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Study of the Behavior of an Electric Power Distribution

System under the Influence of Photovoltaic Generation


Lucas S. Melo Núbia S. D. Brito Karcius M. C. Dantas
Mestrando do Programa de Pós-Graduação Professora D. Sc. do Departamento de Professor D. Sc. do Departamento de
Engenharia Elétrica/ PPgEE/COPELE Engenharia Elétrica Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Campina Universidade Federal de Campina Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG) Grande (UFCG) Grande (UFCG)
Campina Grande, Paraíba, Brasil Campina Grande, Paraíba, Brasil Campina Grande, Paraíba, Brasil
lucas.melo@ee.ufcg.edu.br nubia@dee.ufcg.edu.br karcius@dee.ufcg.edu.br

Rivanildo A. Soares Allan D. C. Silva


Graduando em Engenharia Elétrica Graduando em Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Campina Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG) Grande (UFCG)
Campina Grande, Paraíba, Brasil Campina Grande, Paraíba, Brasil
rivanildo.soares@ee.ufcg.edu.br allan.costa@ee.ufcg.edu.br

Abstract—A study on the influence of the insertion of Apesar do seu crescimento significativo, a GD tem
distributed generation in electric power distribution systems is enfrentado barreiras para sua adoção, como por exemplo, as
presented. This study included the programming of a possíveis consequências negativas resultantes da sua inserção
mathematical model corresponding to a photovoltaic solar panel, no sistema de distribuição de energia elétrica (SDEE), visto
with the irradiance and temperature curves as inputs. The
generated power values were applied to a generic generator
que os sistemas atuais não contemplam em seus projetos a
installed on a test system modeled on the OpenDSS software. GD. Portanto, a realização de estudos que visem avaliação dos
Finally, the voltage profile, power losses and the behavior of the impactos da presença da GD nos SDEE representa uma etapa
power generated by the substation of the electric power importante na busca pela qualidade da energia elétrica [2].
distribution system, under different load and photovoltaic
generation conditions, were evaluated. Além disso, no caso particular das fontes provenientes da
energia solar, denominadas de fontes fotovoltaicas, o processo
Keywords ̶ Distributed Generation, Photovoltaic Energy, de modelagem não é trivial, haja vista suas características
Voltage Profile, Electrical Loss, OpenDSS Software. aleatórias [3]. Esse fato alavancou os estudos voltados à GD,
atraindo de modo crescente a comunidade acadêmica, que
I. INTRODUÇÃO também conta com incentivos governamentais, os quais têm
O crescimento populacional continuado combinado com o como objetivo principal a preservação do ambiente e a
avanço tecnológico incessante vem tornando a humanidade exploração de fontes renováveis para a produção de energia
cada vez mais dependente da eletricidade, que se dá, em [4].
grande parte, pelos seus inúmeros benefícios tais como Diante desse cenário, a análise do estado da arte mostrou
conforto, qualidade de vida e progresso econômico, que diversos softwares vêm sendo desenvolvidos para o
proporcionados tanto para o indivíduo quanto para a estudo do comportamento do sistema elétrico nesse novo
coletividade. Como consequência, a demanda por energia tem formato, além de metodologias e outras ferramentas para
aumentado significativamente, que associada às exigências realização de estudos relacionados com esses temas [2], [5].
crescentes do consumidor por um produto de melhor Um dos softwares de maior destaque atualmente no Brasil é o
qualidade, ao esgotamento das fontes de energia Distribution System Simulator (OpenDSS), que foi escolhido
convencionais e aos problemas ambientais, exigem a busca em 2014 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL),
por fontes alternativas de energia [1]. como software de referência para realizar o cálculo das perdas
Nesse cenário, o aproveitamento da energia gerada pelo técnicas para o setor de Distribuição de Energia Elétrica [6].
Sol representa uma das alternativas energéticas mais Fazendo uso dos softwares Matlab® e OpenDSS, realizou-
promissoras no combate aos desafios de suprimentos se neste trabalho, um estudo sobre a influência da inserção da
energéticos do novo milênio. Em particular, quando instaladas geração distribuída fotovoltaica em um sistema-teste. O estudo
na forma de geradores distribuídos, os quais têm como função consistiu em avaliar os impactos da inserção da GD do tipo
principal, suprir energia elétrica às cargas localizadas fotovoltaica no perfil de tensão, nas perdas técnicas e no
próximas ao seu ponto de alocação. Essa nova arquitetura do comportamento da potência elétrica fornecida pela subestação
sistema elétrico é conhecida como Geração Distribuída (GD) e em um SDEE, sob diferentes condições de carga e de geração
configura-se como sendo muito vantajosa, pois pode resultar, fotovoltaica. Um dos objetivos do estudo foi avaliar o
por exemplo, no aumento da eficiência energética e na potencial do OpenDSS como ferramenta computacional para
redução das perdas. estudos de SDEE com a presença da GD.

