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“NÃO REJEITEIS, POIS, A VOSSA CONFIANÇA”

ÉLDER JEFFREY R. HOLLAND

DO QUÓRUM DOS DOZE APÓSTOLOS


DEVOCIONAL FEITO NA UNIVERSIDADE BRIGHAM YOUNG
2 DE MARÇO DE 1999

Traduzido do inglês em 20 de janeiro de 2020 por Caleb Cleverly

Há uma lição no relato da Primeira Visão do Profeta Joseph Smith com que todos

nesta audiência já tiveram ou ainda terão experiência. É a verdade plena e pensativa de

que antes dos grandes momentos, certamente antes dos grandes momentos espirituais,

pode haver adversidade, oposição e escuridão. A vida nos oferece momentos assim, e

de tempos em tempos, eles vêm ao chegarmos próximos a decisões importantes ou

passos significativos em nossas vidas.

Em seu relato maravilhoso que lemos com frequência insuficiente, Joseph disse

que mal tinha começado sua oração quando sentiu o poder de uma influência

assombrosa que lhe envolveu. Uma densa escuridão, como ele a descreveu, formou-se

ao seu redor, e ele sentiu que estava condenado a uma destruição súbita. Mas, ele usou

todas suas forças para clamar a Deus que o livrasse do poder desse inimigo, e ao assim

fazer, aconteceu que um pilar de luz, mais brilhante do que o sol do meio-dia, desceu

gradualmente até pousou sobre ele. No exato momento da aparência da luz, ele

sentiu-se livrado daquele poder destruidor que o prendera. O que seguiu depois foi a

maior epifania desde os eventos da crucificação, ressurreição e ascensão de Cristo no

meridiano do tempo. O Pai e O Filho apareceram a Joseph Smith, e a dispensação da

plenitude dos tempos iniciou-se. (Veja JS-H 1:15-20.)


A maioria de nós não precisa de mais lembretes do que já tem de que existe

alguém que personifica “oposição em todas as coisas,” que “um anjo de Deus” caiu “do

céu” e ao assim cair tornou-se “miserável para sempre.” Que destino sinistro. Leí nos

ensinou que porque esse é o destino de Satanás, “[ele] procurou também a miséria de

toda a humanidade.” (2 Nephi 2:11,17-18). Sem dúvida essa é a fonte eclesiástica original

daquele velho ditado “a miséria adora companhia”.

Um devocional matutino poderia ser devotado a esse assunto da oposição forte,

preliminar e antecipatório do inimigo às várias coisas boas de Deus que talvez não

reconheçamos tão rapidamente. Mas hoje quero ir além dessa observação para uma

outra verdade que talvez não reconheçamos tão rapidamente. Esta lição, usando a

linguagem esportiva, nos lembra que “nada acaba até acabar”. É um lembrete de que a

guerra continua. Infelizmente, não devemos pensar que Satanás derrota-se com aquele

primeiro avanço espiritual que tão dramaticamente traz a luz e nos leva adiante.

Para eu ser mais claro, deixa-me voltar a uma outra passagem de escritura, sim, a

uma outra visão. Lembra-se que o livro de Moisés começa com Moisés sendo

“arrebatado a uma montanha sumamente alta” onde, a escritura diz que ele “viu Deus

face a face e falou com ele e a glória de Deus estava sobre Moisés” (Moisés 1:1-2). O que

aconteceu depois foi o que acontece com os profetas que são arrebatados a montanhas

sumamente altas. O Senhor disse a Moisés:

“Olha e mostrar-te-ei as obras de minhas mãos…

“E...Moisés...viu a Terra; sim, toda ela; e não houve uma partícula dela que ele não visse,

discernindo-a pelo Espírito de Deus.

“E também viu seus habitantes; e não houve uma só alma que não tivesse visto”

Essa experiência foi incrível por todos os padrões. Foi uma das grandes

revelações dadas na história humana. Está entre os relatos mais grandiosos que temos

de qualquer profeta sobre sua experiência com a divindade.


Mas a mensagem de Moisés para vocês hoje é essa: “Não baixe a guarda.” Não

suponham que grandes revelações, momentos inspiradores ou a abertura de um

caminho inspirado sejam o final da batalha. Lembrem-se: não acabou até acabar. O que

aconteceu com Moisés então, depois do seu momento de revelação, seria ridículo se não

fosse tão perigoso e tão previsível. Ao se esforçar para continuar em sua oposição, em

seus esforços infalíveis de nos machucar o mais cedo que possível, Lúcifer apareceu e

gritou a Moisés em proporções iguais de raiva e arrogância só depois que Deus já se

revelara ao profeta, dizendo-lhe, “Moisés, adora-me”. Moisés, porém, não estava

contente. Ele tinha acabado de ver o negócio real, e em comparação, esta

apresentaçãozinha foi muito sem graça.

