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Clamídia: o que é, sintomas, transmissão e tratamento

Revisão médica: Drª. Sheila Sedicias

Ginecologista

novembro 2022

A clamídia é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que pode atingir a uretra,
reto, garganta ou colo do útero e que é causada pela bactéria Chlamydia
trachomatis, podendo afetar tanto homens como mulheres.

A infecção acontece após se ter contato sexual desprotegido e na maioria dos casos
é assintomática, no entanto é possível também notar alguns sintomas em alguns casos,
como corrimento vaginal alterado ou queimação ao urinar, por exemplo.

A doença pode ser identificada apenas com a avaliação dos sintomas apresentados, mas
também existem exames que ajudam a confirmar o diagnóstico. Assim, sempre que
existir suspeita de ter contraído clamídia é muito importante ir no clínico geral ou em
um infectologista, para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, que
normalmente é feito com antibióticos.

Sintomas de clamídia

Os principais sintomas de clamídia são:

Dor ou ardor ao urinar;

Corrimento vaginal ou peniano, semelhante a pus;

Dor ou sangramento durante o contato íntimo;

Dor pélvica;

Dor e inchaço nos testículos, no caso dos homens;

Sangramento fora do período menstrual, no caso das mulheres.

Os sintomas de clamídia podem surgir 1 a 3 semanas após a relação sexual


desprotegida, no entanto mesmo que não existam sinais e sintomas aparentes, a pessoa
pode transmitir a bactéria.

No caso da infecção por clamídia na mulher não ser identificada, é possível que a
bactéria se espalhe pelo útero e cause a Doença Inflamatória Pélvica (DIP), que é uma
das principais causas de infertilidade e aborto na mulher. Conheça mais sobre a DIP.
Já no caso dos homens, caso a infecção não seja identificada e tratada, a bactéria
responsável pela clamídia pode provocar orquite, que é a inflamação dos testículos,
podendo interferir na produção de espermatozoides. Veja mais detalhes sobre a orquite.

Como acontece a transmissão

A clamídia é uma doença infecciosa causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que


pode ser transmitida através da relação sexual sem camisinha, seja ela oral, vaginal ou
retal. Dessa forma, pessoas que têm vários parceiros sexuais, apresentam maior risco de
ter a doença.

Além disso, a clamídia também pode passar de mãe para filho durante o parto, quando a
grávida tem a infecção e não fez o tratamento adequado.

Riscos da clamídia na gravidez

A infecção por clamídia durante a gravidez pode levar ao parto prematuro, baixo peso
ao nascer, morte do feto e endometrite. Como esta doença pode passar para o bebê
durante o parto normal é importante realizar exames que possam diagnosticar essa
doença durante o pré-natal e seguir o tratamento indicado pelo obstetra.

O bebê afetado durante o parto pode ter complicações como conjuntivite ou pneumonia
por clamídia e estas doenças também podem ser tratadas com antibióticos indicados
pelo pediatra.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da clamídia é feito pelo urologista ou ginecologista a partir da observação


dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa. No entanto, para confirmar a infecção,
são normalmente solicitados exames laboratoriais, principalmente a análise da secreção
vaginal ou peniana e o exame de urina, para identificar a presença da bactéria.

Uma vez que a clamídia não causa sintomas em alguns casos, é aconselhado que
pessoas com mais de 25 anos, com uma vida sexual ativa e com mais de 1 parceiro
façam exame para IST regularmente e que as mulheres façam o exame preventivo pelo
menos 1 vez ao ano ou de acordo com a orientação do ginecologista.

Após engravidar, também é aconselhado fazer o exame para a clamídia e outras


infecções, para verificar se há alguma infecção no momento e, assim, ser possível
iniciar o tratamento logo em seguida para diminuir a chance de transmitir para o bebê
durante a gestação ou parto.

Como é feito o tratamento

O tratamento para a clamídia é feito com o uso de antibióticos receitados pelo médico,
como a Azitromicina em dose única ou Doxiciclina durante 7 dias, ou conforme
indicado pelo médico. É recomendado manter o tratamento mesmo que não existam
mais sinais e sintomas aparentes, pois assim é possível garantir que houve a eliminação
da bactéria.

É importante que o tratamento seja feito tanto pela pessoa portadora da bactéria quanto
pelo parceiro sexual, mesmo que o contato sexual tenha sido feito com preservativo.
Além disso, é recomendado que não se tenha relação sexual durante o tratamento para
evitar reincidência da infecção. Veja mais detalhes sobre o tratamento da clamídia.

Com o tratamento adequado é possível erradicar completamente a bactéria, mas se


surgirem outras complicações como a doença inflamatória pélvica ou infertilidade, elas
podem ser permanentes.

Clamídia tem cura?

A clamídia pode ser facilmente curada com o uso de antibióticos por 7 dias. No entanto,
para garantir a cura, durante esse período é aconselhado que se evite o contato íntimo
desprotegido.

Mesmo em pessoas com HIV, a infecção pode ser curada da mesma forma, não
existindo necessidade de outro tipo de tratamento ou internamento.

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Bibliografia

CLAMÍDIA. Boston Public Health Commission. 2017. Disponível em:


<https://bphc.org/whatwedo/infectious-diseases/Infectious-Diseases-A-to-Z/
Documents/Fact%20Sheet%20Languages/Chlamydia/Portuguese.pdf>. Acesso em 28
out 2021

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Chlamydia trachomatis: a epidemia


silenciosa. Disponível em: <http://www.dst.uff.br/arquivos-pdf/clamidia.pdf>. Acesso
em 28 out 2021

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