leis do Trabalho - CLT, a fim de dispor sobre indenização e multa relativa à dispensa sem justa causa
empregado estável."
RELATOR: Deputado FREIRE JÚNIOR
PROJETO DE LEI N" 5.881/01 - do Sr. Mauro Benevides - que "determina o valor do salário mínimo, a
partir de 1° de abril de 2002"
RELATOR: Deputado AVENZOAR ARRUDA
PROJETO DE LEI NO 5.903/01 - da Sra. Nair Xavier Lobo - que "acrescenta artigo à Lei ri' 5.859, de 11
de 1972, que "dispõe sobre a profissão de empregado doméstico e dá outras providências", a fim de
conceder estabilidade provisória para a empregada gestante."
RELATOR: Deputado LUIZ ANTONIO FLEURY
PROJETO DE LEI N° 5.904/01 - da Sra. Nair Xavier Lobo - que "estabelece a modalidade de técnica na
licitação para outorga de concessão ou permissão para exploração de servi ços de radiodifusâo."
RELATOR: Deputado WILSON BRAGA
PROJETO DE LEI N° 5.937/01 - do Sr. Paulo Octávio - que "altera os arts. 3° e 8° e os Anexos 11 e 111 da
Lei na 9.264, de 7 de fevereiro de 1996 e dá outras providências."
RELATOR: Deputado GERSON GABRIELLI
PROJETO DE LEI N° 5.945/01 - do Sr. Ronaldo Vasconcellos - que "acrescenta parágrafo único ao art.
7° da Lei nO 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, que "dispõe sobre o regime de concessão e permissão de
serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências", determinando a
entrega de cópia das leituras de consumo de serviços püblicos."
RELATOR: Deputado PROFESSOR LUIZINHO
PROJETO DE LEI N° 5.958/01 - dos Srs. Wellington Dias e Ricardo Berzoiní - que "acrescenta
dispositivo à Consolida ção das Leis do Trabalho • CLT, proibindo a contratação de mão de obra por
empresa interposta."
RELATOR Deputado FERNANDO GONÇALVES
PROJETO DE LEI N° 5.970/01 - do Sr. Inácio Arruda - que "altera dispositivos do Decreto-Lei nO 5.452,
de 1° de maio de 1943 - Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)."
RELATOR: Deputado MEDEIROS
PROJETO DE LEI N° 5.976/01 - do Sr. Nilson Mourão - que "acrescenta dispositivo à Consolidação das
Leis do Trabalho - CLT."
RELATORA: Deputada VANESSA GRAZZIOTIN
15612 Quinta-lCira 11 mARIO DA CAM.\RA DOS DEPUTADOS Abril de 2002
PROJETO DE LEI N° 5.987/01 - do Sr. Virgílio Guimarães - que "substitui parágrafo do artigo fi' da Lei
9.984 de 17 de julho de 2000 que "Dispõe sobre a Criação da Agência Nacional de Agua - ANA"."
RELATOR: Deputado VIVALDO BARBOSA
PROJETO DE LEI N° 6.019/01 - do Senado Federal - (PLS 86/1999) - que "acrescenta parágrafo ao art.
791 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Loi nO 5.452, de 1° de maio de
1943."
RELATOR: Deputado PEDRO HENRY
PROJETO DE LEI N° 6.027/01 - MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - (MSC 4/2001) - que "dispõe sobre
a criação de cargos efetivos na carreira de Apoio Técnico -Administrativo do Ministério Público da União e
de funções comissionadas, no âmbito do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, e dá outras
providências. "
RELATOR: Deputado PEDRO CELSO
PROJETO DE LEI N° 6.045/02 - do Sr. Alberto Fraga - quo "acrescenta os §§ 3° e 4° ao art. 54 da Lei n.
8.666, do 21 de junho de 1993."
RELATOR: Deputado FERNANDO GONÇALVES
PROJETO DE LEI N' 6.110/02 - do Sr. Mendes Thame - que "proibo o uso de amianto em obras
públicas."
RELATOR: Deputado PROFESSOR LUIZINHO
PROJETO DE LEI N' 523/99 - do Sr. Padre Roque - que "altera o artigo 5° da Lei 9.701, de 18 de
novembro de 1998." (Apensado: PL 989/1999)
RELATOR: Deputado JOSÉ MÚCIO MONTEIRO
REUNIÃO ORDINÁRIA
AUDIÊNCIA PÚBLICA
A - Audiência Pública:
Tema:
• Examinar a situação do pedágio da BR-040. na zona urbana do Município de Duque de Caxias, no Rio
de Janeiro
Expo&itorll&;
Pedro Antônio Jonsson - Presidente da Companhia de Concassão Rodovi ária Juiz de Fora/Rio -
CONCER
Convidados:
,.
AVISOS
Decurso:4 a sessão
Última Sessão: 12104/02
PROJETO DE LEI N" 5.739/01 - do Sr. Jair Meneguelli - que "altera a redação do inciso I e acrescenta
novo parágrafo, renumerando os parágrafos j á existentes no art. 143, da Lei nO 9.503, de 23 de setembro
de 1997, que "institui o C ódigo de Trânsito Brasileiro·...
RELATOR: Deputado NEUTON LIMA
PROJETO DE LEI N° 5.847/01 - do Sr Silas Câmara - que "obriga a veiculação de publicidade de sa ude
pública pelas empresas de transportes colelivos urbanos."
RELATOR: Deputado CHICO DA PRINCESA
PROJETO DE LEI N" 5.911/01 - do Senado Federal - (PLS 170/2001) - que "denomina "Ponte Nossa
Senhora do Pantanal" a ponle sobre o Rio Paraguai, situada na BR-262, no Municlpio de Corumbá.
Estado do Mato Grosso do Sul." (Apensado: PL 533412001)
RELATOR: Deputado MANOEL VITÓRia
PROJETO DE LEI N° 5.946101 - do Sr. Márcio BiUar - que "allera a redação do § 1 0 do art. 148 da Lei nO
9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro."
RELATOR: Deputado MAURO LOPES
PROJETO DE LEI N° 5.982/01 - do Sr. Luiz Ribeiro - que "cria o Transporte Altemativo Interestadual e
dá outras providências."
RELATOR: Deputado JOÃO COSER
PROJETO DE LEI NO 5.998/01 - do Sr. Itamar Serpa - que "ecresce artigo ao Código de Trílnsito
Brasileiro para disciplinar a utilização de motocicletas, motonetas e ciclomotores."
RELATOR: Deputado JOSt. CHAVES
PROJETO DE LEI N° 6.015/01 - do Sr. Jaime Martins - que "denomina "Presidente JK' a rodovia BR-
040."
PROJETO DE LEI N° 6.023/01 - do Senado Federal - (PLS 168/2001) - que "denomina "Rodovia
Deputado Flávio Derzi" trecho da rodovia BR-158."
RELATOR: Deputado MANOEL VITÓRIO
PROJETO DE LEI N° 6.057102 - do Sr. Jaime Martins - que "denomina "Aeroporto de Belo
HorizontelPampulha - Carlos Drummond de Andrade" o aeroporto da cidade de Belo Horizonte, Estado
de Minas Gerais."
RELATOR: Deputado ROMEU QUEIROZ
Horário: 10h
1lI11Ia-l<':íra I I DIÁRIO DA CAMARA DOS IWI'UTADOS :\Iml de 2002
AUDI NCIA PÚBLICA
TEMA:
EXPOSITORES:
DEBATEDORES:
11 - COMISSOES TEMPORÁRIAS
COMISSÃO ESPECIAL
REUNIÃ.O ORDINÁRIA
Local: Plenário 14, Anexo 11
~'orário: 9h
AUdiência pública
Convidados:
Senador ROBERTO FREIRE, Presidente do Partido Popular Socialista PPS; e
PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO'" J...A. DE 1999 • do Dep. Paulo Octávio - que "Altera os artigOti 27.28,29,44 e 62 e introduz
t1lspo8~ transitórias de forma a fazer coincidir 05 mandatoo elelJvos que mandona e alribul·jhes novo perfodo de dura ção-, (Apensados:
PECs nOs 6199, 30199, 38199, 45/99, 55199. 69199. 74199. 102199, 114199, 132199, 140/99. 162199, 178199, 188/99.216/00).
..
COMISSÃO ESPECIAL
REUNIÃO ORDINÁRIA
local: Plenéno 10, Anexo 11
Horârio: 9h30
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Convidado:
Sr. .ALO (810 SOUSA MOREIRA, Superinlenctente do MelO Ambiente da Companhia DOCAS do estado de São Paulo.
PROJETO DE LEI 1'1' 203, DE 1991 - do Senado Federal - Que "dispoo sobre o acondicionamento, a coleta, o tIatamenlo, o lrall5~rte ti a
desllnação finei dos re.lduo. de sen.1ços de saúde" (al"'nsados: PL 4.131189. PL 447191. PL 1.137191. PL 1.154191. PL 1.814/91. PL 2.9321~2.
PL 3.333192, PL 4.344193, PL 4398/94, PL 1.094195, PL 1.138195, PL 1259195 (PL 5.574101) , PL 2.272196, PL 2.949197, PL. 3.02~/97. PL
3.750197. Pl4.17819l1 Pl4344198. PL 4502198, PL 4 511J~8. PL 4.730198, Pl59199, PL 203199, PL 722199, Pl 732199, PL 988199, Pl999/99.
Pl 1.016199, Pl 1.610199, PL 1.633199, Pl 1677199. Pl 1.720199, PL 1724199 (PLs. 4992101 e 5.807101) PL 1.756199, PL 1760199, Pl
1.857199. Pl 1.917199, Pl2.013199, Pl 2075199, PL 2100199, Pl 2.201199, Pl 2.216/99, PL 2.251199, PL 2.254199, PL 2.491/00, Pl 2815100,
PL 28171Q0, Pl 3.480/00. Pl 3.578100, PL 3.600100, Pl 3.883/00: Pl 4.029101: PL 4.329/01, PL 5194/01; PL 5.336I1Jl, Pl 5.5431Ul e Pl
5.765101).
CPI- PROER
REUNIÃO ORDINÁRIA
Local: Plenário 7, Anexo 11
HOflirio: 91.:)0
Discussão do Relatório.
REUNIÃO ORDINÁRIA
Horário: 10 horas
PAUTA
A - Relatórios
PROJETO DE LEI N° 0212002· CN, que "Abre ao l.?rçamemo Fiscal da Untao, em favor (19 PresIdênCia da República, crooiLo e~peclal no valor Utl
R$ 6.700.000,00 (seIS milhões e setecentos mil reaiS), para os hns que cspedflea"
PROJETO D~ LEI N° 03/2002 -eN. que "Abre ao:s Orçament05 fiscal e da Seguridade Sodal da União, em favor da PresIdência da República.
crédito ~peaal no valor de R$ 104.567.230,00 (cento e quatro milhões, quinhentos e SBS56nta e sete mil, duzentos e tnnta reais), para os fins
que espedfkiél"
15636 Quíllta-teíra 1I DIA RIO DA CAM:\RA DOS DEPlIT:\DOS Abril de 2002
RELATOR: Senador PAULO HARTUG.
SUBTITUlO 18.544.0515.1851.0406 - Cor"lrução e Recuperação de O\>ras da Infra,Estrutura Hldlica - Aproveitamento HidrO<'gricola do Rio
Bálsamo. em Palmeira dos lndios -AL, constante do Quadro VII da Lei n "10.407, de 1010112002 (Lei Orçamantárla para 2002).
VOTO: Pela alltorlzaçâ:J da execoçOO. na forma do Projeto de Decreto Legislativo apresentado, rejeitada a emenda.
SUBTíTULO 26.783.0232.5769.0001 - Conslrllçáo do Contorno Ferroviano no Corredor Sudoeste, Municipio da Campo GrandeJMS, constante
do Quadro VII da Lei n" 10.407, de 10/0112002 (Lei Orçamentána para 2002).
SUBTíTULO - 26.782.0231.5743.0003 - Duplicação de Trecho. Rodoviário. no Corrador Tran.metropolitano - BR-3811SP - Dlvtsa MG/SP -
Entroncamento BR-lla, conslanle do Qu"dro VII d" Lei n" 10407, de 10/0112002 (Lei Orçamentária para 2(02).
SUBTITULO - 26.782.0238.57150002 - Con.trução de Anel Rodoviárro no Corredor Fron!aira-Norte - BR...J64/AC - em Rio Branco, constante
do Quadro VII da Lei n" 10.40'/, de 10/01/2002 (Lei Orç",nenlàna p.ra 2002),
B - Requerimentos
Dos Srs. ar. Kosl"ha a JOlge BiUar. soilcltando ao Tr1bunal da Contas da Unlao Investigar sa há empenho da dotação orçamenlárla de obras
com indicios de Irregularidades graves constantes do Quadlo V, anexo à lai 10.171 de 05 de janeiro de 2001 (LOA/2001), que mo recaberam
autorização dessa Comissão e do congresso Nacional.
AVISOS
Decurso: 7° dia
PROJETO OE DECRETO LEGISLATIVO raferenle ao Se~l~ulo Dragagem no Porto d. Vil(>r;a - ES no Estado do E.plrlto Santo, listado no
Quadro VII anexo li Lei "·10.407, da 10 de Janeiro de 2002.
Decurso: 4° dia
Decurso: 3° dia
Decurso: 2° dia
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO referen'a ao Subtlulo 16.5440515,3451.0022 - Construção da Barragem do Poço do M""uá no
a
Estado do Plau I. listado no Quadro VII anexo Lal rf 10,407. de 10 de junelro de 2002
l/EM 10f04f2JF[Jj
MENSAGEM N° 16412002
PROJETO DE LEI N° 5.653/2001
PROJETO DE LEI N° 5.968/2001
PROJETO DE LEI N° 6.153/2002
PROJETO DE LEI N° 6.19112002
MENSAGEM N° 164/2002
PROJETO DE LEI N° 5.653/2001
PROJETO DE LEI N° 5.968/2001
PROJETO DE LEI N" 6.153/2002
PROJETO DE LEI N° 6.191/2002
NOTA:
FORMULARIO PARA EMENDAS DISPONlvEL NAS SECRETARIAS DAS COMISSÓES.
HORÁRIO: DE 09:00 ÁS 12:00 E 13:30 Ás 18:30
ATOS DO PRESIDENTE
c...>
CIO
.) Presid
)~ CIO
Presi enre
S
Abril de 2002 I>L\RIO IH CAMAR.'" [JUS I>1:l'lJL\I>US QUluta-l0lra II 15643
o PRESIDENTE DA CÂMARA DOS
DEPUTADOS, no uso das atribuiçõe::; que ltle confere o
,,_ 11
artigo 1°, i tem I, alínea d , do Ato da Mesa nO 20~, de 28 de
junho de 1990, e o artigo 6° da Lei nO 8.112, de 11 de
dezembro de 1990,
Aos seis dias do mês de março de dois mil e dois, às quatorze horas e
trinta e cinco minutos, no Plenário 01 do Anexo 1\ da Câmara dos
Deputados, reuniu-se ordinariamente a Comissjtd' de Constituição e
I ,./
Justiça e de Redação, convocada pelo ~fé~idente da Câmara dos
Deputados, na forma regimental, para ci~j~ft~o do Presidente e dos Vice-
Presidentes deste Órgão Técnicq, fia v presente Sessão Legislativa. O
.(,
Deputado Inaldo Leitão assumilJ {presidência dos trabalhos, nos termos
'li
r/I'
I,
Aos seis dias do mês de março de dois mil e dois, às dezesseis horas e
dezenove minutos, no Plenário 01 do Anexo 11 da Câmara dos
Deputados, reuniu-se extraordinariamente a Comissão de Constituição e
Justiça e de Redação, sob a Presidência do IgJ8~tado Jaime Martins,
Primeiro Vice-Presidente, no exercício d9~prp~~dência, estando presentes
(/j ,lI.
os Senhores Membros Titulares, Depu~ o Léo Alcântara, Terceiro Vice-
Presidente, Deputados Aldir Cabrtir,YAldO Arantes, André Benassi, Bispo
Rodrigues, Coriolano Sales•. , rEdmar Moreira, Eurico Miranda, Inaldo
. t v
Leitão, José Roberto ,sfttt1:;hio, Luciano Bivar, Marcos Rolim, Mendes
I '
Ribeiro Filho, Murilo Domingos, Nelson Pellegrino, Nelson Trad, Ney
Lopes, Osmar Serraglio, Paes Landim, Renato Vianna, Zenaldo Coutinho
e os Senhores Membros Suplentes, Deputados Anivaldo Vale, Edir
Oliveira, Fernando Coruja, Freire Júnior, João Almeida, Luís Barbosa,
Moreira Ferreira, Orlando Fantazzini, Waldir Pires e Wilson Santos.
Deixaram de registrar suas presenças os Senhores Membros Titulares,
Deputados Alceu Collares, Alexandre Cardoso, Asdrúbal Bentes, Cezar
Schirmer, Dr. Antonio Cruz, Edmundo Galdino, Geovan Freitas, Geraldo
Magela, Gerson Peres, Ibrahim Abi-Ackel, tédio Rosa, Igor Avelino, João
Leão, José Antônio Almeida, José Dirceu, José Genoíno, Luiz Eduardo
Greenhalgh, Moroni Torgan, Nelson Otoch, Oliveira Filho, Paulo
Magalhães, Raimundc) Santos, Régis Cavalcante, Robson Tuma, Roland
Lavigne, Sérgio Carvalho, Vicente Arruda, Vil mar Rocha e Zulaiê Cobra.
Havendo número regimental, o Senhor Presidente declarou aberta a
reunião. ORDEM DO DIA: 1) REQUERIMENTO - do Sr. Inaldo Leitão
que "requer, nos termos do art. 32, 111, do Regimento Interno da Câmara
dos Deputados, que seja convocado o Excelentíssimo Senhor Ministro
Nelson Jobim, Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, para, em
audiência pública a ser designada, discutir com os membros desta
Comissão a decisão daquela Corte Eleitoral que resultou na
verticalização ou simetria das coligações partidárias para as futuras
eleições". Discutiram a matéria os Deputados Inaldo Leitão e Aldo
Arantes. Em votação, foi aprovado unanimemente o Requerimento. Logo
após, o Deputado Ney Lopes assumiu a Presidência da Comissão. 2)
1..c'}-
REDAÇÃO FINAL DO PROJETO DE LEI N°) ,~,'309-D, DE 2000 - do
, I'·
15650 Quillta-l0íw 11 DL\RIO DA CAMARA DOS IWPUl.c\DOS Abril de 2002
Aos sete dias do mês de março de dois mil e dois, às onze horas, no
Plenário 01 do Anexo 11 da Câmara dos Deputados, reuniu-se
ordinariamente a Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, sob
a Presidência do Deputado Ney Lopes, estan~J~~sentes os Senhores
Membros Titulares, Deputado Jaime;;'M~rl{ris, Igor Avelino e Léo
Alcântara, Vice-Presidentes, Deputadot~hdré Benassi, Bispo Rodrigues,
Cézar Schirmer, Coriolano Sales/!iÔr. Antônio Cruz, Ibrahim Abi-Ackel,
lédio Rosa, Ina/do Leitão, ~Sé Antônio Almeida, José Dirceu, José
' tl
Genoíno, Marcos Rol1Y.>Mendes Ribeiro Filho, Nelson Pellegrino, Nelson
Trad, Oliveira Filho, Osmar Serraglio, Régis Cavalcante, Renato Vianna,
Vicente Arruda, Zenaldo Coutinho e os Senhores Membros Suplentes,
Deputados Edir Oliveira, Fernando Coruja, Lincoln Portela, Luiz Antônio
Fleury, Maria Lúcia, Mário Assad Júnior, Mauro Benevides e Moreira
Ferreira. Deixaram de registrar suas presenças os Senhores Membros
Titulares, Deputados Alceu Collares, Aldir Cabral, Aldo Arantes,
Alexandre Cardoso, Asdrubal Bentes, Edmar Moreira, Edmundo Galdino,
Eurico Miranda, Geovan Freitas, Geraldo Magela, Gerson Peres, João
Leão, José Roberto Batochio, Luciano Bivar, Luiz Eduardo Greenhalgh,
Moroni Torgan, Murilo Domingos, Nelson Otoch, Paes Landim, Paulo
Magalhães, Raimundo Santos, Robson Tuma, Roland Lavigne, Sérgio
Carvalho. Vilmar Rocha e Zulaiê Cobra. Havendo número reaimental. o
Senhor Presidente declarou aberta a reunião, passando ao exame das
Atas da Primeira Reunião Ordinária e da Extraordinária, realizadas no dia
seis do mês em curso. A requerimento do Deputado Oliveira Filho,foi
dispensada a leitura das Atas. Não houve discussão. Em votação, foram
aprovadas por unanimidade as Atas. ORDEM DO DIA: 1) REDAÇÃO
FINAL DO PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N° 1.525/2001 - da
Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática - (TVR NQ
1.110/2001) - que "aprova o ato que outorga permissão à Fundação
Educar Brasil de Radiodifusão, para explorar serviço de radiodifusão
sonora em frequência modulada, com fins exclusivamente educativos, na
cidade de Vitória da Conquista, Estado da Bahia." Relator: Deputado
Coriolano Sales. Não houve discussão. Em votação, foi aprovada por
j,,}
15652 uillta-Ieira II DIARIO DA ('AMARA DOS DEPUL\DOS Abril li.: 2002
unanimidade a redação final. 2) REDAÇAO FINf'J' O PROJETO DE LEI
N° 3.911/1997 - do Sr. Luiz Durão - aue..-lfaJfetk o caout do art. 12 da Lei
nQ 9.492, de 10 de setembro de 't991, que "define competência,
regulamenta os serviços concer#riles ao protesto de títulos e outros
documentos de dívida e dá .f)btras providências." Foram apensados a
~tL
este os Projetos de 1..11', ~!J16/1999, 1.669/1999, 4.190/1998, 4.197/1998,
4.536/1998 e 4.79211998. Relator: Deputado Jaime Martins. Não houve
discussão. Em votação, foi aprovada por unanimidade a redação final. 3)
PROJETO DE LEI N° 3473/2000 - do Poder Executivo - (MSC Nº
1.107/2000) - que "altera a Parte Geral do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal, e dá outras providências." Relator:
Deputado Ibrahim Abi-Ackel. Parecer: pela constitucionalidade,
juridicidade e técnica legislativa, e, no mérito, pela aprovação, com
substitutivo. Os Deputados Fernando Coruja, Luiz Antônio Fleury e
Marcos Rolim requereram vista conjunta da matéria, que foi concedida
pelo Senhor Presidente. O Deputado Luiz Antônio Fleury levantou
Questão de Ordem, nos termos do art. 95, do Regimento Int,no, acerca
da presente proposicão. cuia apreciacão está sendQ..... feta de forma
simultânea pela Comissão Mista de Segurança Pública e por esta
Comissão. O Senhor Presidente esclareceu que a Comissão Mista foi
constituída para atuar por prazo determinado e que possui atribuições
mais abrangentes que as da Comissão de Constituição e Justiça e de
Redação, razão pela qual não vislumbra nenhum conflito de competência.
Conforme entendimento do Senhor Presidente esposado na Reunião
anterior, cabe a este Órgão Técnico examinar toda a matéria que lhe for
submetida, dentro de sua área de competência, nos termos do art. 32, 111,
do Regimento Interno, e agregar esforços à Comissão Mista no sentido
de priorizar os projetos que versem sobre segurança pública. 4)
PROJETO DE LEI N° 4.203/2001 - do Poder Executivo - (MSC NQ
209/2001) - que "altera dispositivos do Decreto-r~ nº 3.689, de 3 de
outubro de 1941 - Código de Processo penal{irêfativos ao Tribunal do
Júri, e dá outras providências." Rela~l'f"rpeputado Ibrahim Abi-Ackel.
jo
Aos doze dias do mês de março de dois mil e dois, às quinze horas e
vinte e cinco minutos, no Plenário 01 do Anexo 11 da Câmara dos
Deputados, reuniu-se ordinariamente a Comissão de Constituição e
Justiça e de Redação, sob a Presidência d91Ib'~putado Ney Lopes,
" .
estando presentes os Senhores Mem,9r~~jl-ritulares. Deputado Jaime
Martins, Igor Avelino e Léo Alcântara, VIJé-Presidentes, Deputados Aldo
Arantes, Alexandre Cardoso, Anqrê Benassi, Asdrubal Bentes, Bispo
Peres, João Leão, José Dirceu, Luciano Bivar, Mendes Ribeiro Filho,
Moroni Torgan, Murilo Domingos, Nelson Otoch, Nelson Pellegrino,
Raimundo Santos, Vicente Arruda e Zenaldo Coutinho. Havendo número
regimental, o Senhor Presidente declarou aberta a reunião, passando ao
exame da Ata da Terceira Reunião Ordinária, realizada no dia sete do
mês em curso. A requerimento do Deputado Geraldo Magela, foi
dispensada a leitura da Ata. Não houve discussão. Em votação, foi
aprovada por unanimidade a Ata. ORDEM DO DIA: 1) REDAÇÃO FINAL
DO PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N°. 956/2001 da
Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática - (TVR
15656 Quinta-feira II mARIO DACAMARA DOS IWPUTA])OS Abril de 2002
.. Deputado Aldir Cabral. Não houve discussão. I;:.~ ~otação, foi aprovada
"
unanimemente a Redação Final. 27) ~~p~ÃO FINAL DO PROJETO
DE DECRETO LEGISLATIVO N°. 1.44'q12001 - da Comissão de Ciência
e Tecnologia, Comunicação e Infdnrnática - (TVR N.º 1.030/2001) - que
(
,I
unanimemente a Redação Final. 31) REDAÇA,ql"FINAL DO PROJETO
DE DECRE,TO LEGI~LA~IVO N°. 1.5~f~~;t~~~~(- da Comissão de Ciência
e Tecnologia, Comunlcaçao e Informatl,ça -' (TVR N.º 1.099/2001) - que
"aprova o ato que outorga conce~$âo à Fundação de Apoio ao Ensino
Pesquisa e Extensão - FAEp~,j·para executar serviço de radiodifusão de
L
sons e imagens, corry:~f{l51'- exclusivamente educativos, na cidade de
Lavras, Estado de Minas Gerais." Relator: Deputado Aldir Cabral. Não
houve discussão. Em votação, foi aprovada unanimemente a Redação
Final. 32) REDAÇÃO FINAL DO PROJETO DE DECRETO
LEGISLATIVO N°. 1.524/2001 - da Comissão de Ciência e Tecnologia,
Comunicação e Informática - (TVR N.º 1.100/2001) - que "aprova o ato
que outorga concessão à Fundação Ubaense de Educação e Cultura,
para executar serviço de sons e imagens, com fins exclusivamente
educativos, na cidade de Ubá, Estado de Minas Gerais." Relator:
Deputado Aldir Cabral. Não houve discussão. Em votação, foi aprovada
unanimemente a Redação Final. 33) REDAÇÃO FINAL DO PROJETO
iDE DECRETO LEGISLATIVO N°. 1.542/2001 - da Comissão de Ciência
le Tecnoloaia. Comunicacão e Informática - (TVR N.º 1.101/2001) - aue
Abril .I.: 2002 Dl.\RIO DA c.\MARA DOS DI:.t)lJIADOS QUlllta-lCml 11 1566~
I
Aldir Cabral. Não houve discussão. Em votação, foi aprovada
!unanimemente a Redacão Final. 39) REDACÃO FINAL DO PROJETO
15664 Quiuta-Itma II DI.\RIO DA C},MARA DOS DEPUTADOS Abril de 2002
Às dez horas e trinta e oito minutos do dia treze de março de dois mil e
dois, reuniu-se a Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, no
Anexo 11, Plenário 01 da Câmara dos Deputados, com a presença dos
Senhores Deputados Ney Lopes - Presidente; Jaime Martins, Igor Avelino
'}
e Léo Alcântara - Vice-Presidentes; Alceu J ç,oHares, José Roberto
f'·
PROJETO DE DECRETO
Ciência e Tecnologia, Comunicaçãqê Informática - (TVR 540/2000) - que
{-
.-\bn\ de 2002 ])J.\RIO D,\ cAtvL\IU DOS DF!'l IrADOS Quinla-kira 11 1)(,XI
EMENDA À CONSTITUIÇÃO/,N°
I
171/93 - do Sr. Benedito Domingos -
que "altera a redaçãq /d~ artigo 228 da Constituição Federal
J
.
Integrado de Rádio Udai, pafa explorar serviço de radiodifusão sonora em
freqüência modulada, na cidade de Brejo Santo, Estado do Ceará."
RELATOR: Deputado OSMAR SERRAGLlO. NÃO HOUVE DISCUSSÃO.
EM VOTAÇÃO, FOI APROVADA POR UNANIMIDADE A REDAÇÃO
FINAL. 65 - REDAÇÃO FINAL DO PROJETO DE DECRETO
LEGISLATIVO N° 1.441/01 - da Comissão de Ciência e Tecnologia,
Comunicação e Informática - (TVR 1031/2001) - que "aprova o ato que
outorga permissão ao Sistema Integrado de Rádio Uda, para explorar
serviço de radiodifusão sonora em freqüência modulada, na cidade de
Camocim, Estado do Ceará." RELATOR: Deputado OSMAR
SERRAGLlO. NÃO HOUVE DISCUSSÃO. EM VOTAÇÃO, FOI
APROVADA POR UNANIMIDADE A REDAÇÃO FINAL. 66 - REDAÇÃO
l570~ QUIIIta-lCira II DI.\RJO DA ('AMARA DOS DH'lJ lADOS AbrIl de 2002
"dispõe sobre a reserva .m:J vagas nas creches públicas para crianças
portadoras de deficiência físicas e mentais e dá outras providências."
RELATOR: Deputado LÉO ALCÂNTARA. NÃO HOUVE DISCUSSÃO. EM
VOTAÇÃO, FOI APROVADA POR UNANIMIDADE A REDAÇÃO FINAL.
69 - REDAÇÃO FINAL DO PROJETO DE LEI N° 809/99 - da Sra. Maria
do Carmo Lara - que "dispõe sobre a descentralização dos recursos
destinados a programas de atendimento aos desnutridos e às gestantes
em risco nutricional e dá outras providências." RELATOR: Deputado LÉO
ALCÂNTARA. NÃO HOUVE DISCUSSÃO. EM VOTAÇÃO, FOI
APROVADA POR UNANIMIDADE A REDAÇÃO FINAL. 70 - REDAÇÃO
FINAL DO PROJETO DE LEI N° 1.043/99 - do Sr. Dr. Hélio - que "obriga
a rede hospitalar, pública e privad~ealizar estatística de óbitos bem
,\brll de 2002 mARIO DA CAMAIC\ DOS IWPlJ lADOS (JUllIla-klnl 11 I 57()l)
contrariamente ao parece~'j(]o
1..
Relator, opinando pela admissibilidade da
proposição referida. Votaram SIM os Senhores Deputados Aldir Cabral,
Jaime Martins, Ney Lopes, Inaldo Leitão, Léo Alcântara, Coriolano Sales,
Dr. Antônio Cruz, Renato Vianna, Geraldo Magela, José Dirceu, Luiz
Eduardo Greenhalgh, Edmar Moreira, Ibrahim Abi-Ackel, Nelson Trad,
José Roberto Batochio, Régis Cavalcante, Bispo Rodrigues, Asdrúbal
Bentes, Ricardo Rique, Fernanoo Coruja e Wanderley Martins. Votou
NÃO o Deputado Luciano Bivar. O Senhor Presidente constatou haverem
sido computados vinte e um votos favoráveis e um voto contrário. EM
FACE DA INSUFICIÊNCIA DE QUÓRUM, FOI TORNADA
INSUBSISTENTE A VOTAÇÃO. 75 - PROPOSTA DE EMENDA À
CONSTITUiÇÃO N° 314/00 - do Sr. Pedro Eugênio - que "altera
.\bnl de 2002 DL\RIO IH C:\MAR.\ DOS DFI'IJTAI)OS QlIillla-li:lra II 1<;711
Salete Marques, lavrei a presente Ata, que por ter sido lida, discutida e
assinada pelo Presidente, Deputado Ney Lopes
-+-+-~~~~~ , e publicada no Diár~~ da Câmara dos
{(i l
{ri
~ I I
fl .
J
./
v'
15712 QuÍnla-kira 11 DL\.RIO DA ('AMARA DOS DEPlJI A])OS .\bril de 2002
TERMO DE REUNIÃO
(21/03/2002)
Aos vinte e um dias do mês de março do ano dois mil e dois, deixou de
reunir-se ordinariamente a Comissão de Constituição e Justiça e de
Redação para realização de Audiência Pública para oitiva do Senhor
Agílio Monteiro - Diretor da Polícia Federal, em virtude da ausência da
autoridade a ser inquirida, justificada por meio do Ofício n.º
510/ASPAR/GM/MJ. A Audiência Pública tinha finalidade de esclarecer
a existência de interferência política na realização de diligência policial
de busca e apreensão, requerida pelo Ministério Público e autorizada
pelo Poder Judiciário, realizada em 01/03/2002, na empresa Lunus
Serviços e Participações S.A., em São Luís-MA. Estiveram presentes
os Senhores Membros Titulares, Deputados Alceu Collares, Aldir
Cabral, Alexandre Cardoso, André Benassi, Asdrubal Bentes, Bispo
Rodrigues, Coriolano Sales, Dr. Antonio Cruz, Edmundo Galdino,
Geovan Freitas, Geraldo Magela, lédio Rosa, Igor Avelino, Inaldo
Leitão, Jaime Martins, José Roberto Batochio, Luiz Eduardo
Greenhalgh, Marcos Rolim, Murilo Domingos, Nelson Otoch, Nelson
Trad, Osmar Serraglio, Paes Landim, Paulo Magalhães, Raimundo
Santos, Régis Cavalcante, Renato Vianna, Roland Lavigne, Sérgio
Carvalho, Vicente Arruda, Vilmar Rocha, Zenaldo Coutinho e Zulaiê
Às quinze horas e seis minutos do dia dois de abril de dois mil e dois,
reuniu-se a Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, no Anexo
11, Plenário 01 da Câmara dos Deputados, com a presença dos Senhores
Deputados Ney Lopes - Presidente; Jaime Martins,. Igor Avelino e Léo ~
, '
Às dez horas e trinta e cinco minutos do dia três de abril de dois mil e
dois, reuniu-se a Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, no
Anexo 11, Plenário I da Câmara dos Deputados, com a presença dos
Senhores Deputados Ney Lopes - Presidente; Jaime ~artins, Igor Avelino
e Léo Alcântara - Vice-Presidentes; Alceu coll~rek
(.
Regis Cavalcante,
Bispo Rodrigues, Oliveira Filho, Aldo AtíanJ~: fAlexandre Cardoso, José
t . :
Antonio Almeida, Aldir Cabral, lédio -Rosa, Moroni Torgan, Paulo
I. J
Magalhães, Robson Tuma, Cezar Sthirmer, Coriolano Sales, Dr. Antonio
f
vez que não se havia iniciado a Ordem -áo Dia no Plenário da Casa. O
I ,
I , .;
Rejane Salete Marques, lavrei a presente Ata, que por ter sido lida.
discutida ~ assinada pelo Presidente, Deputado Ney
Lopes I#- ,e publicada no Diário da Câmara dos
Deputados.
15758 QUUlta-lCira II DIA RIO IM ('AMARA DOS DFPlJTADOS Abril de 2002
Às dez horas e vinte e sete minutos do dia quatro de abril de dois mil e
dois, reuniu-se a Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, no
Anexo 11, Plenário 01 da Câmara dos Deputados, com a presença dos
Senhores Deputados Ney Lopes - Presidente; Léo Alcântara - Vice-
Presidente; Regis Cavalcante, Bispo Rodrigues, Oliveira Filho, Aldo
Arantes, Alexandre Cardoso, José Antonio Almeida, Aldir Cabral, lédio
Rosa, Paulo Magalhães, Robson Tuma, Vilmar Rocha, Coriolano Sales,
Dr. Antonio Cruz, Geovan Freitas,' Osmar Serraglio, Renato Vianna,
Roland Lavigne, Augusto Farias, Eurico Miranda, lbrahim Abi-ackel,
Aloysio Nunes Ferreira, André Benassi, Inaldo Leitão, Nelson Otoch,
Sérgio CaNalha, Vicente Arruda, Zenaldo Coutinho, Zulaiê Cobra,
Asdrubal Bentes, Geraldo Magela, José Genoíno, Luiz Eduardo
Greenhalgh, Marcos Rolim e Nelson Pellegrino - Titulares; Fernando
Coruja, Wolney Queiroz, Bispo WandeNal, Lincoln Portela, Djalma Paes,
Wanderley Martins, Jairo Carneiro, Mauro Benevides, Anivaldo Vale, Luiz
Piauhylino, Gilmar Machado, Manoel Vitória, Dr. Rosinha e Edir Oliveira -
Suplentes. Deixaram de comparecer os Deputados Alceu CoHares, Cezar
Schirmer, Edmar Moreira, Gerson Peres, Igor Avelino, Jaime Martins,
José Dirceu, José Roberto Batochio, Luciano Bivar, Mendes Ribeiro Filho,
Moroni Torgan, Murilo Domingos, Nelson Trad, Paes Landim e Raimundo
Santos. Havendo número regimental, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e submeteu a apreciação a Ata da décima reunião
Abril de 2()()2 DIA RIO DA (' \M,\R.\ DOS DI;PUL\DOS QUinta-feira 11 1)7)<)
Às nove horas e cinqüenta e cinco minutos do dia vinte e um de março de dois mil e
dois, reuniu-se a Comissão de Fiscalil:ação Financeira e Controle, no Plenário nO 9
do Anexo 11 da Câmara dos Deputados, com a presença dos Senhores Deputados;
Agnaldo Muniz - Vice-Presidente; Costa Ferreira, Mauro Benevides, João Magno,
Wellington Dias, Max Mauro e Roberto Argenta - Titulares; João Caldas e Df. Helena
- Suplentes. Deixaram de comparecer os Deputados Carlos Nader, Deusdeth
Pantoja, Danilo de Castro, Expedito Júnior, Manoel Salviano, AntOnio do Valle, João
Magalhães, Nelo Rodolfo, Wigberto Tartuce, Luiz Fernando, Márcio Reinaldo
Moreira, Marcos de Jesus, Df. Evilásio e Fernando Zuppo. ABERTURA: O Deputado
Agnaldo Muniz, Vice-Presidente no exercício da Presidência, declarou aberta a
reunião ordinária de audiência pública, destinada a debater o tema "sociedade em
conta de participação como alternativa de investimentos na área de imóveis e
móveis", com a presença dos senhores Dr. José Luiz Melo - Auditor AutOnomo; Df.
Marcos Ozi - Empresário; Df. Elzeário Barbosa Neto - J~(Jonomista. O Presidente
convidou os senhores Df. José Luiz Melo, Dr. Marcq1>.I:(!)zi e Dr. Elzeário Barbosa
Neto para comporem a Mesa e comunicou aos. conj4«édos que eles teriam o prazo
de dez minutos para fazerem sua exposiçã0ll$ím~'Oeputados que disporiam de três
minutos cada, para interpelar os convidad09..L9'/D'l~putado Mauro Benevides assumiu
a Presidência e passou a palavra aos expoSitores, Dr. José Luiz Melo, Dr. Marcos
Ozi e Df. Elzeário Barbosa Neto, bl1é debateram sobre as modalidades de
investimentos na área de imóveis e Çflóveis (veículos, máquinas e equipamentos)
praticadas para o desenvolvime}J~8) do Brasil. Comentaram que esta modelagem de
investimentos representj:l._.,-.. !..I'IIJ1~'!tfoa alternativa à sociedade, mas, apenas na última
década ganhou força p,(1.Ji} alternativa de auto-investimento. Falaram que a
modalidade oferece ao público bens móveis e imóveis, proporcionando ao mercado
condições mais acessíveis à sua aquisição. Ao fInal, encerraram comentando que o
Governo Federal tem dificultado a criação de mais sociedades e que o mesmo as
trata como se fossem consórcios, cobrando altas quantias para autorizar o
funcionamento de cada uma delas. O Presidente agradeceu aos convidados pela sua
exposição. Participou do debate o senhor Deputado Wellington Dias. O Presidente
agradeceu a presença dos senhores Dr. José Luiz Melo, Dr. Marcos Ozi e Dr.
Elzeário Barbosa Neto. ENCERRAMENTO: Nada mais havendo a tratar, às onze
horas e dez minutos, o Presidente encerrou os trabalhos, tendo antes, convocado
reunião ordinária deliberativa para o dia vinte e sete de março do corrente ano,
quarta-feira, às nove horas e trinta minutq,s, no PleQário nO)) ,do ~exo 11 da Câmara
dos D~putados. E, para constar, eu m':"~(! ~VVt,"~~~ana Helena Pinheiro
Monteiro, lavrei a presente Ata, que por ter Sido lida 'I dlSCl tld~ovada, será
assinada pelo Presidente, Deputado Nelo Rodolfo -v...... . ,
e publicada no Diário da Câmara dos Deputados. xxxx \ J ,XXXXXXXXXXXXXXXXXX
Abril de 2002 DJARIO De\ ('AM"\RA DOS JWPIJTADOS Quinta-Ieir;) J j j 5761,
O SR. PRESIDENTE (Deputado Agnaldo Mu- pécie de sócio oculto, ou participante, com capital.
niz) - Havendo número regimental, declaro aberta a Esses dois se juntam para um objetivo de lucro naque-
reunião ordinária de audiência pública destinada a le negócio, É uma sociedade em conta de participação
debater o tema "Sociedade em Conta de Participação com prazo predeterminado, Como esse prazo é cum-
como Alternativa de Investimentos na Área de Imóve- prido? Com a execução do negócio, Enfim, tem de
is e Móveis", com as presenças dos Srs. José Luiz existir uma empresa comerciante. Por exemplo, no
Melo, auditor autônomo, Marcos Ozi, empresário, e caso da importação de um contêiner de relógios, com
Elzeário Barbosa Neto, economista. Convido os se- a venda de todos os relógios, finda a sociedade em
nhores palestrantes para comporem a mesa. conta de participação. Ali, sim, rateia-se o lucro.
Comunico aos senhores membros desta Comis- Então, o que se faz é dar titulação a uma socie-
são que os convidados terão o prazo de dez minutos dade em conta de participação para modalidade de
para suas exposições, prorrogáveis a juízo desta Pre- venda muito boa que realmente atinge o objetivo da
sidência, não podendo ser aparteados. sociedade e que, por isso, tem que continuar. Além
O SR. DEPUTADO WELLlNGTON DIAS - Sr. disso, não precisa de prévia autorização. Só que a ti-
Presidente, considerando que inicialmente havia a tulação que vimos utilizando para venda ao público,
inscrição de quatro expositores, e em razão da impos- mediante oferta, com recebimento parcial ou total e,
sibilidade de um deles comparecer, peço a V.Ex a que depois, a entrega do bem, tem a tutela do Governo.
estipule em vinte minutos a exposição de cada um A sociedade em conta de participação, conforme
dos convidados. estabelece o Código Comercial, é considerada comér-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Agnaldo Mu- cio. Quem com ela estiver envolvido não poderá ser
niz) - Tudo bem, mesmo porque, Deputado Welling- considerado prestador de serviço. Se for apenas pres-
ton Dias, o prazo é prorrogável a critério da Mesa. tador de serviço, não será considerado comerciante,
Portanto, vamos deixar estabelecido o prazo de dez de acordo com o Código Comercial. Por quê? Porque
minutos, com a possibilidade de prorrogação. Vamos ele mesmo determina quem tem de ser necessaria-
dar total liberdade aos expositores. mente da área de comércio, com inscrição estadual.
Os Deputados inscritos para interpelarem os con- Aí V.Ex a poderão indagar: e a cooperativa? Re-
vidados poderão fazê-lo estritamente sobre o assunto almente, alguns utilizam seu nome. Ela é também
da exposição pelo prazo de três minutos, tendo o inter- uma titulação muito utilizada, mas apenas para um
pelado igual tempo para responder, facultadas réplicas negócio. Como disse: vende, recebe e entrega.
e tréplicas pelo mesmo prazo, não sendo permitido aos Porém, a cooperativa é bem distinta dessa moda-
oradores interpelarem quaisquer dos presentes. lidade de negócio. A cooperativa dá o seu nome para re-
Dando início aos trabalhos, concedo a palavra gistro em cartório. Este vai exigir que o seu estatuto seja
ao primeiro expositor, Sr. José Luiz Melo, que falará aprovado pela Organização das Cooperativas do Brasil
sobre as modalidades praticadas para o desenvolvi- - OCB. A partir da aprovação, será considerada coope-
mento do Brasil. rativa, conforme prevê a Lei n° 5.864, de 1971.
O SR. JOSÉ LUIZ MELO - Bom dia a todos! Então, vejam, é bem distinta a nossa modalida-
Agradeço a V.Exas. o convite para participar desta au- de da cooperativa, com os direitos que lhe pertencem.
diência. Vamos tratar de sociedade em conta de parti- É verdade também que temos reclamado, mas o te-
cipação, bem como sua classificação e a parte jurídica. mos feito não levando em conta o que estamos prati-
Sr. Presidente, essa modalidade é bastante inte- cando. A atividade que estamos praticando, a venda,
ressante, porque propicia algumas atividades ineren- com oferta pública mediante promessa e recebimento
tes às empresas que vão expor - só que inicialmente parcial ou total do bem, tem grande vantagem.
todas essas empresas vendem a prazo mediante ofer- Não vou citar muitos artigos de lei, mas ressaltar
ta pública. Esse tipo de oferta tem um preço, o qual é alguns fatos. É a lei que estabelece determinadas ati-
pago antecipadamente, parcial ou totalmente, para en- vidades para o Banco Central, como consórcio, fun-
trega do bem. Vejam só: damos o nome de sociedade dos mútuos e atividades correlatas. Não somos con-
em conta de participação, de cooperativa, de outros sórc;o, não somos fundos mútuos e nem temos ativi-
nomes, mas, na verdade, de acordo com o Código Co- dades correlatas. Então isso, desde 1991, de acordo
mercial, no seu art. 325 em diante, a sociedade em com a Lei n° 8.177, passou para o Banco Central.
conta de participação é uma empresa que já existe no E o que aconteceu? Estavam, no Ministério da
mercado, ou seja, tem inscrição estadual, necessaria- Fazenda, as demais atividades. Posteriormente, pas-
mente comercializa, e, em terceiro lugar, teria uma es- saram para o Ministério da Justiça e, depois, voltaram
15764 Quinla-lcira 11 DIc\RIO DA ('AMARA DOS DEPUTADOS Abril de 2()()2
para o Ministério da Fazenda. Só que, ao retornar, au- Então, não vamos utilizar a SCp, porque já estão
mentou o custo. É interessante como o pessoal gosta utilizando o título SCP e requerendo o direito. Por outro
de dinheiro - e nós também -, mas eles gostam de lado, são beneficiados pela lei - e vamos dizer onde.
forma errada. Por quê? Porque, no momento em que A Lei n° 5.768, de 1971, foi regulamentada pelo
se ingressa com pedido de certificado de autorização Decreto nO 70.951, de 1972. Esse decreto, ao regula-
- uma prévia autorização no Ministério da Fazenda- mentar, copiou ipsis litteris o art. JO. Este artigo diz
exige-se o depósito de 96 mil reais a título de custas e que automóveis não precisam de prévia autorização;
despesas. E se o projeto não for aprovado? Perdeu. A cabe ao dono a prova.
lei é bem clara ao conceder o certificado, mas a inter- Vou ler esse trecho da lei:"A operação, referida
pretação deles é bem diferente da nossa. É a lei que no item 2" - que acabei de ler, a venda de mercadori-
determina: "... ao conceder o certificado", não é"... as a varejo, mediante oferta pública, com recebimen-
protocolar o pedido". Aí já existe um equívoco. to antecipado, parcial ou total, do respectivo preço-
"não precisa de autorização, desde que..."
Agora, temos a nosso favor, empresários - te-
nho tanta certeza disso, porque já existe decisão nes- São três as condições cumulativas. Vou citar
se sentido - para quem advogo, o fato de receber ho- uma: "b) que seja de produção nacional" - e o auto-
móvel que vendemos normalmente o é, embora exis-
norários depois do arquivamento do processo, se
tam alguns importados - "e considerada de primeira
existir processo, tanto administrativo, quanto judicial.
necessidade, ou de uso geral". Não é "ou", é "e". São
Qual a razão disso? Porque a atividade precisa, sim,
cumulativas as três condições.
de prévia autorização do Ministério da Fazenda hoje.
Como disse, essa lei foi copiada, ipsis litteris,
É a própria lei que diz, e vou ler apenas a titula- art. 7°, pelo Decreto n° 70.951. Então, alguém leva
ção: "De outras operações sujeitas à autorização, de- uma notícia para o promotor, ele dá início a um pro-
penderão, igualmente, de prévia autorização do Mi- cesso, abre um ofício, manda para o delegado da Po-
nistério da Fazenda, na forma desta lei ... " lícia Federal, atrapalha a vida de todo mundo. Aconte-
O que passaram para o Banco Central? As ce que não existe definição na lei do que sejam bens
operações conhecidas como consórcio, fundos mú- de primeira necessidade, nem de uso geral. O que te-
tuos e outras formas associativas assemelhadas mos como bem de primeira necessidade, ou de uso
que objetivem a aquisição de bens de qualquer natu- geral, não tem nada a ver com carro.
reza. Não fazemos isso. Há algumas nomenclaturas Vejam só - e V.Sas. que são empresários expe-
próprias de consórcio. Vamos abrir um parênteses? rientes sabem disso, alguns já foram empregados, já
Recomendo a V. Exas. não utilizarem títulos que trabalharam na dependência financeira e econômica
dêem a impressão de que o consórcio é dono, mas de empregadores - não existem ações de execução,
não é. Por exemplo: taxa, sorteio, lance, fundo de re- principalmente trabalhistas, onde o processo é mu~o
serva, essas coisas. Não usem isso, porque vai-se ágil, contra ônibus e contra caminhão. Não se vê ôni-
fazer ligação com consórcio. E, nesse caso, estarão bus penhorado. Por quê? Porque ele é considerado
pagando pelo direito de usar uma palavra que, em bem de primeira necessidade, é de uso do povo. A
Prefeitura faz concessão para exploração do trans-
princípio, parece ser proibida.
porte, mas na hora de aumentar o preço da passa-
Então não usem essas expressões; façam tudo, gem ela mesmo autoriza. Então, esse tipo de bem é
mas não utilizem essa titulação. Caso contrário, terão tutelado.
de pagar pelo equívoco da autoridade. Todos come- O promotor trabalha em cima do dire~o indispo-
tem equívocos: promotores, juízes, delegados - e vou nível, homogêneo e coletivo. Quem assina contrato,
dizer onde. assina porque tem sobra de caixa para honrar até o dia
Aí vem: "... a venda ou promessa de venda de di- em que vai ter o bem a sua disposição. Até lá, ele deve
reitos..." - nós estamos enquadrados aqui - ... a venda ter essa sobra. O pobre não tem, o assalariado não
ou promessa de venda de mercadorias a varejo, medi- tem, porque eles andam de ônibus, de bicicleta e a pé.
ante oferta pública e com recebimento antecipado, Volto a repetir: o Ministério da Fazenda exige a
parcial ou total, do respectivo preço". É isso que faze- prévia autorização, mas ele próprio diz, textualmente,
mos, é isso que estão fazendo. Aí acontece a chamada que automóvel não é bem de primeira necessidade.
SCPs e Cp, uma sociedade temporária para aquele Aí aparece um promotor muito esperto, novo -
objetivo, sem personalidade jurídica; sem vida ad ae- por sinal, promotor novo é o pior profissional. Por
ternum; não amplia diante daquela SC p, outro objetivo. quê? Ele trabalha direitinho para o Governo, mas não
Alml d~ 2002 lJL\RIO I>A C\M.\RA DOS lJFPlJTAlJOS Quinla-Ií:ira II 15765
faz a vontade da lei, não tem acuidade, nem o cuidado No ato, o promotor faz um ofício e está criado um pro-
de bem interpretar a vontade da lei. Ele age ultra le- cesso. Por que ele faz isso? Porque a ABAC represen-
gem, quer dizer, fora da lei. Se tivesse o cuidado de ta todas as administradoras de consórcios no País,
verificar o que é bem de primeira necessidade, jamais faz lobby e tem força. Ela tem credibilidade.
abriria processo contra qualquer empresário. Então, o Estamos começando a nos fazer presentes,
que acontece? O promotor é o guardião da socieda- como o consórcio começou na época da Receita Fe-
de, e realmente tem de ser, porque vai proteger o po- deral. Quando o consórcio começou a aparecer, o que
bre, a "massa". aconteceu? Alguém viu que alguns consórcios esta-
Faz-se outras confusões! Por exemplo, vestidos vam indo bem e outros, não. Então, vamos policiar o
simples. São fundamentais. Aquele vestido sofistica- mercado. Aí, passou-se para o Banco Central.
do, que custa 1.500, 2 mil, 3 mil reais, não é um vesti- O que temos que fazer não é continuar sob a tu-
do, é um tailleur. Pobre compra isso? Não. Então, tela do Governo. É certo, sim, que a lei exige o certifi-
esse vestido não é de primeira necessidade; aquele cado de autorização para bens de primeira necessi-
que custa 30 reais é de primeira necessidade. dade. Tenho certeza de que - para não dizer 100%,
A Promotoria não tem esse conhecimento. Para uns 99% - a maioria dos nossos bens não são de pri-
eles é tudo uma coisa só. Se se sentarem à frente de meira necessidade. É o caso de motos, carros e da re-
um promotor, e ele normalmente tem a secretária, sidência dali para frente; realmente, dali para baixo é
que já fica ligadinha: "Doutor, o automóvel é de prime- só o pobre que tem condições de comprar aquilo.
ira necessidade?" "Ah, é sim". "Por quê?" "Porque eu Então, temos de nos unir, para que não sejamos puni-
preciso". Espera aí, vamos devagar. Ele não é de pri- dos por desconhecimento de causa do promotor.
meira necessidade, porque se pode ir de bicicleta, de Em termos de processo, o agente mais perigo-
ônibus ou a pé. Ele traz conforto. A legislação inclusi- so, mais bravo para nós - vamos dizer assim - é o
ve permite a penhora de automóvel, é leiloado e exe- promotor. Por quê? É ele quem processa, quem ab-
cuta mesmo. Então, o que acontece? Se alguém tem solve e quem junta tudo. O delegado é um coletor de
um automóvel como mercadoria de trabalho, aí sim. provas. Ele recebe o ofício do promotor. Boa parte da
Estou abordando muito o automóvel, porque sociedade tem medo do delegado, porque ele agride,
boa parte das pessoas tem automóvel. Mas isso tam- ele "mete a mão", ele machuca. Ele deixa lesão. E o
bém se aplica a residências, porque a lei não a classi- juiz? O juiz julga o que tem na mão. Se tiver boas pro-
fica como bem de primeira necessidade. Realmente, vas, ele vai decidir bem. De outro lado, se não tiver
precisamos de algum lugar para morar. Vejam SÓ, vis- boas argumentações e provas, vai decidir de acordo
to que os senhores vendem um imóvel que não é o com o que tem.
mínimo necessário, mas porque representa algum Realmente, temos de tomar cuidado com o pro-
luxo, ele deixa de ser, sim, um bem de primeira neces- motor. Se houver qualquer problema, qualquer dúvida,
sidade. Esse é o patamar. Consideremos o transporte na primeira conversa com o promotor, devemos con-
coletivo. O que é do povão, da massa, é protegido, vencê-lo de que é a lei que cuida da venda e que autori-
mas dali para cima, não. Então, se os senhores ven- za - e reforçar dizendo que a tal autorização do Gover-
dem uma casa um pouco mais sofisticada, realmente no foi regulamentada. O que quer dizer regulamentada?
ela vai estar fora. Significa dizer que foi colocada em prática pelo Decreto
O que existe, então, é a possibilidade de escla- na 70.951, aquele que copiou o art. 70 . Se copiou, não
recermos, conforme o Direito nos garante, a situação existe na lei definição sobre o que sejam bens de prime-
para o promotor. Contudo, é preciso ter conhecimento ira necessidade, ou bens em geral. Se não há definição,
dessa possibilidade. É preciso saber convencê-lo e, ninguém mais poderá fazê-lo. O promotor não tem po-
inclusive, trazer provas, porque não dá para ficar só der para definir. Ele não tem competência. Ele pode até
nas alegações. Já há algumas decisões. ser capaz, mas o cargo não lhe permite isso.
Vamos tratar de um detalhe agora. Hoje todos Temos que sair daqui prontos. A lei não deve ser
empregam o sistema da sociedade em conta de parti- modificada, pois ela está perfeita. Sugiro que se faça
cipação. A Associação Brasileira das Administradoras um apanhado mais técnico na Exposição de Motivos.
de Consórcio - ABAC - é que faz a representação. O O decreto, sim, deve ser complementado, ou retifica-
que é essa representação? É comparecer perante o do, de forma que o inciso 11 do art. 70 da Lei na 5.768
promotor e contar a história: "Olha, aquela empresa diga o seguinte: "... todas as atividades de vendas que
está fazendo aquele tipo de venda, chamada de soci- não sejam de bens de primeira necessidade passem
edade em conta de participação, mas é consórcio". para uma associação..." E essa associação, sim, vai
15766 QUllIta-telra II UIARIO IH ('AMARA UOS DEPUTADOS ,\briJ de 2002
normatizar o procedimento. Não vai legislar, nem vai eu fundei a associação. Tentei fazê-I~ funcionar, mas
ter poder de polícia. Por quê? Hoje os senhores estão cada um puxava para um lado. FOI o que ocorreu,
sendo injustiçados, porque os promotores vêm atuan- mas, hoje, ela começa a tomar vulto.
do fora da sua área de competência. Aí, o promotor Se não nos unirmos, a situação continuará ruim.
diz: "Não, mas é o povão que está comprando". Acon- O promotor continuará cometendo equívocos e os se-
tece que esse tipo de contrato é bilateral, é opcional, nhores continuarão pagando por eles. Ele vai continu-
assina quem quer e paga quem tem de sobra. A pes- ar achando que o carro é bem de primeira necessida-
soa que assina um contrato desse tipo o faz porque de. Vai continuar a confusão, achando que pobre tem
tem alguma gordura no orçamento. que ser protegido do mesmo modo que aquele que
Infelizmente, é o processo existente hoje, que assinou um contrato bilateral com os senhores, quan-
não leva em conta o que os senhores vêm praticando; do, na verdade, esse contrato não tem nada a ver com
os senhores geram e mantêm empregos, geram e pa- a massa da população.
gam impostos, arriscam-se, t~abalham mai~, ajuda~ O que existe hoje é, exatamente, a penalização
aqueles que estão por baixo, Investem o propno capl- indevida. A Lei é perfeita. Foi alterada duas vezes des-
tal e assumem riscos. E, daqui a pouco, vão dizer que de 1971. Assim mesmo, seu art. 4° nada tem a ver co-
os senhores são desonestos? Os senhores não são nosco. Em 1992, foi eliminada determinada taxa de
desonestos. cobrança, mas a Caixa Econômica Federal continua
A única brecha na lei hoje é exatamente o art. 7°, cobrando 96 mil reais.
11, §1°. Só que, para sa~re~ disso, os ~enhoresde:ve~ Lembro-me de que protocolava os documentos
ter antecedentes favoravels. E eles eXistem. O propno no Ministério da Justiça. Hoje, eles são protocolados
Ministério d,a Fa~enda já de~idiu .dessa forma. E ele na Caixa, passam por um crivo e são encaminhados
mesmo esta aqUi agora eXigindo ISSO. para o Ministério da Fazenda. Como a taxa já foi paga,
Se os senhores têm objetivos de continuidade, corre-se o risco de perder o dinheiro. Quer dizer, com-
se os senhores têm por objetivo não serem perturba- putado todo o custo, atualmente a operação não vale
dos, sugiro, de acordo com o que estamos propondo, a pena. Há ainda o seguinte ponto: o que a lei não de-
uma associação. Ela vai proceder como um conselho fine a ninguém mais é dado fazê-lo.
regi?n~l, p~rqu,e conselhos re~i?nais de qualquer Proponho união. O mercado vai se solidificar, e
prof~ssao nao tem .poder de ~ohcla, ~em d~ legislar. ninguém deve sofrer agressões resultantes de equívo-
Entao, o que ela vai !azer? V~I normatlz~r, ~r1ar proce- cos por parte de nossas autoridades. O pior de tudo é
dlmentos e uniformizar. ~nflr~, padronlzan.a p~ocedl- que a Promotoria é hoje composta basicamente por ad-
mento~ dos, senhores. Alem dIS~, ~nlformlz~na con- vogados recém-formados. O advogado recém-formado
tratos, IStO e, o relaCionamento. ~I Sim, havena a pc:s - investe-se de poder, sente-se forte e recorre à impren-
sibilida~e. de o:: senhores embutirem a remuneraçao sa. Ele gosta muito da mídia e, com isso, quebra qual-
da admlnlstraçao. ~as, ~e os.senhoresa estab~lece- quer negócio. Na verdade, ele não pode fazer isso: deve
rem como t.axa, a sltuaça? vai se compll:ar. Entao: se ser cauteloso e fazer consultas. O fato é que os senho-
um determinado bem valia sempre 10010, passana a res terão mais despesas e mais aborrecimentos.
valer 120%. . . A I' "
. . . - Portanto - repito -, vamos nos Unir. el esta ai,
Ja eXiste uma assoclaçao, fundada em ~ 9?7, e temos de mostrar o que ela estabelece. Não há a
sem fins lucrativos, que tem e.xatamente por obJetiVO necessidade de mais, porque ela não define. Vamos
trazer todos os ~~nho,r~s, Unidos: de mo~o que, ao brigar por isso e trazer para nosso lado aquilo que nos
custo de um salano mlnlmo ou d~l~ por mes, t,enham a'uda Vamos continuar no mercado.
um departamento jurídico espeCializado e sejam re- J, _
presentados por essa associação. Dessa maneira, os . O SR. PRES~DENTE (Deputado Joao Caldas) -
senhores terão força, representatividade e serão res- Obngado, Sr. Jose LUIZ Melo. .
peitados. À proporção que alguém, ou qualquer auto- Com a palavra o próximo expositor, Sr. Marcos OZI.
ridade que assinou um contrato, duvidar ou qu~se.r ~n- S.Sa. dispõe de vinte minutos.
frentá-Ios, te.rá ~e enfrenta~ o ?epartament~ Jundlco O SR. MARCOS OZI _ Sr. Presidente, Sras. e
dessa assoclaçao. Tomo ate a liberdade de citar o seu D d b d' t d
nome: Associaçao - NaCional
. das Ad ministra
.. d oras de Srs' eputa
. os, om la a o os. .
