PREPARO NO TEMPO DO FIM 1

Periodicidade: Anual

Uma publicação dos Departamentos de Mordomia Cristã da

União Leste Brasileira e União Nordeste Brasileira da Igreja
Adventista do Sétimo Dia.

Material de uso exclusivo das Equipes Distritais de Mordomia

Cristã (EDMC) nos territórios da ULB e UNeB em 2022.

Coordenação Geral: Luciano Salviano e Paulo Fernando

Assistentes: Bruna Santana e Jéssica Gomes

Autor: Arilton Oliveira

Conselheiro: Josanan Alves

Administração:
André Dantas (Presidente ULB)
Moisés Moacir (Presidente UNeB)
Davi França (Secretário ULB)
Everon Donato (Secretário UNeB)
Wilian Ferreira (Tesoureiro ULB)
Jairo César (Tesoureiro UNeB)

Colaboradores:

Departamentais de Mordomia ULB:

AB - Abraão de Lima
ABAC - Ronaldo Rocha
ABN - Luciano Paulino
ABS - Henrique de Souza
MBSO - Hudson Uchôa e Daione Rodrigues
MSe - Erzon Aduviri

Departamentais de Mordomia UNeB:

ACe - Marcos Militão
APe - Edimir Tavares
APeC - Wellington Lima
MisAl - Jadson Rocha
MNe - Gilmar Silveira
MPi - Marcos Elias

Revisão Ortográfica: Érika Uchôa

Coordenação Gráfica: Alcides Júnior

Capa e Projeto Gráfico: Thiago Fernandes

Imagens: Freepik, Sutterstock, Centro White e Google

Impressão e acabamento: Casa Publicadora Brasileira

2 PREPARO NO TEMPO DO FIM

 EDITORIAL .................................................................................. 04

Capitulo 1
TEMPO DE OPORTUNIDADES ..................................... 06

Capitulo 2
DEUS E NOSSOS RECURSOS ......................................... 12

Capitulo 3
O LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS ........................ 18

Capitulo 4
FIDELIDADE A TODA PROVA ......................................... 24

SERMÃO
MORDOMOS DO TEMPO DO FIM ............................. 28

PREPARO NO TEMPO DO FIM 3


V ocê já ouviu falar em Hiroo Onoda? Aos 20 anos
ele já era soldado do exército japonês e partici-
pou de uma missão nas Filipinas. Em dezembro de 1944,
no auge da Segunda Guerra Mundial, recebeu a seguin-
te nota, emitida pelo major Yoshimi Taniguchi, descre-
vendo sua missão de permanecer vivo: “Isso pode levar
três anos, pode levar cinco, mas aconteça o que acon-
tecer, nós vamos voltar até você”. Ele entendeu a ordem
e se preparou para o pior. Participou de confrontos e de-
pois se abrigou em refúgios para se proteger.
4 PREPARO NO TEMPO DO FIM
Quando finalmente a guerra terminou, em 1945, o
exército japonês buscou informar aos soldados ainda
em campo, de todas as formas, que eles poderiam
voltar. Anúncios foram dados em alto-falantes, folhetos
lançados de aviões e até jornais informando o fim da
guerra. Mas nada disso convenceu Onoda, que acha-
va que tudo isso era uma estratégia do inimigo. Ele e
mais um soldado ainda permaneceram prontos para o
combate por anos. Depois da morte de seu amigo, ele
ainda resistiu sozinho, e isso durou 29 anos. Todo esse
tempo ele esteve pronto para o enfrentamento sem
acreditar que a guerra havia acabado!
O grande erro de Onoda foi não conhecer o tem-
po, o momento em que ele estava vivendo. O mesmo
pode acontecer hoje. Devemos estar atentos ao tempo
e às profecias. Nossa mais cara expectativa deve estar
centrada na volta de Jesus e no estabelecimento de
Seu reino nesta Terra.
Ao olharmos para o cenário profético, especialmen-
te o capítulo 2 de Daniel, podemos afirmar que já esta-
mos nos artelhos os pés da estátua. Nos últimos grãos
da ampulheta divina do tempo. E como escreveu o au-
tor de Hebreus: “Porque, ainda dentro de pouco tempo,
aquele que vem virá e não tardará” (Hebreus 10:37).
O tempo do fim chegou e com ele os desafios e
provas dos dias que antecedem a volta do Senhor. Pre-
cisamos estar cientes do tempo em que vivemos e da
grande necessidade de um preparo cabal para a volta
de Jesus.
Esperamos sinceramente que essa revista possa
ajudar você nesse objetivo!
Pr. Arilton Oliveira
Gerente da Escola Bíblica
da Novo Tempo
PREPARO NO TEMPO DO FIM 5
O Selo de Deus nome do governante, seu cargo e a jurisdição ou do-
mínio.1 O sábado é o único dos mandamentos que
no Tempo do Fim
contém Seu nome: “o Senhor teu Deus”; Seu título

U
ou função: Criador, “pois em seis dias fez o Senhor”;
m dos pilares da mordomia cristã, ensina-
e Seu território ou jurisdição: “o céu e a Terra, o mar
dos pela IASD, tem a ver com o sábio uso
e tudo o que neles há” (Êxodo 20:8-11). O sábado do
do tempo. E quando falamos em tempo não pode-
sétimo dia é um eterno sinal de lealdade a Deus. É o
mos nos esquecer do sagrado mandamento em
símbolo externo de uma fé viva e profunda.
que Deus reserva 24 horas por semana para estar
Falando sobre o sábado como sinal entre Deus
com Suas criaturas.
e Seu povo, Ellen G. White comenta: “Para os que
guardam o sábado, esse dia é o sinal de santificação.
A observância do quarto mandamento da lei
A verdadeira santificação consiste em viver em har-
de Deus, que requer a santificação do sábado, é um
monia com Deus e na imitação de Seu caráter. Essa
marco do mordomo cristão na atualidade. O profeta
harmonia e semelhança com Deus são alcançadas
Ezequiel declara: “Também lhes dei os meus sába-
pela obediência aos princípios que são a transcrição
dos, para servirem de sinal entre mim e eles, para
de Seu caráter. O sábado é o sinal de obediência.
que soubessem que eu sou o SENHOR que os santi-
Aquele que de coração obedecer ao quarto man-
fica” (Ezequiel 20:12). Sim, o sábado é um sinal entre
damento obedecerá toda a lei. Será santificado pela
Deus e Seu povo.
obediência”.2

O sábado é considerado na Bíblia o selo de

Mas o que dizer quanto aos que não chega-
Deus e é colocado sobre aqueles que “obedecem
rem a ter conhecimento sobre esse mandamento?
aos mandamentos” (ver Apocalipse 12:17; 14:12). Os
E quanto aos milhares de cristãos na atualidade que
selos antigos continham três elementos principais:
1 Roy A Anderson. Revelações do Apocalipse (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1988), p. 91.
2 Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 350.
6 PREPARO NO TEMPO DO FIM

