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Redescobrindo os carismas
Pá gina 1
Carismas e Dons
Para entendermos um pouco mais sobre carisma, uma palavra tão utilizada nos
últimos tempos na Igreja, precisamos recordar sobre os dons, aprendidos por todos nós
no período em que fomos catequizados.
1. Dom da Sabedoria;
2. Dom da Inteligência;
3. Dom do Conselho;
4. Dom de Fortaleza;
5. Dom de Ciência;
6. Dom do Temor de Deus;
7. Dom da Piedade.
Estes nos ajudam em nossa caminhada rumo à santidade pessoal, nos capacita
para a vida com Deus, são graças dadas a nós para obedecermos facilmente e
voluntariamente a Deus.
Carismas
São Paulo lista nove carismas (dons) em sua primeira carta aos Coríntios 12,4-11:
1. Palavra de Sabedoria;
2. Palavra de Ciência;
3. Carisma da Fé;
4. Carisma de Cura;
5. Carisma de Milagres;
6. Palavra de Profecia;
7. Discernimento dos Espíritos;
8. Carisma das Línguas;
9. Interpretação das Línguas.
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Isto não quer dizer que só existiam estes dons. Ex.: A clarividência (visão clara) era
o carisma mais usado entre os primeiros fiéis, contudo Paulo nem sequer cita este dom
em sua lista. Aqui nos deteremos somente nestes citados acima.
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1. Carisma da Fé:
Uma diferença
É o dom carismático pelo qual experimentamos a ação de Deus aqui e agora. Por
esse dom cremos e sentimos uma convicção interior e vemos a ação de Deus
imediatamente.
Como funciona?
É assim que funciona a Fé Carismática: eu creio, vem a mim uma certeza, uma convicção
muito grande que Deus irá agir naquele momento e então tomo uma atitude para que a
graça aconteça.
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Testemunho
Todos que possuem fé doutrinal (teologal), fé confiante e desejo que Deus realize
seus prodigios.
Seus sinais
Levar todos a rezarem por uma situação pessoal, algo que para eles seja difícil
resolver em suas vidas, ou uma situação comunitária vivenciada no momento.
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2. Variedade das Línguas:
Este dom teve pouca duração na Igreja Primitiva. Lemos em Atos 2, 1 que os
discípulos estavam reunidos orando logo após a ordem de Jesus para que esperassem em
Jerusalém o cumprimento da promessa do Pai (Atos 1, 4), o Batismo no Espírito Santo.
A Palavra diz que todos estavam no mesmo lugar inclusive Maria a mãe de Jesus
(Atos 1,14), houve então no dia de pentecostes um vento impetuoso que encheu toda a
casa onde estavam sentados, uma língua de fogo se repartiu e repousou sobre cada um
deles, então começaram a falar em outras línguas conforme a ação do Espírito Santo. Esta
manifestação foi a Variedade das línguas.
● Oração;
● Louvor;
● Intercessão;
● Auxílio para os outros dons;
● Intimidade pessoal com Deus;
● Abertura para os outros dons.
Por muitas vezes pensamos que quem ora em línguas não tem mérito nenhum,
esse dom fica, praticamente, como que invisível diante dos outros, e realmente ele é o
menor dos dons (Icor 14,5b) isso não significa menos importante, ele é a porta pela qual
nos fazemos mais abertos aos outros carismas. Muitas pessoas (sobretudo as intelectuais,
movidas mais pela razão) têm dificuldades com o dom de línguas e até duvidam de sua
autenticidade, porque esse dom desafia a nossa compreensão por ser naturalmente
complexo, por isso ao nos abrirmos a esse dom nos tornamos automaticamente mais
sensíveis aos outros carismas.
O dom das línguas exige de nós fé e simplicidade. Não é a nossa inteligência que
entra em ação e sim as palavras do Espírito Santo, as palavras são desconhecidas a nós,
no entanto o Espírito Santo as entende.
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● Glossolalia (Orar em línguas e cantar em línguas)
● Júbilo (estado profundo de adoração)
● Falar em lí nonguas (mensagem);
● Xenoglossia (faculdade de falar outro idioma sem nunca tê-lo
aprendido antes).
