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ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 1

PREFÁCIO

Quando em fevereiro de 1982 recebi o diploma em Commercial


Photography pelo Miami Photography College nos EUA, tinha em mente
um objetivo definido ao iniciar minha carreira profissional: o de
fotografar pessoas.

Durante o Curso, quando as aulas eram sobre Portrait, o meu


entusiasmo era visível, o que me levou a aprofundar mais no assunto.

Foi então que em uma época, durante um mês e três vezes por semana,
atravessava Miami à noite num percurso de uns 80 km em uma moto,
para assistir aulas com o mais premiado profissional do Estado da
Flórida.

Foi com o Master Photographer Crafstman, Robert Becker que


definitivamente minha paixão pelo Retrato aflorou de vez.

E depois dêle foram mais treinamentos com recursos de audiovisual da


época, e com outros grandes e renomados profissionais como os
Mestres da Fotografia de Casamento Monte Zucker, Rocky Gun e os
nomes mais expressivos do Retrato em Studio como Joe Zelstman, Frank
Criccio e Donald Jack. E no Retrato em Externa o expoente maior, Leon
Kennamer.

Em resumo, de lá para cá nunca mais parei em meus estudos e


pesquisas sobre Retrato e hoje humildemente me considero ainda um
aprendiz.

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E é nesta condição de aprendiz da Fotografia de Retrato que tenho a
pretensão de apresentar neste livro os fundamentos da Iluminação na
fotografia de pessoas.

Para escrever este EBook, A ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO, tive


como referência uma inseparável ferramenta nestes 35 anos de
profissão: o livro da Kodak, PROFESSIONAL PORTRAIT TECHNIQUES.

Ele é considerado a Bíblia do Retrato, e todo profissional que se inicia ou


está no ramo deveria ter para dominar esta técnica importante que é o
alicerce, não só para fotografar pessoas em Estudio, mas em Externa e
na Fotografia Social.

Para finalizar, quero lembrar que as técnicas, os diagramas de luz e


tudo o que será apresentado neste livro, são um legado deixado pelos
grandes mestres da fotografia e que representam padrões estéticos
universais.

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Seja bem vindo, e peço que abra sua mente para este importante
aprendizado que com certeza vai proporcionar a você inúmeras e
variadas possibilidades criativas.

E o mais importante, ao aprender esta técnica, você adquire a segurança


e a certeza de que está fazendo a coisa certa e não um “guess work”, ou
seja, baseado em “achismo” como acontece com muitos profissionais.

Na realidade você está prestes a ter acesso a um verdadeiro Manual de


como fotografar pessoas em Estudio e Externa.

Boa leitura!

Alvaro Eloy Gonçalves

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SOBRE O AUTOR

Alvaro Eloy vive pela segunda vez numa cidade do


interior do Norte do Paraná, desde que retornou dos
EUA em 1982 quando terminou sua graduação no
curso Commercial Photography, pelo Miami
Photography College.

Havia deixado esta cidade pela primeira vez em


Janeiro de 1.963 com destino a São Paulo onde lá
viveu até 1.980 quando foi para os EUA estudar
fotografia.

Durante os 17 anos que viveu na capital paulista, onde serviu o exército


e participou da Revolução de 1.964, trabalhou em várias atividades para
sobreviver. Começou como escriturário, foi funcionário contratado da
Secretaria Estadual da Fazenda, tocou bumbo em bandas no Carnaval,
fez pinturas em para-choques de caminhão, aos sábados e domingos
vendeu flâmulas nos estádios de futebol, trabalhou como feirante,
vendedor, foi motorista de taxi e sócio de um.

Estudou o “Madureza”, nome do Supletivo atual, frequentou por um ano


o Curso de Sociologia da USP, um ano de Turismo na Faculdade Ibero
Americana e por fim foi se formar nos EUA em fotografia, sua paixão
desde sempre.

Nestes anos que viveu em São Paulo, aproveitou o máximo uma de suas
paixões que é o mar. Na década de 70, quando então ainda não existia a
Rio-Santos, praticava o acampamento chamado de selvagem e

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frequentou muito algumas praias entre os municípios de Bertioga e São
Sebastião. Nesta época fez um curso de mergulho livre na Polícia Militar
de São Paulo e passou a praticar o esporte.

Quando mais tarde foi morar nos EUA, fez lá um Curso de Scuba Diving
e é um Certified Diver pelo PADI (Professional Association of Diving
Instructors)

Fez várias vezes o trecho completo da Rio-Santos levando certa vez, 4


dias para chegar até o Rio de Janeiro.

Um ano antes de mudar para os EUA, realizou a façanha de viajar


sozinho em uma moto 125cc de São Paulo a Belém do Pará num
percurso de 10.500km em 2 ½ meses.

De volta ao Brasil em 1982, iniciou a carreira de fotógrafo e por algum


tempo ministrou em sua cidade, Cursos de Iluminação Básica do Retrato
e Retrato em Externa.

Foi quando então, convidado pelo Sindicato das Empresas de Artes


Fotográficas do Estado de São Paulo, realizadora na época do que é a
Foto Brasil hoje, foi palestrante em dois congressos: o de 1989 em
Curitiba e o de 1990 em São Paulo.

Foi premiado por duas vezes em 1985 e 1987 no Bunkyo, tradicional e


disputado Concurso Nacional de Fotografia da Sociedade Brasileira de
Cultura Japonesa de São Paulo.

Logo no início da fotografia digital em 2003 e 2006, obteve Menção


Honrosa nos dois últimos Concursos de Fotografia de Casamento, da
Fuji e Kodak respectivamente.

Com sua grande paixão pelo Retrato, acumulou ao longo dos anos
muito conhecimento e experiência que agora compartilha com as novas

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gerações e aqueles profissionais que como ele acreditam que o
aprendizado é infinito.

Foi assim que iniciou em 2014, estudos e pesquisas pela internet do


Marketing Digital e técnicas de venda pelas redes sociais, cujo fruto é
representado hoje pelo lançamento deste E-book.

Engajado e desfrutando dos benefícios da internet, vem ainda


estudando através de E-books, vídeo aulas e outras mídias, tudo que
diz respeito ao Retrato.

E aproveitando esta fantástica possibilidade, também pesquisa outros


assuntos que sempre o seduziu, como Lei da Atração, PNL –
(Programação Neuro Linguística), Ciência da Persuasão e
Autoconhecimento.

“Está provado que o cérebro humano é capaz de absorver qualquer tipo


de conhecimento, minutos antes da morte de uma pessoa, não
importando sua idade”

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CONTEÚDO

Tipos de Câmeras Digitais..........................................................11


Câmera com Sensor APS-C ou Ful Frame?...................................20
Captura: RAW ou Jpeg?................................................................25
Tipos de Luzes e suas Funções...................................................28
A Lei do Inverso do Quadrado.....................................................32
Definição e papel de cada fonte de luz........................................34
Proporção de Iluminação.............................................................37
Técnica da “Chave Alta” e “Chave Baixa” .....................................41
A Iluminação Básica do Retrato...................................................45
A Iluminação Borboleta (Butterfly Light)......................................52
A Iluminação Curta (Loop Light) ou Borboleta Modificada............55
A Iluminação Rembrandt (Rembrandt Light)................................58
A Iluminação Ampla (Broad Light)...............................................60
A Iluminação Dividida (Split Light)...............................................62
A Iluminação de Perfil (Profile Light) Um sexto Padrão?...............67
O mapa do posicionamento correto das luzes.............................71
O mito dos possantes Flahs Eletrônicos de Estudio.....................73
Os 3 ângulos do Retrato.............................................................77
Objetiva Correta para o Retrato..................................................78
Técnicas Corretivas do Retrato...................................................81
Galeria de Fotos.........................................................................84
Palavras Finais............................................................................95

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CONSIDERAÇÕES GERAIS

Antes de iniciar, quero dar a você, algumas dicas de como aproveitar ao


máximo o valor utilitário deste livro.

Sabemos e está provado através de pesquisa e estudos de PNL


(Programação Neuro Linguística), que aprendemos mais e assimilamos
melhor qualquer conteúdo seja escrito, falado (áudio) ou televisivo
(vídeo), quando repetimos a ação várias vezes.

Assim, sugiro que leia mais de uma vez este livro e procure imprimir as
páginas que contenham os diagramas de Luz. O aprendizado se torna
ainda mais eficiente quando paramos o que estamos lendo, ouvindo ou
assistindo e praticamos os preceitos ali apresentados.

Depois, mantenha em sua bolsa de equipamentos estes diagramas como


referência quando for fotografar em locação ou sair para uma
reportagem.

E o mais importante: pratique, pratique e pratique! E lembre-se,


estamos na era digital e o único investimento para fotografar além da
câmera, é óbvio, é em um Cartão de Memória.

Além disso, quando decidi escrever este livro coloquei como missão de
vida, primeiro ajudar o máximo de pessoas de uma forma mais
abrangente possível, e segundo fazer com que o leitor estabelecesse
uma conexão comigo de tal maneira que o aprendizado não terminasse
na última página deste livro.

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Assim, no final você encontrará canais de comunicação, com os quais
poderá usufruir de uma assistência pós venda quando surgirem dúvidas
ou mesmo que seja só para submeter suas fotos para análise e crítica.

Agora mãos à obra e bons cliques!

P.S.: Usarei, em alguns momentos, palavras da língua inglesa, muitas


vezes por que é difícil achar um correspondente para elas em nossa
língua e também para aqueles que sabem inglês, se familiarizem com
estes termos técnicos.

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TIPOS DE CÂMERAS DIGITAIS

A tecnologia digital está se desenvolvendo tão rapidamente que é difícil


acompanhar, e é assustador o fato de você adquirir uma câmera hoje
com os mais modernos recursos e daqui a seis meses ou um ano este
equipamento estar obsoleto.

Coitados daqueles que são viciados em novidades. Haja dinheiro para se


manter atualizado.

Como existe uma variedade de modernas e diferentes tipos e marcas de


câmeras, vamos nos ater a quatro modelos específicos que representam
um determinado consumidor, começando por aqueles que estão
iniciando até o mais experiente dos profissionais.

A marca de meu equipamento representa um gosto pessoal, e não


significa que seja o melhor equipamento.

A Nikon ao lado da Canon, também é uma excelente escolha,


apresentando inclusive algumas características exclusivas e superiores.

Por exemplo, um sistema de foco que até há pouco tempo era superior
ao da Canon, cores representadas de modo fiel e um belíssimo e suave
tom de pele muito desejável para quem fotografa pessoas.

