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APOSTILA
PROFESSOR
DO ESTADO

DISCIPLINAS:

PORTUGUÊS
HISTÓRIA E GEOGRAFIA
DO ACRE
LEGISLAÇÃO BÁSICA DA
EDUCAÇÃO
68. 99942-2471 TEMAS EDUCACIONAIS E
PREDUDU PEDAGÓGICOS
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 1

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GÊNEROS
TEXTUAIS

GÊNEROS EXEMPLO

TEXTUAIS

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GÊNEROS
TEXTUAIS

GÊNEROS
TEXTUAIS

GÊNEROS
TEXTUAIS

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 4

Escrevem-se com CH:


brecha, broche, chalé, chicória, cachimbo, chope,
chuchu, fachada, deboche, fantoche, piche, mochila,
pechincha, flecha, linchar, chute, bochecha, ficha

Regras de uso da letra X:

1) Depois de ditongos (duas vogais pertencentes à


mesma sílaba):
caixa, frouxo, deixar, queixa, paixão, faixa, desleixo,
rouxinol, baixo, baixe
la, eixo, abaixo.

2) Quando a primeira sílaba da palavra é EN:


enxurrada, enxotar, enxugar, enxada, enxergar, enxof
re, engraxar, enxaqueca, enxerto, enxame, enxoval
Obs.: As palavras enchente e encher não seguem o
mesmo processo, pois são derivadas de cheio. O
mesmo acontece com encharcar, que vem
de charco; enchapelar, derivada de chapéu;
e enchiqueirar, que vem de chiqueiro.
3) Palavras de origem indígena ou africana e palavras
inglesas aportuguesadas:
xavante, xingar, xará, xampu, Xangai

4) Após a sílaba ME
mexilhão, mexer, mexerica, mexerico,
mexicano, remexer
Exceção: mecha (de cabelo)

IMPORTANTE:
Há casos em que ocorrem palavras de mesmo som,
mas com grafia e sentido diferentes. São as chamadas
palavras homófanas. Veja alguns exemplos:
- tacha (mancha, defeito ou pequeno prego) /
taxa (imposto, tributo)
- coxo (imperfeito, capenga) / cocho (vasilha para alimentar
animais)
- xeque (lance do jogo de xadrez) / cheque (ordem de
pagamento)
- broxa (pincel para pintura de parede) / brocha (pequeno
prego)
- xácara (narrativa popular em verso) /
chácara (propriedade rural)
- xá (título do antigo soberano do Irã) / chá (infusão,
bebida)
São escritas com X: VERBOS EM -ISAR E -IZAR + SUPER
Não se perde por escrever corretamente. Mas os
bruxa, capixaba, caxumba, faxina, rixa, dicionários nem sempre estão à mão para dirimir
roxo, xaxim, xícara, xenofobia, graxa, dúvidas. Na hora do sufoco, tem-se que partir para uma
laxante, xale, xaxim, relaxar, solução de cabeça. E aí, quando o problema é decidir
entre o S ou Z dos verbos da 1ª conjugação terminados
almoxarifado, vexame
em isar ou izar, pode ser útil este lembrete: a diferença
está na palavra de que eles derivam.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 5

Primeiramente, os verbos em ISAR são derivados Exemplos diversos:


de nomes (radicais) terminados em -is [com
respectivos sufixos ou desinências, conforme o álcool - Pessoas alcoolizadas estragaram a festa.
caso]. Aqui “ar” não é sufixo: é sim a terminação
verbal da 1ª conjugação, que agregada a um canal - Todos os recursos foram canalizados para
radical terminado em -is forma os “verbos em isar” essa obra.
de que estamos tratando. Para exemplificar:
agregando-se “ar” ao substantivo anis tem-se o estéril - O médico mandou esterilizar os instrumentos.
verbo ANISAR; a íris, IRISAR e assim por diante. Para
distinguir esses verbos daqueles escritos com Z formal - Formalizamos o acordo.
(de izar), pode-se fazer sua associação com o
substantivo aparentado. Se o nome é grafado com IS, o industrial - Eles industrializam tubos e conexões.
verbo também o será:
local - Precisamos localizar os documentos.
alisar / liso
analisar / análise oficial - O noivado será oficializado no domingo.
avisar / aviso
bisar / bis poético - Quero poetizar minhas horas.
divisar / divisão
frisar / friso, frisa urbano - Urbanizar a periferia é sua promessa.
guisar / guisado
paralisar / paralisia UM SUPER-HOMEM SUPER-RICO
pesquisar / pesquisa
pisar / piso São duas as situações em que o hífen é usado com o
precisar / precisão, preciso prefixo super: apenas diante de substantivo ou adjetivo
visar / visão que começa com R ou com H. Nem mesmo diante de
palavra iniciada por vogal ou por s o hífen é necessário
No entanto, escreve-se deslizar e balizar porque estes – a ligação aí é direta. Palavras-lembrete: super-
verbos vêm de deslize e baliza, respectivamente. homem e super-rico.

Os verbos terminados em IZAR, por sua vez, formam- Escreva, portanto: revista superinteressante,
se de nomes (adjetivos, principalmente) aos quais se pessoa superdinâmica, trabalho superdidático,
agrega o sufixo -izar, que significa "tornar, transformar ar supersaturado, avião supersônico. E admita que
em". Assim sendo, de visual + izar formamos visualizar; você é um superpai, uma supermãe, um
de neutro, neutralizar; de tranquilo, tranquilizar; de filho superamado ou uma avó superlegal!
harmonia, harmonizar.

Nessa passagem são feitas adaptações gráficas


(acréscimo, eliminação ou mudança de letras) exigidas
pela gramática, com as quais normalmente já estamos
familiarizados. Para exemplificar:

robô -> robotizar;


simpático -> simpatizar;
permeável -> permeabilizar;
ênfase -> enfatizar;
padrão -> padronizar;
catequese -> catequizar.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 6
Assim, a regra é a seguinte: utiliza-se o hífen quando
o segundo elemento começa por h ou pela mesma
vogal com que termina o prefixo, nas formações com
os prefixos ante-, anti-, contra-, entre-, extra-, hiper-,
infra-, intra-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-.
Vejamos outros exemplos: anti-higiénico, sub-
hepático, ultra-hiperbólico, extra-humano,

Supermulher escreve-se sem hífen, porque a palavra


mulher começa por m. A regra é a seguinte: com os
prefixos hiper- inter- e super-, quando o segundo
elemento começa por qualquer letra que não seja r,
não se utiliza o hífen. Eis outros exemplos:
hiperativo, hipervalorizar, interação, superestrato,
superlotar.

Super-homem escreve-se com hífen,


porque a palavra homem começa por h.

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EMPREGO DAS CLASSES
____________________________________________ GRAMATICAIS

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POIS DEPOIS DO VERBO

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VOZ REFLEXIVA RECÍPROCA

Essa voz verbal aparece quando o verbo


reflexivo indica reciprocidade, ou seja, quando
dois ou mais sujeitos praticam a ação ao
mesmo tempo que também são pacientes.

EX. Maria e Pedro amam-se.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 16

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

O PROFESSOR DE MATEMÁTICA
REPROVOU O ALUNO.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 17

Período Composto
• Explicativas - exprimem ideia de explicação,
justificação. Exemplo: Estou atrasado, na
verdade, adormeci.

O período composto é formado por mais do que uma Período composto por Subordinação
oração e pode ser classificado em Período composto
por Coordenação e Período composto por No período composto por subordinação a oração
Subordinação. exerce função sintática com relação a outras orações,
uma vez que se relacionam entre si.
Há tantas orações quanto o número de verbos
existentes no período, ou seja, oração = número de Exemplos:
verbos. A Sintaxe dos períodos compostos estuda a • Não entendi/ o que você quis dizer com isso.
função e a relação entre os períodos e a sua lógica. • Vou sair/ para esquecer o acontecimento.

Período composto por Coordenação Classificação das Orações Subordinadas

Orações Subordinadas Substantivas


No período composto por coordenação a oração não
Exercem função de substantivo.
exerce função sintática com relação a outras orações,
ou seja, ela é independente ou absoluta.
Exemplo:
• É urgente/ que você ligue para a escola.
Exemplos:
• Lembre-se/ de fazer as compras.
• Acordei/, tomei café/ e apanhei o ônibus.
• Viu o filme,/ mas não compreendeu o enredo.
Orações Subordinadas Adjetivas
Orações Coordenadas Sindéticas e Assindéticas
Exercem função de adjetivo.
As orações coordenadas podem ser Sindéticas ou
Assindéticas, mediante o uso ou não de conjunção. Exemplo:
Não gosto de pessoas/ que estão sempre a reclamar.
Exemplos:
• Acordei/, tomei café/ e apanhei o ônibus. (duas As matérias/ que são mais difíceis/ exigem mais de nós
orações coordenadas assindéticas e uma oração
coordenada sindética “e apanhei o ônibus.”)
• Viu o filme/ mas não compreendeu o enredo. (uma Orações Subordinadas Adverbiais
oração coordenada assindética e uma oração Exercem função de advérbio.
coordenada sindética “mas não compreendeu o
enredo.”) Exemplo:
"Enquanto um burro fala,/ o outro abaixa a orelha."
Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas

O pudim da avó é tão saboroso/ quanto o da mãe.


• Aditivas - exprimem ideia de soma. Exemplo: Faço
natação e judô. Período Composto por Coordenação e por
Subordinação
• Adversativas - exprimem ideia de adversidade,
contrariedade. Exemplo: Vou ao
casamento, todavia não posso ficar para a festa. O período composto por coordenação e por
subordinação é formado por uma oração
• Alternativas - exprimem ideia de alternância, principal, por uma ou mais orações
escolha. Exemplo: Vamos ao cinema subordinadas e por uma ou mais orações
hoje, quer você queira quer não.
coordenadas.
• Conclusivas - exprimem ideia de conclusão.
Exemplo: Está chovendo, portanto, não vamos Somente existe oração principal em relação à
ao parque. oração subordinada, nunca em relação à oração
coordenada.

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Exemplos:
• Espero/ que você não se atrase/ e me ajude
com o jantar.
• Vamos esconder-nos/ quando ele chegar/ e
cantar.
Na primeira oração, temos:

• Oração principal: Espero


• Oração subordinada: que você não se atrase
• Oração coordenada: e me ajude com o jantar.

Enquanto na segunda oração, temos:

• Oração principal: Vamos esconder-nos


• Oração subordinada: quando ele chegar
• Oração coordenada: e cantar.

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a+a
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HOMÔNIMAS PERFEITAS

MESMA PALAVRA COM CLASSES GRAMATICAIS DIFERENTES


VERBO MANGAR
CASA CASA JANTA JANTA

EXEMPLOS
JOÃO COMPROU UMA CASA. (SUBSTANTIVO)

MARIA CASA AMANHÃ. (VERBO)

JOANA PREPAROU A JANTA. (SUBSTANTIVO)

PEDRO SEMPRE JANTA COM A ESPOSA. (VERBO)


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POLISSEMIA

MESMA PALAVRA COM CLASSE GRAMATICAL IGUAL


ASSUMINDO SENTIDOS DIFERENTES.

PONTO PONTO PONTO PONTO

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PROTEÇÃO
INTEGRAL

(A MAIOR DO ACRE)

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O Tratado de Ayacucho, também denominado


de Tratado da Amizade, foi assinado entre Brasil
e Bolívia no dia 27 de março e selado em 23 de
novembro de 1867, na cidade boliviana de La Paz.
Assinaram o tratado o então presidente boliviano,
General Mariano Melgarejo e o Imperador
brasileiro, Dom Pedro II.
O Tratado de Ayacucho prescrevia uma revisão
nos limites geopolíticos estabelecidos pelos
tratados anteriores, a partir dos quais, a fronteira
da Bolívia chegava às regiões dos atuais estados
do Acre, Rondônia e parte do Amazonas, indo até
o rio Madeira, próximo a atual cidade de Humaitá,
município do Estado do Amazonas. Futuramente,
o Tratado seria utilizado para justificar o poderio
boliviano na região do atual Estado do Acre,
gerando um conflito denominado de Revolução
Acreana (1899).

(27/03/1867),

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 33

Relevo
O território acriano é quase todo recoberto por
formações de planície, que raramente alcançam 300
metros de altitude. A planície amazônica alcança a
porção sul do estado e as altitudes muito baixas fazem
com que alguns autores classifiquem essa formação
como uma depressão relativa.

Nas terras mais ao sul do estado, o relevo permanece


plano, no entanto as altitudes são um pouco mais
elevadas. Os terrenos acrianos são formados
essencialmente por rochas sedimentares, com
predominância de arenitos.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 34

Clima
O clima característico do Acre é o equatorial, que
apresenta durante todo o ano altas temperaturas e
elevada umidade. Os moradores locais classificam
as estações do ano em verão e inverno. Os meses
chuvosos, de setembro a maio correspondem
ao inverno, que ao contrário do que poderíamos
imaginar, ainda possui altas temperaturas. O verão, nos
meses de junho, julho e agosto é o verão, a estação
mais seca, embora ocasionalmente ainda ocorram
chuvas.

O clima apresenta baixa amplitude térmica – ou seja,


as temperaturas variam pouco entre a mínima e a
máxima. O estado tem um dos mais altos índices
pluviométricos – volume de chuvas – do país, que
ultrapassam os 2.100 milímetros anuais.

Hidrografia
Os rios acreanos, possuem grande importância
para a navegação, transporte de mercadorias e
pessoas e para a fixação das populações
ribeirinhas. Os principais rios do Acre são: Uma
pequena parte do Rio Negro, Rio Moa, Breu,
Tarauacá, Envira, Alto Purus, Purus, Iaco, Acre,
Tejo, Rio Abunã e Rio Juruá.

O aquífero está posicionado nas bacias do Marajó


(PA), Amazonas, Solimões (AM) e Acre --todas na
região amazônica--, chegando até a bacias
subandinas. Para se ter ideia, a reserva de água
equivale a mais de 150 quatrilhões de litros. “Daria
para abastecer o planeta por pelo menos 250
anos”, estimou Matos.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 35
O aquífero exemplifica a má distribuição do volume
hídrico nacional com relação à concentração
populacional. Na Amazônia, vive apenas 5% da
população do país, mas é a região que concentra mais
da metade de toda água doce existente no Brasil.

Depressão da Amazônia Ocidental Planície do Rio Amazonas


12 23

Depressão da Amazônia Ocidental


Corresponde a uma enorme área de origem
sedimentar no oeste da Amazônia, com altitudes
em torno de 200 m, apresentando uma superfície
aplainada, atravessada ao centro pelas águas do
Os geoglifos do Acre são estruturas de terra escavadas
rio Amazonas.
no solo e formadas por valetas e muretas que
representam figuras geométricas de diferentes formas.
Esses recintos foram encontrados na região sudoeste Depressão do Rio Amazonas
da Amazônia Ocidental, mais predominantemente na
porção leste do Estado do Acre, estando localizados em
áreas de interflúvios, nascentes de igarapés e várzeas,
associados em sua maioria aos rios Acre e Iquiri.
No Acre, foram identificados mais de 300 sítios
arqueológicos do tipo geoglifo que estão compostos por
410 estruturas de terra, números que vem aumentando,
devido ao desenvolvimento de pesquisas
arqueológicas no Estado.