● Falar em Línguas ( mensagem profética)
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No dom de línguas é o Espírito quem ora em nós, sem complicações e sem mágica,
não entramos em transe, por isso é preciso ter fé e humildade para recebermos o dom
(Rm 8,26). O Espírito quem ora, mas ele precisa do nosso auxílio, você se dispor de sua
boca, suas cordas vocais, sua língua. As palavras vêm sem sentido; como uma criança que
está começando a falar, é preciso que você se entregue para que o dom se manifeste.
Geralmente nos primeiros momentos de contato com o dom são poucas as palavras que
nos vêm, depois vão surgindo outras conforme a abertura de cada um para o dom.
Todas as pessoas que estiverem abertas a ação do Espírito Santo (Atos 2,39).
Seus sinais
Podemos usá-lo todas as vezes que sentirmos vontade, pois o dom está submisso
a cada um de nós, contudo precisamos ter cautela e discernimento, devido muitos ainda
não estarem familiarizados com este dom, podemos acabar por escandalizar o mesmo.
Usemos o dom em nossa oração pessoal, nos grupos de oração, em missas apropriadas,
em encontros que a espiritualidade se conforme aos carismas, sempre com
discernimento ou nossa oração não produzirá frutos.
Reze individualmente por cada um pedindo o dom das línguas. Vá dizendo a eles para
rezarem sem medo com você, e não diga a eles para repetirem o que você reza, muitos
se fecham quando usamos essa dinâmica; e, de fato, a oração em línguas não é uma
repetição do que o outro ora. Depois exercite com eles orando, cantado e deixando a
moção do Espírito Santo os conduzir.
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...a outro, por fim, a interpretação das línguas... (I Cor 12, 10c)
Fazer com que a assembléia orante se edifique e não se perca e nem se confunda
na mensagem do Senhor.
São Paulo fala que maior é quem profetiza do que quem fala em línguas, a não ser
que este as interprete (I Cor 14,5b). A fala em liguas como já vimos não é uma oração e
sim uma mensagem não vernácula e por isso precisa de interpretação. A assembleia
precisa entender o que Deus está dizendo, diferentemente da oração em línguas, canto
em línguas que não precisa de intérprete, pois é uma oração entre nós e o Senhor.
Contudo, Deus pode querer que seja interpretado alguma oração, algum canto e por isso
a importância de estarmos sempre abertos.
Como funciona?
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alta e clara; se outra pessoa receber a mesma interpretação, com a mesma fala, não precisa
repetir, diga apenas: EU CONFIRMO. Se for outra mensagem você pode proclamar e
deixe que a assembleia confirme ou não. (I Cor 14,27) (Na oficina deixe todos serem
usados pra que se aprenda)
Se depois de uma fala em línguas não houver quem interprete todos façam silêncio
e falem consigo e com Deus. (I Cor 14, 27-28)
Seus sinais
Devemos usar o dom da interpretação todas as vezes que a fala em línguas for
manifestada e também quando houver um canto ou uma oração em línguas que o Senhor
queira que seja esclarecida à assembleia. Você perceberá a unção se esse momento
acontecer.
São Paulo não despreza o dom de línguas, mas fala claramente da importância de
pedirmos com insistência o dom de interpretá-las (I Cor 14, 13), muitas vezes não damos a
importância necessária para esse carisma; precisamos redobrar a oração para possuirmos
também esse dom.
Como vimos, precisamos deste para que a fala em línguas fique clara para nós, se
não houver quem a interprete a mensagem se perderá. No entanto podemos estar nos
perguntando, por que o Espírito nos fala em línguas se poderia nos falar em nossa língua
convencional usando apenas a palavra de profecia?
Lembremos sempre que Ele não é um Espírito de confusão, não quer nos deixar
confusos diante de nossa espiritualidade e sim realizar esses feitos exatamente para que a
nossa fé seja restaurada e para que a glória de Deus se manifeste. É mais uma forma de
demonstrar seu poder e presença para que creiamos. (I cor 14,22)
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... A outro, uma palavra de ciência, por esse mesmo Espírito. (I Cor 12,8)
Diferenças
É o dom pelo qual entendemos as coisas da maneira como realmente elas são.
