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Revista Verde 15:2 (2020) 221-228

Conhecimento de plantas alimentícias não convencionais em assentamentos rurais


Knowledge of unconventional food plants in rural settlements
1
Simone Braga Terra ; Bruna Pereira Ferreira2
1
Doutora, Engenheira Agrônoma, Professor Adjunto da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Unidade de Santana do Livramento, Santana do Livramento,
Rio Grande do Sul, +55 55 3244-1440. E-mail: simone-terra@uergs.edu.br. 2Bolsista de Iniciação Científica. Curso de Bacharelado em Agronomia. Universidade
Estadual do Rio Grande do Sul. Santana do Livramento, Rio Grande do Sul. E-mail: bruna-ferreira01@uergs.edu.br.

NOTA
CIENTÍFICA RESUMO
Recebido: 07/01/2020 Plantas alimentícias não convencionais (PANC) refere-se a todas as plantas que possuem uma ou
Aprovado: 25/03/2020 mais partes comestíveis para humanos, sendo espontâneas ou cultivadas, nativas ou exóticas, que
não estão incluídas em nosso cardápio cotidiano. Agricultores familiares, ao terem consciência do
potencial dessas plantas alimentícias, podem diversificar sua alimentação habitual e cultivá-las
aproveitando áreas improdutivas ou de baixa fertilidade. Com isso, objetivou-se avaliar o nível de
conhecimento de agricultores moradores em assentamentos rurais sobre as PANC, identificando as
Palavras-chave: espécies presentes nos locais estudados. A pesquisa foi realizada entre março e junho de 2019 em
Agricultura familiar três assentamentos da reforma agrária de Santana do Livramento, Rio Grade do Sul, com 15
Soberania alimentar informantes-chave, utilizando como metodologia a amostragem tipo bola de neve. Perguntas pré-
Bioma Pampa elaboradas foram respondidas pelos agricultores assentados durante o método da turnê guiada.
PANC Como resultados, foram identificadas 20 espécies de PANC pertencendo a 12 famílias botânicas,
sendo a maioria da família Astereaceae (38,8%), localizadas principalmente em pastagens naturais
(50%). As espécies de maior ocorrência nos assentamentos foram a carqueja (Baccharis trimera), a
buva (Conyza bonariensis), o picão preto (Bidens pilosa), a beldroega (Portulaca oleracea), as
folhas da abóbora moranga (Curcubita maxima) e o caruru (Amaranthus deflexus). Observou-se que
o conhecimento dos agricultores acerca das PANC é reduzido e baseado em crenças individuais e
valores ancestrais, o que refletiu na ausência do consumo das espécies vegetais. Considera-se
necessária a correta identificação botânica das PANC antes da coleta e consumo como alimento,
afim de evitar ingerir espécies equivocadas ou tóxicas.
ABSTRACT
Key words: Unconventional food plants (PANC) refer to all the plants that possess one or more edible parts for
Family farming humans, being spontaneous or cultivated, native or exotic, which are not included in our daily menu.
Food sovereignty Family farmers, when they have understanding of the potential of these food plants, are able to
Biome Pampa diversify their usual food and cultivate them taking advantage of unproductive areas or those of low
PANC fertility. The work had as its objective to evaluate the level of knowledge of the farmers resident in
rural settlements about the PANC and identify botanically the species present in the locations
studied. The research took place between March and June 2019 in three settlements of land reform
in Santana do Livramento, RS, with 15 key informants using as methodology sampling of the
snowball type. Pre-elaborated questions were answered by the settlement farmers during the guided
tour method. As a result, 20 species of PANC were identified botanically belonging to 12 different
botanical families, the majority being of the Astereaceae family (38,8%), located principally in
natural pastures (50%). The species of greater occurrence in the settlements researched were gorse
(Baccharis trimera), buva (Conyza bonariensis), black prick (Bidens pilosa), purslane (Portulaca
oleracea), the leaves of moganga pumpkin (Curcubita maxima) and caruru (Amaranthus deflexus).
It was observed that the knowledge of the farmers about the PANC is restricted and based on
individual beliefs and ancestral values, which was reflected in the absence of consumption of the
vegetable species by those interviewed. It is considered necessary the correct botanical identification
of the PANC before collecting and consuming as food, in order to avoid ingesting mistaken or toxic
species.
Revista Verde
v. 15, n.2, abr.-jun., p.221-228, 2020
ISSN 1981-8203
doi: 10.18378/rvads.v15i2.7572
Pombal, Paraíba, Brasil
Simone Braga Terra e Bruna Pereira Ferreira

INTRODUÇÃO Assim, objetivou-se avaliar o nível de conhecimento dos


agricultores moradores em alguns assentamentos de reforma
A biodiversidade de espécies vegetais do Brasil agrária em Santana do Livramento sobre as plantas alimentícias
corresponde a 20% do total do planeta, sendo que em sua flora não convencionais.
nativa há um total de 46.097 exemplares de espécies, das quais,
onde cerca de 4 a 5 mil podem ser consumidas pelos humanos MATERIAL E MÉTODOS
(BURITY et al., 2010; FIORAVANTI, 2016). A riqueza natural
da diversidade florística do país ainda é pouco explorada e A pesquisa foi realizada no período de março a junho de
conhecida para fins alimentícios (KINUPP, 2007), existindo um 2019, em assentamentos de reforma agrária localizados na zona
número reduzido de espécies vegetais que fazem parte da dieta rural do município de Santana do Livramento, na região sudoeste
humana. do Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai (latitude: -
Esse fator pode estar associado ao aumento da produção 30.8897, longitude: -55.5323 30° 53′ 23″ Sul, 55° 31′ 56″ Oeste).
agrícola e de monoculturas, onde espécies cultiváveis ganham As comunidades rurais foco de pesquisa foram os assentamentos
destaque em produção e pesquisa por apresentarem elevado valor de reforma agrária denominados de Recanto e Conquista Cerro
comercial, ao mesmo tempo que espécies endêmicas perdem seu da Liberdade, situados no Distrito Pampeiro, e Roseli Nunes,
espaço natural e vão sendo negligenciadas na alimentação situado no Distrito Upamaruti.
cotidiana (SILVA et al., 2017). Quanto à amostragem dos entrevistados, foi empregada a
Há indícios de que no mundo existem cerca de 30 mil técnica de rede, conhecida na antropologia como “Network” e
espécies de plantas que possuem potencial alimentício, sendo que nas ciências sociais, como amostragem não probabilística,
ao longo da história, 7 mil já foram utilizadas para o consumo definida por Patton (1990), Cotton (1996) e Pinheiro (2003)
humano. Em contrapartida, há uma monotonia em relação à como “Amostragem Bola de Neve” (“snow ball”). A técnica de
diversidade de alimentos que ingerimos no dia a dia, pois 90% amostragem tipo bola de neve é uma forma de amostra não
da alimentação humana provem de apenas 20 espécies de plantas, probabilística que utiliza um informante-chave para localizar
que em sua maioria, são provenientes de outros países (KINUPP; pessoas que tenham o perfil da pesquisa. A partir daí as pessoas
LORENZZI, 2014). indicadas pelo informante-chave, passam a indicar novos
Nesse contexto, surge o conceito de plantas alimentícias contatos dentro do perfil solicitado, e assim sucessivamente,
não convencionais (PANC), referindo-se a espécies ou partes de aumentando a rede de informantes do pesquisador, formando
plantas que não são consumidas habitualmente pela população, uma “bola de neve”.
sendo muitas vezes caracterizadas como ervas daninhas, por A amostra estudada foi composta por 15 informantes-
crescerem espontaneamente em distintos ambientes chaves durante as visitas nos assentamentos de reforma agrária
(LIBERATO et al., 2019). situados na zona rural de Santana do Livramento, sendo nove
Fonseca et al. (2017) afirmam que as PANC possuem uma mulheres e seis homens entrevistados.
variabilidade genética que proporciona maior rusticicade, Para a escolha dos entrevistados, o critério de amostragem
germinando desde hortas domésticas até em campo nativo. Sendo foi através da identificação de produtores rurais que produzem
assim, estas espécies não precisam necessariamente ser hortaliças, tanto para subsistência quanto para comercialização,
cultivadas, e sim mantidas e manejadas de acordo com as por se tratar de possíveis conhecedores de PANC. O processo foi
condições de solo e interesse em sua manutenção e propagação, se repetindo a partir de novos agricultores incluídos, de forma
podendo ser um complemento a alimentação diária da população que as pessoas produtoras de hortaliças e potencialmente
rural (KELEN, 2015). conhecedoras de PANC foram validadas pela própria
Dessa forma, agricultores poderão obter uma renda extra ao comunidade. Os entrevistados foram comunicados que os dados
incluir as PANC na venda em feiras na cidade, contribuindo com seriam utilizados apenas para pesquisa científica, sem menção
a economia local e a subsistência de comunidades rurais nominal de nenhum dos participantes. Ressalta-se que todos os
(NESBITT et al., 2010). A soberania alimentar em áreas rurais é participantes consentiram com a pesquisa, eram maiores de idade
fundamental para a permanência dos camponeses neste espaço, e não tiveram identidades reveladas, obedecendo as exigências
pois além de terem o direito de acesso aos alimentos, tem a do Comitê de Ética da Universidade Estadual do Rio Grande do
capacidade de produzi-los, com o controle de sua própria Sul, de acordo com a resolução Nº 466, de 12 de dezembro de
produção, garantindo as suas necessidades nutricionais 2012 do Conselho Nacional de Saúde.
(STEDILE; CARVALHO, 2011). Após estabelecer o contato inicial com os informante-
A identificação e o consumo das PANC pode ser uma chaves, foram realizadas entrevistas semiestruturadas por meio
estratégia para manter a diversificação alimentar destas famílias, de roteiro com perguntas pré-elaboradas sobre as PANC, onde
estimulando a manutenção das florestas nativas e dos campos do informações pessoais (idade, gênero, grau de escolaridade,
Bioma Pampa. De acordo com Santos e Silva (2011), o Bioma cidade de origem) foram levantadas, além de perguntas relativas
Pampa é formado por ecossistemas naturais com alta diversidade ao conhecimento, consumo pela família, formas de utilização,
e espécies vegetais que podem ser comestíveis. Se realizado de importância na alimentação, se cultiva e comercializa as PANC
maneira sustentável, o consumo de PANC pode ser considerada em feiras locais.
como uma forma de utilização com baixo impacto na agricultura, As perguntas pré-elaboradas foram realizadas de forma oral
associada à conservação ambiental (KINUPP; BARROS, 2007). e individualmente a um produtor por domicílio. Concomitante à
entrevista, foi utilizado o método da turnê guiada, que consiste

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no acompanhamento junto ao entrevistado pela propriedade rural Os agricultores que possuíam conhecimento empírico
(MOURA; ANDRADE, 2007), para identificação junto ao acerca das PANC, negligenciavam seu potencial alimentício.
mesmo das espécies vegetais de PANC encontradas. Uma vez Caso semelhante foi encontrado por Lima e Lorenzetti (2016), ao
finalizada a entrevista, pedia-se que o entrevistado indicasse avaliarem o consumo de PANC pela população rural e urbana de
nova pessoa, também conhecedora de PANC e o processo foi se Rio Pompa, MG, onde 48,8% de seus entrevistados conheciam
repetindo a partir de novos incluídos. Quando havia tendência à espécies de PANC, mas não tinham o conhecimento que
estabilização do número de espécies diferentes de plantas citadas, poderiam ser utilizadas como alimento.
e o número de espécies não se alterava substancialmente, Marques (2018), realizou um levantamento etnobotânico da
encerrava-se a pesquisa (MING, 2006). diversidade de PANC no Distrito Federal, e ao analisar o perfil
As espécies foram fotografadas em ambiente natural e dos entrevistados, observou que 57% que conheciam espécies de
identificadas quanto às formas de uso e características botânicas. PANC afirmaram ter adquirido este saber através da própria
Após, as mesmas foram listadas pela família, nome científico, família, mesmo resultado encontrado na presente pesquisa, onde
nomes populares. As categorias referentes ao ambiente de agricultores ressaltaram que o conhecimento a respeito do
propagação (em meio à cultura agrícola, horta, fragmento potencial alimentício das PANC, bem como sua forma de
florestal, pasto e pomar), hábito de crescimento (herbáceo, consumo foi herdado de familiares, apesar de não possuírem o
árvore, arbustivo e liana), ciclo de produção (anual e perene) habito de consumi-las.
foram determinadas de acordo com Lorenzi (1992). As formas Deve-se ressaltar que os agricultores , ao avistarem algumas
de uso (refogadas em molhos e caldos, in natura, endosperma espécies vegetais durante a turnê guiada, comentaram sobre seu
líquido, polpa, amêndoa, empanada, doces, compotas) foram conhecimento de uso como planta medicinal, em chás, e
organizadas com base nas receitas descritas por Kinupp (2007). cataplasmas, ou adicionadas ao chimarrão diário, resultado
Posteriormente, foi realizada a correta identificação das concordante com o encontrado por Borges e Terra (2019), que ao
PANC através de pesquisas em bibliografias especializadas, pesquisarem o conhecimento de agricultores da zona rural de
como Kinupp e Lorenzi (2014), Lorenzi e Matos (2008), Lorenzi Santana do Livramento, verificaram que as PANC identificadas
et al. (2006) e Lorenzi (1992), livros, teses, dissertações e como medicinais são utilizadas como chás, xaropes, emplastos e
plataformas digitais de artigos científicos, como a Scielo para saborizar o chimarrão.
