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Figura 2 - Localização do Empreendimento.
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1.2 Áreas de Influência para o Meio Físico.
De acordo com a Resolução do CONAMA 01/86 a área de influência consiste
no espaço geográfico onde incidirão impactos diretos e indiretos.
Área Diretamente Afetada (ADA), para o Meio Físico, é definida como a
própria área do empreendimento e de seus componentes.
Área de influência direta (AID) é a soma da ADA a uma faixa de terreno de
200m que circunda toda a ADA.
Área de Influência Indireta (AII) é delimitada uma faixa de 500m que
circunda a ADA.
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1.3 Meio Físico
1.3.1 Caracterização Geológica
O município de Marechal Deodoro encontra-se geologicamente inserido na
Bacia Sedimentar Sergipe Alagoas (Província Costeira) [reclassificada por Feijó
(1994) de Bacia Alagoas], representada pelos litótipos do Grupo Barreiras,
Formação Maceió, Formação Coqueiro Seco e Depósitos Flúvio-lagunares,
Depósitos Litorâneos e Depósitos Aluvionares. (Figura 4).
De modo geral a estrutura geológica no local do empreendimento mostra um
domínio absoluto de terrenos sedimentares, sendo dividido em duas unidades
litológicas, os Sedimentos Quaternários de Praia e Aluvião e os Sedimentos
Terciário da Formação Barreiras (Figura 4)
Destaca-se que no local do empreendimento ocorrem apenas litotipos dos
Depósitos Flúvio-lagunares (Figura 4).
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municípios de Barra de São Miguel e Marechal Deodoro, ocorre a profundidades
abaixo de 600 metros com espessura média de 341 metros
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larguras consideráveis próximo à costa.Figura 4 - Geologia do Munício Marechal
Deodoro e do Empreendimento.
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et al. (1985), mapeando a geologia do Estado de Alagoas classificou as coberturas
como: terraços marinhos constituídos por areias esbranquiçadas bem selecionadas,
os depósitos fluvio-lacustres ou de pântanos e manguezal compostos por
sedimentos não consolidados mal selecionados.
Na carta geológica do Brasil ao milionésimo (2004), essas coberturas foram
mapeadas como: Depósitos Litorâneos Recentes (Q2li), os quais são classificados
como areia com conchas marinhas, argila e silte ricos em matéria orgânica e dunas
de areias finas bem selecionadas; Depósito Fluvio-Lagunar (Q2fl) constituídos por
lamas arenosas e carbonosas; Depósitos de Pântanos e Mangues (Q2pm)
compostos de areia, silte, argila e matéria orgânica e Depósitos Litorâneos (Q2l)
constituído de areias finas de dunas móveis
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sobre as falésias, fizeram recuar a encosta e deixam estoques de sedimentos para
serem retrabalhados na regressão subsequente. A instalação de clima semiárido e
seus processos morfornegenéticos característicos: enxurradas e corridas de lama,
propiciaram a formação de legues aluviais no sopé das falésias, originando, a que
tudo indica os terraços colúvio-aluvionares e lagunares (COSTA e WANDERLEY,
1994).
Durante a penúltima transgressão, datada de 120.000 anos A.P., o nível do
mar subiu de 8 a 10m acima do nível atual. Nessa fase a distribuição dos leques
aluviais menores, o mar voltou a afogar os vales fluviais, alargados e escavados
durante a transgressão e regressão inferior (COSTA e WANDERLEY, 1994). A
última transgressão, datada de 120.000 anos A.P., alcançou 3 a 5m acima do atual,
provocando a submersão do litoral, com a formação de ―rias‖, ocasionando erosão
dos terraços deixados pela transgressão anterior (COSTA e WANDERLEY, 1994).
A regressão subsequente deixa na área como testemunho do nível
transgressivo relacionados:
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inerentes ao solo, onde as características pedológicas mais restritivas ou fatores
limitantes são: a drenagem, a estrutura/textura do horizonte B (nos modelados de
acumulação) e a soma das bases trocáveis e a topografia (nos modelados de
dissecação).
