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INTRODUÇÃO
A moda proporciona ao historiador uma nova leitura sobre a sociedade, veremos que
através desta o estudo sobre a individualidade que provém da modernidade se torna
palpável. Com a moda, houve a primeira manifestação de uma relação social que seria
encarnada como a nova paixão particular ao Ocidente, a do “moderno”.
Autores diversos destacam a importância da disseminação do conteúdo de moda,
sobretudo no campo intelectual, onde parece que muitas vezes a vestimenta é esquecida.
Svendsen (2004, p. 4), filósofo norueguês, acredita que a moda é um dos fenômenos
mais influentes na civilização desde o Renascimento, no entanto,
Dessa forma, com base na literatura sobre a moda (e aqui este termo não se restringe
somente ao resultado superficial e efêmero, mas também a outros processos mais
profundos), o presente trabalho se propõe a responder a seguinte questão de pesquisa:
Quais foram os processos sociais que contribuíram para a transformação da moda
durante as décadas do século XX?
Relacionar a história social à emergência da moda, bem como os seus desdobramentos
para que a conhecêssemos da forma que esta se apresentou no século XX, seja por meio
de movimentos revolucionários ou através do caráter mimético, conceito trazido por
Lipovetsky. Isso se dará através de um levantamento bibliográfico quanto o tema,
verificando as diferentes formas em que a moda desenvolveu-se ao longo do século XX,
e demonstrando ao leitor de que a história social da moda merece uma abordagem
conceitual e problemática.
São poucas as obras que tratam da moda do século XX, sobretudo no campo da história,
principalmente atrelando-a aos acontecimentos sociais. Até mesmo os autores que se
propõem a discussão da vestimenta, se reduzem a tratá-la como um “universo
particular”, independente do mundo que a cerca. A maioria das obras encontradas que
abordam o assunto foram produzidas por sociólogos, filósofos e jornalistas.
Sobre a adesão da “nova história”, que retrata de coisas que podem ser vistas como
pequenas, frívolas, autores como Barros (2004), Pinsky (2008), Calanca (2011)
dedicaram-se a discussões envolvendo a historiografia social.
Seguindo a premissa de Marc Bloch, o historiador não julga. Foi daí que partiu a ideia
de abordar a moda, somada a percepção da falta de referências no âmbito da história
quanto à vestimenta.
O vestuário constitui um papel importante na construção social da identidade. Este se
consolida como uma ótima alternativa de estudar a sociedade, e como as pessoas
traduzem os acontecimentos a sua volta na forma que se apresentam diante o mundo.
A década de 20, por exemplo, provou o quanto a moda pós-guerra refletiu todo o
contexto histórico, acompanhando os fatores políticos e econômicos da época.
Este estudo tem como objetivo destacar a indumentária, pois acredita-se que a moda
está por toda parte, no entanto, não causa grande comoção no mundo intelectual. Quase
sendo esquecida no questionamento teórico, parecendo estar ligada a uma cultura de
preconceito entre os historiadores. No entanto, a moda merece uma abordagem
conceitual, pois ela não é somente futilidade.
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