O documento discute a importância da literatura patrística para a teologia ao longo da história e no presente. Ao longo dos séculos, os escritos dos Pais da Igreja foram cada vez mais valorizados e utilizados para fundamentar doutrinas e debates teológicos. Atualmente, defende-se uma leitura crítica e contextualizada dos textos patrísticos para enriquecer a reflexão teológica.
O documento discute a importância da literatura patrística para a teologia ao longo da história e no presente. Ao longo dos séculos, os escritos dos Pais da Igreja foram cada vez mais valorizados e utilizados para fundamentar doutrinas e debates teológicos. Atualmente, defende-se uma leitura crítica e contextualizada dos textos patrísticos para enriquecer a reflexão teológica.
O documento discute a importância da literatura patrística para a teologia ao longo da história e no presente. Ao longo dos séculos, os escritos dos Pais da Igreja foram cada vez mais valorizados e utilizados para fundamentar doutrinas e debates teológicos. Atualmente, defende-se uma leitura crítica e contextualizada dos textos patrísticos para enriquecer a reflexão teológica.
• Introduzir o estudo da literatura patrística, distinguindo seus conceitos fundamentais, campo de pesquisa, lugar na história dos cristianismos e os recursos disponíveis para a sua compreensão. • Avaliar a relevância dos estudos patrísticos para a teologia na atualidade. Qual a importância dos Pais da Igreja para o nosso tempo? Como seus escritos foram lidos ao longo da história? Que autoridade tem sido atribuída à sua obra? Como e por que a Igreja Cristã recorre à tradição patrística? Essas questões são importantes, pois tem prevalecido no protestantismo brasileiro, uma forte tendência para desprezar o estudo sistemático e regular da teologia em seus primeiros anos. Dimensão histórica cerceada... • “A tarefa teológica não começa do nada em cada período ou com cada ser humano. O cristianismo não salta do Novo Testamento para o presente, como se não tivéssemos nada para aprender com a nuvem de testemunhas existentes neste meio tempo. Durante séculos, os cristãos tentaram interpretar a verdade do Evangelho para o seu tempo. Nessa tentativa, a tradição desempenhou um papel importante no sentido duplo de tradição como processo e como conteúdo...” (Igreja Evangélica Metodista da Alemanha. In: Viver a Graça de Deus). • O cristianismo não recomeça a cada geração. • Dentro da comunidade de fé, ninguém pode se declarar independente em relação à história. • O que somos hoje, como igreja, tem origens e desdobramentos. • Podemos aprender algo com isso? • O termo patrística vem de “pais”, título dado a autores cristãos, bispos em sua maioria, que estabeleceram as bases sobre as quais se constituíram as igrejas cristãs. • Patrologia é o estudo da vida, obras e pensamento dos Pais da Igreja. • Sua importância tem sido reconhecida praticamente em toda história do movimento cristão. I. Na Igreja Primitiva II. Na Idade Média III. Humanismo e Reforma IV. Do fim do século 16 ao começo do século 19 V. John Wesley VI. Nos séculos 19 a 21 VII. Perspectiva Latino-americana • Emprego da linguagem familiar na comunidade cristã e a aplicação do título de pais aos seus líderes. • De qualquer forma, já na IGREJA ANTIGA, referir-se aos escritos patrísticos conferia autoridade às afirmações teológicas e o exemplo de vida dos Pais fortalecia o testemunho da Igreja. • Nos debates teológicos, cada vez mais eram invocadas as suas opiniões. • A referência aos Pais dá legitimidade à doutrina da Igreja, como expressou Basílio de Cesareia : “O que ensinamos não é o resultado de nossas próprias reflexões, mas o que aprendemos dos santos Pais”. • A partir das controvérsias dos séculos 4 e 5, torna-se cada vez mais comum recorrer à tradição patrística para fundamentar uma opinião. • Mas é somente no início do século 6 que se elabora a 1ª lista dos escritores reconhecidos como Pais da Igreja (cf. decreto atribuído a Gelásio ). • O interesse histórico, embora em menor grau, também está presente, sobretudo com finalidade apologética: comprovar a superioridade moral do povo cristão e antiguidade de sua fé. Exemplos: • Eusébio de Cesareia História Eclesiástica (324) • Jerônimo De Viris Illustribus (392), com 135 biografias de autores cristãos. • Ambos têm continuadores. • Sem inovações, a IGREJA MEDIEVAL apenas dá continuidade às linhas esboçadas pela Igreja Antiga. • Na teologia medieval, conhecida como escolástica, citar os Pais é algo indispensável , ainda que nem sempre se deu a devida atenção ao seu contexto. • Também se manteve o interesse em conhecer a trajetória biográfica dos pais. • Grande contribuição: o cuidado na preservação dos textos. • Coube aos HUMANISTAS, com o lema “de volta às fontes”, retomarem o interesse histórico pelo estudo dos Pais da Igreja. • O surgimento da imprensa possibilitou a publicação de edições