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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

ELIEZER LIMA SILVA

DOMINAÇÃO PERSA

São Bernardo do Campo – setembro de 2022


ELIEZER LIMA SILVA

DOMINAÇÃO PERSA

Trabalho Acadêmico apresentado ao Prof. Dr. Paulo


Roberto Garcia, referente à disciplina Literatura Cristã
Primitiva, 2º Semestre, Período Matutino, do Curso de
Bacharel em Teologia da Faculdade de Teologia da Igreja
Metodista — Universidade Metodista de São Paulo.

São Bernardo do Campo – setembro de 2022


DOMINAÇÃO PERSA, LIBERDADE OU ESCRAVIDÃO?

Os persas foram povos de uma antiga civilização que habitaram a região mesopotâmica,
no planalto do Irã, próximo às margens do Golfo Pérsico. Descenderam de uma tribo nômade
chamada parse, que migrou da Ásia Central para uma região no sul iraniano aproximadamente
em 1000 a.C. Durante milênios, os povos persas viviam em clãs e eram dominados pelos povos
medos, assírios e babilônicos. Posteriormente, conquistaram territórios e formaram uma das
mais imponentes civilizações antigas.

O período da dominação Persa onde dominaram sob Israel durante século VI e IV, traz
aspectos muito importantes da forma organizacional e de agir dos persas. Um aspecto muito
importante é entender que há uma diferença forte entre os persas e os povos que dominaram
Israel anteriormente, especialmente os assírios e os babilônicos, os persas não eram violentos,
agressivos como os babilônicos e os assírios, não dominavam pelo medo, a principal arma deles
era a diplomacia os governantes eram extremamente sagazes, muito estratégicos e tinham forte
poderio militar, que somente era usado em última instância, por isso conquistaram a babilônia
sem nenhuma luta armada, apenas minando a força dos babilônicos, ganhando a simpatia do
povo da babilônia e inclusive dos judeus que estavam exilados como podemos ver em ISAIAS
45, onde Ciro, rei dos persas, recebeu uma vocação profética para tornar-se um grande rei e
derrotar algumas das nações mais poderosas da terra do seu tempo, inclusive a babilônia.

Esta diferença foi marcante também na forma como dominaram. Há vários aspectos que
devem ser levados em conta que precisamos fixar: os persas não tinham política de deportação
diferente dos assírios que eram muito agressivos na deportação ou dos babilônicos que eram
pontuais e cirúrgicos nas deportações, os persas não deportavam nobres, não deportavam as
lideranças locais, mas estabeleciam alianças de forma que eles contavam com as lideranças
locais, as nobrezas locais para governar o povo dominado.

Era criado formas de que a liderança local, as elites, se sentissem fortes o suficiente para
se manterem sem se tornarem rebeldes, era uma situação extremamente estratégica, mas
semelhantemente ao que os anteriores faziam era realizada a cobrança de tributos, essa era a
principal forma de marcar o domínio Persa, o povo conquistado tinha total liberdade
administrativa e religiosa mas a tributação era obrigatória, esta liberdade fazia com que os
povos pudessem reconstruir seus templos, suas estruturas, considerando sempre que política e
religião não estavam totalmente separadas, quando havia autonomia politica automaticamente
o povo podia buscar a sua divindade, quando havia a busca pela sua divindade o povo
automaticamente o povo alimentava a sua força de administração própria.

Na administração geral de todo o reino conquistado havia a divisão dos povos em


Satrapias ou distritos, como parte do Império, conceito de Império que tem um ponto Central,
porém dividido em várias partes. Essas Satrapias tinham Sátrapas que eram administradores
persas que ficavam dentro delas e coordenavam as ações para que os tributos chegassem ao rei
persa, desta forma evitando um certo desgaste em esperar chegar o tributo e caso não chegasse
mandar exército, buscar o problema ou seja os persas faziam de tudo para evitar um conflito
armado e para facilitar todo esse processo de escoamento de produção (os tributos eram pagos
majoritariamente em termos de produção, animais, frutos, cereais e também alguma mercadoria
de valor).

Os persas também foram os construtores de muitas estradas no oriente médio nesse


período estabelecendo grandes rotas de contato entre Babilônia, Jerusalém, Egito onde eles
também chegaram a conquistar, assim tendo um grande mapa viário muito importante naquela
época.

Entretanto faz se necessário olhar a dominação persa como um todo, não somente pelo
lado político de “tolerância e liberdade”, mas também ver que de certa forma a imposição
tributária era uma forma de escravizar o povo, esse sistema poderia ser chamado de extorsão.

“NÃO É POSSIVEL NEGAR QUE A POLÍTICA de dominação persa foi geralmente de


tolerância cultural e religiosa. Contudo, faz-se necessário destacar as situações de violência e
de destruição que acompanhavam as ações do Império Persa. Sob o ponto de vista tributário, os
persas adotaram um sistema de espoliação que levou grandes parcelas da população à pobreza
ou à escravidão” (ROSSI, 2005, p.114).
BIBLIOGRAFIA

HOLLAND, Tom. Fuego Persa. Ed. Planeta, S. A. Barcelona,2007.

Disponível em: https://pt.b-ok.lat/book/1063696/baed8d/?wrongHash

ROSSI, Luiz Alexandre Solano. Sob As Botas Do Império Persa, p.106-114. Dimensões.
Vol.17.Maringa,2015.

Disponível em: https://periodicos.ufes.br/dimensoes/article/view/2425/1921

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

ROSSI, Luiz Alexandre Solano. Sob As Botas Do Império Persa, p.114. Dimensões.
Vol.17.Maringa,2015.

Disponível em: https://periodicos.ufes.br/dimensoes/article/view/2425/1921

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