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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP).

Faculdade de Ciências e Letras, Departamento de História – campus de Assis.


Curso de Graduação em História (Licenciatura)-Turma 60
Disciplina: História Medieval.
Professor Responsável: Germano Miguel Favaro Esteves
Aluna: Vitória Beatriz Inácio Matioli, Turno: Diurno.
BROWN, Peter. O fim do mundo clássico. Lisboa: Editorial verbo, 1972.

Nesse capítulo Brown vai buscar compreender o Bizâncio, do império do oriente de


Teodósio a Anastácio, devido a isso leva este o nome, cria uma análise intrínseca sobre cada
imperador e seus costumes e forma de governança.

Brown introduz ao mencionar que após furtos em Roma, Constantinopla entrou em luto,
procurou também aumentar sua proteção. Nesse período o Oriente é dominado por Teodósio II,
em um império cujo a política tinha um papel consolidado estabelecido, Teodósio criou um
conjunto de leis, chamado Código de Teodósio, onde declarava dezenas de heresias proibidas
que afetavam a religião cristã, ampliando ainda mais os saberes latinos, influenciando até os
gregos na aprendizagem do latim. No final do século IV, Roma perde significativamente o papel
do exército romano, e grandes imperadores deixam seus legados, entre eles Anastácio e
Justiniano, o império romano passa a ser parte do império de Constantinopla.

No século V, um jovem chamado Daniel cujo futuro reservava a vida monástica é


aconselhado a direcionar-se a Constantinopla, pois a cidade era santa. É nesse sentido, que
Constantinopla vira palco de uma imigração. O império utiliza da cultura grega para se manter
estável, buscando influência culturais e religiosas. No Egito nesse período a arte copta ganha
papel de destaque, a adaptação de imagens de deuses pagãos passou por uma subversão a
conformidade das histórias bíblicas cristãs.

No período de Anastácio, Brown descreve os sírios como parte integral de rotas


comerciais, espalhando a música para todo império, utilizada por monges futuramente para
embalar suas adorações. Em Calcedônia em 451, um concílio busca fixar Constantinopla como
cidade central administrativa do império, mas para isso, usa de meios como a humilhação do
patriarca de Alexandria, o que acaba afetando o equilíbrio estabelecido pelo pensamento cristão,
o que segmentou o império. Apesar disso, a administração consolida uma unificação, onde
respeitam o imperador, fazem serviços em outras cidades. Anastácio é descrito por Brown como
piedoso, o imperador aboliu o imposto sobre o ouro, foi adorado pelo povo e seguia rigidamente
a política de paz religiosa defendida pelo império. Em 517, a realidade da igreja é bem mais
agressiva, bispos até coordenavam as ações dos governantes da cidade, empunham a fé cristã
sob todas as coisas.

Sobre o imperador Justiniano a situação é diferente, tem um pensamento adepto ao


antimonofismo, cria uma comissão para trabalhar sob novas perspectivas o direito romano.
Entretanto, não possui grande apoio do povo no início, nem do senado, que se unem contra ele
durante a grande rebelião de Nika em 532. Foca-se demasiado na autocracia, acabando com o
consulado, fanático religioso promulgou ódio aos pagãos. O imperador consegue triunfar em
batalhas contra os vândalos e os godos. Em 540, Xá da Pérsia, deixa de apoiar os bizâncios, é
nesse ano também que a falta de exército na região balcânica, facilita a invasão dos eslavos
nessa área. Em 541 a 543, a peste grande afeta o território mediterrâneo, durante a peste taxa
os ricos para poder manter a economia do império. No século VI, a guerra se tornou mais técnica
onde analisavam as estratégias e táticas dos seus inimigos.

Justiniano foi sem dúvidas um imperador notório, não dormia, pois passava a noite
trabalhando. Em 554, conseguiu anexar uma área da Europa meridional. No século VI, os
concelhos já não podem tabelar os impostos e deixam de existir com passar das décadas. A
força do império, entretanto, era ligada a visão civil dos impostos. Os próximos governantes do
império, Mauricio e Heraclio, tentam transformar o império na força militar que era antes.