É formada por Terraços Marinhos/Cristas Praiais (Holocênicos), Terraços
Marinhos/Cordões Praiais (Pleistocênicos), Terraços Flúvio-Lagunares, Terraços
Colúvio Aluvionares, Várzeas Fluviais e Várzeas Flúvio-Lagunares, Várzeas Flúvio
Lagunares Semiconfianças e os Alagadiços de Maré/Vasas Flúvio-Lagunares
Terraços Marinhos/Cristas Praiais: Compreendem uma faixa estreita de
sedimentos arenosos, bem selecionados de idade holocênica, constituídos por
cristas de progradação cujo topo não excede 5m de altitude. Esta unidade
geomorfológica ocorre paralelamente ao litoral e margeando do lado esquerdo do
povoado de Massagueira até a proximidade da foz do rio Sumaúma, bairro de
Taperaguá em Marechal Deodoro. São resultantes da acumulação marinha, flúvio-
marinha, provocados pela ação construtiva e destrutiva do mar, ocorrem numa faixa
arenosa paralela ao litoral, que formam a extremidade das Restingas de Maceió e do
Saco da Pedra.
Terraços Flúvio-Marinhos Lagunares: Esta unidade geomorfológica é
resultante da acumulação marinha, flúvio-marinha e fluvial, constituídos por
depósitos de sedimentos finos. Estão distribuídas preferencialmente na ilha de Santa
Rita e entre as margens dos canais interlagunares e as Rampas de Colúvio,
localizadas nos sopés das Falésias Fósseis. É nesta unidade em que está
inserido o empreendimento (Figura 6).
Terraços Flúvio-Marinhos/Cordões Praiais: A origem desta unidade
geomorfológica, de idade Pleistocênica, está relacionada com a regressão
subseqüente à Penúltima Transgressão. São constituídos de areais bem
selecionados. Na área em apreço, estende-se no sentido NE-SE até o trevo da
Polícia Rodoviária Estadual, próximo ao povoado do Francês, acesso à cidade de
Marechal Deodoro. Formam depósitos tabulares cujo topo atinge 8 a 10m acima do
nível de preamar atual, com presença de pequenos cordões litorâneos e
pseudodunas.
Terraços Colúvio-Aluvionares: Esta unidade geomorfológica é resultante da
acumulação fluvial e dos sedimentos transportados das encostas, constituídos por
depósitos de areia e seixos de tamanho diversos e argilas transportadas das
encostas. Ocorrem entre as várzeas fluviais e os sopés das encostas de vale fluvial,
principalmente nos rios dos Remédios e Giz.
Várzeas Fluviais: Esta unidade geomorfológica tem sua origem relacionada a
acumulação de sedimentos areno-argilosos transportados por cursos d’águas,
compreendido por terrenos planos, encontrados próximos às margens dos rios
Sumaúma, dos Remédios e Guizanga.
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Figura 6 – Unidades Geomorfológicas da APA-SR.
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1.3.2.3 Dinâmica do relevo
A dinâmica atual do relevo no local do empreendimento, conforme mapas
produzidos pelo projeto RADAMBRASIL, apresenta domínio de ambientes instáveis
representada pelos modelados de acumulação e dissecação.
Conforme já dito, o empreendimento está localizado dentro da APA-SR, que
por sua vez está sob domínio absoluto de ambientes instáveis. Estes são ambientes
onde predominam os processos erosivos sobre os processos de alteração e de
acréscimo de materiais superficiais. De modo geral, corresponde a áreas mais
atingidas pelas atividades humanas e aquelas onde o relevo e o clima são mais
agressivos. Nestes ambientes são marcantes os graus de restrição inerentes ao
solo, onde as características pedológicas mais restritivas ou fatores limitantes são: a
drenagem, a estrutura/textura do horizonte B (nos modelados de acumulação) e a
soma das bases trocáveis e a topografia (nos modelados de dissecação)
Especificamente o local do empreendimento está situado num ambiente com
tendência à instabilidade fraca a moderada (Figura 7).
