Você está na página 1de 133

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO


BÁSICO DE BOMBINHAS

PREFEITURA MUNICIPAL DE
BOMBINHAS

Novembro de 2010
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

APRESENTAÇÃO

Este documento contém os trabalhos relativos à


elaboração do Plano Municipal de Saneamento
Básico de Bombinhas.

2
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

MANOEL MARCÍLIO DOS SANTOS


Prefeito Municipal

Comissão Técnica

Juliana Licio Baretta - Geógrafa


Letícia Rabelo - Engenheira Ambiental
Lucimari Delavy - Advogada
Maria Alice Pavan - Diretora de Saneamento
Marina Coelho Fernandes - Engenheira Sanitarista e Ambiental
Priscila Batista de Campos - Engenheira Sanitarista e Ambiental
Renata M. Serpa - Psicóloga
Robson Xavier Kalfeltz - Engenheira Sanitarista e Ambiental

Comissão de Coordenação

Ênio Carlos Raymundi Secretário de Administração


César Aldo Lopes Secretário da Pesca e Aquicultura
Cristiane Monique Neuhaus dos Santos Secretária de Planejamento e Regulação Urbana
Flávio Steigleder Martins Presidente da Fundação Municipal de Amparo ao
Meio Ambiente – FAMAB
Celso Luiz Dellagiustina Secretário de Saúde e Saneamento
Maria Angélica de Souza Secretária de Assistência Social
Jorge Barboza da Silva Secretário de Infraestrutura Urbana
Cláudio Osvaldo de Souza Secretário do Turismo e Desenvolvimento
Econômico
Gisele Terezinha Duarte Rodrigues Superintendente de Educação
Wilfredo Schurmann Representante do Instituto Kat Schurmann
Carlos Faria Representante da Associação AMA Bombinhas
Mário Pêra Representante da Associação Empresarial de
Bombinhas – AEMB
Márcio Rogério Frank Representante da Câmara de Diretores Lojistas de
Bombinhas
Tiago Girolamo Representante da Associação Amigos do Mariscal
– AMAR Mariscal

3
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Doraci Rosniach Representante da Associação dos Amigos de


Canto Grande
Dorotéia Ester Fuck Representante da Associação dos Moradores e
Amigos de Zimbros
Marcos Antonio Ramos Representante da Associação dos Maricultores de
Bombinhas
Antonio Augusto Batista Machado Representante da Associação dos Pescadores do
Município de Bombinhas
Adolar Serafim Representante da Colônia de Pescadores
Antônio Luis Nunes da Silva Presidente do Conselho Municipal de Defesa do
Meio Ambiente – CONDEMA
Marcos Chagas Perrone Representante da Câmara Municipal de
Vereadores
Walmar Nasato Representante do Rotary Clube de Bombinhas

4
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

SUMÁRIO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................................................... 10


1. DADOS GERAIS ................................................................................................................... 10
1.1 LOCALIZAÇÃO .............................................................................................................. 11
1.2 ACESSIBILIDADE REGIONAL ..................................................................................... 11
1.3 ASPECTOS AMBIENTAIS .................................................................................................. 12
1.3.1 - Clima ........................................................................................................................... 12
1.3.2 - Geologia....................................................................................................................... 12
1.3.3 - Geomorfologia ............................................................................................................. 13
1.3.4 - Hidrografia ................................................................................................................... 14
1.3.5 - Unidades de Conservação ............................................................................................. 19
1.3.6 Balneabilidade ................................................................................................................ 20
1.4 HISTÓRICO ......................................................................................................................... 21
1.5 PROJEÇÃO POPULACIONAL ....................................................................................... 24
1.6 DADOS POPULACIONAIS ................................................................................................. 28
1.7 DIAGNÓSTICO SÓCIO - ECONÔMICO DO MUNICÍPIO DE BOMBINHAS .................. 34
1.7.1 - A Expansão Urbana e a Atividade Turística .................................................................. 34
1.7.2 - Consequências da Urbanização ..................................................................................... 36
1.7.3 - Grupos de Interesse Social............................................................................................ 43
1.7.4 - Diagnóstico da Situação Habitacional do Município de Bombinhas .............................. 45
2. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL ............................................................................ 50
2.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ................................................................... 50
2.1.1 CARACTERISTICAS OPERACIONAIS SISTEMA PORTO BELO/BOMBINHAS..... 51
2.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO.................................................................... 59
2.2.1 CARACTERISTICAS OPERACIONAIS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO
SANITÁRIO ........................................................................................................................... 61
2.2.2 LEVANTAMENTO DOS PONTOS CRÍTICOS ............................................................ 63
2.2.3 PROJETOS ELABORADOS ............................................................................................. 66
2.3 SISTEMA DE DRENAGEM URBANA ........................................................................... 68
2.3.1 PLANO DE MACRODRENAGEM ............................................................................... 68
2.3.2 AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL ....................................................................... 69
2.4 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS ................................................................................................................................... 89
2.4.1 LIMPEZA DE LOGRADOUROS PÚBLICOS............................................................... 89
2.4.2 RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES ...................................................................... 94
2.4.3 COLETA SELETIVA E RECICLAGEM ....................................................................... 98
2.4.4 - RECICLAGEM DE MADEIRA ................................................................................... 99

5
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

2.4.5 RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE ................................................... 100


2.4.6 RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL .................................................... 100
2.4.7 RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS (PERIGOSOS) ............................................... 102
2.4.8 RESÍDUOS DA MARICULTURA .............................................................................. 102
2.4.9 ÓLEO DE COZINHA .................................................................................................. 102
3. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES .............................................................................................. 103
4. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 104
4.1 GERAIS .............................................................................................................................. 104
4.2 ESPECÍFICOS .................................................................................................................... 104
4.2.1 SETOR DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ............................................................... 104
4.2.2 SETOR DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............................................................... 105
4.2.3 SETOR DE DRENAGEM URBANA ........................................................................... 105
4.2.4 SETOR DE RESÍDUOS SÓLIDOS .............................................................................. 105
5. DEFINIÇÃO DE INTERVENÇÕES ..................................................................................... 106
6. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES ......................................................................................... 116
6.2 ABASTECIMENTO DE ÁGUA ......................................................................................... 116
6.3 ESGOTAMENTO SANITÁRIO ......................................................................................... 116
6.4 LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................... 117
6.5 DRENAGEM URBANA ..................................................................................................... 118
7. HIERARQUIZAÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS ............................................................ 118
8. DIFICULDADES NA ELABORAÇÃO DO PLANO............................................................ 120
9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................................................... 121
10. ANEXOS ........................................................................................................................... 124
ANEXO 1 ................................................................................................................................. 124

6
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Região hidrográfica Atlântico Sul ................................................................................... 14


Figura 2- Regiões hidrográficas de Santa Catarina .......................................................................... 15
Figura 3 – Bacias hidrográficas de Santa Catarina ........................................................................... 15
Figura 4 - Mapa político da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas e divisão regional. .......................... 17
Figura 5 - Gráfico da demanda de água por atividade econômica na Bacia do Rio Tijucas. ............. 19
Figura 6 – Bacias hidrográficas do município de Bombinhas........................................................... 19
Figura 7 - População Bombinhas de 1996 a 2009. ........................................................................... 21
Figura 8 - Movimentos de turistas de 2002, 2004, 2006 e 2008. ...................................................... 22
Figura 9 - Receita em dólar de 2002, 2004, 2006 e 2008 ................................................................. 23
Figura 10 - Números de faturas Celesc de 1996, 2000 e 2009 .......................................................... 23
Figura 11 - Crescimento populacional e das Faturas de Luz (Celesc) ............................................... 24
Figura 12 - Pirâmide etária de Bombinhas. ...................................................................................... 29
Figura 13 - Número de matrículas de 1997, 2000 e 2009. ................................................................ 31
Figura 14 - Crescimento populacional e número de matrículas. ....................................................... 31
Figura 15 - Bairros Bombas e José Amândio em 1982..................................................................... 40
Figura 16 - Bairros Bombas e José Amândio em 2003..................................................................... 41
Figura 17 - Cadastro Único para Programas Sociais - 2010. ............................................................ 47
Figura 18 - Domicílios precários. .................................................................................................... 48
Figura 19 - Consumo de água per capita durante o ano de 2009 em litros/habitante x dia ................ 50
Figura 20 – Estação de Recalque de Água Bruta (capitação no manancial) ...................................... 51
Figura 21 – Estação de Tratamento de Água Porto Belo .................................................................. 52
Figura 22 – Lagoa de decantação. ................................................................................................... 52
Figura 23 – Filtros por fluxo descendente........................................................................................ 53
Figura 24 – Estação de Recalque de Água Bruta (ERAT DIMAS) .................................................. 53
Figura 25 - Vazão média mensal da ETA de Zimbro em litros/segundo no ano de 2009. ................. 54
Figura 26 – Estação de Tratamento de Água de Zimbros ................................................................. 55
Figura 27 - Período de funcionamento da ETA Zimbros em horas/dia ............................................. 56
Figura 28- Filtros de fluxo ascendente ............................................................................................. 56
Figura 29 - Esquema do Sistema de Abastecimento de Água de Bombinhas.................................... 59
Figura 30 - Tanques de aeração e decantadores. .............................................................................. 62
Figura 31 - Lagoa de polimento. ..................................................................................................... 62
Figura 32 - Lançamento irregular de efluentes em via pública em Bombas. ..................................... 64
Figura 33 - Afluente do Rio da Barra contaminado por lançamento irregular de esgoto – José
Amândio. ........................................................................................................................................ 65
Figura 34 - Afluente do Rio da Barra contaminado – José Amândio. ............................................... 66
Figura 35 - Lançamento irregular de esgoto em Zimbros. ................................................................ 66
Figura 36 - Vista geral da BH-1 – Bairro Bombas. .......................................................................... 70
Figura 37 - Dispositivo parcialmente obstruído pelo assoreamento. ................................................. 70
Figura 38 - Ponto de inundação - ponte da Rua Azulão - ocupação das margens do córrego. ........... 71
Figura 39 - Vista geral da BH 01. .................................................................................................... 71
Figura 40– Vista geral da BH-2 – Bairros de Bombas e Zé Amândio .............................................. 72
Figura 41 - Vista panorâmica BH-2 ................................................................................................. 73
Figura 42 - Ponte localizada na Rua Cavalo em 23/04/2009– Bairro Zé Amândio. .......................... 73
Figura 43– Casas edificadas sobre o leito do córrego na Rua Tamanduá-Mirim Bairro Zé Amândio 74
Figura 44– Travessia da Avenida Fragata – Bairro Bombas ............................................................ 75
Figura 45– Vista geral da BH3 – Bairro Bombinhas ........................................................................ 76
Figura 46– Canalização de afluente do Rio Bombinhas (rua Surubim). ........................................... 77
Figura 47 - Tubulação assoreada e inoperante (Rua Jandaia). .......................................................... 77

7
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 48– Ocupação do leito de afluente do Rio Bombinhas (rua Pirapitanga). .............................. 77
Figura 49 - Vista geral da BH4 – Bairro Zimbros e Sertãozinho. ..................................................... 78
Figura 50 -Tubulação de drenagem desconectada e sem cobrimento (rua Rio das Garças). .............. 79
Figura 51 - Casa construída sobre o leito de afluente do Rio Passa-Vinte (rua Rio Guaíba). ............ 79
Figura 52 - Edificações construídas sobre o leito Rio Passa-Vinte (rua Rio das Garças). ................. 80
Figura 53 - Rua Rio Corumbá – Ausência de infraestrutura básica. ................................................. 80
Figura 54 - Vista geral da BH-5 – Bairros de Morrinhos, Canto Grande, Mariscal e Quatro Ilhas. ... 81
Figura 55 - Desabamento de residências (abril/2009). ..................................................................... 82
Figura 56 - Caixa de quebra de pressão (rua Rio Massaranduba) - Sistema de drenagem implantado
sem dimensionamento adequado. .................................................................................................... 83
Figura 57 - Vala eutrofizada na rua Diamante. ................................................................................ 83
Figura 58– Setores de Drenagem – Bairro Quatro Ilhas ................................................................... 84
Figura 59– Erosão na Rua Arquipélago de Abrolhos ....................................................................... 84
Figura 60 – Implantação de edifício na bacia de amortecimento do Setor 2 ..................................... 85
Figura 61 – Bacia de amortecimento do Setor 3 .............................................................................. 86
Figura 62 – Voçoroca – Praia de Quatro Ilhas ................................................................................. 86
Figura 63 – Lançamento de águas pluviais no leito da voçoroca ...................................................... 87
Figura 64 – Vista geral da BH-6 ...................................................................................................... 88
Figura 65– Ocupação do leito do córrego entre as Ruas Rio Tefé e Rio Serra Negra ....................... 88
Figura 66 - Mutirão de limpeza em Bombinhas, no Dia Mundial da Limpeza de Praias. .................. 91
Figura 67 - Via pavimentada com os serviços de limpeza urbana atrasados, no bairro Canto Grande.
....................................................................................................................................................... 92
Figura 68 - Lote vegetado com deposição de lixo urbano no bairro Zé Amândio. ............................ 93
Figura 69 - Resíduos sólidos depositados em terreno do bairro Mariscal. ........................................ 93
Figura 70 - Resíduos de espuma, plástico e metal, depositados em rua periférica do bairro Centro. . 93
Figura 71 - Gráfico da comparação dos dados da geração dos resíduos sólidos em 2008, 2009 e 2010.
....................................................................................................................................................... 95
Figura 72 - Central de Gerenciamento de Resíduos de Tijuquinhas – Proactiva. .............................. 97
Figura 73 - Impermeabilização do Aterro Sanitário Proactiva. ......................................................... 97
Figura 74 - Separação de plásticos – Bairro José Amândio. ............................................................. 99
Figura 75 - Depósito de resíduos em residência – Bairro de Zimbros. ............................................. 99
Figura 76 - Triturador de madeira na empresa do Sr. Battisti. ........................................................ 100
Figura 77 - Caçamba coletora de resíduos da construção civil. ...................................................... 101
Figura 78 - Depósito não licenciado de resíduos da construção civil. ............................................. 101
Figura 79 - Depósito clandestino de resíduos da construção civil no bairro Zé Amândio. .............. 102

8
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Estratificação da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas em regiões. ..................................... 16


Tabela 2 - Pontos analisados para a balneabilidade.......................................................................... 20
Tabela 3 - Porcentagem de Impropriedade de balneabilidade das praias do município ..................... 21
Tabela 4 - Número de Domicílios ................................................................................................... 25
Tabela 5 - Medições de lixo domiciliar coletado em 2010. .............................................................. 27
Tabela 6 - Projeção populacional para o Município de Bombinhas. ................................................. 28
Tabela 7 - População por Faixa Etária (2009). ................................................................................. 28
Tabela 8 - Nível de ensino escolar municipal em Bombinhas. ......................................................... 30
Tabela 9 - Nível de ensino escolar estadual em Bombinhas. ............................................................ 30
Tabela 10 - Número de matrículas do município. ............................................................................ 30
Tabela 11 - Indicadores de mortalidade - Grupo de causas - Óbitos e taxa por 100.000 habitantes. .. 32
Tabela 12 - Movimento Estimado de Turistas em Bombinhas/SC.................................................... 37
Tabela 13 - Principais meios de hospedagem utilizados em Bombinhas/SC. (%) ............................. 37
Tabela 14 - Condições das águas salinas de Bombinhas/SC nas décadas de 80, 90, 2000 e 2009. .... 42
Tabela 15 - Cadastro Único para Programas Sociais, 2010. ............................................................. 46
Tabela 16 - Domicílios precários, Ruas sem pavimentação e Ruas sem drenagem por bairro ........... 47
Tabela 17 - Reuniões comunitárias: déficit habitacional qualitativo: domicílios permanentes, forma
de abastecimento de água. ............................................................................................................... 48
Tabela 18 - Reuniões comunitárias: déficit habitacional qualitativo: domicílios permanentes, forma
de destinação do lixo. ...................................................................................................................... 49
Tabela 19- Reuniões comunitárias: déficit habitacional qualitativo: domicílios permanentes, forma
escoamento do esgoto. .................................................................................................................... 49
Tabela 20- Número de Ligações de Água. ....................................................................................... 50
Tabela 21- Número de Amostras fora dos parâmetros da Portaria 518. ............................................ 57
Tabela 22 - Relação de quantitativo de servidores lotados na Agência de Bombinhas. ..................... 59
Tabela 23 - Relação de quantitativo de servidores lotados nas Agências de Bombinhas e Porto Belo
....................................................................................................................................................... 59
Tabela 24 - Número de ligações prediais – 2010 ............................................................................. 60
Tabela 25 - Vistorias realizadas nas ligações à rede de esgoto. ........................................................ 61
Tabela 26 - Dados de Monitoramento da Qualidade do Efluente da ETE. ........................................ 63
Tabela 27 - Toneladas de resíduos coletados mensalmente pela Proactiva em 2009 e 2010. ............ 94
Tabela 28 - Hierarquização das áreas prioritárias........................................................................... 119

9
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O Plano Municipal de Saneamento Básico de Bombinhas (PMSB) se constitui em


um dos instrumentos do Sistema Municipal de Saneamento, estabelecido através da
Política Municipal de Saneamento Básico, que por sua vez foi instituída através da Lei
Municipal nº 1131/2009.
O PMSB tem como objetivo a universalização do serviço público de saneamento
básico com serviços e produtos de qualidade e com continuidade e abrange os serviços de
abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem das águas pluviais, limpeza
urbana e manejo dos resíduos sólidos.
O Plano foi elaborado com base nas diretrizes da Lei Federal no 11.445/2007, marco
regulatório do Saneamento, que define a obrigatoriedade de todos os municípios na
elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, e consistiu na elaboração do
diagnóstico da situação atual e do plano de programas e ações em saneamento para os
próximos 20 anos.

1. DADOS GERAIS

A aquisição das informações básicas foi dividida em inspeção de campo e coleta


dos dados, a partir dos quais foi elaborado o diagnóstico da realidade do município.
A inspeção de campo percorreu toda a área urbana para a identificação dos
serviços de saneamento básico oferecidos pelo município. Além de consultas aos técnicos
e funcionários responsáveis pela operação dos serviços de abastecimento de água,
limpeza pública e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais.
Além disso, foram coletados dados referentes à população existente, área de
planejamento, cadastros municipais, projetos e estudos existentes, Plano Diretor, situação
dos sistemas de saneamento básico do município, instrumentos públicos de gestão
aplicáveis à área (leis, decretos, códigos, etc.). Além de dados para a elaboração da
caracterização geral do município que permitirão a contextualização das principais
variáveis.

Os planos, códigos e estudos existentes que serviram de subsídio para o


diagnóstico da realidade existente e para a elaboração do PSBM estão relacionados a
seguir:

10
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

- Plano Diretor Participativo de Bombinhas (2009);


- Leitura da Realidade – Plano Diretor Municipal de Bombinhas (2006);
- Geologia Ambiental: detalhamento geológico visando saneamento básico. Município de
Bombinhas, SC. 1º Parte. Relatório Final. Universidade do Estado de Santa Catarina –
UDESC (2003);
- Diagnóstico da Prestação de Serviços de Saneamento, Compreendendo os Sistemas de
Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário Existentes no Município de Bombinhas
(2008);
- Plano Diretor de Saneamento, Compreendendo os Sistemas de Abastecimento de Água
e Esgotamento Sanitário do Município de Bombinhas - SC (2009);
- Plano de Macrodrenagem (2009);
- Memorial Descritivo – Projeto da Área de Influência Imediata – SES Bombinhas (2001).
- Plano Municipal de Saúde;
- Plano Municipal de Assistência Social

1.1 LOCALIZAÇÃO

O Município de Bombinhas localiza-se no Litoral Norte do Estado de Santa Catarina,


a 60 km de Florianópolis, capital do Estado, e possui as seguintes coordenadas
geográficas:
- Latitude: 27º09’36” S;
- Longitude: 48º32’32” W.
O Município de Bombinhas possui uma área de 36,6 km², com os seguintes limites
territoriais:
- Ao norte, leste e sul com o Oceano Atlântico; e,
- Ao oeste com o município de Porto Belo.

1.2 ACESSIBILIDADE REGIONAL

O acesso ao município de Bombinhas se dá por via terrestre através de rodovias,


que são de administração estadual e classificadas de “ligações e acesso”, conforme
Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes – DNIT e por vias de acesso
locais que interligam Porto Belo aos municípios vizinhos. São elas:

11
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

- Rodovia SC 412 com 6,2 km da confluência da BR 101 até a Av. Governador


Celso Ramos, principal via de acesso ao Município de Porto Belo e posteriormente Av.
Leopoldo Zarling no Município de Bombinhas.
Existe projeto em elaboração pelo Governo do Estado de Santa Catarina para a
implantação de um segundo acesso para o município de Bombinhas, com objetivo de
desafogar a Av. Gov. Celso Ramos e o trânsito em toda a região na alta temporada de
verão, desviando os veículos que seguem para Bombinhas na rotatória do bairro Perequê.
Nas proximidades do município existem dois aeroportos, um em Navegantes, cerca
de 60 km do centro de Bombinhas e o Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em
Florianópolis, cerca de 66 km ao sul (Fonte: Leitura da Realidade, 2006).

1.3 ASPECTOS AMBIENTAIS

1.3.1 - Clima

O clima da região caracteriza-se por apresentar moderadas amplitudes térmicas


anuais (8,9ºC).
O clima do município, segundo Köppen, classifica-se como mesotérmico úmido, sem
estação seca, com verões quentes, apresentando uma temperatura média anual de
20,5ºC.
O total de insolação anual gira em torno de 1.800 horas/ano. A temperatura média
de janeiro varia em torno de 25ºC, enquanto a temperatura média de julho é de
aproximadamente 15ºC.
As precipitações giram em torno de 1.600 mm/ano, sendo que o número de dias
com chuvas no ano fica entre 100 e 110, sendo o município que recebe o menor volume de
precipitações na região da AMFRI – Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí-Açu.
Os meses menos chuvosos correspondem ao inverno e os mais chuvosos ao verão. A
umidade relativa do ar anual está em torno de 85%.

1.3.2 - Geologia

O município de Bombinhas está localizado numa península cuja formação


geográfica é rara em todo litoral brasileiro. Na paisagem natural formada pelos
compartimentos do Embasamento Cristalino e das Planícies Quaternárias, podemos
encontrar praias, ilhas, promontórios, enseadas, restingas, e remanescentes florestais.

12
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

1.3.3 - Geomorfologia

A geomorfologia do Município de Bombinhas, como observam Ayala, Marimon e


Benedet (2003), em seu estudo sobre a Geologia Ambiental e o detalhamento geológico do
município, resultou das oscilações do nível do mar que ocorreram no período conhecido
como Quaternário. O município era formada por diversas ilhas, elevações de rocha
cristalina isoladas, que hoje são nomeadas de Morro dos Macacos, Morro de Zimbros,
Morro do Ventura e Morro da Galheta. Com as várias oscilações marinhas (regressão e
transgressão do nível do mar) dos últimos 1,5 milhão de ano houve o depósito de
sedimentos a partir das atividades erosivas e construtivas, reunindo as ilhas e formando
planícies sedimentares (Figura 09), como Mariscal, Zimbros, Bombas e Bombinhas,
(AYALA, MARIMON, e BENEDET apud SUGUIO, 2003) que hoje são intensamente
ocupadas.
Essa dinâmica dos processos costeiros aliados ao nível do mar individualizaram um
promontório avançado pelo mar, cercado pelas enseadas de Zimbros e de Mariscal, “que
caracteriza essa porção da costa catarinense e serve de cartão postal do município”
(AYALA, MARIMON e BENEDET, 2003). Essas planícies são geologicamente muito
recentes, aproximadamente 18 mil anos, quando ocorreu a ultima glaciação, que aliada a
processos marinhos e eólicos consolidaram sua formação. De acordo com Polette (2001),
o Município de Bombinhas fica localizado na única península do Sul do Brasil.1
A Unidade Geomorfológica Planícies Costeira Quaternária (ATLAS DE SANTA
CATARINA, 1986), apresenta ao longo de toda sua extensão no Estado de Santa Catarina,
diversificada configuração de relevo, ocorrendo penínsulas, pontais, enseadas, e baias,
entre os quais se desenvolvem baixadas litorâneas descontínuas e planícies arenosas que
abrigam inúmeras praias. A unidade geomorfológica das Serras do Leste Catarinense
(ATLAS DE SANTA CATARINA, 1986), o embasamento Pré-Cambriano agora unido pelas
planícies, avança sobre o oceano, formando a partir desses prolongamentos uma costa
altamente recortada e com altos promontórios rochosos. Essa característica pode ser
observada no litoral catarinense desde os extremo norte até o cabo de Santa Marta.
(HOEFEL apud AYALA, MARIMON e BENEDET, 2003).

