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RESENHA CRÍTICA FILME Extraordinário

Damila Rodrigues dos Santos em 13/12/2022

Extraordinário | Resenha Crítica

Baseado no livro escrito por R.J. Palacio, Extraordinário, filme dirigido e co-escrito por
Stephen Chbosky, nos conta uma história inspiradora e que vai servir como exemplo para
muitas crianças e jovens que lidam, diariamente, com a percepção de serem vistos – e
tratados – como diferentes pelos outros. August “Auggie” Pullman (Jacob Tremblay) é um
garoto que nasceu com uma doença craniofacial congênita. Em decorrência disso, desde
cedo, aprendeu a ter uma vida um tanto solitária, na medida em que seu contato com o
mundo exterior era restrito aos seus pais (Julia Roberts e Owen Wilson) e à única amiga
(Danielle Rose Russell) que sua irmã (Izabela Vidovic) tinha.
Após anos sendo educado em casa pela mãe, quando Auggie chega ao quinto ano do
colégio, os pais decidem que é chegado o momento do filho ingressar numa escola,
tendo contato com crianças de sua idade e ganhando independência no mundo
exterior. Extraordinário acompanha justamente a inserção de Auggie num mundo escolar
que o recebe de maneira abrupta, com estranhamento por parte dos colegas, e situações
chatas como bullying e isolamento.

O filme enfoca, basicamente, a força interior e a perseverança de Auggie num ambiente


que o trata de maneira muito hostil e a grande mensagem do filme reside no fato de que,
apesar de entrar em contato com sentimentos como a dor e a decepção, Auggie oferece
a outra face, encarando seus dias com muita resiliência e tentando transpor as barreiras
que lhe são impostas com lições de humildade e de amor.

É interessante também notar que Extraordinário não se resume somente às batalhas


internas e diárias vividas por Auggie. O filme nos mostra que, quando uma família
enfrenta uma enfermidade como a que Auggie possui, não é só a vida dele que é
afetada, a de todos acaba sendo influenciada. Então, o núcleo familiar dos Pullman gira
em torno de Auggie. Por isso mesmo, a decisão muito acertada de Stephen Chbosky de
utilizar um recurso narrativo que nos permite enxergar os conflitos internos de boa parte
das personagens – uma pena que esse recurso não tenha sido estendido para os pais
dele.
Alguns irão acusar Extraordinário de ser um filme que tem a intenção proposital de
manipular as emoções da plateia. Discordo disso. A verdade é que, na maneira como foi
dirigido por Stephen Chbosky, o filme nos faz sentir muita empatia por tudo o que a
família Pullman vive. Mesmo que não tenhamos tido uma experiência como a de Auggie,
é impossível não se colocar no lugar dele diante de tudo que ele irá passar. Mesmo
percorrendo caminhos que são previsíveis, Extraordinário nos conquista por completo,
sendo um longa que emociona, comove e nos faz perceber que a beleza da vida está em
enxergar as pessoas pelo que elas são – sem máscaras, sem primeiras impressões, sem
influências de aparências. Sem dúvida, um filme obrigatório para todas as idades!
Extraordinário (Wonder, 2017)

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