Os autores gostariam de agradecer ao Conselho Nacional de Desenvolvimento


Científico e Tecnológico (CNPq) pelo suporte financeiro.
O trabalho foi dividido em seções, incluindo essa que estudos de fluxo de carga em SDEE de média e baixa
introdutória: na Seção II apresenta-se a metodologia adotada e tensão, sejam realizados contemplando o efeito do
na Seção III são apresentados e discutidos os resultados desequilíbrio de tensões [6]. Neste sentido, selecionou-se o
obtidos. O trabalho é finalizado com a apresentação das sistema 13 barras do IEEE [10], mostrado na Fig. 2, já
conclusões na Seção IV. modelado no OpenDSS e com o ponto de conexão do gerador
fotovoltaico.
II. MODELAGEM E METODOLOGIA Esse sistema é largamente conhecido na literatura técnica e
Tanto a metodologia quanto a modelagem dos principais utilizado por pesquisadores e acadêmicos de todo mundo. É
componentes usados basearam-se em critérios estabelecidos um SDEE de 4,16 kV radial, com tronco principal medindo
pelos órgãos reguladores, como o módulo 8 do PRODIST [7]. 1.5240 km (alimentador curto) e fortemente carregado. O
O diagrama apresentado na Fig. 1 sintetiza a metodologia sistema também possui banco de capacitores shunt,
utilizada, a qual foi programada nos softwares Matlab® e transformadores instalados nas linhas, cargas, linhas
OpenDSS, a qual será detalhada a seguir. monofásicas, bifásicas e trifásicas, sendo as cargas
desequilibradas e com diferentes modelos de conexão [10].

Fig. 2. Diagrama trifilar para o sistema IEEE 13 Barras.


