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Seu valor para o verdadeiro adorador e seu desvalio para a falsa adoração.
- Ariel Placidino
Mateus 16:241 - “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim,
renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;”
Lucas 14:272 – “E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu
discípulo.”
1 Coríntios 1:17-18 – “Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar;
não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. Porque a palavra
da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de
Deus.”
Gálatas 5:11 – “Eu, porém, irmãos, se prego ainda a circuncisão, por que sou, pois,
perseguido? Logo o escândalo da cruz está aniquilado.”
Gálatas 6:12-14 – “Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos
obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de
Cristo. Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a lei, mas querem
que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne. Mas longe esteja de mim gloriar-
me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado
para mim e eu para o mundo.”
Efésios 2:16 – “E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as
inimizades.”
Filipenses 3:18 – “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também
digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo”
Colossenses 1:20 – “E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio
dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que
estão nos céus.”
Colossenses 2:14 – “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a
qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.”
1
Marcos 8:34
2
Mateus 10:38
No Novo Dicionário da Bíblia sobre “cruz” explana concisamente a respeito:
“O interesse dos escritores do NT, na cruz, não é nem arqueológico nem histórico,
mas antes, cristológico; Preocupam-se com a significação eterna, cósmica, soteriológica do
que aconteceu de uma vez para sempre na morte de Jesus Cristo, O Filho de Deus, sobre a
Cruz. Teologicamente, o vocábulo ‘cruz’ era usado como descrição sumária do evangelho
da salvação, de que Jesus ‘morreu pelos nossos pecados’. Assim é que a ‘pregação do
evangelho’ é a ‘palavra da cruz’ a ‘pregação de Cristo crucificado’ (1 Co 1.17s.). Assim é que o
apóstolo se gloria ‘na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo’ e fala sobre estar sofrendo
perseguição ‘por causa da cruz de Cristo’. É claro que, neste caso, a palavra ‘cruz’ é usada
para indicar todo o alegre anuncio sobre nossa redenção por meio da morte expiatória de
Jesus Cristo.
A ‘palavra da cruz’ é igualmente a ‘palavra da reconciliação’ (2 Co 5:19). Esse tema
emerge claramente nas Epistolas aos Efésios e aos Colossenses. Foi ‘por meio da cruz’ que
Deus reconciliou judeus e gentios, abolindo o muro medianeiro de separação da lei que
consiste de mandamentos (Ef 2.14-16). É ‘mediante o sangue da sua cruz’ que Deus
estabeleceu a paz, reconciliando todas as coisas consigo mesmo (Cl 1.20s). Essa
reconciliação é ao mesmo tempo pessoal e cósmica. Pode tornar-se realidade porque Cristo
eliminou a acusação que havia contra nós, com suas exigência legais, ‘encravando-o na
cruz’ (Cl 2.14).
No NT, a cruz é símbolo de vergonha e humilhação, bem como da sabedoria e da
gloria de Deus, reveladas por meio dela. Roma empregava a cruz não apenas como
instrumento de tortura e execução, mas também como pelourinho vergonhoso, reservado
para os mais baixos e vis. Para os judeus era sinal de maldição (Dt 21.23; Gl 3:13). Essa foi a
morte de que Jesus morreu, e por causa da qual o povo clamava pedindo-a. Mas Ele
‘suportou a cruz, não fazendo caso da ignominia’ (Hb 12.2). O degrau mais baixo da escada
pela qual desceu nosso Senhor, em sua humilhação, foi que ele tolerou até ‘a morte de cruz’
(Fp 2.8). Por esse motivo a cruz era uma pedra de tropeço para os judeus (1 Co 1.23; cf Gl
5.11). O aviltante espetáculo de uma vitima a carregar o seu ‘patibulum’ era tão familiar aos
seus ouvintes, que por três vezes Jesus se referiu ao caminho do discípulo como o carregar
da cruz (Mt 10.38; Mc 8.34; Lc 14.27).
Além disso, a cruz é símbolo de nossa união com Cristo, não simplesmente em
virtude de compartilharmos de seu exemplo, mas em virtude do que ele realizou por nós e
em nós. Em sua morte vicária por nós, sobre a cruz, nós morremos ‘em’ Cristo (cf. 2Co
5:14), e ‘nosso velho homem foi crucificado juntamente com ele’, a fim de que, por seu
Espirito que em nós habita, possamos andar em novidade de vida (Rm 6.4s.; Gl 2.20; 5.24s.;
6.14), e estamos habitado ‘em’ Cristo3.”
