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CONSTRUÇÃO CIVIL

E
SUSTENTABILIDADE
©by José Dafico Alves
Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

A474c Alves, José Dafico

Construção Civil e Sustentabilibade/José Dafico Alves – Goiânia:

156 p.: il. 2ª ed.

ISBN 978-85-7103-819-6

1. Engenharia civil. 2. Construção civil – sustentabilidade. 1.Titulo.


CDU: 624:502
Direitos de publicação reservados a: José Dafico Alves
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122-130.
Impresso no Brasil
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Esquema de instalação de um canteiro de obra................................................28


Figura 2a - Construção provisória de um canteiro de obra................................................29
Figura 2b - Sala para reuniões e refeitório de um canteiro de obra. ................................29
Figura 3 - Método de esquadrejamento pelo triângulo-retângulo de 3-4-5. ...................30
Figura 4 - Colocação de cavaletes para marcar as linhas das fundações e paredes. 31
Figura 5a - Quadro de tábuas para marcar os pontos locados da obra. ........................32
Figura 5b - Indica os pontos onde foram cravadas as estacas da obra. ........................33
Figura 6 - Escavação e movimentação de terra para início da obra. ..............................37
Figura 7 - Proteção na divisa da obra.......................................................................................38
Figura 8a - Sondagem do subsolo............................................................................................. 40
Figura 8b - Amostrador padrão para teste SPT internacional, com a mesma
interpretação em qualquer país.................................................................................................. 40
Figura 9 - Execução das fundações no Campus II da Universidade Federal de Goiás,
em 1985............................................................................................................................................ 42
Figura 10a - Disposição das carcaças de pneus na execução de uma fundação. ......43
Figura 10b - Outro tipo de fundação com carcaça de pneu...............................................43
Figura 11 - Cintas inferiores com fundação usando carcaça de pneu. ...........................44
Figura 12 - Croquis de uma sapata........................................................................................... 45
Figura 13a - Buraco para tubulão.............................................................................................. 46
Figura 13b - Início da concretagem de um tubulão..............................................................46
Figura 14 - Equipamento para escavação de solo a trado. ................................................47
Figura 15a - Concretagem do tubulão......................................................................................47
Figura 15b - Topo do mesmo com a ferragem de transição para o pilar. .......................47
Figura 16 - Alguns tubulões já concretados e com a armadura dos pilares. .................48
Figuras 17a e 17b - Execução dos tubulões da Unidade II da Usina Nuclear de
Angra dos Reis.................................................................................................... 48
Figura 18 - Mural egípcio retratando mistura manual de concreto, de 1950 a.C. ........51
Figuras 19a e 19b - Imagens e tipos de concreto translúcido. ..........................................52
Figura 20 - Nanotubo de carbono de paredes dupla............................................................52
Figura 21 - Entulhos diversos..................................................................................................... 53
Figura 22 - Entulho separado por granulometria. ..................................................................54
Figura 23 - Corpos de prova de concreto com agregado de EOD. ..................................54
Figura 24a - Início da concretagem de uma laje nervurada...............................................56
Figura 24b - O acabamento......................................................................................................... 56
Figura 25a - Fôrmas de pilares................................................................................................... 58
Figura 25b - Fôrma de pilar e viga............................................................................................. 58
Figura 26 - Fôrma de cortina de sustentação de corte na divisa da obra. .....................59
Figura 27 – Escoramento tubular............................................................................................... 59
Figura 28 – Escoramento de duas lajes, sendo que a inferior é mantida para
sustentar a concretagem da superior.......................................................................................60
Figura 29a – Bancada para confecção de armadura...........................................................61
Figura 29b – Armaduras prontas para uso..............................................................................61
Figura 30 - Laje nervurada........................................................................................................... 62
Figura 31a - Colocação das caixas de plásticos para laje nervurada. ............................63
Figura 31b - Colocação da armadura da laje.........................................................................63
Figura 32 - Laje mista com enchimento de placas de isopor.............................................64
Figura 33 - Mostra o processo de ancoragem de protensão na ponte do Millau, na
França................................................................................................................................................ 64
Figura 34a - Forros de madeira.................................................................................................. 65
Figura 34b - Forros de madeira.................................................................................................. 66
Figura 35a - Forros de bambu já disponíveis no comércio de materiais de
construção........................................................................................................................................ 66
Figura 35b - Forros de bambu já disponíveis no comércio de materiais de
construção........................................................................................................................................ 67
Figuras 36a e 36b - Sugestões de forros de palha...............................................................67
Figura 37a - Peças de forro PVC............................................................................................... 68
Figura 37b – Forro de PVC colocado.......................................................................................68
Figura 38 - Placas de lã de vidro............................................................................................... 69
Figura 39 - Treliças de madeira.................................................................................................. 71
Figura 40 - Cobertura com estrutura de bambu.....................................................................72
Figura 41 - Pirâmide de Gizé, 2550 a.C...................................................................................73
Figura 42 - Parlamento turco em Efeso, construído em mármore. Fonte: Acervo do
autor................................................................................................................................................... 74
Figura 43 - Banheiro turco em Efeso construído em pedra................................................75
Figura 44a - Moldagem de adobe com fibras vegetais........................................................76
44b - Amassando o barro sem fibras........................................................................................76
Figura 45 - Uma habitação em adobe......................................................................................77
Figura 46 - Prédio construído com adobe no Yêmen...........................................................77
Figura 47a - Restauração da Igreja de Pirenópolis, construída com adobe. Fonte:
Acervo do autor............................................................................................................................... 78
Figura 47b - Restauração da Igreja de Pirenópolis, construída com adobe. .................78
Figura 48 - Adobes da Igreja de Pirenópolis. Fonte: Acervo do autor. ............................79
Figura 49 - Residência em superadobe...................................................................................80
Figura 50 - Construção de parede com superadobe............................................................80
Figura 51 - Produção de tijolo ecológico na prensa manual. Fonte: Acervo do autor.
............................................................................................................................................................. 81
Figura 52 - Facilidade de execução de parede com o tijolo ecológico. ...........................82
Figura 53 - Indicando como se deve fazer o travamento de tijolos..................................83
Figura 54 - Levantamento de paredes com blocos cerâmicos..........................................84
Figura 55 - Paredes de blocos cerâmicos, mostrando tubulação de queda de esgoto
ao fundo............................................................................................................................................ 85
Figura 56 - Encontro de duas paredes executadas com blocos de concreto. ..............87
Figura 57 - Britagem de entulho de concreto.........................................................................88
Fonte: Acervo do autor.................................................................................................................. 88
Figura 58 - Moldagem de blocos com agregados de EOD.................................................88
Fonte: Acervo do autor.................................................................................................................. 88
Figura 59 - Painel de bloco de concreto..................................................................................89
Fonte: Acervo do autor.................................................................................................................. 89
Figura 60 - Residência com fachada de vidro em equilíbrio com o paisagismo. .........90
Figura 61a - Execução de parede de EOD.............................................................................91
Figura 61b - Parede já pronta..................................................................................................... 91
Figura 62 - Prova de carga de corpo mole..............................................................................92
Fig. 63 a – Carga de um objeto suspenso...............................................................................92
Fig. 63 b – Teste de carga de rede............................................................................................ 92
Figura 64 - Marcas de duas paredes em direções ortogonais. .........................................94
Figura 65 - Início do levantamento de paredes de blocos cerâmicos. ............................95
Figura 66 - Abertura de porta...................................................................................................... 95
Figura 67 - Abertura para esquadria de janela. .....................................................................97
Figura 68a - Telhado em duas águas.....................................................................................103
Figura 68b - Telhado em quatro águas..................................................................................103
Figura 69 - Mais uma combinação de telhado.....................................................................104
Figura 70 - Detalhe de uma cobertura com bambu. Fonte: CD-Rom de Marcelo
Villegas............................................................................................................................................ 105
Figura 71 - Estrutura de telhado em bambu.........................................................................105
Figura 72 - Esquema de uma tesoura. Fonte: Acervo do autor. .....................................106
Figura 73 - Estrutura metálica de cobertura com chapas onduladas metálicas. ........106
Figura 74 - Cobertura com estrutura metálica e chapas onduladas também
metálicas......................................................................................................................................... 107
Figura 75 - Telha cerâmica tipo plan.......................................................................................108
Figura 76 - Telhas pré-moldadas de concreto em cores variadas. ................................108
Figura 77 - Telha de polímero coloridas................................................................................109
Figura 78 - Conformação da chapa de Tetra Pak...............................................................110
Figura 79 - Chapa ondulada de cobertura metálica...........................................................110
Figura 80 - Inclinação mínima para chapas..........................................................................111
Figura 81 - Cobertura verde...................................................................................................... 111
Figura 82 - Cobertura verde...................................................................................................... 112
Figura 83 - Cobertura com policarbonato..............................................................................112
Figura 84 - Parede chapiscada. Fonte: Acervo do autor. ..................................................116
Figura 85 - Execução das mechas para aplicar o reboco na parede de bloco de
concreto........................................................................................................................................... 116
Figura 86 - Parede já argamassada........................................................................................117
Figura 87 - Emassamento da parede já argamassada......................................................118
Figura 88a - Revestimento de pedra com acabamento rústico. ......................................120
Figura 88b - Revestimento de pedra com acabamento rústico. ......................................120
Figura 89 - Revestimento com pedra sabão.........................................................................121
Figura 90 - Pedra São Tomé..................................................................................................... 121
Figura 91 - Nivelamento do piso.............................................................................................. 124
Figura 92 - Regularização do piso........................................................................................... 124
Figura 93 - Mosaico faentin....................................................................................................... 125
Figura 94 - Assentamento de piso cerâmico........................................................................126
Figura 95a - Aplicação de revestimento de piso com poliuretano ..................................130
Figura 95b - O piso revestido depois de pronto...................................................................130
Figura 96 - Detalhe esquemático de uma pingueira na parede externa. ......................138
Figura 97a - Detalhe de colocação de manta as fáltica.....................................................141
Figura 97b - Mostrando a superposição das mantas nas emendas. .............................141
Figura 98a - Início da imprimação........................................................................................... 142
Figura 98b - Sequência da imprimação..................................................................................142
Figuras 99a - Mostra impermeabilizações já concluídas..................................................143
Figuras 99b - Mostra impermeabilizações já concluídas..................................................143
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação do solo segundo a granulometria.......................................39


Tabela2 – Valores das tensões admissíveis para as diversas categorias de solo
em função do SPT.................................................................................................................. 41
Tabela3–Resultadosdasresistênciasdobambu...............................................................71
A tabela 4 apresenta a composição básica de solos para fabricar adobe: ............75
Tabela5 – Dimensões nominais de tijolos cerâmicos segundo a ABNT NBR
7170............................................................................................................................................ 83
Tabela6 – Resistência à compressão do tijolo maciço em relação à categoria
segundo a ABNT NBR 7170................................................................................................ 83
Tabela7 – Dimensões nominais de blocos cerâmicos segundo a ABNT NBR
7171:1992................................................................................................................................. 84
Tabela 8 - Traços de argamassas com cimento para assentamentos. .................114
Tabela 9 – Traços de argamassas com cimento para revestimentos. ..................115
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................5
LISTA DE TABELAS..................................................................................................11
CAPÍTULO 1
1.1 Introdução.........................................................................................................19
1.2 Sustentabilidade na Construção.......................................................................20
1.3 Classificação das principais obras civis............................................................21
CAPÍTULO 2
PROJETO...................................................................................................................23
2.1 Elaboração de Projeto......................................................................................23
2.1.1 Viabilidade do Empreendimento..................................................................23
2.1.2........... Legislação do município sobre as imposições legais de ocupação do
terreno, inclusive a questão ambiental.................................................................24
2.1.3...... Sondagens e caracterização do solo para dar subsídios para projeto da
fundação...............................................................................................................24
2.1.4 Pré-projeto arquitetônico.............................................................................25
2.1.5 Projeto final da arquitetura...........................................................................25
2.1.6 Projeto estrutural..........................................................................................25
2.1.7 Projeto elétrico.............................................................................................26
2.1.8 Projetos de equipamentos...........................................................................26
2.1.9 Projetos hidrossanitários e gás...................................................................26
2.1.10 Projeto de sistemas construtivos...............................................................27
2.1.11 Orçamento e planejamento construtivo.....................................................27
CAPÍTULO 3
CONSTRUTIBILIDADE..............................................................................................35
3.1 Fases Construtivas...........................................................................................35
3.2 Escavações e Movimento de Terra..................................................................36
CAPÍTULO 4
FUNDAÇÃO OU INFRAESTRUTURA.......................................................................39
4.1 Sondagem.........................................................................................................39
4.2 Fundações Simples ou Superficiais..................................................................42
4.3 Fundações profundas.......................................................................................45
CAPÍTULO 5
CONCRETO................................................................................................................51
5.1 Breve histórico sobre o concreto......................................................................51
5.2 Dosagem do Concreto......................................................................................55
5.2.1Concretagem e Controle de Qualidade do Concreto...................................55
CAPÍTULO 6
ESTRUTURAS............................................................................................................57
6.1 Estruturas de concreto......................................................................................57
6.1.1Fôrmas e escoramentos...............................................................................57
6.1.2 Lajes e forros...............................................................................................62
6.2 Estruturas de Aço.............................................................................................69
6.3 Estruturas de madeira.......................................................................................70
CAPÍTULO 7
PAINÉIS DE PAREDES..............................................................................................73
7.1 Alvenarias de Pedra..........................................................................................74
7.2 Construção com Terra......................................................................................75
7.3 Paredes de Tijolo e Bloco Cerâmico................................................................82
7.4 Paredes de blocos de concreto........................................................................85
7.5 Painéis de Vidro................................................................................................89
7.6 Painéis de concreto..........................................................................................90
7.7 Divisórias internas.............................................................................................93
7.7.1 Marcação e execução das paredes e ou divisórias....................................94
7.8 Aberturas de portas, janelas e persianas.........................................................95
7.8.1 – Portas........................................................................................................95
7.8.2 Janelas.........................................................................................................97
CAPÍTULO 8
INSTALAÇÕES...........................................................................................................99
8.1 Instalações elétricas e eletrônicas..................................................................99
8.2 Instalação de água.......................................................................................100
8.2.1 Águas Servidas e Pluviais.........................................................................100
8.3 Instalação de Gás.........................................................................................101
CAPÍTULO 9
COBERTURA............................................................................................................103
9.1 Composições de telhado..............................................................................103

14
9.2 Estrutura do Telhado....................................................................................104
9.3 Materiais para Cobertura..............................................................................107
CAPÍTULO 10
ACABAMENTO........................................................................................................113
10.1 Argamassas..................................................................................................113
10.2 Pisos.............................................................................................................123
10.2.1 – Classificação de pisos..........................................................................123
10.3 Pintura...........................................................................................................131
10.3.1–Produtos para acabamento....................................................................131
10.3.2 – Preparo do Substrato............................................................................135
CAPÍTULO 11
IMPERMEABILIZAÇÕES.........................................................................................137
11.1 – Recomendações para melhor desempenho da impermeabilização.......138
11.2 – Projeto de impermeabilização.................................................................139
11.3 – Execução da impermeabilização flexivel.................................................140
CAPÍTULO 12
SUGESTÕES DE ÍNDICES PARA ORÇAMENTO DE OBRA................................145
12.1 Medições.......................................................................................................146
12.2 Parâmetros para cálculo do orçamento........................................................147
12.3 Cronogramas de execução da obra.............................................................152
REFERÊNCIAS.........................................................................................................153

15
APRESENTAÇÃO

Este trabalho não tem apretensão de esgotara teoria e prática construtiva pela
sua extensão nas diversas áreas que o compõem. Émaisumacontribuiçãopara
estudantes e profissionais da construção civil tomar conhecimento e avaliar sua
aplicabilidade no desempenhodas atividades nos canteiros de obras.
Discute-se também alternativas para a construção sustentável, para que o
profissional possa, sempre que for possível, substituir técnicas e materiais para
atender à sustentabilidade da construção. Não é um processos implista, mas é uma
prática que irá ser sedimenta da aos poucos, e através de pesquisas e informações
científicas os benefícios serão maior esqueos custos com construção convencional.
CAPÍTULO 1

1.1 Introdução

A construção, cuja origemdo latim constructio, é a ação de edificar, mais


especificamente para a engenharia civil, é uma ciênciae também uma arte que vem
sendo pratica da desde as civilizações mais remotas, sendo que muita sobras ainda
permanecem como testemunhos destes povos.
Construir, também do latim construere é a ação de edificar, ou seja, de
comporás diversas partes de uma obra. O primeiro arquiteto registrado na história foi
Imhotep que, atendend o ao faraó Khufu, projeto uapirâmide de Gizé, em2550 a.C.,
considera da uma das sete maravilhas do mundo. Em 1747, fundou, na França, a
Ecole Nationale de Pontse Chaussées, e na Inglaterra a Institutio nof Civil
Engineers, primeira so-ciedade que surgiu quando a engenharia civil se separou da
militar.
A construção de habitações é uma atividade que estará sempre em expansão
nos países em desenvolvimento, porque estarão constantemente incluídas nos
planos governamentais, quais sejam: educação, saúde, habitação etc.
As técnicas construtivas, apesar de ainda preservar em sistemas antigos de
pedra sobre pedra, tijolo sobre tijolo, apresentam grande variedade de processos
inovadore se revolucionários para executar obras não convencionais, como a nano
tecnologia, atualmente presentena construção civil.
Os chamados edifícios inteligentes já fazem parte do panorama das grandes
cidades. Há também edifícios que são verdadeiras cidades dentro das grandes
metrópoles. Nestes mega empreendimentos estão profissionais multidisciplinares,
integrando a equipe responsável pelo projeto, planejamento e pela execução da
obra.
Pode-se definir como inteligente o edifício comforma genérica de avanço
tecnológico. São edifícios que transferem dados de um sistema para outro-edifícios
residenciais ou comerciais onde se aplica matecno-logia para satisfazer seus
proprietários ou ocupantes. Sabe-se que o custo de manutenção e operação deste
tipo de edifício supera 80% do custo total, ao final de sua vida útil, que é em média
40 anos, apenas de 11% a 20% foram gastos na construção. Esta análise é
importante para avaliar se compensa investir num empreendimento desta natureza.
19
Um edifício inteligente pode oferecer vários serviços, dentre os principais citam-se:
controle de acesso; controle de chama da telefônica; racionalização de energia
elétricaetc.

1.2 Sustentabilidade na Construção

A construção civil sempre foi a grande vilã do desperdício e da depredação


ambiental. O desperdício girava em torno de 30%, causa do por projetos não
compatíveis com os materiais, por exemplo: os componentes da salvenarias, as
localizações das tubulações hidrossanitárias e das mangueiras dos fios condutores
da rede elétrica. Na execução ocorriam ainda problemas de planezadas paredes,
nivelamento das lajes e muitos outros que não serão listados neste estudo, que
geram desperdícios e custos adicionais à obra. A reciclagem dentro da própria obra
deverá ser uma prática adota da pelas construtoras parareduzir o descarte de
resíduos que irão degradaro solo.
No projeto sustentável devem-se considerar as seguintes ações: reduzir e
reciclar os resíduos da obra; pesquisar materiais disponíveis na região; optar por
materiais de baixo conteúdo energético; arquitetura com máximo de aproveitamento
solar para iluminação interna; usar painéis solares para aquecimento da água e ou
para produção de energia elétrica para o empreendimento; reciclagem das águas
servidas; coleta e reciclagem da água da chuva; usar o paisagismo para plantar
alimentos; tratar os esgotos para produção do biogás para uso próprio do
condomínio; produzir o mínimo de resíduos e gerenciaros resíduos de embalagens.
Arquitetura: entende-se por arquitetura sustentável a que desenvolve
projetos habitacionais levando-se em consideração os materiais e componentes que
possam permitir o equilíbrio ambiental, como: evitar o extrativismo, eleger sempre
produtos reciclados como componentes da obra, projetos racionalizados para reduzir
sobras, recorte se perdas de materiai-se, porfim, criar novos elementos a partir de
reciclados, tais como: painéis de paredes, revestimentos de pisos, iluminação e
ventilação natural, conforto térmico com economia de energia, reuso de águas
servidas, aproveitamento das águas pluviais, paisagismo para pequenos e grandes
espaços, telhados verdes, etc.
Aseguir, sugere-se forma de avaliar a sustentabilidade dos materiais e
componentes de construção: origem; desempenho; aplicabilidade; estética; consumo
20
de energia na fabricação; durabilidade e custo de manutenção e domínio da
tecnologia.
Painéis de paredes: neste item contamos comum a grande variedade de
produtos que substituem com melhor desempenho os tradicionais tijolos e blocos
cerâmicos, que deveriam tersido banidos da construção civil, devido a o grande
estrago promovido nas regiões de solo argiloso. Há, no mercado, uma série de
produtos que substituem as alvenarias de cerâmicas, taiscomo: blocos de concreto,
blocos desílicocal, tijolo e cológico, placas de concreto leve, placas de gesso a
cartonado etc.
São várias opções para a construção de paredes, e sempre surgem novas
ideias, como paredes com garrafas PET, embutida sem solo estabilizado com
calecimento, paredes de superadobe, painéis de gesso com garrafas de PET,
painéis de bambu argamassado, paredes concretada sinloco, utilizando agregado de
entulho e raspas de pneu e até mesmo concre-to com materiais tradicionais.
Coberturas: embora as telhas cerâmicas sejam imbatíveis com o materiais
de coberturas, existem muitas outras opções: telha pré-moldada de micro concreto,
calhas de concreto, fibrocimento com alternativas que não seja amianto, chapas
onduladas de tetrapak, chapas onduladas de papel com asfalto, meio colmo de
bambu mineralizado com cimento, telhado verde e as chapas onduonduladas
metálicas.
Revestimentos: dos revestimentos tradicionais, podem ser criadas
composições com argamassas de entulho, classificado por tonalidade própria de
obra e demolição, e também produzindo placas com estes materiais para
revestimentos de paredes e pisos, podendo-se resinara superfície para ressaltar as
cores dos grãos do sagregados.
Pintura: a pintura tradicional com tintas poliméricas pode ser substituída por
argamassas coloridas compigmentos naturais, onde há dispó nibilidade de encontrar
óxidos naturais disponíveis, e também pode usar os pigmentos disponíveis no
mercado de materiais de construção.

