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ACORDO EMPRESARIAL FAMILIAR E OUTRAS AVENÇAS

Blindagem Familiar

ACORDO PARTICULAR QUE ENTRE SI FIRMAM


OS MEMBROS DA EMPRESA OPERACIONAL
CONSTRUÇÕES E INCORPORAÇÕES LTDA.-
FAMÍLIAS SILVEIRA E SCHRAMM VISANDO O
BENEFÍCIO E A REGULAMENTAÇÃO DOS
NEGÓCIOS, PATRIMÔNIO E FAMÍLIA.

Pelo presente instrumento as partes contratantes abaixo designadas, nomeadas e


qualificadas, têm entre si, justo e contratado, nesta e na melhor forma de direito, o presente
Acordo Empresarial Familiar, como segue:

FAMÍLIA/SÓCIOS:
Os membros, aqui signatários, serão nomeados por ordem cronológica de nascimento,
sendo:

ANUENTES:

Os cônjuges e descendentes dos COMPROMITENTES participam e anuem a celebração


do presente termo de compromisso, como INTERVENIENTES ANUENTES, não
podendo no futuro alegar desconhecimento do termo de compromisso e responsabilidades
ora assumidas pelos contratantes, assumindo conjuntamente à todas as responsabilidades
provenientes da participação no negócio familiar.
I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1. Visando o benefício da união familiar e do crescimento sólido dos negócios geridos pela
família, seus membros, depois de analisarem todas as relações PATRIMÔNIO x FAMÍLIA
x NEGÓCIO, atuais existentes, tanto como as futuras, assim como os negócios a que este

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documento se relaciona, resolvem assinar este Acordo Familiar concordando com todas as
normas e princípios aqui referidos e que será aplicado para todos.

2. O objetivo deste instrumento é reunir esforços e estratégias eficazes para que o negócio
familiar como um todo constitua um fator de união, buscando evitar ou amenizar atritos
entre os membros da família, visando à consolidação das relações pessoais e realizações
profissionais de cada um, aliado ao crescimento e fortalecimento dos negócios.

II- OBJETIVO DO PRESENTE INSTRUMENTO

3. O objetivo do presente instrumento é assegurar a defesa das melhores práticas de


Governança Corporativa, buscando evitar ou amenizar atritos entre os membros da família,
norteando-se pelos seguintes princípios e valores:

a) Transparência na gestão do negócio familiar: aqui compreendida como a boa


comunicação interna e externa à empresa, pautada na franqueza, na espontaneidade, na
tempestividade e no desejo sincero de informar tudo o que possa ser relevante para as
partes interessadas;

b) Equidade na relação entre os parceiros: traduzindo-se pelo tratamento de forma justa


e igual entre todas as partes interessadas, sobretudo aos que não atuam diretamente no
negócio, devendo ser repudiadas atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer
pretexto;

c) Ética de negócios e no relacionamento parceria – parceiros: a parceria deve respeitar


integralmente as leis, normas e regulamentações éticas aplicáveis aos seus negócios e nas
relações entre as partes.

d) Responsabilidade corporativa: os negócios devem ser conduzidos com o objetivo de


perenizar a organização, portanto, decisões que possam causar impacto negativo na
sociedade ou no meio ambiente devem ser evitadas.

III – ORGANIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS ENVOLVIDAS NESSE ACORDO

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4. O presente instrumento é pactuado com as cláusulas de irretratabilidade e
irrevogabilidade, renunciando as partes, expressamente, ao direito de arrependimento,
obrigando ainda seus herdeiros e sucessores a qualquer título ou pretexto.

5. No caso de falecimento ou interdição de algum COMPROMITENTE, o presente


instrumento continuará com os herdeiros ou sucessores do compromitente falecido ou
interditado, não podendo o sucessor em hipótese alguma se opor quanto ao pactuado neste
termo.
6. Fica também pactuado, que a (o) INTERVENIENTE ANUENTE que separar
judicialmente, divorciar, ou separar de fato, bem como discordar da condução do presente
termo, não poderá em hipótese nenhuma bloquear as responsabilidades aqui assumidas.

