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Faz muito tempo

Texto: Ruth Rocha


Ilustrações: Helena Alexandrino

Elaboração
Anna Flora
Brincadeira 1: Navegando na história

Material necessário (Cálculo para uma classe de 30 alunos)

Para o aluno:

• 2 folhas de sulfite
• folha de papel celofane azul
• 1 tesoura sem ponta
• 1 pedaço de cartolina medindo 20 cm de altura X 26 cm de comprimento,
dobrado ao meio.
• cola

Para o professor:

• 1 grampeador
• 1 bloco de 100 folhas de sulfite
• Veja nos anexos as páginas onde estão desenhados os mapas, as figuras da
caravela de Cabral, das ilhas e da baleia. Imprima uma cópia para cada criança.

anexo 1 anexo 2 anexo 3

anexo 4 anexo 5 anexo 6

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Distribua a folha de celofane para cada criança. Todos pegam seus materiais e
dirigem-se ao pátio.
Após a leitura do livro, converse com o grupo a respeito do que foi e como aconte-
ceu o descobrimento do Brasil.
Conte a eles que o nosso país, o Brasil, foi descoberto pelos portugueses no dia 22
de abril de 1500.
“Nesse livro, a Ruth Rocha reconta a viagem de Pedro Álvares Cabral e o descobri-
mento do Brasil. Na história que ela criou, um menino chamado Pedrinho participou da
frota de Cabral como marinheiro-ajudante (grumete).
Na História real, vieram alguns adolescentes com a nau portuguesa, mas nenhum
deles se chamava Pedrinho.
Como o livro da Ruth é uma história de ficção, o que ela conta não é exatamente
como aconteceu na História real. Ela faz uma releitura a respeito da viagem do descobri-
mento, acrescentando detalhes que não existem na História real.”
Após essa introdução, distribua as páginas impressas para as crianças e 2 folhas
de sulfite para cada uma.
Diga para recortarem as figuras nas linhas vermelhas pontilhadas, dobrarem nas
linhas verdes e colocarem as partes amarelas para trás.

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Depois que as figuras estiverem montadas, cada criança abre suas folhas de papel
celofane azul, que representará o mar, coloca a figura dos mapas sobre o papel celofa-
ne, separando bem a Europa da América do Sul e cola tudo na cartolina.

Depois peça às crianças que coloquem a nau de Cabral sobre o mapa de Portugal.
E indique a elas em que posição se deve colocar as Ilhas Canárias e o Arquipélago de
Cabo Verde sobre a folha de papel celofane.

Observação: A figura da baleia pode ser colocada em qualquer posição sobre o


papel celofane.
Enquanto as crianças montam a maquete, você pode reler trechos da história,
como os da páginas 12 a 17, que contam a viagem de Cabral pelo oceano, assim elas
podem sentir mais o que estão fazendo.

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E a grande viagem começou.
Pedrinho gostou logo do seu trabalho...
[...]
Depois de alguns dias, Pedrinho viu ao longe as Ilhas
Canárias, mais tarde, as Ilhas de Cabo Verde.
E depois não se viu mais nenhuma terra.
Somente céu e mar, mar e céu. E peixes que pulavam
fora da água, como se voassem. E baleias, que passa-
vam ao longe, espirrando colunas de água.

Quando a maquete estiver pronta, proponha aos alunos que se sintam como o Pe-
drinho da história e contem o que sentiram nesse período de viagem.

Atividade complementar

Pegue o lápis e dobre as duas folhas de sulfite (como se fosse um caderno).

Pergunte à classe:
“Se você fosse Pedrinho e estivesse escrevendo um diário de bordo, o que você
escreveria? Exemplo:

Dia.... de 1500:
Saímos de Portugal com o tempo.... navegamos muito,
o mar estava......Depois de muitos dias encontramos
umas ilhas muito bonitas... etc.

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Dê um tempo para cada criança escrever no seu diário de bordo como foi este dia
de viagem.

Depois, a viagem continua, enquanto eles movimentam a caravela pelo oceano:

“Neste dia, aconteceu uma tempestade! As ondas fica-


ram muito altas, os raios rasgavam o céu! Pedrinho...”

Proponha novamente:
“Escreva sobre este dia no diário de bordo de Pedrinho.”

Dê um tempo para eles escreverem no diário de bordo.


