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MAPEAMENTO DE ÁREAS VULNERÁVEIS A

ALAGAMENTOS NO MUNICÍPIO DE
CACHOEIRA DO SUL/RS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA


Coordenadoria Acadêmica – Cachoeira do Sul
Curso: Arquitetura e Urbanismo
Disciplina: Geoprocessamento para Arquitetura
Professora: Cassiane Jrayj de Melo Victoria Bariani
Acadêmicos: Gabriele Priscila Ratzinger
Mauricio Casagrande Foppa
O desenvolvimento de grande parte das cidades aconteceu ao longo dos rios, diante da
necessidade de utilização de água em diversas atividades do dia-a-dia, como é o caso de
Cachoeira do Sul.

Estas ocupações causaram diversos empecilhos para a sociedade, que passou a sofrer com
inundações e enchentes. Isto se caracteriza devido muitos locais não apresentarem um
acompanhamento para uma implantação adequada, não considerando características
geomorfológicas do local a ser ocupado, sendo este utilizado sem a devida racionalização.
O impacto na área ocupada é definido pelo tipo de habitações presentes.

A utilização de edificações precárias de madeira e lugares impróprios principalmente


para moradia ocorre devido a três principais fatores:

• ausência de condições financeiras da população de baixa ou nenhuma renda para


morarem em áreas de topografia elevada;

• falta de conhecimento da geomorfologia da área;

• devido as condições físicas do local serem propícias para o desenvolvimento humano


USO DE GEOTECNOLOGIAS (SIG)

Permite estudos por meio de cruzamento e análises complexas de dados, auxiliando


no planejamento urbano.

Para o mapeamento das áreas alagáveis de Cachoeira do Sul foi utilizado o software
SPRING na versão 5.5.3 e imagens para georreferenciamento do Google Earth.
ETAPAS PARA A CRIAÇÃO DE MAPEAMENTO DA ÁREA DE ESTUDO

• Criação do Banco de Dados.


• Obter imagens da área de estudo através do Google Earth, apontando pontos e coordenadas
para o processo futuro de registro das imagens.
• Configuração dos arquivos de imagens no formato TIFF para posteriormente abri-las no
SPRING.
• No SPRING abrir as imagens e escolher as bandas de cada uma; feito isso podemos registrar
as imagens.
• Selecionar a imagem a ser registrada e escolher as três bandas novamente para ela ser
visualizada na janela auxiliar.
• Após a visualização da imagem, começar a criação dos pontos, selecionando teclado e
informando ao programa as coordenadas, antes anotadas, criando um ponto móvel.
• Colocar esse ponto na mesma posição das marcações das imagens. Realizar esse processo
para cada um dos pontos das imagens.
• Com o término dos pontos, mudamos a operação para selecionar e selecionamos todos,
podendo ver a margem de erro. Estando menor do que um, esses pontos estão precisos e
podemos continuar para as próximas imagens.
• Após o término do georreferenciamento, importar as imagens registradas.
• Criar um mosaico para as imagens juntarem-se formando a vista da área estudada.
• Edição vetorial do mosaico.
O uso de mapeamentos através do geoprocessamento favorece a identificação das
áreas vulneráveis.

Segundo Xavier (2001), geoprocessamento é um conjunto de métodos


computacional, que utiliza bases de dados georreferenciados para transformar em
informação o que foi coletado. O mapa de áreas vulneráveis é um instrumento
importante na prevenção, controle e gestão das inundações.
O cenário de risco as edificações próximas ao Rio Jacuí é reforçado por este ser um
receptor de água de diversos afluentes da região central do estado, gerando um alto
acúmulo de água em períodos de chuvas

