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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA SOCIAL
ANT 7301 - TEORIA ANTROPOLÓGICA II

AULA 3
LUCIEN LEVY-BRUHL

Professora Miriam Grossi


Estagiárias docentes Alana Verani e Dora Hoff
RAZÃO E AFETIVIDADE
Roberto Cardoso de Oliveira
Questionador de teses correntes na antropologia europeia do período
Proposta de uma leitura não etnocêntrica das etnografias disponíveis,
dando ênfase à chamada "Mentalidade Primitiva".
Mentalidade Europeia x Mentalidade Primitiva
Caráter místico das representações coletivas "primitivas"
Percepção "polisintética";
Pensar E viver o objeto

RAZÃO E AFETIVIDADE
Roberto Cardoso de Oliveira
Mentalidade pré-lógica
Pode ser chamada também de mística
Não é historicamente anterior à lógica, nem alógica ou antilógica
Diferentemente da lógica europeia, não se abstém de contradições
Potencialidade lógica x Potencialidade mística
Na mentalidade pré-lógica as características objetivas do real, aquelas
apreendidas pela experiência, são secundárias
Livro "Mentalidade Primitiva": explorar a causalidade
De que modo os habitos mentais ditos primitivos diferem dos europeus
Causalidade mística a causa primeira de tudo que acontece está relacionada
ao sobrenatural; exemplo do oráculo Azande.
RAZÃO E AFETIVIDADE
Roberto Cardoso de Oliveira
Para penetrar na causalidade mística, devemos deixar de lado nossos
próprios "hábitos" mentais";
Devemos superar nosso preconceitos!
L'âme Primitive: a emoção precede a percepção do objeto;
Mentalidade primitiva não é exclusiva dos povos ditos primitivos!
Levy Bruhl assinada que pode ser encontrada no mundo todo, inclusive
na Europa ;
Importancia de manter um olhar relativista ao estudar outros povos, deixar
a mentalidade europeia de lado.
A MENTALIDADE PRIMITIVA
La Mentalité Primitive (1922)
INDICE DO LIVRO
Introdução
Capítulo 1 - Indiferença das causas segundas
Capítulo 2 - As potências místicas e invisíveis
Capítulo 3 - Os sonhos: como a mentalidade primitiva recolhe os dados que lhe importam
Capítulo 4 - Os presságios
Capítulo 5 - Os presságios (continuação)
Capítulo 6 - As práticas adivinhatórias
Capítulo 7 - As práticas adivinhatórias (continuação)
Capítulo 8 - Os ordálios
Capítulo 9 - Interpretação mística dos sonhos e infortúnios
Capítulo 10 - Interpretação mística das causas do sucesso
Capítulo 11 - Interpretação mística dos brancos e do que eles trazem
Capítulo 12 - O misoneísmo nas sociedades inferiores: consequências do contato prolongado com os
brancos
Capítulo 13 - Os primitivos e os médicos europeus
Capítulo 14 - Conclusão
OS Capítulo
SONHOS 3
experiência para mentalidade primitiva
mundo visível e invisível se misturam
dados provenientes
sonhos são parte
das forças místicas
das manifestações
das forças místicas
1. O VALOR PARTICULAR DO SONHO. A EXPERIENCIA DA ALMA
DURANTE O SONHO. O QUE É VISTO NO SONHO É REAL,
MESMO QUE O QUE EXISTA NELE ESTEJA EM CONTRADIÇÃO

mundo visível são uma só


mundo invisível experiência
A pessoa pode passar
nh
so

do mundo visível para o


os invisível; a "alma" deixa o que é visto em sonho é
o corpo e depois volta tomado como verdadeiro por
para seu lugar.
conta de sua origem mística
os dados obtidos em sonhos valem
mais do que quando estão acordadas
2. UM HOMEM É RESPONSÁVEL PELO O QUE ELE VIU SER FEITO, OU
PELO O QUE UM OUTRO O VIU FAZER EM SONHO.
MULTIPRESENÇA DA ALMA.

atos cometidos gera responsabilidade


em sonhos de seus autores
A pessoa que é acusada não nega o ato que lhe é emputado; não duvida da
realidade do que o acusador viu em sonho, porém rejeita a responsabilidade de
sua alma.
Não há distinção. Ato cometido em sonho é equivalente ao feito enquanto a
pessoa está acordada

mundo da experiência FUTURO


é tomado pelo autor (prevê)
como mais complexo
admite como SONHO
simultâneo o que para
que o nosso PASSADO
nós não existe (já viu acontecer))
3. CONFIANÇA ATRIBUIDA AO SONHO ENTRE OS BANTOS.
CONVERSÕES DECIDIDAS PELOS SONHOS.

"O sonho é uma relação que vem do invisível". (p. 75)


Sonhos verídicos: reclamações dos mortos que querem ser pagos;
lembrança de dívida;
Se Deus acha a conversão agradável, por que não fala através dos
sonhos?
4. RESPEITO DOS NATIVOS DA NOVA FRANÇA PELOS SONHOS.
NECESSIDADES DE SEREM OBEDECIDOS. O SONHO E O TOTEM
INDIVIDUAL.
atenção dos padres "O sonho é o oráculo que todos esses povos
missionários pelos sonhos consultam e escutam; o profeta que lhe diz
as coisas futuras." (p. 79);
seu sucesso ou fracasso Diferença entre curdos e ameríndios - crimes
estava ligado aos sonhos e boa amizade;
das pessoas nativas Desejo da "alma": é impossível não
obedecer;
dividida em duas: uma delas pode ser
questão de vida ou morte
compreendida como genius, totem
individual, protetor.
é imperativo que obedeçam aos
Se o genius está ofendido,
sonhos, pois podem morrer; realizar o seus desejos não são
realizados, pode abandonar
sonho aparece como imperativo a pessoa e assim morrer.

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