Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE ESTUDO
LOCALIZAÇÃO
Região leste da Ilha do Marajó, municípios de Santa Cruz do Arari, Soure, Salvaterra,
Cachoeira do Arari, Chaves, Ponta de pedras, Muaná, São Sebastião da Boa Vista e Curralinho
(figura 1).
Figura 1 -Área de estudo para levantamento dos dados
I. Bacias de cobertura 356. Tabuleiros do Marajó. São formas de relevo de topo plano,
sedimentar elaboradas em rochas sedimentares, em
359. Tabuleiros Paraense (ESTE geral limitadas por escarpas; os tabuleiros
AQUI NÃO ESTÁ NO QUADRO apresentam altitudes relativamente baixas
ABAIXO)
FONTE: IBGE, 2002
ELABORADO: Pela autora
2. ASPECTOS GEOLÓGICOS:
A Ilha de Marajó está inserida na bacia sedimentar da foz do Rio Amazonas, denominada
de Bacia do Marajó, formada por quatro sub-bacias (Mexiana, Limoeiro, Cametá e Mocajuba),
com falhas normais NW e NNW e transcorrentes NE e ENE (Villegas, 1994).
A Bacia do Marajó é limitada a noroeste pelo Escudo das Guianas e a sudeste pelo
Escudo Central Brasileiro (Schaller et al., 1971). O Arco de Gurupá separa a Bacia do Marajó
da Bacia Paleozóica do Baixo Amazonas, enquanto o Arco Tocantins a separa da Bacia do
Maranhão. Sua estrutura tectônica é caracterizada por um sistema de grabens com falhas
1 Reúne bases temáticas de recursos naturais do território nacional, em quatro áreas temáticas: Geologia,
Geomorfologia, Pedologia e Vegetação. As bases de dados são compatíveis com a escala 1:250.000,
desenvolvidas no âmbito do Projeto SIVAM e do Mapeamento de Recursos Naturais a partir de 1998. As
metodologias e procedimentos realizados para a elaboração destas bases são herança e evolução de métodos
desenvolvidos ao longo do Projeto RADAM/RADAMBRASIL que realizou o levantamento de recursos naturais
brasileiros, não marinhos, publicados em escala 1:1.000.000, nas décadas de 1970 e 1980. Parte da base de
informações pontuais apresentadas também possuem origem no RADAM/RADAMBRASIL.
marginais escalonadas. A espessura total desta bacia atinge mais de 11.000 m (Costa et al.,
2002), com idade do Cretáceo até o recente sendo constituída pelas sequências pré-rifte,
sinrifte e pós-rifte (FRANÇA, 2010).
TERCIÁRIO PLIOCENO
NEÓGENO
MIOCENO Grupo Barreira
Na área de estudo, podemos perceber que as unidades mencionadas no quadro acima
estão dispostas de maneira peculiar, destacamos ao norte da área de estudo a presença dos
depósitos de pântanos e mangues do holoceno com destaque no município de Chaves, bem
como terraços fluviomarinhos pleistocênicos que também se evidencia no município de Soure.
Em Santa Cruz do Arari tem uma presença marcante de 92% de aluviões Fluviolacustre
Holocênico, assim como Cachoeira do Arari que tem 52% de sua extensão dessa mesma
unidade geológica. Os municípios localizados ao sul da área de estudo têm a maior presença
da cobertura sedimentar do baixo Tocantins. Na tabela e gráfico (CAMILA AQUI TU ACHAS
MELHOR COLOCAR TABELA OU GRÁFICO? SE FOREM GRÁFICOS EU ACHO QUE ESSES
GRÁFICOS ABAIXO PARA UMA TESE APRESENTAM UMA RESOLUÇÃO DE BAIXA
QUALIDADE, O QUE TU ACHAS?) abaixo podemos observar as distribuições das unidades por
município e assim entender um pouco melhor o seu arranjo espacial.
Figura 2 – Distribuição dos percentuais dos depósitos de sedimentos por município da área de estudo
Fonte: Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA) do IBGE. Elaborado pela autora
3. ASPECTOS PEDOLÓGICOS:
3.1.4. Plintossolos:
3.1.4.1. Plintossolo Háplico Distrófico: Os Plintossolos Háplicos ocorrem em áreas que possuem
escoamento lento de água (áreas deprimidas de relevo plano ou suave ondulado). Apresentam
grande concentração de plintita (concreções ferruginosas), quando distrófico apresenta baixa
fertilidade (EMBRAPA, ___).
Esses são os tipos de solos encontrados nos nove municípios que abrange a área de
estudo, deve-se levar em consideração que a complexa evolução recente das feições
morfológicas de Marajó tem reflexos na distribuição e natureza dos solos. Na faixa litorânea
norte ocorrem Areias Quartzosas, associadas a Areias Quartzosas Marinhas distróficas, e
Solonchak e Solos Indiscriminados de Mangues. No interior há extensos setores de Solos
Hidromórficos Indiscriminados e Solos Gey eutróficos e distróficos. No gráfico abaixo podemos
constatar a maior incidência de solo do tipo Gleissolo háplico, que compreende a 74% da área
de estudo.