(Scientific Electronic Library Online), Google Acadêmico e As plantas citadas para fins medicinais foram a carqueja
portal de periódicos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento (Baccharis trimera), a tansagem (Plantago major), a erva de
de Pessoal de Nível Superior). bicho (Polygonum acre) e o funcho (Foeniculum vulgare).
Para a identificação botânica, exemplares de PANC foram A faixa etária dos agricultores variou entre 24 e 78 anos,
coletados durante a pesquisa de campo e posteriormente foram sendo a maioria (73%) composta por adultos com idade entre 24
comparados visualmente com as plantas componentes dos e 59 anos. Este índice revela que a idade dos informantes não
herbários didáticos da Universidade Estadual do Rio Grande do influenciou no conhecimento dos mesmos sobre a utilização de
Sul (UERGS), unidade em Santana do Livramento, que detém PANC, divergindo as conclusões obtidas por Barreira et al.
algumas espécies vegetais encontradas no Bioma Pampa. (2015), em estudo realizado sobre o conhecimento e uso de
PANC na zona rural de Viçosa, MG, onde os idosos foram os
RESULTADOS E DISCUSSÃO maiores
conhecedores do tema.
Do total da população, 13,3% não conheciam as PANC, Todos agricultores realizavam sua atividade profissional
26,6% conheciam algumas espécies, mas não tinham principal no meio rural, sendo que 60% dos informantes eram
conhecimento do seu potencial alimentício, e 60% conheciam agricultores (em sua maioria, produtores de soja, milho e
PANC e algumas formas de uso na alimentação. Deve-se frutíferas), 20% eram pecuaristas de gado de corte, 13,3% eram
ressaltar, que nenhum dos assentados possuíam conhecimento a pecuaristas de gado de leite e outros 13,3% constituía-se de uma
respeito do termo PANC, havendo a necessidade de perguntar se aposentada e uma dona de casa. Do total, 20% dos agricultores
conheciam alguma planta denominada espontânea/inço/invasora possuíam uma atividade profissional complementar, sendo um
que poderia ser comestível. Esse desconhecimento sobre a informante comerciante com armazém próprio no assentamento
identificação e as formas de preparo culinário das plantas onde residia; uma agricultora que comercializava semanalmente
alimentícias não convencionais, associado às tendências pães e geleias na feira municipal; e uma pecuarista de corte que
modernas de homogeneização da alimentação humana, no período da manhã exercia a função de cozinheira na Escola de
possivelmente tenha refletido na inexistência de utilização de Ensino Fundamental Paulo Freire, no assentamento vizinho ao
muitas plantas que faziam parte do cotidiano alimentar dos que residia. A relação da atividade profissional que exerciam os
índios, e posteriormente, dos moradores das zonas rurais do Rio agricultores não está interligada ao conhecimento dos mesmo
Grande do Sul e do Brasil. sobre PANC, mas sim o fato de viverem no meio rural e terem
Polesi et al., (2017), que realizaram um estudo a respeito da acesso a maior diversidade de espécies de plantas no entorno
agro biodiversidade e segurança alimentar no Vale do Taquari, onde vivem.
RS, através de PANC e frutas nativas, demonstraram que ao Para subsistência da família, 80% dos agricultores
questionarem os entrevistados se conheciam o termo PANC, relataram que possuíam horta doméstica em sua propriedade, o
nenhum mostrou ter ciência; no entanto, após explicarem e darem que contribuía em parte para a complementação da alimentação
exemplos de algumas espécies, a grande maioria relatou diária. Os demais dependiam 100% da compra de alimentação
conhecer e já ter consumido PANC. externa para as refeições, já que não cultivavam espécies vegetais

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para a subsistência. Grisa et al. (2010), ressalta a importância da de vida ao contribuir com a estabilidade econômica das famílias
produção para o autoconsumo por agricultores familiares ao rurais.
possibilitar a autonomia alimentar, caracterizando-se como uma Na Tabela 1 encontram-se informações sobre as espécies de
fonte de renda não monetária, pois as famílias acabam PANC que os agricultores já possuíam o conhecimento visual
economizando recursos na aquisição de alimentos nos mercados, (mesmo sem ter o hábito do consumo), além de outras
além de servir como uma estratégia de diversificação dos meios identificadas no local, dados sobre a família botânica, nome
popular, nome científico e a forma de consumo.