1
Península é uma porção de terra cercada quase completamente pelas águas oceânicas, sendo ligada ao continente por uma
estreita faixa de terra chamada de istmo (POLETTE, 2001).

13
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Essa configuração geomorfológica dá origem a ambientes onde se estabelecem


formações vegetais bastante heterogêneas de significativa riqueza e diversidade. Na
cobertura vegetal coexistem originalmente a Floresta Ombrófila Densa, nas elevações e
nas encostas e as Formações Pioneiras, como Manguezais (formações pioneiras com
influência fluviomarinha) e Restingas (formações pioneiras com influência marinha), nas
praias, dunas frontais e costões até as áreas mais interiorizadas das planícies marinhas.

1.3.4 - Hidrografia

Bombinhas está inserida na Região Hidrográfica Atlântico Sul (figura 1) que se


destaca por abrigar um expressivo contingente populacional, pelo desenvolvimento
econômico e por sua importância para o turismo.
A Região Hidrográfica Atlântico Sul se inicia ao norte, próximo à divisa dos estados
de São Paulo e Paraná, e se estende até o arroio Chuí, ao sul. Possui uma área total de
185.856 Km², o equivalente a 2% do País.
Abrangendo porções dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a
região tem cerca de 11,6 milhões de habitantes, sendo que 85 % estão localizados na área
urbana.

Figura 1 - Região hidrográfica Atlântico Sul


Fonte: www.ana.gov.br

14
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Bacia do Rio Tijucas

No estado de Santa Catarina (figuras 2 e 3), o município está localizado na bacia do


Rio Tijucas, que por sua vez está inserida na vertente do atlântico, região hidrográfica 08.

Figura 2- Regiões hidrográficas de Santa Catarina


Fonte: Bacias Hidrográficas do Estado de Santa Catarina - Diagnóstico Geral - Secretaria de
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente - Secretaria de Recursos Hídricos

Figura 3 – Bacias hidrográficas de Santa Catarina


Fonte: Bacias Hidrográficas do Estado de Santa Catarina - Diagnóstico Geral - Secretaria de
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente - Secretaria de Recursos Hídricos

A BHRT é formada por 13 municípios (Angelina, Biguaçú, Bombinhas, Canelinha,


Governador Celso Ramos, Itapema, Leoberto Leal, Major Gercino, Nova Trento, Porto
Belo, Rancho Queimado, São João Batista, Tijucas) que possuem três realidades

15
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

sócioantropológicas identificadas devido às características geográficas, culturais,


econômicas e ambientais dessas regiões conforme apresentado na tabela 1 e ilustrado na
figura 4, que permitem estratificar a bacia em Baixo (BVRT), Médio (MVRT) e Alto Vale do
Rio Tijucas (AVRT) (SANTOS,2009).

Tabela 1- Estratificação da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas em regiões.

Região Município Características Características Características Características


Geográficas Ambientais Culturais Econômicas

Biguaçu

Baixo Bombinhas Colonização


Gov. Celso Turismo de
Vale açoriana com
Ramos Região de Zona Ecossistemas veraneio.
do Rio presença de
Costeira costeiros Bens e serviços.
Tijucas Itapema cultura
Pesca artesanal.
(BVRT) característica.
Porto Belo
Tijucas

Canelinha Pólo industrial


Médio Colonização
(calçado e
Vale italiana com
Nova Região de Predomínio de cerâmica). Turismo
do Rio presença de
Trento Interior Mata Atlântica religioso. Produtos
Tijucas cultura
coloniais.
(BVRT) São João característica.
Agricultura.
Batista

Angelina
Predominantemente
Predomínio de
Alto Leoberto Colonização agrícola.
Mata Atlântica
Vale Leal alemã com Agricultura familiar
com
do Rio Região Serrana presença de e/ou orgânica.
Major remanescentes
Tijucas cultura Turismo de inverno,
Gercino de Florestas de
(BVRT) característica. ecoturismo e
Araucárias
Rancho turismo rural.
Queimado

Fonte: Santos, 2009.

16
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 4 - Mapa político da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas e divisão regional.


Fonte: Santos, 2009.

De acordo com Santos (2009), a BHRT é uma bacia predominantemente rural com a
presença de aspectos culturais coloniais regionalizados e agricultura familiar desenvolvidas
em pequenas e médias propriedades (Figura 8). As culturas mais comuns são: a)
Maracujá, arroz e fumo no BVRT; b) Uva, cebola e fumo no MVRT e; c) Morango, cebola,
cebolinha, fumo e tomate no AVRT.
Ainda segundo Santos (2009), as regiões da Bacia do Rio Tijucas podem ser
caracterizadas da seguinte forma:
- Baixo Vale do Rio Tijucas: abrange os municípios de Itapema, Porto Belo,
Bombinhas, Tijucas, Governador Celso Ramos e Biguaçú, que possuem características
urbanas, com fortes oscilações no número de habitantes devido à alta temporada dos
meses de verão. Observam-se problemas de degradação que estão relacionados com a
concentração populacional, com o turismo desordenado e a imigração de famílias de
outros estados e países para se estabelecerem na região.

17
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

- Médio Vale do Rio Tijucas: composto pelos municípios centrais da bacia,


Canelinha, São João Batista e Nova Trento, são caracterizados pela forte expansão
industrial das últimas décadas, porém os traços agrícolas ainda permanecem e, no caso de
Nova Trento, a cultura Italiana com fabricação de produtos coloniais e turismo religioso
contribui fortemente para uma caracterização única. Seus problemas ambientais são
resultantes da Indústria Calçadista e das Indústrias de Artefatos de Cerâmica, tais como
tijolos e telhas (Cerâmicas Vermelhas), além da extração mineral e do aumento de
visitantes para o turismo religioso, causando poluição e degradação dos recursos naturais.
Tanto a indústria quanto o turismo não possuem um plano de desenvolvimento que
considere a bacia hidrográfica como unidade de planejamento.
- Alto Vale do Rio Tijucas: abrangendo Angelina, Major Gercino, Leoberto Leal e
Rancho Queimado, cujas altitudes atingem 1.200 metros acima do nível do mar, sua
característica predominante é o ambiente rural e o ar da serra. Os municípios são rurais,
as famílias possuem pequenas e médias propriedades e vivem basicamente da agricultura
e do turismo rural, nessa região existem muitos remanescentes de Florestas de
Araucárias.
Nesta região, observa-se o desmatamento e reflorestamento com espécies exóticas,
principalmente o Pinus e, em alguns casos verifica-se, inclusive, o desmatamento de
vegetação nativa para o plantio desta espécie, sendo este o principal problema ambiental.
Outro problema localizado é a exploração imobiliária visando à implantação de
condomínios rurais, hotéis e pousadas do tipo fazenda. Tais empreendimentos não
possuem Planos de Desenvolvimento da área utilizada e na maioria das vezes fazem uso
inadequado dos recursos naturais, como o desvio de cursos d’água, supressão da
vegetação em Área de Preservação Permanente (APP), poluição devido à falta de
saneamento básico, etc.
De acordo com o Panorama dos Recursos Hídricos de SC, de 2007, elaborado pela
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável, a demanda de água por atividade
econômica na Bacia do Rio Tijucas é apresentada no gráfico a seguir.

18
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Demanda de Água por atividade


econômica - Bacia do Rio Tijucas
3% 2%
Irrigação (2004)
13%
Industrial (2002)
18%
64%
Demanda Urbana
(2000)
Dessedentação
Animal (2000)

Figura 5 - Gráfico da demanda de água por atividade econômica na Bacia do Rio Tijucas.
Fonte: Panorama dos Recursos Hídricos de Santa Catarina, 2007.

Bacias Hidrográficas de Bombinhas

São identificadas, no município de Bombinhas seis bacias hidrográficas principais,


aqui denominadas BH1, BH2, BH3, BH4, BH5 e BH6. A delimitação destas bacias é
apresentada na figura a seguir.

Figura 6 – Bacias hidrográficas do município de Bombinhas.

1.3.5 - Unidades de Conservação

O Município possui três Unidades de Conservação:

19
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Parque da Galheta – Localizado na porção mais ao Norte do Município de


Bombinhas, nos morros da porção extrema da península de Bombas. O parque apresenta
paisagens de altíssima qualidade e faz divisa com áreas já loteadas.
Parque do Morro dos Macacos – Localizado no final da planície de Mariscal/Canto
Grande (Tômbolo). Tem como finalidade conservar e proteger a região do Morro dos
Macacos e Ilha do Amendoim/Macuco
Área de Relevante Interesse Ecológico ARIE (costões de Zimbros) – Localizado
na porção mais ao sul do Município, tem como finalidade conservar e proteger a região dos
Morros e Costões de Zimbros.

1.3.6 Balneabilidade

A balneabilidade favorável das praias é fator primordial para o desenvolvimento


turístico de Bombinhas. A FATMA (Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina) realiza
a análise de 8 (oito) pontos no município de Bombinhas a cada mês, estes pontos são os
seguintes:

Tabela 2 - Pontos analisados para a balneabilidade.

Pontos de Balneabilidade de Bombinhas


Rua Vereador Manoel dos Santos, 1149
Frente à Rua Martin Pescador
Av Água Marinha, 3244
Extrema direita da praia
Rua Ariramba. à esquerda do Riacho
Canto Direito da Praia
Frente à Rua Castanheta
Canto Esquerdo (Baia de Zimbros)

Fonte: FATMA,2010.

Segundo relatório divulgado pela FATMA em janeiro deste ano, três pontos do
município são considerados críticos no que diz respeito à balneabilidade, considerando
que as análises de balneabilidade realizadas pela Fundação nos últimos 7 anos (de
1/11/2002 à 11/12/2009) apresentaram os seguintes percentuais de impropriedade:

20
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Tabela 3 - Porcentagem de Impropriedade de balneabilidade das praias do município


PONTO PORCENTAGEM DE IMPROPRIEDADE
Praia do Canto Grande, canto esquerdo 50%
(Baia de Zimbros)
Praia de Bombas, extrema direita da praia 66,67%
Praia de Bombinhas, canto direito da praia 100%
Fonte: FATMA,2010.

1.4 HISTÓRICO
O município de Bombinhas localiza-se no litoral norte de Santa Catarina, é parte do
que se denomina Costa Esmeralda (Bombinhas, Porto Belo e Itapema) e está completando
18 anos de emancipação político – administrativa.
Bombinhas vem cumprindo neste período, independentemente da cor partidária dos
dirigentes municipais, o objetivo a que se propôs quando do movimento pela emancipação:
o de organizar e incrementar o Turismo, que já despontava como vocação econômica do
lugar. Nos últimos anos a população do município mais que dobrou: de cerca de seis mil
habitantes passou a quase quinze mil habitantes. O Bairro que teve maior aumento de
população nesses anos foi o da Praia de Bombas, devido ao acesso fácil e sua grande
área territorial.
No gráfico da figura 7, nota-se que desde sua desvinculação do município de Porto
Belo, ocorrida em 1992, o crescimento populacional de Bombinhas ocorre de maneira
acentuada, devendo manter a mesma intensidade nas próximas décadas. Segundo o IBGE
na contagem da população realizada em 2007 a população residente de Bombinhas era de
12.456 habitantes e a população residente estimada para 2009 era de 13.695 habitantes.

População de Bombinhas
16000
14000
12000
Habitantes

10000
8000
6000
4000
2000
0
1996 2000 2009
Ano

Figura 7 - População Bombinhas de 1996 a 2009.

21
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Os resultados do Censo 2010 ainda não foram oficialmente divulgados, mas através
de dados obtidos junto à equipe recenseadora no Município de Bombinhas, a população do
município no ano de 2010 é de 14.223 habitantes.
Nas últimas quatro décadas, a densidade demográfica do município tem sido
incrementada, especialmente se considerarmos que o município se torna cada vez mais
um pólo de migração, devido ao incremento na diversidade da economia localizada na
região.
A população flutuante cresce em um ritmo ainda mais acelerado que a população
residente. Segundo a SANTUR – Santa Catarina Turismo S.A., no ano de 2002 Bombinhas
recebeu 54.359 turistas que geraram uma receita de 9.500.079,28 dólares. Já em 2004,
foram 137.734 turistas a gerar uma receita de 27.992.329,86 dólares. Em 2006 tivemos
151.573 turistas com uma receita de 42.551.976,93 dólares e a projeção da SANTUR para
2008 foi de 126.804 turistas gerando uma receita de 49.111.266,65 dólares. Esses dados
(figuras 8 e 9) mostram claramente a importância e o crescimento do setor no município.

Movimento estimado de turistas


160000
140000
120000
No. de turistas

100000
80000
60000
40000
20000
0
2002 2004 2006 2008
Ano

Figura 8 - Movimentos de turistas de 2002, 2004, 2006 e 2008.

22
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Receita estimada em dólar


50.000.000

40.000.000

Receita (U$)
30.000.000

20.000.000

10.000.000

0
2002 2004 2006 2008
Ano

Figura 9 - Receita em dólar de 2002, 2004, 2006 e 2008

Os dados fornecidos pela CELESC relativos à quantidade de faturas emitidas nos


últimos anos, conforme ilustrados na figura 10 mostram que em janeiro de 1996 eram
5.509 faturas de luz, em janeiro do ano 2000 foram emitidas 7.749 faturas e em janeiro de
2009 esse número subiu para 12.703 faturas.

14000

12000

10000

8000

6000

4000

2000

0
1996 2000 2009

Figura 10 - Números de faturas Celesc de 1996, 2000 e 2009

Comparando esses números com os dados sobre a população residente, percebe-


se que os dois gráficos (figura 11) possuem uma curva bastante semelhante: existe uma
tendência de uma fatura de luz para cada habitante, dado este que não corresponde à
realidade. Considerando o número médio de pessoas por família (cinco pessoas) e

23
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

multiplicando esse número pela quantidade de faturas de luz teremos em janeiro de 2009 a
capacidade de luz instalada para uma população de 63.515 pessoas.

16000
14000
12000
10000
8000 faturas de luz
6000 população
4000
2000
0
1996 2000 2009

Figura 11 - Crescimento populacional e das Faturas de Luz (Celesc)

Levando em consideração a quantidade de turistas estimada pela SANTUR, que é


em torno de 130 a 140 mil turistas durante os dois meses de verão, teremos algo em torno
de 60 a 70 mil turistas/mês. Considerando que a taxa média de permanência desses
turistas é de 10 dias, chegaremos a uma população média hospedada em Bombinhas de
cerca de 40 a 50 mil. Somando a esta população de turistas a população residente,
teremos uma ocupação de imóveis em Bombinhas em torno 65 a 75 mil pessoas.

1.5 PROJEÇÃO POPULACIONAL


Com base na projeção populacional realizada pela empresa SanHidro no ano de
2005, para o Estudo de Crescimento Demográfico para o SES de Bombinhas, e com base
nos dados do CENSO 2010 do IBGE, obteve-se a população inicial (ano de 2010)
residente e flutuante, e a população final (ano de 2030) com base nas seguintes equações:
 População Residente – projeção polinomial:
Y  9,4069387  x 2  37176 ,915  x 2  36734267 R2  0,951204
 População Flutuante – projeção linear:
Y  167 ,1528515  x 2  327060 ,3769894 R2  0,79329
De acordo com o estudo realizado pela empresa, essas duas projeções foram as
que melhor representaram a realidade do município de Bombinhas.
A população inicial residente utilizada foi de 14.223 habitantes, resultado preliminar
da contagem do Censo 2010, no entanto bem próximo do valor real, uma vez que apenas

24
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

22 domicílios não puderam ser recenseados por não ter sido encontrado ninguém na
residência.
O cálculo da população flutuante (população temporária em época de veraneio) foi
realizado em função do número de domicílios, obtido através do Censo 2010. Conforme
tabela a seguir:

Tabela 4 - Número de Domicílios


USO Número de domicílios
Ocupado 4.599
Uso ocasional 5.495
Vago 3.709
Fechado 22
TOTAL 13.825
Fonte: Censo 2010

De acordo com o IBGE, os domicílios são classificados como:


 Domicílio Ocupado - quando, na data de referência, o domicílio particular
(permanente ou improvisado) estava ocupado por moradores e foi realizada a entrevista.
 Domicílio Fechado - quando, na data de referência, o domicílio particular
permanente estava ocupado, porém seus moradores, durante todo o período da coleta,
estavam temporariamente ausentes. No caso de recusa de prestação de informações,
após todas as tentativas de obtenção da entrevista, o domicílio também foi classificado
como fechado.
 Domicílio Vago - quando o domicílio particular permanente não tinha morador na
data de referência.
 Domicílio de Uso Ocasional - quando, na data de referência, o domicílio particular
permanente servia ocasionalmente de moradia, ou seja, era o domicílio usado para
descanso de fins de semana, férias ou outro fim, mesmo que, na data de referência, seus
ocupantes ocasionais estivessem presentes.
De acordo com o CENSO 2010, a taxa de ocupação nos domicílios da população
residente é de 3,1 hab/domicílio. Para se obter a população flutuante, admitiu-se uma taxa
de ocupação 40% maior nos domicílios de uso ocasional, vagos e fechados.
Somou-se a isso, a estimativa de leitos disponíveis nos meios de hospedagem
(hotéis, pousadas e residenciais) do Município de acordo com dados da Secretaria de
Turismo de Bombinhas, já que na contagem feita pelo Censo, os estabelecimentos
25
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

classificados como hotéis ou pousadas só foram contabilizados nos casos em que no local
havia morador fixo.
Segundo informações disponibilizadas pela Secretaria de Turismo do Município, o
Inventário Turístico para o Plano Estratégico de Marketing Turístico Integrado realizado em
2007 pelo IFES em um contrato com a AMFRI, Bombinhas possui atualmente cerca de
7500 leitos disponíveis.
De acordo com a Secretaria de Turismo, a AMFRI desenvolverá novo inventário
turístico no município de Bombinhas, que deverá ser concluído no próximo ano.
Sendo assim, a população atual flutuante foi obtida através da seguinte equação:

PF  ( DO  DV  D F )  TO  L
PF  (5495  3709  22 )  4,34  7500
PF  47540 pessoas
Onde:
PF: População Flutuante;
DO: Domicílios de Uso Ocasional;
DV: Domicílios Vagos;
DF: Domicílios Fechados;
TO: Taxa de Ocupação (4,34);
L: número de leitos de hospedagem.

Outra maneira de se estimar a população flutuante foi realizada através das


medições de pesagem do lixo domiciliar coletado no Município pela empresa Proactiva até
outubro deste ano, conforme tabela a seguir.

26
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Tabela 5 - Medições de lixo domiciliar coletado em 2010.

Mês Pesagem
(kg)
JANEIRO 1.803.690
FEVEREIRO 1.366.600
MARÇO 779.240
ABRIL 500.090
MAIO 399.190
JUNHO 371.810
JULHO 370.320
AGOSTO 374.478
SETEMBRO 433.530
OUTUBRO 452.830
NOVEMBRO
DEZEMBRO

TOTAL 6.851.778
Fonte: Departamento de Saneamento.

Para o cálculo, primeiro obteve-se a geração de lixo per capita para a população
residente, considerando-se para isso a média da quantidade de lixo produzido nos meses
de maio a agosto, que são os meses da mais baixa temporada. Sendo assim, para a
população de 14.223 habitantes, a média de geração de lixo per capita é de 0,87
kg/hab.dia.
Aplicando essa geração per capita à quantidade de lixo produzido no mês de janeiro
(mês que representa a população máxima flutuante), obtém-se a estimativa da média da
população total no Município neste mês, em torno de 54.815 pessoas.
Numa análise mais crítica, se considerarmos apenas a primeira quinzena de janeiro,
em que segundo a Proactiva foram coletados 980.340 quilos de resíduos, a população total
estimada é o equivalente a 56.860 pessoas. Desconsiderando-se aí a população residente,
através desta estimativa a população flutuante na primeira quinzena de janeiro de 2010 era
de 42.637 pessoas.
Sendo assim, a estimativa com base nos dados do IBGE, se aproxima da estimativa
com base em dados da coleta do lixo.
Considerando a situação mais crítica, adotou-se a população flutuante inicial com
base nas estimativas a partir dos dados do IBGE.

27
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Tabela 6 - Projeção populacional para o Município de Bombinhas.


PROJEÇÃO POPULACIONAL
População População População Total
ANO Residente Flutuante
(hab) % a.a. (hab) % a.a. (hab) % a.a.
0 2010 14223 4,84 47540 3,42 61763 3,80
1 2011 14899 4,75 49114 3,31 64013 3,64
2 2012 15595 4,67 50686 3,20 66281 3,54
3 2013 16311 4,59 52258 3,10 68569 3,45
4 2014 17047 4,51 53831 3,01 70878 3,37
5 2015 17803 4,43 55403 2,92 73206 3,28
6 2016 18578 4,35 56977 2,84 75555 3,21
7 2017 19372 4,27 58550 2,76 77922 3,13
8 2018 20186 4,20 60125 2,69 80311 3,07
9 2019 21020 4,13 61701 2,62 82721 3,00
10 2020 21874 4,06 63275 2,55 85149 2,94
11 2021 22747 3,99 64851 2,49 87598 2,88
12 2022 23639 3,92 66427 2,43 90066 2,82
13 2023 24552 3,86 68002 2,37 92554 2,76
14 2024 25483 3,79 69573 2,31 95056 2,70
15 2025 26434 3,73 71146 2,26 97580 2,66
16 2026 27405 3,67 72719 2,21 100124 2,61
17 2027 28395 3,61 74290 2,16 102685 2,56
18 2028 29406 3,56 75865 2,12 105271 2,52
19 2029 30436 3,50 77436 2,07 107872 2,47
20 2030 31487 3,45 79008 2,03 110495 2,43

1.6 DADOS POPULACIONAIS

Tabela 7 - População por Faixa Etária (2009).


Sexo <1 1 -4 5- 9 10- 14 15- 19 20- 29 30- 39 40- 49 50- 59 60- 69 70- 79

Masc. 91 409 586 592 648 1261 1145 998 716 295 154

Fem. 87 384 549 581 598 1100 1167 1049 688 312 163

TOTAL 178 793 1135 1173 2361 2.044 2312 2047 1404 607 317

Fonte: MS/SE/DATASUS

28
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 12 - Pirâmide etária de Bombinhas.

De acordo com os censos demográficos, contagem populacional, e projeções


fornecidas pelo IBGE, a densidade demográfica de Bombinhas a cada ano a partir de 2002
é apresentada abaixo:
 2000 – 233 habitantes por km²;
 2001 – 246 habitantes por km²;
 2002 – 255 habitantes por km²;
 2003 – 266 habitantes por km²;
 2004 - 287 habitantes por km²;
 2005 – 301 Habitantes / Km² projetada c/ taxa anual de crescimento de 10,3%;
 2006 – 315 Habitantes / Km² projetada c/ taxa anual de crescimento de 10,3%;
 2007 – 330 Habitantes / Km² projetada c/ taxa anual de crescimento de 10,3%;
 2008 – 345 Habitantes / Km² projetada c/ taxa anual de crescimento de 10,3%;
 2009 – 362 Habitantes / Km² projetada c/ taxa anual de crescimento de 10,3%;
Bombinhas tem atualmente dez escolas municipais e duas escolas estaduais. As
escolas municipais recebem alunos na pré-escola e ensino fundamental. Nos meses de
verão em algumas dessas escolas funcionam creches. As escolas estaduais oferecem
cursos de educação fundamental e ensino médio, sendo que em uma delas funciona

29
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

desde 2006 o curso técnico de Turismo e Hospitalidade integrado ao ensino médio e na


outra temos o ensino fundamental nas séries iniciais funcionando em tempo integral.

