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Previsão de Curvas Características de um Perfil de Solo

Colapsível de Brasília Utilizando Curvas Granulométricas


Gilson de F. N. Gitirana Jr.
Escola de Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Brasil

José Camapum de Carvalho e Manoel Porfírio Cordão Neto


Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, DF, Brasil

RESUMO: A maioria dos métodos para previsão da curva característica a partir da curva
granulométrica foi verificada para solos granulares e de estrutura simples. O objetivo deste artigo é
verificar a aplicação de dois métodos de previsão para um solo colapsível, com considerável fração
de argila e estrutura de poros bimodal. São utilizadas curvas granulométricas com e sem
desagregação, de forma a definir qual curva granulométrica resulta na melhor previsão. Os
resultados indicam que é possível prever o formato aproximado das curvas características. As
curvas granulométricas com defloculante resultaram em previsões superiores para quase todas as
faixas de sucções. O comprimento efetivo dos poros, α*, varia com o raio das partículas. A
incerteza associada com os parâmetros empíricos α e α* foi considerada elevada.

PALAVRAS-CHAVE: Curva característica, Sucção, Curva Granulométrica, Previsão.

1 INTRODUÇÃO colapsível de Brasília é apresentado nesse


artigo. São utilizados os métodos de Arya &
Diversos métodos de previsão da curva Paris (1981) e Arya & Dierolf (1989). São
característica podem ser encontrados na consideradas curvas granulométricas com e sem
literatura. O tempo necessário para obtenção defloculante, de forma a investigar que tipo de
direta de curvas características motiva a curva oferece uma melhor previsão. Parâmetros
utilização de métodos indiretos de previsão. A empíricos, utilizados na representação do
previsão a partir de dados de laboratórios arranjo das partículas, são analisados e valores
corriqueiros, tais como o índice de vazios e a ideais determinados empregando medidas
curva granulométrica, permite a execução de diretas da curva característica.
análises preliminares ou até mesmo definitivas,
dependendo do tipo de problema.
Dentre os métodos de previsão da curva 2 TEORIA
característica um dos mais citados é de Arya &
Paris (1981). Diversos outros métodos foram 2.1 Modelo de Arya & Paris (1981)
propostos, tais como Gupta & Larson (1979),
Haverkamp & Parlange (1986), Tyler & De acordo com o método proposto por Arya &
Wheatcraft (1988), Arya & Dierolf (1989), Paris (1981), a curva granulométrica pode ser
Fredlund et al. (2002) e Aubertin et al. (2003). dividida em n frações arbitrárias (Fig. 1). Cada
A maior parte dos métodos de previsão fração possui um determinado diâmetro médio
existentes é baseada na hipótese de que a curva do poro e uma curva característica idealizada. A
granulométrica permite a obtenção indireta da “curva característica ideal” de cada fração é
distribuição de poros do solo, com um arranjo definida pelo seu valor de entrada de ar e por
idealizado das partículas. Questiona-se a uma drenagem total e abrupta. Conforme cada
validade dessa hipótese para solos estruturados, nova fração é drenada, uma percentagem dos
tais como o solo poroso colapsível de Brasília. vazios do solo é drenada.
Um estudo preliminar sobre dois métodos de Diversas hipóteses simplificadoras são
previsão da curva característica ao solo adotadas pelo modelo de Arya & Paris (1981):
Derivada total da curva
granulométrica
Curva granulométrica ponto central de cada fração de solo é dada por:
P(2) P(1)
Porcentagem que passa, P
P(i) θ*v i = (θ v i + θ v i +1 ) / 2 (3)
ms(i) = P(i+1) – P(i)
Σ ms(i) = 1

Deve-se estabelecer a sucção mátrica


ms(n) correspondente à cada fração. Para tal, Aya &
ms(2) Paris (1981) assumem que cada fração de solo é
P(n+1) ms(1)
formada por ni partículas esféricas, resultando
d(n+i) d(i) d(2) d(1)
em um volume de sólidos, Vsi, e vazios, Vvi:
Diâmetro das partículas, d

