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Documentos Pontifícios:

28 FRANCISCO. Carta Apostólica em forma de Motu Proprio De Concordia Inter Codices –


sobre a concordância entre os códigos com a qual são modificadas algumas normas do
Código de Direito Canônico, 2016.
29 FRANCISCO. Carta Apostólica Misericordia et Misera – no término do Jubileu
Extraordinário da Misericórdia, 2017.
30 FRANCISCO. Carta Apostólica em forma de Motu Proprio Magnum Principium – com a
qual modifica o cân. 838 do Código de Direito Canônico, 2017.
31 SÃO JOÃO PAULO II. Exortação Apostólica Pós-Sinodal Pastores Gregis – sobre o
Bispo, servidor do Evangelho de Jesus Cristo para a Esperança do Mundo, 2017.
32 FRANCISCO. Exortação Apostólica Veritatis Gaudium – sobre as universidades e as
faculdades eclesiásticas, 2018.
33 FRANCISCO. Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate – sobre o chamado à
santidade no mundo atual, 2018.
34 BENTO XV. Carta Apostólica Maximum Illud – sobre a atividade missionária
desenvolvida pelos missionários no mundo; FRANCISCO. Carta por ocasião do
centenário da Promulgação da Carta Apostólica Maximum Illud, 2018.
35 FRANCISCO. Carta ao povo de Deus sobre o Sínodo dos Bispos, 2018.
36 FRANCISCO. Constituição Apostólica Episcopalis Communio – sobre o Sínodo dos
Bispos, 2018.
37 FRANCISCO. Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christus Vivit – aos jovens e a todo o
povo de Deus, 2019.
38 FRANCISCO. Carta Apostólica em forma de Motu Proprio sobre a proteção dos
menores e das pessoas vulneráveis, 2019.
39 FRANCISCO. Carta Apostólica em forma de Motu Proprio Vos estis lux mundi, 2019.
40 FRANCISCO. Carta aos presbíteros por ocasião dos 160 anos da morte do Santo Cura
D’Ars, 2019.
41 FRANCISCO. Carta Apostólica em forma de Motu Proprio Aperuit Illis – pela qual se
institui o Domingo da Palavra de Deus, 2019.
42 FRANCISCO. Carta Apostólica Admirabile Signum – sobre o significado e o valor do
presépio, 2019.
43 FRANCISCO. Exortação Apostólica Pós-Sinodal Querida Amazônia, 2020.
44 FRANCISCO. Carta Encíclica Fratelli Tutti – sobre a Fraternidade e a Amizade Social,
2020.
45 FRANCISCO. Carta Apostólica Patris Corde – por ocasião do 150º aniversário da
declaração de São José como Padroeiro Universal da Igreja, 2020.
46 FRANCISCO. Carta Apostólica em forma de Motu Proprio Spiritus Domini – sobre a
modificação do cân. 230, § 1 do Código de Direito Canônico acerca do acesso das
pessoas do sexo feminino ao Ministério instituído do Leitorado e do Acolitado, 2021.
47 FRANCISCO. Carta Apostólica Candor Lucis Æternæ: no VII Centenário da Morte de
Dante Alighieri, 2021.
48 FRANCISCO. Carta Apostólica em Forma de Motu Proprio Antiquum Ministerium – pela
qual se institui o Ministério de Catequista, 2021.
ANTIQUUM MINISTERIUM
Carta Apostólica em forma de Motu Proprio pela qual se institui o Ministério de
Catequista
Papa Francisco
1ª Edição – 2021
Direção-Geral:
Mons. Jamil Alves de Souza
Edição e adaptação:
João Vítor Gonzaga Moura
Título Original:
Lettera Apostolica in forma di “Motu proprio” di Papa Francesco Antiquum ministerium con
la quale si istituisce il ministero di catechista
Tradução:
Tradução oficial da Santa Sé adaptada para o Português do Brasil
Revisão:
Leticia Figueiredo
Projeto Gráfico e Capa:
Edições CNBB
Diagramação:
Henrique Billygran Santos de Jesus
© dos textos originais, 2021:
Libreria Editrice Vaticana
00120 Città del Vaticano
© da tradução em português para o Brasil 2021:
Edições CNBB - SAAN QUADRA 03, LOTES 590/600
Zona Industrial – Brasília-DF – CEP: 70.632-350
ISBN: 978-65-5975-012-2 (impresso)

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As citações bíblicas constantes desta obra foram transcritas da Bíblia Sagrada – Tradução
Oficial da CNBB, 4ª edição – 2020.