3
J. D. Douglas, Novo Dicionário da Bíblia, editora Vida Nova, pag. 310.
Vemos por claro exemplo, e a tomo por ilustração, a Serpente na Haste de
Moisés:
Números 21:7-9 - “Por isso o povo veio a Moisés, e disse: Havemos pecado,
porquanto temos falado contra o SENHOR e contra ti; ora ao SENHOR que tire de nós
estas serpentes. Então Moisés orou pelo povo. E disse o SENHOR a Moisés: Faze-te uma
serpente ardente, e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo o que, tendo sido picado,
olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal, e pô-la sobre uma haste; e sucedia que,
picando alguma serpente a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, vivia.”
Sendo esta Serpente na Haste uma figura de Cristo na Cruz o qual interpreto da
seguinte maneira: as Serpentes que saia da terra para devora-los é como figura do Pecado
que devora o povo lhes tragando para a morte; A serpente (pecado) foi colocada na haste,
assim como Cristo que se fez “pecado” (pois levou sobre si nossas culpas) foi levantado
na cruz. Quando então olhamos para o Cristo na Cruz (assim como os hebreus olhava
para Serpente na Haste), vivemos, pois avivamos em nós a perseverança pelos frutos de
gratidão por esta obra de amor. Como Cristo mesmo diz:
João 3: 14-15 - “E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o
Filho do homem seja levantado; Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a
vida eterna.”
Porém, alguns estão caindo no mesmo abismo que os antigos se definharam, pois
eles começaram a adorar a Serpente na Haste (dada o nome de “Neustã4”) assim como
alguns se prostram adorando a figura da cruz.
2 Reis 18:4 – “Ele tirou os altos, quebrou as estátuas, deitou abaixo os bosques, e
fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera; porquanto até àquele dia os filhos de
Israel lhe queimavam incenso, e lhe chamaram Neustã.”
O Instrumento que tinha por proposito leva-los a verdadeira adoração (pela sua
simbologia e representação) se tornou o próprio objeto de adoração. Como acontece hoje
com a Cruz, a qual alguns a tomam não para se lembrarem de Cristo e sua Obra de
expiação, mas para fazerem dela seu próprio ídolo.
4
O Dicionario Strong de numero “H05180” do hebraico “ ”נחשתןechu htan
Neustã: “uma coi a de latão”, “Bronze”
1) nome pelo qual a serpente de bronze feita por Moisés no deserto foi adorada na época do rei
Ezequias, de Judá, antes que ele a destruísse
CAPITULO 2 - O Valor da Cruz pela História.
“Mas o procônsul atacou-o e ordenou que André nunca mais ensinasse e pregasse
essas coisas; caso contrário, deveria ser amarrado à cruz imediatamente.
André, permanecendo firme e constante em suas convicções, respondeu assim
sobre o castigo com que fora ameaçado: “Que ele não teria pregado a honra e glória da
cruz, se temesse a morte na cruz.” Depois disso, foi pronunciada a sentença de
condenação: André deveria ser crucificado, por ensinar e promover uma nova seita e por
abolir a religião dos seus deuses. Ao dirigir-se ao lugar do martírio e ao ver ao longe a cruz
já preparada, André não mudou nem de semblante nem de cor, seu sangue não se retraiu, a
voz não hesitou, o corpo não desfaleceu, a mente não se perturbou, o entendimento não lhe
faltou, como sói acontecer com os homens. Sua voz, porém, falou extravasando a
abundância do seu coração, e uma ardente caridade mostrou-se nas suas palavras como
centelhas de fogo. Disse ele: ‘Ó cruz, extremamente bem-vinda e tão longamente esperada!
De boa vontade, cheio de alegria e desejo, eu venho a ti, discípulo que sou daquele que
pendeu de ti: pois sempre fui teu amante e sempre desejei te abraçar.5”
Apesar de seu imenso valor e significação, o símbolo da Cruz ainda não era usada
pela igreja e isto vemos com o testemunho de Minucio Feliz em Otavio 10 – qual diz:
“A primeira arte cristã identificável surge em torno do ano 200; Sua ausência por
quase dois séculos, após o inicio da igreja, costuma ser atribuída á:
1. Uma continuação da aversão judaica as imagens baseadas no decálogo (Ex. 20.4)
2. Ao Cristianismo ser uma religião espiritual contraria a manifestações materiais,
3. À oposição cristã a uma cultura pagã intimamente associada a imagens.
