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JI-PARANÁ – RO
2017
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JI-PARANÁ – RO
2017
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RESUMO
Buscando um espaço onde o homem possa manter uma relação saudável com o meio-ambiente
enquanto exerce suas atividades esportivas, econômicas e lazer, o mundo Equestre tem o poder de
oferecer através da equitação, não só benefícios a saúde ou um excelente negócio financeiro, mas
também o poder de atuar na área socioambiental, despertando nas pessoas interesse em conviver, e
respeitar o ambiente e o mundo dos equinos. Sendo assim, o presente trabalho apresenta a proposta
de implantação de um Centro Equestre na zona rural do Município de Ji-Paraná com estrutura capaz
de receber eventos esportivos e espaço adequado para maneja e treinamento de equinos,
oferecendo ainda opção de lazer para a população dessa região. O projeto foi desenvolvido através
estudos baseados num método de pesquisa dedutivo com caráter exploratório, tendo em sua
estrutura revisão bibliográfica, coleta de dados in loco e entrevistas, demonstrando no decorrer de
seu desenvolvimento que é possível, através da arquitetura, proporcionar um perfeito equilíbrio entre
a relação do homem com a natureza do ambiente e do lugar, utilizando as atividades de equitação
para práticas de esportes e de lazer, melhorando assim qualidade de vida, trazendo benefícios físicos
e mentais às pessoas que praticam tais atividades.
ABSTRACT
Seeking a space where man can maintain a healthy relationship with the environment while exercising
his sporting, economic and leisure activities, the Equestrian world has the power to offer through
riding, not only health benefits or a big financial business, but Also the power to act in the socio-
environmental area, arousing in people the interest to live together, and respect the environment and
the world of equines. Thus, the present article was developed through studies based on an exploratory
method of deductive research, having in its structure bibliographic review, data collection in loco and
interviews, demonstrating in the course of its development that it is possible, through the architecture,
to provide A perfect balance between the relationship of man with the nature of the horse, using the
activities of riding for sports and leisure practices, thus improving the quality of life, bringing physical
and mental benefits to people who practice equestrian activities.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE MAPAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 14
1. HISTÓRICO ................................................................................................ 15
2. TIPOLOGIA ................................................................................................ 24
3. LEGISLAÇÃO ............................................................................................ 32
5. PROPOSTA ................................................................................................. 61
APÊNDICE............ ............................................................................................................ 81
INTRODUÇÃO
A relação entre o homem e a natureza é um tema que tem sido destaque nos últimos
nos principais debates em todo o mundo. No passado, as causas ambientais sequer eram
citadas nas escolas, e na arquitetura não era diferente, onde os projetos quase sempre eram
desenvolvidos levando em consideração especialmente o fator econômico. Porém, nos dias
atuais, os problemas sociais e ecológicos causados pelo desenvolvimento industrial têm
mudado essa relação, e a arquitetura tem sido um importante aliado neste assunto,
contribuindo positivamente com a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento
sustentável da sociedade.
Nesta senda, buscando um espaço onde o homem possa manter uma relação saudável
com o meio-ambiente enquanto exercem suas atividades, o mundo Equestre pode oferecer
através da equitação, não só benefícios a saúde, mas também o poder de atuar na área
socioambiental, despertando nas pessoas interesse em conviver, e respeitar o meio-ambiente,
onde aliado com os artifícios da Arquitetura, torna-se possível e saudável o alcance dessa
relação.
Sendo assim, o trabalho apresenta a proposta de implantação de um Centro Equestre
para o desenvolvimento de atividades a cavalo em um ambiente adequado, arquitetonicamente
agradável, e acima de tudo, que garante o bem-estar e saúde animal, sem abrir mão do
requinte e a comodidade para receber com conforto os atletas e visitantes. Através de uma
arquitetura rústica, o projeto demonstra no decorrer de seu desenvolvimento que é possível
unir estilo e materiais antigos, com elementos modernos, a fim de proporcionar o equilíbrio
entre essa relação homem-natureza, utilizando a Equitação e a Arquitetura em atividades que
tem o poder de melhorar a qualidade de vida da sociedade local.
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1. HISTÓRICO
Não se sabe exatamente quando o cavalo foi domesticado, mas sabe-se que foi um
processo demorado, decorrendo-se ao longo dos anos, porém que ditou por muito tempo o
ritmo do desenvolvimento da sociedade. Dentre os povos pioneiros na técnica do
adestramento de equinos, destacam-se os Hunos, ilustrados na figura 02. Os povos Hunos
eram nômades, e utilizavam o equino como meio de transporte, então, passavam dias e noites
cavalgando, chegando a até dormir no lombo do cavalo. Liderados pelo Rei Atila, estes povos
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construíram um grande império e conquistaram territórios, seu sucesso sempre foi relacionado
principalmente ao poder de sua cavalaria (NUNES, 2012).