Depois, cada criança lê seu diário de bordo.
Todos pegam o pedaço de cartolina onde está escrito “DIÁRIO DE BORDO DE PE-
DRINHO” e guarda as folhas do diário dentro desta “capa”.
Grampeie as páginas do diário de bordo de cada criança.

Depois de tudo pronto, vocês poderão montar uma exposição e chamar as outras
classes para ver.

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Brincadeira 2: Brincando com os índios

Material necessário

Para o aluno:

• 60 cm de barbante

Para o professor:

• Uma versão da carta original (com tradução para o português contemporâneo)


de Pero Vaz de Caminha, que narra ao rei de Portugal a descoberta do Brasil.

Sugestão:

— TUFANO, Douglas: A carta de Pero Vaz de Caminha: versão integral escrita em


português contemporâneo. São Paulo: Moderna.
• 1 peteca
• palha de milho, 5 pedrinhas, 30 cm de barbante e uma pena de espanador
(medindo 20 cm)
• Veja nos anexos onde estão as páginas que mostram dois brinquedos
indígenas: uma “cama-de-gato” feita com fios de buriti e uma peteca de palha.
(Deve-se estabelecer uma ligação entre essas duas brincadeiras indígenas e a
passagem da história em que Pedrinho e um menino índio ficam amigos e
brincam juntos.)

Releia as páginas 16 a 25 em que é narrado a chegada de Cabral ao Brasil e a ten-


tativa de Pedrinho de conversar e se relacionar com um menino indígena e dá a ele uma
galinha de presente. Os índios se assustam, pois não conheciam esse animal.
Pedrinho, por sua vez, ganha uma arara, e ele também fica surpreso, pois nunca
tinha visto essa ave.
Depois de reler esse trecho da história, leia alguns trechos da carta de Pero Vaz de
Caminha.

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Em seguida, converse com a turma sobre essa passagem do livro Faz muito
tempo, que são semelhantes ao que é retratado por Pero Vaz em sua carta.
Pergunte aos alunos se eles sabem o quanto os indígenas contribuíram na forma-
ção de nossa cultura. Diga-lhes, por exemplo, que há muitos brinquedos e brincadeiras
que nós conhecemos e praticamos que foram criados pelas crianças indígenas e que
existem desde a época da descoberta do Brasil.
Um desses brinquedos é a peteca. Outro é a cama-de-gato.
Em seguida, distribua as páginas impressas que mostram as fotos da peteca indí-
gena feita de palha e o índio brincando com o jogo cama-de-gato.
Mostre a peteca para a turma e deixe que eles analisem-na, pois muitos talvez
nem a conheçam.
Depois, diga para compararem a peteca que você levou com a peteca de palha
que está na foto.
Ressalte que a peteca com a qual brincamos hoje geralmente é feita de plástico.
E os índios montam a peteca usando pedrinhas amarradas na palha do milho e, depois,
eles espetam as penas.
Monte petecas de palha utilizando a palha de milho, as pedrinhas, o barbante e a
pena.
Em seguida, pergunte se eles conhecem a brincadeira cama-de-gato.
Ressalte que a cama-de-gato da foto, com a qual o índio kamayurá brinca, foi feita
com fios de buriti. O buriti é uma árvore cujo caule e folhas têm uma fibra resistente.
Forme duplas e deixe que eles brinquem um pouco de peteca ou cama-de-gato.
Se houver quem não saiba brincar, ajude-o.

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Brincadeira 3: Sarau “tanto mar”

Material necessário

Para o professor:

• Veja nos anexos as páginas que mostram cantigas e versos folclóricos


portugueses e brasileiros e imprima uma página para cada criança.

Na história “Faz muito tempo” podemos perceber que os portugueses eram gran-
des navegantes. Adoravam se aventurar por mares desconhecidos e viajar até terras
distantes!
Por isso, o mar, os navios e os marinheiros são temas que sempre aparecem nas
cantigas de roda, nas brincadeiras e nas histórias folclóricas de Portugal.
Leia para a classe algumas cantigas portuguesas sobre o mar:

Moro à beira do mar


Moro mesmo à beirinha
Da janela do meu quarto
Vejo saltar a sardinha

Ó mar largo, ó mar largo


Ó mar largo sem ter fundo!
Mais vale andar no mar largo
Do que nas ruas do mundo!