Figura 3 - Tipos de solos na área de estudo
Fonte: Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA) do IBGE. Elaborado pela autora
(CAMILA AQUI O QUE TU ACHAS DESSE GRÁFICO, ACHAS QUE A RESOLUÇÃO ESTÁ
BOA?)
Outro solo que tem destaque na região é o Plintossolo háplico que corresponde a 18%.
O solo do tipo Glei tiomórfico e sálico correspondem a 3% cada da área total e o latossolo
amarelo e neossolo quartzarênico 1% cada. Nas tabelas abaixo podemos perceber a
distribuição de cada tipo de solo por município (CAMILA, EU ACHO QUE AQUI FALTOU
APARECER OS MUNICÍPIOS).
Figura 4 - Distribuição de tipos de solos em chaves
Fonte: Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA) do IBGE. Elaborado pela autora
Fonte: Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA) do IBGE. Elaborado pela autora
Fonte: Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA) do IBGE. Elaborado pela autora
Em cachoeira do Arari o solo que se destaca é o Plintossolo háplico, que se localiza na região
próxima à costa litorânea, já o gleissolo háplico se localiza na parte mais do interior do
município próximo ao lago do Arari. Esse município também conta com uma pequena área de
latossolo amarelo e gleissolo tiomórfico que está localizado próximo a sua fronteira com o
município de Salvaterra.
Fonte: Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA) do IBGE. Elaborado pela autora
No município de Santa Cruz do Arari, Gleissolo háplico é absoluto sendo o único tipo de solo
presente em toda sua extensão correspondendo a 97,60% tendo apenas uma pequena parte
que corresponde aos corpos d'água que fica localizado no famoso lago do Arari.
FONTE: Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA) do IBGE. Elaborado pela autora
Em Ponta de Pedra tem-se a presença de dois tipos de solo, o gleissolo háplico, que
corresponde a 60,44% da extensão municipal e o plintossolo háplico que constitui 26,48 do total
do município.
Fonte: Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA) do IBGE. Elaborado pela autora
Fonte: Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA) do IBGE. Elaborado pela autora
O município de São Sebastião da Boa Vista tem em seu território a incidência de 88,90%
de Gleissolo háplico e algumas manchas de Plintossolo Háplico que corresponde a 3,20% ,
com 7,90% de corpos d'água.
Fonte: Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA) do IBGE. Elaborado pela autora
O Município de Curralinho também tem predominância de gleissolo háplico que
corresponde a 83,51% da área total, com algumas manchas de plintossolo háplico que incide
sobre 4,66% do território municipal, deve-se levar em consideração uma pequena área de
latossolo amarelo que totaliza 0,02% da área de Curralinho bem como 11,81% do seu território
composto de corpos d'água.
Dessa forma podemos perceber, que o Gleissolo háplico tem maior abrangência na
maioria dos municípios que compõe o leste do Marajó com exceção de Salvaterra e Cachoeira
do Arari que têm, em ambos, o Plintossolo háplico como solo de maior incidência. A partir dos
resultados exploratórios disponíveis, pode-se afirmar que os grandes grupos de solo da região
guardam estreita relação com ambientes naturais distintos, constituindo padrões associativos
entre componentes físicos e bióticos da região.
LEVANTAMENTO DE DADOS HUMANOS:
IDEB – Anos
Taxa de escolarização
finais do ensino
Municípios da área de estudo de 6 a 14 anos de idade
fundamental (Rede
[2010]
pública) [2017]
Cachoeira do Arari (PA) 92,2 % 3,2
2,8
Curralinho (PA) 93,8
Muaná (PA) 92,6 4,1
Ponta de Pedras (PA) 91,3 3,4
Salvaterra (PA) 97,9 3,7
Santa Cruz do Arari (PA) 92,8 2,9
São Sebastião da Boa Vista (PA) 93,7 3,7
Soure (PA) 97,6 3,3
Município Sexo
Homens Mulheres
Cachoeira do Arari (PA) 51,58 48,42
Curralinho (PA) 52,75 47,25
Muaná (PA) 52,35 47,65
Ponta de Pedras (PA) 51,46 48,54
Salvaterra (PA) 50,99 49,01
Santa Cruz do Arari (PA) 50,79 49,21
São Sebastião da Boa Vista (PA) 51,66 48,34
Soure (PA) 49,88 50,12
Fonte: IBGE - Censo Demográfico
Figura 05 - Pirâmide etária de Salvaterra, que exemplifica o perfil populacional dos municípios da área de estudo
O monitoramento dos recursos naturais e dos seus múltiplos usos pela sociedade faz com
que o Sensoriamento Remoto e as técnicas ligadas a ele sejam de grande importância para
pesquisas que visam gerar levantamentos de uso e cobertura da terra, por exemplo. Nesse caso, o
mapeamento do uso e cobertura da terra, sustentado através de técnicas de processamento digital
de imagem e de geoprocessamento, dão o suporte necessário à tomada de decisões, sejam elas
de caráter social, econômico e/ou ambiental (ASNER et al., 2002). Os usos de dados de
Sensoriamento Remoto obtidos de múltiplas datas contribuem para pesquisas de detecção de
mudanças (JENSEN, 2009), pois tais dados podem identificar o tipo e a distribuição de mudanças
ocorridas na paisagem, já que fornecem informações sobre processos (FLORENZANO, 2002).