1.3 Classificação das principais obras civis

Numa visão geral, podem-se classificar as obras quanto à dimensão ou


volume em pequeno, médio e grande porte, etc.
21
Do ponto de vista de finalidade sugere-se a seguinte classificação: habitações
em geral; instalações comerciais e ou industriais; obras de infraestruturas; barragens
para regularização de rios, para captação de água e para gerar energia; usinas
nucleares; estádios de futebol e polies-portivos etc.
Todas as obras são preconcebidas por um projeto mental; em seguida são
materializadas por uma equipe multidisciplinar, que vai desenvolver projetos de
arquitetura, fundações, estrutura, instalações elétricas, hidrossanitárias e outros
equipamentos que vão depender de sua finalidade. Dependendo da obra, é
necessário, às vezes, o estudo de impacto ambiental antes de avançar ematividades
que poderão ser perdidas, acarretando custos desnecessários e perda de tempo. O
projeto de estudo de impacto ambiental será a primeira providência do interessado
pelo empreendimento.
Os projetos devem ser concebidos para promover a sustentabilidade na
execução, oferecer conforto ao usuário e garantir a sustentabilidade após a
construção. Após a conclusão do projeto de um empreendimento, este deverá ser
aprovado pelos órgãos competentes, para receber a liberação da obra.
Com a liberação, passase aos estudos, visando à organização do trabalho
onde serão estudados os meios racionais de execução, com o a mão de obra
associada aos processos construtivos, aos equipamentos e os materiais e
componentes da construção, para assegurar o melhor desempenho e a
sustentabilidade que sedeverá, rigorosamente, fazer no planejamento, na execução
e na ocupação, observando-se as recomendações específicas para cada tipo de
obra.
As técnicas modernas de construção permitirão maior rendimento na
execução, menor desperdício de material e melhor qualidade do produto final. O
profissional da engenharia deverá estar atento àsnovas tecnologias para implantálas
de imediato, com a capacitação de pessoal de forma dinâmica dentro do canteiro,
através de cursos rápidos para o pessoal da equipe que vai interagindo e
aprimorando seus conhecimentos, resultando numa maior eficiência na execução
dos serviços, maior rapidez e assegurando o máximo de qualidade a obra.
As empresas de construção civil do setor de edificações, em virtude da
competitividade, estão promovendo a modernização de processos de produção para
garantir sua sobrevivência através de ganhos de produtividade, por meio da redução
de custos da obra.
22
CAPÍTULO 2
PROJETO

O projeto envolve todas as atividades setoriais para a execução de um


empreendimento.

2.1 Elaboração de Projeto

Após as considerações feitas no capítulo anterior, a elaboração de projeto


trata das etapas a serem realizadas para que se possa iniciar a obra. Na construção
de edifícios segue-se a seguinte sistemática: viabilidade do empreendimento;
legislação do município sobre as imposições legais de ocupação do terreno,
inclusive a questão ambiental; sondagem e caracterização do solo para dar subsídio
para projeto da fundação; anteprojeto arquitetônico; projeto final da arquitetura;
projeto estrutural; projeto elétrico; projetos de equipamentos; projetos
hidrossanitários; projeto de sistemas construtivos e orçamento e planejamento
construtivo.
Após o cumprimento da elaboração dos projetos serão realizadas inspeções
no terreno, para verificar as dificuldades existentes para a execução da obra, tais
como acesso, rede de energia, água e esgoto e construções na vizinhança.
Os prédios vizinhos à obra deverão ser vistoriados e documentados seus
aspectos, quanto a segurança em relação às atividades a serem desenvolvidas na
obra que será executada. Este documento deverá ser assinado antes do início da
obra, a fim de se evitarem aborrecimentos futuros.

2.1.1 Viabilidade do Empreendimento

Nesta fase há peculiaridades a serem consideradas, como a dimensão, a


importância, o impacto ambiental e o custo financeiro.
Quanto à dimensão da obra, tem-se a obra de edificação unifamiliar que, uma
vez definida pela execução e com terreno adquirido, iniciada pelo levantamento da
área do terreno e pelo detalhamento da obra a ser construída. As habitações
coletivas e os edifícios de condomínios envolvem o interesse social quanto ao
destino, se será destinado para atendimento social ou para fins comerciais. Quando
23
for para atendimento social, há uma participação do governo para atender
determinada parcela da população carente dos perímetros urbanos, as áreas de
riscos etc. Tem o sistema cooperativo, normalmente efetivo numa classe social, que
é um sistema fechado aos sócios. Para os sistemas comerciais, o proprietário do
empreendimento são empresas particulares e/ou consórcio de empresas nacionais e
até estrangeiras interessadas neste tipo de negócio, que tem se mostrado promissor
para países emergentes.
A engenharia civil passa por uma evolução acelerada em todos os setores,
permitindo uma análise rápida das variáveis técnicas e econômicas para a tomada
de decisão pela execução de um empreendimento.

2.1.2 Legislação do município sobre as imposições legais de ocupação do terreno,


inclusive a questão ambiental

Nos projetos de edificações no perímetro urbano, devem-se consultar os


órgãosmunicipais quanto ao uso do solo para orientar sobre as imposições legais,
como: área de ocupação do terreno, gabarito, afastamentos, adensamento
populacional do setor etc. Esta etapa deverá ser documentada para evitar
transtornos futuros, quando o projeto estiver em andamento.

2.1.3 Sondagens e caracterização do solo para dar subsídios para projeto da


fundação

A sondagem é um procedimento para se estabelecer a resistência do solo,


sua composição, o nível do lençol freático e outras informações importantes para o
projeto da obra. Existem métodos e equipamentos de sondagem do subsolo que
permitem avaliações precisas dos parâmetros para que se possam dimensionar as
fundações da obra planejada. A sondagem mais simples é a de percussão ou de
reconhecimento, que é feita com penetrador padrão. Este procedimento é
normalizado pela NBR 8036/1983 – procedimento de sondagem de simples
reconhecimento dos solos para fundações de edifícios. Esta norma estabelece o
número de furos por área, que nunca deve ser inferior a dois. Caso não seja
possível realizar a sondagem de percussão, em terrenos rochosos ou quando se

24
encontra resistência à penetração da sonda, faz-se a sondagem rotativa com a
sonda de corte.
A sondagem deve fornecer os parâmetros destinados a definir o tipo de
fundação: tipo de solo abaixo da obra; altura do lençol freático; capacidade de carga
do subsolo nas diversas profundidades e comportamento do solo ao receber a
carga.
Caso este processo não seja suficiente, o especialista solicitará outros testes
complementares mais específicos.

2.1.4 Pré-projeto arquitetônico

O estudo preliminar da arquitetura de um empreendimento é um pré-projeto


para ser avaliado pelo interessado ou pelo dono da obra e pela equipe
multidisciplinar, para atender aos outros projetos, definir formas, ambientes,
processos construtivos etc.

2.1.5 Projeto final da arquitetura

Equacionadas as considerações sobre a arquitetura do imóvel em estudo,


passa-se ao projeto final da arquitetura, visando atender os objetivos da obra,
quando serão detalhadas todas as partes da obra necessárias para a execução de
outros projetos e para facilitar a construção. No projeto da arquitetura constam:
situação do terreno, fachadas, plantas baixas, cortes e outros detalhes que são
necessários para a boa execução.

2.1.6 Projeto estrutural

No projeto estrutural encontra-se à infraestrutura, constituída pela fundação e


pela superestrutura, sendo assim responsáveis pela sustentação do
empreendimento. São executados por especialistas de cada setorintegrando aos
outros projetos componentes da obra. As fundações interagem com o e a estrutura,
e esta recebe todas as cargas de seu peso próprio, cargas de ocupação e cargas
provenientes de ações externas, devido a eventos naturais, e as transmite as cargas
para as fundações.
25
2.1.7 Projeto elétrico

O projeto elétrico, que será abordado no item 8.2, detalha toda a parte elétrica
necessária para funcionar equipamentos e iluminação do empreendi- mento,
indicando a locação da entrada de energia, o quadro de entrada geral com os
dispositivos de segurança, os pontos de luz, caixas de passagem, pontos de
consumo de energia, interruptores etc. Apresenta, ainda, o diagrama unifilar,
discriminando os circuitos, o diâmetro da tubulação, os dispositivos de manobra e
proteção etc.

2.1.8 Projetos de equipamentos

O projeto de equipamentos é complementar à funcionalidade da obra, sendo


que os tipos de máquinas e outros acessórios mecânicos dependem da função
desta, tais como os elevadores, escadas rolantes etc.
Os edifícios de escritórios e os residenciais contam com alguma inovação
tecnológica para promover conforto, segurança e economia para os usuários,
chamados edifícios inteligentes. A economia de energia, de água, luz, telefone e
economia indireta, como manutenção e operação, estão incluídos como itens
essenciais nos edifícios inteligentes. Há, ainda, sofisticações controladas por
computadores para proporcionar controle de acesso de pessoas através de cartão
ou de impressão digital, equipamentos incluídos neste projeto.

2.1.9 Projetos hidrossanitários e gás

O projeto hidrossanitário é composto pelo hidráulico e pelo sanitário, sendo


executado pelo mesmo especialista. O projeto hidráulico elabora o abastecimento, a
alimentação, os sistemas de aquecimento e os reservatórios, cuidando também do
aproveitamento das águas pluviais e as servidas após tratamento. O projeto
sanitário trata do recolhimento das águas servidas, das descargas dos vasos
sanitários, do tratamento das águas servidas e das ventilações nos tubos de
descarga. O gás também terá uma instalação projetada para atender aos usuários,
observando os requisitos de economia e segurança.

26
2.1.10 Projeto de sistemas construtivos

O projeto de sistemas construtivos elabora procedimentos para a execução


da obra. É um trabalho multidisciplinar porque envolve todos os outros que vão
compor a obra. Aqui estão definidos os equipamentos a serem utilizados na
execução da fundação, das estruturas, das alvenarias, das instalações, dos
acabamentos e de obras complementares temporárias para a execução da obra
definitiva.

2.1.11 Orçamento e planejamento construtivo

Concluídas as etapas anteriores, segue-se a elaboração do orçamento global


do empreendimento, incluindo aí o custo de execução e os custosempresariais.

2.2 Instalação do canteiro de obras

O canteiro de obra é planejado em função de sua localização, do tipo e da


dimensão. Nos centros urbanos, os espaços são reduzidos para construções
provisórias. O tipo e a dimensão vão definir processos construtivos, máquinas e
equipamentos presentes e exigem mobilidade, de forma a evitar transtornos no
andamento de outras atividades. É preciso que se considere também o
deslocamento de veículos como caminhões, dumpers etc.
Dependências para estocagem de materiais de suprimentos, ferramentas,
banheiros, sanitários, vestiários, refeitório, sala de reuniões, escritórios, CIPA,
ambulatório etc. – todas estas salas são necessárias para o bom gerenciamento da
obra.
No perímetro urbano: as fôrmas, armaduras, pré-moldados e concretos são
fornecidas por terceiros, porque, como há falta de espaço, agiliza o andamento dos
serviços. A figura 1 apresenta uma sugestão para a instalação de um canteiro de
obra.

27
Figura 1 - Esquema de instalação de um canteiro de obra.
Fonte: Criação do autor.

Um canteiro bem planejado permite maior desenvoltura nas atividades, sem


interferências, e evita acidentes provocados por cruzamento e pela interseção de
atividades dos trabalhadores. A figura 2a mostra construção provisória para a
instalação de um canteiro de obras, e a figura 2b é a sala de reuniões e refeitório da
obra.

28
Figura 2a - Construção provisória de um canteiro de obra.
Fonte: Acervo do autor.

Figura 2b - Sala para reuniões e refeitório de um canteiro de obra.


Fonte: Acervo do autor.

O transporte horizontal é necessário para evitar esforço desnecessário do


trabalhador. Na vertical, os guindastes e os elevadores são indispensáveis na
execução da obra.

29
2.3 Locação da obra

A locação da obra é um procedimento utilizado para marcar com a devida


exatidão sua posição no terreno de acordo com o projeto arquitetônico, obedecendo
aos seguintes critérios: dimensões, posição das fundações, pilares, paredes ou
outros detalhes interessantes para a execução conforme foi projetado.
Quanto ao procedimento de locação, depende do tamanho e da natureza da
obra. Por exemplo: se uma residência unifamiliar for construída em local em que as
divisas já estão muradas, basta obedecer aos limites para fazer a locação com trena
e o processo do triângulo-retângulo, ou seja: dois catetos de 3 e 4 metros,
respectivamente, e a hipotenusa de 5 metros para traçar as linhas perpendiculares
em relação às divisas do terreno, conforme figura 3.

Figura 3 - Método de esquadrejamento pelo triângulo-retângulo de 3-4-5.


Fonte: Criação do autor.

Definido o esquadro da área a ser construída, marcam-se os cantos com


cavaletes, conforme figura 4, e nos cavaletes serão posicionados os pontos
indicadores das linhas das fundações epontos indicadores das linhas das fundações
e das paredes.

30
Figura 4 - Colocação de cavaletes para marcar as linhas das fundações e paredes.
Fonte: Criação do autor.

Quando o lote não tem vizinhança construída, é necessário recorrer ao


governo municipal, para requerer nova demarcação, e aos serviços topográficos,
para completar a locação. A topografia é um instrumento fundamental para fazer as
locações e acompanhamentos de obras de engenharia, como projetos de rodovias,
ferrovias, urbanizações, edificações etc.
Nas locações mais complicadas e para áreas maiores usa-se a geodésia, que
utiliza duas coordenadas de distância e uma de elevação. São três parâmetros
geodésicos para determinar a posição de um ponto na superfície terrestre, cujo
sistema de referência é latitude (ϕ), longitude (λ) e altitude elipsoidal (H), também
definido com termo geodésico.
A marcação de pontos alinhados e outras direções, de acordo com a obra,
podem ser feitas com piquete de madeira, com pino metálico ou de concreto,
dependendo do tempo necessário para suas utilizações.
As estacas ou piquetes de madeira devem ter seção quadrada de 4x4cm e
25cm de comprimento, com ponta na outra extremidade para ser cravada no terreno.
Para materializar o ponto de um vértice da poligonal ou do alinhamento, crava-se um
prego de cabeça pequena ou uma pintura vermelha dentro de um círculo também
vermelho na cabeça da estaca, depois de estar cravada.

31
Pino metálico é outra peça usada para marcar a obra, e tem a forma de um
prego com cabeça circular, para ser cravado no terreno. Esta peça também serve
para marcar referência de nível para fundações, pisos, pilares, lajes e caixa d’água.
O nivelamento de poligonais é para que a partida e chegada estejam no
mesmo RN; é o mesmo que linhas de níveis.
Os pontos de apoio básico são determinados pelo Sistema Geodésico
Brasileiro (SGB), cuja finalidade é a marcação do terreno, e a partir daí é que se loca
a obra.
A altura ou cota vertical está sempre definida a partir de uma referência de
nível RN, ou seja, é a distância entre os planos horizontais da RN e o plano que
passa pelo ponto.
Todos os pontos locados numa obra estão definidos num sistema
quadriculado, circulando por fora do perímetro da área em que esta será executada.
Para obras pequenas, este quadriculado pode ser feito através de cavaletes.
Já nas construções maiores, os pontos são locados através de um quadro de
madeira no perímetro exterior, onde os pontos são definidos através do cruzamento
das linhas, conforme figura 5a e a figura 5b indica os pontos onde foram cravadas
estacas.

Figura 5a - Quadro de tábuas para marcar os pontos locados da obra.


Fonte: Acervo do autor.

32
Figura 5b - Indica os pontos onde foram cravadas as estacas da obra.
Fonte: Acervo do autor.

33
CAPÍTULO 3
CONSTRUTIBILIDADE

Segundo o Comitê de Construtibilidade (Constructability Committe of


Construction Institute), o termo que dá nome a este capítulo é “a integração de
conhecimentos de construção e experiência na concepção, planejamento, compras,
e as fases de construção de projetos consistentes com os objetivos do projeto geral”.
Numa definição mais geral, a construtibilidade poderia ser definida como a
aplicação de conhecimentos e experiências em projetos, planejamentos e execução
de empreendimentos com tecnologias consistentes.

3.1 Fases Construtivas

Após o desenvolvimento e a aprovação dos projetos do empreendimento vem


o desenvolvimento da parte construtiva e do planejamento da obra. Para obras
unifamiliar, a formatação final será de acordo com o aceite do proprietário. Para
construções de condomínios verticais, para habitação ou para uso comercial, o
projeto visa atender ao público-alvo, que é a população a ser atraída por diversos
fatores de mercado e equilíbrio ambiental, tais como preço da unidade ofertada,
custo de manutenção e sustentabilidade. As obras ecossustentáveis têm sido,
ultimamente, mais atrativas, devido ao despertar da consciência da população pela
preservação do planeta. São obras que atendem o conforto com menor custo de
manutenção.
Um projeto de boa qualidade facilita a definição do processo construtivo,
permitindo a redução de custo e maior agilidade na execução. Na fase de
planejamento serão definidos os equipamentos a serem locados, a contratação de
pessoal e a compra de materiais.
O planejamento global da obra, também denominado de projeto de produção,
envolve a tecnologia construtiva escolhida de forma a atender toda a execução
desta obra, evitando improvisações e interrupções e permitindo maior agilidade em
toda cadeia produtiva. Como consequência, tem-se um prazo mais rápido de
conclusão. O bom andamento da obra depende do planejamento, que deverá
promover a integração entre projetista e construtor. Pode-se definir esta fase como a
definição do processo construtivo de todo o empreendimento, envolvendo todos os
35
projetos e detalhando processo construtivo de todas as partes da obra, para que se
desenvolvam sem provocar atrasos ou paralisações desnecessárias.
As firmas devem ter um banco de dados de obras passadas, para evitar erros
futuros. A criação de um programa de construtibilidade, alimentado com dados do
passado, contribuirá para aperfeiçoar projetos futuros, com redução de tempo de
execução e melhoria de qualidade da obra.
Uma coordenação eficiente no canteiro melhora a qualidade e reduz custos,
através da racionalização dos trabalhos das equipes, distribuídas por setores em
atividades distintas, mas fazem parte do andamento de etapas independentes, e
este resultado será dependente do projeto de produção que resultou na otimização
das atividades da obra. O planejamento funciona como uma ação proativa do
empreendimento, reduz incertezas que geram atrasos e até interrupções de algumas
atividades.
Às construtoras cabem ainda as seguintes providências: implantar projetos
menos agressivos à natureza; cuidados no que tange ao solo, como as nascentes,
para que não sejam eliminadas; produzir o mínimo de resíduos; usar produtos
biodegradáveis na limpeza dos equipamentos da obra; cuidado com os produtos de
lubrificação, para não contaminar o ambiente; promover a higiene e segurança do
trabalho; cuidado para reduzir ruídos e gases na área da construção e promover a
conscientização dos operários, quanto à poluição no local da obra.

3.2 Escavações e Movimento de Terra

As escavações seguem-se após a instalação do canteiro, e em algumas


situações até mesmo antes da locação definitiva da obra para preparar o terreno,
através de aterro ou de retirada de terra. Trata-se, assim, de um trabalho planejado
de acordo com a topografia local. Muitas vezes, ocorre, numa primeira parte, a
regularização da superfície para que se possa executar a fundação, com cravação
de estacas pré-moldadas de concreto ou estaca de perfis metálicos; somente após
esta etapa é que vai ser retirado o restante de terra, até se chegar à cota do primeiro
piso do prédio. Alguns edifícios possuem mais de um subsolo para garagens;
quando o subsolo está abaixo do lençol freático, há outras atividades para drenar a
água, coma finalidade de manter a superfície seca, enquanto se executa a obra.
Durante as escavações, se executam os escoramentos do terreno, a proteção das
36
construções na vizinhança, para que se possam evitar desmoronamentos e
acidentes mais graves. A figura 6 mostra a escavação do terreno, e a figura 7, a
proteção da divisa de uma obra.