Ellen G. White comenta: “Mas os cristãos das
gerações passadas observaram o domingo, su-
pondo que assim fazendo estavam a guardar
o sábado bíblico; e hoje existem verdadeiros
cristãos em todas as igrejas, não excetuando a
comunhão católica romana, que creem since-
ramente ser o domingo o dia de repouso divina-
mente instruído... Deus aceita a sinceridade de
propósito de tais pessoas e sua integridade”.3
Isso está em perfeita harmonia com a Palavra
de Deus, quando ela declara: “Ora, não levou Deus
em conta os tempos da ignorância; agora, porém,
notifica aos homens que todos, em toda parte, se ar-
rependam” (Atos 17:30).
Por outro lado, a última geração que viverá na
Terra chegará ao conhecimento pleno das exigên-
cias da lei de Deus e deverá então fazer sua escolha:
receber o selo de Deus ou a marca da besta.
Dois selamentos no
livro do Apocalipse
O Apocalipse fala em dois selamentos no tem-
po do fim. Uns serão selados com o selo de Deus
(Apocalipse 7:3), enquanto outros receberão a mar-
ca da besta (Apocalipse 13:16-17). Assim, todos os ho-
mens serão assinalados com um ou outro desses
sinais.
3 O Grande Conflito, p. 450.
PREPARO NO TEMPO DO FIM
No capítulo 7 de Apocalipse, João vê “quatro
anjos em pé nos quatro cantos da Terra” e eles esta-
vam “segurando os quatro ventos da Terra”, para que
não soprassem (Apocalipse 7:1). Na Bíblia, os anjos
são mensageiros de Deus (Mateus 13:41; 2 Reis 19:35).
A expressão “os quatro cantos da Terra” era usada no
antigo Oriente Próximo, assim como, hoje, mencio-
na-se a expressão “os quatro pontos cardeais” para
descrever a importância global de um evento (ver
Isaías 11:12). Ezequiel visualizou que o fim viria sobre
os quatro extremos da Terra (Ezequiel 7:2).
Esses quatro anjos estão retendo os ventos
para que não soprem sobre a Terra. Na profecia, ven-
tos simbolizam guerras e lutas por supremacia en-
tre as nações (Daniel 7:2; Jeremias 4:11-13; 25:31-34).
Jeremias anunciou que os juízos vindouros sobre
Jerusalém seriam como “um vento abrasador” (Je-
remias 23:19, 30:23). Todavia Deus não permitirá que
os poderes do mal façam sua obra de morte até que
Seu povo tenha sido selado.
A visão do selamento em Apocalipse 7 tem
como pano de fundo o selamento de Ezequiel 9,
quando, em linguagem simbólica, são apresenta-
das as cenas da destruição de Jerusalém antes do
exílio babilônico. O profeta viu, em visão, um men-
sageiro celestial descrito como “um varão vestido de
linho com um estojo de escrevedor à cintura”. Antes
de começar a matança em Jerusalém ele havia sido
instruído a percorrer a cidade e marcar a fronte da-
queles que foram fiéis. Os executores receberam a
ordem de não tocar em nenhum dos que estives-
sem marcados. O sinal na fronte distinguia os que
eram fiéis a Deus e os que eram infiéis e idólatras
(Ezequiel 9:1-11).
No tempo da crise final da história deste mun-
do, o selamento terá um significado adicional como
um selo de proteção, assim como, na visão de Eze-
quiel 9, os selados foram protegidos dos juízos que
caíram sobre Jerusalém. O povo de Deus estará de-
baixo da proteção especial do Espírito Santo e será
guardado das forças destruidoras das sete pragas.
7
O Selamento
dos 144 mil
O selo de Deus que é colocado nos 144 mil tem
duas finalidades específicas. Primeira, indicar que
os 144 mil pertencem ao Senhor, por isso trazem o
nome de Deus na fronte de cada um deles (Apoca-
lipse 14:1). O “nome” de Deus é um termo frequen-
temente usado para representar Seu caráter. Os 144
mil revelam o caráter do Pai através de sua vida de
obediência aos mandamentos de Deus.
4 Testemunhos Seletos, v. 2, p. 71.
5 “Selo”, Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, Colin Brawn (ed.), 4:403.
6 Primeiros escritos, p. 70.
7 Maranata, O Senhor vem!, Meditações Matinais, 1977, p. 241.
8 PREPARO NO TEMPO DO FIM
Ellen G. White comenta: “Os que desconfiam do
eu, que se humilham diante de Deus, e purifi-
cam a alma pela obediência à verdade, estão
recebendo o molde divino, e preparando-se
para receber na fronte o selo de Deus. Quando
sair o decreto, e o selo for aplicado, seu caráter
permanecerá puro e sem mácula para toda a
eternidade”.4
Em segundo lugar, o selo é aplicado como
forma de proteger os filhos de Deus dos juízos que
sobrevirão aos ímpios por ocasião das sete pragas
(Apocalipse 7:3; 9:4; 16:2). Brawn comenta: “Os se-
los são para proteger os crentes dos castigos que
hão de vir sobre o mundo... o selo é um sinal de
possessão e, portanto, daquele que protege; Deus
preserva os Seus do juízo.... A impressão do selo que
contém o nome de Deus (Ver Apocalipse 14:1; 22:4)
distinguirá os crentes daqueles que levam a ‘marca
da besta’ nas suas mãos e testa (Apocalipse 13:16, 17;
14:9, 11)”.5 Assim, o selo é símbolo de pertencimento
e proteção.
Ellen G. White declara: “Os que hão de receber
o selo do Deus vivo e ser protegidos no tempo
de angústia, devem refletir completamente a
imagem de Jesus”.6
Outro detalhe importante que deve ser lem-
brado é que o selo não será um sinal visível, mas “é
um sinal que os anjos, mas não os olhos humanos
podem ler; pois o anjo destruidor precisa ver este
sinal de redenção”.7
Quando os selos
serão aplicados?
O selamento dos 144 mil ocorre no contexto
da abertura do sexto selo (Apocalipse 6:12-17). O ca-
pítulo 6 termina com uma pergunta: “quem é que
pode suster-se?” (Apocalipse 6:17). Logo em sequên-
cia, a visão seguinte responde a essa pergunta, ou
seja, apenas os 144 mil selados poderão suster-se,
sobreviver (Apocalipse 7:1-4).
 O selamento deve ocorrer depois da abertu-
ra do sexto selo e antes do fechamento da porta da
graça (Apocalipse 22:11), que antecede as pragas e
a vinda de Jesus. É durante a queda das sete últi-
mas pragas que terá lugar a “grande tribulação” ou
“tempo de angústia” (ver Daniel 12:1; Mateus 24:21;
Apocalipse 7:13-14). Ellen G. White escreveu: “Pouco
antes de entrarmos nele (no tempo de angústia) to-
dos nós recebemos o selo do Deus vivo”.8 E ainda:
“Os que desconfiam do eu, humilham-se diante de
Deus, e purificam a alma pela obediência à verdade,
estão recebendo o molde divino, e preparando-se
para receber na fronte o selo de Deus. Quando sair o
decreto, e o selo for aplicado, o caráter permanecerá
puro e sem mácula por toda a eternidade”.9
Por todos esses textos podemos concluir que o
selamento do Apocalipse será aplicado à última ge-
ração de fiéis que viver justamente antes do fecha-
mento da porta da graça (Apocalipse 9:4; 14:1; 22:4).
Por outro lado, aqueles que não se prepararem para
esse selamento receberão o selo ou marca da besta
(Apocalipse 13:16, 17; 14:9; 16:2; 19:20; 20:4).
Escolher o lado
Estamos vivendo um momento crucial da história.
Em breve a humanidade se dividirá em dois grupos:
os que se submetem aos reclames divinos e se sub-
metem à Sua lei, e os que se prostrarão diante da
besta e sua imagem. Como o próprio Jesus afirmou:
“Ninguém pode servir a dois senhores” (Mateus 6:24).
Nosso grande desafio hoje, como mordomos no
Tempo do Fim, é buscar uma inteira consagração
que nos permita passar pelo tempo de prova que
diante de nós está e estarmos em pé no dia da vinda
de Cristo.
O inimigo das almas, Satanás, fará de tudo para
desviar nosso foco das profecias finais e nos prender
aos deleites e prazeres do mundo. Precisamos redo-
brar nossa atenção e vigiar em todo tempo. Como
mordomos de Deus, nosso tempo não deve ser des-
perdiçado com “passatempos” que afetam nossa es-
piritualidade. Mais tempo com a Bíblia, mais tempo
em oração e mais tempo testemunhando. Eis o se-
gredo para nosso crescimento espiritual e preparo
para os últimos eventos.

Ellen G. White afirma: “Quando, porém,

a observância do domingo for imposta
por lei, e o mundo for esclarecido rela-
tivamente à obrigação do verdadeiro
sábado, quem então transgredir o man-
damento de Deus para obedecer a um
preceito que não tem maior autoridade
que a de Roma, honrará desta maneira
ao papado mais do que a Deus. Presta-
rá homenagem a Roma, e ao poder que
impõe a instituição que Roma ordenou...
E somente depois que esta situação es-
teja assim plenamente exposta perante
o povo e este seja levado a optar entre os
mandamentos de Deus e os dos homens,
é que, então, aqueles que continuam a
transgredir hão de receber ‘o sinal da
besta’”.10

8 Maranata, O Senhor vem!, Meditações Matinais,

1977, p. 241.
9 Vida e Ensinos, p. 189, 190.
10 O Grande Conflito, p. 450.

PREPARO NO TEMPO DO FIM 9

Correta observância Como você pôde ver, o sábado pode ser des-
frutado de várias maneiras. Deve-se usar a imagina-
do sábado
ção e a criatividade. Agora, o que não devemos fazer
aos sábados?
Como observar o sábado de forma correta? O
Não realizar nenhum trabalho cotidiano, mas
que posso fazer no sábado?
apenas obras em benefício do próximo (Êxodo 20:10;
Celebrar a chegada do dia do Senhor com um
João 5:17).
bonito culto de adoração, ao pôr-do-sol de sexta-fei-
ra (Levítico 23:32).
Não comprar, não ven-
der ou realizar qualquer ati-
Ir à igreja e participar de
vidade comercial (Neemias
programações espirituais, pois
10:31; 13:15-20). Também não
estas nos colocam em íntima
devemos contribuir para que
ligação com Deus (Levítico
outras pessoas desrespeitem o
23:3; Lucas 4:16, 31).
sábado.

Passear em meio à natu-

Não assistir a nenhum
reza (Atos 16:13; Romanos 1:20).
programa secular na TV ou
É um ótimo dia para fazer pi-
Internet, a não ser programas
queniques com a família. Isso é
que estejam em harmonia
marcante, especialmente para
com a espiritualidade do dia.
as crianças. O contato com a
natureza traz saúde mental e
mostra aos filhos o quanto o
sábado é um dia especial. PERGUNTAS
PARA INTERAÇÃO
Fazer o bem em favor
do próximo (Mateus 12:12). Vi- 1) Como posso ajudar outros
sitar os necessitados é uma a conhecerem mais sobre
atividade própria para o a mensagem do sábado?
sábado.
2) Que mudanças preciso
Direcionar as atenções realizar em minha família
para os assuntos espirituais para que o sábado seja
(Isaías 58:13-14). Falar sobre de fato uma bênção?
Deus, o Céu, a vida eterna, o
amor de Jesus Cristo, o Seu 3) Que atividades posso
perdão sem igual... Esse tipo realizar para tornar esse
de diálogo, diferente das con- dia mais atrativo para
versas que temos durante a as crianças de minha
semana, é bom para melho- família?
rar o convívio com a família
e agradável para as rodas de
amigos.
Orar e estudar a Bíblia (Atos 16:13; 13:42-44). É
ótimo separar momentos para a devoção pessoal e
também para estudar a Bíblia com os amigos.