Neste grupo de câmeras estão aquelas chamadas de:

 Câmera de Super Zoom ou Bridge (Ponte entre a Compacta


Amadora e a Semiprofissional);

 Semiprofissional;

 Profissional;

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 Sem espelho (mirrorless) ou 4/3 (Four Thirds).

Panasonic Lumix FZ 1000 – Super Zoom Canon EOS 7D – Semi Profissional

EOS 7D Mark II Sensor APS-C EOS 1D X – Full Frame –Profissional


Profissional

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Olympus OM-D E-M5 Mark II – 4/3 sem espelho

CÂMERA DE SUPER ZOOM OU BRIDGE

Panasonic Lumix FZ 1000

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Para quem possui uma destas câmeras, com aquele potente zoom que
literalmente traz em close o rosto de uma pessoa que está do outro lado
da rua, eu tenho uma péssima notícia.

Se te venderam uma câmera como esta como sendo uma


semiprofissional, você foi enganado.

Ela nada mais é do que a ponte (Bridge) entre a “camerazinha compacta


amadora”, aquela que é toda automática e as câmeras semiprofissionais.

Apesar de apresentar recursos de uma semiprofissional, ela está bem


longe de ser uma. E aqui vai uma outra surpresa que, com certeza, virá
acompanhada de algum desapontamento para os donos de Canon e
Nikon.

O modelo de câmera considerada semiprofissional da Canon é a 7D e


da Nikon a D300 e a D300S, o resto dos modelos são câmeras SLR*
chamadas de Entry Level (Nível de Entrada) ou Mid Size, (tamanho
médio).

Eu mesmo trabalho com a Canon 60D e estou ciente de que não é uma
Câmera semiprofissional.

*SLR é a tradução de Câmera de Objetiva Reflex e quando antecede o D,


significa Digital.

Bem, mas nem por isto, a Lumix FZ 1000 aí em cima pode ser
considerada de qualidade muito inferior.

Lançada próximo ao fim de 2014, trouxe algumas novidades para a


categoria entre elas um sensor de 1” (uma polegada) quando o tamanho
comum neste tipo de Câmera é o de 1/8” (um oitavo).

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Ela tem um Zoom de 25-400mm e a abertura máxima varia de f 2.8 a
f4, além de um monitor articulável, controle do zoom e do foco manual
no corpo da objetiva.

Eu tenho uma Panasonic Lumix FZ200 com um Zoom de 24-600mm e


abertura fixa de f 2.8 em toda a extensão do Zoom, com a qual, junto
com uma Canon 7D, registrei uma romaria de muladeiros até a
Aparecida do Norte.

Você mesmo pode comparar nas fotos abaixo a performance dela. E


olha que a promessa da FZ1000 é de uma qualidade superior e com
uma funcionalidade parecida com a de uma semiprofissional de
verdade.

A Panasonic FZ200 com zoom de 24-600mm, me proporcionou liberdade e


flexibilidade para registrar momentos como estes.

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CÂMERA SEMI PROFISSIONAL

Canon EOS 7D Camera Semi Profissional

O que difere uma câmera semiprofissional das outras consideradas


como DSLR normal ou de tamanho médio (mid size), além do preço, é
óbvio, são algumas importantes características como:

 A quantidade de pontos de foco, a 7D tem 19 e o tipo do sensor de


foco que vem nela é o cross type (tipo cruzado);
 A capacidade de disparo ultra rápidos (burst mode), nesta Câmera
são 8 disparos contínuos por segundo;
 Modo de Foco com Spot (pontual), no qual é possível selecionar um
ponto na cena com uma área de apenas 2,3%;
 Controle Wireless do Flash Speedlight.

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As fotos a seguir mostram um aumento significativo na qualidade da
imagem em relação a Panasonic FZ200

Canon 7D Objetiva 100-400mm Canon 7D Objetiva 10-22mm

CÂMERA MIRRORLESS(sem espelho) 4/3 (Micro four thirds)

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A tradicional e famosa marca Olympus que na época da fotografia
analógica (negativo) era a coqueluche de muitos profissionais,
surpreende o setor neste início de 2015 com este modelo.

Entre as especificações, além de um sistema de estabilização de imagem


no próprio corpo, e que promete o ganho de 5 pontos, um modo de
exposição múltipla que entrega um arquivo em alta resolução de 40MP,
65 pontos de foco, e uma taxa de disparo contínuo de 10 fotos por
segundo, fotografa em RAW, JPEG e vem com Wi-Fi integrado.

O mercado está voltado cada vez para este tipo de Câmera, tanto que as
principais fabricantes já fizeram lançamentos de seus modelos sem
espelho.

Tenho percebido que hoje, alguns expoentes da fotografia de Retrato e


Casamento do mercado americano, estão abrindo mão de suas Canon e
Nikon e escolhendo trabalhar com as mirrorless Full Frame como é o
caso da Sony Alpha 7RII ou a 7S que estão literalmente bombando.

Como sempre fui fã de carteirinha da linha Olympus, possuo hoje uma


Olympus OM-D – E-M1 que utilizo nos ensaios em externa.

A aquisição deste modelo específico, foi na realidade um passo para a


mudança definitiva para este sistema.

E dois grandes diferenciais que me impactou foi a portabilidade e a


qualidade da imagem. O tamanho do corpo e das objetivas são
infinitamente menores que as DSLR. E no quesito qualidade, fiquei de
boca aberta com os primeiros posters feito com ela. Cores e definição
(foco) superiores a minha Canon 60D.

Atualmente utilizo uma objetiva Lumix Leica 25mm f1.4 e uma Olympus
Zuiko 45mm f1.8, para os ensaios em externa e nos casamentos,
acrescento uma Rokinon 7.5mm f3.5 e uma Zuiko 14-54mm. Como o

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fator de compensação é 2X, tenho uma 50mm, uma 90mm, uma 15mm
e uma 28-108mm respectivamente.

Com um anel adaptador, tenho também a possibilidade de utilizar a


50mm f1.4 e a 100mm f2.8 ambas da Canon.

Na compensação, devido ao aumento do espaço entre a objetiva e o


sensor, perde-se um ponto no diafragma, passando então de f1.4 para
f2.8 e de f2.8 para f4. Perde-se também o foco automático.

O sistema mirrorless (sem espelho) daqui para frente é minha opção


definitiva.

Tanto que para fazer um up grade no sistema, estou aguardando


ansiosamente o lançamento da próxima Photokina em Setembro, para
ver o up grade da E-M1.

Se você é do mesmo ramo que o meu e está considerando esta nova


tecnologia, fica aqui esta dica: pesquise sobre esta e outras cameras,
entre em fóruns, conheça a opinião de quem tem uma.

Avalie seus pontos positivos e negativos e descubra se este novo


sistema é para você.

Faça uma escolha consciente. E acredite, se você faz Ensaios em


Externa, fotografa em Estudio e está no nicho de casamento, não se
arrependerá com a migração para este sistema.

Neste vídeo inspirado em um artigo da fotógrafa canadense Darlene


Hildebrandt, apresento os argumentos que está levando tantos
profissionais a mudar para o sistema mirrorless.

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CÂMERA COM SENSOR APS-C OU FULL FRAME?

Canon EOS 7D MARK II Canon EOS- 1DX

Antes de responder, precisamos entender o que é Full Frame e Sensor


APS-C.

O correspondente em português para Full Frame é quadro cheio, ou


seja, refere-se ao tamanho do sensor da Câmera que corresponde ao
tamanho do negativo 35mm que era de 24mm de altura por 36mm de
comprimento.

Entende-se por Sensor APS-C, aquelas Câmeras que tem sensores com
“crop” ou cortados, cujos tamanhos giram em torno de 22.4mmX15mm
como é o caso da Canon 7D Mark II. O sensor menor amplia o tamanho
da imagem. Desta maneira, cada câmera tem o seu fator de corte ou
“crop factor”.

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Nas câmeras de fabricação da Canon, o fator que deve ser multiplicado
pela distância focal da objetiva é 1.6. Assim, ao usar uma objetiva de
100mm em uma Câmera com Sensor APS-C, na realidade você está
obtendo resultados equivalentes a uma objetiva 160mm.

Isto tem suas vantagens e desvantagens.

A vantagem principal é que se tem um aumento no final do zoom, mas


que por outro lado perde-se no início da distância focal. Uma objetiva
10-22mm passará de 10 para 16mm e de 22 para 34mm.

É dispensável e desnecessário afirmar que as câmeras Full Frame


produzem imagens com melhor qualidade pois a área de captação da
imagem é muito maior.

Sendo assim, além do tamanho do sensor, a quantidade e o tamanho


dos photo díodos de uma Full Frame, fazem toda diferença em termos
de qualidade de imagem.

Aqui podemos traçar um paralelo entre as câmeras com sensores APS-C


e as Full Frame com as antigas câmeras analógicas de negativo 35mm e
as de negativo 120mm.

Estas últimas, é óbvio, produziam ampliações notadamente superiores


por sua área quase quatro vezes maior.

No quesito características operacionais, a Canon 7D Mark II, apesar de


ser um modelo APS-C, está sendo considerada profissional.

Isto pelos 65 pontos de foco cross-type, tipo cruzado e com a


tecnologia iTR (rastreamento inteligente de foco de objeto em
movimento), pela taxa de 10 fotos por segundo no modo de disparo
contínuo e pelo processador Digic 6 (Dual).

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Êste artigo mais aprofundado e com base científica, ilustra melhor este
assunto:

SENSORES DE CÂMERAS FOTOGRÁFICAS: QUAL O CUSTO-BENEFÍCIO?


Mário Jorge de O. Tavares

Via de regra, quanto maior a ampliação fotográfica almejada de uma imagem, maior deve ser a
resolução (número de pixels) do sensor da câmera digital. Contudo, a qualidade da imagem final
também está relacionada com a tecnologia empregada, como a do tamanho do sensor e a dimensão
de cada fotodiodo (“photosite”), que transforma a luz em sinais elétricos, que após processados,
resulta numa imagem formada por pixels.

Citamos como exemplo, as câmeras DSLR (“Digital Single-Lens Reflex”), Nikon D610 e D7100, cujos
corpos custam respectivamente 2100 e 1200 dólares, ambas com 24 megapixel (Mpx) de resolução,
tendo a primeira, sensor “full frame” FX (36 x 24 mm) de fabricação Sony e a segunda, com sensor
APS-C (conhecido como “cropado”) denominado pela Nikon de DX (24 x 16 mm) de fabricação
Toshiba, cujos corpos custam respectivamente U$ 2.100 e 1.200. DX (24 x 16 mm, dito “cropado”
pelo fator de corte, no caso da Nikon, de 1,5 vezes).