O equino teve destaque em toda a história pela sua principal característica, a
capacidade de transferir lealdade, este foi o fator fundamental que favoreceu a relação entre o
homem e o cavalo, estes animais tem a necessidade de um líder, então quando domesticado é
fiel ao seu comandante (RINK, 2005).
A chegada do equino nas américas se inicia por volta de 1500, período em a criação de
cavalos se popularizou na Espanha. O Duque de Sesa, Gonzalo, havia desenvolvido uma
grande criação naquela região da Espanha, e em 1493 promoveu uma expedição que enviou
dezenas de cavalos espanhóis para América Central, desembarcando onde hoje são os
territórios do Haiti e República Dominicana. A partir daí os cavalos espanhóis se adaptaram
ao novo ambiente, ficando conhecido como a raça “Crioulo Americano”, e assim se espalhou
por todo o continente (COSTA, 2011).
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O estado de Rondônia evidencia claramente uma cultura que apoia e aceita as práticas
equestres, sendo que, estas atividades são praticadas e prestigiadas frequentemente em todas
as regiões do estado, sendo tanto para eventos culturais (Figura 03), quanto para eventos
esportivos (Figura 04), e ainda em atividades de comércio.
No século II a.C. foi concebido entre duas colinas o mais famoso palco de eventos da
Roma Antiga. O Circo Máximo (Figura 07) foi uma arena utilizada para jogos, exposições e
diversões gerais, criada pelos antigos reis etruscos de Roma (ONÇA, 2004).
A edificação do Circo Máximo recebia os maiores e mais variados eventos daquela
região, sua estrutura passou por várias mudanças ao longo dos anos, e em seus tempos áureos
contava com uma pista medindo 600 metros de comprimento, 225 metros de envergadura, e
capacidade para até 320 mil expectadores. Em uma das extremidades da pista do Circo
Máximo existia um grande arco, enquanto no lado oposto uma ligação com o palácio do
governo, permitindo que o imperador assistisse aos espetáculos de sua própria varanda. O
principal evento que o Circo Máximo recebia eram as corridas de biga, portanto, considera-se
que foi o primeiro grande palco construído especialmente para esportes Equestres no mundo
(JUNIOR, 2016).
As modalidades da vertente designada Hipismo Rural tiveram sua origem nos campos
de trabalho durante as atividades do dia-dia nas fazendas. Os boiadeiros competiam entre si
suas habilidades com o laço, a agilidade e o domínio do animal.
Então, durante as festividades nas comunidades rurais os organizadores promoviam
competições destas atividades, premiando os vencedores. As modalidades de hipismo rural
que mais se destacam no Brasil são as provas de laço, Prova dos tambores (Figura 09) e
Vaquejada (ROESSLER; RINK 2005).
Nessa seara, tratando-se de zona rural, determinados cuidados são respeitáveis de se
adotar para tornar a vida do cavalo o mais adequado possível. Necessita-se ter cuidados com a
dimensão da baia, que se não apresentarem um tamanho mínimo ideal ocasionará um
desconforto extremamente grande para o animal, o que pode induzir ao stress, afetando deste
modo a qualidade de vida e seu desempenho esportivo (BROOKS, 2014).
As baias precisam ser bem arejadas, não exposta a calores exagerados nem a friagem
intensa ou ainda a fluxo de ar desagradáveis. O cavalo é mais sensível ao calor que ao frio,
deste modo precisa-se ficar atento a esses cuidados, principalmente em Rondônia. Para tal,
deve ser levado em conta considerações como ventos predominantes, clima e microclima
local, maneira das aberturas, entre outros. Recomenda-se não utilizar coberturas de
fibrocimento, a menos que a ventilação for excepcional e o calor não for dificuldade
(BROOKS, 2014).
Sabe-se que o cavalo é um animal sociável e prefere não estar só. Para suavizar esse
problema, ocasião em que está confinado a uma baia, deve-se fazer com que tenha relação
visual com outros cavalos, por meio de janelas com grades entre as baias e deixando a parte
alta das portas das baias sempre acessíveis (BROOKS, 2014).