ISBN: 978-65-5975-016-0

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ANTIQUUM MINISTERIUM
CARTA APOSTÓLICA EM FORMA DE MOTU
PROPRIO PELA QUAL SE INSTITUI O
MINISTÉRIO DE CATEQUISTA
LISTA DE SIGLAS
AG Ad Gentes
CCEO Codex Canonum Ecclesiarum Orientalium: Código dos
Cânones das Igrejas Orientais
CD Christus Dominus
CIC Codex Iuris Canonici: Código de Direito Canônico
DV Dei Verbum
EG Evangelii Gaudium
EN Evangelii Nuntiandi
FT Fratelli Tutti
LG Lumen Gentium
1. MINISTÉRIO ANTIGO é o de Catequista na Igreja. Os
teólogos pensam, comumente, que se encontram os primeiros
exemplos já nos escritos do Novo Testamento. A primeira forma,
germinal, deste serviço do ensinamento achar-se-ia nos “mestres”
mencionados pelo apóstolo Paulo ao escrever à comunidade de
Corinto: “Assim, na Igreja, Deus estabeleceu em primeiro lugar,
alguns como apóstolos; em segundo, alguns como profetas; e em
terceiro, os que ensinam; depois, os milagres, os dons de cura, de
socorrer, de governar e de falar diversas línguas. Acaso todos são
apóstolos? Todos são profetas? Todos são mestres? Todos fazem
milagres? Todos têm dons de cura? Todos falam em línguas? Todos
as interpretam? Aspirai aos dons mais elevados. E vou ainda
mostrar-vos um caminho incomparavelmente superior” (1Cor 12,28-
31).
O próprio Lucas afirma, na abertura do seu Evangelho: “Assim
decidi também eu, caríssimo Teófilo, depois de ter cuidadosamente
investigado tudo desde o começo, pô-lo por escrito para ti, em boa
ordem, para que conheças a solidez dos ensinamentos que
recebeste” (Lc 1,3-4). O Evangelista parece bem ciente de estar
fornecendo, com os seus escritos, uma forma específica de
ensinamento que permite dar solidez e vigor aos que já receberam o
Batismo. E voltando ao mesmo tema, o apóstolo Paulo recomenda
aos Gálatas: “Aquele que recebe o ensinamento da Palavra torne
quem o ensina participante de todos os bens” (Gl 6,6). Como se vê,
o texto acrescenta uma peculiaridade fundamental: a comunhão de
vida como caraterística da fecundidade da verdadeira catequese
recebida.
2. Desde os seus primórdios, a comunidade cristã conheceu uma
forma difusa de ministerialidade, concretizada no serviço de homens
e mulheres que, obedientes à ação do Espírito Santo, dedicaram a
sua vida à edificação da Igreja. Os carismas, que o Espírito nunca
deixou de infundir nos batizados, tomaram, em certos momentos,
uma forma visível e palpável de serviço à comunidade cristã nas
suas múltiplas expressões, chegando ao ponto de serem
reconhecidos como uma diaconia indispensável para a comunidade.
E assim o interpreta o apóstolo Paulo, com a sua autoridade,
quando afirma: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há
diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em
todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito, em vista do
bem de todos. A um é dada pelo Espírito uma palavra de sabedoria;
a outro, uma palavra de conhecimento pelo mesmo Espírito; a outro
é dada a fé, pelo mesmo Espírito; a outro são dados dons de cura,
pelo mesmo Espírito; a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a
profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, a
diversidade de línguas; a outro, a interpretação das línguas. Todas
essas coisas é o único Espírito que realiza, distribuindo-as a cada
um conforme quer” (1Cor 12,4-11).
Por conseguinte, é possível reconhecer, dentro da grande
tradição carismática do Novo Testamento, a presença concreta de
batizados que exerceram o ministério de transmitir, de forma mais
orgânica, permanente e associada com as várias circunstâncias da
vida, o ensinamento dos apóstolos e dos evangelistas (DV, n. 8).1 A
Igreja quis reconhecer esse serviço como expressão concreta do
carisma pessoal, que tanto favoreceu o exercício da sua missão
evangelizadora. Olhar para a vida das primeiras comunidades
cristãs, que se empenharam na difusão e no progresso do
Evangelho, estimula também hoje a Igreja a perceber quais podem
ser as novas expressões para continuarmos permanecendo fiéis à
Palavra do Senhor, a fim de fazer chegar o seu Evangelho a toda
criatura.
3. Toda a história da evangelização destes dois milênios
manifesta, com grande evidência, como foi eficaz a missão dos
catequistas. Bispos, sacerdotes e diáconos, juntamente com muitos
homens e mulheres de vida consagrada, dedicaram sua vida à