Contudo, os fotodiodos da D610 e D7100 têm dimensões respectivamente de 6,0 µm e 3,9 µm


(micrometros ou milésimos de milímetro). Quanto mais próximos e menores os fotodiodos, maior o
ruído intrínseco gerado pela agitação térmica da corrente de elétrons e possíveis interferências do
circuito. Tal ruído (degradação da relação sinal-ruído) é percebido com maior intensidade, quando é
utilizado maior sensibilidade (ISO elevado) em registros fotográficos em ambientes com pouca
iluminação.

Por oportuno as câmeras profissionais “top” da Nikon, como a D3, apesar de ter uma resolução de
apenas 12 Mpx, possui fotodiodos de 8,4 µm e a D4 com 16 Mpx, tem fotodiodos de 7,3 µm e
resultam em excelentes imagens (e custam respectivamente 8 mil e 6 mil dólares), ambas com
sensores de fabricação da própria Nikon.

Já a D700 que utiliza o mesmo sensor da D3 (ambas de fabricação da própria Nikon), com outra
tecnologia construtiva, custava em torno de a 3 mil dólares, sendo a primeira, sucedida pelo modelo
D800. .

Tamanho ampliação (cm) Relação Resolução mínima


Utilização mais comum da ampliação da câmera (Mpx)
L/H
fotográfica Lado H Lado L
(a) (b)

Cartazes, exposição em salões, 80 120 1,5 133,9

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quadros decorativos. 75 100 1,3 104,6

60 90 1,5 75,3

60 80 1,3 67,0

45 60 1,3 33,7

40 60 1,5 33,5

30 40 1,3 16,7
Concurso, exposição
25 38 1,5 13,3

25 30 1,2 10,5

Álbum casamento 20 30 1,5 8,4

20 25 1,3 7,0

Pouco utilizado 18 24 1,3 6,0

Álbum batizado, aniversário, noivado 15 21 1,4 4,4

Pouco utilizado 13 18 1,4 3,3

Álbum familiar 10 15 1,5 2,1

9 12 1,3 1,5
Pouco utilizado
7 10 1,4 1,0

Passaporte 5 7 1,4 0,49

Documentos em geral 3 4 1,3 0,17

(a) Relação entre a Largura (L) e a Altura (H). Lembrando que no padrão 35 mm (introduzido em 1925 pela Leica -
pronuncia-se “laica”) o “frame”, ou seja, o fotograma, tem 24 x 36 mm, ou seja, a relação L/H (largura/altura) = 1.5. Os
sensores ditos “full frame” (quadro cheio de um “frame”) de 24 x 36 mm. No caso da Nikon se denominam FX. Já os
sensores menores, tipo APS (equivalente ao fotograma do filme Advanced Photo System lançado em 1996 que iria
substituir o tradicional 35 mm), sendo que o “frame” tipo APS-C corresponde a fotograma de 16 x 24 mm, ou seja,
relação L/H = 1,5. As câmeras da Nikon com sensores equivalentes a tal fotograma são denominadas DX. Há ainda o
sistema alternativo “Four Thirds” representando o sensor de formato 4/3 (= 1,3), lançado em 2003, numa parceria da
Olympus com a Kodak, cujo sensor é normalmente utilizado nas câmeras sem espelho (“mirrorless”) que tem algumas
vantagens em relação ao sistema convencional.

(b) É adotado como padrão fotográfico, uma resolução de 300 DPI – “Dots Per Inch” = Pontos Por Polegada.

A título de ilustração, elaboramos o quadro-resumo


acima, onde é possível visualizar-se a resolução
mínima do sensor de uma câmera digital, para
possibilitar a ampliação de dimensão almejada, que
resulte em uma resolução de imagem impressa de
300 DPI,

A ilustração ao lado da Wikipedia mostra diferentes


dimensões de sensores utilizados pelos fabricantes.

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A menção preponderante da Nikon pelo autor se deve exclusivamente do maior conhecimento do
mesmo sobre tal marca.

Conclusão: Via de regra os sensores full frame são encontrados nas câmeras de categoria
superiores, denominadas profissionais e consequentemente de maior preço. Tais sensores oferecem
resolução de 16 a 36 megapixels (no caso da Nikon). Já a Canon surpreendeu o marcado com o
lançamento da câmera Canon 5Ds com uma resolução de 50 Mpx.
.
Tal artigo visa dar apenas uma visão geral do assunto, não tendo a pretensão de esgota-lo.

Apesar de haver uma relação direta entre a resolução e o tamanho máximo da ampliação de uma
imagem, nem sempre se obtém melhor qualidade dessas imagens (profundidade e qualidade das
cores), pois há dentre outros fatores a relação sinal-ruído, tamanho dos fotodiodos e tecnologia
empregada, que dia-a-dia, pode surpreender com novidades inauditas que mudam os cenários a
cada momento. .

Para atender altíssima qualidade de imagens, exigida, por exemplo, em publicidade são utilizados
programas de interpolação que permitem ampliações consideráveis, utilizadas em cartazes. busdoor,
outdoor, displays gigantes e projeções.

Para quem o preço não é problema, há o seleto nicho de câmeras de médio formato, que podem
receber o acoplamento na parte traseira de backs digitais, como os fabricados pela Dalsa de 54 x 40
mm com 60 e 80 Mpx. Como exemplo dessas câmeras, citamos a Hasselblad H5D-50c, a Leica S, a
Mamiya Leaf Credo, a Pentax 645Z e Phase One IQ180.

Mário Jorge de O. Tavares - Foto Clube de Londrina – mario47tavares@gmail.com

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CAPTURA: RAW OU JPEG

Outra analogia pode ser feita entre os filmes diapositivos (cromo) e o


negativo da fotografia analógica com o fotografar em RAW ou Jpeg.

Trabalhar com cromo ou filmes diapositivos exigia do profissional um


cuidado mais que especial na leitura da luz e no uso de filtros de
correção de cor (CC Filters), pois o que era registrado não tinha como
melhorar ou “tratar” como era possível com o filme negativo.

Revelado o cromo, você não conseguia clarear, escurecer ou melhorar as


cores, ou seja, a imagem capturada era imutável.

Já com o negativo era possível na fase de produção da cópia corrigir as


cores, proteger determinada área de sombra, “queimar” mais uma parte
da fotografia que estivesse super exposta e até mesmo fazer um corte.

Na tecnologia digital, o cromo é o arquivo Jpeg e o RAW o filme


negativo.

Um arquivo Jpeg que foi processado pela câmera teve várias


informações descartadas durante o processo de compressão.

Diferente do RAW, que é um arquivo “cru”, e necessita ser processado


em um computador com um programa específico, que tanto pode ser o
Lightroom ou o plugin do Photoshop.

Finalizado o tratamento existe a opção de salvar o arquivo em JPEG para


cópias fotográficas ou internet ou em TIFF para o tráfico da imagem no
meio editorial. Como o TIFF produz arquivos muito mais “pesados”, seu
uso está restrito ao nicho acima.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 25


As possibilidades de manipulação e tratamento são exponencialmente
maiores, permitindo inclusive a recuperação de fotos com dois pontos
super ou sub expostos ou fotos tiradas com o WB configurado para Luz
do Dia em uma cena iluminada com uma fonte de luz de tungstênio, por
exemplo.

O “azulado” das fotos é facilmente corrigido em um menu com todas as


opções de Temperatura de Cor.

A palavra chave aqui é “flexibilidade” e “controle”, que você tem ambos


no RAW.

Para estender um pouco mais a discussão, vejamos algumas diferenças


entre os dois modos de captura:

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 26


 Jpegs são arquivos com 8 bits contra 16 bits do RAW;
 Jpegs são arquivos que têm 256 matizes de Vermelho, Verde
e Azul para 16,8 milhões de cores, quando o RAW tem 65.000
matizes destas mesmas cores para 281 trilhões de cores;
 Jpegs são arquivos restritos ao processamento em dois
espaços de cor que é o sRGB e o Adobe 98, quando os
arquivos RAW são processados no Pro Photo Color, um
espaço de cor maior e que consequentemente resultará em
uma superior rendição de cores.
 E finalmente, RAW é melhor por que se você errar em dois
pontos na exposição terá a possibilidade de recuperar
totalmente a foto. No Jpeg, uma foto sub exposta em dois
pontos é praticamente inutilizável, a não ser que você
converta-a para P&B. Aquele “amarronzado” da área de
sombra e o “moiré” ou granulação de uma foto sub exposta é
quase irreparável.

É indiscutível que quanto maior o arquivo mais informações ele contém


e consequentemente ocupará mais espaço no HD de seu PC e no cartão
de memória.

Faça um teste você mesmo. Configure sua câmera para fotografar em


Jpeg e confirme quantas fotos será possível tirar.

Agora coloque em RAW e veja para quanto foi reduzida a quantidade de


fotos que podem ser tiradas. Desta maneira, é óbvio que você
necessitará não só de cartões com mais espaço, mas também um HD
mais possante.

O programa mais usado para o processamento do RAW é o Lightroom,

Se você só fotografa em Jpeg, tudo bem, continue desta maneira.

Caso um dia queira experimentar o RAW, configure sua câmera para


fotografar com os dois,

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 27


Jpeg e RAW e guarde estes últimos arquivos para futuramente serem
processados de acordo com sua necessidade.

TIPOS DE LUZES E SUAS FUNÇÕES


ACESSÓRIOS

No início da evolução da história da fotografia, como não existiam ainda


os flashs eletrônicos de Estudio, o registro da fotografia de pessoas era
feito com luz natural.

Assim os Estudios eram construídos com uma parede e metade do teto


com vidros para o aproveitamento da luz natural.

Normalmente, estes tetos e paredes envidraçadas eram posicionados do


lado oposto ao da rota do sol o que possibilitava o uso da luz de céu
aberto, muito suave e sem contraste.

Eram os chamados Estudios com North Light, em português Luz do


Norte, uma referência ao posicionamento da janela em relação aos
quatro pontos cardeais.

Atualmente, com o avanço da tecnologia, é possível montar um Estudio


com iluminação led que tem três grandes vantagens de ser uma luz fria
e com um custo infinitamente mais barato e vida útil maior que as luzes
convencionais de tungstênio ou do flash eletrônico de Estudio.

Flashs eletrônicos ou tochas, consistem em aparelhos montados com


circuitos eletrônicos, que possibilitam o armazenamento de carga e de
um capacitor que controla o carregamento.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 28


Através de um curto circuito acontece o disparo. Sua recarga é muito
rápida, sendo que em alguns modelos leva frações de segundo, o que
possibilita a tiragem de fotos de modo contínuo e rápido.

Para medirmos a intensidade de uma luz de flash eletrônico nos


utilizamos de um fotômetro manual que será mostrado mais à frente.

