Você está na página 1de 4

Introdução teórica

A ressonância magnética nuclear é uma técnica médica que usa de campos


eletromagnéticos para gerar imagens do interior do corpo humano. Essa técnica se
baseia em conhecimentos da física quântica relacionados ao spin e a transição de
níveis de energia dos núcleos dos átomos. Para que a RMN seja feita é utilizado um
aparelho que é capaz de gerar campos eletromagnéticos e enviar pulsos de ondas
de rádio, isso para que quando uma pessoa entre no aparelho os átomos de
hidrogênio em seu corpo absorvam essas ondas de rádio e emitam fótons, que são
detectados para análise.
O núcleo do átomo de hidrogênio é formado apenas por um próton, todo
próton possui um spin igual a 1/2, que está relacionado ao momento angular e o
momento magnético da partícula. Quando na presença de um campo
eletromagnético externo forte o suficiente, o momento magnético do próton se alinha
ao momento do campo, além disso ocorre um fenômeno chamado efeito Zeeman,
em que há um desdobramento das linhas espectrais.Os átomos possuem muitas
configurações que tem a mesma energia apesar de terem números quânticos
diferentes, esses estados de mesma energia são estados degenerados, a presença
do campo magnético elimina essa característica fazendo com que hajam níveis
diferentes que são proporcionais ao campo magnético que foi aplicado.

imagem 1: Efeito Zeeman. Fonte:Wikipedia1


Conhecendo a frequência adequada, é possível criar uma ressonância para
que ocorra a absorção de energia pelos átomos e promover transições entre esses
novos níveis de energia do efeito Zeeman, essa energia absorvida muda o
1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_Zeeman
alinhamento do átomo com o campo magnético criando uma situação instável, o
átomo então decai e volta para sua configuração inicial emitindo um fóton que é
detectado pelo aparelho.

Resultados e Análise

Imagem 2 - Simulador RMN. Fonte:Roteiro


P1 - Explorando e compreendendo o funcionamento do RMN
O simulador possui duas abas, a primeira permite mudar a potência da
radiação eletromagnética (de 0 a 100%), a visualização da radiação (em ondas ou
em fótons), a frequência da radiação (de 10 MHz a 110 MHz) e o campo magnético
do ímã (de 0 a 3 tesla), a segunda aba, além das mesmas configurações da
primeira, permite mudar a intensidade do gradiente de campo magnético horizontal e
vertical (de 0 a 0.08 tesla) e permite adicionar um tumor.
P2 - Fazendo medidas com o simulador
O valor de potência foi ajustado para 75% e a intensidade do campo
magnético para 0,75 Tesla, para essa configuração a frequência de maior emissão
de fótons foi 32 MHz, ajustando o valor da frequência lentamente não houve
emissão em nenhuma outra frequência.
Para outros valores:
Potência: 21% | Campo Magnético: 1.31 | Frequência de maior emissão: 56 MHz
Potência: 56 % | Campo Magnético: 0.55 | Frequência de maior emissão: 24 MHz
Potência: 90% | Campo Magnético: 1.97 | Frequência de maior emissão: 85 MHz
Todas as frequências encontradas estão no espectro das ondas de rádio.
P3 - Entendendo o Fenômeno Físico
Os prótons possuem um momento angular, que é seu spin, quando ele
interage com um campo magnético externo forte o suficiente seu spin se alinha com
o do campo, esse alinhamento pode ser paralelo quando a energia potencial é
mínima e antiparalelo para quando a energia potencial é máxima.
A diferença de energia entre o alinhamento paralelo e antiparalelo é dada por:

∆𝐸 = 2(µ𝑧) · 𝐵 (equação 1)
𝑝

A variação de energia (∆E) é igual a duas vezes o momento magnético (μ)


multiplicado pela intensidade do campo magnético externo (B).
Para encontrar a frequência temos a relação:

ℎ𝑓 = ∆𝐸 (equação 2)
Usando os valor de campo 0,75 tesla temos uma frequência de :
−34 −27
6, 62 · 10 · 𝑓 = 2(14, 10 · 10 ) · 0, 75

𝑓 = 31, 94 MHz
Portanto o comprimento de onda é de 9,38 metros.
P4 - Identificado tumores

imagem 3 - Simulador RMN aba 2 com tumor adicionado. Fonte: Autor


Ao adicionar um tumor uma quantia grande de prótons se agrupa em uma
área, a área com os prótons agrupados emite uma quantidade maior de fótons,
como a distribuição de fótons era conhecida essa emissão extra pode ser detectada
como um tumor.
Conclusão
O átomo de hidrogênio tem uma alta sensibilidade a ressonância magnética,
além disso ele é encontrado em abundância no corpo humano, por conta disso a
RMN é aplicada quase que exclusivamente ao hidrogênio. Durante a aplicação do
RMN, os núcleos de hidrogênio espalhados pelo corpo emitem fótons no espectro de
rádio, mesmo espectro da radiação absorvida, essas emissões são detectadas pelo
aparelho e transforma as informações em imagens, como se cada núcleo fosse um
pixel em uma imagem virtual, dessa forma é possível ver o interior do corpo do
paciente para detecção de anomalias.

Você também pode gostar