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O autor aborda em seu texto que por mais que saibamos pouco sobre os primórdios da
humanidade, os costumes implementados, como rituais sagrados, são uma coisa certa. E
possuem uma raiz em comum: o ritual de sacrifício. Nesses rituais a vítima (humana ou
animal de grande porte) representa horror e sofrimento, aquilo que se quer aliviar. Por
meio da repetição constante procurava tornar suportável o insuportável. Realizando,
dessa forma, a repetição sacrificial.
Mais adiante, Türcke relata sobre a repetição maquinal, que veio com a revolução
industrial. O proletariado, chegava a trabalhar de 12 a 14 horas diárias, em péssimas
condições, o que os instigavam a lutar por condições de trabalho mais suportáveis. O
operário realizava a manutenção da máquina, a qual é capaz de repetir o movimento
humano com mais rapidez, competência e qualidade.
Com o tempo e a evolução das maquinas, veio o choque de imagem, fazendo com que a
atenção da humanidade fosse presa a telas. Atuando com um poder fisiológico. No
início, possuía-se mais tempo para refletir e dialogar sobre os filme, porque eram raras
as ocasiões em que se ia ao cinema. Porém com o avanço da tecnologia as telas estão
presentes no nosso cotidiano, não apenas no tempo livre, mas também nos momentos de
estudos e trabalho, restando pouco tempo para refletir de fato a quantidade extravagante
de imagens e informações que são recebidas.
A atenção humana dura para além da duração do estimulo. Isso é possível porque
falamos, pensamos, temos uma experiência social a respeito do estimulo. A
característica da atenção humana é a capacidade de ser fixada. Para além do estimulo. E
também, é necessário relaxar, fazer pausas para continuar depois o exercício de prestar
atenção, manter o foco em determinada atividade, ou dialogar sobre a experiência
vivida. O que tem se resumido cada vez.
A história humana de repetição, desde os primórdios fincados na remota Idade
da Pedra, tinha um padrão determinado. Há mais ou menos dois séculos, no
entanto, ela atingiu um ponto nevrálgico, em que, sem saber de que modo,
como que em partenogênese, se estabeleceu no mundo um novo tipo de
repetição. Mas que é tanto sua criatura como seu contraponto. Produziu-se a
partir dela, mas lhe perfaz a trajetória ao inverso. E somente quando se tem
clareza sobre o tipo de mudança que com isso se introduziu é que se pode
aprender a avaliar de qual mensagem o TDAH é portador.
Que a capacidade da atenção pode se perder, essa é uma experiência nova. Do
que não se conclui que ela necessariamente deva ser perdida. Sua rota pode ser
alterada. Um dos lugares centrais é a escola. (TÜRCKE, 2016)
O cérebro precisa exercitar sua plasticidade, ele precisa consolidar suas mudanças. E no
cotidiano existe uma carência de repetir, refazer, rever, é considerado ‘perda de tempo’.
Enquanto que fazer uso de mídias digitais não. E isso compromete a consolidação de
novas informações, de mudanças.
A criança com TDH tem um modo de funcionamento mais já deficitário. Não reconhece
funções orgânicas. Isso não é inerente aquele organismo, isso é fruto de um processo
social no qual as pessoas estão sendo inseridas. De acordo com o autor, nós estamos
produzindo as condições produtoras desse problema. Diante de tal contexto, a
capacidade de prestar atenção tem se disseminado.
REFERÊNCIAS: