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Mudança I

“Conrado, como é que tu era advogado, tu trocou de vida e virou


fotógrafo?”. Eu posso contar essa história do ponto de vista cronológico,
contando passo a passo, dizendo o que foi que aconteceu nos mínimos
detalhes, mas eu acredito que o mais importante aqui é te contar quais foram
os momentos decisivos e porque eles foram decisivos.

Se eu for te contar dessa forma, talvez eu não vá utilizar a forma


cronológica, porque eu quero que tu preste atenção nessas grandes
mudanças. E eu estava aqui pensando, qual foi a primeira vez que eu pensei:
“Ah, vou ser fotógrafo”. Eu acho que nunca pensei nisso aí, na real. Se alguém
me mandasse responder uma prova de falso ou verdadeiro uma prova de V
ou F, lá no meu tempo de faculdade, e tivesse uma questão sobre o meu
futuro dizendo o seguinte: “Daqui a 20 anos, tu será fotógrafo profissional”,
eu responderia com um grande F de falso.

Mesmo se essa pergunta me fosse feita há 10 anos atrás, a minha


resposta também seria um grande e portentoso F.

E o mesmo eu te digo se alguém me perguntasse, fizesse essa mesma


prova, perguntando: “daqui a cinco anos eu seria uma referência cultural das
redes sociais”, eu também marcaria um grande e portentoso F.

Sou a prova viva de muitas mudanças dentro de uma vida.

Já vivi várias vidas dentro dessa mesma vida. Já fui estudante


profissional, já fui advogado, já fui jogador de pôquer profissional, já fui
campeão brasileiro de pôquer, já joguei campeonatos pelo mundo todo, já fui
entusiasta de vinho, já viajei por conta disso, de charutos, já viajei por conta
disso, de cozinha, já viajei por conta disso. Para aprender... Para conhecer
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essas coisas... E conheci muito bem. Tive êxito em tudo que eu me propus a
fazer. Tive sucesso, e trago aqui o exemplo da mudança de advogado para
fotógrafo, porque esta foi decisão mais difícil que eu tive que tomar. Foi uma
decisão, a única que eu tive que deixar todas as minhas outras vidas para
trás; todos os outros casos eu poderia, eu conseguiria levar as coisas juntas;
entende? Mas nessa eu tive que abandonar tudo, começar do zero uma outra
vida.

O primeiro momento que essa ideia surgiu na minha cabeça, foi em um


feriado de Corpus Christi. Eu ainda não sabia que a ebulição mental daqueles
dias me transformaria em fotógrafo. Como eu disse para vocês, vou contar
quais foram os momentos decisivos e por que eles foram decisivos. Eu tinha
29 anos e para mim a gente só fica adulto lá pelos 38, ao menos os homens,
ao menos foi o meu caso, quando é que eu me senti adulto, assim.

Mas eu também enxergo que a gente começa a ficar adulto lá pelos


27... Com 27 anos, a gente já viveu um pouco disso aqui, dessa vida; já
conhecemos algumas pessoas, já amamos outras, já viajamos um pouco, já
começamos a ganhar algum dinheiro, já tivemos algumas decepções, já
tivemos algumas perdas, em síntese, é com 27 anos que a gente começa a
se familiarizar com essa vida toda aqui.

Bueno, eu tava lá com meus 29 anos, num feriadão, na praia, vivendo


aquela crise existencial dos 30 anos, quando o cara começa a se perguntar:
“O que que eu tô fazendo da minha vida?” Começa a colocar no papel todas
as coisas que já fez... As coisas que quer fazer no futuro... E a maioria das
coisas que a gente coloca no papel é exatamente as coisas que a gente
gostaria de ter feito e não fez. A gente começa a planejar o que vai acontecer
na nossa vida nos próximos anos. A gente revisita algumas perspectivas, a
gente renova o nosso planejamento estratégico. É muito provável que tu já
tenhas te perguntado o que tu quer fazer no futuro. E a resposta, que tu
acabou chegando, normalmente é a seguinte: “Eu não faço a mínima ideia.
Eu não tenho a mínima ideia do que quero fazer”. E sabe por que a gente faz
isso? Porque a gente acaba acreditando, por via negativa, no que a gente não
quer fazer.

Se a vida já está mais ou menos nos trilhos, mais ou menos encaixada


a gente acha que já descobriu o segredo do sucesso e quer dar continuidade
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ao plano que já temos. A gente quer viver a vida como ela vai acontecendo e
isso é normal, porque o nosso cérebro trabalha de uma forma bem dualista,
dentro dele, a gente tem as nossas memórias, as nossas experiências, aquilo
que gostamos e aquilo que não gostamos, aquilo que deu certo e aquilo que
deu errado.

