Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Brasília
2017
1
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.2 Metodologia
Foi conduzida uma busca na literatura publicada de 2007 até 2017, nas bases de
dados MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) via PubMed,
BIREME (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) e
SciELO (Scientific Electronic Library Online). A pesquisa foi conduzida em inglês e
português, sendo utilizados os descritores: “Nutrição”, “Alimentos” e “Dieta” acrescidos do
descritor “testosterona”, assim como os respectivos descritores em inglês: “Nutrition”,
“Food” e “Diet” acrescidos do descritor “Testosterone”.
3
3. RESULTADOS
Campbell et al. (2012) avaliou 399 mulheres obesas pós menopausa submetidas
a intervenções buscando a redução de peso, foram quatro grupos: o primeiro apenas com
intervenção dietética (dieta hipocalórica com consumo médio de 1200 a 2000 kcal/dia e
menos de 30% da calorias proveniente de lipídeos), o segundo apenas com exercício
aeróbio de moderada a vigorosa intensidade, o terceiro com a combinação entre dieta e
exercício e por fim um grupo controle onde as participantes foram instruídas a seguir suas
atividades rotineiras. O estudo teve duração de 12 meses, avaliou a composição corporal
através do DEXA e coletou diversos hormônios séricos antes e depois da intervenção.
Após a coleta de dados foi possível associar reduções significativa dos valores de
testosterona livre com a perda de peso. As participantes que mais perderam peso foram
também as que tiveram maiores reduções do hormônio, sendo o grupo dieta + exercício o
5
que apresentou reduções mais expressivas (15,6%) seguido do grupo apenas dieta
(10%).
Volley et al. (1997) observaram uma associação positiva entre o total de calorias,
gorduras saturadas e monoinsaturadas e uma relação negativa entre o total de proteínas
e gorduras poliinsaturadas com o total de testosterona em 12 homens jovens e saudáveis.
6
saturadas, associado a um aumento do hormônio e o excesso de proteínas associado a
uma redução.
7
Esses resultados confirmam a divergência entre os sexos quanto à relação entre
a massa corporal e a testosterona. Foi observado uma certa associação entre
composição dietética e as variações androgênicas. Nos homens o índice glicêmico dos
carboidratos parece ter tido uma associação negativa com a testosterona, porém essa
relação pode ter sido simplesmente pela redução da massa corporal, que é mais
expressiva quando o consumo é predominante de carboidratos de baixo índice glicêmico.
Em mulheres os aumentos mais expressivos de testosterona foram observados no grupo
que mais consumiu proteínas, porém, esse grupo foi também o que teve maior aumento
da massa corporal. Espera-se na ingesta elevada de proteínas uma redução de
testosterona como indica a literatura anteriormente apresentada, porém, o aumento
ocorreu nesses indivíduos apesar da alta ingesta proteica, provavelmente devido ao
aumento da massa corporal e de tecido adiposo. Isso demonstra que a composição
corporal parece exercer um papel mais relevante nos hormônios androgênicos do que a
distribuição e caraterística dos macronutrientes em si.
8
4.2.2 Vitaminas e Minerais
9
Jorde et al (2013) avaliou a relação casual dos níveis de testosterona com a
suplementação de altas dosagens de vitamina D. Nesse trabalho foram incluídos 3
estudos, o primeiro com indivíduos obesos separados em três grupos: suplementados
com cápsulas de 5.714 IU de vitamina D ao dia, 2.857 IU de vitamina D ao dia e placebo
(cápsulas isentas de vitamina D) durante um ano. O segundo com indivíduos resistentes a
insulina separados em dois grupos: suplementados com cápsulas de 5.714 IU de vitamina
D ao dia ou placebo (cápsulas isentas de vitamina D) durante seis meses. O terceiro com
indivíduos clinicamente depressivos separados em dois grupos: suplementados com
cápsulas de 5.714 IU de vitamina D ao dia ou placebo (cápsulas isentas de vitamina D)
durante seis meses. Ao total foram 282 homens avaliados nos três estudos, foi possível
observar uma tendência de maiores níveis de testosterona nos indivíduos suplementados,
especialmente com maiores dosagens, porém, considerando as analises estatísticas não
foi observado diferenças significativas entre nenhum dos grupos. Os autores ainda
fizeram a suposição de que os resultados obtidos não foram significantes devido ao fato
de a maior parte dos indivíduos serem suficientes em calcifediol no começo da
intervenção, assim os dados foram também submetidos a analise estatística considerando
apenas indivíduos deficientes no inicio do estudo, porém, mesmo assim, não foi
observado diferenças significativas.
10
calcifediol no começo da intervenção e também não foram encontradas diferenças
significativas (heijboer et al. 2015).
11
4.2.3. Compostos bioativos
4.2.3.1 Isoflavonas
13
avaliou 15 ensaios clínicos, concluindo que o consumo de isoflavonas não traz nenhuma
alteração relevante nos níveis de testosterona em humanos (Messina, 2010).
5. CONCLUSÃO
14
REFERÊNCIAS
AITKEN, R.J; ROMAN, S.D. Antioxidant systems and oxidative stress in the testes.
Oxidative medicine and cellular longevity, v. 1, n. 1, p. 15-24, 2008.
BAGGA, D. et al. Effects of a very low fat, high fiber diet on serum hormones and
menstrual function implications for breast cancer prevention. Cancer, v. 76, n. 12, p.
2491-2496, 1995.