Compra Conjunta - ANACC. Eu, o Jamil e o Elzeário - Cons!atel - e todos ~abem,~ISSO -? grande ~ro-
nós três - chegamos a esse nome. (Risos.) Isso ocor- blem~ h~bltaclonal d? Pais. O deflclt habitaCional e de
reu em 1996. Conversamos muito sobre isso, Assim, 10 mllhoes e 700 mil casas. Tenho certeza absoluta
,\bnl de 2002 DI.\.RIO IH ('AM,\RA DOS I)Fl'lJL\I)OS Quinta-feira lI 1:"767
de que o sistema oferecido para a aquisição de imóvel nha empresa, mas sim da idéia como meio de adquirir
é extremamente injusto. a casa própria num mercado extremamente carente,
Há a opção dos consórcios, do Sistema Finan- Para exemplificar como funciona o sistema, um
ceiro de Habitação e das próprias construtoras. Anali- imóvel de 10 mil reais, a ser pago em 180 meses, cus-
sando o mercado, percebi que poderíamos mudá-lo. ta prestações mensais de 69 reais e 44 centavos, par-
Reuni o que havia de melhor no sistema de consórci- cela acessível a qualquer pessoa. Um imóvel de 25
os - o fato de não ter juros e resíduos no final da dívi- mil reais, no mesmo prazo, custará prestações de 173
da - e o que havia de melhor no Sistema Financeiro reais por mês.
da Habitação - o prazo de pagamento e o fato de ser Agora, é necessária a comunhão de todos, para
acessível a qualquer pessoa - e promovi o estudo ju- conduzir a idéia adiante. Trata-se, realmente, de um
rídico sobre o melhor amparo legal para o sistema. negócio sensacional. Como disse o Presidente, ao
Os juristas concluíram que o que dá mais prote- abrir a reunião, é um negócio de Deus. Levando a
ção aos participantes do sistema é a sociedade em idéia adiante, com certeza conseguiremos resolver o
conta de participação, criada no dia 25 de junho de problema de habitação do País, pois nela está con-
1850, por D. Pedro 11, com a intenção de incrementar a centrado o que há de melhor entre todas as idéias já
agricultura no País, sobretudo o cultivo de café, havidas até hoje: o prazo, a ausência de juros e de re-
Os banqueiros, os donos do dinheiro, entravam síduos, a acessibilidade a qualquer pessoa, com ou
como sócios participantes ou sócios ocultos do negó- sem restrição cadastral. Enfim, é sensacional.
cio, e os agricultores entravam como sócios ostensi- Pode parecer mágica, mas não é. Ninguém faz
vos ou sócios gerentes da operação. milagre. Nós não fazemos milagre, mas negócios alta-
Da mesma forma, gerenciadores do negócio, mente lucrativos para todas as pessoas que deles
como os agricultores, administramos os recursos participam. A sociedade em conta de participação
para transformá-los em imóveis, isto é, moradias para exige a existência de lucro. A economia que a pessoa
a população. Assim desenvolvemos nosso negócio. faz na compra do imóvel, ou melhor, a própria aquisi-
Comparar nosso negócio ao sistema de consór- ção do imóvel caracteriza o lucro de uma das partes.
cio é, a meu ver, um equívoco. Em nossas relações Enfim, no meu ponto de vista, o caminho para a
comerciais, há apenas duas pessoas jurídicas: o só- solução do problema habitacional no Brasil é a socie-
cio participante e o sócio ostensivo, que é o sócio ge- dade de conta de participação.
rente. No consórcio, há três pessoas jurídicas: o con- Obrigado.
sorciado, a administradora do consórcio e, também, o O SR. PRESIDENTE (Deputado Wellington Dias)
grupo do consórcio. O consórcio trabalha com um - Agradecemos a participação ao Sr. Marcos Ozi.
grupo limitado de pessoas: grupos de 240 pessoas a Concedo a palavra ao próximo expositor, Sr.
cada 120 meses. No nosso caso, não existe grupo: a Elzeário Barbosa Neto.
relação é bilateral entre o sócio ostensivo e o sócio
S.Sa, dispõe de vinte minutos.
participante, não havendo limite para o número de só-
cios. Nenhum contrato se vincula a outro: o sócio ge- O SR. ELZEÁRIO BARBOSA NETO- Sr. Presi-
rente responde diretamente ao sócio participante, dente, Sras. e Srs. Deputados, bom dia.
que, por sua vez, responde diretamente a nós. Se o O SR. PRESIDENTE (Deputado Wellington Dias)
sócio participante causa prejuízo, o sócio ostensivo - Gostaria apenas de prestar um esclarecimento.
responde por isso, Hoje serão realizadas uma importante sessão
Portanto, visualizamos na sociedade em conta de na Casa e também algumas audiências de peso, em
participação o melhor caminho para o desenvolvimento relação aos últimos fatos ocorridos no âmbito político,
de nossa idéia. Com o passar dos anos, concluímos com o objetivo de estudamos alguma definição,
que essa atuação vai gerar uma casa para cada brasile- Além disso, em razão do esvaziamento da ses-
iro, que é hoje a missão de minha empresa. E isso com são em que estava em pauta a votação da CPMF on-
tranqüilidade, pois, à medida que o sistema se difunde e tem, não foi possível continuar a votação hoje. Assim
que são criadas bases sólidas para o seu desenvolvi- sendo, o Congresso está esvaziado. Com essas expli-
mento e crescimento, com certeza absoluta atingiremos cações, justifico a dificuldade para garantir a presen-
a meta de dar moradia a cada brasileiro. ça constante dos Srs. Parlamentares,
O projeto é maravilhoso. Há construção de casas Com a palavra o Sr. Elzeário Barbosa Neto.
populares em Piracicaba; em Salvador, em Campinas, O SR. ELZEÁRIO BARBOSA NETO - Senho-
em Ribeirão Preto. Enfim, não quero falar muito da mi- ras e senhores, bom dia.
1576R QUÍllla-leira 1I DIARIO IH ('AMARA DOS DI:J'lJL\J)OS .\I)fil de 2002
Não importa, mas a presença de todos é sem- exemplo, quando se adquire um automóvel pelo siste-
pre interessante para que possamos exteriorizar nos- ma tradicional, paga-se uns dois automóveis e meio
so pensamento em relação a um produto já existente até a quitação da dívida. Quando se atrasa o paga-
e previsto no Código Comercial Brasileiro desde 1850 mento de uma parcela, a taxa sobe cerca de 8% a
e que agora, devido às recentes transformações eco- 4%, dependendo do segmento. Imaginem: quanto
nômicas, está sendo fortalecido. custará o patrimônio, no final, se ele tiver mais ou me-
Analisando a sociedade em conta de participa- nos uns dois automóveis e meio até o final. Se a pes-
ção, desde 1991, quando houve a desindexação da soa atrasar uma parcela, a taxa sobe na faixa de 4% a
economia, notamos que ela se intensificou. O seu 8%, dependendo do segmento. Imaginem quanto
grande objetivo é proporcionar melhores condições custará esse patrimônio. No final, depois de dois ou
para a pessoa aumentar o seu patrimônio - adquirir três anos, se ela estiver com o bem na mão, ele não
um bem, uma casa, uma residência, um apartamento terá o valor real.
ou mesmo um automóvel. Para acessar esse instru- Então, para que essa pessoa obtenha o patri-
mento, é preciso estabelecer mecanismos facilitado- mônio antecipadamente, a única alternativa é a socie-
res do ingresso das pessoas no sistema. dade em conta de participação, cujo objetivo é a coti-
A sociedade em conta de participação teve pre- zação dos sócios entre si, sob a administração de um
sença marcante nos últimos quatro ou cinco anos, sócio ostensivo. São os chamados sócios ocultos,
quando verificamos o aparecimento de várias empre- que entre si se cotizam, pagando uma parcela men-
sas atuando nos segmentos tanto de bens móveis sal, integralizando a cota predeterminada, num prazo
quanto imóveis, por exemplo, na aquisição de veículos, predeterminado contratualmente. Aí, sim, podem en-
sejam novos ou usados, ou mesmo de motocicletas. tregar esse capital, mensalmente, a uma sócia osten-
Para adquirir imóvel ou um veículo visando o au- siva ou a um administrador, para que, com bastante
mento do patrimônio é preciso percorrer alguns cami- segurança, credibilidade e honestidade, obtenha o
nhos: o autofinanciamento, que é o consórcio; o siste- bem pelo qual fizeram a opção.
ma de leasing; e o próprio financiamento. As taxas co-
O sistema operacional da sociedade em conta
bradas são tão exorbitantes que o bem custará no fi-
de participação é fácil, não é tão complicado quanto
nal duas vezes e meia o seu preço inicial.
outros mecanismos. Por exemplo: para adquirir um
A sociedade em conta de participação proporci- imóvel, há uma série de requisitos; a compra é atrela-
ona a aquisição do mesmo produto com um custo mu- da à renda familiar e individual, a certidões negativas
ito mais baixo. Há ainda a possibilidade da antecipa-
de cartório, à avaliação do bem, enfim, a uma série de
ção do valor da prestação ou do bem, para que o pa-
fatores. É claro que isso serve para dar segurança ao
gamento seja concluído dentro do período contratual
sistema, mas na sociedade em conta de participação
determinado pela sociedade em conta de participa-
esse mecanismo pode ser usado de forma mais rápi-
ção com taxa muito pequena. Então, o grande objeti-
da, porque a relação existente entre o sócio oculto e a
vo da sociedade em conta de participação é facilitar a
sócia ostensiva é muito próxima, muito prática e muito
aquisição de bens para a população.
mais rápida. O sistema não é muito burocrático e não
Após a indexação, a economia sofre várias trans- retarda a aquisição de um bem, seja ele móvel, seja
formações. As camadas sociais oscilam para cima,
ele imóvel.
para baixo ou na média. Notamos que grande parte da
população sofre para se estabilizar dentro do mercado, A operacionalização, como já disse, limita-se à
tanto financeiro, comercial ou mesmo industrial. Por formação dos sócios. Mensalmente, essas pessoas
exemplo, se determinada pessoa quer instalar uma contribuem com determinada parcela, para adquirir an-
empresa ou montar um comércio, não consegue por- tecipadamente o bem. Pooe ser feito também por inter-
que fica sem capital. Qual é a alternativa para aumen- médio de parceria das próprias sociedades em conta de
tar o seu patrimônio? Quais os mecanismos que exis- participação com outros empreendimentos da iniciativa
tem para que ela possa fazer isso? Nesse sentido, sur- privada, sejam residenciais, sejam comerciais.
giu a sociedade em conta de participação. Vamos avaliar, primeiramente, a obtenção do
O nosso objetivo, no que diz respeito ao merca- imóvel. A sociedade em conta de participação e a
do, é que a classe menos favorecida aplique o exce- construtora, por exemplo, poderão desenvolver par-
dente do seu orçamento em algo que possibilite uma ceria para cotizar os valores capitalizados mensal-
condição de vida melhor, para que ela possa no futuro mente e aplicá-los na obra. Depois, seria entregue
sobreviver com dignidade e com baixo custo. Por aos sócios ocultos.
Ahril (k 2()()2 DL\I{IO I)A C:\MAIC\ DOS DEPlJT.\I)OS Quinta-I~ira 11 1)769
Mas se uma obra termina muito mais rapida- amparada pela legislação. As comparações com as
mente do que outra, qual o critério para entrar num Leis n° 5.768,8.177, suas regulamentações, e 8.078,
sistema de sociedade em conta de participação, par- que estabelecem as normas de proteção e defesa do
ticipar e obter esse valor? Existem critérios de opera- consumidor, são uma parte do processo, porque a
cionalização, propostos pela associação para que os empresa em sociedade em conta de participação é ti-
empresários unifiquem a forma de beneficiamento picamente comercial e foge um pouco da relação de
das pessoas, em igualdade de condições, para obte- consumo. A relação de consumo é a seguinte: compro
rem antes ou depois o benefício. um bem e o consumo; na sociedade em conta de par-
Na esfera comercial existe o mesmo sistema. ticipação há uma relação de cap~alização. Então,
Por exemplo: podemos fazer parceria com os seg- existe também uma pequena diferença na interpreta-
mentos de pneus, eletrodomésticos, calçados, má- ção da lei que determina a proteção e a defesa do
quinas e equipamentos. Será que não existem várias consumidor.
pessoas interessadas na aquisição de determinado E a associação vem justamente regulamentar
produto anunciado, comercialmente falando, sejam todas essas diferenças, essas divergências existen-
eletrodomésticos, sejam pneus etc.? A cotização é tes entre essa lei que rege o Sistema Financeiro Naci-
feita da mesma forma, para um sócio oculto e uma onal e a sociedade em conta de participação, justa-
pessoa jurídica, que também pode ter acesso ao sis- mente o dispositivo previsto no código comercial, se-
tema de compra da sociedade em conta de participa- gundo o qual o seu fundamento é única e exclusiva-
ção. Portanto, a operacionalização é acessível a to- mente comercial. A associação normatizará o funcio-
dos os segmentos, ou seja, à pessoa física e à pes- namento das empresas que estão atuando na socie-
soa jurídica. dade em conta de participação, estabelecendo critéri-
Essas parcerias são muito interessantes porque os unificados entre todas elas. Senão, cada uma vai
permitem às pessoas interessadas acesso mais rápi- tomar rumos diferentes, podendo, no futuro, depa-
do e obtenção do produto antecipadamente. Podem rar-se com uma situação totalmente divergente dos
desfrutar dele até o término do pagamento. E as me- objetivos da sociedade em conta de participação.
lhorias, a conservação do bem durante esse período Finalizando, agradeço a todos a oportunidade.
fazem com que tenha valorização natural. Temos de desenvolver uma idéia mais solidificada em
Quando a sociedade em conta de participação relação à sociedade em conta de participação e à
entrou no mercado, após a indexação da economia, constituição legal de uma sociedade, com todos os
em 1991, tivemos um crescimento marcante no seg- empresários filiados a ela. Espero, realmente, que o
mento de cotização, o que também é em nosso País futuro desse segmento seja bastante promissor.
uma tradição. Somos praticamente pioneiros nesse Muito obrigado.
sistema; começamos com o consórcio, mas suas par- O SR. PRESIDENTE (Deputado Wellington
celas têm aumentos mensais, o que não ocorre na so- Dias) - Agradeço ao Sr. Elzeário Barbosa Neto.
ciedade em conta de participação, que participa no lu- Darei algumas explicações importantes. O objeti-
cro das operações. Este é um fator muito importante: vo desta audiência pública na Comissão de Fiscaliza-
o lucro gerado entre os sócios ocultos vai proporcio- ção Financeira e Controle da Câmara dos Deputados é
nar o crescimento e o bom desempenho da socieda- ouvir a versão dos setores que atuam neste segmento.
de em conta de participação. Infelizmente, o Promotor Fábio Bechara não pôde
As empresas estão surgindo no mercado. Neste comparecer. A idéia era ouvir a opinião do Ministério
momento, é importante que se constitua uma associ- Público. De qualquer modo, estamos tentando obter de
ação e também que se regulamente especificamente S.Sa. um texto sobre o assunto. O objetivo é dar uma
a sociedade em conta de participação, para que todos solução para o conflito na operação dessa modalidade
os empresários do segmento falem a mesma língua, que eu tive a oportunidade de conhecer.
com base em determinado conceito jurídico e legal. Acredito que se trata de alternativa fabulosa
Dessa forma, vamos possibilitar às empresas já exis- para o momento que vive o Brasil, não só no sentido
tentes aumento na geração de empregos e às pesso- de dar viabilidade à venda de móveis e imóveis, mas
as, melhores condições de vida com a obtenção de também de contribuir, a exemplo do que já fazem hoje
determinado patrimônio. cooperativas, consórcios e várias outras modalida-
Então, a idéia de tentar fortalecer a associação des, para a diminuição da agiotagem. Nós somos os
é bem-vinda. Juridicamente, é possível fazer isso; a campeões dos juros altos, título que recebemos no
sociedade em conta de participação está muito bem ano passado. A média de juros do País, no ano passa-
I ~77() (,2uíula-leíra II ])IARIO IH ('AMARA DOS IWPIJTADOS Abril de 2()()2
do, ficou em 68%. Em algumas modalidades de em- rente vai rir em sua cara. Só o microcrédito permite
préstimos cobram-se, aproximadamente, 300% de ju- isso. Trata-se de um fundo que começou muito peque-
ros ao ano. no ~ hoje estão financiando de 10 reais a 1.500 reais
Para quem estranha esses números, cito como -, e atualmente são milhares que se espalham pelo
exemplo o nosso querido cheque especial, que deve Brasil. Temos três bancos de crédito cooperativo no
ter, em média, juros de 90% a 180% ao ano. E muitas Brasil, criados recentemente, a partir da regulamen-
vezes não nos apercebemos disso. tação das cooperativas de crédito. Até há bem pouco
Do outro lado, há concentração de renda muito tempo, havia um grande preconceito em relação à so-
grande. Basta verificar o lucro dos bancos no ano pas- ciedade em conta de participação e ao próprio con-
sado. Num país como o nosso, um banco com cem sórcio. O Governo promoveu um grande engessa-
sócios majoritários - os donos da empresa, pratica- mento, mas houve um lastreamento maior.
mente - gerar, em um único ano, lucro líqüido de 2,3 As pessoas que, como eu, não são dessa área,
bilhões de reais é estarrecedor. estranham. Como disse o Dr. Marcos Ozi, se o cida-
Visitando alguns países do mundo, observei o que dão comprar um imóvel por 10 mil reais, em quinze
fizeram para implantar política de juros mais baixos. Afi- anos, pagará, em valores reais, entre 12 mil e 500 re-
nal, por que quase toda a Europa opera com taxas de, ais a treze mil reais; no sistema financeiro imobiliário,
no máximo, 6% ao ano? Estou falando de uma média o mesmo imóvel, pelo mesmo preço e financiado no
dez vezes menor do que a brasileira. Por que o Japão, mesmo prazo, em valores reais, custará aproximada-
por exemplo, opera taxas de juros de, no máximo, 4% mente 35 mil reais.
ao ano? Os Estados Unidos operam taxas de, no máxi- O objetivo desta audiência é colher o máximo
mo, 6% ao ano e conseguem controlar os juros. No Bra- possível de informações. Embora não haja muitos Par-
sil vivenciarnos situação totalmente diferente. lamentares presentes, proponho produzirmos uma se-
É preciso observar também a área principal, parata das conclusões desta reunião para que o Con-
foco de atuação da sociedade em conta de participa- gresso Nacional e técnicos do próprio Governo rece-
ção: os imóveis. Na qualidade de funcionário da Caixa bam informações de quem opera o sistema, de quem o
Econômica Federal, tenho buscado, no Congresso vivencia, de advogados, consultores, promotores, bem
Nacional, alternativas para o sistema. Estou certo de como dos magistrados e das suas mais diversas áre-
que essa modalidade contribui, mas sozinha não re- as, para podermos influenciar uma regulamentação.
presenta solução. É preciso apresentar macrossolu- Nós buscamos informações junto ao Ministério
ção. Por isso, estamos trabalhando pela regulamenta- da Fazenda, ao Banco Central, ao Ministério da Justi-
ção da previdência complementar, como forma de ça. Há hoje um trabalho pela regulamentação de to-
lastrear financiamentos de longo prazo. Nossa expec- dos os sistemas de poupança popular ou de socieda-
tativa é de que a regulamentação, iniciada no ano de em conta de participação para contribuir para a so-
passado, seja concluída ainda neste ano, porque per- lução desse conflito existente na área de fiscalização.
mitirá um lastro de 300 bilhões nessa área, além de Há interpretações diferentes, há quem considere cri-
alavancar financiamentos que merecem atenção de minosos empresários que geram empregos, que ge-
médio e longo prazos, a exemplo dos setores de habi- ram alternativas como essa.
tação, agricultura, indústria etc. Esta é uma Comissão que fiscaliza o cumpri-
De modo que o nosso interesse é fazer com que mento da lei, mas de forma concreta, sem artifícios.
o Brasil valorize mais essa alternativa. A partir de Não queremos que ninguém ocupe o lugar do Legis-
1999, nós tivemos a regulamentação do microcrédito. lativo. Quando o Legislativo fez o Código Comercial e
Havia um preconceito contra a idéia do microcrédito. outras regras, a intenção era de dotar a sociedade de
Recentemente, no Ceará, estive visitando uma coo- normas que fossem cumpridas por todas as áreas.
perativa de microcrédito em uma favela, que reúne Não queremos perder o nosso poder de legislar.
cerca de 15 mil sócios. Para nós, bancários, ou para Preferimos a forma da audiência pública para
quem atua na área empresarial, ela faz coisas impos- que pudéssemos ter as etapas seguintes, na pers-
síveis. Empresta dinheiro para a compra do botijão de pectiva de, logo após o seu encerramento, informal-
gás; a dona-de-casa vai à cooperativa e toma em- mente, pudéssemos explorar com perguntas os expo-
prestado pouco mais de 20 reais, a uma taxa de juro sitores.
mensal de 1% ou 2%, dependendo da sociedade. A Valéria, que nos assessora, nos disse que
Imaginem uma dona de casa chegando ao banco com um seminário isso seria possível, mas acredito
para pedir emprestados 20 reais. Com certeza, o ge- ser maior o caráter oficial da audiência, o que nos per-
.\hril de 2002 DIA RIO D.' C\MAR.' DOS I)J<Pl JlADOS QlIilll<l-telIa 11 1)771
mitirá, com o material que aqui for produzido, chegar O SR. PRESIDENTE (Deputado Wellington
a um número maior de Parlamentares e a uma abran- Dias) - Então, vamos declarar encerrados os traba-
gência maior da área governamental. lhos, na forma combinada.
Assim, passarei a palavra aos expositores para Agradeço a presença do Dr. José Luiz Melo, do
mais alguma consideração e, em seguida, vamos tra- Dr. Marcos azi, do Dr. Elzeário Barbosa Neto, do Dr.
balhar da forma combinada. Jamil e de todos os participantes.
Concedo a palavra ao Dr. José Luiz Melo. Logo após o encerramento, os expositores es-
O SR. JOSÉ LUIZ MELO _ Essa experiência c1arecerão as dúvidas suscitadas. No decorrer da au-
que tenho no mercado adquiri dentro do Banco Cen- diência, somente os Parlamentares poderão interpe-
trai, para quem faço auditoria desde 1991. lar os palestrantes.
Acaba de chegar o Deputado Mauro Benevides,
a Banco Central tem duas posições. Sei disso
a quem passo a presidência dos trabalhos porquanto
porque participo de reuniões, isso não é publicado.
gostaria de fazer algumas perguntas aos expositores.
Eles sabem que essa atividade não é consór- O SR. PRESIDENTE (Deputado Mauro Benevi-
cio. Quem fizer uma consulta sobre o assunto rece-
des) - Ao assumir a direção dos trabalhos deste
berá uma resposta negativa. Eles sabem também evento promovido pela Comissão de Fiscalização e
que para ser um SCP o sócio ostensivo tem de ser Controle, experimento o prazer de oferecer a palavra
comerciante.
ao Deputado Wellington Dias, que já presidiu esta
Um adendo. a meu forte é advocacia empresari- Casa com exemplar maestria e dignidade e, agora,
aI. Na experiência como auditor, a advocacia é um como um dos seus mais ilustres integrantes, tem
complemento. E tenho tido sucesso. Tenho alguns c1i- sempre a iniciativa de promover grandes eventos que
entes grandes, inclusive um grupo forte que pratica objetivam levar o Congresso a cumprir com os seus
esse tipo de venda e continua vendendo. objetivos institucionais nesta área específica de fisca-
Na verdade, falamos muito disso aqui, mas a ti- lização e controle, que é urna das prerrogativas ine-
tulação da SCP não beneficia quem está praticando rentes ao desempenho parlamentar.
venda no varejo, recebe o preço parcial ou total, en- Com a palavra o nobre Deputado We/lington
trega o bem, usa o título de sociedade em conta de Dias.
participação. Sugiro que doravante não se use mais a SR. DEPUTADO WELLlNGTON DIAS - Eu é
SCP porque SCP é outra coisa. Se forem lá verificar, que agradeço a presença de V. Ex a , que muito nos
não é o que estão praticando. Se estiverem pratican- honra. Não sei se devo chamá-lo de Senador, de De-
do, ótimo. putado Federal, de Presidente do Congresso Nacio-
Percebi que algumas empresas dão urna ma- nal ou de Presidente da República.
quiada na hora de distribuir lucros, o sócio integraliza
o capital, mas depois tira um bem. Não adianta, se se Dr. José Luiz Melo, pelo que entendi, para so-
acompanhar todo o processo, vai-se ver que é isso aí. lucionar essa situação nessa área da sociedade de
conta de participação ou na área de atuação da mo-
Estamos certos. A lei nos beneficia, a lei não
dalidade nessa formatação em que ela ocorre, V.S a
nos exige, mas temos que brigar por isso. Acredito
vê a necessidade de se operar com outra modalida-
que uma associação realmente nos dará força e real-
de que não a sociedade de conta de participação.
mente seremos ouvidos.
V.S a também se refere à possibilidade de regu-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Wellington larização sem alteração legal. Bastaria, pelo que en-
Dias) - Com a palavra o Sr. Marcos azi para suas tendi, um decreto governamental, de tal maneira que
considerações finais. se pudesse criar uma espécie de conselho regional
O SR. MARCOS OZI- É muito importante a ge- ou uma associação que estabeleceria as normas
ração de empregos que o nosso negócio promove. para as filiadas, como fazem os conselhos, e traba-
Em Piracicaba, com a nossa empresa, geramos du- lharia a fiscalização, ou seja, promoveria auditorias, a
zentos empregos diretos com construção de casas e unificação das regras, a desfiliação de quem não vi-
outras coisas. Isso melhora totalmente a economia da esse a atuar na forma pactuada, enfim, pelo que en-
cidade e, de forma geral, do Estado e do Brasil. tendi, zelando pela proteção dos associados e pela
É muito importante porque simplifica demais proteção das demais empresas.
todo o processo. Volto a insistir, esse é o caminho Gostaria de compreender: seria a alteração de
para uma casa para cada brasileiro. Muito obrigado. um decreto? Qual decreto? Seria um novo decreto re-
15772 Quinta-teira 11 [)L\RIO DA (')\MARA DOS Dl:!'lJIADOS Abril de 2002
gulamentando que lei, exatamente? Gostaria de ouvir Essa associação pode se propor a normatizar,
do Dr. Elzeário e do Dr. Marcos Ozi, como empresári- dar um padrão de procedimento, uniformizar, orientar.
os da área há longo tempo, que já enfrentaram as Os senhores vão associar-se a ela, terão todas as ori-
ações fiscalizatórias do Banco Central, do Ministério entações e terão uma contribuição de um salário mí-
Público, enfim, das diversas áreas, se entendem que nimo e meio ou dois por mês. Com isso os senhores
há necessidade de se operar com outra modalidade. vão ter um departamento jurídico especializado à dis-
É possível uma alternativa operacional? É possível al- posição. Se alguém bateu de frente com os senhores
guma mudança na lei que possa permitir continuar administrativa ou judicialmente, na polícia ou no
atuando nesse segmento da sociedade em conta de PROCON, a associação vai fazer a sua defesa.
participação? Então, o que ela propõe, na verdade, é dar o subsídio
Dirijo essas perguntas para os três palestrantes, jurídico para que os senhores não sejam penalizados
começando pelo Dr. José Luiz Melo. indevidamente.
Corno disse o nobre Deputado, o empresário
O SR. PRESIDENTE (Deputado Mauro Benevi-
gera imposto e paga imposto, gera emprego e mantém
des) - A palavra é oferecida ao nobre expositor para
emprego, arrisca trabalhar mais e ainda é processado
que responda à inquirição do nobre Deputado Wel-
como se criminoso fosse? Não existe isso. O que exis-
lington Dias.
te é o promotor todo cheio de poder definindo o que a
O SR. JOSÉ LUIZ MELO - Não propus nova lei não define! A lei não define o que é bem de primeira
modalidade. Os senhores estão certos, continuem, necessidade nem de uso geral. Por exemplo, vamos
mas os senhores adotaram o nome de uma atividade tratar aqui dos imóveis. "Ah, mas o imóvel é de primeira
e estão praticando outra. Confirmo que o benefício da necessidade". Ótimo! Mas o imóvel é de baixo valor. Já
SCP não será obtido dentro do que os senhores estão o imóvel de 500 mil, 300 mil, 200 mil, 100 mil, esse o
fazendo. Mas se os senhores forem comerciantes, e pobre não compra. Aquele de 10 mil, 15 mil, esse, sim,
se quem estiver integralizando o capital participar de a lei protege. A lei protege a base. O promotor protege
determinado negócio com prazo predeterminado, ao o direito indisponível, homogêneo, coletivo. Um bom
fim do qual termina a sociedade, rateia-se o lucro ou o exemplo que dei é o transporte e quando se fala em
prejuízo, está tudo certinho. Mas, se o negócio conti- água também. Tanto é verdade, que, no caso do trans-
nua e está sempre entrando mais alguém, então, não porte, é a Prefeitura quem dá concessão e dela se de-
se trata de SCP. pende para aumentar-se o preço.Temos de ter esse
Talvez mudando o nome - venda a prazo com en- cuidado. O que existe, diante de tudo isso também, po-
trega futura, que é o que os senhores fazem -, aí sim, derá no futuro determinar que cada empresa tenha ali
mantenham, está direitinho, o erro é da promotoria. um consultor à disposição ou que ela vá à associação,
O que está havendo, na verdade, é que o Decre- mês a mês, prestar contas, para que a associação sai-
to n° 70.951 copiou a lei. O que se fará necessário ba corno ela está andando, porque o objetivo é que os
será um novo decreto regulamentando o dispositivo senhores continuem no mercado, continuem ganhan-
legal. Então, não vamos mexer na lei, ela está certa. do dinheiro, porque ninguém vai trabalhar para ter pre-
Não vamos movimentar toda a Câmara e todo o Se- juízo, que continuem bem, com conforto e não sejam
nado, mas vamos, sim, levar a exposição de motivos penalizados.
ao Executivo, convencê-lo da necessidade de que a Estou à disposição para quaisquer perguntas.
promotoria está prejudicando a sociedade, proces- Obrigado.
sando empresários honestos e, por fim, diminuindo a O SR. PRESIDENTE (Deputado Mauro Benevi-
arrecadação e derrubando empregos. des) - A Presidência indaga do nobre Deputado Wel-
O que ternos de fazer, na verdade, é um novo lington Dias se S.Exa. deseja prosseguir nas interpela-
decreto. Propus um conselho regional, mas talvez ções aos outros ilustres palestrantes da manhã de hoje.
uma associação seja muito mais eficiente. Ternos Se quiser, S.Exa. poderá fazê-lo a partir de agora.
hoje a ANFAC - Associação Nacional de Factoring, a O SR. DEPUTADO WELLlNGTON DIAS - Sr.
ABAC - Associação Brasileira das Administradoras Presidente, eu já havia feito uma pergunta aos outros
de Consórcio, e está sendo fundada a ANACC - dois expositores e espero que a tenham compreendi-
Associação Nacional das Administradoras de Com- do. Gostaria de ouvir o Dr. Marcos Ozi e o Dr. Elzeário.
pra Conjunta, que engloba todas as atividades dos O SR. PRESIDENTE (Deputado Mauro Benevi-
senhores. Podemos fornecer-lhes cópia do estatuto, des) - Não há dúvida de que V.Ex a pode prosseguir
está tudo previsto ali. com a interpelação, e acredito que os expositores nos
Abril de 2002 DIA.RIO DA ('AM,\R_\ DOS DFPUT.\DOS Quinta-feira 11 15771
vão brindar com respostas à altura das nossas expec- captação e venda de mercadorias. Precisamos de
uma relação jurídica que regulamente esse segmen-
tativas. to, para que essas empresas tenham tranqüilidade
O SR. DEPUTADO WELLlNGTON DIAS - Por- para estar no mercado, gerar novos empregos, pro-
tanto, estou lembrando apenas que já havia feito a per- porcionar melhores condições para a~ pessoa~ ad-
gunta. Gostaria de ouvir, primeiro, o Dr. Marcos Ozi. qui rirem os seus bens por essa modalidade socleda-
O SR. MARCOS OZI- Com relação à nomencla- de em conta de participação.
tura, vejo que, no meu caso especificamente, a socie- Em contrapartida, necessitamos da estrutura-
dade é por tempo determinado - geramos os lucro~ ou ção de uma associação que preserve os di~eitos, as
prejuízos e rateamos- e é vinculada única e ~xcluslva- obrigações e os deveres do segmento em SI.
mente a cada pessoa que entra no negócio. E uma re- Então, é muito benéfica a elaboração de um pro-
lação jurídica única e exclusiva com cada só~io ~a.rtici- jeto de lei que regulamente a matéria com firmeza,
pante, sem haver o envolvimento dos demaiS SOCIOS. não só dando tranqüilidade aos empresários que atu-
Penso que a sociedade em conta de participa- am nesse segmento _ meio marginalizados, como
ção, criada em 1850, com o objetivo. ~e protege~ o disse o nosso colega _, como também segurança aos
dono do dinheiro, no meu caso, especificamente, e o sócios participantes no futuro.
meu caminho, é o que venho adotando e é o que con-
sidero correto. O SR. DEPUTADO WELlINGTON DIAS - Sr.
No caso da associação, é de fundamental im- Presidente, estou satisfeito.
portância um órgão que esteja fiscalizando e cuidan- Apenas sugiro aos participantes que elaborem
do c:fcts empresas que começam ou já trabalham com uma minuta ou de decreto, se for para regulamenta-
essa sistemática. O procedimento é muito simples ção, ou _ já que atuam nessa área jurídica também-
para se abrir uma empresa como essa, o que p<?de de projeto de lei, para que possamos apreciá-Ia e ve-
ser feito por qualquer pessoa, bastando c!ó\dastra-Ia rificar, junto à Consultoria da Câmara dos Deputados,
na Junta Comercial e começar o negócio. E por esse
motivo, por ser tão simples, que se faz necessária, . a melhor forma de encaminhamento do processo. Se
com urgência máxima, a existência de um órgão 9ue for o caso de iniciativa privativa do Executivo, vamos
fiscalize e cuide para que os negócios sejam feitos trabalhar para direcioná-Ia ao Executivo, buscando
com lisura, honestidade e seriedade. convencê-lo a implantar essa sistemática.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Mauro Benevi- Muito obrigado, Sr. Presidente.
des) - Prossegue com a interpelação o nobre Depu- O SR. PRESIDENTE (Deputado Mauro Benevi-
tado Wellington Dias. des) - Chegamos ao término de mais uma reunião da
O SR. DEPUTADO WELLlNGTON DIAS - Creio Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.
que o Dr. Elzeário captou a pergunta que eu havia fe~o. Estando eventualmente na direção dos trabalhos,
O SR. ELZEÁRIO BARBOSA NETO - Não, eu cabe a mim regozijar-me com a iniciativa do nobre
estava em uma entrevista e cheguei no final dela. Deputado Wellington Dias, autor do requerimento de
O SR. DEPUTADO WELLlNGTON DIAS - convocação desta reunião.
Acredito que vai facilitar, porque o senhor já ouviu a Entendo que os pontos de vista aqui expendidos
resposta do Sr. José Luiz Melo. pelos Srs. José Luiz Melo, Marcos Ozi e Elzeário Bar-
A pergunta que havia feito era sobre sua inter- basa Neto vão ser de extrema importância para direci-
pretação com referência à necessidade de, mesmo onar nossas atividades no que tange a essa temática.
mantendo a forma operacional dos procedimentos, se Lamento que o debate tenha sido realizado no
alterar o nome da sociedade em conta de participa- dia de hoje, quando estão reunidas as outras Comis-
ção, como propõe S.Sa., para outra formatação, que sões, e o Plenário da Casa, neste instante, aprecia a
seria venda a prazo para entrega futura. A outra é Ordem do Dia, com uma pendência, ainda remanes-
quanto à criação de uma associação ou entidade ou cente da discussão de ontem, relativa à CPMF Um
um conselho regional que tenha esse papel fiscaliza- destaque deixou de ser apreciado naquela ocasião, e
a
dor. O que V.S pensa sobre isso? as Lideranças estão se movimentando no sentido de
O SR. ELZEÁRIO BARBOSA NETO - Deputa- garantir a presença em plenário de um número que vi-
do, como empresário da Noise-Nacom(?), há dez abilize a aprovação do destaque, única e derradeira
anos atuo nesse mercado de sociedade em conta de alternativa que restou na apreciação do projeto.
participação. É fundamental que se esteja normatiza-
do aquilo que está no Código Comercial em função da Agradeço a presença aos Srs. José Luiz Melo, Mar-
Lei n° 5.768, especificamente no item V do art. 33, cos Ozi e Elzeário Barbosa Neto e cumprimento-os pela
que dispõe justamente sobre essa modalidade de performance que atingiram no curso desse debate.
1:'774 Quillta-lCira 1I mARIO IH ('AM,\RA DOS Dl'PUTADOS Abril de 2002
Congratulo-me também com o Deputado Wel- TERMO DE REUNIÃO
lington Dias, que, impregnado do sentimento de fazer
com que a Comissão cumpra os seus objetivos institu- Em vinte e sete de março de dois mil e dois, dei-
cionais, propôs esse encontro que, neste instante, teve xou de se reunir, ordinariamente, a Comissão de Fis-
o seu ponto alto com interpelações de Deputados e calização Financeira e Controle por falta de quorum.
respostas prontas e elucidativas dos três expositores. Assinaram o livro de presença os Senhores Deputa-
Muito obrigado. dos Nelo Rodolfo - Presidente; Antônio do Valle -
Convoco para o próximo dia 27 reunião ordiná- Vice-Presidente; Dr. Evilásio, Mauro Benevides, Fer-
ria da Comissão de Fiscalização Financeira e Contro- nando Zuppo e Wigberto Tartuce. E, para constar, eu
le, às 9h30min, neste plenário, com pauta que será di- ....... , Maria Helena Pinheiro Monteiro, lavrei o pre-
vulgada nas próximas horas. sente Termo.
Está encerrada a reunião.
As dez horas do dia três de abril de dois mil e dois, reuniu-se a Comissão de
Fiscalização Financeira e Controle, no Plenário 9 do Anexo 11 da Câmara dos
Deputados, com a presença dos Senhores Deputados Nelo Rodolfo - Presidente;
Antônio do Valle - Vice-Presidente; Marcos de Jesus, DL Evilásio, Costa Ferreira,
Deusdeth Pantoja, Roberto Argenta. João Magalhães. Mauro Benevides, Expedito
Júnior, Manoel Salviano, Danilo de Castro, Fernando Zuppo, João Magno, Wigberto
Tartuce, Wellington Dias e Max Mauro - Titulares; João Caldas, Márcio Reinaldo
Moreira, Ursicino Queiroz, Cláudio Cajado, Dino Fernandes, José Carlos Coutinho,
Neuton Lima, Salatiel Carvalho, Anibal Gomes, Jorge Tadeu Mudalen, Pedro Henry,
Léo Alcântara, Dr. Heleno e João Coser - Suplentes. Compareceram também os
Deputados Agnelo Queiroz, Alberto Fraga, Geraldo Magela e Pedro Celso, como não-
membros. Deixaram de comparecer os Deputados Agnaldo Muniz, Luiz Fernando e
Rafael Greca. ABERTURA: Havendo número regimental, o senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos e submeteu à apreciação do Plenário as Atas da
terceira e quarta reuniões. realizadas nos dias vinte e vinte e um de março de dois mil
e dois. Em votação, as Atas foram aprovadas. EXPEDIENTE;;: O Presidente informou
que os documentos recebidos pela Comissão, relacionac,Jos na comunicação enviada
aos gabinetes dos Deputados, permaneciarn à sUf": disposição, na Secretaria da
Comissão, inclusive os avisos do Tribunal .~(Çcbh1:as da União números treze a
dezenove de dois mH e dois e a designação d6'c;JYà ./vinte e seis de março de dois mH e
dois. ORDEM DO DIA: O Presidente submeteu à apreciação deste Plenário os
nomes de Mizael Gomes dos Santos, ~cy Aires Rodrigues Filho, Virgfnia Maria de
Moraes Mesquita e Geraldo de Oliveira"'Alves, para ocuparem o cargo de CNE-15 -
Assistente Técnico de Comissão,.Adjunto O; e de Isaias Santiago da Silva, Maria
Alice Reis Motta, Juarez Alves Martins e Nanei Kirinus, para ocuparem os cargos de
CNE-14 - Assessor TécniGo.iAtljunto O, nesta Comissão. Aprovados. A seguir passou
à apreciação da PAUTA - A) Requerimentos: 1 - REQUERIMENTO N° 9/02 - do Sr.
Wellington Dias - que "requer seja convidada a Sra. Governadora do Estado do
Maranhão, Roseana Sarney, para, em reunião de audiência pública, prestar os
esclarecimentos necessários a esta Comissão, sobre as diversas versões sobre o
dinheiro apreendido na empresa Lunus, investigações na SUDAM e denúncias que a
governadora vem fazendo contra o governo federal de espIonagem e o uso
indiscriminado da máquina pública contl"a a sua candidatura à Presidência da
República". O Presidente passou a palavra ao autor, Deputado Wellington Dias, que
apl"esentou as razões do seu requerimento. Participaram do encarninhamento os
Deputados Costa Ferreira, Salatlel Carvalho e Mauro Benevides. Em votação, o
requerimento foi rejeitado, contra os votos dos Deputados João Magno, Wellington
Dias e Dr. Evilásio. 2 - REQUERIMENTO N° 10/02 - do Sr. Wellington Dias - que
"requer sejam convidados o presidente da Fundação Nacional de Saúde e o Diretor-
Presidente do Instituto de Pesquisas Vox Populi, para pr·estar esclarecimentos a esta
Comissão sobre as denúncias de que a Fundação pagou, ern 1999, pesquisa onde
avaliou, entre outros itens, a viabilidade eleitoral do então Ministro da Saúde, José
Serra". O Presidente passou a palavra ao autol", Deputado Wellington Dias, que
ressaltou a importância da matéria. Participou do encaminharnenlo o Deputado
Márcio Reinaldo Moreira. Em votação, o requerirnento foi aprovado na forma de
pedido de informação. acatando a sugestão do Deputado Márcio Reinaldo MOl"'eíra. O
senhor Presidente submeteu à apreciação do plenário o Requerimento de autoria -º-º-_,
Abril d.: 2002 DI.\RIO IH C.\M.\R.\ DOS DI;PlJTAUOS (juillta-kira lI 15775
,.
I <,776 Quinta-remI lI DIARIO DA ('AMARA DOS J)I~l'lJTA])OS Abril de 2002
COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA cussão. Em votação, o requerimento foi aprovado. 5-
A PROFERIR PARECER AO PL N° 4.874/01 Requerimento nO 34/01, do Deputado Regis Caval-
(ESTATUTO DO DESPORTO) cante, que convida a medalha de prata no mundial de
Ata da quinta reunião, realizada em 27 de Ginástica de 2001, Daniele Hypólito. Não houve dis-
novembro de 2001 cussão. Em votação, o requerimento foi aprovado. 6-
Às quinze horas e cinqüenta minutos do dia vin- Requerimento nO 35/01, do Deputado Regis Caval-
cante, que convida o Bi-campeão Pan-americano de
te e sete de novembro de dois mil e um, reuniu-se a
'ssa-o Espec,'al d st' d . f' Judô, Sr. José Mário Tranquillini Nery. Não houve dis-
Com, e ma a a apreciar e pro enr pa-
recer ao Projeto de Lei n0 4874, de 2001, que "Institui cussão. Em votação, o requerimento foi aprovado. 7-
o Estatuto do Desporto", no Plenário oito _ Anexo" Requerimento nO 36/01, do Deputado Regis Caval-
da Câmara dos Deputados, com a presença dos Se- cante, que convida a Campeã Sul-Americana de Tri-
nhores Deputados Jurandil Juarez _ Presidente; José athlon, Mariana Ohata. Não houve discussão. Em vo-
Rocha _ Vice-Presidente; Gilmar Machado _ Relator; tação, o requerimento foi aprovado. 8 - Requerimento
Olimpio Pires, Regis Cavalcante, lédio Rosa, José n° 37/01, do Deputado Regis Cavalcante, que convida
Mendonça Bezerra, Aldo Rebelo, Eduardo Campos, o Campeão Pan-Americano de Basquetebol, Sr.
Léo Alcântara, Silvio Torres, Dr. Antonio Cruz, Geo- Oscar Schimidt. Não houve discussão. Em votação, o
van Freitas, Nelo Rodo/fo, Eurico Miranda, João Piz- requerimento foi aprovado. 9 - Requerimento n°
zolatti, Dr. Rosinha, Pedro Celso e Clovis Volpi _ Titu- 38/01, do Deputado Regis Cavalcante, que convida o
lares; IIdefonço Cordeiro, Luis Barbosa, Ronaldo Vas- Campeão Olímpico de Judô, Rogério Sampaio Car-
concellos, Agnelo Queiroz, Márcio Matos, Carlito doso. Não houve discussão. Em votação, o requeri-
Merss e João Grandão _ Suplentes. Deixaram de mento foi aprovado. 10- Requerimento n° 39/01 - do
comparecer os Deputados Alex Canziani, Alexandre Deputado Regis Cavalcante, que convida o Presiden-
Santos, Corauci Sobrinho, Darcísio Perondi, José te da Federação de Triathlon Brasiliense, Sr. Antônio
Lourenço, Jovair Arantes, Luciano Bivar, Paulo Mari- Bastos Gonçalves Júnior. Discutiu a matéria o Depu-
nho, Pedro Canedo, Sérgio Reis, Telmo Kirst e Zezé tado Eurico Miranda. Em votação, o requerimento foi
Perrella. Abertura - Havendo número regimental, o aprovado. 11 - Requerimento n° 40/01, do Deputado
Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e Regis Cavalcante, que convida a Presidente da Asso-
colocou à apreciação da Ata da Quarta Reunião, rea- ciação das Federações Esportivas do Distrito Fede-
lizada no dia vinte de novembro próximo passado. Em ral, Sra. Magda Machado Gomes. Não houve discus-
votação, a Ata foi aprovada. Ordem do Dia - Delibera- são. Em votação, o requerimento foi aprovado. 12 -
ção de requerimentos. O Presidente anunciou a apre- Requerimento n° 41/01, do Deputado Regis CavaJ-
ciação dos requerimentos constantes da Pauta n° cante, que convida o jornalista esportivo do jornal
03/01. 1 - Requerimento n° 30/01 , do Deputado Olim- Correio Braziliense, Sr. José da Cruz e Souza. Retira-
pio Pires, que convida o ex-técnico das seleções bra- do de pauta, de ofício. 13 - Requerimento n° 42/01,
sileira e italiana de vôlei e atual dirigente do Clube do Deputado Regis Cavalcante, que convida o jorna-
Atlético Mineiro, Sr. Paulo Roberto de Freitas (Bebeto lista esportivo do diário paulista Lance, Sr. Marcelo
de Freitas). Não houve discussão. Em votação, o re - Damato. Retirado de pauta, de ofício. 14 - Requeri-
querimento foi aprovado. 2 - Requerimento n° 31/01, mento n° 43/01, do Deputado Regis Cavalcante, que
do Deputado Olimpio Pires, que convida o ex -atleta convida o advogado e co-autor do projeto da Lei Pelé,
da Seleção Brasileira de Vôlei, Sr. Paulo da Silva (Pa- Sr. Mário Drumond Coelho. Discutiu a matéria o De-
ulão). Não houve discussão. Em votação, o requeri- putado Eurico Miranda. Em votação, o requerimento
mento foi aprovado. 3 - Requerimento n° 32/01, do foi aprovado. 15 - Requerimento nO 44/01, do Deputa-
Deputado Clovis Volpi, que convida os Srs: Luciano doDr. Rosinha, que convida o representante da Asso-
Nunes de Oliveira, Presidente da Torcida Jovem dos ciação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão-
Santos; Va/derir Salles de Barros, Presidente do Mo- Abert. Não houve discussão. Em votação, o requeri-
vimento da Torcida Organizada; e Marcelo Caetano, mento foi aprovado. 16 - Requerimento n° 45/01 , do
Presidente da Torcida Gaviões da Fiel. Discutiram a Deputado Dr. Rosinha, que convida o cronista esporti-
matéria os Deputados Eurico Miranda e Gilmar Ma - vo Armando Nogueira. Retirado de pauta, de ofício. 17
chado, relator. Em votação, o requerimento foi aprova- - Requerimento nO 46/01, do Deputado Regis Caval-
do. 4 - Requerimento n° 33/01, do Deputado Regis cante, que convida o cronista esportivo Milton Neves.
Cavalcante, que convida o Campeão Olimpico de Retirado de pauta, de ofício. 18 - Requerimento n°
Judô, o Sr. Aurélio Fernandes Miguel. Não houve dis- 47/01, do Deputado Regis Cavalcante, que convida o
Abril de 2002 DL\RIO IH C\MARA DOS D!':PlJTADOS QUlllta-klra I I 1<,777
cronista esportivo Juca Kfouri. Retirado de pauta, de Marcílio. Krieger, advogado espe~i~lista e~ legislação
ofício. 19 - Requerimento n° 48/01, do Deputado Pe- desp~rtlva, pa.ra apresentar a vlsao dos JUrlst~s em
dro Celso, que requer a realização de audiências em relaç8:0 ao proJeto, e ~arco Polo d.el Nero, Preslden.!e
uma Capital de Estado de cada Região Geográfica do do ~rlbunal de Justiça Desportiva da Fe?,eraçao
'1 N- h d' - E t -
Brasl. ao ouve Iscussao. m vo açao, o requen-
. Paulista de Futebol, para falar sobre o tema Justiça
D rt'"
. d E N d
mento fOI aprova o. ncerramento - a a mais a- . h espo Iva . , .
vendo a tratar, o Presidente encerrou a reunião às de- Passa-se a Ordem do Dia.
zesseis horas e onze minutos, antes convocou a pró- Esta reunião foi convocada para deliberarmos
xima para amanhã, dia vinte e oito de novembro, sobre requerimentos, conforme pauta distribuída a
quarta-feira, às quatorze horas e trinta minutos, com a V.Exas.
presença dos Srs: Carlos Miguel Aidar, Presidente Passa-se à apreciação dos requerimentos.
Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Sã? Paulo; Requerimento n° 30/01, do Deputado Olimpio
Heraldo Panhoca, ad~o~ado de atl~tas;_Marclllo Kne- Pires, solicitando convidar o extécnico das seleções
ger, advogado especialista ~m leglslaç~o desportiva; brasileira e italiana de vôlei e atual dirigente do Clube
e Marco Polo Del Nero; PreSidente do Tribunal de Jus- Atlético Mineiro Sr. Paulo Roberto de Freitas o Bebe-
tiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol. Os to de Freitas. ' ,
trabalhos foram gravados, e as notas taquigráficas, . _ .
após decodificadas, serão publicadas juntamente Em dlscussao o requerimento.
com esta Ata no Diário da Câmara dos Deputados. E, O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Sr.
para constar, eu, , Marcos Figueira de Almeida, Se- Presidente, peço a palavra pela ordem.
cretário, lavrei a presente Ata, que, lida e aprovada, O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
será assinada pelo Presidente, , Deputado Jurandil rez) - Tem V.Ex a a palavra.
Juarez. O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Sr.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- Presidente, na última reunião ficou acordado com
rez) - Havendo número regimental, declaro aberta a essa Presidência e com o Relator que se adotaria de-
5a Reunião Ordinária da Comissão Especial destina- terminado procedimento.
da a apreciar e proferir parecer ao Projeto de Lei n° Estou-me pronunciando porque vejo uma série
4.874, de 2001, que "institui o Estatuto do Desporto". de requerimentos em relação a atletas e a pessoas de
Informo aos Srs. Parlamentares que foi distribuí- certa maneira a eles vinculadas. Até em função do que
a
da cópia da ata da 4 Reunião. Indago ao Plenário se o Relator estava propondo, a idéia era que, com base
há necessidade de sua leitura? em todos os requerimentos apresentados, S.Exa.
O SR. DEPUTADO DR. ROSINHA - Sr. elaborasse uma pauta no sentido de que esses atletas
Presidente, solicito dispensa da leitura da ata. fossem ouvidos nos diversos Estados. S.Exa. ficou de
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- trazê-Ia numa reunião próxima. Não sei se o Relator já
rez) - Por proposta do Deputado Dr. Rosinha, subme- se manifestou a respeito da idéia ou não, se vai ser
to à apreciação dos Srs. Deputados a supressão da esse o caminho, de que maneira vamos proceder, se
leitura da ata. (Pausa.) está ratificado aquilo que foi combinado ou não.
Não havendo quem discorde, passamos à O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
discussão da ata. rez) - Sim, está ratificado, conforme combinado.
Não havendo quem queira discuti-Ia, coloco-a
em votação. Deputado Eurico Miranda, nós já definimos isso
Os Srs. Deputados que a aprovam permaneçam e já destacamos dos requerimentos apresentados
como se acham. (Pausa.) aqueles que se referem a atletas. Faremos a oitiva de-
Aprovada. les quando realizarmos as reuniões gerais fora de
Comunicações. Brasília.
Informo aos senhores membros que estão O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Per-
confirmadas as presenças para a reunião de feito.
audiência pública de amanhã, a realizar-se às O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
14h30min, neste mesmo plenário, dos Srs. Carlos rez) _ Não havendo quem queira discutir o Requeri-
Miguel Aidar, Presidente da OAB, seção de São
Paulo, para expor a visão dos juristas com relação ao mento n° 30/01 ...
projeto; Heraldo Panhoca, advogado de atletas, para O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - É o do
tratar do tema "Relações Trabalhistas no Esporte"; Deputado Olimpio Pires?
1577X Quinta-Ieira II DIÁRIO DA ('AMARA DOS DEl'lJL\DOS Abnl de 2002
o SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- Torcida do Palmeiras e o da Torcida Organizada do
rez) - Sim. São Paulo, referindo-me ao Estado de São Paulo.
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Nós Ao mesmo tempo ~ creio que teria de fazer outro re-
também dividimos. Está definido? querimento -, desde já sugiro que procedamos de
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- igual forma em relação às quatro grandes torcidas
rez) - Ficou definido. No caso do Bebeto de Freitas, do Rio de Janeiro, somente para falar nesses dois
virá como dirigente esportivo para apresentar sua opi- centros de futebol.
nião com base em sua experiência como tal. Se se for fazer oitiva desses convidados, que se
faça a de todos, para ganharmos tempo. Por exemplo,
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - De
vou apresentar requerimento para convocar o Presi-
forma abrangente?
dente da Torcida Organizada do Flamengo. Acho que
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
também deveriam vir os das torcidas do Vasco, do
rez) - De forma abrangente.
Fluminense e do Botafogo, dos quatro grandes clu-
Em votação o requerimento. bes. Não sei se o Relator poderia manifestar-se a res-
Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam peito da idéia.
como se encontram. (Pausa.) O SR. DEPUTADO GILMAR MACHADO - Sr.
Aprovado o Requerimento n° 30/01. Presidente, com relação às torcidas, creio que o ideal,
Item 2 da pauta. como estamos fazendo com os atletas, seria ouvi-Ias
Requerimento n° 31/01, do Deputado Olimpio nos Estados; convidaríamos todas as torcidas, mas
Pires, solicitando convidar o exatleta da Seleção Bra- somente uma torcida de cada time.
sileira de Vôlei Sr. Paulo da Silva, o Paulão. O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Exa-
Esclareço, em razão da observação do Deputa- tamente. Caso contrário, vamos escolher. Por exem-
do Eurico Miranda, que esse se inclui na categoria plo, VExa vai chamar só a do Cruzeiro.
dos atletas. O SR. DEPUTADO GILMAR MACHADO - Do
Em discussão o requerimento, (Pausa.) Botafogo. Sou mineiro, mas sou botafoguense. Em
Não havendo quem queira discuti-lo, coloco-o Minas, a maior torcida é a do Botafogo do Rio de
em votação. Janeiro.
Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Sr.
como se encontram. (Pausa.) Relator, se V.Ex a for chamar um representante da tor-
Aprovado. cida do Botafogo no Rio, não vai ninguém, porque a
Item 3 da pauta. torcida é pequena. (Risos.)
O SR. DEPUTADO GILMAR MACHADO -
Requerimento n° 32/01, do Deputado Clovis
Perfeito.
Volpi, solicitando convidar os Srs. Luciano Nunes de
Oliveira, Presidente da Torcida Jovem do Santos; (Intervenção inaudível.)
Valderir Salles de Barros, Presidente do Movimento O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
da Torcida Organizada, e Marcelo Caetano, Presi- rez) - Em discussão o requerimento.
dente da Torcida Gaviões da Fiel. Não havendo mais quem queira discuti-lo, sub-
Em discussão o requerimento. meto-o a votação.
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Sr. Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam
Presidente, peço a palavra pela ordem. como se encontram. (Pausa.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- Aprovado.
rez) - Tem V Ex a a palavra Item 4 da pauta.
Requerimento n° 33/01 , de autoria do Deputado
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Fo-
Regis Cavalcante, solicitando convidar o campeão
ram convidados representantes da Torcida Jovem
do Santos, do Movimento da Torcida Organizada, olímpico de judô Aurélio Fernandez Miguel.
de não sei qual clube, e da Torcida Gaviões da Fiel. Em discussão o requerimento.
Sei que a Gaviões da Fiel, por exemplo, é do Corint- Não havendo quem queira discuti-lo, submeto-o
hians, mas em São Paulo, sem dúvida, há quatro a aprovação.
grandes equipes com torcidas organizadas. Não sei Os Deputados que o aprovam permaneçam
se seria possível, regimentalmente, além dos menci- como se encontram. (Pausa.)
onados nesse requerimento, incluir o Presidente da Aprovado.
.'\Ixi! de 2()()2 J)L\J{IO IH ('AMARA DOS IWl'lJL\DOS QUinta-feira lI I 'in')
Item 5 da pauta. Não havendo quem queira discuti-lo, submeto-o
Requerimento n° 34/01 , do Deputado Regis Ca- a votação.
valcante, solicitando convidar Daniele Hypólito, ga- Os Deputados que o aprovam permaneçam
nhadora de medalha de prata no Mundial de Ginásti- como se acham. (Pausa)
ca de 2001. Aprovado.
Em discussão o requerimento. (Pausa) Sobre esse requerimento também gostaria de
Não havendo quem queira discuti-lo, submeto-o prestar um esclarecimento. O Oscar, pela experiência
a votação. que tem, pelo fato de também já ter participado de ou-
Os Deputados que o aprovam permaneçam tras atividades, deverá ser incluído na relação dos
como se encontram. (Pausa) atletas que serão ouvidos em audiência pública em
Aprovado. Brasília.
A propósito desse requerimento, desejo fazer Item 9 da pauta.
um rápido comentário. Essa mocinha tem tido real- Requerimento n° 38/01, do Deputado Regis Ca-
mente um papel destacado, pelo menos nos últimos valcante, solicitando convidar o campeão olímpico de
quinze dias, por causa do fenômeno que ela foi e da judô Rogério Sampaio Cardoso.
circunstância especial nessa questão do patrocínio. Em discussão o requerimento. (Pausa)
Faço este registro porque realmente o considero Não havendo quem queira discuti-lo, coloco-o
oportuno. Minha proposta inicial era que ela fosse in- em votação.
cluída entre os convidados a virem aqui, mas prevale- Os Deputados que o aprovam permaneçam
ceu a idéia de que os atletas fossem todos ouvidos como se encontram. (Pausa)
em conjunto, conforme deliberado anteriormente. De Aprovado.
qualquer modo, considero importantíssima a presen-
Item 10 da pauta.
ça dessa moça pela contribuição que ela pode dar em
Requerimento n° 39/01, do Deputado Regis Ca-
relação ao item patrocínio, que faz parte do nosso es-
valcante, solicitando convidar o Sr. Antônio Bastos
tatuto.
Gonçalves Júnior, Presidente da Federação de Triatlo
Item 6 da pauta.
Brasiliense.
Requerimento n° 35/01, do Deputado Regis Ca-
Em discussão o requerimento.
valcante, solicitando convidar o bi-campeão
pan-americano de judô José Mário Tranquillini Nery. Com a palavra o Deputado Eurico Miranda.
Em discussão o requerimento. (Pausa) O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Sr.
Presidente, na oportunidade em que se tomou aquela
Não havendo quem queira discuti-lo, em vota-
decisão em relação aos atletas, ponderamos sobre
ção o requerimento.
outros casos. Por que razão convocar o Presidente da
Os Deputados que o aprovam permaneçam Federação de Triatlo Brasiliense? Por que não convi-
como se encontram. (Pausa) dar o Presidente da Federação de Triathlon do Estado
Aprovado. do Rio de Janeiro? Amanhã, isso poderá ocorrer em
Item 7 da pauta. relação às federações de judô, e assim por diante.
Requerimento n° 36/01, do Deputado Regis Ca- Se o Relator também entendesse dessa forma,
valcante, solicitando convidar a campeã sul-america- gostaria que os presidentes de federações das diver-
na de triatlo Mariana Ohata. sas modalidades também fossem ouvidos em seus
Em discussão o requerimento. (Pausa) Estados, como se decidiu em relação aos atletas.
Não havendo quem queira discuti-lo, submeto-o (Não identificado) - Nada a opor.
a votação. O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
Os Deputados que o aprovam permaneçam rez) - Não havendo mais quem queira discutir o re-
como se acham. (Pausa) querimento, coloco-o em votação.