Tabela 1. Família, nome científico, nome popular, ambiente de propagação, hábito de crescimento, formas de consumo e ciclo de
PANC encontradas em assentamentos da zona rural do município de Santana do Livramento, Rio Grande do Sul.
Ambiente de Hábito de Formas de
Família botânica Nome científico Nome Popular Ciclo de vida
Propagação crescimento consumo
Amaranthaceae Amaranthus deflexus. Caruru Horta Doméstica Herbáceo Refogado Perene
Apiaceae Foeniculum vulgare Funcho Pomar Herbáceo In natura Perene
Apiaceae Eryngium elegans Caraguatá Pasto Nativo Herbáceo In natura Anual
Asteraceae Hypochearis albiflora Radite do mato Pomar Herbáceo In natura Anual
Asteraceae Coniza bonariensis Buva Pasto nativo Herbáceo Refogado Anual
Asteraceae Taraxacum officinale Dente de leão Pasto nativo Herbáceo In natura Anual
Asteraceae Tagetes patula Cravo de defunto Jardim doméstico Herbáceo In natura Anual
Asteraceae Baccharis trimera Carqueja Pasto nativo Herbáceo In natura Perene
Asteraceae Galinsoga parviflora Picão Branco Horta Doméstica Herbáceo Refogado Anual
Fragmento
Asteraceae Bidens pilosa Picão Preto Herbáceo Refogado Anual
florestal
Cucurbitaceae Cucurbita aurantia Folha de abóbora Horta Doméstica Herbáceo Refogado Anual
Equisetaceae Equisetum arvense Cavalinha Pasto nativo Herbáceo In natura Anual
Malvaceae Sida spinosa Guanxuma Pasto nativo Herbáceo In natura Anual
Brosimum
Moraceae Mamica de cadela Pasto nativo Arbóreo In natura Perene
gaudichaudii
Coração da
Musaceae Musa paradisíaca Pomar Arbóreo Refogado Perene
bananeira
Plantaginaceae Plantago major Tansagem Pasto nativo Herbáceo Refogado Anual
Polygonaceae Polygonum acre Erva de bicho Pasto nativo Herbáceo In natura Anual
Polygonaceae Rumex robitusifolius Língua de vaca Pasto nativo Herbáceo In natura Perene
Portulacacea Portulaca oleracea Beldroega Horta Doméstica Herbáceo In natura Anual
Verbenaceae Aloysia gratíssima Erva santa Beira de estrada Herbáceo In natura Perene

A identificação de espécies da família Asteraceae se pesquisa, foi possível perceber que no entorno das moradias era
destacou durante a pesquisa a campo, onde 38,8% das PANC constante o uso de roçadas como forma de limpeza das áreas,
identificadas pertenciam a esta família. Esse resultado é fator que pode ter influenciado no resultado do ambiente de
influenciado pela caracterização natural da vegetação do Bioma propagação onde as PANC foram encontradas.
Pampa, com grande ocorrência de espécies dessa família Quanto ao hábito de crescimento, a maioria das PANC
botânica, que é a mais populosa dentre as angiospermas. De encontradas são classificadas como herbáceas (83,3%),
acordo com Liesenfeld (2018), a família Asteraceae ocorre caracterizando-se por possuírem um caule rasteiro, de menor
predominantemente em regiões tropicais e principalmente em porte, com tecidos pouco lignificados e maleáveis, ricos em água,
fitofisionomias campestres. No Brasil, é uma das famílias mais uma particularidade do Bioma Pampa, onde há predomínio
diversas, destacando-se principalmente na florística do Bioma dessas espécies. Os campos do Bioma Pampa são considerados
Pampa, que no país é restrito ao Rio Grande do Sul. Nos Campos homogêneos quanto à vegetação, compostos por plantas
de Areais, uma das fitofisionomias campestres do Bioma Pampa herbáceas em cobertura vegetal contínua e frequentemente
(sudoeste do RS), a Asteraceae é também a família de maior permeado por espécies arbustivas (MARQUIORI, 2004).