A seguir, apresentarei alguns tipos destas luzes com seus acessórios e


sua finalidade.

Estes dois modelos de Flash servem tanto para serem utilizados com sombrinhas ou
para iluminar o fundo.

O Flash equipado com Barn Doors (Bandeiras) é utilizado como Luz de Acentuação e
o Cone Concentrador de Luz ( Snoot ) para iluminação de cabelo.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 29


Colmeias são acessórios utilizados para filtrar a luz e que usados com uma Bandeira
atuam como Luz de Acentuação ou de Fundo. O valor em Graus refere-se ao
tamanho da Colmeia.

O Beauty Dish é um Refletor com mais ou menos uns 60 a 70cm de diâmetro e que é
muito usado em fotografia de moda. Já os Rebatedores redondos servem para
preencher uma área de sombra e pode ser considerado como uma Fonte de Luz
Auxiliar e em alguns casos, também como Luz Principal.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 30


Os dois tipos de Sombrinha acima são para serem usadas como Luz Rebatida e o
outro modelo pode ser usado tanto para rebatimento como para que a Luz passe
através do tecido. Em ambos os casos, quanto mais longe estiver a fonte de luz do
tecido, mais suave será a Luz. O ângulo de colocação da Luz também influencia no
resultado da Iluminação. O correto não é apontar a Sombrinha diretamente ao
modelo e sim apontar para os lados de tal maneira que só a extremidade da Luz
atinja o modelo.

Sombrinhas e Soft Box são chamados de Modificadores da Luz, pois


transformam uma Luz dura em uma Luz Suave. Via de regra, quanto
maior, um efeito mais suave será produzido.

Com um Adaptador para Speedlight, um stand de Luz e uma Sombrinha é possível


montar um Studio em sua casa ou usar este mesmo conjunto na fotografia em
externa como Luz Principal, de Preenchimento, de Fundo ou mesmo de Cabelo.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 31


A LEI DO INVERSO DO QUADRADO

O diagrama abaixo é autoexplicativo e imagino que dispensa


detalhamento. Na verdade, este é um princípio que foi muito usado por
nós fotógrafos da velha guarda na época em que não existiam os
Flashes de reportagens de hoje com os recursos de Leitura Automática (
A ) ou do TTL.

Só era possível fotografar no modo Manual e o Flash mais popular, o


Frata 140 só dispunha de duas opções de carga: total ou meia carga.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 32


A escolha da Abertura
correta para cada foto
exigia cálculos mentais de
uma tabelinha que envolvia
algumas variáveis como
distância do Flash ao
modelo, a sensibilidade do
filme, potência da carga e
a quantidade de luz do
ambiente.

Mas trocando em miúdos,


era mais ou menos assim:
Frata 140 na meia carga
com o objeto a 3 ms em
um ambiente relativamente iluminado e a câmera carregada com um
filme de ASA 100, você usava o diafragma 5.6. Quando o objeto se
deslocava para uma distância de 6ms você abria o diagrama para 2.8,
pois a potência da luz foi reduzida em ¼ ou seja, dois diafragmas ou 4X
menos luz.

Este mesmo princípio pode ser aplicado em Estudio, mas com o auxílio
de um Fotômetro Manual para medição de Luz de Flash você se poupará
destes complicados cálculos.

No diagrama acima é possível observar as duas variações da perda da


potência da luz quando se reduz pela metade ou se dobra a distância do
flash ao objeto fotografado.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 33


DEFINIÇÃO E PAPEL DE CADA FONTE DE LUZ

Na fotografia do Retrato Clássico, é comum o uso de quatro Luzes:

 Luz Principal ou Key Light;


 Luz de Preenchimento ou Fill light;
 Luz de Fundo ou Background Light e
 Luz de Cabelo ou Hair Light (hoje de Acentuação).

As três últimas são chamadas de Luz Secundária ou Auxiliar.

Agora vejamos o papel de cada uma na criação de um Retrato.

LUZ PRINCIPAL OU KEY LIGHT

É a Luz dominante no set, também chamada de “Luz Modeladora” e que


de acordo com sua posição produz os contornos da Alta Luz e da
Sombra. O seu posicionamento também define o Padrão de Iluminação
escolhido pelo profissional.

Normalmente é uma Luz “mais dura” comparada com a Luz de


Preenchimento que sempre deverá ser mais suave. Exemplo:
sombrinhas, Softbox, luz rebatida no teto ou parede.

Refletores parabólicos, pequenas sombrinhas prateadas ou qualquer


outra fonte de luz que possa produzir brilho e reflexos são as
escolhidas como Luz Principal.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 34


LUZ DE PREENCHIMENTO OU FILL LIGHT

É uma luz colocada na altura da câmera e no lado contrário ao da Luz


Principal e que produz uma iluminação geral de todo o objeto.
Sua função é a de permitir uma correta exposição para a área de
sombra.

Como ela apenas “preenche” a área de sombra, o correto é o uso de uma


fonte de luz mais suave que pode ser tanto um Soft Box como uma
grande sombrinha branca ou outra iluminação que produza uma luz
bem suave e difusa.

LUZ DE FUNDO OU BACKGROUND LIGHT

Esta luz fica posicionada entre o modelo e o fundo ou a 45 graus do


modelo e serve para separar o objeto criando o sentido de espaço.
Refletores próprios para luz de fundo ou os angulares são os indicados
para esta função.

Na fotografia Low Key (Chave Baixa, que veremos em outro capítulo), se


for usado um Refletor Parabólico atrás do modelo e com um ângulo
mais fechado e apontado para baixo e na altura da cintura, produz um
interessante efeito degradê circular que transmite uma ilusão maior de
espaço entre o modelo e o fundo.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 35


LUZ DE CABELO OU HAIR LIGHT

Colocada acima da cabeça e com um Cone Concentrador de Luz, tem a


função de separar o cabelo do fundo e dar um brilho especial.

Cuidado deve ser tomado quando da leitura da luz, pois muito potente
pode “estourar” e “lavar” o topo da cabeça com a perda de detalhes.

Neste caso, aquela antiga regra de que menos é mais, pode ser muito
bem aplicado aqui.

Os diagramas abaixo ilustram o posicionamento de cada fonte de luz do


Estudio clássico e moderno.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 36


Se você observar com atenção hoje à noite aquelas matérias de rua do
Jornal Nacional da Rede Globo, vai notar uma iluminação parecida com
esta do Studio Moderno.

Eles usam uma Luz Principal com um Padrão de Iluminação Curta ou


Loop Light, posicionada sempre à direita ou esquerda do repórter num
ângulo de 30 graus e que normalmente é suavizada com um “screen” ou
um painel com um papel translúcido ou tecido branco na frente da Luz.

Uma segunda Luz é posicionada a 45 graus no contra luz e do lado


contrário ao da Luz Principal para dar um reflexo no rosto ou um brilho
no cabelo do repórter, separando-o do fundo.

PROPORÇÃO DE ILUMINAÇÃO

Lighting Ratio

Este termo se refere à diferença na intensidade da luz entre a Luz


Principal e a Luz de Preenchimento que controla o grau de contraste, ou
seja, a intensidade da sombra.

Se a escolha do profissional é criar um Retrato com mais suavidade e


com pouco contraste, a diferença entre as luzes será menor.

Já se a intenção é impactar com uma iluminação dramática, é só


aumentar esta diferença para se conseguir um contraste maior.

Como no exemplo do diagrama abaixo, a área de alta luz produzida


pela Luz Principal teve uma leitura de f11 enquanto a área de sombra f8.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 37


Esta diferença de um ponto recebe o nome de Proporção 1:2 numa
referência ao fato de que apenas o lado do rosto iluminado pela Luz
Principal está recebendo uma unidade de luz. Como a Luz de
Preenchimento produz uma iluminação geral do objeto, ilumina por
igual os dois lados do rosto, daí a proporção 1:2

ADVERTÊNCIA: para um
aprendizado mais eficaz
desta técnica e na rotina
de um Estudio, é
imprescindível que o
fotógrafo se utilize de um
Fotômetro Manual. Fotômetro Sekonic L-358

Além de efetuar a medição da luz dos Flashs eletrônicos, dispõe de uma


esfera difusora para medição de luz incidente que, ao ser retirado,
possibilita a leitura também de luz refletida.

Entre outras funcionalidades, faz a média de duas luzes, memoriza os


últimos settings e apresenta valores em EV (Valor de Exposição) que é a
combinação velocidade e diafragma (abertura). Este é o modelo que uso
há um bom tempo e tem correspondido minhas expectativas.

Exemplos de diferentes proporções de iluminação.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 38


Uma proporção de iluminação maior consegue-se aumentando a
diferença de iluminação das duas luzes pela redução da potência da Luz
de Preenchimento ou por um distanciamento maior do objeto
fotografado.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 39


Numa proporção aritmética, a proporção seguinte seria a de 1:16,
resultando em uma imagem ainda mais contrastada (com mais sombra).

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 40


TÉCNICA DA CHAVE ALTA E CHAVE BAIXA

High Key e Low Key

A receita de um Retrato perfeito dentro dos padrões estéticos universais


envolve alguns ingredientes, entre eles:
 Pose;
 Iluminação;
 Expressão e
 Composição.

Jamais esqueci a definição de composição fotográfica de um dos


professores do Miami Photography College: “é a disposição harmoniosa
e agradável dos elementos dentro do quadro fotográfico”.

Se você olha para uma foto e imediatamente agrada aos seus olhos e
chama sua atenção é porque ela está dentro dos parâmetros desta
definição.

E por “disposição harmoniosa e agradável...” entende-se que além da


colocação correta do objeto em um dos quatro “pontos dourados”,
existe também o uso correto de roupas no mesmo tom do fundo.

E no Retrato em externa, o controle do fundo talvez seja o elemento


mais importante para este conceito.

Assim, quando fotografamos pessoas loiras usando roupas brancas ou


claras, é desejável e ficará muito mais agradável aos olhos se usarmos
um fundo branco ou claro.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 41


A predominância dos tons claros concentrará a atenção do leitor na
parte da fotografia com cores mais vibrantes que é o tom de pele.

Imagine outra hipótese: modelo loira com roupas vermelhas e fundo


verde ou azul, por exemplo. A cena será uma verdadeira salada, com
várias cores competindo entre si e tirando a atenção do objeto principal.

Esta é a técnica denominada Chave Alta ou High Key.

O High Key transmite também uma atmosfera suave de paz, harmonia e


amor. Observe a gestante, se estivesse usando roupas escuras haveria
uma quebra desta “disposição harmoniosa e agradável”.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 42


Se na Iluminação High Key com pessoas loiras, usamos roupas brancas
ou claras, o profissional escolhe acessórios e um fundo branco, na Low
Key ou Chave Baixa, se dá exatamente o contrário.