Através deste dom, Deus comunica informações que são impossíveis de se adquirir
humanamente, pelo conhecimento natural ou pela razão.
A palavra de ciência tem por finalidade descobrir a raiz do mal que nos aflige, quer
seja espiritual, físico e/ou emocional, para que a pessoa experimente a cura e a
libertação, isto é, a palavra de ciência tem por finalidade levar à cura, à conversão, à
libertação, à salvação ao homem por inteiro, em todas as suas dimensões. Ela revela o
que já houve e o que está acontecendo na história da pessoa.
Como Funciona?
Pá gina 11
A Palavra de Ciência funciona assim: vem uma palavra, uma imagem ou um
sentimento, e mesmo que este não tenha significado para você (e é bom que não tenha,
pois a revelação é para a pessoa pela qual estamos rezando), você a entrega. Se estiver
rezando por alguém individualmente, chegue próximo ao seu ouvido e transmita a
palavra de ciência, peça que ela confirme; confirmada a palavra reze pela cura desta
pessoa. Se for a uma assembleia reunida entregue a palavra para todos, aquele sobre
quem Deus estiver revelando entenderão que a palavra de ciência é para eles.
Ela é manifestada através de uma palavra propriamente dita, de uma visualização,
um sentimento, uma percepção ou moção interior.
Seus sinais
Peça para as pessoas ficarem de dois a dois sendo que uma ora e outra recebe a
oração. Reza-se primeiro em vernáculo, depois em línguas, em seguida seja feito um
breve silêncio. Deixe que a palavra de ciência seja liberada, peça para cada uma entregar
o que recebeu de Deus para a pessoa pela qual estava rezando, por fim peça para as
pessoas que receberam a oração confirmarem ou não a palavra de ciência que lhes foram
entregue. (claro se elas quiserem).
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... a um é dada pelo Espírito uma palavra de sabedoria... (I Cor 12, 8)
É um dom carismático pelo qual o Espírito Santo inspira o homem sobre como
deve ser o seu comportamento em cada situação, em cada fato ou problema; faz-nos
conhecer as verdades que antes não conhecíamos.
A palavra de sabedoria é o saber pôr em prática a palavra de ciência, isto é,
consiste em saber o que fazer da informação recebida na palavra de ciência. A palavra de
Sabedoria é a revelação da solução de um problema, não a origem e sim a solução, como
já vimos anteriormente, a origem do problema é revelada pela palavra de ciência.
Para orientar, segundo Deus, a nossa vida, a vida dos irmãos e da comunidade,
levando-nos a dar um sentido novo na nossa história pessoal diante das situações
vivenciadas.
Como funciona?
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A palavra de sabedoria é também usada em pregação, aconselhamento, etc,
segundo a sabedoria de Deus.
Todos os que crêem na ação do Espírito Santo, que estejam dóceis, confiantes,
atentos para escutarem as moções de Deus.
Seus sinais?
É bom lembrarmos que os sinais nos são dados quando estamos iniciando a
experiência com os carismas, depois disso nos são tirados e precisamos então usar os
dons com fé e abandono nas mãos do Espírito Santo.
Os sinais da palavra de sabedoria são a unção e uma certeza interior muito grande
da verdade no que está sendo revelado.
Em qualquer situação que o Espírito nos permitir. Se o dom de línguas precisa ser
usado com cautela, pois muitos ainda não têm conhecimento do mesmo, a palavra de
sabedoria é um pouco diferente, em uma conversa com alguém podemos usar o dom,
afinal não é necessário que digamos a ela que isso é palavra de sabedoria, podemos
orientá-la sem que ela tenha a percepção de que estamos usando o dom, ou em uma
pregação, e, é claro, com mais propriedade quando estivermos com uma assembleia e
pessoas com experiência dos carismas.
5. Carisma de Cura
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...a outro, a graça de curar as doenças, no mesmo Espírito... (I Cor 12,9b)
Deus em sua infinita misericórdia não se esquece dos seus filhos que padecem nas
enfermidades, tanto do corpo quanto do espírito. Deus não deseja para nós a doença, a
experiência dolorosa dos traumas ou a nossa separação do seu infinito amor, isso são
frutos, consequências do nosso pecado: “Porque o salário do pecado é a morte, enquanto
que o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6, 23).