É assim que a gente começa a enxergar o nosso presente. A gente


começa a ver também, no nosso dia-a-dia, o que deu certo e o que deu
errado, o que tá bom e o que tá mal. Assim tu pensa o teu passado, o que tá
certo, o que tá errado, o que tá bom, o que tá mal. Agora, o teu futuro
permanece uma visão assombreada. Tu não sabe o que vai acontecer. O que
tu tem nessa tua visão de futuro é exatamente o resultado dessa via negativa:
tu não sabe tu o que tu quer, mas tu sabe o que tu não quer.

Então, meu, não te preocupa com isso, porque são muito poucas
pessoas que têm um completo planejamento da vida quando a gente tá lá
pelos vinte e poucos anos. Naquela fase da vida a nossa visão de futuro
permanece assombreada... Não tá muito claro para nós.

Nós queremos continuar com a nossa visão de futuro, simplesmente


pelo comodismo. A gente tenta descobrir por via negativa o que a gente não
quer, mas pouca gente sabe o que realmente quer.

Vocês não têm que ficar preocupados com isso, muito pouca gente tem
esse completo planejamento da vida, quando a gente tem seus 20 e poucos
anos. Com vinte e poucos anos a gente vive a mais completa ilusão da
imortalidade e não dá a mínima para a força do destino. Acreditamos,
piamente, ser a exceção à regra, que nunca sofreremos danos e que a sorte
sempre sorrirá para nós... Cara, olha só: essa é a coisa mais importante que
eu vou te dizer nessa primeira parte da aula: hoje tu tem que entender que
tu vai morrer e que nem sempre a vida vai sorrir para ti. Nem sempre a sorte
vai sorrir para ti o tempo todo. Esse é o mundo real. Essa é a pílula vermelha.

Por outro lado, e contraditoriamente, o que eu quero que tu entenda,


nessa primeira parte da aula, é que tu aceite que tu morrerá, porque no
momento que tu aceitar que tu vai morrer, tu vai começar a aproveitar cada
segundo da tua vida a partir de agora, como se tu fosse morrer amanhã. Tu
entendeu? Eu digo sempre para vocês, a morte não é um dia lá adiante, a
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morte é cada dia que tu não viveu, cada dia que tu não foi real com a tua
essência, cada dia que tu não foi real com os teus sonhos. Parece um papo de
louco, mas é exatamente isso que eu quero que tu entenda, essa grande
contrariedade que existe de tu aceitar que vai morrer e por aceitar que tu vai
morrer tu valoriza muito mais a tua vida. Parece contraditório para muitas
pessoas, mas não é. Essa é a grande resposta.

E a segunda lição é a consequência lógica da primeira: o destino nem


sempre vai sorrir para ti, então agradeça por estar se fudendo pouco.

Imagina: se tu pode morrer a qualquer momento, agradeça, porque tu


não morreu. Agradeça cada revés, cada problema que tu vive, como uma
oportunidade para melhorar, para crescer, para evoluir. Tu tens que estar
atento que o homem que tu quer ser no futuro já está dentro de ti.

Só que para tu ser esse homem lá do futuro, que tu sonha, com


sucesso, desenvolvido, crescido, adulto, dono de si mesmo, isso não vai
acontecer num passe de mágica. Nada disso. Tua missão, nessa vida, é
exatamente uma: é parir a si mesmo. É tu que tem que dar nascimento ao
homem que tu nasceu para ser. A parte mais importante da nossa vida é
essa, presta atenção comigo: tu tem que parir a si mesmo. Tu tem que criar
em ti esse homem que tu quer ser lá no futuro. Tu percebe que essa
aparente contradição, sobre como encarar a morte e o destino, pouco tem
a ver com a morte em si ou com o destino em si? Tem muito mais a ver com
a tua percepção sobre a morte e o destino. Como tu encara os dois. Nós
seres humanos temos a sensação de que temos algum controle sobre a
morte, sobre o destino. Temos a sensação de que temos o controle sobre a
realidade e sobre nós mesmos.

Te lembra quando eu te falava das pílulas vermelhas? Qual é a primeira


lição que eu te dei lá? Tenha claro a divisão entre as coisas que tu tem
controle e as coisas que tu não tem controle. Quando tu entender que tu
não tem controle nem sobre a morte, nem sobre o destino,
automaticamente tu vai parar de desperdiçar a tua vida. Tu vai querer viver
tudo que há para viver. Tu vai te permitir... (que nem naquela música do Lulu
Santos). Tu vai permitir ser quem tu és.
E o que significa ser tu?