Tabela 8 - Nível de ensino escolar municipal em Bombinhas.

ESCOLAS MUNICIPAIS Pré-Escola 1º Grau 2º Grau TOTAL

Pré-Escolar Pequeno Príncipe Sim Sim Não 1


Escola Manoel José da Silva Não Sim Não 1
CEI Sítio do pica pau amarelo Sim Não Não 1
CEI Arco-Íris Sim Não Não 1
CEI Escolar Peter Pan Sim Não Não 1
CEI Cantinho da Felicidade Sim Não Não 1
CEI Profª Débora de Santana Sim Não Não 1
Escola Básica Manoel Eduardo Mafra Não Sim Não 1
Escola Básica Edith Willecke Sim Sim Não 1
Escola Básica Dona Dilma Mafra Sim Sim Não 1
TOTAL 10

Tabela 9 - Nível de ensino escolar estadual em Bombinhas.


ESCOLAS ESTADUAIS PRÉ-ESCOLA 1º GRAU MÉDIO TOTAL
E.E.B.PREF. LEOPOLDO J. NÃO SIM SIM 01
GUERREIRO
E.E.B.MARIA RITA FLOR NÃO SIM SIM 01
TOTAL - - - 02

Tabela 10 - Número de matrículas do município.


Ano 1997 2000 2009

Dependência Estadual Municipal Estadual Municipal Estadual Municipal

Creche parcial
00 00 00 00 00 67

00 00 00 00 00 231
Creche integral
Pré escola parcial 00 00 00 378 00 426
Ensino Fund. anos
iniciais parcial
00 00 392 374 121 843
Ensino Fund. anos
iniciais integral
00 00 00 00 87 00
Ensino Fund. anos
finais parcial
00 00 500 228 561 420
Ensino Médio
parcial
00 00 273 00 298 00

30
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Ensino Médio
Integral
00 00 00 00 180 00
EJA ensino
fundamental
00 00 00 00 00 77

EJA ensino médio 00 00 00 00 00 133

Total 687 679 1.165 980 1.247 2.197

Total geral 1.366 2.145 3.444


Fonte: INEP- Censo Escolar- Consulta a matrículas.

Número de matrículas
4000
3500
3000
2500
2000
1500 Número de matrículas
1000
500
0
1997 2000 2009

Figura 13 - Número de matrículas de 1997, 2000 e 2009.

20000
18000
16000
14000
12000
10000 população
8000 matriculas
6000
4000
2000
0
1997 2000 2009

Figura 14 - Crescimento populacional e número de matrículas.

31
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Tabela 11 - Indicadores de mortalidade - Grupo de causas - Óbitos e taxa por 100.000 habitantes.
2006 2007 2008
Grupo de Causa Nº Nº Nº
Taxa Taxa Taxas
Óbitos Óbitos Óbitos
Algumas doenças infecciosas e
1 8,58 3 24,79 1 7,55
parasitárias
Causas externas 9 77,19 7 57,83 13 98,18
Doenças do aparelho circulatório 16 137,23 12 94,14 21 158,60
Causas mal definidas 4 34,31 4 33,05 5 37,76
Neoplasias 9 77,19 9 74,36 15 113,28
TOTAL 39 35 55
Fonte: MS/Sala de Situação em Saúde

Nesses anos houve também um aumento significativo da quantidade de


equipamentos turísticos em Bombinhas. Embora não haja dados oficiais sobre o assunto,
pode-se constatar em uma breve consulta à internet, que o número de hotéis e
principalmente de pequenas e médias pousadas cresceu significativamente. Outros
equipamentos, como bares, restaurantes, lojas comerciais em geral, imobiliárias e todos os
demais setores voltados ao Turismo também tiveram grande crescimento nos últimos
anos.
Conseqüentemente, a oferta de empregos vem crescendo neste ramo de atividade.
Por outro lado, a qualificação da mão de obra para esta área é praticamente inexistente no
município. Isso gera uma situação em que existe a oferta de postos de trabalho de um lado
e de outro, uma grande quantidade de mão de obra desempregada, mas impossibilitada de
ocupar as vagas existentes.
A EEB Maria Rita Flor, de Bombas, através de levantamento informal com alunos
formandos e cursando o Ensino Médio em 2003 e 2004 no município (aproximadamente
100 alunos/ano concluem o Ensino Médio) constatou que mais da metade destes alunos
não tinham condições de cursar o Ensino Superior. Eles iam, portanto, para o mercado de
trabalho, ocupar cargos que não exigem formação profissional, enquanto as vagas que
exigem uma maior qualificação e oferecem melhores salários, eram preenchidas por
pessoas vindas de outros municípios onde já existem esses cursos.
Frente a esta realidade e no ensejo de contribuir para a mudança de tal quadro, a
Direção da escola entrou em contato com o COMTUR – Conselho Municipal de Turismo e,
através dele, com a Associação de Pousadas e Hotéis de Bombinhas e demais entidades

32
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

que o compõe e encontrou uma boa receptividade na implantação de cursos que ajudem a
mudar esta realidade.
A administração municipal estima que existam no município atualmente cerca de
450 estabelecimentos de hospedagem. A grande maioria é composta por médias e
pequenas pousadas, administradas pelos proprietários e suas famílias, com o auxílio de
alguns funcionários. A Associação de Pousadas e Hotéis de Bombinhas aponta que há
necessidade de mão de obra especializada para estes estabelecimentos e garante que a
possibilidade de colocação da grande maioria desta mão de obra qualificada é imediata.
A Associação de Amigos e Moradores da Praia de Bombas, através de sua
presidente, realizou pesquisa junto aos alunos do Ensino Médio da rede estadual de
ensino em 2005 e constatou que 80% destes alunos trabalhavam em atividades ligadas ao
turismo, sendo que 26% trabalhava o ano todo e 55% trabalhava apenas durante os meses
de verão. Essa mesma pesquisa levantou que mais de 50% dos entrevistados gostaria de
ter a oportunidade de fazer um curso que lhes desse a possibilidade de trabalhar na área
de turismo, sendo mais bem remunerados por possuírem uma qualificação profissional.
Bombinhas vive hoje um paradoxo. O paraíso formado por belas praias,
emolduradas pelo verde da Mata Atlântica, pelas águas cristalinas do mar, pelo povo
tranqüilo e hospitaleiro, pela pesca artesanal que persiste até os dias de hoje e pela
tranqüilidade do lugar, se contradiz quando do trabalho exaustivo durante dois ou três
meses do ano, durante os quais o município é literalmente invadido por uma população
dez vezes maior que a habitual, que causa transtornos de todos os tipos.
Para aqueles que investiram no município, fica a angústia de ter um
capital relativamente alto investido, com um retorno que deixa a desejar, devido a todos
esses meses de falta de alternativa de utilização do mesmo. Já para os que sobrevivem do
seu trabalho, fica a angústia do mesmo não existir na maioria dos meses do ano e nos
poucos meses em que há abundância de oferta de trabalho, existe também uma
abundância de mão de obra desqualificada disputando essas vagas, o que cria um
mercado que remunera mal e na maioria das vezes não oferece os direitos da legislação
trabalhista.

33
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

1.7 DIAGNÓSTICO SÓCIO - ECONÔMICO DO MUNICÍPIO DE BOMBINHAS

1.7.1 - A Expansão Urbana e a Atividade Turística

O município de Bombinhas, mesmo sendo considerado um distrito, chegou a


década de 70 com uma infra-estrutura básica bastante precária até para atender a
pequena demanda das vilas de pescadores que formavam o contingente local. Para Kohl
(2006), o município de Bombinhas recebia menos atenção do poder publico por que este
concentrava a maior parte dos recursos disponíveis para investimentos na área do centro e
de duas adjacências, pois Porto Belo era mais desenvolvida e com uma demanda maior, e
já começava a receber veranistas que eram o reflexo das transformações ocorridas na
economia catarinense e nacional, com a ascensão industrial que acabou por dar origem a
uma classe abastada que começava a praticar lazer no litoral catarinense (GOURLARTI
FILHO, 2002). Outra razão que contribuiu para atrasar o desenvolvimento é o relativo
isolamento geográfico do qual o município de Bombinhas se encontra do centro de Porto
Belo, pois a ligação se dava por vias de difícil acesso que atravessam continuações das
Serras do Leste Catarinense, do Embasamento Cristalino. É só na década de 80 que a
pressão populacional faz surgir uma maior preocupação com a infra-estrutura local, como a
instalação de iluminação publica nas principais vias e tratamento de água nas áreas mais
populosas, com encanamentos diretos.
Esse ritmo de crescimento só foi alterado a partir da década de 1980, com a
intensificação da ocupação e o surgimento dos primeiros loteamentos em Bombinhas.
Entretanto, o processo que deu origem a essa transformação iniciou-se, segundo
Lombardo e Casella (1997), a partir das décadas de 1940 – 1950 com o advento da
industrialização e as políticas para a integração do território brasileiro, seguindo um modelo
de favorecimento das indústrias automobilísticas, através da pavimentação e construção
de rodovias. Os reflexos destes dois processos combinados foram, primeiramente, o
aumento do consumo e em seguida uma intensa urbanização nas décadas que se
seguiram. O aumento do poder de compra da classe média que está concentrada nos
grandes centros urbanos industriais possibilita que esse contingente adquira terrenos ou
imóveis para segunda residência ou recreação, com isso a classe média brasileira passa a
desfrutar de serviços turísticos que antes eram exclusivos das elites (SANTOS JUNIOR
apud SOLHA, 2006). De acordo com Assis (2003), o direito ao tempo livre e de lazer é uma
das grandes conquistas do mundo do trabalho, na modernidade, e com a metropolização
das cidades esses espaços que possibilitavam a recreação e o “encontro com a natureza”

34
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

foram ficando escassos obrigando o homem urbano a se distanciar das áreas centrais em
busca do reencontro da natureza e do uso do tempo livre para “aliviar os estresses
cotidianos”.
Acompanhando as mudanças em trânsito na economia nacional e também regional,
a ocupação da região intensificou-se a partir da década de 1970, principalmente, com a
construção da rodovia BR-101, uma estrada de grande fluxo que acompanha o traçado do
litoral. A rodovia viabilizou melhorias no acesso e na logística do escoamento da produção
econômica desta região, quando há a emergência do capital industrial e o intuito de se
integrar à região ao mercado nacional.
Em Bombinhas, os primeiros loteamentos destinados a “segunda residência” para
fins de recreação ocorreram em Bombas, promovidos por investidores de Blumenau e
Itajaí. Os lotes foram sendo oferecidos aos moradores das cidades vizinhas, mais
especificamente Itajaí, Blumenau e Joinville, a fim de que adquirissem uma “casa de praia”
ainda que os municípios próximos fossem igualmente litorâneos, porém alguns sem grande
potencial turístico.
No período que compreende o fim da década de 80 e início da década de 90 a
região começou a receber mais investimentos, principalmente logo após a emancipação
política. É notável que muitas estruturas e melhorias urbanas foram implantadas durante
essa época, tais como rede telefônica em quase todos os bairros, sistema de esgoto
(mesmo que ainda não esteja completo), água canalizada em praticamente todo o
município e também a pavimentação do principal acesso, facilitando e agilizando a entrada
de veículos motorizados ao local.
A ligação da península com a ampla estrutura de transporte terrestre restringe-se à
entrada via BR-101 ou as ruas oriundas da conurbação entre Porto Belo e o município
vizinho de Itapema. O principal acesso de Bombinhas é a rodovia estadual SC- 412,
pavimentada em 1995, que se inicia na BR-101, atravessa Porto Belo e termina em
Bombas e o segundo é uma estrada de chão somente transitável por carros com tração,
embora exista um projeto em andamento para a pavimentação da mesma.
A evolução urbana do município deu-se de forma um tanto “espontânea, derivou-se
principalmente das forças do mercado”, mais especificamente pelo desenvolvimento da
atividade turística, não se notando alguma evolução dirigida ou planificada, a não ser a
própria emancipação do município. Os recursos naturais foram utilizados como atrativos
turísticos, mas pouco se percebe quanto ao desenvolvimento de atividades e mecanismos
que auxiliem na conservação dos mesmos.
35
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Atualmente, o município prioriza o turismo como importante atividade


socioeconômica e o espaço territorial vêm se dedicando e especializando, neste setor,
organizando as estruturas em função da exploração econômica desse potencial
descoberto. A potencialidade turística do município vem se tornando notória, pois mesmo
sem propagandas por parte do poder publico municipal, a cidade consta, desde 2002, na
lista das “10 melhores praias do Brasil” elaborada pela Revista Viagem e Turismo,
alcançando sua melhor posição (4º lugar), em 2009, a frente de praias como Copacabana
– RJ e sendo a primeira entre as duas citadas no Sul do Brasil. De acordo com a revista,
a escolha é feita através dos votos de leitores e usuários do portal da mesma na Internet.

1.7.2 - Consequências da Urbanização

Como vimos anteriormente, Bombinhas passou por um intenso processo de


urbanização, principalmente durante a última década do século XX, após a emancipação.
A ocupação da área foi intensificada com a implantação de novos loteamentos e a
construção de edifícios e casas de segunda residência, influenciados pelo fenômeno
turístico, que acabou por gerar especulação imobiliária. Segundo Santos Júnior (2006), a
especulação imobiliária se caracteriza por ser um mercado altamente lucrativo, em que os
investimentos e benfeitorias na terra são um caminho seguro “para a preservação do
capital acumulado pelos proprietários dos meios de produção e a consequente ampliação
do capital-dinheiro através da expropriação da renda fundiária”.
Como a atividade turística, nos últimos anos, vem se desenvolvendo com rapidez,
percebe-se, no caso de Bombinhas, que “o turismo e o mercado imobiliário são duas
grandes atividades em áreas que são cada vez mais requisitadas, não só na temporada de
verão onde o número de moradores cresce expressivamente, mas durante o ano todo”
(Santos Junior apud Cobaia, 2006). Nota-se, então, que o uso turístico do espaço envolve
um complexo conjunto de elementos que transforma a organização sócio-espacial original
submetendo nestes processos condicionantes “exógenos e/ou endógenos”.
De acordo com a leitura técnica realizada pela empresa Omar Akel (1993), a
indefinição de um perímetro urbano contribuiu para o surgimento de loteamentos e
desmembramentos em locais inadequados sem estrutura urbana e provocaram,
inicialmente, uma ocupação rarefeita e desordenada. Além disso, a excessiva liberdade em
aprovar os novos loteamentos acarretou na descontinuidade da rede viária e na falta de
espaços preservados para equipamentos públicos e áreas de recreação coletiva, segundo

36
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

dados de 1985 levantados pelo Plano Diretor de Porto Belo, entre um total de 15.000 lotes
aprovados haviam sido preservados 2% da área para uso público.

Tabela 12 - Movimento Estimado de Turistas em Bombinhas/SC.


Ano
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

No de
131.486 54.359 95.555 137.734 164.030 151.573 120.802 126.804
turistas
Fonte: Demanda Turística Santur.

É nesse contexto de especulação e aquecimento da atividade imobiliária devido aos


loteamentos que vai se consolidar o turismo de segundas residências e construção de
moradias destinada à locação durante o período da temporada de veraneio, sendo esse
um dos efeitos mais impactantes para a paisagem, provocado pela atividade turística no
município. Dados fornecidos pela Celesc (2009) apontam que dos 10.813 consumidores da
rede classificados como residenciais, 5.506 são veranistas e esses dados são reafirmados
pela análise das faixas de consumo em diferentes períodos do ano (alta e baixa
temporada) e também através do Estudo da Demanda Turística para o Município de
Bombinhas (tabela 8), realizado pela Santur anualmente. O relatório de 2008 mostra que
dos 126.804 turistas que visitaram os municípios 62,41% se hospedaram em imóvel
próprio ou em casa/apartamento alugado contra 23, 37% que optaram por se acomodar
em hotéis ou pousadas.

Tabela 13 - Principais meios de hospedagem utilizados em Bombinhas/SC. (%)


Tipo de hospedagem Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Imóvel alugado 49,86 42,03 47,23 51,22 51,69 49,74 40,52 45,82

Hotel/Pousada 19,57 24,31 24,07 28,89 26,96 23,37 37,14 21,21

Imóvel próprio 9,12 16,73 10,74 4,69 3,82 10,02 7,79 16,59

Casa amigo/parente 16,09 10,51 12,96 7,88 8,54 13,01 7,54 4,74

Camping 3,69 6,03 5,00 7,32 6,52 3,69 5,71 7,11

Albergues/hospedaria 0,27 0,39 ------ ----- 2,47 0,17 1,30 5,53

Total 100 100 100 100 100 100 100 100


Fonte: Demanda Turística Santur.

37
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Segundo Assis (2003), a renda é uma questão fundamental para a análise das
segundas residências, pois “define quem pode possuir, além do domicílio permanente
(primeira residência) outro domicílio destinado ao lazer de finais de semana e das
temporadas de férias.” (ASSIS, 2003, p. 112). Para o autor, a segunda residência
pressupõe uma renda excedente, pois é necessário arcar com os custos do terreno, da
construção e também de um meio de transporte para deslocar-se até esse destino durante
a temporada de férias, portanto a segunda residência é um símbolo de status social sendo
característico da classe alta, e na grande maioria, média.
Embora a principal finalidade das segundas residências seja a busca da recreação e
o aproveitamento do tempo livre, estas moradias representam para os seus proprietários
um investimento seguro e rentável e um meio de acumular capital investindo em terras, e
também um meio de ampliação do capital dinheiro através da apropriação da renda
fundiária tanto pela valorização da propriedade a partir de elementos como localização e
infra-estrutura quanto pela cobrança de aluguel do imóvel, pois muitos proprietários alugam
suas segundas residências para outros turistas. (ASSIS, 2003).
As segundas residências são os alojamentos turísticos de 17% dos que visitaram
Bombinhas no verão de 2008 (SANTUR, 2009). Mesmo que esta porcentagem represente
um expressivo impacto no espaço urbano do município, são os imóveis alugados, que
aparecem como meio de hospedagem mais procurado entre os turistas, (45,8% em 2008 e
chegando a 51,6% em 2004) os que causam as maiores mudanças na organização
espacial e ainda levando-se em conta a reduzida extensão territorial do município.
A construção de imóveis uni ou multifamiliares, com finalidade de aluguel, visam
atender, quase exclusivamente, a crescente demanda dos meses de alta temporada de
veraneio, ficando fechadas e sem função de moradia durante a maior parte do ano. Os
fenômenos das segundas residências e dos imóveis para aluguel ocorrem de forma distinta
e fragmentada no espaço urbano de Bombinhas, tendo áreas bem demarcadas em alguns
bairros, como, por exemplo, Mariscal, Canto Grande e Quatro Ilhas, que concentram
unidades unifamiliares de alto padrão, características das segundas moradias, enquanto os
bairros de Bombas e o Centro são mais urbanizados, verticalizados e com presença mais
marcante na paisagem de edifícios multifamiliares, principalmente nas áreas próximas ao
mar.
O adensamento da população e das áreas construídas concentra-se em áreas
próximas ao mar e já atinge as encostas de morros, proximidades de córregos e até
mesmo o entorno de manguezais, já que a área existente para comercialização de lotes
38
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

residenciais e comerciais é relativamente escassa. Na grande maioria dos casos, a


paisagem edificada adotou suas formas e características a partir da topografia da região.
As áreas planas ficam mais próximas ao mar, sendo que foram ocupadas primeiramente.
As conseqüências do aumento do número de segundas residências e imóveis para
locação em Bombinhas estão fortemente ligadas à expansão da urbanização e a
especulação imobiliária em função das atividades turísticas que se desenvolveram no
município nas duas ultima décadas. Também, comum em todo território brasileiro, a
valorização financeira dos lotes causa ao desalojamento das formas de ocupação
tradicionais anteriores, como a pesca e a agricultura, pois tem incentivado a venda de
propriedades pelos habitantes “nativos” e cuja atividade sócio econômica tradicional não se
insere nas perspectivas de desenvolvimento da realidade local.
Essa ocupação, que não foi amparada por um plano diretor especifico, que
atendesse as particularidades históricas e naturais da região em favor de um ordenamento
adequado do uso do solo, trouxe efeitos negativos para os mais diversos setores da
sociedade e ambiente local, como a decadência da qualidade ambiental, carência de infra-
estrutura, entre outros, que comprometem a qualidade ambiental da península, inclusive
como destino turístico.
A pesca artesanal, apesar de representar uma fonte de renda para muitas famílias e
ser considerada a base da economia municipal, já estava em franca decadência por volta
da década de 1980, principalmente em razão do advento e especialização da pesca
industrial, praticada por barcos em alto mar, enquanto os pescadores tradicionais usam
pequenos barcos e não se afastam da costa, capturando apenas os cardumes que se
aproximam da praia, como as tainhas. A competição com os barcos industriais, mais a falta
de incentivos governamentais para a manutenção da atividade já eram fatores bastante
prejudiciais. O fenômeno da urbanização juntou-se a esse grupo de fatores à medida que
consome os espaços onde a atividade é realizada, como os terrenos próximos na orla da
praia, que passam a ter um alto valor imobiliário, pois são lugares privilegiados para a
construção de segundas residências, hotéis e pousadas. Além de ocupar as áreas que
tradicionalmente eram territórios da pesca tradicional, a urbanização compromete esses
ambientes, poluindo e aterrando mangues, poluindo os rios e afluentes com esgoto
doméstico, etc.
A exploração da atividade turística resultou na diminuição das áreas naturais
próximas a orla, principalmente, nas praias mais externas, como podemos notar na
imagem da praia de Bombas (figuras 15 e 16), onde a ocupação avança sobre a restinga,
39
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

“causando a ‘privatização’ da orla marítima pela construção civil”. Outros exemplos desse
tipo de ocupação irregular ocorrem nas praias do Centro, em Canto Grande, em Morrinhos
e também em Zimbros. A alta temporada, devido ao grande número de turistas,
desencadeia problemas que denotam a falta de infra-estrutura urbana para atender a alta
demanda dos meses de verão, entre eles o trafego intenso, os congestionamentos, falta de
água ou energia elétrica, aumento da violência e da ocorrência de assaltos, alta
concentração de pessoas nas praias, aumento do valor dos serviços e produtos e a
insuficiência dos serviços de limpeza urbana.

Figura 15 - Bairros Bombas e José Amândio em 1982.


Autor: Milton Russo. Data: Out/1982

40
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 16 - Bairros Bombas e José Amândio em 2003.


Fonte: Imagem do Google Earth. Data: 31 de Março de 2003.

A maior procura por serviços e infra-estrutura devido ao crescimento demográfico na


região tem promovido o aumento do custo de vida durante o ano todo e de acordo com
Coutinho (1999), Bombinhas, após a emancipação, teve um aumento de 72% nas tarifas
de imposto territorial urbano, o que encareceu o custo de vida no município e teve como
conseqüência direta a aprovação de projetos de expansão e ocupação urbana.
Conforme dados de Nemetz, em 1998, somente 30% da população contavam com
um sistema individual de tratamento adequado do esgoto, sendo a maioria fossa e
sumidouro, em 2004 mais de 70% das casas contavam com algum sistema de esgoto.
Desde 1976, a FATMA monitora a balneabilidade das praias do litoral catarinense
(tabela 9), sendo feito um controle mais efetivo nos meses de alta temporada,
caracterizados em Santa Catarina pela maior procura pelas praias. Segundo Nemetz
(2004), é nesse período que, historicamente, é observado pelas análises da FATMA, uma
maior degradação da balneabilidade das praias, em função do aumento da quantidade de
resíduos que são lançados no meio ambiente. Além da questão ambiental, o tema
preocupa em razão da influência que exerce na saúde publica e também no turismo. Para
Nemetz,
Esse fenômeno tem como principal característica a relação direta entre a capacidade
de suporte da praia e o número de usuários; ou seja, o problema fica evidenciado
nos locais em que ocorre proporcionalmente um maior afluxo de veranistas, onde a

41
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

deterioração da qualidade de balneabilidade compete com a capacidade, dos


sistemas naturais e mecânicos, de depuração da água. (NEMETZ, 2004)

Tabela 14 - Condições das águas salinas de Bombinhas/SC nas décadas de 80, 90, 2000 e 2009.
Ano 1980 1990 2000 2009
Própria 72,55% 87,71% 56,25% 45,35%
Imprópria 27,45% 9,52% 6,25% 15%
Própria com restrições ---- 4,76% 37,5% 30,65%
Adaptado de: Nemetz, 2004.