Figura 7 - Mapa de avaliação e dinâmica do relevo - APA-SR, Alagoas (Brasil).
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A declividade é um fator morfométrico do relevo, representado pelo gradiente
topográfico e o comprimento do declive também exercem significante influência
sobre a erosão do solo. Como parâmetro influenciador tem-se a inclinação do
terreno, o comprimento e a forma do declive (convexa, côncava, retilínea, etc),
influenciando na velocidade do escoamento e no volume das massas de enxurradas
que descem pelas encostas por gravidade, interferindo assim, conforme as
propriedades e composição do solo, em grande erodibilidade ou não. Quanto mais
íngreme o terreno, maior energia cinética aos processos hídricos, removendo os
horizontes superficiais e desenvolvimento deformas erosivas (ravinas, voçorocas e
movimentos de massa).
As diferentes classes de declividade possuem limitações e adequações ao
manejo do solo, as declividades que mais influenciam na erosão do solo são aquelas
a partir de 5º de declividade. A classe mais propiciadora a processos erosivos
corresponde ao setor morfométrico de gradientes maiores que 25º (áreas
declivosas), abrangendo setores das altas e médias encostas de vales fluviais. A
declividade menor que 25º, correspondendo a uma morfometria de médio-fracos
gradientes, rampas de colúvios, posicionadas entre os terraços flúvio-lagunares e as
falésias fósseis (Figura 8).
Figura 8 - Declividades dominantes na APA-SR.
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Fonte: Modificado de IMA,2015.
As áreas que apresentam maiores risco à erosão do solo, correspondem aos
setores das encostas de vales fluviais e o reverso das falésias fósseis, cujos solos
foram e são usados intensivamente pela monocultura da cana-de-açúcar de forma
irracional. Apresentam diferentes níveis de instabilidade ambiental, dependendo do
grau de erodibilidade do solo.
Diante disso, observa-se que apesar de estar inserido em ambiente
classificado como geomorfologicamente instável este aspecto não afeta
negativamente o empreendimento, pois está situado em local onde a declividade é
baixa (<5°) o que atenua os efeitos da erosividade das intempéries.
1.3.3 Caracterização Pedológica
Os solos mais representativos no local do empreendimento têm sua
ocorrência relacionada às unidades geomorfológicas que integram as regiões da
Planície Litorânea e dos Tabuleiros Costeiros
No empreendimento e seu entorno ocorrem Argissolos Vermelho Amarelos +
Latossolo Vermelho Amarelos, Argissolos Vermelho Amarelos + Gleissolos
Melânicos + Luvissolos, Gleissolos Melânicos, Gleissolos Tiomórficos, Neossolos
Quartzarênicos + Espodossolos, Neossolos Quartzarênicos ().
Neste trabalho, serão detalhados apenas os solos que estão inseridos dentro
da ADA do empreendimento, sendo eles os Neossolos Quartzarênicos +
Espodossolos.
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Possuem textura na classe areia ou areia franca até 150 cm de profundidade,
podendo ocorrer um horizonte com a textura areia franca ou franco-arenosa após
esta profundidade, com aspecto maciço poroso, pouco coeso, definido como
latossólico. São solos bastante lavados, dessaturado por bases, com baixa
fertilidade natural, baixa capacidade de retenção de água e baixa capacidade de
troca de cátions. Podem apresentar hidromorfismo devido a presença de lençol
freático elevado durante grande parte do ano, porém não chegam a apresentar
horizonte glei, por não atender os requisitos de cor, em decorrência dos baixos
teores de argila
Estes solos possuem como características favoráveis grande profundidade
efetiva, topografia aplanada e as boas condições climáticas regionais. Têm como
principais limitações a baixa fertilidade natural, a textura extremamente arenosa, e a
baixa a muito baixa capacidade de retenção de água e nutrientes, e no caso dos
hidromórficos, a presença do lençol freático próximo à superfície. Considerando-se o
relevo de ocorrência, o processo erosivo não é alto, porém, deve-se precaver devido
à textura ser essencialmente arenosa.