“E aconteceu que Moisés olhou para Satanás e disse: Quem és tu? ... onde está tua glória,

para que te adore?

“Pois eis que eu não poderia olhar para Deus, a não ser que sua glória estivesse sobre

mim. Mas posso olhar para ti como homem natural.

“...onde está tua glória, porque para mim é treva? E posso discernir entre ti e Deus…

“Vai-te, Satanás, não me enganes.”

O relato mostra uma reação que foi tão carente quanto foi assustador.

“E então, quando Moisés pronunciou essas palavras, Satanás clamou com alta voz e

bramou sobre a terra e ordenou, dizendo: Eu sou o Unigênito; adora-me.

“ E aconteceu que Moisés começou a temer muito; e ao começar a temer, viu a amargura

do inferno. Não obstante, clamando a Deus recebeu forças e ordenou, dizendo: Retira-te

de mim, Satanás, porque somente a este único Deus adorarei, o qual é o Deus de glória.

“E então Satanás começou a tremer e a terra estremeceu…

“E aconteceu que Satanás clamou com alta voz, com choro e pranto e ranger de dentes; e

dali se retirou”

Então, Satanás partiu, sempre para voltar, podemos ter certeza, mas também

sempre para ser derrotado pelo Deus da Glória - sempre.


Gostaria de confortar cada um de vocês aqui a respeito da oposição que tão

frequentemente vem depois de decisões inspiradas serem feitas, depois que a revelação e

convicção tenham nos dado uma paz e uma certeza que pensávamos que jamais

perderíamos. Em sua carta aos Hebreus, o Apóstolo Paulo estava tentando alentar os

membros novos que acabaram de juntar-se à igreja. Sem dúvida eles já tinham

experiências espirituais e haviam recebido a luz pura do testemunho, logo para

descobrirem que os seus problemas não haviam acabado, mas que apenas haviam

iniciado.

Isso me lembra da afirmação do Presidente Hugh B. Brown sobre o casamento.

As pessoas sempre lhe diziam que quando ele se casasse todos seus problemas iriam

embora. Então, ele se casou, só descobrindo depois que essas pessoas estavam falando

do início do casamento. Agora, vocês missionários retornados que estão aqui e ainda

são solteiros, não riem! Não terminei com vocês ainda!

Paulo falou àqueles membros novos da mesma forma que o Presidente Hinckley

fala aos membros novos hoje em dia. Serve de lembrete de que não podemos assinar a

um momento de tanto significado espiritual e consequência eterna sem sabermos que

será um combate - um bom combate e um combate vencedor - mas, não obstante, um

combate mesmo. Àqueles que achavam que um novo testemunho, uma convicção

pessoal ou uma experiência batismal espiritual iria tirá-los de qualquer preocupação,

Paulo disse, “Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados,

suportastes grande combate de aflições”(Hebreus 10:32; itálico adicionado).

Depois disso veio este conselho, que é o ponto chave do meu conselho a vocês e o

título do meu discurso hoje:

“Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande galardão.

“Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus,

possais alcançar a promessa…

“Mas o justo viverá pela fé; e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.
“Nós, porém, não somos daqueles que retrocedem para a perdição” (Hebreus 10:35-36,

38-39; negrito e itálico adicionado).

Usando a linguagem de Santos dos Últimos Dias, isso quer dizer “Claro que é

difícil - difícil antes de você juntar-se à igreja, enquanto estava tentando entrar nela, e

depois de ser batizado.” Sempre foi assim, Paulo diz. Mas ele nos adverte dizendo “não

retroceda”. Não entre em pânico. Não volte para trás. Não se esqueça de como você se

sentiu. Não desconfie das experiências que teve. Essa persistência foi o que salvou

Moisés quando o inimigo o enfrentou, e é o que salvará você também.

Acho que cada missionário retornado e provavelmente cada converso que

consegue me ouvir agora sabe exatamente do que eu falo: lições canceladas, o Livro de

Mórmon dentro de uma sacola de lixo na frente de uma casa, datas batismais caídas. E é

assim por diante durante a época de ensino, durante os compromissos, durante o

batismo, durante as primeiras semanas e meses dentro da igreja e mais ou menos para a

eternidade. Pelo menos o inimigo iria prosseguir assim, caso ele achasse que pudesse

ver alguma fraquejada na resolução de você ou algum buraco se abrindo na armadura

de você - mesmo que fosse depois do batismo.