Houve, portanto, uma significativa diminuição na qualidade das águas salinas e um


aumento considerável de águas salinas impróprias temporariamente (durante o período de
veraneio). O ponto de coleta localizado na foz de alguns dos rios do município como o
Passa Vinte, que deságua na ponta direita da praia de Bombas, tendem a apresentar os
piores resultados entre as demais amostras, já que o seu curso, assim como dos seus
afluentes, está sujeito a todo tipo de dejetos depositados e esgotos clandestinos
despejados, além de construções junto a margem, sem observar os 30 metros exigidos na
Resolução do CONAMA (004/85), uma vez que o município possui uma legislação
específica para a ocupação próximo as margens.
Apesar de todos os impactos negativos, a urbanização fortemente atrelada a
atividade turística, contribuíram para o aumento da qualidade de vida dos habitantes locais
e até mesmo da preservação dos recursos naturais. Hillesheim (2006) cita os seguintes
impactos positivos observados: aumento da estrutura básica como comércio em geral,
escolas, mercados, farmácias, Corpo de Bombeiros, agências bancárias, etc; ampliação e
melhoria da malha viária municipal; significativo aumento da infra-estrutura turística: hotéis,
pousadas, campings, agências, transportadoras, bares, restaurantes, gerando novas
fontes de renda; criação de três unidades de conservação: Parque Municipal do Morro dos
Macacos; Parque Municipal da Galheta e Área de Relevante Interesse Ecológico da
Costeira de Zimbros; aumento do nível de organização da sociedade civil, com o
surgimento de inúmeras associações de bairro, organizações não governamentais,
associação empresarial, etc.

42
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

1.7.3 - Grupos de Interesse Social

A exclusão de determinados grupos sociais do espaço urbano se dá em diversas


etapas, à medida que o município expande a área urbana. Essas etapas foram
identificadas por Fonseca e Costa (2004), as quais são: refuncionalização do espaço,
produção imobiliária, privatização do espaço publico e a degradação sócio espacial.
Segundo os autores as particularidades e a identidade de cada um dos agentes se
expressa no território à medida que a exclusão social ganha forma no território.
A refuncionalização do espaço é a primeira forma de segregação sócio-espacial que
ocorreu no caso do município de Bombinhas, e está relacionada com a substituição das
atividades nos espaços antes ocupados pela pesca e agricultura pelas segundas
residências e empreendimentos voltados para a atividade turística. Nos primeiros
momentos em que houve a venda dos terrenos próximos a praia, mais cobiçados pelos
investidores e construtores, os moradores tradicionais do município permutavam essas
propriedades por veículos ou até mesmo gado bovino, que eram bens mais valorizados
segundo os padrões de vida locais, já que um terreno na praia não era útil para as lavouras
enquanto uma vaca era fonte de alimentação e renda para as famílias. Rosane
Luchtenberg afirma que essa facilidade que os investidores tiveram ao negociar as terras
com os moradores “nativos” se deve, principalmente, a condição simples em que os
mesmos viviam. Outro elemento facilitador, de acordo com a entrevistada, foi a aculturação
sofrida pelos moradores locais no contato com os turistas, que começavam a frequentar as
praias, e mais tarde com os novos moradores atraídos pelo rápido crescimento. Com isso,
há o vislumbre da possibilidade de inclusão no processo, da obtenção de lucro e da
ascensão social. Então, os próprios moradores tradicionais foram agentes na
descaracterização da cultura local.
Segundo Veras (2007), no litoral catarinense os pescadores estão espacialmente
distribuídos em ambientes estuarinos e lagunares, sendo responsáveis por 45% do total da
captura de peixes e 85% dos crustáceos com uma produção de 20 a 30 mil toneladas até
1984. A partir da década de 80, houve uma decadência na atividade e a produção caiu
para 12 mil toneladas anuais. Como já vimos anteriormente, o colapso da pesca artesanal
vem ocorrendo, por conta de uma serie de fatores como: a industrialização pesqueira, o
aumento da urbanização nessas áreas ocupando o espaço da pesca artesanal, e também,
a falta de programas de incentivo governamental para a atividade. O fenômeno de

43
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

urbanização sem o devido planejamento tem ocupado ou comprometido (poluição) áreas


importantes para o equilíbrio do ecossistema marinho, como mangues.
De acordo com diagnóstico realizado pela Agenda 21 Local, o perfil do pescador
artesanal que atua em Bombinhas é formado por moradores nativos da península (90%)
que aprenderam a função na juventude, ainda crianças, com os familiares e por este
motivo justificam não ter completado o ensino fundamental2, pois o envolvimento precoce
nas atividades pesqueiras comprometia os resultados escolares, o que desestimulava os
jovens a continuar frequentando as aulas.
O estudo averiguou ainda que a pesca da tainha é uma atividade tradicional e
geradora de renda para as famílias. A Agenda 21 Local (VERAS, 2007) fez um
levantamento a cerca dos conflitos que se estabelecem em função da atividade, no período
de maio a agosto, como os pesca dos cardumes pelos pescadores que trabalham
embarcados; a competição entre os pescadores da orla pela captura dos peixes que se
aproximam da praia; e o conflito pelo uso do espaço da praia, uma vez que fica proibida a
prática de esportes e o acendimento das luzes (quando houver) na orla, pois os
pescadores acreditam que tais atividades interferem negativamente na pesca,
prejudicando a utilização da faixa de areia pelo turista. Porém, a atividade gera renda para
grande parte das famílias nativas, que mantém a atividade tradicional.
O mercado consumidor do pescado capturado pelos pescadores tradicionais do
município é composto basicamente por hotéis, pousadas, restaurantes e pela população
em geral, denotando a ligação entre a atividade turística e a produção pesqueira (VERAS,
2007). Ainda, de acordo com o Diagnóstico da Agenda 21, a grande maioria dos
pescadores entrevistados desenvolve outra atividade para complementar a renda. Entre as
principais atividades estão o cultivo de marisco na Enseada de Zimbros e os passeios de
barco durante a temporada de verão. Outras atividades citadas são: o rendimento a partir
do aluguel de imóveis, taxista, pesca industrial, etc.
A produção imobiliária é outro fator que determina a segregação de certos grupos
no espaço urbano. Com a chegada em massa dos turistas, a partir dos anos de 1993 e
1994, e o chamado “boom” da construção civil, com os condomínios, pousadas e hotéis
houve uma supervalorização fundiária, em que os lotes passaram de R$ 20.000,00 para
R$ 150.000,00 em pouco mais de 10 anos. Com o crescente aumento no numero de
turistas e consequentemente dos postos de trabalho, o município de Bombinhas

2
De acordo com a Agenda 21, 100% dos entrevistados não têm o ensino fundamental completo.

44
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

transformou-se num pólo de atração populacional, registrando taxas de até 10% de


crescimento ao ano (IBGE, vários anos). Todo esse contingente populacional que serve
como mão-de-obra na construção civil, no comércio, nos hotéis e restaurante locais estava,
na maioria das vezes, impossibilitado de adquirir um imóvel nas áreas mais nobres,
próximas a orla, com a infra-estrutura urbana mais bem instalada, e iam fixando-se nos
terrenos de custo mais baixo e menos urbanizados, como no Bairro José Amândio, que até
meados de 1994 não contava com a instalação completa da rede de energia elétrica.
Essas áreas eram preteridas pelos produtores imobiliários que tinham como alvo
preferencial os turistas e investidores.
Diretamente relacionada à produção imobiliária está a privatização do espaço
publico, pois podemos observar nas praias de Bombas, Morrinhos, Canto Grande e Centro
que a construção de hotéis e segundas residências praticamente na faixa de areia,
privatizaram a paisagem natural, reservando-a de certa maneira para que poucos
desfrutem dessas amenidades.
Existem outros problemas que contribuem para a segregação espacial, entre eles os
problemas ambientais e os de ordem social, como trafico de drogas, falta de ocupação e
opção para os jovens na baixa temporada, aumento do numero de assaltos, encarecimento
dos serviços. Segundo a leitura comunitária do Plano Diretor (2006), há uma carência por
uma política habitacional de caráter social para a população carente, pois segundo a
Assistência Social do município (2006) existem 168 casas em situação precária,
localizadas principalmente no bairro José Amândio, sendo sete delas construídas com
material reaproveitado.
A população migrante e tradicional não se encontra completamente excluída do
processo de urbanização, pois estão inseridos neste espaço enquanto mão-de-obra
essencial para a manutenção das atividades econômicas que dão suporte a essa
urbanização. E essa população também se beneficia da infra-estrutura instalada, como
estradas, energia elétrica, etc.

1.7.4 - Diagnóstico da Situação Habitacional do Município de Bombinhas

Como parte integrante da elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse


Social (PLHIS) contratado pela Prefeitura Municipal a ser realizado pelo Laboratório
Cidade Sociedade (UFSC) através da FEESC (Fundação de Ensino e Engenharia de
Santa Catarina), foram identificadas, quanti e qualificadas as necessidades habitacionais

45
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

do Município, como forma de possibilitar condições de decisão e planejamento no


processo de construção do PLHIS. A seguir, são relacionadas algumas informações
contidas em tal diagnóstico e que são relevantes para a elaboração do Plano de
Saneamento.
A pesquisa utilizou uma base de dados sobre as características e utilização dos
domicílios do município que faz parte do “Cadastro Único para Programas Sociais” do
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, utilizado pela Secretaria de
Assistência Social da Prefeitura Municipal de Bombinhas. Esse cadastro fornece dados
dos domicílios quanto: ao tipo de localidade; situação da propriedade; tipo de domicílio;
número de cômodos; tipo de construção; tipo do abastecimento de água; tratamento de
água; tipo de iluminação; escoamento sanitário; destino do lixo e quantidades de pessoas
no domicílio.
Segundo o diagnóstico, a quantidade de Cadastro Único no município para
programas sociais do Governo Federal é apresentada na tabela e gráfico a seguir.

Tabela 15 - Cadastro Único para Programas Sociais, 2010.


Bairro Cadastros %
José Amândio 180 29,1
Bombas 165 26,7
Zimbros 89 14,4
Canto Grande 64 10,3
Sertãozinho 52 8,4
Centro 33 5,3
Mariscal 24 3,9
Morrinhos 9 1,4
Quatro Ilhas 2 0,3
TOTAL 618 100
Fonte: Secretaria de Assistência Social de Bombinhas
Disponível em PLHIS.

46
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 17 - Cadastro Único para Programas Sociais - 2010.


Fonte: Secretaria de Assistência Social de Bombinhas
Disponível em PLHIS.

Os domicílios precários foram identificados diretamente pela equipe técnica, em


trabalhos de campo percorrendo todas as ruas de todos os bairros da área do município.
Os domicílios classificados como precários foram observados pela equipe técnica
considerando; domicílios construídos com material de rejeito ou impróprio; domicílios
inacabados já habitados; domicílios construídos com material deteriorado; domicílios
danificados; domicílios construídos com materiais não duráveis e ou improvisados.

Tabela 16 - Domicílios precários, Ruas sem pavimentação e Ruas sem drenagem por bairro
Bairro Domicílios % TC Ruas sem %TBP Ruas sem % TBP
Precários pavimentação drenagem
José Amândio 49 28 46 93,3 46 93,3
Bombas 32 18,3 28 87,5 29 90,6
Zimbros 27 15,4 19 70,0 25 92,6
Canto Grande 15 8,6 14 93,3 14 93,3
Sertãozinho 19 10,9 18 94,5 19 100,0
Centro 10 5,7 6 60,0 6 60,0
Mariscal 15 8,6 14 93,3 14 93,3
Morrinhos 7 4 3 42,3 5 71,5
Quatro Ilhas 1 0,6 0 0,0 0 0,0
TOTAL 175 100 148 84,5 158 90,3
Fonte: Secretaria de Assistência Social de Bombinhas
Disponível em PLHIS.

47
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

DOMICÍLIOS PRECÁRIOS

50
40
30
20
10
0

Figura 18 - Domicílios precários.


Fonte: Secretaria de Assistência Social de Bombinhas
Disponível em PLHIS.

Para compor o estudo da situação habitacional do Município foram realizadas


reuniões comunitárias para possibilitar à população, a participação efetiva na composição
desse estudo.
As informações pertinentes ao saneamento discutidas nas reuniões são
apresentadas nas tabelas a seguir.

Tabela 17 - Reuniões comunitárias - déficit habitacional qualitativo: domicílios permanentes,


forma de abastecimento de água.
Bairro Rede Poço ou
pública nascente
a
Zimbros 1 2a
Sertãozinho 1a 2a
Centro 1a 2a
Quatro Ilhas 1a 2a
Morrinhos 1a 2a
Mariscal 1a 2a
Canto Grande 1a 2a
Bombas 2a 1a
José Amândio 2a 1a
Fonte: Secretaria de Assistência Social de Bombinhas
Disponível em PLHIS.

48
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Tabela 18 - Reuniões comunitárias - déficit habitacional qualitativo: domicílios permanentes,


forma de destinação do lixo.
Despejado
Caixa
Bairro Domiciliar Queimado Enterrado a céu
comunitária
aberto
Zimbros 1a
Sertãozinho 1a 2a
Centro 1a
Quatro
1a
Ilhas
Morrinhos 1a
Mariscal 1a 2a
Canto
1a 2a
Grande
Bombas 1a 2a 3a
José
1a 2a 3a
Amândio
Fonte: Secretaria de Assistência Social de Bombinhas
Disponível em PLHIS.

Tabela 19- Reuniões comunitárias - déficit habitacional qualitativo: domicílios permanentes,


forma escoamento do esgoto.
Rede Despejado
Rede Fossa Fossa Rede
Bairro rudimentar a céu
esgoto séptica rudimentar pluvial
ou vala aberto
Zimbros 1a 2a
Sertãozinho 1a 2a 3a
Centro 1a 2a 3a
Quatro
1a 2a 3a
Ilhas
Morrinhos 1a 2a 3a
Mariscal 1a 2a 2a 2a
Canto
1a 2a 3a
Grande
Bombas 2a 1a 3a
José
2a 1a 3a
Amândio
Fonte: Secretaria de Assistência Social de Bombinhas
Disponível em PLHIS.

49
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

2. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL


2.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN) é quem atualmente
gerencia os sistemas existentes de abastecimento de água. O sistema de abastecimento
de água atende no município de Bombinhas, segundo dados da CASAN, conforme na
tabela 11, com referência no mês de abril de 2010, 6.287 ligações.

Tabela 20- Número de Ligações de Água.


Número de Ligações de Água - 2010

Ligações Domésticas 5.804

Ligações Comerciais 364

Ligações Públicas 69

Ligações Industriais 50

TOTAL 6.287

Fonte: CASAN/2010

Figura 19 - Consumo de água per capita durante o ano de 2009 em litros/habitante x dia
Fonte: CASAN/2010

Estes valores correspondem a um nível de atendimento à população de


aproximadamente 69% com sistema de abastecimento de água, considerando a população
residente e flutuante.

50
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Para uma cidade com as características de Bombinhas são esperados no mínimo


índices superiores a 90% em abastecimento de água, o que não ocorre na atualidade.

2.1.1 CARACTERISTICAS OPERACIONAIS SISTEMA PORTO BELO/BOMBINHAS

O Sistema de abastecimento de água de Bombinhas não é um sistema


independente, o mesmo recebe contribuições do Sistema do município de Porto Belo. Esse
sistema integrado é iniciado na Estação de Tratamento de Água de Porto Belo (figuras 17
e 18) que capta água do manancial superficial Rio Perequê.

Figura 20 – Estação de Recalque de Água Bruta (capitação no manancial)

Existe um fator preocupante em relação a este manancial devido à proximidade aos


arrozais da região. Os campos de produção de arroz represam indevidamente a água e
ainda despejam grande quantidade de agrotóxicos neste recurso hídrico. São feitas análise
neste manancial a cada 6 (seis) meses.
Outro problema encontrado nesse sistema integrado seria a dependência do
município de Bombinhas em relação à demanda do município de Porto Belo. Bombinhas é
o último município a ser atendido, ou seja, prioriza-se o abastecimento de Porto Belo.
A ETA Porto Belo possui uma vazão na alta temporada entre 140 a 150 l/s e na
baixa temporada entre 80 a 100 l/s. Não existe macromedidor na entrada de Bombinhas,

51
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

mas estima-se que um pouco menos da metade da vazão é fornecido ao município. Esses
dados foram fornecidos pelos funcionários da Casan.

Figura 21 – Estação de Tratamento de Água Porto Belo

O sistema de tratamento da ETA de Porto Belo é do tipo convencional e se inicia


com a captação pela ERAB – Estação de Recalque de Água Bruta no Rio Perequê. Após a
captação a água bruta passa por um sistema de chicanas onde recebe o sulfato de
alumínio e é encaminhado para a lagoa de decantação (figura 19). Em seguida a água
decantada passa por filtros de fluxo descendente (figura 20) e após filtração é
encaminhada para os reservatórios e bombeada para abastecimento.

Figura 22 – Lagoa de decantação.

52
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 23 – Filtros por fluxo descendente

A água tratada chega ao município de Bombinhas por uma adutora de 250 mm na


ERAT DIMAS (01) – Estação de Recalque de Água Tratada DIMAS (figura 21). Esta
estação possui 03 (três) bombas sendo uma reserva. Atualmente duas bombas estão em
funcionamento, incluindo a bomba reserva.

Figura 24 – Estação de Recalque de Água Bruta (ERAT DIMAS)

A água tratada segue por duas adutoras uma de 150 mm e outra de 125 mm aos
dois reservatórios R1 e R2 com volumes de 200 m³ e 150 m³ respectivamente, ambos
localizados no morro de Bombas. Depois por gravidade a água tratada segue com duas

53
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

adutoras de 150 mm, uma para abastecimento dos Bairros de Bombas e Centro, e a outra
segue para o Bairro José Amândio. Ainda no Bairro de Bombas existe outra ERAT (02) que
conduz a água para o Centro, e no final da praia de Bombinhas existe uma pequena ERAT
(03) que recalca a água para casas e pousadas na região mais alta do município.
No bairro José Amândio, nas proximidades do escritório da Casan, a ERAT (04)
recebe água do bairro Bombas e encaminha por uma adutora de 250 mm para o bairro
Zimbros no reservatório apoiado, cilíndrico e de concreto armado R3 com volume de 200
m³. Em Zimbros ainda o volume de água é conduzido por adutora de 150 mm para o
reservatório R4 do tipo apoiado de forma cilíndrica e de concreto armado localizado no
bairro Canto Grande com volume de 250 m³.
Para o abastecimento do município de Bombinhas existe ainda uma estação de
tratamento de água no bairro de Zimbros (figura 22) com capacidade de tratamento de 20
l/s, porém opera em média com 15 l/s na alta temporada e em média 12 l/s na baixa
temporada. A figura 23 apresenta os valores para a vazão do sistema de Zimbros em litros
por segundo a cada mês do ano de 2009.

Figura 25 - Vazão média mensal da ETA de Zimbro em litros/segundo no ano de 2009.


Fonte: CASAN/2009

54
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 26 – Estação de Tratamento de Água de Zimbros

Esta estação recebe as águas advindas do manancial superficial Rio da Lagoa


através de uma adutora de água bruta de 250 mm. A captação de água bruta no rio da
Lagoa é realizada cerca de 500 metros a montante da sua Foz na Enseada de Zimbros. No
local da captação foi executada uma barragem de nível. A adutora de água bruta
encaminha a água captada a ETA Zimbros por gravidade e possui 1.830 metros de
extensão em tubos de PVC-DE FOFO no diâmetro de 250 mm. A Estação de Tratamento
de Água é compacta pré-fabricada em aço, do tipo clarificador de contato (Filtro Russo –
figura 23).
Os gráficos a seguir apresentam dados sobre a ETA Zimbros (fonte Casan/2009).

55
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 27 - Período de funcionamento da ETA Zimbros em horas/dia


Fonte: CASAN/2009

Figura 28- Filtros de fluxo ascendente

Há uma adutora de água tratada por recalque, entre a ETA Zimbros e o reservatório
R3, com 370 metros de extensão em tubos de ferro fundido dúctil, nos diâmetros de 150
mm (100 metros) e 250 mm (270 metros). E também desta ETA a água tratada é
encaminhada para o reservatório R4 em Canto Grande. Ainda próximo a ETA de Zimbros
existe um reservatório R5 do tipo elevado que possui 100 m³.
Quanto à reservação, as unidades existentes não suprem esta condição. Existem
cinco reservatórios que juntos somam 900 m³. Há ainda um reservatório de 2.000 m³ já

56
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

construído que atualmente está desativado por decisão judicial. Mesmo ativando este
reservatório ainda seriam necessárias implantações de novas unidades.
Para a análise da qualidade de água da ETA Zimbros, a CASAN selecionou 5
pontos de coleta. O primeiro ponto se localiza na saída do tratamento, e os demais são
pertencentes à rede de distribuição, onde são feitas as análises bacteriológicas de
coliformes totais e E.Coli e análises físico-químicas (pH, cor, turbidez, flúor e cloro residual
livre).
Os pontos de coleta são:
1. Rua Arara,108;
2. Rua Diamantino, s/n;
3. Rua Juruá, 670;
4. Rua Piraberaba. 70.
Com referência as análises realizadas pela Casan durante o ano de 2009, os
resultados das análises bacteriológicas foram em sua grande maioria satisfatórios,
somente no mês de Abril/2009 constatou-se a presença de Coliformes Totais em uma
amostra analisada, o mesmo ocorrendo no mês de Dezembro/2009 onde foram
encontrados coliformes em 4 (quatro) amostras e E.Coli em uma amostra num total de 247
(duzentas e quarenta e sete) amostras analisadas ao longo do ano.

Tabela 21- Número de Amostras fora dos parâmetros da Portaria 518.


NÚMERO DE AMOSTRAS POR MÊS FORA DOS PARÂMETROS DA PORTARIA 518

Mês Número de Amostra pH Cor Turbidez Cloro Res.

Janeiro 15 3 0 2 0

Fevereiro 25 3 7 7 0

Março 15 0 0 0 0

Abril 17 0 0 0 0

Maio 15 0 0 0 0

Junho 25 0 0 0 0

Julho 20 0 4 3 0

Agosto 20 0 6 4 0

Setembro 25 5 2 1 0

Outubro 20 0 2 1 0

57
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Novembro 25 0 2 0 0

Dezembro 25 0 9 0 0

Total 247 11 32 18 0

Bombinhas conta ainda com um sistema auxiliar de Poços Artesianos. O sistema


consiste na utilização de 5 poços, visando o aproveitamento das águas do lençol freático
do município. Os cinco poços utilizados atualmente correspondem a um incremento de
vazão de aproximadamente 10 l/s.
Em dois poços há tratamento, através de bombeamento conjunto e tratamento da
água com aeração (aerador de bandejas) e desinfecção, injetando diretamente a água
tratada na rede de distribuição. Nos demais poços não há tratamento.
O maior problema encontrado pela exploração desses poços é a falta de controle de
vazão e do nível do lençol freático. Existe ainda a dificuldade quanto à utilização destas
águas devido à salinidade e a alta concentração de ferro apresentadas. O alto teor de
salinidade torna imprópria a água para o consumo humano.
Já o ferro aparece principalmente em águas subterrâneas. Apesar de não se
constituir em um tóxico, traz diversos problemas para o abastecimento público de água,
pois confere cor e sabor à água, provocando manchas em roupas e utensílios sanitários.
Também traz o problema de depósitos em canalizações e de ferrobactérias, provocando a
contaminação biológica da água na própria rede de distribuição.
No município é muito comum o abastecimento individual por ponteiras para
complementar e auxiliar na deficiência de suprimento do abastecimento. Vale salientar que
não existe nenhum monitoramento da qualidade dessas águas.
Até o final do ano passado (2009), existia um loteamento no bairro Mariscal com
sistema próprio de distribuição através de captação de água subterrânea, que por
solicitação do Ministério Público foi parcialmente interligado a rede de distribuição da
Casan. Ainda existem aproximadamente 12 quadras que possuem sistema independente.

