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1078 IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 12, NO.

6, SEPTEMBER 2014

Microgrid Systems: Main Incentive Policies and


Dynamic Performance Evaluation for their
Integration to the Network
T. E. D. C. Huayllas, D. S. Ramos, Senior Member, IEEE and R. L. V. Arnez

Abstract— The objective of this article is to present a continuar alimentando suas próprias cargas. Porém, este não é
comparative evaluation and analysis related to the possible um procedimento simples levando em conta os procedimentos
application of the main incentive policies, particularly net e protocolos operacionais a serem estritamente seguidos antes
metering and feed-in tariffs, into microgrid systems. This is done de sua interconexão. Outra característica das MRs é que
in order to promote their implementation, expansion and havendo um acordo com a concessionária de distribuição,
consequent integration to medium and low voltage systems. To poderiam fornecer sua geração excedente, por exemplo,
complement the study carried out, it was deemed essential durante períodos de pico da rede ou quando a carga dentro da
including the response of the simulations related to the MR é reduzida.
performance of a microgrid during its islanding (pre-planned
De forma similar à rede de distribuição, uma MR pode
and unintentional) process from the network. Today, the
expectation about the performance of microgrid systems is high, também estar composta de um sistema de geração, um sistema
especially if it is considered that its nearest ally, the smart grid de distribuição e cargas (críticas ou não) a serem atendidas
technology, is having a rapid development. From the simulations (Fig. 1). Nas referências [2], [3] e [4] podem ser encontradas
conducted to assess the microgrid dynamic response, it became informações referentes à operação e experiência prática
clear that microgrid systems may face some difficulties including adquirida com algumas MRs.
unsuccessful attempts during the islanding process from the
network.

Keywords— Feed-in tariff, Forced Islanding, Incentive


policies, Microgrids, Net metering, Pre-planned Islanding. GD : Geração Distribuída
BT : Baixa Tensão
MT : Média tensão
I. INTRODUÇÃO DA : Dispositivo deArmazenamento

A PÓS a ocorrência das interrupções no fornecimento de


energia de grande escala ocorridos em vários países,
incluindo o Brasil, houve uma busca por alternativas que
ofereçam maior confiabilidade no fornecimento de energia
elétrica, ou pelo menos, alternativas que ajudem a minimizar
seu impacto. Uma lista cronológica destas interrupções de
grande escala (blecautes) pode ser encontrada em [1].
O estabelecimento de sistemas baseados em micro-redes
elétricas aparece como uma alternativa que poderia ser
utilizada para mitigar em parte esse inconveniente, na medida
Figura 1. Esquema geral de uma MR elétrica.
em que não apenas cargas críticas, mas também grande parte
das atividades antes mencionadas, poderiam ser preservadas
Entre as principais fontes de geração em MRs estão:
durante períodos de contingência. Do ponto de vista dos entes
geradores diesel, painéis solares, geração eólica, pequenas
encarregados pelo suprimento da crescente demanda de
centrais hidrelétricas (PCHs), micro-turbinas e células
energia, as micro-redes (MRs) são também tidas como um
combustível, entre outros. Não obstante, existem MRs
relevante aliado, pelo fato de que, no futuro, considera-se que
baseadas especificamente no uso de fontes de geração limpa.
o usuário final tornar-se-á, pelo menos parcialmente, um
Considerando apenas fontes de geração que não contribuam
gerador de energia.
com a emissão de gases poluentes, é comum a concessão de
Uma das principais características de uma micro-rede se
benefícios aos empreendedores, a partir de uma série de
traduz em sua capacidade de se separar da rede principal
políticas de incentivo, a fim de promover o desenvolvimento
(sistema tronco) durante períodos de interrupção, para
de geração ecologicamente correta. Assim, um dos objetivos
deste artigo é apresentar uma avaliação e análise comparativa
T. E. D. C. Huayllas, Depto. de Engenharia de Energia e Automação referente à aplicação das principais políticas de incentivo em
Elétrica, Universidade de São Paulo, tesoro@pea.usp.br MRs, principalmente as tarifas feed-in e net metering.
D. S. Ramos é Professor Associado no Depto.de Engenharia de Energia e
Automação Elétrica, Universidade de São Paulo, dorelram@usp.br
Outro aspecto essencial no estudo das MRs refere-se a seu
R. L. V. Arnez, Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da comportamento e resposta durante o processo de ilhamento,
Engenharia, São Paulo (SP), rarnez@fdte.org.br
ELENA DEL CARPIO HUAYLLAS et al.: MICROGRID 1079

pré-planejado e forçado, por exemplo, durante faltas na rede partir de uma fonte de energia renovável. Estes certificados
CA. Assim, estão inclusas no artigo as respostas das podem ser comercializados ou trocados no mercado elétrico
simulações relacionadas ao comportamento da MR em regime [11]. Existem mercados para a comercialização de CERs já
transitório, após ser submetida a um distúrbio em sua condição que as empresas de fornecimento de energia são obrigadas a
normal de funcionamento. Hoje em dia, a expectativa sobre o resgatar estes certificados de forma similar ao mercado de RPs
desempenho das MRs é positiva e bastante exigente, descrito em II (B).
principalmente levando em conta que seu aliado mais
D. Net Metering
próximo, a tecnologia smart grid, está tendo um
desenvolvimento rápido. Consiste na medição do fluxo de energia em uma unidade
Considerando os aspectos anteriormente descritos, o consumidora, dotada de pequena geração, através de
presente artigo vem estruturado em mais quatro seções além medidores bi-direcionais. Dessa forma, registra-se o valor
desta seção introdutória. Na Seção II estão contidos os líquido da energia (net metering) no ponto de conexão. Ou
principais mecanismos de incentivo destinados a promover o seja, se a energia gerada for maior que a carga, o consumidor
estabelecimento de MRs. Na Seção III está sendo apresentada recebe um crédito ou um desconto em energia na próxima
uma análise comparativa entre os dois tipos de incentivo mais fatura. Caso contrário, o consumidor pagará apenas a
adotados nos países que fomentam a inserção das MRs. As diferença entre a energia consumida e a gerada.
respostas das simulação de uma MR específica durante sua Os mecanismos de incentivo acima apresentados vem sendo
transição ao modo de operação ilhada, estão contidas na Seção aplicados em vários países [5], [6]. A título de exemplo, de
IV. Finalmente, as principais conclusões do artigo estão 127 países escolhidos (desenvolvidos e emergentes) a tarifa
apresentadas na Seção V. feed-in está sendo aplicada em 68 países; entre eles:
Alemanha, Reino Unido, Japão, China, Argentina, Indonésia e
II. MECANISMOS DE INCENTIVO DISPONÍVEIS PARA PROMOVER alguns países do leste Africano. A tarifa net metering está
A INSERÇÃO DE MICRO-REDES NO SISTEMA sendo aplicada em 31 países; entre eles: vários estados nos
EUA, Coréia do Sul, Portugal, Singapura, Brasil, Chile e
As tarifas provenientes de fontes de geração limpa estão se México. Outros 20 países, entre eles a França, Noruega, Japão,
tornando competitivas em relação às tarifas pertencentes a Rússia e Índia, adotaram os CERs como políticas de incentivo.
fontes não renováveis. A razão para as tarifas associadas a Os RPS foram adotados em 19 países; entre eles: Itália, Japão,
fontes alternativas estarem claramente se reduzindo, decorre Portugal. Ressalta-se que em vários países, como no caso dos
da queda no custo dos equipamentos de geração EUA, foram adotados mais de um mecanismo de incentivo,
(aerogeradores, painéis solares, etc) comparado ao custo ponderando questões de política energética vigentes nestes
praticado, por exemplo, há uma década atrás. Apesar desse estados, províncias ou regiões.
ganho de competitividade, na maioria dos países ainda estão
sendo aplicadas políticas para incentivar a geração de energia
III. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS TARIFAS FEED-IN E NET
a partir de fontes renováveis. Entre os mecanismos de METERING E SUA APLICAÇÃO EM MICRO-REDES
incentivo adotados para promover o uso e estabelecimento de
MRs destacam-se a tarifa Feed-in, Política de Quota Devido ao fato inquestionável de que as tarifas feed-in e net
(Renewable Portfolio Standard-RPS), Certificados de Energia metering encontram-se entre os mecanismos de incentivos
Renovável (CERs), e a tarifa Net metering [5]. mais utilizados em MRs, apresenta-se a seguir uma análise
comparativa entre estas duas tarifas [12], [13], [14]. Uma das
A. Tarifa Feed In razões pelas quais as tarifas feed-in e net metering são mais
Refere-se ao preço que as concessionárias devem pagar aos empregadas é que nestas o retorno (financeiro ou em energia)
produtores de energia com fontes de geração limpa para cada pelo uso de fontes de geração limpa ocorre já no curto prazo (a
kWh produzido. Oferece três principais benefícios: (a) um cada mês). No caso dos certificados de energia emitidos,
pagamento pela energia produzida, mesmo que fosse utilizada existe naturalmente um prazo para efetivação da colocação
pelo próprio produtor, (b) um pagamento adicional (bônus) dos créditos de energia limpa, tornando assim flexível a
pela energia exportada à rede e, (c) uma redução na conta efetivação dos ganhos financeiros.
padrão do produtor de energia, por ter usado sua própria Outro aspecto, desta vez em favor da tarifa net metering, é
energia gerada [6], [7], [8]. Esta tarifa é tida como a forma que o cliente proprietário da geração é comumente retribuído
mais efetiva para promover o estabelecimento de MRs considerando o preço da energia aplicado ao consumidor final
baseados em fontes de energia renováveis [9]. ao invés dos preços de compra estabelecidos pela
concessionária, como no caso da tarifa feed-in (para cada uma
B. Política de Quota (Renewable Portfolio Standard - RPS)
das componentes desta tarifa). Ademais disso, o sistema de net
Estabelece que um percentual mínimo de toda a energia metering é uma alternativa que pode dispensar de dispositivos
comprada pelas concessionárias de energia provenha de fontes de armazenamento de energia, isto reduz custos de
renováveis. As empresas que cumprirem tais metas recebem investimento e manutenção e, portanto, fazendo deste mais
certificados que podem ser vendidos para aquelas que não atrativo.
obtiverem êxito em tal objetivo [10]. Por outro lado, a tarifa feed-in tem a característica da
C. Certificados de Energia Renovável (CERs) compensação pela injeção de energia ao sistema ser
econômica, sendo isto um fator de atratividade especialmente
Nesta forma de incentivo emitem-se certificados no caso de pequenos produtores de energia.
negociáveis como prova de que 1MWh de energia foi gerada a
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A tarifa net metering é, a princípio, a mais fácil de ser


implementada. Isto porque, apenas um medidor pode ser
usado para medir a energia liquida entre a rede e a micro-rede.
Porém, segundo [15], nem toda MR poderia ser beneficiada
por este tipo de tarifa, já que sua concepção visualizou apenas
o caso de clientes individuais e não MRs que envolvam vários
clientes. Assim é provável que MRs com inserção de fontes
não renováveis e híbridas, ou com vários donos, sejam
rejeitadas caso forem se candidatar na procura destes
benefícios.
No entanto, feitas as adaptações específicas às atuais
regulamentações e exigências, este tipo de tarifa, e
possivelmente os outros esquemas tarifários, poderiam ser
aplicadas em MRs em geral. Uma forma de conseguir isto
seria considerando o PCC (Point of Common Coupling) da Figura 2. Micro-rede híbrida (fontes de geração limpa e convencional).
MR como o ponto de ligação no qual está conectado um
cliente único (equivalente), independente do número de
clientes que participam ou entidades ligadas ao PCC (Fig. 2).
Qualquer discrepância existente dentro deste cliente
equivalente deverá ser resolvida internamente.
A aplicação das tarifas feed-in e net metering poderia, neste
caso, focar diretamente MRs cuja potência instalada seja
menor ou igual a 5 MW e sua geração esteja baseada
estritamente em fontes de energia renovável.
Uma MR que inclua geradores que não sejam acionados por
fontes renováveis (por exemplo, diesel, gás, de ciclo
combinado, etc.), como a mostrada na Fig. 2, não poderá ser
beneficiada com estas tarifas (feed-in e net metering)
precisando de uma adaptação na legislação caso forem
escolhidas como as formas de tarifação.
Como exemplo, supondo que a MR mostrada na Fig. 3
esteja administrada por uma cooperativa, algumas obrigações
poderão surgir:
- O Gerador A, cuja energia provém de fontes renováveis
poderia estabelecer um contrato direto com a concessionária Figura 3. Micro-rede híbrida administrada por uma cooperativa.
desde que as “instalações de distribuição” pertençam à
concessionária ou ao Gerador A. Neste caso, ele receberá Uma delas é a "micro-geração", cuja capacidade instalada
todos os benefícios estipulados na política de incentivo deverá ser menor ou igual a 100 kW, e a chamada "mini-
(tarifa) que seja adotada (tarifa feed-in, net metering, RPS geração" cujas capacidades estão na faixa acima de 100 kW e
ou CERs). menor ou igual a 1 MW. O esquema net metering foi adotado
- Caso as instalações (linhas e transformadores) de como a forma de compensação de energia nestas duas últimas
distribuição pertençam à cooperativa, o Gerador A terá que categorias, desde que a energia gerada provenha de fontes
cumprir com as cláusulas estabelecidas por esta como a solar, hidroelétrica, eólica e biomassa, incluindo a co-
(cooperativa), por exemplo, no referente à locação das geração. No entanto, ainda existem algumas questões técnicas
instalações. Neste caso, qualquer renda que a MR receba e de regulamentação, como a interconexão e coordenação da
será administrada pela cooperativa. proteção com a concessionária, a serem definidos. Devem
- Se a MR estiver localizada em uma área remota, o que também ser definidos os procedimentos e regulamentação
implica dizer que deve estar operando no modo ilhado, o referentes à contribuição da mini e micro-geração à rede.
Gerador A terá que obedecer às normas estabelecidas pela
No entanto, prevê-se que no médio prazo, o impacto das
cooperativa, (isto quando as instalações pertençam à
MR sobre o setor elétrico será significativo.
cooperativa). Por outro lado, a MR pode receber
Em suma, cada um destes mecanismos de incentivo poderá
remuneração da concessionária por complementar o
ser mais vantajoso que outro (vide as referências citadas na
fornecimento de energia às cargas críticas normalmente
Seção II) em função das políticas energéticas e
alimentadas pela concessionária (operação durante o
regulamentação de cada país.
ilhamento forçado).
Para que os incentivos regulatórios dirigidos à
- No caso do Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica
implementação de MRs possam se tornar eficazes e realmente
(ANEEL) lançou recentemente uma norma (ANEEL
atrair investimentos canalizados para essa opção de
482/2012) estabelecendo que a geração distribuída tenha
configuração, capturando ainda o potencial de
além da "pequena geração", com capacidades entre 1 MW e
desenvolvimento de fontes renováveis associado, afigura-se
5 MW, mais duas categorias [16].
imprescindível que o desempenho dinâmico de uma MR esteja
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compatível ao sistema convencional. Nesta perspectiva, na que operam na atualidade está baseada no uso de geradores
seção seguinte apresentam-se os resultados das simulações assíncronos, isto devido às propriedades técnicas inerentes a
relacionadas com a transição da MR do modo conectado com este tipo de gerador (operação com velocidades diferentes da
a rede tronco para o modo ilhado, com o suporte do programa velocidade síncrona). Para a análise do desempenho dinâmico
Matlab/Simulink [17]. A apresentação destes resultados é da MR foram avaliados 4 cenários, descritos a seguir:
considerada importante, na medida em que é essencial mostrar
A. Operação da MR no Modo Normal ou Conectada com a
de forma prática e inquestionável as vantagens e dificuldades
Rede (Transitórios de Configuração da MR)
encontradas pela MR.
O objetivo principal deste caso é mostrar que o gerador
IV. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DINÂMICO DA MICRO-REDE diesel pode ser utilizado para suportar a tensão na barra 2
– TRANSIÇÃO AO MODO ILHADO (PCC) através do fornecimento de potência reativa, desta
A operação da MR no modo ilhado está ligada a falhas no forma controlando a tensão nesta barra e nas barras nas quais
sistema CA ou devido a questões pré-estabelecidas como a estão conectadas as Cargas 1 e 3. A MR foi implementada
manutenção do sistema, custos de energia, etc. Esta transição considerando os blocos e modelos disponíveis no programa
deve ser feita mantendo os níveis adequados de freqüência e utilizado [17]. Em t = 2s, o disjuntor DJ-2 é fechado
tensão em todas as cargas [18]. Na falta de energia os conectando o motor assíncrono (ASSM) equivalente. Como
geradores da MR deverão alimentar a carga ilhada após a DJ-1 está normalmente fechado, boa parte da energia que o
abertura do disjuntor no PCC. motor ASSM necessita é obtida da rede principal. Conforme
A MR elétrica a ser analisada está conectada à rede da esperado, o gerador diesel fornece pouca potência,
concessionária através de um disjuntor (DJ-1) e de um aproximadamente 0,025 pu (Fig. 5a). Este valor equivale a
transformador de 6 MVA (13,8/2,4 kV), conforme mostrado PGD= 0,025*2,5= 62,5kW (sendo 2,5 o MVABASE). A tensão
na Fig. 4. nos terminais do gerador cai para aproximadamente 0,89 pu