10 PREPARO NO TEMPO DO FIM

PREPARO NO TEMPO DO FIM 11
Sábios Antes que pudessem ser integrados à família
celestial e viver eternamente, eles deveriam ser sub-
administradores
metidos a um teste. Deus então declarou: “De toda

A
árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore
Bíblia ensina uma diversidade de dons
do conhecimento do bem e do mal não comerás;
espirituais outorgados pelo Espírito Santo.
porque, no dia em que dela comeres, certamente
Quando observarmos as listas paulinas sobre eles
morrerás (Gênesis 2:16-17). Eles poderiam escolher
(Romanos 12, 1 Coríntios 12 e Efésios 4), podemos
entre obedecer ou desobedecer.
listar cerca de 30 dons. Um deles é o dom de presidir
ou administrar. O próprio Paulo mencionou que não
Você conhece a história e, infelizmente, eles
faltariam dons até o fim da história da igreja. Isso
deram ouvidos à voz da serpente e menosprezaram
quer dizer que no tempo do fim este dom estaria
as advertências divinas. Comeram do fruto que lhes
presente na igreja e seria imprescindível para o seu
era proibido comer. A árvore do conhecimento do
avanço e conclusão da obra. A forma como usamos
bem e do mal era uma prova de sua fidelidade. Ellen
nossos recursos fala muito sobre as nossas priorida-
G. White comenta: “De todas as demais, Adão e Eva
des.
poderiam comer livremente; mas, sobre essa única
árvore, disse Deus: ‘Dela não comerás.’ Gên. 2:17. Aí
Ainda
estava a prova de sua gratidão e lealdade a Deus”.1
no éden
Há uma bela lição a ser aprendida aqui. Eu e
Ao serem criados por Deus, Adão e Eva foram
você somos provados da mesma forma que eles fo-
dotados de livre-arbítrio. Isso significa que eles ti-
ram.
nham a faculdade da escolha. Não foram programa-
dos como robôs, mas poderiam escolher obedecer
ou desobedecer às ordens divinas.
1 Conselhos Sobre Mordomia, p. 65.

12 PREPARO NO TEMPO DO FIM

Ellen G. White esclarece: “Essa árvore reser- rios textos do Antigo Testamento (Deuteronômio
vou-a como lembrança constante de que Ele é 14.22-29; (2 Crônicas 31:11-12; Neemias 13:10-14; Mala-
o legítimo proprietário de todas as coisas. Dá-
quias 3.8-10). É ensinado, também, no Novo Testa-
-se o mesmo com as reivindicações de Deus a
nosso respeito. Ele deposita Seus tesouros nas mento (Mateus 23:23; Lucas 4:12; 1 Coríntios 9:1-14;
mãos dos homens, porém requer deles que Hebreus 7:1-28).
separem fielmente a décima parte para a Sua No Antigo Testamento os dízimos eram usa-
obra”.2
dos para a manutenção dos levitas, uma vez que
eles não receberam terras como herança e eram os
Quando somos negligentes na devolução do
responsáveis pelos serviços religiosos da nação de
dízimo e das ofertas (Malaquias 3:8-10) estamos co-
Israel. Os mesmos princípios para o sustento dos
metendo o mesmo pecado de Adão e Eva, ou seja,
levitas são também ensinados pelo apóstolo Paulo
nos apossando daquilo que nos foi proibido.
para o sustento dos obreiros de Deus no Novo Testa-
mento (1 Coríntios 9:11-14).
O Ato de Dizimar
na Bíblia O ato de ofertar
na Bíblia
Dízimo é a décima parte dos lucros e entradas
que alguém separa para ser devolvido à igreja e des-
O ato de ofertar também está presente em
tinado a uma finalidade sagrada. Essa prática é sinal
toda a Bíblia. Já no primeiro livro, o Gênesis, temos o
de uma aliança com Deus e o reconhecimento de
episódio das ofertas de Abel e Caim. Uma agradou
que Ele é o Criador de todas as coisas, inclusive do
ao Senhor e outra o desonrou. Também o livro de
homem. Logo, Ele é o legítimo proprietário de todas
Jó nos ensina sobre o costume do patriarca de reali-
as coisas (Salmo 24:1).
zar ofertas. O texto diz: “Decorrido o turno de dias de
O ensino sobre o dízimo está presente em vá-
seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os san-
2 Testemunhos Seletos Vol. 3, p. 37.