Figura 6 - Escavação e movimentação de terra para início da obra.


Fonte: Acervo do autor.

Nas obras pequenas, às vezes, ocorre apenas aterro e/ou cortes para nivelar
o terreno, sem muita preocupação com os vizinhos, porque não é uma obra que
perturba muito o subsolo.

37
Figura 7 - Proteção na divisa da obra.
Fonte: Acervo do autor.

38
CAPÍTULO 4
FUNDAÇÃO OU INFRAESTRUTURA

Fundação ou infraestrutura é a parte que, além de transmitir toda carga da


estrutura da obra para o solo, vai permitir que os usuários se sintamconfortáveis
quanto à sua estabilidade.
A aptidão do solo, para suportar com segurança todo o peso da obra, as
sobrecargas de utilização e as acidentais são definidas pelos ensaios de sondagens
e de caracterização do solo onde será construída a obra.

4.1 Sondagem

A sondagem de percussão de um penetrador padrão SPT (Standard


Penetration Test), também denominada de simples reconhecimento do subsolo,
fornece dados indispensáveis para se definir qual tipo de fundação é o mais
adequado.
Segundo a tabela 1, a classificação mais simplificada do solo, do ponto de
vista de sua granulometria, é argila, silte, areia e pedregulho.

Tabela 1 – Classificação do solo segundo a granulometria.


TIPO DE SOLO TAMANHO DAS PARTÍCULAS EM
Argila Até 0,005 MM
Silte Entre 0,005 a 0,05
Areia: Entre 0,05 a 0,15
Fina Entre 0,15 a 0,84
Média Entre 0,84 a 4,8
Grossa Entre 4,8 a 16 mm
Fonte: Criação do autor.

A figura 8a mostra o esquema de sondagem de percussão do solo, e a figura


8b apresenta o esquema do amostrador padrão para teste SPT.

39
Figura 8a - Sondagem do subsolo.
Fonte: Disponível em: <www.forumdaconstrucao.com.br>. Acesso em: 27 junho 2011.

Figura 8b - Amostrador padrão para teste SPT internacional, com a mesma interpretação em
qualquer país.
Fonte: Disponível em: <www.forumdaconstrucao.com.br>. Acesso em: 27 junho 2011.

40
ANBR8036: 1983 estabelece a programação para sondagem, em função da
área a ser construídada seguinte forma:

 Uma a cada 200m² para uma área em plantada obra de até 1200m²;
 Para uma área entre 1200m² a 2400m² será um furo para cada 400m²
que excederem aos 1200m²;
 Acima de 2400m² o número de furos de sondagem será fixado de
acordo como plano da obra.

ANBR8036: 1983 estabelece ainda que o número de furos de sondagem deve


ser, no mínimo, de 2 para área até 200m² e de 3 para área entre 200m² e 400m².
O índice SPT é o número de golpes para a penetração dos 30 cm finais do
amostrador, desprezando, assim, o número de golpes para penetração dos 15cm
iniciais do amostrador.
O valor da tensão admissível do solo, em função do número de golpes SPT, é
calcula da pela expressão a seguir: Tensão admissível=0,1[(SPT)1/2–1]MPa.
A tabela 2 dá o valor das tensões admissíveis em função da interpretação do
SPT para as principais categorias de solo.

Tabela2 – Valores das tensões admissíveis para as diversas categorias de solo em


função do SPT.

Tipo de solo Nº golpes SPT Tensões admissíveis em MPa


Agila muito mole <2 < 0,025
Argila mole 2a4 0,025 a 0,05
Argila média 4a8 0,05 a 0,1
Argila rija 8 a 15 0,1 a 0,2
Argila muito rija 16 a 30 0,2 a 0,4
Argila dura >30 >0,4
Areia fofa ≤4 <0,1
Areia pouco compacta 5 a 10 0,1 a 0,2
Areia med. compacta 11 a 30 0,2 a 0,4
Areia compacta 31 a 50 0,4 a 0,6
Areia muito compacta >50 >0,6
Fonte: Disponível em: <www.forumdaconstrucao.com.br>. Acesso em: 27 junho 2011.

41
4.2 Fundações Simples ou Superficiais

Para pequenas construções que não possuem estruturas pesadas, nem


grandes coberturas, as fundações podem ser do tipo alicerce, que é uma vala de 50
cm de profundidade e 40 cm de largura, preenchida com pequenos pedaços ou
matacões de pedra, também com solocimento compactado, sapata corrida, concreto
com entulho de obra ou de demolição. Nos terrenos sujeitos a acomodações ou a
deslizamentos, tais como argila úmida, aterros de entulho, locais de muito
formigueiro, mesmo que seja construção leve, recomenda-se fundação em sapata
armada, para que se possa distribuir a carga por uma superfície maior do solo em
função da taxa de trabalho do solo. As fundações em estacas a trado, onde o
terreno é perfurado a trado e preenchido com concreto de baixo consumo de
cimento, cerca de 280 kg/m³ de concreto e de baixa consistência, neste caso pode-
se usar concreto com agregado de entulho. Nas estacas devem-se deixar quatro
barras de aço de 1 mm de diâmetro, embutidas a cerca de 20cm na estaca e mais
20 cm para ancorar no bloco de ligação da estaca com o bloco que, por sua vez,
sustenta o pilar.
Segundo Alves (2009), a fundação com uma mistura de solo, cimento e cal
compactada é uma alternativa ecológica porque usa o próprio solo da esca- vação.
Para impermeabilizar a fundação usou-se adição de um hidrofugante na proporção
de 500 ml por lata de 18 litros de cimento. A figura 9 mostra a fundação sendo
construída no Campus II da Universidade Federal de Goiás, em 1985.

Figura 9 - Execução das fundações no Campus II da Universidade Federal de


Goiás, em 1985.
Fonte: Acervo do autor.

42
Para Alves (2009), um sistema de fundação simples composta de carcaça de
pneu e concreto, com agregado de entulho de obras e demolições, é uma alternativa
de baixo custo e segura, porque a carcaça do pneu demora centenas de anos para
degradar, conforme figura 10a e 10b, mostrando fases de execução das fundações
com borra de pneu.

Figura 10a - Disposição das carcaças de pneus na execução de uma fundação.


Fonte: Acervo do autor.

Figura 10b - Outro tipo de fundação com carcaça de pneu.


Fonte: Acervo do autor.
43
São várias as soluções para a fundação com carcaça de pneu, como mostra a
figura 11.

Figura 11 - Cintas inferiores com fundação usando carcaça de pneu.


Fonte: Acervo do autor.

No concreto das cintas utilizou-se agregado corrido, sem separar graúdo e


miúdo, cujo traço estudado foi de 1:3,3:0,57 (traço em massa).
Para as fundações tradicionais em sapatas, conhecendo-se a taxa de trabalho
admissível do solo e a carga centrada do pilar, dimensiona-se a área da sapata que,
segundo Moraes (1976), será:
S = axa = 1,05P/p, onde:
S = área da sapata em mm²; A = lado da base da sapata;
P = a carga do pilar em Newton;
P = taxa admissível do terreno em MPa.

A figura 12 mostra croquis de uma sapata.

44
Figura 12 - Croquis de uma sapata.
Fonte: Criação do autor.

Nas divisas, as sapatas são excêntricas e, neste caso, tem que adotar uma
viga de equilíbrio para sustentar o pilar.
Existem ainda a modalidade de sapata corrida ao longo da parede e o radier,
que é uma laje armada que recebe as cargas dos pilares e das paredes para
transmitir ao solo.

4.3 Fundações profundas

Este tipo de fundação transmite a carga ao solo por meio do atrito lateral, pela
reação de ponta ou pela combinação de ambas. Os principais tipos de fundação
profunda são: estacas de madeira; estacas pré-moldadas de concreto; estacas de
concreto moldada in loco; tubulões de concreto e estaca de perfis de aço.
As estacas de madeira foram muito usadas no passado, quando a obra se
situava em locais pantanosos e na construção de pontes, onde permaneciam
sempre úmidas e então poderiam durar por longos anos, sem apresentarem
deteriorização.
As estacas pré-moldadas de concreto sucederam as de madeira, e foram
também usadas por muito tempo.
As estacas de concreto moldadas in loco também já tiveram seu lugar nas
construções há algum tempo. Neste sistema, tem-se o tipo franki e compressol.
Os tubulões também se apresentam como soluções para estruturas de
grande carga. São executados de acordo com o terreno, como, por exemplo: se for

45
em local seco, a escavação pode ser manual, como furar um buraco. Se for abaixo
do lençol freático, e a escavação for manual, será executada com ar comprimido,
para manter o local sem água. É um trabalho com grandes riscos de acidentes, e
também prejudica a saúde de quem executa o servi- ço.Existem equipamentos para
perfurar o solo com melhor desempenho e menos riscos para os operários.As
figuras 13a e 13b mostram um tubulão escavado a céu aberto, e o início da
concretagem de outro tubulão.

Figura 13a - Buraco para tubulão.


Fonte: Acervo do autor.

Figura 13b - Início da concretagem de um tubulão.


Fonte: Acervo do autor.

46
Figura 14 - Equipamento para escavação de solo a trado.
Fonte: Acervo do autor.

As figuras 15a e 15b mostram a concretagem de um tubulão e o topo da peça


com a ferragem de transição para o pilar.

Figura 15a - Concretagem do tubulão. Figura 15b - Topo do mesmo com a


Fonte: Acervo do autor. ferragem de transição para o pilar.
Fonte: Acervo do autor.

Após a concretagem do tubulão, coloca-se a armadura do pilar, conforme


indicação da figura 16.

47
Figura 16 - Alguns tubulões já concretados e com a armadura dos pilares.
Fonte: Acervo do autor.

A concretagem sob a água nos tubulões se executa através de uma


tremonha; o concreto de consistência fluida desce por este tubo até a base do
tubulão, e o tubo vai subindo à medida que o concreto vai fluindo, expulsando a
água para cima, até completar o enchimento da peça. As figuras 17a e 17b
apresentam a execução dos tubulões da Unidade II, da Usina Nuclear de Angra dos
Reis, cuja concretagem se dava abaixo do nível d’água e era executada com o tubo
tremonha. A fundação se apoiava na rocha cerca de 40 m abaixo do pátio de
serviço.

Figuras 17a e 17b - Execução dos tubulões da Unidade II da Usina Nuclear de Angra dos Reis.
Fonte: Acervo do autor.

48
As estacas de perfis de aço têm sido usadas por uma série de vantagens na
execução, tais como: facilidade de emenda, através de solda; grande resistência à
flexão, permitindo o escoramento do terreno na divisa, e grande resistência à
compressão. Como desvantagem pode-se considerar a questão da corrosão, fato
ainda pouco investigado, o que será um problema no futuro.

49
CAPÍTULO 5
CONCRETO

5.1 Breve histórico sobre o concreto

O concreto é um material versátil para a construção, e sua his- tória atravessa


milhares de anos, provando sua perenidade. Há ves- tígios de concreto nas
pirâmides, como revela a figura a seguir, que mostra como fazer uma mistura
manual de concreto.

Figura 18 - Mural egípcio retratando mistura manual de concreto, de 1950 a.C.


Fonte: CEMBUREAU, 1995.

O coliseu romano é um exemplo clássico de uma estrutura arrojada em


concreto.
A tecnologia do concreto evoluiu muito a partir da década de 1970, com as
construções de plataformas para a exploração de petróleo em alto mar. Surgiu,
então, o concreto denominado de alto desempenho (CAD), quando se aperfeiçoou o
desempenho do cimento com uso de adições da sílica coloidal (síliativa) e de
aditivos plastificantes com alto poder de redução da água, aumentando sua
trabalhabilidade. Também na década de 1980 surgiu o concreto com pó reativo
(CPR), quando se permitiu dosar concreto com até 800 MPa. Criado pelo arquiteto
húngaro Locazi, o concreto translúcido, que é mais um exemplo da versatilidade

51
desse material, é o resultado da combinação de concreto com fibra ótica, conforme
mostra as figuras 19a e 19b.

Figuras 19a e 19b - Imagens e tipos de concreto translúcido.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 27 junho 2011.

A nanotecnologia também chegou ao concreto, através da composição do


nanocimento, com nanotubos de carbono. A figura 20 mostra um nanotubo de
carbono de paredes duplas.

Figura 20 - Nanotubo de carbono de paredes dupla.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em 27 junho 2011.

Ao lado de toda tecnologia de ponta, o concreto também pode ser um material


sustentável, quando se substitui parte do cimento por cinzas, pó de pedra e
52
agregado de entulho de obra e de demolição. Segundo Alves (2006), pode-se obter
concreto com agregado de entulho de demolição com resistência até 40 MPa. Neste
caso, é uma opção para estruturas de pequeno porte e construções térreas. Outras
opções para o agregado EOD são os equipamentos urbanos, como meios-fios,
calçadas e muitas outras pequenas obras que poderiam usar estes agregados. A
figura 21 mostra entulhos que poderiam ser aproveitados para a produção de
agregados.

Figura 21 - Entulhos diversos.


Fonte: Acervo do autor.

Os agregados de EOD, conforme figura 22, têm boas características para


várias classes de concreto; apresenta a vantagem de reduzir o volume de lixo
descartado, reduz também o volume de rocha extraída para a produção de brita,
dois fatores importantes para a preservação do meio, já bastante desgastado pela
humanidade.

53
Figura 22 - Entulho separado por granulometria.
Fonte: Acervo do autor.

O concreto com agregado de EOD, conforme figura 23, dá opções para a


arquitetura de interior, tendo em vista sua coloração.

Figura 23 - Corpos de prova de concreto com agregado de EOD.


Fonte: Acervo do autor.

54
5.2 Dosagem do Concreto

Há um ditado popular, na prática da construção, que diz: “dosar concreto


qualquer um dosa”; contudo, aí está um grande equívoco que pode não funcionar,
trazendo sérias consequências futuras para a obra. Na dosagem, primeiro avaliam-
se os agregados e o cimento para, em seguida, em função da resistência de projeto
(fck), as condições do grau de exposição estabelecido na NBR 6118:2003 e NBR
12655:2006, determinar o fator água/cimento. Em seguida, calcula-se o traço,
fazem-se as ajustagens da mistura e moldam-se corpos de prova para a avaliação
da resistência necessária, segundo metodologia de Alves (2002).

5.2.1Concretagem e Controle de Qualidade do Concreto

No planejamento da obra estabelece-se o plano de concretagem atendendo a


todas as disposições constantes da ABNT NBR 14931, com referência à execução
das estruturas e da ABNT NBR 12655, que dispõe sobre preparo, controle e
recebimento do concreto. A partir deste planejamento deve-se elaborar um manual
de procedimento para o engenheiro e o encarregado da obra adotarem todas as
recomendações para a boa execução da concretagem. Neste procedimento devem
constar os itens fundamentais, desde a conferência das armaduras, o preparo das
fôrmas, a nomeação da equipe para o trabalho, até a solicitação do concreto,
avisando-se o laboratório encarregado da coleta e do preparo dos corpos de prova,
para que se possa avaliar a qualidade do concreto que será utilizado.
Após a concretagem serão tomadas as providências para garantir a cura das
peças, de acordo com as recomendações das normas da ABNT e, então, deve-se
programar a data de retirada das fôrmas. Na retirada das fôrmas, será avaliada,
visualmente, a qualidade da concretagem e, caso haja alguma correção ou reparo, o
mesmo será feito de acordo com procedimentos recomendados, segundo Alves
(2002). As figuras 24a e 24b apresentam o início da concretagem de uma laje
nervurada e seu respectivo acabamento.

55
Figura 24a - Início da concretagem de uma laje nervurada.
Fonte: Acervo do autor.

Figura 24b - O acabamento.


Fonte: Acervo do autor.

56
CAPÍTULO 6
ESTRUTURAS

As estruturas são os componentes que sustentam as construções, e podem


ser classificadas em estruturas de concreto; estruturas de aço e estruturas de
madeira.

6.1 Estruturas de concreto

6.1.1 Fôrmas e escoramentos

As fôrmas são confeccionadas de chapas resinadas de madeirite e reforçadas


com sarrafos, caibros e, às vezes, dependendo do volume de concreto da peça, com
chapas de aço. Dependendo da dimensão da estrutura, as fôrmas são
dimensionadas em projeta à parte, para garantir que a concretagem ocorra sem
acidentes, e devem atender aos seguintes requisitos: estanqueidade; estabilidade
entre os reforços; dimensões e formas de acordo com o projeto da peça e
escoramentos.
A estanqueidade é realizada para se evitar que parte do concreto vaze
durante a concretagem. Antes de iniciar o lançamento do concreto, devem-se checar
as fôrmas, para evitarem possíveis vazamentos.
A estabilidade entre os reforços, bem como a rigidez das fôrmas são
importantes para garantirem a forma e a posição da peça de acordo com o projeto.
Quanto às dimensões e formas, deverão estar dentro do limite de tolerância
das dimensões da peça. O projeto de fôrmas de uma obra deverá detalhar as
fôrmas, evitando dúvidas na sua execução. As figuras 25a e 25b mostram fôrmas de
pilares e fôrma de pilar e viga.

57
Figura 25a - Fôrmas de pilares.
Fonte: Acervo do autor.

Figura 25b - Fôrma de pilar e viga.


Fonte: Acervo do autor.

A figura 26 mostra a execução de uma fôrma de cortina de sustentação de


corte na divisa da obra.

58
Figura 26 - Fôrma de cortina de sustentação de corte na divisa da obra.
Fonte: Acervo do autor.

O escoramento das fôrmas é calculado para resistir às cargas do peso das


fôrmas, do concreto e armadura e mais a sobrecarga durante a concretagem. As
peças do escoramento são tubulares, permitindo ajustes de altura para manter a
posição correta da estrutura, conforme figura 27.

Figura 27 – Escoramento tubular.


Fonte: Acervo do autor.
59
Num edifício, o escoramento deve permanecer até que a laje do pró- ximo
pavimento seja concretada, conforme figura 28, para evitar sobrecarga na laje
inferior.

Figura 28 – Escoramento de duas lajes, sendo que a inferior é mantida para sustentar a
concretagem da superior.
Fonte: Acervo do autor.

Quanto ao dimensionamento, as estruturas de concreto também podem ser


classificadas em: concreto armado e concreto protendido.
No concreto armado, as armaduras são estabelecidas segundo as teorias de
dimensionamento e os requisitos da ABNT NBR 6118:2003, e os detalhes das peças
de concreto armado fazem parte do projeto estrutural. No projeto da estrutura de
concreto de uma obra estão todos os desenhos de locação e distribuição das peças
com as devidas identificações. As identificações de cada barra, e sua posição dentro
da peça, também fazem parte do projeto um resumo quantitativo de cada peça e a
massa parcial e total das armaduras. A figura 29a mostra o preparo das armaduras,
e a 29b as armaduras já prontas para uso.

60
Figura 29a – Bancada para confecção de armadura.
Fonte: Acervo do autor.

Figura 29b – Armaduras prontas para uso.


Fonte: Acervo do autor.

A superestrutura de um edifício é composta dos seguintes elementos: pilares,


vigas, lajes, escadas etc.
Pela ordem de transmissão de carga, as lajes recebem as cargas de
ocupação, as transmitem às vigas, que recebem ainda as cargas das paredes e as
passam para os pilares, e estes para as fundações. Trata-se de um conjunto
harmônico que garante a estabilidade estrutural da obra.

6.1.2 Lajes e forros


61
As lajes podem ser classificadas em:
Laje maciça – não é muito comum atualmente porque existem outras
soluções mais adequadas para os diversos tipos de piso.
Laje cogumelo – é uma laje maciça que não tem viga. Toda sua carga é
transmitida diretamente ao pilar, através do capitel, que é um tipo de sapata invertida
para receber toda carga da laje. É uma solução para grandes vãos livres, com a
liberdade de lançamento das paredes e divisórias internas dos edifícios. Sua
desvantagem é a alta densidade de armadura e o volume de concreto.
Laje nervurada – é mais uma solução para grandes vãos que promove a
liberdade de lançamento de paredes. Estas lajes também não têm vigas, e as
nervuras estão situadas nas duas direções. Atualmente, estas lajes são de fácil
execução porque as caixas para formar as nervuras são de plásticos reciclados,
facilitando a distribuição das armaduras e a concretagem. A figura 30 mostra uma
laje nervurada.

Figura 30 - Laje nervurada.


Fonte: Acervo do autor.

As figuras 31a e a 31b mostram a caixas de plásticos colocadas na fôrma de


uma laje nervurada e as armaduras já dispostas para receber o concreto

62
Figura 31a - Colocação das caixas de plásticos para laje nervurada.
Fonte: Acervo do autor.

Figura 31b - Colocação da armadura da laje.


Fonte: Acervo do autor.

