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TERATOMA TESTICULAR EM PACIENTE COM HIDROCELE GIGANTE:

UM CASO RARO
ANA CAROLINA ALVES MOREIRA; ARIEL EUGÊNIO SALGUEIRO DE ALMEIDA; MATHEUS CARTAXO ELOY
FIALHO; VITOR SILVA FERREIRA; CAIO HENRIQUE ALVES MOREIRA; LEANDRO HENRIQUE DE MESQUITA
TAVARES
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, JOÃO PESSOA – PB – BRASIL

APRESENTAÇÃO DO CASO
Paciente masculino, 36 anos, busca serviço de urologia devido a
um aumento do volume testicular e desconforto há 5 meses. Ao
exame físico, nota-se hidrocele gigante esquerda.
Ultrassonografia evidenciou aspecto de massa complexa na
bolsa escrotal direita e hidrocele esquerda. Foram solicitadas
dosagem de AFP, DHL e Beta HCG. Os resultados foram AFP: 101
IU/ml (VR:até 5,5 IU/ml); DHL: 541 U/L (VR: 207 - 414 U/L); BHCG:
7,4 mUI/ml (VR: até 10 mUI/ml). Tais resultados reforçaram
suspeita de tumor germinativo, levando o paciente à
orquiectomia total, que após análise histopatológica acusou
teratoma testicular, de 14 cm, com presença de elementos
maduros e imaturos que não infiltra túnica vaginal; apresenta,
porém, infiltração focal em túnica albugínea, sem evidências de
extensão à superfície e rete testis comprometida pela neoplasia;
o epidídimo e cordão espermático livres. O estadiamento
patológico foi pT1 pNx pMx.

DISCUSSÃO
Câncer de testículo é a neoplasia maligna mais frequente em
homens entre 20 e 34 anos. Dentre eles, o teratoma testicular
embrionário, tumor que pode compreender elementos das 3
camadas germinativas. A clínica caracteriza-se pelo aumento do
volume testicular ou presença de nódulo testicular indolor à
palpação. Massas testiculares à palpação devem ser consideradas
câncer, até que se prove o contrário. Apesar disso, o diagnóstico
definitivo á pelo exame anátomopatológico. Os principais
diagnósticos diferenciais são processos inflamatórios ou
infecciosos do testículo, torção testicular ou hidrocele. Os
principais marcadores são o Beta-hCG, o DHL e a Alfa-
Fetoproteína. Entretanto, os níveis de DHL também podem estar
aumentados por outras condições clínicas. Os tumores não Foto 2 : lâmina do paciente, corada em HE; Foto 3: Teratoma
seminomas frequentemente elevam os níveis da AFP e de GCH. O testicular
ultrassom escrotal é o exame radiológico mais adequado,
revelando imagem hipoecóica homogênea nos seminomas e COMENTÁRIOS FINAIS
heterogênea em não seminomas.
Pela faixa etária jovem de acometimento desses tumores e a
alta curabilidade da doença, as consequências do tratamento
tornaram-se as principais preocupações na atualidade.
Cirurgia, radioterapia e quimioterapia possuem efeitos
colaterais potencialmente prejudiciais a longo prazo na
qualidade de vida desses pacientes. Sendo assim, os
principais avanços no tratamento concentram-se na
diminuição das consequências com permanência de bons
resultados.
REFERÊNCIAS
1. David, S., András, F., Endre, K. et al. More Cases of Benign
Testicular Teratomas are Detected in Adults than in
Children. A Clinicopathological Study of 543 Testicular
Germ Cell Tumor Cases. Pathol. Oncol. Res. 23, 513–517
(2017). https://doi.org/10.1007/s12253-016-0120-3

2. CARVER, Brett S. et al. Adult and Pediatric Testicular


Teratoma. Urologic Clinics of North America, [s. l.], v. 34,
ed. 2, Maio 2007.

3. Michalski, W., Jonska-Gmyrek, J., Poniatowska, G. et


al. Testicular teratomas: a growing problem?. Med
Oncol 35, 153 (2018). https://doi.org/10.1007/s12032-018-
1215-3

4. Williamson SR, et al. The World Health Organization 2016


classification of testicular germ cell tumours: a review and
update from the International Society of Urological
Pathology Testis Consultation Panel. Histopatology.
2017;70:335–46.
Fotos 1 e 2: lâminas do paciente relatado, coradas em HE.

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