PREPARO NO TEMPO DO FIM 13

tificava; levantava-se de madrugada e oferecia holo-
caustos segundo o número de todos eles, pois dizia:
Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado
contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó conti-
nuamente” (Jó 1:5).
Perceba que no texto há uma relação entre o
oferecimento de ofertas e o perdão de pecados.
Ellen G. White aclara esse tema apresentando
os motivos das ofertas de sacrifício: “As ofertas
sacrificais foram ordenadas por Deus a fim de
serem para o homem: uma perpétua lembrança
de seu pecado, e um reconhecimento de arre-
pendimento do mesmo, bem como seria uma
confissão de sua fé no Redentor prometido”.3
Isso quer dizer que um dos objetivos de ofertar
na Bíblia tem a ver com o perdão de nossos pecados.
Mas há ainda um segundo motivo. Paulo declara:
“Cada um contribua segundo tiver proposto no co-
ração, não com tristeza ou por necessidade; porque
Deus ama a quem dá com alegria” (2 Coríntios 9:7).
As ofertas que damos não podem enriquecer
ao Senhor, mas elas têm um propósito muito claro,
ideado pelo próprio Deus.
Ellen G. White escreveu: “O Senhor não precisa
de nossas ofertas. Não o podemos enriquecer
com as nossas dádivas. No entanto... é essa a
única maneira em que nos é possível manifes-
tar nossa gratidão e amor a Deus.”4
3 Patriarcas e Profetas, p. 37.
4 Conselhos Sobre Mordomia, p.19.
5 Testemunhos para a Igreja, Vol. 9, p. 247.
14
Sim, através de nossas ofertas demonstramos
nossa gratidão a Deus.
QUESTÕES ATUAIS
Muitos cristãos concordam com a devolução
dos dízimos e a entrega de ofertas, mas possuem
muitas dúvidas ainda sobre o tema. Pensando nisso,
nos faria bem responder a algumas dúvidas atuais
que são levantadas sobre o ato de dizimar e ofertar.
Vejamos:
a) Como o dízimo deve ser empregado?
O dízimo é tão sagrado quanto o sábado, am-
bos são santos ao Senhor. Moisés escreveu: “No to-
cante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o
que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo
será santo ao SENHOR” (Levítico 27:32). Nem as ho-
ras do sábado nem os recursos do dízimo podem ser
usados por razões pessoais. Isso significa incorrer no
desagrado de Deus. Ellen G. White é muito clara nes-
te ponto: “A porção que Deus reservou para Si, não
deve ser desviada para nenhum outro desígnio que
não aquele por Ele especificado. Ninguém se sinta
na liberdade de reter o dízimo, para empregá-lo se-
gundo seu próprio juízo. Não devem servir-se dele
numa emergência, nem usá-lo segundo lhes pareça
justo, mesmo no que possam considerar como obra
do Senhor”.5
PREPARO NO TEMPO DO FIM
 Ellen G. White não podia ser mais clara. Nin-
guém está autorizado a usar os dízimos segundo
sua vontade. Ele deve ser usado exclusivamente
para seu propósito original.
b) Sendo que hoje não existe mais um templo e
sacerdotes levitas, como o dízimo deve ser usa-
do?
O dízimo deve ser usado exclusivamente para
manutenção da obra de Deus na Terra. Deve ser de-
volvido a fim de ser usado para o sustento dos que
trabalham na obra da pregação do evangelho. Hoje
a IASD determinou em quais áreas os dízimos po-
dem ser usados, segundo orientações da própria
profetisa. Vejamos um resumo abaixo:
Pastores e instrutores bíblicos (Evangelismo, p. 492).
Professores de Bíblia em nossas instituições
educacionais (Testemunhos, Vol. 6, p. 215).
Campos missionários carentes na América do Norte
e fora (Manuscript Releases, Vol. 1, p. 192).
Pastores Médicos (Medical Ministry, p. 245).
Obreiros evangélicos aposentados
(Manuscript Releases, Vol. 1, p. 189).
Ellen G. White ensinou que mesmo algumas ati-
vidades religiosas e humanitárias, “apesar de
boas em si mesmas, não são objeto para o qual
o Senhor determinou a aplicação do dízimo”.6
Entre estas atividades podemos citar: (a) o cui-
dado dos pobres, doentes e idosos (Conselho
sobre Mordomia, 103); Salário de Colportores
(Testemunhos, Vol. 9, p. 248-250); e despesas da
igreja local (Conselho sobre Mordomia, p. 103).
Estas atividades devem ser apoiadas com ofer-
tas voluntárias e não com o uso do dízimo.
6 Testemunhos, Vol. 9, p. 248
PREPARO NO TEMPO DO FIM
c) Onde está hoje a casa do tesouro?
O profeta Malaquias escreveu: “Trazei todos os
dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimen-
to na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR
dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e
não derramar sobre vós bênção sem medida” (Ma-
laquias 3:10). O profeta Malaquias viveu no período
de Neemias e após a reconstrução do templo. Nesse
tempo o dízimo era enviado à “casa do tesouro”. Mas
o que seria essa “casa do tesouro” nos dias atuais?
A expressão “Casa do Tesouro” significa um
depósito (Salmo 33:7), ou armazém (1 Crônicas
27:28). Era o local onde os cereais e outras oferendas
eram guardadas. Uma “Casa de provisões”. Com fre-
quência usa-se como sinônimo de tesouraria (Nee-
mias 12:12). Pode referir-se à tesouraria da igreja local
como um depósito temporário, de onde se enviam
os dízimos para as Associações, Uniões e Divisões
ao redor do mundo. Estas entidades representam a
igreja organizada, de onde se administram os usos e
destinos dos dízimos.
No ano de 1907 Ellen G. White estava numa
conferência do estado de São José, na Califórnia. Fa-
lando aos delegados daquela assembleia, ela usou
a expressão “casa do tesouro” uma vez e “tesoura-
ria” seis vezes para complementar suas observações
(Testemunhos, Vol. 9, p. 245-251). Para ela, “tesou-
raria” ou “casa do tesouro” eram sinônimas de tesou-
raria denominacional, fosse em nível de igreja local,
Associação, União ou Conferência Geral. Logo, nosso
dízimo deve ser entregue na igreja local em que so-
mos membros.
d) Alguém que ganha um pequeno salário deve
ainda dizimar?
Alguns afirmam que a moeda de Deus não é
o dólar, euro ou real, mas sim, percentual. Isso nos
permite concluir que uma pessoa pobre, que vive
de uma pequena renda mensal, ao devolver seu dí-
zimo, devolve na mesma proporção que um milio-
nário devolve seus milhões. Ellen G. White afirma:
“Para o pobre, o dízimo será de uma importância
15
comparativamente pequena, e suas dádivas serão
de acordo com a sua possibilidade. Mas não é o vul-
to da dádiva que torna a oferta aceitável a Deus, é o
propósito do coração, o espírito de gratidão e amor
que ela expressa. Não julgue o pobre serem suas dá-
divas tão pequenas que não sejam dignas de nota.
Deem segundo a sua capacidade, sentindo que são
servos de Deus, e que Ele lhes aceitará a oferta”.7
e) O dízimo deve ser calculado de forma exata ou
posso devolver um valor aproximado?
Ellen G. White responde a essa pergunta: “O
Senhor pede que Seu dízimo seja entregue em
Seu tesouro. Escrita, honesta e fielmente, seja-
-Lhe devolvida esta parte”.8
f) Devo abater o valor dos impostos pagos antes
de calcular o meu dízimo?
Não. Porque os impostos que pagamos ao go-
verno, quer sejam municipais, estaduais ou federais,
nos dão direito a serviços que são benefícios indire-
tos. Por isso esse valor deve ser dizimado dos valores
usados para pagar impostos.
g) Se faço um empréstimo devo dizimar esse va-
lor?
A pessoa que toma o empréstimo não deve
dizimar sobre esse valor, pois ele não é ganho e terá
que ser devolvido. Todavia, a pessoa que empresta,
se lucra com isso, esse lucro deve ser dizimado.
h) Devo dizimar os valores da venda de um imó-
vel?
Se o imóvel foi adquirido ou construído com
dinheiro já dizimado, dizima-se sobre o valor do lu-
cro da transação. Se houver algum tipo de inflação,
deve-se fazer a correção monetária e dizimar sobre
o lucro. Se não houve lucro na negociação, não há
necessidade de devolver o dízimo.
7 Conselhos sobre Mordomia, p. 73.
8 Conselhos sobre Mordomia, p. 82.
9 Conselhos sobre Mordomia, p. 100.
10 Lar Adventista, p. 63.
11 Conselhos sobre Mordomia, p. 93-94.
16
i) O que deve fazer alguém que deixou de dizimar
por um período?
Ellen G. White escreveu: “Se tiverdes recusado
lidar honestamente com Deus, eu vos suplico
que penseis em vossa deficiência, e sendo pos-
sível, façais restituição. Caso não seja possível
fazê-lo, com humildade e arrependimento orai
para que Deus vos perdoe, por amor de Cristo, a
grande dívida”.9
j) Uma criança que não possui renda tem algo a
ser dizimado?
Mesmo os filhos que ainda não possuem ren-
da devem ser educados na devolução dos dízimos e
ofertas. Se os pais podem doar uma pequena quan-
tia, semanal ou mensal, eles devem instruir as crian-
ças sobre o dízimo, as ofertas e desde a mais ten-
ra idade ajudá-los a compreender os princípios da
mordomia cristã.
Ellen G. White escreveu: “Toda pessoa que tem
idade suficiente para entender e escrever tem
geralmente uma pequena quantia de dinhei-
ro e é responsável perante Deus pela maneira
que a administra. Ensine-os a devolver dízimos
e ofertas”.10
l) Posso reter meu dízimo se não concordo com a
maneira como ele está sendo usado?
Ellen G. White advertiu: “Alguns se têm senti-
do mal satisfeitos, e dito: Não pagarei mais o
dízimo, pois não confio na maneira porque as
coisas são dirigidas na sede da obra. Roubareis,
porém, a Deus, por pensardes que a direção da
obra não está direita? Apresentai vossa queixa
franca e aberta, no devido espírito, e às pesso-
as competentes. Solicitai em vossas petições
que se ajustem as coisas e ponham em ordem,
mas não vos retireis da obra de Deus, nem vos
demonstreis infiéis porque outros não estejam
fazendo o que é direito”.11
PREPARO NO TEMPO DO FIM
Mordomos Fiéis
Nunca nos esqueçamos do ensino de Jesus
na parábola dos talentos: “Porque a todo o que tem
se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não
tem, até o que tem lhe será tirado” (Mateus 25:29).
Quando escolhemos não ser fiéis ao Senhor em nos-
sos dízimos e ofertas, nos enganamos a nós mes-
mos. Deus não precisa de nossos recursos, mas o
sistema de dizimar e ofertar é um antídoto contra o
orgulho e a presunção. Ao sermos leais a Deus nesta
questão, teremos o proprietário do universo ao nos-
so lado e Ele fará prosperar as obras de nossas mãos.
12 Testemunhos para a igreja, Vol. 9, p. 53.
PREPARO NO TEMPO DO FIM
Não nos esqueçamos do conselho da profeti-
sa: “Os que se encontram genuinamente con-
vertidos considerar-se-ão como colaboradores
de Deus e contribuirão para o avançamento da
obra com os meios que Ele colocou em suas
mãos”.12
Que usemos tudo que temos e somos para ver a
obra de Deus avançar e Jesus Cristo voltar para
nos buscar!
17
 S e você pudesse fazer um único pedido a
Deus, o que pediria? Veja que pedido fez
Davi: “Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que
Seu povo. Na coluna de fogo à noite e na nuvem de
dia, Deus demonstrava Sua presença, proteção e in-
teresse por Seus filhos.
eu possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da
minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e
meditar no seu templo” (Salmo 27:4). Siló – Primeira capital
do povo de Deus
O desejo que Davi nutria em seu coração de
morar com Deus era na realidade uma resposta
ao desejo de Deus de morar com o homem. Este
é um lindo ensinamento bíblico. O jardim do Éden
foi construído para ser a morada de Deus com o ho-
mem. Todos os dias Deus vinha visitar o casal recém-
-criado e manter comunhão com eles (Gênesis 3:8).
E mesmo após o pecado, que resultou na expulsão
do homem do jardim, Deus não o abandonou, mas
ordenou que uma casa fosse construída para que
Ele continuasse habitando com o homem (Êxodo
25:8). O santuário terrestre construído por Moisés
passou a ser o centro da religião e da vida do povo
de Israel. Depois de vaguear 40 anos pelo deserto, lide-
rado por Moisés, o povo de Israel chegou à frontei-
Durante toda sua peregrinação pelo deserto o ra da terra prometida – Canaã. Moisés não seguiria
povo de Israel buscava o perdão divino através dos mais com eles. Então Deus levantou Josué para que
sacrifícios e cerimônias realizadas no santuário. O ele conduzisse o povo e tomasse posse da terra que
santuário era símbolo da presença de Deus entre havia sido prometida a Abraão, Isaque e Jacó.
18 PREPARO NO TEMPO DO FIM
 Após haver cruzado o rio Jordão o povo chegou
a Canaã e estabeleceu em Siló sua primeira capital.
O santuário terrestre construído por Moisés havia
sido armado e desarmado dezenas de vezes em sua
jornada do Egito para Canaã. Finalmente, em Siló
ele foi armado pela última vez. O livro de Josué nos
relata: “Reuniu-se toda a congregação dos filhos de
Israel em Siló, e ali armaram a tenda da congrega-
ção; e a terra estava sujeita diante deles” (Josué 18:1).
Depois de expulsar os povos inimigos, Josué
lançou sortes e distribuiu a terra entre as tribos de Is-
rael (Josué 18:10). A promessa feita por Deus a Abraão
estava então sendo cumprida (Gênesis 15:13-16).
Jerusalém – Cidade da Paz
Por mais de quatro séculos o tabernáculo per-
maneceu em Siló. Entretanto quando Davi chegou
ao trono desejou construir uma casa para Deus. Davi
expressou seu desejo ao profeta Natã: “Eis que moro
em casa de cedros, mas a arca da Aliança do SE-
NHOR se acha numa tenda” (1 Crônicas 17:1). A prin-
cípio o profeta motivou o rei a seguir adiante com
sua ideia, mas depois, orientado pelo próprio Deus,
disse a Davi que ele não faria isso, mas esse privilégio
seria dado ao seu descendente (1 Crônicas 17:11-12).
Quando Salomão se torna rei ele cumpre essa
profecia e o templo é construído em Jerusalém. A
Bíblia nos informa: “No ano quatrocentos e oitenta,
depois de saírem os filhos de Israel do Egito, Salo-
mão, no ano quarto do seu reinado sobre Israel...
começou a edificar a Casa do SENHOR” (1 Reis 6:1).
PREPARO NO TEMPO DO FIM
Quando o templo ficou pronto a glória de Deus, que
repousava sobre o tabernáculo em Siló, veio para Je-
rusalém e encheu todo o prédio. Desta forma, Deus
demonstrava Sua aprovação a tudo que estava sen-
do feito e podia habitar entre Seu povo.
Anos depois este templo construído por Salo-
mão foi destruído por Nabucodonosor, rei da Babi-
lônia, em sua terceira invasão à cidade de Jerusalém
(2 Crônicas 36:19). O povo de Deus foi levado para Ba-
bilônia e lá permaneceu como escravo. O cativeiro,
de acordo com o profeta Jeremias, iria durar seten-
ta anos (Jeremias 25:11-12). Terminado esse tempo, o
povo de Deus, liderado por Esdras e Neemias, voltou
para Jerusalém e reconstruiu a cidade e a casa de
Deus (Esdras 3:8-10). Este templo
reformado é o mesmo templo que
Jesus vai purificar por duas vezes,
no início e no final de Seu ministé-
rio terrestre.
Profecia da
destruição
do templo
Enquanto os discípulos cha-
mavam a atenção de Jesus para as
belezas do templo, Ele profetizou:
“Não vedes tudo isto? Em verdade
vos digo que não ficará aqui pedra
sobre pedra que não seja derribada” (Mateus 24:2).
Cerca de 40 anos depois a profecia se cumpriu. Tito,
general romano, invadiu a cidade de Jerusalém, a
destruiu e também o templo. Deus não mais habita-
ria num templo feito por mãos humanas. No ato de
rasgar o véu, por ocasião da morte de Jesus (Mateus
27:51), Deus deixava claro que o tipo havia cumprido
seu propósito e deveria dar lugar agora à realidade.
Por isso, o autor de Hebreus declara: “Ora, o essen-
cial das coisas que temos dito é que possuímos tal
sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono
da Majestade nos céus, como ministro do santuário
e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu,
não o homem” (Hebreus 8:1-2).
Mas se não existe mais um santuário na Terra,
onde Deus habita hoje?
19