Figura 1. Esquema analítico para o fracionamento da Vs i = ni 4π Ri3 3 = ms i ρ s (4)


curva granulométrica. Vv i = πri hi = (ms i ρ s )e
2
(5)

a) A massa específica do solo é constante e é onde Ri é o raio médio das partículas de cada
a mesma para todas as n frações; fração, ri é o raio médio dos poros de cada
b) As partículas de cada fração podem ser fração e hi é o comprimento total do poro.
consideradas esféricas e com diâmetro Arya & Paris (1981) propõem que se iguale
igual ao diâmetro médio de cada fração; o comprimento total do poro ao número de
c) O volume dos poros de cada fração pode partículas alinhadas ao longo do poro, vezes o
ser idealizado como sendo um tubo comprimento contribuído por cada partícula.
capilar cilíndrico cujo raio é associado ao Considerando uma configuração cúbica de
raio médio das partículas da fração; esferas idênticas, o comprimento do poro seria
d) A equação de capilaridade de Kelvin pode ni2Ri. Os autores sugerem a inclusão de um
ser aplicada a cada fração; parâmetro empírico α, para levar em conta a
e) Histerese e seus mecanismos geradores não esfericidade das partículas: niα2Ri.
não são considerados. Combinando as Eqs. 4 e 5 e niα2Ri:
O volume dos vazios de cada fração, Vvi,
pode ser calculado da seguinte forma: ri = Ri 4eni1−α 6 (6)

Vv i = (m s i ρ s )e (1) Os valores de ni podem ser computados


utilizando a Eq. 4. O valor de sucção
onde i = 1, 2, ..., n; msi é a massa das partículas correspondente a cada fração é computado
de cada fração, considerando uma quantidade utilizando a equação de capilaridade:
total de massa de solo unitária; e é o índice de
vazios; e ρs é a densidade das partículas. O (ua − uw )i = 2Ts ri (7)
valor msi é igual à porcentagem gravimétrica de
partículas pertencentes à fração i, obtida da onde Ts é a tensão superficial da água, Ts ≅
curva granulométrica (msi = Pi+1 – Pi). 7,2×10-5 kN/m.
Considera-se que os poros são preenchidos
de água de forma progressiva. A umidade 2.2 Modelo de Arya & Dierolf (1989)
volumétrica do solo, acumulada até a fração n, é
computada da seguinte forma: Arya & Dierolf (1989) propuseram uma
i i
formulação alternativa para os raios dos poros.
θv i = ∑ Vv j V = ∑ Vv j ρ dry (2) Foi introduzido o parâmetro α*, representando
j =1 j =1 o comprimento de poro efetivo de cada fração:

onde Vvj é definido pela Eq. 1; V é o volume hi = ni α * (8)


total de solo da fração (V = Σmsi/ρdry = 1/ρdry); e
ρdry é a densidade seca do solo. Combinando as Eqs. 4, 5, e 8, a seguinte
A umidade volumétrica correspondente ao equação é obtida para ri:
ri = Ri3 4e 3α * (9) até 8m. A amostra a 10m apresenta um elevado
valor de entrada de ar, correspondente a maior
fração de argila e ausência de macro poros.
A Eq. 9 é independente do número de As curvas características para as amostras
partículas ni. O parâmetro α* possui significado correspondentes ao manto intemperizado (i.e.,
físico claro. Adicionalmente, Arya & Dierolf até 8m) possuem um segundo valor de entrada
(1989) sugerem que a sensitividade do modelo de ar, correspondente ao micro poros intra-
ao valor de α* é reduzida quando comparada à agregados (Camapum de Carvalho, 2005). A
sensitividade a α em Arya & Paris (1981). Figura 5 evidencia o caráter bimodal das curvas
características, que reflete a estrutura de poros
bimodal, com macro e micro poros.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
100