O estudo dessas estruturas de terra cada vez mais


confirma que o processo de ocupação e povoamento da
região amazônica, no primeiro milênio da era cristã, foi
empreendido por grupos indígenas numerosos e
com grande capacidade tecnológica para modificar
o ambiente de terra firme e várzea, imprimindo na
paisagem características de sua identidade. Ocupa a maior extensão territorial do estado
do Acre.
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 36

PLANÍCIE DO RIO AMAZONAS para o Acre. Os primeiros capixabas chegaram por volta
de 1973, quando a "corrida pelas terras" se intensificou
em direção à Amazônia Ocidental. E o município de
Corresponde a uma faixa que acompanha as Bujari também emancipado em 1992, originou do
margens do rio Amazonas e de alguns de seus povoado de uma fazenda e mais tardiamente de um
afluentes. Está delimitada por terrenos do Planalto Núcleo de Apoio Rural Integrado (NARI) (MORAIS,
2.000).
da Amazônia Oriental, a leste, e da depressão da
Amazônia Ocidental, a oeste; sua área mais ampla A abertura das rodovias de penetração
situa-se na ilha de Marajó. concomitantemente aos projetos de colonização do
INCRA e do governo estadual, foram responsáveis
Constitui a área de superfície mais baixa do relevo, com
também pelo revigoramento e surgimento de vilas e
altitudes aproximadas de 200 metros, comportando
povoados, e/ou surgimento da cidade pioneira.
extensas áreas alagadas e de inundações, assim como
formas de acumulações (planícies e terraços fluviais).

TRONCOS LINGUÍSTICOS
No Acre, os indígenas estão divididos em dois
grandes troncos indígenas:
a) Aruaque ou Aruak, que dominavam a bacia do Rio
Purus;

b) Panos, que dominavam a região do rio Juruá.


Os Panos eram divididos em Kaxinawás, Yawanawás,
Poyanawás, Jaminawas, Nukinis, Araras, Katukinas,
Shaneanawa, Nawas, e Kaxararis.
Os Aruaques eram divididos em Kulinas, Ashaninkas
(Kampas) e Manchinery.

OBS: alguns estudiosos já dividem-no em três


grupos: pano, aruak e arawá.

Os geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira,


As cidades pioneiras, segundo COY (1995), são
elaboraram em 2001 uma proposta de divisão regional
aquelas localidades de caráter urbano, que baseada na difusão diferencial dos meios técnicos-
surgiram de forma planejada ou espontânea, científicos-informacionais e nas heranças do passado,
paralelamente ao processo de ocupação da resultando no que se chamou de quatro Brasis. A
regionalização divide o país em região Concentrada,
fronteira agrícola nos últimos 30 anos. Centro-Oeste, Nordeste e Amazônia.
No Acre podemos elencar como cidades pioneiras,
A divisão regional leva em consideração os aspectos
Acrelândia, Capixaba e Bujari e os povoados socioeconômicos e o meio geográfico, destacando a
e/ou núcleos rurais dos projetos de colonização. articulação do território brasileiro inserido como uma
economia periférica no capitalismo globalizado. A partir
O local onde hoje está assentada a cidade de Acrelândia da difusão histórica das técnicas, busca analisar os
era a vila de apoio do projeto de Colonização Redenção, fluxos que ocorrem através da infraestrutura que dá
que fora criado pelo governo estadual em 1986. Já o suporte as redes de informação, mercadorias, capitais e
pessoas.
lugarejo onde se localiza o município de Capixaba já foi
sede de seringal, mas a povoação que deu origem a
cidade foi formado, principalmente de famílias que
migraram do Espírito Santo para o Mato Grosso e de lá

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 43
O nome Acre surgiu de “Aquiri”, que significa “rio dos
BANDEIRA DO ACRE jacarés” na língua nativa dos índios Apurinãs, os
habitantes originais da região banhada pelo rio que
empresta o nome ao estado. Os exploradores da região
transcreveram o nome do dialeto indígena, dando
origem ao nome Acre.
Os primeiros habitantes da região eram os índios,
até 1877, quando imigrantes nordestinos
arregimentados por seringalistas para trabalhar na
extração do látex, devido aos altos preços da borracha
no mercado internacional, iniciaram a abertura de
seringais. Este território, antes pertencente à Bolívia e
A bandeira do Acre é um dos símbolos oficiais do ao Peru, foi aos poucos sendo ocupado por brasileiros.
O imigrantes avançaram pelas vias hidrográficas do rio
estado do Acre, Brasil. A bandeira atual foi Acre, Alto-Purus e Alto-Juruá, o que aumentou a
instituída pela lei nº 1.170 de 1995, adotando o população de local de brancos em cerca de quatro
desenho da Bandeira do Estado Independente do vezes em um ano.
Acre (Decreto nº 2, de 15 de julho de 1899), Buscando garantir o domínio da área, os bolivianos
modificada pela Resolução n. 5, de 24 de janeiro instituíram a cobrança de impostos sobre a extração da
borracha e a fundação da cidade de Puerto Alonso.
de 1921, do Governo do Território Federal do Acre. Após conflitos armados a cidade foi retomada por
A faixa governamental usada pelo chefe do brasileiros e rebatizada como Porto Acre.
executivo acreano é feita seguindo as cores da A revolta dos brasileiros diante destas medidas resultou
bandeira e também ostenta a estrela vermelha. em conflitos que só tiveram fim com a assinatura do
Tratado de Petrópolis em 17 de novembro de 1903, no
qual o Brasil adquiriu o território do Acre.
Seu desenho consiste em um retângulo de
proporção largura-comprimento de 7:10 divido por
uma linha diagonal da parte inferior esquerda (lado
do mastro) para a superior direita. A parte superior
O Tratado do Rio de Janeiro, assinado em 8 de
esquerda é amarela com uma estrela vermelha no
setembro de 1909, estabeleceu as fronteiras
canto, a parte inferior direita é verde. atuais do estado do Acre. O Tratado foi firmado
entre o Brasil e o Peru.
As cores principais da bandeira (verde e amarelo)
Pelo Tratado foi reduzido em 40 000 km² o território do
são as mesmas da bandeira do Brasil e são uma Acre estabelecido no Tratado de Petrópolis, que se
representação da integração do estado com o estendia até as cabeceiras do rio Purus
Brasil, separadamente cada cor tem um significado
específico: Na região de fronteira com o Peru também houve
controvérsias quanto aos limites territoriais. Em
setembro de 1903, os peruanos foram expulsos das
áreas ocupadas, sendo resolvido o impasse territorial
A cor AMARELA, que representa a paz; em 8 de setembro de 1909, tendo como representante
nas negociações o Barão do Rio Branco, então Ministro
A cor VERDE, a esperança. das Relações Exteriores.
Unificada a partir de 1920, a administração do Acre
passou a ser exercida por um governador nomeado pelo
Presidente da República.
A estrela vermelha no canto superior esquerdo, Até que em 15 de Junho de 1962 foi sancionada pelo
chamada de "estrela solitária", representa o sangue Presidente da República João Goulart a Lei 4.070, que
dos bravos que lutaram pela a anexação da área do elevou o Acre a categoria de Estado.
atual estado do Acre ao Brasil.
E em Outubro de 1962 foi eleito o primeiro governador
do Estado do Acre, José Augusto de Araújo.
A bandeira foi adotada oficialmente pelo governador
Epaminondas Jacome.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 44
acreano, bem como a formulação de políticas
públicas com a construção do Mapa de Gestão na
escala 1:250.000 e cruzamento de informações
dos eixos de Recursos Naturais, Socioeconomia e
Cultural-Político.

É de grande valia e legitimidade as propostas e


indicações de política pública contidas no ZEE-AC
pelo fato de sua elaboração ter contado com a
colaboração dos diversos segmentos sociais
presentes na sociedade acreana e das parcerias
institucionais da esfera federal, estadual, municipal.

A elaboração do ZEE Fase II permite avanços em


relação ao planejamento e execução de ações
relacionadas às Políticas Públicas, permitindo maior
eficácia das ações e eficiência na aplicação correta
dos recursos públicos, além do aprimoramento dos
instrumentos de participação da sociedade para a
formulação de políticas públicas, na incorporação da
O Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre tem se dimensão Cultural e Político, no âmbito dos estudos
destacado como uma das principais ferramentas desenvolvidos e, no detalhamento das informações
utilizadas para orientar as políticas públicas da com a utilização do Sistema de Informações
Amazônia, definindo as potencialidades e fragilidades Geográficas, na escala 1:250.000, tendo como base
cartográfica a escala 1:100.000, o que favorece o
do território.
planejamento territorial dos diversos ambientes
presentes no Acre
No Acre, o ZEE foi instituído por meio do Decreto nº
503 de 06 de abril de 1999. A sua trajetória de As informações foram sistematizadas em um
construção consistiu de duas fases, a primeira fase Documento Síntese e, de forma mais detalhada, numa
chamada de ZEE-AC Fase I, que ocorreu entre Coleção Temática, Cartas Geográficas, Mapas
Temáticos e Cartogramas, e tendo como produto
1999 a 2000, período em que foi elaborado principal o Mapa de subsídios à Gestão
Territorial. Outras publicações foram lançadas a
partir do ZEE-AC Fase II.
um diagnóstico do Estado do Acre e teve como
resultado produtos cartográficos na escala de
O Documento Síntese do ZEE Fase II, privilegia o
1.000.000. uso das informações à maioria dos leitores e permite
aos gestores públicos e sociedade acreana o acesso
A maior parte das informações do ZEE-AC Fase I foi a um conjunto de informações e orientações,
baseada em dados secundários, aproveitando e sistematizadas e atualizadas sobre o Estado. Estudos
sistematizando os estudos já realizados no Estado. específicos foram preparados por especialistas nos
Essa sistematização gerou documentos técnicos diversos temas e foram publicados, na íntegra, em
relacionados aos temas: (i) Recursos Naturais e Meio uma série intitulada Coleção Temática do ZEE.
Ambiente, (ii) Ocupação Territorial e Subsídio a
Gestão e, (iii) Indicativo para Gestão Territorial, Além dos documentos técnicos, o Guia do ZEE –
publicados em 3 volumes. Resumo Educativo, procura usar uma linguagem
ainda mais acessível, tendo como público,
O Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre
Fase II, elaborado no período de principalmente, os estudantes universitários e
secundaristas. Outros materiais educativos, também
estão sendo difundido nas escolas, através da Mochila
2003 a 2006, expressa uma visão do Educador Ambiental, que contempla os jogos
estratégica do governo e da sociedade no ambientais do ZEE-AC.
planejamento regional e gestão do território

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 45

CARVÃO 2.056 (t) 1.921,00


VEGETAL
LENHA 364.314 (m3) 6.272,00

MADEIRA 269.133 (m3) 21.429,00


EM TORA

CASTANHA- 6.769 (t) 17.648,00


DO-PARÁ

AÇAÍ 4.654 (t) 5.565,00


(fruto)

BORRACHA 318 (t) 3.923,00


LÁTEX
COAGULADO

FIBRAS 1 (t) 2,00


PIAÇAVA

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Possui ainda dois ramos de café e tabaco,


entrelaçadas por espadas de punho que
ilustram a força e a disposição em defender
sua terra. No centro do escudo, um leopardo
simboliza a ferocidade, agilidade e a força.
Atrás do animal, uma seringueira representa
a riqueza acreana.

A inscrição do latim NEC LUCEO PLURIBUS


IMPAR, diz respeito a expressão “Não
Inferior a Muitas Estrelas”, outra referência
ao estado francês através da figura do Rei Sol
Luis XIV. A obrigatoriedade da adoção do
símbolo foi pela Lei Estadual 1.173, assinada
pelo governador Orleir Cameli.

Brasão do estado do Acre é um dos símbolos


oficiais desta unidade federativa. O lema
presente na borda do brasão, Nec Luceo
Pluribus Impar, significa “Não brilho diferente
dos outros”.

Conhecendo mais sobre o Brasão do


Estado do Acre

O Brasão do Acre é um dos símbolos oficiais


do estado com o desenvolvimento inicial
executado no início do século passado. Entre
suas principais referências está a Queda da
Bastilha (REVOLUÇÃO FRANCESA),
representada pelo boné Vermelho que está
acima da marca para identificar os Jacobinos.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 50

LEGISLAÇÃO BÁSICA DA EDUCAÇÃO Art. 3º O ensino será ministrado com base


nos SEGUINTES PRINCÍPIOS:

I - igualdade de condições para o acesso e


permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar,


pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a
arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções


pedagógicas;

IV - respeito à liberdade e apreço à


tolerância;

V - coexistência de instituições públicas e


privadas de ensino;
TÍTULO I
VI - gratuidade do ensino público em
Da Educação estabelecimentos oficiais;

Art. 1º A educação abrange os processos VII - valorização do profissional da


formativos que se desenvolvem na vida educação escolar;
familiar, na convivência humana, no trabalho,
nas instituições de ensino e pesquisa, nos VIII - gestão democrática do ensino
movimentos sociais e organizações da público, na forma desta Lei e da legislação dos
sociedade civil e nas manifestações culturais. sistemas de ensino;

§ 1º Esta Lei disciplina a educação IX - garantia de padrão de qualidade;


escolar, que se desenvolve,
predominantemente, por meio do ensino, em X - valorização da experiência extra-
instituições próprias. escolar;

§ 2º A educação escolar deverá vincular- XI - vinculação entre a educação escolar,


o trabalho e as práticas sociais.
se ao mundo do trabalho e à prática social.
XII - consideração com a diversidade
TÍTULO II étnico-racial. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)

Dos Princípios e Fins da Educação XIII - garantia do direito à educação e à


Nacional aprendizagem ao longo da vida. (Incluído
pela Lei nº 13.632, de 2018)
Art. 2º A educação, dever da família e do
Estado, inspirada nos princípios de liberdade e XIV - respeito à diversidade humana,
nos ideais de solidariedade humana, tem por linguística, cultural e identitária das pessoas
finalidade o pleno desenvolvimento do surdas, surdo-cegas e com deficiência
educando, seu preparo para o exercício da auditiva. (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021)
cidadania e sua qualificação para o trabalho.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 51
TÍTULO III VIII - atendimento ao educando, em todas as
etapas da educação básica, por meio de programas
Do Direito à Educação e do Dever de Educar suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à
saúde;
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar
pública será efetivado mediante a garantia de:
IX – padrões mínimos de qualidade do ensino,
definidos como a variedade e a quantidade mínimas,
I - EDUCAÇÃO BÁSICA obrigatória e gratuita por aluno, de insumos indispensáveis ao
DOS 4 (QUATRO) AOS 17 (DEZESSETE) anos de desenvolvimento do processo de ensino-
idade, organizada da seguinte forma: aprendizagem adequados à idade e às necessidades
específicas de cada estudante, inclusive mediante a
A) PRÉ-ESCOLA; provisão de mobiliário, equipamentos e materiais
pedagógicos apropriados; (Redação dada pela Lei
B) ENSINO FUNDAMENTAL; nº 14.333, de 2022)

C) ENSINO MÉDIO; X – vaga na escola pública de educação infantil


ou de ensino fundamental mais próxima de sua
residência a toda criança a partir do dia em que
completar 4 (quatro) anos de idade. (Incluído
pela Lei nº 11.700, de 2008).