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Essa é uma das perguntas mais difíceis de responder, exatamente
porque nós, os humanos, nos não temos certeza de nós mesmos. Vivemos
sempre num medo, nos tornamos prisioneiros de cárceres imaginários,
construídos por nós mesmos. E o nome desse cárcere imaginário é Zona de
Conforto. Presta atenção no que eu vou dizer aqui, cara: O primeiro passo
que tu deve dar na direção ao que tu quer descobrir, é tentar pensar: Quem
é tu? Qual é a tua missão? Qual a tua vocação?

Porém esse é um passo muito intimista, esse é um passo muito


introspectivo... Depende unicamente de ti. É tu contigo mesmo. E muitas
vezes o medo de ficar conosco mesmos acaba nos subsumindo. O medo de
nos encararmos faz com que a gente não consiga tocar adiante. Eu poderia
encerrar a nossa aula por aqui. O que eu tinha de importante, pontual para
dizer para vocês já está dito. Só que eu sei que muita gente aí, ouviu tudo
que eu disse, entendeu, mas permanece com medo da mudança, ou não tem
a mínima noção de como descobrir a sua missão de vida, a sua vocação, o
seu propósito.

E como é que eu sei que tu te sente assim? Exatamente porque eu já


estive no teu lugar. Eu já vivi num mundo onde eu achava que tudo estava
sob o meu controle, que a vida seguiria o plano que eu havia programado,
que eu demonstrava para o mundo ser o mais forte dos homens, que eu era
esse homem que tinha certeza de si mesmo, mesmo sabendo que lá no
fundo eu não tinha certeza de nada, que lá no fundo eu era uma criança
medrosa, fingindo ser forte e duro, no mundo exterior, mas cheio de
incertezas e dúvidas dentro do peito.

Só que de tanto fingir ser forte e duro, nós nos acostumamos a ter essa
carapaça, a ter essa armadura, a ter essa proteção e por isso que, quanto
mais velhos nos tornamos, mais difícil fica encontrarmos a nossa vocação, a
nossa missão de vida, porque temos que descontruir toda essa armadura,
toda essa carapaça e toda essa proteção.

O sentimento lógico que deriva do fato de nos desarmarmos, de


colocarmos os nossos escudos no chão e sentirmos que estamos
desprotegidos, estamos em risco, que iremos sofrer. Perecer. Morrer. Nesse
momento o medo passa a tomar conta de nós, a angústia toma conta de nós
e eu sei disso, porque eu já passei por isso inúmeras vezes, estou passando
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agora, mais uma vez. É mais uma casquinha que se quebra é mais um
nascimento, só que o bom de já ter quebrado várias casquinhas, já ter
mudado a vida várias vezes, é que a gente aprende, adquirimos o
conhecimento. A gente começa a dominar o desconhecido. O desconhecido
já não é mais tão desconhecido assim.

Não existe melhor forma de te ensinar sobre como ter certeza de si


mesmo do que te mostrar que essa mudança é possível; que é real, que
outras pessoas já conseguiram e que tiveram muito êxito nessa
transformação. Não só em termos de êxito financeiro, mas em termos de
êxito existencial. Isso é o “Quanto mais eu sei, mais eu sou”.

Essa é a grandiosidade humana, esse é o êxito, isso é o que a gente procura


aqui nesse plano terrestre: crescer cada vez mais, para administrar qualquer
violência que venha contra nós, qualquer ameaça que venha contra nós. Isso
que nós temos que buscar fazer no nosso dia-a-dia. E é por isso que vou fazer
com vocês, aqui, uma espécie de engenharia reversa da análise dos
momentos, das fases que eu já consigo ver como foram fundamentais para
eu alcançar a mudança que fiz na minha vida.

Nietzsche resume muito bem o que estamos falando na obra A Gaia


Ciência. Muita gente lê essa passagem dele e não consegue compreender o
sentido claro que ele ensina, talvez até mesmo porque pouca gente viveu
esse tipo de mudança. Nietzsche diz o seguinte: “Depois que cansei de
procurar, aprendi a encontrar, depois que o vento me opôs resistência eu
velejo com todos os ventos”. Vocês conseguem ver quão lindo é isso que o
Nietzsche fala para nós? “Depois que eu cansei de procurar, eu aprendi a
encontrar”. O que que ele quer dizer com isso?

De tanto tentar realizar mudanças em sua vida, ele começou a ver cada
fase dessa própria mudança em sua vida. De tanto cansar, fazer sua vida, se
arriscar naquilo ali, ele começa a aprender a encontrar, ele começa a ver um
método nessa mudança. Ele começa a ver cada parte desse processo de
transformação.