Essa oposição aparece em quase todos os lugares onde algo de bom já aconteceu.

Pode acontecer quando você está correndo atrás da sua educação. Pode enfrentá-lo

depois do seu primeiro mês no campo missionário. Com certeza acontece no amor e no

casamento. (Agora volto para vocês missionários retornados.) Eu seria rico se eu tivesse

um dólar de cada pessoa em um namoro que já teve a orientação do Senhor em seu

relacionamento, que já orou sobre esse namoro e soube que era a vontade do Senhor,

que sabia que ela e a outra pessoa se amavam e gostavam de passar o tempo juntas e

que imaginavam uma vida inteira de compatibilidade à sua frente - só para entrar em

pânico, ter segundos pensamentos e ficar totalmente amedrontada. Essas pessoas

“retrocedem”, como Paulo disse, e senão para a perdição, pelo menos para uma

paralisia conjugal.
Não estou dizendo que não se deve tomar cuidado com algo tão importante

quanto o casamento. E com certeza não estou dizendo que um rapaz pode receber uma

revelação de que ele precisa casar com uma moça sem ela receber a mesma confirmação.

Eu já vi muitas dessas revelações de mão única nas vidas dos jovens. Sim, há cautela a

ser tomada e considerações a serem feitas, mas depois que já houve inspiração genuína,

acautele-se da tentação de retroceder de uma coisa boa. Se foi certo quando você orou,

quando você confiou e viveu aquilo, ainda é certo. Não desista quando a pressão

intensifica. Você consegue achar um apartamento. Você pode ganhar a confiança da sua

sogra. Você consegue vender sua harmônica para poder comprar mais uma refeição.

Tudo isso já se fez antes. Não desista. De jeito nenhum você deve ceder àquele ser que está

determinado na destruição de sua felicidade. Ele quer que todos sejam tão miseráveis quanto

ele próprio. Enfrente suas dúvidas. Domine suas dúvidas. “Não rejeita sua confiança.”

Persista no caminho e veja a beleza da vida se desvendar na sua frente.

Para nos ajudar com essas experiências, essas encruzilhadas em nossas vidas,

permita-me falar de uma outra história das escrituras sobre Moisés. Ela foi dada no

início desta dispensação quando esta revelação foi necessária, quando um caminho

verdadeiro estava estabelecendo-se e precisava continuar.

Quase todos aqui sabem a fórmula para receber revelação dada na seção 9 de

Doutrina e Convênios - você sabe, os versículos que falam de estudar na sua mente e da

promessa do Senhor de confirmar ou negar. O que muitos de nós não leem junto com

esta seção é a seção que a precede - a seção 8. Nessa revelação, o Senhor definiu a

palavra revelação:

“Sim, eis que eu te falarei em tua mente e em teu coração, pelo Espírito Santo que virá

sobre ti e que habitará em teu coração.” (D&C 8:2)

Amo aqui a combinação da mente e o coração. Deus vai nos ensinar de uma maneira

razoável e revelatória - com a mente e o coração combinados, pelo Espírito Santo.


“Ora, eis que este é o espírito de revelação; eis que este é o espírito pelo qual Moisés

conduziu os filhos de Israel através do Mar Vermelho, em terra seca.” (D&C 8:3)

Uma pergunta: Porque o Senhor usa esse exemplo do cruzamento do Mar

Vermelho como um exemplo clássico do “espírito de revelação”? Porque ele não usou a

Primeira Visão? Ou o exemplo do livro de Moisés que acabamos de usar? Ou a visão do

irmão Jarede? Bem, o Senhor poderia ter usado qualquer um desses, mas Ele não os

usou. Ele tinha um propósito diferente na mente.

Geralmente pensamos que a revelação é informação. Como se o Senhor abrisse

um livro para nós e respondesse à pergunta “Qual o significado político da Compra da

Luisiana?” ou “o que significa a segunda lei da termodinâmica?” Obviamente quando

você vê uma pergunta assim numa prova na escola, você realmente precisa de

revelação. Certa vez alguém disse que a oração nunca será tirada das escolas enquanto

ainda houver exames finais. Mas, fora do fato de que você provavelmente não vai

receber esse tipo de revelação - porque na igreja não acreditamos na criação tudo do

nada, principalmente nos exames - essa definição de revelação não é ampla o suficiente.

Sugiro que a seção oito amplie nosso entendimento da seção novo, principalmente

sabendo desses “combates de aflições” dos quais Paulo falou e eu falo.