XI – alfabetização plena e capacitação gradual


para a leitura ao longo da educação básica como
requisitos indispensáveis para a efetivação dos direitos
e objetivos de aprendizagem e para o desenvolvimento
dos indivíduos. (Incluído pela Lei nº 14.407, de 2022)

Art. 4º-A. É assegurado atendimento educacional,


durante o período de internação, ao aluno da educação
II - EDUCAÇÃO INFANTIL GRATUITA ÀS básica internado para tratamento de saúde em regime
CRIANÇAS DE ATÉ 5 (CINCO) ANOS DE hospitalar ou domiciliar por tempo prolongado, conforme
IDADE; dispuser o Poder Público em regulamento, na esfera de
sua competência federativa. (Incluído pela Lei nº
13.716, de 2018).
III - atendimento educacional especializado
gratuito aos educandos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas Art. 5o O ACESSO À EDUCAÇÃO BÁSICA
habilidades ou superdotação, transversal a todos os obrigatória é direito público SUBJETIVO,
níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos,
rede regular de ensino; associação comunitária, organização sindical, entidade
de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o
IV - acesso público e gratuito aos ensinos Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo.
fundamental e médio para todos os que não os
concluíram na idade própria;

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, § 1o O PODER PÚBLICO, na esfera de


da pesquisa e da criação artística, segundo a sua competência federativa, deverá:
capacidade de cada um;
I - recensear anualmente as crianças e
VI - oferta de ensino noturno regular, adolescentes em idade escolar, bem como
adequado às condições do educando;
os jovens e adultos que não concluíram a
educação básica;
VII - oferta de educação escolar regular para
jovens e adultos, com características e modalidades
adequadas às suas necessidades e II - fazer-lhes a chamada pública;
disponibilidades, garantindo-se aos que forem
trabalhadores as condições de acesso e III - zelar, junto aos pais ou
permanência na escola;
responsáveis, pela freqüência à escola.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 52
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder I - prova ou aula de reposição, conforme o caso,
Público assegurará em primeiro lugar o acesso ao a ser realizada em data alternativa, no turno de estudo
ensino obrigatório, nos termos deste artigo, do aluno ou em outro horário agendado com sua
contemplando em seguida os demais níveis e anuência expressa; (Incluído pela Lei nº
modalidades de ensino, conforme as prioridades 13.796, de 2019) (Vigência)
constitucionais e legais.
II - trabalho escrito ou outra modalidade de
§ 3º Qualquer das partes mencionadas atividade de pesquisa, com tema, objetivo e data de
no caput deste artigo tem legitimidade para peticionar entrega definidos pela instituição de
no Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. 208 da ensino. (Incluído pela Lei nº 13.796, de
Constituição Federal, sendo gratuita e de rito sumário a 2019) (Vigência)
ação judicial correspondente.
§ 1º A prestação alternativa deverá observar os
§ 4º Comprovada a negligência da autoridade parâmetros curriculares e o plano de aula do dia da
competente para garantir o oferecimento do ensino ausência do aluno. (Incluído pela Lei nº
obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de 13.796, de 2019) (Vigência)
responsabilidade.
§ 2º O cumprimento das formas de prestação
§ 5º Para garantir o cumprimento da alternativa de que trata este artigo substituirá a
obrigatoriedade de ensino, o Poder Público criará obrigação original para todos os efeitos, inclusive
formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de regularização do registro de
ensino, independentemente da escolarização anterior. frequência. (Incluído pela Lei nº 13.796, de
2019) (Vigência)
ART. 6O É DEVER DOS PAIS OU
RESPONSÁVEIS EFETUAR A MATRÍCULA § 3º As instituições de ensino implementarão
DAS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA A progressivamente, no prazo de 2 (dois) anos, as
providências e adaptações necessárias à adequação de
PARTIR DOS 4 (QUATRO) ANOS DE
seu funcionamento às medidas previstas neste
IDADE. artigo. (Incluído pela Lei nº 13.796, de
2019) (Vigência)
Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada,
atendidas as seguintes condições: § 4º O disposto neste artigo não se aplica ao
ensino militar a que se refere o art. 83 desta
I - cumprimento das normas gerais da Lei. (Incluído pela Lei nº 13.796, de
educação nacional e do respectivo sistema de 2019) (Vigência) (Vide parágrafo único do
ensino; art. 2)

II - autorização de funcionamento e TÍTULO IV


avaliação de qualidade pelo Poder Público;
Da Organização da Educação Nacional
III - capacidade de autofinanciamento,
ressalvado o previsto no art. 213 da Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal
Constituição Federal. e os Municípios organizarão, em regime de
colaboração, os respectivos sistemas de ensino.
Art. 7º-A Ao aluno regularmente matriculado em
instituição de ensino pública ou privada, de qualquer § 1º Caberá à União a coordenação da
nível, é assegurado, no exercício da liberdade de política nacional de educação, articulando os
consciência e de crença, o direito de, mediante prévio e diferentes níveis e sistemas e exercendo função
motivado requerimento, ausentar-se de prova ou de normativa, redistributiva e supletiva em relação às
aula marcada para dia em que, segundo os preceitos de
demais instâncias educacionais.
sua religião, seja vedado o exercício de tais atividades,
devendo-se-lhe atribuir, a critério da instituição e sem
custos para o aluno, uma das seguintes prestações § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de
alternativas, nos termos do inciso VIII do caput do art. organização nos termos desta Lei.
5º da Constituição Federal: (Incluído pela Lei nº
13.796, de 2019) (Vigência)

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 53
Art. 9º A União incumbir-se-á § 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos
de: (Regulamento) V a IX, a União terá acesso a todos os dados e
informações necessários de todos os estabelecimentos
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em e órgãos educacionais.
colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios; § 3º As atribuições constantes do inciso IX
poderão ser delegadas aos Estados e ao Distrito
II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e Federal, desde que mantenham instituições de
instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos educação superior.
Territórios;
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
III - prestar assistência técnica e financeira aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e
desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o instituições oficiais dos seus sistemas de ensino;
atendimento prioritário à escolaridade obrigatória,
exercendo sua função redistributiva e supletiva; II - definir, com os Municípios, formas de
colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, devem assegurar a distribuição proporcional das
o Distrito Federal e os Municípios, competências e responsabilidades, de acordo com a população a ser
diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada
e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus uma dessas esferas do Poder Público;
conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação
básica comum; III - elaborar e executar políticas e planos
educacionais, em consonância com as diretrizes e
IV-A - estabelecer, em colaboração com os planos nacionais de educação, integrando e
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;
procedimentos para identificação, cadastramento e
atendimento, na educação básica e na educação IV - autorizar, reconhecer, credenciar,
superior, de alunos com altas habilidades ou supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das
superdotação; (Incluído pela Lei nº 13.234, de instituições de educação superior e os estabelecimentos
2015) do seu sistema de ensino;

V - coletar, analisar e disseminar informações V - baixar normas complementares para o seu


sobre a educação; sistema de ensino;

VI - assegurar processo nacional de avaliação do VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer,


rendimento escolar no ensino fundamental, médio e com prioridade, o ensino médio a todos que o
superior, em colaboração com os sistemas de ensino, demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta
objetivando a definição de prioridades e a melhoria da Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.061, de 2009)
qualidade do ensino;
VII - assumir o transporte escolar dos alunos da
VII - baixar normas gerais sobre cursos de rede estadual. (Incluído pela Lei nº 10.709, de
graduação e pós-graduação; 31.7.2003)

VIII - assegurar processo nacional de avaliação Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão
das instituições de educação superior, com a as competências referentes aos Estados e aos
cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade Municípios.
sobre este nível de ensino;
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
IX - autorizar, reconhecer, credenciar,
supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e
instituições de educação superior e os estabelecimentos instituições oficiais dos seus sistemas de ensino,
do seu sistema de ensino. (Vide Lei nº 10.870, de integrando-os às políticas e planos educacionais da
2004) União e dos Estados;

§ 1º Na estrutura educacional, haverá um II - exercer ação redistributiva em relação às suas


Conselho Nacional de Educação, com funções
escolas;
normativas e de supervisão e atividade permanente,
criado por lei.
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 54
III - baixar normas complementares para o seu IX - promover medidas de conscientização, de
sistema de ensino; prevenção e de combate a todos os tipos de
violência, especialmente a intimidação sistemática
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os (bullying), no âmbito das escolas;
estabelecimentos do seu sistema de ensino;
X - estabelecer ações destinadas a promover
V - oferecer a educação infantil em creches e pré- a cultura de paz nas escolas.
escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental,
permitida a atuação em outros níveis de ensino somente XI - promover ambiente escolar seguro,
quando estiverem atendidas plenamente as adotando estratégias de prevenção e enfrentamento
necessidades de sua área de competência e com ao uso ou dependência de drogas.
recursos acima dos percentuais mínimos vinculados
pela Constituição Federal à manutenção e
desenvolvimento do ensino.
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:

VI - assumir o transporte escolar dos alunos da I - participar da elaboração da proposta


rede municipal. (Incluído pela Lei nº 10.709, de pedagógica do estabelecimento de ensino;
31.7.2003)
II - elaborar e cumprir plano de trabalho,
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento
ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino ou de ensino;
compor com ele um sistema único de educação básica.
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino,
respeitadas as normas comuns e as do seu IV - estabelecer estratégias de recuperação
para os alunos de menor rendimento;
sistema de ensino, terão a incumbência de:
V - ministrar os dias letivos e horas-aula
I - elaborar e executar sua proposta
estabelecidos, além de participar integralmente dos
pedagógica;
períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e
ao desenvolvimento profissional;
II - administrar seu pessoal e seus recursos
materiais e financeiros;
VI - colaborar com as atividades de articulação
da escola com as famílias e a comunidade.
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos
e horas-aula estabelecidas;
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as
normas da gestão democrática do ensino público
IV - velar pelo cumprimento do plano de
trabalho de cada docente;
na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
V - prover meios para a recuperação dos
alunos de menor rendimento; I - participação dos profissionais da educação
na elaboração do projeto pedagógico da escola;
VI - articular-se com as famílias e a
comunidade, criando processos de integração da II - participação das comunidades escolar e
sociedade com a escola; local em conselhos escolares ou equivalentes.

VII - informar pai e mãe, conviventes ou não Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão
com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis às unidades escolares públicas de educação
legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, básica que os integram progressivos graus de
bem como sobre a execução da proposta
autonomia pedagógica e administrativa e de
pedagógica da escola;
gestão financeira, observadas as normas gerais de
direito financeiro público.
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do
Município a relação dos alunos que apresentem
quantidade de faltas acima de 30% (trinta por cento)
do percentual permitido em lei;

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 55

Art. 16. O sistema federal de ensino III - comunitárias, na forma da lei.


compreende: (Regulamento)
§ 1º As instituições de ensino a que se referem os
incisos II e III do caput deste artigo podem qualificar-se
I - as instituições de ensino mantidas pela União; como confessionais, atendidas a orientação
confessional e a ideologia
II - as instituições de educação superior mantidas específicas. (Incluído pela Lei nº 13.868, de
pela iniciativa privada; 2019)

III - os órgãos federais de educação. § 2º As instituições de ensino a que se referem os


incisos II e III do caput deste artigo podem ser
Art. 17. Os sistemas de ensino dos certificadas como filantrópicas, na forma da
lei. (Incluído pela Lei nº 13.868, de 2019)
Estados e do Distrito Federal
compreendem: Art. 20. (Revogado pela Lei nº 13.868, de
2019)
I - as instituições de ensino mantidas,
respectivamente, pelo Poder Público estadual e pelo TÍTULO V
Distrito Federal;
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e
II - as instituições de educação superior mantidas Ensino
pelo Poder Público municipal;
CAPÍTULO I
III - as instituições de ensino fundamental e médio
criadas e mantidas pela iniciativa privada;
Da Composição dos Níveis Escolares
IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito
Federal, respectivamente. ART. 21. A EDUCAÇÃO ESCOLAR
COMPÕE-SE DE:
Parágrafo único. No Distrito Federal, as
instituições de educação infantil, criadas e mantidas
pela iniciativa privada, integram seu sistema de ensino. I - EDUCAÇÃO BÁSICA, FORMADA
PELA EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO
Art. 18. Os sistemas municipais de FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO;
ensino compreendem:
II - EDUCAÇÃO SUPERIOR.
I - as instituições do ensino fundamental, médio e
de educação infantil mantidas pelo Poder Público
municipal;
EDUCAÇÃO
INFANTIL
II - as instituições de educação infantil criadas e
mantidas pela iniciativa privada;
EDUCAÇÃO ENSINO
III – os órgãos municipais de educação. FUNDAMENTAL
BÁSICA
Art. 19. As instituições de ensino dos
diferentes níveis classificam-se nas seguintes ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO
categorias administrativas: ESCOLAR

I - públicas, assim entendidas as criadas ou


EDUCAÇÃO
incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder
Público; SUPERIOR

II - privadas, assim entendidas as mantidas e


administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito
privado.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 56
escolar, excluído o tempo reservado aos
exames finais, quando houver;
CAPÍTULO II

DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Seção I

Das Disposições Gerais

Art. 22. A educação básica tem por


finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe
a formação comum indispensável para o exercício
da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir
no trabalho e em estudos posteriores.

Parágrafo único. São OBJETIVOS


precípuos da educação básica a
ALFABETIZAÇÃO PLENA E A FORMAÇÃO
DE LEITORES, como requisitos essenciais para
o cumprimento das finalidades constantes
do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
14.407, de 2022)

Art. 23. A educação básica poderá


organizar-se em séries anuais, períodos
semestrais, ciclos, alternância regular de
períodos de estudos, grupos não-seriados, II - a classificação em qualquer série ou
etapa, exceto a primeira do ensino fundamental, pode
com base na idade, na competência e em
ser feita:
outros critérios, ou por forma diversa de
organização, sempre que o interesse do
a) por promoção, para alunos que cursaram, com
processo de aprendizagem assim o aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria
recomendar. escola;

§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, b) por transferência, para candidatos procedentes


inclusive quando se tratar de transferências entre de outras escolas;
estabelecimentos situados no País e no exterior,
tendo como base as normas curriculares gerais. c) independentemente de escolarização anterior,
mediante avaliação feita pela escola, que defina o grau
§ 2º O calendário escolar deverá adequar- de desenvolvimento e experiência do candidato e
se às peculiaridades locais, inclusive permita sua inscrição na série ou etapa adequada,
climáticas e econômicas, a critério do conforme regulamentação do respectivo sistema de
respectivo sistema de ensino, sem com isso ensino;
reduzir o número de horas letivas previsto
nesta Lei. III - nos estabelecimentos que adotam a
progressão regular por série, o regimento escolar pode
admitir formas de progressão parcial, desde que
Art. 24. A educação básica, nos níveis preservada a seqüência do currículo, observadas as
fundamental e médio, será organizada de acordo normas do respectivo sistema de ensino;
com as seguintes regras comuns:
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com
I - a carga horária mínima anual será de alunos de séries distintas, com níveis equivalentes de
oitocentas horas para o ensino fundamental e adiantamento na matéria, para o ensino de línguas
para o ensino médio, distribuídas por um estrangeiras, artes, ou outros componentes
mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho curriculares;

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 57
V - a verificação do rendimento escolar observará Art. 26. Os currículos da educação infantil, do
os seguintes critérios: ensino fundamental e do ensino médio devem ter base
nacional comum, a ser complementada, em cada
a) avaliação contínua e cumulativa do sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar,
desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos por uma parte diversificada, exigida pelas
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao características regionais e locais da sociedade, da
longo do período sobre os de eventuais provas finais; cultura, da economia e dos educandos. (Redação
dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
b) possibilidade de aceleração de estudos para
alunos com atraso escolar; § 1º Os currículos a que se refere o caput devem
abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo
mediante verificação do aprendizado; físico e natural e da realidade social e política,
especialmente do Brasil.
d) aproveitamento de estudos concluídos com
êxito;
§ 2º O ENSINO DA ARTE,
ESPECIALMENTE EM SUAS EXPRESSÕES
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de
preferência paralelos ao período letivo, para os casos REGIONAIS, CONSTITUIRÁ COMPONENTE
de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados CURRICULAR OBRIGATÓRIO DA EDUCAÇÃO
pelas instituições de ensino em seus regimentos; BÁSICA. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de
2017)
VI - o controle de freqüência fica a cargo da
escola, conforme o disposto no seu regimento e nas
§ 3º A EDUCAÇÃO FÍSICA, INTEGRADA À
normas do respectivo sistema de ensino, exigida a
freqüência mínima de setenta e cinco por cento do total PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ESCOLA, É
de horas letivas para aprovação; COMPONENTE CURRICULAR OBRIGATÓRIO
DA EDUCAÇÃO BÁSICA, SENDO SUA
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir
históricos escolares, declarações de conclusão de série PRÁTICA FACULTATIVA AO ALUNO:
e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, com
as especificações cabíveis.
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou
superior a seis horas;
§ 1º A CARGA HORÁRIA MÍNIMA ANUAL
DE QUE TRATA O INCISO I do caput deverá ser
ampliada de forma progressiva, no ensino médio, II – maior de trinta anos de idade;
PARA MIL E QUATROCENTAS HORAS, devendo
os sistemas de ensino oferecer, no prazo máximo de III – que estiver prestando serviço militar
cinco anos, pelo menos mil horas anuais de carga inicial ou que, em situação similar, estiver
horária, a partir de 2 de março de 2017. (Incluído obrigado à prática da educação física;
pela Lei nº 13.415, de 2017)
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de
§ 2o Os sistemas de ensino disporão sobre a
oferta de educação de jovens e adultos e de ensino 21 de outubro de 1969;
noturno regular, adequado às condições do educando,
conforme o inciso VI do art. 4o. (Incluído pela Lei VI – que tenha prole.
nº 13.415, de 2017)

Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades


responsáveis alcançar relação adequada entre o
número de alunos e o professor, a carga horária e as § 4º O ENSINO DA HISTÓRIA DO BRASIL
condições materiais do estabelecimento. LEVARÁ EM CONTA AS CONTRIBUIÇÕES DAS
DIFERENTES CULTURAS E ETNIAS PARA A
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO,
ensino, à vista das condições disponíveis e das
ESPECIALMENTE DAS MATRIZES INDÍGENA,
características regionais e locais, estabelecer
parâmetro para atendimento do disposto neste artigo. AFRICANA E EUROPÉIA.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 58
§ 5º No currículo do ensino fundamental, a partir sociedade nacional, resgatando as suas contribuições
do sexto ano, será ofertada a língua nas áreas social, econômica e política, pertinentes à
inglesa. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de história do Brasil.
2017)
§ 2º Os conteúdos referentes à história e
§ 6º As artes visuais, a dança, a música e o cultura afro-brasileira e dos povos indígenas
teatro são as linguagens que constituirão o brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o
componente curricular de que trata o § 2o deste currículo escolar, em especial nas áreas de
artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.278, de educação artística e de literatura e história
2016) brasileiras.