7. É vedada a participação dos cônjuges na administração dos negócios em conjunto,


respeitados os negócios individuais de cada família que terão suas regras próprias.

8. Os ativos da empresa e os negócios familiares não serão garantidores de prejuízos que


possam ocorrer com o patrimônio particular dos membros da família.

9. Os membros da família não poderão prestar aval e fiança a terceiros.

9.1 Aval e/ou fiança para cumprimento de compromissos pessoais ou aquisição de


patrimônio particular serão de inteira responsabilidade dos avalistas e não do patrimônio
do negócio familiar.
10. Será estimulada a capacitação profissional dos membros do grupo familiar, com
participação em congressos e seminários, conferências e cursos que tenham relação com o
negócio familiar, e estará condicionado aos seguintes requisitos:
a) Concordância dos sócios;
b) Orçamento disponível;
c) Participação estará relacionada à função exercida;
d) Compromisso de repassar o aprendizado ao restante da família.

11. Os estudos dos membros da família das novas gerações não serão suportados pela
Empresa.

12. A entrada dos membros da família das novas gerações nos negócios fica condicionada
ao preenchimento dos seguintes requisitos:

- Formação compatível com a exercida;

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- Existência de vaga;

- Experiência de trabalho fora da empresa;

- A contratação será formalizada através de registro na CTPS (Carteira de Trabalho e


Previdência Social) ou através da prestação de serviços mediante a apresentação de nota
fiscal de pessoa jurídica apta para tanto;

- A remuneração será compatível com o valor pago pelo mercado.

13. Os membros da Administração ou da Família que, por qualquer motivo tiverem


interesse particular ou conflitante com o da Empresa em determinada deliberação, podendo
influenciar ou tomar decisões motivadas por tais interesses, deverão abster-se de participar
da votação desta matéria, ainda que como representantes de terceiros, devendo, para tanto,
manifestar, tempestivamente, seu conflito de interesses ou interesse particular, sob pena de
outra pessoa fazê-lo.

14. Fica neste ato determinada a impossibilidade de dispor em testamento a participação


societária das controladoras da empresa OPERACIONAL, sendo que, as regras de
sucessão a serem seguidas são as contidas no contrato social da empresa controladora, e
neste acordo.

15. Uma vez ocorrida a reversão da doação, em razão da morte do donatário, e,


consequentemente, o retorno do bem ao doador, deverá haver de imediato a RENÚNCIA
À HERANÇA pelos colaterais, se houver.

16. As doações ocorridas poderão ser revogadas de acordo com o preceituado no Código
Civil, bem como, se descumpridos os encargos impostos nas doações, caso a caso, os quais
serão determinados no instrumento de doação, ficando, desde já, previstos os seguintes
encargos gerais:

 Sociais;
 Formação
 Financeiros;
 Empreendedorismo;
 Saúde;
 Trabalho voluntariado

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17. As doações de bens das famílias acordantes tornar-se-ão definitivas, em não havendo
ocorrência dos motivos de revogação da doação, após o período de 20 anos.

18. Todos os bens doados pelos acordantes e anuentes do presente acordo familiar, serão
gravados com as cláusulas de incomunicabilidade, impenhorabilidade e inalienabilidade,
sendo certos de que, embora haja entendimentos divergentes de conhecimento das partes e
seus consultores, os bens doados com as referidas cláusulas, não serão objeto de partilha
de bens, nem mesmo em caso de falecimento do donatário – e para tanto serão empregados
todos os meios cabíveis fundamentados na tese da intransponibilidade do direito sucessório
- de sorte que, os bens serão repassados apenas na posição vertical, com o intuito de
preservação do patrimônio dos sócios fundadores.

19. Ocorrendo a doação de bens dos sócios fundadores aos seus donatários, haverá a
reserva de usufruto e/ou instituição de usufruto em favor daqueles.