58
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 29 - Esquema do Sistema de Abastecimento de Água de Bombinhas


Fonte: ANA – Agência Nacional de Águas

No município de Bombinhas existe o seguinte quadro de servidores:


Tabela 22 - Relação de quantitativo de servidores lotados na Agência de Bombinhas.
Cargo Quantitativo
Instalador Hidráulico Sanitário 2
Operador de ETA/ETE 1
Agente Administrativo operacional 6
Assistente administrativo 4

Para abastecimento deste município, outros profissionais atuam na regional de


Porto Belo, como descrito no quadro abaixo:

Tabela 23 - Relação de quantitativo de servidores lotados nas Agências de Bombinhas e Porto Belo
Cargo Quantitativo
Instalador Hidráulico Sanitário 3
Operador de ETA/ETE 3
Agente Administrativo operacional 4
Assistente administrativo 5
Técnico em mecânica 1
Operador de equipamento pesado 1
Telefonista 1
Desenhista 1

2.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO


A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN) é quem atualmente
gerencia o sistema existente de esgotamento sanitário.
A rede coletora de efluentes existente contempla somente o bairro Centro, o que
corresponde a um nível de atendimento de aproximadamente 16% da área urbanizada.

59
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Nos demais locais a população utiliza sistemas individuais para tratamento e


destinação dos efluentes domésticos, geralmente constituídos de fossa, filtro e sumidouro
ou vala de infiltração.
Nas regiões onde o terreno não oferece condições satisfatórias de infiltração, é
permitido o lançamento dos efluentes excedentes dos sumidouros nas galerias de águas
pluviais e de drenagem urbana. Estes condutos afluem aos pequenos cursos de água que
atravessam a área urbana, os quais, por sua vez, deságuam no mar através das praias.
Como não há garantia de manutenção adequada e limpeza periódica das fossas,
filtros anaeróbios ascendentes, sumidouros e/ou valas de infiltração, persiste a
possibilidade de comprometimento das condições sanitárias e, consequentemente, da
balneabilidade das praias existentes no município.
O sistema coletivo de esgotamento sanitário atende as ruas Vereador Manoel José
dos Santos, Cascudinho, Carapicu, Castanheta, Carapeva, Garoupeta, Anchova,
Linguado, Mafra, Tubarão, Miraguaia, Marlim, Linguado, Olhete, Merluza, Pampo, Pescada
Branca, Parati, Pirajica, Pescada Amarela, Pescada Cambucu, Piquira, Salmão, Pescada
Portuguesa, Jandaia, Ilha das Galés, Salema, Pirapitanga, Surubim, Tilápia, Tucunaré,
Garoupa, Tainha, Xarelete, Peixe Camboatá e Piquira.
De acordo com dados da CASAN de Abril de 2010, o sistema de esgotamento
sanitário conta com 659 ligações (a tabela a seguir, apresenta o número de ligações por
classe de economia), que atendem 2.369 economias.

Tabela 24 - Número de ligações prediais – 2010


Número de Ligações Prediais - 2010
Ligações Domésticas 533
Ligações Comerciais 114
Ligações Públicas 5
Ligações Industriais 7
Fonte: Casan/2010

Em abril deste ano, o Departamento de Saneamento da Prefeitura Municipal de


Bombinhas – SC juntamente com a CASAN, iniciou o programa de fiscalização dos
sistemas individuais de tratamento de esgoto, que são exigidos em todas as residências de
acordo com a Lei Municipal nº381/97 e das ligações domiciliares à rede coletora de esgoto
existente, com o objetivo de regularizar todas as ligações, eliminando possíveis
contribuições de água pluvial no sistema, além de verificar as condições de

60
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

dimensionamento e operação das caixas de gordura, que tem como finalidade reter a
gordura do efluente, grande responsável por obstruções das tubulações e prejudicial ao
tratamento biológico.
Até o dia 19/11/2010, de acordo com a tabela a seguir, foram vistoriadas 310
ligações (32% do total de ligações), dentre as quais 173 (56%) estavam com o sistema de
acordo na primeira vistoria. Das restantes(137), que apresentaram alguma irregularidade e
foram devidamente intimadas, 65 já regularizaram a situação.

Tabela 25 - Vistorias realizadas nas ligações à rede de esgoto.


Vistoriadas De acordo Intimadas Retificadas
após intimação
310 (47%) 173 137 65
Fonte: Departamento de Saneamento.

A fiscalização se estenderá a todas as 659 ligações à rede coletora.

2.2.1 CARACTERISTICAS OPERACIONAIS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO


SANITÁRIO

O sistema é composto por oito estações elevatórias com capacidade de recalque de


até 15 L/s que encaminham o esgoto coletado até a Estação de Tratamento de Esgoto
(ETE), localizada no bairro José Amândio.
Trata-se de um sistema de tratamento provisório e ainda não suficiente para um
atendimento com a qualidade esperada e de toda a população local. A ETE não possui
Licença Ambiental de Operação por estar locada em um terreno que está sob embargo do
IBAMA, para recuperação ambiental, onde nada poderia ser construído.
A ETE caracteriza-se por um processo de lodos ativados + lagoa de polimento com
posterior desinfecção do efluente tratado. A mesma dispõe de 7 zonas de aeração com
capacidade de 20 m3 cada (figura 24).

61
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 30 - Tanques de aeração e decantadores.

O efluente tratado segue para uma lagoa de polimento (figura 25) para uma
posterior desinfecção com hipoclorito de sódio antes de ser lançado no corpo receptor.

Figura 31 - Lagoa de polimento.


A tabela a seguir apresenta o monitoramento da qualidade do efluente da Estação
no ano de 2009 divulgado pela CASAN, e o monitoramento da entrada e saída do sistema
realizado pelo Departamento de Saneamento do Município a partir de 2010.

62
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Tabela 26 - Dados de Monitoramento da Qualidade do Efluente da ETE.


MONITORAMENTO ETE
MÊS pH DBO (mg/L O2) Coliformes termotolerantes
(NmP/100ml)
ENTRADA SAÍDA ENTRADA SAÍDA % ENTRADA SAÍDA % REMOÇÃO
REMOÇÃO
2009
JANEIRO 6,95 6,95 230 117 49,13 3,80E+07 1 100
FEVEREIRO 7,21 6,87 165 - - 2,40E+08 10 100
MARÇO 6,75 6,8 45,3 23,4 48,34 4,80E+06 110 99,99
ABRIL 6,8 7,15 - - 1,90E+07 < 10,0 100
MAIO 7,36 7,4 36,4 61,2 - 1,30E+07 < 1,0 100
JUNHO 7,16 7,19 32 0,5 98,44 1,00E+08 < 10,0 100
JULHO 6,98 7,27 21,2 33,6 - 1,30E+07 < 1,0 100
AGOSTO 7,35 7,18 5 - 4,90E+06 < 1,0 100
SETEMBRO 6,51 6,55 40 37 7,50 1,00E+05 < 1,0 100
2010
JANEIRO - 7,8 - 25 - - < 100 -
FEVEREIRO 6,76 7,14 177 14 92,09 6,48E+06 < 100
MARÇO 6,82 7,64 412 99 75,97 2,42E+06 < 10
ABRIL 7,04 7,79 331 67 79,76 3,31E+06 < 100
3
MAIO 6,44 7,09 174 83 52,30 321x10 < 1000
6
AGOSTO 7,1 7,26 282,17 7,6 97,30 1,6x10 30
5 3
SETEMBRO 7,36 7,16 89,93 12,16 86,48 5x10 23x10

Com relação à eficiência de remoção da DBO, em uma análise da tabela acima é


possível constatar que no ano passado o sistema não se mostrou eficiente na remoção
deste parâmetro. Entretanto, segundo a CASAN, no ano passado ocorreram falhas na
metodologia de análise das amostras.
Os resultados das análises realizadas este ano pelo Departamento de Saneamento
da Prefeitura Municipal no Laboratório de Análises de Água do CTTMar, Univali,
mostraram que a Estação tem apresentado uma eficiência razoável na remoção da DBO,
uma vez que de acordo com a Resolução CONAMA 357 de 17 de março de 2005, o
lançamento de efluentes em rio de classe 3 é de no máximo 60 mg/L ou que a estação
consiga uma eficiência de tratamento de pelo menos 80%.

2.2.2 LEVANTAMENTO DOS PONTOS CRÍTICOS

Em saídas de campo realizadas pelos técnicos da Prefeitura, foram levantados


alguns pontos críticos com relação aos sistemas individuais de tratamento de esgotos.

63
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Na maioria dos bairros, os problemas encontrados nos sistemas de tratamento de


esgoto individual, estão relacionados ao tipo de solo, que em alguns lugares não é
adequado para a infiltração dos efluentes via vala de infiltração ou sumidouro. A figura a
seguir ilustra o lançamento irregular em via pública de efluentes, de um sistema sem
capacidade de infiltração, já que a edificação foi feita sobre terreno rochoso.

Figura 32 - Lançamento irregular de efluentes em via pública em Bombas.

Outro problema freqüente relacionado aos sistemas individuais é a localização em


terrenos saturados. De acordo com a NBR 13969: “Tanques sépticos – Unidade de
tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e
operação”, não é recomendada a execução de valas de infiltração ou sumidouros em solos
saturados, pois o sistema não funciona adequadamente.
A densa ocupação do solo também é um agravante para a eficiência dos sistemas
individuais, devida a ultrapassagem do limite da capacidade de infiltração dos efluentes no
solo. Ainda de acordo com NBR 13969, o número máximo instalável de sistemas tanque
séptico – vala de infiltração deve ser limitado a 10 unidades/ha.
Outra questão se relaciona com a dificuldade de fiscalização da manutenção dos
sistemas individuais de tratamento existentes, uma vez que a falta de manutenção dos
sistemas acarreta na redução da eficiência do tratamento.
Existem também locais, onde os moradores não possuem condições financeiras de
executar e manter um sistema individual de tratamento de esgotos adequado. As figuras a
seguir ilustram as problemáticas levantadas.

64
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Em anexo, encontra-se o levantamento fotográfico da situação atual com relação à


problemática do esgotamento sanitário no Município.

Figura 33 - Afluente do Rio da Barra contaminado por lançamento irregular de esgoto – José
Amândio.

65
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 34 - Afluente do Rio da Barra contaminado – José Amândio.

Figura 35 - Lançamento irregular de esgoto em Zimbros.

2.2.3 PROJETOS ELABORADOS

 Projeto – Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) de Bombinhas


 Elaboração: MPB SANEAMENTO S/C LTDA.
 Situação: não executado
 Proposta do Projeto

66
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Em 1996 foi elaborado pela empresa MPB Saneamento Ltda Projeto Básico de
Engenharia do Sistema de Esgotos Sanitários do Município de Bombinhas/SC, com
previsão de atendimento da demanda de água necessária até o ano de 2017.
O projeto foi dividido em duas etapas para implantação do sistema. A primeira etapa
teria início em 1997 e término em 2006 e a segunda iniciando em 2008 com término em
2017.
A solução técnica aprovada no Projeto Básico constituiu-se de Implantação de rede
coletora de esgotos não convencional, considerando a coleta de esgotos a nível
secundário e sistema de tratamento de esgoto constituído por aeração prolongada através
de valo de oxidação.
O Projeto Básico contempla 3 Zonas Sanitárias (do total de 6 levantadas no Estudo
de Concepção) sendo estas as de maior importância do ponto de vista de população a ser
atendida e relacionadas na seqüência:

Zona Sanitária 1
Compreende a região da Praia de Bombas com uma área de atendimento de 129,0
ha e população de 14.743 habitantes no final de Plano (2017).

Zona Sanitária 2
Compreendendo a região da Praia de Bombinhas com uma área de atendimento de
93,0 ha e população de 4.273 habitantes no final de plano (2017).

Zona Sanitária 3
Compreendendo a região da Praia de Zimbros com uma área de atendimento de
39,0 ha e população de 3.679 habitantes no final de plano (2017).
O sistema projetado possui duas unidades de tratamento preliminar, uma dos
esgotos provenientes dos caminhões limpa fossa, constituídos de cesto, caixa de areia e
caixa de gordura, e outra das águas residuárias provenientes da rede coletora de esgotos
secundários, instalados de forma preventivas, constituídos de canal de chegada,
gradeamento, caixa de areia, medidor de vazão e caixa de gordura.
O tratamento a nível secundário seria realizado pelo processo de aeração
prolongada, tipo valo de oxidação, incluindo decantador secundário e recirculação do lodo.

67
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

A disposição final de esgotos prevista no projeto seria na Baia de Tijucas, por meio
de emissário submarino que constaria de canalização que transportaria o esgoto da costa
até o ponto de lançamento previamente determinado.

 Projeto – Ampliação do SES de Bombinhas – Zona Sanitária 1


 Elaboração: CASAN.
 Situação: não executado
 Proposta do Projeto

Em 2004, a CASAN elaborou o detalhamento, em nível de projeto final de


engenharia, da implantação de um sistema de esgotos sanitários para atender área parcial
na Praia de Bombas, mais especificamente, a área abrangida exclusivamente pela Av.
Leopoldo Zarling, paralela a praia de Bombas, que no Projeto Básico elaborado em 1996, é
denominada de “Zona Sanitária 1”. O projeto, entretanto, não foi executado.

2.3 SISTEMA DE DRENAGEM URBANA

Nas bacias hidrográficas do município, a captação das águas pode desaguar


diretamente nos mares através dos costões rochosos, ou percorrer as planícies litorâneas
que formam os rios e pequenos estuários nas suas desembocaduras e, nas cidades,
formam os Sistemas Urbanos de Drenagem.

2.3.1 PLANO DE MACRODRENAGEM

Em agosto de 2009, foi apresentado o Plano de Macrodrenagem, objeto do contrato


nº 03/2009 celebrado com a Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí –
AMFRI, relativos ao convênio com a prefeitura municipal.
O estudo foi realizado levando-se em consideração todas as seis bacias
hidrográficas identificadas no município, os principais rios (Rio Barreiro, Rio da Barra, Rio
Bombinhas, Rio Pardo e Rio Passa-Vinte) e seus afluentes, assim como os demais riachos
e córregos do município, considerados como pertencentes ao sistema de macrodrenagem.
Este diagnóstico apresenta em suma os principais pontos críticos com relação à
drenagem de águas pluviais do município, levantados no Plano de Macrodrenagem.

68
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

2.3.2 AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL

O objetivo principal do diagnóstico das bacias hidrográficas de drenagem do


município de Bombinhas é a verificação das condições de escoamento dos principais rios e
córregos que cortam a cidade, visando um cenário de redução dos impactos negativos das
inundações considerando-se aspectos econômicos, sociais e ambientais, a ser
desenvolvido no cenário das inundações.
Em anexo, consta-se mapa com levantamento fotográfico da problemática da
drenagem urbana no Município.

Principais Problemas

Os principais problemas observados comuns a todas as bacias com relação à


drenagem são:
 Retificação e tubulação dos córregos;
 Dispositivos assoreados e obstruídos;
 Dispositivos, travessias e canalizações implantadas sem dimensionamento e
declividade adequada, muitas vezes pelos próprios moradores, propiciando a
formação de bacias fechadas, com água parada;
 Estrangulamentos (tubulação de montante com diâmetro superior a tubulação
de jusante);
 Ocupação irregular nas margens dos córregos e sobre trechos canalizados;
 Infra estrutura deficiente, falta de saneamento básico, urbanização, sistema
de coleta e destinação de águas pluviais, etc;

Bacia Hidrográfica 1 – BH-1

a) Caracterização do Sistema

A BH-1 (figura 36) está localizada ao norte do município, no bairro de Bombas e


abrange uma extensão territorial de cerca de 1.613.274 m². Seu principal curso d’água é o
Rio Barreiro (também conhecido como Rio Zé Estevão), possui uma extensão de 1.159 m.

69
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 36 - Vista geral da BH-1 – Bairro Bombas.


Fonte: Google Earth em 02/07/2009

b) Sistema Atual de Drenagem

A capacidade de escoamento do sistema de drenagem local, na situação atual, foi


superada, o que é evidenciado pelo estrangulamento das seções de vazão das galerias
existentes.
De uma maneira geral, os alagamentos são conseqüência das intervenções sem
orientação técnica implantadas pela própria população ou pelo poder público, a seu
pedido.
Além dos problemas comuns a todas as bacias, observa-se na BH-1 que o bairro
está localizado no fundo do vale com as edificações interceptando o “caminho natural” das
águas que escoam das encostas;

Figura 37 - Dispositivo parcialmente obstruído pelo assoreamento.

70
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

c) Áreas Inundáveis

A BH1 (figura 36) apresenta uma área inundável de aproximadamente 41.493 m² e


atinge as Ruas Albatróz, Aracuã, Arirambá, Anhambi, Azulão (figura 38), Águia e
Bentererê.

Figura 38 - Ponto de inundação - ponte da Rua Azulão - ocupação das margens do córrego.

Figura 39 - Vista geral da BH 01.

d) Uso do Solo

A bacia do Rio Barreiro é caracterizada pela ocupação urbana e rural de sua área.
A área urbana ocupa principalmente os baixios e possui área aproximada de
155.115 m² representando 9,6% da área total da bacia.

71
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

A área rural é caracterizada pela ocupação das encostas por florestas e vegetação
densa. Possui área aproximada de 1.458.159 m²

Bacia Hidrográfica 2 – BH-2

a)Caracterização do Sistema

A BH-2 (figuras 40 e 41) abrange os bairros de Bombas, Zé Amândio e uma


pequena porção dos bairros do Centro e Sertãozinho, apresenta uma área aproximada de
7.662.606 m². Seu principal curso d’água é o Rio da Barra que possui uma extensão de
2.506 m.

Figura 40– Vista geral da BH-2 – Bairros de Bombas e Zé Amândio


Fonte: Google Earth em 02/07/2009

72
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 41 - Vista panorâmica BH-2

b) Sistema Atual de Drenagem

A BH-2 se encontra na área com maior densidade demográfica do município, sendo


também a região mais atingida e que mais apresenta problemas com relação a
inundações.
No ano passado, entre os dias 21 a 24 de abril, chuvas fortes causaram inundações
nesta área. Segundo a EPAGRI, na estação pluviométrica de Camboriú foi registrado um
volume acumulado de chuva de 106,4 mm apenas no dia 22 de abril, sendo que o
esperado para todo o mês era de 111,2 mm.

Figura 42 - Ponte localizada na Rua Cavalo em 23/04/2009– Bairro Zé Amândio.

73
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Além dos problemas comuns a todo município com relação ao escoamento das
águas pluviais, as peculiaridades de cada bairro da BH-2 são:

 Bairro Zé Amândio

 Bairro implantado sobre uma área de alta umidade, com nascentes e áreas
de banhado que foram aterradas;
 Córregos e canais contaminados por efluentes domésticos;
 Remoção, desmatamento da vegetação ciliar;
 Projeto viário não favorece a drenagem, conjuntos de ruas formam
depressões (bacias fechadas);

Figura 43– Casas edificadas sobre o leito do córrego na Rua Tamanduá-Mirim


Bairro Zé Amândio
Fonte: Unidec

 Bairro de Bombas – Avenida Fragata

 Avenida localizada ao longo de afluente retificado do Rio da Barra;


 Ocupação das várzeas inundáveis (área adjacente à avenida);
 Travessias implantadas ao longo da avenida não possuem suficiência
hidráulica (figura 44);
 Nível d’água no canal sofre influência da variação da maré;
 Assoreamento e acúmulo de lixo na seção do canal;
 Remoção, desmatamento da vegetação ciliar;

74
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 44– Travessia da Avenida Fragata – Bairro Bombas

 Bairro Sertãozinho

A porção do Bairro Sertãozinho localizado na BH-2 não apresenta transtornos com


relação à drenagem das águas superficiais.

 Bairro do Centro

No bairro do Centro, a BH-2 abrange a área localizada no lado extremo-esquerdo da


Praia de Bombinhas.
De maneira geral, a ocorrência de inundações na BH-2 são conseqüência da
intensa ocupação e urbanização (impermeabilização) de áreas de fragilidade, onde
originalmente existiam inúmeros pontos de alagamento natural (brejos e banhados) onde
são encontradas as nascentes que formam os afluentes do Rio da Barra.

c) Áreas Inundáveis

As principais áreas inundáveis da BH-2 estão localizadas no Bairro Zé Amândio e ao


longo da Avenida Fragata e apresentam uma área de aproximadamente 773.893 m².

d) Uso do Solo
O tipo de ocupação da BH-2 é principalmente urbana, sendo que apenas as área
mais altas e a área onde encontra-se o mangue podem ser consideradas como ocupação
rural.

75
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

A ocupação urbana possui área aproximada de 3.853.053 m², sendo que a área
rural representa 49,7 % da área total da bacia (3.809.553 m²).

Bacia Hidrográfica 3 – BH-3

a) Caracterização do Sistema

A BH-3 (figura 45) se encontra completamente inserida no bairro do Centro e


abrange uma extensão territorial de cerca de 1.757.601 m². Seu principal curso d’água é o
Rio Bombinhas que possui uma extensão de 1.660 m.

Figura 45– Vista geral da BH3 – Bairro Bombinhas


Fonte: Google Earth em 20/07/2009

b) Sistema Atual de Drenagem

Nesta bacia, os pontos de inundação e maiores prejuízos estão localizados às


margens do Rio Bombinhas, intensamente ocupadas.

76
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 46– Canalização de afluente do Rio Bombinhas (rua Surubim).


Fonte: Unidec

Figura 47 - Tubulação assoreada e inoperante (Rua Jandaia).

Figura 48– Ocupação do leito de afluente do Rio Bombinhas (rua Pirapitanga).


Fonte: Unidec

77
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

c) Áreas Inundáveis

A BH3 apresenta uma área inundável de aproximadamente 79.134m² e atinge as


Ruas Pescada Portuguesa, Jandaia, Salema, Pirapitanga, Surubim, final da Rua Vereador
Manoel dos Santos, Peixe Olho de Boi, Pescada Amarela, Pirajica, Peixe Borboleta e
Pescada Cumbucu.

d) Uso do Solo

A bacia do Rio Bombinhas é caracterizada pela ocupação urbana e pela alta


concentração demográfica de sua área.
A área urbana ocupa principalmente os baixios e possui área aproximada de
1.012.233 m² representando 57,6% da área total da bacia. Das bacias estudadas, a BH3, é
a que apresenta a menor porcentagem de áreas rurais, sendo de apenas 42,4% da área
total da bacia.

Bacia Hidrográfica 4 – BH-4

a) Caracterização do Sistema

A BH4 (figura 49) está localizada nos Bairros de Zimbros e Sertãozinho e abrange
uma extensão territorial de cerca de 4.806.374 m². Seu principal curso d’água é o Rio
Passa Vinte com extensão de 2.922 m.

Figura 49 - Vista geral da BH4 – Bairro Zimbros e Sertãozinho.


Fonte: Google Earth em 20/07/2009

78
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

b) Sistema Atual de Drenagem

Os bairros de Zimbros e Sertãozinho apresentam uma mancha de inundação ao


longo do Rio Passa-Vinte, sendo que algumas áreas passaram a ser afetadas após a
canalização de córregos afluentes do rio.
Nas fortes chuvas ocorridas em abril de 2009, vários dispositivos foram danificados
como é o caso da galeria celular sobre o afluente do Rio Passa-Vinte que teve sua
estrutura comprometida e encontra-se parcialmente interditada.

Figura 50 -Tubulação de drenagem desconectada e sem cobrimento (rua Rio das Garças).
Fonte: Unidec

Figura 51 - Casa construída sobre o leito de afluente do Rio Passa-Vinte (rua Rio Guaíba).
Fonte: Unidec

79
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 52 - Edificações construídas sobre o leito Rio Passa-Vinte (rua Rio das Garças).
Fonte: Unidec

Figura 53 - Rua Rio Corumbá – Ausência de infraestrutura básica.


Fonte: Unidec

c) Áreas Inundáveis

A BH4 apresenta uma área inundável de aproximadamente 269.282 m² e atinge as


Ruas Rio Corumbá, Rio Amazonas, Rio Das Garças, Rio Araguaia, Rio Tietê, Butiá,
Laranja e Abacate.

d) Uso do Solo

A área urbana ocupa principalmente os baixios e possui área aproximada de


1648.085 m² representando 34,3% da área total da bacia.