CAMPBELL, K. L. et al. Reduced-calorie dietary weight loss, exercise, and sex hormones
in postmenopausal women: randomized controlled trial. Journal of Clinical Oncology, v. 30,
n. 19, p. 2314-2326, 2012.
CHANDLER, R. M. et al. Dietary supplements affect the anabolic hormones after weight-
training exercise. Journal of applied physiology, v. 76, n. 2, p. 839-845, 1994.
EBRAHIMI, F. et al. Metabolic syndrome and hypogonadism – two peas in a pod. Swiss
Medical Weekly, p. 1-10, Muttenz, mar. 2016.
FARHAT, G. N. et al. Sex hormone levels and risks of estrogen receptor–negative and
estrogen receptor–positive breast cancers. Journal of the National Cancer Institute, 2011.
GUYTON & HALL. Tratado de fisiologia médica. 12. ed. São Paulo: Elsevier, 2011.
15
HAMILTON-REEVES, J.M. et al. Short-term soy isoflavone intervention in patients with
localized prostate cancer: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial. PLoS One,
v. 8, n. 7, p. e68331, 2013.
INGRAM, D. M. et al. Effect of low-fat diet on female sex hormone levels. Journal of the
National Cancer Institute, v. 79, n. 6, p. 1225-1229, 1987.
JORDE, R. et al. Supplementation with vitamin D does not increase serum testosterone
levels in healthy males. Hormone and Metabolic Research, v. 45, n. 09, p. 675-681, 2013.
MAIORINO M.I. et al. Lifestyle modifications and erectile dysfunction: what can be
expected? Asian Journal of Andrology, v. 17, p. 5–10, Shanghai, jul. 2015.
MESSINA, M. Soybean isoflavone exposure does not have feminizing effects on men: a
critical examination of the clinical evidence. Fertility and sterility, v. 93, n. 7, p. 2095-2104,
2010.
NAGHII, M. R.; SAMMAN, S. The effect of boron supplementation on its urinary excretion
and selected cardiovascular risk factors in healthy male subjects. Biological trace element
research, v. 56, n. 3, p. 273-286, 1997.
NAGHII, M.R. et al. Comparative effects of daily and weekly boron supplementation on
plasma steroid hormones and proinflammatory cytokines. Journal of trace elements in
medicine and biology, v. 25, n. 1, p. 54-58, 2011.
REED, M. J. et al. Dietary lipids: an additional regulator of plasma levels of sex hormone
binding globulin. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, v. 64, n. 5, p.
1083-1085, 1987.
16
SAAD, M. et al. Endocrinologia. 1. ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
STORER,T.W. et al. Changes in Muscle Mass, Muscle Strength and Power, but not
Physical Function are Related to Testosterone Dose in Healthy Older Men. Journal of the
American Geriatrics Society, Malden, v. 56, n. 11, p. 1991-1999, nov. 2009.
SPITZER, M. et al. The Effect of Testosterone on Mood and Well-being in Men with
Erectile Dysfunction in a Randomized, Placebo-Controlled Trial. Andrology, Boston, v. 2,
ed. 3, p. 475-486. may, 2013.
TRABERT, B. et al. Relationship of sex steroid hormones with body size and with body
composition measured by dual-energy X-ray absorptiometry in US men. Cancer Causes &
Control, v. 23, n. 12, p. 1881-1891, 2012.
WANG, P. et al. Blood profiling of proteins and steroids during weight maintenance with
manipulation of dietary protein level and glycaemic index. British journal of nutrition, v. 107,
n. 01, p. 106-119, 2012.
WANG, P. et al. Metabolic Syndrome, Circulating RBP4, Testosterone, and SHBG Predict
Weight Regain at 6 Months After Weight Loss in Men. Obesity, Malden, v. 21, n. 10, p.
1997-2006. out. 2013.
17
ANEXOS
Anexo 1
Dieta + Ex:
Exercício Pré: 5.1/24.8
Pós: 4.9/23.6
Controle
Dieta+Ex:
Pré: 5.3*/23.9
Pós: 4.5*/22.5
Controle:
Pré: 4.9/22.8
Pós: 5.1/23.2
Voltaram a WR:
ganhar peso Pré: NIA
(WR) Pós: NIA
Voltaram a WR:
ganhar peso Pré: 8.4/346*
(WR) Pós: 8.3/341*
18
Villareal et 12 Ensaio clínico 40 homens 65 37 Dieta (D) D:
al. (2016) meses randomizado Pré: 5.9/211*
controlado Exercício (ET) Pós: 6.8/287*
Dieta + ET:
Exercício (D Pré: 6.7/274
+ET) Pós: 6.6/257
C:
Pré: 7.1/271
Pós: 5.9/229
19
Reeves et 6 meses Ensaio clínico 58 homens 68 30 Consumindo SPI+:
al. (2007) duplo-cego proteína isolada Pré: 9.5/346
randomizado de soja rica em Pós: 9.2/375
e placebo- isoflavonas
controlado (SPI+) SPI-:
Pré: 9.7/378
Consumindo Pós: 9.2/375
proteína isolada
de soja pobre MPI:
em isoflavonas Pré: 8.3/346
(SPI-) Pós: 8.9/344
Consumindo
proteína do
leite (MPI)
Submetidos a RTS:
treinamento Pré: 7/NI
resistido com Pós: 7.3/NI
suplementação
de proteína de
soja (RTS)
Legenda:
* Diferença significativa
NI: não informa
NIA: não informa valores absolutos
Pré: antes da intervenção
Pós: após a intervenção
20