IV – DO REGIME DE BENS DOS HERDEIROS

21. Fica determinado através do presente acordo que aos membros que não contraíram
matrimônio que, o regime de casamento adotado seja o de Separação Total de Bens.

Para tanto, devem ser observadas as explicações, conceitos e definições previstas.

Tal disposição deverá ser cumprida sem prejuízo de que cada um possa compartilhar
com seu cônjuge outras partes de seu patrimônio particular, sendo este inclusive, um
princípio familiar a ser seguido.

22. Nas hipóteses de opção por convivência em união estável, deverá ser celebrada
escritura pública de Declaração de União Estável, estabelecendo o regime de Separação
Total de Bens, pelo mesmo motivo acima explicado.

V – SOLUÇÕES DE CONTROVÉRSIAS

23. Quando entre dois ou mais membros do grupo familiar surgir dúvidas quanto à
interpretação, omissão ou aplicação das normas deste Acordo Familiar, as mesmas poderão
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ser esclarecidas através do profissional consultor Dr. Renato Vieira de Ávila, redator deste
documento.

VI –MODIFICAÇÕES E ADIÇÕES AO ACORDO FAMILIAR

24. Este Acordo Familiar poderá ser revisado e atualizado, 24 meses após a data de
assinatura do mesmo, ou de acordo com manifestação do Conselho de Sócios,
possibilitando-se, inclusive, a adição de novos signatários.

VII –AUTONOMIA FAMILIAR

25. Fica claro que a solidariedade e os compromissos fraternais a que os membros da


família se comprometem neste Acordo Familiar não implicam na intromissão em assuntos
que sejam próprios e exclusivos de cada um.

25.1 Os membros da família comprometem-se a serem solidários e respeitar a


autonomia de cada membro da família para seus assuntos patrimoniais, pessoais, sociais,
políticos, educativos e nos princípios religiosos.

VIII – DISCRIÇÃO

26. Os membros da família obrigam-se a guardar absoluta reserva a respeito da existência e


conteúdo deste Acordo Familiar.

IX – FORÇA VINCULATÓRIA

27. Este instrumento complementa o que os membros da família subscreveram ao


formalizar seus negócios em família, sendo que o presente Acordo Familiar é o que

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normatiza as relações perante os negócios relatados neste instrumento, com força moral
suficiente para obrigar a cumprir os termos acordados no mesmo.

27.1 O foro eleito para dirimir quaisquer questões decorrentes do presente


instrumento é o foro da Comarca de Blumenau/SC excluindo-se qualquer outro, por mais
privilegiado que seja.

X - CONCEITOS, DEFINIÇÕES E ENTENDIMENTOS DOUTRINÁRIOS E


JURISPRUDÊNCIAIS

A) SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS - Por esta opção, tanto os bens adquiridos


antes do casamento ou união, quanto aqueles adquiridos por cada cônjuge ou companheiro
durante a convivência do casal, permanecem na propriedade individual de cada uma das
partes, não havendo divisão do patrimônio em caso de separação.

Assim como na comunhão universal de bens, é necessário, para a escolha desse regime,
que o casal realize um pacto antenupcial em cartório (previamente ao casamento) ou de
contrato em cartório (no caso de união estável). Esse tipo de regime, porém, é obrigatório
nos casos de casamento com maiores de 70 anos ou com menores de 16 anos de idade.

B) SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS EM CASO DE SUCESSÃO CAUSA


MORTIS

Hoje o entendimento majoritário prevê que o cônjuge é herdeiro em caso de morte do


cônjuge, ainda que tenham escolhido em vida o regime de separação total de bens.

Embora a questão seja polêmica, ou seja, é a posição dos Tribunais na atualidade, é


preciso alertar que diante dos termos da redação atual do inciso I do artigo 1.829 do
Código Civil, o mais provável é que no regime da separação convencional o cônjuge
sobrevivente seja considerado herdeiro do falecido.