Figura 9 – Neossolo Quartzarênico na porção SE do empreendimento.
Foto: Autor
1.3.3.2 Espodossolos
Espodossolos São solos constituídos por material mineral, apresentando
horizonte B espódico imediatamente abaixo de horizonte E, A, ou horizonte hístico,
dentro de 200 cm da superfície do solo ou de 400 cm se a soma dos horizontes A+E
ou dos horizontes hístico (com menos de 40 cm) + E ultrapassar 200 cm de
profundidade. São solos, em geral, moderada a fortemente ácidos, normalmente
com saturação por bases baixa (distróficos), podendo ocorrer altos teores de
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alumínio extraível. A textura é predominantemente arenosa, sendo menos
comumente textura média e raramente argilosa (tendente para média ou siltosa) no
horizonte B espódico. Esta classe de solo é definida pela presença de horizonte
diagnóstico B espódico em sequência a horizonte E (álbico ou não) ou horizonte A,
segundo critérios estabelecidos pelo SiBCS (Embrapa, 2006).
No campo, pode ser identificada pela cor do horizonte espódico, que varia
desde cinzenta, de tonalidade escura ou preta, até avermelhada ou amarelada, e
pela nítida diferenciação de horizontes. Variam de pouco profundos até muito
profundos. A drenagem é muito variável, havendo estreita relação entre
profundidade, grau de desenvolvimento, endurecimento ou cimentação do horizonte
diagnóstico (B espódico) e a drenagem do solo.
As principais limitações desta classe de solo estão relacionadas a sua textura
arenosa, presença de horizonte de impedimento e baixa fertilidade. A presença de
horizonte fragipã, duripã ou “ortstein” pode causar impedimento à penetração das
raízes e à infiltração de água. Considerando-se o relevo de ocorrência, o processo
erosivo não é alto, porém, deve-se precaver com a erosão devido à textura ser
essencialmente arenosa.
Figura 10 – Espodossolo próximo ao canal lagunar.
Fonte: Autor.
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Figura 11 – Mapa de Solos no local do empreendimento e seu entorno.
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Figura 13 – Profundidade do poço de ensaio.
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Figura 15 – Material retirado dos poços.
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Figura 17 - Mapa ilustrando os locais onde foram realizados o ensaios de infiltração.
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h = altura do furo (cm)
Cada resultado obtido foi comparado com a tabela da Figura 18, proposta por
Mello e Teixeira (1967). Esta tabela traz a permeabilidade como uma estimativa da
ordem de grandeza, relacionada com a granulometria do material.
Figura 18 - Classificação granulométrica segundo o coeficiente de permeabilidade
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Esse movimento descendente rápido e em ambiente aeróbico dificulta a
biodegradação da matéria orgânica, eliminação de micro-organismos e atenuação
de substâncias químicas. Qualquer efluente infiltrará rapidamente, onde não será
degradado pela oxidação, filtragem natural e troca de íons antes de atingis o nível
d’água. O solo arenoso na zona insaturada é uma das condições menos favoráveis
para biodegradação e atenuação dos efeitos de contaminantes.
1.3.4 Recursos Hídricos:
O município de Marechal Deodoro é banhado em sua porção central pelos
Rios Grande e da Estiva, que alimentam a Lagoa Mundaú, desaguando em seguida
no Oceano Atlântico. No Extremo NE, o município é banhado pelo Rio dos
Remédios; a sul, pelo Rio Niquim e a leste, pelo Oceano Atlântico. O padrão de
drenagem predominante é o pinado, uma variação do dendrítico e com sentido
preferencial NE-SW.
