Você está na página 1de 4

Resumo de clamídia (completo) – Sanarflix

Índice

1.
Definição
2.
Epidemiologia da Clamídia 
3.
Fisiopatologia
4.
Quadro clínico de clamídia em mulheres
5.
Quadro clínico de clamídia em homens 
6.
Quadro clínico de clamídia comuns a homens e mulheres 
7.
Diagnóstico de clamídia 
8.
Tratamento de clamídia 
9.
Confira o vídeo:
Índice

Definição

A Chlamydia trachomatis, causadora da clamídia, é uma bactéria gram-negativa que causa infecções sexualmente transmissíveis em
todo o mundo.  A clamídia, além de ser transmitida por meio do contato sexua, pode ter transmissão vertical (infecção passada da mãe
para o bebê durante a gestação).

Nas mulheres afeta mais comumente o colo do útero, sendo a doença inflamatória pélvica (DIP) a complicação mais comum da infecção
por C. trachomatis, contribuindo para o risco de gravidez ectópica futura e infertilidade. Nos homens, a C. trachomatis é uma causa
comum de uretrite não gonocócica. 

Epidemiologia da Clamídia 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem mais de 140 milhões de infectados no mundo e cerca de 6 milhões de
pessoas desenvolveram cegueira nos países mais prevalentes como consequência direta da infecção. 

No Brasil não existem dados epidemiológicos sobre infecção por clamídia, pois não é de notificação obrigatória e não há programas de
rastreio para a doença. Mas, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC/2017), é a infecção
bacteriana mais comumente relatada como causa de uretrite em homens e cervicite em mulheres, acometendo principalmente pessoas
na faixa etária entre 15 e 24 anos. 

Os principais fatores de risco incluem novo parceiro sexual ou mais de um parceiro sexual nos três meses anteriores, história de
infecção por C. trachomatis ou outra infecção sexualmente transmissível (IST) e uso inconsistente de preservativo. 

Fisiopatologia

A C. trachomatis é uma bactéria coco Gram-negativo. Foram descritos 18 sorotipos distintos, sendo que apenas dois são responsáveis
por infecções do trato genital, os sorotipos D e K1. 

Dentro do organismo humano a clamídia sofre endocitose pela célula do hospedeiro e dentro da dela converte-se da forma inativa para
forma metabolicamente ativa. Esse processo dificulta que a bactéria seja eliminada pelo sistema de defesa do indivíduo infectado. 
Quadro clínico de clamídia em mulheres

A maioria das mulheres com infecção por C. trachomatis são assintomáticas, mas quando sintomáticas causam uma variedade de sinais
e sintomas. 

Cervicite:  a grande maioria das mulheres infectadas no colo do útero não apresenta sinais nem sintomas. Quando ocorrem, os
sintomas são altamente inespecíficos, como corrimento vaginal, sangramento vaginal intermenstrual e sangramento pós-coital. 

Da mesma forma, achados anormais durante inspeção do colo uterino são encontrados na minoria de mulheres com infecção genital por
clamídia. Quando os sinais estão presentes, incluem achados clássicos de cervicite, como secreção endocervical mucopurulenta,
sangramento endocervical facilmente induzido ou ectopia edematosa.

Secreção mucopurulenta em colo de útero

Uretrite: algumas mulheres se queixam de sintomas típicos de uma infecção do trato urinário (ITU), como aumento da frequência
urinária e disúria, e podem ser diagnosticadas erroneamente como tendo cistite, a menos que o teste específico para C.
trachomatis seja realizado. 

Doença inflamatória pélvica: a C. trachomatis pode ascender ao útero e ovários onde pode ocorrer doença inflamatória pélvica (DIP).
Quando os sintomas de DIP estão presentes, as dores abdominais e pélvicas são os mais comuns, além do maior risco de infertilidade. 

Periepatite (síndrome de Fitz-Hugh-Curtis)  –  Mais raramente, pacientes com infecção por clamídia desenvolvem peri-hepatite,
inflamação da cápsula hepática e das superfícies peritoneais adjacentes. 

