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ATIVIDADE DA PESCA I

PROFISSÃO PESCADOR

O profissional que se utiliza de instrumentos como varas,


iscas, redes e barcos pesqueiros para retirar do meio aquático
(água doce ou salgada) principalmente peixes, moluscos e
crustáceos, que servirão de alimento à própria família e
também para comércio. O mais comum é que o profissional
pesque peixes, camarões, lagostas, lulas, mexilhões, ostras,
caranguejos e siris. Existe também a modalidade de pesca
chamada aquicultura, que é a criação de espécies aquáticas em
cativeiro, para pesca ou para venda.
Características

Não é obrigatória formação mínima para ser pescador.

É uma profissão de livre formação e, geralmente, o


aprendizado surge com a prática na família. Mas é possível
realizar curso para se tornar profissional.

O reconhecimento como profissional da pesca só vem com


registro.

Os trabalhadores que não têm vínculos empregatícios são


obrigados por determinação federal a se ligar ao sindicato e
recolher a contribuição sindical.
Perfil

Pescador não é só bom de história. É aquele que


conhece a natureza, entende o mar, sabe olhar para a lua e ver
a maré que vem. Antes do sol nascer vai com seu barco e para
onde sabe que tem peixe. Saber analisar o movimento das
águas é importante para garantir a pescaria. Quando o dia é
bom, leva alimento para casa e ainda vende. Em geral, a
profissão é ensinada de pai para filho.
Definições

I - Pescador profissional: a pessoa física, brasileira ou


estrangeira residente no País que, licenciada pelo órgão
público competente, exerce a pesca com fins comerciais,
atendidos os critérios estabelecidos em legislação específica;
II - Pescador Profissional na Pesca Artesanal: aquele
que exerce a atividade de pesca profissional de forma
autônoma ou em regime de economia familiar, com meios de
produção próprios ou mediante contrato de parceria, podendo
atuar de forma desembarcada ou utilizar embarcação de pesca
com Arqueação Bruta (AB) menor ou igual a 20 (vinte);
Definições

III - Pescador Profissional na Pesca Industrial: aquele


que, na condição de empregado, exerce a atividade de pesca
profissional em embarcação de pesca com qualquer AB;
IV - Licença de Pescador Profissional: documento
emitido pelo MPA, de caráter individual, considerado como o
instrumento comprobatório de inscrição do interessado no
RGP, na categoria de Pescador Profissional, com validade em
todo o território nacional; e
V - Pesca Comercial: toda operação, ação ou ato
tendente a extrair, colher, apanhar, apreender ou capturar
recursos pesqueiros com fins comerciais.
Outras definições

Não é pescador artesanal:


- A pessoa que é proprietária ou explora a atividade pesqueira
por meio de prepostos, com ou sem auxílio de empregados.
- Quando tem funcionários com salário.
- Os filhos, quando os pais deixarem de ser pescadores
artesanais, a não ser que estes sigam pescando.
-Membro familiar que receber renda de cargo de dirigente
sindical.
- Membro que receba renda de outro segurado especial, como
pensão, auxílio reclusão, desde que seja valor até um salário
mínimo. Quando o membro possui outra fonte de renda.
Registro Geral da Pesca

O Registro Geral da Atividade Pesqueira – RGP foi


instituído há 50 anos pelo Decreto-Lei nº 221, de 28 de
fevereiro de 1967 e ratificado pela Lei nº 11.959, de 26 de
junho de 2009, conhecida como a nova Lei da Pesca. Tendo
como objetivo gerir a atividade pesqueira no país, por meio do
registro, monitoramento, controle e fiscalização, cabendo ao
MPA (Ministério da Pesca e Agricultura) organizar e manter o
RGP e, por conseguinte, conceder licenças, permissões e
autorizações para o exercício da pesca comercial, artesanal,
amadora e da aquicultura (Lei nº 11.958, de 26 de junho de
2009).
Registro Geral da Pesca

Para saber quem é pescador ou pescadora profissional


artesanal, o Ministério da Pesca e Aquicultura criou o Registro
Geral da Pesca (RGP). Qualquer pessoa pode ser pescador (a),
bastando que exerça a pesca com fins comerciais, e cumpridos
as exigências contidas na Instrução Normativa 6/2012.
Para retirar o documento, o pescador ou pescadora
profissional deve se dirigir ao escritório da Superintendência
do MPA no seu Estado.
Com o RGP, o (a) pescador (a) profissional artesanal
tem acesso aos programas sociais do Governo Federal, como
microcrédito, assistência social e o seguro desemprego, que é
pago nos meses do Defeso.
Carteira de Pescador MB