Os cursos d`água mais importantes são aqueles cujo suas bacias estão
inseridas praticamente na APA-SR, como os rios dos Remédios e o riacho do Giz,
que marca parte do limite oeste da mesma.
O empreendimento está inserido na Região Hidrográfica do CELLM, Bacia do
Rio Remédio (Figura 20).
Figura 20 - Regiões Hidrográficas do empreendimento e seu entorno.
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1.3.4.1 Água superficiais
O CELMM é composto pelas Mundaú e Manguaba, as quais estão localizadas
no litoral médio do Estado de Alagoas. Essas lagoas foram constituídas pelo
barramento da foz dos rios Mundaú e Paraíba, por deposição dos sedimentos
marinhos e o consequente afogamento de seus leitos.
A formação das respectivas lagoas está relacionada pela deposição de
sedimentos areno-quartzosos no estuário dos respectivos rios Mundaú e Paraíba do
meio, ocorridos, aproximadamente entre 3000 A.P. e 5.100 A.P., durante a última
transgressão marinha e a ação dos ventos oriundos de nordeste, leste e sudeste,
responsáveis pela formação das restingas de Maceió e do Saco da Pedra (LIMA,
1990).
A lagoa Mundaú tem cerca de 27 Km² e constitui o baixo curso da bacia
hidrográfica do rio Mundaú, que drena uma área de 4.126 Km² e percorre 30
municípios, tendo 08 sedes municipais ribeirinhas.
Figura 21 - Localização do empreendimento em relação ao CELMM.
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Sumaúma drena uma área 406 Km² e percorre 06 municípios, tendo 01 sede
municipal ribeirinha.
As águas destas lagoas encontram-se numa zona de canais com 12 Km²,
perfazendo um total de 81 Km².
O Rio dos Remédios possui extensão aproximada de 10 km, tem suas
cabeceiras a quase 60m de altitude a pouco mais de 500m dos afloramentos
cretáceos do vale do rio Satuba. Apresenta um curso ligeiramente reto com
afluentes quase perpendiculares, com padrão de drenagem dendrítica e deságua no
canal de Dentro que interliga as lagoas Mundaú e Manguaba. O riacho do Giz
apresenta características semelhantes a do rio dos Remédios, mas de extensão
menor, com extensão que não ultrapassa 5 km, suas cabeceiras localizam-se a 80
m na área dos tabuleiros.
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A metodologia utilizada nesse processo subdividiu-se em quatro etapas,
sendo: preenchimento de depressões (“fill sinks”), direção de fluxo (“flow direction”),
fluxo acumulado (“flow accumulation”) e delimitação de bacias (“Watershed”)
conforme realizado por DIAS et al. (2004).
A região área de estudo possui duas sub-bacias (SB01, SB02) cujas áreas de
drenagem possuem 7,3ha e 2,95ha respectivamente. Essas sub-bacias ocupam
mais de 90% da área de estudo.
Nas bacias identificadas a rede de drenagem é bem definida no sentido
longitudinal da bacia, com exutório localizado no Canal de Dentro do CELMM. As
duas sub-bacias são bastante planas, o que resulta em acumulação de água ao
longo da rede de drenagem, onde a transferência do escoamento de regiões mais
elevadas para regiões menos elevadas se faz após o preenchimento de água das
depressões do terreno.
Os principais canais de drenagem das sub-bacias SB01, SB02 têm
comprimentos aproximados de 473m e 279m respectivamente. Nas duas sub-bacias
a direção do escoamento superficial é para sudoeste em direção ao canal de dentro
do CELMM.
Figura 23 –Delimitação digital das sub-bacias SB01 e SB02 e das respectivas redes de
drenagem.
Fonte: Autor.