Laje mista – são aquelas compostas de vigotas ou treliças de concreto e


lajotas de cerâmicas ou por qualquer peça de outro ma- terial, para funcionar como
enchimento da peça, conforme mostra a figura 32.

63
Figura 32 - Laje mista com enchimento de placas de isopor.
Fonte: Acervo do autor.

Laje em concreto protendido – é mais uma solução para grandes vãos e


para que se possa economizar vigas.
Concreto protendido é outra modalidade de estruturas de médio a grande
porte. São vários processos de armaduras protendidas, dentre eles: as lajes de
edifícios com armadura dentro de cabos engraxados, as estruturas maiores com
vários cabos de protensão dentro de bainhas que, posteriormente, são solidarizadas
ao concreto através de injeção de calda de cimento, conforme figura 33.

Figura 33 - Mostra o processo de ancoragem de protensão na ponte do


Millau, na França.
Fonte: Disponível em: <www.scribd.com>. Acesso em: 26 junho 2001.
64
Com o concreto protendido foi possível viabilizar mega projetos de pontes,
elevados, plataformas de exploração de petróleo e muitos outros que estão sendo
executados em diversas partes do mundo, conforme mostra a figura 33, na qual se
vê a ancoragem de uma armadura de protensão da ponte do Millau, na França.
Forro – o forro substitui a laje nas construções pequenas, e também é uma
forma de vedar o calor solar. São vários produtos e formas utilizados para se forrar
uma residência, por exemplo, forro de madeira, forro de gesso, forro de aglomerados
de fibras vegetais, de PVC etc.
O forro de madeira, conhecido como paulista e pode ser feito com tábuas de
assoalho para dar um toque decorativo ao ambiente. Há que se considerar a
questão da sustentabilidade da madeira na construção civil, tendo em vista a falta de
material certificado no comércio de materiais de construção. As figuras 34a e 34b
mostram forros de madeira.

Figura 34a - Forros de madeira.


Fonte: Disponível em: <www.google/search>. Acesso em: 26 julho 2011.

65
Figura 34b - Forros de madeira.
Fonte: Disponível em: <www.google/search>. Acesso em: 26 julho 2011.

Figura 35a - Forros de bambu já disponíveis no comércio de materiais de construção.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 26 julho 2011.

66
Figura 35b - Forros de bambu já disponíveis no comércio de materiais de construção.
Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 26 julho
2011.

O forro de bambu laminado substitui o convencional de madeira, e tem a


vantagem de ser sustentável. A seguir, apresentam-se, nas figuras 35ae 35b, duas
sugestões de forro de bambu.
Forro de palhas e/ou de fibras vegetais são ecologicamente corretos, e dão
um toque diferente na arquitetura de interiores. Existem palhas de cereais, da
bananeira, palmeiras etc., que sevem para tecer esteiras que podem ser usadas em
decorações de paredes e também para forros de tetos, conforme as figuras 36a e
36b.

Figuras 36a e 36b - Sugestões de forros de palha.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 26 julho 2011.
67
O gesso é outra alternativa para forros, embora vulnerável à umidade e a
pequenos abalos, transmitidos pela movimentação da rua. Trata-se de um bom
acabamento, e pode combinar formas mais decorativas no teto. Às vezes, se usa o
gesso no chamado forro falso, para cobrir tubulações elétricas e de esgotos. A
colocação do forro de gesso, geralmente, é feita por profissionais da própria fábrica.
É um serviço especializado que é contratado à parte pelo gerente da obra.
Na linha das placas aglomeradas de fibras vegetais existem várias opções
para forros. Há no comércio: o Duratex, o Eucatex, o MDF, o HDF e outras placas
para forro. Esta etapa também se efetiva por meio da prestação de serviço à parte,
que se faz por profissionais especializados. Primeiramente, são colocados os perfis
que vão receber as placas e, depois, as peças vão sendo assentadas. Os
aglomerados não têm bom desempenho com a umidade, e há que se preocupar
com o ataque de cupins.
O forro de PVC é muito usado como solução barata para o forro, e são
fornecidos em algumas opções de cor e espessura. São facilmente colocados e tem
boa durabilidade. As figuras 37a e 37b mostram peças do forro de PVC e o forro
colocado.

Figura 37a - Peças de forro PVC. Figura 37b – Forro de PVC colocado.
Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/serch>. Acesso em: 27 julho 20011.

O forro de lã de vidro aglomerada com resinas poliméricas tem uma face


revestida com véu de vidro branco ou colorido, sendo a face oposta com véu de
vidro preto uma opção decorativa para interiores. Pode-se ainda revestir a face
aparente com filme de PVC. A figura 38 mostra placas de lã de vidro.
68
Figura 38 - Placas de lã de vidro.
Fonte: Disponível em:
<www.Google.com.br/search>. Acesso em: 26
julho 2011.

6.2 Estruturas de Aço

As estruturas de aço ainda não são muito comuns nos projetos de edifícios no
Brasil, talvez pela cultura inicial do concreto armado ou pelo motivo de
competitividade, pela falta de mão de obra, principalmente no interior do país. São
estruturas que devem ter projetos muito bem detalhados, porque os encaixes das
peças necessitam ter precisão milimétrica para ser parafusados.
Os aços para estruturas visam atender às necessidades específicas do
projeto, que é resistência mecânica aos esforços solicitantes e durabilidade com
menor custo de manutenção. A tecnologia de aços para estrutura tem evoluído
muito, quanto à resistência mecânica e à corrosão.
Quanto ao teor de carbono, os aços são classificados em:

 de baixo carbono: C ≤ 0,30%;


 de médio teor de carbono: 0,3≥ C ≤ 0,5%;
 de alto teor de carbono: C ≥ 0,5%.

69
Além do carbono, também estão presentes nos aços para estruturas os
seguintes elementos: cromo, alumínio, boro, cobre e níquel. Os teores de sílica e
manganês são tolerados no máximo 0,6% e 1,65, respectivamente.
Para resistir melhor à poluição atmosférica, utilizam-se os aços de baixo teor
de carbono com adições de pequenas porcentagens de cobre, cromo, fósforo e
silício. Criou-se, assim, o aço do grupo patináveis ou aclimáveis, altamente
resistentes à corrosão atmosférica e com resistência mecânica adequada às
estruturas.
A montagem de uma estrutura de aço em edifícios é relativamente ágil, caso
haja todos os equipamentos necessários para içar as peças e colocá-las no lugar,
pela equipe especializada neste tipo de atividade. As ligações das peças por
parafusos são mais indicadas devido à rapidez da operação, o que não aconteceria
com a ligação por solda, porque, além do equipamento, há fagulhas de material
derretido.

6.3 Estruturas de madeira

As estruturas de madeira foram precursoras de grandes obras no passado,


pela leveza e alta resistência em relação à sua densidade. Durante muitos séculos,
grandes mestres carpinteiros assim fizeram suas obras, construindo castelos, os
primeiros fortes, pontes elevadiças, catapultas, embarcações etc. Com a devastação
predatória das florestas, e sem a devida reposição, as estruturas de madeira dura
(hard wood) se tornaram escassas. A figura 39 mostra uma treliça de madeira.

70
Figura 39 - Treliças de madeira.
Fonte: Disponível em: <www.portobelo.olx.com.br>. Acesso em: 27 junho 2011.

O bambu, pertencente à família das gramíneas, surge como opção para


fabricar chapas laminadas com resistência mecânica e densidade semelhante à
madeira, e ainda possui a vantagem da facilidade de reposição, já que em cerca de
seis anos está na idade de colheita. Para pequenas coberturas, pode-se usar o
colmo do bambu, devida- mente tratado, em substituição às peças de madeira
serrada, uma op- ção singular com grande valor estético, se for aparente. Conforme
Al- ves (2002), um processo de tratamento fácil e econômico do bambu é a
mineralização com calda de cimento, o que melhora sua resistência mecânica e
durabilidade. A tabela 3, segundo Alves (2010), apresenta a média de resultados
das resistências à compressão e tração de corpos de prova de bambu com e sem
tratamento.

Tabela3–Resultadosdasresistênciasdobambu.
TIPO DE RESISTÊNCIA RESISTÊNCIA À
TRATAMENTO ÀTRAÇÃO COM-PRESSÃO(MPa)
Semtratamento 148,7 43,8

1:5 149,4 55,2

71
A figura 40 mostra uma cobertura de telhado com bambu.

Figura 40 - Cobertura com estrutura de bambu.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 21 maio 2009.

72
CAPÍTULO 7
PAINÉIS DE PAREDES

Os painéis de paredes têm como principal função o fechamento de ambientes


para dar privacidade e conforto ao usuário, sendo que, às vezes, tem função
estrutural, e neste caso é denominado de alvenaria estrutural.
Novas tecnologias de processos construtivos de painéis de paredes oferecem
processos e produtos para painéis de paredes que não seja blocos cerâmicos, pré-
moldados de concreto ou sílico calcário. São os painéis pré-fabricados que facilitam
a execução tradicional de assentamento de peça por peça, com todo o cuidado, no
alinhamento horizontal e vertical. Os painéis que já vem com revestimento, dutos
para rede elétrica, água e kit para cozinha e banheiro são ideais para acelerar o
cronograma da obra e eliminar grande parte de resíduos que as alvenarias de blocos
provocam.

Figura 41 - Pirâmide de Gizé, 2550 a.C.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 21 maio 2009.

73
7.1 Alvenarias de Pedra

A pedra foi a primeira solução para construção de habitações, templos


religiosos, castelos, pontes, aquedutos, túmulos etc. A figura 41 mostra uma das
obras mais antigas, a Pirâmide de Gizé, construída pelo arquiteto Imhotep, por
ordem do faraó Kufu. A pirâmide tem 229x229 metros de base e 146 metros de
altura, data de 2550 anos a.C, recorde que só foi batido em 1889, pela Torre de
Eiffel, em Paris-França, que possui 324 metros de altura. figura 42 mostra o
parlamento turco em Efeso, construído em mármore.

Figura 42 - Parlamento turco em Efeso, construído em mármore. Fonte: Acervo do autor.

A figura 43 apresenta um banheiro turco também em Efeso, construído em


pedra.

74
Figura 43 - Banheiro turco em Efeso construído em pedra.
Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 23 maio 2009.

7.2 Construção com Terra

A construção com terra também foi pioneira nas habitações, com registros
históricos. O tijolo cru, ou adobe, era misturado com palha seca de vegetação e
moldados.

A tabela 4 apresenta a composição básica de solos para fabricar adobe:


Composição Teor em %

Argila 15 a 35
Silte 10 a 45
Areia 45 a 50

75
Figura 44a - Moldagem de adobe com fibras vegetais.
Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 26 junho 2011.

44b - Amassando o barro sem fibras.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 26 junho 2011.

76
As construções com adobe apresentam ambiente interno muito agradável,
porque o material é um bom isolante térmico e acústico. A figura 45 é de uma
residência em perfeita harmonia com a natureza.

Figura 45 - Uma habitação em adobe.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 28 junho 2011.

Existem construções maiores em adobe, conforme figura 46, que mostra um


prédio no Yêmen.

Figura 46 - Prédio construído com adobe no Yêmen.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 26 junho 2011.
77
O assentamento do adobe é feito com o mesmo barro que serve para fabricá-
lo, conforme tabela 4. As figuras 47a e 47b mostram a recuperação da Igreja de
Pirenópolis, após o segundo incêndio.

Figura 47a - Restauração da Igreja de Pirenópolis, construída com adobe. Fonte: Acervo do autor.

Figura 47b - Restauração da Igreja de Pirenópolis, construída com adobe.

78
Fonte: Acervo do autor.
A figura 48 apresenta os adobes da Igreja de Pirenópolis.

Figura 48 - Adobes da Igreja de Pirenópolis. Fonte: Acervo do autor.

O superadobe foi uma criação de Nadar Kalilli, arquiteto iraniano que verificou
que, após os terremotos, os fornos cerâmicos em forma de abóbadas não ruíam;
começou, assim, a construir casas com adobe e a atear fogo para vitrificar as
paredes como se faz com a queima de tijolos. O método inicial da queima evoluiu
para solo estabilizado com cal e cin- za e/ou cimento, e era ensacado em bobinas de
fibras tecidas de plásticos. A queima foi abolida porque não era prático construir e
atear fogo. O saco pode ser preenchido manualmente ou com um sistema
bombeado, e assim vão sendo empilhados, podendo ser em forma de abóbadas ou
em várias formas adaptáveis para o superadobe. As bobinas são parcialmente
cheias e levemente compactadas em camadas e conectadas por fios de arame far-
pado, sendo as camadas contínuas até o final das paredes. Após concluir as
paredes, e o material atingir a resistência aos 28 dias, pode-se queimar as fibras de
plásticos com maçarico e fazer o revestimento da parede. A figura 49 apresenta de
uma residência construída com superadobe.
79
Figura 49 - Residência em superadobe.
Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 28 janeiro 2011.

As paredes de superadobe são construídas conforme figura 50.

Figura 50 - Construção de parede com superadobe.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 21 março 2010.

80
Tijolo de solo cimento ou tijolo ecológico é mais uma alternativa para
alvenarias de paredes, e tem a vantagens de não consumir energia para cozimento,
de regularidade de forma e facilidade para assentamento, e pode ser utilizado até
com cola branca para paredes internas; não é necessário revestir com argamassa,
basta apenas impermeabilizar com selador. Ele é vazado, permitindo a passagem de
tubulação para as instalações elétricas e hidráulicas. Nos cantos e nos encontros
das paredes, esse tipo de tijolo pode reforçar com grounte e três barras de aço CA
50 e diâmetro de 10 mm, com estribo envolvendo as barras a cada duas fiadas de
tijolo. A figura 51 mostra a moldagem de tijolo ecológico.

Figura 51 - Produção de tijolo ecológico na prensa manual. Fonte: Acervo do autor.

O assentamento do tijolo ecológico é muito fácil, porque eles são encaixados


uns nos outros. Nas paredes internas, não é necessária a utilização de argamassa,
pois pode ser feito com cola branca. A figura 52 mostrauma experimentação de
assentamento do tijolo ecológico.

81
Figura 52 - Facilidade de execução de parede com o tijolo ecológico.
Fonte: Acervo do autor.

7.3 Paredes de Tijolo e Bloco Cerâmico

Os tijolos e blocos cerâmicos são tradicionais na construção civil, mas,


atualmente, há falta de matéria-prima para as cerâmicas próximas aos grandes
centros urbanos, forçando as construtoras a buscarem outras opções para as
paredes.
São dois fatores ecológicos que afetam a produção de cerâmica: a queima de
madeira para cozimento do produto e a extração de argila, que já está muito
esgotada nas proximidades dos centros consumidores. O tijolo maciço cerâmico
para alvenaria é especificado pela ABNT
NBR 7170, cujas características principais, dimensões e resistência à
compressão especificada pela norma, estão nas tabelas a seguir.

82
Tabela5 – Dimensões nominais de tijolos cerâmicos segundo a ABNT NBR 7170.
Comprimento(m Largura(mm) Altura(mm)
m)
190 90 57
190 90 90
Fonte:Criação do autor.

Tabela6 – Resistência à compressão do tijolo maciço em relação à categoria


segundo a ABNT NBR 7170.
Categoria Resistênciaàcompressão(MPa)
A 1,5
B 2,5
C 4,0
Fonte: Criação do autor.

Dificilmente, estas duas principais exigências da NBR 7170: 1983 serão


cumpridas pelos fabricantes, devido à falta de assistência tecnológica e fiscalização,
quanto ao cumprimento das especificações da ABNT. A figura 53 mostra como se
deve fazer o travamento no assentamento dos tijolos nas paredes.

Figura 53 - Indicando como se deve fazer o travamento de tijolos.


Fonte: Acervo do autor.

83
Traço em volume da argamassa para assentamento de tijolo maciço
cerâmico: 1:2:8 (cimento:cal:areia).
Os blocos cerâmicos para alvenaria, especificados pela ABNT NBR
7171:1992 apresentam uma série de 16 opções de dimensões e mais 4 com
medidas especiais; também não atendem às exigências de padronização e de
resistência. A tabela 7 apresenta apenas as modalidades especiais.

Tabela7 – Dimensões nominais de blocos cerâmicos segundo a ABNT NBR


7171:1992.
Medidas Dimensõesnominais(mm)
especiais LxHxC L- Altura(H Comprimento(
(cm) Largura ) mm)
10x10x20 90 90 190
10x15x20 90 140 190
10x15x25 90 140 240
12,5x15x25 115 140 240
Fonte: Criação do autor.

A figura 54 apresentas o início de três paredes de blocos cerâmicos.

Figura 54 - Levantamento de paredes com blocos cerâmicos.


Fonte: Acervo do autor.
84
A figura 55 mostra paredes de blocos cerâmicos e tubulação de queda para
esgoto no canto ao fundo.

Figura 55 - Paredes de blocos cerâmicos, mostrando tubulação de queda de esgoto ao fundo.


Fonte: Acervo do autor.

Quanto a resistência à compressão, a norma estabelece classes que variam


de 10 a 100, cujas resistências em MPa variam com as classes, que seriam de 1,0
MPa até 10,0 Mpa, valores estes dificilmente atendidos pelos fabricantes.
Obs.: Traço em volume para assentamento de blocos cerâmicos: 1:2:8
(cimento:cal:areia).
Traço em volume de argamassa para chapisco dos blocos cerâmicos: 1:3
(cimento;areia média).

7.4 Paredes de blocos de concreto

O bloco de concreto é uma opção mais sustentável que o cerâmico, mesmo


porque pode produzir bloco com agregado reciclado de entulho de obra e de

85
demolição. São várias as vantagens do bloco de concreto sobre o cerâmico, sobre
as quais se podem considerar algumas:

 o uso de blocos de concreto traz economia de fôrmas de madeira para


a execução das cintas e das colunas de reforço das paredes, porque já
têm as canaletas para concretagem das cintas e os vazados para as
colunas, não havendo necessidade de pilares para construções
pequenas;
 sendo blocos de boa qualidade, não há necessidade de revestimento
ou qualquer outro tipo de acabamento das paredes, e ainda há opção
de blocos coloridos;
 nas alvenarias armadas, os blocos de concreto levam vantagem pela
fa- cilidade de manter a qualidade, e podem ser usados para prédios
altos sem estrutura convencional;
 os blocos para alvenarias sem função estrutural são especificados pela
ABNT NBR 7713:1982, e para alvenaria estrutural, ABNT NBR
6136:1993;

Na execução de alvenarias de blocos de concreto, a argamassa de


assentamento deve ter traço em volume de 1:1/2:6 (cimento: cal: areia fina).
Recomenda-se o uso da cal na argamassa, para melhorar o desempenho no
assentamento e no funcionamento da alvenaria, como movimentação global da obra,
dilatações térmicas etc.
As argamassas para assentamento de blocos devem ter consistência e
coesão, de tal forma que facilite o assentamento das peças de forma rápida e sem
muita perda de material.
O endurecimento da argamassa deve ser rápido, dependendo do tipo de
cimento, para dar estabilidade à parede. Também o módulo de deformação é baixo,
absorvendo bem a movimentação da parede.
O assentamento dos blocos não deve estar úmido, para não prejudicar a
aderência à argamassa. Podem-se criar formas construtivas, como juntas verticais
variadas, para quebrar a monotonia do painel, no caso de estar aparente, e também

86
fazer composições com peças coloridas para a criação de uma imagem diferente ao
painel.
A confecção de kits, para as instalações elétricas e hidrossanitárias, para
facilitar o acabamento do painel sem mutilar é uma das vantagens do bloco de
concreto para alvenarias.
Equipamentos – já existe nos canteiros de obras uma série de equipamentos
e ferramentas para facilitar a execução da alvenaria de bloco, como o gabarito para
prumo vertical e horizontal (escantilhão), feito com perfisde alumínio; a bisnaga para
correr a argamassa de assentamento, evitando o desperdício e, num futuro próximo,
talvez esta operação seja feita por robôs. A figura 56 mostra como se deve assentar
blocos num encontro de paredes.

Figura 56 - Encontro de duas paredes executadas com blocos de concreto.


Fonte: Criação do autor.

87
A figura 57 mostra uma britagem de entulho de concreto.

Figura 57 - Britagem de entulho de concreto.


Fonte: Acervo do autor.

A figura 58 é a moldagem de blocos com agregado de EOD

88
Figura 58 - Moldagem de blocos com agregados de EOD.
Fonte: Acervo do autor.
O traço em volume de argamassa para assentamento de blocos de concreto:
1:1/2:6 (cimento:cal:areia). A figura 59 mostra um painel de bloco de concreto.

Figura 59 - Painel de bloco de concreto.


Fonte: Acervo do autor.

7.5 Painéis de Vidro

89
Os painéis de vidros para fachadas de edifícios dão a sensação de interligar o
ambiente interno ao externo. Sua transparência coloca as pessoas em contato direto
com o entorno, e as faz sentir dentro dele. As fachadas de vidro combinam com
qualquer tipo de material, como a madeira, a pedra, o concreto, o aço etc.
A espessura maior da placa de vidro contribui para baixar a transmissão de
calor. Placas superpostas com gás argônio entre elas isolam o calor no verão e o frio
no inverno. A figura 60 mostra uma residência com fachadas de vidro em perfeito
equilíbrio com a paisagem.