Eu só fui me dar conta da profundidade disso, que o Nietzsche havia


dito lá na A Gaia Ciência quando eu passei por todas essas transformações
necessárias para parir a mim mesmo.
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O que a gente aprende de mais importante com o estudo e com o
tempo é que a busca pelo saber começa a se tornar algo extremamente
necessário e positivo. E o desenvolvimento da mente e do cérebro se dá
muito mais por suas ações na vida do que pela a própria leitura, do que pela
própria intelectualidade em si; é a experiência que faz tu entender isso. É a
mesma coisa que Aristóteles fala para nós. Mais uma vez, cara, aconselho a
leitura Política Aristotélica - vale a pena ler. É a mesma coisa que o Aristóteles
ensina para nós, é a Sapiência e da Prudência.

O que é isso que ele tá conversando com a gente? O que é a Sapiência


e a Prudência? A Sapiência é o conhecimento baseado na leitura dos livros.
É conhecimento formal. A prudência é o conhecimento baseado na
experiência. A gente tem que ter essa grande conversa entre esses dois
lados. Todas as vezes anteriores, quando aprendi uma nova atividade, eu via
que era o conhecimento que me permitia mudar, que me permitia ter
sucesso, ter êxito em tudo que eu me propunha fazer. E isto não tem nada a
ver com QI ou com dom natural. Não tem nada a ver com isso.

Tenta te lembrar dos teus coleguinhas do colégio, tenta te lembrar dos cdf,
dos nerds, dos bagunceiros, turma do fundão, lembra dos caras que ficavam
no meio da aula e compara com hoje. Vê a tua vida. Tu vai ver que a maioria
dos teus colegas exitosos hoje, os mais exitosos, eles eram os teus colegas
mais felizes, não eram os cdfs que estavam lá na frente, não eram os colegas
que sentavam lá no fundão, não eram os colegas que sentavam na frente do
professor.

Tu tem que começar a ter a noção que sempre a capacidade intelectual


é a certeza do sucesso e realização profissional. Esse sucesso, esse êxito,
depende de Conhecimento. E o Conhecimento depende de duas coisas:
Estudo mais Experiência.

Como falei para vocês, durante muito tempo eu fui um viajante


profissional, eu fui um sommelier profissional, mas óbvio eu tinha a minha
vida de advogado, que era onde eu fazia o meu dinheiro. Mesmo assim eu
tinha alguns momentos de hobbys na minha vida. Um deles era vinho, era
aprender a cozinhar, inclusive, em uma época isso era apenas um sonho:
“Ah, para ir para a França! Aprender a cozinhar bem e beber bem!”. Até que
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um dia eu fui.

Sempre dou um nome para as minhas viagens. O nome daquela trip,


isso estou falando de 2007, era “À La Recherche du Vin Parfait”, “em busca
do vinho perfeito”. Quando decidi ir para a França, fui estudar francês.
Aprendi a falar francês, ou seja, quando eu cheguei na França, já falava
francês. Tu entende como uma coisa pequena da vida, a gente trás
conhecimento para dentro dela? A mesma coisa comigo aconteceu com o
pôquer. Cara, vou mostrar uma coisa para vocês aqui, meio engraçada
(mostra sua taça de campeão). Cara, eu fui campeão brasileiro de pôquer,
tem o Brazilian Series of Poker, que é a nossa série brasileira de pôquer. Fui
campeão do Main Event, do Torneio dos Campeões, lá em 2007. Mesmo
jogando pôquer profissionalmente, como eu fazia, viajava o mundo todo
para fazer isso, e, para vencer, tive de colocar o estudo do pôquer no meu
dia-a-dia. Vou pegar aqui para vocês terem uma ideia (pega vários livros de
uma estante), olha aqui, cara, a quantidade de livros, fora os que eu doei,
sobre pôquer: No Limited Texas Hold’em, Teoria e Prática, Estudo de cada
Mão Revelada, O Livro Verde do Pôquer, esse aqui é o Hold’em do
Harrington, quem conhece pôquer sabe, o Sklansky Hold’em Poker, que era
o melhor de todos. Mostro isso para que tu veja que a gente estudava para
ser o melhor. Tu estudava! Te dedicava a aprender.

O pôquer me ensinou muita coisa. Me ensinou, em primeiro lugar, a


estudar e aprender a lidar com pessoas, a lidar com tipos peculiares de
pessoas, com o ego das outras pessoas; aprender a ler as pessoas, ver o
padrão, reconhecer padrões nas suas atitudes. Multilevel Thinking: esse foi
o principal aprendizado para mim. Entender o que essa pessoa pensa que eu
penso; e a partir do que ela pensa do que eu penso, como eu tenho que agir
para ela pensar diferente sobre o que eu penso e poder retoricamente,
porém através de ações, obter mais benefícios e vitórias. Vocês entendem?