1
Z1 Rede CA
13,8 kV

13,8 / 2,4 kV
DJ - 1 6 MVA
Micro-rede

2
DJ - 3

2,4 / 0,48kV
Z2 Z3 300 kVA

DJ - 2

Gerador Carga 1 Carga 2 Resistor Carga 3 Gerador


diesel (1 MW) (motor externo (50 kW) eólico
(síncrono) assíncrono) (dummy load) (assíncrono)
2,5 MVA 1350 Hp 0 - 440 kW 250 kVA

Figura 4. Micro-rede elétrica utilizada nas simulações.

As fontes de geração consideradas são: i) um grupo motor / (Fig. 5b); nesse instante o gerador diesel fornece potência
gerador diesel (gerador síncrono), cujos valores nominais são: reativa que, junto com a contribuição da rede principal, fazem
2,5 MVA e 4,2 kV, com responsabilidade de back-up durante que a tensão terminal na barra 2 volte a seu valor normal (1,0
contingências, suprindo as cargas críticas normalmente pu). Na Fig. 5(c) mostra-se variação da freqüência do gerador
alimentadas pela rede. Nota-se que a potência do gerador diesel.
considerado é relativamente grande, possibilitando alimentar Em t = 4 s, o sub-sistema do gerador eólico, que já estava
blocos de carga importantes. Porém, não há problema em previamente em operação é conectado através do disjuntor DJ-
considerar no modelo um gerador de menor capacidade, ii) um 3. Na Fig. 6(a) mostra-se o efeito desta conexão sobre a
gerador eólico assíncrono (250 kVA, 480 V) conectado à barra potência do gerador eólico.
2 (PCC) através de um transformador de distribuição (300 Observa-se que durante todo o intervalo de simulação (Fig.
kVA; 2,4/0,48 kV) que alimenta uma carga (com potência 6b) o aerogerador gera 50 kW para suprir a sua demanda local.
constante) de 50 kW. O gerador eólico (assíncrono) foi também substituído por um
Normalmente, ambos os geradores estão conectados entre si gerador de indução duplamente alimentado (DFIG – Doubly
através do disjuntor DJ-3, embora eles podem também Fed Induction Generator). A sua resposta mostrou um
alimentar sua própria carga de forma separada. Em relação ao desempenho similar ao do gerador síncrono utilizado.
gerador eólico considerado, grande parte dos aerogeradores
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0.2 restabelece a seu valor nominal (1,0 pu). O comportamento da


0.15 freqüência do gerador eólico é mostrada na Fig. 7(d). Nota-se
Pmec (pu)

0.1
que o ilhamento da rede CA faz que a mesma sofra uma queda
0.05
momentânea até 58 Hz, restabelecendo-se em cerca de 2,5 s.
0
0 1 2 3 4 5 6
(a)

Pmec (pu)
1.1
(pu)(pu)
voltage

1
Tensão

0.9
Term.

0.8 (a)
0 1 2 3 4 5 6
(b)

Tensão (pu)
60.05
Freq (Hz)

60

59.95

59.9 (b)
0 1 2 3 4 5 6
time (s)
Tempo (s)
(c)

Veloc (pu)
Figura 5. (a) Potência do gerador diesel, (b) Tensão na barra 2, (c) Freqüência
do gerador diesel.

500
(c)
P Wind Turb. (kW)
P eólica (kW)

0
Freq (Hz)

-500
0 1 2 3 4 5 6

(a)
100 tempo (s)
P_carga (kW)
P Main Load (kW)

80
(d)
60 Figura 7. Ilhamento pré-planejado: (a) Potência do gerador diesel, (b) Tensão
40 na barra 2, (c) Velocidade do gerador, (f) Freqüência do gerador eólico.
20

0
0 1 2 3 4 5 6 C. Modo de Ilhamento Forçado ou Não-intencional (DJ-
tempo (s)
(b)
2 e DJ-3 fechados, DJ-1 a ser aberto)
Figura 6. Potências: (a) do gerador eólico, (b) da carga no gerador eólico. O modo de ilhamento forçado pode ocorrer devido à
presença de faltas no sistema ou devido a outras condições de