Habitação de Deus hoje
Jesus, ao prometer o Espírito Santo, declarou
que Ele moraria em Seu povo: “E eu rogarei ao Pai,
e ele vos dará outro Consolador, a fim de que este-
ja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que
o mundo não pode receber, porque não o vê, nem
o conhece; vós o conheceis, porque ele habita con-
vosco e estará em vós” (João 14:16-17). O desejo do
Espírito Santo é morar no íntimo do coração de cada
cristão.
O apóstolo Paulo, o grande teólogo do Novo
Testamento, é quem vai sistematizar essa teologia
sobre nosso corpo como morada do Espírito Santo.
Tomando como pano de fundo o santuário/templo,
onde Deus habitara por séculos, Paulo apresenta o
conceito do corpo como sendo o templo ou habita-
ção de Deus. Em sua primeira carta à igreja de Co-
rinto, Paulo explica: “Não sabeis que sois santuário
de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1
Coríntios 3:16). Depois ele declara: “Acaso, não sabeis
que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que
está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que
não sois de vós mesmos?” (1 Coríntios 6:19)
20
Então Paulo faz uma séria advertência: “Se al-
guém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá;
porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado”
(1 Coríntios 3:17). E depois dá um conselho: “Porque
fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a
Deus no vosso corpo” (1 Coríntios 6:20). Esta é uma
questão abrangente. Envolve todas as dimensões da
vida humana. Paulo explica: “Portanto, quer comais,
quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei
tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31).
Essa advertência de Paulo sobre o cuidado no
“comer” e no “beber” vai de encontro às práticas de
nossa sociedade atual, em que os pecados de gula
e da bebedeira tomam conta (Ver: Gálatas 5:21). Na
realidade este conselho não se originou com Paulo,
mas o sábio Salomão havia advertido: “Não estejas
entre os bebedores de vinho nem entre os comilões
de carne” (Provérbios 23:20). Sim, para que nosso
corpo seja o templo do Espírito Santo precisamos
mantê-lo puro e limpo abstendo-nos de toda comi-
da, bebida, hábitos e vícios que possam destruir a
saúde.
PREPARO NO TEMPO DO FIM
A IASD e a mensagem
de saúde
Para orientar sobre o cuidado com o corpo,
templo do Espírito Santo, Deus confiou uma men-
sagem de saúde à Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Logo nos primórdios do movimento, em meados do
século 19, o estilo de vida das pessoas era determi-
nado por diversos fatores comuns. Artur White, neto
de Ellen G. White, menciona sete deles: (1) Hábitos
alimentares; (2) Vestuário; (3) Falta de encanamento
e eletricidade; (4) Falta de calefação; (5) Uso de chá,
café, álcool, tabaco e cidra; (6) Baixa expectativa de
vida (a média era 47,3 anos); e (7) Propensões a do-
enças.1 Tudo isso influenciava a saúde dos adventis-
tas. Numa pesquisa feita por Roger Coon, na época
membro do centro White da Conferência Geral, em
Washington, DC., foi visto que da população adven-
tista que viveu entre os anos 1850 e 1863, 25%, mor-
ria antes dos oito anos de idade, e 50% antes dos 30
anos. As principais causas das mortes eram proble-
mas pulmonares, tifo, disenteria e outras enfermida-
des comuns à época.2 Muito disso devido às vagas
noções da causa das doenças. Os adventistas da-
quela época padeciam das mesmas doenças físicas
que seus contemporâneos. Algo precisava ser feito!
Já em 1848 foram mostrados a Ellen e Tiago os
malefícios do uso de chá, café, álcool, tabaco.3 Mas
naquele momento seria difícil uma atenção espe-
1 E. Hebert Douglass. Mensageira do Senhor, p. 98.
2 Mensageira do Senhor, p. 280.
3 Tiago White. NANSAS CAMP-MEETING. Advent Review, and Sabbath Herald, Battle Creek, Michigan, 08 de novembro de 1870. p. 5.
4 Mensageira do Senhor, p. 280.
5 Manuscrito 1, de 06 de junho de 1863, p. 21.
PREPARO NO TEMPO DO FIM
cial a esse tema, uma vez que o grande objetivo dos
adventistas sabatistas era alcançar a unidade dou-
trinária.4
Um esforço mais complexo da igreja com re-
lação à mensagem de saúde só viria depois de uma
memorável visão de Ellen sobre o tema no ano de
1863. No dia 21 de maio daquele ano foi organizada,
em Battle Creek, a Associação Geral dos Adventistas.
Essa organização serviu não apenas para unificar
as igrejas adventistas dispersas, mas se tornar um
centro para suas expansões missionárias. No mês de
junho Deus deu a Ellen G. White sua principal visão
sobre o tema da saúde. Ela descreveu a visão:
“Vi que agora devíamos ter especial cuidado da
saúde que Deus nos deu, pois nossa obra ain-
da não tinha sido realizada. Nosso testemunho
ainda precisava ser dado, e teria influência...
Vi que devíamos cuidar de nossas forças e não
tomar sobre nós fardos que outros podem e
devem levar... Vi que devemos incentivar uma
disposição mental cheia de ânimo, esperança
e paz, pois nossa saúde depende de fazermos
isso. Vi que era dever de todos cuidar de sua
saúde, mas especialmente devíamos nós vol-
ver a atenção para nossa saúde, e tomar tem-
po para ser dedicado à nossa saúde, para que
possamos, até certo ponto, recuperar-nos dos
efeitos de extenuar e sobrecarregar a mente. A
obra que Deus requer de nós não nos isenta de
cuidar de nossa saúde. Quanto mais perfeita for
nossa saúde, tanto mais perfeito será o nosso
trabalho.5
21
 Logo houve um chamado para que Tiago e seja, através da prática dos oito remédios naturais.
Ellen iniciassem um ministério ativo relacionado aos
Como usufruir o máximo
princípios de saúde. A mensagem de saúde passou
dos oito remédios naturais?
a ser vista como o braço direito da mensagem do
terceiro anjo. Ellen escreveu:
Água: A água é indispensável ao equilíbrio e bem-
-estar do organismo em suas variadas funções. Por
“Foi-me mostrado que a reforma de saúde faz
isso deve ser um hábito o ingerir diariamente entre
parte da mensagem do terceiro anjo, e está tão inti-
8 a 10 copos de água entre as refeições e nunca du-
mamente ligada a ela como o braço e a mão estão
rante elas.
ao corpo. Vi que, como um povo, devemos realizar
um movimento de vanguarda nesta grande obra.
Exercício físico: Ellen G. White escreveu: “A inati-
Os pastores e o povo devem agir em harmonia. O
vidade é prolífera causa de moléstias”.8 Por isso a
povo de Deus não está preparado para o alto clamor prática de exercícios físicos prevenirá doenças, for-
do terceiro anjo. Têm a fazer por si mesmos uma talecerá os ossos, facilitará a circulação sanguínea e
obra que não devem deixar que Deus faça por eles. atrofias. Cerca de 30 a 40 minutos de exercício, 4 ou 5
Deixou Deus esta obra para que eles a fizessem. É
vezes por semana, seria o ideal.
uma obra individual; um não a pode fazer por outro.
Luz Solar: A luz solar traz benefícios ao coração e à
’Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifi-
circulação, que são pouco valorizados. A exposição
quemo-nos de toda imundícia da carne e do espíri-
ao sol de forma adequada e regular tende a reduzir
to, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus’
os batimentos cardíacos em repouso, o que é extre-
(2 Coríntios 7:1). A glutonaria é o pecado prevalecen-
mamente saudável para o coração. Alguns minutos
te nesta época. O apetite concupiscente tem torna-
de exposição ao sol, nos horários adequados, será
do homens e mulheres escravos, obscurecido seu
uma ação silenciosa, mas poderosa como geradora
intelecto e embotado suas sensibilidades morais a
de saúde.
tal ponto que as sagradas e exaltadas verdades da
Palavra de Deus não são apreciadas. As mais baixas
Ar Puro: Se praticarmos um exercício respiratório
propensões governam homens e mulheres”.6
simples teremos excelentes benefícios. Siga os se-
Já no ano de 1885 Ellen escreveu: “Há muitos guintes passos:
modos de praticar a arte de curar; mas só exis- Deite-se e relaxe, se possível com roupas con-
te um aprovado pelo Céu. Os remédios de Deus fortáveis.
são os simples agentes da natureza, que não
Inspire lentamente pelo nariz e deixe seu ab-
sobrecarregarão nem enfraquecerão o orga-
nismo mediante suas fortes propriedades. Ar dome ir inflando como se estivesse enchendo de ar;
puro e água, higiene, regime adequado, pure- continue inalando até que não consiga puxar o má-
za de vida e firme confiança em Deus, são re- ximo de fôlego possível.
médios por cuja falta milhares de pessoas es-
Após inspirar, comece a soltar o ar lentamente
tão perecendo, todavia, esses remédios estão
caindo em desuso, porque seu hábil emprego com os lábios ligeiramente fechados. Isso produzirá
requer trabalho que o povo não aprecia. Ar um ruído labial e exercerá uma discreta pressão nos
puro, exercício, água pura, e morada limpa e pulmões, tornando a expiração mais lenta e provei-
aprazível, acham-se ao alcance de todos, com
tosa.
apenas pouca despesa; as drogas, porém, são
dispendiosas, tanto no gasto do dinheiro, como Repita esse procedimento de 10 a 15 vezes. Se
no efeito produzido no organismo”.7 sentir-se mal, pare o exercício.
Tente fazer isto algumas vezes durante o dia,
Há cerca de 140 anos a IASD tem uma orien- pelo período de uma semana. Descanse alguns dias
tação clara a respeito de como cuidar da saúde, ou e volte ao exercício.

