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Problemas ambientais

Apesar de sua extrema importância para navegação, a má gestão da liberação da água de


lastro(deslastro) pode provocar diversos impactos ambientais negativos. No Brasil, a água de
lastro é regida pela Norma da Autoridade Marítima (NORMAM 20). O principal deles é o
transporte de microrganismos vivos de uma área para a outra. A introdução de espécies
marinhas exóticas em diferentes ecossistemas, por meio da água do lastro dos navios, por
incrustação no casco e via outros vetores, foi identificada como uma das quatro maiores
ameaças aos oceanos do mundo. As outras três são: fontes terrestres de poluição marinha,
exploração excessiva dos recursos biológicos do mar e alteração/destruição física do habitat
marinho. Ao contrário de outras formas de poluição marinha, como derramamentos de óleo, em
que ações mitigadoras podem ser tomadas e o meio ambiente pode eventualmente se recuperar,
a introdução de espécies marinhas é, na maioria dos casos, irreversível.
Estima-se que, o movimento de água de lastro proporcione o transporte diário de pelo
menos 7.000 espécies entre diferentes regiões do globo

Espécies invasoras no brasil:


A região da Ilha Grande, polo turístico do litoral do Rio de Janeiro que abriga dois parques estaduais
e uma reserva biológica, está sofrendo com a chegada de espécies invasoras, vindas de outras partes
do mundo. Desta vez, os intrusos não são peixes, plantas ou mexilhões, mas corais originários do
Oceano Pacífico.

Durante pesquisas conduzidas pelo Laboratório de Ecologia Marinha Bêntica da Universidade do


Estado do Rio de Janeiro (UERJ), na Ilha Grande e ilhas vizinhas, foram encontradas colônias de
Tubastraea coccinea e de Tubastraea tagusensis, considerado o primeiro coral exótico registrado no
Atlântico Sul.

Esses organismos ocupam o espaço e excluem as espécies nativas de corais, e ainda não existem
estudos conclusivos sobre os impactos que essa ocupação terá no ecossistema local e nas atividades
pesqueira e turística, por exemplo.

Coral-Sol
 Existem duas espécies de Coral-Sol no Brasil atualmente, elas são nativas do Oceano
Pacífico e chegaram no território brasileiro pelo descarte inadequado de água de lastro
de navios. Esse coral também chegou a invadir o Caribe e o Golfo do México.
Caramujos e mexilhões

Outras espécies invasoras bem sucedidas na ocupação de espaços no Brasil são o caramujo-africano
(Achatina fulica) e o mexilhão dourado (Limnoperna fortunei). Espécies invasoras são consideradas
pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) como a segunda maior causa de
perda de biodiversidade em todo o Planeta, logo atrás da destruição direta de habitats por ações
humanas.

Caramujo africano
O caramujo africano chegou ao Brasil na década de 80, estimulado entre produtores agrícolas como
alternativa ao escargot. Como não houve aceitação pelos consumidores, produtores acabaram
soltando os animais, causando sua disseminação. A espécie já se disseminou por vários estados,
inclusive em alguns bairros de Manaus, na Amazônia. Provoca danos ambientais, perdas agrícolas,
além de poder transmitir doenças contagiosas, e é considerado um dos piores invasores devido à sua
grande capacidade de reprodução, propagação e competição com espécies nativas. Chega a medir até
20 centímetros e se reproduz rapidamente, gerando até 600 filhotes em cada cruzamento.

Mexilhão-Dourado
 O mexilhão dourado é originário da Ásia e foi encontrado pela primeira vez na
América do Sul em 1991, no porto de Buenos Aires. Em 1998, foi visto no Delta do
Rio Jacuí, em frente ao porto de Porto Alegre (RS). Em pouco tempo, o mexilhão
se disseminou por várias outras bacias hidrográficas da Argentina, do Uruguai,
Paraguai e do Brasil, sendo encontrado do Rio Grande do Sul ao Pantanal. A
invasão da espécie no Brasil é considerada tão grave que levou o Ministério do
Meio Ambiente a criar uma Força-Tarefa Nacional para combater seu avanço.

REFERÊNCIAS:
1. IBAMA. Mexilhão-dourado;
2. BRASIL. Ministério da Defesa. Diretoria de Portos e Costas. NORMAM 20:
Gerenciamento de Água de Lastro nos navios;

3. Ambientebrasil. Corais exóticos invadem região de Ilha Grande, no Rio de Janeiro.

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