instrução catequética, para que a fé fosse um válido fundamento
para a existência pessoal de cada ser humano. Além disso, alguns
reuniram à sua volta outros irmãos e irmãs, que, partilhando o
mesmo carisma, constituíram Ordens religiosas totalmente
dedicadas ao serviço da catequese.
Não se pode esquecer a multidão incontável de leigos e leigas
que tomaram parte, diretamente, na difusão do Evangelho por meio
do ensino catequético. Homens e mulheres, animados por uma
grande fé e verdadeiras testemunhas de santidade, que, em alguns
casos, foram mesmo fundadores de Igrejas, chegando até a dar a
sua vida. Também em nossos dias, há muitos catequistas
competentes e perseverantes que estão à frente de comunidades
em diferentes regiões, realizando uma missão insubstituível na
transmissão e aprofundamento da fé. Os muitos Beatos, Santos e
Mártires catequistas, que marcaram a missão da Igreja, merecem
ser conhecidos, pois constituíram uma fonte fecunda não só para a
catequese, mas também para toda a história da espiritualidade
cristã.
4. A partir do Concílio Ecumênico Vaticano II, a Igreja
compreendeu, com renovada consciência, a importância do
compromisso do laicado na obra de evangelização. Os Padres
conciliares reafirmaram várias vezes a grande necessidade – tanto
para a implantação da Igreja como para o crescimento da
comunidade cristã – do envolvimento direto dos fiéis leigos nas
várias formas em que se pode exprimir o seu carisma: “Digno de
louvor é também aquele exército, tão grandemente benemérito na
obra das missões entre os povos, isto é, dos catequistas, tanto de
homens como de mulheres, que, imbuídos de espírito apostólico,
com grandes esforços prestam singular e absolutamente necessária
ajuda à expansão da fé e da Igreja” (AG, n. 17).2
Conjuntamente com o rico ensinamento conciliar, é preciso fazer
referência ao interesse constante dos Sumos Pontífices, do Sínodo
dos Bispos, das Conferências Episcopais e dos vários Pastores,
que, no decorrer destas décadas, imprimiram uma notável
renovação à catequese. O Catecismo da Igreja Católica, a
Exortação Apostólica Catechesi Tradendae, o Diretório Catequético
Geral, o Diretório Geral da Catequese, o recente Diretório para a
Catequese, juntamente com inúmeros Catecismos nacionais,
regionais e diocesanos são expressão do valor central da obra
catequética, que coloca em primeiro plano a instrução e a formação
permanente dos fiéis.
5. Sem diminuir em nada a missão própria do Bispo – de ser o
primeiro Catequista na sua diocese, juntamente com o presbitério,
que partilha com ele a mesma solicitude pastoral – nem a
responsabilidade particular dos pais no que diz respeito à formação
cristã dos seus filhos (CIC, cân. 774, §2; CCEO cân. 618),3 é
necessário reconhecer a presença de leigos e leigas que, em virtude
do seu Batismo, se sentem chamados a colaborar no serviço da
catequese (CIC, cân. 225; CCEO, cân. 401 e 406). Essa presença
torna-se ainda mais urgente nos nossos dias, devido à renovada
consciência da evangelização no mundo contemporâneo (EG, n.
163-168)4 e à imposição de uma cultura globalizada (FT, n; 100;
138),5 que requer um encontro autêntico com as jovens gerações,
sem esquecer a exigência de metodologias e instrumentos criativos
que tornem o anúncio do Evangelho coerente com a transformação
missionária que a Igreja abraçou. Fidelidade ao passado e
responsabilidade pelo presente são as condições indispensáveis
para que a Igreja possa desempenhar a sua missão no mundo.
Despertar o entusiasmo pessoal de cada batizado e reavivar a
consciência de ser chamado a desempenhar a sua missão na
comunidade requer a escuta da voz do Espírito que nunca deixa
faltar a sua presença fecunda (CIC, cân. 774, §1; CCEO, cân. 617).
O Espírito chama, também hoje, homens e mulheres para irem ao
encontro de tantas pessoas que esperam conhecer a beleza, a
bondade e a verdade da fé cristã. É tarefa dos Pastores sustentar
esse percurso e enriquecer a vida da comunidade cristã com o
reconhecimento de ministérios laicais capazes de contribuir para a
transformação da sociedade através da “penetração dos valores
cristãos no mundo social, político e econômico” (EG, n. 102).
6. O apostolado laical possui, indiscutivelmente, valor secular.
Esse exige “procurar o Reino de Deus exercendo funções temporais