B. Modo de Ilhamento Pre-planejado ou Intencional (DJ-2 e chaveamento na rede. Antes de passar ao modo ilhado a MR
DJ-3 fechados, DJ-1 a ser aberto) pode estar fornecendo energia à concessionária. Durante este
tipo de ilhamento a MR pode acabar em duas condições
Geralmente, este processo de ilhamento impõe transitórios operativas: i) que o ilhamento seja bem sucedido, mantendo
com pouco efeito sobre a MR. Porém, ainda assim, a MR todas as cargas da MR e, ii) que para ter sucesso no ilhamento
poderia enfrentar desbalanços entre a geração e a carga, sendo seja necessário desligar parte da carga atendida.
necessária a execução de recursos como o alívio de carga. Pode-se ter mais um caso no qual ocorre o colapso da MR,
Dentro do contexto deste artigo o ilhamento pré-planejado da por exemplo, devido à conexão de carga superior à capacidade
MR ocorre em t=1 s. Entre as razões para a aplicação deste dos geradores e mantida por um determinado período.
modo de operação podem estar: questões do custo da energia,
manutenção do sistema, etc. i) Ilhamento Bem Sucedido
Nota-se que antes da abertura do DJ-1 as cargas da MR são Inicialmente, todos os disjuntores (DJ-1, DJ-2 e DJ-3)
alimentadas pela rede CA, daí que a potência que alimenta encontram-se fechados. Em t = 1 s, ocorre uma falta (curto-
estas cargas por parte dos geradores na MR é muito pequena circuito trifásico) próxima à barra 1 (Fig. 4). Em t = 1,1 s o
(Fig. 7a). Após a abertura de DJ-1, os geradores da MR disjuntor DJ-1 é aberto. Quase que imediatamente ambos os
assumem a carga. A potência do gerador diesel aumenta até geradores síncrono e assíncrono assumem as cargas da MR.
cerca de 0,8 pu (≈2 MVA) de sua potência nominal. A tensão Na Fig. 8(a) mostra-se a transição no carregamento do
na barra 2 é levemente afetada atingindo um valor, em regime, gerador diesel a partir da condição quase zero de potência. Na
de aproximadamente 0.998 pu (Fig. 7b). A velocidade do Fig. 8(b) mostra-se a queda da tensão na barra 2 (até
motor diesel (Fig. 7c), que também reflete o comportamento aproximadamente 0,2 pu); voltando a seu valor nominal em
da freqüência, cai até cerca de (0.97 pu), porém uma rápida aproximadamente 0,5 s. A recuperação da freqüência do
ação do regulador de velocidade, prevista no modelo, o
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gerador diesel (em t = 2,5 s) é mostrada na Fig. 8(c). Nas Figs. remoção da falta esta tensão sobe para aproximadamente 0,5
8(d) e 8(e) mostram-se as respostas da potência do gerador pu, após o qual apresenta uma recuperação gradativa e lenta.
eólico e sua freqüência após ter sido removida a falta. Já a freqüência do gerador diesel (síncrono) mostra uma
Particularmente, a potência deste gerador no instante de recuperação relativamente rápida (Fig. 9c). Nas Figs. 9(d) e
aplicação da falta atinge transitoriamente valores elevados. 9(e) mostram-se a potência e freqüência do gerador eólico.
Apesar disso, o sistema consegue voltar a sua condição de pré- Ambas as grandezas mostram uma boa recuperação apesar das
falta. oscilações no período até 3s.
1
Pmec (pu)
Na MR apresentada na Fig. 4 foi também aplicada uma falta
(curto-circuito) fase-terra no mesmo ponto da falta trifásica.
P mec (pu)