6 Testemunhos para a igreja, vol. 1, p. 486.

7 Testemunhos para a Igreja, Vol. 5, p. 443.
8 Ciência do Bom Viver, 238.

22 PREPARO NO TEMPO DO FIM

Alimentação equilibrada: O estilo de vida da socie- Território Disputado
dade moderna tem resultado em doenças e enfer-
midades. Busque comer o mais cru possível e com-
Eu e você somos territórios disputados. En-
bine sempre os alimentos.
quanto o Espírito Santo deseja morar em nós, o
diabo buscar assumir o controle de nossas vidas e
Temperança: Uma boa definição de temperança é
levar-nos à destruição. Ele tem tido muito êxito, prin-
abster-se completamente de tudo que é prejudicial
cipalmente quando leva pessoas às doenças e en-
e usar com moderação o que é benéfico.
fermidades. Por isso a urgência em cuidarmos bem
do templo do Espírito Santo.
Confiança em Deus: “Gratidão, regozijo, benigni-
dade, confiança no amor e no cuidado de Deus – eis
Como adventistas do Sétimo Dia somos um
as maiores salvaguardas da saúde.” Ellen White, CBV,
povo abençoado com informações e conhecimen-
281.
to sobre a questão da preservação da saúde. Nosso
Dentre os remédios preventivos para a manu-
grande desafio está em colocar em prática os prin-
tenção de uma boa saúde destaca-se de forma im-
cípios de uma vida saudável exemplificados nos oito
pressionante o sentimento religioso. A saúde, con-
remédios naturais. Só assim poderemos fazer do
forme comprovações científicas recentes, cultiva-se
nosso corpo um lugar no qual o Espírito de Deus ha-
também através da fé religiosa. Inúmeras pesquisas
bite.
médicas apontam para a importância da religiosi-
Pense nisso!
dade como fator de cura e saúde.

Repouso: Todos os nossos órgãos necessitam de

períodos de descanso, por isso busque se deitar o
mais cedo possível e repousar de 7 a 9 horas por noi- PERGUNTAS
te. PARA INTERAÇÃO

Quais os benefícios práticos

de ter uma boa saúde?

Que práticas nocivas em sua vida

ainda precisam ser abandonadas?

Quais os remédios naturais de

Deus que ainda não faço uso?

PREPARO NO TEMPO DO FIM 23

Nossa Igreja cresce
A IASD batizou no Brasil em 2020, mesmo
vivendo uma pandemia jamais imagina-
da, 108.906 pessoas. Nossa igreja alcança hoje a mar-
ca de 1.710.721 membros no Brasil e 21.723.992 mem-
bros no mundo.1 Muitos destes novos membros que
se uniram a igreja em 2020 não conhecem ainda os
grandes sacrifícios feitos por nossos pioneiros para
que chegássemos a ser esse extraordinário movi-
mento religioso. Há 120 anos Ellen G. White escreveu:
“Aqueles que acabaram de entrar na obra co-
nhecem relativamente pouco da abnegação
e sacrifício próprio daqueles a quem o Senhor
chamou para esta obra desde seus primórdios.
A experiência do passado deve ser-lhes conta-
da vez após vez; pois devem levar adiante esta
obra com a mesma humildade e sacrifício pró-
prio que caracterizavam os verdadeiros obrei-
ros no passado”.2
Humildade e sacrifício, essas são palavras cha-
ves para o fiel mordomo do século XXI. Por isso, nos
fará muito bem revisarmos algumas histórias e prá-
ticas de nossos pioneiros no passado pois elas servi-
rão de inspiração e exemplo para nós hoje.
1 Dados fornecidos pela secretaria da DAS no dia 29 de junho de 2021.
2 Review and Herald, 3 de junho de 1902.
3 J. N. Loughborough. O Grande Movimento Adventista, 263.
4 O Grande Movimento Adventista, p. 223.
24
Ofertas de Sacrifício
José Bates, um dos pioneiros do movimento
adventista, era astrônomo amador. Após uma visão
dada a Ellen White, na cidade de Topsham, Maine,
no ano de 1846, onde alguns planetas lhe foram
mostrados, José Bates resolveu preparar um panfle-
to que recebeu o título: “Os Céus Abertos”. Mas não
havia recursos para publicar esse estudo. Logo apa-
receu uma irmã, da cidade de Massachusetts, que
havia acabado de confeccionar um tapete feito de
retalhos. Ela decidiu vender o tapete e doou todo o
valor para que o folheto fosse publicado.3 Por mais
pobres que fossem aqueles dedicados irmãos, eles
não mediam esforços para que a mensagem do
evangelho fosse passada adiante.
De acordo com o pastor Loughborough, “as
pessoas que até o ano de 1847 haviam aceitado a
mensagem pregada no movimento milerita eram
pobres e, consequentemente, tinham pouco a con-
tribuir, financeiramente, na propagação da mensa-
gem”.4 Todavia, estavam cientes da grande neces-
sidade de sacrifícios pessoais para que a obra do
evangelho não esmorecesse. Alguns de nossos pio-
PREPARO NO TEMPO DO FIM
neiros, como Tiago White, Ellen White, José Bates e Os pioneiros passaram
outros, sabiam da importância do trabalho pessoal e
fome e frio
da grande necessidade de distribuição de literaturas
contendo a verdade presente. O desejo de espalhar
Tiago White, referindo-se aos dias iniciais da
a mensagem os levou a grandes sacrifícios em prol
obra adventista, declarou: “Em nossa obra inicial,
da causa de Deus.
passamos fome por falta de alimentação adequa-
da, e frio por falta de roupa apropriada. Privamo-nos
Jose Bates, por exemplo, estava pronto para
até mesmo das necessidades diárias para poupar
realizar uma longa viagem, partindo de Massachu-
dinheiro para a causa de Deus. Ao mesmo tempo,
setts para New Hampshire, onde pretendia realizar
nos desgastávamos terrivelmente a fim de realizar a
reuniões com grupos de pessoas interessadas na
grande quantidade de trabalho que parecia neces-
mensagem. A falta de recursos o levou a programar
sária em escrever, editar, viajar e pregar de Estado
sua viagem a pé. Isso impressionou o coração de
em Estado”.7 Que claro contraste entre esse senti-
uma jovem doméstica que se dispôs a ajudar. Seu
mento do pastor Tiago White e o espírito de consu-
salário era de apenas um dólar por semana. Ela pe-
mismo que permeia nossa igreja hoje, onde vemos
diu então um adiantamento a seu empregador, de
muitos recursos serem gastos nos prazeres pelo luxo
cinco semanas, o que somava cinco dólares, e doou
e pela moda. Isso deve nos advertir de como esta-
todo o valor para que José Bates fizesse a viagem de
mos usando os recursos que Deus tem colocado em
transporte público. A história relata que a viagem foi
nossas mãos.
realizada e “O irmão Bates realizou ótimas reuniões
por onde passou, e muitas almas aceitaram a ver-
dade.5

Através deste exemplo vemos quão grande fo-

ram os sacrifícios para que a mensagem do Terceiro
Anjo pudesse avançar nos primórdios do adventis-
mo.

Dedicação de Tiago White

No mês de junho de 1849, cerca de três anos

após seu casamento com Ellen White, Tiago White
demonstrou o desejo de imprimir um pequeno pan-
fleto. Com esse objetivo em vista não mediu sacri-
fícios e trabalhando no campo, cortando forragem
(uma espécie de planta que é usada pala alimentar
os animais), Tiago cortou 40 acres de forragem, com
apenas uma foice de mão.6 Recebendo cerca de 75
centavos de dólar por acre, conseguiu reunir cerca
de 30 dólares e os empregou na publicação do ma-
terial. Na primeira coluna do panfleto Tiago White
escreveu: “Só agora o caminho foi aberto para iniciar
o trabalho”. Em realidade, foi seu grande espírito de
sacrifício que “abriu o caminho” para que a mensa-
gem pudesse avançar.
5 O Grande Movimento Adventista, 223.
6 O Grande Movimento Adventista, 232.
7 Review and Herald, de 5 de fevereiro de 1880.