Em se tratando dos impérios orientais referente ao Bizâncio e o Persa, Peter Brown


descreve, que a Pérsia era o que mantinha unido o ocidente e o oriente, era assim que o
compartilhamento de cultura e o conhecimento acontecia, os persas tinham técnicas de guerras
diferentes, baseadas na luta usando cavalos. São os persas que demonstram essa ideia de
cavaleiro armado medieval. Desenvolvem também duas formas de cristianismo, o ascetismo
radical e o cristianismo humano dos nestorianos. O império persa passa a fazer uma pressão
sob o império bizantino. O império persa tinha predominância das famílias importantes e
tradicionais como governantes. Com desenvolvimento de seu império baseado na área têxtil,
como sedas sassânidas.

Aos adeptos ao maniqueísmo encontrava-se em pérsia um local de sobrevivência. Os


nestorianos passam pelas estradas comerciais persas. No planalto iraniano, Xá considera-se reis
dos reis. Vahran Gur foi um perseguidor dos cristões, visto da perspectiva bizantina e um
generoso imperador visto de uma perspectiva da pérsia, adepto da ortodoxia zoroastriana, tão
ampliada na pérsia.

Xá Firuz morre com seus soldados, após os 7 anos de fome, que fora um período
traumático para a pérsia. É nesse período que a nobreza confia no jovem Xá Cósroas I para
proteção, consideram-no a partir de então alma imortal (Anoshirwan), no qual chacinam os
adeptos ao radicalismo Mazdak. Cósroas, torna-se um rei justo, na qual entendia as relações de
dependência de cada estrutura. No estado, porém ameaçou quem ousasse se rebelar contra sua
autoridade. São os anos de governo seu e de seu neto, que contribuem significativamente para
a formação idade média. No fim do século VI, a Pérsia da corte de Cósroas Anoshirwan vê a
decadência do papel dos Xás e do zoroastrismo.

O Equilíbrio gerado a pouco tempo é quebrado por Cósroas I que desampara o Irão e
Ásia central pela mesopotâmia, o que os fazem entrar em confronto contra os bizantinos, os
saques feitos pelos persas em territórios bizantinos aumentam a riqueza persa que estava
anteriormente fragilizada. Cósroas II vê a Pérsia tornar-se um ambiente rico, este por sua vez,
segue as políticas adotadas por seu antecessor.

Anos mais tarde, o imperador bizantino Heraclio, consegue invadir a Pérsia, se aliar a
Khazares e acabar assassinando o imperador Cósroas, incendiando seu palácio, tendo a ajuda
de internos do império, como os ministros. Em 600 nota-se uma ampliação na economia de
Meca, a cidade passa a receber muitos comerciantes.

Em se tratando de cultura e religião da idade média Brown organiza toda uma


segmentação de seu texto a base disso, elucidando as estruturas referentes a cultura e
religiosidade dos povos do período. Menciona que muitos historiadores consideram Heraclio
como o primeiro governante da idade média devido a seus feitos notórios, entretanto, essa
afirmação não se sustenta já que a política quando vista intrinsicamente mais se aproxima de
um conservadorismo, do que propriamente de uma inovação. É nesse período que o território
bizantino se isola.

A religião por sua vez, era majoritariamente cristã, dominava todos os aspectos da
sociedade, como o desaparecimento do paganismo nas classes governantes. O que promulga
uma perseguição aos judeus no território bizantino. Pode-se avaliar nesse período, a cultura
cristã, que já cercava as mais diversas classes sociais, o escol senatorial desaparece e dá lugar
ao bispado, cujo quem integra são adeptos a defesa de uma instrução dos princípios básicos da
igreja, em um ponto da defesa dos resumos e não do conhecimento da leitura completa dos
clássicos. Os livros ganham um papel de destaque, uma adaptação e inserção de elementos, que
de certa maneira contribuem para tornar a leitura mais simples destes livros religiosos, apesar
de quase ninguém de fora da igreja ter acesso na época aos livros.