Também podemos entender a enfermidade e os sofrimentos como sinais para a
nossa própria conversão e santificação. Porém aqui queremos partilhar não dos porquês
das enfermidades, mas sim da graça de sermos curados pelo carisma de cura.
Carisma de cura é o dom pelo qual Deus intervém curando uma enfermidade
biológica, psicológica e espiritual de uma pessoa. Para entendermos melhor como o
carisma de cura age precisamos entender que o homem é formado de corpo (nível
biológico) mente (psicológico), e espírito (relacionamento com Deus).
Quando somos acometidos por uma enfermidade como dor de cabeça, inflamação
da garganta, problemas de estômago, isto é, tudo que atinge o nosso corpo, estamos
falando de enfermidades físicas (biológico); se estamos presos a traumas, depressões,
inseguranças, rejeições, medos ,estamos falando de enfermidades interiores que atingem
o nosso psíquico, os nossos sentimentos, emoções nossa história pessoal de vida
(psicológico); se os nossos problemas são a perda de sentido da vida, a falta de fé em
Deus, a indiferença religiosa, males como contaminação, opressão, possessão, etc.
estamos falando de enfermidades espirituais (espiritual).
Pelo carisma de cura a pessoa é libertada de todos esses males.
Manifestar o amor de Deus e sua compaixão pelos seus filhos. Quando a cura não
acontece, Deus também está manifestando o seu amor, pois sabe o que realmente
precisamos para a nossa própria salvação.
Como funciona?
Alguns costumam dizer que existe o dom de cura física, o de cura interior e o de
libertação, contudo se tomamos a Palavra em I Coríntios 12 lemos assim: “a outros, a
graça de curar as doenças”, fica claro que as doenças são muitas, mas o carisma de cura é
apenas um, isto é, quem tem o dom de cura tanto ora pela enfermidade física como pela
interior e/ou espiritual, não existe separação do dom de cura ( dom de cura física, dom de
cura interior, dom de libertação. O que geralmente acontece é que a pessoa que recebe o
carisma de cura acaba por se tornar mais dóceis somente em uma dimensão do carisma.
Acabamos por não fortalecer tudo o que o dom nos oferece.
Costumamos confundir também a palavra de ciência e sabedoria com o carisma de
cura, estes irão auxiliar o carisma da cura, a pessoa pode ser dotado de palavras de
ciência e não possuir o carisma de cura. A palavra de ciência e sabedoria libera a cura,
mas não é o carisma de cura, usamos muito o carisma de palavra de ciência e sabedoria
na oração de cura interior e assim a cura é liberada.
Observe, quando alguém que possui o dom de cura está orando por uma cura
interior, entregando palavras de ciência acaba por ter mais unção do que quem entrega
as palavras de ciência sem possuir o dom.
Pá gina 15
Pois nem todo que possui carisma de ciência e sabedoria possui carisma de cura,
mas todo aquele que possui o carisma de cura e queira usa-lo em sua máxima
potencialidade necessita ter o carisma de ciência e sabedoria.
Quem possui o carisma de cura, geralmente, reza pelas pessoas e estas são curada
imediatamente pelo toque das mãos do ministro de cura, pela escuta, pela oração do pai
nosso, por alguém que toca em suas vestes, pela oração espontânea, pela sua presença
etc.