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1.3.4.2.1 Análise Morfométrica das Bacias
A partir da delimitação digital das bacias hidrográficas e das redes de
drenagem é possível determinar as características morfométricas inerentes à região
estudada. Esses dados são importantes para compreender melhor os aspectos da
dinâmica hídrica superficial das áreas de estudo.
Área de Drenagem e Perímetro
São dados que fornecem informações para avaliar a irregularidade que a
forma da bacia apresenta. A área de drenagem e perímetro da principal de cada
sub-bacia dentro área de estudo são apresentadas abaixo.
Tabela 2 – Área e Perímetros das sub-bacias analisadas.
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Tabela 3 - Valores de comprimento, largura média , Coeficiente de compacidade e fator de
forma para as bacias da área de estudo.
Os valore de Kc são iguais ou superiores a 1,5 o que indica que a bacia não
está sujeita a grandes enchentes
O valor próximo de zero para F confirma que a bacia não está sujeita a
enchentes.
Densidade de Drenagem
A densidade de drenagem (Dd) indica o nível de desenvolvimento do sistema
de drenagem de uma bacia hidrográfica, fornecendo uma indicação da sua
eficiência. O cálculo de Dd é expresso pela relação entre o somatório do
comprimento total dos canais com a área da bacia de drenagem. De acordo com
Villela & Mattos (1975), esse índice pode variar de 0,5 km/km² em bacias com
drenagem pobre a 3,5 km/km² ou mais em bacias bem drenadas
Dd = ¿
A
Em que:
Dd – densidade de drenagem, km.km²
Lt – comprimento total de todos os canais, km
A – Área de drenagem, km²
Tabela 4 - Valores de Comprimento total dos canais e área das bacias e Densidade de
drenagem.
Comprimento
Densidade de
Bacia AREA km² Total canais
drenagem km.km²
(km)
SB01 0,09 4,54 52,31
SB02 0,03 1,53 51,80
30
EMBRAPA (1979) está desde um relevo plano até um relevo ondulado. Essas
classes de relevo indicam que o local possui baixo potencial de erosão.
Figura 24 - Classes de Relevo dentro das Sub-bacias SB01 e SB02.
Fonte: Autor
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Figura 25 - Localização do empreendimento em relação ao domínios hidrogeológicos de
Alagoas
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argilosos. Nesse sistema a água é doce e de boa qualidade, com vazões bastante
satisfatórias. De acordo com IMA (2015), os poços cadastrados nesse aquífero
mostram um nível estático médio de 2 a 3 m e nível dinâmico entre 10 e 20 m, com
uma profundidade média de 90 m e vazão média de 30 m³/h. As características
hidrogeológicas deste aquífero, associada à proximidade com o oceano, permitem
inferir a probabilidade de intrusão de cunha salina. A recarga é feita naturalmente
por infiltração das águas pluviais e pelas águas dos rios que funcionam
principalmente como alimentadores nos períodos chuvosos e como zonas de
descarga natural nos períodos de estiagem. A direção predominante do fluxo é de
oeste para leste, acompanhando o caimento das camadas sedimentares, que se
inclinam em direção ao oceano. As excelentes características de permoporosidade
permitem um escoamento rápido por infiltração direta para a rede de drenagem,
constituindo-se na principal forma de descarga desse sistema.
33
Os dados mostram que apenas o poço localizado mais próximo ao canal
lagunar sofre maior influência das marés. Assim, na maré baixa a direção principal
do fluxo é para a direção SW e na maré alta a direção é SE.
Figura 26 – Fluxo subterrâneo na área de estudo
34
1.3.4.5 Vulnerabilidade da Água Subterrânea
A vulnerabilidade é uma propriedade intrínseca do sistema de água
subterrânea que depende da sua sensibilidade aos impactos naturais e/ou
antrópicos. Neste contexto, a vulnerabilidade intrínseca ou natural é função das
características do aquífero, solo e material geológico.