Esse caminhar de pensamento foi o pôquer que me deu e que hoje eu


utilizo na minha vida para lidar com a derrota. E o mais importante foi
aprender a discernir sobre quais batalhas que eu tenho que lutar e quais
batalhas que eu não tenho que lutar. Porque no momento que eu posso
entrar em uma disputa - por exemplo, o estilo de pôquer que eu jogava era
o No Limit Texas Hold’em -, a qualquer momento eu posso perder todo o
meu dinheiro, a qualquer momento eu posso sair fora de um campeonato.
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É meu dever saber escolher quais batalhas eu tenho que lutar e
enxergar lá adiante.

Joguei pôquer profissionalmente durante alguns anos e o que mais


ganhei durante essa jornada foram bons amigos e histórias antológicas para
contar.

Jogava pôquer, ganhei campeonatos, viajei pelo mundo todo, era o


meu hobby preferido, até que um dia minha história com o pôquer teve um
fim.

Parei de jogar pôquer pelo seguinte: meus pais eram policiais, e um dia
eu ganhei um campeonato lá em Punta Del Este e, todo emocionado, e
então liguei para minha mãe para contar a boa-nova: “Mãe, ganhei um baita
campeonato de pôquer!”. Minha mãe chorava no telefone. “Bah mãe, tá
chorando de emoção?” Ela respondeu: “Não Fernando, tô chorando de
vergonha, porque jogador de pôquer, puta e cheirador de cocaína é tudo a
mesma coisa”.

Minha mãe tinha muito preconceito em relação a isso; eu tive que


largar o pôquer profissional, para não brigar com a minha mãe, para não
brigar com o meu pai. Tu acredita nisso, cara? E olha só, de tanto gostar de
pôquer eu trabalhava nos campeonatos, comecei a me envolver nessa
organização toda, e, como era advogado, comecei a estudar e fui o primeiro
cara a ganhar as primeiras decisões, a “liberar” o pôquer no Brasil, deixar as
coisas mais claras, ganhar todas as decisões jurídicas, acabei sendo
advogado de federação, iniciando a federação brasileira, tem muita coisa por
trás. Para tu ver como isso tudo é importante, como cada ponto da vida a
gente passa os mesmos caminhos, que é aquilo o Nietzsche diz: “Quando o
vento me opôs resistência eu aprendi a velejar com qualquer vento, foi de
tanto cansar a procurar uma saída que eu aprendi a encontrar.”

Foi a mesma coisa para a Itália, eu aprendi a estudar italiano, a


entender de vinho, para poder ir para a Itália, para poder fazer uma boa
viagem, isso foi em 2012, vamos dizer assim.

O que eu quero trazer para vocês é que de todas essas experiências, a


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fotografia foi a única das atividades que eu me vi obrigado, a realmente,
abandonar a vida que eu tinha para poder ter uma experiência de um outro
lado, foi necessário. Todas as viagens de cultura, de conhecimento, giro
gastronômico, pôquer, tudo isso eu conseguia fazer enquanto eu era
advogado. O que eu acabei vendo com a fotografia é que dentro dessa ideia
de crescer no limite que a gente precisava a gente tem que colocar toda a
nossa experiência nesse caminho. Colocar toda a nossa potencialidade. Não
tem como servir a dois patrões, quando tu quer chegar no nível mais alto de
tudo, tu não tem como servir a dois patrões. Aí, eu tive que abrir mão de
minha carreira como advogado para escolher uma carreira como fotógrafo.

Vou falar mais sobre isso daqui a pouco, mas eu quero que vocês
entendam que nessa parte da aula, que a gente às vezes, tu vai ter que abrir
mão do que tu vive, numa realidade, para viver outra, no seu máximo, para
atingir o maior nível possível dentro dessa nova mudança, e para isso a gente
não pode ter medo. E hoje olhando para trás eu vejo que alguns momentos
foram cruciais nessa jornada. O primeiro deles, como eu já falei para vocês,
é a introspecção. Vocês viram como foi importante para conhecer de onde
é que tu vem?