Ao atender uma pessoa individualmente procure se preparar com a leitura da
Palavra, jejum, oração, confissão etc. (Mt 17,21). Que sejam dois servos a orarem pela
pessoa, uma ore em vernáculo enquanto a outra ora suavemente em línguas, revezando
entre si; a pessoa que está recebendo a oração permaneça em silêncio e atenta ao que
Deus está realizando. Descubra qual a causa de sua enfermidade, se biológica (física),
psicológica (interior) ou espiritual isso você irá descobrir pela palavra de ciência, pela
sabedoria e pelo discernimento dos espíritos através de um diálogo estabelecido com a
pessoa. Faça uma oração de perdão (muitas enfermidades físicas têm sua raiz na falta de
perdão, nas mágoas e ressentimentos guardados no coração e nas lembranças); se for
cura física, reze pedindo a cura dos males do corpo; se for cura interior, vá com calma e
sigilo rezando e apresentando os fatos que Deus lhes mostrar.. Mais não se limite ou
engesse a graça, ao rezar peal cura interior de alguém se deixe ser usado livremente, a
formula acima é apenas para ajudar - nos a iniciar no uso do carisma (Lembre-se de
guardar sigilo das orações feitas pelas pessoas individualmente); se for uma libertação
que a pessoa necessite, faça oração de quebra de jugo hereditário, oração de quebra de
maldição, oração de renúncia, sempre peça que essa pessoa se confesse. Em alguns
casos, só com a intervenção de um padre a libertação poderá ser feita, também os casos
de possessão (que são raros), só com o padre exorcista designado pela Igreja local.
Se estiver rezando por uma assembleia pedindo a cura, seja ela física ,interior ou
espiritual, é bom também que não estejas ministrando a oração sozinha, procure ter pelo
menos uma pessoas intercedendo por você, ministrar a oração sempre na ordem do
Espírito e com discernimento deixando a ação poderosa de Deus agir livremente. E
sempre, sempre louvar e agradecer a Deus depois de uma oração realizada, tendo
recebido a cura ou não.
Observação: Na comunidade Nova Aliança por portarmos um Carisma que possui
uma espiritualidade filial que colabora com as almas para que possam se descobrir ou
redescobrir como filhos amados de Deus Pai, vivemos intensamente os dons, sobretudo
os de cura, palavra de ciência e sabedoria que se manifestam não só pela palavra
propriamente revelada, mas esta mesma se desdobra em várias outras palavras de
conhecimento que dão um sentido mais amplo para os fatos da historia pessoal de vida
de cada um. Assim gestos como abraço e acolhimento, espontaneidade e generosidade
própria do Carisma Nova Aliança contribuem para a eficácia do fruto dos dons
ministrados.
Pá gina 16
Todos. Mais é preciso buscar sentir amor e compaixão pelos irmãos que padecem
de enfermidades.
Seus sinais
Impor as mãos nos que estejam doentes entre os participantes e orarem pedindo
a cura, ou então para os parentes que estiverem em casa enfermos. É bom também que
se ministre cura interior nos participantes depois deste momento, assim estarão mais
abertos para os carismas.
6. Palavra de Profecia
Pá gina 17
...a outro, a profecia... (I Cor 12,10)
Desde o antigo testamento, Deus se comunicava com o seu povo (Hb 1,1) e nunca
o deixou desamparado diante de sua história de salvação. Deus, sobretudo, falava ao
homem através dos profetas que por muitas vezes não eram bem aceitos, como no caso
do profeta Jeremias.
São Paulo no Novo Testamento continua incentivando os fiéis a pedirem o carisma
de profecia: “Aspirai aos dons espirituais; mas, sobretudo, ao de profecia” (I Cor 14, 1), e
ele continua a dizer: “meu desejo é que profetizeis” (I Cor 14, 5).
O profeta é aquele que fala em nome de Deus, que traz a mensagem de Deus.
Todavia se o profeta é o que transmite a mensagem, o que é a palavra de profecia?
É um dom carismático de revelação pelo qual Deus transmite sua mensagem; isto
é, a palavra de Profecia é uma mensagem de Deus para os fiéis, que nunca contradiz as
Sagradas Escritura, os dogmas e o magistério da igreja
Diferença
● Não profecia: Passagens bíblicas, frases piedosas que lhes venham mesmo que
no momento de oração, profecias já proclamadas como: “Acontecerá nos
últimos dias, é Deus quem fala: derramarei meu Espírito sobre todo ser vivo...”
(Joel 3,1-5); Eis que estou a porta e bato( Ap 3,20) o senhor é meu pastor e
nada me faltara ( SL 22) ou ainda frases bonitas, mas sem sentido e sem
raciocínio lógico, isso não é o carisma de palavra de profecia. Reconhecemos
esta pela falta de unção e o vazio que, geralmente, fica na oração depois de
uma proclamação de uma não profecia.