Aprovado. Os Deputados que o aprovam permaneçam
Item 8 da pauta. como se encontram. (Pausa)
Requerimento n° 37/01, do Deputado Regis Ca- Aprovado o Requerimento n° 39/01 .
valcante, solicitando convidar o campeão pan-ameri- Item 11 da pauta.
cano de basquetebol Oscar Schimidt. Requerimento n° 40/01 , do Deputado Regis Ca-
Em discussão o requerimento. (Pausa) valcante, solicitando convidar a Sra. Magda Machado
157XO Quinla-Ieira 11 Dl:\RIO IH ('AMARA DOS DEPUTADOS Abnl de 2002
Gomes, Presidente da Associação das Federações com certeza, a co-autoria deve referir-se ao antepro-
Esportivas do Distrito Federal. jeto que foi aproveitado.
Em discussão o requerimento. (Pausa.) O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Ah,
Não havendo quem queira discuti-lo, submeto-o ao anteprojeto. Se não, os Deputados já não são mais
a votação. os autores do projeto, alguém de fora o é.
Os Deputados que o aprovam permaneçam O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
como se acham. (Pausa.) rez) - Não havendo mais quem queira discutir o re-
Aprovado. querimento' coloco-o em votação.
De acordo com entendimento firmado, serão re- Os Deputados que o aprovam permaneçam
tirados de pauta, de ofício, para que venham na próxi- como se acham. (Pausa.)
ma reunião, juntando-os com todos os outros requeri- Aprovado o Requerimento n° 43/01 .
mentos referentes a esse assunto, os itens 12, 13, 16, Item 15 da pauta.
17 e 18. Isso para adotarmos, em relação ao item crô- Requerimento n° 44/01, do Deputado Dr. Rosi-
nica esportiva, exatamente o mesmo procedimento nha, solicitando convidar um representante da Asso-
que estamos adotando com os atletas e com as fede- ciação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão-
rações: reunir todos aqueles que podem contribuir re- ABERT.
lativamente a esse item. Por isso, estão sendo retira- Em discussão o requerimento. (Pausa.)
dos de pauta, repito, os itens 12, 13, 16, 17 e 18.
Não havendo quem queira discuti-lo, coloco-o
Passa-se, então, ao item 14 da pauta. em votação.
Requerimento n° 43/01, do Deputado Regis Ca- Os Deputados que o aprovam permaneçam
valcante, solicitando convidar o Sr. Mário Drumond como se acham. (Pausa.)
Coelho, advogado e co-autor do projeto da Lei Pelé.
Aprovado.
Em discussão o requerimento.
Item 19 da pauta.
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Não
Requerimento nO 48/01, do Deputado Pedro
tenho nada a opor, apenas... De quem é o
Celso, solicitando realizar audiências em uma Capital
requerimento?
de Estado de cada Região Geográfica do Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
Em discussão o requerimento.
rez) - Do Deputado Regis Cavalcante.
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - O que
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Ele foi
significa essa Região Geográfica?
co-autor do projeto?
(Não identificado) - As cinco.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Ah, as
rez) - Foi essa a informação que me foi passada cinco. Sinceramente, em alguns casos, não nos
pelo próprio Deputado. deveríamos limitar às Regiões Geográficas. Acho
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - que, se na Região Geográfica que abrange, por
Quer dizer que os Deputados aqui não têm autoria exemplo, Minas Gerais, houver outro Estado e outra
nenhuma. A autoria foi do... Capital onde seja interessante realizar audiência ou
com dirigentes esportivos ou com atletas, que, a
(Intervenção inaudível.)
critério do Relator, lá também se possa realizar
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - reunião e não apenas em uma Capital de urna
Não, mas ele não é Deputado. Mário Drumond Coe- Região. Faço essa sugestão, porque é no decorrer do
lho... desenvolvimento dos trabalhos que o Relator vai
(Intervenção inaudível.) perceber a necessidade ou não de realizar, por
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Não, exemplo, audiência em São Paulo e também no
ele pode ter assessorado, não foi autor de coisa Paraná. Se no Paraná se considerar interessante
nenhuma. O autor do projeto deve ter sido um fazer audiência também em Porto Alegre, podemos
Deputado, acredito eu; ele deve ter ajudado na realizá-Ia. Essa é a minha sugestão.
elaboração. Estou apenas fazendo um registro, não O SR. DEPUTADO GILMAR MACHADO - Sr.
tenho nada contra. Presidente, peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
rez) - Tem razão o Deputado Eurico Miranda, mas, rez) - Tem V.Ex a a palavra.
.\hril d..: 20lJ2 DIA RIO DA ('AMARA DOS lWPIJL\DOS Quillla-lCira II ISnl
O SR. DEPUTADO GILMAR MACHADO - Sr. ção de São Paulo; Sr. Heraldo Panhoca, advogado de
Presidente, peço que o Deputado Eurico Miranda atletas; Sr. Marcílio Krieger, advogado especialista
faça esse acréscimo e que ele seja acatado na em legislação desportiva; e Sr. Marco Polo dei Nero,
votação do requerimento, mas que fique a definição Presidente do Tribunal de Justiça Desportiva da Fe-
com a Mesa dos trabalhos. deração Paulista de Futebol.
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Está encerrada a reunião.
Perfeito. Ata da sexta reunião, realizada em 28 de
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- novembro de 2001
rez) - Consideraríamos, então, uma emenda. Às quatorze horas e cinqüenta minutos do dia
Esclareço ao Deputado Eurico Miranda que a vinte e oito de novembro de dois mil e um, reuniu-se a
preocupação do Deputado Pedro Celso foi neste sen- Comissão Especial destinada a apreciar e proferir pa-
tido: como estamos programando viagens, quis recer ao Projeto de Lei n° 4874, de 2001, que "Institui
S.Exa. já deixar autorizado o deslocamento da Co- o Estatuto do Desporto", no Plenário oito - Anexo"
missão. Vou ler o requerimento que, sem dúvida ne- da Câmara dos Deputados, com a presença dos Se-
nhuma, pode receber emenda para seu desdobra- nhores Deputados Jurandil Juarez - Presidente; José
mento. Rocha - Vice-Presidente; Gilmar Machado - Relator;
O requerimento diz o seguinte: Aldo Rebelo, Clovis Volpi, Corauci Sobrinho, Dr. Anto-
Requeiro a VExa, ouvido O Plenário, a nio Cruz, Dr. Rosinha, Eduardo Campos, Geovan Fre-
realização de audiências em uma Capital de itas, lédio Rosa, Léo Alcântara, Olimpio Pires, Pedro
Estado de cada Região Geográfica do País, Celso, Regis Cavalcante, Silvio Torres e Zezé Perella
a serem designados pelo Presidente da Co- - Titulares; Carlrto Merss, Expedito Júnior, IIdefonço
missão e pelo Relator da matéria, a fim de Cordeiro, Luis Barbosa e Ronaldo Vasconcellos - Su-
promoverem debates com os diversos seg- plentes. Deixaram de comparecer os Deputados Alex
mentos esportivos. Canziani, Alexandre Santos, Darcísio Perondi, Eurico
Miranda, João Pizzolatti, José Lourenço, José Men-
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Sr. donça Bezerra, Jovair Arantes, Luciano Bivar, Nelo
Presidente, esse requerimento não tem nada que ver Rodolfo, Paulo Marinho, Pedro Canedo, Sérgio Reis e
com aquela decisão da Presidência e do Relator de Telmo Kirst. Abertura - O Presidente declarou aber-
ouvir os atletas. Seria no caso uma audiência geral? tos os trabalhos e colocou à apreciação da Ata da Qu-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- inta Reunião, realizada no dia vinte e sete de novem-
rez) - Tem, sim. É só para que já fique autorizado pelo bro próximo passado. Em votação, a Ata foi aprovada.
Plenário; se não, não podemos fazer as audiências. Ordem do Dia - Audiência Pública com a presença
Sugiro até ao ilustre Deputado Eurico Miranda... dos Srs: Dr. Heraldo Panhoca, advogado de atletas;
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA -Quero Dr. Marco Polo Del Nero, Presidente do Tribunal de
acrescentar que, a critério da Mesa, possa ser feito Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol;
em outro também. e Dr. Marcílio Krieger, advogado especialista em le-
gislação desportiva. Inicialmente, o Presidente pas-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
sou a palavra ao Dr. Heraldo Panhoca, pelo prazo de
rez) - Perferto. Poderemos fazer outros requerimen-
vinte minutos e, em seguida, sucessivamente, ao Dr.
tos em caso de necessidade. Mas o objetivo é exata-
Marcílio Krieger e ao Dr. Marco Polo Del Nero. Partici-
mente este: dar cobertura legal para o deslocamento
param dos debates os Deputados Zezé Perrella, Aldo
que a Comissão deverá fazer.
Rebelo, Clovis Volpi, Olimpio Pires, Silvio Torres, Dr.
Não havendo mais quem queira discutir o reque-
Rosinha, Carlito Merss, José Rocha e Gilmar Macha-
rimento, coloco-o em votação.
do. Encerramento - Nada mais havendo a tratar, o
Os Deputados que o aprovam permaneçam Presidente encerrou a reunião às dezoito horas e tre-
como se encontram. (Pausa.) ze minutos, antes convocou a próxima para o dia qua-
Aprovado o requerimento n° 48/01, de autoria tro de dezembro, terça-feira, às quatorze horas e trin-
do Deputado Pedro Celso. ta minutos, destinada a deliberação de requerimen-
Não havendo mais quem queira fazer uso da pa- tos. Os trabalhos foram gravados, e as notas taquigrá-
lavra, convoco reunião para amanhã, no Plenário 8, ficas, após decodificadas, serão publicadas junta-
às 14h30min, com a presença dos seguintes convida- mente com esta Ata no Diário da Câmara dos Deputa-
dos: Sr. Carlos Miguel Aidar, Presidente da OAB, se- dos. E, para constar, eu, , Marcos Figueira de Almei-
..
15n2 Quinta-l0ira II DL\RIO DA ('AMARA DOS Dj:!)UIADOS Abril ti.: 2002
da, Secretário, lavrei a presente Ata, que, lida e apro- e serão permitidas réplica e tréplica pelo mesmo pra-
vada, será assinada pelo Presidente, , Deputado Ju- zo de três minutos.
randil Juarez. Dando início às exposições, concedo a palavra
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- ao Dr. Heraldo Panhoca, advogado de atletas, que ex-
rez) - Declaro aberta a 6 a reunião desta Comissão porá o tema "Relações trabalhistas no esporte", as-
Especial destinada a apreciar e proferir parecer ao sunto objeto de apreciação do projeto de lei que insti-
Projeto de Lei n° 4.874, de 2001, que institui o Estatll- tui o Estatuto do Desporto.
to do Desporto. O SR. HERALDO PANHOCA - Sr. Presidente,
Esta reunião foi convocada para ouvir, em all- nobre Relator, dignos Parlamentares, Drs. Marco Polo
diência pública, o Dr. Heraldo Panhoca, advogado de e Marcílio Krieger, companheiros de militância na ati-
atletas, que falará sobre o tema "Relações trabalhis- vidade desportiva neste País, demais presentes, é
tas no esporte"; o Dr. Marcílio Krieger, advogado es- um prazer retornar a esta Casa.
pecialista em legislação desportiva, que falará sobre Em 1996, tivemos oportunidade de ajudar e ofe-
a "Visão dos juristas em relação ao projeto"; e o Dr. recer sugestões para a Resolução n° 01, de 1996,
Marco Polo Del Nero, Presidente do Tribunal de Justi- que começou a surtir efeito entre os anos de 2000 e
ça Desportiva da Federação Paulista de Futebol, que 2001. Foi nessa oportunidade que o Direito Desporti-
falará sobre o tema "Justiça Desportiva". vo saiu dos arquivos das federações e passou para o
Poder Judiciário. Em 1997, a convite do Ministério do
Com muito prazer, convido os senhores citados
Esporte e Turismo e em virtude de nossa experiência
para comporem a Mesa.
na lida diária com os atletas, tivemos oportunidade de
Informo que também foi convidado o Dr. Carlos contribuir com a formatação da atividade profissional.
Miguel Aidar, Presidente da Seccional São Paulo da Tivemos o prazer de ver caracterizado o vinculo de
OAB. s.sa, porém, comunicou-nos de que precisou trabalho para atletas de todas as modalidades, e não
resolver problema familiar na manhã de hoje. Tal con- apenas para os profissionais ligados ao futebol, como
tratempo o impediu de comparecer a esta audiência até então.
pública. Para nossa surpresa, no dia 22 deste mês, rece-
Antes de conceder a palavra aos nossos convi- bemos os três projetos apensados. Pasmem os se-
dados, esclareço a S.Sas. que as sessões ordinárias nhores, mas o que está sendo proposto é um odioso
da Câmara dos Deputados estão passando por perío- retrocesso. Jamais tantas conquistas dos atletas fo-
do de grande turbulência. Encontra-se em tramitação ram jogadas fora ou estão na iminência de sê-lo. Fo-
projeto de lei que está mobilizando a opinião pública ram necessários cem anos para se conseguir a profis-
e, por isso, todos os Deputados têm algo mais a fazer sionalização e o respeito ao cidadão brasileiro, atleta
durante o horário normal de trabalho das Comissões. de qualquer modalidade.
Por isso, começaremos a presente reunião com pe- Em primeiro lugar, é necessário dizer que verifi-
queno número de presentes; certamente, com o pas- camos situação bastante atípica, pois levaram o art.
sar do tempo, haverá mais Parlamentares presentes. 217 da Constituição Federal ao pé da letra. Fizeram
Algumas das audiências públicas marcadas para o uma lei para o profissional e outra para o não-profissio-
turno da manhã estão terminando neste momento; in- nal - ou seja, passou a haver dois projetos distintos,
c1usive, está sendo encerrada a reunião da Comissão quando bastava apenas dar tratamento dicotômico,
de Economia, Indústria e Comércio, da qual participo. como previsto na própria Constituição. Em segundo lu-
Outros Deputados estão saindo para almoçar somen- gar, ao se somar os três projetos, teremos quatrocen-
te agora. tos artigos de lei. Talvez a lista telefônica possa com-
Para que tenhamos bom ordenamento dos trél- pletar os casos omissos. Se analisarmos a situação,
balhos, esclareço a adoção dos seguintes critérios veremos que, caso sejam retirados os artigos relativos
estabelecidos pelo Regimento da Casa: os senhores ao jogo do bingo da Lei Pelé, ficaremos com apenas
convidados disporão de um prazo máximo de vinte cinqüenta artigos, número suficiente para criar a revo-
minutos para sua exposição e não poderão ser apar- lução gerada.
teados durante esse tempo; terminadas as exposi- Esta Casa sentiu os efeitos da Lei Pelé durante
ções, iniciam-se os debates; os Srs. Deputados inte- os trabalhos da CPI. Se não fosse essa lei, as CPls re-
ressados em interpelar os convidados deverão ins- lativas a esse assunto não teriam existido. Nota-se,
crever-se previamente junto à Secretaria; cada inter- portanto, a validade da Lei n° 9.615. Ao meu ver, esse
pelante deverá fazer sua formulação em três minutos; foi um dos grandes tratados de Justiça e de Direito
.'[xil de 2002 DI.\RIO D.\ C.\MARA DOS IWl'lJTADOS (juinla-lCira 11 157X1
Desportivo feitos neste País, principalmente por cau- Conseguimos corrigir isso na Constituição; e
sa do equilíbrio entre as partes. mantivemos tal diferenciação na Lei lico, ampliada e
Dentro dos vinte minutos de que disponho, devo melhor esclarecida pela Lei Pelé. Hoje, vemos que os
discorrer sobre o atleta. Por isso, inicio minha exposi- três projetos apresentados na forma de Estatuto re-
ção com uma conceituação. Observa-se que, por for- gridem a uma situação de, no mínimo, quinze anos.
ça de muito escrever, o que acarreta maior número de Trata-se, portanto, de grande retrocesso.
erros, há seis denominações para clubes: clubes, as- Em uma segunda situação, o projeto afirma que
sociações, associações atléticas, entidades, entida- para o desporto profissional, embora ele não exista, a
des de prática desportiva e entidades de prática des- renda e a receita, até mesmo para efeitos de tributa-
portiva profissional. É preciso sistematizar tais defini- ção, vêm da publicidade, da transmissão da imagem
ções e reuni-Ias em apenas uma. do evento e da bilheteria. Depois, o projeto afirma
Num segundo momento, o projeto afirma que o que, no caso do desporto não-profissional- e aí per-
desporto de rendimentos, também chamado de des- cebe-se que assim são caracterizados o basquete, o
porto, abrange atividades das associações. Dessa voleibol e todos os outros esportes amadores -, ha-
maneira, elide-se algo já previsto, uma vez que asso- vendo renda, este não pode ser considerado não-pro-
ciação é entidade dirigida ou regida pelo Código Civil. fissional. Ocorre, portanto, a situação de o basquete
Nesse caso, estaríamos impedindo de funcionar as não poder vender sua imagem para a televisão ou ter
demais associações, possuidoras de direito adquiri- bilheteria, enfim, há grande confusão porque foram
do, por se tratar de sociedades comerciais ou aquelas feitos projetos separados.
permitidas em lei para administrar. Então, é infeliz tal Há necessidade de se juntar os projetos e defi-
definição. O retrocesso é muito grande. Temos de nir as coisas. O esporte é único, o atleta que recebe é
considerar o fato de que essa legislação é de 1976; profissional e o atleta que pratica o esporte por prazer
por isso, a cópia foi feita dessa forma. é não-profissional. Isso é o que diz a Constituição em
Em outro local, o projeto define o não-profissio- seus arts. 5°, inciso XIII, e 217.
nal. Como disse, o não-profissional possui lei própria, Passo agora às considerações sobre os contra-
embora seja repetitiva. tos.
Em função dos arts. 15 e 16, há outro con- Quanto aos clubes formadores de atletas,
tra-senso. O art. 17 afirma que "para efeitos desta lei, deve-se dizer que, desde os primórdios, a questão da
considera-se não-profissional o desporto de rendi- formação tem sido exaustivamente debatida. A partir
mentos organizado sem finalidade lucrativa". Entre- da Constituição e do Estatuto da Criança e do Adoles-
tanto, o artigo acima afirma que o desporto profissio- cente, a grande preocupação é mostrar que atleta é o
nal - e, nesse ponto, voltamos ao ano de 1896 - é a cidadão a partir de 14 anos. Até então, o jovem é con-
atividade individual ou coletiva de prática de exercí- siderado educando, por força da Constituição e do
cio, e não de modalidade. Srs. Deputados, inexiste próprio Estatuto da Criança e do Adolescente.
desporto profissional; existe o praticante profissional Nesse momento, surge o clube formador. Esse
de determinada modalidade. não pode ser definido como o clube que retira a crian-
Essa confusão manteve o Brasil parado no tem- ça da rua, mesmo que com efeito meritório. Trata-se
po por cem anos. O basquete, o voleibol e o tênis daquele clube que desenvolve a atividade dessa cri-
eram considerados esportes amadores. Ora, isso é ança a partir dos 14 anos, preparando-a para a vida e
sofisma. Temos que o atleta define a forma de prática, para o desporto. Essa conquista foi alcançada por
pois o esporte é único e regido por regras internacio- meio de artigo da Lei lico que não havia sido imple-
nais de prática que esta Casa e nossa Constituição mentado, e foi retomada pela Lei Pelé com a denomi-
não podem mudar. O único privilégio que a entidade nação de semiprofissional - aliás, tal termo foi muito
internacional de administração do desporto possui é criticado. Entretanto, independentemente do termo,
a imutabilidade de sua regra em qualquer continente. semiprofissional indicava o atleta de 14 a 18 anos que
Todas as outras normas emanadas dessas entidades mantinha contrato de vínculo com aquela agremiação
somente serão válidas no País se não estiverem em para ser formado.
confronto com nossa Constituição ou outras normas. Dentre as obrigações do semiprofissional havia
Então, a autonomia dessas entidades cinge-se à re- a de escolaridade - ou seja, a garantia de que, ao
gra, e é isso o que define o esporte como único - e ja- buscar um adolescente de 14 anos, aquele clube lhe
mais como profissional ou amador. É o praticante que daria condições de ter atividade educacional, mesmo
possui essa qualidade. que referente ao ensino fundamental ou médio, o que
I 'i7X4 Quiula-Icira 11 Dl:\RIO DA ('AMARA DOS DI:PlJTADOS AbrIl do: 2002
lhe ofereceria uma segunda oportunidade de profissi- pensamento em 1988, na Constituição, e com a Lei
onalização, A lei também obrigava o atleta a se profis- Zico; e conseguimos manter o entendimento na Lei
sionalizar aos 18 anos. O projeto original dizia que a Pelé. Entretanto, quando estudamos três novos proje-
profissionalização deveria ocorrer aos 20 anos; pos- tos, verificamos que novamente voltamos a legislar
teriormente' isso veio a ser corrigido. Uma das medi- somente para o futebol.
das provisórias acabou estendendo a classificação O SR. DEPUTADO SILVIO TORRES - Dr. He-
de não-profissional até os 20 anos, levando em conta raldo Panhoca, V.S a pode dizer a qual artigo se refe-
o fato de que é com essa idade que a fisiologia do cor- re?
po humano alcança maturidade e a pessoa pode se
O SR. HERALDO PANHOCA - Refiro-me ao §
tornar profissional. Então, o não-profissional, o apren-
2° do art. 74. Estou seguindo a ordem dos artigos para
diz, o estagiário ou aquele em formação deve voltar a não me perder.
estar incluído na faixa etária entre 14 e 20 anos e vol-
tar a receber gama de ensinamentos. Em troca disso, Estou falando sobre atletas, e como o direito de
o adolescente dará depois ao clube seu primeiro con- arena é direito do atleta...
trato de trabalho. Esse é o estágio profissional a que O SR. DEPUTADO SILVIO TORRES- Mas V.S a
todos somos submetidos - só que ao inverso. Não se está falando sobre o projeto?
pode esperar do atleta que ele se forme na universi- O SR. HERALDO PANHOCA - Sim, estou fa-
dade para, depois, fazer estágio. No caso do atleta, a lando sobre o atleta no contexto do projeto.
situação é o contrário: ele se forma no estágio para, O SR. DEPUTADO SILVIO TORRES - Pois não.
depois, ser profissional, ou seja, ele é trabalhado. É Somente desejava me localizar no projeto.
por isso que se trata de situação inversa à do estágio
O SR. HERALDO PANHOCA - Estou fazendo
do médico, do advogado ou de qualquer outro univer-
comparação entre os três projetos, que infelizmente
sitário. Nesse sentido, a Lei n° 9.615 protegia o atleta
recebi apenas no dia 22. Prometo, depois, elaborar
em formação, assim como também estava protegido
melhor trabalho que este que faço nesta primeira ex-
o interesse do clube formador. Aquele clube que dete-
posição.
ve o atleta em formação por, no mínimo, dois anos e
Quanto ao direito de arena, tivemos o cuidado
que comprovou o fato de ele ter sido formado às suas
expensas tinha o direito de receber o primeiro contra- de alcançar todas as modalidades desportivas, até
por que hoje, a partir da globalização, a imagem pas-
to de trabalho.
sou a ser o grande mote do espetáculo. É a imagem
Hoje, vemos que há uma situação para o que gera a possibilidade de que tenhamos grandes
não-profissional e outra para o clube formador do pro- espetáculos. Novamente, o texto do projeto, no § 2°
fissional. Esses mecanismos precisam ser incorpora- do art. 74, diz que o disposto nesse artigo não se apli-
dos àquilo que era o projeto original e que se trata de ca a flagrantes do espetáculo ou evento desportivo
norma vigente. Ternos de voltar, uma vez que voltar para fins exclusivamente jornalísticos ou educativos,
ao bom não é prejuízo; isso significa apenas reconhe- cuja duração, no conjunto, não exceda a três minutos.
cer que a tentativa de mudança é válida, mas que so-
Será que nossa última campeã, Daniele Hypóli-
mente deve ocorrer se for para melhorar a situação.
to, não merece receber direito de imagem por seu tra-
Como está disposto, a situação fica pior do que está.
balho? Ela tem 30 segundos para seu espetáculo de
O projeto também contém violações ao direito solo, e acabou de nos trazer a quarta medalha. Entre-
individual. Em um dos casos, o projeto afirma que o tanto, a lei brasileira diz que seu espetáculo será
contrato de trabalho referido no caput não poderá ser transmitido de graça por quem o desejar. Nem o clu-
recusado nem rescindido unilateralmente pelo atleta. be, detentor do direito, nem a própria atleta, terão par-
Ora, é desnecessário dizer que a garantia constitucio- ticipação, porque o projeto está dando três minutos.
nal do profissional não está sendo atendida - e essa é Parece-me lógico que os Srs. Deputados lembra-
a maior crítica. É preciso vetar tal artigo pois este não ram-se apenas do futebol, cuja partida tem 90 minu-
terá qualquer conseqüência. tos de duração - os três minutos, portanto, seriam so-
Como estou indo pela ordem, verifico que há no- mente 5%. Já havíamos corrigido essa distorção na
vamente uma mistura. Neste ponto, há a questão da Lei Pelé; basta fazer a cópia. Não há necessidade de
transmissão de imagem do evento desportivo. De alterar o percentual de 3% do tempo da competição.
acordo com os projetos em estudo, esta Casa nova- Um fundista de cem metros percorre essa distância
mente nos lembra de que, no Brasil, esporte é apenas em 8 segundos; para alcançar os três minutos, o atle-
futebol. Isso é lamentável. Conseguimos mudar esse ta teria de correr a vida inteira de graça. Por outro
Ahnl de 2002 D1.\RIO DA CAMARA DOS DFPIJTADOS Quinta-feira 11 I'i7X5
lado, os canais de televisão e os cinemas vão enri- do a manifestação de vontade. A Lei n° 9981 novamen-
quecer em função de sua imagem, porque nada pre- te retroagiu no tempo e obrigou que a única profissão
cisarão pagar. do atleta tivesse o contrato de trabalho registrado em
Quando digo que é retrocesso, Deputado, está uma entidade que não é parte e não tem nenhuma re-
aqui, esta lei é cópia de um artigo de 1972, no primei- lação com esse vínculo.
ro dia da televisão em cores no Brasil. Não tínhamos Hoje estamos vendo que foi ampliada: a federa-
Internet nem transmissão por satélites. Então, temos ção estadual também vai ter de registrar esse contra-
de evoluir, e a Lei Pelé já foi a grande demonstração to. Se desse pelo menos solidariedade quando da dis-
disso. Precisa ser melhorada? Ótimo, vamos melho- puta na Justiça do Trabalho, até aceitaria, mas não,
rar, mas jamais regredir. Estamos voltando no tempo. ela cria obstáculos administrativos, a relação atle-
Três minutos é para futebol, vôlei, talvez até para bas- ta/clube fica maculada e ela não será responsável.
quete, mas jamais para outras modalidades. A Consti- Por que registrar? Então, vamos estender pelo princí-
tuição dá tratamento isonômico a todos os atletas, pio da isonomia. O bancário registra na FEBRABAN,
haja vista que, a partir do art. 217, o esporte passou a o outro registra no SESI e assim sucessivamente. São
ser direito de todos, inclusive na exposição da sua contornos desnecessários.
Imagem. Quanto ao tamanho do prazo no contrato de tra-
O art. 77 do projeto, que tem o número mais bai- balho, não há nenhum problema. Três meses a cinco
xo, diz que o atleta é considerado profissional quando anos já é normal. É só manutenção.
pratica o desporto como atividade principal. Essa ex-
Só para respeitar meu tempo, Sr. Presidente,
pressão "principal" precisa ser eliminada, porque ele
embora tenhamos muito mais críticas e sugestões a
poderá participar com remuneração e, como qualquer
fazer, vou ceder em respeito aos demais colegas e
outro profissional, ter vários empregos. Se ele traba-
aguardar a ocasião das perguntas, a fim de alcançar
lhar naquilo que estamos vendo, projeto de dissídio
os pontos finais.
coletivo, vindo de São Paulo, para as divisões está
propondo piso de 200 reais, ele vai precisar ter vários O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
empregos para sobreviver neste País. rez) - Muito obrigado, Dr. Heraldo Panhoca.
Estou trazendo projeto de dissídio, no qual es- Na seqüência, concedo a palavra ao Dr. Marcílio
tão propostos 350 reais para a primeira divisão, 250 Krieger, advogado especialista em legislação esporti-
reais para a segunda e 200 reais para a terceira, va, que exporá a visão dos juristas em relação ao pro-
como o piso salarial do atleta de futebol. Se, como jeto. Tem a palavra V.S a
vejo na lei, a atividade principal não for esta - porque
com 200 reais, dificilmente, ele a terá como atividade O SR. MARCíLlO KRIEGER - Muito obrigado,
principal -, corremos o risco de estar jogando grande Sr. Presidente Jurandil Juarez, Deputado Gilmar
atleta na vala comum do não-profissional ou do ama- Machado e demais Deputados presentes, especial-
dor, como é dito. Então, há necessidade de que a ex- mente o conterrâneo Carlito Merss e Aldo Rebelo,
pressão "principal" saia e que ele trabalhe com remu- com quem já tive o prazer de estar na Comissão
neração, aliás, o que já é repetição desde 1976, quan- Parlamentar que tratava das questões Nike e CBF,
do tivemos a primeira lei do atleta de futebol, que o Presidente disse que falaria sobre a visão dos ju-
pode ser nesse aspecto seguida por todos. Não ativi- ristas.
dade principal, mas atividade remunerada, como está Não concordo com a metade das considerações
na CLT. do Dr. Heraldo. Por aí não é possível falar acerca das
Quanto ao contrato de trabalho, temos duas situ- posições dos juristas.
ações atípicas. A primeira é que na última legislação Em certos momentos de discussão, costumo di-
aprovada, depois alterada na Lei Pelé, foi retirada a zer que Deus fez o mundo em seis dias. No sétimo dia,
obrigatoriedade de se registrar o contrato de trabalho do alto do Monte Olimpo, admirava, junto com queru-
junto a qualquer entidade. Na época, houve consenso bins e serafins, a beleza e o ordenamento do universo,
na Câmara dos Deputados, porque ia para a confede- tudo funcionando perfeitamente, a natureza florescente.
ração daquela modalidade declaração segundo a qual, Então, Rafael, ao perceber que Deus estava sorrindo e
por exemplo, eu, como atleta, e Zezé Perrella, como não havia motivo para tal, perguntou-lhe: "Por que estás
Presidente do Cruzeiro, firmamos contrato de trabalho sorrindo, Senhor?" Ele lhe respondeu: "Está tudo em
que estabelece que vou ser profissional por um perío- paz, todos gostando, mas amanhã vou colocar dois ad-
do xis. Ponto pacífico. Bastava uma ficha demonstran- vogados lá embaixo e vocês vão ver a confusão que vai
I 'i7R6 Quinta-lelra 11 DL\.RjO DA ('AMARA DOS DFl'lJTADOS Abril ri.: 2002
dar." O bom é que você junta dois juristas e tem três be- o caso do conterrâneo do Deputado Carlito Merss e
las posições a serem defendidas. meu, o Guga, que jamais conseguiria qualquer resul-
Isso é evidência. Não pensem que isso é ape - tado se não fosse, pelo menos, o trabalho do Lari Pas-
nas no Brasil, mas também no mundo. É forma de co- sos.
locarmos nossa divergência. No caso do Dr. Panhoca, É uma evidência, portanto, que o desporto leva
não é divergência de fundo, mas questões pontuais. necessariamente à socialização. Uma lei de desporto
Se discutisse com o Dr. Panhoca a respeito de con- tem que ter esse aspecto, até para a conscientização
cordar com esse ou aquele artigo, perderíamos preci- do cidadão brasileiro, tão falto de consciência política
oso tempo e desmereceríamos algumas questões do trabalho comunitário. Daí decorre o desporto como
fundamentais. Por exemplo, o empenho da CPI da uma manifestação cultural.
Nike e CBF em tentar entender e melhorar a "en- Quanto à identidade de um povo e o desporto fa-
crenca", no caso, o futebol brasileiro, ou o desporto vorito, por que o futebol dos grandes times no Brasil
brasileiro; o empenho da própria CPI do Senado no está em crise? Engraçado, se olharmos os grandes ti-
mesmo caminho e o de que todos aqui presentes, mes brasileiros de hoje, o Flamengo, o Corinthians, o
desportistas, direta ou indiretamente envolvidos na Vasco, o São Paulo - com sete ou oito derrotas -, o
questão do desporto, temos em melhorar o padrão do Cruzeiro, verificamos que, apesar das grandes con-
desporto brasileiro. tratações, dos grandes investimentos, não estão dan-
Fiz algumas notas às quais dei visão geral, di- do certo. Por quê? Sem avançar muito nesse assunto,
zendo que se trata de alguns conceitos que precisa- digo que os clubes brasileiros investiram mal, ou seja,
mos ter claros para, a partir daí, enxugar as questões não tinham objetivos. A identidade cultural do povo
que, por exemplo, o Dr. Heraldo levantou e que são brasileiro hoje, assim como o futebol, está em baixa
evidentes. Como são três Deputados, portanto, três exatamente porque seus referenciais estão em baixa,
assessorias ou três cabeças diferentes que pensa- como o modelo político brasileiro hoje está em baixa.
ram, embora todos queiram confluir para um mesmo Ou seja, que pode fazer alguma coisa deve fazê-Ia.
objetivo. Na medida em que não estão claros alguns Acima do Executivo, na divisão tripartite do po-
conceitos que são essenciais, corremos o risco de der e da unidade que eles devem ter, está exatamente
querer dizer algo e estarmos dizendo exatamente o o Legislativo, porque representa efetivamente popula-
oposto. ção e pode mudar a cara do País. Os outros dois são
Então, vejam bem. Não necessariamente nessa estáticos.
ordem, mas trago alguns conceitos fundamentais O segundo aspecto, é o papel do Estado no fo-
para trabalharmos em uma legislação desportiva. mento ao desporto. A partir do momento que decidir-
1) A importância do desporto para o desenvolvi- mos investir efetivamente na socialização desse cida-
mento integral do cidadão -aquilo a que a Constitui- dão, vamos definir as prioridades do desporto. Quere-
ção se refere: que desporto é dever do Estado, mas mos formar atletas, ter áreas de lazer, ou dois ou três
temos de deixar claro por que é importante o desen- grandes clubes de futebol.
volvimento integral do cidadão através do desporto; O projeto da FIFA, em termos de futebol, é para
2) A integração de cada um na sociedade e o o Brasil ter 16 clubes. Há uma lógica cartesiana nisso:
desporto como meio de despertar a consciência indi- com 16 clubes existem 16 clubes jogando 15 vezes.
viduai para a busca de objetivos e a necessidade da Ele não joga contra si mesmo. Existe um calendário,
socialização nessa busca de objetivos; feito pelo Ministro do Desporto com o pessoal da CBF
3) A aceitação da derrota como fator de conheci- e outros, que atendia aos reclames da FIFA. Dessa
mento da suas limitações e muitas vezes de objetivo forma, unifica-se o calendário de futebol mundial. É
mal traçado. isso o que o Brasil quer, mas temos de definir essa
O desporto se presta a essas três virtudes funda- prioridade. Vamos dar prioridade ao futebol ou ao
mentais. A primeira, para o cidadão não ser ma- desporto como um todo? Temos de definir essa priori-
ria-vai-com-as-outras, mas ter objetivo na vida: conquis- dade, e não vai ser muito complicado.
tar, como a nossa atleta, a medalha de ouro na compe- Na medida em que se estabelecerem as priori-
tição; realizar o salto mais longo da história; fazer a dades, a aplicação dos recursos também será esta-
maior quantidade de gols; conquistar o maior número belecida. Socializaremos o desporto através das es-
de cestinhas, enfim, objetivos que vão ser traçados. colas, o Ministério do Esporte trabalhará juntamente
Esses objetivos, mesmo nos atletas individuais, jama- com o Ministério da Educação na distribuição de ver-
is serão obtidos individualmente, como, por exemplo, bas. Hoje, simplesmente o Ministério da Educação dá
Abril de 2002 DL\RIO DA CAMARA DOS I )J]'lJ lADOS QUlllla-lí:ira 1I 157'1i7
verbas, por exemplo, para fazer piscinas que não se- que está no art. 16 e no art. 20 da lei, rigorosamente
jam olímpicas. Não se pode treinar uma equipe olím- nada! O que diz o decreto? Diz que os clubes podem
pica, porque a piscina não tem a medida olímpica. querer a liga. Sim, mas ali já está dizendo!
Está cheio disso no Brasil. Recurso no Brasil existe Temos de perder o costume, Srs. Deputados, de
em quantidade suficiente. fazer decreto regulamentador no Brasil para repetir o
As manifestações desportivas são o desporto que a lei já diz. O art. 20 da lei diz: "Os clubes podem
educacional - dividido em escolar, médio e criar ligas, mas a federação não pode exigir a filiação
universitário -, o desporto de participação e o da liga". A liga se filia se quiser. Está lá. É o mesmo ar-
desporto de rendimento. Essa é uma questão de sigla tigo que diz isso. E termina: "O clube e as ligas podem
ou de denominação. O Dr. Heraldo falou que os vários fazer o campeonato que quiserem, desde que aceito
projetos têm nomes diferentes. É só uma questão de pela federação". Isso é óbvio, mas é assim. É assim
unificar os nomes. Cada um gosta de batizar de uma na Itália, na França, na Inglaterra, na Alemanha, nos
forma, mas, na verdade, temos: o desporto praticado Estados Unidos e até em Portugal. Se em Portugal dá
na escola primária - que não pode ter as certo, por que não vai dar certo aqui? É um negócio
características de competitividade, mas tem de impressionante a briga hoje na Europa. Disse isso
ludismo; o desporto praticado no ensino médio - e uma vez e dois portugueses ficaram bravos, mas mo-
prepara o cidadão para se entrosar na vida; o rei em Portugal, e lá eles falam: "Vamos para a Euro-
desporto universitário - a exemplo do desporto pa." Não dizem: "Estamos na Europa." Esse é um co-
americano, em que o cidadão realmente é mentário à parte, não tem nada a ver com desporto.
competitivo, embora não-profissional, pois ele faz Trava-se grande discussão hoje na Espanha,
parte da educação da formação do cidadão; o pátria ideológica da maioria das pessoas que pensam
desporto de rendimento e, obviamente, o desporto de em desporto no Brasil hoje. Juntamente com a Itália, a
recreação. Espanha é o país onde toda a legislação desportiva
Sobre as estruturas, precisamos ter claro outro está mais avançada, até pela referência do futebol.
aspecto. Existem duas grandes estruturas no despor- Há uma grande briga entre a direção da liga e a dire-
to: a estrutura federada e a não-federada. Temos que ção da Real Federação Espanhola de Futebol. A liga
entender que estrutura federada é federada e fim de deveria ser um apêndice e ter independência, porque
papo! Não tem conversa, tem que ser assim! Começa realiza o campeonato espanhol. Quem realiza o cam-
na FIFA, passa pela CBF, pela federação paulista, mi- peonato espanhol tem mais poder de mando do que
neira ou catarinense, vai para o clube de futebol e, quem apenas convoca os jogadores para a seleção, e
eventualmente, na liga municipal. Não se pode - já di- os melhores jogadores espanhóis são estrangeiros.
zia isso na Comissão da Nike - romper essa linha, Portanto, a seleção espanhola pena para ir à Copa do
porque ela não nos pertence. É a FIFA que aceita a Mundo. Só o Barcelona, por exemplo, tem oito jogado-
CBF, não é a CBF que manda uma cartinha à FIFA di- res da Holanda, e é um dos melhores times. E a maio-
zendo que é sócia dela. "CBF, enquanto você cumprir ria dos atletas do Porto são estrangeiros.
a minha regra, você é minha filiada". Isso é mal? Não São essas duas estruturas que temos de colocar
tem nada de errado. É uma estrutura federada, e fun- claramente na legislação: a estrutura formal e a não-for-
ciona dessa forma.
maI. A liga é uma estrutura não-formal e todas aquelas
Existe uma divergência em relação a uma frase competições de entidades escolares são não-formais,
do o Dr. Panhoca. Defendo por exemplo que todo atle- porque prescindem de uma legislação única internacio-
ta de futebol- todo - esteja registrado na CBF Essa é nal. O grupo escolar Santa Terezinha de Brusque pode
a única forma de sabermos se o atleta tem condições realizar competições de atletismo, de salto em distân-
de jogo porque está centralizada a sua filiação. Se vai cia, salto com vara, futebol, vôlei e basquete com regras
ser cobrado ou não é outra conversa. próprias, porque ele não vai participar de nenhuma
Entramos em outro ponto que é o aspecto competição com outro clube, mas, no momento em que
não-formal: a grande discussão que se trava no País for participar com o grupo escolar de Joinville, as regras
sobre a questão das ligas e a frustração que houve, têm que ser as mesmas para não ocorrer o mesmo que
inclusive, com o decreto. Vi três versões prévias do aconteceu em 1980 entre a Inglaterra e a Alemanha,
decreto, antes da versão oficial. Fiquei surpreso com em 1890. Quando um time da Alemanha foi jogar com
a versão publicada, porque a versão que eu conhecia um time inglês passaram duas horas discutindo como
era muito melhor. A versão publicada não acrescen- faziam quando a bola saía fora, se pegavam com a mão
tou rigorosamente nada a não ser confusão ao texto ou com o pé. Passaram algumas horas discutindo algu-
l57HH Quinta-feira 11 DI.\RJO DA CAMARA DOS Dl :I'UIADOS Ahril de 2002
mas regras mínimas. Foi aí que surgiu a regra do jogo. para não ter que ficar tirando copo, vaso e objetos de
Essa é outra conversa. cima da mesa.
Com relação ao Estado e à organização do Essa é a autonomia que têm os clubes, as ligas
desporto, entro em uma questão que é chave, na e as entidades de se organizarem respeitando - ago-
qual tenho insistido muito. Temos de esclarecer: con- ra entra o primeiro ponto que citei - a questão da or-
fundem-se duas palavras cujos conceitos são com- ganização cultural. O desporto é uma manifestação
pletamente diferentes, e um depende do outro. São cultural e, como tal, tem que ser respeitado. As entida-
dois conceitos, duas questões essenciais para en- des desportivas não podem alterar toda a estrutura
tender o papel do Estado na organização do despor- de desporto ao seu bel-prazer. Mas não é preciso dei-
to. O art. 12 da Constituição da República Federativa xar de marcar uma partida ou outra. Na medida em
do Brasil diz: que o fizerem - disse isso em algumas oportunida-
des, Deputado -, o Ministério Público pode intervir
Art. 10 A República Federativa do ara- porque estará interferindo na organização da cultura
sil, formada pela união indissolúvel dos brasileira, ou seja, o patrimônio cultural brasileiro es-
Estados e Municípios e do Distrito Federal, tará sendo ferido. Entendo assim e digo, mais uma
constitui-se em Estado Democrático de Di- vez, em alto e bom som: pelo menos estes clubes: o
reito e tem como fundamentos: Flamengo e o Vasco, para ficar nos dois, devem al-
I - a soberania (. ..) guns milhões de reais a atletas, aos patrocínios não
Quem tem soberania é soberano e quem é so- pagos, ao Fisco, ao INSS e ao FGTS. O Ministério PÚ-
berano é o povo, e o povo somos nós, que elegemos blico deveria intervir porque o patrimônio cultural bra-
os Constituintes. Nós dissemos: "Façam uma Consti- sileiro está sendo afetado, a imagem desses clubes
tuição que nos represente." E os senhores fizeram. está sendo afetada e a imagem do brasileiro está sen-
Então, quem tem a soberania? Quem tem o poder de do afetada, da mesma forma como ocorre com a de-
decidir o que deve ou não ser feito? É o povo, estratifi- vastação da Floresta Amazônica, que também é pa-
cado na Constituição, através exatamente do princí- trimônio cultural.
pio consagrado na Carta Magna de 1988. Como é so- Falei da questão dos recursos, e termino, Sr.
berano, o povo brasileiro pode dizer o que quer e o Presidente, trazendo rapidamente duas questões que
que não quer, se quer fazer um Estado democrático me parecem chave nessa história: o clube-empresa e
de Direito em uma república federativa ou não, em a Justiça Desportiva, que o Dr. Marco Polo vai falar
uma república monárquica ou não, em uma república com mais vagar. O clube-empresa dentro dessa visão
unitária ou não, se quer uma república federativa com é conceito que deve ficar claro. Deve-se preservar o
três Poderes, com o Poder Judiciário dividido em três direito de os clubes permanecerem como sociedades
grandes linhas: a Justiça Federal, o STJ, o Supremo civis sem fins lucrativos. A soberania lhes dá esse di-
Tribunal Federal, a Justiça do Trabalho etc. Isso foi o reito, essa autonomia de escolha. Eu, soberano, vou
povo que fez. dizer: "Cara pálida, se você quer ser sociedade civil
Porque ele tem essa soberania, ela dá, voltando sem fins lucrativos, tudo bem, você tem seis meses, a
agora ao desporto, a autonomia para que as entida- partir de hoje, para pagar o que deve ao Fisco, sob
des desportivas se organizem e planejem suas com- pena de responsabilidade dos atuais dirigentes e a
petições. O limite da autonomia é o limite dado pelo possibilidade de eles fazerem regressão com dirigen-
poder. Tenho dois filhos que atualmente são adultos, tes passados. Seis meses!"
um está na universidade e o outro, formado. Quando Se eu, pessoa física, como já me aconteceu,
crianças, eles andavam soltos em casa, mas não se trocar um valor e, em vez de 1.210 reais, colocar
tirava nenhum objeto de cima da mesa nem se tapava 1.120 reais como imposto a pagar, a Receita Federal
a tomada para não colocarem o dedo. Só era dito: me manda urna carta corrigindo, multando e me obri-
"Não pode tirar isso de cima da mesa!" Na primeira gando a atualizar. E eu não tenho corno não pagar.
vez em que o meu guri tirou, fiz este gesto: peguei a Por que um time que deve 50 milhões de reais para a
mão dele e disse: "Não poderia tirar e você tirou?" Fiz Receita Federal fica enrolando e se dá o direito de
isso e ele chorou desesperadamente porque tinha não pagar? Tem seis meses para pagar e fim de papo,
sido agredido. Não foi uma surra, foi isso para marcar ou se transforma em clube-empresa, como foi exata-
o limite. Disse: "Bom, da próxima vez, não mexa." A mente na Espanha. A partir daí, ele passa a ter um
autonomia que ele tinha de andar dentro de casa era compromisso. Porque para se transformar não é o
total, desde que respeitasse as regras que impus cara dizer: "Vamos nos transformar em c1ube-empre-
.\bril ,i<: 2002 DIA RIO I)A CAMARA DOS DFPlJTADOS Quinta-fc:ira 11 I "n9
sa." Ele vai dizer o seguinte: "A dívida que tenho, vou Muito obrigado, Sr. Presidente. Desculpe-me
pagar em vinte anos, e vou fazer através de bilheteira, por me ter alongado.
xis por cento, negociação de passe de jogador, que é O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
uma outra conversa, através de uma parte do dinheiro rez) - Obrigado, Dr. Marcílio Krieger. Concedo a pala-
de publicidade, que vou repassar aos cofres públicos. vra ao Dr. Marco Polo Del Nero, Presidente do Tribu-
Ele vai fazer um orçamento, vai entregá-lo e assumir o nal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de
compromisso de saldar dessa forma. Para que vocês Futebol, que falará sobre o tema "Justiça Desportiva".
tenham claro, assim é na Espanha! Tem a palavra V.S a
Em junho deste ano, todos os clubes espanhóis O SR. MARCO POlO DEL NERO - Ilustre De-
apresentaram ao Conselho Nacional de Desporto um putado Jurandil Juarez, Sr. Relator, Deputado Gilmar
orçamento, Deputado, explicando por que o orçamento Machado, ilustre Deputado Presidente de clube, so-
que eles apresentaram não foi cumprido. O Real Ma- fredor, gostaria de pedir a VExas., antes de expor o
drid está devendo 100 milhões e não fechou as portas meu trabalho sobre Justiça Desportiva, a permissão
nem foi para a Segunda Divisão porque a FIFA e a de fazer duas ou três considerações sobre a manifes-
UEFA assumiram o compromisso de honrar suas dívi- tação do Dr. Panhoca.
das, decorrentes da compra do Figo etc. Então, os clu- O Dr. Panhoca é um dos mais brilhantes advo-
bes apresentaram um plano de saneamento para não gados de São Paulo, e muito o respeito porque o vi mi-
caírem na Segunda Divisão, dizendo como iam pagar litar na Justiça Desportiva de São Paulo. Conheço seu
a dívida remanescente e se comprometendo a não trabalho na justiça trabalhista, mas discordo frontal e
contratar mais valores. O Cruzeiro, por exemplo, con- totalmente de tudo aquilo que disse nesta audiência.
tratou um milhão de jogadores e não teve depois um Durante todo o tempo - e temos conhecimento -,
time para colocar em campo, e não pagou. Não sei se é S.Sa. disse: "Nós fizemos a Lei Pelé." Os senhores ou-
o caso do Cruzeiro... viram e está registrado em ata. "Nós fizemos." Real-
O SR. DEPUTADO ZEZÉ PERREllA - O se- mente S.Sa. fez a Lei Pelé. E isso está levando o caos
nhor me citou. O Cruzeiro nunca deu calote em nin- ao futebol brasileiro.
guém. O senhor se expressou muito mal. Fui eu que E também não é verdade, ilustre advogado, que
contratei. Não devo um centavo à Receita Federal, a CPI se fundamentou na Lei Pelé, a CPI fundamen-
não devo um centavo ao jogador. tou-se na Constituição Federal e no Regimento Inter-
O SR. MARCíuo KRIEGER - Mas os jogado- no da Câmara dos Deputados, não foi a Lei Pelé que
res ... Ah, bom, fez um acordo ... deu amparo ao surgimento da CPI.
O SR. DEPUTADO ZEZÉ PERREllA - Fez O Pelé e o Carlos Miguel Aidar disseram que
acordo não. não eram os responsáveis pela Lei Pelé. Mas a Lei
O SR. MARCíuo KRIEGER - Retiro o Cruzei- Pelé deu prejuízo aos clubes, impediu divisas ao País
e promoveu um benefício muito grande aos empresá-
ro.
rios. Vou dar um exemplo recentíssimo de quanto a
O SR. DEPUTADO ZEZÉ PERREllA - Pode Lei Pelé prejudicou o futebol: O Ronaldinho gaúcho
retirar, porque não devo um centavo a ninguém.
estava sendo vendido por 50 milhões de dólares.
O SR. MARCíuo KRIEGER - Deputado, peço Esse dinheiro viria para o Brasil. Desse valor, 42,5 mi-
desculpas, mas já estou terminando. lhões seriam do Grêmio e poderiam se reverter em fa-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- vor do clube, dos seus departamentos amadores; 42
rez) - Peço a VS a que conclua. Quero observar a dis- milhões de reais entrariam em divisas para o Brasil. E
posição regimental de que o orador não pode ser in- os grandes advogados - um grande advogado como
terpelado no momento da exposição. o Dr. Heraldo Panhoca, a quem muito respeito como
O SR. MARCíuo KRIEGER- Para terminar, Sr. advogado -, conseguem, lá na Justiça Trabalhista, a
Presidente, no caso da Justiça Desportiva, há uma liberação do passe.
experiência informal em São Paulo, que deve ser co- Então, sabem o que acontece? O Grêmio rece-
nhecida nos demais Estados. A Justiça Desportiva be 5 milhões, o Ronaldinho gaúcho recebe 30 mi-
atua como órgão de mediação entre atleta e clubes. lhões, muda seu domicílio fiscal para a França, o Bra-
Ou seja, o atleta não recorre diretamente à Justiça do sil não vê divisas, o clube só recebe uma ninharia e os
Trabalho, mas à mediação previamente, desafogando empresários ficam cada vez mais bem sucedidos.
a Justiça do Trabalho e obtendo resultados mais efici- Era isso que gostaria de expor. Agora permi-
entes, mais rápidos e mais efetivos. to-me voltar a minha pauta.
I 'í7<)O QuíJlla-tClnl 11 mARIO n". CAMARA DOS DEPU I ADOS AhnJ d~ 2002
Estive vendo a proposta muito bem encaminha- do Brasil. Constituído de nove membros, denominados
da, Deputado Silvio Torres. Mas gostaria que V. Exas. julgadores efetivos, sendo dois indicados pela entida-
ouvissem também os clubes e os Presidentes de Tri- de de administração do desporto nacional, dois indica-
bunais, porque eles sabem das dificuldades. Somos dos pelo sindicato de classe dos clubes em nível nacio-
dirigentes amadores, amamos o futebol, estamos lá nal, dois indicados pela Ordem dos Advogados do Bra-
no dia-a-dia, estou há quinze anos no Tribunal de Jus- sil, por seu conselho federal, dois indicados pelo Sindi-
tiça Desportiva. Há pouco tempo, fizemos um simpó- cato dos Atletas Profissionais de Futebol em nível na-
sio de estudos e foram convidados: Wellington Cunha cional e um indicado pelo sindicato dos árbitros de fu-
Cerqueira, Presidente do TJD da Bahia, se não me tebol profissional em nível nacional.
engano, oito anos Presidente do Tribunal; José Perei- Todos os segmentos do futebol profissional es-
ra Antero, do TJD do Rio de Janeiro, Presidente há 23 tão envolvidos nesse Tribunal.
anos; José Luiz Cartilho Gomes, membro de muitos Segundo o § 1°, "sua composição obrigatoria-
anos também do Tribunal de Justiça do Rio de Janei- mente deverá ser de bacharéis de Direito" - isso tam-
ro; José Roberto Dutra, do TJD do Paraná - que me bém está no projeto -, "representados por nove Esta-
parece o mais recente -, tem três anos de vivência na dos diferentes", Não podemos deixar o País nas mãos
Justiça Desportiva; Antônio Augusto Tadeu Bandeira, do Rio de Janeiro ou, se vier para Brasília, nas mãos
do TJD do Rio Grande do Sul, há 33 anos no TJD; só dos brasilienses. Cada membro do Tribunal será
Osmando Almeida, do TJD de Minas Gerais, muitos representando por um membro de um ex-tribunal de
anos lá; José Adilson Alexandre Simas, do TJD de um Estado diferente. Essa é a nossa proposta.
Santa Catarina; João Elídio de Lima Filho, João Elí-
Os membros escolhidos deverão ser originários
dio, Consultor Jurídico do Ministério do Esporte Tu- de tribunais arbitrais de justiça de cada Estado com o
rismo e um membro do STJD de São Paulo, Luiz Ro- mínimo de um mandato completo. Por quê? Para co-
berto. nhecer o processo, como ele funciona, e dar celerida-
Esse grupo de pessoas trabalhou na redação de de, se não, não consegue funcionar.
uma legislação, Código de CBDF, e já o remetemos O Superior Tribunal apenas julgaria os proces-
ao Ministro Carlos Melles. Ele não está muito distante sos em grau de recurso. E teríamos o Tribunal Arbitral
deste. Tenho a impressão de que está um pouco mais Nacional de Justiça Desportiva com jurisdição em
aperfeiçoado. todo o território nacional. Sua sede seria obrigatoria-
Qual o grande problema do TJD? Falam tanto mente em Brasília, constituída de onze julgadores
mal dos TJDs do Rio de Janeiro, não falam mal do efetivos, sendo dois indicados pelas entidades de ad-
TJD de Minas, nem de São Paulo. São Paulo julga ministração de desporto, dois indicados pelo sindica-
2.500 processos por ano. Provavelmente todos os to de classe dos clubes de nível nacional, dois indica-
TJDs do Brasil, juntos não julguem 2 mil. Bem, tam- dos pelo sindicato de classe dos árbitros em nível na-
bém conhecemos as dificuldades que os clubes têm cional, dois indicados pelo sindicato de classe dos
em enfrentar o Tribunal de Justiça Desportiva do Rio atletas profissionais e três indicados pela Ordem dos
de Janeiro. Advogados do Brasil, por seu Conselho Federal.
Então, nossa proposta é que a Justiça seja de- O Tribunal Nacional poderá constituir em seu
nominada também arbitral, porque é uma Justiça arbi- âmbito câmaras desportivas. Por quê? Porque, na
traI. O título pouco importa, mas digamos que fosse medida em que tenha que julgar um número muito
Justiça Arbitral Desportiva. Então, teríamos o Superi- grande de processos - digamos, uns mil e quinhentos
or Tribunal Arbitral de Justiça Desportiva, o Tribunal processos por ano -, pode transformar os seus onze
Arbitral Nacional de Justiça Desportiva - depois vou membros em três Câmaras, o que dá celeridade ao
explicar a diferença -, os tribunais arbitrais de Justiça julgamento. Isso é muito importante para quem
Desportiva e as Juntas Arbitrais de Justiça Desporti- conhece o julgamento de 2.500 processos por ano.
va. Os Tribunais Arbitrais de Justiça Desportiva,
O Superior Tribunal, com jurisdição em todo o com jurisdição e sede nos territórios de cada Federa-
território nacional, terá obrigatoriamente sua sede em ção, são constituídos de onze julgadores efetivos,
Brasília, de acordo com o projeto. Também entendo sendo dois indicados pelo Administração de Despor-
que pode ser em Brasília, no Rio de Janeiro, na Bahia, to, dois indicados pelo Sindicato dos Clubes, dois indi-
em qualquer lugar, o importante são os homens. Como cados pelos atletas, dois indicados pelos órgãos de
Brasília é sede de tantas coisas importantes, também classe dos atletas e três indicados pela Ordem dos
pode ser sede do TJD do Futebol, que é o quarto PIS Advogados do Brasil. Quando a legislação Pelé mu-
Abril li.: 2002 D).\RIO IH C\M.\RA. DOS IWPU lADOS <.}uillta-lCira 1I I '\7'1 I
dou e criou a presença da OAB na Justiça Desportiva, do um técnico de futebol que ganha 300 mil reais, por
eu falei que não daria certo. Depois, recebi os três exemplo, fala besteira ou age de forma antidesporti-
membros da Ordem dos Advogados do Brasil. Agora, va, ele pode ser multado em 20, 30, 50 e até 100 mil
importa dizer aos senhores que são nossos melhores reais, porque ganha muito bem. Ele não pode ser mul-
julgadores. É importante que venha gente de fora. tado em mil reais. Nosso Tribunal costuma analisar a
Sou favorável à presença deles. situação financeira do punido: determinado jogador
Também há as Juntas Arbitrais de Justiça Des- suporta uma punição de 10 mil reais porque ganha
portiva, com jurisdição no território das ligas munici- 150 mil reais por mês? Sim. Mas um outro que recebe
pais, que poderão ser constituídas de cinco julgado- salário mínimo não pode receber a mesma pena. Nós
res, não mais que isso, porque não há necessidade. podemos reduzir a pena deste outro de 200 para 25
Eles julgam aqueles campeonatos de dez clubes das reais, se for o caso.
cidades. Não há necessidade de mais de cinco julga- Contra os 2.500 processos que o Tribunal de
dores, porque é difícil arrumar até cinco. Temos visto São Paulo julga por ano, há, no máximo, três recursos
participar de tribunais - e agora mesmo eu desliguei ao Tribunal Superior de Justiça Desportiva. E obtive-
uma série de ligas porque estavam irregulares - gen- mos sucesso, pois foram mantidas as decisões.
te que não é bacharel em Direito, que pratica absur- Penso que os senhores já entenderam bem a si-
dos dentro das ligas. Então é importante um grupo tuação do CBDF. É um código bem feito, que merece
mais ou menos fechado, de cinco pessoas, das quais ser mantido. Minha grande preocupação é realmente
duas são indicadas pela entidade de administração com os Tribunais Superiores, o Tribunal de Recursos
de desporto, uma pelo sindicato ou órgão de classe e o Tribunal Nacional, em que deve haver um membro
dos clubes de futebol profissional, uma indicada pelo de cada Estado, originário dos Tribunais.
sindicato ou órgão de classe dos árbitros e uma indi- Era o que tinha a expor.
cada pela Ordem dos Advogados do Brasil, subseção O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Juarez)
de cada localidade. A Ordem dos Advogados do Bra- - Muito obrigado, Dr. Marco Polo.
sil precisa estar presente sempre. Normalmente, Passemos ao debate. Há uma lista de inscrição.
quem é indicado pela OAB deve ser um conselheiro, Não sei se todos que têm interesse já se inscreveram.
que exerce a cidadania de uma maneira muito forte, Vamos fazer, então, a chamada para o debate, pela
impedindo que os outros pares torçam - ainda que ordem das inscrições.
sejam torcedores. Se chegou a ser conselheiro é por- Com a palavra o primeiro inscrito, Deputado
que tem uma visão mais moderna da atividade, como Zezé Perrella.
jurista. Então a presença deles é sumamente impor- O SR. DEPUTADO ZEZÉ PERRELLA - Sr. Pre-
tante.
sidente, Sras. e Srs. Deputados, Dr. Marco Polo, Sr.