§ 7º A integralização curricular poderá incluir, a ART. 27. OS CONTEÚDOS


critério dos sistemas de ensino, projetos e pesquisas CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
envolvendo os temas transversais de que trata OBSERVARÃO, AINDA, AS SEGUINTES
o caput. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de DIRETRIZES:
2017)
I - A DIFUSÃO DE VALORES
§ 8º A exibição de filmes de produção nacional
FUNDAMENTAIS AO INTERESSE SOCIAL,
constituirá componente curricular complementar
integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua AOS DIREITOS E DEVERES DOS CIDADÃOS,
exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas DE RESPEITO AO BEM COMUM E À ORDEM
mensais. (Incluído pela Lei nº 13.006, de 2014) DEMOCRÁTICA;

§ 9º Conteúdos relativos aos direitos humanos e à II - CONSIDERAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE


prevenção de todas as formas de violência contra a
criança, o adolescente e a mulher serão incluídos, como ESCOLARIDADE DOS ALUNOS EM CADA
temas transversais, nos currículos de que trata o caput ESTABELECIMENTO;
deste artigo, observadas as diretrizes da legislação
correspondente e a produção e distribuição de material III - ORIENTAÇÃO PARA O TRABALHO;
didático adequado a cada nível de
ensino. (Redação dada pela Lei nº 14.164, de
2021) IV - PROMOÇÃO DO DESPORTO
EDUCACIONAL E APOIO ÀS PRÁTICAS
§ 9º-A. A educação alimentar e nutricional será DESPORTIVAS NÃO-FORMAIS.
incluída entre os temas transversais de que trata
o caput. (Incluído pela Lei nº 13.666, de Art. 28. Na oferta de educação básica para a
2018) população rural, os sistemas de ensino promoverão
as adaptações necessárias à sua adequação às
§ 10. A inclusão de novos componentes peculiaridades da vida rural e de cada região,
curriculares de caráter obrigatório na Base Nacional especialmente:
Comum Curricular dependerá de aprovação do
Conselho Nacional de Educação e de homologação I - conteúdos curriculares e metodologias
pelo Ministro de Estado da Educação. (Incluído apropriadas às reais necessidades e interesses dos
alunos da zona rural;
pela Lei nº 13.415, de 2017)

II - organização escolar própria, incluindo


Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino adequação do calendário escolar às fases do ciclo
fundamental e de ensino médio, públicos e privados, agrícola e às condições climáticas;
torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-
brasileira e indígena. (Redação dada pela Lei nº
11.645, de 2008). III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.

§ 1º O conteúdo programático a que se refere Parágrafo único. O fechamento de escolas do


este artigo incluirá diversos aspectos da história e da campo, indígenas e quilombolas será precedido de
cultura que caracterizam a formação da população manifestação do órgão normativo do respectivo
brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como sistema de ensino, que considerará a justificativa
o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos apresentada pela Secretaria de Educação, a análise
negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra do diagnóstico do impacto da ação e a manifestação
e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da da comunidade escolar.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 59
Seção II II - CARGA HORÁRIA MÍNIMA ANUAL DE
800 (OITOCENTAS) HORAS, DISTRIBUÍDA
DA EDUCAÇÃO INFANTIL POR UM MÍNIMO DE 200 (DUZENTOS) DIAS
DE TRABALHO EDUCACIONAL;
ART. 29. A EDUCAÇÃO INFANTIL,
PRIMEIRA ETAPA DA EDUCAÇÃO BÁSICA,
TEM COMO FINALIDADE O
DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA
DE ATÉ 5 (CINCO) ANOS, EM SEUS
ASPECTOS FÍSICO, PSICOLÓGICO,
INTELECTUAL E SOCIAL,
COMPLEMENTANDO A AÇÃO DA FAMÍLIA E
III - ATENDIMENTO À CRIANÇA DE, NO
DA COMUNIDADE.
MÍNIMO, 4 (QUATRO) HORAS DIÁRIAS PARA
O TURNO PARCIAL E DE 7 (SETE) HORAS
ART. 30. A EDUCAÇÃO INFANTIL SERÁ
PARA A JORNADA INTEGRAL;
OFERECIDA EM:

I - CRECHES, OU ENTIDADES
MÍNIMO
EQUIVALENTES, PARA CRIANÇAS DE ATÉ
TRÊS ANOS DE IDADE;

II - PRÉ-ESCOLAS, PARA AS CRIANÇAS


DE 4 (QUATRO) A 5 (CINCO) ANOS DE 4 HORAS 7 HORAS
IDADE.

EDUCAÇÃO TURNO JORNADA


INFANTIL PARCIAL INTEGRAL

IV - CONTROLE DE FREQUÊNCIA PELA


INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR,
PRÉ-
CRECHE MÍNIMA DE 60%
EXIGIDA A FREQUÊNCIA
ESCOLA (SESSENTA POR CENTO) DO TOTAL DE
HORAS;

V - expedição de documentação que


ATÉ 3 DE 4 A 5 permita atestar os processos de
desenvolvimento e aprendizagem da
ANOS ANOS criança. (Incluído pela Lei nº 12.796, de
2013)

ART. 31. A EDUCAÇÃO INFANTIL SERÁ


ORGANIZADA DE ACORDO COM AS
SEGUINTES REGRAS COMUNS:

I - avaliação mediante acompanhamento e


registro do desenvolvimento das crianças, sem o
objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao
ensino fundamental;

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 60
Seção III ART. 33. O ENSINO RELIGIOSO, DE
MATRÍCULA FACULTATIVA, É PARTE
Do Ensino Fundamental INTEGRANTE DA FORMAÇÃO BÁSICA DO
CIDADÃO E CONSTITUI DISCIPLINA DOS
ART. 32. O ENSINO FUNDAMENTAL
HORÁRIOS NORMAIS DAS ESCOLAS
OBRIGATÓRIO, COM DURAÇÃO DE 9 (NOVE)
PÚBLICAS DE ENSINO FUNDAMENTAL,
ANOS, GRATUITO NA ESCOLA PÚBLICA,
ASSEGURADO O RESPEITO À DIVERSIDADE
INICIANDO-SE AOS 6 (SEIS) ANOS DE IDADE,
CULTURAL RELIGIOSA DO BRASIL, VEDADAS
TERÁ POR OBJETIVO A FORMAÇÃO BÁSICA
QUAISQUER FORMAS DE
DO CIDADÃO, MEDIANTE:
PROSELITISMO.

I - o desenvolvimento da capacidade de
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os
aprender, tendo como meios básicos o pleno
procedimentos para a definição dos conteúdos do
domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
ensino religioso e estabelecerão as normas para a
habilitação e admissão dos professores. (Incluído
II - a compreensão do ambiente natural e pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
social, do sistema político, da tecnologia, das artes
e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil,
constituída pelas diferentes denominações religiosas,
III - o desenvolvimento da capacidade de para a definição dos conteúdos do ensino
aprendizagem, tendo em vista a aquisição de religioso. (Incluído pela Lei nº 9.475, de
conhecimentos e habilidades e a formação de 22.7.1997)
atitudes e valores;
Art. 34. A jornada escolar no ensino
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, fundamental incluirá pelo menos quatro horas
dos laços de solidariedade humana e de tolerância
recíproca em que se assenta a vida social. de trabalho efetivo em sala de aula, sendo
progressivamente ampliado o período de
permanência na escola.
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino
desdobrar o ensino fundamental em ciclos. § 1º São ressalvados os casos do ensino
noturno e das formas alternativas de organização
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão autorizadas nesta Lei.
regular por série podem adotar no ensino fundamental o
regime de progressão continuada, sem prejuízo da § 2º O ensino fundamental será ministrado
avaliação do processo de ensino-aprendizagem, progressivamente em tempo integral, a critério dos
observadas as normas do respectivo sistema de ensino. sistemas de ensino.

§ 3º O ensino fundamental regular será Seção IV


ministrado em língua portuguesa, assegurada às
comunidades indígenas a utilização de suas línguas
Do Ensino Médio
maternas e processos próprios de aprendizagem.

§ 4º O ensino fundamental será presencial, ART. 35. O ENSINO MÉDIO, ETAPA FINAL
sendo o ensino a distância utilizado como DA EDUCAÇÃO BÁSICA, COM DURAÇÃO
complementação da aprendizagem ou em situações MÍNIMA DE TRÊS ANOS, TERÁ COMO
emergenciais. FINALIDADES:

§ 5º O currículo do ensino fundamental incluirá, I - a consolidação e o aprofundamento dos


obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das conhecimentos adquiridos no ensino fundamental,
crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei possibilitando o prosseguimento de estudos;
no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto
da Criança e do Adolescente, observada a produção e
distribuição de material didático adequado II - a preparação básica para o trabalho e a
cidadania do educando, para continuar aprendendo,
de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será a novas condições de ocupação ou
incluído como tema transversal nos currículos do ensino aperfeiçoamento posteriores;
fundamental.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 61
III - o aprimoramento do educando como ACORDO COM A DEFINIÇÃO DOS SISTEMAS
pessoa humana, incluindo a formação ética e o DE ENSINO.
desenvolvimento da autonomia intelectual e do
pensamento crítico;
§ 6º A União estabelecerá os padrões de
desempenho esperados para o ensino médio, que serão
IV - a compreensão dos fundamentos
referência nos processos nacionais de avaliação, a
científico-tecnológicos dos processos produtivos,
partir da Base Nacional Comum
relacionando a teoria com a prática, no ensino de
Curricular. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
cada disciplina.
§ 7º Os currículos do ensino médio deverão
Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular
considerar a formação integral do aluno, de maneira a
definirá direitos e objetivos de aprendizagem do
adotar um trabalho voltado para a construção de seu
ensino médio, conforme diretrizes do Conselho
projeto de vida e para sua formação nos aspectos
Nacional de Educação, nas seguintes áreas do
físicos, cognitivos e socioemocionais. (Incluído
conhecimento:
pela Lei nº 13.415, de 2017)

I - linguagens e suas tecnologias;


§ 8º Os conteúdos, as metodologias e as formas
de avaliação processual e formativa serão organizados
II - matemática e suas tecnologias; nas redes de ensino por meio de atividades teóricas e
práticas, provas orais e escritas, seminários, projetos e
III - ciências da natureza e suas atividades on-line, de tal forma que ao final do ensino
tecnologias; médio o educando demonstre: (Incluído pela Lei
nº 13.415, de 2017)
IV - ciências humanas e sociais aplicadas.
I - domínio dos princípios científicos e
§ 1º A parte tecnológicos que presidem a produção
diversificada dos currículos de que trata moderna; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
o caput do art. 26, definida em cada sistema de
ensino, deverá estar harmonizada à Base Nacional II - conhecimento das formas contemporâneas de
Comum Curricular e ser articulada a partir do linguagem. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
contexto histórico, econômico, social, ambiental e
cultural. Art. 36. O currículo do ensino médio será
composto pela Base Nacional Comum Curricular e
§ 2º A Base Nacional Comum Curricular por itinerários formativos, que deverão ser
referente ao ensino médio INCLUIRÁ organizados por meio da oferta de diferentes
OBRIGATORIAMENTE ESTUDOS E PRÁTICAS DE arranjos curriculares, conforme a relevância para o
EDUCAÇÃO FÍSICA, ARTE, SOCIOLOGIA E contexto local e a possibilidade dos sistemas de
FILOSOFIA. ensino, a saber: (Redação dada pela Lei nº 13.415,
de 2017)
§ 3º O ensino da língua portuguesa e da
matemática será obrigatório nos três anos do I - linguagens e suas tecnologias,
ensino médio, assegurada às comunidades
indígenas, também, a utilização das respectivas
línguas maternas. II - matemática e suas tecnologias;

§ 4º Os currículos do ensino médio incluirão, III - ciências da natureza e suas


obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão tecnologias;
ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter optativo,
preferencialmente o espanhol, de acordo com a
IV - ciências humanas e sociais
disponibilidade de oferta, locais e horários definidos
pelos sistemas de ensino. aplicadas;

§ 5º A CARGA HORÁRIA DESTINADA AO V - formação técnica e profissional.


