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Pancadão Guerrilha - Dia 3 - 07/08/2019

Caminhante, o caminho se faz ao caminhar.


Amadurecer é colocar no mundo seu serviço. Viver é projetar-se pra fora.
Três dimensões da vida humana: dentro, fora e alto. Sem a noção real da
transcendência, sempre vai parecer que tem algo faltando na nossa existência.
Ao olhar pro alto, pode vir a primeira tentação humana: fugir da realidade, do
dever. É preciso encontrar "o alto" no cotidiano.
Afastamento do mundo. Estamos no mundo, precisamos encontrar a
transcendência na vida real. Rotina, apatia, automatismo = desesperança, que
começa quando perdemos a capacidade de ver a beleza na sinfonia do mundo.
Espírito humano sendo colado no asfalto do mundo. Vamos descolar do asfalto
do mundo, até a contemplação amorosa pra estrutura do mundo. Desenvolver
a virtude da esperança, encontrar no coração a corda que vai tocar a sinfonia
da esperança.
A esperança não volta pro peito ao fazer leituras espirituais. A linguagem
mística não funciona porque a esperança precisa de outra ferramenta humana,
chamada coragem. Sem coragem não há esperança. Colocar-se à frente de
situações arriscadas. Sem isso, surge a impotência, a fraqueza. Quem é fraco
não se sente capaz, está sempre atrás do muro da vida. A coragem é um
apetite que podemos perder por medo.
Esperança isolada não tem razão de ser, ela não existe sem coragem. Primeiro
movimento da coragem: conseguir olhar para o mundo que está à nossa frente.
Acordar e cumprir o dever; servir. Céu e terra se juntam nos nossos corações.
Para alcançar a esperança.
Perda da esperança = tristeza = paralisia = abandono dos ideais.
Poesia e música são feitas dentro do nosso coração: transformar prosa diária
em poesia heroica. Temos que estar dentro do nosso mundo. Aceitar a
situação cotidiana. Exercício de mudança de olhar. É um exercício simples. O
elemento do alto não está no alto, portanto, podemos alcançá-lo. A experiência
da transcendência está aqui ao nosso alcance, aberta a todos nós.
Coragem: abandonar o fetiche louco que leva ao desespero com a tecnologia
da contemplação amorosa. O mundo é bom, nosso olhar precisa buscar isso
com o cumprimento cotidiano do nosso dever.
Segundo movimento da coragem: para alcançar a felicidade (o impossível
necessário). O desejo de segurança é o grande inimigo da alma humana. O
desejo de felicidade com coisas não preenche o espírito. A segurança é
incompatível com a felicidade humana, porque a morte nos coloca diante da
fronteira do imponderável. O homem assustado se fecha numa estrutura de
coisas ou normas.

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Como levar o impossível necessário a algo possível alcançável? No lugar mais
incerto: em outra pessoa, no relacionamento humano. A felicidade só se realiza
quando estamos abertos a uma promessa: tanto receber quanto cumprir. O
olhar se abre para a biografia do outro, incertezas aparecem, estruturas são
quebradas. A felicidade aparece no compromisso com o ser humano. Sem
essa abertura não tem felicidade possível. Desejo de servir, de ser suporte
verdadeiro para o outro. Isso está acessível pra todo mundo.
Ser humano para ser precisa de relação.
Convidadas:
Lara Nesteruk: a pessoa que se sente capaz no que é carnal consegue
extrapolar a força no que não é palpável.
Ciça Macedo: Elemento da religião conecta as questões do Ítalo à prática.
Andrea Lich: a mulher não precisa se bastar, ela defende que seja resgatada a
feminilidade.
Amanhã: dia de amarrar a porra toda.
@carolinevmma

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