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CORAGEM PARA ENTRAR NO

SANTO LUGAR

Por volta dos meus vinte anos eu servi como Ministro de Louvor na minha
igreja local e em outras igrejas também. Foi uma estação maravilhosa.
Havia favor sobre minha vida, e as pessoas regularmente me diziam: “Nós
amamos a maneira como você traz a presença de Deus”; “ Você é ungido”;
etc. Eu me sentia bem e me sentia útil.

Neste tempo, durante uma rápida leitura do livro de Hebreus, eu “tropecei”


numa frase:

“Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário,


pelo sangue de Jesus”(Hb 10:19),
e eu fiquei paralisado. Estas palavras me alertaram para o fato de que foi
o sangue de Jesus que tornou a presença de Deus acessível ao ser
humano , não os ministros de louvor. Entretanto, em minha mente, minha
teologia e minha experiência, eu, o ministro de louvor, funcionava como um
canal para o encontro.
Neste momento, eu percebi que a minha compreensão do meu papel no
ministério não estava alinhada com a verdade. Não existia uma maneira da
liderança do louvor desempenhar o mesmo papel do sangue de Jesus.
Durante anos eu abracei alegremente a tarefa de “ajudar as pessoas a
entrarem na presença de Deus”. E estava clara a necessidade de repensar
esta ideia e ter uma entendimento mais apurado do papel que eu exercia.

Eu creio em ministério encarnacional e estava totalmente confortável com a


ideia de Deus agir através de um ser humano frágil. Mas este verso me
impactou e me lembrou de que era o sangue de Jesus que trazia as pessoas
para a presença de Deus, não o meu talento e nem a forma como a banda
tocava, ou até mesmo as canções que escolhíamos, etc.  Qualquer coisa
contrária a isso seria idolatria. Isso foi decepcionante.

No entanto, eu sabia que havia trazido algo pra mesa e estava determinado
a compreender melhor.

Pouco tempo depois, eu estava lendo sobre as qualificações para a


liderança em Timóteo e Tito, e praticamente tudo nos textos falava sobre
caráter. Foram mencionados dois dons espirituais: (1) hospitalidade e (2)
encorajar os outros com a sã doutrina. E isso acionou algo em mim e foi o
que eu fiz! Eram dois dons fundamentais que precisavam fazer parte de
uma liderança para garantir um ministério eficaz.

Ao invés de minha função sacerdotal ser o “portador da presença”, percebi


que precisava me auto identificar como um “anfitrião” que ofereceu
hospitalidade e encorajamento. Não estava dentro da minha habilidade
induzir uma experiência espiritual, mas eu certamente poderia acolher
calorosamente as pessoas e incentivá-las com uma verdade sólida. Eu
poderia ajudá-los a se sentirem em casa e lembrá-los de que suas mãos
sujas estavam limpas por causa da obra de Jesus, e poderiam ser levadas
diante de Deus com confiança.

Nessa busca de ver o sacerdócio dos crentes restaurados como


o ecossistema para o povo de Deus, fazemos bem em lembrar o papel
único e transcendente do “Sumo sacerdote” que nos possibilitou ser
recrutados para o seu “Reino dos sacerdotes”. Isso mantém tudo numa
perspectiva correta e garante bondade, saúde, humildade, beleza e a
difusão da fragrância de Cristo.

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