riqueza. Em relação as formas de utilização das PANC, o preparo in
Benke (2016) afirma que, além das gramíneas, vários outros natura teve destaque (66,6%), seguido pela forma refogada
grupos de plantas se destacam pela variedade de espécies (33,3%), além de algumas serem utilizadas também de forma
campestres, sendo a família das compostas (Asteraceae) a mais medicinal, como mencionado anteriormente.
diversa representando cerca de 480 espécies nos campos do Rio Durante a pesquisa foram encontradas 20 plantas
Grande do Sul. espontâneas que são consideradas como alimentícias não
Quanto ao ambiente de propagação, as PANC foram convencionais, onde elencou-se algumas espécies que merecem
localizadas em pastagens naturais (50%), em pomares (16,6%), destaque através de imagens, em função da ocorrência nos três
hortas domésticas (16,6%), jardim doméstico (5,5%), fragmento assentamentos foco do estudo e por terem sido as mais citadas
florestal (5,5%) e em beira de estradas (5,5%). Durante a pelos agricultores entrevistados (Figura 1).
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culinária e o preconceito por serem reconhecidas como planta


Figura 1. Espécies com maior ocorrência e mais citadas pelos invasora.
agricultores entrevistados. (A) Carqueja (Baccharis trimera). (B) A buva é considerada uma espécie aromática e picante, que
Buva (Conyza bonariensis). (C) Picão preto (Bidens pilosa). (D) pode ser utilizada de diversas maneiras na alimentação humana,
Beldroega (Portulaca oleracea). (E) Folhas de abóbora através de suas folhas e ramos foliares novos, podendo ser
(Curcubita maxima). (F) Caruru (Amaranthus deflexus). consumida in natura e também utilizada como condimento de
carnes, cozidas e em sopas. A buva ainda possui características
medicinais, podendo auxiliar no tratamento contra tosse,
hemorroidas e como antiácido (KINUPP, LORENZI, 2014;
KELEN et al., 2015).
O picão preto (Bidens pilosa) foi citado por 33,3% dos
agricultores como planta que eles sabiam que poderia ser
consumida de forma refogada e como tempero, já que seus
antepassados também faziam esse preparo e consumo. As folhas
e ramos jovens do picão preto podem ser consumidos in natura
ou cozidos, podendo ser acrescentados em saladas, farofas,
risotos, entre outras receitas, além de ser uma espécie conhecida
pelos seus usos medicinais, pois apresenta funções antioxidantes
e altos teores de zinco, cobre e ferro (RANIERI, 2017).
O picão preto, também conhecido como carrapicho e
cuambu, é uma espécie herbácea anual que pertence à família
Asteraceae (CORRÊA et al., 1998). Sua propagação ocorre via
sementes, sendo facilmente encontrada em pastagens e em
A carqueja (Baccharis trimera), que foi identificada em calçadas e terrenos baldios de zonas urbanas (GILBERT et al.,
diversos locais sob pasto nativo durante a pesquisa, é uma 2013), sendo que sua ocorrência foi identificada apenas em
espécie nativa da América do Sul, pertencente à família fragmento florestal durante a pesquisa.
Asteraceae e é também conhecida popularmente como vassoura, A beldroega (Portulaca oleracea) foi mencionada por 40%
cacália-amarga e quina-de-condamine (CORRÊA et al., 1998; dos agricultores como planta que poderia ser consumida in natura
BONA et al, 2004). como salada, conhecimento herdado dos avós e pais daqueles que
A carqueja foi encontrada com bastante frequência nos apontaram a espécie vegetal na sua propriedade rural. Todavia,
assentamentos foco de estudo, principalmente em campo nativo, foi comentado que não possuem o hábito de ingeri-la nas
além de algumas ocorrências em fragmentos florestais e também refeições, utilizando-a para implementar a alimentação dos
à beira de estradas. Esta, foi a PANC mais reconhecida e citada suínos. No Brasil, Cândido e Sturza (2016), ao realizarem
por 73,6% dos informantes-chave, que ressaltaram utilizá-la entrevista sobre a utilização de hortaliças não convencionais com
apenas para fins medicinais na forma de chá. Uma agricultora assentados no município de Rondonópolis, MG, verificaram que
entrevistada ressaltou que desde criança toma o chá de carqueja 33,3% dos entrevistados relataram utilizar a beldroega como
e sempre procura ter a planta em casa, a qual costuma colher complemento na alimentação de porcos, além de bovinos e
pelos campos para posteriormente secar e utilizar quando equinos.