Esta técnica é indicada para pessoas com cabelos escuros usando


roupas escuras na qual o profissional faz opção por usar um fundo
preto.

Como toda técnica de iluminação de Estudio é na realidade em si uma


técnica corretiva do Retrato, a Low Key é indicada para pessoas gordas.

Optando por uma iluminação um pouco mais contrastada, um ângulo e


altura da câmera e um Padrão de Iluminação adequado, pode-se
conseguir “afinar” a pessoa fotografada.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 43


Outro exemplo de Iluminação Low Key ou Chave Baixa

Esta não é uma foto produzida em Estudio e sim em locação no qual foi utilizado
Luz Natural de Janela como Luz Principal

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 44


A ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO

Os 5 Padrões Universais

DEFINIÇÃO

Quando o fotógrafo vai para o Estudio “retratar” uma pessoa, ele tem na
mente que “idealizará” o modelo. E entre todas as ferramentas que
usará, entre elas pose, ângulo da câmera, iluminação e a pós-produção,
em tudo isto, o mais importante é a iluminação.

E em um primeiro momento ele enfrentará um desafio: usará uma mídia


unidimensional que é o papel fotográfico, e terá que transmitir ao leitor
a ilusão de que aquele objeto é tridimensional. Isto é, tem forma,
contorno, massa e profundidade.

E para conseguir este objetivo é necessário o uso de “altas luzes” e


“sombras”, uma vez que a relação entre as duas é de grande importância
para criar aquela ilusão que citei no parágrafo anterior.

Como as áreas mais claras da fotografia tendem a se projetar e a de


sombra retroceder, então este jogo entre as duas é muito importante
para passar a ilusão de que uma pessoa não é um objeto achatado e
unidimensional.

Esta relação de alta luz e sombra, fica bem evidente neste Retrato
masculino no qual foi usado como Luz Principal um Softbox
0,90X0,90cm a direita, um tecido branco preso a um painel no lado

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 45


oposto como um rebatedor e uma Luz de Acentuação a esquerda e a 45
graus no contraluz atrás do objeto.

Como pode se observar, o posicionamento correto da Luz Principal,


produz cinco pontos de alta Luz nos seguintes locais do rosto:
 Testa;
 Embaixo dos olhos;
 Embaixo do lábio inferior
 Uma linha no nariz.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 46


Nestes 35 anos de profissão encontrei e encontro quase sempre,
profissionais que relutam em aceitar a verdade sobre a luz e a sombra
no Retrato e simplesmente continuam fotografando pessoas com uma
luz “chapada” que ao invés de valorizar, empobrece a fotografia.

Talvez esteja aqui a explicação de que nem mesmo nos mais conhecidos
cursos de fotografia do país e nos Workshops dos fotógrafos top do
mercado, não é ensinada a Iluminação Básica do Retrato.

Um procedimento que jamais nenhum Mestre


praticou: duas luzes, uma do lado da outra na
mesma intensidade. Você quer imitá-los e ser um
deles um dia? Então se fotografa assim, não
fotografe mais!

Lamentavelmente, existe o mito de que o cliente que é leigo, não gosta


de fotos com sombra. Então ao invés de educá-lo, fotografando
corretamente e depois explicar os motivos pelos quais usou sombras, a
insegurança do profissional leva-o a continuar trabalhando errado por
medo da crítica e da rejeição.

A prova maior de que o correto é fotografar com sombra seja ela pesada
ou leve, está na banca de jornal. Passe agora em uma e observe as capas
das revistas mais famosas. Agora folheie uma delas e atente para as

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 47


propagandas das grandes marcas nacionais. Em todas elas as fotos de
pessoas têm sombras.

Então quem será que está certo? Os profissionais tops do mercado


editorial ou o fotógrafo de book e reportagem social que insiste em
colocar dois flashes de Estudio um de cada lado da câmera com a
mesma intensidade de luz matando completamente as sombras?

Ao final deste livro, e depois de muita prática e muitos erros e acertos,


quando você dominar o uso correto destes cinco Padrões da Iluminação
Básica do Retrato, estará apto a criar um verdadeiro Retrato como fazem
os grandes mestres.

E então você não só saberá escolher qual o Padrão de Iluminação para


determinada estrutura facial como também decidirá com segurança,
qual Proporção de Iluminação usar para o que quer transmitir naquela
foto.

Antes de descrever cada um dos cinco padrões de Iluminação, tenho


algumas considerações a fazer.

O posicionamento e altura correto da Luz Principal é de suma


importância com a qual será produzida a Alta Luz e a Sombra definindo
assim o padrão de Iluminação escolhido.

Como ilustra o diagrama abaixo, uma maneira segura é usar a linha


imaginária do nariz como referência para a colocação da Luz. Quando se
diz que a Luz deve estar a 30 ou 45 graus é só imaginar primeiro um
círculo, depois dividi-lo no meio, 180 graus e em seguida subdividi-lo
em 90 e 45 graus.

O nariz deve estar no centro já que a continuação de sua linha é que


norteará a posição correta da luz.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 48


Quando assisto a novelas e filmes, costumo ficar atento à iluminação, já
que é a mesma da fotografia, e as vezes percebo a altura errada da Luz.

Se a sombra lateral do nariz se desloca horizontalmente e paralelo ao


lábio superior, significa que a Luz está muito baixa, na mesma altura da
cabeça.

É um erro básico e elementar que este vídeo mostra de maneira clara e


simples.

A Luz Principal deve estar sempre acima da cabeça do modelo, (foto


abaixo), de tal forma que desloque a sombra do nariz para baixo e não
lateralmente.

E conforme se distancia do modelo, deve estar cada vez mais alta.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 49


Ao longo de alguns anos de prática este procedimento se tornará
segunda natureza e passará a ser executado de forma inconsciente.

Para o Padrão de Luz Curta, a Luz Principal, um refletor parabólico mais fechado e com bandeira,
está a 30 graus a direita em relação linha do nariz e numa altura acima da cabeça.

A Luz de Preenchimento, um flash de reportagem, Yongnuo 565EX II


rebatido em uma sombrinha de tamanho médio, foi posicionado no lado
oposto ao da Luz Principal e ao lado da câmera. Para suavizar a luz, o
flash está o mais longe possível do tecido.

Em meus trabalhos, tanto em Estudio e principalmente em Externa,


gosto de usar os Speedlights (flashs de reportagem), uma vez que na
fotografia de pessoas, não se trabalha com pequenos diafragmas
(números maiores, exemplo f16 e f22) e sim com a objetiva toda aberta
ou fechada em no máximo de 1 a 2 diafragmas.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 50


Na fotografia de pessoas, é necessário que exista uma área nítida (foco)
da ponta do nariz ao início da orelha.

O restante pode render suave e fora de foco.

Desta maneira, costumo fotografar sempre com o diafragma todo


aberto ou fechado entre um a um ponto e meio, quando se trata de
apenas uma pessoa.

Se estiver fotografando um grande grupo de pessoas cuja formação


resultou em 3 ou 4 filas, é óbvio que para garantir foco em todas as
fileiras, é necessário fechar de 2 a 3 pontos dependendo da objetiva
usada.

E neste caso a sugestão aqui é que se use no mínimo Diafragma 8.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 51


LUZ BORBOLETA OU BUTTERFLY LIGHT

Diagrama da Luz Borboleta Luz Borboleta

A Luz é colocada diretamente em cima da câmera ou ligeiramente de


lado dependendo da posição da linha do nariz. Nesta foto, ela está
colocada levemente do lado direito da câmera. Por conta desta posição
frontal e de sua altura, a Luz projeta a sombra do nariz em cima do
lábio superior, que lembra a asa de uma borboleta.

É uma Luz tipicamente feminina e que foi largamente utilizada nas


décadas de 30 e 40 nos Estudios de Hollywood, daí seu nome de Luz
Paramount ou de Glamour.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 52


A Luz Borboleta é a mais apropriada para mulheres mais jovens e com
um rosto oval.

Não deve ser usada em modelos masculinos e em mulheres com rosto


redondo e achatado.

Para estrutura facial como esta, existe outro padrão de iluminação para
“afinar” o rosto, o qual veremos logo a frente com a Iluminação
Rembrandt ou a Luz Dividida.

Na foto abaixo, para diminuir o efeito da sombra projetada no pescoço,


usei como rebatedor uma chapa de isopor posicionado no colo da
modelo.

Se a opção do corte for por um close, o rebatedor poderá ser colocada


logo abaixo do busto.

A Luz Principal foi um Softbox de 0,90x0,90cm e a modelo estava a


mais ou menos 1,50 m de um fundo branco que, sem iluminação,
rendeu um cinza claro.

Um segundo rebatedor de tecido branco foi usado à esquerda da


modelo.

Observe que a Luz não foi colocada diretamente em cima da câmera e


sim à esquerda e de frente para o rosto e numa posição acima da
cabeça.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 53


Canon 60D Objetiva 100mm f2.8

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 54


LUZ CURTA, LOOP LIGHT OU BOROLETA MODIFICADA

Diagrama da Luz Curta Luz Curta ou Borboleta Modificada

Esta é a Luz mais “popular” e


usada pela maioria dos
profissionais e que além
destes dois nomes, tem o
Loop Light.

A Luz Principal ilumina completamente a porção do rosto que foi virado


na direção contrária à da câmera, ou seja, o lado do rosto que está mais
longe da câmera. Projeta a sombra do nariz lateralmente no lado do
rosto mais próximo da câmera, e deslocando-se na direção do lábio
superior.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 55


É indicada tanto para objetos femininos ou masculinos, e se usada com
uma Luz de Preenchimento bem fraca numa proporção de iluminação
1:8 onde a diferença de uma Luz para outra é de 3 pontos, resulta em
Retratos masculinos fortes e marcantes e principalmente se for usado
com a técnica do Low Key.

Nas duas fotos a seguir, usei a Luz Curta e uma Luz de Acentuação na
mesma intensidade ou l/2 ponto mais fraca que a Luz Principal, para
ajudar na criação da ilusão de massa, profundidade e
tridimensionalidade do rosto.

Posicionei uma luz de fundo com um refletor angular apontado para


baixo e mais fraco que a Luz Principal para separar o modelo do fundo
criando um sutil degradê.

O “volume” do rosto dos modelos é claramente visível.

Camera Mamya RB 67-Objetiva 180mm Canon 60D – Objetiva de 100mm f2.8


Filme Fuji NPS ASA 160

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 56


O Retrato abaixo é um exemplo de Luz Curta produzida por um
rebatedor prateado num Retrato em Externa.