Adaptado de [10]
Fig. 1. Metodologia adotada.
C. Modelo da Fonte Fotovoltaica
A. Software OpenDSS
Uma das formas de modelar uma fonte fotovoltaica é
O OpenDSS é uma ferramenta aplicável principalmente,
fazendo uso de circuitos elétricos equivalentes baseados nas
ao segmento de distribuição e tem como objetivo auxiliar os
equações que descrevem o comportamento e as características
especialistas nas etapas de planejamento, expansão e análise,
da célula fotovoltaica. Neste trabalho, adotou-se o modelo
disponibilizando modelos de simulação mais próximos
apresentado na Fig. 3, o qual é um dos mais utilizados no
possíveis dos reais. O OpenDSS é de uso gratuito e está
estado da arte.
disponível para download [6]. O software permite a
modelagem de alimentadores monofásicos, bifásicos e
trifásicos, equilibrados ou desbalanceados, fornecendo suporte
para análise em regime permanente, de faltas, de transitórios
eletromagnéticos, no domínio da frequência e de questões
mais atuais, a exemplo da inserção da GD e SmartGrid.
Além da realização de estudos de fluxo de potência Fig. 3. Modelo de uma célula fotovoltaica.
instantânea (Snapshot Power Flow), o OpenDSS apresenta Nesse modelo, a fonte de corrente representa a corrente na
outros modos de solução, que podem representar o célula fotovoltaica quando a radiação solar incide sobre sua
comportamento dos sistemas com relação às variações do superfície, o diodo representa o material semicondutor do qual
tempo, entre eles: fluxo de potência diário (Daily Power Flow) é feito a célula fotovoltaica, as resistências série e paralelo
e fluxo de potência anual (Yearly Power Flow) [8]-[9]. representam, respectivamente, as perdas por efeito Joule nos
contatos metálicos do módulo fotovoltaico e as perdas por
B. Sistema-Teste correntes parasitas que circulam no módulo [11]-[12].
Na escolha do sistema-teste para realização do estudo de O comportamento da corrente gerada e da corrente de
caso, levou-se em consideração a proposição da ANEEL de saída do módulo fotovoltaico são expressas, respectivamente,
conforme (1) e (2). Como se vê, a corrente gerada varia de
acordo com a irradiância e a temperatura de operação [11].
, (1)
1 . (2)
Sendo: corrente fotogerada (A); corrente de curto-circuito em teste
padrão (A); irradiância do módulo (W/m2); irradiância de referência (=
1000 W/m2); temperatura do módulo (K); temperatura de referência (=
278 K); coeficiente de temperatura para corrente de curto-circuito (A/K).
corrente de saída do módulo (A); corrente de fuga do diodo de difusão (A); Fig. 6. Curva de potência diária produzida pela fonte fotovoltaica.
resistência em série (Ω); resistência em paralelo (Ω); k constante de
Boltzmann (1,3805×10−23 J/K); q carga elementar do elétron (1,609×10−19 E. Conexão da Fonte Fotovoltaica
C); número de células em paralelo que constituem o módulo fotovoltaico;
V tensão de saída do módulo (V); fator de idealidade do diodo Para escolha da barra mais adequada para conectar uma
(adimensional), sendo ϵ [1,2]. fonte fotovoltaica de 500 kW no sistema-teste, aplicou-se a
técnica de busca exaustiva, haja vista sua pequena dimensão
D. Dados de Irradiação e Temperatura (13 barras), sendo a função objetivo definida visando
No estudo foram usados dados coletados pelo Laboratório minimização das perdas de potência do sistema. Esse estudo
de Eletrônica Industrial e Acionamentos de Maquinas da considerou o modelo de carga máxima e geração fotovoltaica
Universidade Federal de Campina Grande (LEIAM/UFCG) máxima. Deve-se atentar que para instalar a fonte fotovoltaica
(Fig. 4). Resumidamente, o sistema é composto por módulos em sistemas de maior porte, o método de busca exaustiva pode
fotovoltaicos, sensor pirômetro usado para medir a irradiação tornar-se inviável.
solar sobre os módulos e um datalogger, responsável por
armazenar todas as informações coletadas. Os dados Matematicamente, esse é um problema de otimização
utilizados nesse trabalho foram: hora da medição, temperatura combinatória típico, para os quais vários métodos de solução
do módulo, irradiância e potência máxima de saída. estão disponíveis, tais como: Artificial Bee Colony (ABC),
Colony Optimization Algorithm (ACO), Genetic Algorithm
(GA), Tabu Search (TS), Particle Swarm Optimization (PSO),
Median-Oriented Particle Swarm Optimization (MPSO),
Binary Particle Swarm Optimization (BPSO), etc.
Ao final, obtiveram-se os resultados apresentados na
Tabela I, na qual: i) o caso-base representa o sistema sem a
presença da GD; ii) todos os demais casos representam a
conexão da GD na barra indicada. Como se vê, a barra 675 foi
a que apresentou a maior redução das perdas totais do sistema
Fig. 4. Sistema de coleta de dados do LEIAM: (a) módulos fotovoltaicos e
sensor piranômetro; (b) sistema datalogger.
e, portanto, a barra escolhida para ser instalada a fonte
fotovoltaica.
As leituras foram efetuadas considerando intervalos de 15
segundos, durante um período de 24 horas, durante o mês de TABELA I. PERDAS TOTAIS ANTES E APÓS A INSERÇÃO DA GD EM CADA UMA
dezembro de 2014. De posse dos dados, computou-se a média DAS BARRAS.