necessário, junto com outras ervas medicinais. Para o consumo humano, folhas e talos da beldroega podem
Kinupp e Lorenzi (2014) cita diversas formas de uso ser utilizados em saladas cruas, caldos, sopas, tendo como
culinário da carqueja, onde a bebida frisante, altamente característica fornecer consistência cremosa aos alimentos
gaseificada e levemente alcoólica, merece destaque. (BRASIL, 2010). Nas regiões mediterrâneas, a beldroega é
Durante a pesquisa, a buva (Conyza bonariensis) foi considerada um ingrediente convencional, e em países como os
identificada com grande incidência nos três assentamentos Estados Unidos, China, Holanda e México é consumida em
estudados, correspondendo a 26,6% das citações, sempre pratos típicos (CORREA, 2017).
ocorrendo em pasto nativo. Porém, os agricultores entrevistados, A beldroega, também conhecida como salada de negro,
afirmaram não ter interesse algum em consumir essa espécie, brado de porco e onze horas, pertence à família Portulacaceae,
devido a sua grande infestação nos campos de cultivo de soja e sendo uma hortaliça herbácea anual (BOTRAL, et al., 2017). Em
milho, que segundo eles, acaba sendo prejudicial à produção Porto Alegre existem agricultores ecológicos que cultivam essa
comercial. espécie para comercialização em feiras, sendo uma planta de
Pode-se supor que muitas PANC não são consumidas por manejo simples, com semeadura realizada diretamente em
serem popularmente conhecidas como mato ou inço pelos canteiros definitivos, estando pronta para a colheita em
agricultores, ou por desconhecimento no assunto e também pelo aproximadamente 75 dias após a germinação (KINUPP, 2007;
preconceito, como ficou evidenciado no caso da buva durante a PEDROSA, 2011).
pesquisa de campo. Caso semelhante ocorreu com Assis et al., Por apresentar métodos de cultivo e manejo amplamente
(2016) ao avaliarem os usos e distribuição geográfica das PANC divulgados na literatura, a beldroega pode ser uma das PANC
na Bahia, perceberam que a principal limitação para o consumo pioneiras para os agricultores assentados de Santana do
destas espécies é a falta de conhecimento sobre a utilização Livramento iniciarem uma produção comercial, uma vez que
também há relatos de outros agricultores que já produzem e

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Simone Braga Terra e Bruna Pereira Ferreira

comercializam esta espécie, podendo ser um incentivo à hábito de consumi-las. Fonseca et al. (2017), ao realizarem
implementação do cultivo de PANC no município. entrevista semelhante com agricultores de municípios da zona sul
Durante a pesquisa, 33,3% dos agricultores mencionaram do Estado do Rio Grande do Sul, citaram mais vezes a fava
sobre a espécie abóbora moranga (Curcubita maxima), cujas (Phaseolus lunatus), seguida do caruru.
folhas podem ser comestíveis na forma cozida e refogada, Ressaltou-se ao público entrevistado sobre a importância da
informação herdada de seus antepassados. Kinupp e Lorenzi correta identificação botânica das PANC citadas nessa pesquisa,
(2014), também mencionam que as flores de várias espécies de uma vez que identificações errôneas poderiam gerar a ingestão
abóboras podem ser consumidas, podendo ser preparadas de de alguma planta tóxica, fato que causou desconforto entre os
forma empanada. As gavinhas tenras dos ramos terminais agricultores, que preferiram não colhê-las sem a devida
também se consome cozidas, bem como suas sementes, que orientação técnica.
podem ser torradas para o consumo. Segundo Faber e Cabral De maneira geral, foi possível observar que o conhecimento
(2016), nas sementes de abóbora há uma substancia denominada dos agricultores acerca das PANC é reduzido e baseado em
de cucurbitacina que apresenta ação vermífuga, podendo ser crenças individuais e valores ancestrais, o que refletiu na
consumida através da fabricação de farinha da própria semente ausência do consumo das espécies vegetais pelos entrevistados.
para a elaboração de pães e biscoitos, como por exemplo. Desta forma, torna-se evidente a necessidade de difundir mais
Foi sugerido aos agricultores que já cultivavam abóbora informações relativas às PANC aos agricultores, como a correta
moranga, que poderiam acrescentar as partes alimentícias não identificação botânica, receitas diferentes, formas de utilização e
convencionais (folhas, flores e gavinhas) no cotidiano da sua preparo das partes comestíveis, para que possam diversificar e
alimentação, uma vez que já existe a produção no campo, além implementar as refeições diárias com novos sabores, agregando
do fato de ter sido uma espécie citada pelos próprios agricultores nutrientes e evitando gastos desnecessários com a compra
como comestível. Além disso, ao venderam o fruto da abóbora frequente de hortaliças e verduras.
