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A guerra civil espanhola, entre 1936 e 1939, provou que a Alemanha estava a

rearmar-se, indiciando que a guerra poderia estar próxima. Neville Chamberlain, primeiro
ministro do Reino Unido entre maio de 1937 e maio de 1940, foi a Munique negociar e
celebrar um acordo de paz com Hitler. Na sua mão, na chegada a Londres, mostrou o
documento assinado em Munique a 29 de setembro de 1938. O Reino Unido precisava de
tempo para se preparar. Chamberlain conseguiu um ano de paz, importante para acelerar
o processo de defesa, rearmar e preparar as forças armadas. Antes, em 23 de agosto de
1938, foi assinado o Pacto Germano-Soviético de não agressão entre a Alemanha e a
URSS, que Hitler posteriormente rasgou.
Passado pouco mais de um ano da assinatura dos tratados com a URSS e Reino
Unido, Hitler, a 1 de setembro de 1939 invade a Polónia. Chamberlain tinha prometido há
Polónia que, em caso de invasão do seu território, declararia guerra aos germânicos.
Assim fez. Tinha começado a segunda guerra mundial que terminaria em 2 de setembro
de 1945 com a rendição do Japão.
A invasão da URSS pela Alemanha, pode ter apanhado de surpresa os soviéticos,
que sofreram inicialmente grandes perdas de homens e armamento. As tropas soviéticas
recuaram para se reorganizarem e preparar para o contra-ataque.
Estaline, subvalorizou o poder bélico da Alemanha ou acreditou que Hitler
cumpriria o acordo celebrado. Chamberlain foi sagaz, optou por ganhar tempo que se
provou ser de extrema importância para fazer frente ao poderio belicista alemão.
Os parágrafos anteriores, sucintamente, rementem para os tempos atuais. Hoje,
como ontem, a história repete-se com novos atores.
A crise da Crimeia em 2014, é reflexo da revolução popular que se iniciou em 2013
na Ucrânia e levou à fuga do presidente Viktor Yanukovych para a Rússia. Foi
oportunidade para Putin retaliar, anexar a Crimeia, ganhar espaço económico e posição
estratégica entre o mar Negro e Mediterrâneo.
A Europa comunitária não viu o sinal expansionista que Putin estava a dar. A
dependência de matérias primas fundamentais à economia, principalmente alemã, impedia
ver o passado recente e, sequentemente, preparar a UE para a diversidade de mercados
produtores de matéria prima. A guerra, tudo indicia, apanhou a EU desprevenida (?)
Putin pensou que conquistar a Ucrânia seria possível em pouco tempo.
Estrategicamente errou, ou foi induzido em erro, ao supor que o Ocidente perderia o
celeiro mais importante do mundo sem retaliar.
Como Stalin, recuou as tropas para, possivelmente, se reorganizar enquanto
espera que o inverno e intempéries inerentes enfraqueçam os ucranianos. Será assim? O
tempo em breve o dirá.
O mundo livre, liderado pelos Estados Unidos, terminou com a segunda guerra
mundial. Os mesmos atores poderão ter de voltar a unir esforços para evitar novo conflito
mundial ou forçados a entrar numa guerra que poderá ser final. Coreia do Norte v.s. Coreia
do Sul e Japão, Irão v.s. Israel e China v.s. Taiwan, são zonas demasiado problemáticas.
Chamberlain, precisou de tempo para preparar ou continuar a preparar o Reino
Unido para a guerra; o mundo precisa de tempo para encontrar, se quiserem, a paz ou a
guerra será uma certeza.

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