Após aprovação em curso do EPM, o candidato a


pescador será inscrito numa CP/DL/AG onde terá expedida
uma Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) na qual serão
feitas obrigatoriamente as seguintes anotações:

- Dados de identificação do Aquaviário;

- Averbação de cursos e outras certificações;

- Data e local de embarque ou desembarque; e

- histórico (anotações, elogios, informações de saúde e outros)


Carteira de Pescador MPA

Para emitir o Registro, o (a) pescador (a) deve se dirigir


ao escritório da Superintendência do MPA no seu estado. Com
o RGP, o (a) pescador (a) profissional artesanal tem acesso aos
programas sociais do Governo Federal, como microcrédito,
assistência social e o seguro-desemprego, que é pago nos
meses do Defeso (período em que é proibida a pesca para
proteger a reprodução de peixes, lagostas e camarões).
Sua emissão exige informações completas, o que
permite ao MPA informações sobre todas as categorias de
profissionais e atividades ligadas ao setor, proporcionando a
inscrição apenas dos verdadeiros pescadores. Portar
ilegalmente o Registro Geral da Pesca é crime. Por causa dessa
Carteira de Pescador MPA

prática ilegal, muitos pescadores ficam sem receber os


recursos a que têm direito, como o dinheiro pago pelo seguro,
e acabam enfrentado dificuldades para sustentar suas famílias
durante os meses do Defeso.
Aposentadoria

A aposentadoria por idade é um benefício devido ao


pescador (a) artesanal que comprovar o mínimo de 15 anos de
trabalho, além da idade mínima de 60 anos, se homem, ou 55
anos, se mulher, os quais devem estar exercendo atividade de
pesca artesanal no momento da solicitação do benefício. Caso
não comprove o tempo mínimo de trabalho necessário ao
segurado especial (pescador artesanal), o pescador poderá
pedir o benefício com a mesma idade do trabalhador urbano
(65 anos, se homem, ou 60 anos, se mulher), somando o tempo
de trabalho como segurado especial ao tempo de trabalho
urbano. O pescador artesanal só pode se aposentar por tempo
de contribuição se, por conta própria, contribuir para o INSS.
Aposentadoria

Documentos necessários:

Documento de identificação válido e oficial com foto;


CPF; Carteiras de trabalho, carnês de contribuição e outros
documentos que comprovem pagamento ao INSS; Declaração
fundamenta de sindicato ou colônia de pescadores, desde que
homologada pelo INSS; Documentos fiscais relativos à
entrega de produção entreposto de pescado, com indicação do
segurado como vendedor ou consignante.
Aposentadoria

Obs.: No caso de apresentação de Declaração do Sindicato ou


Colônia que represente o trabalhador, ou ainda quando da
solicitação de processamento de Justificação Administrativa,
poderão ser apresentados, dentre outros, os seguintes
documentos como início de prova material, desde que neles
conste a profissão ou qualquer outro dado que evidencie o
exercício da atividade e seja contemporâneo ao fato nele
declarado: ficha de inscrição ou registro sindical ou
associativo junto ao sindicato, colônia ou associação de
pescadores, produtores ou outras entidades congêneres;
contribuição social ao sindicato, à colônia ou à associação de
pescadores, ou a outras entidades congêneres.
ORGANIZAÇÕES DE APOIO E
GESTÃO DA PESCA

CONAPE – Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca


Vinculado ao Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA)
é um órgão representado por vários grupos que tem a função
de propor políticas públicas, para promover a articulação e o
debate dos diferentes níveis de governo e a sociedade civil
organizada, para o desenvolvimento e o fomento das
atividades da aquicultura e da pesca no território nacional.

MPA – Ministério da Pesca e Aquicultura


Órgão do Governo Federal responsável por fomentar e
desenvolver políticas voltadas ao setor pesqueiro.
ORGANIZAÇÕES DE APOIO E
GESTÃO DA PESCA

CONEPE – Conselho Nacional de Pesca e Aquicultura

É uma sociedade civil, sem fins lucrativos. Tem como


principais objetivos: Promover a articulação entre os diversos
segmentos que compõem a cadeia produtiva da pesca e
aquicultura, da produção à distribuição; Firmar convênios com
entidades públicas e privadas que exerçam atividades de
interesse da pesca e da aquicultura; Prestar assistência e
orientação permanente aos filiados da Entidade; Discutir
propostas e participar das discussões de temas relacionados
com o uso sustentado dos recursos pesqueiros.
ORGANIZAÇÕES DE APOIO E
GESTÃO DA PESCA

