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OBJETIVOS
Reconhecer a existência de diferentes contextos com os quais as comunidades humanas se deparam: a relativida-
de cultural; os padrões de cultura e aculturação como indutores de comportamentos comuns/grupais.
2. A ACULTURAÇÃO
Ao longo da História, quando se deram invasões e o povo invasor ocupou e instalou-se no território do povo in-
vadido, aconteceram, por vezes, fenómenos de adoção ou imposição de uma cultura estranha ao povo do território
ocupado. Como também aconteceu o contrário. Designamos por aculturação o processo pelo qual se produzem
modificações culturais num determinado grupo, resultantes do contacto (pacífico ou violento) deste com uma
cultura que o influenciou e lhe imprimiu as suas características.
3.ETNOCENTRISMO CULTURAL
Atualmente, as sociedades caracterizam-se por uma maior proximidade cultural, mas também por uma grande
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Ano Letivo 2022-2023 – 10º Ano - Turma
diversidade cultural. Muitas vezes os padrões de outros grupos ou sociedades podem ainda parecer-nos estranhos.
Por exemplo, quando vemos filmes na televisão sobre outras sociedades, começamos por achar incompreensível a
língua que falam, mas também podemos encontrar aspetos da vida quotidiana, hábitos alimentares e formas de ves-
tir, completamente diferentes dos da sociedade portuguesa. A situação torna-se mais difícil quando entramos em
contacto direto com outras culturas, podendo, muitas vezes, produzir-se choques culturais, quando os valores das
«outras» culturas são muito diferentes dos nossos padrões culturais. Estes choques resultam do facto de termos
tendência para julgar os padrões das outras culturas com base nos da nossa, levando-nos a não aceitar ou a aceitar
dificilmente esses padrões diferentes dos nossos. Por exemplo, a existência de monogamia nas sociedades ociden-
tais pode levar à rejeição de outros tipos de comportamentos poligâmicos característicos de outras culturas. Ora, o
etnocentrismo cultural consiste precisamente em julgar as outras culturas tomando como padrão os nossos mode-
los culturais. Quando assumem esta conduta, os indivíduos estão a sobrevalorizar a sua cultura, considerando in-
ferior a dos «outros». Atualmente, certos povos e grupos, baseados em dogmas e preconceitos religiosos e culturais,
afirmam a sua superioridade cultural e veem-se como povo e grupo eleitos e predestinados para missões superiores,
alimentando um combate do 'nós' contra 'os outros', estes vistos como bárbaros ou infiéis. O etnocentrismo cultural
opõe-se ao reconhecimento da diversidade cultural, já que afirma que existe uma cultura de referência que os ou-
tros povos e comunidades devem seguir e mesmo copiar.
Facilmente constatamos que, apesar das semelhanças entre os homens e da existência de muitas característi-
cas comuns, encontramos também diferenças físicas (cor da pele, estatura, nomeadamente) e diferenças culturais
(hábitos diferentes, bem como diferentes formas de organização familiar, por exemplo). Contudo, esta diversidade
não pode ser hierarquizada, isto é, colocando grupos humanos acima uns dos outros. É que, desse modo, desenvol-
vem-se posições racistas.
Um racista apoia-se numa ideia concebida sem suporte científico ou mesmo experimental, acerca da supe-
rioridade e da inferioridade de certos indivíduos, por estes pertencerem a determinadas raças e, em função desta
ideia preconceituosa, discrimina esses indivíduos ou o grupo a que eles pertencem, considerando-os inferiores. Atu-
almente, fala-se num «novo racismo», ou seja, uma nova forma de racismo. Nesta nova forma, é abandonada a noção
de inferioridade biológica. Contudo, determinados grupos de pessoas continuam a ser discriminados com base na sua
cultura. Quer isto dizer que atitudes racistas passam a ser justificadas através da noção de diferenças culturais. A xeno-
fobia, como o próprio nome indica (fobia é um medo persistente), significa temor/medo por tudo, que é diferente.
A xenofobia é uma posição próxima do racismo, só que orientada contra os estrangeiros, dirigindo-lhes
antipatia ou mesmo ódio pelo facto de serem originários doutro país, podendo ser identificáveis a partir de certos
sinais biológicos ou culturais: cor da pele, forma do rosto, língua, vestuário, hábitos quotidianos.
2.2 Como explicas essa atitude dos emigrantes portugueses? Consideras que possa ser a melhor atitude para se in-
tegrarem na sociedade francesa que os acolheu?
4.2 Explica em que sentido se afirma que os valores que cada grupo segue são relativos a um determinado momento
da sua história.
4.3 Explicita a ideia de que a tolerância deve resultar duma posição que defenda o relativismo cultural.
5. Tendo em conta a diversidade das culturas e o relativismo cultural, responde às perguntas que são
formuladas na legenda da imagem.
Texto 3. Porque é que o racismo floresceu? Há várias razões para tal. Uma reside no facto de a oposição entre
branco e negro, enquanto símbolos culturais, se encontrar profundamente enraizada na cultura europeia. O
branco está há muito associado à pureza e o preto ao mal [...]. Antes de a população do Ocidente entrar em
contacto permanente com negros, já o preto era símbolo de significados negativos. [...]
Um segundo fator importante que influenciou o racismo moderno foi pura e simplesmente a invenção e difu-
são do próprio conceito de raça. Sabe-se que existem atitudes quase racistas há centenas de anos. Mas a no-
ção de raça enquanto conjunto de características fixas emergiu com o aparecimento da 'ciência da raça' [...]. A
noção de superioridade da raça branca, apesar de não ter qualquer valor factual, permanece um elemento-
chave para o racismo branco.
Uma terceira razão para o surgimento do racismo moderno reside nas relações de exploração que os Europeus
estabeleceram com as populações não brancas. O comércio de escravos não poderia ter existido se a maioria
dos Europeus não acreditasse que os negros pertenciam a uma raça inferior, talvez mesmo sub-humana. O ra-
cismo ajudou a justificar a dominação colonial sobre povos não europeus, negando-lhes os direitos de partici-
pação política que estavam, nessa época, a ser conquistados pelos brancos nos seus países europeus de ori-
gem.
Anthony Giddens, Sociologia, p. 255
7.Comentando a imagem ao lado, elabora um curto texto (não esquecendo o título) onde deverás utilizar os
seguintes termos e expressões: tolerância, tradição, diferença, indiferença, relativismo cultural.
Um bom trabalho!