e ordená-las segundo Deus” (LG, n. 31).6 A sua vida diária é tecida
por encontros e relações familiares e sociais, o que permite verificar
como “são especialmente chamados a tornarem a Igreja presente e
ativa naqueles locais e circunstâncias em que, só por meio deles,
ela pode vir a ser sal da terra” (LG, n. 33). Entretanto, é bom
recordar que, além deste apostolado, “os leigos podem ser
chamados de diversos modos a cooperar mais imediatamente com
o apostolado da hierarquia, à semelhança dos homens e mulheres
que ajudavam o apóstolo Paulo no Evangelho, trabalhando muito no
Senhor” (LG, n. 33).
No entanto, a função peculiar desempenhada pelo Catequista
tem sua especificidade no contexto dos outros serviços presentes
na comunidade cristã. Com efeito, o Catequista é chamado, antes
de mais nada, a exprimir a sua competência no serviço pastoral da
transmissão da fé que se desenvolve nas suas diferentes etapas:
desde o primeiro anúncio, que introduz no querigma, passando pela
instrução que torna conscientes da vida nova em Cristo e prepara
de modo particular para os Sacramentos da Iniciação Cristã, até a
formação permanente que permite que cada batizado esteja sempre
pronto “a dar a razão da sua esperança a todo aquele que a pedir”
(1Pd 3,15). O Catequista é, ao mesmo tempo, testemunha da fé,
mestre e mistagogo, acompanhador e pedagogo que instrui em
nome da Igreja. Uma identidade que só mediante a oração, o estudo
e a participação direta na vida da comunidade é que se pode
desenvolver com coerência e responsabilidade.7
7. Com grande sabedoria, São Paulo VI escreveu a Carta
Apostólica Ministeria Quaedam tendo em vista não só adaptar ao
novo momento histórico os ministérios de Leitor e Acólito,8 mas
também pedir às Conferências Episcopais para promoverem outros
ministérios, entre os quais o de Catequista: “Além destes ministérios
comuns a toda a Igreja Latina, nada impede que as Conferências
Episcopais peçam outros à Sé Apostólica, se, por motivos
particulares, julgarem a sua instituição necessária ou muito útil na
sua região. Tais são, por exemplo, as funções de Ostiário, de
Exorcista e de Catequista”.9 O mesmo veemente convite se fazia
presente na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, quando, ao
pedir sabedoria na leitura das necessidades atuais da comunidade
cristã em continuidade fiel com as origens, exortava a encontrar
novas formas ministeriais para uma pastoral renovada: “Tais
ministérios, novos na aparência mas muito ligados a experiências
vividas pela Igreja ao longo da sua existência – por exemplo, o de
Catequista (…) – , são preciosos para a implantação, a vida e o
crescimento da Igreja e para a sua capacidade de irradiar a própria
mensagem à sua volta e para aqueles que estão distantes” (EN, n.
73).10
Com efeito, não se pode negar que “cresceu a consciência da
identidade e da missão dos leigos na Igreja. Embora não suficiente,
pode-se contar com um numeroso laicado, dotado de um profundo
sentido de comunidade e uma grande fidelidade ao compromisso da
caridade, da catequese, da celebração da fé” (EG, n. 102). Por
conseguinte, receber um ministério laical como o de Catequista
atribui uma ênfase maior ao empenho missionário típico de cada
batizado que, no entanto, deve ser desempenhado de forma
plenamente secular, sem cair em qualquer tentativa de
clericalização.
8. Este ministério possui um forte valor vocacional, que requer o
devido discernimento por parte do Bispo e se evidencia com o Rito
de instituição. De fato, é um serviço estável prestado à Igreja local
de acordo com as exigências pastorais identificadas pelo Ordinário
do lugar, mas desempenhado de maneira laical como exige a
própria natureza do ministério. Convém que, ao ministério instituído
de Catequista, sejam chamados homens e mulheres de fé profunda
e maturidade humana, que tenham uma participação ativa na vida
da comunidade cristã, sejam capazes de acolhimento, generosidade
e vida de comunhão fraterna, recebam a devida formação bíblica,
teológica, pastoral e pedagógica, para ser solícitos comunicadores
da verdade da fé, e tenham já uma madura experiência prévia de
catequese (CD, n. 14;11 CIC, cân. 231, §1; CCEO, cân. 409, §1).
Requer-se que sejam colaboradores fiéis dos presbíteros e
diáconos, disponíveis para exercer o ministério onde for necessário
e animados por verdadeiro entusiasmo apostólico.