O perfil estudado é localizado no campo 90

Porcentagem que Passa, %


80
experimental do programa de pós-graduação em 1m
70 2m
Geotecnia da Universidade de Brasília. Foram 60 3m
obtidas amostras em bloco até uma 50 4m
profundidade de 10m, a cada metro. Camapum 40 5m
6m
de Carvalho (2005) apresenta uma descrição 30
7m
detalhada do perfil estudado. 20
8m
10
Curvas granulométricas foram obtidas de 10m
0
acordo com o procedimento especificado em 0.001 0.01 0.1 1 10 100
norma NBR 9603 (ABNT, 1984), com e sem a Diâmetro da Partículas, mm

utilização de defloculante (Guimarães & Figura 2. Curvas granulométricas com defloculante


Camapum de Carvalho, 1996). As Figuras. 2 e 3 (Camapum de Carvalho, 2005).
apresentam as curvas granulométricas obtidas.
A diferença entre as curvas com e sem 100
90
defloculante indica um alto grau de agregados
Porcentagem que Passa, %

80
de argila para os 5 metros superiores. A 1m
70 2m
quantidade de agregados reduz a partir da 60 3m
profundidade de 5m, atingindo valores 50 4m
reduzidos à 10m. 40 5m
6m
As amostras foram classificadas utilizando o 30
7m
sistema USDA (Soil Survey Staff, 1975). De 20
8m
10
acordo com a Figura 4, as amostras até 5m de 10m
0
profundidade são classificadas como argilas (C) 0.001 0.01 0.1 1 10 100
ou lemos argilosos (C-L) quando defloculante é Diâmetro da Partículas, mm

utilizado. A granulometria sem defloculante Figura 3. Curvas granulométricas sem defloculante


indica lemos arenosos ou siltosos (Sa-L ou Si- (Camapum de Carvalho, 2005).
L). A fração argila cresce com a profundidade.
A amostra a 10m é a única que não se apresenta Tabela 1. Índice de vazios e massa específica dos sólidos.
intemperizada. Prof. Índice de Massa específica
As curvas granulométricas apresentadas nas vazios, e dos sólidos, ρs
Figuras 2 e 3 foram utilizadas, juntamente com 1m 1,600 2,739
os valores de índice de vazios e massa 2m 1,570 2,731
específica dos sólidos (Tabela 1), para a 3m 1,270 2,662
previsão das curvas características. 4m 1,270 2,648
Curvas características (Fig. 5) foram obtidas 5m 1,221 2,747
pela técnica do papel filtro, e o procedimento 6m 1,150 2,626
detalhado em Camapum de Carvalho (2005). As 7m 1,070 2,704
curvas características obtidas apresentam 8m 0,890 2,677
valores de entrada de ar reduzidos; de 3 a 5 kPa, 10m 1,080 2,816
100 semelhantes. São apresentadas as curvas
Sa Areias, Sa previstas a partir dos dados com e sem
90
L-Sa
Lemos, L defloculante, e pelos métodos de Arya & Paris
80
(1981) e Arya & Dierolf (1989).
70 Sa-L Pode ser observado que as previsões são
60 razoavelmente acuradas. Erros geralmente
1m4m2m
S S
% Areia

5m SS3m S Sa-C- inferiores a uma ordem de magnitude são


50 L Argilas, C
8m S Sa-C observados. Apesar da moderada discrepância
L 3m
2m
1mCC
40 entre valores previstos e medidos diretamente, o
6m S 8m C
7m S 5m C
4m
30 6m formato geral de todas as curvas características
C-L 7m C
C
20 Si-L puderam ser reproduzidos.
Si-C- C Os resultados apresentados na Figuras 6 a 10
Si
10
10m C indicam que são necessários dados
0 10m S
granulométricos para diâmetros de partículas
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
ligeiramente inferiores a 0,001mm, para que se
% Argila
possa reproduzir o segundo trecho da curva
Figura 4. Classificação do solo pelo sistema USDA. característica, após o segundo valor de entrada
de ar (micro poros).
100 Teoricamente, os primeiros valores de
90
1m
entrada de ar (macro poros) seriam melhor
80
aproximados utilizando curvas granulométricas
Grau de Saturação, %