0.5
Observou-se que a MR é capaz de suportar períodos mais
longos (até 200 ms) antes desta ser eliminada, sem perda de
0
estabilidade.
0 1 2 3 4 5 6 0.8
(a)
Vt (pu) 0.6

P mec (pu)
Term. voltage (pu)

1.5
0.4
Tensão (pu)

1
0.2
0.5
0
0 1 2 3 4 5 6
0
0 1 2 3 4 5 6
(a)
1.5
(b)

voltage (pu)
61

Tensão (pu)
1
Freq. (Hz)

60
0.5

Term.
59
0
58 0 1 2 3 4 5 6
0 1 2 3 4 5 6
(b)
(c) 60.5
400
(kW)

60
turb.(kW)

Freq. (Hz)

200
59.5
eólica

0 59
PPwind

58.5
-200 0 1 2 3 4 5 6
0 1 2 3 4 5 6
(c)( )
(d)
61
P wind turb. (kW)
P_eólica (kW)

100
60
Freq. (Hz)

59 0

58 -100

57 0 1 2 3 4 5 6
0 1 2 3 4 5 6
time (s)
tempo (s) (d)
61
(e)
Figura 8. Ilhamento forçado bem sucedido: (a) Potência do gerador diesel, (b)
Freq. (Hz)

60
Tensão na barra 2, (c) Frequencia do gerador diesel, (d) Potência do gerador
eólico, (e) Frequência do gerador eólico 59

58
ii) Sucesso no Ilhamento devido à Saída do Motor Assíncrono 0 1 2 3 4 5 6

(Carga 2) tempo (s)


(e)
A inclusão deste exemplo é para mostrar que o tempo de Figura 9. Ilhamento forçado (com sucesso) graças a desconexão da carga 2:
eliminação da falta pode ser crítico para manter a MR em (a) Potência do gerador diesel, (b) Tensão na barra 2, (c) Frequência do
operação. Após ser aplicada a falta trifásica, a abertura do gerador diesel, (d) Potência do gerador diesel, (e) Frequência do gerador
eólico.
disjuntor DJ-1 será realizada quando t = 1,2 s (100 ms a mais
do que o caso anterior). Este atraso na eliminação da falta D. Colapso da MR devido a Sobrecarga (DJ-2 e DJ-3
impõe um impacto negativo nos geradores. Na Fig. 9(a) fechados, DJ-1 a ser aberto).
mostra-se que, com a saída do motor ASSM (Carga 2) o
A condição de colapso da MR pode ser resultado, por
gerador diesel entrega apenas a potência demandada pela
exemplo, da conexão acidental de cargas maiores do que os
carga (passiva) de 1 MW (equivalente a aproximadamente
geradores podem suportar após o ilhamento.
1MW/2,5 MVA ≅ 0,4 pu).
Nos resultados apresentados na Fig. 10, o disjuntor DJ-1 é
O efeito do atraso na eliminação da falta pode também ser
aberto em t = 1 s, e de forma instantânea ambos os geradores
observado na tensão da barra 2 (Fig. 9b). No momento da
1084 IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 12, NO. 6, SEPTEMBER 2014