Assim, depois de ter ponderado todos os aspectos, em virtude da


autoridade apostólica,

instituo
o Ministério laical de Catequista.

A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos


Sacramentos providenciará, em breve, a publicação do Rito de
Instituição do Ministério laical de Catequista.
9. Convido, pois, as Conferências Episcopais a tornarem
realidade o Ministério de Catequista, estabelecendo o iter formativo
necessário e os critérios normativos para o acesso a ele,
encontrando as formas mais coerentes para o serviço que estas
pessoas serão chamadas a desempenhar em conformidade com
tudo o que foi expresso por esta Carta Apostólica.
10. Os Sínodos das Igrejas Orientais ou as Assembleias dos
Hierarcas poderão receber o que aqui é estabelecido para as
respectivas Igrejas sui iuris, com base no próprio direito particular.
11. Os Pastores não cessem de abraçar esta exortação que lhes
recordavam os Padres conciliares: “Sabem que não foram
instituídos por Cristo para se encarregarem por si sós de toda a
missão salvadora da Igreja para com o mundo, mas que o seu cargo
sublime consiste em pastorear de tal modo os fiéis e de tal modo
reconhecer os seus serviços e carismas, que todos, cada um
segundo o seu modo próprio, cooperem na obra comum” (LG, n.
30). O discernimento dos dons que o Espírito Santo nunca deixa
faltar à sua Igreja seja para eles o apoio necessário para tornar
concreto o ministério de Catequista para o crescimento da própria
comunidade.
Quanto estabelecido por esta Carta Apostólica em forma de Motu
Proprio, ordeno que tenha vigor firme e estável, não obstante
qualquer coisa em contrário ainda que digna de menção particular, e
que seja promulgado mediante publicação no jornal L’Osservatore
Romano, entrando em vigor no mesmo dia, e publicado depois no
órgão oficial Acta Apostolicae Sedis.