Esse retiro espiritual que eu falo para vocês, desse momento que é só
teu, onde tu consiga enxergar essa semente do teu chamado. Para mim, foi
no final de semana na praia, muitas vezes as viagens têm esse poder
transformador, mas isso se deve mais ao fato de tu estar sozinho, em um
lugar diferente, onde tu depende unicamente de ti do que qualquer outra
coisa. Quando tive um desses momentos, eu comigo mesmo, como eu já
falei para vocês, eu chamei isso de retiro espiritual, foi quando eu fiquei um
período sozinho na minha praia. O meu plano era passar apenas o final de
semana na praia, eu fui para lá para apenas colocar as ideias em ordem. Era
eu, um caderno e uma caneta, como faço sempre, papel e caneta. Os
melhores amigos do homem, né... Meus livros, alguns filmes, o violão e era
isso. Só que quando eu me dou conta, eu tava lá na praia escrevendo sem
parar , quando eu vi, eu já tinha escrito três roteiros de cinema, e assim,
roteiro de cinema mesmo, com a história, com a produção, como é que tinha
que ser a câmera, como tinha que ser o enquadramento, como tinha que ser
o roteiro, se era de dia, se era de noite, eu compunha a cena, fazia os
diálogos, o perfil de cada personagem, tava tudo escrito, naturalmente.
Surgiu, baixou, e quando eu vi já era domingo e eu nem vi o tempo passar. E
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aí eu pensei: “Poxa, vida, mas que vida boa.” Era isso que eu queria fazer
pro resto da minha vida, ficar escrevendo, ficar criando coisas. Aí o que eu
fiz: olhei para minha agenda, era um feriadão de Corpus Christi, “ Bah,
consigo transferir meus compromissos.”

Aí eu acabei ficando a semana toda lá, fiquei mais quatro dias. Eu ia


dormir quando o sol caía e acordava quando o sol levantava. Sete dias num
fluxo intenso, uma produção intensa e sem cobrança nenhuma. Era eu
comigo mesmo, era eu para mim, querendo passar o resto da minha vida,
fazendo exatamente aquilo ali. Colocar a criatividade, a escrita, transformar
tudo isso aqui e que eu despertasse o interesse nas pessoas. O grande
objetivo da arte é com que a gente consiga ficar maior com tudo isso. E era
o que eu queria, criar uma escrita, fazer um vídeo, fazer cinema, fazer uma
narrativa... Eu quero que tu preste atenção por que eu estou te contando
essa história, porque aquele ali, aquele ali, foi meu chamado. Foi o meu
chamado para a comunicação, o chamado para contar história, mostrar a
minha visão sobre o mundo, o meu olhar sobre a vida, sobre como eu
enxergava a realidade. E o que eu acabo enxergando aí, o que que é? Eu
penso: “Pô, mas olha só, eu tenho uma facilidade para isso, pena que eu sou
advogado, né? Como é que vai ser agora a minha vida? Pena que isso aqui
não se comunica com o meu dia a dia. Como é que eu vou fazer para ganhar
dinheiro com isso? Eu não tenho como deixar uma vida de advogado, pra ir
para esse lugar que eu nem sei bem o que é. “Não sabia se era cinema, se
era foto, se era alguma coisa... Eu não enxergava sequer a possibilidade de
uma transição. Isso aí foi lá em 2009, como eu falei pra vocês, quando eu
tinha 29 anos, mas ali, naquele caderno, que não é esse aqui (mostra um
caderno), mas um caderno igual esse aqui, veio a singularidade, veio aquela
coisa, que a gente não sabe o nome, no qual a gente é único, veio o modo
como eu poderia expressar a minha vida, expressar os meus anseios,
expressar o que eu penso para a humanidade.

O que eu quero para mim? Que homem é esse que eu quero ser lá no
futuro? Quando eu era mais novo, tinha lá meus vinte e poucos anos, eu até
me aventurei em escrever uns contos, umas crônicas, umas poesias, mas
nunca levei isso a sério. Escritor não ganha dinheiro, todo mundo te diz, eu
sou advogado, advocacia que paga as minhas contas, que paga o carro, o
apartamento, paga o supermercado, paga as nossas contas do dia a dia, paga
os boletos. Uma ou outra coisa, eu até mostrava para os amigos que
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gostavam de literatura, mas sempre com vergonha, sempre tímido, cheio de
incertezas.

Mas olha que engraçado, quando eu tava lá na praia, nesse meu retiro
espiritual, isso aí foi em junho, quando chegou no meu aniversário, eu
arranjei uma namorada, lá da fronteira. Um dia, fui visitar a guria e aproveitei
e fui dar um passeio no Freeshop. Cara, material fotográfico é muito caro,
cada câmera é o preço de uma viagem pro exterior, com avião, com hotel,
com carro, comida, com tudo junto ali e, dependendo da lente, cada lente
também é uma viagem para o exterior, e olha que eu adoro viajar. Quando
eu chego lá no Freeshop, eu encontro, exatamente, a câmera que eu queria,
com as lentes que eu queria e com o abatimento dos impostos do freeshop
era o melhor cenário que eu poderia encontrar. Era melhor do que comprar
na própria B&H em Nova Iorque, já que eu não ia ter que pegar um avião
para ir até os Estados Unidos. Em síntese, pra mim, era o sinal do destino. Tu
me entente? Eu comprei uma câmera básica, uma semiprofissional, até
então, mas, vamos dizer assim, ela já tinha as lentes intercambiáveis.
Quando eu era criança, eu fotografava com umas câmeras de filme, aquelas
que todo mundo tem ai, já teve em casa. A minha primeira fotografia eu
tinha colocado aqui para mostrar para vocês e está aqui (mostra uma foto).
Minha primeira fotografia: eu, minha mãe, meu pai e meu irmão, tentando
compor as coisas, se o meu irmão tem quatro ou cinco anos, nessa foto, eu
devo ter oito, sete ou oito. Bem bonitinho, até vou deixar aqui, na mesa,
minha família. Ah, o que eu estava dizendo para vocês? Ah, aquela viagem
que eu fiz para a França, que eu tava contando, a fotografia tinha voltado
para minha vida, mas como hobby, porque era o início da popularização das
câmeras digitais. Eu comecei a fotografar novamente, eu vi que eu tava
fotografando muito bem. Tinha voltado a pegar esse ritmo novamente.