No mais, eu entendo que o CBDF, Código Brasi- Relator, Deputado Gilmar Machado, Dr. Heraldo Pa-
leiro Disciplinar de Futebol - eu estive conversando nhoca, Dr. Marcílio Krieger, gostaria de, primeiramen-
com o Dr. Marcílio sobre isso -, é um dos códigos te, pedir desculpas pela maneira intempestiva como
mais bem feitos que conheço. Ele tem toda a legisla- interrompi nosso convidado. Talvez eu tenha agido na
ção. Tudo o que se imaginar ele possui: impugnação posição de um torcedor, e não como Presidente do
de partida, inquérito, jurisdição e competência, pro- Cruzeiro ou como Deputado Tanho sobre o Dr. Marcí-
cesso ordinário, a parte penal. A parte penal merece lio as melhores informações e referências, apesar de
alguns reparos em relação às penas, pois algumas o estar conhecendo pessoalmente agora. Fico triste,
estão desatualizadas. Há casos de agressões de jo - porém, com o fato de o senhor não ter as mesmas re-
gadores, durante uma partida de futebol, que não me- ferências do Cruzeiro e de minha pessoa, mas vamos
recem suspensão de apenas duas a quatro partidas, ter tempo de nos conhecer melhor.
mas de duas a seis, como é o caso das vias de fato, Com relação ao que V.S a abordou com muita pro-
por exemplo. Na primeira vez é aplicada ao jogador a priedade, talvez eu seja o mais árduo defensor da mo-
suspensão de duas partidas, na terceira, três parti- ralidade no futebol. Apesar de alguns órgãos da im-
das, e na quarta, quatro partidas, mas há jogador que prensa brasileira incluir meu nome ao citar a "Bancada
é suspenso e continua batendo toda semana, então da Bola", o Deputado Jurandil Juarez é testemunha de
deve haver uma posição mais séria, mais grave. que "eu me dei ao luxo" de não participar daquela Co-
Em São Paulo, talvez pelo poderio do Estado missão porque eu não achava legítimo julgar a mim
em relação a receitas, o regulamento do campeonato próprio, participar de uma Comissão em que o meu
prevê penas que variam de mil a 100 mil reais. Quan- clube e todos os clubes do Brasil estariam sendo in-
157')2 {2uinta-kira 11 DI:\RIO DA Cc\MARA DOS DFl'lJT.\DOS Abril de 2002
vestigados. Talvez por culpa da imprensa, que divulga sileiro a liga regional Rio - São Paulo. E denunciei
determinadas informações sem checar a veracidade, isso! Precisamos de uma liga brasileira forte para não
terminamos por cometer determinados equívocos. causar disparidades no futebol brasileiro. Vamos virar
A título de informação, o Cruzeiro pagou 20 mi- o quintal do Rio de Janeiro e de São Paulo! Para v'Sa.
lhões de reais de Imposto de Renda, em quatro anos. ter uma idéia a liga Sul - Minas irá receber em torno
A maioria dos clubes do Brasil tem hoje liminares na de 20 milhões. O Cruzeiro entrou na liga Sul- Minas
Justiça. Desde 1998 tem de ser recolhido o Imposto apesar de não pertencer à Região Sul. Minas Gerais
de Renda sobre o lucro dos clubes, mas como a maio- deveria estar na liga Sudeste ou na Rio - São Paulo.
ria deles não recolhe, entram com liminares. O Cruze- Mas, nos colocaram na liga do Sul. Com todo respeito
iro sempre recolheu, pelo menos na minha gestão. ao Sul, geograficamente Minas Gerais está localizada
Quando negociamos os jogadores com o exterior pre- na Região Sudeste. E entramos mesmo porque não
cisamos pagar impostos. Sempre tivemos esse cuida- tínhamos outra opção. Estamos murto bem acompa-
do. Tanto é que fomos investigados pela CPI do Sena- nhados com os clubes do Sul. Não falo com relação a
do e não se apurou absolutamente nada contra o Cru- isso, mas com relação até a valores. Paga-se hoje
zeiro. Na ocasião, quebraram o sigilo dos vinte maio- quatro vezes mais para a liga Rio - São Paulo do que
res clubes do Brasil. Eu não entrei no Tribunal contra a para a liga Sul - Minas. Logo, clubes como o Flumi-
quebra de sigilo, nem minha nem do clube, porque es- nense e o Botafogo terão, ao final do exercício, urna
távamos tranqüilos, já que não tínhamos o que temer, renda de televisão superior a do Cruzeiro, Atlético,
já que sempre procuramos agir com transparência. Grêmio e Internacional, por ordem de 7 a 8 milhões
Talvez tenham quebrado nosso sigilo, na ocasião, por ano. Dessa forma, teremos dificuldade financeira
porque não tenha havido muito critério ou embasa- de competir com esses clubes. Sempre conseguimos
mento de todos os presidentes de clubes. A maioria competir com igualdade, talvez, porque os mineiros
deles entrou na Justiça contra isso. têm alguma competência.
Destaco que o senhor está correto nessas con- Eu brigo e brigarei sempre para que haja uma
siderações. Para esclarecer, com relação a esses liga nacional de primeira, segunda e terceira divisão.
atletas, nós negociamos o jogador por 18 milhões de Essa é a luta de todos nós. Que a liga seja obrigada a
dólares. Obviamente o Cruzeiro tinha que fazer al- colocar nos seus estatutos informações de que elas
guns investimentos para o Campeonato Brasileiro. estão em dia com os jogadores, os parceiros da liga,
Como se criou aquela expectativa e eu me via obriga- enfim, com o Governo. Os clubes, Dr. Marcílio, tiveram
do a montar um supertime em função dessa venda, oportunidade de fazer isso quando surgiu o REFIS,
contratamos apenas três jogadores, cujos passes que foi dado a todas as empresas e também aos clu-
pertenciam a eles próprios: o Alex, o Edmundo e o bes de futebol. Paga-se, se não me engano, 2,5% ou
Rincón. Não deu certo, mas eu rescindi os contratos, 3% sobre o faturamento bruto indiferentemente do va-
pagando a eles o que lhes era devido. Dr. Heraldo Pa- lor da sua dívida. O REFIS se paga até em 3 mil anos.
nhoca, acho que nunca houve urna ação contra o Cru- A maioria dos clubes teve essa oportunidade, mas
zeiro, porque eu nunca deixei de pagar aos jogadores. não fez. O Cruzeiro tinha uma pequena pendência,
Sempre pago no dia 5, rigorosamente. Mas acho que não em decorrência de sonegação. O Cruzeiro era
a situação do Cruzeiro é o que menos importa aqui. responsável solidário por um bingo que sonegou im-
Não vou nem fazer perguntas especificamente, posto. Conseguimos até mudar isso no relatório do
vou me dirigir a todos. Agora se está constituindo a Maguito. Entretanto, aproveitamos o REFIS e compu-
liga, e eu briguei - sempre brigo por isso - para que semos as nossas dívidas. A maioria dos clubes deve-
se incluísse no estatuto a obrigatoriedade de os clu- ria ter feito isso na época, mas não o fez. Talvez, a so-
bes, para fazerem parte da liga, estarem em dia com lução, agora, seja a criação de um REFIS específico
suas obrigações tributárias, com seus atletas. Alega- como pré-requisito para participar da liga.
ram que se isso acontecesse não haveria liga. Então, O SR. DEPUTADO SilVIO TORRES - Apenas
eu sugeri que se desse um tempo para que os clubes quero esclarecer que o REFIS incide 1,2% sobre a
se adequassem. Porque, na realidade, há um calote alíquota.
generalizado entre os clubes. Vs a tem toda a razão! O SR. DEPUTADO ZEZÉ PERREllA - Então,
Eu sempre procurei fazer futebol com o dinheiro veja bem. Se um clube fatura um milhão de reais por
que tenho, apesar de todas as dificuldades de se fa- mês, um clube de porte médio apura até dois milhões
zer futebol em Minas Gerais, contra o poderio de São em média. Isso daria trinta e poucos mil por mês. Ou
Paulo. Particularmente, acho um crime ao futebol bra- seja, muito menos do que o salário de qualquer joga-
Abril dI: 2002 mARIO IH ('AMARA DOS IH':PLJL\DOS QlIinla-teira 11 1'571)-"
dor. Com relação à lei do passe, diziam que era uma estou aqui para defender interesses do clube, mas do
lei escravocrata, eu entendia que era preciso se fazer, futebol. Meu mandato termina no final do ano que
mas não tive coragem de defender uma lei que está vem e vou ficar fora do futebol. Digo aos V.Sas. que
acabando no mundo. Mas isso provocou no Brasil apenas quem é presidente de um clube sabe as in-
uma situação interessante. Os jogadores brigavam compreensões por que passamos. Ganhamos 14 t ítu-
para ter passe livre. Com isso, conseguíamos pagar los em seis anos e meio - o clube brasileiro que mais
os salários dos cinqüenta, setenta, oitenta mil jogado- títulos ganhou -, ainda assim estou sendo julgado
res com o que obtínhamos da venda de outros joga- agora porque fiz um mal campeonato brasileiro, de
dores. Com o produto dessas vendas, pagávamos os uma maneira até dura pela imprensa. Futebol é pai-
altos salários. Depois, os altos salários acabaram, in- xão. O papel da imprensa deveria ser o de credora
clusive no Cruzeiro. Hoje, os clubes que querem nos- dos clubes caloteiros. Ela deve denunciar quando o
sos jogadores estão ligando para as federações e os clube estiver devendo a um jogador. Também não
procuradores do jogador para levá-lo de graça, como quero fazer críticas à imprensa. Os clubes que dão
foram os casos do Juninho paulista, do Ronaldinho calote deveriam ser denunciados. O jogador, às vezes
gaúcho, e vários outros. Conseqüentemente, nosso fica com medo de falar. Você só fica sabendo que o jo-
produto de exportação será em menor escala, uma gador tem dinheiro para receber do clube no dia em
vez que o leque de jogadores que ficará livre agora que ocorre uma crise técnica ou no dia em que o time
será algo de impressionar. Desse modo, constatamos perde, porque tudo é acobertado. Isso deveria ser me-
que a lei do passe não beneficiou os atletas nem os lhor fiscalizado.
clubes. Isso realmente ocorreu. Pode ser que, com o Muito obrigado.
passar do tempo, essa situação ainda se normalize. O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
Mas sempre consegui manter um padrão alto de salá-
rez) - Com a palavra o Deputado Aldo Rebelo.
rios dentro do que pagava a maioria dos clubes brasi-
leiro~. Eu conseguia concorrer com os clubes brasilei-
O SR. DEPUTADO ALDO REBELO - Em fun-
ros sem ficar devendo e sem endividar meu clube, ção do ambiente que estamos vivendo na Casa e por
exatamente, porque eu conseguia fazer boas vendas. economia processual, sugiro a V.Ex a que chame por
Por exemplo, o Fábio Júnior foi negociado por 15 mi- bloco dois ou três Deputados, para que a reunião pos-
lhões de dólares, Geovani, 18 milhões de dólares, sa andar mais rápido.
Evanilson 7 milhões de dólares, Alex 7 milhões de dó- O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
lares. Foram vários. O clube brasileiro que mais ven- rez) - A Presidência acata sugestão de V.Ex a Só tem
deu talvez seja o mais sacrificado em função do pas- cinco inscritos, por isso, concedo imediatamente a
se. Mas, digo a V.Sas. que a função de um clube de fu- V.Exa a palavra, em razão de ser o próximo inscrito.
tebol, às vezes, não é só futebol. O SR. DEPUTADO ALDO REBELO - Sr. Presi-
Somos criticados. Vejam V.Sas. que eu fui critica- dente, quero registrar a generosidade do Dr. Heraldo Pa-
do há pouco tempo pela imprensa. O Cruzeiro tem 200 nhoca, que me presenteou com uma foto de quando fo-
escolas de futebol espalhadas pelo Brasil há seis anos. rnos condecorados pelo Tribunal Superior do Trabalho.
Agora estão dizendo que as escolas foram montadas Sou nordestino da Zona da Mata, que conhe-
em função do meu projeto de Deputado. O Cruzeiro é o ceu, em meados do século passado, uma transição,
único clube do Brasil que tem escola própria dentro do na sua economia, que foi a passagem do engenho do
clube. Estamos formando, no dia 7 de dezembro, a pri- açúcar para as modernas usinas produtoras de açú-
meira turma de 50 jogadores. Então, temos uma preo- car. Centenas de engenhos foram transformados em
cupação também com o social. O projeto do Deputado grandes usinas, o que ocasionou um salto na produ-
Sílvio Torres é um avanço. Sou autor de um projeto tam- ção de açúcar naquela região.
bém que fala especificamente de futebol. Acho que o fu- Imagino a razão pela qual o futebol brasileiro
tebol merece uma legislação própria. Não quero dizer não consegue fazer a transição para um futebol glo-
que não deva haver uma legislação para os outros es- balizado, altamente capitalizado. Nossos engenhos,
portes; mas, o futebol é tão complexo que ele merece nossos clubes não estão se transformando em usi-
legislação própria. Esse também é o pensamento do nas. Os donos dos engenhos estão se transformando
Presidente Almir pazzianoto. apenas em plantadores de cana-de-açúcar e expor-
Então, Sr. Presidente, como membro desta Co- tando a produção para grandes usinas que se forma-
missão, quero dar minha contribuição. Tenho conver- ram lá fora. Nossos clubes estão em dificuldades fi-
sado muito com o advogado Heraldo Panhoca. Não nanceiras, enquanto os grandes clubes europeus fa-
1'\794 Quinta-Icira 1I DI:\RIO DA (';\I\L\RA DOS I)F!'UTA[)OS Abril d~ 2002
zem grandes contratações, grandes negócios. Nós bém a vencer e a se comportar bem diante de uma
não conseguimos fazer isso. derrota.
O que está errado? Onde reside o problema? O O que pode mais ensinar o homem? Disse o cé-
problema não está no torcedor, porque esse continua, lebre escrito argelino-francês Camus que tudo que
como sempre, apaixonado, abnegado, dedicado. aprendeu na vida, aprendeu debaixo de uma trave,
Acho que houve uma tentativa de transição com a Lei como goleiro de futebol. A grande escola da vida foi
Pelé, mas, na minha opinião, fracassou completa- um campo de futebol. E isso não é valorizado.
mente. É indiscutível o fracasso da Lei Pelé pelo fra- Na outra ponta, além da promoção, o Estado de-
casso do próprio futebol. Se ela tentava transformar o veria ficar na fiscalização. Se entregarmos o futebol
futebol brasileiro num futebol rico, com clubes fortes brasileiro aos empresários apenas, respeitosamen-
econômica e financeiramente, com patrocinadores, o te... O mundo é capitalista, o País é capitalista e não
objetivo não foi alcançado. O não alcance do objetivo estou querendo mudar isso no futebol. Quando mudar
é a demonstração do fracasso do meio, do instrumen- tudo, também mudamos no futebol. É capitalista, tudo
to. bem. O empresário tem por objetivo obter lucro e, se
Não teria um diagnóstico definitivo nem profun- não cumpri-lo, sai do mercado. A empresa, a
do para explicar as razões do fracasso da Lei Pelé. Coca-Cola, a fábrica de refrigerantes, de cigarros, de
Como diria o conterrâneo dos Deputados Olimpio Pi- remédios, de comida, vão atrás do lucro, até porque,
res e Zezé Perrel/a, o grande Guimarães Rosa, às ve- se não obtiverem lucro, serão suplantadas pelas ou-
zes, não temos certeza, mas desconfiamos de muitas tras. No futebol, também. Se é empresa, se é negócio,
coisas. Desconfio que o fracasso deveu-se a entrega, o principal objetivo será lucro. E a paixão? E o sentido
a um ente abstrato, do ponto de vista legal, mas muito cultural? E o sentido educativo? E o sentido forma-
concreto do ponto de vista da vida prática, que é o dor? Quem vai cuidar? As empresas não cuidam dis-
mercado, do destino da resolução desse desafio e so, senhores. Não cuidam disso. Os negociantes, com
dessa transição. Como era moda, uma ideologia, en- todo respeito que a palavra mereça, não cuidam dis-
tregar tudo ao mercado (as telecomunicações, o setor so; não é da sua natureza nem do seu objetivo.
de petróleo e tudo o mais), também o futebol inte- Então, é preciso que os amantes do futebol, mais
grou-se a essa ideologia mercantilizante. E creio que, do que o mercado, e que têm compromisso com esse
como nas outras coisas, ela não resolveu. O mundo fi- conteúdo do futebol, com essa natureza mais duradoura,
cou mais desigual, mais problemático, e o futebol mais profunda, mais democrática, mais popular, mais
também. educativa, pedagógica, preservem-no. O futebol brasilei-
Portanto, acho que é preciso fazer o movimento ro foi um achado, um encontro, uma reinvenção no País
"A César o que é de César, a Deus o que é de Deus". de algo tão bonito, tão democrático, democratizador no
Ao mercado o que é do mercado e, aquilo que deva sentido social de promover o encontro das pessoas. Vão
ser regulado, ao Estado, no sentido do Poder Público. ao estádio o empresário, o desempregado, o rico, o belo,
E aqui lembro Getúlio Vargas. O Brasil tinha ligas regi- a fera, o artista, o famoso, o anônimo. O futebol brasileiro
onais, Deputado Zezé Perrella. Eram as ligas da épo- promove essa democratização social, cultural. E acho
ca: a de São Paulo, a do Rio de Janeiro. O Brasil não que isso não pode ser posto em risco.
conseguia formar uma seleção. Houve necessidade Lamentavelmente, só tenho essas desconfian-
de intervenção de Getúlio Vargas para que se organi- ças e queixas. Mas quem acompanha de perto, quem
zasse o futebol brasileiro como um ente nacional, conhece os meandros, a história, os mecanismos do
com direitos e deveres. funcionamento dessa estrutura, ao mesmo tempo,
Creio que o papel do Estado não é o de gerir fu- tão problemática mas que mostrou-se também tão re-
tebol, mas de promovê-lo, em primeiro lugar. As esco- sistente e saudável, tem obrigação de apontar os ca-
linhas de futebol, por exemplo, deveriam ser grupos minhos para além das suas obrigações imediatas.
escolares, cada um deles com campo de futebol, já Como advogado, tenho grande identidade pelo espíri-
que no País o futebol tem tal importância. E futebol to libertário da profissão, como o Dr. Panhoca. Agora,
não apenas no sentido lúdico, a que se referiu o Dr. quero ver, além do advogado, o cidadão, que vê o es-
Krieger, mas também no sentido de formador da per- porte como esse patrimônio. Acho que isso precisa-
sonalidade, do cidadão; que ensina ao jovem suas mos ver em todos os que prestarão sua contribuição a
potencialidades e seus limites, o respeito às regras, o essa Comissão. O torcedor vai continuar pagando,
espírito coletivo - e ao mesmo tempo a exploração comprando sua camisa, seu chaveiro, seu ingresso e
das suas potencialidades individuais -, além de tam- amargando a tristeza nas derrotas e comemorando a
Abril de 2002 DL\RIO D:\ C\MAR:\ DOS DHl'lJTADOS Quinla-kira 11 l'i7'J'i
vitória dos seus times e da nossa seleção. E precisa poderá participar de qualquer competição. Hoje, 3
ser recompensado com o mínimo que ele merece, meses de atraso de salário dá rescisão do contrato.
que é o respeito e a preservação disso, que pertence, Mas isso foi retirado desse projeto com dano para o
acima de tudo, ao torcedor. atleta e em benefício da entidade. Ela pode continuar
Quero registrar que defendo a isenção fiscal. sonegando, pode não pagar salários e só vai ficar im-
Sou um defensor de imposto. Doutrinariamente, ideo- pedida, mas aí o regulamento determina que a Fede-
logicamente, defendo o Estado e os impostos. Agora, ração pode dar ordem, como existe. Então, Deputado,
no caso dos clubes, defendo sua isenção, porque é mais um ponto nesse projeto que precisa ser repen-
acho que é um patrimônio e não uma empresa, mes- sado.
mo que seja gerido com essa responsabilidade. Mas O Deputado Aldo Rebelo disse que a Lei Pelé
defendo também que se preste contas. Se uma em- não era tão boa assim, mas é preciso lembrar a Lei n°
presa multinacional como a Ford vai à Bahia se insta- 9.981, em cima de uma medida provisória, lei de con-
lar com 1 bilhão de dólares de incentivos do Estado, versão. O Senador Maguito Vilela e o Deputado Euri-
porque o Estado não pode incentivar o Cruzeiro, o co Miranda que mudaram toda a Lei Pelé no seu con-
Palmeiras ou o Corinthians, desde que prestem con- texto de seriedade. A Lei n° 9.981 foi um retrocesso e
tas desse recurso público indireto? E digam: "Forma- já disse isso aqui, no ano passado, chamando a aten-
mos tantos jovens; protegemos, pusemos na escola, ção dos senhores. Então, não foi o projeto original da
prestamos assistência, construímos instalações, cen- Lei Pelé; muito pelo contrário. Foi a Lei n° 9.981 que
tros de treinamento, abrimos para a comunidade..." deteriorou e trouxe o caos.
Se prestam contas, acho que devem receber incenti-
Só para citar, em 1998, na vigência plena de
vos. Se for empresa mesmo, vai ter de distribuir divi-
todo o apogeu da Lei Pelé, chegando e trazendo capi-
dendos com o torcedor, com o sócio. A não ser que os
tal, fomos a Winipeg - quando todos os atletas brasi-
clubes se dividam também em uma parte empresarial
leiros eram considerados profissionais, recebiam por
e outra comunitária, e esta última não pague tributos
isso, pagavam suas contribuições previdenciárias e ti-
para investir na ação comunitária. Já existe uma es-
nham seguridade social - e trouxemos 22 medalhas
trutura instalada, dirigentes, meios, médicos, treina-
de ouro. Passa-se um ano. Aprova-se a Lei n° 9.981,
dores. Basta aproveitá-Ia. Acho que isso poderia ser
em 17 de julho. Estávamos embarcando para a Olim-
feito também. Porém, enfrentamos a dificuldade da
píada de Sydney. Naquela semana, reúnem-se no Pa-
não-prestação de contas e a falta de seriedade, às ve-
lácio do Planalto o Presidente Fernando Henrique
zes, das administrações, com honrosas exceções,
Cardoso, o Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro,
das quais temos aqui a presença do Deputado Zezé
Carlos Nuzman, e todos nossos atletas, à exceção
Perrella para corroborar.
dos do futebol, oferecendo-lhes um texto de lei dizen-
Mas penso que este é um debate, e não uma opi- do: "De hoje em diante, vocês não são mais profissio-
nião definitiva, o qual vamos realizando sob a Presi- nais. A conquista que os senhores tiveram com a Lei
dência do nosso estimado Deputado Jurandil Juarez. Pelé, a Lei Maguito Vilela, ou Maguito-Miranda, tenha
Muito obrigado. o nome que tiver, os derrotou." Sabem qual foi o resul-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- tado disso? Medalha zero! Essa foi a nota que o atleta
rez) - Agradecemos ao Deputado Aldo Rebelo as brasileiro deu à lei. E, na seqüência, tivemos outro
considerações. episódio, pois, ao se eliminar a responsabilização do
Embora não tenha havido nenhuma indagação dirigente, ao retirar o Ministério Público, que estava lá
levantada especificamente aos expositores, se algum - e na Maguito Vilela foi retirado - também tivemos
deles desejar fazer uso da palavra, poderá fazê-lo por essa situação.
3 minutos, conforme determina o Regimento Interno, E pasmem, Srs. Deputados, principalmente os
ou melhor, começarei concedendo a palavra na mes- dois aqui presentes, que diuturnamente cuidaram de
ma ordem de exposição. uma CPI, dizer que a Lei Pelé é um retrocesso é la-
Com a palavra o Dr. Heraldo Panhoca. mentável. Os senhores perceberam que a evasão fis-
O SR. HERALDO PANHOCA - Meu caro Depu- cal; a fraude em passaportes; a fraude em certidão de
tado Zezé Perrella dizia que as ligas poderiam não nascimento do atleta, para valorizar o passe, passa-
trazer transparência, apesar de sua proposta almejar vam por um triângulo uruguaio. E, se hoje o Ronaldi-
isso. Pasme, Deputado. A entidade de prática despor- nho Gaúcho trouxe para o Grêmio, de Porto Alegre - já
tiva que estiver com pagamento de salários dos atle- respondendo à afirmação que fez nosso advogado pa-
tas em atraso por prazo superior a quatro meses, não ulista, Dr. Marco Polo -, 5 milhões de dólares, foi o jus-
1,,706 Quinta-teira l1 mARIO DA CÍ\MAltA DOS DEPUTADOS Abril de 2002
to valor, pois a FIFA o estabeleceu. E se ele recebeu isso já está previsto, basta seguir o que foi proposto
30, é porque ele vale. E, com absoluta certeza, esses em tão boa hora.
30 serão tributados no Brasil, diferentemente daquilo O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
que os senhores levantaram no Paraná, com Lucas; no rez) - Agradecemos ao Dr. Heraldo as considerações.
Paranaense, com o Juan Figer, e assim sucessiva- Concedo a palavra ao Dr. Marcílio Krieger.
mente. Não foi a Lei Pelé que proporcionou evasão fis- O SR. MARCíLlO KRIEGER - Sr. Presidente,
cal; foi a índole de alguns dirigentes. quero passar às suas mãos um trabalho que intitulei
Sobre cidadania, o senhor disse que eu talvez, "Questões Propostas", uma síntese do que falei ante-
como advogado, fosse, mas talvez deixasse a desejar riormente. Embora não tenha definido os conceitos,
como cidadão. Entendi assim; se não foi assim, peço coloquei os tópicos fundamentais.
desculpas, mas vou responder. Cada artigo do projeto Há 3 questões que gostaria de tocar rapidamen-
de lei - a Lei Pelé não é minha, mas dos senhores... te em relação ao que foi falado pelos Deputados Zezé
Ela foi aprovada por unanimidade na Câmara dos De- Perrella e Aldo Rebelo: as ligas, o REFIS e a Lei do
putados e no Senado Federal, e sancionada com 4 Passe.
vetos pelo Presidente da República. Então, ela não é Começo pelo REFIS. Acho que deveria ser dis-
minha, mas do Brasil. Se tive o condão de auxiliar a cutida, dentro da conceituação, uma forma de os clu-
fazê-Ia é porque tinha competência para isso. E se ela bes se adequarem legalmente aos compromissos
foi aprovada por unanimidade, sinto-me feliz. E mais que devem ter para com a sociedade brasileira, não
feliz ainda porque teve de ser destruída depois, pois só através do pagamento devido dos impostos e de-
estava moralizando. No seu engenho, se eu não colo- mais obrigações fundiárias e previdenciárias, mas
car seu açúcar na televisão; se eu não colocar seu principalmente quanto a essa história do dinheiro em
açúcar globalizado, ele não vai vender. A Colômbia relação ao empresário, que é o ponto seguinte, a Lei
tem 3 pés de café; o Brasil tem 1 milhão. Em todos os do Passe.
canais de televisão do mundo, vejo o café da Colôm-
Falou-se, e na ocasião cheguei a colocar em de-
bia, mas o do Brasil não aparece. Então, temos que
bate na Comissão em que se discutia o projeto da Lei
nos adaptar. Pelé, sobre o fim da Lei do Passe. Eu defendia que bas-
A cidadania é quando adotamos norma igual. E, taria tirar 5 palavras do art. 11 de uma lei de 1976 que
graças a Deus, existe o Deputado para fazer a lei, dizia que passe é o valor devido, por um empregador ao
mas existe também o advogado e o magistrado para outro, pela cessão do contrato de trabalho do atleta,
fazê-Ia ser cumprida. Neste projeto que hoje está mesmo após seu término. Pensava que, se excluída a
apresentado em 3 versões não há sanção. E, se não expressão "mesmo após o seu término" estaria resolvi-
houver sanção, Deputado, não teremos nenhuma da a questão, pois conceituava passe como urna indeni-
dessas normas sendo cumprida. Todas as sanções zação pela cessão do contrato de trabalho. O problema
que colocamos na Lei Pelé foram retiradas, exata- - e toda a carga emocional que se levantou neste País-
mente porque, se for feito um artigo de lei sem san- estava no fim da escravidão; o início da libertação do
ção, ela fica inócua. É a lei que não pegou. E a Lei atleta com o fim da Lei do Passe. E o que vimos? No dia
Pelé pegou, tanto que precisou ser destruída. 26 de março, do ano da graça de 2001 , ficou claríssimo,
Quanto ao incentivo fiscal, também concordo. Po- e quem não sabe comece a consultar os jornais para
rém, não no profissional. A Coca-Cola não precisa de di- ver, o início da era do feitor de escravos do senhor em-
nheiro do Governo para aparecer na televisão; a FIAT, presário, que, em geral, não tem formação cultural algu-
na camisa do time do Zezé Perrella, também não preci- ma e é o cidadão que se arroga inclusive papel de advo-
sa. Entretanto, o Estatuto da Criança e do Adolescente, gado, porque ele é Procurador - Procurador é, pela lei
junto com a renúncia fiscal do Ministério da Fazenda, do Estatuto da Ordem dos Advogados, missão específi-
colocam 600 milhões em renúncia fiscal, por ano, para ca de advogado.
atendermos o jovem atleta e o jovem em formação, ele Não citarei nomes, mas V.Exas. saberão de
zero a 17 anos, 11 meses e 29 dias. Fizemos isso como quem falo. Não tenho provas, mas há um clube que,
proposta e os senhores - e vou até mudar o discurso - no começo de 2001, lançou quatro juvenis no time
aprovaram no semiprofissional, que foi destruída pelo principal para testar e fez um contrato de 600 reais,
Maguito Vilela, quando destinávamos 1% do imposto um pouco mais, um pouco menos, com cada um de-
das empresas e 6% das pessoas físicas à formação ele les e os quatro estouraram no time principal nas duas,
atletas. E a Lei n° 9.981 retirou essa possibilidade. Não três primeiras partidas. O clube quis, então, assinar
há necessidade de se fazer nenhum malabarismo. Tudo novo contrato, já dentro da previsão da nova lei que
AhrIl de 2002 DI.\RIO DA ('A.MARA DOS DEPUL\DOS Quinta-feira II J57')7
lhe assegurasse o direito de um valor substancial no seria, na minha concepção, a liga? Seriam, pelo me-
caso de cláusula penal de cessão desses atletas que nos, três ligas nacionais criadas, sim, pelo poder que
irão estourar no exterior, sim, dentro de seis meses, lhe é dado pela soberania do povo brasileiro. O Go-
um ano. E qual foi a surpresa? Os quatro, menores de verno, através de lei feita pelo Congresso, cria a liga
idade, já tinham um empresário atrás deles. E sabem nacional da 1a , 2 a e 3 a Divisões. Claro que os clubes
V. Exas., inclusive, de quem estou falando. Um desses seriam, mais ou menos, os que estão aí. Além disso,
jogadores é um que está brilhando no campeonato criaria, por lei, as ligas regionais. Quais seriam? Por
brasileiro. oposição de idéias, qual foi a graça feita? Sabem
E isso é uma praga pelo Brasil afora. O empre- quem está fazendo as ligas no País? A CBF. Se não
sário, hoje, é a figura que está mandando no futebol, sabiam, saibam. A CBF está patrocinando as reu-
acho eu, com o conluio de grande parte de dirigentes niões das ligas; ela as está criando.
de futebol, porque não é possível que um atleta de 17 E aí a briga de poder interno dentro do esporte
anos vá assinar um contrato, com o empresário do federado levou-nos a uma situação curiosíssima: dois
lado, que ganhará... Disse-me um repórter do Jornal dos investigados por V.Exas. na outra CPI uniram-se
do Comércio, do Nordeste, e depois confirmado por e deram um golpe que pouca gente percebeu. Qual a
outro de São Paulo, se não me engano, Jornal da maior economia do Brasil hoje? A do interior do Esta-
Tarde - dois repórteres diferentes que estão levan- do de São Paulo. Qual é a segunda maior economia
tando a matéria - que há casos de contratos com em- do Brasil? A do ABC. Qual é a terceira maior econo-
presário, Sr. Presidente, de 20% ao mês. Um escân- mia? A do Rio de Janeiro. As três maiores economias
dalo. Quer dizer, o que faz o empresário? Não faz do País uniram-se para fazer uma liga de futebol. Isso
nada. Por isso, eu falava antes da necessidade da é brincadeira. O normal, dentro da divisão brasileira,
conceituação. Vamos conceituar clube-empresa. dentro da própria divisão geopolítica brasileira e da di-
Na minha opinião, hoje, e não é porque está visão aceita por todos nós, em pequenas variações,
aqui o Deputado Perrella, o Grêmio faz um trabalho qual seria? Paraná, Santa Catarina e Rio Grande for-
semelhante ao que faz o Cruzeiro com as divisões de mam uma liga, que são Estados homogêneos, com
base. O Ronaldinho é fruto disso. Esses clubes são pequenas diferenças. Minas, Rio, Espírito Santo for-
clube-empresas no sentido de que formam o cidadão, mam uma liga. Bahia para cima forma uma liga. Mara-
formam o atleta. A escolinha do Carpegiani, do lico, nhão, Pará etc. formam a do Norte e o Centro-Oeste,
formam o atleta e o cidadão, só que, na hora de o clu- uma liga. Então, temos unidades economicamente
be retirar o investimento que aplicou nesse cidadão, semelhantes entre si, capazes de tirar proveito e ven-
ele dança. Está aí S.Exa., o senhor empresário, com a der para aquele público o produto chamado futebol. E
conivência da sociedade brasileira. A lei tem de con- São Paulo não ficaria a par, porque teríamos duas li-
ceituar para, inclusive, impedir esse tipo de coisa e gas em São Paulo, no mínimo. Há a liga do interior e a
punir o clube que faça contrato, porque, se é menor da capital. Ou uma liga só com as duas maiores eco-
de 18 anos, pode estar lá o empresário, mas estará o nomias do País. Não. Nesse silêncio dos inocentes,
pai ou a mãe, ou seja, o responsável por ele. Contudo no vazio criado pela frustração havida com a não
é importante porque a questão da Lei do Passe esteja aprovação do relatório da CPI da NIKE, o não início
vindo a público com mais freqüência. efetivo ainda da CPI e por certa frustração pela espe-
A questão das ligas. Falei há pouco que o decre- ra de que vamos fazer, os vivos se avivam e criam a
to que vi publicado - podem até ter me passado uma liga Rio-São Paulo. Claro, do ponto de vista da Rede
dessas cópias fajutas... Nessa proposta, Deputado, Globo, para qualquer televisão, é uma maravilha,
só teria, na minha opinião, sentido falar-se em liga na- porque se têm ali os clubes de maior expressão no
cional, até para aliviar a CBF, porque eu acho que ela Brasil. Mas, com injustiças, porque, como são eles
e a estrutura federada no Brasil, hoje, não têm condi- que criam, clubes como São Caetano estão esperan-
ções de resolverem sozinhas sair da fossa em que se do que o Botafogo de Ribeirão Preto ou o Quinze...
meteram. É necessário auxílio externo que viria por Isso é coisa de maluco. Quer dizer, isso é coisa de ir-
uma estrutura tipo ligas e que daria transparência ao responsáveis que continuam a passar para a liga a ir-
torcedor e ao investidor do campeonato. Transparên- responsabilidade do futebol brasileiro.
cia que, na Copa João Havelange, não foi obtida, até Sr. Presidente, Srs. Deputados, a nova lei de
porque foi fajuta também, porque ela começou contra desporto deverá conceituar, inclusive, a questão das
e não a favor Ela começou contra a participação do ligas, definindo os critérios, num documento a parte,
Gama e não a favor do futebol brasileiro. Enfim, como num anexo, dos clubes da 1a, 2 a e 3a Divisões. E não é
157'.18 Quinta-Icira II mARIO DA ('AMARA DOS DEPUTADOS Abril de 2002
difícil. A CBF tem. Aquela reunião da CBF com os clu- há muita distância entre os 20 milhões e os 65
bes e o Ministro produziu um documento que já é o milhões para o eixo Rio-São Paulo.
encaminhamento de quais serão os clubes da 1a, 2a e Ilustre Deputado, não há necessidade de
3a Divisões. criarmos uma liga nacional. Temos a CBF. Se ela não
Por último, só uma questão fundamental que o está bem - e parece que estão apurando o caso -
Dr. Marco Polo falou de passagem: temos de pensar devem se voltar contra a diretoria da CBF e realizar
na Justiça Desportiva, que é a única com capacidade assembléia para retirada de seu Presidente. Isso está
efetiva de entender, num momento de transição, con- previsto. E não criar uma liga se já temos a CBF, que
trato de trabalho entre atleta e clube. A Justiça do Tra- pode ter a 1a, 2a e 3a divisão. Não vejo sentido nisso.
balho entraria para dirimir as eventuais não concor- Acho muito mais prático, em assembléia geral,
dâncias havidas na Justiça Desportiva. destituir os membros que estão lá, se for o caso, e a
Muito obrigado. CBF mesmo tratará disso, porque é órgão filiado à
FIFA, que não permite a criação da liga nacional.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
Deputado, V.Ex a foi muito feliz e até o estou con-
rez) - Muito obrigado, Dr. Marcílio Krieger.
vidando para participar de uma palestra com 107 clu-
Com a palavra o Dr. Marco Polo. bes de São Paulo, porque foi o sindicato das associa-
O SR. MARCO POlO DEL NERO - Sobre a ar- ções de futebol do Estado de São Paulo que pediu a
bitragem no futebol entre atletas e clubes, outrora, um Deputado Federal, meu colega de turma, do PDT,
eram os tribunais desportivos que julgavam litígios José Roberto Batochio, que entrasse com um projeto
entre atletas e clubes. O Panhoca está aí para teste- de lei de isenção fiscal, que já está em tramitação.
munhar, os julgamentos eram resolvidos no período Mas estou percebendo que V.Ex a entende do assunto
de 30 a 40 dias. Os clubes pagavam ou ficavam sus- e gostaria que participasse dessa palestra.
pensos. A suspensão significava que, apesar de se- E lhe darei detalhes. Toda a dívida dos clubes
rem obrigados a jogar, perdiam cinco pontos em cada brasileiros não ultrapassa 600 milhões de reais. Te-
partida. É evidente que houve alguns casos demora- nho dados de que o futebol é o quarto produto interno
dos, mas menos de 1% da totalidade. bruto do País. O futebol e seus derivados trouxeram 7
Então, o Tribunal de Justiça Desportiva foi fun- milhões de impostos em 1998 para o Brasil, perto de
damentai, mormente na época em que o mundo intei- 500 milhões de débitos, por isso o projeto. Existe urna
ro adota a arbitragem. O Brasil agora começou a ado- justificativa nesse projeto demonstrando todos esses
tar a arbitragem, que é uma lei de 1996. Ora, a Lei dados. Não sei se V.Ex a o conhece. Vou pedir a VExa
Pelé vem e tira dos Tribunais Desportivos a possibili- que seja nosso padrinho.
dade de eles julgarem os litígios entre atletas e clu- Uma lei denominada Maguito - provavelmente
bes. Foi um retrocesso muito grande, mas espero que esta será Silvio Torres - restabeleceu a ordem dentro
esta Comissão possa analisar o assunto com maior dos clubes. Por exemplo, o atleta amador, na Lei Pelé,
profundidade porque esse fato ocorre no mundo intei- podia ficar um ano, 11 meses e 29 dias trabalhando
ro. A própria FIFA fala que os litígios terão de ser re- no clube, recebendo alimentação, preparando sua
solvidos por arbitragem. musculatura, preparando-se psicologicamente para o
Sobre a liga nacional, gostaria de dizer o futebol profissional e, antes de completar dois anos,
seguinte: primeiro, o torneio Rio-São Paulo tem 40 ou um empresário o levava embora com uma simples
50 anos de existência e é como se fosse uma liga carta dizendo que ele não ficaria mais no clube. Isso
criada a pedido de um Ministro. Agora, o Presidente não ocorre na Lei Maguito.
Perrella diz que recebeu 20 milhões de clubes Com o surgimento da Lei Pelé, os clubes para-
grandes, Cruzeiro, Atlético, Inter e Grêmio, contra 10 ram de investir nos departamentos amadores e hoje
clubes de expressão no eixo Rio-São Paulo, e a em dia eles estão procurando acabar com todos os
Globo queria pagar só 50 milhões. Percebam VExas. departamentos amadores, considerando que estão
que não está muito distante dos 20 milhões. No Sul e cada vez mais sufocados, e quem fazia o esporte
em Minas Gerais são quatro e na liga Rio-São Paulo olímpico no Brasil eram os clubes. Percebam VExas.
cerca de 10 clubes de expressão. Assisti à que na Olimpíada de Atlanta, ganhamos três meda-
negociação, houve um assembléia geral e a Globo lhas de ouro, tivemos um número maior de medalhas,
queria pagar 55 milhões, mas o negociador bateu pé, porque o efeito da lei ainda não havia atingido o es-
brigou e disse que não haveria liga se não pagassem porte olímpico, os clubes. Posteriormente à Lei Pelé,
o que queriam, e acabaram pagando 65 milhões. Não ocorreu exatamente o contrário do que disse meu co-
Abnl de 2(J()2 mARIO IH ('.'-MAR.' DOS DEI'UT.\DOS Quinta-lCíw 11 I'i7 l)l)
lega Panhoca, na Olimpíada de Sydney não tivemos res? Pequenos empresários sonhadores, que dispu-
grandes sucessos e a próxima será pior ainda, por- nham de pequeno recurso financeiro, iam a um clube
que os clubes estão fechando seus departamentos pequeno, que às vezes treinava em campo da Prefei-
olímpicos. tura, começavam a injetar seu dinheiro na esperança
Não preciso citar aqui os males causados pelos de descobrir um bom jogador, vendê-lo para o exterior
empresários em relação ao futebol, porque o assunto e, assim, recuperar o patrimônio investido e até ga-
foi esgotado. Eles são um mal para o futebol. Temos nhar algum dinheiro nessa transação. Era isso o que
de rever essa situação breve, breve, porque, do con - acontecia e é isso o que está acontecendo. São pe-
trário, levaremos o futebol à falência. quenos empresários que dão 20 ou 30 mil por mês,
Obrigado. formam um timeco qualquer e dali pensam em pinçar
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- alguns jogadores para colocar no Cruzeiro ou no São
rez) - Pela ordem de inscrição, concedo a palavra ao Paulo com a intenção de aumentar seu faturamento.
Deputado Clovis Volpi. Esse é o pior amadorismo que pode existir. Na
O SR. DEPUTADO CLOVIS VOLPI - Sr. minha opinião, melhor teria sido deixar na mão dos di-
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sras. e Srs. rigentes amadores. Virou uma câmara de comércio
Convidados, fiz parte da Comissão que tentou muito ruim e mal estruturada.
reformular a Lei Pelé, quando se estudava a Lei Nesse estatuto - e o Deputado Gilmar Machado
Maguito. E travamos grandes embates, embora a Lei também participou da elaboração daquela lei - preci-
Maguito tenha se preocupado mais em encontrar samos definitivamente reservar um capítulo para tra-
solução para o bingo do que para o esporte - é bom tar só de futebol. E, quando se falar em futebol, es-
que se diga isso. Inclusive um desprestígio aos que quecermos que ele é composto apenas por clubes
discutiam o esporte. O mote para execução daquela como Flamengo, Vasco, Corinthians e Palmeiras,
lei não era o esporte, e, sim, o bingo. mas também por clubes pequenos do interior dos
Meu objetivo naquele momento era travar dis- Estados. Vejam o caso do Itabaiana que está morren-
cussão sobre o esporte, até porque, quando se falava do à míngua, com cavalo pastando em seu campo.
em clubes-empresas, pensávamos em times como o Precisamos achar uma forma de minimizar esse con-
Corinthians, o Palmeiras, o Cruzeiro, o Atlético e es- ceito de futebol-empresa.
quecíamo-nos dos clubes pequenos. Durante onze Este País tem 36 bilhões no REFIS e 3 bilhões e
anos, fui presidente de um clube de segunda divisão 600 serão agora patrocinados pelo reflorestamento
de São Paulo chamado Grêmio Esportivo Mauaense. das florestas nacionais. Com 600 milhões saldávamos
E, na época, perguntava como alguma empresa ia se nossas dívidas. Sou favorável a que os clubes tenham
interessar pelo meu clube ou pelo São Joanense, de nas suas receitas algumas isenções e que elas sejam
São João da Boa Vista, ou por um clube da A3, da revertidas para outro tipo de atividade esportiva dentro
B1A ou da B1B? do clube. Essa é uma forma de financiamento tal como
Nenhuma empresa tem interesse num clube a antiga bolsa de estudo, que também acabou com o
que não pode oferecer qualquer divulgação do seu advento da tributação das universidades.
produto, da sua mercadoria ou até do seu jogador. Ao Lembro isso ao Relator e ao Presidente e apro-
elaborar aquela lei nunca pensamos nisso. veito esta oportunidade para voltar à proposta de rea-
Na época, discutíamos apenas a questão do fu- valiarmos a Lei Pelé e a legislação que a sucedeu.
tebol, e não o esporte como um todo. Na elaboração Sempre há tempo para isso. Nada há nada que perdu-
desse estatuto também vamos acabar discutindo só re nesse mundo globalizado, cheio de informações e
futebol. Por isso, concordo com a idéia de separarmos de mudanças de conceitos. Se conseguirmos fazer ai-
o futebol dos outros esportes. Não tem como se fazer gumas revisões que possam melhorar a Lei Pelé, com
uma lei do desporto. Precisamos de uma legislação certeza melhoraremos a atividade esportiva olímpica
para o futebol e outra para os esportes olímpicos, cole- do País e o futebol.
tivos e individuais. São formas totalmente diferentes. As diferenças de opinião são normais, até por-
Discutimos esse fato na época e acho que va - que precisamos estudar o assunto um pouco mais.
mos cair nessa mesmice aqui. Talvez não nesta reu- Depois da elaboração de um relatório preliminar, os
nião, mas, com certeza, durante a discussão do esta- juristas poderiam voltar a esta Comissão para dizer
tuto. Temos essa preocupação que as empresas não se o que estamos fazendo está correto. Então, faço
tiveram em relação aos times pequenos, como não esse lembrete e peço ao Relator a apresentação de
têm até hoje. E o que aconteceu com os clubes meno- um relatório preliminar para discutirmos a questão.
I "SOO ()uiJlta-t~ml II DI.\RIO DA ('AMARA DOS DEPlJT.\DOS ;\!m\ d~ 2002
Cito o exemplo do Deputado Emerson Kapaz, Relator zer é montar uma estrutura que seja condizente com
da matéria sobre resíduos sólidos, que apresentou o futebol que tínhamos e hoje não temos mais.
imediatamente um relatório preliminar para trabalhar- O Sr. Marcílio Krieger falou sobre a crise no fute-
mos em cima. As coisas lá estão andando bem me- boI. Queria saber o motivo dessa crise. É o empresá-
Ihor do que se esperava. rio? São os dirigentes? É a CBF? É esse conjunto? O
Faço esse lembrete sobre a Lei Maguito, que empresário, por exemplo, é um homem que hoje está
não busca aprimorar o esporte. aqui, amanhã na Itália, depois na Espanha. E eles es-
(Intervenção inaudível). tão vendendo os nossos melhores jogadores ainda
O SR. DEPUTADO CLOVIS VOLPI- Aliás, pa- com quatorze, quinze, dezesseis anos. Por isso, acon-
rabenizo o Deputado Gilmar Machado por aquela lei tecem casos como o do Ronaldinho, que estamos pa-
alternativa, que deveremos votar antes do final deste gando para ver.
ano, que acabou definitivamente com essa discussão Temos de achar uma solução para o problema.
sobre bingo. Vamos ter agora lei específica para tratar O Sr. Heraldo Panhoca falou sobre a Lei Pelé, Lei Ma-
do assunto, quer dizer, desvinculamos o bingo do fu- guito, Lei Zico, mencionando que participou da dis-
a
tebol, dos clubes profissionais, que não tinham mais cussão de todas elas. Então, V.S tem muito a ver com
qualquer interesse no assunto. Foi uma guerra, mas o isso.
Deputado Gilmar Machado, que também relatou a O SR. HERALDO PANHOCA - Exercício de ci-
matéria, conseguiu acertar. E agora o projeto vai ao dadania. Esta Casa é do povo. Eu sou povo, estarei
plenário. Os líderes inclusive assinaram um acordo aqui todas as vezes que me convocarem e voltarei
ontem para que possamos votá-Ia. sempre. Esse é um direito assegurado pela Constitui-
Espero que façamos isso aqui, separemos as ção Federal. E serei incisivo sempre no meu ponto de
matérias. E aí teremos um trabalho muito bonito na vista, respeitando o de todos os outros.
área de futebol, principalmente na área do esporte
O SR. DEPUTADO OLlMPIO PIRES - Isso é
profissional. Os outros problemas vão sendo acerta- bom. São pessoas como V.Sas. e como nós que po-
dos vagarosamente.
dem mudar o esporte. Às vezes falam da bancada
Em relação à exposição feita por V.Sas., não te- da bola, mas dentre os Deputados que a compõem
nho absolutamente qualquer questionamento a fazer, existem os que querem o bem do futebol. Muitos de-
até porque tenho acompanhado um pouco a evolução les participaram da CPI da Nike e hoje estão aqui
da discussão jurídica entre atleta e clube. Acho que querendo ver o futebol brasileiro voltar àquilo que
estamos nos aprimorando. Não se faz democracia era. E precisamos de pessoas como V.Sas. para
sem aprimoramento. Isso é ótimo. nos ajudar a consertar o futebol brasileiro. Não é
Cumprimento V.Sas. que nos abrilhantaram possível que não encontremos uma solução.
com suas palestras. Então, esta Comissão deve voltar a analisar
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- aquilo que V.S a gostaria de ver implantado, mas que
rez) - Obrigado, Deputado Clovis Volpi. foi modificado. O Sr. Marco Polo Del Nero falou sobre
Seguindo a ordem de inscrição, concedo a pala- a justiça em São Paulo. Na realidade, o futebol paulis-
vra ao Deputado Olimpio Pires. ta está hoje bem acima da média dos times dos outros
O SR. DEPUTADO OLlMPIO PIRES- Sr. Presi- Estados.
dente, Deputado Jurandil Juarez, Sr. Relator, Deputa- (Intervenção inaudível.
do Gilmar Machado, Sr. Marco Polo Del Nero, Sr. He- O SR. DEPUTADO OLlMPIO PIRES - Não es-
raldo Panhoca, Sr. Marcílio Krieger, a situação não é tou me referindo a clube, estou falando de federação,
fácil. Se fosse, já teria sido resolvida. de estrutura.
Temos aqui a presença de três advogados dos V.S a mencionou o valor das multas de jogador e
mais conceituados no mundo desportivo e cada um treinador. Acho que ela deveria ser proporcional ao
tem sua opinião. O que tentaremos fazer aqui é colher seu salário. Uma multa de 10% no salário de um joga-
o melhor de cada um. O futebol brasileiro está em cri- dor que ganha 600 mil corresponde a 60 mil reais.
se? Está. Está bom? Não. Mas, na realidade, aquele que ganha 600 vai sofrer
Com a globalização assistimos a jogos do Ba- muito mais do que o que ganha 300. São sugestões
yern ou do Boca Juniors na televisão com freqüência. que podemos incluir na legislação.
O futebol evoluiu e talvez a legislação não tenha V.S a disse que atualmente o futebol representa
acompanhado essas mudanças. O que temos de fa- o quarto PIB do Brasil. Como seria se o esporte fosse
.\Lxil de 2002 D[ARIO DA ('.\MAR.\ DOS DEI'LJT:\DOS Quinta-feira I [ !)XO)
bem administrado? Não digo que estivéssemos em randil Juarez, Dr. Rosinha, Aldo Rebelo, Olimpio Pi-
primeiro ou segundo lugar, mas poderíamos estar no res, dentre outros.
terceiro. Ao terminar investigações profundas, nunca an-
Muito obrigado. tes realizadas no futebol brasileiro, conseguimos tirar
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- delas algumas idéias para serem discutidas com o
rez) - São 17h. Não demora muito, e a Ordem do Dia Congresso Nacional e com a sociedade de uma for-
começará a esquentar. Proponho que terminemos ma geral. Não estamos apresentando fatos consuma-
essa rodada de intervenções, passemos a palavras dos nem impondo qualquer coisa. Consideramos que
aos componentes da mesa e, finalmente, ao Relator. isso é uma contribuição para a realização de um obje-
tivo concreto, que pode e deve ser construído em par-
Com a palavra o Deputado Silvio Torres, autor
ceria com todos aqueles que vão participar aqui das
do projeto que estamos discutindo.
audiências públicas.
O SR. DEPUTADO SILVIO TORRES- Sr. Presi-
Agora, não podíamos partir apenas de uma lei,
dente, Sr. Relator, dignos convidados, sentimo-nos
Lei Pelé ou Lei Maguito, ou de um setor da justiça des-
honrados ao ouvir pessoas que tanto podem contribu-
portiva. Tentamos dar unicidade ao conteúdo, porque
ir com o trabalho que estamos desenvolvendo nesta
consideramos fundamental a existência de um esta-
Casa.
tuto para disciplinar as regras do esporte brasileiro e,
Em primeiro lugar, ressalto que o Estatuto do
se puder, do próprio futebol separadamente. Essa
Desporto não é obra de minha autoria. Ele foi resulta- questão ainda não está definida.
do de diagnóstico feito durante nove meses com base
nos problemas, defeitos, crimes, desvios que encon- Em primeiro lugar, deixo claro que V.Sas. têm le-
tramos no futebol brasileiro. Por ser o esporte de mai- gitimidade para criticar aquilo que encontrarem de in-
or importância e de maior envolvimento da popula- correto ou de diferente da visão que têm sobre essas
ção, ele acaba refletindo nos outros esportes, apesar questões. O meu primeiro pedido é que os que tive-
das suas diferenças. rem disponibilidade deixem por escrito para Comis-
são suas críticas e sugestões para que depois possa-
Quando tentamos estabelecer por meio do meu
mos analisá-Ias com mais calma e atenção. Evidente-
projeto de lei normas gerais para o esporte, certamen-
mente, uma reunião como esta é insuficiente para dis-
te estamos pensando mais no futebol do que nas de -
cutirmos tantos problemas.
mais modalidades. Achamos que, se estabelecêsse-
mos regras para o futebol, elas acabariam de uma for- Não tenho muitas perguntas a fazer, até porque
ma ou de outra prevalecendo para os outros esportes. algumas delas já foram aqui formuladas.
Mas essa não é uma discussão acabada, assim como Gostaria de saber a opinião do Dr. Marco Polo
o estatuto não é um produto final. Ele é uma proposta Del Nero sobre o financiamento dos tribunais de Justi-
de estabelecer regras atualizadas e permanentes para ça Desportiva, que hoje são totalmente dependentes
o esporte brasileiro. Uma tarefa dificílima, sem dúvida das federações ou da CBF. Gostaria que V.S a nos res'
alguma, mas urgente e necessária, porque temos de pondesse até que ponto este fato impede a autono-
recuperar o atraso e preparar o futuro, mia dos tribunais e se isso é uma regra em São Paulo
Sabemos o quanto essa falta de normas legais e não em outro lugar, ou em lugar nenhum.
claras, transparentes e calcadas na realidade do es- Não sei se perdi alguma explicação dada pelo
porte brasileiro, especialmente na do futebol, permitiu Dr. Marcílio krieger sobre o conceito de ligas e federa-
tanto desvio, roubalheira, desorganização e desestí- ções. V.S a acha que as federações devem prevalecer
muo aos investidores e àquele que é a base de tudo, sobre as ligas ou elas devem ser autônomas e as fe-
o torcedor. Sem ele, que é matéria-prima, nada é pos- derações apenas normatizarem as competições or-
sível fazer. ganizadas pelas ligas?
O estatuto não é de autoria individual. Assino Pergunto ao Sr. Heraldo Panhoca onde faltam
como autor por ter sido Relator da matéria, mas da sanções no nosso projeto? Em que áreas do esporte
sua elaboração participaram todos os membros da V.S a acha que faltam sanções, além daquelas já pre-
CPI, que acompanharam as discussões sobre a legis- vistas no Código Penal ou Civil? Que idéia V.S a tem
lação esportiva, sub-relatada pelo Deputado José do direito de imagem para os outros esportes que não
Rocha, e a assessoria muito bem preparada da Câ- seja o futebol? Como se daria a regulamentação para
mara dos Deputados. Tive o privilégio de assinar o os demais esportes? Também gostaria de ouvir a opi-
projeto, assim como o assinaram os Deputados Ju- nião de V.S a sobre piso salarial.
15~02 0uillta-tí.ma II DL\RIU IH ('AMARA. DOS DUI'U\;\DOS Abril de 2002
E mais, Dr. Marco Polo Del Nero, como deve ser O Dr. Heraldo Panhoca se referiu bastante à Lei
o código disciplinar para o futebol e para os outros es- n° 9.615. O Deputado Gilmar Machado, o Deputado
portes, deverá ser apenas um? Clovis Volpi e eu participamos daquele debate. Na-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- quele momento, muitos projetos nossos não foram
rez) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Dr. Rosi- aceitos. Aquela lei define alguns itens que têm de ser
nha. debatidos.
Em relação à indenização de formação de atleta
O SR. DEPUTADO DR. ROSINHA - Sr. Presi-
ou indenização de promoção do atleta, que são figu-
dente, demais Pares, alguns dos senhores já são
ras novas, o Dr. Marcílio Krieger falou que não temos
quase nossos amigos pessoais de tanto nos encon-
de pensar no clube, no Cruzeiro, no Vasco ou no Fla-
trarmos nos debates. Cada vez que participo de um
mengo. Temos de fazer uma lei para o Brasil. Pensar
evento deste, mais aprendo e gosto de atuar na área.
em clubes muitos pequenos, que, algumas vezes,
O Dr. Marco Polo Del Nero disse, e eu já sabia, gastam na formação atleta. Um dia ele vai embora, e
que a FIFA não permite ligas nacionais e outras coi- o que fica para aquele clube? Como vamos tratar des-
sas mais. O Dr. Marcílio Krieger e o Heraldo Panhoca sa questão?
poderiam comentar o seguinte fato: uma entidade de
Na Lei Pelé foi definida a obrigatoriedade do clu-
caráter privado, como é a FIFA, tem de respeitar a so-
be-empresa e depois houve alteração na mudança da
berania dos países. Nós soberanamente podemos
Lei Maguito. Onde podemos chegar? As pessoas
decidir a maneira e o modo de organizar nosso espor-
brincam comigo e perguntam para quem eu torço.
te. Soberamente ela tem de aceitar. Se isso não acon-
Respondo que torço para o Nacional de Rolândia, ci-
tecer, podemos, com a potência que temos, teorica-
dade em que nasci. Clubes com esse não têm como
mente, criar outras federações de futebol. Não existe
ser empresa. Eles já estão quase no futebol amador.
apenas uma federação de automóvel, existem três Ou
Como poderíamos trabalhar essa questão? Quando
quatro de boxe, e assim por diante. se fala sobre a isenção de impostos, conforme afir-
Se vamos discutir um projeto de lei, e a grande mou o Deputado Aldo Rebelo, se é empresa, não
maioria entende que devemos dispor de determinado deve ser isentada de impostos. Deverá pagá-los. A
modelo de organização, aceite ou não a FIFA, é esse empresa tem sócios, tem bolsa de valores, mercado e
o modelo que iremos seguir. obterá lucro. Como vamos trabalhar essa questão re-
Gostaria que os militantes do Direito, já que sou vertendo-a para a comunidade? Se hoje os Governos
médico, tecessem comentários a respeito do assunto. tivessem responsabilidade e estimulassem o esporte
de maneira geral, muitas dessas gangues de adoles-
Outra questão que vejo com muita preocupa- centes não existiriam.
ção é a seguinte: na CPI investigamos essa maneira O Deputado Gilmar Machado e eu somos auto-
escravocrata de alguns empresários agirem em rela- res de projeto de lei que propõe a criação de fundo
ção a alguns atletas. Em Pernambuco, alguns em- público nacional de investimento e estímulo ao espor-
presários tinham uma espécie tutela de meninos de te de maneira geral. Como trabalho na área de saúde,
oito ou nove anos por cerca de dez anos. A ruptura tomei como modelo o fundo nacional de saúde, que
não era tão simples, por volta de 5 milhões de dóla- repassa dinheiro para os fundos estaduais e munici-
res se quisesse romper o contrato que havia sido pais. Esses fundos possuem gestão democrática.
assinado com as impressões digitais de seus pais. Onde podemos buscar dinheiro? Dependendo da
Uma lei do MEC poderia disciplinar essa situa- isenção de uma empresa dessas poderemos remeter
ção. Particularmente acho que esse tipo de empresá- para lá.
rio mais prejudica do que contribui para o esporte. Na Estamos colocando o percentual de contrato as-
minha opinião, devemos aniquilar esse tipo de com- sinado entre os grandes clubes de futebol e os meios
portamento no futebol. QUe tipo de legislação pode- comunicação. Percentual dos contratos de patrocínio
ríamos ter para proibi-lo? de empresas com clubes de futebol profissional. Reti-
Investigamos um senhor e descobrimos todo ra-se do futebol profissional e remete-se para o ama-
tipo de mentira e de falcatrua. O cidadão está aí, la- dor. A idéia não é nova. Após ler o Le Monde Diplo-
vando dinheiro, ficando rico, mandando dinheiro para matice, de língua espanhola, soube que o futebol re-
suas contas no exterior. Alguns dos atletas que pas- tira percentuais dos contratos de profissionais dos
sam em suas mãos são verdadeiras vítimas. Como grandes clubes e os remete para clubes amadores.
poderíamos trabalhar essa questão? Gostaria de ouvir comentário a esse respeito.
Abril Ih: 2002 DI.\RIO DA ('.\.MAR.\ DOS lWPUL\D()S Quinta-feira II I ~KO:\
Sobre o projeto em tramitação a Comissão de acontecendo hoje em Recife com a possibilidade de os
Educação, que analisa o mérito, proferiu parecer favo- dois times caírem. Não é justo que pessoas tão mal ca-
rável, a de Finanças emitiu parecer contrário. Não en- ráter administrem essas situações.
tendi bem, porque não estamos aqui para analisar fi- Em relação ao conceito de manifestação cultural,
nanças privadas, mas públicas e não se reduziu ab - abordadas pelo Dr. Krieger, considero falta de respeito
solutamente em nada as finanças públicas. ao povo brasileiro, que uma emissora, por ter muito
As questões por mim abordadas versam sobre o dinheiro, investido na década de sessenta pelo grupo
futebol, mas o projeto de lei abordará também o des- Time Life - estamos discutindo ingresso de capital
porto nacional. Peço a opinião de cada um dos senho- internacional no setor de telecomunicações, mas isso
res sobre o futebol e o desporto de maneira geral. já existe há muito tempo, por isso essa emissora
Ouvimos o Dr. Marco Polo, Presidente do Tribu- tornou-se a maior do Brasil - marque um jogo de
nal de Justiça Desportiva de São Paulo. A Lei diz que futebol para às 9h45, depois da novela. Isso é um
os tribunais desportivos ou os conselhos desportivos crime. Gostaria de ouvir a opinião dos três convidados
poderão ser constituídos de bacharéis de direitos, sobre o assunto, principalmente do Dr. Marcílio,
mas, geralmente, essas instituições não trabalham porque, do ponto vista cultural, isso não é correto. As
com esses profissionais. Lá se encontram grupos de pessoas precisam acordar cedo, no outro dia, para
estudantes. O mesmo acontece até na CBF, que, ain- trabalhar. É correto que durmam sete ou oito horas.
da recentemente, contratou estudantes de direito Como é possível que o interesse econômico se
para o Tribunal. sobreponha à maior manifestação cultural do Brasil?