Recorte do Mapa Hidrográfico do RS

Recorte do Mapa Hidrográfico do RS. Disponível em: <http://comiteibicui.com.br/mapas/mapa%20hidrografico%20do%20RS.jpg> Acesso em: 15/11/2018.
Dentre as características encontradas na área de estudo estão as edificações
precárias em madeira; edificações próximas a barranco do rio, que podem vir a
desmoronar; edificações em alvenaria; galpões abandonados; entre outras.
MOSAICO DE IMAGENS CRIADAS NO SPRING

Foram escolhidos três estágios para descrever a situação de vulnerabilidade das


edificações na área estudada, analisando diversos aspectos entre a materialidade das
construções, estado de conservação, tipo de uso, áreas com possibilidade de
desmoronamento e proximidade ao rio.
CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES

• Em vermelho foram demarcadas edificações com alta vulnerabilidade, sendo


abrangidas neste aspecto edificações abandonadas, edificações com estruturas
frágeis em madeira e edificações que ficam próximas a áreas suscetíveis a
desmoronamentos e alagamentos.

• Em amarelo foram classificadas as edificações de risco intermediário, que são


construções com uma estrutura mais sólida e que ficam próximas a áreas
suscetíveis a desmoronamentos e alagamentos, ou estão abandonadas.

• Já em verde estão classificadas as edificações em uso e que estão situadas onde


não há riscos de desmoronamentos e alagamentos.
Partindo da análise do local de estudo foi possível calcular, através do
SPRING, as áreas de cada classe, conforme observado na tabela abaixo.

TABELA DE ÁREAS DE VULNERABILIDADE EM CADA CLASSE


CLASSE ÁREA PERÍMETRO

Verde 24 412,20 m² 4 137,74 m

Amarelo 44 171,79 m² 3 361,18 m

Vermelho 6 346,67 m² 960,56 m


Podemos observar na tabela e no
gráfico que a maior área é abrangida
por edificações de vulnerabilidade PORCENTAGEM DE ÁREAS DE
intermediária, tal fator é alcançado por VULNERABILIDADE EM CADA CLASSE
edificações nesta classe possuírem
áreas de construção maiores, como
por exemplo galpões.

Já a proporção de alto risco abrange


uma área de construção menor dada
as construções serem pequenas e que,
mesmo a área de estudo sendo
próxima ao rio, o relevo dificulta a
chegada da água até as edificações,
esta situação configura a porcentagem
de edificações de baixo nível de
vulnerabilidade, seguida do índice de
ocupação das residências da área de
estudo.
Durante a elaboração do mapeamento das áreas vulneráveis a inundação no
município de Cachoeira do Sul foi possível concluir que:

• são poucas as edificações suscetíveis a alagamentos, pois grande parte das


edificações ribeirinhas estão localizadas em pontos elevados em relação ao
nível do Rio Jacuí, não sendo possível as águas atingirem tais construções.

• Observou-se que grande parte da edificações classificadas com algum nível


de risco estão em estado de conservação precário ou de abandono, ou
ainda próximas a locais em que pode haver desmoronamentos.
REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Lutiane Queiroz de; CARVALHO, Pompeu Figueiredo de. Vulnerabilidades e


Riscos Socioambientais de Rios Urbanos. Estudo de caso na bacia hidrográfica do rio
Maranguapinho, Região Metropolitana de Fortaleza. 2007?. Disponível em: <
http://www.rc.unesp.br/igce/planejamento/gpapt/Artigos
%20pdf%20final/Artigos%202007/Lutiane%20Almeida%20%20Vulnerabilidades%20e%
20riscos%20socioambientai..pdf. Acesso em: 10/11/2018
FLORENZANO, Tereza Gallotti. Introdução a Geomorfologia. In: FLORENZANO, Tereza
Gallotti (org.). Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. São Paulo: Oficina de
Textos, 2008
MOURA, A.C.M. Geoprocessamento na gestão e planejamento urbano. Belo Horizonte: Ed
da Aurora, p.294, 2003
XAVIER, S.J. Geoprocessamento para análise ambiental. Rio de Janeiro: Ed. J. Xavier,
2001.

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