Nasci na beira do mar


Ao pé do vento virado
Do berço fiz uma colcha

Cobri-me com o céu estrelado!

Todas as tardes que vejo


Gaivotas à beira-mar
Acho sempre que são cartas
Que me acabas de mandar

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A barca virou
Deixá-la virar
Foi por causa do barqueiro
Que não soube remar
Ai se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar
Eu tirava o barqueiro
Do fundo do mar

Ó, marinheiro
Quem te ensinou a navegar?
Foi o tombo do navio
Ou foi a espuma do mar?

(Fonte: Textos recolhidos por Isabel de Mendonça Soares: O mar na cultura


popular portuguesa. Lisboa: Terramar, 1998.)

O Brasil possui um dos maiores litorais do mundo, com uma porção de lindas
praias!
Como o mar é um elemento muito importante na paisagem brasileira, sua imagem
sempre está presente nas brincadeiras, nas cantigas de roda e histórias populares.
Veja, agora, algumas cantigas folclóricas brasileiras sobre o mar:

Caranguejo não é peixe


Caranguejo peixe é
Caranguejo só é peixe
Na enchente da maré

Lá vai a barca da estrela


Sobre as ondas do mar
Vai largando sua vela
Sem porto para chegar

As ondas vão e vem


As ondas vêm e vão
Meu amor vai e vem
No balanço da canção

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Jangada tão pequenina
Uma casquinha a boiar
Tão pequeno o jangadeiro
Na imensidão do mar!

Quem te ensinou a nadar


Quem te ensinou a nadar
Foi, foi marinheiro
Foi os peixinhos do mar

(Fonte: Vários autores. Coleção Folclore Brasileiro: Rio de Janeiro/Rio Grande do


Norte/Bahia/Alagoas/MEC e Funarte,[s.d.].)

Organize com a classe um sarau.

Sarau é uma reunião de pessoas que se encontram para recitar


poesias e tocar música.

Chame algumas crianças para recitar os versos.


Em seguida, proponha brincadeiras e cantigas de roda que existiam em Portugal e
que foram trazidas pelos portugueses para o Brasil.
Isso foi há um tempão, na época do descobrimento do nosso país. Desde então,
essas brincadeiras e cantigas são cantadas e transmitidas de pai para filho, até os dias
atuais.

• Quais dessas cantigas portuguesas que recitamos vocês conhecem?


• Quem conhece outras cantigas de roda ou versos sobre o mar? Quem souber,
recita e ensina os versos para a turma.

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ANEXO 1

12
ANEXO 2

13

ANEXO 3

14
ANEXO 4

15

ANEXO 5

16

ANEXO 6

17

ANEXO 7

Algumas cantigas portuguesas sobre o mar:

Moro à beira do mar


Moro mesmo à beirinha
Da janela do meu quarto
Vejo saltar a sardinha

Ó mar largo, ó mar largo


Ó mar largo sem ter fundo!
Mais vale andar no mar largo

Do que nas ruas do mundo!

Nasci na beira do mar


Ao pé do vento virado
Do berço fiz uma colcha

Cobri-me com o céu estrelado!

Todas as tardes que vejo


Gaivotas à beira-mar
Acho sempre que são cartas
Que me acabas de mandar

A barca virou
Deixá-la virar
Foi por causa do barqueiro

Que não soube remar
Ai se eu fosse um peixinho

E soubesse nadar
Eu tirava o barqueiro
Do fundo do mar

Ó, marinheiro
Quem te ensinou a navegar?
Foi o tombo do navio
Ou foi a espuma do mar?

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ANEXO 8

Algumas canções folclóricas brasileiras sobre o mar:

Caranguejo não é peixe


Caranguejo peixe é
Caranguejo só é peixe
Na enchente da maré

Lá vai a barca da estrela


Sobre as ondas do mar
Vai largando sua vela
Sem porto para chegar

As ondas vão e vem


As ondas vêm e vão
Meu amor vai e vem
No balanço da canção

Jangada tão pequenina


Uma casquinha a boiar
Tão pequeno o jangadeiro
Na imensidão do mar!

Quem te ensinou a nadar


Quem te ensinou a nadar
Foi, foi marinheiro
Foi os peixinhos do mar

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