1.7.3. Equoterapia
A Equoterapia (Figura 10) é um método terapêutico que utiliza o cavalo como base
para seu tratamento. O objetivo da Equoterapia é promover através da equitação, o
desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de alguma deficiência ou limitação
física ou mental. A equitação tem o poder de trabalhar todo o corpo e mente do paciente,
contribuindo assim para o desenvolvimento da força muscular, conscientização do próprio
corpo, relaxamento e aperfeiçoamento do equilíbrio e coordenação motora.
A área de aplicação da Equoterapia é vasta podendo ser aproveitada na Saúde, na
Educação e no social da pessoa que pratica, tendo como principais benefícios a Mobilização
pélvica, coluna lombar e articulações do quadril, melhorar o equilíbrio e a postura,
desenvolver coordenação de movimentos entre tronco, membros e visão, estimula a
sensibilidade tátil, visual, auditiva e olfativa, melhorando assim a integração sensorial/motora
(SWBRASIL, 2016).
prática, bem como o comparecimento e o apoio a tais eventos, mostra que mundo dos equinos
faz parte do traço cultural dos habitantes deste estado.
A proposta implantação do Centro Equestre apresentada neste trabalho ira abranger
em seu projeto a implantação de um espaço físico para a prática das modalidades de Hipismo
Rural. Esportes Equestres, apesar de populares em nossa região, sofrem com a falta de
estrutura adequada, sendo assim, a proposta de projeto para o centro equestre de Ji-Paraná
deve incluir todos os espaços necessários para o desenvolvimento das atividades hípicas
rurais, contemplando uma Arena coberta, para a prática dos esportes; Prova dos Três
Tambores; Seis Balizas; Team Penning; e Provas de Laço de todas as modalidades, tanto laço
solo quanto em dupla.
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2. TIPOLOGIA
2.1. Haras
básica, que deve contar com áreas de pastagem chamadas piquetes, baias para hospedagem do
animal, área de reprodução e maternidade, casa de celas, farmácia veterinária e área para
estocagem de alimento, até as estruturas mais complexas, que podem contar com área de
lazer, aparelhos para exercícios, picadeiro para leilão e até laboratório para melhoramento
genético (APRENDIZ EQUESTRE, 2011).
Outro modelo de edificação que segue esta mesma vertente é o haras condomínio, com
luxuosas instalações erguidas no campo em meio a convivência dos animais, sendo um
excelente negócio imobiliário, atraindo o público da cidade grande que buscam o sossego do
campo sem abrir mão de luxo e conforto. As figuras 13 e 14 mostram um luxuoso Haras
Condomínio em São Paulo, na cidade de Monte-Mor, demonstrando importante participação
do mundo equestre nos negócios imobiliários (GUERRA, 2009).
Figura 13: Condomínio Haras na cidade de Monte Mor, estado de São Paulo.
Figura 14: Condomínio Haras na cidade de Monte Mor, estado de São Paulo.
Um centro hípico com escola de equitação tem como objetivo formar cavaleiros e
amazonas em todas as atividades ligadas ao hipismo em suas variadas modalidades, clássico e
rural, avaliando sua postura, controle e equilíbrio sobre o cavalo (ESEQEX, 2016).
Nesta vertente, a estrutura é mais simples que a de um Haras, podendo contar apenas
com as pistas de salto, e picadeiro para treinamento, como na figura 15 e 16. É indispensável
também em sua estrutura, ao menos um pavilhão de baias para hospedagem de cavalos, local
para banho dos animais e vestiário para os alunos (CENTRO HÍPICO DO PARQUE, 2016).
administrativa, loja de materiais hípicos e vestiários com armários individuais para o uso dos
alunos. Neste caso existem várias pistas de treinamento, que tem seu uso divididas pelo nível
técnico dos alunos (HIPICA CAP, 2016).
Figura 17: Escola de Equitação em São Bernardo do Campo, estado de São Paulo.
Seguindo o exemplo do Haras, alguns centros equestres também podem ser destinados
para múltiplas atividades, como é o caso deste que fica localizado em Caçapava, interior de
São Paulo, que conta com arquitetura rústica, aproveitando o verde natural do entorno. Como
pode ser visto na figura 21, a natureza está sempre presente em meio ao empreendimento.
Este centro equestre possui pistas profissionais onde acontecem eventos de hipismo rural,
estrutura completa de baias, farmácia veterinária, deposito de feno e ração e deposito de selas,
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restaurante, loja de artesanato e uma agradável área de lazer (Figura 22) que permite vista
privilegiada da pista de competições (CANTO VERDE, 2016).