Figura 60 - Residência com fachada de vidro em equilíbrio com o paisagismo.


Fonte: Disponível em: <www.casa.abril.com.br>. Acesso em: 07 julho 2011.

7.6 Painéis de concreto

Os painéis de concreto podem ser pré-moldados e os moldados in loco. Os


pré-moldados têm a vantagem da rapidez de montagem, mas os painéis têm que ser
armados. O concreto de resistência deve ser compatível, para permitir o transporte e
a colocação no local, enquanto os mol- dados no local exigem mais mão de obra na
90
montagem das fôrmas e na concretagem, mas não necessitam de armadura, sendo
o concreto de resistência similar ao bloco.
Para os painéis moldados in loco pode-se usar concreto com agregado
reciclado de entulho de obra e de demolição. Segundo Alves (2009), na avaliação de
desempenho de painéis moldados com concreto, utilizando agregados de EOD e
mais fragmentos de carcaça de pneus, utilizou-se um traço em volume com cimento
e agregado moído na relação: 1:7,5 (cimento:entulho) e relação água/cimento 1,2
em massa, com um consumo de 192 kg de cimento por m³ de concreto e massa
unitária de 2,0 kg/m³, que é um traço muito econômico. Nesta avaliação, os painéis
de 10 cm de espessura foram aprovados como auto portantes. As figuras 61a e 61b
mostram a execução de uma parede de concreto com entulho de demolição e
fragmentos de carcaça de pneu (ALVES, 2009).

Figura 61a - Execução de parede de EOD.


Fonte: Acervo do autor.

91
Figura 61b - Parede já pronta.
Fonte: Acervo do autor.

A figura 62 mostra a realização do ensaio de impacto de corpo mole.

92
Figura 62 - Prova de carga de corpo mole.
Fonte: Acervo do autor.

A figura 63a mostra o teste com carga de um objeto suspenso, e a figura 63b,
o teste da rede, segundo determina a NBR 15575-4:2008.

Fig. 63 a – Carga de um objeto suspenso Fig. 63 b – Teste de carga de rede

7.7 Divisórias internas

Existem, no comércio de materiais de construção, várias opções para o


fechamento de ambientes internos nos edifícios comerciais e de escritórios, tais
como: gesso acartonado (Dry Wall), aglomerados de madeira, Eucatex
contraplacado com chapas de fibras de madeira etc.
As divisórias interiores de gesso acartonado oferecem muitas vantagens
sobre outras modalidades de divisórias, pela facilidade de montagem e pela estética
final, que é semelhante às alvenarias convencionais. As placas são fixadas por
parafusos especiais nos perfis de aço zincado, para evitar o ataque ao aço pelo
sulfato. Os parafusos são auto perfurantes, sem necessidade de furadeira. Após a
montagem, as placas são seladas com massa e fita especial, apropriada para este
acabamento. Quando há necessidade de passagem de conduites, para a instalação
elétrica, as placas são montadas com a tubulação embutida. Para ambientes
úmidos, como banheiros e lavabos, existem placas especiais. Quando solicitado,
93
procede- se a colocação de lã de vidro ou de rocha entre as placas, para melhorar o
isolamento térmico e acústico no interior dos compartimentos. Nas salas onde se
trabalha com raios-X, as placas de gesso acartonado são revestidas com chumbo,
para evitar vazamento de radiação.
Em ambientes que requerem tratamento acústico, as placas são moldadas
com fôrmas especiais e ranhaduras, para melhorar o efeito acústico. Dentre as
várias vantagens oferecidadas pelas divisórias de gesso acartonado, citam-se as
seguintes: facilidade de montagem; facilidade de adaptação das instalações elétricas
e hidráulicas; é adaptável a qual- quer tipo de arquitetura do edifício; gera pouco
entulho na obra e apresenta ótimo desempenho térmico e acústico.
A madeira aglomerada é um compósito de fibras de madeira e adesivo (cola),
prensada para formar placas. São produzidas em várias espessuras: as de 15 mm e
18 mm são utilizadas para mobiliário, e as placas de 24 mm e 32 mm são destinadas
para a fabricação de divisórias internas. Trata-se de um produto com a vantagem de
ser sustentável porque é fabricado com resíduos de madeira; tem bom desempenho
térmico e acústico. Não deve ser empregado em ambientes úmidos, porque com a
umidade incha e desagrega as partículas. A fixação das placas ocorre através de
perfis de aço com encaixes das peças que já vêm fixadas nas placas.
O Eucatex contraplacado com chapa fina de madeira, ou com chapas de
fórmica, também é mais uma oferta no comércio de materiais para divisórias.
O bambu também é um material, que poderá ser empregado para a
fabricação de paredes e divisórias em várias opções: colmos finos, mineralizados
com calda de cimento e montados em painéis e argamassado. Para dar aderência à
argamassa, primeiramente deverá receber um chapisco com adesivo acrílico,
seguido de revestimento normal de argamassa um pouco mais resistente, traço em
volume: 1:1:6 (cimento:cal:areia).

7.7.1 Marcação e execução das paredes e ou divisórias

Nas construções térreas, após a conclusão da fundação ou alicerce, marcam-


se as paredes. Nos edifícios, à medida que os andares vão sendo liberados, são
feitas marcações das paredes, riscando-se com lápis de cera de forma bem visível.
O assentamento das alvenarias se faz observando a direção horizontal do painel e a
verticalidade através de gabarito, feito com perfis leves de alumínio ou de prumo. As
94
peças bastante utilizadas para manter alinhamento horizontal e vertical é o
escantilhão, que permite mais rapidez no assentamento das peças. Na figura 64
estão marcadas duas paredes em direções ortogonais.

Figura 64 - Marcas de duas paredes em direções ortogonais.


Fonte: Acervo do autor.

A figura 65 mostra o início do levantamento de paredes de blocos cerâmicos.

Figura 65 - Início do levantamento de paredes de blocos cerâmicos.


Fonte: Acervo do autor

95
7.8 Aberturas de portas, janelas e persianas

7.8.1 – Portas

Existem várias opções no mercado, desde as mais simples, até as mais


trabalhadas, fornecidas por encomendas. Quanto aos materiais, eles podem ser de
madeira, metálica, PVC etc. A figura 66 mostra a abertura de uma porta.

Figura 66 - Abertura de porta.


Fonte: Acervo do autor.
As portas têm a finalidade de acesso ao ambiente e dar a devida segurança,
quando não for permitido o acesso. As aberturas são locadas na execução das
paredes de forma a atender às dimensões da esquadria, para não se ter dificuldade
em sua colocação. A parte superior da abertura deverá ser reforçada para evitar
fissuras de cizalhamento na parede, sendo este reforço denominado de verga, que
pode ser uma viga armada para vãos maiores ou um reforço com barras de aço com
diâmetro 4,2 mm entre as fiadas dos blocos cerâmicos acima da abertura. Quando
os blocos são pré-moldados de concreto, já possuem as canaletas para concretar as
vergas, e este reforço recebe o peso da alvenaria acima da abertura.
Esquadria – segundo o dicionário de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira
(2009) esquadria “é ângulo reto, armação de madeira, metal, etc, onde se fixam
portas, janelas, venezianas, etc”. As esquadrias de madeiras são para portas de
madeira, e seus produtos aglomerados são próprias para a parte interna dos
edifícios, porque não resistem às variações de umidade e temperatura.
Caixilho - para Ferreira (2009) é a moldura na esquadria para fixar vidros.

96
Veneziana - é um anteparo de lâminas estreitas nas portas e janelas para
vedar o sol.
Batentes - são as partes das esquadrias fixadas na abertura da porta. Os
batentes de madeira, também denominados de aduelas, são parafusados nos
tarugos de madeira, que foram chumbados na alvenaria. Os batentes metálicos são
parafusados com buchas nas alvenarias.
Guarnições - são peças de madeira, de preferência da mesma espécie das
aduelas, que são fixadas nos batentes para esconder as falhas na união com a
alvenaria. Nas esquadrias metálicas, os batentes já vêm com encaixe para se
adaptar à espessura da alvenaria, encobrindo as possíveis falhas na união entre as
duas partes.
Ferragensnas esquadrias de madeira e em seus derivados têm dobradiças
para fixar as lâminas nas aduelas; têm a fechadura e trincos, para auxiliar no
travamento das folhas e maçaneta, para puxar ou empurrar.
As esquadrias externas são metálicas por medida de segurança, e são mais
resistentes às variações climáticas. As folhas podem ser toda metálica, porta cega
ou com caixilho de vidros liso transparente, colo- rido, trabalhado, de segurança etc.
Quanto ao sistema de fechar, têm as folhas com dobradiças, as de correr etc.

7.8.1 Janelas

As janelas têm como finalidade a iluminação solar e ventilação do ambiente.


Existe uma legislação a respeito da área de aberturas em função da área de piso, e
é uma questão de saúde manter a ventilação no ambiente interno do edifício.
Destaca-se que, quando se tratou de arquitetura, no item 1.2, se referiu à iluminação
e circulação de ar natural como parte importante na sustentabilidade do projeto
arquitetônico.
Na execução das paredes, a locação das aberturas de portas, janelas e/ou de
persianas ocorrerão de acordo com a planta baixa e de outros detalhes que se
fizerem necessários, para que, durante a colocação das esquadrias, não haja
necessidade de se quebrarou de remendar a parede. As janelas devem ter a verga
na parte superior da abertura, e a contra verga na parte inferior, e a mesma
finalidade, que é evitar fissuras nos cantos da abertura. A figura 67 mostra a
abertura de uma janela.
97
Figura 67 - Abertura para esquadria de janela.
Fonte: Acervo do autor.

Há bastante variedade de janelas no mercado, tanto em material,quanto à


formas e dimensões, porém, não se encontra mais janela de madeira. Nos projetos
menores, devem-se consultar os gabaritos oferecidos no comércio, para definir o
projeto arquitetônico. Para grandes projetos, as esquadrias de portas e janelas são
encomendadas diretamente da fábrica, com modelo previamente definido.
Nas edificações térreas, as esquadrias de aço são mais indicadas, por
questão de segurança e, às vezes, com uma grade também de aço na parte externa.
Nos andares superiores usam-se esquadrias de alumínio na cor natural ou
anodizado, contribuindo para um toque estético melhor que as de aço.
Para a fixação dos batentes, são utilizados parafusos com bucha plástica,
chumbada na alvenaria, como se faz nas portas. Também da mesma forma que as
portas, os batentes têm encaixes para cobrir o encontro com a parede, como se
fosse a guarnição das esquadrias de madeira. Quanto às formas de aberturas dos
caixilhos, os de correr são mais preferidos nas salas e cozinhas. Nos banheiros, a
preferência é pelo tipo basculante, na parte próxima ao teto, para manter a
intimidade do ambiente. Os caixilhos do tipo guilhotina não são funcionais, e por esta

98
razão são poucos usados. Além dos caixilhos de vidro, tem-se a persiana do lado
externo da janela, que oferece a opção de manter a intimidade do ambiente com
ventilação. Quanto ao número de folhas das janelas, geralmente são duas para vãos
até um metro e quatro para vãos maiores. Os acessórios das janelas são os
puxadores, as fechaduras ou os trincos.
As aberturas devem estar de acordo com as esquadrias, para facilitar sua
colocação. Quando há composição com vidro, este deve ser colocado após a
pintura. Os vários tipos de vidros são: liso transparente, colorido, trabalhado, de
segurança etc.

CAPÍTULO 8
INSTALAÇÕES

Instalar é dispor para funcionar. Assim, a instalação envolve a eletricidade, a


eletrônica, o aquecimento, o acondicionamento e a temperatura interna nos
ambientes, a água, o esgoto, o gás e os equipamentos do edifício.

8.1 Instalações elétricas e eletrônicas

A energia elétrica geralmente é fornecida por uma concessionária. O projeto


elétrico é concebido para atender às necessidades da edificação com eficiência e
segurança contra acidentes provocados por super aquecimento das instalações,
podendo dar início a um incêndio e/ ou danificar equipamentos elétricos. É um
projeto desenvolvido por profissional habilitado e executado por equipe devidamente
especializada. A colocação das tubulações para os circuitos deve ser executada
pelo engenheiro civil, à medida que a obra civil vai-se desenvolvendo. Nesse
99
sentido, deve-se evitar que os dutos fiquem embutidos nas peças estruturais,
porque, além de alterar sua seção, também fica difícil a manutenção. Apenas nas
lajes é permitido que estes dutos fiquem embutidos. Nas paredes, devem-se colocar
os tubos antes de sua execução ou, no caso de blocos vazados, podem passar
pelos furos dos blocos. Para maior sustentabilidade do uso de energia, devem ser
adotadas algumas ações para desligar as lâmpadas, quando o ambiente não estiver
sendo utilizado. A instalação de sensores e comando inteligentes para os elevadores
também são recomendáveis. Pode-se, ainda, preferir a iluminação, e o aquecimento
solar, quando possível, deve ser aplicado no projeto elétrico.
Materiais – no projeto elétrico, o quantitativo de materiais e com- ponentes
elétricos e eletrônicos devem estar especificados com os preços de cada item. A
seguir são listados alguns destes itens: fios anti inflamáveis– 750 V, com diâmetro
variando de 1,5 mm a 6 mm; caixa de luz; mangueiras conectadas ao reservatório
para combate ao fogo.

8.2 Instalação de água

É necessário, neste ponto, que se faça distinção entre a água para consumo,
a água reciclada e água pluvial para outros usos no edifício. O projeto de instalação
de água depende do consumo total do empreendimento e de sua destinação, a
saber: residencial, comercial ou industrial. A forma do abastecimento de água, se
por rede pública ou por captação de poços, também influi na elaboração do projeto.
Quando a água vem da rede pública, o projeto inicia a partir do medidor ou
hidrômetro. Para construções unifamiliares, a água vai até a caixa, localizada no teto
da residência, por gravidade. Nos prédios maiores, a água vai para o reservatório
inferior, e daí é bombeada para o superior. Os dois reservatórios devem ter tampa,
para permitir sua limpeza e/ou para futuros reparos. Atualmente, para torres muito
altas exigem estações elevatórias em mais de estágio, para levar a água até o topo
do edifício. A água é bombeada para reservatórios intermediários até alcançar o
local mais alto. Todo o sistema de alimentação da água é comandado por uma
central, de forma a não ocorrer falhas no fornecimento de água. A medição do
100
consumo de água está sendo individualizada para cada apartamento ou escritório,
para que cada consumidor pague pelo seu consumo. Destaca-se que esta medida
tem gerado economia, evitando-se o desperdício. O projeto detalhado da instalação
da água potável apresenta também um relatório, constituído de materiais e
componentes, conforme relação a seguir: hidrômetro: tude alimentação do
reservatório inferior: bomba; tubulação de recalque para o reservatório superior;
barriletes de distribuição para as unidades consumidoras ou apartamentos;
hidrômetros individuais; peças como: joelhos, tês, registros, torneiras etc; peças na
ponta do consumo; lavatórios, pias, vasos, saídas para máquinas de lavar louça,
para lavadoras de roupas, etc.

8.2.1 Águas Servidas e Pluviais

A água que abastece as pias, as máquinas de lavar, o lavabo e os banheiros,


também denominada de água cinza, deve ser coletada separadamente e submetida
a tratamento, para permitir seu reuso em lavagem de pisos, carros etc.
Da mesma forma, as águas pluviais deverão ser coletadas para molhar
jardins e para a lavagem de pisos, etc.
A água cinza corresponde de 50% a 80% do total que vai para o esgoto. Sua
reciclagem reduzirá o consumo da água tratada, e trará me- nos transtornos no
transbordamento de fossas cépticas ou da central de tratamento, proporcionando
menor consumo de energia e ajudando também na recuperação do lençol freático,
que é muito importante para o local onde há necessidade de irrigação.
O tratamento da água cinza ocorre em duas fases: na primeira ocorre a
remoção de sólidos, e na segunda, o biológico, quando há a remoção da matéria
orgânica presente.
A água dos vasos é chamada de água negra. Quando não há trata- mento
nos edifícios, é lançada na rede pública de esgoto ou vai para fossas cépticas. Esta
água é cheia de coliformes fecais e outros microorganismos muito resistentes.
Através da permacultura, realizada com mudas de bananeira ou de taioba, é
possível regenerar os resíduos sólidos fecais nos tanques por evapotranspiração
TEVA. É possível a criação de miniestações para tratar a água negra e proteger o
meio ambiente. A água reciclada por processos mais sofisticados pode-se tornar
potável.
101
8.3 Instalação de Gás

O gás deve ser instalado em local coberto e protegido com grade. Em


seguida, ele é canalizado para os pontos de consumo, através de tubulação
específica. Colocar um medidor em cada ponto é mais uma vantagem para a
economia dos usuários.

102
CAPÍTULO 9
COBERTURA

A cobertura é composta pela estrutura de sustentação e pelo telhado. Sua


função principal é proteger o edifício das intempéries, tais como chuvas, neves e
ventos. A concepção da cobertura, além da proteção, que deve ser de acordo com o
clima, tem a função estética no conjunto da obra.

9.1 Composições de telhado

As composições de uma cobertura dependem do perímetro da obra. São


formadas por planos inclinados para escoar a água da chuva, sem ex- travasar pelas
laterais da telha. É o que se denomina, na prática da obra, “dar o ponto certo” para a
telha que será usada.
O encontro dos planos do telhado sempre se fará pelas bissetrizes dos
ângulos de encontro, que se dão de forma saliente, sendo denominados espigões, e
de forma reentrante, denominados rincões.
Num telhado de duas águas, o encontro das águas é chamado cumieira. As
figuras 68a e 68b e 69 apresentam algumas combinações de telhados e várias
outras que poderiam ser feitas.

Figura 68a - Telhado em duas águas. Figura 68b - Telhado em quatro águas.
Fonte: Criação do autor Fonte: Criação do autor

104
Figura 69 - Mais uma combinação de telhado.
Fonte: Criação do autor.

9.2 Estrutura do Telhado

As estruturas dos telhados são treliças compostas para atender aos vários
planos com inclinações adequadas ao tipo de telha empregada. O material da
estrutura pode ser de madeira, metálica e/ou concreto.
As estruturas de madeira foram precursoras no passado, quando se dizia que
a madeira era abundante na natureza. Veio então o desmatamento sem controle e
sem reposição, e hoje são poucas reservas naturais de floresta e são poucas
madeiras certificadas no comércio de materiais de construção. Desta forma, a falta
de procedência legal dificulta o uso de madeira na construção civil.
O bambu é um excelente material para pequenas estruturas de telhado,
principalmente na zona rural. A figura 70 apresenta um detalhe de telhado com
bambu.

105
Figura 70 - Detalhe de uma cobertura com bambu.
Fonte: CD-Rom de Marcelo Villegas.

Figura 71 - Estrutura de telhado em bambu.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 06 julho 2011.

106
A estrutura metálica substituiu a de madeira há algum tempo; para pequenas
áreas, a estrutura leve de metalon é facilmente executada, podendo ainda ser
composta com partes de madeira. Para grandes vãos, a estrutura é dimensionada
com perfis e tirantes de aço.
A figura 72 mostra um esquema de treliça também chamada de tesoura para
o telhado de duas águas.

Figura 72 - Esquema de uma tesoura. Fonte: Acervo do autor.

As figuras 73 e 74 apresentam uma cobertura com chapas metálicas


onduladas e estrutura metálica.

Figura 73 - Estrutura metálica de cobertura com chapas onduladas metálicas.


Fonte: Acervo do autor.
107
Figura 74 - Cobertura com estrutura metálica e chapas onduladas também metálicas.
Fonte: Acervo do autor.

9.3 Materiais para Cobertura

Existem no mercado vários componentes para cobertura, porque para vãos


maiores usam se peças maiores e sempre fixadas na estrutura, para não serem
levadas pelo vento. Nas áreas pequenas, como as casas residenciais, as telhas
cerâmicas e as pré-moldadas de concreto são muito usadas, devido à sua estética.
As telhas cerâmicas proporcionam um conforto térmico melhor que as de concreto,
mas é resultado da extração seguida do cozimento da argila com grande consumo
de madeira. As telhas pré-moldadas de concreto podem usar resíduos de pedreiras
e entulho de obra e demolição, tornando-se um produto eco sustentável. Enumeram-
se, a seguir, alguns materiais para compor as coberturas: telha de cerâmica; telhas
pré-moldadas de concreto; telha de plástico ondulada; chapas onduladas de
fibrocimento (amianto, aço, sintéticas etc); chapas de papel reciclado com asfalto;
chapas onduladas de Tetra Pak reciclado; chapas metálicas; placas de ardósia;
metade do colmo de bambu e cobertura verde.

108
As telhas de cerâmica produzidas atualmente são tipo plan capa e canal, o
tipo colonial e, mais recentemente, tem no mercado uma telha de canal e capa,
conforme figura 75.