Por que, num momento da vida, as pessoas te dizem o quê? “Oh,


fotografia não vai te levar a lugar nenhum, larga esse teu hobby, tem que
achar uma profissão de verdade.” A minha foi a advocacia. Eu era muito bom
advogado também, não vai atrás, mas a fotografia tinha ficado escanteada,
tava sempre dormindo alí, e era a coisa que eu mais gostava de fazer quando
era mais novo. Naquela mesma viagem, pela França, eu já chegava ao limite
do que aquela camerazinha me proporcionava, e aí eu tive que comprar um
equipamento melhor. Já tava no meu radar fazer isso e pelo fato de eu ter
essa namorada lá na fronteira e poder comprar esse equipamento
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fotográfico, pagando o mínimo possível, para mim foi um salto, pra mim foi
um sinal do destino.

Cara, presta atenção: O que eu quero dizer para ti com essa história
toda? O que eu quero dizer para ti? Presta atenção: Ter esse sentimento que
é o teu destino realizar alguma coisa é uma força muito poderosa. Veja bem,
esses dois sentimentos muito poderosos e eles estão juntos: é o sentimento
do chamado, da vocação e o sentimento do destino. Isso tem um poder
absoluto, fora da matéria, quase divino, parece uma epifania, parece aquele
sentimento de que Deus existe, Ele me ama e eu sou o filho preferido D’Ele.
É o sentimento da gente ser o escolhido, ser o tio Sam one, lembra do Matrix
né?, que o Neo era o escolhido. E é importante lembrar, como eu disse para
vocês, que naquele primeiro chamado, lá na praia, eu por mais
entusiasmado que eu estivesse, entire cismado in teus, cheio da presença de
Deus, logo eu coloquei empecilho na mudança, que já era evidente, que
saltava aos olhos. “Bah, como é que eu vou deixar de ser advogado? Bah, eu
não vejo conexão nenhuma com o que eu faço hoje e com essa coisa que eu
quero ser no futuro”. Que nem nome tinha. Vocês enxergam que era eu
mesmo que me abafava, que frustrava meu sonho, minha vocação, minha
missão? Por parte de pressões sociais ou próprio conformismo, vocês
enxergam que era eu que me sentenciava a ser prisioneiro, enclausurado?
Num cárcere imaginário, criado por mim mesmo. Quantas vezes tu já não
passou pela mesma situação? Quanto tempo tu não cortaste as asas do que
tu chama de salto?

Todo o teu sonho, todo esse chamado que a gente fala, que parece
uma coisa: “Ai, meu propósito de vida”. Cara, isso é a tua essência, é a tua
vida te chamando. Isso é o que importa para ti. O que tu tem que seguir. Essa
espécie humana, conspirando para andar adiante. Não é uma coisa
romântica... Não é uma coisa frufru...Não... Isso é a vida. É o DNA, é espécie
humana, fazendo com que um de nós chegue na barreira do conhecimento,
fazendo com que tu te comunique com as coisas que te dão ardor, que te
dão entusiasmo, que te façam te sentir Deus. Essa é a parte mais linda disso
tudo, é a parte que eu quero que tu não esqueça, quão importante é ter esse
sentimento dentro de si, o sentimento de chamado, o sentimento de
vocação e o sentimento de destino, como se fosse parte de uma grande
conspiração, das estrelas trabalhando, com que tu seguisse em direção da
tua essência...
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Essa é a parte mais bonita disso tudo que a gente fala aqui e é isso que
eu quero que vocês memorizem e a parte mais importante desse trecho da
aula: como tu tem que ser esse ser humano especial, tu pode ser ser humano
especial. Isso não tem nada de coaching, não tem nada de psicologia. Isso
aqui é filosofia pura, meus alunos. Filosofia na veia...