Assim como no caso dos haras, os centros equestres atualmente podem oferecer
diferentes tipos de serviços, como de hotelaria, SPA, moradia e espaços de lazer. Sendo
assim, a proposta apresentada no presente trabalho trata-se da implantação de um Centro
Equestre voltado para a realização de atividades hípicas esportivas e de lazer, dando ênfase
nas modalidades inclusas na vertente do hipismo rural, contemplando ainda espaços para
realização de confraternizações e outros eventos, servindo como opção para os amantes do
mundo equestre no estado de Rondônia, especialmente do hipismo rural, modalidades mais
comuns no estado.
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3. LEGISLAÇÃO
provenientes de edificações com mais de 100 (cem) pessoas. Sendo necessário para estes
estabelecimentos a instalação de uma Estação de Tratamento de Esgoto (E.T.E.).
Com relação as áreas de vegetação nativa existente no local, deve-se projetar com
respeito à Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 do Código Florestal Brasileiro, a qual
estabelece regras sobre a preservação do meio ambiente em todo território nacional. A lei tem
como objetivo criar um programa de desenvolvimento sustentável, visando manter a
integridade da vegetação nativa, do solo, recursos hídricos e o controle climático (BRASIL,
2012).
Tanto em áreas rurais como em áreas urbanas, logo no momento em que se tem
conhecimento do terreno a ser construído, deve-se fazer um estudo para constatar a existência
de áreas de preservação permanente (APP) nas proximidades da obra a ser executada.
As APP são áreas especiais onde fica expressamente proibido a construção civil,
desmatamento ou qualquer outro tipo de alteração ao ambiente natural. O artigo 4º do Código
Florestal Brasileiro (2012) trata sobre as APP, dissertando sobre o que define ou não uma área
de proteção.
Essas áreas são geralmente margens e nascentes de rios ou igarapés, onde a área de
preservação é proporcional a largura do curso da água, sendo; trinta metros para cursos com
menos de dez metros de largura; cinquenta metros para cursos que vão de dez a cinquenta
metros de largura; cem metros para cursos que tenham de cinquenta a duzentos metros de
largura; duzentos metros para cursos que tenham de duzentos a seiscentos metros de largura; e
quinhentos metros para cursos superiores a seiscentos metros de largura. Também são
consideradas APPs, áreas com declive superior a 45º, terrenos erosivos ou que ofereça risco
de desmoronamento, dentre vários outros tipos de situações (BRASIL, 2012).
Das diretrizes nacionais para projetos rurais, em especial as instalações que abrigam
animais equinos, como é o foco principal da proposta apresentada neste trabalho, devem
seguir regras de dimensionamento, pisos e revestimentos adequados, preparando o ambiente
para receber o animal de forma com que não ofenda sua integridade física e mental.
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De acordo com a Lei Federal n° 9.605, que disserta sobre crimes ambientais (BRASIL,
1998), a qual trata sobre atividades lesivas ao meio ambiente, praticar ato de abuso e maus-
tratos a animais é crime, caso o ato seja confirmado, a pena é de detenção de três meses a um
ano além de multa.
3.5. Acessibilidade
Com relação aos cuidados arquitetônicos que uma edificação projetada para receber
atletas, público e funcionários em geral, deve-se levar em consideração todas as normas de
acessibilidade a edificações, mobiliários e equipamentos urbanos de acordo com as exigências
da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
A norma que define os aspectos relacionados às condições de acessibilidade em
meios urbanos e em edificações, estabelecendo critérios técnicos a serem utilizados em um
projeto arquitetônico e urbanístico é a NBR-9050, que foi elaborada visando legar aos
equipamentos urbanos e a edificações as condições de inclusão e acessibilidade, permitindo
que qualquer indivíduo possa ter acesso ao estabelecimento de forma digna. A NBR-9050
passou por algumas revisões ao longo do tempo, e atualmente segue a última atualização que
está em vigor desde 2015, portanto, todos caminhos, acessos e equipamentos do Centro
Equestre foram projetados de forma a respeitas as exigências da norma (ABNT, 2015).
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4. REFERÊNCIAIS ARQUITETÔNICO
Este foi o primeiro trabalho dos arquitetos Carlos Castanheiras e Clara Bastai que tem
como abordagem principal o tema equestre, e segundo eles, o arquiteto deve entrar a fundo na
vida dos habitantes quando exerce essa profissão, para então saber tudo da sua intimidade, do
que gostam e do que não gostam, não importando quem são eles, seres humanos ou não. Com
este ponto de vista, tudo neste projeto foi dimensionado pensando exclusivamente no bem-
estar animal, como podemos ver o celeiro na figura 25 (ARCHDAILY, 2015).