Dado em Roma, junto de São João de Latrão, na Memória


litúrgica de São João de Ávila, Presbítero e Doutor da Igreja, dia 10
de maio do ano de 2021, nono do meu pontificado.
ANTIGO MINISTÉRIO,
DOM PARA A IGREJA
A partir do Concílio Vaticano II, houve uma mudança significativa
no paradigma catequético. Motivada pelos Documentos conciliares,
a catequese passa a inspirar-se no catecumenato dos primeiros
séculos. Foi, com certeza, um período de muitas experiências
significativas nas diferentes realidades do nosso imenso país.
Como frutos desta renovação pós-conciliar, tivemos as
publicações de diversos Diretórios da Igreja universal, 1971, 1997 e
em 2020. Deram, com certeza, um impulso importante na reflexão e
na prática catequética. Destaca-se, no Brasil, o documento
Catequese Renovada, de 1983. Trouxe, de fato, uma mudança
significativa no modo de fazer catequese. Passou-se de uma
catequese “escolar” para uma catequese bíblica, experiencial e
transformadora. Repetia-se com frequência, naquele tempo, que a
Bíblia é o “livro por excelência” da catequese (At 12,24). Vale a pena
lembrar as semanas brasileiras de catequese, tivemos quatro.
Trouxeram propostas importantes que modificaram o modo de
pensar e agir catequético.
O Diretório Nacional de Catequese, publicado em 2006, teve um
papel importante para um novo modelo de catequese centrado na
Sagrada Escritura. Além disso, neste documento, encontramos uma
motivação essencial para que toda a nossa catequese fosse bíblica
e se inspirasse no catecumenato antigo. E ainda insiste para que o
ministério do catequista seja instituído, oficializado.
A partir de 2009, com o ano catequético nacional, passou-se
decididamente para um novo paradigma de uma catequese sempre
mais a serviço da iniciação à vida cristã. A Igreja no Brasil assumiu,
como urgência, a Iniciação à vida cristã, que culminou com a
Assembleia dos Bispos do Brasil (2017) que teve como tema
iniciação à vida cristã e a consequente aprovação do Documento
107.
Marco significativo dos tempos mais recentes foi a publicação do
novo Diretório para a Catequese. Ele veio reafirmar a necessidade
de uma catequese bíblica, querigmática e mistagógica. Ele se
preocupa inclusive com a Catequese e a transmissão da fé na
cultura digital. De fato, o novo documento, observando a realidade
atual, procura responder aos novos desafios da educação na fé.
Todos na Igreja recebem, com alegria, a notícia do Motu Proprio
Antiquum Ministerium, pela qual se institui o ministério de
catequista. Será, decerto, um marco significativo na história da
catequese. Os catequistas, em sua maioria mulheres, com muita
dedicação e esmero, merecem esse reconhecimento. Realizam um
trabalho voluntário com amor seguindo os passos do Mestre Jesus.
Com certeza, o ministério instituído ajudará a melhorar a qualidade
da formação dos nossos educadores na fé e a valorizar seu
ministério na comunidade eclesial missionária.

Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-


Catequética
1 CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Dogmática Dei Verbum: sobre a Divina Revelação.
In: SANTA SÉ. Concílio Ecumênico Vaticano II: Documentos. Brasília: Edições CNBB,
2018, p. 175-198.
2 CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Ad Gentes. In: SANTA SÉ. Concílio Ecumênico
Vaticano II: Documentos. Brasília: Edições CNBB, 2018, p. 529-588.
3 SANTA SÉ. Código de Direito Canônico. Brasília: Edições CNBB, 2019. Codex Canonum
Ecclesiarum Orientalium: Código dos Cânones das Igrejas Orientais.
4 FRANCISCO. Exortação Apostólica Evangelii Gaudium: a Alegria do Evangelho sobre o
anúncio do Evangelho no mundo atual. (Documentos Pontifícios, 17). Brasília: Edições
CNBB, 2015.
5 FRANCISCO. Carta Encíclica Fratelli Tutti sobre a fraternidade e a amizade social.
(Documentos Pontifícios, 44). Brasília: Edições CNBB, 2020.
6 CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Dogmática Lumen Gentium. In: SANTA SÉ.
Concílio Ecumênico Vaticano II: Documentos. Brasília: Edições CNBB, 2018, p. 75-173.
7 PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PROMOÇÃO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO. Diretório
para a Catequese. (Documentos da Igreja, 61). Brasília: Edições CNBB, 2020, n. 113.
8 FRANCISCO. Carta Apostólica em forma de Motu Proprio Spiritus Domini sobre a
modificação do cân. 230, § 1 do Código de Direito Canônico acerca do acesso das
pessoas do sexo feminino ao Ministério instituído do Leitorado e do Acolitado.
(Documentos Pontifícios 46). Brasília: Edições CNBB, 2021.
9 SÃO PAULO VI. Carta Apostólica em forma de Motu Proprio Ministeria Quaedam com a
qual se estabelecem algumas normas a respeito da ordem sacra do diaconado, 15 de
agosto de 1972.
10 SÃO PAULO VI. Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi sobre a Evangelização no
Mundo Contemporâneo, 8 de dezembro de 1975.
11 CONCÍLIO VATICANO II. Decreto Christus Dominus sobre o múnus pastoral dos Bispos
na Igreja. In: SANTA SÉ. Concílio Ecumênico Vaticano II: Documentos. Brasília: Edições
CNBB, 2018, p. 395-433.
Palavras do Papa Francisco Vol. 05
Francisco, Papa
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esperança de nós cristãos, que na pobreza sabemos que somos
amados, visitados e acompanhados por Deus, que está sempre à
nossa espera. Um esperar que desperta em nós a busca pela vida
nova, pela reconciliação, pela conversão, pela eternidade. Todas as
realidades são transformadas pela espera misericordiosa de Deus.

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experiências mais valiosas de missão evangelizadora em nosso
país. O Texto-Base da CFE 2021 nos ajuda, por meio do tema
escolhido – "Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor" – e do
lema – "Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade"
(Ef 2,14a) – a sinalizar que o diálogo é o nosso melhor testemunho.
A fé nos lembra de que Cristo é nossa Paz e nos anima a prosseguir
pelo caminho da unidade na diversidade. Com ela, afirmamos que a
fraternidade e o diálogo são compromissos de amor, porque Cristo
fez uma unidade daquilo que era dividido. A escolha por
testemunhar a fé vivida em diversidade desafia-nos a realizar a
Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021.

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Igreja, casa do povo de Deus. Jesus é o semeador divino! Continua
a semear no coração dos homens a sua Palavra de Salvação. A
Novena convida-nos à catequese em nossas casas, a reunir todas
as pessoas que estavam distantes. Com a ternura materna de Maria
e o silêncio oblativo de José, acolhemos, protegemos, promovemos
e integramos em nossa casa todas as famílias para a festa da
Encarnação do Verbo de Deus. Com este livreto da Novena, vamos
percorrer o caminho litúrgico do Advento na unidade eclesial,
refletindo, com simplicidade doméstica, a chegada do Menino Deus
que sempre vem ao nosso encontro para nos salvar e garantir a
vida!

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Deuteronômio, com o lema "Abre tua mão para teu irmão" (Dt
15,11). É um livro rico em reflexões morais e éticas, com leis para
regular as relações com Deus e o próximo. É um livro precioso para
que se possa compreender o processo de revelação de Deus: de
um Deus severo (tempos mais antigos) para um Deus
misericordioso (tempos mais tardios). Destaca-se no Deuteronômio
a preocupação em promover a justiça, a solidariedade com os
pobres, o órfão, a viúva, o estrangeiro. São leis humanitárias
encontradas também no Código da Aliança (Ex 20-23). O Mês da
Bíblia deste ano nos faz olhar para a realidade eclesial e social e
está em sintonia com vários eventos e situações.

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ano B (São Marcos): a publicação é consagrada como referência
litúrgica para a Igreja no Brasil - traz referências das leituras das
celebrações e outras informações úteis ao Ano Litúrgico vigente.
Diretório da Liturgia da Igreja no Brasil para o Ano Litúrgico de 2021,
ano B (São Marcos): a publicação é consagrada como referência
litúrgica para a Igreja no Brasil - traz referências das leituras das
celebrações e outras informações úteis ao Ano Litúrgico vigente.

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