Figura 75 - Telha cerâmica tipo plan.


Fonte: Acervo do autor.

As telhas pré-moldadas de concreto são composta de canal e capa. Elas têm


uma boa composição arquitetônica, através de cores variadas, conforme figura 76.

Figura 76 - Telhas pré-moldadas de concreto em cores variadas.

109
Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 27 julho 2011.
As chapas de fibrocimento mais tradicionais são as de cimento amianto, que
tem perdido mercado por questões relacionadas à saúde, porque as fibras vão-se
soltando e poluindo o ambiente. Já as outras opções de fibras no concreto são mais
adequadas para a saúde. Existem, no mercado, várias sugestões caseiras para
produzir telhas de concreto com fibras.
A telha de plástico ondulada pode ser de plástico reciclado, que, além da
vantagem da sustentabilidade, é mais leve e de fácil aplicação. A figura 77 mostra
uma composição com estas telhas.

Figura 77 - Telha de polímero coloridas.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/serch>. Acesso em: 27 julho 2011.

A chapa de papel reciclado com asfalto é mais um material susten- tável, mas
ela não é apropriada para nosso clima quente, porque o asfalto amolece com o
calor, deformando a chapa.
A telha reciclada de Tetra Pak é barata, leve e tem bom isolamento térmico. A
produção é bem simplificada (ALVES, 2010). O Tetra Pak pica- do é prensado a
uma temperatura de 180º, conforme figura 78.

110
Figura 78 - Conformação da chapa de Tetra Pak.
Fonte: Acervo do autor.

As chapas metálicas são mais uma opção para grandes coberturas, pois são
bastante finas, relativamente leves e facilmente fixadas na estrutura, através de
parafusos. A figura 79 apresenta uma chapa ondulada de cobertura metálica.

Figura 79 - Chapa ondulada de cobertura metálica.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/ serch>. Acesso em: 27 julho 2011.

111
A figura 80 é o esquema de inclinação mínima para telha de chapa ondulada.

Figura 80 - Inclinação mínima para chapas.


Fonte: Disponível em: WWW.google.com.br/serch, acesso em 27/07/2011.

A placa de ardósia é mais uma opção para cobertura, embora não seja
comum em nosso país. Para Alves (2010), a cobertura com metade do colmo de
bambu de diâmetro acima de 10 cm, como o Dendrocalamus Asper, o
Dendrocalamus giganteus etc., podem ser tratados com calda de cimento
(mineralização). Trata-se de uma cobertura ecologicamente correta, muito leve e
com bom efeito estético.
A cobertura verde tem sido feita em habitações individuais e edifícios
residenciais. É composta de uma laje ou até mesmo pela telha de fibrocimento
impermeabilizada e, em cima, vem a ecotelha, que é constituída de cobertura
vegetal ou de grama de jardim, de vegetações rasteiras etc., e tem como finalidade o
isolamento acústico e térmico. Além disso, absorve carbono e pode vir a se tornar
uma área de lazer. Pode ser, ainda, um jardim suspenso no terraço do edifício,
conforme figuras 81 e 82.

Figura 81 - Cobertura verde.


Fonte: Disponível em: <www.ecotelhado.com.br>. Acesso em: 06 julho 2011.

112
Figura 82 - Cobertura verde.
Fonte: Disponível em: <www.ohmniarquitetura.com.br>. Acesso em: 06 julho 2011.

No que se refere ao conforto interno, proporcionado por um sistema de


cobertura, existem formas de projeto que permitem maior ventilação entre o telhado
e o forro, eliminando o efeito estufa. Uma sugestão bastante simples e caseira é a
embalagem de Tetra Pak, aberta e colocada acima do forro, com o alumínio voltado
para cima, pois o alumínio vai refletir o calor e eliminar o efeito estufa entre o telhado
e o teto. Para Alves (2010), outra sugestão caseira é aglomerar fibras da casca de
coco, com cola caseira, fabricando placas de cerca de quatro centímetros e colando-
as no forro, resultando num excelente isolante térmico e acústico.
Cobertura com policarbonato – o policarbonato é mais uma opção de
cobertura para ambientes que necessitem de luz natural, como clarabóias, jardins de
inverno, varandas etc. O policarbonato é o mais indicado dentre outros materiais
transparentes, como o vidro, por exemplo, por- que é um termo plástico com grau de
transparência superior ao vidro e é totalmente moldável com aquecimento. A figura
83 é de uma cobertura com policarbonato, um produto ao qual se pode dar a forma
desejada, sem emendas.

Figura 83 - Cobertura com policarbonato.


Fonte: Disponível em: <www.ohmniarquitetura.com.br>. Acesso em: 06 julho 2011.

113
CAPÍTULO 10
ACABAMENTO

Acabamento é a última etapa da obra trata-se do “toque final quevirá a


espelhar a obra como um todo”. Mesmo para um empreendimento mais simples,
exige-se que a finalização seja bem executada, porque é o que vai ficar à vista.
Portanto, o acabamento deve ficar bonito e se inserir dentro do padrão exigido pelo
dono da obra.
Quanto aos produtos para acabamento, a indústria de materiais e
componentes de construção vem oferecendo milhares de opções de produtos para
todos os gostos e para diferentes consumidores. São muitos produtos dentro de uma
mesma linha, com preços variados, permitindo combinações arquitetônicas mais
caras ou mais acessíveis, sendo mais importante a qualidade.
No acabamento, estão os revestimentos de argamassa, revestimentos com
cerâmica, com pedra e a pintura.

10.1 Argamassas

As argamassas fazem parte em várias composições de uma obra, como nos


assentamentos de alvenarias, nos pisos cerâmicos, na regularização de superfícies,
nos revestimentos de alvenarias e até na textura final, com efeito estático das
paredes.
As composições básicas das argamassas são: aglomerante, material de
enchimento, inerte, água e aditivos. Quanto ao aglomerante para argamassas,
destaca-se a cal, o gesso, o cimento e ou o polimérico.
As argamassas, com aglomerante aéreo, são denominadas de argamassa
aéreas; elas apresentam a mistura de cimento, cal e agregado. As argamassas de
gesso podem ser com gesso hidratado triturado ou com areia fina.
As argamassas, chamadas colantes, internas e externas, para o
assentamento de cerâmica, é a opção atual que oferece melhor desempenho de
mão de obra e de aderência das placas ao substrato. O preparo é fácil: deve-se
colocar água, misturar até formar uma pasta de consistência, que permita o
espalhamento na superfície, e assentar a placa de piso ou de revestimento. A

114
liberação é mais rápida que as tradicionais argamassas de cimento, cal e areia,
permitindo maiorrapidez no cronograma da obra.
As argamassas com aglomerantes poliméricos têm alta resistência mecânica,
são aplicadas em pisos de alta resistência e em edifícios industriais. Nas
composições entram agregados de alta resistência, formando um compósito de
altíssima resistência à compressão e ao desgaste superficial. Também se usa
argamassa com polímeros para reparos em estruturas de concreto.
As argamassas mistas, constituídas de cimento, cal e areia, têm um bom
desempenho para assentamentos de alvenarias de cerâmica e de blocos de
concreto. A cal tem um papel importante na mistura, pois dá mais plasticidade e
promove melhor retenção de água. Outra vantagem dessa mistura fresca é que ela
retarda a pega, permitindo mais tempo para aplicação.
As tabelas 8 e 9 apresentam traços recomendados para aplicações variadas
nas obras.

Tabela 8 - Traços de argamassas com cimento para assentamentos.


Observações quanto à
Aplicação Traço em volume
aplicação
Regularização e nivelamento 1 lata de cimento e 3latas de A consistência deve ser
areia média
Paredes de blocos de concreto
1 lata de cimento, ½ lata de cal e A consistência deve um
Paredes de tijolos e blocos 6 latas de areia
1 lata de cimento, 2 latas de cal e pouco
A fluida
consistência deve um
cerâmicos 8 latas de areia pouco fluida

Fonte: Criação do autor.

115
Tabela 9 – Traços de argamassas com cimento para revestimentos.
Aplicação Traço em volume Observações quanto à
Impermeabilização 1 lata de cimentoe 3 latas de A consistência deve ser
aplicação
areia e 1 litro de impermeabilizante média
Argamassa para chapisco
1 lata de cimento e 3 latas de A consistência é bem fluida
areia média

Argamassa para 1 lata de cimento, 2 latas de cal A consistencia de corte


revestimento de alvenaria e 9 latas de areia fina com a colher de pedreiro

Fonte: Criação do autor

10.1.1 Aplicações das Argamassas

Para assentamentos de blocos e tijolos cerâmicos, as misturas de- vem estar


um pouco mais fluidas, porque a cerâmica é mais porosa, e por isso absorve mais
água de imediato, dificultando o nivelamento da peça.Para os blocos de concreto, a
consistência é menos fluida porque os blocos absorvem menos água. Caso ela
esteja mais mole, dificultará a aderência entre as peças.
O revestimento das alvenarias pode ser realizado logo após a con- clusão da
parede. Quando a superfície do bloco não der boa ancoragem à argamassa, aplica-
se o chapisco, para aumentar a ancoragem superficial da alvenaria. É necessário
chapiscar as superfícies de blocos cerâmicos e as peças de concreto.
O tempo de cura do revestimento de argamassa com cal deve ser de quatro
semanas, para que toda a cal da superfície esteja carbonatada.
Painel chapiscado – o chapisco tem a função de aumentar a ancora- gem da
superfície. É aplicado projetando a argamassa de consistência mais fluida sobre a
superfície, para ficar bastante rugosa, conforme mostra a figura 84.

116
Figura 84 - Parede chapiscada. Fonte: Acervo do autor.

Revestimento com argamassa no revestimento da parede, inicialmente, se


fazem duas guias para orientar na espessura do revestimento. A figura 85 apresenta
um painel de bloco, não sendo necessário aplicar chapisco.

Figura 85 - Execução das mechas para aplicar o reboco na parede de bloco de concreto.
Fonte: Acervo do autor.

117
Após o revestimento com argamassa, deve-se aguardar quatro se- manas
para a próxima etapa, que é emassamento e pintura. A figura 86 é uma parede já
argamassada.

Figura 86 - Parede já argamassada.


Fonte: Acervo do autor.

Emassamento – após a cura do revestimento, prepara-se a superfície com


massa corrida para receber a pintura. A figura 87 mostra uma superfície que
recebeu a massa corrida.

118
Figura 87 - Emassamento da parede já argamassada.
Fonte: Acervo do autor.

Revestimentos com pedras – as pedras, pela sua beleza natural, são


elementos indispensáveis nas composições arquitetônicas das fachadas externas e
de outras decorações interiores.
Nos acabamentos finos, usam-se mármore ou granito polido e resinado para
espelhar todo o brilho de sua beleza. As placas de pedra polida são serradas e
polidas numa das faces, com espessuras constantes e dimensões definidas de
acordo com a encomenda. Deve-se também considerar a resistência da rocha de
origem da placa, para que se possa verificar se a espessura é suficiente para resistir
ao manuseio da peça e qual será seu desempenho na parede ao longo de sua vida
útil. As ações sobre os revestimentos são: pressão de vento; deformações térmicas;
retrações por efeito de umidade da chuva; efeito de retração da alvenaria e da
estrutura de concreto e deformação lenta do concreto.
O vento exerce uma pressão sobre o revestimento, que deve ser calculado de
acordo com as normas específicas da ABNT. As deformações térmicas
diferenciadas podem provocar descolamento da placa. Com referência à umidade,
tem pedra que absorve até 20% de sua massa em umidade, sendo necessário
deixar aberturas para evaporar a água que eventualmente tenha penetrado durante
a chuva ou por lavagem.

119
Para evitar patologias posteriores no revestimento, deve-se deixar passar
maior tempo possível, após a execução da alvenaria e das camadas subsequentes,
para que as deformações iniciais afetem menos as placas. As juntas devem ser
suficientes para absorver as movimentações diferenciais possíveis entre camadas:
alvenaria, argamassa de regularização e placa.
Na execução do revestimento devem-se respeitar as juntas de dilatação da
estrutura.
Fixação com componentes metálicosa fixação das placas com componentes
metálicos (chumbadores para pedra) ocorrerá após o revestimento com argamassa
de reboco, sendo comum cobrir a superfície da parede com duas demãos de tinta
asfáltica. As placas devem ser fixadas pelos componentes metálicos, deixando
juntas de 3 mm, ou utilizar o fator de forma para exterior igual à 2:1
(largura/profundidade). A placa superior deve ser posicionada sobre a junta selante
da inferior. Para a colocação do selante, é necessário que as placas estejam secas.
A função do selante é evitar a penetração de água. Antes da colocação do selante, é
necessário limpar sujeiras entre as juntas. O produto vem numa bisnaga, e após ser
injetado na junta é acomodado com a pressão dos dedos, de preferência com luva
de borracha.
Assentamento com argamassa colante – atualmente, existe no mercado a
argamassa colante, para assentamento de pedras em superfícies externas, um
processo mais rápido que o processo por componentes metálicos. Neste, a
superfície da parede já deve estar regularizada com argamassa apropriada. A
argamassa colante é preparada e espalhada na superfície e, a seguir, é assentada a
placa, deixando uma junta de 3 mm entre as peças. O rejunte deve ser flexível, para
permitir a movimentação das peças.
A fixação das pedras pode ocorrer pelo processo tradicional, com argamassa
de cimento e areia, por peças de aço inoxidável e por argamassa colante própria
para pedras.
As paredes que vão receber as placas são chapiscadas com a argamassa e
revestidas com argamassa de regularização. As figuras 88a e 88b apresentam dois
painéis com fachadas de pedra com acabamento rústico.

120
Figura 88a - Revestimento de pedra com acabamento rústico.
Fonte: Acervo do autor.

Figura 88b - Revestimento de pedra com acabamento rústico.


Fonte: Acervo do autor

121
A figura 89 apresenta um revestimento com pedra sabão.

Figura 89 - Revestimento com pedra sabão.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em: 10 julho 2011.

A figura 90 é uma sugestão de revestimento com filetes de pedra São Tomé


ou de pedra mineira.

Figura 90 - Pedra São Tomé.


Fonte: Disponível em: <www.google.com.br/search>. Acesso em 10 julho 2011.

122
Revestimento com vinil – os filmes de vinil, também denominados de papel de
parede coláveis, substituem a pintura, com a vantagem de dar toques diferentes,
como desenhos geométricos, paisagens etc. É uma forma de acabamento também
muito usado em outros países. Os florais estão em moda, na arquitetura moderna, e
proporcionam um ambiente diferente em salas, quartos e escritórios, cada um com
paisagens diferentes e adequadas. Existem vários tipos de papel de parede nas
casas especializadas. Quanto aos materiais, o papel comum é menos durável que o
vinil, que pode ser lavado, enquanto o papel comum só pode ser limpo com pano
seco. Existe ainda o papel de fibras de vidro e de palha oriental, para revestimento
de parede.
A superfície da parede deve estar seca e sem saliências, para não
aparecerem irregularidades após a colagem do papel. Os reparos na parede devem
ser com argamassa de cimento e areia, com um pouco de cola PVA. Após a
secagem é que se aplica o papel.
A cola deve ser preparada 30 minutos antes de ser aplicada. Deve-se diluir 25
gramas em 2,5 litros de água, misturar bem, até que fique totalmente transparente.
Em seguida, corta-se o papel na medida da área, deixando cerca de 5 cm nas
quinas, para dar o acabamento final. Marque as linhas verticais, a largura do papel,
com menos 2 cm de folga, sendo que esta sobra depois será cortada com estilete
após uma semana, quando a cola estiver bem seca.
O papel é colado de cima para baixo, assentando a folha com espátula de
aço. Caso forme alguma bolha de ar, deve ser eliminada com agulha fina, para não
danificar o papel.
Revestimentos com madeirasão as chapas de madeira maciça e os
aglomerados para revestimento interior de edifícios. A fixação das peças ocorre por
meio de pregos sem cabeça, num entarugamento com sarrafos de 2,5 cm por 5 cm,
formando uma malha quadrada de área não superior a 0,30 m². Os pregos devem
ser repuxados e cobertos com uma massa própria.
As peças são chamadas de lambris de madeira compensada, lambris de
chapas duras de aglomerados de madeira prensada com acabamento alquídico, e
os lambris de tábuas de madeira com encaixe macho e fêmea.

123
10.2 Pisos

Piso é o pavimento interno dos edifícios por onde andam as pessoas, e são
projetados para dar conforto e segurança ao deslocamento dos usuários. Suas
principais características são resistência à abrasão; aderência necessária ao
deslocamento das pessoas; resistência às intempéries e harmonia com o ambiente.

10.2.1 Classificação de pisos

Segundo a tendência de mercado, os principais tipos de pisos são: cerâmico


comum; porcelanato; pedras: granitos, mármores, arenitos, ardósias etc; pisos
sintéticos: vinílicos, têxteis, borracha, melamínicos; madeiras; asssoalhos, parquês,
fórmicas, MDF e HDF - concreto polido ou granilito; cimentado; pisos de alta
resistência com epóxi e pisos de alta resistência com chapas de aço.
Preparo da base para assentamento de pisos nas bases sobre aterro
compactado, forra-se com lona de PVC. Em seguida, executa-se o concreto do
contrapiso, cujo traço está discriminado, e sobre este concreto é feita a
regularização com argamassa própria (tabela 8) e, final- mente, assenta-se o piso de
acordo com o material a ser utilizado.
Regularização – a regularização deve garantir que a superfície fique plana e
tenha caimento para o ralo, quando for necessário. A sequência das etapas ocorrerá
em duas situações:

a) Casas térreas - o piso é executado sobre o aterro já nivelado, aplica-se o


concreto de regularização, cujo traço é:
Concreto de regularização (contrapiso), traço em volume 1:2,64:3,94
(cimento, areia grossa lavada e brita)
Cimento = 250 kg;
Areia grossa lavada = 0,55 m³; Brita = 0,82 m³.

b) Sobre laje ou sobre o concreto de regularização - a próxima etapa será


igual: nivela-se o piso, colocando-se as taliscas para referências, conforme
figura 91.

124
Figura 91 - Nivelamento do piso.
Fonte: Acervo do autor.

Figura 92 - Regularização do piso.


Fonte: Acervo do autor.

Após a colocação das referências, são feitas duas guias com a argamassa de
regularização, traço em volume 1:3, que vai ser espalhada e regularizada com uma
régua de madeira, conforme figura 92.

125
Pisos cerâmicos – são fabricados a partir de argilas especiais, prensadas e
submetidas a altas temperaturas, apresentando um alto grau de dureza e resistência
à abrasão.
Existem pisos cerâmicos ecológicos, produzidos com vidro de lâmpada
fluorescente, cinzas de lenha da própria cerâmica, das olarias e fundições. As
lâmpadas fluorescentes têm mercúrio metálico. Se o material não for reciclado, a
natureza demora 200 anos para degradá-la.
Na reciclagem das lâmpadas fluorescentes, aproveita-se o mercúrio e o vidro.
A vantagem é que o vidro aumenta a velocidade na retração do esmalte, e acelera o
processo de fundição da massa cerâmica, fazendo que fique menos tempo no forno,
gastando menos energia e gerando menos emissões.
O vidro, além de fundente, funciona como esmalte da cerâmica. As cinzas de
madeira, que são subprodutos das cerâmicas, entram na fabricação do esmalte
biológico. O esmalte à base de cinza é muito antigo, e esta tecnologia está sendo
retomada para a cerâmica reciclada. As cinzas ainda têm a vantagem de dar
tonalidades diferentes aos esmaltes, pois dependem de sua origem. A figura 93
mostra um mosaico feito com cerâmica reciclada.

Figura 93 - Mosaico faentin.


Fonte: Disponível em: <www.reformafacil.com.br>. Acesso em: 18 julho 2011.

126
Pisos porcelanatos – os porcelanatos são feitos com argila mais nobre, mais
resistentes e menos porosos que os de cerâmica, e estas características anunciadas
conferem aos pisos de porcelanato maior durabilidade.
Os pisos e revestimentos cerâmicos e porcelanatos são assentados com
argamassa colante, na especificação interna e externa. A superfície deve estar
regularizada, da mesma forma que os assentamentos com pedras. A escolha da
cerâmica deve ser feita pela classificação do PEI, sendo para piso, no mínimo, PEI
4. A argamassa é preparada com água, na consistência pastosa, e será espalhada
sobre a superfície. Em seguida, são colocadas as placas, segundo a figura 94, que
serão compactadas com martelo de borracha. Deve-se deixar junta entre as placas,
para absorver possíveis movimentações.

Figura 94 - Assentamento de piso cerâmico.


Fonte: Acervo do autor.

Pisos de pedras naturais: granitos, mármores, arenitos, ardósias etc – estas


são algumas opções de pisos de pedra natural, rústica ou polida para as edificações.
A forma de assentamento é semelhante às placas cerâmicas, com argamassa
colante, observando-se as juntas de dilatação, de 2mm, um pouco menor que a
junta da cerâmica, porque as pedras dilatam menos.