FNTTAA – Federação Nacional dos Trabalhadores em


Transportes Aquaviários e Afins

Tem como objetivos representar e defender, em âmbito


nacional e internacional os interesses dos trabalhadores
brasileiros do setor aquaviário, em águas interiores e
continentais (marítimos, fluviários, pescadores - pesca
industrial com vínculo empregatício), mergulhadores, bem
como empregados de Agências e empresas brasileiras de
navegação que operam nas navegações de Longo Curso,
Cabotagem, Interior, de Apoio Marítimo e Portuário além de
outros trabalhadores Afins.
ORGANIZAÇÕES DE APOIO E
GESTÃO DA PESCA

Sindicato
É uma associação de trabalhadores tendo como função
defender os seus interesses e direitos profissionais e de sua
cidadania. Cada trabalhador é livre de participar ou não de um
sindicato e dele se tornar sócio.

Colônia de Pesca
É uma organização sindical de pescadores artesanais.

Federação
É um agrupamento de sindicatos ou corporações.
TECNOLOGIA DE PESCA

A pesca é um desporto tão antigo como a caça, tão velho


quanto a humanidade, é ainda, sem dúvida, a mais antiga das
indústrias humanas. É quase certo que os povoados primitivos
foram constituídos à margem das águas salgadas ou doces e
viveram principalmente dos produtos da pesca.
Características da Pesca

A arte de pesca desenvolveu-se no período paleolítico,


com a invenção do anzol, que a princípio era reto, com duas
pontas cortado em osso, numa concha de moluscos ou
fabricados com espinhos. Esse instrumento não tardou a se
aperfeiçoar; no período neolítico, encontramos o verdadeiro
anzol recurvado, que era preso a lianas ou a espécies de cordas
feitas com as tripas de animais. E, na idade do bronze, toda a
série de anzóis de todos os tamanhos que conhecemos hoje,
eram usados.
Características da Pesca

Todas as variedades de redes utilizadas ainda em nossos


dias estavam em uso desde então: redes de superfície, redes
flutuantes, redes de arrastão amarradas em barcos, redes fixas
de fundo, redes de espera, tarrafas, caniço, linha solta ou de
vara, espinhel armadilhas como covo, puçá, etc. Com o
progresso da navegação, verifica-se o desenvolvimento da
pesca.
Emprego das artes de pesca

Praticamente as pescarias comerciais e/ou artificiais se


realizam em cursos médio, baixo e ainda também se efetuam
operações de pesca em algumas áreas do curso superior do rio.
Nas represas e nos açudes de grandes e médias capacidades
são praticadas em áreas piscosas.
Várias são as artes de pesca utilizadas pelos pescadores,
principalmente na região nordestina onde a condição
econômica tem limitada o avanço tecnológico.
Os utensílios de pesca são escolhidos conforme as
condições particulares de cada coleção d'água e também
conforme os meios dos pescadores.
Fios e cabos
As fibras empregadas na confecção de petrechos de
pesca podem ser naturais ou artificiais. Das primeiras, as
principais são a seda (origem animal), o linho, cânhamo, sisal,
rami e o algodão (essas de origem vegetal). Tais fibras se
caracterizam por um comprimento e um diâmetro limitados e,
além de apresentarem uma elevada porcentagem de absorção
de água, bem como, após algum tempo de uso, uma baixa
resistência à rotura, sua maior desvantagem é estarem sujeitas
a rápida deterioração, provocada pela ação de microrganismos
do ambiente aquático.
Fios e cabos
Essa decomposição dependerá do tipo de fibra, da
temperatura da água, dos agentes de putrefação aí presentes e
do tempo de imersão. Todavia, para aumentar a vida útil de
uma rede, convém submetê-la a um banho de tinta
conservante, como o piche, carbolineu ou tanino das cascas de
certos vegetais, além disso, como norma de manutenção, todos
os aparelhos de pesca devem ser lavados com água doce e
secos ao sol ou ar, antes de serem guardados.
Essas fibras têm sido substituídas pelas artificiais, ou
seja, de material sintético cujos grupos químicos mais usuais
são a poliamida, o polietileno, náilon, o polipropileno e o
poliéster.
Fios e cabos
As principais características das fibras são: a
impermeabilidade, resistência à rotura e a não decomposição
por ação de microrganismos, especialmente as bactérias.
Quando porém, expostas a luz solar, perdem sua resistência,
pela ação dos raios ultravioletas.
As redes de espera