Para Foster (1987) o risco à contaminação é “o perigo de perda da qualidade
da água armazenada em um aquífero, pela existência real ou potencial de
substâncias contaminantes em seu entorno”.
1.3.4.5.1 Metodologia de avaliação GOD e GODS
A metodologia GOD (Grau de confinamento da água subterrânea, Ocorrência
de estratos de cobertura e Distância até o lençol freático) de avaliação da
vulnerabilidade do aquífero foi desenvolvida por Foster (1987) e Foster & Hirata
(1988) para a Organização Mundial de Saúde, para atender as necessidades de
países em desenvolvimento por não necessitar de grandes quantidades de
informações em relação ao método DRASTIC.
Foster (1987) e Foster& Hirata (1988) tomando como base estas
considerações, caracterizam a vulnerabilidade do aquífero à contaminação através
do índice de vulnerabilidade GOD de acordo com os parâmetros do
Tabela 6 - Parâmetros de caraterização para o método GOD.
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Figura 27 -Sistema GOD para avaliação da vulnerabilidade do aquífero à contaminação.
37
A Determinação do tipo de cobertura do solo (S) foi determinada a partir
do mapas de solos local () e da interpretação do material retirado dos locais onde
foram realizados os ensaios de infiltração.
Tabela 8 – Índice de importância dos parâmetros GODS.
G O D S Vulnerabilidade do aquífero
(índice GODS)
Máxim
1 0,9 0,9 1 0,81
o
Mínimo 0,6 0,7 0,9 0,9 0,35
Média 0,8 0,8 0,9 1 0,56
38
geologia, pedologia, geomorfologia e hidrogeologia, cujos detalhes dos favoráveis
seguem nos parágrafos subsequentes.
Quanto a geologia, observa-se que o empreendimento está localizado na
unidade dos Depósitos Fluvio-lagunares e não foram observadas estruturas
geológicas de subsuperfície que seja deletérias ao empreendimento.
Quanto à pedologia, observa-se que ocorrem no local do empreendimento
ocorrem Neossolos Quartzarênicos associados aos Espodossolos. Estes solos
possuem como características favoráveis grande profundidade efetiva, topografia
aplanada e as boas condições climáticas regionais. Têm como principais limitações
a baixa fertilidade natural, a textura extremamente arenosa, e a baixa a muito baixa
capacidade de retenção de água e nutrientes, e no caso dos hidromórficos, a
presença do lençol freático próximo à superfície. As principais limitações desta
classe de solo estão relacionadas a sua textura arenosa, presença de horizonte de
impedimento e baixa fertilidade. Considerando-se o relevo de ocorrência, o processo
erosivo não é alto, porém, deve-se precaver à erosão devido à textura ser
essencialmente arenosa
Quanto à geomorfologia, observa-se que apesar de estar inserido em
ambiente classificado como geomorfologicamente instável o empreendimento possui
viabilidade ambiental, pois está situado em local onde a declividade é baixa (<5°) o
que atenua os efeitos da erosividade das intempéries.
Quanto ao escoamento superficial, a análise morfológica das redes de
drenagem mostrou que a área não corre risco de enchente quanto ao seu fluxo
superficial e não sofre com altas taxas de erosão dada a declividade das sub-bacias
identificadas.
Quanto aos mananciais subterrâneos, devido à sua vulnerabilidade, a solução
para os efluentes líquidos gerados pelo empreendimento deverá ser estação de
tratamento, uma vez que o solo não possui capacidade de depuração para
lançamento direto por fossa séptica e sumidouro.
Considerando as características do empreendimento, especial atenção deve
ser dada às condições potenciais de alagamento, que nos períodos de cheia
atingem praticamente todos os interstícios entre os cordões arenosos, que oscilam
entre 0,3 e 2 metros de altitude. Dessa forma, deverão ser adotadas medidas a fim
de disciplinar a o escoamento das águas pluviais.
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2 BIBLIOGRAFIA
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