C) DOAÇÃO DE BENS

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Doação é o contrato pelo qual denominado doador, por ato de liberalidade, transfere seu
patrimônio, algum bem e a outra pessoa aceita essa liberalidade. Essa pessoa que aceita é
chamada de donatário.

Para fazer a doação de bens para familiares é possível optar pela realização de um
planejamento sucessório, que é a principal alternativa para efetuar a divisão de bens antes
da morte. O planejamento sucessório oferece soluções para as mais diferentes
necessidades.

Doação em vida não se confunde com transmissão de bens através de testamento.


O Código Civil determina que as pessoas somente podem dispor de 50% do seu patrimônio
em testamento, quando há herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge). Ou
seja, 50% dos bens devem ser reservados para os herdeiros necessários (filhos, netos,
cônjuge ou pais).
No entanto, o Código Civil determina:

Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a
subsistência do doador.

Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no
momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.

No entanto, caso a doação tenha como beneficiário um dos herdeiros necessários, é preciso
ter cuidado para respeitar a proporção da legítima dos demais herdeiros, uma vez que a
proporção da herança é determinada por lei.
Os futuros herdeiros não podem contestar uma doação dada de forma válida (que tenha
atendido a todos os requisitos legais) enquanto o doador for vivo, uma vez que a herança é
apenas uma expectativa de direito.
No entanto, após o falecimento do doador, caso o patrimônio doado a um dos herdeiros
ultrapasse a proporção da legítima, a doação poderá ser invalidada.
É possível que sejam feitas doações em vida com cláusulas específicas para cada caso.
O usufruto, por exemplo, é a cláusula que permite que alguém utilize um bem por um
tempo determinado previamente.

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É o que será usado para as definições e planejamento da família empresária acordante,
mediante doação de quotas com a reserva de usufruto pelo doador (sócio fundador).

D) HERDEIROS E LEGATÁRIOS

O herdeiro é sucessor a título universal; recebe patrimônio ou quota-parte de patrimônio.


Já o legatário é sucessor a título singular; recebe coisa certa e determinada. O herdeiro é
figura comum à sucessão legítima e à testamentária, enquanto o legatário é peculiar à
testamentária.

Não há diferença entre legatário e herdeiro testamentário, mas, sim entre


legatário e herdeiro legítimo (necessário/colateral). Tendo em vista, que legatário sucede
herança individualizada (legado) pelo testador (sucessão à título singular).

Por testamento, podem-se nomear herdeiros ou legatários. Há diferença entre uns e outros.
O herdeiro testamentário é aquinhoado com uma parcela da herança, sem especificação ou
singularização de qualquer bem. É um herdeiro universal, pois seu quinhão guardará uma
relação de proporcionalidade com o todo da herança. Ao legatário, entretanto, é atribuído,
de forma determinada e específica, tanto quanto possível, para adequada identificação,
qualquer bem, móvel ou imóvel. Essa sucessão a título singular não tem qualquer relação
de proporcionalidade com o universo da herança. O bem legado é retirado da herança, e,
como tal, legatários não concorrem para o pagamento das dívidas. O legado não pode
sofrer redução face a eventuais encargos ou dívidas do espólio.

Herdeiros legítimos são aqueles capitulados no Código Civil, que estabelece, para essa
sucessão legítima, a seguinte ordem de vocação hereditária: a) os descendentes, em
concorrência com o cônjuge sobrevivente, com as exceções previstas no art. 1.829; b) os
ascendentes, em concorrência com o cônjuge, qualquer que tenha sido o regime de bens; c)
o cônjuge sobrevivente (herda a totalidade da herança, se não houver descendentes nem
ascendentes); e d) os colaterais, na falta de todos os anteriores.

