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Março de 2018

Introdução às Oscilações Econômicas

Alex Luiz Ferreira1


Universidade de São Paulo, Departamento de Economia, FEA-RP

Introdução
• Introdução às Oscilações.

• Correções, recessões e choques são comuns num sistema de mercado.

• Hipótese Central: ajustamento lento dos preços e salários nominais.

– Essa hipótese começou como sendo ad hoc, por isso muitas crı́ticas (muitas “injustas”).
– Capı́tulo sobre a curva de oferta explica os possı́veis micro-fundamentos.

• Objetivos.

– Investigar a demanda agregada (modelo IS x LM).


– Investigar a implicação de diferentes hipóteses sobre a forma da rigidez nominal.

• Metodologia: relações estáticas (omissão de dinâmicas, por exemplo do estoque de capital);


choques são “once and for all” e não processos estocásticos.

Fatos sobre os Ciclos


• O Cycle Dating Committee do National Bureau of Economic Research determina quando as
recessões começam e terminam nos EUA.

– Curiosidade: Gregory Mankiw já foi membro.


– Definição de “jornal”: dois trimestres consecutivos de PIB real decrescente.
– O Comitê segue uma série de indicadores e decide sobre o ciclo em reunião.
– Foram 33 ciclos de 1854 até 2009: 1 a cada 4.7 anos (aprox.) nos Estados Unidos da
América .
– No Brasil, há uma série de possibilidades de estimá-los.
– Há que lembrar que numa economia aberta, há contágio pelos canais tradicionais: real,
financeiro, expectativas.
1
Departamento de Economia FEA-RP, Universidade de São Paulo, Av. Bandeirantes, 3900, CEP 14040-900, Ribeirão Preto, Brazil.
Telefone: 55 16 36020507, e-mail: alexferreira@usp.br.
Favor não divulgar sem autorização.
– Grande mobilidade de fatores implica em alta correlação dos ciclos (por exemplo, bra-
sileiro e americano).

1 Oscilações e Dados
Alguns fatos estilizados dos EUA (Ver, por exemplo, o livro de texto de Romer, conforme
indicado na bibliografia do curso, a parte de introdução aos ciclos) quais são, em alguma medida,
compartilhados com o Brasil

1. Regularidade dos ciclos não é tão evidente (frequência, intensidade etc).

2. Flutuações são distribuı́das de forma desigual entre os componentes do PIB (variância dos
componentes é diferente).

3. Não parece haver assimetria do PIB (em relação à sua média).

4. O salário real parece ser ligeiramente pró-cı́clico.

Produto Interno Bruto


160
Índice 1995=100

140
120
100

2000 2005 2010 2015

Fonte: Banco Central

Figura 1: PIB Brasileiro


obs: elaboração própria à partir de dados do Banco Central

1
Hodrick−Prescott Filter of pib_sa

pib_sa trend

140
100

2000 2005 2010 2015

Time
Cyclical component (deviations from trend)
5
0
−10

2000 2005 2010 2015

Figura 2: Ciclos brasileiros - (hiato do produto)


obs: elaboração própria à partir de dados do Banco Central

Consumo vs. FBCF


0.3

Consumo
FBCF
0.2
0.1
% anual

0.0
−0.2

2000 2005 2010 2015

Figura 3: Formação Bruta de Capital Fixo e Consumo


obs: elaboração própria à partir de dados do Banco Central

2
PIB vs. Salário

4
0.03
Salario real (var. anual)

PIB (var. anual)


0.01

0
−2
−0.01

−4
−0.03

2013 2014 2015 2016 2017

Vermelho: salário, Azul: PIB


Fonte: IBGE

Figura 4: PIB e salários reais (var. anual)


obs: elaboração própria à partir de dados do Banco Central

3
PIB Brasil vs. EUA

10
Brasil
5 EUA
% anual

0
−5

2000 2005 2010 2015

PIB Brasil vs. China


15

Brasil
China
10
% anual

5
0
−5

2000 2005 2010 2015

Figura 5: Taxa de crescimento anual


Nota: elaboração própria à partir de dados do Banco Central e da “The Economist”

4
2 Principais Indicadores
“Principais Indicadores” são aquelas variáveis que tendem a oscilar antes da economia

1. Média de horas trabalhadas no setor manufatureiro.

2. Média das solicitações de seguro-desemprego.

3. Pedidos de compra de bens de consumo e investimento.

4. Vendas de papel ondulado.

5. Índice de ações em bolsa.

6. Oferta monetária real.

7. Índice de expectativas.

8. Curva de Rendimento.

3 Desemprego e Lei de Okun


De forma genérica, a Lei de Okun (em homenagem à Arthur Okun, 1962) estabele a relação
entre a taxa de crescimento percentual do PIB e a variação na taxa de desemprego como, por
exemplo, expressa na equação abaixo

∆yt = α − β∆ut (1)


onde yt representa o logaritmo natural do PIB real. O livro texto de Mankiw, conforme indicado
na bibliografia do curso, apresenta valores para α e β, os quais são 3.5% e 2%, respectivamente.
Por exemplo, se a taxa de desemprego cresce de 5% para 8% então a variação no PIB real seria

∆yt = 3.5% − 2(8% − 5%) (2)


ou seja, −2.5%.

4 Horizontes de Tempo

1. Longo prazo: preços são flexı́veis.

2. Curto prazo: muitos preços ficam “fixados” em algum nı́vel predeterminado.

5
PIB vs. Desemprego
0.4
Taxa de Desemprego (var. anual)

4
0.3

PIB (var. anual)


0.2

0
0.1

−2
−0.1 0.0

−4
2013 2014 2015 2016 2017

Vermelho: desemprego, Azul: PIB


Fonte: IBGE, Banco Central

Figura 6: Taxa de Crescimento do PIB e Variação na Taxa de Desemprego. Fonte:Bano Central e IBGE).
Obs: foi usado uma interpolação linear para os anos de 1994 e 2000.

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