(Intervenção inaudível.) Isso não é só uma mercadoria, como um sapato, uma
O SR. DEPUTADO DR. ROSINHA- Em relação calcinha ou uma Coca-Cola, significa muito mais na
a essa questão de notório saber jurídico existem pon- cultura do País. É preciso que haja regras. O futebol
tos interessantes. Para Conselheiro do Tribunal de não pode ser tratado como uma mercadoria qualquer.
Contas do Paraná, por notório saber jurídico, foi indi- O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
cado um veterinário. rez) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Gilmar Ma-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- chado.
rez) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Carlito O SR. DEPUTADO GILMAR MACHADO - Sr.
Merss. Presidente, como Relator desta matéria, complemen-
O SR. DEPUTADO CARLlTO MERSS - Sr. Pre- tarei minha fala com o que entendemos importante.
sidente, Sr. Relator, nobres convidados, Dr. Marcílio Essa é uma maneira de garantir a participação de to-
Krieger, como torcedor de futebol, acompanhei vários dos, sem que o Relator tente monopolizar o trabalho
debates, pela televisão, sobre os problemas do Join- da Comissão, porque esse não é o objetivo. Como mi-
ville e Figueirense. Estou aqui para aprender. Sou su- neiro, prefiro ouvir mais e falar menos.
plente desta Comissão, não acompanhei o dia-a-dia
Peço desculpas aos convidados pela minha
da CPI, mas a situação do esporte tem chamado mui-
grande movimentação. Na hora do almoço, fechamos
to minha atenção.
um acordo para encerrar a greve das universidades.
Dr. Marcílio, em relação aos conceitos, precisa- Infelizmente, o Ministro criou alguns problemas que
mos, de uma vez por todas, entender o que significa o estamos tentando administrar, porque sou também
esporte para um País tropical em que a facilidade de Relator da área de educação, cultura, desporto, ciên-
adaptação a esportes é algo impressionante, basta ver cia e tecnologia e turismo, da Comissão de Orçamen-
que o futebol foi trazido da Inglaterra e, apesar de toda to. Peço desculpas, mas estou recebendo todas as
incompetência, dos interesses, da forma como muita perguntas feitas. Agradeço ao Dr. Marcílio a contribui-
gente enriqueceu não só com o futebol, mas com ou- ção que recebi por escrito. Examinaremos toda a gra-
tros esportes, ele é ainda uma grande manifestação vação da reunião e acolheremos as contribuições dos
cultural No sábado passado, o time da minha cidade convidados.
estava disputando a quarta colocação da segunda di-
visão, ganhou de três a zero. No domingo, o outro time, Gostaria de formular uma pergunta para cada
o Caxias, perdeu. Percebemos o que isso significa em convidado.
uma cidade operária, o que significa uma derrota do Dr. Heraldo, no projeto de lei, há a figura do a1le-
Flamengo, no Rio de Janeiro, ou uma derrota do Inter- ta profissional autônomo, gostaríamos que v,sa nos
nacional, em Porto Alegre, do Corinthians, em São Pa- ajudasse na definição e no trabalho que estamos de-
ulo, do Atlético, em Minas Gerais. O que deve estar senvolvendo.
I.'iX04 Qlliula-I<:ira 11 i)I:\RIO IM. CAMARA DOS DHI'IJlADOS Abril de 2002
Os Deputados Dr. Rosinha e Silvio Torres já defender. Já o destino das multas estava previsto na
questionaram o financiamento da Justiça Desportiva. legislação anterior, tanto que, no art. 57 da Lei n°
A autonomia financeira é fundamental. Sem ela, difi- 9.615, está dito que as penalidades disciplinares pe-
cilmente, será possível desenvolver o trabalho. Gosta- cuniárias serão aplicadas aos atletas pelas entida-
ria de saber do Dr. Marcílio e do Dr. Marcos Paulo des, pela administração ou pelos órgãos da Justiça
como pode ser resolvida essa questão. Desportiva.
Dr. Marcos Paulo, V.s a disse que, em São Paulo, O Código de 1976, reformado até 1985, prevê a
mais de 2.500 pessoas são processadas e multadas. aplicação de multa ao atleta profissional. Isso não
Quanto isso representa e como esses recursos são ocorre ao atleta não-profissional, porque teríamos de
aplicados? A autonomia poderia ser alcançada com apenar o prazer. O Código prevê que o Tribunal pode
esses recursos? E mais: como vamos criar um Esta- aplicar as multas. A única diferença é que, nos tribu-
tuto do Desporto que atende todas as modalidades nais dos demais esportes, com exceção de 1998 para
desportivas, não seria possível criar-se uma Justiça cá, não havia a possibilidade de aplicação da multa,
Desportiva com câmaras definidas por área, por mo- porque o atleta era considerado amador. Posterior-
dalidades? O que o Sr. Marcílio Krieger pensa em re- mente, sim. No tribunal que trabalho como Presiden-
lação a essa questão? te, pergunto ao atleta: Você é profissional ou não?
Finalmente, não querendo abusar da boa vonta- Você recebe salário ou não? Se ele afirmar que sim,
de dos senhores, uma vez que foram convidados para este testemunho servirá amanhã como prova judicial
tratar de um tema específico, outra questão que con- para reconhecimento do vínculo e o atleta também
sidero importante, além do assunto relativo ao empre- será apenado de forma pecuniária, porque a lei assim
sariado, é a segurança nos estádios e nas praças o permite. No futebol já é mais fácil saber se o atleta é
desportivas. Como juristas, de que forma os senhores ou não profissional, porque essa informação já vem
vêem essa questão que o projeto de lei trata, do art. escrita na própria súmula.
156 ao 164? Qual a contribuição que os senhores po- A multa tem de ser recolhida para a FAAP, que é
deriam dar com relação a isso? uma entidade legal. A Lei n° 6.354, de 1976, diz que
Agradeço ao Sr. Presidente por esta contribui- toda multa aplicada pelo clube poderá incidir sobre
ção, penitenciando-me desde já pela minha saída. 40% do salário do atleta e deverá ser recolhida à
Posteriormente, estarei colhendo as respostas, por- FAAP. O que é a FAAP? Uma entidade que recebe
que toda a reunião está sendo gravada e, ao mesmo destinação de verba governamental, portanto fiscali-
tempo, fazendo contato com os senhores, se me per- zada pelo Tribunal de Contas, que deveria - não sei
mitirem, para trocarmos alguma informação sobre se faz, porque não a conheço - cuidar da recupera-
aquilo que for acolhido. ção dos atletas, especialmente daqueles envolvidos
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- com droga, que são os apenados pelo dopping, e a
rez) - Muito obrigado, Sr. Relator Gilmar Machado. lesão daqueles que, terminado o contrato de trabalho,
Seguindo a mesma ordem observada anterior- continuam lesionados. Por que? Em função da tipici-
mente, vamos partir para as respostas. dade do contrato do atleta, que tem prazo determina-
Com a palavra o Dr. Heraldo Panhoca. do. No dia que se encerra o contrato, o atleta não tem
mais vínculo com o clube, mesmo que ele esteja lesi-
O SR. HERALDO PANHOCA - Começarei por
onado por acidente de trabalho, diferentemente da
aquelas questões mais vivas na memória.
nossa. Hoje recebi este Projeto de Convenção Coleti-
Sobre os recursos ao Tribunal de Justiça Des- va - quem sabe, depois, o Dr. Marco Polo possa falar
portiva, posso afirmar aos Srs. Deputados que tam- mais a respeito disso - em que o Sindicato dos Atle-
bém sou Presidente de dois Tribunais de Justiça tas de São Paulo e o SINDIBOL, presidido pelo Dr.
Desportiva, um de Vôlei, indicado pela Ordem dos Marco, buscam exatamente uma estabilidade aciden-
Advogados, outro de Handebol, indicado pela enti- tária posterior ao término do contrato, no caso de o
dade. Portanto, também exerço essas atividades. atleta continuar lesionado, sendo que, no caso do tra-
Voltando aos recursos, teríamos duas situações. balhador normal, há a garantia de 12 meses, confor-
A parte profissional poderia funcionar de acordo me a Lei 7.801, não sei bem. Portanto, há essa neces-
com o sistema existente hoje na Justiça, ou seja, sidade. Verba existe, a multa pode ser aplicada, mas é
quem vai ao Judiciário paga. Haveria, por processo, preciso ver o destino. Se o destino for a FAAP, esta
uma determinada verba que o clube ou o atleta - instituição deverá prestar contas à sociedade. Se o
aquele que estiver em curso - teria de pagar para se destino da multa do Tribunal ficar a federação, esta é
Abril [I<: 2002 [)L\RIO DA ('AMARA DOS I>]<:PlJTA[)OS Quinta-kira II I "~W5
quem deverá prestar contas; caso contrário, a meu nefícios dos incentivos fiscais e do Estatuto da Criança
ver, será apropriação indébita; se a lei disser que a e até de repasse dos "esses", porque essa lei diz que o
multa deve ir para a FAAP e ela não for, esta se consti- SENAI e o SESC, não tendo capacitação para minis-
tuirá apropriação indébita desse numerário. trarfutebol, o clube pode subst~ui-Ios. É lógico que a lei
Vejamos a questão levantada pelo Deputado Dr. não se referiu ao clube, mas, sim, à entidade da socie-
Rosinha sobre clube formador e multa rescisória. É dade aparelhada para tal.
constante da legislação e foi mantido na proposta do Portanto, os senhores já fizeram o benefício.
D:putado Silvio _Torres ex~amente isso: "a indeniza- Basta que os clubes - nesse aspecto acredito que o
çao pela formaçao pura e tao somente do contrato de Deputado Zezé Perrella saiu na frente de todo mundo
tra~alho", o que é normal. Pega-se o valo.r da. remune- porque ele já criou a Escola de Formação de Atletas:
raçao, que pode ser como a nossa aqUi hOJe, a pro- talvez até antes da lei; ele já tem esse benefício ...
posta anual, mensal, e multiplica-se por um determi- O SR. PRESIDENTE (D d J d'l J _
nado valor eputa o uran I ua
. rez) - Para concluir, Dr. Panhoca.
O SR. DEPUTADO DR. ROSINHA-Isso eu co-
nheço. Gostaria de saber quanto à manutenção ou O SR. HERALDO PANHOCA - ... e temos
não disso, talvez eu não tenha sido claro. inclusive induzido as Prefeituras a manter esses
O SR. HERALDO PANHOCA _ Nada mais sa- projetos em função dos clubes das cidades. Então,
resolveríamos, porque seria, de certa maneira, ruim
lutar do que, num contrato de trabalho, a cláusula pe- dar incentivo fiscal para quem não paga imposto;
nal ser recíproca. Acabou! O que não se pode ter na
cláusula penal é mais um passe, mais um vínculo. O entretanto, para quem cuida da criança é salutar e já
existe. Nós temos leis demais - os senhores sabem
que existe hoje? Essa cláusula penal que estipula
disso. Basta pôr em prática as que são boas.
150 vezes após o término do contrato é odiosa e in-
constitucional. Isso não vai prevalecer, tanto que a Para concluir, respondendo às duas indagações
"Lei Maguito" hoje estipula 6 meses após o término anteriores, a atividade do empresário de futebol hoje
do contrato. Quando findar o contrato, acabou. O que nos faz lembrar uma época em que vigorava o ágio, no
não pode é haver extensão ao contrato. Dentro do final dos anos 80, no Plano Cruzado, quando se ia a
contrato, a parte que der causa paga a outra. Isso é uma revenda de automóvel para comprar um veículo
exercício de igualdade. Quer dizer, não há por que se zero quilômetro e não se o encontrava. Entretanto, ao
retirar a cláusula penal, até em benefício do clube, sair da revenda, o famoso "boqueiro" se aproximava e
que o Deputado Zezé Perrella diz usar muito bem, dizia: "Com 4 mil de ágio, eu levo", tanto que se criou um
porque faz a cláusula penal, e, durante a vigência, imposto em cima desse ágio. Hoje ocorre exatamente
com a concordância do atleta, ele vende, como ven- isso: o pai leva o garoto para jogar futebol, sem passe,
deu por 18 milhões um atleta. Ele já era livre do pas- diz que ele é bom de bola, e o clube lhe responde: "Não
se. Só que, na negociação, o atleta também ganhou. temos vaga". Dois dias depois, com procuração assina-
Portanto, a legislação traz isso. O que não pode da a um "boqueiro", esse passe é vendido ao clube.
ocorrer é tentar ser unilateral e a negociação ser Sem a conivência do mau dirigente, não existe empre-
após o término do contrato. sário. E digo mais, pasmem: a CBF lançou agora uma
Sobre clube formador, os Srs. Deputados aprova _ norma dizendo que nenhuma transferência, nenhum
ram, se não me engano, no dia 20 de dezembro de contrato será registrado se não contiver a assinatura de
2000, não remetendo ...Aí é que vem a diferença da es- um advogado, do pai e da mãe, ou de um empresário
pecialização: os senhores se preocuparam em criar reconhecido por ela. O Dr. Marco Polo Del Nero poderá
um benefício mu~o grande à formação do jovem traba- informar melhor a respe~o disso, porque, parece-me, o
Ihador. Na Lei n° 10.096, se não me engano _ vamos sindicato que ele preside em São Paulo está fazendo
usar a memória dos redatores da Casa -, os senhores um curso para formação de empresários. Portanto, a
suprimiram alguns pontos da CLT e fizeram com que a entidade de administração está contribuindo para a for-
formação profissional, a partir dos 14 anos, quando os mação de um grupo de empresários que fatalmente
nossos "esses" não tiverem a capacitação para aquela será, sim, predador de atletas.
atividade, as sociedades civis que a tiverem poderão O SR. DEPUTADO DR. ROSINHA - Só um
supri-Ia como os benefícios. Inconscientemente, os se- aparte. O senhor disse que temos muitas leis, o que é
nhores acertaram na mosca. O nosso jovem, ao ir para verdade. Seria demais estabelecermos, nesta rela-
qualquer dos nossos clubes, poderá receber todo in- ção do clube com o atleta, a proibição da intermedia-
centivo da Escola de Formação de Atletas com os be- ção de empresários?
1)80(, Quinta-li.ma 11 DIAR10 DA ('.\MARA DOS DI~l'lJ lADOS Abril d~ 2002
. . O SR. HERA~DO P~N~OCA:- Não, ~orque o Olímpico é um comitê de marketing esportivo e não
direito de trabalh? e c~nstltu~lonal. E a manifestação um administrador de atividades. O Comitê Olímpico
de vontade do paI. Ele inclUSive pode transferir para o Internacional e o Comitê Olímpico Brasileiro são ad-
pai poder em juízo. Quer dizer, não há como. ministradores de marketing muito competentes - não
O SR. DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Permi- vamos tirar-lhes essa competência -, mas eles não
ta-me uma intervenção. Hoje, para quem precisar em- administram nenhum esporte e por isso não podem
placar um veículo, existe a Associação de Emplaca- ditar nenhuma regra. No entanto, continuamos dizen-
dores de Veículos. do: esporte olímpico, esporte amador... É um sofisma,
O SR. HERALDO PANHOCA - Sim. com o qual precisamos acabar, porque o esporte é
O SR. DEPUTADO JOSÉ ROCHA _ A pessoa único. O que acontece com o patrocinador? Ele banca
pode diretamente emplacar o veículo ou fazê-lo atra- 12 m:ses de determinado atleta ~aquele clube, e a
vés de uma associação. Seleçao usa os melhores desportistas por 6 a 7 me-
O SR. HERALDO PANHOCA _ A única coisa ~es: p~rando o Campeonato Regional de Minas Gera-
ilegal é exigir que isso seja feito por determinada pes- IS, .lImltando o Campeonato de São ~aulo de Vôlei a
soa ou instituição, uma vez que a atividade é pública. dOIS m.ese~, porque ~s atletas estao em torneios
Nós, como advogados, seguimos a prerrogativa do caça-nlquels da Seleçao.
art. 133: ninguém pode ir a juízo se não for por nosso Eu disse, da outra vez que aqui estive que, no
intermédio. Ninguém pode receber um medicamento ano passado, ocorreram 172 campeonatos mundiais
se não for por um profissional e assim sucessivamen- de vôlei de praia em que o Brasil foi campeão em 1
te. Com relação aos empresários, isso também é Iíci- ano. Que seriedade há nisso? Só participaram des-
to. O problema é o desvio de conduta. Isso ocorre no ses campeonatos os atletas dos clubes. Daí os patro-
momento em que, conforme o exemplo dado, levo o cinadores irem embora! Desculpem-me a franqueza,
meu filho ao clube e ele não é aceito, mas, no momen- mas ninguém é palhaço! Eu pago 12 meses para ter a
to seguinte, ao ser apresentado pelo empresário, as Paula, o Oscar, o "A", o "B", o "C" ou o "D" na minha
contas do clube são movimentadas para comprar o equipe com o meu patrocínio. Por isso eu pago aquele
passe do atleta. Aí encontra-se o elemento penal. vale. Só que vem a Seleção e tira... Nós incluímos isso
Com relação à última pergunta levantada pelo lá, e.os se~hore~ apro~aram na Lei Pelé. No entanto,
Deputado Silvio Torres, o art. 94 da Lei Maguito diz o a Lei Magult? veio e retirou esse item. De forma ilumi-
seguinte: "é opção os artigos tais e tais.... para os atle- ~ada, o pr0,leto do Deputado Silvio Torres restaura
tas das demais modalidades", ao passo que a Consti- ISSO, quer dizer, quem convoca paga. Ao convocar o
tuição diz ser direito do trabalhador escolher o traba- atleta e pagar por ele, tenho condição de, como clube,
lho. O atleta não pode fazê-lo, porque a lei, ferindo a colocar outro desportista no lugar e continuar prestigi-
Constituição, diz que é uma opção. Encontramos aí ando não só o campeonato como o meu patrocinador.
exatamente o porquê de o nosso esporte ter ido à Portanto, esta é a realidade. A entidade de adminis-
bancarrota. As confederações das demais modalida- tração hoje é a grande predadora do clube, como cé-
des costumam utilizar, durante 6,7 meses, os 18 me- lula-mãe, e do atleta, como agente do espetáculo.
Ihores atletas em detrimento do clube, por uma solici- O SR. DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Quando o
tação nossa, porque a grande diferença minha em re- atleta vai para uma Seleção, ele volta muito mais valo-
lação a alguns dos senhores, e não a todos, é que mi- rizado.
lito o dia todo com o atleta, o qual me traz exatamente O SR. HERALDO PANHOCA - Só que ele per-
todas as seqüelas que sofre no clube. Por isso viemos de o emprego.
falar sobre a relação empregado/empregador, atle-
O SR. DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Pelo con-
ta/clube.
trário, o atleta não perde o emprego. Se ele volta valo-
Quando vemos que o direito já conquistado de rizado, ele melhora o emprego. Nisso aí há um equí-
um atleta está sendo retirado, surge em nós uma irre-
voco muito grande. Qualquer atleta que participe de
signação! Se esse direito estivesse sendo ampliado, uma Seleção volta mais valorizado para o seu clube e
melhorado, ou se se estivesse tornando equânime
para os demais.
aquilo que não o era, estaríamos aplaudindo. Todavia,
quando esse direito é pura e simplesmente suprimido, O SR. HERALDO PANHOCA - E como fica a si-
temos de criticar. Então, o que temos? Normalmente, tuação dos outros 460 que ficaram sem emprego?
o patrocinador vai ao clube... No esporte olímpico, O SR. OEPUTADO JOSÉ ROCHA - Então, o
como disse o Deputado Clovis Volpi, o Movimento senhor não defende o atleta.
.\bril de 2002 DL\RIO IH ('AMARA DOS m;PlJL\[)OS <.,)lIillta-teira 11 l'iX07
O SR. HERALDO PANHOCA - Eu defendo o investe, porque é o clube que forma o jogador; a Sele-
atleta. ção o pega pronto. Só pega o melhor. Então, teria de
O SR. DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O senhor ter ônus com o clube. Observem que agora não vejo
não está defendendo o atleta, na medida em que, ao só o caso do atleta, mas também o do clube. Sem o
ser convocado pela Seleção, o senhor considera que bom empregador, não tenho ...
ele está sendo prejudicado. Pelo contrário, o atleta O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
está sendo valorizado. rez) - Dr. Heraldo Panhoca, peço-lhe que conclua.
O SR. HERALDO PANHOCA - Eu digo para o
O SR. HERALDO PANHOCA - Está concluído
senhor o seguinte: faz 6 anos que o atleta Oscar
com o meu agradecimento a todos. Fico à disposição
abandonou a Seleção e, no entanto, ele continua ga-
e vou oferecer um trabalho exatamente fazendo as
nhando e sendo um grande expoente, sem necessitar
críticas, os aplausos, os elogios e as contribuições a
da Seleção.
cada um dos 450 artigos. Como só recebi isso no dia
O SR. DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Quem o 22, seria impossível fazer um trabalho mais aprofun-
projetou foi a Seleção. O Oscar foi projetado pela Se- dado.
leção. Sem ela, ele não seria nada.
Continuo à disposição. Agradeço a todos.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
O SR. DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Sr. Presi-
rez) - Deputado José Rocha, permita que o Sr. Heral-
dente, peço a palavra pela ordem.
do Panhoca conclua, dado que o nosso tempo está
bastante adiantado. O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
rez) - Tem V.Exa a palavra.
O SR. HERALDO PANHOCA - Apenas para re-
afirmar: todo esporte é coletivo, com exceção de algu- O SR. DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O Dr. He-
mas atividades. Sem o conjunto, não se faz. Não adian- raldo Panhoca recebeu isso muito antes. Quando
ta nos lembrarmos apenas dos 18 melhores do Brasil. concluí o meu relatório, que tem o meu projeto de lei
Portanto, temos de fazer o Clube Seleção, como um que está sendo analisado, VS a o recebeu há uns qua-
clube, e fazer o campeonato com os demais. Aí, sim, tro meses.
eu seleciono. No momento em que paro a atividade de O SR. HERALDO PANHOCA - Tanto que fiz as
todos, quem paga é o empresário do comércio, da in- críticas em cima do projeto de VExa Quanto aos ou-
dústria, de serviços, que coloca sua imagem. tros dois, sequer anotei, porque recebi no dia 22.
Para exemplificar, vou citar um caso. Várias em- O SR. DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Então V.Sa
presas, em 1998, fizeram com que houvesse no Cam- deveria ter feito a ressalva de que recebeu o meu há
peonato Paulista de Basquete e no Campeonato Pau- quatro meses.
lista de Vôlei catorze equipes em um e dezesseis no O SR. HERALDO PANHOCA - Fiz as críticas
outro respectivamente. No ano seguinte, quando a Lei em cima dele, tanto que fui chamado a atenção por
Maguito retirou, tínhamos todas as da segunda divi- VExa
são que subiram, porque as da primeira foram embo-
O SR. DEPUTADO JOSÉ ROCHA - V.S a deve-
ra, e a grande maioria dos atletas migraram para ou-
ria ter feito agora a ressalva de que recebeu o meu há
tros centros, porque acabou o desporto em São Pau-
mais tempo.
lo. O patrocinador foi embora. Ele pagou doze e rece-
beu seis. O SR. HERALDO PANHOCA - Sim, sim.
A Seleção pode e tem o direito de usar, mas, se O SR. DEPUTADO PAULO ROCHA - V.S a não
ela indenizar, porque recebe do Banco do Brasil e da fez a ressalva.
Caixa Econômica aproximadamente 10, 12, 15 mi- O SR. HERALDO PANHOCA - Estou fazendo,
lhões por ano. Ela tem mecanismo para manter essa tanto que estou dizendo que fiz as considerações em
equipe em evidência, mas deve também deixar que o cima dele.
clube e os demais atletas possam circular. O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
O SR. DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Isso no rez) - Dando continuidade ao debate, concedo a pa-
caso de o patrocinador do clube não ser da Seleção; lavra ao Dr. Marcílio Krieger, para responder às inda-
do contrário, ele estaria ganhando muito dinheiro! gações dos Deputados.
O SR. HERALDO PANHOCA - Mas só cabe um O SR. MARCíuo KRIEGER - Obrigado, Sr.
patrocinador. Não posso admitir que o desporto tenha Presidente. Vou tentar responder rapidamente, por-
um patrocinador apenas. Temos de prestigiar quem que meu avião sai daqui a pouco.
!.'\XOX QUlIIla-kml II DIAR!O DA C\MARA DOS D!<:I'IJTAlJOS Ahril de 2002
É possível fazer uma única lei para todos os des- Na minha opinião, houve, ao longo dos últimos
portos? Respondo que sim. Vou louvar-me num exem- anos, fruto dos tempos da outra senhora, da ditadura,
pio. Eu poderia citar o projeto do Deputado José Ro- uma total falta de princípios normativos sociais, cultu-
cha, mas vou ater-me ao projeto do Deputado Silvio rais e, especialmente, ideológicos. Tooo mundo co-
Torres. Dentre os vários títulos, há, por exemplo, o meçou a tratar o desporto como coisa de segunda,
que se refere ao desporto universitário, ao desporto terceira linha, e os espaços foram sendo ocupados
escolar, ao desporto de rendimento, ao desporto de por quem não tinha nada a perder e muito a ganhar. E
competição etc. Lembrando a observação do Deputa- essas pessoas, ao longo dos últimos anos, passaram
do Carlito Merss, essa é uma questão de conceitua- a dominar as várias modalidades esportivas, especi-
ção. almente no futebol. Essas pessoas são as mesmas
Compete à União e, no caso, ao Congresso Na- que ainda hoje usam o discurso de que não querem a
cional- portanto a V. Exas. - elaborar uma lei geral so- profissionalização, não querem o clube empresa,
bre desporto. Não pode ser uma lei sobre futebol, so- mas sistematicamente usam a seguinte frase: "Eu me
bre desporto olímpico ou sobre modalidades não dedico ao meu clube, deixo o recesso do lar, minha fa-
olímpicas; tem de ser uma lei geral sobre desportos. mília." O "cara" não tem lar nem família, mas utiliza o
Isso é perfeitamente possível, tanto o é que já existe. desporto como forma de ganhar dinheiro e a família
Os vários projetos tratam, de forma mais ampla ou como forma de acobertar sua falta de princípios, que,
menos ampla, das várias modalidades e dos vários nesse momento, parece-me, fruto, volto novamente a
modos. frisar, dos levantamentos feitos tanto pela CPI da
O problema está em que, quando se fez basica- Nike, da CBF, quanto pela CPI do Senado, do Futebol,
mente a Lei Pelé, fez-se um resumo muito grande. que mostraram que existe algo de podre no reino da
Não nos esqueçamos de que o Projeto Pelé ingres- Dinamarca, e as pessoas de bem, com consciência
sou nesta Casa em outubro, e, em março, a lei já esta- ideológica e posições políticas claras começam a to-
va sancionada e publicada no Diário Oficial. Foi um mar conhecimento da situação e consciência de que
recorde. Falando em recorde, remeto-me a uma outra é necessário fazer alguma coisa.
questão rapidamente. Então, aquele estágio da permissividade: "O juiz
Há duas palavras que dizem a mesma coisa: re- está roubando; ainda bem que é para nós"... Ainda
cord, sílaba tônica "re", vinda do inglês, e record, sí- ontem eu escutava: "Não, o juiz roubou". Há uma frase
laba tônica "cor", do francês. A palavra desporto tem sensacional hoje em dia. Você pergunta: "Como está
origem no francês, e a palavra esporte, no inglês. a situação?" Respondem: "A situação está boa, pelo
Ambas querem dizer a mesma coisa, embora se te- menos para nós que estamos no poder". Ou seja, é
nha discutido muito qual a melhor. Na minha opinião, exatamente esse quadro que está sendo desnudado
a palavra desporto dá sentido mais amplo; esporte é na sociedade brasileira. Temos de tomar uma posi-
mais localizado, mais setorizado. Pode-se usar qual- ção, e ela já está sendo tomada. O fato de quatro pro-
quer uma das duas, sem nenhum problema.
jetos, juntos, pretenderem dar nova roupagem ao
Existe a questão da crise. Por meio dela, tenta- desporto já noticia que, embora a noite esteja escura
rei responder aos questionamentos suscitados pelos e muito escura, a madrugada está muito próxima,
Deputados Carlito Merss, Dr. Rosinha etc. Vejam pois quanto mais escura a noite, mais próxima a; ma-
bem, a crise não é necessariamente má. É um fenô- drugada. Portanto, isso não me preocupa muito. E c1a-
meno que afeta todos os seres vivos. É da crise que a ro que há pessoas que estão levando dinheiro; em ou-
semente vira planta e as pessoas saem de determi- tras atividades, também, mas elas estão sendo des-
nado estágio para um melhor, superior. Às vezes, nudadas e vão "dançar".
dá-se a rebordosa, e há involução. Qual é a origem da
crise do desporto? O Dr. Heraldo Panhoca fez ainda O Deputado Silvio Torres me perguntou sobre
agora uma referência. Há cinco anos, o basquete era liga e federação. Novamente, Deputado, a questão é
de transmissão obrigatória na televisão, e o vôlei leva- conceitual. Ou seja, toda estrutura federada é funda-
va multidões aos estádios; hoje em dia, jogos de bas- mental no desporto que tem regras e normas a serem
quete e vôlei ocorrem de vez em quando. Vão os mes- cumpridas. Por quê? Porque essas regras e normas
mos aficionados, em geral com a camisa do mesmo foram criadas e são propriedade de determinada enti-
patrocinador; vão lá, porque, se não há cachê, ga- dade, seja a Federal Internacional de Atletismo, seja a
nham uma camisa amarela etc. No futebol, qual é o Federação Internacional de Basquete, de Vôlei; no
problema? caso do futebol, a FIFA.
.\bnl de 2002 DIA RIO DA ('AMARA J)()S DL!'l 11 AJ)OS Quillta-teira 11 1"gOl)
No meu próximo livro há uma passagem sobre tal para que haja unidade do desporto, qualquer que
isso. O futebol é subproduto da Revolução Industrial. seja a modalidade.
Com a Revolução Industrial, a burguesia mercantil A atividade da liga é muito mais leve, pois não
começa a ganhar muito dinheiro. Qual é a primeira precisa de estrutura pesada.
preocupação dos ascendentes sociais, em qualquer Na minha opinião, no futebol, tem de ser preser-
lugar do mundo e em qualquer momento histórico? vada a CBF. As federações devem ficar com os regis-
Que os filhos tenham educação. Qual era a melhor tros dos jogadores.
educação que havia na Inglaterra naquele momento?
Em função dos acontecimentos, prometo man-
As escolas inglesas. Portanto, para as escolas ingle-
dar à Comissão algumas anotações sobre os demais
sas, onde estudava a aristocracia, foram os filhos da
temas.
burguesia mercantil. Só que colégios que tinham 500
internados passaram a ter 5.000. Como se coordena Muito obrigado.
uma massa de 5.000 jovens em plena flor da idade, O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
17, 18 anos? Acordam às 6h30min da manhã, tomam rez) - Agradeço-lhe a gentileza.
café, vão às aulas, saem ao meio-dia, almoçam, des- Passo a palavra ao Dr. Marco Polo Del Nero, pe-
cansam. A partir das 16h estão livres. Tomam o chá dindo-lhe brevidade diante das circunstâncias.
das 17h e estão livres. Das 17h às 20h fazem o quê? O SR. MARCO POlO DEL NERO - Sr. Presi-
Foi quando um professor de uma escola de Cambrid- dente, o ilustre advogado Heraldo Panhoca disse que
ge descobriu que todos os alunos gostavam de deter- o basquete e o vôlei contavam com grande público
minada modalidade de desporto - outra história muito antigamente, mas hoje isso não ocorre mais. Isso é
interessante -, o haspartum, dos romanos, e o epy- evidente. Hoje o basquete é disputado não pelo Pal-
skiros, dos gregos. Esse desporto consistia em im- meiras e pelo Corinthians, mas pela Pirelli e a Motoro-
pulsionar a bola, e, aí- alguns técnicos brasileiros e la. Não há público mesmo, é mais difícil.
clubes e a nossa terra têm de aprender isso -, eles
O atleta não deveria receber para jogar na Sele-
pegavam a bola e levavam para a cidadela adversá-
ção Brasileira. É uma honra servir à Seleção do País.
ria. A bola era impulsionada com a mão, o rúgbi, ou Ele não deveria receber nada!
com o pé, o futebol. Ele começou a aplicar as duas
modalidades nos colégios ingleses. Por volta de 1848, Vou tentar responder às perguntas.
sedimentam-se as duas versões: futebol e rúgbi. As O SR. DEPUTADO SilVIO TORRES - Seria o
escolas inglesas disseminaram, no seu âmbito, as re- prêmio ...
gras das escolas londrinas. Um detalhe: os das esco- O SR. MARCO POlO DEL NERO - Se for cam-
las londrinas não podiam jogar com os do País de Ga- peão, recebe um prêmio, nada mais do que isso. É
les, Irlanda e Escócia, porque as regras eram diferen- obrigação servir ao nosso País! Está aqui VExa ser-
tes. Então, em 1860, houve a unificação de todas as vindo ao País como Deputado, lutando para ser eleito.
regras. Posteriormente, no final do século, essas re- Eu sou um modesto dirigente amador. Nunca ganhei
gras foram corporificadas no que hoje é a regra do um tostão no futebol, nem pretendo ganhar. Dirijo fu-
jogo, as dezessete regras. tebol desde 1970. Alguém tem de fazer alguma coisa.
Contei tudo isso, Deputado Silvio Torres, para O jogador ganha 100 mil, 200 mil por mês e pode fa-
dizer que a FIFA, criada em 1904, associou-se ao zer muita coisa.
International Board formado pelos quatro países da Vou responder aos Deputados Silvio Torres e Dr.
Grã-Bretanha, que eram os donos da regra. Tinham o Rosinha a respeito dos recursos necessários. Acho in-
futebol de todo o mundo. teressante 1% das rendas de bilheteria e tal, arrecada-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- ção proveniente de custas processuais, excelente; 2%
rez) - Dr. Marcílio Krieger, desculpe-me interrom- para o Estado de São Paulo é pesado. Imaginem
pê-lo. V. Exas. eu receber 2% de 65 milhões?! É muito dinhei-
ro, 1 milhão e 300 mil! O Tribunal vai ter um prédio só
Como já foi aberto o painel, peço a V.S a que seja para si e vai arrumar sede em Chicago. Aí V. Exas. vão
o mais breve possível, pois temos de ir ao plenário vo- correr atrás do Presidente do Tribunal. É muito dinheiro.
tar. Perturba. Isso não tem nada a ver. Acho que aqui o per-
O SR. MARCíuo KRIEGER - Para terminar, a centual de 2% não compensa, não. Mas aqui, em muI-
FIFA garante a unidade do futebol dos 204 países que tas aplicadas aos atletas, poderia ficar uma parte para o
lhe são filiados. Essa estrutura federada é fundamen- tribunal; 20% a 30% seria interessante.
I 'íX I O Quitlta-I~ira II DIÁRIO DA ('AMARA DOS DFl'lJT.\I)()S Abril ,k 2002
As multas aplicadas pelo nosso tribunal a Fede- O SR. DEPUTADO SilVIO TORRES - O exem-
ração envia para a FAAP; só que ela não redistribui pio vem de cima.
aos outros Estados. Por exemplo, o Marco Aurélio, O SR. MARCO POlO DEL NERO - Bom, co-
que é Presidente do Sindicato dos Atletas de São Pa- meçou lá em cima.
ulo, entrou com ação na Justiça, aqui em Brasília,
para tentar receber da FAAP o que tem de direito, O Deputado Gilmar Machado falou sobre auto-
80%. A FAAP fica com os 100%. nomia. Já discorri sobre o fato.
Agora, a relação Tribunal de Justiça Desportiva, Quanto à segurança nos estádios, a Federação
Presidência, com a Federação, não posso falar nada Paulista de Futebol tem feito de tudo para isso: dá ví-
de São Paulo, porque minha relação com o Presiden- deo para a Polícia Militar fiscalizar e ver qual torcedor
te é ótima e respeitosa. Ele nunca me pediu nada em briga no estádio; estamos procurando colocar agora
favor de qualquer clube, e, se pedisse, eu não o aten- um ingresso identificado; proibimos as torcidas orga-
deria. Recebo muitos pedidos de Presidentes de c1u- nizadas, embora não possamos puni-Ias eternamen-
bes. Dizem-me: "Marco Polo, veja o que você pode fa- te. Sou favorável à volta das torcidas organizadas,
zer". Respondo-lhes: "Vou ver o que posso fazer, Pre- desde que haja um monitoramento sobre elas, mas
precisam voltar, senão, vamos puni-Ias eternamente;
sidente, mas não posso prejudicar o outro e favorecer
o senhor. Vou aplicar a lei. Venha assistir ao julgamen- não pode.
to. Veja como vamos fazer". Acho que respondi à per- Tenho a impressão de que são essas as solicita-
gunta de V.Ex a . ções que me fizeram e que já fiz todas as considera-
ções a respeito.
Quanto a ficarem juntos o CBDF e o Código
Desportivo Amador, penso que não vai dar certo. A O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
história da legislação nos mostra que já houve essa rez) - Muito obrigado, Dr. Marco Paulo Del Nero.
união. Ficou implantada um ano e um mês. A asses- Quero pedir desculpas, porque um debate como
soria de V.Ex a deve saber mais sobre isso. Tiveram de este não deveria ter limite de tempo. No entanto, há a
mudar imediatamente, fazer códigos separados, por- questão da votação; regimentalmente somos obriga-
que não estava dando certo. Acho que tem de ser um dos a interromper as reuniões no momento da vota-
código separado, pois o futebol é completamente dj- ção e, em especial, o fato de ser uma votação que tem
ferente dos outros esportes. um tema candente como o que estamos vivenciando
A outra pergunta do Deputado Dr. Rosinha se no dia de hoje.
refere a empresário e clubes. Aqui há algo muito sério. De qualquer maneira, quero fazer um registro
Analisando por que o futebol decaiu, concluo que isso que julgo da maior importância: na abertura das nos-
ocorreu por uma série de razões, mas há uma que sas audiências públicas, tivemos o calor que esperá-
considero a mais grave. Estou no futebol há trinta vamos para essa tarefa que nos foi confiada. Cada um
anos e, como também fui diretor de futebol, sei corno de nós, Deputados Federais, é um especialista em
funcionam os departamentos. Naquela época não generalidades, e não poderia ser diferente na questão
existia isso que agora existe. Se o presidente do clube do esporte, muito embora uns tenham maior, outros,
mandar um rapazinho treinar nos juniores da sua as- menor vivência, mas todos nós, com certeza, temos
sociação, o técnico vai experimentar o jogador duran- menor vivência do que qualquer um dos senhores
te um, dois, três meses, porque é o presidente que que estiveram hoje conosco, dando-nos a honra de
está indicando, e depois vai dizer que já tem jogador contribuir para esse trabalho. Tenho certeza de que
igual a ele. Não é que ele tenha jogador igual àquele, torno claro um pensamento do Deputado autor do
mas ele está acertado com um empresário! O jogador nosso principal projeto, que foi o Relator da nossa
que o presidente indicou não serve. O presidente é CPI, que não tem a pretensão, como não tenho na
obrigado a respeitar o técnico; senão, ele vai ter de Presidência, como não tem o Relator Gilmar Macha-
mandar embora. Esse é o câncer que ainda não sei do, de que a proposta apresentada seja a última. Ao
como consertar. Mas é um câncer muito sério, porque contrário, ela é, no máximo, um esqueleto que foi pos-
colocamos brutamontes nos campos, jogadores fabri- sível montar com a experiência vitoriosa da CPI. Diria
cados, e, às vezes, um craque não tem oportunidade, que talvez as pessoas que trabalharam contra a apro-
porque está sem empresário, sem a negociação. E vação do relatório na nossa CPI hoje estejam arre-
não é só lá em cima, não, onde V. Exas. apuraram pendidas, até amargando o fato de terem trabalhado
qualquer coisa de técnicos famosos, mas lá embaixo. contra, porque, entre outras coisas, era e foi um rela-
Este é o grande problema: não consegue subir. tório resultante do trabalho realizado. Mesmo as pes-
Ahnl (k 2002 DI;\KIO IH C\MARA DOS DI;l'lJT.\DOS Quinta feira 11 I:'IX 1I
soas que negaram o relatório tinham a consciência de Convoco a próxima reunião para o dia 4 de de-
que haviam participado da construção dele. zembro, terça-feira, às 14h30min, com a seguinte
O que se pretendeu naquele momento foi uma to- pauta: deliberação de requerimentos.
mada de decisão política que nada tinha a ver com a Está encerrada a presente reunião.
CPI. Daí, e porque era legítimo e refletia a realidade da Ata da 78 reunião ordinária realiz d 4d
CPI, ~Ie ter tido a conseqüência que está tendo nos dias dezembro de 2001 a a em e
de hOJe: todas as repartições ligadas ao Ministério PÚ- '. . ,
blico no Brasil, com poucas exceções _ a Recerta Fede- As qUinze h?ras e onze minutos do dia quatro de
ral, a Polícia Federal o Banco Central- estarem debru- deze~bro de. dOIS mil e um, reuniu-se a Comissão
çadas no relatório e tomando providências, até mesmo Es~eclal des!lnada a apreciar e proferir parecer ao
aquelas pessoas que, por razões que não podemos de- Projeto de Lei ~,o 4874, de, ~001 , que "Institui o ~statu-
clinar, até porque não sabemos, se recusaram a vir de- to do Desporto, no Plenano 5 - Anexo 11 da Camara
por na CPI. dos ~eputados, com a presença dos Deputados Ju-
. ' , . randll Juarez - Presidente; José Rocha e Pedro Ca-
Quero citar o caso .mais recente. do empresano
, nedo - V'Ice- Presl'd ent es; G'II mar Mac had o - Relator'
Edson Arantes do NaSCimento, o Jogador Pele, que Aldo R belo AI C . . CI . V IPI. D ,. P ,
poderia ter esclarecido muitas coisas que hoje são d' De A't ~xCanzlaDnl'R o~lsh °G , arclslo e-
. .. ron I, r. n omo ruz, r. OSIn a eovan Freitas
apresentadas com a maior _ abertura, e os
. . Jornais que G'II mar Mac hado, I'd'
e 10 Rosa J oao -' p'IZZO Iattl. Leo.'
tratam
,. do assunto
.estao buscando subsldlos nos. rela- ~ t ara, Ne Io Rodo Ifo, OI'Implo
AI can '. p'Ires Pedro Celso'
tonos e nos, . depOimentos
. . prestados. na CPI ' pOIS
. es- R ' Cava Icant e e S'I'
egls I VIO líorres - T'Itulares'
' . '
Carhto
ses relatonos parciais e os depOimentos
. reahzados Merss, Ch'ICO Sard e 11'I, Ild efonço Cord' elro J-'
oao Gran-
d esvendaram esse caso com mUita clareza. d-ao, L'UIS Barb osa, M"arclo M atos e Rona'Id o Vascon-
Por isso, considero exitosa essa nossa primei- cellos - Suplentes. Deixaram de comparecer os De-
ra audiência pública. Tivemos outras reuniões regu- putados Alexandre Santos, Corauci Sobrinho, Eduar-
lares, com aprovação de regimento, de plano de tra- do Campos, Eurico Miranda, José Lourenço, José
balho e dos requerimentos, mas hoje começamos Mendonça Bezerra, Jovair Arantes, Luciano Bivar,
essa etapa vitoriosa. Com a contribuição que tive- Paulo Marinho, Sérgio Reis, Telmo Kirst e Zezé Per-
mos hoje e com o fato de o Relator e os componen- relia. Abertura: Havendo número regimental, o Presi-
tes da Comissão já terem conduzido os trabalhos, dente declarou abertos os trabalhos e colocou à apre-
vamos produzir, pode ser que não o mais completo, ciação das Atas da Quinta e da Sexta Reunião, reali-
o melhor, o perfeito instrumento de modificação, de zadas nos dias vinte e sete e vinte e oito de novembro
modernização do esporte no Brasil, mas, com certe- do corrente ano. Em votação, as Atas foram aprova-
za, será o melhor possível, aquele que democratica- das. Ordem do Dia: Deliberação de requerimentos. O
mente receberá a participação e a contribuição de Presidente anunciou a apreciação dos requerimentos
todos aqueles que tiverem alguma coisa a dizer. constantes da Pauta. 1 - Requerimento na 41/01, do
Mesmo os que não puderem vir aqui, estaremos Deputado Regis Cavalcante, que solicita convidar o
abertos a receber as suas contribuições, e o resulta- jornalista esportivo do jornal Correio Braziliense, Sr.
do será um trabalho muito melhor do que esses ou- José da Cruz e Souza. Não houve discussão. Em vo-
tros que tivemos. Sem querer julgar os outros, esta- tação, o Requerimento foi aprovado. 2 - Requerimen-
mo-nos apropriando dessas experiências. Ao con- to na 42/01, do Deputado Regis Cavalcante, que soli-
trário de se pretender que vamos acabar com a Lei cita convidar o jornalista esportivo do diário paulista
Pelé, a Lei Zico, a Lei Maguito e outras, vamo-nos Lance, Sr. Marcelo Damato. Não houve discussão.
apropriar das experiências e, modestamente, utilizar Em votação, o Requerimento foi aprovado. 3 - Reque-
tudo aquilo que de bom foi produzido para que cor- rimento na 45/01 , do Deputado Dr. Rosinha, que soli-
respondamos e - como Deputados e não mais cita convidar o cronista esportivo Armando Nogueira.
como pessoas especialistas em generalidades, mas Não houve discussão. Em votação, o Requerimento
já experientes com essa nova modalidade de traba- foi aprovado. 4 - Requerimento na 46/01, do Deputa-
lho que adotamos - possamos produzir, sim, aquilo do Dr. Rosinha, que solicita convidar o cronista espor-
que a sociedade brasileira espera de nós. tivo Milton Neves. Não houve discussão. Em votação,
o Requerimento foi aprovado. 5 - Requerimento na
Dizendo isso, agradeço penhoradamente aos 47/01, do Deputado Dr. Rosinha, que solicita convidar
Drs. Heraldo Panhoca, Marcílio Krieger e Marco o cronista esportivo Juca Kfouri. Não houve discus-
Polo Del Nero a presença e a contribuição dada. são. Em votação, o Requerimento foi aprovado. 6 -
I'iX 12 Quinta-lCira I I DL\RIO DA C\MA,RA ])OS ])I'PIJJADOS Abril de 2002
Requerimento n° 49/01, do Deputado Geovan Freitas, Os Srs. Deputados que as aprovam permane-
que solicita convidar o ex-jogador de futebol Edson çam como se encontram. (Pausa.)
Arantes do Nascimento (Pelé). Não houve discussão. Aprovadas as atas das 5a e 6 a reuniões.
Em votação, o Requerimento foi aprovado. 7 - Reque- Com a palavra o Deputado Silvio Torres.
rimento n° 50/01, do Deputado Geovan Freitas, que O SR. DEPUTADO SILVIO TORRES - Sr. Presi-
solicita convidar o jogador de futebol do Vasco da dente, peço a V.Ex a que nos informe a respeito do cro-
Gama, Romário de Souza Faria. Não houve discus- nograma, da nossa agenda para este final de ano e
são. Em votação, o Requerimento foi aprovado. 8 - pós-recesso. Todos estamos acompanhando a CPI
Requerimento nO 51/01, do Deputado Geovan Freitas, do Senado, que está chegando ao final, cujo relatório
que solicita convidar o radialista da Rádio K e apre- será lido hoje. Tenho conhecimento de que há uma
sentador de TV, Sr. Jorge Kajuru. Não houve discus- proposta dos Senadores para a criação de uma legis-
são. Em votação, o Requerimento foi aprovado. 9 - lação esportiva. Soube, por intermédio da imprensa,
Requerimento n° 52/01, do Deputado Geovan Freitas, que existe a idéia de transformar alguns textos em
que solicita convidar o comentarista esportivo Lucia- medida provisória. Penso, então, que deveríamos fa-
no do Vale. Não houve discussão. Em votação, o Re- zer uma avaliação nesta Comissão, junto com a as-
querimento foi aprovado. 10- Requerimento n° 53/01 , sessoria, para que, de posse das propostas do Sena-
do Deputado Geovan Freitas, que solicita convidar o do, pudéssemos vislumbrar quais seriam os nossos
comentarista esportivo da Rede Globo de Televisão, passos e os deles daqui para frente, a fim de, até se
Sr. Galvão Bueno. Não houve discussão. Em votação, for o caso, juntarmos os nossos esforços e aprovar-
o Requerimento foi aprovado. Encerramento - Nada mos uma legislação para o esporte brasileiro, que é
mais havendo a tratar, o Presidente encerrou a reu- urgente e não pode ser adiada, sob pena de continu-
nião às quinze horas e vinte e sete minutos, antes armos à mercê de inúmeras ilegalidades e de falhas
convocou a próxima para o dia onze de dezembro, na condução do esporte brasileiro. Quero apenas an-
terça-feira, às quatorze horas e trinta minutos, desti- tecipar que, segundo o que li também, no Senado há
nada a deliberação de requerimentos. Os trabalhos interesse de propor uma legislação específica para o
foram gravados, e as notas taquigráficas, após deco- futebol, conforme já foi aqui preconizado pelo Deputa-
dificadas, serão publicadas juntamente com esta Ata do Zezé Perrella.
no Diário da Câmara dos Deputados. E, para constar, Sugiro portanto a V.Ex a e ao Relator que obte-
eu, , Marcos Figueira de Almeida, Secretário, lavrei a nham mais informações sobre as propostas dos Se-
presente Ata, que, lida e aprovada, será assinada nadores, como pretendem encaminhá-Ias e, ao mes-
pelo Presidente, , Deputado Jurandil Juarez. mo tempo, avaliem como ficaria a nossa posição, no
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- caso de uma medida provisória, por exemplo, ser edi-
rez) - Declaro abertos os trabalhos da 7a reunião da tada ainda este ano pelo Ministro dos Transportes,
Comissão Especial destinada a apreciar e a proferir que, a meu ver, não deverá permanecer muito tempo
parecer ao Projeto de Lei n° 4.874, de 2001, que insti- no cargo. Levanto essa questão porque, há algum
tuiu o Estatuto do Desporto. tempo, ela vem me preocupando no sentido de que -
quando chegasse o momento de haver duas propos-
Informo aos Srs. Parlamentares que foram distri-
tas de legislação esportiva, uma em cada Casa, no
buídas cópias das atas das 5 a e da 6 a reuniões. Inda-
Senado Federal e na Câmara dos Deputados - pode-
go do Plenário se há necessidade de suas leituras.
ríamos fazer para beneficiar a legislação esportiva
O SR. DEPUTADO DA. ROSINHA - Sr. Presi- brasileira com a experiência das duas Casas, com o
dente, solicito a dispensa da leitura das atas. trabalho desenvolvido pelas CPls.
O SA. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- O SA. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
rez) - Muito obrigado, Deputado Dr. Rosinha. rez) - Muito obrigado, Deputado Silvio Torres. Na ver-
Submeto à apreciação do Plenário a proposta dade, quando montamos o nosso cronograma de co-
feita pelo Deputado Dr. Rosinha. Se todos concorda- mum acordo com o Relator, que vai ser o responsável
rem, passaremos à discussão das atas. pela parte principal do trabalho, tínhamos exatamente
em vista o fato de que vamos ter uma interrupção nas
Em discussão. (Pausa.)
quarenta sessões previstas regimentalmente, o que
Não havendo oradores inscritos, declaro encer- significa dizer levar este trabalho, dentro do que é re-
rada a discussão. gimental, até pelo menos no mês de março. A forma
Em votação. pela qual estamos conduzindo a parte institucional,
Abril de 2002 ])lARIO IH ('AM.\RA DOS DFPlJTADOS QU1l11a-reira 11 158 I:\
com os requerimentos aprovados e os convites para Passaremos, então, à Ordem do Dia.
as autoridades, resultou no andamento necessário Esta reunião foi convocada para deliberarmos
para a realização dos trabalhos. sobre requerimentos, conforme a pauta distribuída a
No entanto, Deputado Silvio Torres, estamos V.Exas. Passamos, então, à discussão dos requeri-
passando, pelo menos, por duas circunstâncias muito mentos.
especiais. Primeiro, é a votação do projeto da CLT, Requerimento n° 41/01, do Sr. Deputado Regis
que tem demandado um esforço muito grande de to- Cavalcante, que solicita convidar o jornalista esporti-
dos; depois, o fato de que o nosso Relator é também o vo do jornal Correio Braziliense, Sr. José da Cruz e
Sub-Relator do Orçamento. Com isso, há disponibili- Souza.
dade de forma parcial, o que não quer dizer que tenha Em discussão. (Pausa.)
havido alguma solução no sentido de que os traba- Não havendo oradores inscritos, declaro encer-
lhos tenham tido continuidade por causa disso. Mas rada a discussão.
tem razão V.Ex a quando aborda esse novo fato, que é Em votação.
a proposta do Senado, e talvez a possibilidade de Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam
emissão de medida provisória para suprir algumas la- como se encontram. (Pausa.)
cunas legais que possam existir. Isso certamente vai
Aprovado.
ser objeto de apreciação por todos aqui.
Requerimento n° 42/01, do Sr. Deputado Regis
Nesta semana, em particular, a questão do es- Cavalcante, que solicita convidar o jornalista esporti-
porte tomou uma dimensão muito mais forte do que tí- vo do diário paulista lance, Sr. Marcelo Damato.
nhamos até o presente momento, não só pelo fato do
Em discussão. (Pausa.)
lançamento do seu livro e a repercussão que teve,
Não havendo oradores inscritos, declaro encer-
mas pelo fato de a revista Veja, que é indiscutivel-
rada a discussão.
mente uma das publicações de maior recepção e de
maior circulação no País, ter publicado duas matérias Em votação.
importantíssimas, todas calcadas no trabalho feito Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam
pela nossa Comissão, embora não tenha sido dado como se encontram. (Pausa.)
tanto crédito a elas, mas, de qualquer maneira, sabe- Aprovado.
mos..do trabalho que foi realizado, e agora o encerra- Requerimento n° 45/01 , do Sr. Deputado Dr. Ro-
mento da CPI do Senado. Esses fatos, portanto, real- sinha, que solicita convidar o cronista esportivo
mente agilizam um pouco mais as nossas atividades Armando Nogueira.
e fazem com que tenhamos a necessidade de res- Em discussão. (Pausa.)
ponder mais rapidamente às necessidades do nosso Não havendo oradores inscritos, declaro encer-
trabalho. De posse do que já for definido no Senado, rada a discussão.
creio que não há problema algum de nos associar- Em votação.
mos a boas idéias no sentido de que, se os trabalhos Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam
estiverem andando lá com mais rapidez, faremos aqui como se encontram. (Pausa.)
da mesma maneira.
Aprovado.
De qualquer maneira, acolho a preocupação de Requerimento n° 46/01, do Sr. Deputado Dr. Ro-
V. Ex a Creio que todos desta Comissão devemos ter sinha, que solicita convidar o cronista esportivo Milton
também essa preocupação. Não foi possível, nesta Neves.
semana, fazermos a audiência pública, que estava
Em discussão. (Pausa.)
prevista, com a participação de jogadores de futebol,
Não havendo oradores inscritos, declaro encer-
porque cada um deles tinha compromisso, não po-
rada a discussão.
dendo estar aqui conjuntamente. Portanto, acolhen-
do, repito, a preocupação de V.Exa , poderemos esta- Em votação.
belecer, na reunião que será realizada na próxima se- Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam
mana - e gostaria que V.Ex a estivesse presente à reu- como se encontram. (Pausa.)
nião da Mesa -, diante dessa nova realidade, os pas- Aprovado.
sos que necessariamente deveremos dar. Com refe- Requerimento nO 47/01, do Sr. Deputado Dr. Ro-
rência ao calendário, asseguro a V.Exa que estamos sinha, que solicita convidar o cronista esportivo Juca
cumprindo o que tinha sido inicialmente preceituado Kfouri.
por iniciativa do Relator. Em discussão. (Pausa.)
15814 Quinla-lí:ira 11 I )L\RIO I)A ('AMARA DOS DEPU lADOS Abril d" 2002
Não havendo oradores inscritos, declaro encer- Em discussão. (Pausa.)
rada a discussão. O SR. DEPUTADO GEOVAN FREITAS - Sr.
Em votação. Presidente, peço a palavra pela ordem.
Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
como se encontram. (Pausa.) rez) - Tem V.Ex d a palavra.
Aprovado.
O SR. DEPUTADO GEOVAN FREITAS - Sr.
Requerimento n° 49/01, do Sr. Deputado Geo-
Presidente, quero justificar todos esses requerimen-
van Freitas, que solicita convidar o ex-jogador de fute-
tos, especialmente o convite às pessoas aqui citadas.
bol Edson Arantes do Nascimento, Pelé.
Creio que se trata de pessoas conhecidas, talvez com
Em discussão. (Pausa.) exceção do Sr. Jorge Kajuru, que também hoje faz um
Não havendo oradores inscritos, declaro encer- programa, transmitido em âmbito nacional na Rede
rada a discussão. TV. O Sr. Jorge é um radialista que, durante a vida in-
Em votação. teira, militou no esporte, especialmente nos últimos
Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam anos, na Rádio K, sediada em Goiânia. Tenho certe-
como se encontram. (Pausa.) za de que se trata de uma pessoa que pode colaborar
Aprovado. muito com o trabalho que estamos desenvolvendo
Requerimento n° 50/01, do Sr. Deputado Geo- para o desporto brasileiro. Pelé, sem sombra de dúvi-
van Freitas, que solicita convidar o jogador de futebol da, Romário, um jogador já muito experiente que vi-
do Vasco da Gama Romário de Souza Farias. veu o futebol no mundo inteiro, Luciano do Valle e
Em discussão. (Pausa.) Galvão Bueno podem contribuir também para os tra-
Não havendo oradores inscritos, declaro encer- balhos desta Comissão.
rada a discussão. Quero apenas ressaltar a importância da apro-
Em votação. vação desses requerimentos, agradecendo a todos a
Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam unanimidade do apoio. Tenho certeza de que vai ser
como se encontram. (Pausa.) de grande importância para o trabalho que estamos
Aprovado. aqui realizando.
Requerimento n° 51/01, do Sr. Deputado Geo- Muito obrigado.
van Freitas, que solicita convidar o radialista da Rádio O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
K e apresentador de televisão Sr. Jorge Kajuru. rez) - Obrigado, Sr. Deputado Geovan Freitas.
Em discussão. (Pausa.) O Requerimento n° 53/01 , do Sr. Deputado Geo-
Não havendo oradores inscritos, declaro encer- van Freitas, continua em discussão.
rada a discussão. Em discussão. (Pausa.)
Em votação. Não havendo oradores inscritos, declaro encer-
Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam rada a discussão.
como se encontram. (Pausa.)
Em votação.
Aprovado.
Requerimento n° 52/01, do Sr. Deputado Geo- Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam
como se encontram. (Pausa.)
van Freitas, que solicita convidar o comentarista es-
portiva Luciano do Valle. Aprovado.
Em discussão. (Pausa.) Encerrada a votação dos requerimentos pauta-
Não havendo oradores inscritos, declaro encer- dos na Ordem do Dia desta reunião ordinária, indago
rada a discussão. dos Srs. Deputados se desejam fazer alguma comuni-
Em votação. cação.
Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam O SR. DEPUTADO SILVIO TORRES-Sr. Presi-
como se encontram. (Pausa.) dente, para não perder esta oportunidade, peço a
Aprovado. V.Ex a que nos informe se, na próxima terça-feira, tere-
Requerimento n° 53/01, do Sr. Deputado Geo- mos reunião de audiência pública.
van Freitas, que solicita convidar o comentarista es- O SR. PRESIDENTE (Deputado JurandiJ Jua-
portivo da Rede Globo de Televisão Sr. Galvão Bue- rez) - Na próxima semana, teremos reunião ordiná-
no. ria.
Abril d.: 2()()2 DL\RIO DA CAM.\RA DOS DI])lJTADOS Quinta-kira II I'iXI'i
O SR. DEPUTADO SILVIO TORRES - Vamos quatro de novembro do corrente ano. Em votação, a
continuar votando requerimentos às terças-feiras e Ata foi aprovada. Ordem do Dia: Deliberação de re-
realizando audiências públicas às quintas-feiras? querimentos. O Presidente anunciou a apreciação
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- dos requerimentos constantes da Pauta. 1 - Requeri-
rez) - A idéia é que, nas terças-feiras, façamos reu- mento n° 54/01, do Deputado Chico Sardelli, que soli-
nião ordinária para votação de requerimentos e, nas cita convidar o ex-Diretor do Departamento de Des-
quartas-feiras, audiências públicas. porto do Governo do Rio Grande do Sul, Prof. Floris-
mar Oliveira Thomaz. Não houve discussão. Em vota-
O SR. DEPUTADO SILVIO TORRES - E já es-
ção, o Requerimento foi aprovado. 2 - Requerimento
tão definidos os nomes para a próxima quarta-feira? n0 55/01, do Deputado Chico Sardelli, que solicita
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- convidar o ex-Presidente do Fluminense e ex-Auditor
rez) - Definidos, ainda não, porque estamos depen- do Tribunal de Justiça da Federação de Futebol do
dendo de confirmação. Mas a idéia é termos um qua- Rio de Janeiro, Sr. Francisco Luis Cavalcanti Horta.
dro de jogadores de futebol e de outros esportes. Os Discutiram a matéria os Deputados João Grandão e
convidados para esta reunião são os jogadores Zico, Chico Sardelli. Em votação, o Requerimento foi apro-
Sócrates e Oscar. Dependendo da confirmação de- vado. 3 - Requerimento n° 56/01 , do Deputado Chico
les, faremos essa audiência pública na quarta-feira e, Sardelli, que solicita convidar o ex-Presidente do Tri-
na terça-feira, vamos deliberar ainda sobre assuntos bunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de
que precisam ser tratados regimentalmente em reu- Futebol Amador, Sr. José Carlos Tobaldini. Não houve
nião ordinária. discussão. Em votação, o Requerimento foi aprovado.