2m
70 3m
60 4m
sem defloculante. Esta expectativa parte do
50 5m conhecimento de que os agregados possuem
6m
40
7m
diâmetros superiores aos diâmetros das maiores
30 8m partículas. A presença destes agregados
10m
20
resultaria em macro poros (inter-agregados)
10
0
cujo valor de entrada de ar é inferior ao do
1 10 100 1000 10000 100000 1000000 material quando desestruturado.
Sucção Mátrica, kPa No entanto, a tendência esperada não foi
Figura 5. Curvas características obtidas pela técnica do observada. As curvas granulométricas com
papel filtro (Camapum de Carvalho, 2005). defloculante não apenas resultaram em uma
melhor previsão das curvas características em
geral, como também resultaram em melhores
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO previsões do primeiro valor de entrada de ar. A
discrepância entre os resultados obtidos e
Os métodos de Arya & Paris (1981) e de Arya esperados precisa ser investigada.
& Dierolf (1989) foram utilizados para a É notável a capacidade de previsão da
previsão de curvas características, utilizando os posição do patamar intermediário das curvas
dados de granulometria e índices físicos características, que geralmente encontra-se
apresentados no item anterior. entre 40 e 60%. A quantidade de água
Foram adotados valores para os parâmetros armazenada nos micro poros, representadas
α e α* sugeridos pelos autores. Arya & Paris pelo patamar intermediário das curvas
(1981) sugerem os seguintes valores de α, em características, é mais bem reproduzida com
função da classificação do solo: 1,285 para Sa; curvas granulométricas com defloculante.
1,459 para Sa-L; 1,375 para L; 1,150 para Si-L; Contrário às observações de Arya & Dierolf
e 1,160 para C. Arya & Dierolf (1989) sugerem (1989), foi observado durante as análises que as
que o valor médio de α* a ser utilizado é igual a curvas características previstas apresentavam
10mm. considerável sensitividade com relação ao valor
Figuras 6 a 10 apresentam os resultados das de α* adotado. Esta observação motivou uma
previsões para as amostras de 2m, 4m, 6m, 8m análise mais detalhada dos valores de α* a
e 10m. As amostras intermediárias (i.e., 1m, serem adotados.
3m, 5m, e 7m) apresentaram resultados
120 Dados experimentais 120
Arya-Paris, COM defloculante
Grau de Saturação, % 100 100

Grau de Saturação, %
Arya-Dierolf, COM defloculante
Arya-Paris, SEM defloculante Dados
80 80
Arya-Dierolf, SEM defloculante experimentais
Arya-Paris, COM
60 60 defloculante
Arya-Dierolf, COM
40 40 defloculante
Arya-Paris, SEM
20 20 defloculante
Arya-Dierolf, SEM
defloculante
0 0
1.E-1 1.E+0 1.E+1 1.E+2 1.E+3 1.E+4 1.E+5 1.E+6 1.E-1 1.E+0 1.E+1 1.E+2 1.E+3 1.E+4 1.E+5 1.E+6
Sucção Mátrica, kPa Sucção Mátrica, kPa
Figura 6. Previsão para a amostra a 2 m. Figura 10. Previsão para a amostra a 10 m.

120 Dados experimentais


Arya-Paris, COM defloculante Foram calculados valores de α* necessários
100 Arya-Dierolf, COM defloculante
Grau de Saturação, %

Arya-Paris, SEM defloculante para um perfeito ajuste das curvas


80 Arya-Dierolf, SEM defloculante características previstas e medidas.
60 Rearranjando a Eq. 9 e utilizando a equação de
capilaridade de Kelvin (Eq. 7), a seguinte
40 equação foi obtida:
20
(ua − uw )i2 Ri3 4e
0 α* = (10)
1.E-1 1.E+0 1.E+1 1.E+2 1.E+3 1.E+4 1.E+5 1.E+6 3(2Ts ) 2
Sucção Mátrica, kPa
Figura 7. Previsão para a amostra a 4 m.
A Eq. 10 permite o cálculo dos valores de α*
correspondentes aos valores medidos de sucção
120 Dados experimentais
Arya-Paris, COM defloculante
mátrica, (ua – uw)i.
100 Arya-Dierolf, COM defloculante Figuras 11 e 12 apresentam os valores de α*
Grau de Saturação, %