CUMPRIMENTO DA BASE NACIONAL COMUM
CURRICULAR NÃO PODERÁ SER SUPERIOR A § 1º A organização das áreas de que trata
MIL E OITOCENTAS HORAS DO TOTAL DA o caput e das respectivas competências e habilidades
CARGA HORÁRIA DO ENSINO MÉDIO, DE será feita de acordo com critérios estabelecidos em
cada sistema de ensino.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 62
§ 3o A critério dos sistemas de ensino, poderá ser § 10. Além das formas de organização previstas
composto itinerário formativo integrado, que se traduz no art. 23, o ensino médio poderá ser organizado em
na composição de componentes curriculares da Base módulos e adotar o sistema de créditos com
Nacional Comum Curricular - BNCC e dos itinerários
terminalidade específica. (Incluído pela Lei nº
formativos, considerando os incisos I a V do caput.
13.415, de 2017)
§ 5º Os sistemas de ensino, mediante
disponibilidade de vagas na rede, possibilitarão ao aluno § 11. Para efeito de cumprimento das exigências
concluinte do ensino médio cursar mais um itinerário curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino
formativo de que trata o caput. (Incluído pela Lei nº poderão reconhecer competências e firmar convênios
13.415, de 2017) com instituições de educação a distância com notório
reconhecimento, mediante as seguintes formas de
comprovação: (Incluído pela Lei nº 13.415, de
§ 6º A critério dos sistemas de ensino, a oferta de
2017)
formação com ênfase técnica e profissional
considerará: (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
I - demonstração prática; (Incluído pela Lei nº
13.415, de 2017)
I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no
setor produtivo ou em ambientes de simulação,
estabelecendo parcerias e fazendo uso, quando II - experiência de trabalho supervisionado ou
aplicável, de instrumentos estabelecidos pela legislação outra experiência adquirida fora do ambiente
sobre aprendizagem profissional; (Incluído pela Lei escolar; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
nº 13.415, de 2017)
III - atividades de educação técnica oferecidas em
II - a possibilidade de concessão de certificados outras instituições de ensino credenciadas; (Incluído
intermediários de qualificação para o trabalho, quando a pela Lei nº 13.415, de 2017)
formação for estruturada e organizada em etapas com
terminalidade. (Incluído pela Lei nº 13.415, de IV - cursos oferecidos por centros ou programas
2017) ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)

§ 7º A oferta de formações experimentais V - estudos realizados em instituições de ensino


relacionadas ao inciso V do caput, em áreas que não nacionais ou estrangeiras;
constem do Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos,
dependerá, para sua continuidade, do reconhecimento VI - cursos realizados por meio de educação a
pelo respectivo Conselho Estadual de Educação, no distância ou educação presencial mediada por
prazo de três anos, e da inserção no Catálogo Nacional tecnologias. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
dos Cursos Técnicos, no prazo de cinco anos, contados
§ 12. As escolas deverão orientar os alunos no
da data de oferta inicial da formação. (Incluído pela
processo de escolha das áreas de conhecimento ou de
Lei nº 13.415, de 2017)
atuação profissional previstas no caput.
§ 8º A oferta de formação técnica e profissional a
Seção IV-A
que se refere o inciso V do caput, realizada na própria
instituição ou em parceria com outras instituições,
Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
deverá ser aprovada previamente pelo Conselho
Estadual de Educação, homologada pelo Secretário
Estadual de Educação e certificada pelos sistemas de Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV
ensino. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) deste Capítulo, o ensino médio, atendida a
formação geral do educando, poderá prepará-lo
§ 9º As instituições de ensino emitirão certificado para o exercício de profissões técnicas.
com validade nacional, que habilitará o concluinte do
ensino médio ao prosseguimento dos estudos em nível Parágrafo único. A preparação geral para o
superior ou em outros cursos ou formações para os trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional
quais a conclusão do ensino médio seja etapa poderão ser desenvolvidas nos próprios
obrigatória. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação
com instituições especializadas em educação
profissional.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 63
Art. 36-B. A educação profissional técnica de planejamento e ao desenvolvimento de projeto
nível médio será desenvolvida nas seguintes pedagógico unificado. (Incluído pela Lei nº 11.741,
formas: de 2008)

I - articulada com o ensino médio; Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação


profissional técnica de nível médio, quando
II - subseqüente, em cursos destinados a quem registrados, terão validade nacional e habilitarão ao
já tenha concluído o ensino médio. prosseguimento de estudos na educação
superior. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Parágrafo único. A educação profissional técnica Parágrafo único. Os cursos de educação
de nível médio deverá observar: (Incluído pela
Lei nº 11.741, de 2008) profissional técnica de nível médio, nas formas

I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes articulada concomitante e subseqüente, quando


curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho
estruturados e organizados em etapas com
Nacional de Educação; (Incluído pela Lei nº
11.741, de 2008) terminalidade, possibilitarão a obtenção de

II - as normas complementares dos respectivos certificados de qualificação para o trabalho após a


sistemas de ensino; (Incluído pela Lei nº 11.741,
de 2008) conclusão, com aproveitamento, de cada etapa que

caracterize uma qualificação para o


III - as exigências de cada instituição de ensino,
nos termos de seu projeto pedagógico. (Incluído trabalho. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
pela Lei nº 11.741, de 2008)

Art. 36-C. A educação profissional técnica de Seção V


nível médio articulada, prevista no inciso I do caput do
art. 36-B desta Lei, será desenvolvida de Da Educação de Jovens e Adultos
forma: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
ART. 37. A EDUCAÇÃO DE JOVENS E
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha ADULTOS SERÁ DESTINADA ÀQUELES QUE
concluído o ensino fundamental, sendo o curso NÃO TIVERAM ACESSO OU CONTINUIDADE
planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação DE ESTUDOS NOS ENSINOS FUNDAMENTAL
profissional técnica de nível médio, na mesma E MÉDIO NA IDADE PRÓPRIA E CONSTITUIRÁ
instituição de ensino, efetuando-se matrícula única para INSTRUMENTO PARA A EDUCAÇÃO E A
cada aluno; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA.

II - concomitante, oferecida a quem ingresse no § 1º Os sistemas de ensino assegurarão


ensino médio ou já o esteja cursando, efetuando-se gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não
matrículas distintas para cada curso, e podendo puderam efetuar os estudos na idade regular,
ocorrer: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) oportunidades educacionais apropriadas,
consideradas as características do alunado, seus
interesses, condições de vida e de trabalho,
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando- mediante cursos e exames.
se as oportunidades educacionais
disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o
acesso e a permanência do trabalhador na escola,
b) em instituições de ensino distintas, mediante ações integradas e complementares entre
aproveitando-se as oportunidades educacionais si.
disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 3º A educação de jovens e adultos deverá
articular-se, preferencialmente, com a educação
c) em instituições de ensino distintas, mediante profissional, na forma do regulamento.
convênios de intercomplementaridade, visando ao
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 64
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e Art. 40. A educação profissional será
exames supletivos, que compreenderão a base nacional desenvolvida em articulação com o ensino regular ou
comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de por diferentes estratégias de educação continuada, em
estudos em caráter regular. instituições especializadas ou no ambiente de
trabalho. (Regulamento) (Regulamento)
§ 1º Os exames a que se refere este artigo (Regulamento)
realizar-se-ão:
Art. 41. O conhecimento adquirido na educação
I - no nível de conclusão do ensino profissional e tecnológica, inclusive no trabalho, poderá
fundamental, para os maiores de quinze anos; ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação
para prosseguimento ou conclusão de
II - no nível de conclusão do ensino médio, estudos. (Redação dada pela Lei nº 11.741, de
para os maiores de dezoito anos. 2008)

§ 2º Os conhecimentos e habilidades
Art. 42. As instituições de educação profissional
adquiridos pelos educandos por meios informais
e tecnológica, além dos seus cursos regulares,
serão aferidos e reconhecidos mediante exames.
oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade,
condicionada a matrícula à capacidade de
CAPÍTULO III aproveitamento e não necessariamente ao nível de
escolaridade. (Redação dada pela Lei nº 11.741,
Da Educação Profissional e Tecnológica de 2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
CAPÍTULO IV
Art. 39. A educação profissional e tecnológica,
no cumprimento dos objetivos da educação DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
nacional, integra-se aos diferentes níveis e
modalidades de educação e às dimensões do ART. 43. A EDUCAÇÃO SUPERIOR TEM
trabalho, da ciência e da tecnologia. (Redação POR FINALIDADE:
dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
I - estimular a criação cultural e o
§ 1º Os cursos de educação profissional e desenvolvimento do espírito científico e do
tecnológica poderão ser organizados por eixos pensamento reflexivo;
tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes
itinerários formativos, observadas as normas do II - formar diplomados nas diferentes áreas de
respectivo sistema e nível de ensino. (Incluído pela conhecimento, aptos para a inserção em setores
profissionais e para a participação no
Lei nº 11.741, de 2008)
desenvolvimento da sociedade brasileira, e
colaborar na sua formação contínua;
§ 2º A educação profissional e tecnológica
abrangerá os seguintes cursos: III - incentivar o trabalho de pesquisa e
investigação científica, visando o desenvolvimento
I – de formação inicial e continuada ou da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da
qualificação profissional; cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento
do homem e do meio em que vive;
II – de educação profissional técnica de nível
IV - promover a divulgação de conhecimentos
médio culturais, científicos e técnicos que constituem
patrimônio da humanidade e comunicar o saber
III – de educação profissional tecnológica de através do ensino, de publicações ou de outras
graduação e pós-graduação. formas de comunicação;

§ 3º Os cursos de educação profissional V - suscitar o desejo permanente de


aperfeiçoamento cultural e profissional e
tecnológica de graduação e pós-graduação organizar-
possibilitar a correspondente concretização,
se-ão, no que concerne a objetivos, características e integrando os conhecimentos que vão sendo
duração, de acordo com as diretrizes curriculares adquiridos numa estrutura intelectual
nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de sistematizadora do conhecimento de cada geração;
Educação. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
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VI - estimular o conhecimento dos problemas de matrícula ao candidato que comprove ter renda
do mundo presente, em particular os nacionais e familiar inferior a dez salários mínimos, ou ao de menor
regionais, prestar serviços especializados à renda familiar, quando mais de um candidato preencher
comunidade e estabelecer com esta uma relação de o critério inicial. (Incluído pela Lei nº 13.184, de
reciprocidade; 2015)

VII - promover a extensão, aberta à § 3º O processo seletivo referido no inciso II


participação da população, visando à difusão das considerará as competências e as habilidades definidas
conquistas e benefícios resultantes da criação na Base Nacional Comum Curricular. (Incluído
cultural e da pesquisa científica e tecnológica
pela lei nº 13.415, de 2017)
geradas na instituição.

VIII - atuar em favor da universalização e do Art. 45. A educação superior será ministrada
aprimoramento da educação básica, mediante a em instituições de ensino superior, públicas ou
formação e a capacitação de profissionais, a privadas, com variados graus de abrangência ou
realização de pesquisas pedagógicas e o especialização. (Regulamento) (Regulamento)
desenvolvimento de atividades de extensão que
aproximem os dois níveis escolares. Art. 46. A autorização e o reconhecimento de
cursos, bem como o credenciamento de instituições de
Art. 44. A educação superior abrangerá os educação superior, terão prazos limitados, sendo
seguintes cursos e programas: (Regulamento) renovados, periodicamente, após processo regular de
avaliação. (Regulamento) (Regulamento) (Vide
Lei nº 10.870, de 2004)
I - cursos seqüenciais por campo de saber, de
diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos
que atendam aos requisitos estabelecidos pelas § 1º Após um prazo para saneamento de
instituições de ensino, desde que tenham concluído o deficiências eventualmente identificadas pela avaliação
ensino médio ou equivalente; (Redação dada a que se refere este artigo, haverá reavaliação, que
pela Lei nº 11.632, de 2007). poderá resultar, conforme o caso, em desativação de
cursos e habilitações, em intervenção na instituição, em
suspensão temporária de prerrogativas da autonomia,
II - de graduação, abertos a candidatos que ou em
tenham concluído o ensino médio ou equivalente e descredenciamento. (Regulamento) (Regula
tenham sido classificados em processo seletivo; mento) (Vide Lei nº 10.870, de 2004)

III - de pós-graduação, compreendendo § 2º No caso de instituição pública, o Poder


programas de mestrado e doutorado, cursos de Executivo responsável por sua manutenção
especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a acompanhará o processo de saneamento e fornecerá
candidatos diplomados em cursos de graduação e que recursos adicionais, se necessários, para a superação
atendam às exigências das instituições de ensino; das deficiências.

IV - de extensão, abertos a candidatos que § 3º No caso de instituição privada, além das


atendam aos requisitos estabelecidos em cada caso sanções previstas no § 1o deste artigo, o processo de
pelas instituições de ensino. reavaliação poderá resultar em redução de vagas
autorizadas e em suspensão temporária de novos
§ 1º O resultado do processo seletivo referido no ingressos e de oferta de cursos. (Incluído pela Lei nº
inciso II do caput deste artigo será tornado público pela 13.530, de 2017)
instituição de ensino superior, sendo obrigatórios a
divulgação da relação nominal dos classificados, a § 4º É facultado ao Ministério da Educação,
respectiva ordem de classificação e o cronograma das mediante procedimento específico e com aquiescência
chamadas para matrícula, de acordo com os critérios da instituição de ensino, com vistas a resguardar os
para preenchimento das vagas constantes do edital, interesses dos estudantes, comutar as penalidades
assegurado o direito do candidato, classificado ou não, previstas nos §§ 1o e 3o deste artigo por outras medidas,
a ter acesso a suas notas ou indicadores de desde que adequadas para superação das deficiências
desempenho em provas, exames e demais atividades e irregularidades constatadas. (Incluído pela Lei nº
da seleção e a sua posição na ordem de classificação 13.530, de 2017)
de todos os candidatos. (Redação dada pela
Lei nº 13.826, de 2019)
§ 5º Para fins de regulação, os Estados e o
Distrito Federal deverão adotar os critérios definidos
§ 2º No caso de empate no processo seletivo, as pela União para autorização de funcionamento de curso
instituições públicas de ensino superior darão prioridade

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 66
de graduação em Medicina. (Incluído pela Lei nº a) caso o curso mantenha disciplinas com duração
13.530, de 2017) diferenciada, a publicação deve ser
semestral; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
Art. 47. Na educação superior, o ano letivo
regular, independente do ano civil, tem, no mínimo, b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês
duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo, excluído o antes do início das aulas; (Incluída pela lei nº
tempo reservado aos exames finais, quando houver. 13.168, de 2015)

§ 1º As instituições informarão aos interessados, c) caso haja mudança na grade do curso ou no


antes de cada período letivo, os programas dos cursos corpo docente até o início das aulas, os alunos devem
e demais componentes curriculares, sua duração, ser comunicados sobre as alterações; (Incluída
requisitos, qualificação dos professores, recursos pela lei nº 13.168, de 2015)
disponíveis e critérios de avaliação, obrigando-se a
cumprir as respectivas condições, e a publicação deve V - deve conter as seguintes
ser feita, sendo as 3 (três) primeiras formas informações: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
concomitantemente: (Redação dada pela lei nº
13.168, de 2015)
a) a lista de todos os cursos oferecidos pela
instituição de ensino superior; (Incluída pela lei
I - em página específica na internet no sítio nº 13.168, de 2015)
eletrônico oficial da instituição de ensino superior,
obedecido o seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168,
de 2015) b) a lista das disciplinas que compõem a grade
curricular de cada curso e as respectivas cargas
horárias; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
a) toda publicação a que se refere esta Lei deve
ter como título “Grade e Corpo Docente”; (Incluída
pela lei nº 13.168, de 2015) c) a identificação dos docentes que ministrarão as
aulas em cada curso, as disciplinas que efetivamente
ministrará naquele curso ou cursos, sua titulação,
b) a página principal da instituição de ensino abrangendo a qualificação profissional do docente e o
superior, bem como a página da oferta de seus cursos tempo de casa do docente, de forma total, contínua ou
aos ingressantes sob a forma de vestibulares, processo intermitente. (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
seletivo e outras com a mesma finalidade, deve conter
a ligação desta com a página específica prevista neste
inciso; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) § 2º Os alunos que tenham extraordinário
aproveitamento nos estudos, demonstrado por meio de
provas e outros instrumentos de avaliação específicos,
c) caso a instituição de ensino superior não aplicados por banca examinadora especial, poderão ter
possua sítio eletrônico, deve criar página específica abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as
para divulgação das informações de que trata esta normas dos sistemas de ensino.
Lei; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
§ 3º É obrigatória a freqüência de alunos e
d) a página específica deve conter a data professores, salvo nos programas de educação a
completa de sua última atualização; (Incluída pela distância.
lei nº 13.168, de 2015)
§ 4º As instituições de educação superior
II - em toda propaganda eletrônica da instituição oferecerão, no período noturno, cursos de graduação
de ensino superior, por meio de ligação para a página nos mesmos padrões de qualidade mantidos no período
referida no inciso I; (Incluído pela lei nº 13.168, de diurno, sendo obrigatória a oferta noturna nas
2015) instituições públicas, garantida a necessária previsão
orçamentária.
III - em local visível da instituição de ensino
superior e de fácil acesso ao público; (Incluído Art. 48. Os diplomas de cursos superiores
pela lei nº 13.168, de 2015) reconhecidos, quando registrados, terão validade
nacional como prova da formação recebida por seu
IV - deve ser atualizada semestralmente ou titular.
anualmente, de acordo com a duração das disciplinas
de cada curso oferecido, observando o § 1º Os diplomas expedidos pelas universidades
seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) serão por elas próprias registrados, e aqueles
conferidos por instituições não-universitárias serão