PREPARO NO TEMPO DO FIM 25

A Simples vida da profetisa
Visitar a casa onde Ellen e Tiago viveram, em
Battle Creek, Michigan, me levou a profundas refle-
xões. Uma mulher escolhida por Deus para ser Sua
profetisa moderna mas sempre levou uma vida de
sacrifícios e abnegação.
No ano de 1852, Ellen e Tiago se mudaram
para Rochester, Nova Iorque. E foi nesta cidade que,
pela primeira vez, eles conseguiram comprar alguns
artigos domésticos, em vez de usar emprestados. O
anseio do casal pelo êxito da obra de publicações era
tão grande que se abstiveram de qualquer luxo ou
conforto para que a obra de publicações não sofres-
se prejuízo.
Numa carta escrita a S. Howland, Ellen White
disse: “Acabamos de nos instalar aqui em Rochester.
Alugamos uma casa velha a 175 dólares por ano. Te-
mos o prelo em casa. Se não fosse assim, teríamos
que pagar 50 dólares por ano por um escritório. Você
iria rir se nos visse e a nossos móveis. Já compramos
duas camas velhas por 25 centavos cada. Meu ma-
rido me trouxe seis cadeiras velhas, nenhuma igual
à outra, pelas quais pagou um dólar. E logo me pre-
senteou com mais quatro cadeiras velhas, que nem
tinham assento, pelas quais pagou 62 centavos. A ar-
mação era forte e estou colocando os assentos com
8 Testemunhos para a Igreja, Vol. 1, p. 90.
9 Conselhos Sobre Mordomia, p. 14
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uma broca. Manteiga é tão cara que não podemos
comprá-la, nem podemos gastar com batatas. Usa-
mos compota de frutas em vez de manteiga e nabo
em vez de batatas. Nossas primeiras refeições foram
feitas na tampa da lareira, colocada sobre dois barris
de farinha vazios. Estamos dispostos a sofrer priva-
ções se a obra de Deus puder avançar”.8
Declarações como esta deveriam nos levar a
uma profunda reflexão sobre onde estamos apli-
cando nossos recursos. Quanto sacrifício temos feito
pela obra de Deus?
O Sacrifício de Cristo
A oferta dada na cruz do calvário é um modelo,
porque Deus deu uma oferta que envolveu grande
sacrifício pessoal, Ele não deu do que lhe sobrava.
“O abnegado amor de Cristo é revelado na cruz.
Para que o homem pudesse ser salvo, deu Ele
tudo quanto possuía, e em seguida Se deu a Si
mesmo. A cruz de Cristo apela para a benefi-
cência de todo seguidor do bendito Salvador.
O princípio ali ilustrado é dar, dar.”9 (Conselhos
Sobre Mordomia, p. 14).
Quando Jesus morreu na cruz do Calvário, es-
tava como o nosso Salvador e oferta de Deus pelos
nossos pecados. Ler Efésios 5:1-2 e João 1:29. Então
quando separamos uma oferta ao Senhor e entre-
gamos na igreja, devemos ter a lembrança do sacri-
fício expiatório por nós.
Oferta aceitável
A Oferta que simboliza Cristo deve ser:
Com alegria - II Coríntios 9:7
Como ato de adoração - Salmo 96:8-9
Voluntária - Êxodo 35:5
Planejada - II Coríntios 9:5
Regular e Sistemática - I Coríntios 16:2
Proporcional - Deuteronômio 16:17
Generosa - II Coríntios 8:20
PREPARO NO TEMPO DO FIM
Desafio Moderno
Depois de conhecer um pouco mais a história
de nossa igreja em seus primórdios e do espírito de
dedicação e compromisso de nossos pioneiros, te-
mos diante de nós um grande desafio – levar avante
a tocha da verdade.
Cada novo membro que se une as fileiras do
adventismo, e mesmo entre os batizados há anos,
deve-se fazer uma obra especial de conscientiza-
ção para que o mesmo espírito de benevolência dos
pioneiros seja reavivado hoje. Precisamos do com-
promisso e fidelidade de todos os membros na de-
volução dos dízimos e ofertas, para que não faltem
recursos no tesouro de Deus e a obra possa avançar
vitoriosa. Que esse assunto seja alvo de estudos, ora-
ções e aconselhamento pessoal. Só assim os recur-
sos necessários à conclusão da obra estarão dispo-
níveis.
PREPARO NO TEMPO DO FIM
Que tenhamos o mesmo espírito de Neemias
ao trazer nossos dízimos e ofertas à Casa do Tesou-
ro e “assim, não desampararíamos a casa do nosso
Deus” (Neemias 10:39).
Pense Nisso!
PERGUNTAS
PARA INTERAÇÃO
O que o sistema de dízimos nos
revela sobre o caráter de Deus?
O sistema de dizimar é passivo de
mudanças? Ou seja, eu posso escolher
o que fazer com os 10% de meus
rendimentos?
Qual um dos objetivos de Deus ao
estabelecer a prática do dízimo?
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 SermãIntrodução
Ao analisarmos as condições mundiais predomi-
nantes hoje observamos o caos presente na família, nas
instituições sociais e até na própria natureza. Tais con-
dições fundamentam a ideia de que o mundo caminha
rapidamente para seu fim. O materialismo, a busca do
prazer, a falta de padrões morais, a violência sem pre-
cedentes, as injustiças sociais, a corrupção em todos os
setores, tudo nos mostra que o fim está perto.
Em Mateus 24:14 Jesus declarou que o “evange-
lho do reino seria pregado a todo mundo, para testemu-
nho a todas as nações, então o fim viria”. Ou seja, o fim
só viria (Implantação do reino de Deus) quando Deus, no
tempo do fim, levantasse Sua igreja remanescente, com
uma estratégia bem definida, e alcançasse o mundo in-
teiro com o evangelho eterno (Apocalipse 14:6-7).
Vamos buscar hoje responder a três perguntas: (a)
Em que tempo estamos vivendo? (b) Onde está a igreja
remanescente da profecia bíblica? E (c) Qual a estratégia
esta igreja usará para conclusão da obra de Deus?
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A chegada do tempo do fim
O que significa a expressão “Tempo do fim?” En-
contramos esta expressão em Daniel 8:17; 11:35, 40; 12:4,
9. Esta expressão nos fala de um período na história em
que teriam lugar os últimos eventos de nosso planeta.
Hoje queremos destacar dois destes eventos: (a) O sur-
gimento da Igreja Remanescente e (b) a conclusão da
obra do evangelho.
Mas quando começa ou começou o Tempo do
fim? Já estamos vivendo nesse período da história? De
acordo com o último livro da Bíblia, sim. O Apocalipse
fala sobre sete selos. Estes selos são símbolos profé-
ticos de sete períodos da história, começando com a
Igreja Cristã Primitiva e terminando com a Igreja Rema-
nescente, que anuncia o evangelho eterno e preparo os
fiéis para a volta de Jesus.
Ainda de acordo com o Apocalipse, o sexto selo
inaugura o “tempo do fim” e é marcado por quatro even-
tos sucessivos: (a) Um grande terremoto; (b) O escureci-
mento do sol; (c) A lua vermelha como sangue; e (d) uma
chuva de estrelas (meteoritos).
PREPARO NO TEMPO DO FIM
 Estes eventos já são fatos históricos. O grande ter-
remoto é identificado por muitos teólogos como o gran-
de terremoto que atingiu a cidade de Lisboa, em Portu-
gal, no dia 1 de novembro de 1755. O escurecimento do
sol ocorreu em 19 de maio de 1780. Na noite daquele
mesmo dia a lua apareceu no Céu vermelha como san-
gue. E, finalmente, temos a chuva de meteoritos, que
ocorreu no dia 13 de novembro de 1833. Esses quatro
episódios deram abertura ao tempo do fim, o qual cul-
minará com a segunda vinda de Jesus após o evange-
lho ser pregado a todo mundo. Isso significa dizer que
já estamos vivendo no “tempo do fim”, após a abertura
do sexto selo, e a abertura do sétimo selo será a volta
gloriosa de Jesus (Apocalipse 8:1; 22:11).
O remanescente
do tempo do fim
No tempo do fim deveria surgir a igreja remanes-
cente, reerguendo todas as verdades que, segundo Da-
niel 8:12, seriam deitadas por terra pelo poder do “chifre
pequeno” (Apocalipse 10:11; 14:12). E quando o evangelho
for pregado a toda criatura Jesus voltará. Ainda segun-
do a profecia de Daniel 7:25, os santos seriam entregues
nas mãos do papado por 1260 anos. Quando terminasse
este período, a igreja deveria surgir como organização.
O mesmo revela o livro de Apocalipse no capítulo 12.
O Período da
Igreja no Deserto
No capítulo 12 de Apocalipse encontramos vários
elementos proféticos: (a) Uma mulher vestida de Sol -
esta simboliza a igreja verdadeira (ver Efésios 5:23); (b)
Um Dragão, que é símbolo do próprio Satanás (Apoca-
lipse 12:9), e de Roma pagã e papal, instrumentos usa-
dos por ele para infligir perseguição ao povo de Deus;
(c) O filho Varão que seria arrebatado para Deus até Seu
trono. Aqui há uma referência ao próprio Cristo. (Ver Ma-
teus 19:28; Hebreus 8:1; 12:2; Apocalipse 3:21).
Satanás tentou de duas maneiras destruir a Cristo,
através de Herodes, na matança dos inocentes (Mateus
2:16-18), e depois na cruz (Marcos 15:24). Como não pode
PREPARO NO TEMPO DO FIM
destruir a Cristo, agora sua ira volta-se contra a igreja de
Cristo. O Apocalipse diz: “Quando o dragão se viu preci-
pitado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho
varão” (Apocalipse 12:13).
Esta perseguição é a mesma da qual falara o
profeta Daniel (7:25), e seria por 1260 anos (Apocalipse
12:6, 14). Este período da igreja oculta no deserto confe-
re exatamente com o período da supremacia papal, ou
seja, de 538 a.D. até o ano de 1798 a.D., quando milhares
dos fiéis filhos de Deus foram perseguidos e mortos.
Neste período de perseguição podemos mencio-
nar os povos valdenses, os albigenses e os huguenotes.
Entre os crentes fiéis deste período podemos ainda ci-
tar: Lutero, John Huss, Jerônimo, Ulrich Zwinglio, Tynda-
le, Wycliffe, entre outros.
O Surgimento da
Igreja Remanescente
O profeta Isaías nos diz: “E os que de ti procede-
rem edificarão as ruínas antigas; e tu levantarás os fun-
damentos de muitas gerações; e serás chamado repa-
rador da brecha, e restaurador de veredas para morar”
(Isaías 58:12). Este verso nos fala da função da igreja
remanescente, reparador de brechas e restaurador de
veredas antigas. Já o profeta Jeremias diz: “Assim diz o
Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai
pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai
por ele; e achareis descanso para as vossas almas. Mas
eles disseram: Não andaremos nele” (Jeremias 6:16).
Perguntar pelas veredas antigas... um regresso às ver-
dades da palavra de Deus era o grande desafio da igreja
remanescente.
O surgimento do povo remanescente já estava
profetizado em Apocalipse 10. A experiência de João ao
comer o livrinho, a princípio sendo doce e depois amar-
go, ilustrava a experiência pela qual passaria o povo de
Deus por ocasião do tempo do fim. O livrinho na mão
do anjo em Apocalipse 10 não é outro senão o livro de
Daniel, e o anjo é o próprio Jesus Cristo.
Como resultado das pregações de Guilherme Mil-
ler milhares de pessoas esperavam a volta de Jesus no
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dia 22 de outubro de 1844. Miller e seus associados, com
base em Daniel 8:14 e outros textos, pensavam que a
purificação do santuário, mencionada pelo profeta Da-
niel, fosse a volta de Jesus. Fizeram todos os cálculos
proféticos e chegaram ao dia 22 de outubro de 1844.
Eles acertaram a data, mas erraram o evento. De fato,
a profecia de Daniel 8:14 e 9:24-27, nos leva a essa data,
mas a purificação do santuário, de Daniel 8:14, não é
uma alusão à volta de Jesus, mas, sim, ao início do juí-
zo no santuário celestial. Isso gerou nos mileritas (como
eram chamados os seguidores de Miller) uma grande
decepção.
Como resultado deste desapontamento de 1844
tivemos os mileritas divididos em três grupos: o primeiro
abandonou a fé e nunca mais quis saber de religião. O
segundo continuou a marcar datas até que desapare-
ceu; e o terceiro deu origem à Igreja Adventista do Sé-
timo Dia. De acordo com Apocalipse 12:17 e 14:12, essa
igreja guardaria os mandamentos de Deus e teria a fé
em Jesus. Também um profeta moderno se levantaria
nela (ver Apocalipse 12:17 e 19:10). Essa profecia da res-
tauração do dom profético se cumpriu no chamado pro-
fético de Ellen G. White.
Assim, estava aberto o tempo do fim. O poder
papal havia caído em 1798. O conhecimento do livro de
Daniel se espalhava pelo mundo e, no tempo aprazado,
Deus tirou Sua igreja do deserto porque tinha para ela
uma sagrada missão. Restaurar as verdades obliteradas,
ao longo de séculos, pelo papado.
A missão no tempo do fim
Para que Jesus volte a Terra o evangelho deve al-
cançar todas as pessoas. A profecia nos indica que Deus
levantaria Sua igreja, no tempo do fim, para concluir
essa missão.
Vimos até aqui que já estamos no Tempo do Fim.
Somos parte da Igreja Remanescente levantada por
Deus no Tempo do Fim. Resta-nos saber agora: O que
precisa acontecer na Igreja Remanescente, no Tempo
do Fim, para que a obra do evangelho seja concluída?
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O desafio de levar o evangelho aos quatro cantos
da Terra exigirá a entrega de tudo que temos e somos.
Entrega de nosso tempo, de nossos talentos e de nos-
sos recursos.
Entrega do nosso tempo
Deus deu a cada ser humano a mesma quantida-
de de tempo – 24 horas a cada dia. Um dia todos darão
conta deste tempo. Por isso, nenhum minuto deve ser
passado em ociosidade, mas devemos aproveitar cada
oportunidade para fazer a obra do Senhor.
Alguns poderão dizer: “Minha vida é muito agi-
tada, cheia de compromissos e não me sobra tempo
para mais nada”. Isso pode ser verdade; todavia, quando
olhamos para as pessoas a quem Deus fez um chamado
na Bíblia, descobrimos algo interessante: Jesus só cha-
mou pessoas ocupadas.
Ele chamou Amós enquanto cuidava
dos bois de seu pai;
Ele chamou os discípulos enquanto
jogavam as redes;
Ele chamou Mateus enquanto trabalhava
na coletoria de impostos;
Ele chama você hoje para dedicar eu
tempo à obra de anunciar o evangelho eterno.
Entrega de nossos talentos
Na parábola dos talentos vemos uma séria ad-
vertência feita por Jesus, ou seja, devemos usar em Sua
obra os dons e habilidades que nos concedeu. Jesus
disse: “Pois será como um homem que, ausentando-se
do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus
bens. A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro,
um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e,
então, partiu” (Mateus 25:14-15).
Na parábola os dois servos que fizeram uso dos
dons foram elogiados pelo Senhor quando voltou. Mas
para aquele que os enterrou, ou seja, não fez uso dos
mesmos, Jesus declarou: “Tirai-lhe, pois, o talento e dai-
PREPARO NO TEMPO DO FIM
-o ao que tem dez” (Mateus 25:28). Isso nos ensina que
devemos usar nossos dons e talentos, caso contrário,
eles serão tirados de nós.
o sinal da besta, muitos recursos não terão uti-
lidade alguma. Deus requer que façamos agora
tudo que estiver ao nosso alcance para trans-
mitir a advertência ao mundo”.1