Arya-Paris, SEM defloculante


80 Arya-Dierolf, SEM defloculante calculados utilizando a Eq. 10 e utilizando as
curvas granulométricas com e sem defloculante,
60
respectivamente.
40 Pode ser observado na Figura 11 uma
20
variação linear de ln(α*) em função de ln(ri),
até um valor mínimo. A partir deste valor
0
1.E-1 1.E+0 1.E+1 1.E+2 1.E+3 1.E+4 1.E+5 1.E+6
mínimo os valores ótimos de α* tornam a
Sucção Mátrica, kPa crescer, ainda com uma tendência
Figura 8. Previsão para a amostra a 6 m. aproximadamente linear. Os valores de α*
variaram geralmente de 10mm a 1×10-3mm,
120 Dados experimentais
excetuando a amostra para 8m. A faixa de
Arya-Paris, COM defloculante variação de α* parece maior para as amostras
100 Arya-Dierolf, COM defloculante
Grau de Saturação, %

Arya-Paris, SEM defloculante mais superficiais e mais intemperizadas.


80 Arya-Dierolf, SEM defloculante A Figura 12 apresenta uma tendência de
60
variação de α* menos clara. No entanto, pode-
se observar que a tendência é de certa forma
40
inversa à observada na Figura 11. A relevância
20 dos valores de α* apresentados na Figura 12 é
questionável, uma vez que foi observado
0
1.E-1 1.E+0 1.E+1 1.E+2 1.E+3 1.E+4 1.E+5 1.E+6 anteriormente que a granulometria sem
Sucção Mátrica, kPa defloculante resultou em previsões
Figura 9. Previsão para a amostra a 8 m. consideravelmente inferiores.
1E+04
Os resultados das análises indicam que o
1E+03 comprimento efetivo dos poros, α*, associado
alfa (Arya-Deirolf), mm
1E+02 com cada fração de solo, varia de acordo com o
1m
1E+01 2m raio das partículas. Tendências lineares em
3m
1E+00 4m
gráficos ln(α*) versus ln(ri) foram observadas.
1E-01
5m
6m
A incerteza associada com os parâmetros
7m
8m
empíricos α e α* pode ser considerada elevada,
1E-02
10m e maiores estudos devem ser realizados para
1E-03
1.E-04 1.E-03 1.E-02 1.E-01 1.E+00 1.E+01 1.E+02 melhorar o desempenho dos modelos de
Raio das Partículas, mm
previsão, considerando a estrutura bimodal
Figura 11. Parâmetro α* em função do raio das frequentemente observada em solos tropicais
partículas; curvas com defloculante. porosos como o de Brasília.
1.E+04

1.E+03 BIBLIOGRAFIA
alfa (Arya-Deirolf), mm

1m
1.E+02
2m ABNT (1984). Solo - análise granulométrica, NBR 7181.
3m
4m
ABNT, São Paulo, SP, 13 p.
1.E+01
5m Arya, L.M. & Dierolf, T.S. (1989). Predicting soil
6m
moisture characteristics by particle-size distributions:
1.E+00 7m
8m an improved method to calculate pore radii from
1.E-01
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1.E-04 1.E-03 1.E-02 1.E-01 1.E+00 1.E+01 1.E+02 Indirect Methods for Estimating the Hydraulic
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partículas; curvas sem defloculante. model to predict the soil moisture characteristic from
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Os resultados apresentados nas Figuras 11 e Aubertin, M., Mbonimpa, M., Bussiere, B. & Chapuis,
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granulométrica permite a melhor representação water retention curve from particle-size distribution:
da distribuição de poros do solo. sandy soils without organic matter. Soil Science.,
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granulométricas com defloculante resultaram Gov. Print. Office, Washington, D.C.
em previsões superiores para quase todas as Tyler, S.W. & Wheatcraft, S.W. (1988). Application of
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faixas de sucções, incluindo os primeiros Soil Science Soc. Am. J., 53, p. 987-996.
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