críticas dos “Pais”. • Mas foram os REFORMADORES que puseram os Pais no centro dos debates teológicos em razão de sua insistência na fórmula “só as Escrituras”. • Ao insistir na autoridade da Bíblia, Lutero não renunciou à tradição, mas introduziu uma norma crítica na interpretação das textos dos patrísticos. • Era preciso lê-los com discernimento! • Outros reformadores foram além dele. • Melanchton e Calvino não hesitaram em empregar os escritos dos Pais na polêmica com a teologia católica romana. • Calvino valorizou ainda mais os escritos dos Pais da Igreja, orientando a sua utilização. • Institutas IV, 9,8-9: “...de modo algum afirmo que se devam rejeitar todos os concílios... Não é o que pretendo. Gostaria que toda vez que se apresente um decreto de um concílio se pergunte diligentemente em que época ele se reuniu, qual o motivo, com que finalidade e quem estava presente. A seguir, que se examine, segundo o padrão da Escritura, o assunto discutido...”. • Do século 16 ao 19, a controvérsia religiosa impele a tomar a pesquisa sobre os Pais com mais seriedade e, pouco a pouco, supera-se o círculo vicioso dos debates, reconhecendo o valor singular da literatura patrística. • Entre os muitos pensadores e líderes cristãos que valorizaram a literatura antiga da Igreja está John Wesley que recorreu a ela com frequência. • “Nós consequentemente temos de nos voltar para os seus escritos [dos Pais] embora não tenham a mesma autoridade das Sagradas Escrituras [...]”, porque: 1) eles “eram cristãos”; 2) “descrevem um Cristianismo verdadeiro e genuíno”; 3) em acordo com as Escrituras; 4) “Reverencio muito estes antigos cristãos com todas as suas falhas porque vejo tão poucos cristãos atualmente”. • Desenvolvimento da história como ciência • Publicação de textos como a monumental coleção do Pe. Migne entre 1844-1866 (382 volumes!). • Coleção Patrística da Paulus • Os estudos patrísticos procuram abranger a vida como um todo, não apenas a teologia. • Com isso, ganham espaço na esfera pública. Reconhecer a presença das mulheres, das assim denominadas mães da Igreja Ir além do círculo greco-romano Superar o predomínio da dogmática
Romper com um conceito estreito de ortodoxia
Valorizar a literatura apócrifa
• Importância da teologia latino-americana e seu interesse pela patrística. • Denúncia da manipulação ideológica dos Pais e Mães da Igreja e da tradição cristã em geral. • Recuperação do discurso profético de defesa da vida e oposição a todas as formas de violência e injustiça. “Talvez dês esmolas. Mas, de onde as tiras, senão de tuas rapinas cruéis, do sofrimento, das lágrimas, dos suspiros? Se o pobre soubesse de onde vem o teu óbulo, ele o recusaria, porque teria a impressão de morder a carne de seus irmãos e de sugar o sangue de seu próximo. Ele te diria palavras corajosas: não sacies a minha sede com lágrimas de meus irmãos. Não dês ao pobre o pão endurecido com os soluços de meus companheiros de miséria. Devolve a teu semelhante aquilo que reclamaste e eu te serei muito grato. De que vale consolar um pobre, se tu fazes outros cem?” [Gregório de Nissa, em c. 330, apud Paulo Freire: Pedagogia do Oprimido, 1977, 31]. CEPAMI – CENTRO ECUMÊNICO DE ESTUDOS DOS PAIS E MÃES DA IGREJA • Características da recepção criativa da patrística 1. Uma leitura popular; 2. Uma leitura orante; 3. Uma leitura ecumênica; 4. Uma leitura feminina; 5. Uma leitura crítica. • A teologia cristã tem raízes profundas que, de fato, sempre reconheceu. • Enfrentando grandes desafios, a antiguidade cristã estabeleceu firmes fundamentos sobre os quais as igrejas se desenvolveram. • A unidade alcançada, porém, não anulou a diversidade, as opiniões ou formas diferenciadas que, pouco a pouco, foram surgindo. • Não se pode ignorar essa história! • Analisadas as formas como as igrejas têm utilizado a literatura patrística ao longo do tempo, qual a sua opinião: é válido, útil, ou mesmo necessário, empregar os Pais e Mães da Igreja na reflexão teológica hoje? • Como você e a igreja de que é parte encaram os escritos da Igreja Antiga? Eles são valorizados ou não? Por quê? • Você julga importante fazê-lo? • Que sugestões poderia dar para implementar o estudo e a revalorização dos textos patrísticos? • BENOIT, André. A atualidade dos Pais da Igreja. São Paulo: Aste, 1966, p. 11-34. • CAMPBELL, Ted A. John Wesley and Christian Antiquity. Nashville: Abingdon Press, 1991. • GUIMARÃES, Marcelo. “Ler os Pais e Mães da Igreja desde a América Latina”. In: Boletim do CEPAMI, fev/1996, nº 8, p. 4-8. • JEDIN, Hubert (ed.). Manual de Historia de la Iglesia. Barcelona: Herder, 1980, v. I, p. 51-91. • SOUZA, José Carlos de. “Quem não tiver tradição que atire a primeira pedra... Wesley e a literatura cristã antiga”. In: Mosaico – Apoio Pastoral. São Bernardo do Campo: FaTeo/Umesp, Ano XII, nº 30, Jan/Mai-2004, p. 4-5.
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