O centro equestre possui em sua área interna um grande estabulo em madeira com dois
picadeiros cobertos, um celeiro para abrigo dos animais e uma sede social administrativa,
também em madeira. Todos os detalhes foram pensados para oferecer conforto e bem-estar
aos verdadeiros habitantes do local, o cavalo. Então, para isso o arquiteto teve obrigação de
dialogar com quem conhece e trabalha com equinos, para assim entender mais a fundo as
necessidades deste animal. Nas figuras 26 e 27, que representam o celeiro, pode-se notar que
tanto as paredes internas quanto as externas das baias possuem aberturas em meia altura,
criando assim um maior o campo de visão ao cavalo e permitindo seu relacionamento com os
animais que habitam as baias vizinhas e vista para o entorno da edificação, o que proporciona
maior sensação de liberdade (ARCHDAILY, 2015).
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O Centro Equestre é um espaço onde se vive com, e para os cavalos. Tudo deve ser em
sua função e conforto. Os espaços internos são para proporcionar proteção devido fatores
climáticos e melhor manejo, porém seu habitat natural é a área externa, e este espaço jamais
pode deixar de ser explorado. Então, o centro equestre conta com uma pista de treino (figura
31), uma pista de salto e ainda um picadeiro ao ar livre (Figura 32) para competições de
hipismo clássico (ARCHDAILY, 2015).
A edificação do centro hípico de Ultzama conta com uma estrutura de grande volume
em meio a um vale de colinas isolado. Desta forma, surge o sistema produtivo onde o
agricultor deve dividir sua residência com a família e os animais, um sistema que remete
genuinamente a arquitetura de Navarra. O complexo hípico de alto rendimento de Ultzama
(Figura 46) surge a partir deste contexto, sendo um complexo dedicado ao adestramento do
hipismo clássico na Espanha (ARCHDAILY, 2015).
O Centro Hípico Polana tem uma proposta inovadora, seu diferencial é a união entre
natureza e tecnologia. As baias possuem fechamento de alvenaria até 1,40 m de altura,
valorizando assim o campo de visão do animal, a partir dessa altura o fechamento é feito com
barras de aço. A estrutura das baias possui telhado com varanda frontal em um balanço de
quatro metros (Figura 57), o forro de madeira é equipado com borrifadores, que ao espirrar
água diminui a temperatura das baias, contribuindo para melhor conforto ambiental para o
cavalo (ARCOWEB, 2005).
O piso também é especial, como visto na figura 58, e conta com uma camada de tinta
emborrachada que tem como objetivo diminuir o atrito do casco do cavalo com o concreto,
evitando o desgaste do mesmo (ARCOWEB, 2005).
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A fazenda, que existe a mais de 40 anos, sempre teve como principal atividade
econômica o Haras voltado para criação de cavalos Puro Sangue Inglês. Com o passar do
tempo o Haras se transformou em um hotel pousada (Figura 63) com arquitetura inspirada em
um verdadeiro countryside inglês, projetado pelo Arquiteto Marcos Tomanik. Atualmente as
pastagens foram loteadas, dando início a um luxuoso condomínio residencial onde os
moradores podem levar um estilo de vida de campo com luxo e harmonia com a natureza
(HARAS LARISSA, 2016).
O centro hípico pode ser visto na imagem 65, é composto por um estábulo com 104
baias completas (Figura 66), depósitos de selas e de feno, farmácia e clínica veterinária,
picadeiro ao ar livre em grama e areia, e picadeiro coberto completo (Figura 67), sendo todos
equipamentos com medidas oficiais para competições.
Iniciado suas atividades em 1988 no município de Caçapava, São Paulo. O espaço que
foi idealizado, criado e ainda hoje é administrado por uma família, possui arquitetura rústica e
bastante agradável, como pode ser visto na figura 69, a natureza está presente por todos os
lados em meio ao empreendimento.
A proposta inicial do rancho Canto Verde foi a implantação de um centro para criação
de cavalos da raça Manga Larga, tempo depois iniciaram as competições de hipismo rural, e
hoje em dia funciona como uma grande estrutura de restaurante (Figura 70 e 71), escola de
equitação, adestramento de cavalos e espaço para treinamento, lazer e churrasqueiras (Figura
72 e 73). O Rancho Canto Verde foi construído para ser um lugar que possa receber turistas
de forma aconchegante, proporcionando um belo visual com clima tranquilo, e oferecendo a
pratica esportiva em meio a natureza (RANCHO CANTO VERDE, 2016).
5. PROPOSTA
5.1.1. Tendo como base tais premissas, o terreno adotado está localizado a 3,0 Km do
aeroporto José Coleto, no KM 3,5, onde atualmente funciona o centro de treinamento
de Hipismo Rural Hangar Ranch, representado nos mapas 1 e 2, respectivamente.