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 67
registrados em universidades indicadas pelo Conselho Art. 53. No exercício de sua autonomia, são
Nacional de Educação. asseguradas às universidades, sem prejuízo de outras,
as seguintes atribuições:
§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por
universidades estrangeiras serão revalidados por I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos
universidades públicas que tenham curso do mesmo e programas de educação superior previstos nesta Lei,
nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos obedecendo às normas gerais da União e, quando for o
internacionais de reciprocidade ou equiparação. caso, do respectivo sistema de
ensino; (Regulamento)
§ 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado
expedidos por universidades estrangeiras só poderão II - fixar os currículos dos seus cursos e
ser reconhecidos por universidades que possuam programas, observadas as diretrizes gerais pertinentes;
cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados, na
mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou III - estabelecer planos, programas e projetos de
superior. pesquisa científica, produção artística e atividades de
extensão;
Art. 49. As instituições de educação superior
aceitarão a transferência de alunos regulares, para IV - fixar o número de vagas de acordo com a
cursos afins, na hipótese de existência de vagas, e capacidade institucional e as exigências do seu meio;
mediante processo seletivo.
V - elaborar e reformar os seus estatutos e
Parágrafo único. As transferências ex officio dar- regimentos em consonância com as normas gerais
se-ão na forma da lei. (Regulamento) atinentes;

Art. 50. As instituições de educação superior, VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
quando da ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas
disciplinas de seus cursos a alunos não regulares que VII - firmar contratos, acordos e convênios;
demonstrarem capacidade de cursá-las com proveito,
mediante processo seletivo prévio.
VIII - aprovar e executar planos, programas e
projetos de investimentos referentes a obras, serviços e
Art. 51. As instituições de educação superior aquisições em geral, bem como administrar
credenciadas como universidades, ao deliberar sobre rendimentos conforme dispositivos institucionais;
critérios e normas de seleção e admissão de
estudantes, levarão em conta os efeitos desses critérios
sobre a orientação do ensino médio, articulando-se com IX - administrar os rendimentos e deles dispor na
os órgãos normativos dos sistemas de ensino. forma prevista no ato de constituição, nas leis e nos
respectivos estatutos;
Art. 52. As universidades são instituições
pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais X - receber subvenções, doações, heranças,
de nível superior, de pesquisa, de extensão e de legados e cooperação financeira resultante de
domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam convênios com entidades públicas e privadas.
por: (Regulamento) (Regulamento)
§ 1º Para garantir a autonomia didático-científica
I - produção intelectual institucionalizada das universidades, caberá aos seus colegiados de
mediante o estudo sistemático dos temas e problemas ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos
mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e orçamentários disponíveis, sobre: (Redação
cultural, quanto regional e nacional; dada pela Lei nº 13.490, de 2017)

II - um terço do corpo docente, pelo menos, com I - criação, expansão, modificação e extinção de
titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; cursos; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de
2017)
III - um terço do corpo docente em regime de
tempo integral. II - ampliação e diminuição de
vagas; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de
2017)
Parágrafo único. É facultada a criação de
universidades especializadas por campo do
saber. (Regulamento) (Regulamento) III - elaboração da programação dos
cursos; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de
2017)

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 68
IV - programação das pesquisas e das atividades para aquisição de bens imóveis, instalações e
de extensão; (Redação dada pela Lei nº 13.490, equipamentos;
de 2017)
VII - efetuar transferências, quitações e tomar
V - contratação e dispensa de outras providências de ordem orçamentária, financeira
professores; (Redação dada pela Lei nº 13.490, e patrimonial necessárias ao seu bom desempenho.
de 2017)
§ 2º Atribuições de autonomia universitária
VI - planos de carreira docente. (Redação poderão ser estendidas a instituições que comprovem
dada pela Lei nº 13.490, de 2017) alta qualificação para o ensino ou para a pesquisa, com
base em avaliação realizada pelo Poder Público.
§ 2º As doações, inclusive monetárias, podem
ser dirigidas a setores ou projetos específicos, conforme Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente,
acordo entre doadores e em seu Orçamento Geral, recursos suficientes para
universidades. (Incluído pela Lei nº 13.490, de manutenção e desenvolvimento das instituições de
2017) educação superior por ela mantidas.

§ 3º No caso das universidades públicas, os Art. 56. As instituições públicas de educação


recursos das doações devem ser dirigidos ao caixa superior obedecerão ao princípio da gestão
único da instituição, com destinação garantida às democrática, assegurada a existência de órgãos
unidades a serem beneficiadas. (Incluído pela colegiados deliberativos, de que participarão os
Lei nº 13.490, de 2017) segmentos da comunidade institucional, local e regional.

Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes
Público gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico ocuparão setenta por cento dos assentos em cada
especial para atender às peculiaridades de sua órgão colegiado e comissão, inclusive nos que tratarem
estrutura, organização e financiamento pelo Poder da elaboração e modificações estatutárias e
Público, assim como dos seus planos de carreira e do regimentais, bem como da escolha de dirigentes.
regime jurídico do seu
pessoal. (Regulamento) (Regulamento) Art. 57. Nas instituições públicas de educação
superior, o professor ficará obrigado ao mínimo de oito
§ 1º No exercício da sua autonomia, além das horas semanais de aulas. (Regulamento)
atribuições asseguradas pelo artigo anterior, as
universidades públicas poderão: CAPÍTULO V

I - propor o seu quadro de pessoal docente, DA EDUCAÇÃO ESPECIAL


técnico e administrativo, assim como um plano de
cargos e salários, atendidas as normas gerais ART. 58. ENTENDE-SE POR EDUCAÇÃO
pertinentes e os recursos disponíveis;
ESPECIAL, PARA OS EFEITOS DESTA LEI, A
MODALIDADE DE EDUCAÇÃO ESCOLAR
II - elaborar o regulamento de seu pessoal em
conformidade com as normas gerais concernentes; OFERECIDA PREFERENCIALMENTE NA REDE
REGULAR DE ENSINO, PARA EDUCANDOS
III - aprovar e executar planos, programas e COM DEFICIÊNCIA, TRANSTORNOS GLOBAIS
projetos de investimentos referentes a obras, serviços e DO DESENVOLVIMENTO E ALTAS
aquisições em geral, de acordo com os recursos
HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO.
alocados pelo respectivo Poder mantenedor;

§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de


IV - elaborar seus orçamentos anuais e
apoio especializado, na escola regular, para atender
plurianuais;
às peculiaridades da clientela de educação especial.
V - adotar regime financeiro e contábil que atenda
§ 2º O atendimento educacional será feito em
às suas peculiaridades de organização e
classes, escolas ou serviços especializados,
funcionamento;
sempre que, em função das condições específicas
dos alunos, não for possível a sua integração nas
VI - realizar operações de crédito ou de classes comuns de ensino regular.
financiamento, com aprovação do Poder competente,

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 69
§ 3º A oferta de educação especial, nos termos Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de
do caput deste artigo, tem início na educação infantil e ensino estabelecerão critérios de caracterização das
estende-se ao longo da vida, observados o inciso III do instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas
art. 4º e o parágrafo único do art. 60 desta e com atuação exclusiva em educação especial, para
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018) fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.

Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão Parágrafo único. O poder público adotará, como
aos educandos com deficiência, transtornos globais alternativa preferencial, a ampliação do atendimento
do desenvolvimento e altas habilidades ou aos educandos com deficiência, transtornos globais do
superdotação: (Redação dada pela Lei nº desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação
12.796, de 2013) na própria rede pública regular de ensino,
independentemente do apoio às instituições previstas
I - currículos, métodos, técnicas, recursos neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.796,
educativos e organização específicos, para atender de 2013)
às suas necessidades;
CAPÍTULO V-A
II - terminalidade específica para aqueles que DA EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE SURDOS
não puderem atingir o nível exigido para a
conclusão do ensino fundamental, em virtude de ART. 60-A. ENTENDE-SE POR
suas deficiências, e aceleração para concluir em
EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE SURDOS, PARA OS
menor tempo o programa escolar para os
superdotados; EFEITOS DESTA LEI, A MODALIDADE DE
EDUCAÇÃO ESCOLAR OFERECIDA EM
III - professores com especialização adequada LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS),
em nível médio ou superior, para atendimento COMO PRIMEIRA LÍNGUA, E EM PORTUGUÊS
especializado, bem como professores do ensino
ESCRITO, COMO SEGUNDA LÍNGUA, EM
regular capacitados para a integração desses
educandos nas classes comuns; ESCOLAS BILÍNGUES DE SURDOS, CLASSES
BILÍNGUES DE SURDOS, ESCOLAS COMUNS
IV - educação especial para o trabalho, visando OU EM POLOS DE EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE
a sua efetiva integração na vida em sociedade, SURDOS, PARA EDUCANDOS SURDOS,
inclusive condições adequadas para os que não SURDO-CEGOS, COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos SINALIZANTES, SURDOS COM ALTAS
oficiais afins, bem como para aqueles que HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO OU COM
apresentam uma habilidade superior nas áreas OUTRAS DEFICIÊNCIAS ASSOCIADAS,
artística, intelectual ou psicomotora; OPTANTES PELA MODALIDADE DE
EDUCAÇÃO BILÍNGUE DE SURDOS.
V - acesso igualitário aos benefícios dos
programas sociais suplementares disponíveis para
o respectivo nível do ensino regular. § 1º Haverá, quando necessário, serviços de
apoio educacional especializado, como o atendimento
educacional especializado bilíngue, para atender às
Art. 59-A. O poder público deverá instituir
especificidades linguísticas dos estudantes
cadastro nacional de alunos com altas habilidades ou
surdos. (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021)
superdotação matriculados na educação básica e na
educação superior, a fim de fomentar a execução de
políticas públicas destinadas ao desenvolvimento pleno § 2º A oferta de educação bilíngue de surdos terá
das potencialidades desse alunado. (Incluído pela início ao zero ano, na educação infantil, e se estenderá
Lei nº 13.234, de 2015) ao longo da vida. (Incluído pela Lei nº 14.191, de
2021)
Parágrafo único. A identificação precoce de
alunos com altas habilidades ou superdotação, os § 3º O disposto no caput deste artigo será
critérios e procedimentos para inclusão no cadastro efetivado sem prejuízo das prerrogativas de matrícula
referido no caput deste artigo, as entidades em escolas e classes regulares, de acordo com o que
responsáveis pelo cadastramento, os mecanismos de decidir o estudante ou, no que couber, seus pais ou
acesso aos dados do cadastro e as políticas de responsáveis, e das garantias previstas na Lei nº
desenvolvimento das potencialidades do alunado de 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com
que trata o caput serão definidos em regulamento. Deficiência), que incluem, para os surdos oralizados, o
acesso a tecnologias assistivas. (Incluído pela Lei nº
14.191, de 2021)
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 70
Art. 60-B. Além do disposto no art. 59 desta Lei, V - profissionais graduados que tenham feito
os sistemas de ensino assegurarão aos educandos complementação pedagógica, conforme
surdos, surdo-cegos, com deficiência auditiva
sinalizantes, surdos com altas habilidades ou disposto pelo Conselho Nacional de
superdotação ou com outras deficiências associadas Educação.
materiais didáticos e professores bilíngues com
formação e especialização adequadas, em nível Parágrafo único. A formação dos profissionais da
superior. (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) educação, de modo a atender às especificidades do
exercício de suas atividades, bem como aos objetivos
Parágrafo único. Nos processos de contratação e das diferentes etapas e modalidades da educação
de avaliação periódica dos professores a que se refere básica, terá como fundamentos: (Incluído pela Lei
o caput deste artigo serão ouvidas as entidades nº 12.014, de 2009)
representativas das pessoas surdas. (Incluído pela
Lei nº 14.191, de 2021) I – a presença de sólida formação básica, que
propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e
TÍTULO VI sociais de suas competências de
trabalho; (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
Dos Profissionais da Educação
II – a associação entre teorias e práticas,
mediante estágios supervisionados e capacitação em
ART. 61. CONSIDERAM-SE serviço; (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR
BÁSICA OS QUE, NELA ESTANDO EM III – o aproveitamento da formação e experiências
EFETIVO EXERCÍCIO E TENDO SIDO anteriores, em instituições de ensino e em outras
FORMADOS EM CURSOS RECONHECIDOS, atividades. (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
SÃO:
Art. 62. A formação de docentes para atuar na
educação básica far-se-á em nível superior, em curso
I – professores habilitados em nível médio ou de licenciatura plena, admitida, como formação mínima
superior para a docência na educação infantil para o exercício do magistério na educação infantil e
e nos ensinos fundamental e médio; nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, a
oferecida em nível médio, na modalidade
normal. (Redação dada pela lei nº 13.415, de 2017)
II – trabalhadores em educação portadores
de diploma de pedagogia, com habilitação em § 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os
administração, planejamento, supervisão, Municípios, em regime de colaboração, deverão
inspeção e orientação educacional, bem promover a formação inicial, a continuada e a
como com títulos de mestrado ou doutorado capacitação dos profissionais de
magistério. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009).
nas mesmas áreas;
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos
III – trabalhadores em educação, portadores profissionais de magistério poderão utilizar recursos e
de diploma de curso técnico ou superior em tecnologias de educação a distância. (Incluído pela
Lei nº 12.056, de 2009).
área pedagógica ou afim.
§ 3º A formação inicial de profissionais de
IV - profissionais com notório saber magistério dará preferência ao ensino presencial,
subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias
reconhecido pelos respectivos sistemas de
de educação a distância. (Incluído pela Lei nº
ensino, para ministrar conteúdos de áreas 12.056, de 2009).
afins à sua formação ou experiência
§ 4º A União, o Distrito Federal, os Estados e os
profissional, atestados por titulação
Municípios adotarão mecanismos facilitadores de
específica ou prática de ensino em unidades acesso e permanência em cursos de formação de
educacionais da rede pública ou privada ou docentes em nível superior para atuar na educação
básica pública. (Incluído pela Lei nº 12.796, de
das corporações privadas em que tenham 2013)
atuado, exclusivamente para atender ao
inciso V do caput do art. 36;