Eu quero que tu tenha isso muito claro, esse foi o momento da


introspecção, esse é o momento da situação, o ambiente mais propício para
tu teres contato com o teu chamado, com a tua vida, com a tua missão, com
o teu propósito. Esse momento, ele só acontece na introspecção, meu
amigo, tu tem que tar parado, com esse grande período que a gente tá
passando, transição de quarentena. Tu começa a enxergar que o homem que
tu quis ser lá no futuro é tu, já tá dentro de ti. E é quando tu enxerga que é
esse o teu destino, que tu começa a enxergar que esse destino tá te
chamando que tu entende que é para isso que tu nasceu. E é assim que tu
começa a entender que para parir a si mesmo tu tem que te tornar essa
pessoa, tu tem que ter dentro de ti essa força e quanto maior for a
intensidade da conjunção desses sentimentos maior será a tua chance de ,
verdadeiramente, realizar a mudança que tu quer para a tua vida. Para mim
esse momento de introspecção, foi no retiro espiritual lá da minha casa de
praia, mas ele pode acontecer em qualquer lugar da tua vida. Eu aposto
contigo que tu já sentiste esta fagulha enquanto tu tava no trânsito, sozinho
no carro, engarrafado, quando tu tava correndo num parque ou quando tu
tava num treino da academia, tentando tirar uma soneca no sofá da sala; é
quando tu tá parado, é quando tu tá quietinho, ou mesmo quando tu tivesse
viajando para outra cidade, para outro país, ou no meio de uma leitura de
um livro, ou vendo um filme, pegando um sol, lavando louça... Eu sei que
muitas vezes tu já deixou passar, vem essa fagulha dentro de ti e tu pensou,
tu te entusiasmaste, mas deixou passar, pensou: “Ah, como seria bom fazer
isso” Mas logo tu já te boicotou, logo tu já te encarcerou em prisões
imaginárias. Esses momentos, meus amigos, são momentos raros, eles não
acontecem todo dia, quanto mais velho tu vai ficando, tu vai criando mais
proteções em torno de ti, mais armaduras, menos tu consegue enxergá-lo,
porém às vezes tu é invadido por esse turbilhão, por esse furacão, por essa
enxurrada de sensações e esse momento tu não pode deixar passar. Essa é
a tua essência pedindo para existir, é a vida te chamando, a tua vocação
gritando e eu sei que isso dá medo, eu sei que isso é angustiante. Eu sei que
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nos afundamos em incertezas; né? Mas é essa hora que tem que colocar
tudo no papel. Começa a pensar quais são os teus medos? Quais são tuas
angústias? Quais são tuas incertezas? Para depois tu poder examinar, quais
desses medos, né, quais dessas angústias, quais as incertezas são realmente
reais, quais são imaginárias. Pega um papel e uma caneta e escreve aqui, oh:
“Ah, os medos que eu tenho, as incertezas que eu tenho, as angústias que
eu tenho.” E por que isso acontece? Porque, desde pequeno, ninguém te
ensina a confiar em ti mesmo. A gente vive num mundo, num Estado,
paternalista. Todos esperam tudo dos outros; esperam dos seus pais,
esperam do Estado, esperam de Deus... Todo mundo acredita numa mágica,
numa grande conspiração das estrelas. Todo mundo menospreza o destino
e a morte.

Por outro lado, crer em ti, ter os objetivos bem claros pode ser
entendido como prepotência. “Cara, que cara metido”. “Bah, esse cara se
acha”. Tu aprende a te sentir culpado por ser o que tu é. Tu deveria seguir a
tua essência, deveria ser real contigo mesmo e tu te sente culpado, porque:
“Ah, o que eles vão pensar de mim”. “Ai, se eu sou muito metido”. E a gente
cai novamente naquela aparente contradição, que eu comentei com vocês
lá no início da aula, todo o sistema te ensina que tu deve trabalhar duro,
sacrificar-se e aceitar o teu destino. E eles estão certos, o problema é que
eles não te ensinam que o teu destino é a tua essência, que a tua essência é
o teu destino. Porque depois que tu entende qual é a tua essência, o que se
comunica contigo, aí tu tem que, exatamente, baixar a cabeça, trabalhar
duro, estudar muito, ampliar os teus conhecimentos, enfrentar as
vicissitudes do destino para alcançá-la. É um problema conceitual, as
pessoas misturam destino com essência. E é nesse momento, é nesse
turbilhão, é nesse furacão, nessa enxurrada que tu começará a te perguntar:
“Como é que eu vou parir a mim mesmo?” E esse será o tema da nossa
próxima aula. Como é que eu vou parir a mim mesmo?

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