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No caso de ser instituído por ato inter vivos (doação) o bem só poderá retornar ao
patrimônio do doador por cláusula de reversão, quando ocorrer qualquer das cláusulas
de extinção do bem de família. A isenção de que trata o artigo antecedente durará
enquanto viver um dos cônjuges, ou, na falta destes, até que os filhos completem a
maioridade. A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família.
Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges, o sobrevivente poderá
pedir a extinção do bem de família, se for o único bem do casal. Extingue-se,
igualmente, o bem de família com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos
filhos, desde que não sujeitos a curatela.
Objeto
Alerte-se que, uma vez constituído por testamento, está sujeita sua criação à eficácia
post mortem da disposição de última vontade. Como tal, somente tem origem com a
subsistência do testamento e sua execução. Tendo em vista que a vontade do testador é
essencialmente ambulatória, pode o instituidor (sejam os cônjuges, entidade familiar ou
um terceiro) revogar a todo tempo o testamento, e, consequentemente invalidar
unilateralmente a criação do bem de família. Igualmente, a instituição por testamento
somente pode dizer respeito aos filhos menores ou incapazes e, ainda assim, estará
sujeita a verificação prévia da existência de dívida do falecido, pois o testamento só terá
eficácia após a morte do testador. Os filhos, então, deverão aguardar a abertura da
sucessão para que se faça o levantamento do patrimônio do falecido e o pagamento de
eventuais dívidas, e, somente após, concluir pela possibilidade efetiva do bem legado
ser bem de família. O limite de 1/3 do patrimônio líquido deverá ter como data
referencial o momento da abertura da sucessão, e não o momento da elaboração do
testamento, sendo que eventuais dívidas do falecido serão sempre anteriores à
constituição do bem de família. Caso o bem de família seja instituído mediante
testamento, ficará a cargo do testamenteiro o cumprimento desta formalidade.
O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e
acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger
valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da
família.
Deve ser utilizado, portanto, como residência efetiva do grupo familiar, ou seja, com
ânimo de permanência. Mesmo que os seus ocupantes tenham de se ausentar em função
de atividades profissionais ou de participação em cursos de estudos, ou por outra razão
justificável, não haverá descaracterização dessa utilização permanente, pois o que a
determina é o vínculo da pessoa com a habitação, dela fazendo o seu lar ou sede
familiar.
O administrador dos fundos, quem quer que seja, recebe-os na qualidade de depositário,
e estará sujeito às regras que disciplinam o contrato de depósito, inclusive sujeição às
penas de depositário infiel. O instituidor ditará o critério de distribuição da renda,
obedecendo à finalidade estabelecida: conservação do imóvel e sustento da família.
Deve-se assinalar que nada impede que o instituidor adquira o bem no mesmo ato da
instituição. O que se acentua é a inaptidão para constituir bem de família na falta de
domínio. A solvência do instituidor deve ser encarada no momento de sua criação.
Aquele que, após o registro do título, vier a incorrer em estado de insolvência, não pode
sofrer nem impugnação nem o cancelamento.
O bem de família, quer instituído pelos cônjuges ou por terceiro, constitui-se pelo
registro de seu Título no Registro de Imóveis. condição “sine qua non” para a
constituição do bem de família voluntário: o registro de seu título no Registro de
Imóveis, o que autoriza a produção dos seus efeitos legais.
O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo
as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio. A
isenção de que trata o artigo antecedente durará enquanto viver um dos cônjuges, ou, na
falta destes, até que os filhos completem a maioridade.
Os referidos valores ficam vinculados ao domicílio familiar, devendo a renda por eles
produzida ser aplicada na conservação do imóvel e na subsistência da família. O bem de
família – salvo quando instituído por terceiro – não representa alienação ou
transferência da propriedade. O instituidor ou instituidores continuam donos do bem
afetado, que, não obstante, recebe uma destinação especial e se transforma em bem de
família.
Esclareça-se que até que sejam verificadas algumas das hipóteses de extinção do bem de
família previstas em lei, não poderá tal bem ser objeto de partilha, quer por ato inter
vivos, quer em virtude de morte de um dos cônjuges ou conviventes.
Citação, Transcrição, Interpretação e Paráfrases das principais obras, "exclusivamente
para fins de estudo":