em feiras livres semanais, poderiam comercializar junto as Verificou-se que existe uma necessidade de ampliação dos
folhas, flores e gavinhas, informando ao consumidor das suas estudos sobre PANC em assentamentos rurais, para que possam
possíveis formas de consumo. As abóboras são consumidas em ser utilizadas como alimento, propagando sua utilização pelas
todo o mundo; porém muitas pessoas desconhecem que a espécie famílias, favorecendo sua comercialização em feiras, entregas
possui partes alimentícias não convencionais, como as flores, em mercados institucionais e aumento do consumo individual.
gavinhas e folhas. Há também necessidade de mais pesquisas científicas sobre o
A espécie vegetal caruru (Amaranthus deflexus) foi uma valor nutricional, bem como seus efeitos benéficos à saúde
planta reconhecida por 40% dos agricultores como PANC, que humana para tranquilidade do público que pretende fazer uso
ressaltaram que o consumo deve ser na forma refogada. Apesar delas.
de um agricultor entrevistados ter conhecimento repassado pelos
familiares sobre o consumo desta planta, o mesmo não tem o CONCLUSÕES
hábito de consumi-la, utilizando somente como fonte de alimento
para os suínos que cria em sua propriedade. Quini et al., (2013) O nível de conhecimento dos agricultores sobre as plantas
afirmam que o caruru é uma planta que pode ser utilizada como alimentícias não convencionais é reduzido e foi herdado dos seus
forragem animal, onde preferencialmente os talos devem ser antepassados, porém sendo inexistente o hábito de consumo de
utilizados. Na alimentação humana, o caruru é uma planta que se PANC nos assentamentos rurais em Santana do Livramento.
assemelha ao espinafre, podendo ser utilizada para substituir o
mesmo, sendo indicado que antes da ingestão seja realizado o REFERÊNCIAS
branqueamento (KINUPP, LORENZI, 2014).
O caruru, que pertence à família Amaranthaceae, é uma ALMEIDA, S. G.; SÁ, W. A. C. Amaranto (Amaranthus ssp) e
espécie nativa da América do Sul tropical (BOTREL et al., quinoa (Chenopodium quinoa) alimentos alternativos para
2017). No Brasil, o caruru costuma ter maior ocorrência na doentes celíacos. Ensaios e Ciência, v.13, n.1, p.77-92, 2009.
Região Sul e Sudeste, sendo considera como uma espécie
invasora de lavouras anuais (ALMEIDA; SÁ, 2009). Nesta ASSIS, J. G de A.; GALVÃO, R. F. M.; CASTRO, I. R. de;
pesquisa, o caruru foi identificado em meio a hortas doméstica e MELO, J. F. Plantas alimentícias não convencionais na Bahia.
no entorno das moradias dos agricultores, com grande incidência. Uma rede em consolidação. Agriculturas, v.13, n.2, p.16-20,
De acordo com Almeida e Sá (2009), os grãos do caruru e 2016.
das demais espécies de Amaranthus ssp. apresentam altos teores
de proteínas variando de 12 a 17%, são também ricos em fibras e BARREIRA, T. F.; PAULA FILHO, G. X.; RODRIGUES, C.
possuem baixos níveis de gordura saturada, podendo substituir C.; ANDRADE, F. M. C. Diversidade e equitabilidade de Plantas
os grãos de quinoa, cereal muito demandado atualmente pela Alimentícias Não Convencionais na zona rural de Viçosa, Minas
população vegetariana e vegana, que possuem de 10 a 18% de Gerais, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.17,
proteína em sua composição, além de ambas farinhas não n.4, 2015. 10.1590/1983-084X/14_100.
possuírem glúten, fato importante para pessoas que possuem
intolerância a essa proteína. BENCKE, G.A. Biodiversidade. In: CHOMENKO, L.;
Ao final das entrevistas, percebeu-se que do total das PANC BENCKE, G.A. Nosso Pampa Desconhecido. Porto Alegre:
citadas, o caruru e a carqueja foram as espécies vegetais mais Fundação de Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 2016. p. 61-75.
conhecidas pelos informantes, mesmo que estes não tenham o

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