Sem Escala
Fonte - Google Maps, modificado pelo autor, 2017.
O Terreno em sua área total possui 12,1 hectares (121.000 m²), sendo a maior parte
dela composta por piquetes de pasto verde, além de uma represa e dois pequenos lagos. O
acesso principal é feito através da Avenida Brasil, seguindo pela “Estrada do Aeroporto”, que
fica a cerca de três quilômetros de distância da propriedade.
Sem Escala
Fonte - Google Maps, modificado pelo autor, 2017.
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Por ser localizado na zona rural do município de Ji-Paraná, a localidade do terreno está
fora das áreas de zoneamento demarcadas pela Prefeitura Municipal, sendo assim, não incide
os índices para aprovação de projetos.
Na situação atual o local é administrado por uma associação de atletas hípicos de Ji-
Paraná e é utilizado para treinamentos pelo quatro vezes por semana, além de receber
eventualmente competições de prova de laço da modalidade Team Roping, onde toda a
estrutura para receber atletas e visitantes é provisória, através de tendas, banheiros químicos e
etc., que precisam ser alugados e montados no local (Figura 74).
Como o principal acesso ao terreno se dá através da estrada popularmente conhecida
como “Estrada do Aeroporto”, o rancho foi denominado pelos atletas que lá praticam seus
treinamentos como “Hangar Ranch”, fazendo assim uma alusão às estruturas utilizadas em
aeroportos, denominação que, como forma de homenagem, batiza o projeto do novo Centro
Equestre a ser implantado.
Sua estrutura é composta por uma arena de treinamentos (Figura 76), medindo 70 m
de comprimento por 45 m de largura, um estábulo em madeira com baias de hospedagem para
10 cavalos (Figura 77), depósito de feno, uma pequena farmácia veterinária e uma área em
alvenaria com banheiro, churrasqueira e um deck com piso em madeira.
O presente trabalho propõe um projeto totalmente novo para todos os ambientes, não
utilizando as edificações existentes no local.
Fonte: Obtida através de pesquisa a campo junto a membros da administração do centro, 2016.
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Os setores que podem ser observados na Tabela 01 são divididos em três, sendo eles: o
setor de conveniência; setor técnico; e o setor de competições.
A Tabela 02 representa o estábulo: área limitada aos atletas, funcionários e animais,
onde ficarão hospedados os animais e armazenados alimentos, equipamentos e ferramentas
necessárias à manutenção diária do Centro Equestre, além de sala de administração e sala do
veterinário; A tabela 03 representa o setor de conveniência, espaço destinado a receber o
público em geral, visitantes e expectadores; e a Tabela 04 representa o Setor de Competições;
compreendendo os espaços exclusivos para a prática esportiva do hipismo rural, tendo arena
coberta com arquibancadas, arenas de apoio, piquetes e redondel, vestiários e sala de apoio,
garantindo todos os requisitos necessários para desenvolvimento de tais atividades, bem como
arquibancadas cobertas para os expectadores.
Tabela 2: Estábulo
ESTÁBULO
ESPAÇO DESCRIÇÃO QUANTIDADE ÁREA
16 m² cada,
O “quarto do cavalo”, espaço para o
BAIAS 16 baias totalizando
repouso do animal.
256 m²
Oferece espaço para banho e
ÁREA DE BANHO 01 Unidade 16,60 m²
relaxamento do animal.
Área administrativa do Centro
ESCRITÓRIO 01 Unidade 10,51 m²
Equestre.
Armazenamento do principal produto
DEPÓSITO DE FENO 01 Unidade 28 m²
utilizado na alimentação de cavalos.
Espaço para utilização dos atletas que
DEPÓSITO DE treinam com frequência no Centro,
01 Unidade 15 m²
EQUIPAMENTOS onde ficam guardados equipamentos e
selas utilizados pelos mesmos.
Depósito para ferramentas e
DEPÓSITO GERAL equipamentos utilizados na 01 Unidade 9,30 m²
manutenção diária do Centro Equestre.
Espaço para armazenamento de
SALA DO remédios e equipamentos utilizados
01 Unidade 14,66 m²
VETERINARIO por um médico veterinário durante
treinamentos e competições.
HALL E
Área de circulação e Hall - 148,61 m²
CIRCULAÇÃO
TOTAL: 434,68 m²
Fonte: Elaborada pelo Autor, 2017.