Em Studio o Rebatedor pode ser uma Luz de Preenchimento, aqui em


externa uma Key Light ou Luz Principal rebatendo de volta o contra luz.

Bronica ETRS – Objetiva 150mm toda aberta – Filme Fuji NPS 160

Um exemplo típico do uso da Luz Curta ou Short Light (em inglês), é na


fotografia de políticos para o famoso “santinho”, como ilustra muito
bem meu Vídeo intitulado Retrato Com Iluminação Led

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 57


LUZ REMBRANDT

Diagrama da Luz Rembrandt Luz Rembrandt

No Retrato feminino é importante o emprego de uma Proporção de


Iluminação baixa para uma imagem mais suave e com menos contraste.
Na foto desta atriz, além do uso de uma objetiva de Retrato que
internamente eram construídas com filtros suavisadores, houve o
trabalho artesanal de retoque do negativo.

Considero esta como uma das luzes mais bonitas e dramáticas se


posicionada adequadamente e com o uso de uma Proporção de
Iluminação correta.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 58


É uma combinação da Luz Borboleta e da Luz Curta, sendo que basta
deslocar de 30 para 45 graus o posicionamento da Luz Principal para se
conseguir o efeito desejado.

O delineamento da sombra produz um triângulo no lado do rosto mais


próximo da câmera, aumentando assim o efeito de emagrecimento. É,
portanto, também uma técnica corretiva do Retrato mais apropriada
para pessoas com o rosto cheio e arredondado.

O nome Rembrandt vem do famoso pintor alemão que usava uma luz
suave de janela para pintar seus Retratos, e que influenciou de forma
definitiva os profissionais da fotografia.

É outro padrão de iluminação que junto com a Low Key (Chave Baixa) e
com o uso de uma Luz de Preenchimento fraca, produz belos e
impactantes resultados.

Nestes Retratos masculinos com a Luz Rembrandt, escolhi deixar uma


sombra mais pronunciada para um efeito mais dramático .

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 59


LUZ AMPLA OU BROAD LIGHT

Diagrama de Luz Ampla Luz Ampla ou Broad Light

Como mencionei na definição de Iluminação Básica do Retrato, a escolha


de um determinado padrão de Iluminação tem o propósito de amenizar
o efeito de algum ponto na estrutura facial, visando sempre valorizar o
retratado.

Assim, cada padrão de iluminação “melhora” a aparência geral do


modelo. E quando o profissional passa a dominar estas técnicas e a cada
ensaio fazer uma análise prévia do rosto do cliente, fotografar pessoas
passará a ser algo gratificante e prazeroso.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 60


A Luz Ampla tem uma função oposta ao da Luz Rembrandt, que é de
deixar rostos muito magros e finos parecerem mais gordos e cheios.
Sendo assim, basta que invertamos a posição da Luz Principal e bingo!
...aquele triangulozinho projetado aqui no lado do rosto mais próximo
da câmera, agora vai para o lado oposto.

O lado do rosto que virou no sentido contrário ao da câmera foi


iluminado, dando a impressão de ser mais cheio.

Sou fissurado em todo e qualquer material que vem com a palavra


Portrait (Retrato) e, literalmente, costumo devorar todos os posts em
site americanos especializado em fotografia.

Vez ou outra percebo uma má interpretação da verdadeira Luz Ampla. A


colocação incorreta da Luz Principal às vezes produz uma Luz Dividida,
que veremos em seguida e o profissional a rotula de Broad Light.

É necessário que se entenda que a Luz Ampla ou Broad Light, tem que
ter o mesmo triângulo da Luz Rembrandt, só que no lado oposto do
rosto, ou aquele que está mais longe da câmera.

Luz Principal, Flash 140w direto sem


Modificador de Luz, na ½ carga e Luz de
Preenchimento, um Softbox de 0,90X0,90cm.
Canon EOS 60D – Objetiva 100mm f2.8

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 61


LUZ DIVIDIDA OU SPLIT LIGHT

Diagrama da Luz Dividida Luz Dividida ou Split Light

A Luz Dividida ou Split Light se constitui na técnica mais eficaz para


corrigir rostos cheios e redondos. Seu efeito será ainda mais efetivo se a
pessoa vestir roupas escuras com um fundo escuro.

Esta luz, às vezes, é mal empregada por uma falta de um conhecimento


mais aprofundado de seus efeitos.

Como é uma luz específica para “emagrecer” rostos, não tem sentido
empregar uma proporção de iluminação menor que 1:4.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 62


Como na relação 1:2 a diferença de intensidade entre a Luz Principal e a
de Preenchimento é muito pequena, o efeito será pouco evidente.

Na foto da esquerda usei uma luz dura sem preenchimento. Proporção


1:16.
Já na segunda estabeleci uma proporção de 1:4 sendo que a Luz
Principal teve uma leitura de f 5.6 e a de Preenchimento f 2.8

Como a Luz de Acentuação tem o efeito de ajudar a dar ‘volume”, se


usado nesta foto, o resultado seria o de “alargar” ainda mais o rosto.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 63


LUZ DE PERFIL. UM SEXTO PADRÃO DE ILUMINAÇÃO?

Diagrama da Luz de Perfil Luz de Perfil ou Profile Light

Repare no Diagrama de Luz acima que existe uma quebra de padrão na


colocação da Luz de Preenchimento. Na Luz de Perfil, a Luz Secundária
ou de Preenchimento, fica posicionada ao lado da Luz Principal para que
a suavização da sombra ocorra de forma gradual conforme vai perdendo
sua intensidade.

Outros dois elementos novos no set são o rebatedor que está recebendo
luz das duas fontes e um painel protetor colocado à direita da câmera
que tem a função de proteger a objetiva da luz que poderá atingi-la
causando “flare” e eliminando o contraste da foto.

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Uma coisa que sempre me intrigou no Livro da Kodak, o Professional
Portrait Techniques, é que aparece nele uns três ou quatro Retratos com
esta iluminação, mas este padrão não é mencionado nem descrito.

E apesar de ser encontrado com frequência esta iluminação em


trabalhos dos grandes mestres da fotografia, ainda assim, a imensa
maioria dos atuais profissionais que disponibilizam material sobre o
assunto, omitem este padrão.

Há uns dois anos, comprei um E-book de um americano que falava só


destes cinco padrões. Como no final do livro ele se declarava aberto a
sugestões e críticas, lhe escrevi perguntando sobre a Luz de Perfil que
ele não mostrou. Nunca me respondeu.

Agora estou prestes a fazer uma revelação, que para as pessoas mais
próximas e que acompanham meu trabalho não é nenhuma novidade:
minha paixão por este Padrão de Iluminação e a maravilhosa e
dramática luz que se utiliza para criá-lo.

Tanto que em uma exposição a convite do SESC de minha cidade, que


intitulei “As noivas do Alvaro Eloy”, 100% das fotos eram de perfil.

Ficou claro que é a Luz que sou mais apaixonado. Não ficou?

A foto da noiva da capa deste EBook está aí também para comprovar


isto.

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Nestes três outros exemplos de Luz de Perfil é preciso lembrar que na
primeira e segunda foto, as modelos foram iluminadas com luz natural
de janela, mas exatamente na mesma posição da Luz Principal mostrado
no Diagrama.

A da direita, uma múltipla exposição do grande mestre Edward Steichen,


mostra um efeito comum de se fazer hoje em programas de tratamento
de imagem como o Photoshop, mas que naquela época se fazia no
próprio negativo.

Note que quando a Luz Principal está posicionada no ângulo e altura


correto e se está sendo usado um fundo escuro, temos um maravilhoso
contorno de “giz” ao longo da linha do rosto. Maravilha! Lindo!
Fantástico!

Agora, mostro fotos de minha autoria. Não tão boas quanto às dos
grandes mestres, mas não podemos esquecer que como já disse antes,
apesar dos 35 anos de profissão me vejo ainda como um aprendiz.

Considero-me no pré primário da fotografia e espero que quando


morrer sem nenhuma falsa modéstia, esteja pelo menos no Ensino
Fundamental.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 66


Ambas as fotos produzidas com uma Nikon D70 e uma objetiva Tamrom 18-200mm
Na foto da noiva recortei o fundo branco e apliquei este de uma sala. Perceba que na
colocação cuidadosa da noiva no ambiente, fiz coincidir a linha do rosto com a
cortina escura justamente para valorizar a iluminação do perfil. A posição do abajur
sugere que a noiva foi iluminada por ele. No entanto, a Luz Principal das duas fotos
foi um Softbox 0,90x0,90cm e a Luz Auxiliar um Rebatedor colocado do lado
oposto.

Diagrama de Luz usado nestas três


fotos, independente do ângulo, se
o modelo está virado para a direita
ou para a esquerda.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 67


Canon 30D – Objetiva 18-135mm. - Abertura f8-11 ou f11 – Velocidade 1/125.
Não é uma Full Frame nem tampouco a objetiva é Prime. Segredo da qualidade:
iluminação perfeita com detalhe de sombra, foco e exposição impecáveis e uso
correto da abertura.
Aplicado o Filtro Portraiture bem fraquinho com valor Softness de 2 e Warmth de 1.

Existem pequenos detalhes que às vezes passam desapercebidos para


alguns leitores. Analisando esta foto, veja quanto de direção está
envolvida e pequenas coisas que a gente aprende ao longo dos anos
com diferentes profissionais.

 O corpo deve estar em um ângulo de 45 graus em relação à


câmera;
 Não é permitido aparecer a sobrancelha e o olho do lado oposto;
 O olhar da modelo deve ser direcionado para cima e para a direita
 para centralizar a bola do olho para não aparecer muito do branco;
 O véu deve estar aberto formando uma linha diagonal para ajudar
na composição;

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 68


 O noivo deve render sub exposto e com o corpo levemente
inclinado e desfocado;
 Deve ser escolhido um diafragma que não desfoque tanto o noivo,
mas que o torne reconhecível na foto.

Ao exercitar esta Luz, preste muita atenção para a posição correta do


corpo.

Quando de frente ou de costas, o mesmo deve estar sempre num ângulo


de 45 graus em relação à câmera.

Cuidado especial também deve se ter quanto à posição da Luz Principal


em relação à câmera. Como é um contra luz, é muito fácil a luz atingir a
objetiva eliminando o contraste ou aparecendo um “flare” (reflexo de luz
na objetiva).

É aconselhável o uso de um painel de madeira ou outro material para


proteger a objetiva deste possível problema.

