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Embora a lei seja clara, definindo bem quem pode ter direito aos bens, existem também
várias exceções e possibilidades para contestar a forma como essa repartição é feita.
Assim, é importante perceber o que está previsto em termos legais, de forma a garantir
uma partilha equilibrada e sem conflitos.
A forma como se faz a divisão de bens numa herança tem de respeitar a lei, que neste
caso é o Código Civil. E a lei diz que os parentes mais próximos têm prioridade.
O facto de existir um testamento pode alterar esta ordem, mas apenas dentro do que se
considera a quota disponível. Ou seja, há sempre uma parte dos bens (a chamada quota
legítima), que tem de ser entregue aos herdeiros legitimários.
A forma como se distribui a quota legítima tem, também, regras claras. A legítima do
cônjuge e dos filhos é de dois terços da herança. Se não existir cônjuge, a quota dos
filhos passa a ser de metade ou dois terços da herança, conforme exista um só filho ou
existam dois ou mais.
A lei diz, assim, que a partilha de herança entre irmãos se faz em partes iguais. No
entanto, existem casos em que um deles recebeu, antes da morte dos pais, uma parte dos
bens. Se existiu uma doação em vida, esse facto é tido em conta na partilha da herança.
Por isso, quem já recebeu uma parte tem de “acertar contas” com o irmão ou irmãos.
Este acerto de contas chama-se colação. É, assim, a restituição, aos outros herdeiros, da
parte da herança recebida antecipadamente.
A colação procura, assim, reequilibrar essa distribuição de bens. Se, por exemplo, um
filho recebeu um imóvel por doação, deverá restituir esse bem ou descontar o valor
desse imóvel na sua quota. Outro exemplo, se cada irmão vai receber 150 mil euros e o
imóvel doado vale 100 mil, esse herdeiro já só terá direito a 50 mil euros. No entanto,
terá de existir acordo entre todos para que isso possa acontecer.
A lei diz, também, que o valor dos bens doados é o que eles têm na altura em que se faz
a distribuição da herança. Se, entretanto, a pessoa que recebeu a doação consumiu, deu
ou vendeu o bem, é igualmente tido em conta o valor que esse bem tem quando se
partilha a herança.
Pode fazer-se dispensa de colação na altura da doação, colocando esse bem na quota
disponível. Ou seja, na parte da herança de que se pode dispor livremente. No entanto,
se o valor da doação exceder essa quota, o herdeiro beneficiado terá de compensar os
restantes.
Registar o óbito
Após ser declarada a morte, pode ser pedida a certidão de óbito numa Conservatória do
Registo Civil, Loja de Cidadão, Espaço Registos do IRN ou Consulado Português, caso
resida fora de Portugal. Pode fazer o pedido online através da plataforma Civil Online.
Comunicar o óbito ao banco, à Autoridade Tributária – até ao fim do terceiro mês que
se segue ao da morte – e à Segurança Social (para requerer o subsídio de funeral ou de
morte) são, igualmente, passos a dar.
Após a distribuição dos bens, há que ter em conta as questões fiscais, nomeadamente as
que se relacionam com o IMI e AIMI. A comunicação à AT faz-se através do Modelo 1
do Imposto de Selo.
Veja tambémHerança indivisa: se o cabeça de casal não pagar o IMI pode ser
penalizado?
A partilha de herança entre irmãos pode ser motivo de desacordo e, nesse caso, passa a
ser necessário fazer a abertura de inventário.
O tribunal analisa os mapas, resolve eventuais divergências e faz uma proposta de mapa
final, que pode ou não ser aceite.
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