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5.3.1. Madeira
A arena principal, diferencia-se do restante das edificações, tem como visto que, toda
sua estrutura fica à vista, e houve a necessidade da utilização do método construtivo em
pilares de concreto armado e cobertura em estrutura metálica, uma vez que, foi o método que
se mostrou com o melhor fator custo-benefício para vencer o vão de quase 50 metros de
largura da arena, porém, adotou-se um revestimento das para vigas e pilares em lâminas de
madeira, escondendo os metais e o concreto, mantendo o estilo rústico que se objetiva
alcançar, a figura 80 ilustra o esquema estrutural da arena.
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Pensando no total conforto do animal, o piso das baias é permeável, de modo que
permita o escoamento de urina e água que venha cair no solo. Neste caso, é utilizado o piso
em Brita e Bidim, com a cama em serragem. Este método garante conforto ao animal, e
contribui também para a diminuição do mal cheiro no ambiente, consiste em duas camadas de
brita, sendo a primeira a 90cm do nível do piso, com 30 cm de brita nº 3, e a segunda camada
logo acima, com 30cm de brita nº 2, sendo coberta por uma manda de bidim, e logo acima
uma camada de 30cm de areia e terra na proporção 1:2, respectivamente, e para finalizar,
forrando o chão com pó de serra, como pode ser visto na figura 83.
Quanto aos tipos de janelas, são peças em madeira, aliando em algumas peças o vidro
temperado, que podem ter variadas configurações, de acordo com a necessidade de ventilação
e iluminação de cada ambiente. Sendo assim, nas áreas de maior permanência, as janelas de
correr são predominantes, já nas áreas de menor permanência, como banheiros, foram
utilizadas venezianas com o peitoril mais alto, e nos vestiários e estábulo foram colocados
brises em aberturas na parte mais alta da edificação, gerando iluminação e ventilação natural.
Como a proposta de respeito a natureza segue em todos os ambientes deste projeto,
alguns elementos como portas e molduras de janelas foram desenvolvidos com materiais
reciclados, todas as partes em madeiras são fabricadas com madeira de demolição tratada, e os
puxadores, bem como os fixadores das portas, são de ferragens de obra e canos de metal
usado, garantindo estilo rústico, e contribuindo com a reutilização de materiais, o que é
essencial para gerar menor dano ao meio ambiente. A figura 85 representa o projeto da porta
desenvolvida especialmente para esta edificação, estando presente em vários ambientes do
centro equestre.
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5.3.4. Pavimentação
Além não atrair altas temperaturas o ECOpavimento também tem como vantagem a
durabilidade superior quando comparado a pavimentos de concreto, pedra rejuntada ou
asfalto, pois é flexível, não quebrando e não rachando, e ainda não agredindo o meio
ambiente, compatibilizando perfeitamente com a ideia abordada neste projeto.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARCHDAILY. Centro Equestre / Seth Stein Architects + Watson Architecture. 2016. Disponível
em: <http://www.archdaily.com.br/br/791392/centro-equestre-seth-stein-architects-plus-watson-
architecture-plus-design>. Acesso: 22 set. 2016.
ARCHDAILY. Centro Equestre / Carlos Castanheiras & Clara Bastai. Disponível em:
<http://www.archdaily.com.br/br/762752/centro-equestre-carlos-castanheira-and-clara-bastai>.
Acesso: 18 mai. 2016.
ARCOWEB. Técnica e sensibilidade em haras na serra paulista. São Paulo: ARCO Editorial Ltda.
Disponível em: <https://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/mauro-munhoz-arquitetos-
associados-centro-hipico-19-09-2005>. Acesso: 18 mai. 2016.
BRASIL. Lei Federal Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências.
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de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de
1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001 e dá outras providências. Disponível
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11 de março de 2017.
APÊNDICE
01. TEMA
02. OBJETIVO
2.1. Problematização
Projetar um centro equestre com capacidade para receber eventos de suas variadas
modalidades, atendendo com qualidade as necessidades dos competidores, do público e dos
animais.
2.4. Objetivos específicos
03. JUSTIFICATIVA
O esporte a cavalo em suas variadas modalidades estão cada dia mais em evidência no
estado de Rondônia. Com a profissionalização e o crescimento destes esportes no nosso
estado, que é cada vez mais procurado não só por atletas de alto nível, mas também por
amadores como opção de lazer, tem-se que é viável à criação de um centro equestre para
incentivar a prática de esportes hípicos, visando proporcionar qualidade de competição aos
atletas, opção de lazer e conforto para os expectadores, além do que, a atividade equestre
permite o relacionamento direto do homem com a natureza animal.