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Diagrama de Luz no Padrão já mostrado nas fotos anteriores. Fotografado com uma
Mamya RB67 e Filme Fuji NPS 160. Se for comparado esta foto em negativo com a
anterior da noiva, percebe-se que apesar de ter sido usado uma Câmera que não é
uma Full Frame, a qualidade já é superior ao negativo. A Canon EOS 30D foi lançada
em meados de 2005 com 8 megapixels.

“O que faz uma boa foto não é o equipamento, mas o que está a 10 cm atrás do
visor”

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 70


O MAPA DO POSICIONAMENTO DAS LUZES

Para encerrar a apresentação dos cinco, (ou seis?) Padrões de


Iluminação, seguem dois importantes guias para a colocação correta das
luzes.

Este diagrama e a foto da página seguinte.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 71


Treine! Imagine o círculo da foto aí de cima e mantendo sempre a
mesma distância, desloque a Luz Principal em qualquer sentido.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 72


O MITO DOS POSSANTES FLASHS DE ESTUDIO

Esta é a configuração ideal de um conjunto de flashs eletrônicos e


acessórios para a montagem de um Estudio que fotografará pessoas
para books ou posters.

 1 Flash de 400Ws de Potência como Luz Principal de preferência


em um Sotfbox de 0,90x0,90cm ou maior, ou uma Sombrinha
octogonal de 120cm de diâmetro;
 5 Flashs de 200Ws como Luzes Auxiliar, uma de Preenchimento,
duas para iluminar o Fundo e duas de Acentuação ou de Cabelo;
 1 ou 2 painéis brancos de madeira com rodinhas nos pés que tanto
servirão como Rebatedores como proteção para a objetiva (no caso
da Luz de Perfil) ou outras situações de contraluz;
 Os acessórios poderão ser: Bandeiras, diferentes modelos de
Refletores, Colméias e uma variedade de Rebatedor Circular;
 Rádios Transmissores/Receptores;
 Ventilador e uma Smoke Machine (Máquina de Fumaça).

Quando conheço algum Estudio com aqueles geradores e tochas com


1.000Ws ou mais de potência, dou risada por dentro. Desperdício total
de dinheiro e de energia para quem não necessitará de aberturas além
de f 8 ou f 8-11.

Em um Estudio como o descrito acima, você poderá fazer inclusive fotos


de grupos com três ou mais filas de pessoas e se algum dia tiver que
fotografar em locação e necessitar trabalhar com diafragmas mais
fechados é só aumentar o ISO.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 73


Há muito tempo uso em meu Estudio interno e em Externa, Flash de
reportagem, os Speedlight, rebatidos em sombrinha branca ou em
outros Modificadores de Luz, com grande flexibilidade, portabilidade e
com resultados satisfatórios que nada ficam a dever aos possantes
Flashs Eletrônicos de Estudio.

Inclusive, o “meu queridinho”, para externa e locação é um Flash Nikon


SB26 que deve ter uns 25 anos de uso. O fantástico é que vem embutido
nele, uma excelente foto célula que funciona muito bem até a luz do
dia.

Veja esta foto e no Diagrama, qual o equipamento usei, e entenda que


a qualidade da Luz não está na quantidade e sim na escolha correta da
fonte de luz e do modificador.

Luz Rembrandt, Canon 60D – Objetiva 100mm f 2.8 – Abertura f 5.6-8 – ISO 200

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 74


Nêste outro exemplo, a simplicidade e o despojamento do “mito dos
possantes Flashs de Estudio”, vai ainda mais longe.

Estas duas fotos de meu neto, foram produzidas com apenas uma fonte
de luz: um Speedlight Yongnuo 565EX II no modo manual, disparado
fora da câmera com 2 Radio Flashs modelo Cactus V5, com o
Lightsphere e uma sombrinha de tamanho médio. Se você está
começando agora e não tem condições de montar um Estudio como
sugerido no início deste capítulo, e já tem um Flash de reportagem,
necessitará de um investimento em torno de R$ 570,00, distribuídos
assim:

 Radio Flash Cacturs V5 - R$ 300,00;


 Kit Iluminação: Sombrinha, Stand de Luz e Suporte de Flash –
R$160,00;
 Difusor de Flash Lightsphere do Gary Fong – R$ 110,00;

Tudo cotado no Mercado Livre com a possibilidade de parcelamento no


Cartão em até 12X.

Dê este primeiro passo. Depois compre um segundo Speedlight e mais


um receptor Cactus V5 e vá progredindo aos poucos.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 75


Mas principalmente, continue a se capacitar a se educar
profissionalmente praticando muito.

Seguindo esta trilha, só existe um lugar no qual você chegará: ao


sucesso!

Luz com qualidade de Softbox


com um equipamento barato e
portátil.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 76


OS TRÊS ÂNGULOS DO ROSTO

No Retrato existem três ângulos para fotografar pessoas. Variações de


altura da câmera podem enriquecer e melhorar o Retrato, dependendo
de cada caso.

Ângulo Frontal Ângulo ¾

Ângulo de Perfil Ângulo?

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 77


O Retrato em P&B, não se encaixa em nenhum dos exemplos acima.

Não é Ângulo ¾ porque o nariz “corta” a linha do rosto e também não é


perfil porque aparece o olho e sobrancelha do lado oposto.

Já o padrão de iluminação projetado no lado do rosto mais próximo da


câmera deveria ser uma Rembrandt Light, mas também não é porque a
Luz Principal foi colocada muito alto não iluminando o olho.

A OBJETIVA CORRETA PARA O RETRATO

Aqueles que se aprofundam nesta empolgante matéria que é o estudo


do Retrato, aprendem logo de início que as fabricantes de equipamento
fotográfico, na era da fotografia analógica, costumavam ter em sua
relação de objetivas, aquelas chamadas de Retrato.

Também denominadas Soft Lens (lente suave), eram construídas


internamente com os chamados discos difusores que davam um grau de
suavidade na foto.

Utilizadas exclusivamente no Retrato Feminino, e pelo fato de serem


muito caras, logo surgiu no mercado uma variedade de Filtros
Suavisadores, que eram colocados na frente da objetiva.

O Cokin foi um dos mais famosos e populares e entregava um excelente


resultado.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 78


Já o mais caro e top de linha, que inclusive era usado pelas empresas de
Hollywood, era o Harrison & Harrison, que oferecia vários filtros com
crescentes efeitos de suavidade que ia de um até quatro.

A própria Hasselblad tinha sua linha destes filtros que recebeu o


sugestivo nome de Softar.

Assim como o Harrison & Harrison tinha o Softar 1, e cuja sequência


terminava no Softar 4.

Hoje com a tecnologia digital é possível na pós-produção utilizarmos


softwares que produzem o mesmo ou até melhor efeito que as caras
objetivas de Retrato e os Filtros Suavisadores.

Um exemplo são as duas fotos abaixo, que além do Filtro Portraiture,


lancei mão do carimbo (stamp), do Photoshop para completar o
trabalho.

Panasonic Lumix FZ200, Loop Light ou Luz Curta com luz natural, ângulo do rosto
de ¾

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 79


O mais importante de tudo, ao criar um Retrato, e se o corte for um
close ou busto, por exemplo, é saber que para evitar deformação, a
objetiva tem que ter uma potência focal duas vezes a diagonal do
sensor.

Assim em uma Full Frame cujo sensor mede 24X36mm teremos 43mm
como medida da diagonal do sensor que multiplicando por 2X, teremos
86mm.

A objetiva 85mm portanto, é a objetiva de Retrato para uma Full Frame.

Na linha Canon a objetiva top de linha de Retrato é a 85mm f 1.2 (Prime


Lens), que custa a bagatela de quase U$2.000.

Via de regra quanto mais luminosa ou mais rápida a objetiva, e


dependendo da marca, mais caras elas se tornam. Uma objetiva Leica
Summicron-S 100mm f2, por exemplo, custa U$7.000

No entanto, para quem não tem condições de pagar este valor, uma
outra opção mais em conta e também com uma excelente qualidade é a
Objetiva da Canon a 100mm f 2.8 Macro com IS (estabilizador de
imagem).

Tenho uma e confesso que a cada trabalho me surpreendo com sua


qualidade superior. Só que em minha câmera APS-C ela se torna uma
160mm, tenho que me distanciar um pouco mais para fotografar, mas
isto não me incomoda.

Outra objetiva que uso no meu dia a dia para fotografar um meio corpo
e eventualmente usar o corte chamado de busto, mas que é temerário
usá-la para fazer um close, é a 50mm f1.4 que em minha a 60D, vira
uma 78mm.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 80


Quando comecei na fotografia, fazendo meu primeiro curso básico na
década de 70, não existiam as objetivas zoom. E uma das primeiras
lições que aprendi é que precisaria de três objetivas: uma normal, uma
grande angular e uma tele objetiva.

E foi assim que quando em 1979 saí para uma viagem de moto 125cc de
São Paulo a Manaus-AM, em minha bagagem estava o corpo de uma
Pentax Spotmatic, uma 50mm, uma 28mm e uma 135mm.

Cada uma delas tinha uma finalidade específica. A 50 mm para assuntos


gerais, fotos de pessoas de corpo inteiro ou pequenos grupos. A 28 mm
para fotografar grandes grupos e paisagens e a 135 mm para fotografar
pôr de sol, pessoas em meio corpo, busto ou mesmo um close.

E a grande vantagem da 135mm era poder registrar a distância, pessoas


de forma natural em alguma atividade sem que percebessem que
estavam sendo fotografadas. Além do mais, quando se faz closes, os
modelos são registrados sem a distorção de perspectiva (deformação)
que podem causar uma objetiva normal ou a grande angular.

TÉCNICAS CORRETIVA DO RETRATO

Por entender que poderá ser de grande valia para quem adquiriu este E-
book e está seriamente interessado em dominar as técnicas aqui
apresentadas, transcrevo traduzido a página 60 do livro da Kodak
PROFESSIONAL PORTRAIT TECHNIQUES intitulado CORRECTIVE
TECHNIQUES (Técnicas Corretivas).

“O bem sucedido fotógrafo de Retrato entende que seu objetivo


principal é obter as características de semelhança de seus objetos. E ao

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 81


mesmo tempo ele tem que temperar realidade com uma ótima aparência
do fotografado. E o Retratista consegue isto com a combinação
criteriosa de pose, iluminação e a escolha apropriada do ângulo da
câmera. Apesar de cada situação no Retrato ser diferente uma da outra,
as sugestões que se seguem para tratamento corretivo, são geralmente
as mais aceitas. Use-as com moderação e cuidado para não extrapolar
no entusiasmo.”