Descobrindo seus dons A profetisa não poderia ser mais clara. Devemos
fazer “tudo que estiver ao nosso alcance”. Isso nos leva
Existem pelo menos três maneiras de ajudar na
a uma reflexão: O que temos feito com os recursos que
descoberta dos dons:
Deus colocou em nossas mãos? Que percentual de
nossas rendas está sendo destinado à obra de Deus?
Procure saber sobre os dons espirituais em geral.
“Não quero, irmãos, que ignoreis sobre os dons espiri-
De acordo com o texto acima, quando sair o de-
tuais”, escreveu Paulo (1 Coríntios 12: 1) e ninguém deve
creto dominical será então tarde demais para desejar
ignorar o assunto.
apoiar a obra do evangelho. O tempo crucial que vive-
mos como igreja pede de nós uma completa consagra-
Tente descobrir seus dons específicos. Todo cris-
ção a Deus de todos os nossos recursos.
tão tem algum dom, porque o Espírito Santo dá a “cada
um” (1 Coríntios 12:11). Existem diferentes maneiras de
descobrir o seu dom, uma prática e outra “acadêmica”.
O primeiro é orar e conversar com outros membros da
Conclusão
igreja, tentar exercitar tantos dons quanto possível e ob-
Vivemos num momento crucial da história – o
servar os resultados. A segunda é estudar as caracterís-
tempo do fim. Neste tempo Deus levantou Sua igreja
ticas dos dons e compará-los com seus próprios inte-
remanescente para concluir a obra que Ele mesmo co-
resses e habilidades.
meçou. Hoje temos a alegria de pertencer a essa igreja,
o que é um enorme privilégio. Mas privilégios sempre
Finalmente, coloque em prática o conhecimen-
vêm acompanhados de responsabilidades. E nossa
to que você tem sobre os dons espirituais. A prática irá
responsabilidade é participar, com tudo que temos e
demonstrar quais habilidades Deus lhe concedeu para
somos, para que o evangelho alcance a última casa e
ajudar na edificação do corpo de Cristo (Efésios 4:11-13).
Jesus possa voltar.

Ao escrever a Timóteo, o apóstolo Paulo falou so-

Para conclusão da obra de Deus na Terra todos os
bre a prática dos dons, incentivando-o a usar seu dom
recursos devem ser utilizados. Deus pede conta de nos-
espiritual (1 Timóteo 1:14). Pedro também encorajou seus
so tempo, de nossos talentos e de nossos recursos. Ele
leitores a usarem seus dons (1 Pedro 4:10). Seguindo a lei
tem colocado recursos em nossas mãos e muitas vezes
natural da vida, os dons crescem com o uso.
os usamos para nosso bel-prazer, de forma impensada
e descomprometida.

Entregas de nossos recursos

Para que a obra de Deus seja concluída será ne-

cessária a consagração de nosso tempo, de nossos ta-
lentos, mas, sobretudo, de nossos recursos.
Ellen G. White nos faz uma séria advertência:
“As riquezas acumuladas logo serão inúteis.
Quando sair o decreto de que ninguém poderá
comprar ou vender, senão aqueles que tiverem
Apelo
Que tal agora fazermos um plano com Deus e nos
prepararmos para auxiliar ainda mais na pregação do
evangelho? Faça isso agora mesmo, pois logo chega-
rá o tempo que nossos recursos não mais poderão ser
usados.

1 Review and Herald, 21 de março de 1878.

PREPARO NO TEMPO DO FIM 31

32 PREPARO NO TEMPO DO FIM