Primeiro, a revelação geralmente vem na forma de uma resposta a uma pergunta,

geralmente uma pergunta urgente - nem sempre, mas a maioria das vezes. Nesse

sentido ela providencia informação, informação especial. O desafio de Moisés foi como

tirar ele e o povo de Israel da situação horrível na qual se encontravam. Havia

carruagens atrás deles, dunas de areia por todo lado e bastante água na frente deles. Ele

realmente precisava de informação - o que fazer - mas não foi uma coisa casual que ele

estava pedindo. Nesse caso realmente foi uma questão de vida e morte.
Você também precisará de informação, mas em momentos de grande

consequência é pouco provável que tal ajuda venha a menos que você a queira urgente,

fiel e humildemente. Morôni chama isso de buscar “com real intenção”. Se você

consegue buscar assim, poucas coisas que o inimigo lançar no seu meio vai fazer com

que você saia do caminho da retidão. Você consegue permanecer, seja qual for o ataque

ou a aflição, porque você já pagou o preço para figurativamente ver a face de Deus e

sobreviver.

Como Moisés, na visão dele, talvez venham depois algumas dúvidas e confusão

competindo para sua atenção, mas nem se comparam com o sentimento da verdade.

Lembre-se do sentimento da verdade. Lembre-se quão urgentemente você precisava de

ajuda no passado e que você a recebe. O Mar Vermelho irá abrir-se ao buscador sincero

de revelação. O inimigo tem poder para ser um obstáculo no nosso caminho, para

congregar os exércitos do faraó e nos perseguir até a beira das águas, mas ele não pode

produzir o sentimento da verdade. Ele não pode nos conquistar se não o permitimos.

“Usando todas [nossas] forças para chamar a Deus” a luz virá novamente, a escuridão

novamente irá retroceder e seu sentimento de segurança voltará novamente. Essa é a

primeira lição sobre o cruzamento do Mar Vermelho, seus Mares Vermelhos, pelo

espírito de revelação.

A segunda lição tem a ver com a primeira. Isso é que no processo de receber

revelação e ao fazer decisões importantes, o medo quase sempre tem um papel

destruidor e paralisador. A Oliver Cowdery, que perdeu a oportunidade de uma vida

porque não a aproveitou durante a vida da oportunidade, o Senhor disse, “E eis que foi

por não teres continuado como no princípio” Não parece familiar àqueles que foram

iluminados espiritualmente mas depois cederam aos segundos pensamentos e dúvidas

retornantes? “Não convém que traduzas agora.” O Senhor disse, numa linguagem que

com certeza magoou Oliver. “Eis que era conveniente quando começaste, mas temeste e a

hora passou; e agora não convém.” (D&C 9:5, 10-11; itálico adicionado).
Cada um de nós corre o risco de ter medo. Eu corro esse risco e você também.

Você percebeu a frase que tentei enfatizar ao ler aquele relato da Pérola de Grande

Valor? Por um momento naquele confronto, “E aconteceu que Moisés começou a temer

muito; e ao começar a temer, viu a amargura do inferno.” (Moisés 1:20). É naquela hora

que se vê a amargura do inferno - quando se teme.

Esse foi o problema que enfrentou o povo de Israel nas beiras do Mar Vermelho.

Essa é a segunda lição. Tem tudo a ver com assegurar a iluminação espiritual anterior.

As escrituras dizem, “E chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis

que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito”

Alguns, assim como Paulo descreveu, disseram, “Vamos voltar. Isso não vale a

pena. Devemos ter errado. Provavelmente não foi o espírito certo que nos disse sair do

Egito.” O que eles disseram a Moisés, na realidade, foi o seguinte: “Por que nos fizeste

isso, tirando-nos do Egito?... Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que

morrermos no deserto.” (Êxodo 14:10-12).

O que eu tenho a dizer é isso: “E o que já aconteceu? E os milagres que te

trouxeram aqui? E quanto aos sapos e piolhos? E a vara e a serpente, o rio e o sangue? E

quanto ao granizo, aos gafanhotos, ao fogo e aos primogênitos?”

Esquecemos tão rápido. De jeito nenhum teria sido melhor ficar e ser escravo dos

egípcios, e de jeito nenhum teria sido melhor ficar fora da Igreja, ou rejeitar um

chamado missionário, ou adiar o casamento e assim por diante para sempre. É lógico

que teremos que passar pelas provas da fé ao lutarmos contra a insegurança e os

segundos pensamentos. Haverá dias em que seremos guiados milagrosamente para fora

do Egito - aparentemente livres, aparentemente encaminhados já - só para chegarmos a

mais um confronto, como se toda a água do Mar Vermelho estivesse ao nosso redor.