Entre os herdeiros legítimos encontram-se os denominados herdeiros necessários, definidos


na lei, taxativamente, como sendo os descendentes, os ascendentes e o CÔNJUGE. Tendo
o novo Código Civil incluído como herdeiro necessário o CÔNJUGE, enquanto
concorrente, sem qualquer distinção quanto ao regime de bens, impõe-se a interpretação
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segundo a qual a pessoa casada, mesmo sem descendentes e ascendentes, não pode dispor
em testamento mais do que a metade de sua meação e de seus bens particulares, a menos
que o casal, no momento da morte de um dos cônjuges, estivesse separado judicialmente,
ou de fato há mais de dois anos, salvo, neste último caso, se for provado que a convivência
havia se tornado impossível sem culpa do sobrevivente.

E) LEGÍTIMA

A sucessão ocorre por disposição de última vontade por sucessão testamentária, ou por
sucessão legítima através da lei.

Na sucessão legítima são chamados a suceder aqueles que a lei indica como sucessores do
autor da herança.

A sucessão legítima segue a seguinte ordem de vocação hereditária:

A.1. Aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente se estiver casado este
com o falecido no regime de comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens
ou ainda no regime da comunhão parcial, caso o autor da herança não tenha deixado bens
particulares;

A.2. Aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;

· Ao cônjuge sobrevivente;

· Aos colaterais.

F) DOAÇÃO DE 100% DO PATRIMÔNIO

A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento


do que lhes cabe por herança.

Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para


igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena
de sonegação.

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Trata-se de ato jurídico através do qual os herdeiros descendentes trazem todas as doações
recebidas em vida do ascendente comum, ao montante sob pena de sonegação.

Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será computado na parte indisponível,
sem aumentar a disponível.

A colação tem por fim igualar, na proporção estabelecida, as legítimas dos descendentes e
do cônjuge sobrevivente, obrigando também os donatários que, ao tempo do falecimento
do doador, já não possuírem os bens doados.

O valor de colação dos bens doados será aquele, certo ou estimativo, que lhes atribuir o ato
de liberalidade.

Só o valor dos bens doados entrará em colação; não assim o das benfeitorias acrescidas, as
quais pertencerão ao herdeiro donatário, correndo também à conta deste os rendimentos ou
lucros, assim como os danos e perdas que eles sofrerem.

São dispensadas da colação as doações que o doador determinar saiam da parte disponível,
contanto que não a excedam, computado o seu valor ao tempo da doação.

G) TESTAMENTO

É negócio jurídico personalíssimo e causa mortis, pelo qual se dispõe do patrimônio para
depois da morte e se faz disposições de última vontade.

É necessário respeitar a legítima, conforme item explicativo neste tópico.

São características do testamento: - É negócio jurídico unilateral. - É negócio jurídico


solene. - É revogável. - É personalíssimo. - É negócio jurídico gratuito.

Fica através deste instrumento determinada a impossibilidade de testar as quotas da


OPERACIONAL ou de suas controladoras.

H) REVERSÃO DA DOAÇÃO

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A cláusula de reversão deve ter estipulação expressa e está prevista no Artigo 547 do
Código Civil: “O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se
sobreviver ao donatário. Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de
terceiro”.

A doação com cláusula de reversão é negócio jurídico bilateral sob condição resolutiva.
Portanto, enquanto não se realizar a condição - que no caso é o retorno da propriedade ao
doador, caso este sobreviva ao donatário - vige plenamente o negócio jurídico celebrado. A
reversão admitida na generalidade dos códigos, é uma condição resolutiva. Os bens
doados, passam desde o momento da tradição, ou da transcrição, para o domínio do
donatário; verificada a condição, revertem ao domínio do doador, resolvendo-se, com a
reversão, os direitos reais concedidos pelo donatário (art. 547 do Código Civil)."

O parágrafo único do Art. 547 deixa muito claro, também, que a cláusula de reversão
somente pode ser estabelecida em favor do doador, jamais em prol de qualquer outra
pessoa, que não o(s) proprietário(s) do bem por ocasião da prática da liberalidade.