● Falsa profecia: é uma mensagem diabólica, isto é, mensagem provinda do
inimigo para confundir a assembleia, acontece, geralmente, através de pessoas
que frequentaram o espiritismo e ainda não foram libertas e continuam
contaminadas. Detectamos a falsa profecia pelo mal estar, ambiente pesado e
pelas palavras que são contrárias ao que acreditamos. Ex.: Uma assembleia
estava reunida e uma pessoa proclamou uma mensagem assim: “O meu povo
tem memória curta, como eu sendo um Deus tão grande posso ficar num
pedaço de pão tão pequeno”. Chamou a assembleia de burra e tentou fazê-la
desacreditar na Santa Eucaristia. Quando acontecer a falsa profecia que é rara,
comecem a cantar músicas animadas de louvores para desviar a atenção da
falsa palavra de profecia. Reconhecemos esta pela sensação de mal estar e
ambiente pesado e sem paz
● Adivinhação do futuro: Não é uma manifestação da profecia, pois o que Deus
revela é atual, mesmo que Deus faça uma revelação do futuro é para nos
orientar e direcionar nosso caminho e não como adivinhação para nos causar
medo ou como antecipação dos acontecimentos.
Pá gina 18
A profecia tem a finalidade de edificar, exortar, e consolar. (I Cor 14,3)
Exemplos:
● Profecia de edificação: Filhos estou com vocês, não desanimem, pois eu
sou o vosso Deus e estou convosco, nada irá os deter, permaneçam em
mim.
● Profecia de exortação: Eu sou o vosso Deus e vos amo, mas quero que
voltem ao caminho, vocês têm tentado andar sozinhos, mas sem meu
auxílio não irão conseguir, se voltem a mim.
● Profecia de consolação: Meus amados, não os deixo só, quero lhes curar e
os tomo no meu colo, amo-vos e toco as vossas feridas, Eu estou aqui e
não os abandono.
Lembremos que, mesmo quando Deus nos exorta, Ele nunca humilha os seus filhos.
Como funciona?
Todos os que crêem na profecia como um carisma do Espírito Santo, que confiam
na sagrada escritura e estejam abertos ao carisma. (I Cor 14, 31)
Seus Sinais:
Pá gina 19
Unção, sensação de que Deus quer falar, palpitação como se o coração quisesse
sair pela boca, garganta seca, calor pelo corpo, sensação de boca e lábios inchandos, ou
conforme o Espírito deseje manifestar.
7. Carisma de Milagres
Pá gina 20
Às vezes, penso que as palavras falham ao falarmos do dom de milagres, sinto que
ainda não somos acostumados com esse dom e muitos de nós ainda nos achamos
incapazes de recebê-lo, falta-nos fé e amor para acolhê-lo, penso que por essa razão
poucos possuem esse carisma.
Por não estarmos habituados com os milagres, ficamos limitados ao falarmos
deles, pois vamos descobrindo o carisma à medida que estamos experienciando cada um
deles, contudo vamos aqui testemunhar alguns milagres para que o desejo de nos
abrirmos a esse dom flua no nosso coração.
● Cura: Quando somos curados pela oração sobre algo que poderíamos
também ser curados através da medicina (cirurgia, remédios, repouso,
tratamentos etc.), isto é, quando o Senhor acelera o processo de cura.
Pá gina 21
Manifestar a glória de Deus, levando o homem a crescer em sua Fé nas maravilhas
de Deus.
Quando contemplamos os milagres de Deus realizados por Jesus, pela ação do
Espírito Santo, ficamos maravilhados e recordamos que o nosso Senhor é o único capaz de
realizar o impossível. (Mt 15,29-31) (Lc 18,35- 43); (Jo 11,40-44); (Jo, 20,31);
Como funciona?