das leituras de modo a obter intervalos de 15 minutos entre as Perdas (kW)


amostras. Desta forma, o período de 24 horas foi subdividido Caso Linha Transformador Totais %
em 96 intervalos, com os dados correspondendo a média
Base 106,5 5,6 112,1 3,24
aritmética das respectivas leituras nesses intervalos, o que
resultou na Fig. 5. Essa etapa de tratamento foi necessária, 650 106,5 6,9 113,4 3,28
devido a uma limitação do OpenDSS, que não conseguiu 645 98,2 6,3 104,5 3,02
processar os dados originais. Aplicando as curvas de 646 97,9 6,3 104,2 3,01
irradiância e temperatura como entradas do modelo de fonte 632 93,5 6,8 100,3 2,9
fotovoltaica, produziu-se a curva diária de potência mostrada 633 93 6,8 99,8 2,89
na Fig. 6. 634 106,3 5,5 111,8 3,23
671 83,5 6,9 90,4 2,61
692 83,4 6,9 90,3 2,61
675 81,6 6,9 88,5 2,56
684 91,8 6,4 98,2 2,84
611 106,5 5,6 112,1 3,24
652 106,5 5,6 112,1 3,24
680 84 6,9 90,9 2,63

Fig.5. Dados tratados: (a) temperatura x tempo; (b) irradiação x tempo.


III. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS distantes do alimentador, principalmente quando se
inseriu 100% de sua capacidade.
O próximo passo do estudo consistiu em avaliar de fato, o
impacto da presença da GD, considerando diferentes níveis de • Fase B: em ambos os casos (100% e 50%), a
geração fotovoltaica e de carregamento do sistema-teste, contribuição da GD foi insignificante.
conforme proposto por [1], o que resultou nos cenários • Fase C: a inserção da GD contribuiu para melhoria do
dispostos na Tabela II. perfil de tensão, especialmente nas barras mais
Vale salientar que em todos os cenários, o sistema-teste foi distantes do alimentador, principalmente quando se
suprido tanto pela subestação, quanto pelo sistema inseriu 100% de sua capacidade.
fotovoltaico, variando-se apenas os níveis de carregamento e
de potência elétrica fornecida pelo sistema fotovoltaico.

TABELA II. CENÁRIOS DE ESTUDO.

Geração Carregamento do
Cenário
fotovoltaica sistema
A 100% 100%
B 50% 100%
C 100% 50%
D 50% 50%

Os níveis de carregamento foram obtidos no OpenDSS por


meio da inserção de curvas de cargas. Basicamente, uma curva (a)
de carga referente a um dado carregamento é gerada a partir de
uma série de pontos, cujos valores serão multiplicados a cada
intervalo de tempo, pela carga associada à referida curva.
De modo semelhante, optou-se por dois níveis de geração
fotovoltaica, os quais indicam a porcentagem de irradiação
sobre o sistema fotovoltaico e por consequência, a potência
nominal entregue no barramento de conexão. Os cenários de
GSF em 50% e 100% significam que o gerador de 500kW
fornece 250kW e 500kW de potência respectivamente, e não
atendendo 50% e 100% da demanda do sistema-teste.