I) RENÚNCIA DA HERANÇA

A renúncia da herança – negócio jurídico unilateral – consiste no ato de um ou mais


herdeiros abdicarem totalmente o respectivo quinhão dos bens a que teriam direito a
receber. Desse modo, o quinhão retorna ao montante da herança para ser redistribuído
aos demais herdeiros, independentemente da aceitação destes. A renúncia significa,
literalmente, abrir mão da herança.
Ao herdeiro que pretende renunciar a herança, três aspectos são importantes: A renúncia
deve ser expressa, seja por instrumento público, seja por termo judicial. Assim, não
existe a previsão de renúncia tácita. A renúncia é sempre total, isto é, aquele que
renunciar deve abdicar de todos os bens, sendo vedado a renúncia parcial. O
renunciante não pode escolher um beneficiário do seu quinhão, o qual retornará ao total

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da herança. Sendo assim, é como se o renunciante nunca tivesse herdado os bens
deixados, não havendo transmissão, motivo pelo qual é considerado um ato abdicativo.
A aceitação e a renúncia da herança são atos irrevogáveis, ou seja, uma vez manifestado,
o herdeiro não poderá voltar atrás. A exceção a tal regra é a ocorrência de algum defeito
do negócio jurídico, que poderá ser anulado por medida judicial.
Na renúncia da herança não há incidência tributária ao herdeiro renunciante, pois não
houve a transferência dos bens deixados pelo falecido a ele, cabendo aos demais
herdeiros o pagamento do tributo pela transmissão causa mortis.

J) REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO

O Código Civil de 2002 traz a possibilidade de revogação de doação nos seus artigos 555 e
557.

O artigo 557 do Código Civil trata das hipóteses que autorizam a revogação da doação por
ingratidão do donatário.
São elas:
(I) atentado contra a vida;
(II) homicídio doloso;
(III) ofensa física;
(IV) injúria grave;
(V) calúnia;
(VI) recusa em prestar alimentos, sendo somente revogáveis as doações puras e simples.

A doutrina e a jurisprudência estão bastante divididas sendo que muitos juristas renomados
passaram, nos últimos tempos, a defender a ideia que as hipóteses que autorizam a
revogação da doação por ingratidão do donatário passaram a ser tratadas de forma
exemplificativa, ou seja, o que está disposto no artigo 557 são meros exemplos, podendo ir
além dos casos ali dispostos.
O artigo 555 do Código Civil, por sua vez, prevê que:
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do
encargo.

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K) DESCUMPRIMENTOS DE ENCARGOS

É possível prever forma de revogação em caso de descumprimento dos princípios basilares


da empresa familiar e dos encargos impostos no instrumento de doação.

Sendo assim, através do presente instrumento, ficam desde já estabelecido que haverão
encargos com obrigação de cumprimento em 04, 08, 12 e 16 anos, sendo que em 20 anos a
doação se consolida em definitivo.

L) DAS CLÁUSULAS DE INCOMUNICABILIDADE, INALIENABILIDADE E


IMPENHORABILIDADE

Quando o assunto é "cláusula" de inalienabilidade é porque tal restrição nasce da


vontade. O objetivo da cláusula é proteger o beneficiário, pois evita a dissipação do
bem.

A inalienabilidade decorrente da vontade somente pode ser imposta em atos de


liberalidade (testamento ou doação), quando o testador ou doador assim determinam no
testamento ou no instrumento de doação. Não se pode, portanto, estabelecer a
inalienabilidade pura e simplesmente num contrato de compra e venda ou pelo próprio
proprietário, exceção feita ao bem de família previsto no Código Civil (art. 1711 do
CC). Se o donatário, ou o herdeiro, aceita a doação (ou herança) com referida restrição,
deverá observá-la pelo período estabelecido na cláusula.