80
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

A área rural é caracterizada pela ocupação das encostas por florestas e vegetação
densa. Possui área aproximada de 3.158.289 m².

Bacia Hidrográfica 5 – BH-5

a) Caracterização do Sistema

A BH-5 (figura 54) é a maior bacia hidrográfica do município e abrange os bairros de


Morrinhos, Canto Grande, Mariscal, Quatro Ilhas e os povoados da Praia da Conceição e
Praia da Tainha.
Apresenta uma área aproximada de 11.171.155 m² e seu curso d’água mais
representativo é o Rio Pardo que possui uma extensão de 2.335 m.

Figura 54 - Vista geral da BH-5 – Bairros de Morrinhos, Canto Grande, Mariscal e Quatro Ilhas.
Fonte: Google Earth em 20/07/2009

Existe uma grande área loteada nos limites dos bairros Canto Grande e Mariscal,
onde os terrenos são bastante úmidos, com vegetação densa e em que os córregos foram
todos retificados. Tal loteamento foi embargado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA no ano de 2005.
No entanto, a realidade local é que alguns proprietários abrem clareiras no meio da
mata, constroem as casas e após a sua conclusão derrubam a vegetação remanescente.
A conservação desta área é de grande importância para o equilíbrio do sistema
hídrico da região. A sua impermeabilização acarretará no escoamento de um volume de
água muito maior que o habitual e o aumento da freqüência e intensidade das inundações.

81
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

b) Sistema Atual de Drenagem

A BH5 também apresenta inúmeros problemas relacionados a inundações.


Nas cheias ocorridas no mês de abril de 2009, além dos prejuízos causados pela
entrada da água nas residências com perdas de móveis e objetos, ocorreram também
desabamentos de casas.
 Morrinhos

No bairro de Morrinhos não foram identificados problemas com relação à drenagem


superficial, mas recomenda-se a análise dos dispositivos existentes para verificação da
sua capacidade hidráulica.
 Canto Grande

No bairro Canto Grande os principais problemas relacionados à drenagem são os


mesmos de todas as bacias, anteriormente citados.

Figura 55 - Desabamento de residências (abril/2009).


Fonte: Eng. Florestal Edison Baierle - Prefeitura Municipal de Bombinhas

 Mariscal

No bairro Mariscal, além dos problemas comuns a todo município, foram feitas as
seguintes observações:
 Bairro implantado sobre área de muita umidade, com nascentes e áreas
alagadas;

82
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

 Técnicas construtivas utilizadas na implantação dos dispositivos favorecem a


infiltração da água e a erosão do solo causando o colapso das estruturas (ex.
juntas executadas com lona plástica).

Figura 56 - Caixa de quebra de pressão (rua Rio Massaranduba) - Sistema de drenagem implantado
sem dimensionamento adequado.
Fonte: Unidec

Figura 57 - Vala eutrofizada na rua Diamante.

 Quatro Ilhas

O bairro de Quatro Ilhas forma uma bacia independente dentro da BH5,


apresentando características peculiares de área e drenagem.

83
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

A bacia de Quatro Ilhas apresenta três setores de drenagem e em nenhum deles


são identificados pontos de inundação.

Figura 58– Setores de Drenagem – Bairro Quatro Ilhas


Fonte: Unidec e PM Bombinhas

Os problemas de drenagem são relacionados à falta de infraestrutura viária, de


saneamento e de sistemas eficientes de coleta e disposição de água pluviais.

Figura 59– Erosão na Rua Arquipélago de Abrolhos


Fonte: Unidec

No bairro de Quatro Ilhas são observadas duas áreas de banhados que funcionam
como bacias de amortecimento de dissipação para as águas das chuvas intensas. Essas
áreas são muito importantes na prevenção de inundações, pois a água precipitada e
encaminhada a elas é armazenada e absorvida lentamente pelo solo.
Os banhados são ambientes naturais alagados, de modo temporário ou
permanente, onde habitam plantas e animais adaptados à vida sob a influência da água.

84
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Desempenham funções importantes como controle de inundações, carga e descarga de


água subterrânea, proteção contra erosão, filtro natural de substâncias poluidoras,
retenção de sedimentos, manutenção da diversidade biológica e locais de recreação,
educação e pesquisa. Muitos ainda os consideram como áreas insalubres e sem utilidade,
o que tem ocasionado sua destruição por aterros para obras de infra-estrutura, pela
deposição de lixo e por drenagem para uso agropecuário.
O banhado localizado no setor dois foi aterrado e sobre o aterro foi elevada uma
edificação, que traz como conseqüência um aumento na taxa de impermeabilização,
aumentando a vazão e velocidade da água escoada e conseqüentemente podendo
ocasionar inundações em áreas onde originalmente não ocorriam.

Figura 60 – Implantação de edifício na bacia de amortecimento do Setor 2


Fonte: Unidec

A segunda bacia de amortecimento (banhado) está localizada no setor três e


encontra-se preservada. Segundo o zoneamento do plano diretor não poderá ser ocupada
por edificações.

85
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 61 – Bacia de amortecimento do Setor 3


Fonte: Unidec

Outro problema bastante grave encontrado em Quatro Ilhas são as voçorocas.


As voçorocas são fenômenos geológicos que consistem na formação de grandes
buracos de erosão, causados pela chuva e intempéries, em solos onde a vegetação é
escassa e não mais protege o solo, que fica suscetível de carregamento por enxurradas.
Pobre, seco, e quimicamente morto, nada fecunda.
Existem duas voçorocas ao longo da praia, que mesmo sendo de origem natural,
são agravadas pelo desmatamento, remoção da vegetação rasteira (neste caso a restinga)
e pelo lançamento de águas pluviais sobre o solo desprotegido.

Figura 62 – Voçoroca – Praia de Quatro Ilhas


Fonte: Unidec

86
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 63 – Lançamento de águas pluviais no leito da voçoroca


Fonte: Unidec

c) Áreas Inundáveis

A BH-5 apresenta uma área inundável de aproximadamente 699.788 m² e atinge as


Ruas Aroeira da Praia, dos Coqueiros, Jutaí, Amazonita, Andaluzita, Ágata, Âmbar,
Ametista, Grafite; Basalto, Citrino, Turmalina, Azurita, Fluorita, Ipê-Branco, Diamante;
Diadema, Flamboyant; Amor Perfeito; Calêndula; Cravo; Celidônia; Azaléia, Agerato,
Antúrio, Ametista, Âmbar, Ágata, Cassiterita, Castanheira, Gaviona, Carvalho, Titanita,
Amandina, Pérola, Amalaquita, Canjerana, Canela, Figueirinho, Caraúna, Embuia,
Sombreiro, Castanheiro, Ipê-Roxo e Ipê-Amarelo.

d) Uso do Solo

A BH-5 possui ocupação predominantemente urbana, sendo que apenas as áreas


das encostas podem ser caracterizadas como rurais.
A porção urbanizada da bacia ocupa área aproximada de 3.843.393 m²
representando 34,4% da área total da bacia.

Bacia Hidrográfica 6 – BH-6

a) Caracterização do Sistema

A BH-6 (figura 64) está localizada na parte sudoeste do município, abrangendo uma
pequena porção do bairro de Zimbros e a Costeira de Zimbros.

87
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Através do decreto municipal 418/01 a Costeira de Zimbros foi enquadrada como


uma ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico, pois abriga alta biodiversidade em
função dos diversos ecossistemas pertencentes ao bioma da Mata Atlântica como:
manguezais, restinga, costão rochoso e floresta ombrófila densa.
A extensão territorial total da bacia abrange 8.013.353 m² e na área não se identifica
um curso d’água principal.

Figura 64 – Vista geral da BH-6


Fonte: Google Earth em 20/07/2009

b) Sistema Atual de Drenagem

Mesmo com uma população reduzida a BH-6 apresenta os mesmos problemas com
relação à drenagem e à ocorrência de inundações, e tem também como peculiaridade,
córregos assoreados, não permitindo o escoamento da água e formando bacias fechadas;

Figura 65– Ocupação do leito do córrego entre as Ruas Rio Tefé e Rio Serra Negra
Fonte: Unidec

c) Áreas Inundáveis

A BH-6 apresenta uma área inundável de aproximadamente 14.145 m² e atinge a


Rua Rio Guarupí.

88
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

d) Uso do Solo

A bacia hidrográfica 6 apresenta uma ocupação predominantemente rural de sua


área, sendo que a área urbana representa apenas 0,8% da área total.
A área rural é caracterizada pela ocupação das encostas por florestas e vegetação
densa. Possui área aproximada de 7.945.704 m²

2.4 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS


SÓLIDOS

2.4.1 LIMPEZA DE LOGRADOUROS PÚBLICOS

Introdução

A problemática da deposição de dejetos nas ruas e outros logradouros, fortemente


negligenciada até o século XIX, cujo resultado foi a potencialização de diversas doenças
relacionadas, encontra-se hoje em dia amenizada. Graças às descobertas científicas
médico-sanitárias, muitas atitudes foram e têm sido tomadas, tais como: elaboração de
leis, instituição da coleta periódica de resíduos, substituição da tração animal por
mecânica, pavimentação das vias públicas, conscientização da população pelos mais
diversos meios; tudo isso, visando a redução dos resíduos sólidos nos logradouros
públicos. No município, segundo a Lei Ordinária de Bombinhas nº 381 de 1997, em seu
artigo 26: “É proibido o lançamento de resíduos e detritos provenientes de atividade
doméstica, comercial, industrial e/ou pública, no mar, em mananciais de água, nos
mangues, em terrenos baldios, em logradouros públicos e na praia.”
Além dos aspectos sanitários, há ainda a questão estética, pois uma cidade limpa
traz orgulho aos seus habitantes, melhora a aparência da comunidade, ajuda a atrair novos
moradores e turistas, valoriza os imóveis e movimenta os negócios, principalmente em
uma cidade turística como Bombinhas.
Entretanto, é importante manter as ruas limpas também por razões de segurança.
Galhos e objetos cortantes podem causar danos aos veículos; poeira e terra, derrapagens;
folhas e capim, incêndios; além da possibilidade desses e outros materiais entupirem o
sistema de drenagem de águas pluviais.
Bombinhas possui uma taxa de Limpeza Pública cobrada dos contribuintes do
município através do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). O cálculo é realizado
levando-se em conta a área de testada do lote (medida da parte frontal do terreno), sendo

89
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

que a arrecadação referente a essa taxa em 2009 foi de R$ 397.010,97. Porém, segundo a
Sec. da Fazenda não é possível averiguar com exatidão quanto a prefeitura gasta
anualmente na execução desses serviços uma vez que a mão-de-obra empregada faz
parte do quadro de funcionários municipais e algumas vezes é necessária a contratação de
empresas para auxiliar na limpeza das vias e espaços públicos. Conforme dados da
Secretaria de Infraestrutura, somente na alta temporada de 2009/2010 foi gasto R$
696.814,00 com a contratação de empresa especializada para efetuar a limpeza das praias
do município.

Varrição, capina, raspagem e poda

A varrição de logradouros públicos no município de Bombinhas ocorre nas ruas


pavimentadas (asfaltadas ou calçadas) diariamente, com ênfase nas principais vias, sendo
realizada por 7 funcionários da Prefeitura. As feiras públicas, praças e áreas verdes
também recebem o serviço de varrição. Esse serviço atualmente não atende a todas as
áreas urbanas do município, devido à deficiência de recursos humanos e equipamentos. A
varrição é feita apenas manualmente, com o auxílio de vassouras, enxadas, pás, entre
outras ferramentas. Apesar da varrição mecanizada apresentar um custo-benefício muito
superior ao de um trabalhador, há apenas a intenção de se comprar uma única varredeira
mecânica.
Os resíduos da varrição dos logradouros públicos são separados durante o
processo, sendo que as pequenas partículas e restos vegetais são utilizados para aterrar
lotes e o lixo domiciliar é encaminhado para a disposição final pelos caminhões da
empresa Proactiva.
A capina do mato e a raspagem da lama das sarjetas, necessárias para restabelecer
as condições de drenagem e evitar o mau aspecto das vias públicas são realizadas pelos
mesmos sete funcionários que realizam a varrição, com o auxílio de enxadas, ancinhos e
raspadeiras. Quando a vegetação encontra-se com um porte mais elevado, utilizam-se
facões, foices e roçadeiras costais (6 equipamentos, sendo que 3 encontram-se em uso).
Após a remoção, aterra-se o material lenhoso e os resíduos provenientes da poda.
Outros dois funcionários são responsáveis pelo serviço de poda nas árvores e
arbustos de áreas públicas. Uma motosserra é equipada para esse fim. Todos os resíduos
lenhosos de madeira são doados a um beneficiador particular do município (Sr. Battisti)
que tritura o material e o vende para olarias da região.

90
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Auxiliando a limpeza urbana, entre outras tarefas, três veículos estão atualmente
sendo utilizados: uma patrola, um rolo compactador e uma retro escavadeira.

Limpeza das praias

A limpeza de praias restringe-se a uma vez por semana e após fortes chuvas,
durante a baixa temporada. Na alta temporada, há a contratação de duas empresas
privadas por meio de licitação, sendo a limpeza realizada durante todas as noites. Essa
prática de contratação atualmente está sendo desaconselhada, visto que não há um
comprometimento dos funcionários dessas empresas de outras cidades em realizar seu
trabalho da forma mais correta.
Anualmente, desde 2008, é promovida pela AEMB (Associação Empresarial de
Bombinhas) e CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Bombinhas), com apoio da
Prefeitura Municipal, uma campanha de limpeza das praias de Bombinhas, no Dia Mundial
da Limpeza de Praias (Fig. 66). Em 2009, com apoio da Secretaria de Obras e de outras
secretarias, de Associações de Bairros, Civis, Escolas e Comunidade, foram retiradas 13
toneladas de lixo de todas as praias do município, sendo 3 toneladas apenas na praia da
Lagoinha, um importante ponto turístico utilizado na prática do mergulho.

Figura 66 - Mutirão de limpeza em Bombinhas, no Dia Mundial da Limpeza de Praias.

91
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Problemática

O sistema de limpeza urbana de Bombinhas apresenta certas falhas. Uma dessas é


a falta de trabalhadores e equipamentos para efetuar os serviços de varrição, capina,
raspagem e poda de forma mais dinâmica e completa no município (Fig. 67).

Figura 67 - Via pavimentada com os serviços de limpeza urbana atrasados, no bairro Canto Grande.

Infelizmente, a conscientização dos moradores e dos turistas é precária. Há vários


pontos de deposição ilegal de lixo na cidade, principalmente no bairro José Amândio (Fig.
68), além de outros bairros (Figs. 69 e 70), onde são jogados todo tipo de resíduos, desde
rejeitos da construção civil, móveis e até eletrodomésticos. Apesar de ineficiente, a equipe
de limpeza urbana da Prefeitura de Bombinhas faz a remoção manual e mecânica desses
resíduos, que são posteriormente levados ao aterro sanitário pela Proactiva.

92
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 68 - Lote vegetado com deposição de lixo urbano no bairro Zé Amândio.

Figura 69 - Resíduos sólidos depositados em terreno do bairro Mariscal.

Figura 70 - Resíduos de espuma, plástico e metal, depositados em rua periférica do bairro Centro.

93
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

2.4.2 RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES

Coleta

A empresa responsável pela coleta dos resíduos sólidos domiciliares no município


de Bombinhas é a Proactiva. Durante a baixa temporada, a coleta é realizada 3 vezes por
semana em todos os bairros. Já em alta temporada a coleta é diária em todos os bairros,
inclusive nos domingos e feriados.
Somente em alta temporada (de 20/12 a 20/03) é realizada coleta noturna, nas
avenidas principais dos bairros Bombas e Centro.
O cronograma de coleta na baixa temporada segue conforme abaixo:
 De segunda a sábado, das 07:00 às 09:00 horas da manhã, Avenida geral do
Centro de Bombinhas (Ver. Manoel José dos Santos) e Avenida geral de Bombas
(Leopoldo Zarling) e todas as Avenidas e Ruas principais de acesso as praias do
Município.
 Segunda, Quarta e Sexta-feira, a partir das 07:00 horas, todas as Ruas transversais
dos bairros, Centro de Bombinhas, Bombas, José Amândio e Quatro Ilhas.
 Terça, Quinta e Sábados, a partir das 07:00 horas, todas as Ruas transversais dos
bairros, Zimbros, Morrinhos, Canto Grande, Conceição, Mariscal, Tainha e fundão de
Bombas.
Os pesos mensais dos Resíduos Sólidos coletados em 2009 e 2010 (até o mês de
outubro) estão descritos na tabela abaixo:

Tabela 27 - Toneladas de resíduos coletados mensalmente pela Proactiva em 2009 e 2010.

MÊS PESO (Kg)


2009 2010
JANEIRO 1.961.070 1.803.690
FEVEREIRO 1.388.020 1.366.600
MARÇO 869.260 779.240
ABRIL 532.450 500.090
MAIO 368.170 399.190
JUNHO 349.060 371.810
JULHO 360.540 370.320

94
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

AGOSTO 357.430 374.478


SETEMBRO 444.660 433.530
OUTUBRO 444.940 452.830
NOVEMBRO 540.660
DEZEMBRO 1.014.230

Fonte: Proactiva
Tabela 28 – Relação de resíduos na alta temporada e na baixa temporada.
PERÍODO PESO (TONELADAS)
DEZEMBRO A MARÇO (alta temporada) 5.232,58
ABRIL A NOVEMBRO (baixa temporada) 3.397,91
TOTAL 8.630,49
Fonte: Proactiva

Na figura abaixo, podem ser observadas as pesagens (em toneladas) dos resíduos
sólidos nos anos de 2008, 2009 e 2010.

2500

2000

1500

2008
1000
2009
500 2010

Figura 71 - Gráfico da comparação dos dados da geração dos resíduos sólidos em 2008, 2009 e 2010.
Fonte: Proactiva

Na alta temporada (de 20 de dezembro até uma semana após o carnaval), os


resíduos sólidos domiciliares são coletados por 5 caminhões compactadores, cada um com
capacidade de 7 toneladas e 3 carretas de apoio com capacidade de 25 toneladas cada.
Na área de transbordo da prefeitura, localizada na secretaria de obras, é realizada a
transferência direta dos resíduos sólidos dos caminhões compactadores para as carretas.

95
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Na baixa temporada, 2 caminhões compactadores levam os resíduos sólidos


domiciliares diretamente para o aterro sanitário da Proactiva. O aterro sanitário da
Proactiva está localizado a, aproximadamente, 35 km de Bombinhas no município de
Biguaçu.
O município despendeu, em 2009, R$ 1.602.695,21 com a contratação da empresa
terceirizada para realizar a coleta durante o período. Esse gasto deveria ser coberto pela
taxa de Coleta de Lixo cobrada no IPTU. Entretanto, a arrecadação municipal referente à
taxa, em 2009, foi de R$ 888.249,53, representando pouco mais da metade das despesas
com o serviço. Segundo a Sec. da Fazenda, o cálculo para o valor da taxa é feito a partir
de váriáveis como a área construída e o tipo de uso do imóvel (comercial, residencial). A
taxa é corrigida anualmente, pois a base de cálculo toma como referência o gasto do ano
anterior, portanto, esse valor é dividido pela área construída no município, obtendo-se,
assim, o total da taxa de coleta de lixo para cada contribuinte.
Além das despesas já citadas com a empresa responsável pela coleta e disposição,
somente na alta temporada o município gastou mais de R$ 162.000,00 para a construção,
manutenção e utilização da área de transbordo dos resíduos.

Disposição Final

A disposição final dos resíduos sólidos urbanos gerados no município de Bombinhas


é realizada no aterro sanitário da Central de Gerenciamento de Resíduos de Tijuquinhas,
figura 72, da empresa Proactiva. O aterro sanitário atende 25 municípios, o mesmo tem a
área de 624 mil m2 e seu tempo de vida útil é de 7 anos. Está localizado na cidade de
Biguaçu, Grande Florianópolis, Santa Catarina. Esta área é considerada uma das mais
seguras centrais de gerenciamento de resíduos do estado e atende 25 municípios da
região.

96
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 72 - Central de Gerenciamento de Resíduos de Tijuquinhas – Proactiva.

A central teve seu início de operação em 1990, na época a impermeabilização era


feita com 1 metro de camada de argila, agora é feita com manta de PEAD (Polietileno de
Alta Densidade) e 30 cm de brita (figura 73).

Figura 73 - Impermeabilização do Aterro Sanitário Proactiva.

 Estação de Tratamento dos Lixiviados do Aterro

A estação de tratamento da central de gerenciamento de resíduos da empresa


Proactiva conta com uma lagoa de equalização de 3,5 m de profundidade, três lagoas
aeradas com aerador de fundo e superficial, flotador, tanque físico-químico e decantador

97
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

com recirculação do lodo. A eficiência da estação tem remoção de 99% da carga orgânica
e em torno de 90% dos outros parâmetros.

 Captação e Tratamento do Biogás

Uma inovação desenvolvida em Tijuquinhas é o projeto de captação e tratamento do


biogás emitido pelo aterro sanitário. A iniciativa contribui para redução das emissões de
gases de efeito estufa, por meio da combustão controlada de 1300 m3/hora de metano
presente no biogás com dois queimadores.
Financiado pela venda dos créditos de carbono obtidos no Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL), introduzido pelo Protocolo de Kyoto, o projeto recebeu a
aprovação nacional da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima (CIMGC) e
das Nações Unidas pela sua contribuição ao desenvolvimento sustentável do Brasil e a
luta contra o aquecimento global e a mudança climática.

2.4.3 COLETA SELETIVA E RECICLAGEM

Existem algumas iniciativas isoladas com relação à coleta de materiais recicláveis


no município, realizadas por catadores sem nenhum tipo de organização que levam os
resíduos a centros de recepção e/ou triagem de resíduos.
Na figura 74 pode ser observado um local de recepção de resíduos, onde plásticos
foram separados, no bairro José Amândio e na figura 68 pode ser observada uma
residência onde diversos resíduos são dispostos de maneira inadequada.

98
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 74 - Separação de plásticos – Bairro José Amândio.

Figura 75 - Depósito de resíduos em residência – Bairro de Zimbros.

2.4.4 - RECICLAGEM DE MADEIRA

No município há uma empresa que recebe madeira (figura 76), proveniente dos
rejeitos da construção civil e de podas e supressões, e realiza a trituração do material
lenhoso e o comercializa com olarias da região.

99
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 76 - Triturador de madeira na empresa do Sr. Battisti.

2.4.5 RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE

Os resíduos sólidos de serviços da saúde são coletados pela empresa Proactiva e


encaminhados à Central de Gerenciamento de Resíduos de Tijuquinhas, onde com a
aplicação de modernas tecnologias de proteção e monitoramento do meio ambiente, estes
resíduos são recebidos e tratados, pela tecnologia de autoclavagem.
Estes resíduos são autoclavados a uma temperatura de 150o C e tempo de 50
minutos e depois destinados normalmente no aterro. Esse método garante a total
esterilização dos resíduos e possibilita que sejam seguramente dispostos no aterro
sanitário junto aos demais.
Resíduos do tipo A4 (pedaços de membros, bichos mortos e outros) não precisam ir
para autoclave, para estes resíduos é realizada a disposição em vala séptica coberta com
cal e argila.

2.4.6 RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

No município de Bombinhas não há aterro licenciado para a disposição de resíduos


sólidos da construção civil. Estes resíduos são coletados nas obras por caçambas (figura
77) e depositados em locais não licenciados (figura 79) e ou em terrenos, geralmente
baldios ou que necessitam de material para aterro.

100
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 77 - Caçamba coletora de resíduos da construção civil.

Figura 78 - Depósito não licenciado de resíduos da construção civil.

101
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Figura 79 - Depósito clandestino de resíduos da construção civil no bairro Zé Amândio.

De acordo com a Resolução CONAMA 307 de 2002, em seu Art. 4º, Os geradores
deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a
redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final. No § 1º deste artigo, os
resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos
domiciliares, em áreas de “bota fora”, em encostas, corpos d`água, lotes vagos e em
áreas protegidas por Lei.