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 71
§ 5º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Art. 63. Os institutos superiores de educação
Municípios incentivarão a formação de profissionais do manterão: (Regulamento)
magistério para atuar na educação básica pública
mediante programa institucional de bolsa de iniciação à I - cursos formadores de profissionais para a
docência a estudantes matriculados em cursos de educação básica, inclusive o curso normal superior,
licenciatura, de graduação plena, nas instituições de destinado à formação de docentes para a educação
educação superior. (Incluído pela Lei nº 12.796, infantil e para as primeiras séries do ensino
de 2013) fundamental;
§ 6º O Ministério da Educação poderá
II - programas de formação pedagógica para
estabelecer nota mínima em exame nacional aplicado
portadores de diplomas de educação superior que
aos concluintes do ensino médio como pré-requisito
queiram se dedicar à educação básica;
para o ingresso em cursos de graduação para formação
de docentes, ouvido o Conselho Nacional de Educação
- CNE. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) III - programas de educação continuada para os
profissionais de educação dos diversos níveis.
§ 8º Os currículos dos cursos de formação de
docentes terão por referência a Base Nacional Comum Art. 64. A formação de profissionais de educação
para administração, planejamento, inspeção,
Curricular. supervisão e orientação educacional para a educação
básica, será feita em cursos de graduação em
Art. 62-A. A formação dos profissionais a que se pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da
refere o inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base
de conteúdo técnico-pedagógico, em nível médio ou comum nacional.
superior, incluindo habilitações tecnológicas.
Art. 65. A formação docente, exceto para a
Parágrafo único. Garantir-se-á formação educação superior, incluirá prática de ensino de, no
continuada para os profissionais a que se refere o caput, mínimo, trezentas horas.
no local de trabalho ou em instituições de educação
básica e superior, incluindo cursos de educação
profissional, cursos superiores de graduação plena ou Art. 66. A preparação para o exercício do
tecnológicos e de pós-graduação. magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação,
prioritariamente em programas de mestrado e
Art. 62-B. O acesso de professores das redes doutorado.
públicas de educação básica a cursos superiores de
pedagogia e licenciatura será efetivado por meio de Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por
processo seletivo diferenciado. universidade com curso de doutorado em área afim,
poderá suprir a exigência de título acadêmico.
§ 1º Terão direito de pleitear o acesso previsto
no caput deste artigo os professores das redes públicas Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a
municipais, estaduais e federal que ingressaram por valorização dos profissionais da educação,
concurso público, tenham pelo menos três anos de assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e
exercício da profissão e não sejam portadores de dos planos de carreira do magistério público:
diploma de graduação.
I - ingresso exclusivamente por concurso público
§ 2º As instituições de ensino responsáveis pela de provas e títulos;
oferta de cursos de pedagogia e outras licenciaturas
definirão critérios adicionais de seleção sempre que II - aperfeiçoamento profissional continuado,
acorrerem aos certames interessados em número inclusive com licenciamento periódico remunerado para
superior ao de vagas disponíveis para os respectivos esse fim;
cursos. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017)
III - piso salarial profissional;
§ 3º Sem prejuízo dos concursos seletivos a
serem definidos em regulamento pelas universidades, IV - progressão funcional baseada na titulação ou
terão prioridade de ingresso os professores que habilitação, e na avaliação do desempenho;
optarem por cursos de licenciatura em matemática,
física, química, biologia e língua V - período reservado a estudos, planejamento e
portuguesa. (Incluído pela Lei nº 13.478, de avaliação, incluído na carga de trabalho;
2017)
VI - condições adequadas de trabalho.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 72
§ 1º A experiência docente é pré-requisito para o Municípios, não será considerada, para efeito do cálculo
exercício profissional de quaisquer outras funções de previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.
magistério, nos termos das normas de cada sistema de
ensino. (Renumerado pela Lei nº 11.301, de § 2º Serão consideradas excluídas das receitas de
2006) impostos mencionadas neste artigo as operações de
crédito por antecipação de receita orçamentária de
§ 2º Para os efeitos do disposto no § 5º do art. impostos.
40 e no § 8o do art. 201 da Constituição Federal, são
consideradas funções de magistério as exercidas por § 3º Para fixação inicial dos valores
professores e especialistas em educação no correspondentes aos mínimos estatuídos neste artigo,
desempenho de atividades educativas, quando será considerada a receita estimada na lei do orçamento
exercidas em estabelecimento de educação básica em anual, ajustada, quando for o caso, por lei que autorizar
seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do a abertura de créditos adicionais, com base no eventual
exercício da docência, as de direção de unidade escolar excesso de arrecadação.
e as de coordenação e assessoramento
pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.301, de § 4º As diferenças entre a receita e a despesa
2006) previstas e as efetivamente realizadas, que resultem no
não atendimento dos percentuais mínimos obrigatórios,
§ 3º A União prestará assistência técnica aos serão apuradas e corrigidas a cada trimestre do
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na exercício financeiro.
elaboração de concursos públicos para provimento de
cargos dos profissionais da educação. (Incluído § 5º O repasse dos valores referidos neste artigo
pela Lei nº 12.796, de 2013) do caixa da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios ocorrerá imediatamente ao órgão
TÍTULO VII responsável pela educação, observados os seguintes
prazos:
Dos Recursos financeiros
I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo
ART. 68. SERÃO RECURSOS PÚBLICOS dia de cada mês, até o vigésimo dia;
DESTINADOS À EDUCAÇÃO OS ORIGINÁRIOS
DE: II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao
vigésimo dia de cada mês, até o trigésimo dia;
I - receita de impostos próprios da União, dos
III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
ao final de cada mês, até o décimo dia do mês
subseqüente.
II - receita de transferências constitucionais e
outras transferências;
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a
correção monetária e à responsabilização civil e criminal
III - receita do salário-educação e de outras das autoridades competentes.
contribuições sociais;
Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e
IV - receita de incentivos fiscais; desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com
vistas à consecução dos objetivos básicos das
V - outros recursos previstos em lei. instituições educacionais de todos os níveis,
compreendendo as que se destinam a:
Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca
menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal
Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas docente e demais profissionais da educação;
respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita
resultante de impostos, compreendidas as II - aquisição, manutenção, construção e
transferências constitucionais, na manutenção e conservação de instalações e equipamentos
desenvolvimento do ensino público. (Vide necessários ao ensino;
Medida Provisória nº 773, de 2017) (Vigência
encerrada)
III – uso e manutenção de bens e serviços
vinculados ao ensino;
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos
transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 73
IV - levantamentos estatísticos, estudos e Art. 74. A União, em colaboração com os Estados,
pesquisas visando precipuamente ao aprimoramento da o Distrito Federal e os Municípios, estabelecerá padrão
qualidade e à expansão do ensino; mínimo de oportunidades educacionais para o ensino
fundamental, baseado no cálculo do custo mínimo por
V - realização de atividades-meio necessárias ao aluno, capaz de assegurar ensino de qualidade.
funcionamento dos sistemas de ensino;
Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este
VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de artigo será calculado pela União ao final de cada ano,
escolas públicas e privadas; com validade para o ano subseqüente, considerando
variações regionais no custo dos insumos e as diversas
modalidades de ensino.
VII - amortização e custeio de operações de
crédito destinadas a atender ao disposto nos incisos
deste artigo; Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União
e dos Estados será exercida de modo a corrigir,
progressivamente, as disparidades de acesso e garantir
VIII - aquisição de material didático-escolar e
o padrão mínimo de qualidade de ensino.
manutenção de programas de transporte escolar.

§ 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá


Art. 71. Não constituirão despesas de
a fórmula de domínio público que inclua a capacidade
manutenção e desenvolvimento do ensino aquelas
de atendimento e a medida do esforço fiscal do
realizadas com:
respectivo Estado, do Distrito Federal ou do Município
em favor da manutenção e do desenvolvimento do
I - pesquisa, quando não vinculada às instituições ensino.
de ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de
ensino, que não vise, precipuamente, ao aprimoramento
§ 2º A capacidade de atendimento de cada
de sua qualidade ou à sua expansão;
governo será definida pela razão entre os recursos de
uso constitucionalmente obrigatório na manutenção e
II - subvenção a instituições públicas ou privadas desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno,
de caráter assistencial, desportivo ou cultural; relativo ao padrão mínimo de qualidade.

III - formação de quadros especiais para a § 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§
administração pública, sejam militares ou civis, inclusive 1º e 2º, a União poderá fazer a transferência direta de
diplomáticos; recursos a cada estabelecimento de ensino,
considerado o número de alunos que efetivamente
IV - programas suplementares de alimentação, freqüentam a escola.
assistência médico-odontológica, farmacêutica e
psicológica, e outras formas de assistência social; § 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá
ser exercida em favor do Distrito Federal, dos Estados e
V - obras de infra-estrutura, ainda que realizadas dos Municípios se estes oferecerem vagas, na área de
para beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar; ensino de sua responsabilidade, conforme o inciso VI do
art. 10 e o inciso V do art. 11 desta Lei, em número
VI - pessoal docente e demais trabalhadores da inferior à sua capacidade de atendimento.
educação, quando em desvio de função ou em atividade
alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino. Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista
no artigo anterior ficará condicionada ao efetivo
Art. 72. As receitas e despesas com manutenção cumprimento pelos Estados, Distrito Federal e
e desenvolvimento do ensino serão apuradas e Municípios do disposto nesta Lei, sem prejuízo de
publicadas nos balanços do Poder Público, assim como outras prescrições legais.
nos relatórios a que se refere o § 3º do art. 165 da
Constituição Federal. Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às
escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas
Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão, comunitárias, confessionais ou filantrópicas que:
prioritariamente, na prestação de contas de recursos
públicos, o cumprimento do disposto no art. 212 da I - comprovem finalidade não-lucrativa e não
Constituição Federal, no art. 60 do Ato das Disposições distribuam resultados, dividendos, bonificações,
Constitucionais Transitórias e na legislação participações ou parcela de seu patrimônio sob
concernente. nenhuma forma ou pretexto;

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 74
II - apliquem seus excedentes financeiros em II - garantir aos surdos o acesso às informações
educação; e conhecimentos técnicos e científicos da sociedade
nacional e demais sociedades surdas e não
III - assegurem a destinação de seu patrimônio a surdas. (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021)
outra escola comunitária, filantrópica ou confessional,
ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente
atividades; os sistemas de ensino no provimento da educação
intercultural às comunidades indígenas, desenvolvendo
IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos programas integrados de ensino e pesquisa.
recebidos.
§ 1º Os programas serão planejados com
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão audiência das comunidades indígenas.
ser destinados a bolsas de estudo para a educação
básica, na forma da lei, para os que demonstrarem § 2º Os programas a que se refere este artigo,
insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas incluídos nos Planos Nacionais de Educação, terão os
e cursos regulares da rede pública de domicílio do seguintes objetivos:
educando, ficando o Poder Público obrigado a investir
prioritariamente na expansão da sua rede local. I - fortalecer as práticas sócio-culturais e a língua
materna de cada comunidade indígena;
§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e
extensão poderão receber apoio financeiro do Poder II - manter programas de formação de pessoal
Público, inclusive mediante bolsas de estudo. especializado, destinado à educação escolar nas
comunidades indígenas;
TÍTULO VIII
III - desenvolver currículos e programas
Das Disposições Gerais específicos, neles incluindo os conteúdos culturais
correspondentes às respectivas comunidades;
Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a
colaboração das agências federais de fomento à cultura IV - elaborar e publicar sistematicamente material
e de assistência aos índios, desenvolverá programas didático específico e diferenciado.
integrados de ensino e pesquisa, para oferta de
educação escolar bilingüe e intercultural aos povos § 3º No que se refere à educação superior, sem
indígenas, com os seguintes objetivos: prejuízo de outras ações, o atendimento aos povos
indígenas efetivar-se-á, nas universidades públicas e
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e privadas, mediante a oferta de ensino e de assistência
povos, a recuperação de suas memórias históricas; a estudantil, assim como de estímulo à pesquisa e
reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização desenvolvimento de programas
de suas línguas e ciências; especiais. (Incluído pela Lei nº 12.416, de 2011)

II - garantir aos índios, suas comunidades e Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de
povos, o acesso às informações, conhecimentos novembro como ‘Dia Nacional da Consciência
técnicos e científicos da sociedade nacional e demais Negra’.
sociedades indígenas e não-índias.
Art. 79-C. A União apoiará técnica e
Art. 78-A. Os sistemas de ensino, em regime de financeiramente os sistemas de ensino no provimento
colaboração, desenvolverão programas integrados de da educação bilíngue e intercultural às comunidades
ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar surdas, com desenvolvimento de programas integrados
bilíngue e intercultural aos estudantes surdos, surdo- de ensino e pesquisa.
cegos, com deficiência auditiva sinalizantes, surdos com
altas habilidades ou superdotação ou com outras § 1º Os programas serão planejados com
deficiências associadas, com os seguintes participação das comunidades surdas, de instituições de
objetivos: (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) ensino superior e de entidades representativas das
pessoas surdas.
I - proporcionar aos surdos a recuperação de
suas memórias históricas, a reafirmação de suas § 2º Os programas a que se refere este artigo,
identidades e especificidades e a valorização de sua incluídos no Plano Nacional de Educação, terão os
língua e cultura; (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) seguintes objetivos:

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 75
I - fortalecer as práticas socioculturais dos surdos III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o
e a Língua Brasileira de Sinais; Poder Público, pelos concessionários de canais
comerciais.
II - manter programas de formação de pessoal
especializado, destinados à educação bilíngue escolar Art. 81. É permitida a organização de cursos ou
dos surdos, surdo-cegos, com deficiência auditiva instituições de ensino experimentais, desde que
sinalizantes, surdos com altas habilidades ou obedecidas as disposições desta Lei.
superdotação ou com outras deficiências
associadas; (Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021) Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as
normas de realização de estágio em sua jurisdição,
III - desenvolver currículos, métodos, formação e observada a lei federal sobre a
programas específicos, neles incluídos os conteúdos matéria. (Redação dada pela Lei nº 11.788, de
culturais correspondentes aos surdos; (Incluído pela 2008)
Lei nº 14.191, de 2021)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação
IV - elaborar e publicar sistematicamente material dada pela Lei nº 11.788, de 2008)
didático bilíngue, específico e diferenciado.
Art. 83. O ensino militar é regulado em lei
§ 3º Na educação superior, sem prejuízo de específica, admitida a equivalência de estudos, de
outras ações, o atendimento aos estudantes surdos, acordo com as normas fixadas pelos sistemas de
surdo-cegos, com deficiência auditiva sinalizantes, ensino.
surdos com altas habilidades ou superdotação ou com
outras deficiências associadas efetivar-se-á mediante a Art. 84. Os discentes da educação superior
oferta de ensino bilíngue e de assistência estudantil, poderão ser aproveitados em tarefas de ensino e
assim como de estímulo à pesquisa e desenvolvimento pesquisa pelas respectivas instituições, exercendo
de programas especiais. funções de monitoria, de acordo com seu rendimento e
seu plano de estudos.
Art. 80. O Poder Público incentivará o
desenvolvimento e a veiculação de programas de Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a
ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de titulação própria poderá exigir a abertura de concurso
ensino, e de educação continuada. público de provas e títulos para cargo de docente de
instituição pública de ensino que estiver sendo ocupado
por professor não concursado, por mais de seis anos,
§ 1º A educação a distância, organizada com
ressalvados os direitos assegurados pelos arts. 41 da
abertura e regime especiais, será oferecida por
Constituição Federal e 19 do Ato das Disposições
instituições especificamente credenciadas pela União.
Constitucionais Transitórias.
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a
Art. 86. As instituições de educação superior
realização de exames e registro de diploma relativos a
constituídas como universidades integrar-se-ão,
cursos de educação a distância.
também, na sua condição de instituições de pesquisa,
ao Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, nos
§ 3º As normas para produção, controle e termos da legislação específica.
avaliação de programas de educação a distância e a
autorização para sua implementação, caberão aos
TÍTULO IX
respectivos sistemas de ensino, podendo haver
cooperação e integração entre os diferentes
sistemas. (Regulamento) Das Disposições Transitórias

§ 4º A educação a distância gozará de tratamento Art. 87. É instituída a Década da Educação, a


diferenciado, que incluirá: iniciar-se um ano a partir da publicação desta Lei.

I - custos de transmissão reduzidos em canais § 1º A União, no prazo de um ano a partir da


comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens publicação desta Lei, encaminhará, ao Congresso
e em outros meios de comunicação que sejam Nacional, o Plano Nacional de Educação, com diretrizes
explorados mediante autorização, concessão ou e metas para os dez anos seguintes, em sintonia com a
permissão do poder público; Declaração Mundial sobre Educação para Todos.

II - concessão de canais com finalidades § 3º O Distrito Federal, cada Estado e Município,


exclusivamente educativas; e, supletivamente, a União, devem:

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 76
II - prover cursos presenciais ou a distância aos demais leis e decretos-lei que as modificaram e
jovens e adultos insuficientemente escolarizados; quaisquer outras disposições em contrário.