Dificuldade Tratamento Sugerido


_________________________________________________________________________________
Testa Acentuada Levantar o queixo
Abaixar a posição da câmera
______________________________________________________________________
Nariz Comprido Levantar o queixo
Olhar diretamente para a objetiva
Abaixar a Luz Principal
Abaixar a altura da câmera
______________________________________________________________________
Queixo Muito Fino Levantar o queixo
______________________________________________________________________
Calvície Abaixe a altura da câmera
Use proteção para não iluminar a
cabeça
Não use Luz de Cabelo
Faça fusão da cabeça com o tom do
fundo
______________________________________________________________________
Nariz Angular Minimize o efeito fotografando de frente
______________________________________________________________________
Rosto Cheio (Redondo) Fotografe de cima
Use Luz Curta ou Dividida
Vire o rosto para a posição de ¾

_______________________________________________________________

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 82


Rosto Fino Fotografe de baixo
Use Luz Ampla
______________________________________________________________________
Rosto Enrugado Use Luz Suave e Difusa
Abaixe a Luz Principal
Use um angulo de ¾
______________________________________________________________________
Queixo Duplo Levante a Luz Principal
Levante a cabeça
Fotografe de cima
______________________________________________________________________
Defeito Facial Mantenha no lado sombreado
______________________________________________________________________
Orelhas Grande Esconda a mais longe atrás da cabeça
Mantenha a mais perto na sombra
Considere fotografar em Perfil
______________________________________________________________________
Óculos Incline-os para baixo levantando a
sombrancelha
Coloque a Luz de Preenchimento mais
lateral
Peça para inclinar a cabeça para cima
ou para
Baixo
Use uma fonte de luz pequena e
retoque os
reflexos na pós produção
______________________________________________________________________
Olhos Grandes Peça para olhar para baixo
______________________________________________________________________
Pessoas Gordas Escolha a Luz Rembrandt
Use a Técnica do Low Key (Chave Baixa)
Peça para usar roupas escuras
Aplique uma vinheta escura e
faça a fusão do corpo com o tom do fundo

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 83


GALERIA DE FOTOS

Nesta Galeria você perceberá a importância do conhecimento da


Iluminação Básica do Retrato. Uma vez aprendida, poderá ser replicada
em uma variedade de diferentes situações na reportagem ou na
fotografia de pessoas em Estudio, Externa ou Locação.

Use o recurso de zoom para aumentar o tamanho das fotos para melhor
avaliar o efeito da iluminação

Em foto de políticos sempre procuro interagir um pouco mais com os


modelos, pois um dos fatores que venderá a “imagem” deles é a
expressão. O olhar tem que ser direto na objetiva e a iluminação deve
ser cuidadosamente montada, de tal maneira que seja simples e com

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 84


uma sombra mais fraca. O padrão de iluminação aqui, definitivamente
tem que ser o de Luz Curta. As duas Luzes de Acentuação e o leve
degrade no centro do fundo, fez com que a foto fugisse da mesmice
que impera nesta época.

Em fotos para Galerias, deve-se manter o padrão do Retrato dos


políticos mostrados lá encima. Aqui neste Retrato de um Escritor, diria
que pequei ao usar a Luz de Acentuação um pouco mais forte do que
deveria.

Já no Retrato de minha esposa com meu filho, como os ângulos dos


rostos não coincidem, foi produzido dois padrões diferentes de
Iluminação. Rembrandt Light na mãe e Luz Dividida no bebê.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 85


Ao fotografar noivas, deve-
se dedicar um tempo maior
conferindo os detalhes de
composição, usando a
linha do véu para criar uma
linha diagonal e um
triângulo. Uma conversa
com a modelo é essencial
para capturar uma
expressão suave e delicada.

O Padrão de Iluminação é o Perfil (Profile Light)

Fotografando em externa,
quando se usa uma fonte de
luz contínua como a
Iluminação de Led nesta foto,
fica fácil controlar a altura e o
posicionamento correto da
luz, pois a visualização da
sombra é nítida e além do
mais ajudará na focagem.

Padrão foi o de Luz Curta.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 86


Quando o profissional desenvolve a capacidade de “enxergar a Luz e sua
direção”, fica fácil posicionar o modelo em relação a Luz. A noiva foi
deslocada para o outro lado do banco trazeiro e seu rosto
cuidadosamente posicionado na direção correta. Na foto da direita, a
experiência e o resultado de muitos exercícios, permitiram a colocação
correta de um Speedlight com uma sombrinha difusora a direita da
câmera resultando Luz Curta um pouco alongada e quase uma
Rembrandt Light.

A colocação correta do
objeto dentro do
quadro fotográfico em
um dos Quatro Pontos
Dourados, não traz
apenas harmonia ao
conjunto, mas
movimento e também
direciona o olhar para o
assunto. Como
estávamos próximo à
entrada de um galpão, a pose foi construída para que o rosto fosse
virado em direção de uma belíssima luz suave e difusa.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 87


Ao pedir que
a noiva
descansasse
o peso de seu
corpo na
perna
esquerda, seu
quadril foi
projetado,
produzindo
uma elegante
curva
lembrando
um S. A
simplicidade
da pose e a
expressão
natural fizeram desta foto uma forte candidata para ilustrar qualquer
revista de Noivas. Novamente a Luz Curta foi usada. Bonita e fácil de
fazer.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 88


A Luz Principal desta
foto foi um Flash
Canon 580EXII no
modo manual com ¼
de carga e disparado
através do tecido
branco de uma
sombrinha. Aqui é
onde a experiência
faz toda a diferença
e os meninos são separados dos adultos. A altura e a posição do Flash
sem uma luz guia é crucial e muito difícil de acertar. Aconselho a prática
de brincar com o deslocamento de um flash de Estudio com uma luz
guia dura e bem forte e a observação da altura e do ângulo. O domínio
que tenho hoje é resultado de várias tentativas com inúmeros erros.
Pratique! Se eu consegui, você também consegue. Luz de Perfil.

Como comentei na foto número 3 de


minha esposa com meu filho, aqui
também existe um padrão de luz
diferente em cada rosto: Luz Ampla
no rosto dela e uma leve Luz Curta
no rosto dele. Flash Canon 580EX II
com uma sombrinha e a luz
atravessando o tecido branco.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 89


O entusiasmo de começar em uma
nova profissão sem a devida
capacitação, às vezes leva o
iniciante a desperdiçar dinheiro
em caríssimos e possantes Flashs
de Estudios de 600, 800 e 1000
watts. Se alguém vai trabalhar
fazendo books, não fotografará
com diafragmas acima de f8 e sim
fechado em um ou dois pontos no
máximo. Neste Estudio
improvisado em locação, utilizei
um Flash Canon 580EX II rebatido
em uma sombrinha branca, um
antigo Flash Nikon SB26, um
rebatedor branco e um fundo
pintado com cores neutras.

Nesta fotografia em High Key (Chave Alta) a


família foi orientada a se vestir de branco.
Duas luzes laterais iluminaram o fundo
com um ponto mais forte que a Luz
Principal para o efeito de cinza clarinho. A
construção de triângulos com as cabeças
quebra a monotonia e dá movimento e
ritmo a foto. Assinalei dois em vermelho,
mas existem mais.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 90


Outra maneira de valorizar
uma foto de grupo, ao invés
da colocação das cabeças no
mesmo plano, é fazer uma
linha diagonal com elas. De
nada adiantaria este detalhe
se outros fatores não fossem
tão importantes como a
pose, as expressões e as
roupas em harmonia com o
fundo.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 91


Nesta foto a Luz Principal é um antigo Flash Metz CT-45 que foi
disparado através do tecido branco de uma sombrinha de tamanho
médio a esquerda da família. Fiz a escolha de uma velocidade um pouco
menor para obter este resultado de um leve High Key. A luz de fim de
tarde deu um efeito dourado nos cabelos.

A construção da pose com as cabeças em níveis diferentes produziu três


triângulos. Descubra-os!

Nesta Luz Curta usei como Luz de Cabelo no


contra luz, dois refletores com um papel
celofane, um na cor verde a esquerda e no
outro lado, um amarelo. Sempre é aconselhável
usar o celofane na cor da roupa ou do fundo
para que as cores combinem e a luz mais fraca
ou na mesma intensidade que a Principal.

O Padrão de Iluminação é o de Luz Curta.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 92


Como vimos na técnica do High
Key, normalmente pessoas
loiras usando roupas
brancas ou claras ficam em
harmonia com um fundo
todo branco. Como a cliente
apareceu com esta roupa preta,
optei por um fundo
preto ao invés de um neutro.
Observe que para se conseguir
uma Iluminação Borboleta como
esta, a Luz Principal foi
colocada a esquerda da câmera,
mais ou menos a 30 graus. Uma Luz Auxiliar a 45 graus à direita e no
contra luz, atuou como Luz de Acentuação e Recorte. Tanto esta como a
foto anterior, foram tiradas em um Estudio itinerante e improvisado em
um salão paroquial.

Nesta foto de minha


filha com meu neto e
o pai, usei bem
fraquinho, um
celofane na cor âmbar
em uma Luz de Cabelo
que estava a mais ou
menos 2,50ms de
altura e no contra luz.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 93


Nestas duas fotos premiadas no Concurso Bunkyo da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, a
primeira com Menção Honrosa em l985 e a segunda um Terceiro Lugar em 1987, minha expertise na
Iluminação de Studio foi um diferencial. Em ambas as fotos, foram usados uma Mamya RB67 e filme
Fuji NPH 400 em uma, e o NPS 160 em outra.

Menção Honrosa no Concurso Fotografia de Casamento da


Fuji em 2003. Conhecimento de Iluminação Básica do Retrato
aplicado no Ensaio em Externa.
Menção Honrosa Concurso Fotografia de
Casamento da Kodak em 2006, agora já
na Fotografia Digital. Nikon D70 e dois
Speedlights.

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 94


PALAVRAS FINAIS

Em 1987 quando participei do Wedding Photographers International, em


Las Vegas-EUA, em uma palestra do Charles Lewis, um dos expoentes
em Portrait naquela época, ouvi uma frase que jamais esqueci: “A
realização completa de um fotógrafo profissional envolve três fatores: a
realização pessoal, isto é, ele está satisfeito com sua produção, a
realização financeira e o reconhecimento de seus pares”.

Espero e desejo sinceramente que este livro possa contribuir para que
você atinja esta realização plena.

Muito obrigado, bons cliques, boa sorte e sucesso em excesso!

Meus contatos:

alvaro_eloy@hotmail.com

Skype: alvaro.eloy

Whats App (43) 99903-2082

facebook.com/alvaroeloyfotografia

Proibido reprodução total ou parcial.

Direitos reservados Alvaro Eloy Gonçalves – Revisado em 2017

ILUMINAÇÃO BÁSICA DO RETRATO - ALVARO ELOY 95

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