127
Pisos sintéticos: vinílicos, têxteis, borracha, melamínicos – são várias
opções e formas, tais como: laminados, placas e mantas flexíveis. Cada um tem
forma própria para assentamento e um tipo de cola adequada.
Na categoria de pisos vinílicos, tem a manta de PVC flexível, que é assentada
da mesma forma que o papel de parede, no item 10.1.
Placas de PVC rígida, o Paviflex e a placa semiflexível são assentados com
cola betuminosa de contato ou com adesivo, aplicado com desempenadeira
dentada.
Revestimentos têxteis: assentado com forração colada para não tecidos. Os
carpetes que são classificados pela espessura, são reinados, e podem ser flutuantes
esticados e ou colados.
Os carpetes esticados são fixados com sarrafos e pregos no perímetro do
recinto, enquanto os carpetes colados, com adesivo de contato.
Os têxteis de fibras vegetais também são colocados por meio do mesmo
procedimento utilizado para os carpetes sintéticos.
Os pisos de borracha, indicados para locais de acesso ao público, como lojas,
shopping centers, escadas etc., apresentam alta resistência, são duráveis e
facilmente laváveis. Podem ser colados com cola de contado ou, ainda, ancorados
em argamassa.
Os pisos melamínicos, obtidos pela prensagem de papel (Kraft) e
impregnados com resinas de melamina e formaldeídos, são fixados com cola de
contato.
Os pisos de madeira, tipo assoalho, são fixados em caibros de seção
trapezoidal, embutidos na argamassa de cimento e areia, traço em volume de 1:4, a
uma distância máxima de 50 cm. As peças são do tipo macho e fêmea, para encaixe
ao longo da peça. Cada peça é pregada nos caibros com prego sem cabeça, na
parte do encaixe, de forma inclinada.
Os pisos tipo parquet de madeira são colados sobre a argamassa de
regularização com cola de PVAc.
Os carpetes de madeira são colados da mesma forma que os carpetes
têxteis.
As chapas MDF e HDF para pisos são revestidas nas duas faces, com papel
impregnado com resinas melamínicas, e apresentam padrões semelhantes ao dos
assoalhos.
128
A chapa de fórmica para piso é impermeável somente numa face. Ela é
colada com adesivo de contato, sendo seu processo de assentamento idêntico ao do
papel de parede.
O piso de concreto polido é uma pedra. Pode-se dosar um traço com brita de
diâmetro máximo de 9,5 mm, usando uma composição de um ou mais tipo de rocha,
para dar semelhança de rocha natural com grãos de cores variadas. Sobre a
camada de regularização se fixam as juntas plásticas de dilatação, formando um
quadriculado de 100 cm. O concreto é colocado sobre a argamassa de
regularização, numa camada de 2,5 cm, curado com a cura química, e depois é
polido e resinado, para dar brilho e realçar as cores dos grãos de britas. Pode-se
colorir em tons mais escuros, quando se usa cimento comum, ou com cores mais
claras, quando for com cimento branco.
Cimentado é um piso econômico para ambientes mais simples. Consiste de
uma camada de argamassa, traço 1:3 em volume, sendo cimento e areia média. O
cimentado deve ter juntas de dilatação a cada 2 m nos dois sentidos. A execução
consiste em espalhar a argamassa com a de- sempenadeira, e o acabamento final
ocorre com uma mistura de cimento e pigmento para colorir. Essa mistura é
espalhada sobre a argamassa recém sarrafeada, que vai dando o acabamento com
a desempenadeira, de modo que a camada fique com a cor bem distribuída. A
seguir, cobre-se o cimentado com lona plástica, por três dias, até que o piso fique
firme e resistente ao trânsito de pessoas.
Piso de alta resistência com resina epóxi pura ou com material iner- te
incorporado. Com epóxi, na versão de pintura, é aplicado sobre substrato de
concreto de resistência mínima 25 MPa e com rugosidade adequada para melhor
aderência da resina. Aconselha-se o jateamento com granalha na superfície, para
melhorar a rugosidade, caso não seja possível raspar a superfície com escova
metálica. A umidade relativa do ar não deve estar abaixo de 65%, e a temperatura
abaixo de 30º C. A aplicação poderá ocorrer com desempenadeira metálica em
espessura maior ou com rolo de lã de carneiro para epóxi. Mesmo adotando o
processo de espalhamento com espátula, deve-se passar o rolo de lã para que se
possam eliminar bolhas incorporadas. Recomenda-se despejar todo o conteúdo no
piso e espalhar rapidamente, antes de a resina iniciar o endurecimento. Deverão ser
dada de duas a três demãos, com espaço de tempo de 12 horas, ou conforme
recomendação do fabricante.
129
Para o revestimento de piso antiderrapante, na primeira camada, espalha-se
a epóxi sobre o piso e, em seguida, joga-se uma leve camada de areia de quartzo,
na proporção de 1:1 em massa, com a resina ainda mole. Para a segunda camada,
aplica-se somente a epóxi bi-componente com rolo de lã.
Em revestimento de piso autonivelante, aplica-se, inicialmente, o primer
somente com epóxi bi-componente, e, a seguir, argamassa de epóxi bi-componente
e areia de quartzo, na proporção de 1:1. O espalha- mento na superfície será com
desempenadeira metálica dentada e rolo quebra bolhas.
Na modalidade de revestimento espatulado de 5 mm de espessura: aplica-se
primeiro o primer somente com epóxi bi-componente e uma leve aspersão de areia
de quartzo com primer ainda fresco. A segunda camada é feita com argamassa,
resina e areia de quartzo, na proporção de 1:7 em massa, sendo a aplicação com
desempenadeira metálica lisa ou mecanicamente. Após 24 horas, aplica-se somente
a resina epóxi bi- componente em duas demãos, com rolo de lã especial para epóxi.
Revestimento com poliuretano: é uma resina indicada para revestimentos
de pisos industriais de concreto pela sua resistência química a óleos e a outros
produtos, resistência à abrasão e ao intemperismo, sendo de fácil limpeza. A figura
95 a mostra a aplicação de resina poliuretânica na recuperação de piso de um
frigorífico, e a 95b, o piso terminado.

130
Figura 95a - Aplicação de revestimento de piso com poliuretano
Fonte: Acervo do autor.

Figura 95b - O piso revestido depois de pronto.

131
Assentamento de pisos de vinil e outras placas de fibras sintéticas: o piso é
colado com cola específica sobre a superfície regularizada.

10.3 Pintura

A pintura consiste de uma película fina e colorida, colocada sobre a superfície


de um substrato que, além do toque final à obra, tem um papel relevante na
proteção contra deteriorações. Atualmente, existem várias tonalidades de cores.
Cada fabricante possui um catálogo com suas tonalidades, sendo aconselhável,
quando se quer manter a mesma cor no imóvel, anotar a identificação da tinta para
futura reforma.

10.3.1 Produtos para acabamento

Selador para argamassa – é um fundo impermeabilizante para os


revestimentos em argamassa, e tem a finalidade de impermeabilizar a superfície. É
uma ponte entre a argamassa e a película da pintura.
Selador ou primer para superfícies metálicas – o selador ou primer tem
componentes para proteger a superfície contra a corrosão e melhorar o desempenho
da pintura final.
Massa corrida – tem a função de corrigir irregularidades na superfície do
revestimento que já foi selado. O produto é aplicado com colher ou espátula de aço,
em finas camadas; esperar-se a secagem, para depois lixar com lixa fina para
madeira.
Para a pintura em superfícies de argamassa, concreto e sobre tijolo cerâmico
aparente, podem-se aplicar qualquer um dos seguintes produtos:
Látex PVA - é uma solução de polímeros vinílicos, dispersos em água,
pigmentos minerais coloridos, cargas e aditivos. Nesta linha tem no mercado a
massa corrida e o fundo selador com consistências diferentes.
Latex Acrílico - é uma solução de copolímeros acrílicos ou estireno acrílico,
em água, contendo pigmentos minerais coloridos, cargas e aditivos. Nesta linha tem
a massa corrida e o fundo selador com consistências diferentes.

132
Texturizada acrílica - é a dispersão de copolímeros acrílicos ou estireno
acrílico, mais pigmentos minerais coloridos, grãos sólidos para efeito de textura,
aditivos e hidrorepelentes.
Silicones – nesta linha há os siliconatos, obtidos a partir do metasiliconato de
potássio diluído em água; os siliconatos são constituídos por meio da adição de
silanos e siloxanos, diluídos em solventes. São indicados para impermeabilizar
superfícies de blocos cerâmicos, concreto aparente, telhas etc.
Esmalte sintéticoa resina alquídica é obtida de óleos secativos ou
semisecativos mais pigmentos, para colorir as cargas inertes, para formar a película.
As texturas podem ser fosca, semibrilho ou brilhante.
Fundo selador anticorrosivo com cromato - resina alquídica, obtida de
óleos secativos, ou semisecativos; pigmentos anticorrosivo, como cromato de zinco
e óxido de ferro; secantes organometálicos e aditivos e solventes hidrocarbonetos
alifáticos.
Fundo selador anticorrosivo comfosfato – resina alquídica, obtida de óleos
secativos, ou semisecativos, de pigmentos anticorrosivo, como fosfato de zinco,
secantes organometálicos, aditivos e solventes hidrocarbonetos alifáticos.
Verniz alquídico - à base de resina alquídica, sintetizada a partir de óleos
secativos e semisecativos, secantes organometálicos, aditivos e solventes.
Apresenta tipo fosco ou com brilho, para aplicação de, no mínimo, duas demãos,
num intervalo de 10 horas. O verniz protege a madeira da radiação solar, e
apresenta maior resistência aos agentes ambientais. O verniz com filtro solar, além
dos componentes já citados, tem pigmentos orgânicos.
Verniz poliuretânico – composição a base de resinas poliuretânicas,
secantes organometálicas, aditivos e solventes hidrocarbonetos alifáticos com ou
sem pigmentos orgânicos. Apresenta acabamento fosco ou brilhanate. Este verniz
tem maior resistência de aderência, resistência mecânica e de abrasão. É indicado
para concreto aparente, cerâmica e pedras.
Resina epóxica bi-componente a base de água – para pintura de
ambientes sensíveis a solventes, como escolas, hospitais, clínicas etc.
Borracha clorada – é uma mistura de borracha clorada com plastificante,
com fosfato de zinco e óxido de ferro, altamente impermeável. É indicada para
piscinas, coberturas, tanques de concreto, de fibrocimento etc. Apresenta secagem

133
rápida, ao toque 30 segundos; tráfego de 4 horas a 6 horas e cura completa em 48
horas, sendo seu rendimento de 7 a 9 m² por galão.
Pintura asfáltica – é um asfalto emulsionado com elastômero sintético, e é
indicado para a impermeabilização de fundações, cintas inferiores, alicerces, vigas
baldrames, muros de arrimo, paredes cegas, fachadas preparadas para fixação de
pedra por chumbadores etc. A superfície a ser pintada com hidroasfalto deverá estar
superficialmente seca, áspera, desempenada e não deve apresentar partículas
soltas. A aplicação será por meio de broxa, trincha ou pincel, em duas demãos. Para
superfícies lisas, a primeira demão deve ser diluída em água, na proporção de 1:1
em volume. A segunda demão ocorrerá após a secagem ao toque.
A base de cal – a cal hidratada é diluída em água e mais fixador. Trata-se de
uma pintura ainda muito usada em meios fios, muretas e construções de baixo
custo. Há receitas caseiras de fixador de cal com amido de mandioca, óleo de
cozinha etc. A pintura com cal tem baixa resistência à abrasão e não resiste à
umidade.
A base de cimento – os acabamentos com cimento mais usados são
argamassas coloridas, que dão um toque mais rústico ao estilo. A superfície deve
ser impermeabilizada com silicone, que tem boa afinidade com a argamassa de
cimento.
Pintura em superfície de madeira e seus produtos – estas superfícies
também têm selador próprio e, depois preparado o fundo, pode-se aplicar qualquer
um dos produtos a seguir:
Resina epóxica bi-componente a base de água – para pintura de ambientes
sensíveis a solventes, como escolas, hospitais, clínicas etc.
Borracha clorada – é uma mistura de borracha clorada com plastificante,
com fosfato de zinco e óxido de ferro, altamente impermeável. É indicada para
piscinas, coberturas, tanques de concreto, de fibrocimento etc. Apresenta secagem
rápida, ao toque 30 segundos; tráfego de 4 horas a 6 horas e cura completa em 48
horas, sendo seu rendimento de 7 a 9 m² por galão.
Pintura asfáltica – é um asfalto emulsionado com elastômero sin- tético, e é
indicado para a impermeabilização de fundações, cintas inferio- res, alicerces, vigas
baldrames, muros de arrimo, paredes cegas, fachadas preparadas para fixação de
pedra por chumbadores etc. A superfície a ser pintada com hidroasfalto deverá estar
superficialmente seca, áspera, de- sempenada e não deve apresentar partículas
134
soltas. A aplicação será por meio de broxa, trincha ou pincel, em duas demãos. Para
superfícies lisas, a primeira demão deve ser diluída em água, na proporção de 1:1
em volume. A segunda demão ocorrerá após a secagem ao toque.
A base de cal – a cal hidratada é diluída em água e mais fixador. Trata-se de
uma pintura ainda muito usada em meios fios, muretas e cons- truções de baixo
custo. Há receitas caseiras de fixador de cal com amido de mandioca, óleo de
cozinha etc. A pintura com cal tem baixa resistência à abrasão e não resiste à
umidade.
A base de cimento – os acabamentos com cimento mais usados são
argamassas coloridas, que dão um toque mais rústico ao estilo. A superfície deve
ser impermeabilizada com silicone, que tem boa afinidade com a argamassa de
cimento.
Pintura em superfície de madeira e seus produtos – estas superfícies
também têm selador próprio e, após preparado o fundo, pode-se aplicar qualquer um
dos produtos a seguir:
A tinta é composta dos seguintes elementos: resina: é o elemento ativo que
aglutina as partículas inertes para formar o filme ou película de cobertura da
superfície; pigmento: constituído de compostos minerais que dão a tonalidade da
tinta. solvente: é um elemento volátil, que confere a viscosidade para a aplicação da
tinta, mas que depois se evapora, deixando a camada de cobertura. aditivos: são
produtos que se adicionam à tinta para dar algumas características a mais, como
resistência a fungos e bactérias etc.
O solvente do látex é a água, que será adicionada segundo a recomendação
do fabricante, para cobrir melhor a superfície. Na primeira pintura, recomendam-se
três demãos. O rendimento da tinta depende da origem, pois, embora tenham a
mesma formulação, existem no comércio algumas que apresentam melhor
rendimento. Não se conhecendo certa marca de tinta, recomenda-se fazer o teste de
rendimento antes da compra. Neste teste experimental na obra, avalia-se o poder de
cobertura em função do número de demãos aplicada e, consequentemente, o
consumo de material, que é o rendimento da tinta.

135
10.3.2 – Preparo do Substrato

Substrato com argamassa de cimento e cal – a superfície deve estar seca


e curada, sendo recomendado, no mínimo, quatro semanas para que se possa
iniciar o trabalho de pintura. No período de chuva, recomenda-se cobrir o lado do
painel que recebe mais chuva, para que fique mais seca possível, porque se a
parede estiver úmida atrapalhará a aderência da tinta, formando, às vezes, bolhas,
com a saída da água, e provocando fissuras. Primeiro, aplica-se o selador na
modalidade interna e externa; deixa-se secar bem, para depois se aplicar a tinta.
Para a primeira vez, recomenda três demãos de tinta, com a consistência adequada
para dar bom cobrimento.
Substrato de madeira e produtos– a peça de madeira não deve estar muito
úmida ou muito seca, porque essas duas situações prejudicarão a aderência da
tinta. Na umidade alta, a tinta não adere bem, resultando na formação de bolhas,
quando a água evaporar. Quando a madeira tiver muito seca, absorverá líquido da
pintura, inchando e perdendo a aderência. O ideal é que a madeira esteja na
umidade de equilíbrio com o meio ambiente, por exemplo: para clima muito seco,
igual a 12%; para clima úmido, igual a 18% e de 10% a 12% para ambientes
internos.
As madeiras resinosas devem secar a superfície com solução alco- ólica de
goma-laca. Em madeira tratada, deve-se esperar que o líquido da solução de
tratamento evapore.
Superfícies metálicas – nas superfícies metálicas expostas em am- bientes
muito agressivos, a pintura deve ser feita com tintas especiais, por exemplo, com
borracha clorada, poliuretana, epóxi, resinas vinílicas etc.
O preparo das superfícies metálicas de ferrosos consiste em limpar com
removedores de ferrugem; tiram-se as carepas de laminação e, em seguida, aplica-
se a pintura anticorrosiva. O primer deve ser aplicado logo após a limpeza da
superfície, quando o ambiente for muito agressivo. O fundo anticorrosivo, à base de
epóxi e rico em zinco, permite maior tempo de exposição até a pintura final, em
cerca de seis meses.
Para substratos - concretos, reboco e cerâmica pode-se aplicar: látex PVA,
látex acrílico, caiação, à base de cimento, esmalte sintético, resina epóxi, borracha
clorada, verniz e silicone.
136
CAPÍTULO 11
IMPERMEABILIZAÇÕES

A impermeabilização deve ser pensada desde a concepção do projeto da


edificação, porque diz respeito a todo o sistema de drenagem daágua das
precipitações pluviométricas, da água de lavagem e asseio do prédio. Todas as
ações que poderão trazer umidade deverão ser analisadas no projeto de
impermeabilização. O profissional da construção civil deve sempre ter em mente que
a água nunca deve ficar parada por muito tempo em algum lugar da obra, a não ser
em reservatório próprio para recebê-la, porque se ficar parada ela achará alguma
porosidade ou mesmo alguma fissura, por onde penetrará.
Grande parte das patologias das construções tem origem na presença de
umidade constante. Uma obra sadia é uma obra com o mínimo de umidade possível.
Além das precipitações pluviométricas, a umidade pode vir do solo, nos locais
de regiões mais baixas, onde há água superficial ou lençol de água próximo da
superfície. Nesta situação, a umidade higroscópica sobe pelas fundações, pelos
alicerces, pelas cintas inferiores e base das paredes. Também está presente nas
garagens de subsolo. Todas estas situações de- vem ser consideradas, no processo
de execução da obra.
Nas construções térreas, tem que se impermeabilizarem o piso e as bases
das paredes, para bloquear a umidade por efeito higroscópico. Esse procedimento
deve ser adotado pelo próprio construtor, independente de projeto de
impermeabilização de um especialista.
No piso, antes do contrapiso, coloca-se uma lona de PVC, a fim de se evitar
que a umidade atinja o piso. As três primeiras fiadas de blocos ou tijolo das paredes
devem ser com argamassa e aditivo impermeabilizante incorporado. No
revestimento das paredes externas, deve-se usar argamassa com impermeabilizante
de até 50 cm, acima da base e do lado externo. É importante destacar que a
impermeabilização só se faz do lado que recebe a umidade. Para as paredes cegas,
pouco ventiladas e próximas de divisas, recomenda-se usar argamassas com
impermeabilizante em toda sua extensão.
Mesmo sem alguma recomendação especial, toda parede externa deve
receber um selador adequado, para melhorar o desempenho quanto à umidade. Nas
138
construções com mais de um piso, recomenda-se uma pequena saliência na
horizontal, chamada de pingueira (figura 96), para evitar que a água escoe ao longo
de toda a parede. Quanto mais tempo a água percorre a superfície de uma parede,
maior será o risco de infiltração.

Figura 96 - Detalhe esquemático de uma pingueira na parede externa.


Fonte: Acervo do autor.

11.1 Recomendações para melhor desempenho da impermeabilização

 A inclinação para os coletores das áreas horizontais deve ser de 1%,


para facilitar o escoamento da água.
 O número e o diâmetro dos coletores devem ser compatíveis com o
volume da água que será escoada, sem perigo de inundação da área.
Os coletores devem estar bem fixados, e os ralos deverão estar a 5
mm do nível do piso.
 As mantas devem ser encaixadas nos planos verticais, para evitar que
a água que desce nestes locais penetre por baixo da manta.
 As áreas externas impermeabilizadas devem estar, no mínimo, a 5 cm
abaixo da área interna, para evitar que a água penetre na área não im-
permeabilizada.

139
 As superfícies a serem impermeabilizadas com manta asfáltica devem
estar regularizadas com argamassa de reboco e sem saliências,
fissuras e cavidades que possam prejudicar a manta.