As redes de espera, de emalhar, galão ou engancho são


feitas de uma panagem retangular cujo comprimento pode
variar de 20 e 30 metros ou até mesmo 100 metros e cuja
altura é de 1 a 3 metros. A panagem é estendida entre duas
linhas ou cordões: uma linha superior munida de flutuadores e
uma inferior, com um lastro ou chumbada. Graças aos
flutuadores e ao lastro, a panagem mantém-se verticalmente na
água. Os peixes ficam emalhados pelo opérculo e sem
possibilidade de escapar. Não obstante, muitos peixes são
capturados por ficar emalhados pela parte central do corpo e
outros porque o fio da rede se envolve com osso maxilar ou
com os dentes.
As redes de espera

As redes em que os peixes ficam emalhados têm


tamanho de malhas que variam segundo a classe de peixe que
se quer capturar. As que são mais comumente utilizadas tem
entre 3 e 6 cm de nó a nó. Estas são fabricadas de fio fino,
geralmente de polietileno. Quanto mais fino for o fio, mais
peixe apanha a rede, mas, em contrapartida, ela estraga-se
mais rapidamente. O relacionamento entre os flutuadores e as
chumbadas podem permitir três posições da rede: próximo a
superfície, à meia-água e no fundo. Estas redes são geralmente
lançadas à noite e recolhidas de manhã, porque apanham
muito mais peixe de noite do que de dia.
As redes de espera

Desenho esquemático da rede de


pesca Aviãozinho: (1) atrativo
luminoso, (2) tralha superior, (3)
tralha inferior, (4) calões de
sustentação, (5) saco da rede e (6)
aros de sustentação do saco.
As redes de espera
As redes de arrasto

As redes de arrasto, contrariamente às redes de malha,


que são lançadas num local fixo, as redes de arrasto são redes
que se puxam. São constituídas por uma panagem cujo
comprimento pode atingir 200 a 300 metros e cuja largura,
compreendida entre 1 e 8 ou 10 metros, é geralmente maior na
parte central do que nas extremidades. Para pescar nas
reservas de águas superficiais, podem utilizar-se redes de
arrasto de um comprimento compreendido entre 50 e 150
metros, com uma largura de 2 a 6 metros. O bordo superior da
panagem é constituído por uma linha munida de uma
chumbada ou lastro. Nas extremidades da panagem, as linhas
estão ligadas a cordas de tração.
As redes de arrasto

Geralmente é conveniente usar malhas de 3 a 6 cm de


nó a nó, que devem ser menores na parte central.

Para ser lançada, a rede é posta num barco e dobrada da


mesma maneira que uma rede de malha. O barco parte do
ponto A, onde fica o pescador, que segura a extremidade de
um dos cabos de tração. O barco descreve um arco de círculo
imergindo pouco a pouco a rede na água.

Volta à margem no ponto D com a extremidade de um


outro cabo de tração. Os pescadores puxam os cabos em A e D
caminhando ao encontro uns dos outros ao longo da margem.
As redes de arrasto

Quando as extremidades da rede chegam à margem, um


dos pescadores puxa a linha inferior enquanto os outros
seguram a linha superior, prestando atenção para não puxarem
mais depressa de um lado que do outro. Quando a rede chegar
quase à margem, os peixes têm tendência a saltar para
escaparem, deve então levantar-se a linha superior acima da
água.

Figura: Rede de
arrasto com saco.
As redes de arrasto

Figura: Arrasto
de fundo.
As redes de arrasto

Figura: Arrasto de praia (Camarões, Corvina, Goete, Maria


Mole, Papa Terra o Betara).
As redes de arrasto

Figura: Redes de cerco


(Sardinha Verdadeira,
Cavalinha, Xerelete,
Enchova, Xixarro,
Carapicú, Carapeba,
Pirumbeba, Tainha,
Parati, Sardinha, Boca
Torta, Savelha, Peixe
Galo).
Conservação e
Manuseio do Pescado
Cuidados ao receber o pescado a bordo

- Não expor ao sol;


- Não colocar em lugares sujos, com micróbios ou com
substâncias químicas;
- Não manipular com materiais pontiagudos;
- Não colocar no piso da embarcação ou em madeiras;

Congelamento de pescado a bordo

Qualidade do pescado estocado

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