Nesses momentos é sumamente essencial resistirmos a tentação de entrar em pânico e desistir.

Nesses momentos o medo será a arma mais forte do inimigo contra nós.
“Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do

Senhor…O Senhor pelejará por vós.”

Confirmando isso, o grande Jeová disse a Moisés, “dize aos filhos de Israel que

marchem.” (Êxodo 14:13-15; itálico adicionado).

Essa é a segunda lição do espírito de revelação. Depois de receber a mensagem,

depois de ter pago o preço para sentir o seu amor e ouvir a palavra do Senhor, “marche

adiante”. Não tema, não vacila, não chore, não lamente. Você pode, como Alma indo

para a cidade de Amonia, ter que achar um rumo que trilhe um caminho diferente, mas

foi exatamente isso que o Senhor fez para os filhos de Israel. Ninguém nunca atravessou

o Mar Vermelho desta forma, mas e daí? Sempre há uma primeira vez. Com o espírito

de revelação, mande seus medos embora a entre na água com ambos os pés. Nas

palavras de Joseph Smith, “Irmãos, não prosseguiremos em tão grande causa? Ide

avante e não para trás. Coragem, irmãos; e avante, avante para a vitória!” (D&C 128:22).

A terceira lição do espírito de revelação do Senhor no milagre do cruzamento do

Mar Vermelho é que, along with the illuminating revelation that points us toward a righteous

purpose or duty, God will also provide the means and power to achieve that purpose. Confie

nessa verdade eterna. Se Deus lhe disser que algo está certo, se algo é realmente

verdade para você, ele lhe dará o caminho para realizá-lo. Isso é verdade quando se une

à Igreja. É o caso de obter educação, de servir a uma missão ou de se casar ou de uma

centena de tarefas dignas em suas jovens vidas. Lembre-se do que o Salvador disse ao

Profeta Joseph no Bosque Sagrado. Qual foi o problema em 1820? Porque não era para

Joseph juntar-se a nenhuma outra igreja? Foi, em parte, porque “elas ensinam como

doutrina os mandamentos de homens, tendo aparência de religiosidade, mas negam o seu

poder.” (JS-H 1:19; itálico adicionado).

A graça de Deus é suficiente! O Senhor diria a Joseph vez após vez naquela época

difícil, como na época antiga, que esses filhos de Israel modernos seriam “tirados da

escravidão por meio de poder e com um braço estendido... Portanto, que não desfaleça
vosso coração… : Meu anjo irá adiante de vós…e também minha presença; e, dentro de

algum tempo, possuireis a boa terra.” (D&C 103:17-20).

Que terra boa? Sua terra boa. Sua terra prometida. Sua nova Jerusalém. Seu

próprio pequeno espaço fluindo com leite e mel. Seu futuro. Seus sonhos. Seu destino.

Acredito que, em nossos próprios caminhos, Deus nos leva ao bosque, à montanha ou

ao templo e nos mostra a maravilha de qual é seu plano para nós. Podemos não vê-lo

tão plenamente como Moisés ou Néfi ou o irmão de Jarede, mas vemos o quanto

precisamos ver para conhecer a vontade do Senhor para nós e para saber que ele nos

ama além da compreensão mortal. Eu também acredito que o inimigo e seus lacaios

astutos tentam se opor a tais experiências e então tentam obscurecê-las depois do fato.

Mas esse não é o caminho do evangelho. Esse não é o caminho de um Santo dos Últimos

Dias que afirma como o fato fundamental da Restauração o espírito de revelação.

Lutar através da escuridão e desespero e implorar pela luz é o que abriu esta

dispensação. É o que a faz continuar, e é o que vai mantê-la. Com Paulo, eu digo a todos

vocês:

“Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande galardão.

“Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de

Deus, possais alcançar a promessa.” (Hebreus 10:35-36).

Reconheço a realidade da oposição e adversidade, mas presto testemunho do Deus da

Glória, do Filho Redentor de Deus, da luz e esperança e de um futuro brilhante. Eu lhes

prometo que Deus vive e ama você, cada um de vocês, e que Ele estabeleceu limites

contra os poderes opostos das trevas. Testifico que Jesus é o Cristo, o vencedor sobre a

morte e o inferno e o ser decaído que ali fulmina. O evangelho de Jesus Cristo é

verdadeiro e tem sido restaurado.


“Não temais.” E quando chegar o segundo e o terceiro e o quarto golpe, vinde

“não temais… O Senhor pelejará por vós.” “Não rejeiteis, pois, a vossa confiança.” Digo

isso no nome sagrado e santo do nosso Protetor e Redentor, o Senhor Jesus Cristo.

Amém.

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