O município de Ji-Paraná atualmente conta com uma quantidade considerável de
competidores de alto nível, além de receber frequentemente vários eventos equestres, porém,
estes eventos acontecem em arenas provisórias, montadas apenas para a realização da prova,
sendo que assim, nem sempre oferecem o espaço adequado para o desenvolvimento de tais
atividades, não tendo o conforto necessário ao público, competidores e principalmente aos
animais.
Aliando estes fatores aos benefícios que a equitação proporciona a saúde e
comportamento social das pessoas, um centro equestre é uma alternativa ideal para o
crescimento das atividades hípicas em Ji-Paraná, melhorando a qualidade de vida dos animais,
bem como o nível dos atletas locais, dando visibilidade à cidade, além de gerar renda e
movimentar o comercio local durante os eventos e competições.
cavalo a inspiração para todos os novos inventos que surgiam, assim economizando tempo, e
garantindo o domínio do mundo naquele período (RINK, 2008).
Segundo Rink (2008), para aqueles povos nunca se imaginava que uma ferramenta tão
útil como o cavalo pudesse um dia ser substituída, mas com a chegada de novas tecnologias, o
domínio das maquinas e dos motores, foi isso que aconteceu. Atualmente a principal utilidade
do animal é no campo para atividades recreativas, porem aumenta a cada dia o seu uso para
fins esportivos, terapêuticos e como ferramenta educacional ideal para treinar liderança,
fazendo com que novamente o cavalo esteja presente cada vez mais em meio a sociedade.
O hipismo rural teve seu surgimento ligado ao trabalho diário dos fazendeiros no
campo e no curral. Os esportes desta vertente, como vaquejada, prova de laço, prova dos
tambores e apartação, nasceram nas festas de comunidades, exposições em cidades do interior
e gincanas em fazendas. Atualmente, as provas de hipismo rural movimentam grandes
exposições agropecuárias por todo o país (FERREIRA, 1999).
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Assim que o equino é retirado do seu habitat natural, adestrado e passa a viver em um
estábulo, o criador está assumindo o papel de mãe natureza, então, deve garantir a saúde física
e mental do mesmo, para isso alguns cuidados especiais devem ser tomados na construção dos
ambientes onde o animal convive (BROOKS, 2016).
O clima no estado de Rondônia favorece a construção de estábulos com paredes e
divisões em concreto, já que o material mantém a temperatura mais baixa e evita o ataque de
cupim. Para iluminação e ventilação natural, aberturas zenitais são essenciais para este tipo de
projeto, com essas aberturas se cria um efeito chaminé, eliminando o ar quente de dentro das
baias e contribuindo para maior iluminação dos ambientes. Levando em consideração ainda a
transferência de calor, evitar também telhas de fibrocimento, este material permite maior
passagem dos raios solares, aumentando a temperatura do ambiente, telhas de barro são as
mais indicadas para cobertura de espaços que abrigam estes animais (BROOKS, 2016).
Liberdade é uma questão muito importante quando se fala em respeito a natureza do
cavalo, o equino é um animal sociável, que gosta de viver em bando. Ao projetar um estábulo,
as baias devem ser dispostas de modo com que não bloqueie o campo de visão do animal, é
importante que enquanto ele esteja preso consiga visualizar outros animais em outras baias,
isso garante maior conforto e evita o aumento de stress no animal. Baias com paredes em
meia altura são ideais para evitar este problema, assim, mesmo que confinado os animais
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conseguem manter contato uns com os outros, melhorando seu comportamento social e
contribuindo para melhor adaptação em um novo ambiente, longe do seu habitat natural
(BROOKS, 2016)
05. METODOLOGIA
O estudo baseou-se num método de pesquisa dedutivo com caráter exploratório, tendo
em sua estrutura revisão bibliográfica, coleta de dados in loco e entrevistas.
O objetivo de uma pesquisa exploratória é ter a oportunidade de familiarizar-se com o
assunto em questão. Ao final da pesquisa exploratória, obtém-se maior conhecimento sobre o
tema, e estará apto a desenvolver o projeto de pesquisa (GIL, 2008).
05.1. Procedimento
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
NUNES, Bianca. Entenda como os cavalos ajudaram na construção da história. 2012. Disponível
em <http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/entenda-como-cavalos-ajudaram-
construcao-historia-689439.shtml> Acesso: 26 ago. 2016.
RINK, Bjarke. Desvendando o enigma do Centauro. Equus Brasil editora, 2008. Disponível em
<http://www.desempenho.esp.br/livro/lista_capitulo.cfm?livro=4> Acesso: 26 ago. 2016.
ANEXO I
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