A. Influência no Perfil de Tensão (b)


O perfil de tensão por fase é apresentado na Fig. 7,
considerando carregamento do sistema de 50% do seu valor
nominal. Análise minuciosa dos resultados mostrou que:
• Fase A: a inserção da GD contribuiu para melhoria do
perfil de tensão, especialmente nas barras mais
distantes do alimentador, principalmente quando se
inseriu 100% de sua capacidade.
• Fase B: em ambos os casos (100% e 50%), a
contribuição da GD foi insignificante.
• Fase C: a inserção de 100% da capacidade da GD,
resultou na redução dos picos de tensão nos (c)
Fig. 7. Perfil de tensão (carregamento do sistema igual a 50%).
barramentos próximos ao alimentador. Em relação ao
perfil de tensão, a contribuição da GD foi insignificante
em ambos os casos. B. Influência nas Perdas Técnicas

Para o cenário de carregamento do sistema igual a 100%, o As perdas técnicas resultantes para todos os cenários são
perfil de tensão por fase é apresentado na Fig. 8. Análise apresentadas na Fig. 9. Análise minuciosa dos resultados
minuciosa dos resultados mostrou que: mostrou que:

• Fase A: a inserção da GD contribuiu para melhoria do • Os maiores valores para as perdas ocorreram nos
perfil de tensão, especialmente nas barras mais trechos de maior extensão: 650_632, 632_670,
670_671 e 692_695.
• O cenário de carregamento máximo do sistema e TABELA III. TIPOS DE CURVAS DE CARGA.
geração fotovoltaica máxima resultou nas menores Curvas de Carga
perdas.
Carga Curva de carga
• Dentre todos os cenários, o que resultou nas menores 634 Residencial
perdas foi o cenário C, onde a geração fotovoltaica é 645 Residencial
máxima e o carregamento do sistema é médio.
646 Residencial
• Em todos os cenários, observou-se redução 652 Residencial
significativa nas perdas técnicas, visto que a presença
671 Industrial
da GD reduziu o fluxo de corrente.
675 Residencial
692 Residencial
611 Residencial

O impacto provocado pela inserção da GD na potência


fornecida pela subestação é mostrado nas Figs. 11 e 12 e
analisado abaixo.
• Potência ativa: a inserção da GD provocou redução da
potência ativa fornecida pela subestação nos horários
onde existe irradiação, ou seja, parte da demanda está
sendo suprida pelo gerador solar fotovoltaico,
conforme esperado.
• Potência reativa: neste caso, o impacto da GD é
(a)
insignificante, visto que se considerou uma fonte com
fator de potência unitário.

(b)
(a)

(b)

(c)
Fig. 8. Perfil de tensão (carregamento do sistema igual a 100%).

C. Influência na Potência da Subestação


Essa análise considerou a variação temporal de potência
tanto nas cargas quanto na fonte fotovoltaica. Os tipos e as
curvas de demanda atribuídas a cada carga são apresentados
na Tabela III e Fig. 10, respectivamente.
(c)
Fig. 9. Perdas técnicas.
limites especificados. Por fim, os melhores resultados
ocorreram quando a geração fotovoltaica é máxima.
Em relação às perdas técnicas, verificou-se: i) redução
significativa das perdas para todos os cenários analisados,
principalmente nos trechos próximos à subestação; ii) menores
perdas quando o nível de penetração fotovoltaica foi máximo.
Em relação à potência suprida pela subestação, observou-
se redução da potência ativa fornecida por ela nos horários
(a) (b) onde existe irradiação, indicando que parte da demanda está
Fig. 10. Curvas de cargas diárias (a) industrial e (b) residencial.
sendo suprida pela fonte fotovoltaica.
Por fim, o estudo realizado corroborou alguns dos
benefícios provenientes do uso de fontes fotovoltaicas,
entretanto, deve se destacar que tais benefícios vão além da
geração de energia e atendimento da demanda em seu ponto
de instalação, como por exemplo, uso de uma energia limpa e
renovável, portanto, sustentável.