No entanto, o testador não pode impor cláusula de inalienabilidade, assim como de


impenhorabilidade e incomunicabilidade sobre os bens da legítima, exceto se houver
justa causa (art. 1848,  caput). Portanto, os herdeiros necessários (descendentes,
ascendentes e cônjuge), em princípio, têm direito de receber a legítima (metade da
herança) livre de qualquer espécie de restrição. Com relação ao restante da herança, o
testador tem liberdade para impor as cláusulas restritivas mesmo que não haja justa
causa para tanto.

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A justa causa não deve ser apenas alegada. É preciso que seja verdadeira. Por isso, após
a morte do testador, pode surgir a discussão sobre a veracidade das assertivas feitas
sobre um dos herdeiros, como por exemplo, o fato de ele ser de fato dissipador ou
perdulário. Eventual capricho do testador não prevalece se a causa por ele alegada para
fundamentar a cláusula restritiva for injusta.

A cláusula de inalienabilidade pode ter tempo determinado ou ser vitalícia. Não pode
ultrapassar a vida do herdeiro. O óbito do herdeiro automaticamente faz desaparecer a
restrição.

Se um bem é inalienável, significa dizer que também é impenhorável e incomunicável,


mesmo que essas duas últimas cláusulas sejam omitidas (art. 1911, caput, do CC).
A impenhorabilidade, assim como a inalienabilidade, também pode resultar da lei (ex:
art. 649 do CPC) ou da vontade. Havendo cláusula de impenhorabilidade ou de
inalienabilidade, o bem será impedido de empenho por credores de qualquer natureza.

Questão importante diz respeito aos frutos ou rendimentos dos bens impenhoráveis.
Poderiam eles ser alcançados pelos credores? Normalmente, os bens acessórios seguem
a sorte do principal. Nesse caso, no entanto, o art. 650 do CPC, com a redação dada pela
lei 11.383 de 6/12/2006, admite a penhora de frutos e rendimentos de bens
impenhoráveis (não submetidos ao empenho), se não houver outros passíveis de
penhora, exceto se destinados à satisfação de prestação alimentícia.

Por fim, a cláusula de incomunicabilidade, que também decorre da inalienabilidade,


impede que o bem entre na comunhão em razão de casamento, união estável ou união
homoafetiva, independentemente do regime adotado para a união. Significa dizer, o bem
integrará sempre o patrimônio particular do beneficiário.

Os frutos advindos dos bens incomunicáveis comunicam-se entre os cônjuges no regime


da comunhão parcial de bens (art. 1660, inciso V, do CC).

O fato de um bem ser incomunicável não quer dizer que seja inalienável ou
impenhorável. Apenas a inalienabilidade constitui cláusula que abrange as demais
restrições. O inverso não é verdadeiro.

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Há entendimentos jurisprudenciais isolados e minoritários que entendem que o cônjuge
herdaria o bem recebido com cláusula de incomunicabilidade e imposta por doação ou
testamento. Só produz efeitos imediatos e sem possibilidade de discussão enquanto viver o
beneficiário, sendo que, após a morte deste, o cônjuge sobrevivente poderia, segundo a tese
negada neste acordo, se habilitar como herdeiro do referido bem, observada a ordem de
vocação hereditária. Isso porque a cláusula de incomunicabilidade imposta a um bem não
se relacionaria com a vocação hereditária. Assim, se o indivíduo recebeu por doação ou
testamento bem imóvel com a referida cláusula, sua morte não impediria que seu herdeiro
recebesse o mesmo bem.
Dessa forma há entendimentos jurisprudenciais que entendem que o cônjuge herdaria o
bem. No entanto, pelos pactos firmados em cada planejamento sucessório, bem como, por
não ser matéria pacificada nos tribunais, entende-se e logra-se pelo respeito às regras de
incomunicabilidade também em caso de sucessão causa mortis.
Não se desconhece a existência de precedente da 4ª Turma, no qual se decidiu, por maioria,
que "estabelecida, pelo testador, cláusula restritiva sobre o quinhão da herdeira, de
incomunicabilidade, inalienabilidade e impenhorabilidade, o falecimento dela não afasta a
eficácia da disposição testamentária, de sorte que procede o pedido de habilitação, no
inventário em questão, dos sobrinhos da de cujus" (REsp 246.693-SP, DJ 17/5/2004).
Ressalte-se, contudo, que a jurisprudência mais recente do STJ, seguindo a doutrina e a
jurisprudência do STF, voltou a orientar-se no sentido de que "a cláusula
de inalienabilidade vitalícia tem vigência enquanto viver o beneficiário, passando livres e
desembaraçados aos seus herdeiros os bens objeto da restrição" (REsp 1.101.702-RS,
Terceira Turma, DJe 9/10/2009).
Por outro lado, a linha exegética segundo a qual a incomunicabilidade de bens inerente ao
regime de bens do matrimônio teria o efeito de alterar a ordem de vocação hereditária
prevista no CC/2002 não encontra apoio na jurisprudência atualmente consolidada na
Segunda Seção (REsp 1.472.945-RJ, Terceira Turma, DJe 19/11/2014; REsp 1.382.170-
SP, Segunda Seção, DJe 26/5/2015; AgRg nos EREsp 1.472.945-RJ, Segunda Seção,
DJe29/6/2015). REsp 1.552.553-RJ, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
24/11/2015, DJe 11/2/2016.