Em Atos dos Apóstolos vemos a narração da cura de um coxo que padecia desde o
seu nascimento, onde Pedro diz que não tem ouro e nem prata, mas tudo o que tem lhe
dá, e encerra dizendo: Em nome de Jesus levanta-te e anda (atos 3,1-10). Isto significa
que precisamos ser vazios de nós mesmos, sem orgulho, sem egoísmo. É preciso ter um
coração humilde e crente, lembrarmos sempre que somos meros canais e quem realiza o
prodígio é Deus. Também precisamos ser pessoas orantes e íntimas de Deus com um
profundo amor por Deus e pelas almas.
Seus sinais
Pá gina 22
● Multiplicação dos pães (II Rs 4,42-44);
● A oração de Elias faz chover (I Rs 18,41 - 45);
● O milagre do machado (II Rs 6, 1-7);
● Tempestade acalmada (Lc 8,22-24);
● Ressurreição de uma mulher em Jope (Atos 9,36-43);
● Os panos e os lenços (Atos 19,11-12).
Convidem todos a orarem por uma situação impossível, de alguém que esteja
participando do encontro ou outra situação comunitária.
Pá gina 23
...a outro, o discernimento dos espíritos... (I Cor 12, 10b)
● O Espírito Santo;
● O espírito maligno;
● O espírito humano.
O Espírito Santo está sempre agindo em nós à medida que nos abrimos, mas, por
muitas vezes, também quem age é o demônio que sempre está tentando imitar a Deus
em outras vezes, a nossa própria humanidade é que tenta fazer o papel do Espírito Santo.
Por isso necessitamos do carisma do discernimento dos espíritos.
A palavra discernimento vem da língua grega ‘diacrisis’ que quer dizer: distinguir
entre coisas diversas e contrárias. Discernimento dos espíritos é o dom pelo qual eu
posso distinguir, separar, examinar e perceber quem está agindo, se é o Espírito Santo, o
demônio ou a própria pessoa.
Como funciona?
Pá gina 24
Em primeiro lugar ele age pela vida intensa de oração. Discernir é ter clareza de
onde parte a fonte de ação manifestada e isso só o Espírito Santo pode fazer, veja como é
simples e direto:
Isto é o discernimento dos espíritos, funciona como uma percepção que temos nas
situações, percepção clara de onde parte a ação.
Sem exceção todas as pessoas que querem servir a Deus com equilíbrio,
maturidade e em comunhão com a Igreja e os ensinamentos de nosso Senhor Jesus.
Quem é batizado, que tenha vida sacramental, vida de oração, de louvor, uma intimidade
com Deus e sua Palavra e, é claro, esteja inteiramente aberta a ação do Espírito Santo.
Santa Teresa D’Ávila diz que quando oramos nos tornamos tão sensíveis ao
discernimento dos espíritos que qualquer alfinetada, por menor que seja, é percebida e
discernida imediatamente por nós.
Seus sinais
Pá gina 25
● Astúcia de Ananias e Safira (Atos 5, 1-4);
● A moça com espírito de Pitão (Atos 16,16-18);
● Procurar a vontade de Deus (Efésios 5,17).
Pá gina 26
Vemos que, por muitas vezes, os fiéis fazem encontros sobre os dons, mas
geralmente saem com dúvidas e sem experimentar nenhum destes ou quase nada; não é
que uma pessoa tenha que sair de uma experiência de oração com todos os dons que São
Paulo lista em I Coríntios 12, mas o fiel precisa sair com no mínimo um dom recebido, se
não vale a pena nos questionarmos se a didática que estamos usando tem sido eficaz.
Por isso quero partilhar com você o que fui percebendo em minha experiência nos
encontros sobre dons, àquilo que foi dando certo. Fica aqui a dica, mas espero que o
Espírito Santo nos inspire sempre para outros caminhos que nos façam entender com
mais clareza e rapidez os carismas para que a glória, os milagres, os portentos e prodígios
de Deus sejam manifestados em nosso meio.
O objetivo dos encontros sobre Carismas é o de levar as pessoas a uma
experiência profunda com o Espírito Santo, sobretudo com os Dons, para tal é necessário
uma linguagem clara, objetiva e fundamentada na palavra de Deus, além de experiências
pessoais que o próprio Espírito Santo vai concedendo àqueles que se abrem à sua ação.