(a) (b)
Fig. 11. Potência ativa fornecida pela subestação (a) antes e (b) após a REFERÊNCIAS
inserção da GD.
[1] S. A. Oliveira. “Geração Distribuída Fotovoltaica: Avaliação dos
Impactos Técnicos e um Breve Estudo de Viabilidade Econômica”.
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Campina Grande.
2016.
[2] L. C. C. Imperial & M. T. Strauch. “Avaliação do Impacto Técnico-
Operacional da Integração de Sistemas Fotovoltaicos no Controle dos
Níveis de Tensão das Redes de Distribuição”, In: Conferencia Brasileira
sobre Qualidade de Energia Elétrica (CBQEE), Campina Grande, 2015.
[3] M. E. M. Souza. “Inserção de Microgeração Distribuída nas Redes de
Tensão: Implantação de Telhados Solares – Estudo de Caso Real,”
(a) (b) Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica), Universidade Federal
Fig. 12. Potência reativa fornecida pela subestação (a) antes e (b) após a de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, 2014.
inserção da GD.
[4] H. M. Ayres. “Desenvolvimento de metodologias de análise de
geradores distribuídos em sistemas de distribuição de energia elétrica”.
IV. CONCLUSÕES 2010. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas
Após o processo de simulação, verificou-se que o (UNICAMP). Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação.
software OpenDSS possui diversos aspectos positivos, tais [5] SHOENE, Jens. Integration issues and simulation challenges of high
enetration PV. EnerNex 2014.
como: i) capacidade de modelagem de diversos componentes
de um SDEE; ii) o usuário pode utilizar sistemas criados em [6] Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL),“Aprimoramento da
metodologia de cálculo de perdas na distribuição,” Nota Técnica n°
Python, Matlab, VBA, C# e C++ para controle do OpenDSS e 0057/2014, Brasília, Brasil, 11 jun. 2014.
assim, automatizar as simulações; iii) facilidade para obtenção [7] Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico
dos resultados de simulação, tais como tensão, corrente e Nacional (PRODIST) – Módulo 8 – Qualidade da Energia Elétrica,
perdas nos barramentos do sistema; iv) é gratuito. O aspecto versão 9, 2018.
negativo observado foi a interface gráfica do software, visto
[8] P. R. R. Freitas. “Modelos avançados de análise de redes elétricas
que a etapa de inserção dos elementos na forma de linhas de inteligentes utilizando o software OpenDSS”. Trabalho de Conclusão de
código resulta em uma tarefa árdua e trabalhosa, Curso, Universidade de São Paulo (USP), 2015.
principalmente para sistemas de grande porte. Entretanto, isso [9] J. A. Paludo, “Avaliação dos impactos de elevados níveis de penetração
pode ser contornado, uma vez que o software permite conexão da geração fotovoltaica no desempenho de sistemas de distribuição de
com outros softwares. energia elétrica em regime permanente,” Dissertação de Mestrado,
Universidade de São Paulo, 2014.
Um estudo de caso visando análise dos impactos da
presença de uma fonte fotovoltaica em um sistema-teste foi [10] IEEE, “Recommended Practices and Requirements for Harmonic
Control in Electrical Power Systems”, IEEE Standard 519-1992, 1993.
realizado. Os resultados obtidos corroboraram a literatura,
resultando em elevação nos níveis de tensão em todos os [11] L. D. V. B. Machado Neto, “Caracterização de geradores fotovoltaicos e
cenários de estudo, independentemente do nível de geração desenvolvimento de seguidor de potência máxima para sistemas
autônomos aplicados à eletrificação rural”. Universidade Federal de
fotovoltaica. Observou-se que: i) quando o nível de penetração Viçosa. Viçosa. 2006.
dos geradores é mínimo, as elevações nos níveis de tensão
também são mínimas; ii) quando os níveis de penetração são [12] A. N. Celik; N. Acikgoz, “Modelling and experimental verification of
the operating current of mono-crystalline photovoltaic modules using
médios ou mínimos, as tensões se mantêm-se dentro dos four-and five-parameter models”. Applied energy, v. 84.1, p. 1-15, 2007.

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