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SUBROGACAO – Fica prevista a OBRIGATORIEDADE DE SUBROGAR
INCOMUNICABILIDADE NA ATA DE Distribuição de lucros advindos de quotas
doadas com incomunicabilidade.

M) USUFRUTO

Usufruto é o direito real sobre coisas alheias, conferindo ao usufrutuário (pessoa para quem
foi constituído o usufruto) a capacidade de usar as utilidades e os frutos (rendas) do bem,
ainda que não seja o proprietário. 
O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos (rendas).
O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro,
ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades.
O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro
no Cartório de Registro de Imóveis.
Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus
acrescidos.

Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em


relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão
desses couber ao sobrevivente.
Bases: artigos 1.390 a 1.411 do Código Civil.
Dentre as formas de extinção do direito real de usufruto, o legislador incluiu o ato de
renúncia, não previsto no Código de 1916, e um dos mais praticados diuturnamente e que
exige instrumento público adequado. Não obstante servidão pessoal vinculada à própria
pessoa e que com ela se extingue, exige-se, para a renúncia do direito, a outorga uxória ou
consentimento marital, se casado o usufrutuário, exceto quando se tratar de  regime da
separação absoluta dos bens (art. 1647, do NCC).
O usufruto pertence, pois, à classe dos direitos não transmissíveis, mas não em termos
absolutos, o que seria totalmente inútil desde que ao usufrutuário não fosse possível fruir
pessoalmente a coisa.
O usufruto simultâneo ou conjuntivo não se confunde com o sucessivo. O artigo 1.411
manteve a mesma redação do artigo 740 do Código de 1.916.
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"constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação
a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desse couber
ao sobrevivente"
No sucessivo (não admitido), para solidificar o entendimento, o usufrutuário exerce
sozinho o direito de usar e gozar do bem e por sua morte ou por certa condição ou termo,
transmitir a outrem ou seu sucessor.
No simultâneo, configura-se a pluralidade de usufrutuários, que a um só tempo
gozam da coisa usufruída, com a possibilidade de inserção de cláusula de acrescer, se
convencionada, ao usufrutuário sobrevivente. Indispensável que no ato da constituição
sejam declinados os nomes de todos os usufrutuários e de forma expressa a subsistência do
mesmo usufruto em favor dos demais.
Não estipulada a cláusula de acrescer, pela superveniência da morte de um dos
usufrutuários, consolida-se na pessoa do nu-proprietário a plena propriedade da parte ideal
do usufrutuário falecido.

E, por estarem assim acordados, os membros da família assinam o presente, em cinco (5)
vias de igual teor, forma e conteúdo.

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