Como dados secundários disponíveis temos somente o Mapbiomas, uma vez que o INPE
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em seu projeto de classificação de uso e cobertura do
solo Chamado de Terra Class não mapeia áreas que não são consideradas floresta. O leste da
Ilha do Marajó incide em área que o PRODES 2 não realiza mapeamento, o que eles chamam de
Não Floresta (Figura 1), como podemos verificar na figura abaixo.
Figura 6 - Mapa da classificação de imagens pelo projeto TerraClass
Em relação aos dados do portal do IBGE Mapbiomas, podemos perceber que apresenta
limitação a realidade complexa que temos no Marajó. O projeto indica a predominância de campos
de natureza (Figura xx) que se trata apenas de dados relativos a cobertura, não explicitando o uso,
haja vista que sabemos que os campos de natureza do Marajó são utilizados para o plantio de
arroz, pecuária, agricultura familiar, pesca.
2 O projeto PRODES realiza o monitoramento por satélite do desmatamento por corte raso na Amazônia Legal e produz,
desde 1988, as taxas anuais de desmatamento na região, que são usadas pelo governo brasileiro para o
estabelecimento de políticas públicas.
Deve-se pensar numa metodologia que consiga demonstrar a complexidade que o uso e
cobertura do solo na área de estudo demanda. Com técnicas apropriadas de sensoriamento
remoto associado a trabalho de campo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FRANÇA, C.F., 2003. Análise morfológica da porção oriental dos municípios de Soure e
Salvaterra, Ilha do Marajó-PA. Belém: Universidade Federal do Pará. Centro de Geociências.
144p. (Tese de Doutorado).
FRANÇA, C.F.; Sousa Filho, P.W.M. 2006. Compartimentação morfológica da margem leste da
ilha de Marajó: zona costeira dos municípios de Soure e Salvaterra – Estado do Pará. Revista
Brasileira de Geomorfologia, ano 07, n.1, p:33-32.
FRANÇA, C.F.; Sousa Filho, P.W.M.; El-Robrini, M. 2007. Análise faciológica e estratigráfica da
planície costeira de Soure (margem leste da ilha de Marajó-PA), no trecho compreendido entre
o canal do Cajuúna e o estuário Paracauari. Acta Amazônica, vol. 32(2), p:261-268.
MENEZES, M.O;,MACEDO, S.F. CORRÊA. S.Farage, E. Efeitos da Expansão Urbana nas Ilhas
do Baixo Estuário do Amazonas: O Caso de Soure, Arquipélago do Marajó. In: Revista da
Gestão Costeira Integrada 9(2):113-126 (2009).
ROSSETTI, D.F. 2008. Ambientes costeiros. In: FLORENZANO, T.G. Geomorfologia: conceitos
e tecnologias atuais. São Paulo: Oficina de Textos, p. 247-281.
SCHALLER, H.; Vasconcelo, D.N.; Castro, J.C. 1971. Estratigrafia preliminar da bacia
Sedimentar da Foz do Amazonas. In: Congresso Brasileiro de Geologia, 25, 1971. São Paulo,
anais. SBG, p.3: 189-202.
VITAL, H. 1988. Estudo do geossistema do Lago Ararí, Ilha do Marajó, Pará. Dissertação de
Mestrado. Universidade Federal do Pará, Belém, 106p.
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/CONT000gn230xhn02wx5o
k0liq1mqzb2w2h2.html
3.
ANEXOS
ANEXO A
UNIDADES Chaves Soure Stª Cruz Cachoeira Salvaterra Ponta Muaná São Curralinh
do Arari do Arari de Sebastiã o
Pedra o da boa
vista
Depósitos
Aluvionares 1 0,5 0 0,5 0 1 5 7 15
Holocênicos
Terraços
3 4 5 7 7 1,5 1 0 0
Holocênicos
Depósito de
Pântanos e
50 2,5 0 2,5 3,5 0 0 0 0
Mangues
Holocênicos
Aluviões
Fluviolacustre 8 16 92 52 15 20 4 0 0
Holocênicos
Cobertura
Sedimentar do 8 7 0 20 24 22 63 93 80
baixo Tocantins
Cobertura
detrito-laterítica
0 20 0 0 49 27 15 0 5
Neo-
Pleistocênica
Terraços
Fluviomarinhos 40 50 3 18 0 28 12 0 0
Pleistocênico
TOTAL % 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte: Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA) do IBGE. Elaborado pela autora
ANEXO B