Em bizâncio, no entanto é diferente, por exemplo, no século IX e X, os padres e bispos


consolidam os manuscritos da filosofia clássica, platônica, aristotélica etc. Adaptando a cultura
grega a realidade de Constantinopla. Os pagãos na classe de Atenas, consolidaram o
pensamento platônico durante o século VII e VIII, coisa que mudou drasticamente a partir dos
séculos seguintes.

Nas características culturais populares pode se notar influências do que seria a cultura
medieval. No século VI, buscando a cultura dos livros e da palavra falada, propagavam também
por intermédio dos bispos a falsificação. Há uma ascensão do cenário musical, nos cantos
devotos. E uma busca pela representação dos santos através das relíquias. Com a chegada dos
árabes no século VI se corta a ligação entre o Próximo Oriente e o Império Romano.

Brown Descreve na última parte de seu livro, uma segmentação referente a vida de
Maomé e a evolução do islamismo. Maomé fora um comerciante por volta de 30 anos, que
segundo a religião islâmica recebeu uma visão de um anjo, que indicou que Maomé tinha a
missão de levar apenas o culto a um deus pra Meca, entrando em conflito com as tribos árabes
que já habitavam a região. Sofreu uma perseguição que o faz mudar para Medina cidade
vizinha, lá fez aliança com os líderes locais e conseguiu muitos adeptos a sua nova forma de
ver a religiosidade. Em 630 volta a Meca, agora com muitos aliados e dominam a cidade. Em
meca a economia era baseada na agricultura e comércio, tal comércio permitiu troca de
informações com a cultura persa e bizantina. Maomé foi contra os beduínos e libertou Hejaz,

A religião mulçumana acreditava firmemente no conceito religioso de Juízo final, e todo


temor que sentem durante a vida para afasta-los do pecado. Maomé faz a unificação do povo
Umma, de forma que apaziguou os conflitos entre as tribos, por isso, muitos os consideravam
enviado por Deus para consolidar a paz. Transformou a Caaba em uma simbologia importante
no islamismo. Além disso transformou a península arábica em uma área coesa.

Através do alcorão a sociedade árabe organiza a conformidade de seu pensamento


religioso. Cabe a alguns uma inflexível técnica de guerra, depois da morte de Maomé alguns
conflitos entre os beduínos contra persas e bizantinos são intensificados, os beduínos tinham
em sua técnica de batalha o uso dos camelos. Os árabes conquistam áreas importantes como
Damasco e Alexandria. Pouco tempo depois o império bizantino sobrevive no mediterrâneo
oriental. É nesse contexto que observamos a formação dos califados omíadas de Damasco,
aderindo as tribos uma aristocracia guerreira.

A cultura árabe é ampliada para fronteiras vizinhas, contos de fadas estudos filosóficos
árabes são difundidos no período. Há também neste fim de século uma adequação do comércio
em um mercado artesanal.

A crise do Próximo Oriente do século VII, acontece após batalhas com o bizâncio, os
mundos cristãos e muçulmanos se chocam a partir de então inúmeras vezes. Durante a fundação
de Bagdad a tradição é priorizada, aderindo uma cerimônia sassânida. Era importante que o
senhor árabe, entendesse a cultura e história do Império Sassânida. No século VI, nota-se a
introdução da filosofia grega para os árabes, o que permitiu a adoção de conhecimentos
helenistas pelo clero siríaco.

Porém nesse cenário o comércio ganhava muita validade apenas aos persas, inclui-se a
Pérsia ao Império Islâmico. A fundação de Bagdad influenciou o fim das guerras árabes. Os
últimos dependiam fortemente dessa cidade. É notório que o islã teve sua transformação devido
as renovações persas.

Peter buscou nesses últimos capítulos, portanto, concluir então sua tese que era mostrar
o que contribuiu para o fim do mundo clássico de modo que se torna evidentes as características
que influencia a chegada e consolidação durante certo período da Idade Média, tentou mostrar
durante todo o livro as influências desses últimos séculos na decadência desde o império
romano a ascensão de novas formas culturais, que seriam observadas na História medieval que
se segue.

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