5
John Foxe (1516-1587), O Livro dos Mártires, pag. 19.
6
Historia da Igreja, Volume 1 de Everett Ferguson, pag. 71
Porém, mais recentemente, essa ausência tem sido atribuída a:
4. As Circunstancias econômicas e sociais da maioria dos cristãos, não a qualquer
oposição inerente a imagens ou outras expressões de arte.
Uma teoria das origens da arte cristã é que ela começou em pequenos objetos de
uso diário que todos precisavam ter, tais como sinetes e lâmpadas. Clemente de Alexandria
falou sobre imagens apropriadas para os cristãos empregarem em seus sinetes: pombas,
peixe, navio, lira, âncora, pescador; Não deviam ser utilizadas imagens de ídolos,
instrumentos de guerra, como espada ou arco, e taças (pois os cristãos eram moderados).7”
“Na igreja antiga, a veneração publica das imagens desenvolveu-se lentamente por
causa da aversão à idolatria; Segundo o espirito do Decálogo, os pais da igreja, como
Tertuliano, Eusébio e Agostinho, condenavam a representação artística de pessoas
sagradas. A Igreja gentia, no entanto, paulatinamente introduzia símbolos na adoração,
conforme atestam as pinturas das catacumbas. As imagens mais antigas raras vezes
retratavam a forma humana, mas empregavam figuras sugestivas, como um cordeiro, ou
uma cruz com referência a Cristo, uma pomba relativa ao Espirito Santo ou aos apóstolos.
Depois de Constantino, à medida que os cristãos desfrutavam de mais oportunidades de
enfeitar as igrejas, aumentava a reverencia para com as imagens. No Século VI, Gregório I
cautelosamente deu sua aprovação ás pinturas como meios de instruir os analfabetos, mas
proibiu expressamente a adoração das imagens.8”
7
Historia da Igreja, Volume 1 de Everett Ferguson, pag. 195
8
Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã de Walter A. Elwell, Volume 2, pag. 314.
João Mansour (c. de 730-760), em um longínquo mosteiro na Palestina sob controle
dos árabes, formulou as ideias que acabaram sendo utilizadas para justificar as imagens
religiosas. Mansour, mais conhecido como João Damasceno [...] explicou que nenhuma
imagem tinha a mesma essência do original; ela meramente o imitava. O Único valor do
ícone é servir como copia e lembrança do original. Seu argumento baseia-se no conceito de
Platão de que tudo oque percebemos neste mundo é, na verdade, uma imitação da forma
eterna e original que só pode ser conhecida pela alma no mundo imaterial.
[...] Embora fosse errado adorar uma imagem, a presença de um ícone de Cristo
poderia instruir e auxiliar o fiel na adoração do verdadeiro Cristo; por esse motivo, as
imagens devem ser honradas e veneradas da mesma forma que a bíblia ou o símbolo da
Cruz.9”
9
Historia do Cristianismo, Bruce L. Shelley, Pag. 170 á 172.
10
O Cristianismo através dos Séculos, de Earle E. Cairns, pag. 407.
CONCLUSÃO
Lutero, dizia que “a remoção de imagens não remove a idolatria, pois o ídolo não
esta em imagens, mas no coração das pessoas12”, ou seja, se você tirar a cruz da parede, o
idolatra adorará a parede – pois como é dito: “Tudo é puro para os puros, e tudo é
contaminado para os infiéis e incrédulos” (Tito 1:15) – mas se der a um verdadeiro Cristão
a imagem da Cruz, ele á terá por memorial do sacrifício de Cristo por ele, e discernirá
empregando correta dosagem á admiração nela, pois ele tem aprendido: “Examinai tudo
e retende o bem.” (1 Tessalonicenses 5:21).
11
Relatado por Ducan Reily no eu livro: “Hi toria documental do prote tanti mo no Bra il”
12
Historia da Reforma, de Carter Lindberg, pag. 138.