O SR. DEPUTADO SILVIO TORRES - Muito Ao final, o Presidente informou que o Presidente do
obrigado, Sr. Presidente. Comitê Olímpico Brasileiro fez um convite aos mem-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- bros da Comissão, para participar de um evento da-
rez) - Nada mais havendo a tratar, convoco reunião quela entidade, a fim de debater sobre os projetos
para o próximo dia 11 de dezembro, terça-feira, às que dispõem sobre o desporto brasileiro. Encerra-
14h30min, no Plenário 11 , destinada à deliberação de mento - nada mais havendo a tratar, o Presidente en-
requerimentos. cerrou a reunião às quinze horas e trinta minutos, an-
Está encerrada a presente reunião. tes convocou a próxima para amanhã, dia doze de de-
zembro, quarta-feira, às quatorze horas e trinta minu-
Ata da 8 8 reunião ordinária realizada em 11
tos, destinada a ouvir em audiência pública os seguin-
de dezembro de 2001 tes convidados: Valed de Perry, advogado; Sócrates
Às quinze horas e dezoito minutos do dia onze Oliveira, ex-jogador de futebol; e Juca Kfouri, comen-
de dezembro de dois mil e um, reuniu-se a Comissão tarista esportiva. Os trabalhos foram gravados, e as
Especial destinada a apreciar e proferir parecer ao notas taquigráficas, após decodificadas, serão publi-
Projeto de Lei n° 4874, de 2001, que "Institui o Estatu- cadas juntamente com esta Ata no Diário da Câmara
to do Desporto", no Plenário 11 - Anexo 11 da Câmara dos Deputados. E, para constar, eu, , Marcos Figueira
dos Deputados, com a presença dos Deputados Ju- de Almeida, Secretário, lavrei a presente Ata, que,
randil Juarez - Presidente; José Rocha e Pedro Ca - lida e aprovada, será assinada pelo Presidente, , De-
nedo - Vice-Presidentes; Gilmar Machado - Relator; putado Jurandil Juarez.
Alex Canziani, Clovis Volpi, Corauci Sobrinho, Dr. O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
Antonio Cruz, Dr. lédio Rosa, Léo Alcântara, Nelo Ro- rez) _ Havendo número regimental, declaro aberta a
dolfo, Olimpio Pires, Pedro Celso, Silvio Torres e Zezé 8a reunião da Comissão Especial destinada a apreci-
Perrella - Titulares; Carlito Merss, Chico Sardelli, IIde- ar e proferir parecer ao Projeto de Lei n° 4.874, de
fonço Cordeiro, João Grandão, Márcio Matos e Ronal- 2001, que "institui o Estatuto do Desporto".
do Vasconcellos - Suplentes. Deixaram de compare-
cer os Deputados Aldo Rebelo, Alexandre Santos, Informo aos Srs. Parlamentares que foi distri-
Darcísio Perondi, Eduardo Campos, Eurico Miranda, buída cópia da ata da ya reunião. Pergunto ao Ple-
Geovan Freitas, João Pizzolatti, José Lourenço, José nário se há necessidade de leitura da mesma.
Mendonça Bezerra, Jovair Arantes, Luciano Bivar, O SR. DEPUTADO LÉO ALCÂNTARA - Solici-
Paulo Marinho, Regis Cavalcante, Sérgio Reis e Tel- to dispensa.
mo Kirst. Abertura: Havendo número regimental, o O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
Presidente declarou abertos os trabalhos e colocou à rez) - Atendendo à solicitação do Deputado Léo
apreciação da Ata da Sexta Reunião, realizada no dia Alcântara, coloco a mesma em discussão. (Pausa.)
15Xl6 Quinta-feira l1 mARIO D.\cA.MARA DOS DEPUTADOS .\bril de 2002
Não havendo quem queira discuti-Ia, em vota- do Tribunal de Justiça (...), Oro Francisco
ção. Luis Cavalcanti Horta.
Os Deputados que a aprovam permaneçam No preâmbulo está muito bem, mas qual seria o
como se acham. (Pausa.) objetivo dessa convocação?O SR. PRESIDENTE
Aprovada. (Deputado Jurandil Juarez) - Sr. Deputado João
Comunicações. Grandão, como o autor se encontra presente, solicito
Informo aos membros da Comissão que está ao mesmo, Deputado Chico Sardelli, que ofereça a
confirmada para a reunião de audiência pública de V.Ex a as explicações solicitadas.
amanhã, às 14h30min, neste mesmo plenário, a pre- O SR. DEPUTADO CHICO SARDELLI - Sr.
sença dos Srs. Valed de Perry, advogado, que tratará Presidente, Deputado João Grandão, há pouco tem-
do tema "Justiça Desportiva"; Sócrates Oliveira, ex-jo- po estivemos em um debate no Estado de São Paulo
gador de futebol, que discorrerá sobre a visão dos atle- com a presença dessas pessoas cujo comparecimen-
tas com relação aos projetos em debate, e Juca Kfouri, to a esta Comissão estou solicitando. Na oportunida-
comentarista esportivo, que falará da visão da crônica de elas demostraram conhecer profundamente o des-
esportiva com relação aos projetos em debate. porto não-profissional. Para minha grata surpresa, o
Lembro que os três expositores falarão sobre Sr. Francisco Luis Cavalcanti Horta, ex-Presidente do
assuntos específicos do projeto dentro daquela pers- Fluminense, mostrou-se competente e por dentro
pectiva apresentada no programa de trabalho do Sr. desse assunto num debate que teve com a Federa-
Relator, aprovado por esta Comissão. ção Paulista de Futebol Não-Profissional.
Ordem do Dia. Como participei do evento, entendo ser impor-
Esta reunião foi convocada para deliberação de tante sua presença aqui para podermos colher subsí-
requerimentos, conforme pauta distribuída a V.Ex.!!.§. dios para esse projeto que estamos discutindo, que
institui o Estatuto do Desporto Não-Profissional.
Requerimento n° 54/01, de autoria do Sr. Depu-
tado Chico Sardelli, sobre convite ao ex-Diretor do O SR. DEPUTADO JOÃO GRANDÃO - Sr.
Departamento de Desporto do Governo do Rio Gran- Presidente, no Mato Grosso do Sul, há um pessoal
de do Sul, Prol. Florismar Oliveira Thomaz. responsável pelo esporte com experiência nessa
questão. Tivemos um debate, não tão grande quanto
Em discussão o requerimento do Deputado Chi-
esse que V.Ex a citou, mas gostaria de sugerir que
co Sardelli.
convidássemos, se aceito pelo autor do requerimen-
Não havendo quem queria discuti-lo, em vota-
to, o Diretor da Fundação do Esporte do Mato Grosso
ção. do Sul para fazer parte desse debate.
Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
como se encontram. (Pausa.)
rez) - Sr. Deputado João Grandão, sugiro a V.Ex a que
Aprovado. faça um requerimento para apreciarmos.
Requerimento n° 55/01 , de autoria do Sr. Depu- Estamos discutindo com toda a abertura, e a
tado Chico Sardelli, sobre convite ao ex-Presidente idéia é exatamente aproveitar todas as experiências
do Fluminense e ex-Auditor do Tribunal de Justiça da de todos os Estados. Se não for possível realizar aqui
Federação de Futebol do Rio de Janeiro, Sr. Francis- a reunião, poderemos fazê-Ia no Mato Grosso do Sul,
co Luis Cavalcanti Horta. onde, certamente, obteremos contribuições valiosas.
Em discussão o requerimento do Deputado Chi- O SR. DEPUTADO JOÃO GRANDÃO - Vi a pa-
co Sardelli. uta e fiz um contato com ele, que demonstrou interes-
Com a palavra o Deputado João Grandão. se, mas farei o requerimento.
O SR. DEPUTADO JOÃO GRANDÃO - Sr. Pre- O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Juarez)
sidente, estou lendo este requerimento, que diz o se- - Continua em discussão o requerimento. (Pausa.)
guinte: Não havendo mais quem queira discuti-lo, sub-
Nos termos regimentais, requeiro (. ..) meto-o a votação.
seja convidado a comparecer à reunião de Os Deputados que o aprovam permaneçam
audiência pública o abaixo citado, para con- como se acham. (Pausa.)
tribuir com o debate sobre o desporto Aprovado o Requerimento nO 55/01, de autoria
não-profissional, o magistrado aposentado, do Sr. Deputado Chico Sardelli.
ex-Presidente do Fluminense e ex-Auditor Item 3 da pauta.
Abril de 2002 I>I.\RIO I>A C\MARA I>OS I>EPlJL\I>OS Quinta-feira II 1)817
Requerimento nO 56/01, também de autoria do uma data oportuna. Seria uma honra para nós rece-
Sr. Deputado Chico Sardelli, sobre convite ao ex-Pre- bê-Ios lá.
sidente do Tribunal de Justiça Desportiva da Federa- O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
ção Paulista de Futebol Amador, Sr. José Carlos To- rez) - Com toda a certeza, Deputado Zezé Perrella.
baldini. Aliás, isso está dentro do que prevíamos: as deman-
Em discussão o requerimento. (Pausa.) das, vindo, facilitarão nosso trabalho.
Não havendo quem queria discuti-lo, em votação. Quer dizer, em vez de marcarmos reuniões, ofe-
Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam recendo oportunidade de as pessoas discutirem co-
como se acham. (Pausa.) nosco, sermos convidados é muito melhor. Com cer-
teza.
Aprovado.
Eu só pediria que o nobre Deputado encami-
Essa era a pauta da reunião de hoje, apenas nhasse requerimento nesse sentido, como fez o Pre-
três requerimentos. sidente do Comitê Olímpico, para oficializarmos o
O SR. DEPUTADO ZEZÉ PERRELLA - Sr. Pre- deslocamento e assim podermos ter, não uma au-
sidente, só um esclarecimento: esses requerimentos diência particular, mas uma audiência pública oficial
do Deputado Chico Sardelli são todos para a mesma para tratar do futebol profissional, especialmente nes-
data? te momento em que estamos discutindo o projeto e vi-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- sualizando uma crise sem precedentes. Com certeza,
rez) - Vai depender se os convidados poderão vir no a contribuição do Clube dos 13 será muito grande
mesmo dia; de qualquer forma, serão expedidos nes- para que cheguemos a um projeto que represente o
se sentido. Faremos um bloco de discussão sobre o interesse de toda a sociedade.
esporte amador, e eles serão convidados. Todos os Não havendo mais quem queira fazer uso da
outros requerimentos que forem aprovados e versa- palavra, encerrarei a reunião, antes, porém,
rem sobre a mesma matéria terão seus convidados convocando outra para amanhã, como já foi dito
convocados para a mesma data. inicialmente, a realizar-se neste mesmo recinto -
O SR. DEPUTADO ZEZÉ PERRELLA - Mas Plenário 11 -, às 14h30min, quando teremos a
sempre que o tema for o mesmo, no caso aqui, o fute- presença dos seguintes convidados: Valed de Perry,
boi amador? advogado, Sócrates de Oliveira, ex-jogador de
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- futebol, e Juca Kfouri, comentarista esportivo.
rez) - Exatamente. Está encerrada a reunião.
Antes de encerrar a reunião, eu queria fazer Ata da 98 reunião ordinária realizada em 12
alusão a uma correspondência recebida - imagino de dezembro de 2001
que os outros companheiros também a receberam - Às quinze horas e três minutos do dia doze de
do Sr. Carlos Arthur Nuzman, que nos convida a dezembro de dois mil e um, reuniu-se a Comissão
visitar o Comitê Olímpico Brasileiro para discutir a Especial destinada a apreciar e proferir parecer ao
questão do desporto. Faço questão de frisar esse Projeto de Lei n° 4874, de 2001, que "Institui o Estatu-
convite que nos foi oferecido, porque é a primeira to do Desporto", no Plenário onze - Anexo II da Câ-
demanda que recebemos de fora para dentro. Até mara dos Deputados, com a presença dos Senhores
agora estamos tomando a iniciativa de convidar as Deputados Jurandil Juarez - Presidente; José Rocha
pessoas; fico satisfeito de saber que o Comitê - Vice-Presidente; Gilmar Machado - Relator; Alex
Olímpico Brasileiro está interessado - como não Canziani, Clovis Volpi, Corauci Sobrinho, Dr. Rosinha,
poderia deixar de ser - na matéria que estamos Eduardo Campos, Eurico Miranda, lédio Rosa, João
discutindo e faz um convite para que a Comissão Pizzolatti, Léo Alcântara, Olimpio Pires, Pedro Celso,
compareça ao Comitê. Regis Cavalcante, Silvio Torres e Zezé Perella - Titu-
O SR. DEPUTADO ZEZÉ PERRELLA - Apro- lares; Basílio Villani, Carlito Merss, IIdefonço Cordei-
veito - não sei se devo fazer um requerimento sobre o ro, Luis Barbosa, Márcio Matos e Ronaldo Vasconcel-
assunto - para fazer um convite nesse sentido. Como los - Suplentes. Deixaram de comparecer os Deputa-
Vice-Presidente do Clube dos 13, eu gostaria que dos Aldo Rebelo, Alexandre Santos, Darcísio Perondi,
esta Comissão nos visitasse a fim de ouvirmos os ou- Dr. Antônio Cruz, Geovan Freitas, José Lourenço,
tros clubes, já que é impossível trazê-los todos aqui - José Mendonça Bezerra, Jovair Arantes, Luciano Bi-
são vinte clubes. Se V.Ex a achar que isso contribui var, Nelo Rodolfo, Paulo Marinho, Pedro Canedo, Sér-
para os trabalhos desta Comissão, fica o convite para gio Reis e Telmo Kirst. Abertura - Dando início ao tra-
15818 Quinta-kira lI DIA.RIO DA ('AMARA DOS DEPUT.\DOS :\hl"ll de 2002
balhos, O Presidente declarou abertos da Nona Reu- à sede do COB e participar de reunião a ser
nião. Ordem do Dia - Audiência Pública com a pre- posteriormente marcada com as Confedera-
sença dos Srs: Valed de Perry, advogado; e Sócrates ções Brasileiras dirigentes dos desportos
Oliveira, ex-jogador de futebol. O Presidente passou a olímpicos e não-olímpicos, filiadas e vincula-
palavra ao Sr. Valed de Perry e, em seguida, ao Sr. das, a fim de discutir as modificações dos
Sócrates Oliveira. Após às exposições, iniciou-se os projetos propostos para a legislação despor-
debates, que teve a participação dos Deputados Zezé tiva brasileira.
Perrella, Eurico Miranda, Márcio Matos, Clóvis Volpi, Será, sem dúvida, um momento histó-
Regis Cavalcante, lédio Rosa e Carlito Merss. Duran- rico quando V. Ex a conhecer mais as carên-
te a reunião, o Deputado lédio Rosa auxiliou a presi- cias e as necessidades do desporto do nos-
dência na condução dos trabalhos. Encerramento - O so País, com exceção do futebol, para seu
Presidente encerrou a reunião às dezessete horas e completo desenvolvimento.
cinqüenta e dois minutos. Os trabalhos foram grava- Na expectativa de que VExa, O Rela-
dos, e as notas taquigráficas, após decodificadas, se- tor, Deputado Gilmar Machado, e outros
rão publicadas juntamente com esta Ata no Diário da membros desta Comissão aceitem o pre-
Câmara dos Deputados. E, para constar, eu, , Marcos sente convite, aproveito o ensejo para reno-
Figueira de Almeida, Secretário, lavrei a presente Ata, var protesto de elevada estima e distinta
que, lida e aprovada, será assinada pelo Presidente, , consideração.
Deputado Jurandil Juarez.
Junto com essa correspondência foi enviada
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- uma outra com semelhante teor ao Deputado Gilmar
rez) - Boa tarde. Havendo número regimental, decla- Machado. Chamo a atenção do Deputado Silvio Tor-
ro aberta a ga reunião da Comissão Especial destina- res para o fato de que chegou uma proposta de alte-
da a apreciar e proferir parecer ao Projeto de Lei n° ração com as modificações julgadas interessantes
4.874, de 2001, que institui o Estatuto do Desporto. A pelo Comitê Olímpico Brasileiro a respeito do projeto
ata da reunião passada, que deveria ser apreciada de S.Exa. Tomarei a iniciativa de tirar uma cópia e
nesta reunião, em razão da peculiaridade de audiên- passá-Ia imediatamente ao autor do projeto, Depu-
cia pública, será apreciada na próxima reunião ordi- tado Gilmar Machado, que está com problemas na
nária da Comissão. Comissão de Orçamento e deve estar-se dirigindo
Foi convocado para ser ouvido em audiência pú- para cá, a fim de conhecer essas interessantes ob-
blica o Sr. Valed Perry, advogado, que falará sobre Jus- servações do Comitê Olímpico. Num prazo razoável,
tiça Desportiva, o Sr. Sócrates de Oliveira, ex-jogador marcaremos essa reunião.
de futebol, que falará sobre a visão dos atletas a respe- Julgo da maior importância ouvirmos o Comitê
ito dos projetos que dispõem sobre o Estatuto do Des- Olímpico a respeito da nossa proposta de instituição
porto, e o Sr. Juca Kfouri, comentarista esportivo. do Estatuto do Desporto. Isso porque, na maioria das
Dos três expositores, dois encontram-se pre- vezes, falamos quase exclusivamente de futebol,
sentes. O jornalista Juca Kfouri informou que, em ra- quando, na verdade, o Estatuto do Desporto abrange
zão do seqüestro que o acabou envolvendo, não com- todos os outros esportes.
parecerá à reunião e comunicou à Comissão e a mim, Esclareço ainda, como é de praxe, que, na quar-
pessoalmente, o seu impedimento. Claro que essa é ta-feira, teremos de ter o dom da ubiqüidade, ou seja,
uma situação extremamente delicada e temos de temos de estar em três ou quatro lugares ao mesmo
compreender sua justificativa. tempo. Alguns estão-se deslocando para cá exata-
Em decorrência disso, convido, com muito pra- mente porque as audiências públicas ocorridas na
zer, para compor a Mesa o Dr. Valed Perry e o Dr. Só- parte da manhã estão-se encerrando e as da parte da
crates Oliveira. (Pausa.) tarde se iniciando.
Antes de passar a palavra aos nossos convida- Sobre nossa reunião, esclareço que, para orde-
dos, registro o recebimento de correspondência do namento dos trabalhos, adotaremos os seguintes cri-
Sr. Carlos Arthur Nuzman, com o seguinte teor: térios estabelecidos no Regimento Interno da Casa.
Os Srs. convidados disporão de 20 minutos para sua
O Comitê Olímpico Brasileiro tem o exposição, não podendo ser aparteados. Terminada a
prazer de convidar V.Ex a, o Relator do pro- exposição, iniciaremos os debates. Os Srs. Deputa-
jeto, Deputado Gilmar Machado, e os dema- dos interessados em interpelar os convidados deve-
is membros desta Comissão para uma visita rão inscrever-se previamente na Secretaria. Cada in-
.\bril de 2002 J)J.\RIO J>.\ ('AMARA DOS J>HlJL\l)OS Quitlla-lCira 1I 1:,}i]lJ
terpelante deverá fazer sua formulação em 3 minutos. nares, nomeadas pelos tribunais, e os Tribunais de
Serão permitidas a réplica e a tréplica também pelo Justiça Desportiva, mas abstraiu o Superior Tribunal
prazo de 3 minutos. das Confederações, erro corrigido pela Lei n° 9.981.
Dando início às exposições, concedo a palavra Por que são necessários os Tribunais Superio-
ao Dr. Valed Perry, esclarecendo que, de acordo com res? Porque decisões dos tribunais ou das comissões
o plano de trabalho aprovado por esta Comissão, em primeira instância podem violar normas tanto das
cada um falará, de acordo com o que lhe é peculiar, entidades dirigentes como das entidades internacio-
sobre o projeto que estamos debatendo e que certa- nais. Há necessidade realmente de um Superior Tri-
mente, ao final do prazo, deverá transformar-se no bunal para apreciar, em grau de recurso, não só da
Estatuto do Desporto. sua comissão disciplinar. Por exemplo, a CBF possui
O SR. VALED PERRV - Sr. Presidente da três Comissões Disciplinares e um Tribunal Superior,
Mesa, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores, sendo que este último atua em grau de recurso das
sinto-me muito honrado com o convite para participar decisões das Comissões e em grau de recurso das
deste debate sobre a Justiça Desportiva, inclusive decisões dos tribunais do Brasil inteiro. Portanto, os
porque no dia 17 de janeiro deste ano completou 50 Tribunais Superiores são necessários.
anos a minha primeira defesa nos tribunais desporti- Abordou-se aqui inicialmente o problema dos
vos. Assim como Zagalo prefere o número 13, creio códigos. Haverá Código de Justiça Desportiva para a
que vou preferir o 17. Não sei se o Sócrates tem prefe- prática desportiva profissional e códigos para a práti-
rência por algum, mas dia 17 deste mês completei 60 ca não-profissional. Mas quem os elabora? O texto
anos de advocacia. não menciona isso. Anteriormente, eram as entidades
Dediquei-me à Justiça Desportiva achando que que os elaboravam e os submetiam ao INDESp, que
seria a solução para muitos problemas do desporto. foi extinto, veio em substituição ao Conselho Superior
Ela foi instituída em 1946, quando o primeiro Código de Desporto, também extinto, e hoje há o Conselho
Brasileiro de Futebol foi elaborado pelo Procurador de Nacional do Desporto. Não se diz quem elabora os
Justiça do Distrito Federal à época, Dr. Márcio Gomes códigos. Entendo que deve haver um código discipli-
de Paiva, com um curioso detalhe: por pertencer à tor- nar específico para o futebol e outros códigos para os
cida do América, os nove primeiros artigos do Código diversos desportos. Não é possível haver apenas um
formam a palavra América Futebol Clube. Posterior- código.
mente, o Conselho Nacional dos Desportos começou Recordo-me de ter defendido um piloto que
a alterar o Código, reunindo comissões de advoga- abalroou outro numa prova e foi indiciado por jogada
dos, procuradores e até jogadores para reformulá-Io. violenta, pois não existe um código específico. Aliás,
Isso aconteceu até 1962. Quando ocupava a aqui diz que cada ramo desportivo terá uma tábua de
Vice-Presidência do Conselho Nacional do Desporto, infrações perfeita. Não se coloca jogada violenta no
houve uma reformulação total. vôlei nem no atletismo. Realmente, é necessária essa
É nossa tradição a Justiça Desportiva. Nos de- tábua, mas o texto não menciona quem executa o pro-
mais países, os órgãos jurisdicionais pertencem às cesso e quem estipula as infrações genéricas. É pre-
entidades, cada um com seu sistema. Na Itália, por ciso que isso seja esclarecido ou determinado.
exemplo, é um juiz singular que julga em primeira ins- É inexeqüível o fato de os Superiores Tribunais
tância, sem direito à defesa. Daí pode-se apelar para de Justiça Desportiva serem em Brasília, pois são 27
uma comissão. Na América do Sul, em geral, existem Associações Nacionais de Desportos Olímpicos, 23
os Tribunais de Penas e, no Uruguai, criaram, além do vinculadas ao COB e mais 56 cadastradas. Como iría-
Tribunal de Penas, um Tribunal de Conflitos, que julga mos colocar 106 Tribunais de Justiça Desportiva em
os clubes em caso de conflitos entre torcidas e aplica Brasília? O caminho não é esse.
a penalidade de perda de pontos. Anteriormente, nos próprios Códigos de Disci-
No Brasil, foi elaborado e estruturado o desporto plina, estava prevista a representação ao Conselho
brasileiro com as ligas municipais, as federações es- Nacional dos Desportos. Assim, quando havia deci-
taduais e as confederações nacionais. Os órgãos da são flagrantemente errada, a parte representava o
Justiça Desportiva acompanhavam essa estrutura: as Conselho para recolocar a situação.
Juntas Disciplinares na Liga, os Tribunais de Justiça Lembro-me de uma ocasião em que defendi
nas federações e os Superiores Tribunais nas confe- seis cavaleiros e uma amazona, julgados da maneira
derações. Era dessa forma até surgir a Lei n° 9.615, a mais absurda possível, inclusive em sessão secreta,
chamada Lei Pelé, que criou as Comissões Discipli- o que não é permitido. Recorri do Tribunal da Federa-
I :'\S20 Quinla-teira II DIA RIO DA ('",I.MARA DOS DFI'UL\DOS Abril de 2002
ção para o Superior e foi mantido. Representei ao devida vênia, creio que o Tribunal Superior errou, pois
CND, que anulou o julgamento de plano por estarem aquele jogador não estava bloqueado para jogar, ab-
infringindo o Código, Hoje não temos mais esse Con- solutamente. Nesse ponto, o Tribunal contrariou o pa-
selho Nacional. recer do Departamento Jurídico da CBF, dizendo que
Entendo, e trouxe por escrito uma proposta, que ele estava bloqueado para transferência. Errou! Por-
os Superiores Tribunais devem ficar nas federações tanto, se houvesse esse tribunal revisional, o caso iria
onde se encontram: o de atletismo em Manaus; o de para esse Conselho e resolveria o problema. Não era
futebol de salão no Ceará; o de tênis em São Paulo. preciso ir para a Vara Federal nem para o Tribunal Fe-
Os Tribunais Superiores devem continuar onde estão, deral. Se isso for aceito, ficariam dispensadas das
mas aqui realmente deve haver um tribunal revisional, Corregedorias da Justiça Desportiva, porque já have-
correcional ou o que estiver estabelecido. Ou seja, um ria um órgão corregedor.
Conselho Nacional de Justiça Desportiva para atuar Passo ao Sr. Presidente minhas sugestões com
em recursos das decisões definitivas dos tribunais e as justificativas e os comentários sobre alguns arti-
em recursos das decisões das entidades quando defi- gos. Por exemplo, o art. 180 estabelece:
nitivas. Isso é importante exatamente para que não Somente será admitido recurso ao Po-
sejam cometidas barbaridades que serão julgadas der Judiciário, inclusive à Justiça do Traba-
sem um órgão revisor. Fiz essa sugestão por escrito e lho, depois de esgotadas as instâncias da
vou entregá-Ia depois ao Presidente. Justiça Desportiva.
Deve haver Comissões Disciplinares. Na CBF
Mas a Constituição amarrou:
há três. Deve haver Tribunais de Justiça Desportiva
nas entidades regionais e os Superiores nas entida- A Justiça Desportiva só tem competên-
des de administração nacional, mas é difícil legislar cia para apreciar questões de disciplina e de
para o Brasil todo e para todos os desportos, porque a competição.
Lei n° 9.615 diz: "A OAB indica três, os atletas um, os Não temos mais como apreciar litígios trabalhis-
árbitros...", mas há desportos em que nem a OAB indi- tas, como foi apreciado em outro tempo, antes da
ca. Por exemplo, a OAB não vai indicar advogado para Constituição, quando os tribunais julgavam os litígios
o tribunal de bocha ou para o tribunal de arco e flecha. trabalhistas de jogadores com clubes. A função era a
Além disso, esses desportos não possuem associa- suspensão do clube no caso do não pagamento do
ção de atletas, nem de árbitros, nem de técnicos para salário no prazo. Hoje, Srs. Deputados, não há como
indicar. Portanto, estabeleci uma regra geral nesse obrigar pagar salários de 400,300 ou 150 mil reais.
meu remendo de projeto, mas há exceção. Quando Então, se voltar para os Tribunais Desportivos, real-
não for possível completar o tribunal para aqueles mente não haverá solução e teremos de deixar mes-
segmentos, a entidade os completa. mo com a Justiça Trabalhista, inclusive porque, a meu
Outro aspecto que examinei é que temos de pro- ver, a Constituição veda essa competência da Justiça
curar valores para compor esses tribunais. Têm de ser Desportiva.
advogados com pelo menos cinco anos de exercício da Outro problema a respeito dessa possibilidade
profissão. Nesse tribunal, que suponho possa ser criado dos Tribunais Superiores em Brasília é o da quantida-
em Brasília, com dez anos de profissão, com experiên- de de processos, pois estes julgam recursos voluntá-
cia em advocacia, nas leis e até no desporto. Inclusive, rios e necessários. Os recursos necessários cabem
preferi Comissão Disciplinar em vez de Junta, como em casos de doping, de agressão a árbitro, de cor-
está no processo, porque a Comissão Disciplinar é ado- rupção. O Superior Tribunal da CBF julgou este ano
tada como órgão jurisdicional. Em todas as entidades noventa processos e as Comissões Disciplinares jul-
internacionais não se fala mais ern junta. Até a Junta garam 720 processos de infrações disciplinares. As
Trabalhista foi extinta e hoje é Vara. súmulas e relatórios entram diretamente no departa-
Elaborei esse projeto deixando as Cornissões mento técnico, que tem de analisar detalhadamente
Disciplinares, os Tribunais de Justiça e os Superiores para ver se os jogadores estão em condição. Isso
Tribunais. Alérn disso, deve haver um tribunal revisio- tudo delongaria tempo para um Superior Tribunal em
nal, um tribunal correcional ou esse próprio Conselho Brasília.
Nacional de Justiça Desportiva, que se encontra no Como eu disse, é muito difícil legislar para todos
projeto. Assim, a cúpula desse sistema apreciaria os os desportos, porque não há como conseguir, diga-
recursos recolocando a verdade. Por exemplo, o caso mos, auditores. Criou-se essa idéia de que não pode
do Gama, que foi parar nos Tribunais Federais. Com a ser juiz, porque juiz é só magistrado, mas todos os
.\Ixil ti.: 2()()2 I>I:\RIO I)A C.\MAR.\ nos IWPUL\I)OS Quillta-kira II 15~21
que julgam são juízes. Não há condição de se obter ou o Conselho Nacional de Justiça D~sportiva, com
isso para os Tribunais Superiores. Assim, muitas ve- atribuições .de competên~ia par~ apreciar recursos e
zes são formadas as Comissões Disciplinares com atuar de OfiCIO nas declsoes erroneas dos tnbunals e
advogados que não têm muita experiência. Isso é a das confederações quando decisões definitivas.
Justiça Desportiva, que temos de manter por ser ne- Sr. Presidente, passo a V.Ex a minhas sugestões
cessária à prática do desporto, embora limitada às e meus comentários.
competições e à disciplina desportiva. Era a apreciação que tinha a fazer.
Deparei-me com o art. 78, n° 1, que versa sobre Muito obrigado.
a responsabilidade dos empresários, procuradores, O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
jogadores etc. Essa responsabilidade está definida no rez) - Obrigado, Dr. Valed Perry.
regulamento de agente de jogadores da FIFA. E mais: Sob as mesmas regras antes estabelecidas
em face do êxodo de meninos que iam para ~ e~terior pelo Regimento, concedo a palavra ao Dr. Sócrates
com falsos empresários, muitas vezes com liminares Oliveira, que falará sobre a visão dos atletas com rela-
do Juiz da Infância e da Adolescência do Rio de Jane- ção ao projeto que institui o Estatuto do Desporto.
iro, que mandou mais de um jogador para a Espanha, O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - Boa tarde.
a FIFA proibiu as tr~.nsf.erências de menores de.18 É um prazer aqui estar e poder, de alguma forma, co-
anos, salvo se a famllla tiver se mudado para o pa.ls e laborar com esta Comissão. Em primeiro lugar, gosta-
não em razão do futebol. Nem transfere nem se InS- ria de parabenizar os autores do projeto, pois o que
creve originariamente. No _Estatuto do Jogador ~ está inserido já é um passo extremamente grande
FIFA aparece co~o proteçao ao~ ~enores, que sao para a melhoria das condições e moralização do es-
realmente seduzidos-por empr~sanos que .prometem porte em nosso País. Creio ser fundamental a preser-
gran?es contratos, n.ao o: re~lIzam. e, ~ultas vezes, vação de grande parte do que já está proposto. Aceito
eles Iam para o extenor, nao vao maiS, ate 18 anos de colaborar em alguns pontos e algumas sugestões
idade. que eventualmente possam servir ao interesse desta
O regulamento do agente do jogador estipula as Comissão.
condições e as obrigações, um seguro 'profis~ional O espaço a mim concedido foi para falar sobre
que tem de ter, para, quando lesar alguem, seja um os atletas. De forma genérica, creio que os atletas
jogador, seja um clube, responder pelo seu ato. Po- têm interesse em todos os temas propostos nesse
díamos prever reéllmente como infra5~0 ~ c1ub~ e o projeto de lei. O principal, pelo menos em minha con-
jogador que se utilizarem d~ e~presano nao reglstra- cepção, não necessariamente de interesse dos alle-
do, muitas vezes sem hab,htaçao. tas, mas da sociedade brasileira como um todo, seria
Quanto aos impedimentos, que apóio inteira- de termos nessa proposição mecanismos de melho-
mente, entendo que magistrado e Ministério Público ria das condições de formação dos nossos atletas.
não devem pertencer aos Tribunais de Justiça Des- Acho que poderíamos exigir um grau de formação
portiva, pois são de segunda instância. Se há recurso compatível com sua importância sociocultural na nos-
para o Judiciário e os procuradores ou os magistra- sa sociedade. Isso é fundamental não apenas para o
dos vão funcionar, acho que não tem a menor condi- desporto nacional, mas também para a geração da
ção de fazerem parte do tribunal, como se encontra futura sociedade, porque essas são as pessoas de
no projeto. maior transparência na sociedade e de maior peso na
Quanto ao impedimento referente a um tribunal formação futura das novas gerações. Não podemos
ou a uma comissão, que não podem ter parente, a prescindir do objetivo de fazer essas pessoas recebe-
meu ver deve ser nos órgãos da mesma entidade, rem uma formação educacional e cultural de forma
pois temos hoje o Presidente no tribunal e os filhos na genérica.
comissão, o Vice-Presidente no tribunal e os filhos na Por isso, na minha concepção, apesar de o texto
comissão. Na mesma entidade, no tribunal e na co- ter definido um ensino mínimo básico, pois o texto an-
missão, parentes. Solicito que isso seja estendido. O terior exigia apenas alfabetização, creio que podería-
impedimento não seria só num tribunal ou numa co - mos ampliar esse processo até o ensino fundamental.
missão, mas no tribunal e na comissão da mesma en- As datas e as idades se correspondem, porque é exa-
tidade, o que não seria possível. tamente o momento em que eventualmente o indiví-
Estou de pleno acordo quanto ao art. 192, que se duo passa a ser ou não profissional do futebol. Se até
refere ao Conselho Nacional de Justiça Desportiva. Ou lá a estrutura levá-lo pelas vias normais do sistema
será um tribunal revisional ou um tribunal correcional educativo, com certeza, o trauma da eliminação do
I :iX22 Quinla-Içira 11 mARIO 1).\ ('AMARA DOS DI:I'LJTADOS Abril de 2002
processo será muito menor para esses indivíduos, e não recebe salários perde a temporada. No futebol,
aqueles que persistirem no processo do desporto ser- ainda é possível mudar de Estado e de competição,
viriam de modelo muito melhor para as novas gera- mas, por exemplo, no basquetebol, o indivíduo que
ções. Acho essa questão importantíssima, é óbvio não recebe salário de um ou dois meses não pode
que merece debate posterior, mas já é um grande transferir-se para outra equipe durante a competição,
avanço termos a exigência do curso básico para o in- pois há uma única competição nacional. Esse atleta
divíduo tornar-se atleta profissional em qualquer es- perde a temporada inteira se seu empregador não for
porte. Em particular, o futebol é carente nisso. Em ou- responsável pelo cumprimento do contrato. Isso tem
tros esportes há uma gama muito maior de pessoas de ser claramente levado em conta, pois até na legis-
mais bem formadas e preparadas praticando odes- lação anterior institucionalizava-se o calote. O clube
porto profissional. podia passar até dois meses sem pagar salário para
Também gostaria de levantar uma questão im- que, enfim, de alguma forma, fosse punido. Essa é
portante, com algumas sugestões, referente à previ- uma questão importante, principalmente nos espor-
dência para atletas. O texto fala muito sobre assisten- tes, em que há uma única competição nacional, e o in-
cialismo. Creio que todos os modelos assistenciais divíduo pode perder toda sua temporada.
históricos, em particular no desporto, jamais deram Proporia também que o tempo de contrato fosse
resu~ados. Poderíamos promover uma transforma- pela temporada. Existe hoje, em particular no futebol,
ção na postura filosófica. A partir de contribuições re- um sistema de bóias-frias, não no caso do Vasco, do
gulares não só do atleta, mas também do seu empre- Eurico Miranda, do Corinthians, do Fluminense, do
gador, durante toda sua carreira desportiva, podería- Flamengo ou do Atlético Mineiro, mas, nas equipes
mos provocar uma previdência em tempo limitado pequenas, os jogadores são bóias-frias, são contrata-
para que se requalificasse profissionalmente, algo em dos por três meses e não têm mais emprego o resto
torno de cinco anos, tempo suficiente para que isso do ano. Até a própria estrutura de calendário do nosso
ocorra. E que não percamos a força de comunicação futebol insiste no erro de convocar competições para
social desses indivíduos ao encerrarem suas carrei- a imensa maioria dos clubes por um período diminuto.
ras. Associando as duas coisas, levaríamos esse indi- Quer dizer, esses clubes são pseudoprofissionais,
víduo até o término do 2° grau e depois ele teria cinco porque estão em atividade apenas durante três ou
anos, dentro das suas possibilidades econômicas, de quatro meses ao ano. São clubes sazonais. Ou profis-
apoio da previdência que ele mesmo criou para fazer sionalizamos de uma vez esse processo - o que está
um curso de graduação. Em geral, as pessoas esco- implícito nos objetivos do projeto de lei -, e é claro
lhem o curso de educação física. Elas estariam se que isso pode ser feito gradativamente, ou não. O ide-
qualificando no novo papel profissional dentro do es- al é que toda a estrutura se volte para objetivos real-
porte, associado àquilo a que se habituaram a fazer. mente profissionais e de mérito. Para tanto, o contrato
Outra coisa que poderia eventualmente servir como de trabalho deveria ser proporcional à temporada. O
tema de discussão seria algo que servisse como apo- ideal seria um contrato de trabalho com duração de
sentadoria especial para esses indivíduos. Seria uma um ano e não de três meses, como ocorre.
opção, talvez, em relação à previdência, mas não es- Há uma clara preocupação, inclusive fez parte
tou muito seguro quanto a isso. Não sei se coisa se- de toda a discussão após a Lei Pelé, com a preserva-
melhante caberia a esse profissional. Mas, pelo me- ção dos valores do clube formador, e creio haver lógi-
nos, a previdência por tempo limitado é algo que po- ca nisso. Existe um dispositivo na legislação anterior
deria servir muito melhor aos objetivos e às preocu- que permanece e estimula a fagia do de maior poder
pações do próprio projeto de lei, que é assistir esse econômico sobre o de menor poder econômico, a in-
atleta posteriormente à sua atividade profissional. denização limitada a dez vezes aos atletas que rece-
Sobre contrato de trabalho, creio que um dos bem até dez salários mínimos. Está claro que as equi-
grandes problemas é a fatia de resposta dos empre- pes formadoras com pouco poder aquisitivo e, portan-
gadores em relação aos contratos que eles próprios to, com menor capacidade de remuneração estariam
assinam. De alguma forma, deveríamos ter um meca- nas mãos das entidades de maior poder aquisitivo.
nismo - inclusive proposto no texto -, um orçamento Por que a partir daí é até duzentas vezes e até aqui
factível que fosse realmente levado a sério, que fosse são apenas dez vezes? Se sou empresário de um clu-
responsável pelos contratos firmados empregadores be pequeno e só posso pagar 500 reais, estou na mão
e atletas. Existem algumas situações, e acho que no do grande empresário, porque ele vai me tomar esses
futebol é até uma exceção, em que o indivíduo que jogadores e pagando pouco.
Abril de 2002 DL\RIO 1>:\ C\M.\RA DOS I>I;PlJL\DOS <,.!uinla-fclra II l.'il'!21
Há outra questão que cita o ressarcimento de voluntário, e o atleta se responsabilizaria pelos seus
despesas do atleta em formação ao clube formador atos. Não uma obrigação contratual, que foi o que en-
no caso de desistência. Sendo assim, ou determina- tendi do texto. Para mim, seria uma prisão sumária
mos o valor antecipadamente dessas despesas ou sem contraditório. Em outro segmento está escrito:
criamos um vácuo que propicia a exploração de po- permanência em situação de repouso. Isso é concen-
der. O atleta em formação pode ser dispensado a tração, só que com um nome mais bonito.
qualquer momento pelo clube simplesmente por um Intervalo por partidas está em 60 horas, porque
diagnóstico de incapacidade técnica e, se desistir, nossa prática é fazer três a quatro campeonatos por
tem de pagar para o clube. Assim, temos de determi- ano, mas todos sabemos que não é o ideal para quem
nar precocemente um valor para esse atleta em for- pratica esporte. Deve haver um mínimo de tempo de
mação, o que acho lógico discutirmos, pois, na verda- repouso e de readaptação para retomada de uma ati-
de, o clube está-lhe prestando um serviço, coloca vidade forte. Eu proporia a volta às setenta e duas ho-
uma estrutura à sua disposição, como se fosse uma ras, no mínimo.
es~rutura e~ucacional. Mas não abrir uma b~ech~ sem Há um outro tema aqui que jamais foi tocado e
pre-determlnar o valor. Isso tem de ser rediscutido. que acho fundamental: a questão da formação dos
Com relação à jornada de trabalho, qualquer nossos recursos humanos. Especificamente, no texto,
clube ou entidade de prática esportiva que exigir do está muito clara a preocupação com os treinadores
atleta 44 horas de trabalho semanais, o indivíduo não de futebol. Isso é absolutamente justo e necessário.
praticará esporte em três meses. Isso não existe, é Se quisermos ter em qualquer segmento uma melho-
ilógico. Ou deixamos na mão da CLT ou estabelece- ria das nossas condições, o desenvolvimento das
mos isso especificamente. Mais para a frente, coloca- nossas condições, temos de buscar a qualificação
mos 6 horas para o atleta em formação, preocupação profissional para todas as pessoas envolvidas.
constante do projeto. Como queremos educar esse Eu proporia um curso específico para a área de
indivíduo, melhorar sua formação, como o colocamos cada esporte, em particular para o futebol, que talvez
para treinar durante 6 horas? Ele não tem capacidade seja o único esporte que, na prática, utiliza pessoas
nenhuma de assimilação. Um garoto de 14 ou 15 de má formação pedagógica e má formação em co-
anos vai ficar 6 horas praticando atividade física? Se nhecimentos práticos. Isso é fundamental não só para
entre os deveres do Estado consta cuidar para que professor de educação física, mas para ex-atletas,
não haja precocidade nisso, temos de diminuir o tem- que também deveriam passar por um curso de forma-
po de disponibilização desse indivíduo, não só quan- ção ou de especialização na área. Isso pode ser es-
do joga, mas também quando treina. tendido aos outros esportes também, cada qual com
Na prática, o máximo de tempo de treinamento a sua particularidade.
por dia, nos dias fuI! time, é de cinco horas. Esse é o Quero citar também algo com que o texto tam-
máximo. Se juntarmos a semana, os dias em que isso bém se preocupa e que não tem muita relação direta
é usado absolutamente são duas ou três vezes no com os atletas, mas indireta: a questão da moderniza-
máximo. Se colocarmos 44 horas, isso pode ser usa- ção dos nossos estádios. Existe uma preocupação
do, mas estaríamos provocando um tratamento de clara nesse texto com isso. Deveríamos nos preocu-
choque para esse indivíduo, porque seu trabalho é di- par em nos aprofundar nisso um pouco mais. É funda-
ferente do nosso. Ele não pode ser explorado 8 horas mental que haja uma atenção maior ao público consu-
por dia fisicamente. Ninguém tem essa capacidade. midor. Se o Estado realmente quiser agir nesse caso,
Isso no caso de jogador de futebol. No caso do mara- ele vai ter que transformar os nossos estádios de ci-
tonista, ele faz por livre e espontânea vontade. Por- mento em algo que seja agradável, confortável e se-
tanto, proponho incluir na legislação 30 a 36 horas. guro para o nosso público. Para isso, não basta haver
Quanto à concentração, creio não deve ser obri- cadeiras numeradas nem divisão entre torcidas. Exi-
gação contratual, conforme consta do texto. Que faça ge-se muito mais. Seria um passo importantíssimo
parte de acordo entre empregador e atleta. Na verda- para o desenvolvimento dos nossos esp~rtes. Talvez
de, isso não faz parte do trabalho do atleta, mas ape- Jamais cheguemos a ter arenas ou estadlos corno os
nas fruto de prática paternalista existente há séculos amencanos, mas ternos de nos preocupar em ofere-
no nosso esporte. Só serve para prender a criancinha cer alguma coisa melhor para o nosso público.
que estamos criando. Repito: isso não pode ser objeto Obrigado.
de obrigação contratual. Pelo amor de Deus! Pode até O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
haver acordo. Na minha concepção, isso deveria ser rez) - Muito obrigado, Dr. Sócrates de Oliveira.
I 'iX24 Quinla-Ií:ira II DIA RIO IH (·,\M.\RA DOS DEPU lADOS Abril d~ 2<J<J2
Passamos agora às discussões, aos debates. Particularmente, sempre tive preocupação com a
Vamos obedecer à ordem de inscrição. formação do atleta. Construí urna escola dentro da
Por acordo com o Relator, S.Exa. falará por últi- Toca, para levar a escola aos garotos, em vez de levar o
mo. Sempre deixamos esgotar todas as perguntas. garoto à escola, porque sabemos que o calendário fute-
Isso faz com que, às vezes, a Plenária tenha dificulda- bolístico é incompatível com a atividade escolar. Você,
de de participar sem repetir questionamentos. Por Sócrates, que jogou futebol e estudou, deve ter sentido
isso, de acordo com entendimento com o nosso Rela- a dificuldade de conciliar os horários. Trouxemos a es-
tor, faremos inicialmente o debate com a Plenária. cola para dentro do Cruzeiro há dois anos.
Pela ordem de inscrição, o primeiro inscrito é o Formamos agora, no último fim de semana, com
Deputado Zezé Perrella, a quem concedo a palavra. a presença do Ministro do Esporte, cinqüenta garotos.
Para minha surpresa, não vi sequer uma linha escrita
O SR. DEPUTADO ZEZÉ PERRELLA - Sr. Re- na imprensa brasileira a esse respeito, enquanto fo-
lator, Deputado Gilmar Machado, Sr. Presidente, De- mos objeto de meia página do Washington Post, um
putado Jurandil Juarez, Dr. Sócrates de Oliveira, Dr.
jornal dos Estados Unidos.
Valed Perry, quero apenas fazer alguns comentários
Fico chateado porque nós, dirigentes, somos ta-
sobre o que o Sócrates falou.
chados às vezes de cartolas, de aproveitadores do fu-
Essa proposta de até dez salários mínimos foi tebol, mas nenhuma boa ação de um clube de futebol
apresentada pelo PT, na época em que estávamos é divulgada. Nosso objetivo não era aparecer. Nunca
discutindo o relatório do Senador Maguito Vilela. O tive essa preocupação. Isso foi divulgado quando fize-
PT entendia - o que foi motivo de muita discussão, mos o projeto. Para minha surpresa, nem os repre-
porque eu também não concordei com aquilo e pen- sentantes dos próprios jornais do meu Estado com-
sei exatamente como você - que estava protegendo o pareceram ao evento. Deviam ter coisa mais impor-
jogador, ou seja, o que ganhava até dez salários míni- tante a fazer. A formatura de cinqüenta garotos talvez
mos poderia a qualquer momento sair. Eles não viram não seja um bom motivo para uma notícia. Avião que
naquele momento o prejuízo que poderiam estar cau- voa normalmente não é notícia; só os que caem. Infe-
sando aos clubes. Isso foi motivo de debate. lizmente, omissões dessa natureza deixam-nos até
Há aqui uma mania de nos chamar de "bancada desestimulados de investir. Hoje duzentos garotos es-
de boi", mas eu nunca participei disso. Estou muito à tudam lá na Toca da Raposa, inclusive jogadores do
vontade para dizer que nem participei da CPI e fui in- time profissional. Ternos também curso de inglês. Há
justamente várias vezes citado como membro da o 1° e 2° graus, o supletivo e ainda um curso de lín-
"bancada de bola", como se estivesse defendendo guas.
aqui o interesse dessa bancada. Nós, dirigentes esportivos, não devemos gene-
Aqui não há crítica alguma a quem participou da ralizar nunca. Essa generalização, Sócrates, se você
CPI do Futebol. Foi uma decisão pessoal eu não ter me permite dizer, já aconteceu. Até respondi, acredi-
dela participado, mas sempre vou brigar pelos inte- to, na época, a uma ponderação sua que me ofendeu,
resses do esporte, até porque sou presidente de um pois considerou todos os dirigentes do Brasil corno
clube. Estou aqui para, acima de tudo, defender os in- nefastos ao futebol. Essa generalização é perigosa.
teresses do esporte. Em qualquer setor da atividade humana, há bons e
O Deputado Eurico Miranda recorda-se de que maus dirigentes.
houve quase uma exigência do PT, por meio do Depu- Quero dizer da minha preocupação com o espor-
tado José Genoíno, se não me engano, que disse que te. Vim aqui para a Câmara pela vontade de quase 200
a indenização tinha de ser até dez vezes para quem mil cruzeirenses ou desportistas. Sempre procurei de-
ganhava até dez salários mínimos. Temos problemas fendê-los quando se trata de projetos. Fiquei fora da
sérios com isso. O Vitória da Bahia tem problema. Os CPI por uma questão de foro íntimo e muitas vezes fui
problemas do Cruzeiro procurei contornar, fazendo tachado corno membro da "bancada da bola", como se
novos contratos e até reajustando os salários de me- estivesse aqui defendendo interesses de terceiros.
ninos que, às vezes, não poderiam estar recebendo Enfim, eu não participei dela. Mais urna vez digo que
nem 200 ou 300 reais, porque estão ainda em forma- não estou criticando quem dela participou.
ção. Tivemos de pagar um salário superior a dez e re- Sócrates, as suas ponderações para mim são
fazer esses contratos. Foi uma penalidade alta para interessantes. Vou apenas discordar com relação à
os clubes. Hoje um clube grande de futebol tem du- concentração. Ela não pode ser opcional. Infelizmen-
zentos ou trezentos atletas. te, não são todos os jogadores do Brasil que têm dis-
..
pensar no que é melhor para nós. Depois vamos atra- mos ser sinceros. Não existe amadorismo hoje na
vessar a fronteira. maioria dos esportes, principalmente os esportes
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Por olímpicos. Não existe isso na prática. O que se tenta
exemplo, com relação aos árbitros, a NBA trabalha fazer é um amadorismo que vira um profissionalismo
com quatro. Nós não conseguimos colocar mais do meia-boca. Certamente não há. Esse é o nosso dra-
que dois. Acho que o grande problema é como ma. Aí surge a nossa angústia. É óbvio que o futebol,
pagá-los. Começa por aí. Já é difícil pagar um, imagi- pelo que representa culturalmente no Brasil, tem um
ne pagar dois, três. Quando me referi ao pagamento tratamento diferenciado. Tivemos na década de 80
de um árbitro de uma partida importante, de times uma coisa com o vôlei, que já arrefeceu, o basquete
como Corinthians e Vasco, por exemplo, ao final o trio continua lá. Para se ter uma idéia, o basquete brasilei-
ganha 8 mil reais. O árbitro é muito bem remunerado. ro há mais de sete anos é transmitido por uma emis-
E o clube é que tem de pagar. Mas nessas partidas sora de TV a cabo. Quer dizer, o povo não consegue
menores os árbitros, na sua grande maioria, ganha, ver um jogo de basquete no Brasil porque nenhuma
se é que ganha, 100 ou 200 reais. E mesmo assim das emissoras, por qualquer motivo, quer mostrar.
não recebem, porque os clubes pequenos não têm Corno se vai popularizar mais o basquete - o que
como pagar esse dinheiro. É um problema que tem de acredito poderia ser feito -, ou mesmo o vôlei se nos
ser enfrentado. últimos tempos as emissoras abertas de televisão de-
O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - É mais fácil ixaram de transmitir os jogos?
manipular. Eu defendia, logo que se iniciou essa discussão,
O SR. PRESIDENTE (Deputado lédio Rosa) - que o futebol deveria ser tratado da mesma forma.
Estamos com um problema. Teremos de encerrar a Mas começo a achar que não, pelo que representa.
reunião. Mas, enquanto o Deputado Jurandil Juarez Por isso a preocupação com o fato de a CBF ser autô-
não aparece, concederei a palavra ao colega Deputa- noma, fazer o que quiser, sem nada ter com a Nação,
do Carlito Merss, que deve ser rápido porque o Rela- com o Estado. Entendo que a FIFA determina regras.
tor ainda fará uso da palavra. Mas há todo tipo de problema, de irregularidade, e a
O SR. DEPUTADO CARLlTO MERSS _ Sr. Pre- Justiça e o Ministério Público não podem fazer nada?
sidente, Sr. Relator, Sócrates de Oliveira, sou Deputa- Isto me preocupa. Até onde vai essa autonomia? O
do Federal pelo PT de Santa Catarina, corintiano, argumento da CBF é de que se trata de uma entidade
acompanhei com muita alegria aquele movimento da privada e ninguém tem nada a ver com os seus atos.
democracia corintiana, que, como v.s a bem afirmou, Essa é uma discussão complexa, que precisa ser es-
mudou a cabeça do Vladimir e do Casagrande, entre c1arecida.
outros. Parece que o Zenon participou um pouco no fi- O que gostaria de dizer já foi comentado. Mas
nal também... gostaria que o Dr. Valed Perry me explicitasse bem o
O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA _ Todo mun- que é isso, o que é essa autonomia. Se o Gama en-
do participou. trou na Justiça, oficialmente, pelas regras da FIFA, a
O SR. DEPUTADO CARLlTO MERSS _ Sim, Seleção Brasileira não poderia estar disputando essa
mas talvez ele tenha chegado um pouco depois, vin- Copa, se fosse levado a sério o que está escrito lá. Foi
do de Tubarão, Santa Catarina, para o Corinthians. É isso que entendi na época. E o Gama foi à Justiça Co-
urna pena que o Dr. Valed Perry não está aqui. Ele dis- mum - neste ano parece-me que um outro time tam-
se algo que me incomodou. O problema é que esta- bém o fez - e na prática nada aconteceu. Por quê?
mos _ claro, houve duas CPls do Futebol, muitas Porque há um interesse comercial maior. Imaginem o
ocorrências que tornaram urgente a apresentação Brasil fora da Copa do Mundo!
desse projeto - discutindo uma coisa chamada Esta- O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Não é
tuto do Deporto. Será difícil fechar aqui qual é o con _ interesse comercial, é que há muito frouxo!
ceito de esporte? No meu entendimento, o esporte O SR. DEPUTADO CARLlTO MERSS - Tam-
continua sendo o principal instrumento de formação bém!
do cidadão. Começa com aquela velha frase: corpo O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
são, mente sã. No século passado as Olimpíadas, por rez) - Dr. Valed Perry, por favor.
mais "amadorismos", entre aspas, que se tenha ten- O SR. DEPUTADO CARLlTO MERSS - Só
tado trazer, trabalhou-se com uma outra lógica, virou para concluir. A minha questão é apenas essa. Que-
um espaço, um ícone, atleta virou modelo e a partir ro entender isso. Estamos discutindo o assunto e es-
daí o espaço mercadológico tomou conta de tudo. Va- perando aprofundar muito a discussão para tentar
15X1X Quinta-I_ma 11 mARIO DA ('AMARA DOS DEP1HAD()S Abril de 2002
aprovar o projeto, fazer as emendas necessárias ao ma não é que a FIFA está intervindo, mas fazendo
texto, que foi um início. Queremos definir qual é o con- cumprir seu regulamento em relação à sua filiada.
ceito de esporte. Ele tem de ser obrigatório. O Sócra- V.Ex a perguntou sobre o caso do Gama. Para
tes Oliveira bem disse que hoje é uma vergonha. A ser franco, esse Campeonato Nacional estava vendi-
educação física não é mais obrigatória nas escolas. do há muito tempo para o exterior e por muito dinhei-
Para que, então, os cursos de Educação Física? Nas ro. Ele tinha de ser realizado. A CBF não podia fazer.
universidades - essa picaretagem da universidade Com o Gama não podia fazer, senão seria suspensa.
privada, que está virando uma festa no Brasil - não Então, foi o jeitinho brasileiro: "Não vou fazer esse
existe mais nada que obrigue a prática da Educação Campeonato". O Clube dos Treze fez a Copa João Ha-
Física. velange, não foi um campeonato brasileiro, e não será
Gostaria que o Dr. Valed Perry falasse sobre reconhecido pela FIFA nunca. Porque se ela influi...
essa autonomia. Isso separa dos Estados-nações? O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Espe-
Gostaria que me explicasse melhor sua posição. ra um minutinho. Calma!
Espero ter o Dr. Sócrates de Oliveira aqui no ano O SR. VALED PERRY - Foi campeão?
que vem como colega, farei forças para isso. Sua can- O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Não,
didatura à CBF está valendo? não foi campeão. Foi reconhecido oficialmente pela
O SR. VALED PERRY _ Basta transferir o título, CBF Não é certo dizer que não será reconhecido nun-
Deputado. ca. Já foi reconhecido. O meu ilustre Valed Peny teve
aí um lapso de memória até na participação do Jurídi-
O SR. DEPUTADO CARLlTO MERSS - Não, co da própria CBF
ele vai ser eleito por Ribeirão Preto. O SR. VALED PERRY - Não de memória.
A candidatura à CBF está valendo? Até onde vai O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Por
essa luta? No mínimo, nem que seja uma coisa de an- ato da CBF o Vasco foi reconhecido como campeão
ticandidato, para mostrar que é preciso mudar alguma brasileiro. E sendo campeão brasileiro aquilo foi o
coisa. Campeonato Brasileiro. Não vamos sofismar!
V.S a já respondeu sobre a democracia corintia- O SR. VALED PERRY - Quem organizou?
na, que, acho, foi um marco para o Brasil, porque, O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Não
como foi dito claramente, o esporte talvez seja, do vamos dar esse jeitinho brasileiro...
ponto de vista público, o melhor espaço. Veja como a O SR. VALED PERRY - Quem organizou?
postura de cidadão de um rapaz de Santa Catarina jo- O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Não
gando tênis tem ajudado. Não porque é um bom meni- vamos dar esse seu jeitinho.
no, mas porque tem uma postura de humildade que O SR. VALED PERRV _ Quem organizou o
não perdeu. As pessoas tentam imitar isso. É funda-
Campeonato?
mental termos o esporte como algo que culturalmente
tem peso maior do que qualquer outra atividade. O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
rez) - Deputado Eurico Miranda, vamos deixar essa
Minhas questões para o Dr. Sócrates são sobre discussão?
a CBF, e para o Dr. Valed, sobre a autonomia da CBF O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Não,
e até onde a FIFA pode intervir no Estado nacional, isso não é discussão. Não vamos colocar algo como
por exemplo. se não fosse ser reconhecido nunca, quando na ver-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- dade já foi. Não vamos misturar autonomia com outra
rez) - Obrigado, Deputado Carlito Merss. Seguindo a coisa.
mesma ordem, passo a palavra ao Dr. Valed Peny. O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
a
O SR. VALED PERRY - Sr. Presidente, Srs. De- rez) - Esta Presidência aceita a explicação de V.Ex ,
putados, é claro que a autonomia de organizações até porque também sou vascaíno e não gostaria de
a
em funcionamento está além da improbidade. Eviden- não ser campeão brasileiro. Peço a V.Ex que se ate-
temente, como disse, os organismos podem fiscalizar nha à questão levantada pelo Deputado Carlito
se a CBF está mandando dinheiro para o estrangeiro, Merss.
se está sonegando. É claro que tem de serfiscalizado. O SR. VALED PERRY - Então, a CBF não po-
Mas referi-me ao aspecto da intervenção. Tudo bem. deria organizar um campeonato com o Gama, porque
Fiscaliza e manda para o Ministério Público, enfim. A este havia sido punido, não poderia participar de ne-
autonomia dela não vai a esse ponto. Agora, o proble- nhum dos campeonatos. Portanto, Deputado Eurico
Abril de 2002 DL\RIO DA ('AMARA DOS ))Fl'lJl\))OS Quinta-reira II I'iXjl)
Miranda, não foi um lapso meu, apenas desconheci- Passo a palavra ao Relator, Deputado Gilmar
mento. Não estou nem estava na CBF para saber se Machado.
reconheceu ou não. Apenas disse que não foi um O SR. DEPUTADO GILMAR MACHADO - Sr.
campeonato... Presidente, em primeiro lugar quero agrade~~r a con-
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - V.S a tribuiçãoaoDr.SócrateseaoDr. Valed,queJanosen-
não é Consultor Jurídico da CBF? tregou por escrito. Dr. Valed, pode ~er certeza de que
O SR VALED PERRY - Agora sou. Naquele iremos examiná-Ia com o maIOr cUidado..
- . Sou atleta de fim de semana, mas minha forma-
tempo nao era. . . d . I S f ep
_ h ção maior e na area e ucaclona. ou pro essor re-
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA A, ocupo-me com o esporte educacional. Inclusive, te-
sim. nho discutido muito na Câmara dos Deputados a
O SR. VALED PERRY - De modo que houve questão dos esportes educacional e de participação,
isso. Se a CBF permitisse colocar o Gama no Campe- fundamentais para o País. Precisamos disso. Não po_
onato, seria suspensa fatalmente porque estaria de- demos pensar apenas no esporte de competição, se-
sobedecendo a uma ordem da FIFA. Repito: isso não não teremos problemas.
é questão de soberania, mas de ser filiado ou não. Estou cada vez mais convencido de que real-
Então, a CBF se desfilia e coloca o árbitro que quiser, mente teremos de tratar o futebol de forma diferencia-
os jogadores todos ficam livres. É uma situação difícil da das demais modalidades. Mas os outros atletas
que enfrentamos. também devem ter uma legislação, pois hoje o merca-
No dia em que a CBF for suspensa, o que acon- do é muito grande na área do esporte de competição.
tecerá com todos os jogadores, os contratos que lá Não é apenas o futebol que vemos na televisão. Há o
estão registrados? Tudo acaba. Então, temos de ver o vôlei, o vôlei de praia, que cresce muito hoje e rende.
fato com cuidado, harmonizar essa obrigação da CBF Não é à-toa que três televisões _ duas abertas e uma
de respeitar a FIFA com aquilo que não pode ser feito fechada _ já fecharam contrato com o vôlei para o ano
mesmo numa entidade privada - que obviamente que vem. Isso também tem uma participação enorme
deve ser fiscalizada. Não pode fazer o que quer, não nesse processo.
pode sonegar, nada disso. Mas o que não se pode fa- O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA _ Des-
zer é intervir. Portanto, não vai intervir, não vai tirar culpe-me, meu Relator, mas nã9 é por aí. É porque o
presidente, porque seria um descalabro para o fute- patrocínio já está assegurado. E porque o Banco do
boi brasileiro, para todos aqueles jogadores, para a Brasil patrocina essa modalidade e vai patrocinar a
imprensa, para os técnicos, para quem vive do fute- televisão. A televisão não faz nada em benefício do
boi, pois ficariam desamparados. Deve-se tomar cui- esporte, é porque isso está casado. Não é porque
dado com isso. Vamos apurar, punir os responsáveis, esse esporte seja importante, mas porque o Banco
mas não falar em intervenção, porque seria um de- do Brasil, que patrocina essa Confederação, também
sastre. já comprou os horários. É uma coisa casada. Com re-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- lação ao atletismo, a Caixa Econômica Federal foi dar
rez) - Concedo a palavra ao Dr. Sócrates de Oliveira. uma ajuda. A televisão aberta se interessou porque a
a
Peço a V.S que seja breve. Caixa Econômica Federal comprou o espaço na tele-
O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - A Confede- visão.
ração Brasileira de Futebol sempre foi tratada como O SR. DEPUTADO GILMAR MACHADO - Per-
uma espécie de reinado ou dinastia. A anticandidatu- feito. Quando entra patrocínio, há a figura do atleta. Só
ra foi exatamente para provocar a discussão sobre a citei esses exemplos porque o atleta de futebol tem
sucessão e a eventual democratização do processo. um espaço e um direito de arena, uma série de coisas
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Des- que os outros agora, devido aos patrocínios, também
a
culpe-me, mas v.s não é um anticandidato. Na épo- devem ter, evidentemente de forma diferenciada.
ca das eleições da CBF, não apenas o senhor, qual- Inclusive, no projeto, estamos preocupados porque
quer um tem direito de ser candidato à Presidência da há determinadas modalidades de esportes cujo direi-
a
CBF V.S tem muito mais chance de ser eleito, pois foi to de arena é para quem tem um determinado tempo
um jogador de expressão, tem esclarecimento sufici- de exibição. Em 10 segundos acaba a corrida para o
ente. atleta de 100 metros, por exemplo. Evidentemente te-
O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua- mos de pensar em termos diferentes. Se V.S a tiver al-
rez) - Obrigado, Deputado Eurico Miranda. guma coisa em relação a essa questão nos ajudaria.
I."X40 Quinta-feira lI DI.\RIO IH ('AMARA DOS DFI'IJTADOS .'\bril de 2002
a
Teremos de trabalhar justamente isso no projeto. de avançar. Peço a V.S que dê uma contribuição no
Como se trabalha a questão do patrocínio, a partici- que diz respeito a patrocínio. Não ouvi o senhor falar
pação do atleta? Isso está no contrato e terá de ser fe- muito nessas perguntas. Em relação às outras estou
ito. No futebol há uma característica um pouco dife- satisfeito.
rente das demais, mas evidentemente deve haver al- o SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
guma relação com outros atletas. É diferente, por rez) - Obrigado, Deputado Gilmar Machado.
exemplo, da ginástica olímpica. O tempo de exibição
Antes de passar a palavra ao Dr. Sócrates de
da modalidade é curto. Se formos trabalhar o tempo
Oliveira, concedo um espaço ao Deputado João Piz-
de exposição, como é no futebol, acima de no mínimo
zolatti.
10 minutos, está totalmente fora. Como V.S a vê essa
questão? o SR. DEPUTADO JOÃO PIZZOLATII- Obri-
Outra questão: o que é o clube formador? Essa é gado, Sr. Presidente.
uma preocupação. Sou do interior. Deve-se sempre Quero fazer urna pergunta ao Sócrates, até por-
buscar em outro lugar. Há clubes menores, que me que a ponderação do Deputado Eurico Miranda foi mu-
preocupam muito. O clube no Brasil é social. E de re- ito interessante. A necessidade da obrigatoriedade de
pente o clube social no interior, que foi criado para que se criar um contraponto para as emissoras de televisão
as pessoas freqüentem no fim de semana, pagando de apoio no fechamento de contrato de uma modalida-
uma taxa, vira uma escolinha de natação, de basquete, de esportiva, condicionando às exposições de outras
etc. Por exemplo, em Uberlândia, Minas Gerais, se um modalidades, fará com que o esporte brasileiro não de-
atleta se destacar na natação, o Minas vai lá e pega-o, penda de um Guga para o tênis buscar o espaço que
depois o Eurico vai lá e leva-o, mas ele começou em necessariamente deveria ter há bastante tempo, e ou-
Uberlândia. Como se trabalha com o clube formador? tros esportes da mesma forma. Ou seja, na natação te-
O formador depois vai ser o Minas, que o revela para remos de ter um Xuxa, que se destaque mundialmente
depois pegar ou ele começa lá embaixo? Como V.Sa para que haja interesse em apoio e patrocínio. Temos
vê isso? Como poderemos ter um processo de legisla- urna campeã mundial de ginástica rítmica que está
ção para trabalhar esse clube formador? Tenho procu- com problema. Teve de receber apoio financeiro de
rado estudar para conhecer melhor o assunto. Por fora para poder viajar. Gostaria de saber sua opinião
exemplo, o MTC, em Uberlândia, foi tetracampeão mi- corno candidato a candidato a ocupar um espaço ex-
neiro de basquete. Há quatro anos estamos ganhando tremamente interessante - se já é candidato, não sei.
direto os títulos em Minas Gerais. Forma ali. Mas che- No comando do futebol brasileiro, como o senhor vê
ga um determinado momento em que o pessoal de ou- essa possibilidade e se vê a viabilidade de uma deter-
tros clubes leva os atletas. Onde é o clube formador? minação de normas criando esse contraponto na ne-
Qual é o apoio que teremos para ele? V.S a tem alguma gociação entre os eventos, os clubes e as emissoras
idéia? de televisão?
Temos de fazer algo para esse clube, que é soci- O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Jua-
al mas na verdade não é, porque tem uma outra di- rez) - Muito obrigado, Deputado João Pizzolatti.
mensão. O Estado também tem de ter uma participa- Passo a palavra, para responder, ao Dr. Sócra-
ção nisso. tes de Oliveira.
Finalmente, com relação à questão que V.S a co- O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - Com relação
mentou sobre a escola é fundamental. Corno educa- ao direito de arena, temos de começar a pensar pela
dor penso que precisamos realmente melhorar a es- proporcionalidade de exposição. Não dá para fugir mu-
cola, e a responsabilidade de sua formação é do ito disso. Se há vários eventos, vários atletas que têm
Estado, que tem de garantir escola de qualidade. É direito sobre os recursos gerados pelas transmissões
também redundante falar isso. Em qualquer Constitui- devem ser divididos proporcionalmente.
ção do mundo não se vê escola de qualidade. A única
Com relação ao clube formador definiria como
Constituição do mundo que fala em escola de quali-
clube federado que federa o garoto.
dade é a brasileira. Nas outras é entendido que escola
tem de ter qualidade. No Brasil, escrevemos escola O SR. DEPUTADO JOÃO PIZZOLATIl - Mas,
de qualidade e temos analfabeto passando em con- Dr. Sócrates, qual é a proporção? Como, na sua opi-
curso de vestibular. nião, deveria ser feito esse rateio?
É uma questão que teremos de superar. Está O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - Temporari-
correta essa linha em que v.sa trabalha de que ternos amente. Tempo de exposição.
Abril de 2002 IlI.\RIO IH ('AMARA DOS DEPlJL\DOS Quinta-fcml II I:iX41
o SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Faço O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Exa-
uma colocação a V sa tamente.
O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - Pelo exem- O SR. DEPUTADO JOÃO PIZZOLATTI- Seria
plo que ele deu. o contraponto, ou seja, o condicionante.
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Eu O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Era o
sei. Está corretíssimo. Mas acontece que esse atleta, que estava esperando, porque sei que VS a defende
no futebol, ainda consegue que tenha essa condição. isso também.
Mas o atleta a que S.Exa. se referiu é vinculado ao O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - Claro.
clube. Quem paga é o clube. A Confederação não
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Esta-
paga nada ao atleta. Quem recebe é a Confederação.
va esperando que v.s a colocasse, porque essa é a
Como se vai dar o direito de arena se o clube não re-
única forma. Por vontade deles nunca será feito.
cebe nada? É por isso que temos de modificar juntos.
A primeira coisa clara que tem de acontecer nesse O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - Não há inte-
negócio todo é que o atleta, quando tiver a serviço da resse econômico. É interesse do Estado proporcio-
Confederação, deve ser obrigatoriamente remunera- nar, divulgar e estimular a população a ter acesso a
do por ela! outros esportes.
O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - É óbvio! O SR. DEPUTADO JOÃO PIZZOLATTI- Seria
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Mas a devolução social pelos lucros que a empresa está
isso não acontece na prática. Acontece no futebol, recebendo em função disso.
mas nas outras modalidades não. É uma das mudan- O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - Exatamen-
ças que tem de acontecer. te. É só casar o contrato com algum tempo proporcio-
O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - Deputado nai de exposição de outros esportes, os chamados
Eurico Miranda, em primeiro lugar, a definição de di- esportes olímpicos amadores.
reito de arena é do clube. Ele repassa uma porcenta- O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Se
gem para o atleta. conseguir isso, não precisa conseguir mais nada para
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Exa- o esporte amador.
tamente. O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - Está bom
O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - O direito é assim?
do clube. Quer dizer, o clube é que tem de receber e O SR. PRESIDENTE (Deputado Jurandil Juarez)
repassar uma porcentagem para os atletas. - Infelizmente temos de dizer neste final que o diálogo
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - Mas foi apressado. O objetivo da Comissão é exatamente ir
se o clube não recebe nada. à exaustão em todas as idéias que eventualmente pos-
O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - Temos de sam contribuir.
começar a brigar por isso. Ai vamos entrar em outras Somente saberemos se a idéia vai contribuir de-
questões. Como brigar por isso? Perdi um pouco a li- pois que ela for exposta. Eu, na Presidência, o Relator,
nha do que VExa disse. na Relatoria, e todos os companheiros não temos ne-
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA- Sobre nhum interesse em ficar limitando. Infelizmente há uma
o contraponto da televisão, quando é da exposição, decisão regimental que nos obriga, quando acende
ela contrata, por exemplo, o futebol. Há empresas que essa luz, a ir embora.
já contratam. Ela não tem interesse no esporte. Agradeço ao Dr. Valed Perry, mesmo em sua au-
O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - Já entendi. sência, já que saiu mais cedo para pegar um vôo, e ao
O SR. DEPUTADO EURICO MIRANDA - O que Dr. Sócrates de Oliveira pela contribuição que deram
estou defendendo sei que vsa vai também defender. hoje.
Quando se fala na formação, em exposição das A idéia de todos os segmentos falarem, trazerem
outras modalidades, S.Exa. disse muito bem: "Por que sua opinião é exatamente para enriquecer nossos tra-
não se divulgam outras modalidades?" Por exemplo, balhos. Apesar da idéia que preponderou na apresen-
quando a TV aberta faz um contrato de futebol, com- tação desse projeto de lei, que veio de uma CPI, que
promete-se no horário, mesmo que alternativo, a ter de passou mais de um ano estudando o assunto, vemos
fazer uma determinada outra coisa sem pagamento. que quando se coloca no papel há dificuldades.
O SR. SÓCRATES DE OLIVEIRA - Seria uma Parece-me que estamos trilhando o caminho de
função social. fazer mesmo um substitutivo que contemple o futebol,
151\42 QuiJlta-lcíra 1I DL\RIO DA CArvL\RA DOS DEI'IJTADOS Abril de 2002
de um lado, e as outras atividades, de outro. Pelo me- tuição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao
nos esse princípio está se cristalizando. texto constitucional:
O outro lado é a constatação de que o Poder Artigo único. Fica incluído o art. 75 no Ato das
Executivo ainda não compreendeu que é neste Parla- Disposições Constitucionais Transitórias, com a se-
mento que as leis são feitas. Mesmo que justificasse, guinte redação:
que estivéssemos em uma situação de emergência, "Art. 75. Continua em vigor a garantia
um estado de pré-guerra, já seria difícil aceitar uma instituída na alínea a do inciso XLVII do art.
medida provisória. Mas medida provisória para regu- 5° da Constituição Federal, salvo no caso
lamentar o esporte é inaceitável. de crime hediondo de extorsão mediante se-
Tivemos o absurdo de ter uma urgência para qüestro seguido de morte, pelo prazo não
tratar da CLT - desculpem-me os que discordarem -, inferior a vinte anos e por meio de referendo
que, sob meu ponto de vista, era uma boa proposta, previsto no art. 14, inciso", nos termos defi-
mas precisava ser discutida. Agora que estamos nidos em pela Lei n° 9.709, de 18 de no-
abrindo para discutirmos com toda a sociedade, vem vembro de 1998"
urna proposta de medida provisória. Quer dizer, tudo
na contramão daquilo que verdadeiramente significa Justificação
o Legislativo para a sociedade brasileira. O jornal O Globo, do último dia 15de março, pu-
blicou a seguinte matéria:
De qualquer forma, temos também de arreben-
tar essas barreiras com nosso trabalho, com nossa "PEDAÇO DE ORELHA PODE SER
dedicação. Hoje foi um dia em que fizemos isso. DE IRMÃO DE CANTORES
Agradeço, portanto, a presença e a contribuição O pedaço de orelha encontrado na
a todos, especialmente aos nossos convidados. manhã de anteontem em Goiânia, pode ser
Nada mais havendo a tratar, declaro encerrada do comerciante Wellington Camargo, irmão
a presente reunião. da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luci-
ano." (pág. 8).
PARECERES
A revista Veja, em sua edição de 24 de março pas-
PROPOSTA DE EMENDA À sado, descreve alguns casos impressionantes de seqües-
CONSTITUiÇÃO N° 113-A, DE 1999 tro de pessoas, havidos nos ú~imos anos no Brasil, sendo
(Do Sr. Luciano Bivar e Outros) oportuno destacar os seguintes pontos da matéria:
Dispõe sobre a consulta popular, • "o número de seqüestros no Brasil evoluiu de
mediante o referendo de que trata o art. 2, em 1982, para 12, em 1987, atingindo 28,
14, li, da Constituição Federal, para a em 1993, 45 em 1998, e mais de 20 até julho
adoção temporária da pena de morte, deste ano";
prevista na alínea a do inciso XLVII do • "os donos de fortunas consolidadas, como o
art. 5°; tendo parecer da Comissão de empresário Abílio Diniz, da rede de supermer-
Constituição e Justiça e de Redação pela cados Pão de Açúcar, os publidários Luiz Sal-
inadmissibilidade (relator: Deputado Ibra- les e Roberto Medina, o banqueiro Antônio Bel-
him Abi-Ackel). trano Martinez, vítimas do cativeiro em meados
(À Comissão de Constituição e Justiça dos anos 80, hoje andam cercados por um se-
e de Redação) quito de seguranças especializadas"
• na terça-feira 9, oPassat importado do empre-
SUMÁRIO sário Jorge Paulo Lemann, foi perseguido
numa rua de São Paulo. Dentro do carro esta-
1- Projeto Inicial vam os três filhos de Lemann Dois homens
li - Na Comissão de Constituição e Justiça e de
dispararam quinze vezes contra o veículo";
Redação:
• "nessa escalada, o perfil do seqüestro está
- parecer do relator
mudando. (... ) Percebendo a reação de seus
- parecer da Comissão alvos tradicionais, os bandidos, bandidos, mu-
- voto em separado itas vezes, optam agora pelo ataque aos des-
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Se- protegidos. (... ). Nesse caso, a vitima não é
nado Federal, nos termos do § 3° do art. 60 da Consti- rica nem famosa - aliás, esses crimes nem
Abril de 2002 DIA.RIO IH (·AM.\R.\ DOS DI;PU1AI)()S (Julllta-telra 1I 15X43
saem nos jornais. (... ) Não há uma só pessoa da CF e Lei n° 9.709, de 1998), a fim de estender ao
no Brasil que esteja livre de sofrer a agressão crime hediondo de seqüestro seguido de seqüestro
do banditismo:' com morte, a pena capital, já existente em 35 dispo-
sitivos do Código Penal Militar Brasileiro.
Na última citação, inscreve-se a repetida ação
do crime barato - o crime contra pessoas pobres e Ademais, a duas, porque as vitimas de crime
carentes, que em inúmeras vezes têm as vidas cei- hediondo de extorsão mediante seqüestro (art. 5°,
fadas até por cinqüenta reais. Acrescente-se que re- XLIII da CF) devem ter direito à vida, à segurança, à
gistros de fatos semelhantes se encontram estam- liberdade e à propriedade, todas cláusulas pétreas
pados na imprensa nacional e podiam ser indefini- conforme previsto no caput do art. 5°
damente citados, ilustrando os argumentos susten- Dessa forma, cumpre reiterar que a PEC não
tados pelo Autor da Emenda. tende, de nenhuma forma, a abolir qualquer cláusu-
A hipocrisia de grande parte da sociedade, a in- la pétrea prevista no art. 6°, 4°, IV, da Constituição
suficiência e o despreparo do aparelho de segurança, Federal. A expressão Atendente a abolirá, cf. diz
além da inoperância das leis, só têm servido para ali- Ives Gandra da Silva Martins, "Comentários à Cons-
mentar o crime. No transcorrer desta década, é paten- tituição do Brasília, 4° volume. p. 353/355, 1995, Sa-
te a fragilização dos instrumentos de que dispõem a raiva, pode significar o seguinte:
União e os Estados para enfrentar a indústria do se-
qüestro. Por outro lado, um sem-número de altera- "Muitos vêem na referida expressão,
ções foi introduzido no Código Penal, sem resultados apenas um limite máximo (abolição) e não
práticos que dêem confiança para que o cidadão um limite médio (manutenção das cláusulas
exerça o direito sagrado de ir e vir, sem correr risco de pétreas ou alteração). Para estes uma alte-
vida, sem ser molestado na sua individualidade. ração conceitual de cláusula pétrea sem
abolí-Ia estaria vedada pela Constituição.
Diante disso, a Nação tem o dever de dar uma
resposta dura a essas quadrilhas de assassinos, Acrescentam, tais intérpretes, a inteligência
cada vez mais audaciosos nas investidas contra o ci- de que o nível de generalidade a que se re-
ferem os quatro incisos do "4°, se interpreta-
dadão. E essa resposta terá de vir do Congresso Na-
ciona, a quem compete legislar rapidamente sobre
dos de forma inelástica, tornaria toda a
Constituição imodificável, o que seria um
tão grave problema, dando ao Poder Executivo condi-
ções para combater firme e vigorosamente esse novo contra-senso" .
tipo de terrorismo. Ainda dentro dessa estrita perspectiva, cabe re-
É bem verdade que Emenda semelhante, de au- conhecer na oportuna lição de Manoel Gonçalves
toria do falecido Deputado Amaral Neto, teve sua Ferreira Filho, "Significação e Alcance das Cláusulas
inadmissibilidade considerada pela Comissão de Pétreas, R. Dir. Adm., out./dez 1995, p. 16, que:
Constituição de Justiça e de Redação desta Casa
"É certo que o texto proíbe abolir, ou
(1997). Todavia, hoje, superada a preliminar de in-
seja, extinguir, eliminar, revogar, e assim
constitucionalidade, como adiante se demonstrará, a
não veda alterar, modificar ou regulamentar
medida proposta, no mérito, se justifica plenamente,
como pretende uma corrente interpretativa".
ante à dramática deterioração do quadro social e polí-
tico brasileiro, como registram os números da Veja, E mais adiante:
antes mencionados.
"Por outro lado, a intocabilidade das
O flagelo do seqüestro não será estancado com cláusulas pétreas não é um dogma. Ao con-
apelos hipócritas aos direitos humanos. trário, a lógica da história e o ensinamento
Com efeito, a proposta anterior sobre o tema de ilustres juristas a rejeitam.
(PEC nO I, de 1988), que pretendia instituir a pena de
Aceitando-se, a última apreciação do eminente
morte no país foi considerada inconstitucional por vio-
jurista, poder-seja, por via de conseqüência, tam-
lar cláusula pétrea prevista nos art. 5° caput, e art. 6°,
bém concordar com Kelsen, segundo o qual nem a
4°, IV da Constituição Federal.
Lei das Doze Tábuas resiste à Teoria Científica do
No caso proposto, a uma, ressalte-se desde Direito, quando a vida humana estiver efetivamente
logo que não se prevê a abolição de norma pétrea, ameaçada. Kelsen admite todas as violações ao Di-
mas a adoção temporária da pena de morte, através reito Objetivo, até mesmo o homicídio se permite,
da consulta popular mediante referendo (art. 14, 11, desde que em legítima defesa.
I 'iX44 Quillla-Icira 11 DI:\RIO DA ('AMARA DOS DEPUrADOS Abril de 2002
Saliente-se, por oportuno, que as modificações contrário, no anseio de dar maior proteção a
propostas serão submetidas ao referendo popular, a outro direito individual, também importante,
que se refere o art. 14, 11, da Constituição da Repú- que é o da segurança.
blica, regulamentado pela Lei n° 9.709, de 1998. O que está em jogo é a vida de um cri-
Trata-se, inequivocamente, de uma das manifesta- minoso contra a vida de um inocente, e
ções do pleno exercício da democracia direta. A pre- qualquer escolha que se faça não seria, se-
sente matéria, pela sua característica de alto conte- gundo os favoráveis a essa pena, na verda-
údo político-social, impõe a ausculta da vontade do de, uma diminuição de direito individual,
povo, a quem caberá, soberanamente, aprovar ou mas, tão-somente, uma redefinição, uma re-
rejeitar essa tormentosa questão a ser submetida à acomodação de direitos de igual natureza,
sua apreciação. direitos, portanto, fundamentais."
Por outro lado, para a adoção temporária da Assim sendo, tendo em vista os motivos ampla-
pena de morte, considerou-se, prudentemente, o di- mente expostos, e considerando, sobretudo, que as víti-
reito que, como ciência humana, é passível de alte- mas de crime hediondo de extorsão mediante seqües-
tro (art. 5°, inciso XLIII, da CF) devem ter assegurado o
rações permanentes. A pena capital, como institui-
direito à vida, á segurança, à liberdade e à propriedade,
ção jurídica, vem sofrendo modificações no tempo e
no espaço, inclusive no Brasil, sendo aplicada atual- cláusulas pétreas previstas no caput do art. 5°, da Cons-
tituição Federal, entendo que a constitucionalidade da
mente em mais de 170 países, cf Augusto Dutra
Barreto, A Pena de Morte", p. 19, 1998, Livraria e proposta é manifesta e, no mérito, o Brasil terá de rever,
com urgência, seu posicionamento para inibir e liquidar
Editora Universitária de Direito.
esse tipo de crime hediondo, como já o fazem os Esta-
Vê-se, portanto, em resumo, consoante acen- dos Unidos, a Europa, Oriente Médio e alguns países
tua o magistério da doutrina, inteiramente aplicável da América Latina e da África.
à espécie (Celso Ribeiro Bastos, "Dicionário de Dire- A fraqueza do perdão contribui para estimular e
ito Constitucional, p. 135/136, 1994, Saraiva), que a manter o crime.
pergunta que se põe, objetivamente, é a seguinte: Isto posto, solicito aos nobres Pares o apoio a
"O atual texto constitucional poderia esta Proposta de Emenda à Constituição, que expri-
ser emendado para contemplar a pena de me e traduz a vontade, o desejo e as expectativas da
morte? Há duas correntes: os que acham maioria da população brasileira.
que não, porque, sendo um direito individu- Sala das Sessões, 22 de setembro de 1999. -
ai, o direito à vida, ele é insüscetível de ser Luciano 8ivar, Deputado Federal.
modificado, e, por exatamente ter essa na- SGM - SECAP (7503)
tureza, não pode ser emendado, conforme o Conferência de Assinaturas
disposto no art. 60, § 4°, IV, da CF. Por ou- 1°_1 0-99 11 :38:58
tro lado, alega-se também que o Brasil é Página 001
signatário de uma convenção internacional Tipo da Proposição:PEC
onde se compromete a não admitir tal sorte Autor da Proposição: Luciano Bivar e Outros
de penalidade. Data de Apresentação:22-9-99
Ambos os argumentos anteriores en-
contram razões contrárias, consistentes ba- Ementa:
sicamente no seguinte: quanto à assinatura Proposta de Emenda à Constituição que dispõe
do convênio, trata-se de ato que víncula in- sobre a consulta popular, mediante o referendo de que
ternacionalmente o Brasil, mas não compele trata o art. 14, 11, para a adoção temporária da pena de
propriamente a impedir que o Congresso morte, prevista na alínea a do inciso XLVII do art. 5°.
Nacional legisfere e, em conseqüência dis- Possui Assinaturas Suficientes: SIM
so, o Brasil possa renunciar à convenção. Totais de Assinaturas:
Não há inconstitucionalidade nisto. Já quan-
Confirmadas 187
to ao fato de tratar-se de direito individual, é
Não Conferem 9
preciso reconhecer que aqueles que pro-
pugnam pelo direito de aplicação da pena Licenciados 2
de morte nunca o fazem como uma tentativa Repetidas 3
de restringir o direito individual, mas, pelo Ilegíveis O
.\bril ,I<: 2002 D/..\RIO DA {'AMARA DOS D/,PUIADOS Quinta-feira li l :iX4:i
...
Assinaturas Confirmadas
1 ADEMIR LUCAS PSOB MG
2 ALBERTO FRAGA PM08 DF
3 ALBERTO MOURÃO PM08 SP
4 ALMEIDA DE JESUS PL CE
5 ALMIRSA PPB RR
6 ALOlzlO SANTOS PSDB ES
7 ANIBAL GOMES PMOB Cf
8 ANTONIO CAMBRAIA PMD8 ce
<3 ANT6NIO CARLOS KONDER REIS PFL SC
10 ANTÔNIO DO VALLE ?MOB MG
11 ANTÔNIO GERALDO PFl PE
12 ANTÔNIO JORGE PTS TO
13 ARMANDO Asluo PMOB PB
14 ARNON BEZERRA PSOS CE
15 AROLDO CEDRAZ PFl BA
16 ARY KARA PPB SP
17 ÁTILA LINS PFL AM
18 ATILAURA psoe PI
19 AUGUSTO NARDES P?B RS
20 AYRTONXER~ PSDe RJ
2~ B.SÁ psoe PI
22 B1SPO WANDERVAl Pl. SP
23 BONIFÁCIO DE ANDRADA PSOB MG
24 CAIO RIELA PTB RS
Assinaturas Repetidas
1 CARLOS BATATA PSOB PE
2 DANILO DE CASTRO PSOB MG
3 REMI TRINTA PST MA
15850 Quinta-kim II mARIO DA ('AMARA DOS DEPUTADOS .\hril de 2002
SECRETARIA-GERAL DA MESA XLIX - é assegurado aos presos o respeito à in-
SEÇÃO DE REGISTRO E CONTROLE tegridade física e moral;
E DE ANA L1SE DE PROPOSiÇÃO .
Ofício n° 214/99 CAPíTULO IV
Brasília, 1° de outubro de 1999 Dos Direitos Políticos
A Sua Senhoria o Senhor Art. 14. A soberania popular será exercida pelo
Dr. Mozart Vianna de Paiva sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
Secretário-Geral da Mesa valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
Nesta I - plebiscito;
Senhor Secretário-Geral, * Inciso I regulamentado pela Lei n° 9.709, de
Comunico a Vossa Senhoria que a Proposta de 18-11-1998.
Emenda à Constituição do Senhor Luciano Bivar e 11 - referendo;
outros, que "Dispõe sobre a consulta popular, medi- * Inciso /I regulamentado pela Lei n° 9.709, de
ante o referendo de que trata o art. 14,11, para a ado- 18-11-1998.
ção temporária da pena de morte, prevista na alínea a 111 - iniciativa popular.
do inciso XLVII do art. 5°", contém número suficiente * Inciso 111 regulamentado pela Lei n° 9.709, de
de signatários, constando a referida proposição de: 18-11- 1998.
187 assinaturas válidas;
§ 1° O alistamento eleitoral e o voto são:
9 assinaturas que não conferem;
I - obrigatórios para os maiores de dezoito
3 assinaturas repetidas e anos;
2 assinaturas de deputado licenciado.
11 - facultativos para:
Atenciosamente, - Cláudia Neves C. de 501.1-
a) os analfabetos;
za, Chefe.
b) os maiores de setenta anos;
LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoi-
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS
LEGISLA TI VOS - CeDI to anos.
§ 2° Não podem alistar-se como eleitores os es-
CONSTITUiÇÃO DA REPÚBLICA
trangeiros e, durante o período do serviço militar obri-
FEDERATIVA DO BRASil 1988
gatório, os conscritos.
§ 3° São condições de elegibilidade, na forma
TíTULO 11 da lei:
Dos Direitos e Garantias Fundamentais I - a nacionalidade brasileira;
CAPíTULO I 11 - o pleno exercício dos direitos políticos;
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos 111 - o alistamento eleitoral;
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distin- IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
ção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
V - a filiação partidária;
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabili-
* Regulamentado pela Lei nO 9.096, de
dade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à se-
gurança e à propriedade, nos termos seguintes: 19-9-1995.
VI - a idade mínima de:
XLVII - não haverá penas: a) trinta e cinco anos para Presidente e
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, Vice-Presidente da República e Senador;
nos termos do art.84, XIX; b) trinta anos para Governador e Vice-governa-
b) de caráter perpétuo; dor de Estado e do Distrito Federal;
c) de trabalhos forçados; c) vinte e um anos para Deputado Federal, De-
d) de banimento; putado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-prefeito e
e) cruéis; juiz de paz;
XLVIII - a pena será cumprida em estabeleci- d) dezoito anos para Vereador.
mentos distintos, de acordo com a natureza do delito, § 4° São inelegíveis os inalistáveis e os analfa-
a idade e o sexo do apenado; betos.
.\bril ,k 2002 DL\RI() IH ('\MAR.\ DOS DI;PlJL\DOS ()uinla-lClra II
Vice-Presidentes, Antonio Balhmann, Candinho Mat- to pelo alienante do tributo dispensado atualizado na
tos, Edison Andrino, Enivaldo Ribeiro, Francisco Hor- forma da legislação tributária.
ta, Israel Pinheiro, João Fassarella, Lima Netto, Oda- § 1° - A inobservância de disposto neste artigo
cir Klein, Paulo Bauer, Paulo Ritzel, Renato Johnsson, sujeita ainda o alienante ao pagamento de multa e ju-
Ricardo Heráclio, Arolde de Oliveira, Fernando Zuppo ros moratórios previstos na legislação em vigor para a
e Gonzaga Mota. hipótese de fraude ou falta de pagamento do imposto
Sala da Comissão, 17 de setembro de 1997. - devido.
Deputado Rubem Medina, Presidente. § 2° - O previsto neste artigo não será exigido
SUBSTITUTIVO ADOTADO PELA COMISSÃO em caso de sinistro em que ocorra a destruição total
do veículo, comprovada por perícia técnica.
Concede isenção do Imposto sobre
Produtos Industrializados - IPI, na aqui- Art. 5° Esta lei entra em vigor na data de início
sição de automóveis de passageiros que do primeiro exercício fiscal posterior à sua publicação.
específica e dá outras providências. Sala da Comissão, 17 de setembro de 1997. -
Deputado Rubem Medina, Presidente.
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1° Ficam isentos do Imposto sobre Produtos EXPOSiÇÃO DO DEPUTADO
Industrializados (IPI), pelos três próximos exercícios JOSÉ MÚCIO MONTEIRO
fiscais, os automóveis de passageiros de fabricação Não obstante, ser o relatório do Nobre Deputa-
nacional de até 127 HP de potência bruta (SAE) ad- do Dilso Sperafico uma peça de inegável valor que
quiridos por: versa com propriedade sobre a matéria objeto deste
I - motoristas profissionais que exerçam, com- Projeto de Lei - Isenção de IPI na aquisição de auto-
provadamente, em veículos de sua propriedade, a ati- móveis, de passageiros e demais providências insitas
vidade de condutor autônomo de passageiros, na no mesmo, a matéria proposta, do caso em exame é
condição de titular de autorização, permissão ou con- incompatível com o disposto na alínea b do inciso li,
cessão do poder concedente e que destinem o auto- do parágrafo 1° do antigo 61 da Constituição Federal,
móvel à utilização na categoria de aluguel (táxi); de iniciativa privativa do Presidente da República.
li - cooperativas de trabalho que sejam permis-
No mérito, ainda que se admitisse, só para argu-
sionárias ou concessionárias de transporte público
mentar, que o óbice de inconstitucionalidade pudesse
de passageiros, na categoria de aluguel (táxi), desde
ser superado, a proposta não deveria merecer melhor
que tais veículos se destinem à utilização nessa ati-
sorte, posto que, a isenção de IPI para aquisição de
vidade;
automóveis, de passageiros na categoria aluguel
111- representantes comerciais autônomos, des-
(táxi) já existe e encontra-se em pleno vigor, instituída
de que comprovem a necessidade e o uso dos veícu-
que foi pela Lei n° 8.989, de 24 de fevereiro de 1995.
los em suas atividades profissionais especificas;
Outrossim, ainda esclareço que está em trami-
IV - oficiais de justiça que sejam obrigados a
tação no Congresso Nacional Projeto de Emenda
cumprir suas funções em veículo próprio, desde que
destinem os veículos a suas atividades específicas. Constitucional propondo a tão esperada reforma tri-
butária que, não seria ocioso esperar sua conclusão
Parágrafo único. Ressalvados os casos excepci-
para dar efeito matérias com está natureza.
onais em que ocorra destruição completa do veículo
durante o período de trabalho, o benefício previsto Pelas razões expostas, entendo que a proposta
neste artigo somente poderá ser utilizado uma vez. em tela, em que pese os seus nobres objetivos é in-
Art. 2° A isenção dependerá de prévia verifica- tempestível, sendo inócua sua aprovação nesta opor-
ção, por parte da Secretaria da Receita Federal do tunidade. É o voto. - Deputado José Múcio Monteiro.
Ministério da Fazenda, de que o adquirente preenche COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO
os requisitos estabelecidos nesta lei. TERMO DE RECEBIMENTO DE EMENDAS
Art. 3° O imposto incidirá sobre quaisquer aces-
PROJETO DE LEI N° 3.890-A/89
sórios opcionais que não sejam equipamentos origi-
nais do modelo do veículo adquirido. Nos termos do art. 119, I, do Regimento Interno
Art. 4° A alienação do veículo adquirido com da Câmara dos Deputados, o Sr. Presidente determi-
isenção dó IPI antes de decorridos 4 (quatro) anos de nou a abertura e divulgação na Ordem do Dia das Co-
sua aquisição com efetivo uso implicará no pagamen- missões de prazo para apresentação de emendas, a
15X60 Qllinta-klra lI DIA RIO D.\ ('AMARA DOS IJEPUL\DOS Abril de 2002
partir de 5-12-97, por cinco sessões. Esgotado o pra- do comprovada a necessidade de veículo para as ati-
zo, não foram recebidas emendas ao projeto. vidades específicas.
Sala da Comissão, 16 de dezembro de 1997. - Voto em separado, apresentado pelo Deputado
Maria Linda Magalhães, Secretária. Dilseu Sperafico, alega inconstitucionalidade da pro-
posição, por ferir alínea b, inc. 11, do § 1°, do art. 61
TERMO DE RECEBIMENTO DE EMENDAS
da Constituição Federal, bem como prejudicialidade
PROJETO DE LEI N° 3.890-A/89 da matéria, tendo em vista a vigência da Lei n°
8.989, de 1995.
Nos termos do art. 119, I, do Regimento Interno
da Câmara dos Deputados, o Sr. Presidente determi- Encaminhados à Comissão de Finanças e Tribu-
nou a abertura e divulgação na Ordem do Dia das Co- tação em 1997 e 1999, as proposições não recebe-
missões de prazo para apresentação de emendas, a ram emendas nos prazos regimentais.
partir de 22-3-99, por cinco sessões. Esgotado o pra-
11 - Voto do Relator
zo, não foram recebidas emendas ao projeto.
Sala da Comissão, 29 de março de 1999. - Ma- Cumpre examinar a matéria sob os aspectos de
adequação orçamentária e financeira e do mérito,
ria Linda Magalhães, Secretária.
conforme dispõem os arts. 24, inc. I, 32, inc. IX, e 54,
I - Relatório inc. 11, todos do Regimento Interno desta Casa.
Trata-se de projeto de lei com a finalidade de As proposições em exame não contrariam os
isentar do Imposto sobre Produtos Industrializados dispositivos constitucionais referentes à matéria orça-
(IPI) os automóveis de passageiros adquiridos por mentário-financeira e ao Plano Plurianual em vigor.
motoristas profissionais autônomos, pessoas jurídi- No entanto, por atribuírem benefício de natureza tri-
cas ou equiparadas e cooperativas de trabalho, que butária, submetem-se aos dispositivos da Lei de Dire-
sejam permissionárias de transporte público, quando trizes Orçamentárias - LDO em vigência no exercício.
o veículo for destinado ao transporte público de pas- O art. 63 da LDO para o exercício de 2002 (Lei
sageiros na modalidade de táxi. n° 10.266, de 24 de julho de 2001) determina que o
A proposição estabelece tanto as condições à projeto de lei que conceda ou amplie incentivo ou be-
fruição do benefício, quanto às penalidades, em caso nefício de natureza tributária só será aprovado ou edi-
de descumprimento, atribuindo à Secretaria da Rece- tado se atendidas as exigências do art. 14 da Lei
ita Federal o reconhecimento da concessão. Complementar n° 101, de 2000.
Trata-se da Lei de Responsabilidade Fiscal que
A justificativa do projeto de lei baseia-se na ma-
exige, no caso de renúncia de receitas tributárias, que
nutenção do emprego e da prestação dos serviços de
os projetos devam estar acompanhados de corres-
transporte individual.
pondente estimativa do impacto orçamentário-finan-
Desarquivada, por força de preceito regimental, ceiro e da demonstração de que a renúncia tributária
em 1991, 1995 e 1999, a proposição em tela sofreu a foi considerada na estimativa de receita da lei orça-
apensação do Projeto de Lei n° 4.665, de 1994, tam- mentária e que não afetará as metas propostas, ou
bém de autoria do Deputado Max Rosenmann. das medidas compensatórias pela perda de ingres-
Com esta proposição, pretende o autor sanear sos públicos.
"discriminação tributária", ao permitir que motoristas O § 2° da LDO, entretanto, estipula que o Poder
profissionais e cooperativas de trabalho estabeleci- Executivo fornecerá, no prazo máximo de noventa
dos após a data limite de 1° de julho de 1991, fixada dias, a estimativa de renúncia ou os subsídios técni-
pela Lei nO 8.199, daquele ano, possam, em idênticas cos para efetuá-Ia, quando solicitado por deliberação
condições, usufruir da isenção dos veículos destina- do Plenário de órgão colegiado do Poder Legislativo.
dos ao transporte individual, na modalidade táxi. Isto posto, e considerando-se a necessidade de
Desarquivado em 1995, por requerimento de sanear a adequação orçamentário-financeira das
seu autor, o projeto em exame ganhou substitutivo e proposições em exame, diante das exigências do art.
emenda do Relator. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, apresenta-se
Ambas as proposições supracitadas foram emenda que aproveita o exemplo adotado tanto pela
aprovadas pela Comissão de Economia, Indústria e Medida Provisória n° 2.159, como pela Lei nO 10.276,
Comércio, em 1997, na forma de Substitutivo, que de 10 de setembro de 2001 , que concedem benefício
propõe a extensão do benefício aos representantes fiscal de tributos federais, e regulamentam a forma de
comerciais autônomos e aos oficiais de justiça, quan- compensar a queda de receitas tributárias.
AbrIl <1<: 2002 DL\RIO DA ('AMARA DOS IWPUT.\DOS QUlllta-teira 1 t t'ig61
Com relação ao mérito das proposições em tela, Lei n° 3.890, de 1989, e no, mérito, pela aprovação na
cabe ressaltar que os dispositivos da Lei n° 8.989, de forma do Substitutivo em anexo.
24 de fevereiro de 1995, alterada pelo art. 29 da Lei n° Sala da Comissão, 20 de dezembro de 2001. -
9.317, de 5 de dezembro de 1996, e pela Lei nO Deputado Fétter Júnior, Relator.
10.182, de 12 de fevereiro de 2001, que restaurou a
SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI
vigência da primeira, a vigorar até 31 de dezembro de
N° 3.890, DE 1989
2003, já contemplam a quase totalidade dos dispositi-
vos propostos. Concede isenção do Imposto sobre
Assim, já se encontra contemplado na legisla- Produtos Industrializados - IPI, na aqui-
ção tributária, por força dos dispositivos da Lei n°
sição de automóveis de passageiros que
9.317, de 1996, art. 29, a possibilidade de utilização especifica e dá outras providências.
do benefício por demais profissionais, que passaram O Congresso Nacional decreta:
a exercer a atividade após a data limite, então fixada Art. 1° O art. 1° da Lei n° 8.989, de 24 de feverei-
em 1° de julho de 1991, tornando ineficaz as emen- ro de 1995, alterada pela Lei n° 9.317, de 1996, e res-
das saneadoras do Projeto de Lei n° 4.665, de 1994. taurada pela Lei n° 10.182, de 2001, passa a vigorar
Com referência ao Projeto de Lei n° 3.890, de com a inclusão dos seguintes incisos:
1989, a ressalva de casos excepcionais de comprova- "Art. 1° .
da destruição completa do veículo durante o período
de trabalho, circunstância que permitiria a aquisição v - representantes comerciais autôno-
de outro veículo durante a vigência da lei, cabe res- mos, desde que comprovem a necessidade e
saltar que o texto ora em vigor é mais completo, con- o uso de veículo em suas atividades profissio-
forme previsto em dispositivo da Lei n° 8.989, de nais específicas;
1995, e alterações, quando aquela possibilidade apli- VI - oficiais de justiça que sejam obri-
ca-se igualmente aos casos de furto ou roubo do veí- gados a cumprir suas funções em veículo
culo, inviabilizando a atividade do motorista profissio- próprio, desde que comprovadamente os uti-
nal autônomo. Nesta mesma linha, encontra-se a exi- lizem em suas atividades específicas. (NR)"
gência de não poder alienar o veículo antes de 4 (qua-
Art. 2° Fica incluído o art. r-A no texto da Lei
tro) anos da data de aquisição a pessoa que não
n° 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, e alterações
apresente as mesmas condições exigidas, porque a
posteriores, com a seguinte redação:
legislação vigente, de acordo com a Lei n° 8.989, cita-
da, estabelece a limitação em 3 (três) anos, o que be- "Art. r-A A partir do exercício subse-
neficia o adquirente e torna ineficaz o dispositivo pro- qüente à publicação desta lei, a renúncia
posto. anual de receita decorrente da isenção refe-
rida nos incisos V e VI do art. 1° será apura-
A extensão do benefício aos representantes co-
da, pelo Poder Executivo, mediante proje-
merciais e aos oficiais de justiça, que exercem exter-
ção da renúncia efetiva verificada no primei-
namente suas atividades profissionais, necessitando
ro semestre.
de veículo próprio para alcançar diferentes localida-
§ 1° Para os fins do disposto no art. 14
des, com rapidez e segurança, encontra suporte nos
da Lei Complementar n° 101, de 4 de maio
princípios da isonomia, que deve reger a tributação,
de 2000, o montante anual da renúncia,
porquanto, como ocorre com os taxistas, os veículos
apurado na forma do caput, no mês de se-
representam instrumentos de trabalho para estes in-
tembro de cada ano, será custeado à conta
divíduos. Ademais, diferem do universo dos proprietá-
de fontes financiadoras da reserva de con-
rios de veículos, uma vez que, por força de profissão,
tingência, salvo se verificado excesso de ar-
são obrigados a possuir e conservar devidamente os recadação, apurado também na forma do
veículos. E, aqui, vale ressaltar a oneração extrema- caput, em relação à previsão de receitas,
mente elevada no Brasil dos veículos nacionais, tor- para o mesmo período, deduzido o valor da
nando cabível o incentivo ora examinado, nas condi- renúncia.
ções propostas. § 2° O excesso de arrecadação porven-
À vista do exposto, somos pela prejudicialidade tura apurado nos termos do § 1°, in fine, será
do Projeto de Lei n° 4.665, de 1994, apenso, e pela utilizado para compensação do montante da
adequação orçamentária e financeira do Projeto de renúncia. (NR)"
1'iX62 Quínla-teíra 11 mARIO DA CA.MARA DOS DEPUTADOS Ahril li..: 2002
Art. 3° Esta lei entra em vigor na data de sua pu- taurada pela Lei n° 10.182, de 2001, passa a vigorar
blicação. com a inclusão dos seguintes incisos:
Sala da Comissão, 20 de e dezembro de 2001. - "Art. 1° ..
Deputado Fétter Júnior, Relator.
TERMO DE RECEBIMENTO DE EMENDAS V - representantes comerciais autôno-
AO SUBSTITUTIVO mos, desde que comprovem a necessidade
e o uso de veículo em suas atividades pro-
PROJETO DE LEI N° 3.890-A/189 fissionais específicas;
Nos termos do art. 119, 11, do Regimento Interno VI - oficiais de justiça que sejam obri-
da Câmara dos Deputados, o Sr. Presidente determi- gados a cumprir suas funções em veículo
nou a abertura e divulgação na Ordem do Dia das Co- próprio, desde que comprovadamente os
missões de prazo para apresentação de emendas, a utilizem em suas atividades específi-
partir de 13-3-02, por cinco sessões. Esgotado o pra- cas.(NR)"
zo não foram recebidas emendas ao substitutivo ofe- Art. 2°. Fica incluído o art. 7°-A no texto da Lei
recido pelo relator. n.o 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, e alterações
Sala da Comissão, 21 de março de 2002. - MQ- posteriores, a seguinte redação:
ria Linda Magalhães, Secretária. "Art. r-A A partir do exercício subse-
111 - Parecer da Comissão qüente à publicação desta lei, a renúncia
anual de receita decorrente da isenção refe-
A Comissão de Finanças e Tributação, em reu- rida nos incisos V e VI do art. 1° será apura-
nião ordinária realizada hoje, concluiu pela adequa- da, pelo Poder Executivo, mediante proje-
ção financeira e orçamentária e, no mérito, pela apro- ção da renúncia efetiva verificada no primei-
vação do Projeto de Lei n° 3.890-A/89, com Substituti- ro semestre.
vo, nos termos do parecer do relator, Deputado Fétter § 1° Para os fins do disposto no art.
Júnior, contra os votos dos Deputados José Pimentel,
14 da Lei Complementar n° 101, de 4 de
Pedro Eugênio e Ricardo Berzoini. maio de 2000, o montante anual da renún-
O Projeto de Lei n° 4.665/94, apensado, foi de- cia, apurado na forma do caput, no mês de
clarado prejudicado. setembro de cada ano, será custeado à
Estiveram presentes os Senhores Deputados conta de fontes financiadoras da reserva de
Benito Gama, Presidente; Maria Lúcia, José Pimentel contingência, salvo se verificado excesso de
e Jorge Khoury, Vice-Presidentes; João Mendes, arrecadação, apurado também na forma do
Mussa Demes, Custódio Mattos, Márcio Fortes, Se- caput, em relação à previsão de receitas,
bastião Madeira, Silvio Torres, Edinho Bez, Germano para o mesmo período, deduzido o valor da
Rigotto, Max Rosenmann, Milton Monti, Carlito renúncia.
Merss, Pedro Eugênio, Ricardo Berzoini, Chico Sar- § 2° O excesso de arrecadação por-
delli, Fétter Júnior, Félix Mendonça, José Militão, Fer- ventura apurado nos termos do § 1°, in fine,
nando Coruja, João Eduardo Dado, Comélio Ribeiro, será utilizado para compensação do mon-
Eujácio Simões, Sérgio Miranda, Divaldo Suruagy, tante da renúncia.(NR)"
Rodrigo Maia e Basílio Villani.
Art. 3° Esta lei entra em vigor na data de sua
Sala da Comissão, 3 de abril de 2002. - Deputa- publicação.
do Benito Gama, Presidente. Sala da Comissão, 3 de abril de 2002. - Depu-
SUBSTITUTIVO ADOTADO - CFT tado Benito Gama, Presidente.
·PROJETO DE LEI N° 2.183-B, DE 1999
Concede isenção do Imposto sobre
(Do Sr. Marcos Cintra)
Produtos Industrializados - IPI, na aqui-
sição de automóveis de passageiros que Dispõe sobre o direito os mutuários
especifica e dá outras providências. de crédito rural recorrerem a instituições
arbitrais para o cálculo de seus saldos
O Congresso Nacional decreta: devedores; tendo pareceres: da Comis-
Art.1° O art. 1° da Lei n° 8.989, de 24 de feverei- são de Agricultura e Política Rural, pela
ro de 1995, alterada pela Lei n° 9.317, de 1996, e res- aprovação, contra o voto do Deputado
A,bri! de 2002 DL\RIO DA ('.\MAR,\ DOS DFPlJL\DOS QUlllta-lí:lra 11 15Xó3
João Grandão (relator: Deputado Roberto ou da despesa públicas, não cabendo pronunciamen-
Balestra); e da Comissão de Finanças e to da Comissão quanto à adequação orçamentária e
Tributação, pela não implicação da maté- financeira do projeto lei; no mérito, opinou pela sua
ria com aumento ou diminuição da recei- aprovação.
ta ou da despesa pública, não cabendo Tendo sido rejeitado o parecer do relator, fomos
pronunciamento quanto à adequação fi- designados pelo Presidente da Comissão para elabo-
nanceira e orçamentária e, no , mérito, rar o parecer vencedoL
pela rejeição, contra o voto do Deputado a propósito entendemos que a matéria não me-
Fetter Júnior (relator: Deputado Ricardo rece o acolhimento desta Comissão, acompanhamos,
Berzoini) no particular, as razões oferecidas pelo nobre repre-
(Às Comissões de Agricultura e Políti- sentante do PT em seu parecer vencido na CAPR, no
ca Rural; de Finanças e Tributação (Mérito e qual pondera que os custos dos serviços de arbitra-
art, 54); e de Constituição e Justiça e de Re- gem, ainda que repartidos com os Bancos, conforme
dação (art, 54) - art, 24, 11, g) propõe o projeto, "não se coadunam com a situação
-Projeto inicial publicado no OCO de 7-12-00 falimentar majoritária em que se encontra a maioria
- Parecer da Comissão de agricultura e Política dos agricultores brasileiros," Afinal, seja pelo valor ab-
Rural publicado no OCO de 7-12-00 soluto desses custos, seja pelo seu valor relativamen-
Parecer da Comissão de Finanças e Tributação te ao montante do crédito, eles são impeditivos para
muitos mutuários, Portanto, de saída, já há um benefí-
SUMÁRIO cio aos grandes mutuários, para os quais aqueles va-
- termo de recebimento de emendas lores são diminutos.
- parecer vencedor Importa salientar, também, problemas relativos a
- parecer da comissão normas de sigilo bancário, a desvios das determinações
- voto em separado legais e até à fiscalização das entidades arbitrais. Mas o
certo é que cabe ao Poder Público fazer com que as insti-
COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO tuições financeiras cumpram os contratos. Cabe acionar
os instrumentos legais e fiscalizatórios existentes para
TERMO DE RECEBIMENTO DE EMENDAS
assegurar o cumprimento legal da correção dos cálculos
PROJETO DE LEI N° 2.183-A/99 dos financiamentos. Não se pode gerar um mercado pa-
ralelo, rentável, em função de uma falha perfeitamente
Nos termos do art. 119, I, do Regimento Interno
da Câmara dos Deputados, o SL Presidente determi- sanável dos bancos e do Fbder Público. Mais transparên-
nou a abertura e divulgação na Ordem do Dia das Co- cia no cumprimento das cláusulas contratuais, por exem-
missões de prazo para apresentação de emendas, a plo, já seria uma medida de grande impacto.
partir de 18-4-01 , por cinco sessões. Esgotado o pra- Quanto ao exame de adequação orçamentária e
zo' não fora recebidas emendas ao projeto financeira, acompanhamos o parecer do relator origi-
Sala da Comissão, 26 de abril de 2001. - Maria nai deste projeto de lei, concluindo que não traz ele
Linda Magalhães, secretária, implicação financeira ou orçamentária em relação às
finanças públicas federais.
Parecer Vencedor
Em face do exposto, o nosso voto é pela não im-
O projeto de lei sob exame prevê o recurso a en-
tidades arbitrais no caso de desacordo entre mutuário plicação da matéria em aumento ou diminuição da re-
e instituição financeira a respeito dos cálculos de dívi- ceita ou da despesa públicas, não cabendo pronunci-
amento quanto à adequação financeira e orçamentá-
das decorrentes de crédito rural. Tal arbitragem deve-
ria do Projeto de Lei na 2.183, de 1999. No mérito, so-
rá caber a instituição pública de reconhecida capaci-
dade. Os custos derivados deverão ser repartidos en- mos pela sua rejeição.
tre as duas partes. Sala da Comissão, 20 de março de 2002. - Depu-
Na comissão de agricultura e Política Rural - tado Ricardo Berzoini, Relator.
CAPR, o projeto foi aprovado contra o voto do repre- 111 - Parecer da Comissão
sentante do PT, nobre deputado João Grandão. A Comissão de Finanças e Tributação, em reu-
Nesta comissão, o ilustre Deputado Fetter Júni- nião ordinária realizada hoje, concluiu pela não impli-
or, relator da matéria, manifestou-se pela não implica- cação da matéria com aumento ou diminuição da re-
ção da matéria em aumento ou diminuição da receita ceita ou da despesa públicas, não cabendo pronunci-
151\64 Quinta-feira 1I DI.\RIO DA ('AMARA DOS DFPLJL\DOS Abril de 2002
amento quanto à adequação financeira e orçamentá- O Projeto de Lei n° 2.183 foi distribuído às Co-
ria e, no mérito, pela rejeição do Projeto de Lei n° missões de Agricultura e Política Rural; de Finanças e
2.183-A/99, nos termos do parecer vencedor do De- Tributação (para análise de mérito e para os fins do
putado Ricardo Berzoini, contra o voto do Deputado art. 54 do Regimento Interno); e de Constituição e
Fetter Júnior. Justiça e de Redação (art. 54 do RI). Segundo despa-
O parecer do Deputado Fetter Júnior passou a cho constante em sua distribuição, o Projeto de Lei
constituir voto em separado. tem tramitação terminativa nas Comissões Técnicas
·
Est Iveram presentes os Sen hores Deputados (Art. 24, 11).
Benito Gama, Presidente; Maria Lúcia, José Pimentel Na CAPR, a proposição foi aprovada na forma
e Jorge Khoury, Vice-Presidentes; João Mendes, do parecer favorável do Relator, Deputado Roberto
Mussa Demes, Custódio Mattos, Márcio Fortes, Se- Balestra, contra o voto em separado do Deputado
João Grandão.
bastião Madeira, Silvio Torres, Edinho Bez, Germano
Rigotto, Max Rosenmann, Milton Monti, Carlito Nesta Comissão de Finanças e Tributação, es-
Merss, Pedro Eugênio, Ricardo Berzoini, Chico Sar- gotado o prazo regimental de cinco sessões, não fo-
delli, Fetter Júnior, Félix Mendonça, José Mil~ão, Fer- ram apresentadas quaisquer emendas.
nando Coruja, João Eduardo Dado, Cornélio Ribeiro, 11 - Voto
Eujácio Simões, Sérgio Miranda, Divaldo Suruagy,
O Deputado Marcos Cintra, ilustre autor da pro-
Rodrigo Maia e Basílio Villani.
posição que ora apreciamos, teve a preocupação de
Sala da Comissão, 3 de abril de 2002. - Deputa- sujeitar os contratos de crédito rural, firmados ao am-
do Benito Gama, Presidente. paro das Leis nOs 4.829/65 e 7.827/89, especialmente
VOTO EM SEPARADO no que se refere à questão do recálculo dos saldos
devedores desses contratos de financiamento rural, à
I - Relatório esfera das modernas e evoluídas instâncias arb~rais.
O nobre Deputado Marcos Cintra apresentou à É oportuna a lembrança que nos faz o Deputado
Mesa da Câmara, em dezembro de 1999, este Proje- Roberto Balestra, Relator desta matéria na CAPR,
to de Lei que intenta estabelecer condições para a uti- quando diz em seu parecer que "( ...) Desde a CPMI
lização de instâncias arbitrais no cálculo dos saldos do endividamento agrícola em 1993 que, em circuns-
devedores das operações de crédito rural. tanciado e profundo relatório final, apontou, dentre
muitos outros prejuízos trazidos aos agricultores, a
Propõe, o autor, que a lei assegure, ao mutuário
ocorrência de cálculos eivados de má-fé, equivoca-
de crédito rural, o direito de solicitar a contratação de
dos, com critérios muitas vezes estabelecidos ao
instituição arbitral para calcular os saldos devedores
bel-prazer da instituição financeira, nos contratos de
de sua conta, correndo as despesas de contratação,
crédito rural, esta questão está na pauta de discus-
em partes iguais, ao mutuário e à instituição financeira.
sões de todos os fóruns que abrigam debates sobre a
Estabelece que, em não havendo acordo em política de crédito rural no Brasil."(grifo nosso)
tomo de qual instituição contratar, será ela indicada É bem verdade que, desde a conclusão dos tra-
pelo Poder Executivo que, ademais, mediante a edi- balhos daquela CPI, houve um aumento de denúnci-
ção da regulamentação, indicará as instituições pas- as por parte de agricultores, reclamando dos erros de
síveis de contratação para exercer esta função. cálculos efetuados em suas contas por parte das ins-
Atribui, à instituição arbitral o poder de revisar os tituições financeiras. Aqui nesta Casa, diversos parla-
termos dos contratos de crédito rural auditados e pro- mentares, de diferentes partidos políticos, já aponta-
ceder à revisão dos cálculos lançados nas contas grá- ram as incongruências da metodologia de cálculo
ficas, a partir dos documentos que lhe deverão ser aplicada pelos bancos.
fornecidos pela instituição financeira, sob pena de Esta questão mal resolvida, chamada por al-
sanções se não o fizer. guns de "caixa preta" do crédito rural, serviu de funda-
Estabelece, ainda, o PL em comento, que a ins- mentação para a apresentação de vários projetos de
tituição arbitral fica responsável pelo sigilo das infor- lei propondo o recálculo das contas de inúmeros con-
mações recebidas e que o laudo final será encami- tratos de crédito rural.
nhado, obrigatoriamente, ao mutuário, ao agente fi- Entretanto, a despeito da recente renegociação
nanceiro e ao Banco Central, para as providências e alongamento da dívida agrícola que foram acorda-
cabíveis. dos com o Governo Federal e concretizados por meio
Abril d<: 2002 DL\RIO IH ('AMARA DOS DFPLJTADOS QUlnta-f<:ira II I'iX6'i
da Medida Provisória na 9, editada no último dia 31 de devidamente habimada nos termos da Lei na 9.307/96,
outubro, persiste o problema apontado na justificação que demonstre capacidade técnica e idoneidade para a
do Projeto de Lei em apreço, na medida em que se faz função poderá ter uma atuação isenta e tecnicamente
necessário disponibilizar mais uma instância que eficaz para a empreitada, sem que se restrinja esse pa-
possa identificar eventuais equívocos por parte do pei às instituições públicas tão somente.
agel'l1e financeiro. Cabe a esta Comissão, além do exame de méri-
Também, nos valemos, mais uma vez, dos co- to, apreciar a proposição quanto à sua compatibilida-
mentários feitos no parecer aprovado na CAPR, de ou adequação com o plano plurianual, a lei de dire-
quando o Deputado Roberto Balestra aponta que trizes orçamentárias e o orçamento anual, nos termos
"( ...) No final do ano passado - e isso está apontado do Regimento Interno da Câmara dos Deputados (art.
na Justificação do Projeto de Lei - pesquisadores da 53,11) e de Norma Interna da Comissão de Finanças e
insuspeita Fundação Getúlio Vargas realizaram estu- Tributação, de 29 de maio de 1996, que "estabelece
do no qual demonstravam que todos os contratos procedimentos para o exame de compatibilidade ou
analisados apresentavam "erros" em favor do agente adequação orçamentária e financeira".
financeiro e contra o mutuário." De acordo com o Regimento Interno, somente
Ora,diante de estudos e indícios tão fortes e só- aquelas proposições que "importem aumento ou di-
lidos, parece-nos indispensável acolher a boa idéia minuição da receita ou de despesa pública" estão su-
sugerida pelo nobre autor da proposição, uma vez que jeitas ao exame de compatibilidade ou adequação fi-
há, de fato, inúmeros questionamentos dos procedi- nanceira e orçamentária. Neste sentido dispõe tam-
mentos adotados no recálculo da dívida agrícola,e bém o art. 9 0 de Norma Interna, aprovada pela CFT
esta proposta de se utilizar a instância arbitral seria em 29-5-96, in verbis:
uma maneira idônea e imparcial de superar esta "Art. 90 Quando a matéria não tiver im-
questão, sem se perder na morosidade crônica que plicações orçamentária e financeira deve-se
caracteriza as decisões emanadas do poder judiciário concluir no voto final que à Comissão não
em nosso país. cabe afirmar se a proposição é adequada
Dessa forma, concordamos que o texto da lei ou não."
deve contemplar expressamente que os contratos de
crédito rural possam recorrer á revisão da instância Analisando o Projeto de Lei na 2.183, de 1999,
arbitral, que foi instituída em nosso país pela Lei na verificamos que não traz implicação financeira ou or-
9.307, de 23 de setembro de 1996. Com a adoção çamentária às finanças públicas federais, uma vez
deste novo procedimento,não deverá haver qualquer que se trata de matéria essencialmente normativa, na
prejuízo ao equilíbrio do Sistema Financeiro Nacio- medida em que apenas submete as discussões sobre
nal, uma vez que não se estará estimulando qualquer recálculos de contratos de crédito rural, firmados ao
comportamento de inadimplência do segmento agro- amparo da Lei na 4.829/65 e da Lei na 7.827/89, ao
pecuário, senão propiciando-lhes um instrumento efi- instituto da instância arbitral, criado no Brasil pela Lei
caz na proteção do desejável e necessário equilíbrio n° 9.307, de 23-9-96, sem implicar em aumento de
contratual entre as partes. Este princípio, aliás, já está despesa ou diminuição de receita pública da União.
inserido na Seção 11, "Das Cláusulas Abusivas", art. Diante do exposto, somos pela não implicação
51 , § 1o, inciso 111, do Código de Proteção e Defesa do da matéria, em aumento ou diminuição da receita ou
Consumidor (Lei na 8.075, de 11-9-1990), quando ex- da despesa pública, não cabendo pronunciamento
pressamente diz: "Presume-se exagerada, entre ou- quanto à adequação financeira e orçamentária do
tros casos, a vantagem que se mostra excessivamen- Projeto de Lei na 2.183, de 1999; e quanto ao mérito,
te onerosa para o consumidor, considerando-se a na- somos pela sua aprovação, com emenda.
tureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes Sala da Comissão, 9 de novembro de 2001. -
e outras circunstâncias peculiares ao caso." Deputado Fetter Júnior, Relator.