2.4.7 RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS (PERIGOSOS)

Os resíduos sólidos perigosos gerados no município são coletados pela empresa


Proactiva e encaminhados para a Central de Gerenciamento de Resíduos de Tijuquinhas.
Os resíduos perigosos de classe 1 e 2 são armazenados temporariamente no depósito
para resíduos perigosos e industriais da Central para posteriormente serem enviados a um
aterro industrial.

2.4.8 RESÍDUOS DA MARICULTURA

No município de Bombinhas foram produzidos em 2009, 991.300 kg de mariscos e


destes, aproximadamente 793.040 kg são somente da casca do marisco (EPAGRI, 2010).
A casca do marisco é um resíduo que atualmente não possui um destino final adequado no
município.

No bairro Canto Grande há um galpão de beneficiamento pertencente ao município


que estava em processo de licitação para que uma empresa gerenciasse o local. Neste
processo licitatório foi acrescentada uma cláusula para que a empresa fosse responsável
pelo gerenciamento adequado dos resíduos provenientes da produção dos mariscos em
todo o município.

2.4.9 ÓLEO DE COZINHA

Foram instalados pontos de coleta de óleo de cozinha usado nas escolas e postos
de saúde do município de acordo com o projeto anexo. A empresa Biodiesel Sul está
responsável pelo recolhimento do óleo nos pontos de coleta.

102
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

3. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

O Plano Municipal de Saneamento Básico de Bombinhas tem como princípios e


diretrizes:
- Universalização do acesso aos serviços de saneamento básico;
- Integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e
componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à
população o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das
ações e resultados;
- Abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos
resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio
ambiente;
- Articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação,
de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da
saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida,
para as quais o saneamento básico seja fator determinante;
- Transparência, baseada em sistemas de informações e processos decisórios
institucionalizados;
- Controle social;
- Segurança, qualidade e regularidade;
- Integração das infra-estruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos
hídricos;
- Consideração às exigências e características locais, à organização social e às
demandas sócio-econômicas da população;
- Ações, obras e serviços de saneamento básico, planejados e executados de
acordo com as normas relativas à proteção ao meio ambiente e à saúde pública, cabendo
aos órgãos e entidades por elas responsáveis o licenciamento, a fiscalização e o controle
dessas ações, obras e serviços, nos termos de sua competência legal;
- Bacia Hidrográfica considerada como unidade de planejamento;
- Promoção de programas de educação sanitária e ambiental;
- Incentivo a não-geração, minimização, reutilização e reciclagem de resíduos.

103
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

4. OBJETIVOS

O Plano tem como objetivo geral efetuar o planejamento necessário para estruturar
e operacionalizar a universalização dos serviços de saneamento básico, com qualidade,
integralidade, segurança, sustentabilidade (ambiental, social e econômica), equidade e
continuidade, conforme preconiza a Política Nacional de Saneamento Básico. A seguir são
apresentados os objetivos gerais e específicos para cada setor.

4.1 GERAIS
- Fiscalizar metas definidas no Plano através de ente regulador;
- Estabelecer estratégias e ações para promover a saúde ambiental3, salubridade
ambiental4, a qualidade de vida e a educação ambiental nos aspectos relacionados ao
saneamento básico;
- Estabelecer diretrizes para a busca de alternativas tecnológicas apropriadas com
métodos, técnicas e processos simples e de baixo custo que considerem as peculiaridades
locais e regionais;

4.2 ESPECÍFICOS

4.2.1 SETOR DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

- Atender a demanda de abastecimento de água no período de alta temporada;


- Preservar os mananciais de abastecimento, rio Perequê e rio da Lagoa;
- Avaliar novas fontes de abastecimento;
- Reformar e modernizar os sistemas de abastecimento de água buscando
fornecimento de água dentro dos padrões de potabilidade de água (Portaria 518/04);
- Reformar e modernizar os sistemas de abastecimento de água buscando a
redução de perdas.

3
Saúde Ambiental é uma proposição voltada para estimular a integração entre saúde, meio ambiente e
desenvolvimento, com o fortalecimento da co-responsabilidade e da participação da população na promoção do
bem-estar e da qualidade de vida da população sob a ótica da sustentabilidade, por meio do enfrentamento dos
determinantes socioambientais e na prevenção dos agravos decorrentes da exposição humana a ambientes
adversos.
4
Salubridade ambiental é o estado de higidez em que vive a população urbana e rural, tanto no que se refere a
sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de endemias ou epidemias veiculadas pelo meio
ambiente, como no tocante ao seu potencial de promover o aperfeiçoamento de condições metodológicas
favoráveis ao pleno gozo de saúde e bem-estar. (Manual de Saneamento. 3.ed. rev. – Fundação Nacional de
Saúde).

104
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

- Reformar, modernizar e ampliar a reservação de água buscando atendimento


permanente as demandas de consumo;
Regularizar a captação de água em relação a outorga de direito de uso do
manancial.
- Reduzir o consumo de água per capita.

4.2.2 SETOR DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

- Ampliar e modernizar o Sistema de Esgotamento Sanitário, visando o atendimento


permanente às demandas de serviço;
- Realizar controle e monitoramento dos efluentes líquidos provenientes dos SES de
acordo com a Resolução do CONAMA nº 357/2005;
- Reduzir o impacto do lançamento de esgoto sanitário nos corpos d'água;
- Eliminar as ligações irregulares e clandestinas na rede coletora de esgoto;
- Fornecer apoio e orientação técnica para a implantação e operação de sistemas
individuais e/ou coletivos particulares;

4.2.3 SETOR DE DRENAGEM URBANA

- Minimizar a ocorrência de inundações;


- Facilitar o escoamento superficial e conter o aumento da vazão na rede de
drenagem, através de incentivo a tecnologias, visando a permeabilidade do solo.
- Definir as ações para o manejo sustentável das águas pluviais urbanas conforme
as normas de ocupação do solo incluindo: a minimização de áreas impermeáveis; o
controle do desmatamento e dos processos de erosão e assoreamento; a criação de
alternativas de infiltração das águas no solo; a recomposição da vegetação ciliar de rios
urbanos; e a captação de águas de chuva para detenção e/ou reaproveitamento.

4.2.4 SETOR DE RESÍDUOS SÓLIDOS

- Definir requisitos e ações para promover a redução na geração de resíduos


sólidos, estabelecendo práticas de reutilização e soluções de reciclagem. Deve-se, ainda,
definir ações para promover a coleta seletiva e a inclusão social e econômica de catadores
de materiais recicláveis;

105
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

- Realizar o cadastro dos catadores informais e avaliar a formação de


cooperativas/associações de catadores;
- Realizar a gestão adequada dos resíduos especiais e da construção civil;
- Realizar a gestão adequada dos resíduos dos serviços de saúde.

5. DEFINIÇÃO DE INTERVENÇÕES

Com base no diagnóstico da situação atual foram elencadas as problemáticas para


cada serviço público de saneamento, seguidas de suas possíveis soluções e metas de
execução para cada etapa, com os seguintes prazos:

- Ações imediatas ou emergenciais: até 3 anos;


- Curto prazo: entre 4 e 9 anos;
- Médio prazo: entre 10 e 15 anos;
- Longo prazo: entre 16 e 20 anos.

Além disso, foram identificadas as oportunidades existentes para cada problemática,


que estão relacionadas a atos concretos (existentes ou em andamento) capazes de dar
suporte na resolução de cada problemática como, por exemplo: Leis existentes ou em fase
de aprovação, obras em andamento ou com recursos definidos, estudos e projetos
existentes, entre outras. Vale salientar, que as oportunidades identificadas não são as
soluções definitivas para a problemática, mas sim a descrição do que já existe como
alternativa de solução.
A seguir, são apresentados os quadros elaborados para cada setor.

106
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA


PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES
- Ampliação do atendimento (75% de cobertura);
IMEDIATA
- Campanha de conscientização do uso racional; - Campanha da
IMEDIATA concessionária
- Estudo de novas fontes de abastecimento; - Lei Municipal (uso
CURTO PRAZO racional)
- Falta de água na alta temporada - Aplicação do estudo de capacidade de carga;
(Nível de atendimento: 69%). CURTO PRAZO
- Elementos do Plano
- Ampliação do atendimento (85% de cobertura); Diretor (construção de
CURTO PRAZO cisternas)
- Aumento na capacidade de reservação individual;
MÉDIO PRAZO
- Ampliação da reservação coletiva (rede de distribuição); MÉDIO PRAZO
- Ampliação do atendimento (100% de cobertura);
LONGO PRAZO
- Regulamentar o reuso de águas cinzas. MÉDIO PRAZO
- Estudo e Projeto da
- Dependência do manancial do - Estudo de novas fontes de abastecimento; CASAN – captação do Rio
município de Porto Belo. CURTO PRAZO Tijucas
- estudo de alternativas de captação (ex:captação em
margem); LONGO PRAZO
- Proximidade do manancial de
captação de cultivos de arroz. - fiscalização e controle da qualidade da água captada; IMEDIATA
- Ausência de macromedidores
para medição da vazão. - Instalação de macromedidores; MÉDIO PRAZO
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES


- Controle do nível do lençol - Cadastro das ponteiras e poços artesianos; IMEDIATA Ficha A – Agentes Comun.
freático nos poços artesianos. - Fiscalização das ponteiras e poços artesianos; CURTO PRAZO
- Discutir a intervenção do uso de ponteiras; LONGO PRAZO
- Falta de controle da qualidade da - Fiscalização das ponteiras e poços artesianos; CURTO PRAZO
- Programa de educação ambiental – conscientização dos
água em fontes individuais procedimentos MÉDIO PRAZO ACS na ed. ambiental
alternativas de abastecimento
(ponteiras). - Discutir a intervenção do uso de ponteiras; LONGO PRAZO
IMEDIATA,
CURTO,
- A rede não atende todas as - Ampliação do atendimento. MÉDIO E
residências do município. LONGO PRAZO
- Cadastro e fiscalização para que todos se conectem na
rede. LONGO PRAZO
- Ausência de programa de
controle de perdas. - Fiscalização e renovação dos hidrômetros. CURTO PRAZO
- Programa de redução de perdas MÉDIO PRAZO

108
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES


- Baixo nível de atendimento da - Ampliação do atendimento (40% de cobertura); IMEDIATA - Ampliação da rede
rede coletora (16%). - Ampliação do atendimento (60% de cobertura); CURTO PRAZO coletora com recursos do
- Estabelecer as áreas de prioridade de execução; IMEDIATA convênio
- Estabelecer os padrões de qualidade de lançamento. IMEDIATA concessionária/JICA
- Ampliação do atendimento (80% de cobertura); MÉDIO PRAZO
- Ampliação do atendimento (100% de cobertura); LONGO PRAZO
- Funcionamento inadequado dos Recursos para o Fundo de
sistemas individuais em solos - Elaborar estudos de novas soluções para os locais em Saneamento atraves da
saturados. que os sistemas individuais não operam adequadamente. CURTO PRAZO gestão compartilhada
- Falta de fiscalização da
manutenção dos sistemas - Fiscalização e cadastro da manutenção dos sistemas
individuais. individuais. IMEDIATA Fiscais do sec. de saúde
Agentes comunitárias e
Assistência Social
- Cadastro das residências nas áreas de interesse social IMEDIATA
- Fundo de saneamento
- Ausência de sistemas individuais - Busca de soluções coletivas para as comunidades de através de contrato de
CURTO PRAZO
de tratamento em residências de interesse social. gestão compartilhada com
interesse social. a concessionária
- Estabelecer programa de melhorias sanitárias nas áreas
de interesse social; MÉDIO PRAZO - Lei Municipal 1036/2007.
- Estação de Tratamento Nova estação de
localizada em terreno embargado tratamento com a
pelo IBAMA. - Relocação da Estação de Tratamento de Esgoto; IMEDIATA ampliação da rede

109
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES


- Resistência dos moradores
quanto ao local de lançamento dos - Instituir programa de conscientização da importância do
efluentes tratados pela futura tratamento e esclarecimentos técnicos a respeito de sua Divisão do lançamento em
Estação de Tratamento de eficiência; diferentes corpos
Esgotos. IMEDIATA receptores
- Falta de fiscalização da
qualidade dos efluentes dos - Cadastro e acompanhamento das análises de qualidade
empreendimentos com sistemas de efluente nos empreendimentos que utilizam sistemas
alternativos. alternativos de tratamento; IMEDIATA Lei Municipal 381/1997
- Contaminação da Baia de
Zimbros através da poluição do - Encontros com o Comitê de Bacia do Rio Tijucas para
Rio Tijucas. avaliar e exigir a melhor solução para o problema. IMEDIATA

110
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LIMPEZA URBANA

PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES


- Deficiência de recursos humanos
e equipamentos para a realização - Contratação de pessoal especializado com salário
da limpeza urbana. diferenciado (valorização); CURTO PRAZO
- Compra de equipamentos (varredeira e roçadeira
mecânica, caminhão compactador); CURTO PRAZO
- Diversos pontos de deposição - Definição de ponto estratégico para recebimento (móveis, Empresa recicladora de
ilegal de todo tipo de resíduo eletrodomésticos, eletrônicos) / cooperativa; IMEDIATA madeira
(rejeitos da construção civil, - Cadastro de empresas de reciclagem/beneficiamento de
móveis, eletrodomésticos, entre resíduos;
outros). - Disk-“bagulho” IMEDIATA Cadastro da fazenda
- Avaliar a possível cobrança da taxa pela empresa
contratada IMEDIATA Exemplo de Itapema
- Aquisição de balança para pesagem CURTO PRAZO
- Despesa com a coleta do lixo é - Avaliar a possibilidade de incentivo (desconto no IPTU)
maior que a arrecadação do aos munícipes que realizarem benfeitorias em seus lotes
Município. (coleta seletiva, capinagem,etc) MÉDIO PRAZO
- Revisão da taxa de coleta (de acordo com a quantidade
gerada) MÉDIO PRAZO
- Avaliar a possibilidade da cobrança de taxa para turistas. MÉDIO PRAZO Isolamento geográfico

111
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES


- Buscar soluções para o lixo orgânico (pátio de Terreno do horto
compostagem municipal ou intermunicipal, incentivo a IMEDIATA municipal para
compostagem individual, programa de educação MÉDIO PRAZO educação ambiental e
- Lixo orgânico não é separado ambiental) compostagem
- Cadastro dos catadores de lixo reciclável e depósitos; Lei 737/2003 "Dispõe
- Avaliar a criação de cooperativa; sobre as atividades de
- Normatização da coleta seletiva; coleta seletiva de lixo
- Iniciativas isoladas de coleta de - Exigência de quantificação e qualificação do material desenvolvida pelos
materiais recicláveis, sem coletado; IMEDIATA catadores no município
nenhuma organização. CURTO PRAZO de bombinhas"
- Estudo de quantificação e qualificação de todo lixo
gerado no município. CURTO PRAZO Pesagem da Proactiva
- Elaboração do Plano Municipal de Manejo dos Resíduos
da Construção Civil.
- normatização e fiscalização.
- Rejeitos da construção civil: - avaliar a implantação do reaproveitamento dos rejeitos
ausência de aterros licenciados no previamente separados e beneficiados
município. CURTO PRAZO Fiscalização da PMF
- Controle do descarte de resíduos - Elaboração e implantação do Plano Municipal de
de serviços da saúde. Gerenciamento dos Resíduos de Serviços da Saúde; IMEDIATA
- Descarte de pneus inservíveis - Cadastro dos postos de recebimento existentes de pneus
(não são aceitos no aterro inservíveis.
sanitário). - Definição de posto intermunicipal de recebimento IMEDIATA Posto em Itapema
- Fiscalização e programa de educação ambiental para Responsabilização da
descarte adequado dos resíduos da maricultura. empresa de
- Acompanhamento do trabalho de coleta pela unidade de beneficiamento
beneficiamento (licitação); empresa
- Resíduos da maricultura. - Buscar alternativas de utilização destes resíduos. IMEDIATA recicladora dos rejeitos

112
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

DRENAGEM URBANA

PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES


Recadastramento das
propriedades do
município; base
cartográfica e
levantamento
- Ocupação irregular nas margens - Levantamento das ocupações irregulares (mapeamento e aerofotogramétrico
dos córregos. elaboração de diagnóstico). IMEDIATA atualizado
- Rede de drenagem pluvial
implantada sem dimensionamento; - Regulamentação da execução da rede; IMEDIATA
Base cartográfica e
levantamento
aerofotogramétrico
- Cadastro da rede de drenagem sendo executada; IMEDIATA atualizado
- Valas de drenagem implantadas
sem dimensionamento e sem - mapeamento e elaboração de diagnóstico das valas
recuo; implantadas sem dimensionamento; MÉDIO PRAZO
- Falta de recursos para a - Estudar a estipulação de taxa para o serviço de
execução dos projetos elaborados. drenagem. CURTO PRAZO
- Recursos do Governo
Federal disponíveis para
- Buscar recursos junto ao governo federal IMEDIATA obras de drenagem.

113
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS
PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES
- Parte dos dispositivos (rede, vala - Existência de estrutura
e rios) existentes encontram-se física e operacional na
assoreados ou obstruídos. - Manutenção periódica dos dispositivos de drenagem. IMEDIATA Secretaria Municipal de
Obras
- Obras de drenagem
em andamento em
alguns trechos
- Projetos e previsão
orçamentaria para o ano
de 2011 da execução de
obras nas avenidas
Pavão, Flamingo,
- Programa de educação sanitária/ambiental (técnicos e IMEDIATA Fragata e Leopoldo
população em geral); CURTO PRAZO Zarling
- Elaboração de cronograma de limpeza e plano de ações
emergenciais de desobstrução dos dispositivos de CURTO E
drenagem. MÉDIO PRAZO
Plano de
- Busca de dispositivos que causem impacto mínimo; CURTO PRAZO Macrodrenagem
- Retificação e tubulação dos - Implantação de galerias a céu aberto; CURTO PRAZO
- Realização de estudos de impacto ambiental para os Exigência da Resolução
córregos. casos de retificação de curso d’água MÉDIO PRAZO CONSEMA 003/2008

114
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES


- ZIA do novo plano
diretor (principalmente
as áreas alagáveis),
- Regulamentar a ocupação de áreas alagáveis / regras de ocupação
fiscalização específica; IMEDIATA específicas (30%)
- base cartográfica,
cadastro das
propriedades e
levantamento
aerofotogramétrico
atualizado
- Ocupação de áreas naturais - Plano de
alagáveis (banhados). - Mapeamento das áreas naturais alagáveis ocupadas; MÉDIO PRAZO Macrodrenagem
- Levantamento e regulamentação do nível do lençol
freático LONGO PRAZO
- Unidades de
Conservação (mais de
50% da área do
município) e APP como
areas de infiltração e
recarga do lençol
- Fiscais da FAMAB
- Elevada impermeabilização solo acompanham a vistoria
decorrente da intensa ocupação. - Rever a fiscalização da taxa de ocupação dos lotes; MÉDIO PRAZO de Habite-se
- Programa de conscientização da importância da
cobertura vegetal para o sistema de drenagem; MÉDIO PRAZO
- Regulamentação e fiscalização dos sistemas de Consta nas C.V. a
aproveitamento de água da chuva; CURTO PRAZO recomendação
- Falta de recursos para a - Contratação de técnicos especializados em levantamento - Lei Federal 11.445
manutenção do sistema topográfico; IMEDIATA possibilita a cobrança de
- Estudar a estipulação de taxa para o serviço de taxa para o serviço de
drenagem. CURTO PRAZO drenagem
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

6. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES

O planejamento das ações dar-se-á em função das intervenções definidas


anteriormente para todos os serviços de saneamento.

6.2 ABASTECIMENTO DE ÁGUA


Para as intervenções, os projetos de ampliação do abastecimento e de reservação,
estudo de novas fontes de abastecimento e demais ações relacionadas ao sistema de
distribuição como renovação dos hidrômetros e macromedição, ficam a cargo da
concessionária, sendo que os projetos deverão ser elaborados em conjunto com os
técnicos da Prefeitura, com base nas diretrizes do PMSB.
Para a elaboração de projetos de abastecimento de água deverão ser considerados
os seguintes parâmetros:
a) Consumo médio per-capita: 200 litros/hab.dia;
b) Coeficiente de máxima vazão diária (k1):1,20;
c) Coeficiente de máxima vazão horária (k2): 1,50;
d) Reservação: 1/3 do volume do dia de maior consumo;
e) Micro-medição obrigatória;
f) Perda máxima admissível no sistema de distribuição: 20%;

6.3 ESGOTAMENTO SANITÁRIO


As intervenções referentes ao esgotamento sanitário, nas questões que tratam da
ampliação do sistema de esgotamento sanitário, serão de responsabilidade da
concessionária. Devendo ser levado em conta as seguintes exigências:
- Elaboração do projeto em conjunto com os técnicos da Prefeitura, com base nas
diretrizes do PMSB.
- Realizar estudo de capacidade de suporte de carga do corpo de água receptor.
- Adotar os seguintes parâmetros:
a) Consumo médio per - capita: 200 litros/hab.dia;
b) Coeficiente de retorno: 0,80;
c) Coeficiente de máxima vazão diária (k1):1,20;
d) Coeficiente de máxima vazão horária (k2): 1,50;
- Obter outorga para o lançamento de efluentes (junto a SDS - órgão gestor de
recursos hídricos do Estado de Santa Catarina).
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

- O lançamento deverá ser feito considerando tratamento dos efluentes a nível


terciário e padrões de qualidade de água para rio de Classe 25, entre os quais destaca-se:
 No máximo 1.000 coliformes fecais (termotolerantes) ou 800 Escherichia coli ou
100 enterococos / 100 mL.
 Cor verdadeira: 75 mg Pt/L;
 DBO5: 5 mg/L;
 Oxigênio Dissolvido: 5 mg/L;
 Fósforo total: 0,05 mg/L.
- Além disso, deverá atender aos padrões de lançamento previstos na Resolução nº
357, do CONAMA e no Decreto Estadual no. 14.250, de 5 de junho de 1981, destacando-
se:
 DBO5 : máximo de 60 mg/L ou eficiência de remoção de 80%;
 Materiais sedimentáveis até 1,0 mL/L ;
 Óleos vegetais e gorduras animais 30,0 mg/L.
 Ausência de efeitos tóxicos.
- A disposição final dos lodos gerados pelo processo deve atender as normas
existentes.
- Em caso de normas mais modernas serem estabelecidas, estas devem ser
prontamente adotadas.
- Apresentar a Div. de Saneamento relatório anual de monitoramento da qualidade
do efluente e do corpo receptor.
Em caso de descumprimento do estabelecido pelo Plano, caberá a Agência
Reguladora (a ser definida) aplicar sanções e penalidades ao prestador de serviço.
Nos locais sem atendimento pela rede coletora deverão ser instalados sistemas
individuais de tratamento de esgoto constituídos por fossa, filtro e sistema de infiltração,
conforme Lei Municipal no 381/97, regulamentada pelo decreto no 258/97. Nestes casos, a
fiscalização de execução e manutenção dos sistemas é de responsabilidade da Prefeitura.

6.4 LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS


A coleta, transporte e destino final dos resíduos sólidos domiciliares e resíduos
públicos de serviços da saúde são de responsabilidade da empresa contratada para tal

5
* Classe 2: águas destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional, à irrigação de hortaliças ou
plantas frutíferas e à recreação de contato primário (natação, esquiaquático e mergulho

117
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

finalidade, devendo a administração municipal fiscalizar os serviços, através da Secretaria


Municipal de Obras e controlar os relatórios quinzenais de pesagens através da Secretaria
de Obras em conjunto com a Divisão de Saneamento.

6.5 DRENAGEM URBANA


O manejo e drenagem das águas pluviais são de responsabilidade administração
municipal. Os projetos de drenagem deverão levar em conta as bacias hidrográficas como
unidades de planejamento. As obras de drenagem deverão considerar não somente as
obras de micro e macrodrenagem, como também a recuperação da rede de drenagem de
uma maneira mais ampla, através de recuperação de nascentes, matas ciliares e até a
renaturalização de córregos.

7. HIERARQUIZAÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS

- Com base no diagnóstico da situação atual é possível notar que a maior deficiência
de infra-estrutura no Município está relacionada à falta de água durante a alta temporada e
a ausência de rede coletora de esgoto em grande parte do município.
- Com base no mapa (em anexo) disponibilizado pela CASAN com a localização da
área de atendimento da rede de abastecimento de água, é possível notar que o nível de
atendimento é satisfatório, e que o não atendimento da demanda de verão está vinculado
ao fornecimento insuficiente, e não a precariedade de rede de distribuição, como é o caso
do esgotamento sanitário.
- Para esta infra-estrutura, fica claro no mapa da área de cobertura (em anexo), que
grande parte do Município não é contemplada por rede coletora.
- Sendo assim, se faz necessária uma urgente ampliação da rede coletora baseada
na hierarquização de áreas de intervenção prioritárias, visando à solução gradual da
carência deste serviço.
- Para esta definição foi adaptada uma metodologia com base na estipulação dos
critérios de avaliação com seu respectivo peso, o que exprime o grau de relevância do
critério na definição da prioridade. Sendo assim, foram definidos os critérios, respectivos
pesos e classificação dos bairros de acordo com a tabela a seguir.

118
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Tabela 29 - Hierarquização das áreas prioritárias.


Bairro Adensamento Peso Precariedade Peso Impacto na Peso Contaminação Peso TOTAL
Populacional dos domicílios economia dos rios
local
Bombas 9 0,3 8 0,2 3 0,3 5 0,2 6,2
José 7 0,3 9 0,2 1 0,3 5 0,2 5,2
Amândio
Centro 8 0,3 3 0,2 3 0,3 3 0,2 4,5
Zimbros 6 0,3 7 0,2 3 0,3 2 0,2 4,5
Canto Grande 5 0,3 5 0,2 3 0,3 1 0,2 3,6
Morrinhos 4 0,3 2 0,2 1 0,3 4 0,2 2,7
Sertãozinho 2 0,3 6 0,2 1 0,3 2 0,2 2,5
Quatro Ilhas 3 0,3 1 0,2 2 0,3 1 0,2 1,9
Mariscal 1 0,3 4 0,2 2 0,3 1 0,2 1,9

119
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

8. DIFICULDADES NA ELABORAÇÃO DO PLANO

Entre as dificuldades encontradas pela equipe no processo de elaboração do


diagnóstico, as mais relevantes foram as seguintes:
1. Os dados relacionados ao Sistema de Abastecimento de Água sob concessão da
CASAN, tais como: vazões de captação, resultados de análise da água dos mananciais,
especificações dos conjuntos moto-bombas, consumo de produtos químicos na Estação,
aspectos operacionais gerais, volume macro e micromedido nos últimos 5 anos, assim
como informações referentes ao Sistema de Esgotamento Sanitário, tais como:
especificações das estações de recalque, projeto atualizado da Estação de Tratamento,
parâmetros monitorados e histórico mensal de análises dos últimos 5 anos, destino final do
lodo gerado, aspectos operacionais gerais, aspectos administrativos, institucionais e
financeiros gerais não foram fornecidos em sua totalidade.
2. Da mesma forma, a CELESC não forneceu dados referentes a faixas de consumo
de energia por região do município. Dado que seria de grande relevância na identificação
de poder aquisitivo por região.
3. No ano de 2008 a Universidade Federal de Santa Catarina elaborou uma planta
de valores para o município que não foi possível ser utilizada na definição das áreas de
interesse social por falta de informações sobre a metodologia utilizada na elaboração desta
planta de valores.
4. Os técnicos que elaboraram o diagnóstico realizaram paralelamente várias outras
atividades cotidianas, o que fez com que o tempo para se dedicar a elaboração do Plano
fosse reduzido.
6. Os dados epidemiológicos regionais para correlação de doenças com a falta de
saneamento em cada região só existem por município e por causa de internação
hospitalar, quando precisaríamos de dados por bairro e relativos ao atendimento
ambulatorial.
7. As referências bibliográficas relacionadas ao tema Plano Municipal de
Saneamento são escassas.

120
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AMFRI - Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí. Plano Estratégico de Marketing
Turístico Integrado - PEMTI: Inventário Turístico. Itajaí: Instituto Cenecista Fayal de
Ensino Superior - IFES, 2007.

ASSIS, L. F. Turismo de segunda residência: a expressão espacial do fenômeno e as


possibilidades de análise geográfica. Revista Território - Rio de Janeiro - Ano VII - no
11, 12 e 13 - set./out., 2003

AYALA, L; MARIMON, M.P.C.; BENEDET, C. Geologia Ambiental: detalhamento


geológico visando saneamento básico. Município de Bombinhas, SC. 1ª parte.
Relatório Final. Universidade do Estado de Santa Catarina. Florianópolis, 2003.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS CIDADES. Guia para a elaboração de planos municipais de


saneamento básico. Brasília: Mcidades, 2006. 180 p.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS CIDADES. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental.


Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Diagnóstico do Manejo de Resíduos
Sólidos Urbanos – 2007. Brasília: Mcidades. SNSA, 2009. 262 p.

CIDADES CONSULTORIA. Plano Diretor Municipal de Bombinhas. Relatório III / IV.


Estratégias E Diretrizes. Relatório para Audiência Publica. Julho, 2007.

COUTINHO, A. K. Parque Municipal da Galheta em Bombinhas/SC: Uma avaliação


das Características e Percepções dos Visitantes e da Comunidade da Praia de
Bombas. 1999. Dissertação (Mestrado Engenharia Ambiental) Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 1999.

EPAGRI. Dados da produção de mexilhão em Bombinhas. 2010.

FONSECA, M. A. P. da; COSTA, A. A. da. A Racionalidade Da Urbanização Turística Em


Áreas Deprimidas:o espaço produzido para o visitante. Mercator - Revista de Geografia
da UFC, Fortaleza, ano 03, número 06, 2004.

GOULARTI FILHO, Alcides. Formação econômica de Santa Catarina. Florianópolis:


Cidade Futura, 2002.

HILLESHEIM, C. B. V. Turismo e paisagem: a influência da atividade turística na


paisagem natural do município de Bombinhas (sc) entre 1960 e 2005. Dissertação de
Mestrado. Universidade do Vale do Itajaí. Balneário Camboriu, 2006.

121
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA. Censo Demográfico. Vários


anos. Disponível em:<www.ibge.gov.br>

KOHL, D. H. B.. Porto Belo – Sua História Sua Gente. Blumenau, Odorizzi, 2001.

LOMBARDO, M. A.; CASSELA, L. L. de C. Turismo Ambiental: O caso de Bombinhas (SC).


In: RODRIGUES, A. B.(Org.) Turismo e Ambiente: Reflexões e Propostas. São Paulo:
Ed. Hucitec, 1997. p. 89-97.

OMAR AKEL CONSULTORIA. Plano Diretor Municipal de Bombinhas. Leitura Técnica


do Plano Diretor. 1994

MONTEIRO, J. H. P. et al. Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos. Rio


de Janeiro: IBAM, 2001. 200 p.

_________. Pesquisa Mercadológica Estudo da Demanda Turística. Bombinhas/SC.


Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte. SANTUR - Santa Catarina Turismo
S/A. Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Turístico. Florianópolis, vários anos.

_________. Pesquisa Mercadológica Estudo da Demanda Turística. Santa Catarina.


Estimativa para Janeiro e Fevereiro de 2009. Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e
Esporte. SANTUR - Santa Catarina Turismo S/A. Diretoria de Planejamento e
Desenvolvimento Turístico. Florianópolis, 2009.

POLETTE, M.; CAVEDON, F. Construindo o desenvolvimento Sustentável para o


município de Bombinhas. Univali, Centro Tecnológico da Terra e do Mar. Itajaí: Univali,
2001.

PREFEITURA MUNICIPAL DE BOMBINHAS. Prefeitura Municipal de Bombinhas - SC.


Disponível em: <http://www.bombinhas.sc.gov.br/>. Acesso em: 14 de maio 2010.

PROACTIVA MEIO AMBIENTE BRASIL. Empresa Proactiva. Disponível em:


<http://www.proactiva.com.br/>. Acesso em: 14 de maio de 2010.

SANTA CATARINA (Estado). Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável –


PANORAMA DOS RECURSOS HÍDRICOS EM SANTA CATARINA. Santa Catarina, Maio
de 2006. 315 p.

SANTA CATARINA. Atlas de Santa Catarina. Florianopolis: GAPLAN/SUEGI; [Rio de


Janeiro: Aerofoto Cruzeiro, 1986.

SANTOS, J. S. M. CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS AMBIENTAIS PARA A


GOVERNANÇA DA ÁGUA EM BACIAS HIDROGRÁFICAS COM TECNOLOGIAS DE

122
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO: ESTUDO DE CASO NA


BACIA DO RIO TIJUCAS, SC, BRASIL. Tese (Doutorado) – Pós Graduação em
Engenharia Ambiental – UFSC, Florianópolis-SC, 2009.

SANTOS JUNIOR, A. Expansão Urbana e Desenvolvimento Turístico na Micro Região


da Foz do Rio Itajaí. Tese de Doutorado, 2006. Programa de Pós Graduação do Centro
de Educação de Balneário Camboriú (UNVALI).

VERAS, D. V. A sustentabilidade da produção artesanal dos municípios catarinenses


da península de Porto Belo – SC. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale do
Itajaí, Itajaí, 2007.

VIEIRA, P. Os melhores do turismo em 2008. Revista Viagem e Turismo, São Paulo, v.


156, n.11, 2008.

123
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

10. ANEXOS

ANEXO 1

PLANO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL PARA ELABORAÇÃO DO PMSB

1. APRESENTAÇÃO
O Município de Bombinhas possui uma longa trajetória de mobilização popular em
torno do tema Saneamento, devido às características geográficas da cidade e ao fato de
ter no Turismo de Verão, na pesca artesanal e na maricultura as principais atividades
econômicas. As associações de moradores contribuíram com o poder publico na
fiscalização de lançamentos de esgotos através de denúncias, reivindicação de solução
deste problema e de melhoria no abastecimento de água junto aos órgãos estaduais.
Foram essas associações as pioneiras em colocar lixeiras nas praias durante a temporada
de verão e recolher o lixo depositado por turistas nestas lixeiras.
Em 11 de fevereiro de 2008 foi oficializado um movimento que se intitulou
SANEAMENTO JÁ, formado por entidades da sociedade civil organizada e órgãos públicos
municipais para discutir as causas e conseqüências dos problemas relacionados ao
saneamento e buscar soluções para o Município. Faziam parte deste movimento as
seguintes entidades:

 Instituto Kat Schürmann;


 AMA Bombinhas;
 ONG SOS Mariscal;
 ONG Declare seu Amor por Bombinhas;
 Associação Empresarial de Bombinhas - AEMB;
 Prefeitura Municipal de Bombinhas - Assessoria de Planejamento (Depto.de
Meio Ambiente)
 Prefeitura Municipal de Bombinhas - Secretaria Municipal de Turismo;
 Prefeitura Municipal de Bombinhas - Secretaria Municipal de Saúde (Vigilância
Sanitária);
 Conselho Municipal de Turismo – COMTUR
 Conselho Municipal de Saúde – COMSAB
 Câmara Municipal de Vereadores;

124
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Este Movimento executou uma série de estudos sobre a questão de saneamento,


mais especificamente sobre as questões de abastecimento de água e tratamento de
esgotos e os documentos elaborados pelo mesmo fazem parte dos anexos do presente
Plano Municipal de Saneamento Básico, destacando-se o Relatório “O Saneamento do
Município de Bombinhas, SC: Situação Atual e Perspectivas”, de março de 2008, o
“Diagnóstico da Prestação de Serviços de Saneamento, compreendendo os
sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário existentes no Município
de Bombinhas”, de outubro de 2008 e o “Plano Diretor de Saneamento,
compreendendo os sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário do
Município de Bombinhas”, de janeiro de 2009. Os dois últimos foram elaborados pela
empresa Ambiplan Engenharia Ambiental SS Ltda contratada com recursos da Prefeitura
Municipal de Bombinhas e do Grupo Saneamento Já.
Em março de 2009 o Prefeito Municipal, através do Decreto N° 1242/2009, deu
continuidade às atividades do Movimento Saneamento Já através da oficialização da
Comissão Especial para estudo, elaboração e discussão de projetos na área de
saneamento básico. Faziam parte desta Comissão as seguintes entidades:

 Prefeitura Municipal de Bombinhas – (Secretaria de Administração, Secretaria de


Captação de Recursos, Engenheiro Sanitarista, Procuradoria, Assessoria de
Planejamento e Regulação Urbana, Diretoria de Meio Ambiente, Diretora de
Vigilância Sanitária, Secretaria de Assistência Social).
 Representante do Instituto Kat Schurmann.
 Representante da Associação AMA Bombinhas.
 Representante da Associação Amigos da Praia de Bombas.
 Representante da Associação Empresarial de Bombinhas – AEMB.
 Representante da Câmara de Diretores Lojistas de Bombinhas.
 Representante da Associação Amigos do Mariscal.
 Representante da Associação dos Moradores de Canto Grande.
 Representante da Associação dos Moradores e Amigos de Morrinhos.
 Representante da Associação dos Moradores e Amigos de Zimbros.
 Representante da Associação dos Maricultores de Bombinhas.
 Representante da Associação de Pescadores do Município de Bombinhas.

125
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Esta Comissão elaborou a Minuta do Projeto que se transformou na Lei Nº 1131 de


agosto de 2009, que estabelece a Política Municipal de Saneamento Básico, entre outras
atividades.
Em abril de 2010 o Decreto 1385/2010 criou e nomeou os membros para compor a
Comissão Executiva para elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico composta
por funcionários efetivos do município: uma engenheira ambiental, mestre em saneamento,
uma engenheira sanitarista, especialista em direito ambiental, dois engenheiros
sanitaristas, um biólogo, uma geógrafa, uma assistente social, uma psicóloga e uma
advogada.
Esta Comissão Executiva, seguindo as orientações do Ministério das Cidades e da
FUNASA, optou transformar a Comissão Especial para estudo, elaboração e discussão de
projetos na área de saneamento básico criada em 2009 na Comissão de Coordenação da
elaboração do PMSB por entender que as entidades participantes da mesma se encontram
mobilizadas diante do tema. Para tanto, foram feitos os contatos com todas as entidades
participantes e foi feito novo Decreto nomeando a Comissão de Coordenação composta
pelas seguintes entidades:

 Prefeitura Municipal de Bombinhas (Secretaria de Administração, Secretaria da


Pesca e Aquicultura, Secretaria de Planejamento e Regulação Urbana, Secretaria
de Saúde e Saneamento, Secretaria de Assistência Social, Secretaria de
Educação e Secretaria de Infraestrutura Urbana).
 Fundação de Amparo ao Meio Ambiente de Bombinhas – FAMAB.
 Instituto kat Shurmann.
 Associação AMA Bombinhas.
 Associação Empresarial de Bombinhas – AEMB.
 Câmara de Diretores Logistas de Bombinhas.
 Associação Amigos do Mariscal – AMAR Mariscal.
 Associação dos Amigos de Canto Grande.
 Associação dos Moradores e Amigos de Zimbros.
 Associação dos Maricultores de Bombinhas.
 Associação dos Pescadores do Município de Bombinhas.
 Colônia de Pescadores.
 Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA.
 Câmara Municipal de Vereadores.

126
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

 Rotary Clube de Bombinhas.


As atribuições desta Comissão de Coordenação são discutir e avaliar o trabalho
produzido pela Comissão Executiva, criticar e sugerir alternativas, auxiliando o trabalho da
Comissão Executiva na elaboração do Plano e avaliar o andamento dos trabalhos do ponto
de vista de viabilidade técnica, operacional, financeira e ambiental, buscando promover as
ações integradas de saneamento.

2. JUSTIFICATIVA
Entre os grandes desafios postos para a sociedade brasileira, a inclusão social
igualitária frente às questões sanitárias e ambientais pode ser considerada como questão
fundamental. Este desafio colocado ao poder público e à sociedade civil está em propiciar
condições saudáveis à população através do planejamento, com participação popular, de
ações que proporcionem um ambiente equilibrado e serviços de saneamento eficientes e
sustentáveis. Dessa forma, destaca-se a importância da participação da população na
elaboração do PMSB, no qual se constitui ferramenta chave para planejamento dos
serviços de saneamento.
A participação da população em processos decisórios é fundamental para garantir a
co-responsabilidade entre órgão público e comunidade. Durante o desenvolvimento do
trabalho a participação deve configurar como meta a ser alcançada e mantida, estimulada
durante todo o processo através de estratégias adequadas, assim como, reuniões,
audiências e consultas públicas realizadas em diferentes momentos do processo de
elaboração do PMSB. Para conseguir uma participação efetiva da população em todo o
processo foi composta a Comissão de Coordenação do PMSB com entidades
representativas dos vários setores da comunidade e do poder público.

3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
- Garantir que a população participe de todas as etapas do PMSB, desde a fase do
diagnóstico até o relatório final.
3.2. Objetivos Específicos
- Divulgar a elaboração do plano de Saneamento básico;
- Envolver a população na discussão das potencialidades e dos problemas de
salubridade e saneamento ambiental e suas implicações;

127
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

- Conscientizar a sociedade para a responsabilidade coletiva na preservação e na


conservação dos recursos hídricos;
- Estimular os segmentos sociais a participarem do processo de gestão ambiental.

4. ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS


4.1. Reuniões da Comissão Executiva com a Comissão de Coordenação do PMSB.
Deverá ser realizada 1 (uma) Reunião para cada Audiência Pública, para
apresentação pela Comissão Executiva dos temas propostos nas Fases, para discussão e
assimilação dos conteúdos pela Comissão de Coordenação, com antecedência mínima de
7 dias úteis das datas das respectivas Audiências.
As reuniões têm como objetivo a preparação das Audiências Publicas no que se
refere ao conteúdo preparado pela Comissão Executiva com relação a cada Fase e sua
apresentação nas respectivas Audiências para conhecimento e validação com a
participação da sociedade na discussão do PMSB.
A reunião servirá como momento de capacitação com todos os envolvidos na
Comissão de Coordenação, como preparação dos assuntos a serem expostos e debatidos
nas audiências, sendo utilizadas metodologias participativas para construção de
diagnósticos e formulação de propostas para o enfrentamento das questões apresentadas.
A Comissão de Coordenação dentro de suas responsabilidades participará e definirá
juntamente com a Comissão Executiva a preparação dos conteúdos a serem apresentados
e discutidos nas audiências públicas, como os objetivos, metas e escopo do plano de
trabalho, além de cronogramas e principais atividades a serem implementadas ao longo do
desenvolvimento do Plano de Saneamento Básico, previstas para cada fase do trabalho,
nas respectivas audiências públicas.
A Comissão de Coordenação deverá apoiar a equipe técnica no desenvolvimento do
PMSB, discutindo por meio de grupos temáticos os problemas levantados nas audiências
públicas, iniciando o processo de identificação de alternativas para solucioná-los e
recomendando ações a serem incorporadas ao Plano, fortalecendo, assim, a interação
entre a equipe técnica e os atores sociais.

1ª Audiência Pública: 15 de julho


A primeira audiência será realizada no dia 15 de julho e terá como objetivo a
exposição dos estudos desenvolvidos pela Comissão Executiva e a de Coordenação para
o processo de participação da sociedade na elaboração do plano (formação dos grupos de
128
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

trabalho e mobilização social) e o Diagnóstico da situação do saneamento e de seus


impactos nas condições de vida da população, devendo contemplar a apresentação das
atividades realizadas anteriormente (reuniões nos dias 10 e 24 de junho) com sua(s)
respectiva(s) metodologia(s), participantes, as informações que compõem os diagnósticos
setoriais dos produtos elaborados e as dificuldades enfrentadas.

2ª Audiência Pública: 26 de agosto


A segunda audiência prevista será realizada no dia 26 de agosto e tem como
objetivo à exposição dos estudos desenvolvidos pelas Comissões Executiva e de
Coordenação da prospectiva e planejamento estratégico, os Programas, projetos e ações
necessárias para atingir os objetivos e as Ações para alcance do cenário de referência. A
Audiência Pública tem como objetivo apresentar os problemas e potencialidades existentes
no município referentes às questões que envolvem os serviços de saneamento básico e,
também, para mostrar as inter-relações entre o saneamento básico e as demais áreas do
conhecimento (saúde pública, meio ambiente, controle urbano, habitação e outras). É
importante que esta seja amplamente divulgada para todos os cidadãos, inclusive com a
divulgação antecipada dos conteúdos elaborados no decorrer das fases anteriores. Será
precedida de reunião das Comissões no dia 12 de agosto.

3ª Audiência Pública: 30 de setembro


A terceira audiência prevista será realizada no dia 30 de setembro e terá como
objetivo a exposição dos estudos desenvolvidos pelas Comissões Executiva e de
Coordenação do Plano de Execução, o sistema de informações para auxílio à tomada de
decisão e o relatório preliminar do PMSB. Nesta fase é importante a apresentação dos
consensos e dissensos identificados nas audiências anteriores, para que possam ser
enumerados e apresentadas propostas de solução para as dificuldades encontradas. Esta
Audiência será precedida de reunião das Comissões no dia 16 de setembro.

4ª Audiência Pública: 28 de outubro


A quarta audiência prevista será realizada no dia 28 de outubro e terá como objetivo
a exposição dos estudos desenvolvidos pelas Comissões Executiva e de Coordenação da
versão Final do Plano Municipal de Saneamento Básico e Minuta do Projeto de Lei para
aprovação do plano pelo Legislativo Municipal, sua apresentação e validação pela

129
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

participação social, com as sugestões e ajustes indicados para finalização. Esta Audiência
será precedida de reunião das Comissões no dia 14 de outubro.

5. COMUNICAÇÃO
A divulgação das reuniões e Audiências Públicas será realizada através das
emissoras de Radio local, jornais de circulação regional, site da Prefeitura Municipal de
Bombinhas, convites escritos e falados (carro de som) de forma a permitir que a população
como um todo esteja informada das mesmas.
Os documentos que forem utilizados como fonte de pesquisa para elaboração do
diagnóstico bem como os que forem sendo elaborados serão colocados em um link, no site
da Prefeitura Municipal de Bombinhas para que todos possam ter acesso aos mesmos.
Será criado um email para receber sugestões, duvidas e/ou criticas ao processo de
elaboração do PMSB com o objetivo de proporcionar oportunidade para aqueles que não
puderem estar presentes nas reuniões e Audiências Públicas.

Nº de Audiências
Produto Especificação Especificação
Relatórios Públicas

1ª Audiência
Cópia do ato público do
Relatório 1ª Reunião
Poder Executivo com
A 2
definição dos membros
dos Comitês. Relatório 2ª Reunião

Participação da sociedade Plano de Mobilização


B 1
na elaboração do plano Social

Diagnóstico da situação Relatórios Diagnósticos


6
atual do Saneamento e Setoriais
C
seus impactos na vida da Diagnóstico Técnico
1
população Participativo
2ª Audiência

Participação da sociedade Relatório 3ª Reunião


B 2
na elaboração do plano. Relatório 2ª Audiência
Relatório da
Elaboração do cenário de Prospectiva e
D 1
referência planejamento
estratégico
Programas, projetos e Relatório Programas,
E ações para alcance do 1 Projetos e Ações –
cenário de referência Objetivos e Metas
n

d
u
A

B Participação da sociedade 3 Relatório 4ª Reunião

130
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

na elaboração do plano. Relatório 3ª Audiência


Plano com prazos e
F Plano de Execução. 1
metas de execução.
Relatório Sistemas de
I Sistema de informações. 1
Informações.
Relatório Preliminar do Relatório Preliminar do
K 1
PMSB, PMSB

131
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

4ª Audiência
Participação da sociedade Relatório 5ª Reunião
B 2
na elaboração do Plano Relatório 4ª Audiência
Relatório Final do Plano
Relatório Final do
K Municipal de Saneamento 1
PMSB
Básico.
Minuta do Projeto de
G Aprovação do PMSB. 1
Lei
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Segundo dados de entrada de projetos para obtenção de Alvará de Construção


Secretaria de Planejamento nos últimos anos, obteve-se o seguinte levantamento:

Ano / Uso Unifamiliar Multifamiliar Meios de Hospedagem


2005 179 59 11
2006 135 62 4
2007 108 66 6
2008 140 89 7
2009 136 107 7
2010 185 234 6

133

Você também pode gostar