Complicações da gravidez  –  Além do risco de gravidez ectópica futura após DIP associada à clamídia, a infecção genital por clamídia
durante a gravidez pode aumentar o risco de ruptura prematura das membranas, parto prematuro e bebês com baixo peso ao nascer. 

Quadro clínico de clamídia em homens 

Uretrite não gonocócica–  a C. trachomatis é a causa mais comum de uretrite não gonocócica em homens. Grande parte desses
pacientes são assintomáticos. Quando apresentam sintomas, a disúria costuma ser uma queixa proeminente, seguido por secreção
uretral mucóide ou aquosa. 

Epididimite  –  Junto com a  N. gonorrhoeae, a  C. trachomatis é um dos patógenos mais frequentes na epididimite entre homens
sexualmente ativos <35 anos de idade. Homens com epididimite aguda geralmente apresentam dor e sensibilidade testicular unilateral,
hidrocele e edema palpável do epidídimo. 
Prostatite  –  Pode ser a etiologia em alguns casos de prostatite crônica, embora essa atribuição permaneça altamente especulativa.
Os sintomas nesses homens incluíram disúria, disfunção urinária, dor com ejaculação e dor pélvica. 

Quadro clínico de clamídia comuns a homens e mulheres 

Proctite  –  A proctite por clamídia, definida como inflamação da mucosa retal distal, ocorre principalmente em mulheres e homens que
fazem sexo com homens (HSH) que mantêm relações anais receptivas. Os sintomas incluem dor anorretal, secreção, tenesmo,
sangramento retal e constipação.

Conjuntivite  –  Os mesmos sorotipos de C. trachomatis que causam doenças genitais (D a K1) podem infectar as células da conjuntiva
através do contato direto com secreções genitais contaminadas. A característica é de uma lesão eritematosa não purulenta da superfície
epitelial, que pode assumir uma aparência de paralelepípedo.

Faringite  – a faringite causada pelo C. trachomatis não tem repercussão clínica importante. A bactéria foi identificada de amostras
coletadas na faringe a partir de estudos científicos, levantando a hipótese que esse local sirva como reservatório para a bactéria. 

Artrite reativa  – a C. trachomatis é um importante patógeno associado a artrite reativa sexualmente adquirida. Uma minoria de
pacientes com artrite reativa adquirida sexualmente desenvolve a tríade de artrite reativa completa, com artrite, conjuntivite ou uveíte e
uretrite ou cervicite, o que dificulta o diagnóstico. 

Diagnóstico de clamídia 

Devido aos sinais e sintomas não serem específicos de clamídia, testes laboratoriais são necessários para o diagnóstico.  O teste
diagnóstico de escolha para infecção por clamídia do trato geniturinário é o teste de amplificação de ácido nucleico (NAAT) de
esfregaços vaginais para mulheres ou urina para homens. 

O NAAT também deve ser usado em esfregaços retais para diagnosticar a proctite por clamídia. No entanto, na impossibilidade de
realização do NAAT, os pacientes com sinais e sintomas consistentes com clamídia podem ser tratados empiricamente. Outros testes
não são recomendados rotineiramente, como cultura e sorologia.   
Tratamento de clamídia 

Os objetivos do tratamento com antibiótico são prevenir as complicações relacionadas à clamídia, como doença inflamatória pélvica,
infertilidade e gravidez ectópica, diminuir o risco de transmissão a outras pessoas e obter a resolução dos sintomas.

O esquema terapêutico indicado pelas diretrizes nacionais :

 Azitromicina 500m g, 2 comprimidos, VO, dose única OU


 Amoxicilina 500mg, VO, 8/8h, por 7 dias

 A terapia empírica para infecção por clamídia deve ser oferecida a pessoas que apresentam cervicite, doença inflamatória pélvica ou
uretrite.

Você também pode gostar