De outro modo, gostaríamos de apresentar uma EMENDA
única emenda, estabelecendo que, no art. 3° do projeto
Dê-se ao art. 3° caput, do projeto sob epígrafe,
em questão, "a escolha da instituição arbitral possa re-
a seguinte redação:
cair sobre instituição pública ou privada, que detenha
comprovada capacidade técnica e idoneidade, para re- "Art. 3 0 A escolha da instituição arbitral
alizar auditorias financeira e contábil em contratos de deverá recair sobre instituição pública ou
crédito rural". Isto posto, qualquer organização privada, privada que detenha comprovada capacida-
gUlllta-tcíra I t DIARIO JH CAMARA DOS DEPUTADOS Abril d.: 2002
de técnica e idoneidade para realização de 11 - Voto do Relator
auditorias financeira e contábil em contratos Na forma do art. 32, 111, alínea a, do Regimento
de crédito rural. Interno, compete à Comissão de Constituição e Justi-
§ 1° .. ça e de Redação o exame dos aspectos constitucio-
§ 2° " nal, legal, jurídico, regimental e de técnica legislativa
Sala da Comissão, 9 de novembro de 2001. - das proposições sujeitas à apreciação da Câmara ou
Deputado Fetter Júnior. de suas comissões.
Por sua vez, o art. 21, XII, a, da Constituição,
* PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO dispõe:
N° 912-A, DE 2001
(Da Comissão de Ciência e Tecnologia, "Art.21. Compete à União:
Comunicação e Informática) XII - explorar, diretamente ou median-
MENSAGEM N° 1.354/00 te autorização, concessão ou permissão:
TVR N° 274/00 a) os serviços de radiodifusão sonora
e de sons e de imagens;"
Aprova o ato que autoriza a Associa-
ção Porto Real a executar serviço de radi- Nesta linha de raciocínio, diz o art.49, XII:
odifusão comunitária, na localidade de "Art.49. É da competência exclusiva do
Porto Nacional, Estado de Tocantins; ten- Congresso Nacional:
do parecer da Comissão de Constituição XII - apreciar os atos de concessão e
e Justiça e de Redação, pela constitucio- renovação de concessão de emissora de rá-
nalidade, juridicidade e técnica legislativa dio e televisão;
(relator: Deputado Geovan Freitas).
(À Comissão de Constituição e Justiça
Finalmente, rezam os §§ 1°, 3° e 5° do art. 23
e de Redação (art. 54))
da mesma Constituição:
* Projeto inicial publicado no OCO de 5-4-01.
"Art. 223. Compete ao Poder Executivo
outorgar e renovar concessão, permissão e
autorização para o serviço de radiodifusão
Parecer da Comissão de Constituição e Justiça e
sonora e de sons e imagens, observado o
de Redação
princípio da complementariedade dos siste-
SUMÁRIO mas privado, público e estatal.
- parecer do relator § 1° O Congresso Nacional apreciará o
- parecer da Comissão ato no prazo do art. 64, §§ 2° e 4°, a contar
COMISSÃO DE CONTITUIÇÃO E JUSTiÇA do recebimento da mensagem.
E DEREDAÇÃO
§ 3° O ato de outorga ou renovação
I - Relatório somente produzirá efeitos legais após deli-
Através da Mensagem n° 1.354, de 2000, o Se- beração do Congresso Nacional, na forma
nhor Presidente da República submete ao Congresso dos parágrafos anteriores.
Nacional, nos termos do art. 49, inciso XII, combinado
com o § 3° do art. 223 da Lei Maior, o ato a que se re- § 5° O prazo da concessão ou permis-
fere a Portaria nO 322, de 5 de julho de 2000, que au- são será de dez anos para as emissoras de
toriza a Associação Porto Real a executar serviços de rádio e de quinze para as de televisão."
radiodifusão comunitária, pelo prazo de três anos, Como se vê, a proposição em tela está confor-
sem direito de exclusividade, na localidade de Porto me as disposições constitucionais transcritas, não ha-
Nacional, Estado do Tocantins. vendo ainda óbice que vulnere a sua juridicidade e le-
A matéria foi analisada, inicialmente, pela Co- galidade, estando também atendida a boa técnica le-
missão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e gislativa, observadas, outrossim, as normas da Lei
Informática, que, unanimemente, aprovou o parecer Complementar n° 95, de 1998.
do Relator, o nobre Deputado Salvador Zimbaldi, nos Assim, nosso voto é pela constitucionalidade,
termos do anexo projeto de decreto legislativo. juridicidade e boa técnica legislativa do Projeto de De-
É o relatório. creto Legislativo n° 912, de 2001.
Abril de 2002 DL\RIO IH ('AMARA DOS DFl'lJL\DOS ()lIll1la-klra 11 I'iX67
Sala da Comissão, 20 de fevereiro de 2002. Parecer da Comissão de Constituição e Justiça e
de Redação
11I - Parecer da Comissão
SUMÁRIO
A Comissão de Constituição e Justiça e de Re-
dação, em reunião ordinária realizada hoje, opinou - parecer do relator
unanimemente pela constitucionalidade, juridicidade - parecer da Comissão
e técnica legislativa do Projeto de Decreto Legislativo COMISSÃO DE CONTITUIÇÃO E JUSTiÇA E DE
no 912/01, nos termos do Parecer do Relator, Deputa- REDAÇÃO
do Geovan Freitas.
I - Relatório
Participaram da votação os Senhores Deputa- O Projeto de Decreto Legislativo n° 919, de
dos Ney Lopes - Presidente, Jaime Martins, 19or Ave- 2001, aprova o ato que renova, por dez anos, a con-
lino e Léo Alcântara - Vice-Presidentes, Alceu Colla- cessão outorgada à Rádio Difusora de Piracicaba
res, Aldir Cabral, Aldo Arantes, Alexandre Cardoso, S/A, para prestar serviço de radiodifusão sonora em
André Benassi, Asdrubal Bentes, Augusto Farias, Bis- onda média, na cidade de Piracicaba, Estado de São
po Rodrigues, Coriolano Sales, Dr. Antônio Cruz, Paulo. O referido PDC foi elaborado pela Comissão
Edmar Moreira, Edmundo Galdino, Geraldo Magela, de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática,
com base em Decreto de 28 de abril de 2000, do Sr.
Gerson Peres, Ibrahim Abi-Ackel, lédio Rosa, Inaldo
Presidente da República, enviado ao Congresso pela
Leitão, José Antônio Almeida, José Dirceu, Luiz Edu- Mensagem n° 817, de 2000.
ardo Greenhalgh, Marcos Rolim, Mendes Ribeiro Fi-
11 - Voto do Relator
lho, Moroni Torgan, Murilo Domingos, Nelson Otoch,
Nelson Pellegrino, Oliveira Filho, Osmar Serraglio, Cabe a esta Comissão examinar a constitucio-
Paes Landim, Paulo Magalhães, Regis Cavalcante, nalidade, juridicidade e técnica legislativa dos Proje-
Renato Vianna, Robson Tuma, Roland Lavigne, Sér- tos (art. 32, 111, a, do Regimento Interno da Casa).
gio Carvalho, Vicente Arruda, Vilmar Rocha, Zenaldo O Projeto é constitucional, jurídico e de boa téc-
Coutinho, Zulaiê Cobra, Bispo Wanderval, Dilceu nica. A competência do Congresso Nacional para
Sperafico, Edir Oliveira, Freire Júnior, Gilmar Macha- apreciar a matéria está fixada pelo inciso 111 do art. 49
do, Luiz Antônio Fleury, Mauro Benevides e Ricardo de nossa Constituição.
Ferraço. Ante o exposto, voto pela constitucionalidade,
Sala da Comissão, 2 de abril de 2002. - Depu- juridicidade e boa técnica do Projeto de Decreto Le-
tado Ney Lopes, Presidente. gislativo n° 919, de 2001.
Sala da Comissão, 16 de dezembro de 2001. -
* PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Deputada Zulaiê Cobra, Relatora.
N° 919-A, DE 2001 11I - Parecer da Comissão
(Da Comissão de Ciência e Tecnologia,
A Comissão de Constituição e Justiça e de Re-
Comunicação e Informática) dação, em reunião ordinária realizada hoje, opinou
MENSAGEM N° 817/00 unanimemente pela constitucionalidade, juridicidade
TVR N° 41/00 e técnica legislativa do Projeto de Decreto Legislativo
n° 919/01, nos termos do Parecer da Relatora, Depu-
tada Zulaiê Cobra.
Aprova o ato que renova a conces-
são outorgada à Rádio Difusora de Pira- Participaram da votação os Senhores Deputados
cicaba S/A, para explorar serviço de radi- Ney Lopes - Presidente, Jaime Martins, Igor Avelino e
odifusão sonora em onda média, na cida- Léo Alcântara - Vice-Presidentes, Alceu Collares, Aldir
de de Piracicaba, Estado de São Paulo; Cabral, Aldo Arantes, Alexandre Cardoso, André Be-
tendo parecer da Comissão de Constitui- nassi, Asdrubal Bentes, Augusto Farias, Bispo Rodri-
ção e Justiça e de Redação, pela consti- gues, Coriolano Sales, Dr. Antonio Cruz, Edmar Morei-
tucionalidade, juridicidade e técnica le- ra, Edmundo Galdino, Geraldo Magela, Gerson Peres,
gislativa (relatora: Deputada Zulaiê Co- Ibraim Abi-Ackel, lédio Rosa, Inaldo Leitão, José Anto-
bra). nio Almeida, José Dirceu, Luiz Eduardo Grrenhalgh,
Marcos Rolim, Mendes Ribeiro Filho, Moroni Torgan,
(À Comissão de Constituição e Justiça
Murilo Domingos, Nelson Otoch, Nelson Peltegrino,
e de Redação (art. 54»
Oliveira Filho, Osmar Serraglio, Paes Landim, Paulo
'Projeto inicial publicado no DCD de 19-4-01 Magalhães, Regis Cavalcante, Renato Vianna, Rob-
1)868 Quinta-feira li DIA RIO IH CAMARA DOS DEPUTADOS Ahril d~ 2002
son Tuma, Roland Lavigne, Sérgio Carvalho, Vicente do Relator, o nobre Deputado Silas Câmara, nos ter-
Arruda, Vilmar Rocha, Zenaldo Coutinho, Zulaiê Co- mos do anexo projeto de decreto legislativo.
bra, Bispo Wanderval, Dilceu Sperafico, Edir Oliveira, É o relatório
Freire Júnior, Gilmar Machado, Luiz Antonio Fleury,
Mauro Benevides e Ricardo Ferraço. 11 - Voto do Relator
Sala da Comissão, 2 de abril de 2002. - Depu- Na forma do art. 32, 111, alínea a, do Regimento
tado Ney Lopes, Presidente. Interno, compete à Comissão de Constituição e Justi-
ça e de Redação o exame dos aspectos constitucio-
"PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
nal, legal, jurídico, regimental e de técnica legislativa
N° 920-A, DE 2001
das proposições sujeitas à apreciação da Câmara ou
(Da Comissão de Ciência e Tecnologia,
de suas comissões.
Comunicação e Informática)
Por sua vez, o art. 21, XII, a, da Constituição Fe-
MENSAGEM N° 817/00 deral, dispõe:
TVR N° 50/00
"Art. 21. Compete à União:
Aprova o ato que renova a conces- XII - explorar, diretamente ou median-
são outorgada à Rádio Sociedade Seberi te autorização, concessão ou permissão:
Ltda., para explorar serviço de radiodifu- a) os serviços de radiodifusão sonora
são sonora em onda média, na cidade de e de sons e imagens;"
Seberi, Estado do Rio Grande do Sul;
Nesta linha de raciocínio, diz o art. 48, XII:
tendo parecer da Comissão de Constitui-
ção e Justiça e de Redação, pela consti- "Art. 48 É da competência exclusiva do
tucionalidade, juridicidade e técnica le- Congresso Nacional:
gislativa (relator: Deputado Mendes Ribe- XII - apreciar os atos de concessão e
iro Filho). renovação de concessão de emissora de rá-
(À Comissão de Constituição e Justiça dio e televisão;
e de Redação (art. 54))
'Projeto inicial publicado no OCO de 19-4-01 Finalmente, rezam os §§ 1°, 3° e 5° do art. 223
da mesma Carta Política:
Parecer da Comissão de Constituição e Justiça e
de Redação "Art. 223. Compete ao Poder Executivo
outorgar e renovar concessão, permissão e
SUMÁRIO
autorização para o serviço de radiodifusão
- parecer do relator
sonora e de sons e imagens, observado o
- parecer da Comissão princípio da complementariedade dos siste-
COMISSÃO DE CONTITUIÇÃO E JUSTiÇA mas privado, público e estatal.
E DE REDAÇÃO § 10 O Congresso Nacional apreciará
o ato no prazo do art. 64, §§ 2° e 4°, a con-
I - Relatório tar do recebimento da mensagem.
Através da Mensagem n° 817, de 2001, o Se-
nhor Presidente da República submete ao Con- § 3° O ato de outorga ou renovação
gresso Nacional, nos termos do art. 49, inciso XII, somente produzirá efeitos legais após deli-
combinado com o § 3° do art. 223 da Lei Maior, o beração do Congresso Nacional, na forma
ato constante do Decreto de 28 de abril de 2000, dos parágrafos anteriores.
que renova, por dez anos, a partir de 7 de outubro
de 1997, a concessão outorgada à Rádio Socieda- § 5°. O prazo da concessão ou per-
de Sebe ri me, para explorar, sem direito de exclu- missão será de dez anos para as emisso-
sividade, serviço de radiodifusão sonora em onda ras de rádio e de quinze para as de televi-
média, na cidade de Seberi, Estado do Rio Gran- são."
de do Sul. Como se vê, a proposição em tela está em
A matéria foi analisada, inicialmente, pela Co- conformidade com as disposições constitucionais
missão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e transcritas, não havendo ainda óbice que vulnere a
Informática, que, unanimemente, aprovou o parecer sua juridicidade e legalidade, estando também aten-
Abril de 2002 UL.\RIO IH CAM.\RA DOS DEPUTADOS ()U1llta-felra 11 I'iSó'>
dida a boa técnica legislativa, observadas, outros- (À Comissão de Constituição e Justiça
sim, as normas da Lei Complementar n° 95, de e de Redação (Art. 54)
1998. *Projeto inicial publicado no OCD de 24-4-01
Assim, nosso voto é pela constitucionalidade,
SUMÁRIO
juridicidade e boa técnica legislativa do Projeto de
Decreto Legislativo n° 920, de 2001. Parecer da Comissão de Constituição e Justiça e
Sala da Comissão, 12 de dezembro de 2001. - de Redação
Deputado Mendes Ribeiro Filho, Relator - parecer do relator
- parecer da Comissão
111 - Parecer da Comissão
COMISSÃO DE CONTITUIÇÃO E JUSTiÇA
A Comissão de Constituição e Justiça e de Re-
dação, em reunião ordinária realizada hoje, opinou E DE REDAÇÃO
unanimemente pela constitucionalidade, juridicidade I - Relatório
e técnica legislativa do Projeto de Decreto Legislativo
no 920/2001, nos termos do Parecer do Relator, De- Através da Mensagem n° 1.354, de 2000, o Se-
putado Mendes Ribeiro Filho. nhor Presidente da República submete ao Congresso
Participaram da votação os Senhores Deputados: Nacional, nos termos do art 49, inciso XII, combinado
com o § 3° do art. 223 da Lei Maior, o ato a que se re-
Ney Lopes- Presidente, Jaime Martins, Igor Aveli- fere a Portaria nO 311 , de 5 de julho de 2000, que au-
no e Léo Alcântara - Vice-Presidentes, Alceu Collares, toriza a Associação Cultural Comunitária Seriema a
Aldir Cabral, Aldo Arantes, Alexandre Cardoso, André executar, pelo prazo de três anos, sem direito de ex-
Benassi, Asdrubal Bentes, Augusto Farias, Bispo Rodri- clusividade, serviço de radiodifusão comunitária, na
gues, Coriolano Sales, Dr. Antonio Cruz, Edmar Morei- cidade de Água Boa, Estado do Mato Grosso.
ra, Edmundo Galdino, Geraldo Magela, Gerson Peres, A matéria foi analisada, inicialmente, pela Co-
Ibrahim Abi-Ackel, lédio Rosa, Inaldo Le~ão, José Anto- missão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e
nio Almeida, José Dirceu, Luiz Eduardo Greenhalgh, Informática, que, unanimemente, aprovou o parecer
Marcos Rolim, Mendes Ribeiro Filho, Moroni Torgan, do Relator, o nobre Deputado Corauci Sobrinho, nos
Murilo Domingos, Nelson Otoch, Nelson Pellegrino, Oli- termos do anexo projeto de decreto legislativo.
veira Filho, Osmar Serraglio, Paes Landim, Paulo Maga- É o relatório
lhães, Régis Cavalcante, Renato Vianna, Robson
11 - Voto do Relator
Turna, Roland Lavigne, Sérgio Carvalho, Vicente Arru-
Na forma do art. 32, 111, alínea a, do Regimento
da, Vil mar Rocha, Zenaldo Coutinho, Zulaiê Cobra, Bis- Interno, compete à Comissão de Constituição e Justi-
po Wanderval, Dilceu Sperafico, Edir Oliveira, Freire Jú- ça e de Redação o exame dos aspectos constitucio-
nior, Gilmar Machado, Luiz Antonio Fleury, Mauro Bene- nal, legal, jurídico, regimental e de técnica legislativa
vides e Ricardo Ferraço. das proposições sujeitas à apreciação da Câmara ou
Sala da Comissão, 2 de abril de 2002. - Depu- de suas comissões.
tado Ney Lopes, Presidente. Por sua vez, o art. 21, XII, a, da Constituição,
dispõe:
*PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
N° 930-A, DE 2001 "Art. 21. Compete á União.
(Da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunica- XII - explorar, diretamente ou median-
ção e Informática) te autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora
MENSAGEM N° 1.354/00
e de sons e imagens;"
TVR N° 265/00
Aprova o ato que autoriza a Associ- Nesta linha de raciocínio, diz o art. 49, XII:
ação Cultural Comunitária Seriema a exe- "Art. 49. E da competência exclusiva
cutar serviço de radiodifusão comunitá- do Congresso Nacional:
ria na cidade de Água Boa, Estado de XII - apreciar os atos de concessão e
Mato Grosso; tendo parecer da Comis- renovação de concessão de emissora de rá-
são de Constituição e Justiça e de Reda- dio e televisão;
ção, pela constitucionalidade, juridicida-
de e técnica legislativa (relator: Deputado Finalmente, rezam os §§ 1°, 3° e 5° do art. 223
Murilo Domingos) da mesma Constituição:
I 'i870 QUlIlta-kira 11 DI.\Rlü DA ('AMARA DOS DFl'lJ lADOS Abril d0 2002
"Art. 223. Compete ao Poder Executivo Regis Cavalcante, Renato Vianna, Robson Tuma,
outorgar e renovar concessão, permissão e Roland Lavigne, Sérgio Carvalho, Vicente Arruda,
autorização para o Serviço de radiodifusão Vilmar Rocha, Zenaldo Coutinho, Zulaiê Cobra, Bis-
sonora e de sons e imagens, observado o po Wanderval, Dilceu Sperafico, Edir Oliveira, Freire
princípio da complementariedade dos siste- Júnior, Gilmar Machado, Luiz Antonio Fleury, Mauro
mas privado, público e estatal. Benevides e Ricardo Ferraço.
§ 1°. O Congresso Nacional apreciará o ato no Sala da Comissão, em 2 de abril de 2002. -
prazo do art. 64, §§ 2° e 4°, a contar do recebimento Deputado Ney Lopes, Presidente.
da mensagem.
*PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO
§ 3° O ato de outorga ou renovação N° 933-A, DE 2001
somente produzirá efeitos legais após deli- (Da Comissão de Ciência e Tecnologia,
beração do Congresso Nacional, na forma Comunicação e Informática)
dos parágrafos anteriores. MENSAGEM N° 1.438/00
TVR N° 335/00
§ 5° O prazo da concessão ou permis- Aprova o ato que autoriza a Associ-
são será de dez anos para as emissoras de ação Comunitária Jabuticabal de Hidro-
rádio e de quinze para as de televisão." lândia a executar serviço de radiodifusão
comunitária, na localidade de Hidrolân-
Como se vê, a proposição em teia está confor-
me as disposições constitucionais transcritas, não dia, Estado de Goiás; tendo parecer da
havendo ainda óbice que vulnere a sua juridicidade
Comissão de Constituição e Justiça e de
e legalidade, estando também atendida a boa técni- Redação pela constitucionalidade, juridi-
ca legislativa, observadas, outrossim, as normas da
cidade e técnica legislativa (relator: Dep.
Geovan Freitas).
Lei Complementar n° 95, de 1998.
(À Comissão de Constituição e Justiça
Assim, nosso voto é pela constitucionalidade, e de Redação (Art. 54).).
juridicidade e boa técnica legislativa do Projeto de
* Projeto inicial publicado no OCO de 26/04/01
Decreto Legislativo n° 930, de 2001.
Sala da Comissão, 19 de Fevereiro de 2002. Parecer da Comissão de Constituição e Justiça e
- Deputado Murilo Domingos, Relator de Redação
SUMÁRIO
111 - Parecer da Comissão
- parecer do relator
A Comissão de Constituição e Justiça e de Re- - parecer da Comissão
dação, em reunião ordinária realizada hoje, opinou
COMISSÃO DE CONTITUIÇÃO E JUSTiÇA
unanimemente pela constitucionalidade, juridicidade E DE REDAÇÃO
e técnica legislativa do Projeto de Decreto Legislati-
vo n° 930/2001, nos termos do Parecer do Relator, I - Relatório
Deputado Murilo Domingos. Através da Mensagem n° 1.438, de 2000, o Se-
Participaram da votação os Senhores Deputa- nhor Presidente da República submete ao Congresso
dos: Nacional, nos termos do art. 49, inciso XII, combinado
Ney Lopes - Presidente, Jaime Martins, Igor com o § 3° do art. 223 da Lei Maior, o ato a que se refe-
Avelino e Léo Alcântara - Vice-Presidentes, Alceu re a Portaria nO 378, de 31 de julho de 2000, que autori-
Collares, Aldir Cabral, Aldo Arantes, Alexandre Car- za a Associação Comunitária Jabuticabal de Hidrolân-
doso, André Benassi, Asdrubal Bentes, Augusto Fa- dia a executar serviço de radiodifusão comunitária,
rias, Bispo Rodrigues, Coriolano Sales, Dr. Antonio pelo prazo de três anos, sem direito de exclusividade,
Cruz, Edmar Moreira, Edmundo Galdino, Geraldo na localidade de Hidrolândia, Estado de Goiás.
Magela, Gerson Peres, Ibrahim Abi-Ackel, lédio A matéria foi analisada, inicialmente, pela Co-
Rosa, Inaldo Leitão, José Antonio Almeida, José Dir- missão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e
ceu, Luiz Eduardo Greenhalgh, Marcos Rolim, Men- Informática, que, unanimemente, aprovou o parecer
des Ribeiro Filho, Moroni Torgan, Murilo Domingos, do Relator, o nobre Deputado OLIVEIRA FILHO, nos
Nelson Otoch, Nelson Pellegrino, Oliveira Filho, termos do anexo projeto de decreto legislativo.
Osmar Serraglio, Paes Landim, Paulo Magalhães, É o relatório
:\Lxil dé 2002 DL\RIO DA CAMARA DOS IWI'UI.\DOS QUIllta-letra 11 I'iR71
11- Voto do Relator Sala da Comissão, em 19 de de 2001. - Depu-
Na forma do art. 32, 111, alínea a, do Regimento tado Geovan Freitas, Relator.
Interno, compete à Comissão de Constituição e Justi-
11I - Parecer da Comissão
ça e de Redação o exame dos aspectos constitucio-
nal, legal, jurídico, regimental e de técnica legislativa A Comissão de Constituição e Justiça e de Re-
das proposições sujeitas à apreciação da Câmara ou dação, em reunião ordinária realizada hoje, opinou
de suas comissões. unanimemente pela constitucionalidade, juridicidade
Por sua vez, o art. 21, XII, a, da Constituição, e técnica legislativa do Projeto de Decreto Legislativo
dispõe: n° 933/2001, nos termos do Parecer do Relator, De-
"Art. 21. Compete à União: putado Geovan Freitas.
XII - explorar, diretamente ou median- Participaram da votação os Senhores Deputa-
te autorização, concessão ou permissão: dos:
a) os seiviços de radiodifusão sonora e Ney Lopes - Presidente, Jaime Martins, Igor
de sons e imagens;" Avelíno e Léo Alcântara - Vice-Presidentes, Alceu
Nesta linha de raciocínio, diz o art. 49, XII: Coliares, Aldr Cabral, Aldo Arantes, Alexandre
Cardoso, André Benassi, Asdrubal Bentes,
"Art. 49. E da competência exclusiva
Augusto Farias, Bispo Rodrigues, Coriolano
do Congresso Nacional:
Sales, Dr. Antonio Cruz, Edmar Moreira, Edmundo
XII - apreciar os atos de concessão e
Galdíno, Geraldo Magela, Gerson Peres, Ibrahim
renovação de concessão de emissora de rá-
Abi-Ackel, lédio Rosa, Inaldo Leitão, José Antonio
dio e televisão;
Almeida, José Dirceu, Luiz Eduardo Greenhalgh,
Marcos Rolim, Mendes Ribeiro Filho, Moroni
Finalmente, rezam os §§ 1°, 3° e 5° do ad. 223 Torgan, Murito Domingos, Nelson Otoch, Nelson
da mesma Constituição: Pellegrino, Oliveira Filho, Osmar Serraglio, Paes
Landim, Pauto Magalháes, Regis Cavalcante,
"Art. 223. Compete ao Poder Executivo
Renato Vianna, Robson Tuma, Roland Lavigne,
outorgar e renovar concessão, permissão e
Sérgio Carvalho, Vicente Arruda, Vilmar Rocha,
autorização para o serviço de radiodifusão
Zenaldo Coutinho, Zulaiê Cobra, Bispo
sonora e de sons e imagens, observado o
Wanderval, Dilceu Sperafico, Edir Oliveira, Freire
princípio da complementariedade dos siste-
Júnior, Gilmar Machado, Luiz Antonio Fleury,
mas privado, público e estatal.
Mauro Benevides e Ricardo Ferraço.
§ 1° O Congresso Nacional apreciará o
ato no prazo do art. 64, §§ 2° e 4° a contar Sala da Comissão, em 2 de abril de 2002. -
do recebimento da mensagem. Deputado Ney Lopes, Presidente.
PPB
Bloco (PSB, PCdoB)
Augusto Farias Cleonâncio Fonseca
João Colaço (PSDB) Dr. Evilásio Edmar Moreira Dilceu Sperafico
Luiza Erundina Oscar Andrade (PL) Eurico Miranda Luisinho
Pedro Canedo (PSDB) Raimundo Santos (PL) Gerson Peres Ricardo Fiuza
lbrahim Abi ·Ackel Wagner Salustiano
PST
PTB
Magno Malta (PL) Ariston Andrade (PFL)
Murilo Domingos Edir Oliveira
Secretária: Maria Ivone do Espfrito Santo Nelson Trad Luiz Antonio Fleury
Local: Anexo 11, Térreo, Ala A, Sala 13 Raimundo Santos (PL) 1 vaga
Telefones 318-6906 a 318-6908 Fax: 318-2143
PFL
PFL
José Carlos Coutinho Jaime Femandes
Luciano Pizzatto Laura Carneiro João Sampaio (POT) Cleuber Carneiro
Salatiel Carvalho (PMOB) Luis Barbosa Mauro Fecury Paulo Octávio
Sarney Filho (Licenciado) Paes Landim Sérgio Barcellos Pedro Fernandes
1 vaga Paulo Gouvêa 2 vagas Roberto Pessoa
1 vaga
PSOB
PSOB
Glycon Terra Pinto (PMOB) João Colaço
Luiz Ribeiro Nelson Otoch Armando Abllio André Benassi
Mendes Thame Ricardo Izar (PTB) Domiciano Cabral Antonio Carlos Pannunzio
Raimundo Gomes de Matos Xico Graziano Inácio Arruda (PCdoB) B.Sá
Ricarte de Freitas 1 vaga 2 vagas Lúcia Vânia
1 vaga
PMOB
PMOB
Ana Catarina José Priante
José Borba Max Rosenmann Euler Morais José Chaves
Luiz Bitlencourt Silas Brasileiro Gustavo Fruet Marcelo Teixeira
Pinheiro Landim 1 vaga Wilson Cignachi Moacir Micheletlo
lé Indio 1 vaga
PT
PT
Arlindo Chinaglia Jaques Wagner
Luiz Alberto Luciano lica Maria do Carmo Lara Iara Bernardi
1 vaga Tilden Santiago Padre Roque Nilmário Miranda
1 vaga Pedro Eugênio
PPB
PPB
Celso Russomanno José Janene
Luisinho Paulo José Gouvêa (PL) Eliseu Moura João Leão
Wagner Salustiano Pedro Pedrossian Sirnão Sessirn Mário Negromonte
PTB PTB
Anlbal Gomes (PMOB) Ouilio Pisaneschi Edir Oliveira Ary Kara
Badu Picanço (PL) lris Simões Iberê Ferreira Luiz Dantas
PFL
PFL
Celcita Pinheiro Cesar Bandeira
Luis Barbosa Costa Ferreira João Mendes Lavoisier Maia
Nice Lobão Joel de Hollanda Jorge Khoury Marcos Cintra
Osvaldo Coelho Mauro Fecury José Carlos Fonseca Jr. Nice Lobão
Zezé Perrella Paulo Marinho Maria Lúcia (PMDB) Osvaldo Coelho
Mussa Demes Rodrigo Maia
Pauderney Avelino 2 vagas
PSDB
Roberto Brant
Agnelo Queiroz (PCdoB) Alberto Goldman
Átila Lira Lidia Quin&n
Bonifácio de Andrada Paulo Mourão PSDB
Itamar Serpa Rafael Guerra
Marisa Serrano Raimundo Gomes de Matos Antonio Kandir Adolfo Marinho
Custódio Maltos Anivaldo Vale
Márcio Fortes Basilio Villani
PMDB Luiz Carlos Hauly
Sebastião Madeira
Gastão Vieira Milton Monti 3 vagas Sampaio Dória
João Matos Osmar Serraglio Veda Crusius
Jonival Lucas Junior Zé lndlo 1 vaga
Paulo Lima 2 vagas
1 vaga PMDB
Armando Monteiro João Henrique (Licenciado)
PT Benito Gama José Lourenço
Edinho Bez Michel Temer
Esther Grossi Avenzoar Arruda
Germano Rigotto 4 vagas
Flávio Arns Padre Roque
Iara Bernardi Professor Luizinho Max Rosenmann
Milton Monti
Pedro Novais
PPB
1 vaga 1 vaga
PHS
Secretária: Maria Linda Magalhães
Roberto Argenta Neuton Lima (PFL)
Local: Anexo 11, Pavimento Superior, Ala C, Sala 124
Telefones: 318-6960/6989/6955 Fax: 318-2150
PSDC
Juquinha 1 vaga
PTB
PPB PT
.
PSDB PSDB
Anivaldo Vale Antônio Feij~ Antonio Carlos Pannunzio Antonio Feijão
Ricarte de Freitas Fátima Pelaes Arnon Bezerra Antonio Kandir
Sérgio Barros José Teles Feu Rosa Dr Heleno
Sérgio Carvalho 2 vaga Jorge Wilson Itamar Serpa
1 vaga LUIz Carlos Hauly Manoel Salviano
Paulo Kobayashi Vicente Arruda
Sampaio Dória Vicente Caropreso
PMDB
Veda Crusius 1 vaga
Asdrúbal Bentes Jurandil Juarez
Freire Júnior Osvaldo Reis
Marinha Raupp 2 vagas PMDB
Mauro Lopes
Elcione Barbalho Augusto Franco (PSDB)
Hélio Costa Edison Andrino
PT Igor Avelino
José Lourenço
Babá João Grandão Leur Lomanto Renato Vianna
Marcos Afonso José Pimentel Marcelo Barbieri 4 vagas
1 vaga Nilson Mourão 3 vagas
PPB
PMDB
PPB
Anlbal Gornes Norberto Teixeira
Dilceu Sperafico Eliseu Moura Damião Feliciano 5 vagas
Salomão Cruz (PFL) João Tota Edison Andrino
Vadão Gomes 1 vaga Marcelo Teixeira
Osmar Serraglio
Roland Lavlgne
Bloco (PSB, PCdoB)
PT
Agnelo Queiroz 2 vagas
Ezfdio Pinheiro Fernando Ferro Henrique Fontana
Luciano Zica Jorge Biliar
Padre Roque Luiz Sérgio
Bloco (PDT, PPS)
PPB
Agnaldo Muniz Márcio Biliar
Airton Dipp 1 vaga Dilceu Sperafico Hugo Biehl
Eni Voltolini Luiz Carlos Heinze
Márcio Reinaldo Moreira Salomão Cruz
Bloco (PL, PSL)
Bloco (PSB, PCdoB)
Eujácio Simões Bispo Rodrigues
José Antonio Almeida Gonzaga Patriota
Tania Soares 1 vaga
PHS
PPB
PFL
Edrnar Moreira Roberto Balestra
Jair Bolsonaro 2 vagas Átila Lins Alrnerinda de Carvalho (PPB) (Licenciada)
Salornão Cruz (PFL) Claudio Cajado Moroni Torgan
Jairo Carneiro Ney Lopes
José Múcio Monteiro Robson Turna
Bloco (PSB, PCdoB) Luciano Castro Wilson Braga
Mário Assad Júnior 1 vaga
Evandro Milhornen 2 vagas
Gonzaga Patriota
PT
PDT
PTN
João Sarnpaio Olirnpio Pires
José de Abreu 1 vaga
PPS PPB
Ayrton Xerêz (Licenciado) Fernando Gabeira (PT)
Fetter Júnior Eliseu Moura
João Pizzolalti Enivaldo Ribeiro
PHS Romel Anizio Gerson Peres
Walfrido Mares Guia (PTB) 1 vaga Sampaio Dória (PSDB) 1 vaga
PFL PMDB
PT PT
PPB PPB
Evandro Milhomen Vanessa Grazziotin João Eduardo Dado João Herrmann Neto
Bloco (PL, PSL) Bloco (PSB, PCdoB)
PTN PHS
.
Titulares Suplentes
Bloco (PSDB, PTB)
PFL Alberto Goldman Antonio Kandir
Paulo Magalhães Carlos Alberto Rosado Danilo de Castro Luiz Carlos Hauly
Ronaldo Caiado lédio Rosa Fernando Gonçalves Veda Crusius
Márcio Fortes 1 vaga
Rubem Medina 1 vaga
PMDB
PMDB
Gustavo Fruet Antônio do Valle
Antônio do Valle Pedro Novais
José Borba José Lourenço
Edinho Bez 2 vagas
Wagner Rossi 1 vaga
José Lourenço
PT
PT
Milton Temer José Pimentel
Angela Guadagnin Wellington Dias 1 vaga Ricardo Berzoini
Henrique Fontana 1 vaga
PPB
PPB
Enivaldo Ribeiro João Tota
José Linhares 2 vagas Romel Anizio Ricardo Barros
Márcio Reinaldo Moreira
PT
PT
Arlindo Chinaglia Babá
Marcos Afonso 1 vaga João Paulo Or. Rosinha
José Dirceu Geraldo Magela
PPB Milton Temer José Genolno
Nilmário Miranda VirgHio Guimarães
João Tota Jair Bolsonaro
Luiz Fernando Salomão Cruz (PFL)
PPB
Bloco (PSB, PCdoB) Nelson Meurer
Gerson Peres
Evandro Milhomen Socorro Gomes
Romel Anizio Simão Sessim
Bloco (PDT, PPS) Wagner Salusliano 2 vagas
Márcio Bitlar Neiva Moreira 1 vaga
Bloco (PSB, PCdoB) PSDB
PHS PPB
Roberto Argenta Régis Cavalcante (PPS) Antonio Joaquim Araújo José Janene
Oliveira Filho (PSDB) Robério Araújo (PL)
Secretário Valdivino Tolentino Filho Wagner Salustiano 1 vaga
Local Anexo li, Pavimento Superior, Sala 165~B
Telefone 318~7063 Fax: 318~2140
PTB
COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A José Carlos Martinez Iris Simões
PROFERIR PARECER À PROPOSTA DE 1 vaga Murilo Domingos
EMENDA À CONSTITUiÇÃO N° 203, DE 1995,
QUE "DÁ NOVA REDAÇÃO AO § 1° DO ART. 222 PDT
por PPB
José Roberto Batochio Fernando Coruja Enivaldo Ribeiro Pastor Amarildo
Nílton Baiano Robério Araújo (PL)
Bloco (PSB, PCdoB) 1 vaga Yvonilton Gonçalves (PFL)
PT
PTB
Carlos Santana Fernando Ferro
Eduardo Paes (PFL) (Licenciado) Fernando Gonçalves Jaques Wagner 2 vagas
Rodrigo Maia (PFL) José Carlos Elias Luciano Zica
PPB PMDB
José Janene Almir Sá Dr. Antonio Cruz Osmar Serraglio
Pedro Pedrossian Roberto Balestra Gastão Vieira Paulo Lima
Vadão Gomes Romel Anfzio João Matos 4 vagas
Jonival Lucas Junior
Osvaldo Biolchi
Bloco (PSB, PCdoB) Themlstocles Sampaio
Haroldo Lima Sérgio Miranda
Miriam Reid 1 vaga PT
Gilmar Machado Esther Grossi
Iara Bernardi Padre Roque
Bloco (PDT, PPS)
1 vaga 1 vaga
Airton Dipp João Hermann Neto
Pedro Eugênio Olimpio Pires PPB
Dino Fernandes Luisinho
Bloco (PL, PSL) José Linhares 2 vagas
Marcus Vicente
João Caldas Eujácio Simões
PMDB
Armando Monteiro 6 vagas
PPB Benito Gama
Edinho Bez
Ary Kara Arnaldo Faria de Sá
Germano Rigotto
Augusto Farias Eurico Miranda
Milton Monli
Gerson Peres 1 vaga
Pedro Novais
PTB
PT
Nelson Marquezelli Max Mauro
Aloizio Mercadante Pedro Eugênio
1 vaga Nilton Capixaba
Carlito Merss 3 vagas
José Pimentel
PDT Ricardo Berzoini
Enio Bacci Coriolano Sales (PMDB)
PPB
Bloco (PSB, PCdoB) Delfim Netto Enivaldo Ribeiro
Eni Voltolini 2 vagas
José Antonio Almeida Djalma Paes Márcio Reinaldo Moreira
PMDB
PMDB
Darcfsio Perondi 6 vagas
Glycon Terra Pinto Gustavo Fruet Mauro Benevides
José Borba Osmar Serraglio Nair Xavier Lobo
Saraiva Felipe Renato Vianna 4 vagas
lé lndio Ricardo Izar
1 vaga Rita Camata
1 vaga
PT
PT
Bloco (PSB, PCdoB)
PHS PTB
Rubens Furlan (PPS) Regis Cavalcante (PPS)
Luiz Antonio Fleury Fernando Gonçalves
Secretária: Leila Machado Roberto Jefferson 1 vaga
Local: Anexo 11, Pavimento Superior, Sala 165-B
Telefone 318-8431 Fax: 318-2140
PDT
COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A
APRECIAR E PROFERIR PARECER SOBRE AS José Roberto Batochio Coriolano Sales (PMDB)
Antônio Carlos Konder Reis Cesar Bandeira Secretário: Silvio Sousa da Silva
Jaime Martins Francisco Garcia Local: Serviço de Comissões Especiais, Anexo 11, Sala 165 B
Marcondes Gadelha Paes Landim Telefone: 318-/061
COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A Bloco (PL, PSL)
PROFERIR PARECER AO PROJETO DE LEI N° Marcos Cintra (PFL) Valdeci Paiva
1.483, DE 1999, QUE "INSTITUI A FATURA
ELETRÓNICA E A ASSINATURA DIGITAL NAS PPS
TRANSAÇOES DE COMÉRCIO ELETRÓNICO" Emerson Kapaz Pedro Eugênio (PT)
Proposição: PL n° 1.483/99 Autor: Or. Hélio
Presidente: Arolde de Oliveira (PFL) PV
1° Vice-Presidente: Marçal Filho (PMOB) Fernando Gabeira (PT) Marcos Rolim (PT)
2° Vice-Presidente:
3° Vice-Presidente: Wigberto Tartuce (PPB) Secretária: Heloisa Pedrosa Oiniz
Relator: Julio Semeghini (PSOB) Local: Anexo 11, Pavimento Superior, Sala 165-8
Telefone 318-6874
Titulares Suplentes
COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A
Bloco (PSOB, PTB) PROFERIR PARECER À PROPOSTA DE
Alex Canziani Augusto Franco EMENDA À CONSTITUiÇÃO N° 20, DE 1995,
Julio Semeghini Iris Simões QUE "ESTABELECE O PARLAMENTARISMO"
Luiz Piauhylino Mareio Fortes
Proposição: PEC n° 20/95 Autores: Eduardo Jorge
Narcio Rodrigues Maria Abadia
Ricardo Ferraço (PPS) Nelson Marquezelli e Outros
Rodrigo Maia (PFL) Paulo Kobayashi Presidente: Rita Camata (PMOB)
Salvador Zimbaldi Romeu Queiroz
1° Vice-Presidente: Leur Lomanto (PMOB)
Walfrido Mares Guia Zenaldo Coutinho
2° Vice-Presidente:
3° Vice-Presidente: Cunha Bueno (PPB)
Bloco (PMOB, PST, PTN) Relator: Bonifácio de Andrada (PSOB)
Hermes Parcianello 7 vagas Titulares Suplentes
Jorge Pinheiro
Marçal Filho PFL
Marcelo Barbieri
Maria Elvira (Licenciada) Antônio Carlos Konder Reis Cesar Bandeira
Pinheiro Landim Jaime Martins Francisco CoelllO
1 vaga Laura Carneiro Ildefonço Cordeiro (PSOB)
Leur Lomanto (PMOB) João Mendes
Paes Landim José Carlos Fonseca Jr.
PFL
Paulo Magalhães Sérgio Barcellos
Arolde de Oliveira Francisco Rodrigues Vil mar Rocha 1 vaga
Corauci Sobrinho José Carlos Fonseca Jr.
Gerson Gabrielli Moroni Torgan PMOB
Luciano Pizzatto Paulo Marinho
Paulo Octávio Zezé Perrella Benito Gama Cezar Schirmer
Rubem Medina 2 vagas Oarclsio Perondi Germano Rigotto
Vic Pires Franco Edison Andrino Maria Elvira (Licenciada)
Elcione Barbalho 3 vagas
Luiz Bittencourt
PT
Rita Camata
Jorge Bittar 4 vagas
Professor Luizinho PSOB
2 vagas
Adolfo Marinho Custódio Mattos
Bonifácio de Andrada Feu Rosa
Carlos Mosconi João Almeida
PPB Luiz Carlos Hauly Mareio Fortes
Cunha Bueno Celso Russomanno Paulo Kobayashi Ricardo Ferraço (PPS)
Eliseu Moura Yvonilton Gonçalves (PFL) Zulaiê Cobra Saulo Pedrosa
Wigberto Tartuce 1 vaga
PT
POT Gilmar Machado Eduardo Jorge (Licenciado)
Or. Hélio Luisinho (PPB) João Paulo Virgílio Guimarães
José Genolno 2 vagas
Milton Temer
Bloco (PSB, PCdoB)
PPB
1 vaga 1 vaga Cunha Bueno Augusto Nardes
Fetter Júnior Júlio Redecker Fernando Diniz Antônio do Valle
Nelson Meurer Nelo Rodolfo (PMDB) João Magalhães 4 vagas
Jonival Lucas Junior
Jorge Alberto
PTB
Marcelo Castro
Duilio Pisaneschi Fernando Gonçalves
Eduardo Seabra Magno Malta (PL) PT
Avenzoar Arruda Fernando Ferro
PDT
Waldir Pires Luiz Alberto
Neiva Moreira 1 vaga Wellington Dias Virgflio Guimarães
PFL
Bloco (PFL, PST)
Cleuber Carneiro Carlos Alberto Rosado Corauci Sobrinho Wilson Braga
Jorge Khoury Francisco Coelho Joaquim Francisco 2 vagas
José Rocha José Thomaz Nonô José Carlos Aleluia
Lavoisier Maia Osvaldo Coelho
Paulo Braga Paes Landim
Roberto Pessoa Wilson Braga PMDB
PPB
Bloco (PL, PSL)
Arnaldo Faria de Sá (PTB) 3 vagas
Lincoln Portei a Marcos de Jesus Celso Russomanno
José Linhares
PV
PDT
Fernando Gabeira (PT) 1 vaga Fernando Coruja DL Hélio
Secretária: Maria Terezinha Donati
Local: Anexo 11, Pavimento Superior, Sala 165-B Bloco (PSB, PCdoB)
Telefone: 318-8783 Fax: 318-2140/2995
Djalma Paes Alcione Alhayde
COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A
APRECIAR E PROFERIR PARECER AO Bloco (PL, PSL)
Lincoln Portei a Robério Araújo PPB
Roberto Balestra Arnaldo Faria de Sá (PTB)
PPS Salomão Cruz (PFL) Cleonâncio Fonseca
1 vaga 1 vaga Yvonilton Gonçalves (PFL) 1 vaga
PHS
PDT
Roberto Argenta 1 vaga
Fernando Coruja Miriam Reid (PSB)
Secretária: Heloísa Pedrosa Diniz
Local: Anexo 11, Pavimento Superior, Sala 165~B
Telefone: 318~7056 Fax: 318~2140 Bloco (PSB, PCdoB)
PTB PT
PTB
PSDB
Luiz Antonio Fleury Roberto Jefferson
Augusto Franco Alberto Goldrnan
PDT Dr. Heleno Carlos Batata
Eurlpedes Miranda Wanderley Martins João Almeida Léo Alcântara
Bloco (PSB, PCdoB) Jovair Arantes Nelson Otoch
Gonzaga Patriota Agnelo Queiroz Vicente Arruda Sérgio Carvalho
1 vaga 1 vaga
Bloco (PL, PST, PMN, PSD, PSL)
Cabo Júlio Paulo José Gouvêa
PPS PT
Ayrton Xerêz (Licenciado) Régis Cavalcante
Fernando Ferro 1 vaga
Secretária: Helofsa Pedrosa Diniz João Paulo
Local: Serviço de Comissões Especiais, Anexo 11, Sala 165-B Milton Temer
Telefone.: 318-6874 Wellington Dias
PDT PT
José Roberto Batochio Fernando Corula Carlos Santana João Coser
Pedro Celso Luiz Sérgio
Bloco (PSB, PCdoB) Teima de Souza 2 vagas
Wellington Dias
Sérgio Novais José Antonio Almeioa
PPB
Bloco (PL, PST, PMN, PSD, PSL)
PPB
PSDB
Herculano Anghinetti Edmar Moreira
Nelson Meurer Jair Bolsonaro Antonio Carlos Pannunzio Alexandre Santos
Pedro Corrêa Ricardo Barros Helenildo Ribeiro Dr Heleno
Léo Alcilntara Jutahy Júnior
Raimundo Gomes de Matos Lino Rossi
PTB Saulo Pedrosa Marcus Vicente (PPB)
Fernando Gonçalves Antônio Jorge Vicente Arruda Nicias Ribeiro
José Carlos Elias Nelson Marquezelli
PT
PDT Geraldo Magela Henrique Fontana
Fernando Coruja 1 vaga 3 vagas José Genoíno
2 vagas
PPS PTB
PTB
PPS
Murilo Domingos Nelson Marquezelli
1 vaga 1 vaga
Titulares Suplentes
Edison Andrino 6 vagas
Freire Júnior
Marcelo Barbieri Bloco (PSDB, PTB)
3 vagas
Adolfo Marinho Alex Canziani
Antonio Carlos Pannunzio Dino Fernandes (PPB)
Custódio Mattos Dr. Heleno
PSDB Julio Serneghini João Castelo
Dino Fernandes (PPB) Antonio Carlos Pannunzio Márcio Fortes Juquinha (PL)
Dr. Heleno Bonifácio de Andrada Paulo Kobayashi Mendes Ttlame
Helenildo Ribeiro Saulo Pedrosa Ricardo Ferraço Ronaldo Cezar Coelho
Rommel Feijó 3 vagas Rodrigo Maia 1 vaga
Sérgio Reis
1 vaga
Bloco (PFL, PST)
PT
Bloco (PSB, PCdoB)
Jair Meneguelli José Genorno
Alexandre Cardoso Inácio Arruda Ricardo Berzoini Orlando Fantazzini
Sérgio Novais José Antonio Almeida Telrna de Souza Paulo Delgado
PPB
Bloco (PDT, PPS) Cunha Bueno Augusto Nardes
Herculano Anghinetti Pedro Corrêa
Ivan Paixão Olimpio Pires Simão Sessim Simão Sessim
Jooo Sampaio Pedro Eugênio
Bloco (PSB, PCdoB)
PFL PDT
Reginaldo Germano Laura Carneiro Olímpio Pires Wanderley Martins
Robson Tuma Sérgio Barcellos
PV
Fernando Gabeira (PT) Luiz Alberto (PT) Bloco (PMOB, PST, PTN)
A ACOMPANHAR A APURAÇÃO DO
ACIDENTE OCORRIDO NA MADRUGADA
DE HOJE NA PLATAFORMA P-36, PFL
DA PETROBRAS, NO CAMPO DE Euler Ribeiro Eliseu Resende
RONCADOR, NA BACIA DE CAMPOS José Thomaz Nonõ João Carlos Bacelar
Luciano Pizzatto José Carlos Fonseca Jr.
Proposição: Autor: Aécio Neves
Neuton Lima Roberto Argenta (PHS)
Titulares Suplentes
Ney Lopes Sérgio Barcellos
léze Perrella Wilson Braga
Alexandre Santos (PSOB) 19 vagas
Carlos Santana (PT) 1 vaga 1 vaga
Or. Heleno (PSOB)
Fernando Gabeira (PT) PT
Haroldo Lima (PCdoB)
Jandira Feghali (PCdoB) João Grandão Marcos Afonso
João Sampaio (POT) 3 vagas Padre Roque
Jorge Bittar (PT) Teima de Souza
Luciano Pizzatto (PFL) 1 vaga
Luciano lica (PT)
Luiz Alberto (PT) PPB
Luiz Antonio Fleury (PTB)
Luiz Sérgio (PT) Oilceu Sperafico Nelson Meurer
Miriam Reid (PSB) Roberto Balestra Salomão Cruz (PFL)
Nelson Pellegrino (PT) Romel Anizio 1 vaga
Paulo Feijó (PSOB)
Salatiel Carvalho (PMOB)
Vivaldo Barbosa (POT)
POT
COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A Pompeo de Mattos Or. Hélio
APRECIAR E PROFERIR PARECER AO
PROJETO DE LEI N° 4.842, DE 1998, QUE
Bloco (PSB, PCdoB)
"DISPÕE SOBRE O ACESSO A RECURSOS
GENÉTICOS E SEUS PRODUTOS DERIVADOS Socorro Gomes 1 vaga
E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS" E AOS
PROJETOS DE LEI N°S 4.579, DE 1998,4.751,
Bloco (PL, PSL)
DE 1998 E 1.953, DE 1999, APENSADOS
Proposição: PL n° 4.842/98 Autor: Senado Federal Paulo José Gouvea Valdeci Paiva
PMDB
PFL.
Albérico Filho ConfCJcio Moura
5 vagas Abelardo Lupion Costa Ferreira
Benito Gama
Darcisio Perondi Cleuber Carneiro Gervásio Silva
Marcondes Gadelha Joaquim Francisco
Lamartine Posella
Roberto Pessoa Lael Varella
Leur L.omanto
Ronaldo Caiado Paulo Braga
Marçal Filho
2 vagas Pedro Fernandes
Reginaldo Germano
PT
Adão Preito Luiz Sérgio Jairo Carneiro Antônio Carlos Konder Reis
João Grandão 3 vagas José Rocha Francistônio Pinto
Nilson Mourão Neuton Lima Mauro Fecury
Padre Roque Paulo Magalhães Osvaldo Coelho
Sérgio Barcellos Paulo Gouvêa
1 vaga 1 vaga
PPB
Oilceu Sperafico Felter Junior PMOB
Hugo Biehl Nelson Meurer
Roberto Balestra 1 vaga Cezar Schirmer Asdrúbal Bentes
Coriolano Sales Osvaldo Reis
Lalre Rosado 4 vagas
Bloco (PSB, PCdoB) Luiz Biltencourt
Mauro Lopes
2 vagas 2 vagas 1 vaga
PT
Bloco (POT, PPS)
João Paulo 3 vagas
Alceu Collares Márcio Bittar Orlando Fantazzini
Clementino Coelho 1 vaga Pedro Celso
PPB
Bloco (PL, PSL) Eni Voltolini 3 vagas
Gerson Peres
Paulo José Gouvêa Eujácio Simões
Marcus Vicente
PMDB PMDB
Asdrúbal Bentes Damião Feliciano Barbosa Neto Lalre Rosado
Confúcio Moura 5 vagas Osmar Serraglio Osmar Terra
Elcione Barbalho
Igor Avelino
Jurandil Juarez PT
Marinha Raupp Orlando Fantazzini Iara Bernardi
Waldir Pires Marcos Rolirn
PT
Orlando Fantazzini PPB
Luciano Zica
Marcos Afonso 2 vagas Romel Anizio João Tota
Nilson Mourão
PTB
PPB
Ricardo Izar Nelson Trad
Dr. Benedito Dias Almir Sá
João Tota Jair Bolsonaro Bloco (PDT, PPS)
Luiz Fernando 1 vaga Oscar Andrade Lincoln Portela
Bloco (PSB, PCdoB)
José Antonio Almeida Vanessa Grazziotin
Bloco (PSB, PCdoB)
COMISSÃO GRUPO DE TRABALHO
Agnelo Queiroz 2 vagas
Vanessa Grazziotin GRUPO DE TRABALHO DESTINADO A
EFETUAR A CONSOLIDAÇÃO DA LEGISLAÇÃO
Bloco (PDT, PPS) COM VISTAS A IDENTIFICAR E REDUZIR,
SE FOR O CASO, O NÚMERO DE LEIS
Airton Cascavel Giovanni Queiroz
EM VIGOR, EM FACE DE SUA
Eurlpedes Miranda 1 vaga
MULTIPLICIDADE E REPETiÇÃO
Proposição: Autor- Presidente
Bloco (PL, PSL) Coordenador: Bonifácio de Andrada (PSDB)
Darci Coelho
PHS Jairo Carneiro
Ney Lopes
Luis Barbosa (PFL) 1 vaga Paes Landim
Vilrnar Rocha
Secretário: Francisco Lopes
Local: Anexo JJ, Pavimento Superior, Sala 165-B PMDB
Telefone: 318-7066 Fax: 318-2140 2 vagas
PSDB PPS
Bonifácio de Andrada Ricardo Ferraço
Zenaldo Coutinho
PV
PT
PPB
PDT
Ibrahim Abi-Ackel
Pompeo de Maltos
Bloco (PL, PST, PMN, PSD, PSL) Secretário (a): Erles Janner Costa Gorini
Local: Serv. Comissões Especiais, Anexo 11, Sala 165-B
De Velasco Telefone 318-7063/318-2140
Secretária Liliane
Local: Ala C, Sala T 04, Anexo 11
GRUPO DE TRABALHO DESTINADO A TRATAR
Telefone: 318-7592/318-7596 DA TRANSPOSiÇÃO DE ÁGUAS DO RIO SÃO
FRANCISCO E REVITALlZAÇÃO DO SEU
GRUPO DE TRABALHO PARA ANALISAR
CURSO, BEM COMO APRESENTAR
AS PROPOSiÇÕES EM TRAMITAÇÃO
PROPOSTAS AO ORÇAMENTO QUE
NA CÂMARA DOS DEPUTADOS,
VIABILlZEM ESTAS AÇÕES
QUE DISPÕEM SOBRE IMUNIDADE
Presidente: Henrique Eduardo Alves (PMDB) (Licenciado)
PARLAMENTAR E, SE FOR O CASO, 1° Vice-Presidente: João Caldas (PL)
OFERECER SUGESTÕES ALTERNATIVAS 2° Vice-Presidente:
3° Vice-Presidente: Mário Negromonte (PPB)
Proposição: Autor: Presidente
Relator: Marcondes Gadelha (PFL)
Coordenador: Ibrahim Abi-Ackel (PPB)
Titulares Suplentes
Titulares Suplentes
Albérico Filho (PMDB)
Almeida de Jesus (PL)
PPB Antônio Jorge (PTB)
Ibrahim Abi-Ackel Aroldo Cedraz (PFL)
Augusto Franco (PSDB)
Avenzoar Arruda (PT)
PFL B. Sá (PSDB)
Carlos Alberto Rosado (PFL)
Jaime Martins
Cesar Bandeira (PFL)
Ciro Nogueira (PFL)
PSDB Clementino Coelho (PPS)
Cleonâncio Fonseca (PPB)
Antonio Carlos Pannunzio Cleuber Carneiro (PFL)
Bonifácio de Andrada Coriolano Sales (PMDB)
Damião Feliciano (PMDB)
PMDB Darci Coelho (PFL)
Djalma Paes (PSB)
Cezar Schinner Edmar Moreira (PPB)
Eduardo Jorge (PT) (Licenciado)
Félix Mendonça (PTB)
PT
Fernando Ferro (PT)
Jaques Wagner Fernando Gabeira (PT)
Gonzaga Patriota (PSB)
Haroldo Uma (PCdoB)
PTB Henrique Eduardo Alves (PMDB)
Herculano Anghinetti (PPB)
Luiz Antonio Fleury
Iberê Ferreira (PTB)
Inácio Arruda (PCdoB)
Bloco (PSB, PCdoB) João Caldas (PL)
João Leão (PPB)
José Antonio Almeida Joel de Hollanda (PFL)
Jorge Alberto (PMDB)
Jorge Khoury (PFL)
Bloco (PL, PST, PMN, PSD, PSL) José Unhares (PPB)
José Pimentel (PT)
Bispo Rodrigues José Rocha (PFL)
José Thomaz Nonô (PFL) Pinheiro Landim (PMDB)
Laire Rosado (PMDS) Rafael Guerra (PSDB)
Lavoisier Maia (PFL) Raimundo Gomes de Matos (PSDB)
Luiz Dantas (PTS) Rogis Cavalcante (PPS)
Manoel Salviano (PSOB) Ricardo Rique (PSDB)
Marcelo Teixeira (PMOB) Robério Araújo (PL)
Marcondes Gadelha (PFL) Roberto Pessoa (PFL)
Marcos de Jesus (PL) Roberto Rocha (PSDB)
Maria Abadia (PSOB) Ronaldo Vasconcellos (PL)
Maria do Carmo Lara (PT) Saulo Pedrosa (PSDB)
Mário Negromonte (PPB) Sérgio Guerra (PSDB)
Neiva Moreira (POT) Sérgio Novais (PSB)
Nelson Marquezelli (PTS) Silas Câmara (PTB)
Teima de Souza (PT)
Nilo Coelho (PSDB)
Ursicino Queiroz (PFL)
Osvaldo Coelho (PFL)
Waldir Pires (PT)
Osvaldo Reis (PMDB)
Wellington Dias (PT)
Paes Landim (PFL)
Wilson Braga (PFL)
Paulo Braga (PFL)
8 vagas
Paulo Magalhães (PFL)
Pedro Corrêa (PPB) Secretária: Maria de Fátima Moreira
Pedro Eugênio (PT) Local: Serv. Comissões Especiais, Anexo li, Sala 165-B
Philemon Rodrigues (PL) (Licenciado) Telefone: 318-7060
CAMARA DOS DEPUTADOS
\ ;lN 1RO Ul: I. )OCLJMENTN,~I\() lo iNFOI\MN;N)
(;()\)RDENAÇi\() [Ir l'IJl'II.ICAÇ()[S
R$ 3,30 K$ l,:.w
l,:ONfi1'iiinçno
1 !)(1Il
R$ 10,00
R$ 10,00
HOMENAGEM AOS 68 ANOS DE FllNDAÇAO DE REl.ATàRIO FINAL 200\ : UMA PORTA ABE:RTA
GOIANIA, CAPIl Al. DE GOlAs PARA A CIDADANIA
R$ 2,20 R$UO
t <le;,,'; '.1(' \",lld;L Milha LIVlilllil. Lei í'lIlll:l(1dlc' An,;xo IV d,l Cdlll.Jld rio:.; U,:putados 'fdeturles: (lil) 3115 r;4((/(;.'/ I
InllJIIIL.l«C""s Coo,dt'niJt,:,)U de !'ubIICiIÇÓt;s.l,d"!OIIl; íh1) :1'111 (;flt,,1 F m,ld' pllhllc;H:oescP(1W1)C:1Il1,H;\ qov lil
SENADO
FEDERAL
SECRETARIA
ESP:ECIAL
DE EDITORAÇÃO
E PUBllCAÇOES