AO JUÍZO DA XX VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CAMPOS/RJ
Processo n° XXXX
LAURO, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por
seu advogado e bastante procurador que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência apresentar ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, com fulcro no artigo 403, parágrafo 3°, do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir aduzidas.
I. BREVE SÍNTESE
O mérito da denúncia trata-se de suposta prática dos delitos de
estrupo qualificado enquadrado no artigo 213, §1o c/c Art. 14, inciso II, c/c Art. 61, inciso II, alínea f, todos do Código Penal.
Segundo consta da Denúncia, o acusado teria cometido o crime
de estupro qualificado contra á vitima.
O denunciado não foi intimado para a audiência, comprometendo
a sua defesa, e mesmo não estando presente o ato foi realizado.
Na segunda audiência, Lauro foi ouvido, confirmando
integralmente os fatos narrados na denuncia, mas não reconhece as declarações das testemunhas e Maria na primeira audiência.
Ocorre que o réu não chegou a cometer crime de estupro
qualificado contra a autora. No momento de sua apreensão, Lauro estava indo se encontrar com Maria, como de costume. Fatos que devem ser reconhecidos ao final do processo.
II. DAS PROVAS
Servem estes memoriais para chamar a atenção ao conjunto legal e probatório conclusivo ao direito pleiteado, quais sejam:
Com base na documentação, pericia e testemunha apresentadas
foi possível concluir que o réu estava indo apenas se encontrar de costume com a autora, além de exame de corpo de delito informando que não houve estupro.
Desta forma, fica demonstrado a plausividade da tese defensiva,
tais provas se encaixam perfeitamente à tese de defesa apontada a seguir.
III. DO DIREITO
Conforme se pode observar da Denúncia, a mesma foi totalmente
embasada pelo testemunho de José, sem qualquer prova robusta sobre a autoria do fato.
Ocorre que no atual Estado Democrático de Direito, em especial
em nosso sistema processual acusatório, cabe ao MP comprovar a real existência do delito e a relação direta com a sua autoria, não podendo basear sua acusação apenas no depoimento da vitima.
Para que haja a condenação é necessária a real comprovação da
autoria e da materialidade do fato, conforme preceitua o CPC no artigo 386, inciso VII “O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: VII – não existir prova suficiente para a condenação”.
O que deve ocorrer no presente caso, pois não há elementos
suficientes para comprovar a relação do réu com os fatos narrados. Dessa forma o processo deve ser resolvido em favor do acusado.
Com base nas declarações e provas documentais acostadas ao
presente processo, desprovido de provas cabais a demonstrar a gravidade do ato, consubstanciadas unicamente em indícios que maculam a finalidade da ação proposta. As declarações e provas documentais acostadas ao presente processo, é perfeitamente possível verificar a ausência de qualquer evidência que confirme as alegações do denunciante.
Afinal, não há provas que sustentem as alegações trazidas no
processo, sequer indícios contundentes foram juntados à inicial.
As declarações que instruíram o processo até o momento, sequer
indicam a conduta específica do denunciado, devendo o presente processo ser imediatamente arquivado, com a aplicação imediata do in dubio pro reo. IV. DA CONCLUSÃO
ISTO POSTO, requer:
a) A absolvição do denunciado, pela manifesta inocência.
b) A absolvição do denunciado, pela ausência de provas, nos
termos do art. 386,II,V e VII do CPC.
c) Caso assim não entenda, pelo princípio da eventualidade, que
seja desclassificada a conduta para a prática de crime conforme acusação art. 213, §1o c/c Art. 14, inciso II, c/c Art. 61, inciso II, alínea f, todos do CP, ou, subsidiariamente que a pena seja fixada no mínimo legal e que o denunciado possa apelar em liberdade nos termos do art. 283 do CPP, por preencher os requisitos objetivos para tal benefício.