assumem com sucesso a carga da MR. No entanto, em t = 3 s Quanto ao desempenho dinâmico da MR, durante a
uma carga equivalente bem maior igual a 4 MW é conectada transição do modo conectado com a rede ao modo ilhado, foi
na barra 2 (PCC). Na realidade, foram duplicados os valores possível constatar que esta pode enfrentar dificuldades, até
existentes da Carga 1 (2x1MW) e Carga 2 (2x 1350Hp). mesmo tentativas sem sucesso, para atingir este objetivo. A
Nos primeiros instantes o gerador diesel tenta assumir esta duração da falta, o tipo e tamanho da carga conectada
demanda colapsando logo na sua tentativa (Fig. 10a). Na Fig. encontram-se entre os fatores de maior impacto para que a MR
10(b) mostra-se o colapso da tensão na barra 2 após a volte à condição de pré-falta.
sobrecarga. O impacto desta excessiva sobrecarga pode A MR considerada mostrou uma boa recuperação diante de
também ser observado no caso da freqüência de gerador diesel faltas na rede. O caso do ilhamento intencional bem sucedido
(Fig. 10c). mostrou também a viabilidade da MR em situações que assim
Observou-se que o gerador eólico, com capacidade bem sejam necessárias.
menor ao do diesel, acaba também colapsando.
Em casos como este, não haverá controle de potência e REFERÊNCIAS
frequência eficaz que possa ser utilizado para manter a MR [1] M. Bruch, et al. “Power Blackout Risks”, CRO Forum, Nov. 2011. pp.
operando. Contudo, uma forma de lidar com este problema 1-32. Disponívelem:https://www.allianz.com/media/responsibility/docu
seria a utilização de um sistema automático de alívio de carga ments/position_paper_power_blackout_risks.pdf
(load shedding). Este é um aspecto que foi abordado pelos [2] R. H. Lasseter, P. Piagi, “Microgrid: A Conceptual Solution,” in Proc.
2004 IEEE 35th Annual Power Electronics Specialists Conference
autores em [19], [20]. (PESC’04), Aachen, Germany, 20-25 June 2004.
1.5 [3] R. John Millar, S. Kazemi, M. Lehtonen, E. Saarijärvi, “Impact of MV
Connected Microgrids on MV Distribution Planning”, IEEE
P mec. (pu)

1 Transactions on Smart Grid, Vol. 3, No. 4, Dec. 2012.


[4] C. Marnay, N. Zhou, M. Qu, J. Romankiewicz, “International Microgrid
0.5 Assessment: Governance, Incentives, and Experience (IMAGINE)”,
Lawrence Berkeley National Laboratory, Jun. 2012.
0
0 1 2 3 4 5 6
[5] Ren 21, Renewables 2013 - Global Status Report. Disponível
(a) em:http://www.ren21.net/REN21Activities/GlobalStatusReport.aspx
1.2
[6] T. E. Del Carpio-Huayllas, D. S. Ramos, R.L. Vasquez-Arnez, “Feed-in
and Net Metering Tariffs: An Assessment for their Application on
Term. Voltage (pu)

1
Microgrid Systems”. In: Sixth IEEE/PES T&D Latin America
Tensão (pu)

0.8 Conference and Exposition, Montevideo, 3-5 Sep. 2012


0.6 [7] Feed-in Tariffs Ltd., “The Information Site for the New Guaranteed
0.4 Payments for Renewable Electricity in the UK.”
Disponívelem:http://www.fitariffs.co.uk/
0.2
0 1 2 3 4 5 6 [8] P. Gipe, Model Advanced Renewable Tariff Policy - Designing Model
(b) Policy for a System of Feed-in Tariffs. Disponível em:
80 http://www.windworks.org/FeedLaws/USA/Model/ModelAdvancedRen
ewableTariffLegislation.html.
60
[9] T. Couture, Y. Gagnon, “An analysis of feed-in tariff remuneration
Freq. (Hz)