 Os tubos de queda das águas, recolhidas das áreas


impermeabilizadas, não devem ser embutidos em qualquer peça da
estrutura.
 Quando a tubulação for fixada na alvenaria, deve estar afastada a uma
distância mínima de 10 cm.
 Nas tubulações de água quente, que passarem por uma laje
impermeabilizada, deve haver um isolamento térmico adequado, para
que o calor não afete a impermeabilização.
 As junções dos ralos coletores de água de uma laje impermeabilizada
devem ter arremates especiais, para que não vaze água na junta do
coletor com a laje.
 Nos encontros entre os planos verticais e os horizontais, a manta asfál-
tica vertical deve transpassar a horizontal.
 As impermeabilizações de paredes do subsolo devem ser realizadas
pelo lado externo, e deve haver escoamento de água para um coletor,
que a conduzirá a um reservatório.
 Nos encontros de planos perpendiculares, os cantos devem ser arre-
dondados, para nunca formarem um canto reto.
 As juntas de dilatação da estrutura devem formar um divisor de água
com caimento em sentidos opostos nos dois planos.
 A proteção mecânica da impermeabilização e o piso devem ter juntas
de dilatação preenchidas com elastômeros, para permitir a
movimentação da parte superior à impermeabilização.

11.2 – Projeto de impermeabilização

O projeto de impermeabilização deve estar integrado ao arquitetônico, ao


estrutural e aos de instalações, porque existe uma interface entre eles para maior

140
facilidade no momento de se executar o conjunto dos sistemas de
impermeabilização, sem que se interfere nas outras atividades da obra.
Para elaborar o projeto de impermeabilização, estudam-se as regiões onde
deverão ser impermeabilizadas, e daí se definem detalhes constritivos, através de
gráficos e de um memorial descritivo, onde serão apresentados a forma de
execução dos serviços e os materiais que serão empregados para cada região, onde
serão impermeabilizadas.
Para a execução, é importante que se tenha em mãos um manual de
procedimentos para cada item a ser executado e para os cuidados com a segurança
do trabalho, os equipamentos de proteção, a planilha, com os quantitativos de
materiais para cada fase e os ensaios tecnológicos, para que se possam avaliar os
materiais e o desempenho da impermeabilização.

11.3 – Execução da impermeabilização flexivel

A impermeabilização flexível com manta asfáltica é indicada para terraços,


jardins suspensos, telhado verde, subsolo e piscinas.
Para o bom desempenho da impermeabilização, devem ser atendi- das as
recomendações do item 10.1. Nas superfícies horizontais, as mantas não precisam
estar aderidas por um primer, mas somente nas superfícies verticais, porque não
suportariam seu próprio peso.
A colocação da manta será determinada depois de verificados todos os pré-
requisitos estabelecidos anteriormente.
Nos planos horizontais, não é necessário colar a manta, mas colocá- la, sem
deixar bolhas de ar, iniciando sempre no sentido do caimento, e nas emendas deve-
se estabelecer uma sobreposição de 10 cm, sempre cuidando para que a parte
superior seja da manta que vai no sentido da inclinação.
Na vertical, a manta deve ser colada com a cola especial, cuidando- se para
manter sempre o transpasse nas emendas, sendo que a manta de cima deve se
sobrepor à inferior e deve ser colada com calor.
Na borda superior, a manta deve ser dobrada e embutida num sulco,
conforme figura 97a, preparado para fixá-la. No caso de mureta, a manta deve ir até
o topo, conforme figura 97b. Se for necessário, deve-se recorrer à fixação mecânica,
com pinos de aço cravados com a pressão de uma pistola.
141
Figura 97a - Detalhe de colocação de manta as fáltica
Fonte: Criação do autor.

Figura 97b - Mostrando a superposição das mantas nas emendas.

142
As figuras 98a e 98b mostram a imprimação para receber as mantas
asfálticas.

Figura 98a - Início da imprimação.


Fonte: Acervo do autor.

Figura 98b - Sequência da imprimação


Fonte: Acervo do autor.

143
Mais um exemplo de impermeabilização vertical nas figuras 99 a e 99 b

Figuras 99a - Mostra impermeabilizações já concluídas.


Fonte: Acervo do autor.

Figuras 99b - Mostra impermeabilizações já concluídas.


Fonte: Acervo do autor.

144
145
CAPÍTULO 12
SUGESTÕES DE ÍNDICES PARA
ORÇAMENTO DE OBRA

Visando contribuir, para que se possa calcular o orçamento de uma obra,


serão apresentados, a seguir, vários índices, para o estudante epara o iniciante na
profissão de engenharia civil, que deseja se especializar neste importante setor, que
é de orçamentista.
A complexidade de um orçamento depende da tecnologia construtiva a ser
aplicada à obra e sua situação geográfica em relação aos centros fornecedores de
materiais e componentes de construção.
Os cálculos de consumo de materiais e componentes de construção, de mão
de obra e de aluguel de equipamentos devem estar fielmente de acordo com as
medições dos projetos. Pequenas falhas e omissões podem gerar grandes prejuízos
no custo global do empreendimento, ou eliminar uma concorrência importante.
Ao iniciar um orçamento, se avaliam todas as peculiaridades que vão
influenciar no custo final da obra.
Há itens externos que serão importantes no orçamento. Num caráter didático,
se apresentam alguns destes eventos externos importantes, quais sejam: distância
dos fornecedores; serviços que serão contratados; contratação de pessoal; locação
de máquinas e equipamentos; alojamento de pessoal; despesas com alimentação;
treinamento eventual dentro do canteiro; transporte e desmobilização.
A sequência sugerida, para a realização de um orçamento, após a aprovação
dos projetos será na seguinte ordem: instalação do canteiro envolvendo todas as
obras temporárias; movimento de terra; locação da obra; fundação; estruturas;
alvenarias; cobertura; instalações; acaba- mento; limpeza e entrega.
Os índices, para que se possa realizar um orçamento, são: consumo de
materiais por volume (m³), por área (m²), por comprimento (m), por peças (unidade),
horas de mão de obra do profissional e do servente ou auxiliar e horas de aluguel de
equipamentos.
Atualmente, alguns serviços dentro do canteiro são executados por
prestadores de serviços, que trazem a vantagem na questão do número de efetivos
dentro do canteiro. São etapas temporárias, por exemplo: concretagem que dura, às
vezes, poucas horas e são necessários vários trabalha- dores, que depois serão
146
desativados. Outros serviços como instalações elétricas, de telefones,
hidrossanitárias, impermeabilizações etc., são serviços que podem ser terceirizados,
para não se ter que contratar, dispensar e voltar a contratar mão de obra.

12.1 Medições

Preparo do terreno - medições pelas quantidades, áreas reais, cor- tes de


árvores, destocamentos, transporte dos materiais da limpeza.
Tapumes – medição pelo perímetro e pelas áreas de placas de madeirite,
MDF ou qualquer outro material, para fechamento provisório da área.
Tapumes – medição pelo perímetro e pelas áreas de placas de madeirite,
MDF ou qualquer outro material, para fechamento provisório da área.
Escavação – considerando-se quando há garagem no subsolo, o corte será
de um metro a mais nas laterais, para a execução das paredes e sua
impermeabilização na parte externa.
Fundações – medições pelas quantidades, áreas, volumes e massa de
acordo com o projeto e as especificações.
Fôrmas – nas fôrmas, não serão descontadas as áreas nas interseções
quando há cruzamentos.
Armaduras – as medições são feitas pelas massas de cada bitola constantes
do projeto estrutural de aço CA 50 e, eventualmente, CA 60 e mais 10%,
considerando-se o desbitolamento e as perdas no corte e preparo da ferragem, de
acordo com os detalhes do projeto estrutural.
Concreto – o volume de concreto nas fundações deve ser acrescido de 10%,
devido às irregularidades nas escavações. Na superestrutura, a medição pelo
comprimento, volume das peças e pela massa devem ocorrer de acordo com o
projeto e as especificações da obra.
Alvenarias – medições pelas áreas do projeto, descontando-se apenas vãos
livres acima de 2 m², a quantidade de peças de tijolos ou blocos, as placas e outros
materiais empregados no projeto.
Revestimento das paredes – medição de chapiscos e da argamassa de
acordo com as áreas dos dois lados das alvenarias, descontando-se apenas livres
acima de 0,50 m².

147
Revestimento de pisos e escadas – medição das áreas de pisos de acordo
com o projeto, descontando-se apenas áreas livres acima de 0,50 m². Nas escadas,
soma-se a área de cada degrau e do espelho, multiplicado pelo número total.
Calcula-se o volume de argamassa de regularização e de argamassa de
assentamento.
Revestimento cerâmico de paredes – medição das áreas, descontando-se
apenas áreas acima de 0,50 m²; caso o rodapé também seja de cerâmica,
acrescenta-se a área correspondente e o volume de argamassa de assentamento.
Esquadrias – medição de quantidades por peças semelhantes, ferragens e
acessórios, áreas das aberturas e áreas reais de vidro.
Pinturas – medição das áreas dos dois lados das paredes, descontando-se
apenas áreas livres acima de 2 m².
Impermeabilização – medição pela área, incluindo-se a dobra na parede e o
transpasse das mantas, devendo-se descontar apenas as áreas livres acima de 2
m².
Isolamento térmico e acústico – medições pelo volume e pelas
quantidades, segundo projetos específicos.
Aparelhos – medição pela quantidade e pelo conjunto definidos no projeto.
Instalações – medição pela quantidade, comprimento, pela área de projeto e
pelas especificações da obra.

12.2 Parâmetros para cálculo do orçamento

Os índices apresentados a seguir são resultados da tabela TCPO da PINI,


levantamento realizado junto a algumas empresas e a profissionais prestadores
autônomos de serviços.
Com as medições realizadas, passa-se ao cálculo dos custos unitários por
materiais, componentes, aluguéis de máquinas e equipamentos por hora, custo por
hora de equipamentos da empresa, serviços de terceiros, custo por hora de mão de
obra por categoria, custos eventuais de horas paradas, devido às chuvas e a outras
paralisações, taxas devido aos encargos sociais e mais benefícios e despesas
indiretas (BDI).
Composição de argamassas por metro cúbico: Regularização - 1:4 em volume
(cimento e areia) Cimento - 400 kg;
148
Areia média lavada - 1,2 m³;
Mão de obra de servente - 3,0 horas para mistura em betoneira e 5,0 horas
para mistura manual.
Assentamento: 1:1:6 em volume (cimento, cal e areia fina):
Cimento - 210 kg; Cal - 88,2 kg; Areia fina - 1,2 m³;
Mão de obra de servente - 3,0 horas para mistura em betoneira e 5,0 horas
para mistura manual.

Argamassa de revestimento: 1:2:8 em volume (cimento, cal e areia fina):


Cimento - 160 kg; Cal - 136 kg;
Areia fina - 1,2 m³;
Mão de obra de servente - 3,0 horas para mistura em betoneira e 5,0 horas
para mistura manual.

Argamassa para revestimento, segunda opção: 1:2:9 em volume (cimento, cal


e areia fina):
Cimento - 149,6 kg; Cal - 134,7 kg; Areia fina - 1,2 m³;
Mão de obra de servente - 3,0 horas para mistura em betoneira e 5,0 horas
para mistura manual.

Concreto estrutural: traço em volume 1:2:3 (cimento, areia grossa lavada e


brita):
Cimento - 350 kg;
Areia grossa lavada - 0,55 m³; Brita - 0,80 m³;
Mão de obra de servente - 3,2 horas para mistura em betoneira e 9 horas
para mistura manual.
Mão de obra de pedreiro - 2 horas.

Concreto de regularização (contrapiso), traço em volume 1:2,64:3,94


(cimento, areia grossa lavada e brita):
Cimento - 250 kg;
Areia grossa lavada - 0,55 m³; Brita - 0,82 m³;
Mão de obra de servente - 3, 2 horas para mistura em betoneira e 9 horas
para mistura manual.
149
Escavação manual por metro cúbico:
Mão de obra de servente - 3 horas.

Escavação mecanizada por metro cúbico e até 2 m³ de profundidade:


Retroescavadeira - 0,08 horas;
Transporte de material por m³ com distância média de transporte até 1,0 km
em caminhão basculante - 0,03 horas.

Alvenaria de bloco furado de 8 furos 15x20x10 cm, 1,0 m²:


Bloco cerâmico - 29 unidades. Argamassa de assentamento - 0,02 m³; Mão
de obra de pedreiro - 1,5 horas; Mão de obra de servente - 1,5 horas.

Alvenaria de tijolo cerâmico de 19x9x5,7 cm, 1 m²:


Tijolo cerâmico - 75 unidades; Argamassa de assentamento - 0,03 m³; Mão de
obra de pedreiro - 1,8 horas; Mão de obra de servente - 1,8 horas.

Revestimento de parede (chapisco), 1,0 m²:


Argamassa de chapisco - 0,02 m³. Mão de obra de pedreiro - 0,6 horas; Mão
de obra de servente - 0,7 horas.

Revestimento de parede, reboco único, 1,0 m²: Argamassa de revestimento -


0,02 m³ Pedreiro - 1,5 horas;
Servente - 1,5 horas.

Lançamento de concreto de fundação, m³:


Mão de obra de pedreiro - 0,9 hora; Mão de obra de servente - 0,9 hora.

Fôrma comum para superestrutura de concreto, 1,0 m²:


Fôrma de madeira - 2,5 m²/m² de construção; Prego - 0,18 kg/m² de fôrma;
Mão de obra de carpinteiro - 1,35 horas; Mão de obra de ajudante - 1,35
horas.

Armadura para concreto, 1,0 kg: Mão de obra de armador - 0,1 hora; Mão de
obra de ajudante - 0,1 hora.
150
Lançamento de concreto na superestrutura em edifícios altos, 1,0 m²:
Mão de obra de pedreiro - 0,36 hora; Mão de obra de servente - 0,7 hora.

Execução de contrapiso em concreto com 10 cm de espessura, 1,0 m²:


Concreto de regularização - 0,01 m³; Mão de obra de pedreiro - 0,70 hora;
Mão de obra de servente - 1,5 horas.

Assentamento de cerâmica em piso e em parede com argamassa co- lante,


1,0 m²:
Argamassa colante para cerâmica - 4kg/m²; Mão de obra de pedreiro - 0,5
horas.

Revestimento de paredes com lambris, 1,0 m²:


Mão de obra de carpinteiro - 0,40 hora; Mão de obra de pedreiro - 0,28 hora;
Mão de obra de servente - 0,50 hora.

Preparo de paredes para pintura

Impermeabilização com selador interno e externo:


Selador - 150 m²/lata de 18 litros/por demão;
Mão de obra de pintor - 0,13 horas/m²/por demão.

Massa corrida para interiores em duas demãos:


Massa corrida (duas demãos) - 40 m²/por lata de 18 litros/por demão; Latex
PVA sobre massa corrida - 140 m²/por lata – 18 litros/demão; Latex acrílico sobre
reboco - 180 m²/por lata – 18 litros/demão; Mão de obra de pintor - 0,13 hora/por
m²/por demão.

Estrutura de telhado de duas águas e telha plã, 1,0 m²:


Madeira - 0,025 m³; Pregos - 0,20 kg;
Ferragem (parafusos e chapas de ligação de peças) - 0,22 kg; Mão de obra
de carpinteiro - 2,0 horas;
Telhas plã - 35 peças;
151
Mão de obra de pedreiro - 0,60 hora; Mão de obra de servente - 1,0 hora.

Assentamento de esquadrias de porta de madeira por unidade:


Mão de obra de pedreiro - 1,0 hora; Mão de obra de servente - 1,0 hora.

Assentamento de esquadrias metálicas de janelas por peça:


Mão de obra de pedreiro - 0,70 hora; Mão de obra de servente - 2,1 hora.

Instalações elétricas
As medições no projeto de instalações elétricas são feitas nas plan- tas e
detalhes, onde se apresentam: planta de situação com indicação de entrada de
energia; detalhe do quadro de entrada geral de energia, com medidores em cada
apartamento, dispositivos de segurança etc.; planta de cada andar, indicando os
quadros de luz, centros de distribuição, caixas de passagens, os dutos com
quantidades de fios e seus diâmetros, tomadas, interruptores etc.; quadros de
divisão dos circuitos com resumo dos pon- tos de consumo e respectivas cargas
etc.; diagrama unifilar discriminando os circuitos, diâmetro dos fios, dispositivos de
manobra e proteção etc. e memorial descritivo.

Instalações de telefone
Nas instalações de telefones, o projeto consta dos seguintes detalhes: planta
de situação com entrada das linhas; planta de cada andar com indicação de caixas,
tubulações, cabeamento com as respectivas dimensões e pontos de linhas; cortes
esquemáticos e memorial descritivo.
Custos adicionais à mão de obra, devido às taxas sociais que incidirão sobre
o valor total da mão de obra serão de 132,86%.
O BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) na composição de custos da obra e
mais o BDI, que inclui os seguintes componentes: despesas eventuais causadas por
materiais não orçados ou não cobertos especificamentenos levantamentos de
quantitativos ou na composição de custos unitários, às vezes, devido a falhas nas
medições; quebra ou danificação de materiais e componentes; riscos durante a
execução da obra como acidentes e outros eventos não previstos; atrasos por
chuvas; falhas causadas por deficiência de mão de obra; compra errada de materiais
e ou componentes; greve de operários; despesas com mobilização e despensa de
152
empregados; depreciação de equipamentos; despesas eventuais com seguro, PIS,
etc. e inclusão de lucros.

12.3 Cronogramas de execução da obra

O projeto hidrossanitário é detalhado com todas as indicações de dis-


tribuição de água para cada apartamento, a rede coletora de esgoto de águas
servidas e a rede coletora dos vasos sanitários, quando se pretende reciclar a água
cinza. O projeto apresenta: planta de situação e locação; planta de cada
apartamento com os medidores (hidrômetros) e detalhes de alimentação de água,
peças como tanques, pias, vasos, etc.; esquema vertical; detalhes e perfis
isométricos; detalhes de reciclagem da água servida; outros detalhes em situações
que haja coleta de água pluvial, etc..

Instalações de equipamentos
Outros equipamentos, tais como: elevadores, circuito fechado, de segurança
etc. terão suas medições de acordo com projetos de cada área.
Diagrama GANTT ou de barras – ilustram os avanços das diferentes etapas
de um projeto, os intervalos de tempo, início e fim da cada fase, com barras
coloridas no eixo horizontal do gráfico. Este gráfico é utilizado como ferramenta de
controle de produção. Nele se podem visualizar as tarefas de cada membro da
equipe, bem como o tempo gasto para cumpri-las.
Cronograma PERT/COM – é a representação gráfica das atividades do
projeto e de suas respectivas relações de dependência. Posteriormente, a duração
das atividades será acrescentada na rede, permitindo a elaboração do cronograma
do projeto.
Cronograma físico financeiro de execução - utilizado para acom- panhar
despesas das etapas da obra.
O orçamento será feito de acordo com a finalidade. Caso seja para
concorrência pública, deverá levar em conta se haverá multas, reajustes e outras
eventuais despesas para a firma vencedora da concorrência.

153
REFERÊNCIAS

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de prova cilíndricos – Método de Ensaios.

ABNT NBR 5739:1994. Concreto: Ensaio de compressão de corpos de prova


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ABNT NBR 12655. Concreto de cimento Portland – Preparo, controle e recebimento.


Procedimento.

ABNT NBR 6118:2003. Projeto de Estruturas de concreto. Procedimento.

ABNT NBR 14931:2004. Execução de estruturas de concreto. Procedimento.

ABNT NBR 8800:2009. Projeto e Execução de Estruturas de Aço em Edifícios.

ABNT NBR 7190:1997. Projeto de estruturas de madeira.

ABNT NBR 8036:1983. Programação de sondagens de simples reconhecimento do


solos para fundações de edifícios. Procedimento.

ABNT NBR 7170:1983. Tijolo cerâmico para alvenaria. Especificação ABNT NBR
7171:1992. Bloco cerâmico para alvenaria. Especificação.

ABNT NBR 7113:1982. Normas para blocos de concreto sem função estrutural.
Especificação.

ABNT NBR 15575-2:2008. Edifícios habitacionais de até cinco pavimentos –


Desempenho. Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais.

ABNT NBR 12721:1998. Avaliação de custos e preparo de orçamento de construção


para incorporação de edifícios em condomínio. Procedimento.

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de prova cilíndricos – Método de Ensaios.
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154
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ALVES, J. Dafico. Materiais de Construção. 8. ed. Goiânia: Ed. da UFG/Ed. da UCG,


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. Manual de Tecnologia do Concreto. 4. ed. Goiânia: Ed. da UCG, 2002.

.Manual Prático para Manutenção e Recuperação de Imóveis. Goiânia: Ed.


da UCG, 2002.

.Blocos Pré-moldados de Concreto: Práticas de dosagem e controle de


qualidade. Goiânia: Ed. da UEG, 2004.

.Materiais Alternativos de Construção. Goiânia: Ed. da UCG, 2006.

155
.Avaliação de Sistemas Construtivos e Estabelecimento de Requisitos para
Habitações Térreas com Fundações, Paredes, Cintas e Pilares de Concreto com
Agregado de Entulho de Obras e de Demolições e Borrachas de Pneus Embutidas.
Relatório de Pesquisa.Goiânia: PUC-Goiás, 2009.

.O Luxo da Casa do Lixo – Moradia e Sustentabilidade. Goiânia: Ed. da PUC-


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