Muitos chamam esses encontros de SVE II (Seminário de Vida no Espírito),
encontros de dons, experiência com os carismas, oficinas de dons etc. Enfim, o nome não
importa, o importante é o conteúdo e a unção que jamais pode faltar.
Pá gina 27
Não existe uma técnica ou formas fixas para a recepção dos carismas, depende
muito da abertura de cada um, mas existem algumas didáticas que nos auxiliam para essa
abertura. É simples, precisamos apenas nos deixar sermos usados pelo Espírito com
discernimento, é claro.
Pá gina 28
● Lembrado que nesse encontro existe muita intimidade com o Espirito Santo. Se
quisermos formar novos evangelizadores que preguem e sua pregação seja
confirmada pelos carismas, precisamos ensinar sobre os dons. É preciso fazer
acontecer à oficina (orar pedindo o Espírito, pedir os dons e colocá-los em
pratica para que os participantes entendam como funciona cada um).
● O texto a seguir não é uma pregação para o encontro, é apenas para reflexão.
Isso não impede de citá-lo em uma oração ou exortação.
O dom maior!!!
A palavra de Deus em I Coríntios 13 diz que se não tiver amor de nada valeria, essa
é uma verdade absoluta, pois não se pode exercer os dons se não for por amor. São Paulo
fala que posso ter todos os dons naturais, sobrenaturais, conhecer toda ciência, mas nada
disto adiantará se me falta o amor.
Pense comigo, imagine se o Espírito Santo te conceder o dom de milagres, por
exemplo? O que iria acontecer com você no primeiro instante em que se manifestasse um
milagre? Isso mesmo, as pessoas se aglomerariam ao seu redor, e se não houver amor
para acolher essa realidade de nada servirá o seu dom, você pode até realizar grandes
prodígios, mas se falta o amor para com as pessoas que Deus te enviar de nada adiantará.
Se recebermos os dons, mas não tivemos amor no coração como vamos
administrar tais dons? Deus envia as pessoas, mas se não queremos acolhê-las; somos
chamados a determinados encontros, retiros, formações, mas se ficamos parados em
nosso comodismo, como querer ser instrumento de Deus sem amor?
Corremos ainda o risco de virarmos estrelas e não instrumentos, podemos até
exercer os dons, mas será ineficaz, seremos como o bronze que soa e como o címbalo que
retine.
É necessário pedir o dom do amor, São Paulo diz que esse é o caminho mais
excelente, isso quer dizer que os dons são excelentes, mas o mais importante é o dom do
amor e, de fato, o melhor. Parece ficar claro então que, se eu não possuísse nenhum
dom, mas tivesse amor em meu coração isso me faria chegar ao céu. Não quer dizer que
os dons não têm importância, que não é preciso pedi-los e exercermos para o bem da
comunidade, não é isso, como vimos os carismas são excelentes, mas é preciso recorrer
acima de tudo ao amor. Tudo se acabará, tudo cessará tudo findará, não restarão curas,
nem milagres, nem palavra de ciência ou sabedoria, nenhum dom, só o amor subsistirá.
Amado (a) irmão (a), somos chamados a exercer um apostolado dinâmico e
ardoroso, como o apostolado de nosso Senhor Jesus. Somos convocados por Ele a
deixarmos que a efusão do Espírito Santo manifeste todos os carismas que se fizerem
necessário para que a nossa pregação seja acompanhada pelas graças do Pai, contudo
somos chamados principalmente a deixar que o amor seja a nossa vida, nosso ideal, nosso
principal objetivo, nosso caminho excelente.
Se creres, verás a glória de Deus e farás obras maiores que as de Jesus, mas não se
esqueça de que a maior obra dele foi dar a vida por amor à humanidade.
Pá gina 29
Palavra da Igreja
... É nesse sentido que se faz sempre necessário o discernimento dos carismas.
Nenhum carisma dispensa da reverência e da submissão aos pastores da igreja. A eles, em
especial, cabe não extinguir o Espírito, mas provar o que é bom, a fim de que todos
cooperem em sua diversidade e complementaridade, para o “bem comum”. (CIC, 801)
Pá gina 30