40 models: Implications for renewable energy investment”. Trans. on


Energy Policy, Elsevier, Vol. 38, No. 2, Feb. 2010. pp. 955–965.
20
[10] J. Yang,J. Zheng, L. Wei, S. Zhu, “The Experience and Revelation from
0 Renewable Portfolio Standard in Texas for China.” In: Int. Conf.
0 1 2 3 4 5 6 Electrical and Control Engineering (ICECE), Yichan, 16-18 Sep. 2011.
time (s)
Tempo (s) [11] EPA United States Environmental Protection Agency, “Renewable
(c) Energy Certificates (RECs).” Disponível em: http://www.epa.gov/green
Figura 10. Colapso da MR devido à escessiva caga conectada: (a) Potência do power/gpmarket/rec.htm.
gerador diesel, (b) Tensão na barra 2, (c) Frequência do gerador diesel. [12] Deutsche Gesellschaftfür Internationale Zusammenarbeit (GIZ), “Grid
Connection of Solar PV Technical and Economical Assessment of Net-
V. CONCLUSÕES Metering in Kenya”. Disponível: http://www.africansolardesigns.com/
component/simpledownload/?task=download&fileid=TmV0LU1ldGVya
A aplicação de políticas de incentivo em pequenos W5nUmVwb3J0IEtlbnlhLnBkZg%3D%3D.
produtores de energia baseados em fontes renováveis [13] P. Schulz, B. Attigah, “Best Practices in Renewable Energy Feed-in
especialmente eólica e solar tem sido intensificada, Tariff (REFIT) Design and their Application in East African Countries”,
Electra Journal, Scientific Papers, Cigré, No. 271, 2013
principalmente nos países desenvolvidos. No resto dos países
[14] G. Fernandez, M. Trujillo, J. F. Sanz, J. Sallán, “Spanish Microgrids:
estas políticas estão gradualmente ganhando popularidade. Current Problems and Future Solutions”. In: Int. Conference on
Normalmente, as políticas de incentivo e esquemas Renewable Energies and Power Quality (ICREPQ), Las Palmas de
tarifários possuem algum tipo de investimento ou incentivo Gran Canaria (Spain), 13-15 Apr. 2010.
público, como por exemplo, a redução de impostos, desde que [15] New York State Energy Research and Development Authority,
as MRs cumpram com os requisitos técnicos (capacidade “Microgrids: An Assessment of the Value, Opportunities, and Barriers to
inferior a 5 MW, etc.) estipulados nos regulamentos. Deployment in New YorkState,” Final Report 10-35, Sept. 2010.
http://www.nyserda.ny.gov/~/media/Files/Publications/Research/Electic
Para a aplicação das tarifas de incentivo (feed-in e net %20Power%20Delivery/1035microgrids.ashx?sc_database=web
metering) em MRs contendo fontes de geração não [16] ANEEL, Resolução Normativa nº 482, de 2012.
renováveis, serão necessários estudos e adaptações http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/FAQ_482_18-12-2012.pdf
pertinentes. [17] The MathWorks Inc., N.J. (USA), Student Edition of Matlab/Simulink,
v. 7.12.0.635, 2011.
ELENA DEL CARPIO HUAYLLAS et al.: MICROGRID 1085

[18] B. Kroposki, T. Basso, R. DeBlasio “Microgrid Standars and


Technologies.” In: Proc. 2009 IEEE PES Power and Energy Society
General Meeting, Pittsburg, 20-24 Jul. 2008, pp. 1-4.
[19] R.L. Vasquez-Arnez, D.S. Ramos, T.E. Del Carpio-Huayllas, “Load
Shedding Application within a Microgrid to Secure its Islanded Mode of
Operation”. In: The World Congress on Engineering (WCE 2012),
London, U.K., 4-6 Jul. 2012.
[20] D.S. Ramos, T.E. Del Carpio-Huayllas, R.L. Vasquez-Arnez, “Load
Shedding Application within a Microgrid to Assure its Dynamic
Performance during its Transition to the Islanded Mode of Operation,”
Energy and Power Engineering Journal (Scientific Research Open
Access), Vol.5, No.7, Sep. 03, 2013. pp. 437-445.

Tesoro Elena Del Carpio-Huayllas, was born in Potosi


(Bolivia) in 1975. She received her B.Sc. degree in Economics
from Technical University of Oruro (Bolivia) in 2003, the
M.Sc. degree in Electrical Engineering from the University of
São Paulo in 2008. Currently, she is working towards her
Ph.D. degree in the latter institution. Among her areas of
interest are Transmission Prices and New Technologies on the Grid Planning.

Dorel Soares Ramos, was born in São Paulo in 1951. He


received his B.Sc., M.Sc. and Ph.D. degrees from the
University of São Paulo in 1975, 1988 and 1996, respectively.
He has authored and co-authored over 200 papers in both
transactions and conferences. He has worked in several
companies such as CESP (Companhia Energética de São
Paulo), ThemagEngenharia Ltd. and in distribution utilities such Bandeirante /
Escelsa and Enersul. Currently, he serves as regulation director of all EDP
group companies in Brazil. He is also associate professor at São
PauloUniversity. Among his areas of interest are: Power Systems and Power
Regulatory issues.

Ricardo Leon Vasquez-Arnez was born in Bolivia in 1966.


He received his B.Sc. degree in Electrical Engineering from
Technical University of Oruro (Bolivia) in 1994, the M.Sc.
degree from the University of Birmingham (UK) in 1998 and
the Ph.D. degree from the University of São Paulo in 2004.
From 2005 to 2006 he was a post-doctoral fellow at the
University of São Paulo. Currently, he works as a researcher in
the latter institution. Among his areas of interest include Power Systems and
FACTS.

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