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Após um falecimento, e caso existam bens para dividir entre os herdeiros, tem de existir
um responsável não só pela herança, mas também por tratar de algumas questões
práticas relacionadas com o óbito.
O cargo de cabeça de casal não é transmissível, mas é possível recusar assumir esta
responsabilidade.
A herança pode continuar indivisa (isto é, sem ser partilhada) durante cinco anos,
podendo este período renovar-se por períodos iguais, desde que haja acordo entre os
herdeiros. Assim, o cabeça de casal pode exercer esta função durante bastante tempo.
A quem vivia com o falecido há pelo menos um ano antes da data da morte;
Ao mais velho.
A lei determina também que, em caso de incapacidade do cônjuge, herdeiro ou
legatário, a responsabilidade cabe ao seu representante legal.
A responsabilidade de ser cabeça de casal pode ser recusada. Por exemplo, se a pessoa
designada tiver mais de 70 anos ou não puder, devido a doença, exercer
convenientemente o cargo.
A recusa também é possível se o exercício desta função não for compatível com o
desempenho de um cargo público.
Caso haja uma recusa ou um afastamento do cabeça de casal, a nomeação pode ser feita
pelo tribunal, de forma oficiosa ou por solicitação de um interessado.
Também é possível que, existindo acordo unânime entre todos os herdeiros, possam
escolher outra pessoa para exercer a função de cabeça de casal.
Assim, o cabeça de casal pode deixar de ter essa função se, por exemplo, não fizer
o inventário de bens ou se vier a revelar incompetência para o exercício do cargo.
Como já vimos, será o cabeça de casal a administrar os bens até que a herança seja
dividida. Assim, e nessa qualidade, tem um conjunto de poderes, mas também de
obrigações perante os herdeiros e perante o Estado.
No entanto, o contrário também pode ser feito: herdeiros e terceiros podem exigir
legalmente a entrega de bens que estejam na posse do cabeça de casal e que não lhe
pertençam.
O cabeça de casal está também autorizado a cobrar dívidas ativas da herança. Esta
cobrança pode fazer-se se o pagamento for espontâneo ou se a demora colocar em causa
esse pagamento.
Além disso, pode igualmente vender bens deterioráveis e usar o valor obtido para
pagar despesas do funeral ou encargos com a administração da herança. A lei permite
ainda que, para fazer face a estas despesas, o cabeça de casal possa vender, “na medida
do que for necessário”, os bens não deterioráveis.
Estes são os únicos casos em que o cabeça de casal pode agir individualmente em
relação à herança. Isto é, em que não é necessária uma ação conjunta com os outros
herdeiros.
E as obrigações
Importa ainda sublinhar que a participação da morte deve ocorrer até ao terceiro
mês após o óbito.
Entre as principais obrigações está também a de prestar contas anualmente aos outros
herdeiros. Existindo um saldo positivo, deve fazer-se a distribuição pelos interessados,
de acordo com os direitos de cada um. Antes, porém, é preciso deduzir a quantia
necessária para os encargos do novo ano.
O cabeça de casal tem ainda outras responsabilidades, nomeadamente a nível fiscal. Por
exemplo, no caso de uma herança indivisa com rendimentos agrícolas, pecuários,
silvícolas, industriais ou comerciais, deve incluir, na sua declaração de IRS, os lucros ou
prejuízos resultantes da herança. Deverá identificar os outros herdeiros e as respetivas
parcelas.
Cabe-lhe também pagar o IMI sobre os imóveis da herança que ainda não foi dividida.
Já no que diz respeito ao AIMI, cabe ao cabeça de casal entregar, até 31 de março de
cada ano, uma declaração eletrónica para identificar os herdeiros e as suas quotas na
herança. Depois, os herdeiros têm até 30 de abril para confirmar essas quotas. O valor
do imóvel é assim dividido entre os herdeiros e adicionado a outros que possam ter.
O cabeça de casal pode também fazer a partilha da herança, mudar a morada fiscal dos
herdeiros, inscrever e atualizar a casa herdada na matriz e pedir a isenção do IMI.
Veja também
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