III - realizar programas de capacitação para todos Brasília, 20 de dezembro de 1996; 175º da
os professores em exercício, utilizando também, para Independência e 108º da República.
isto, os recursos da educação a distância;
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino Paulo Renato Souza
fundamental do seu território ao sistema nacional de
avaliação do rendimento escolar.

§ 5º Serão conjugados todos os esforços


objetivando a progressão das redes escolares públicas
urbanas de ensino fundamental para o regime de
escolas de tempo integral.

§ 6º A assistência financeira da União aos


Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem
como a dos Estados aos seus Municípios, ficam
condicionadas ao cumprimento do art. 212 da
Constituição Federal e dispositivos legais pertinentes
pelos governos beneficiados.

Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal e


os Municípios adaptarão sua legislação educacional e
de ensino às disposições desta Lei no prazo máximo de
um ano, a partir da data de sua
publicação. (Regulamento) (Regulamento)

§ 1º As instituições educacionais adaptarão seus


estatutos e regimentos aos dispositivos desta Lei e às
normas dos respectivos sistemas de ensino, nos prazos
por estes estabelecidos.

§ 2º O prazo para que as universidades cumpram


o disposto nos incisos II e III do art. 52 é de oito anos.

Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou


que venham a ser criadas deverão, no prazo de três
anos, a contar da publicação desta Lei, integrar-se ao
respectivo sistema de ensino.

Art. 90. As questões suscitadas na transição entre


o regime anterior e o que se institui nesta Lei serão
resolvidas pelo Conselho Nacional de Educação ou,
mediante delegação deste, pelos órgãos normativos dos
sistemas de ensino, preservada a autonomia
universitária.

Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de sua


publicação.

Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis nºs


4.024, de 20 de dezembro de 1961, e 5.540, de 28 de
novembro de 1968, não alteradas pelas Leis nºs 9.131,
de 24 de novembro de 1995 e 9.192, de 21 de
dezembro de 1995 e, ainda, as Leis nºs 5.692, de 11 de
agosto de 1971 e 7.044, de 18 de outubro de 1982, e as

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 77
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei,
aplica-se excepcionalmente este Estatuto às
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de
idade.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos


os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas
as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, em condições de liberdade e de dignidade.

Parágrafo único. Os direitos enunciados


nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e
adolescentes, sem discriminação de nascimento,
situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor,
religião ou crença, deficiência, condição pessoal de
desenvolvimento e aprendizagem, condição
econômica, ambiente social, região e local de
moradia ou outra condição que diferencie as
pessoas, as famílias ou a comunidade em que
vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Título I Art. 4º É dever da família, da comunidade, da


sociedade em geral e do poder público assegurar,
Das Disposições Preliminares COM ABSOLUTA PRIORIDADE, a efetivação dos
direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização,
integral à criança e ao adolescente. à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária.
ART. 2º CONSIDERA-SE CRIANÇA, PARA
OS EFEITOS DESTA LEI, A PESSOA ATÉ DOZE Parágrafo único. A GARANTIA DE
ANOS DE IDADE INCOMPLETOS, E PRIORIDADE COMPREENDE:
ADOLESCENTE AQUELA ENTRE DOZE E
DEZOITO ANOS DE IDADE. a) primazia de receber proteção e
socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos


serviços públicos ou de relevância pública;

c) preferência na formulação e na
execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos


públicos nas áreas relacionadas com a
proteção à infância e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será


objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão, punido na forma da lei qualquer atentado,
por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais.
INCONPLETOS

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 78
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em § 6 o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um)
conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências acompanhante de sua preferência durante o período do
do bem comum, os direitos e deveres individuais e pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto
coletivos, e a condição peculiar da criança e do imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
adolescente como pessoas em desenvolvimento.
§ 7 o A gestante deverá receber orientação sobre
Título II aleitamento materno, alimentação complementar
saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem
Dos Direitos Fundamentais como sobre formas de favorecer a criação de vínculos
afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da
criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Capítulo I

§ 8 o A gestante tem direito a acompanhamento


Do Direito à Vida e à Saúde
saudável durante toda a gestação e a parto natural
cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a e outras intervenções cirúrgicas por motivos
proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
políticas sociais públicas que permitam o
nascimento e o desenvolvimento sadio e
§ 9 o A atenção primária à saúde fará a busca ativa
harmonioso, em condições dignas de existência.
da gestante que não iniciar ou que abandonar as
consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não
Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres o comparecer às consultas pós-parto. (Incluído pela Lei nº
acesso aos programas e às políticas de saúde da 13.257, de 2016)
mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes,
nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à
parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal
gestante e à mulher com filho na primeira infância que
e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de
se encontrem sob custódia em unidade de privação de
Saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
liberdade, ambiência que atenda às normas sanitárias e
assistenciais do Sistema Único de Saúde para o
§ 1 o O atendimento pré-natal será realizado por acolhimento do filho, em articulação com o sistema de
profissionais da atenção primária. ensino competente, visando ao desenvolvimento
integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
§ 2 o Os profissionais de saúde de referência da 2016)
gestante garantirão sua vinculação, no último trimestre
da gestação, ao estabelecimento em que será realizado Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de
o parto, garantido o direito de opção da Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser
mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de
fevereiro, com o objetivo de disseminar informações
§ 3 o Os serviços de saúde onde o parto for sobre medidas preventivas e educativas que contribuam
realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos para a redução da incidência da gravidez na
recém-nascidos alta hospitalar responsável e adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
contrarreferência na atenção primária, bem como o
acesso a outros serviços e a grupos de apoio à Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar
amamentação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de o disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do
2016) poder público, em conjunto com organizações da
sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente ao
§ 4 o Incumbe ao poder público proporcionar público adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
assistência psicológica à gestante e à mãe, no período
pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou Art. 9º O poder público, as instituições e os
minorar as consequências do estado empregadores propiciarão condições adequadas ao
puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
2009) Vigência submetidas a medida privativa de liberdade.

§ 5 o A assistência referida no § 4 o deste artigo § 1 o Os profissionais das unidades primárias de


deverá ser prestada também a gestantes e mães que saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou
manifestem interesse em entregar seus filhos para coletivas, visando ao planejamento, à implementação e
adoção, bem como a gestantes e mães que se à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao
encontrem em situação de privação de aleitamento materno e à alimentação complementar
liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) saudável, de forma contínua.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 79
§ 2 o Os serviços de unidades de terapia intensiva g) toxoplasmose congênita;
neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou
unidade de coleta de leite humano. II – etapa 2:

Art. 10. Os hospitais e demais a) galactosemias;


estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes,
públicos e particulares, são obrigados a: b) aminoacidopatias;

I - manter registro das atividades desenvolvidas, c) distúrbios do ciclo da ureia;


através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito
anos;
d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos
graxos;
II - identificar o recém-nascido mediante o registro
de sua impressão plantar e digital e da impressão digital
da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas III – etapa 3: doenças lisossômicas;
pela autoridade administrativa competente;
IV – etapa 4: imunodeficiências primárias;
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e
terapêutica de anormalidades no metabolismo do V – etapa 5: atrofia muscular espinhal.
recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
§ 2º A delimitação de doenças a serem
IV - fornecer declaração de nascimento onde rastreadas pelo teste do pezinho, no âmbito do PNTN,
constem necessariamente as intercorrências do parto e será revisada periodicamente, com base em evidências
do desenvolvimento do neonato; científicas, considerados os benefícios do rastreamento,
do diagnóstico e do tratamento precoce, priorizando as
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao doenças com maior prevalência no País, com protocolo
neonato a permanência junto à mãe. de tratamento aprovado e com tratamento incorporado
no Sistema Único de Saúde.
VI - acompanhar a prática do processo de
amamentação, prestando orientações quanto à técnica § 3º O rol de doenças constante do § 1º deste
adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade artigo poderá ser expandido pelo poder público com
hospitalar, utilizando o corpo técnico já base nos critérios estabelecidos no § 2º deste
existente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de artigo. (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência
2017) (Vigência)
§ 4º Durante os atendimentos de pré-natal e de
§ 1º Os testes para o rastreamento de doenças puerpério imediato, os profissionais de saúde devem
no recém-nascido serão disponibilizados pelo Sistema informar a gestante e os acompanhantes sobre a
Único de Saúde, no âmbito do Programa Nacional de importância do teste do pezinho e sobre as eventuais
Triagem Neonatal (PNTN), na forma da regulamentação diferenças existentes entre as modalidades oferecidas
elaborada pelo Ministério da Saúde, com no Sistema Único de Saúde e na rede privada de
implementação de forma escalonada, de acordo com a saúde.
seguinte ordem de progressão: (Incluído pela Lei nº
14.154, de 2021) Vigência Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas
de cuidado voltadas à saúde da criança e do
I – etapa 1: adolescente, por intermédio do Sistema Único de
Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a
ações e serviços para promoção, proteção e
a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias; recuperação da saúde.

b) hipotireoidismo congênito; § 1 o A criança e o adolescente com deficiência


serão atendidos, sem discriminação ou segregação, em
c) doença falciforme e outras suas necessidades gerais de saúde e específicas de
hemoglobinopatias; habilitação e reabilitação.

d) fibrose cística; § 2 o Incumbe ao poder público fornecer


gratuitamente, àqueles que necessitarem,
e) hiperplasia adrenal congênita; medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias
assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou
f) deficiência de biotinidase; reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 80
com as linhas de cuidado voltadas às suas § 3 o A atenção odontológica à criança terá função
necessidades específicas. educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes
de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-
§ 3 o Os profissionais que atuam no cuidado diário natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo
ou frequente de crianças na primeira infância receberão anos de vida, com orientações sobre saúde
formação específica e permanente para a detecção de bucal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem
como para o acompanhamento que se fizer § 4 o A criança com necessidade de cuidados
necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) odontológicos especiais será atendida pelo Sistema
Único de Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à
saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia § 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças,
intensiva e de cuidados intermediários, deverão nos seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo
proporcionar condições para a permanência em tempo ou outro instrumento construído com a finalidade de
integral de um dos pais ou responsável, nos casos de facilitar a detecção, em consulta pediátrica de
internação de criança ou adolescente. (Redação dada acompanhamento da criança, de risco para o seu
pela Lei nº 13.257, de 2016) desenvolvimento psíquico.

Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de Capítulo II


castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de
maus-tratos contra criança ou adolescente serão Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da
respectiva localidade, sem prejuízo de outras
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à
providências legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas
de 2014)
humanas em processo de desenvolvimento e como
sujeitos de direitos civis, humanos e sociais
§ 1 o As gestantes ou mães que manifestem garantidos na Constituição e nas leis.
interesse em entregar seus filhos para adoção serão
obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, Art. 16. O direito à liberdade compreende os
à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei seguintes aspectos:
nº 13.257, de 2016)
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
§ 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes comunitários, ressalvadas as restrições legais;
portas de entrada, os serviços de assistência social em
seu componente especializado, o Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (Creas) e os II - opinião e expressão;
demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da
Criança e do Adolescente deverão conferir máxima III - crença e culto religioso;
prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária
da primeira infância com suspeita ou confirmação de IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
violência de qualquer natureza, formulando projeto
terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, V - participar da vida familiar e comunitária, sem
se necessário, acompanhamento domiciliar. discriminação;

Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá VI - participar da vida política, na forma da lei;
programas de assistência médica e odontológica para a
prevenção das enfermidades que ordinariamente
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
afetam a população infantil, e campanhas de educação
sanitária para pais, educadores e alunos.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na
inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da
§ 1 o É obrigatória a vacinação das criança e do adolescente, abrangendo a preservação da
crianças nos casos recomendados pelas imagem, da identidade, da autonomia, dos valores,
autoridades sanitárias. idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

§ 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade
atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de
forma transversal, integral e intersetorial com as demais qualquer tratamento desumano, violento,
linhas de cuidado direcionadas à mulher e à aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

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Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito V - advertência.
de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico
ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de VI - garantia de tratamento de saúde
correção, disciplina, educação ou qualquer outro especializado à vítima.
pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família
ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos Parágrafo único. As medidas previstas neste
executores de medidas socioeducativas ou por qualquer artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá- prejuízo de outras providências legais.
los ou protegê-los.
Capítulo III
Parágrafo único. Para os fins desta Lei,
considera-se:
Do Direito à Convivência Familiar e
Comunitária
I - castigo físico: ação de natureza
disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da Seção I
força física sobre a criança ou o adolescente
que resulte em: Disposições Gerais

a) sofrimento físico; ou Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser


criado e educado no seio de sua família e,
excepcionalmente, em família substituta, assegurada a
b) lesão; convivência familiar e comunitária, em ambiente que
garanta seu desenvolvimento integral.
II - tratamento cruel ou degradante:
conduta ou forma cruel de tratamento em § 1 o Toda criança ou adolescente que estiver
relação à criança ou ao adolescente que: inserido em programa de acolhimento familiar ou
institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a
a) humilhe; ou cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judiciária
competente, com base em relatório elaborado por
equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de
b) ameace gravemente; ou
forma fundamentada pela possibilidade de reintegração
familiar ou pela colocação em família substituta, em
c) ridicularize.
quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família
ampliada, os responsáveis, os agentes públicos
executores de medidas socioeducativas ou qualquer § 2 o A permanência da criança e do adolescente
pessoa encarregada de cuidar de crianças e de em programa de acolhimento institucional não se
adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo
utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou comprovada necessidade que atenda ao seu superior
degradante como formas de correção, disciplina, interesse, devidamente fundamentada pela autoridade
educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes
medidas, que serão aplicadas de acordo com a § 3 o A manutenção ou a reintegração de criança
gravidade do caso: ou adolescente à sua família terá preferência em
relação a qualquer outra providência, caso em que será
I - encaminhamento a programa oficial ou esta incluída em serviços e programas de proteção,
comunitário de proteção à família; apoio e promoção, nos termos do § 1 o do art. 23, dos
incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou do caput do art. 129 desta Lei.
psiquiátrico;
§ 4 o Será garantida a convivência da criança e do
III - encaminhamento a cursos ou programas de adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por
orientação; meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou,
nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade
responsável, independentemente de autorização
IV - obrigação de encaminhar a criança a judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
tratamento especializado;

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§ 5 o Será garantida a convivência integral da § 7 o Os detentores da guarda possuem o prazo
criança com a mãe adolescente que estiver em de 15 (quinze) dias para propor a ação de adoção,
acolhimento institucional. contado do dia seguinte à data do término do estágio de
convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6 o A mãe adolescente será assistida por equipe
especializada multidisciplinar.
§ 8 o Na hipótese de desistência pelos genitores -
manifestada em audiência ou perante a equipe
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interprofissional - da entrega da criança após o
interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou nascimento, a criança será mantida com os genitores, e
logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da será determinado pela Justiça da Infância e da
Infância e da Juventude. Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de
180 (cento e oitenta) dias.
§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe
interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, § 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o
que apresentará relatório à autoridade judiciária, nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta
considerando inclusive os eventuais efeitos do estado Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
gestacional e puerperal.
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-
§ 2 o De posse do relatório, a autoridade judiciária nascidos e crianças acolhidas não procuradas por suas
poderá determinar o encaminhamento da gestante ou famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do
mãe, mediante sua expressa concordância, à rede dia do acolhimento.
pública de saúde e assistência social para atendimento
especializado. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa
de acolhimento institucional ou familiar poderão
§ 3 o A busca à família extensa, conforme definida participar de programa de apadrinhamento.
nos termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei,
respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias,
§ 1 o O apadrinhamento consiste em estabelecer
prorrogável por igual período.
e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos
externos à instituição para fins de convivência familiar e
§ 4 o Na hipótese de não haver a indicação do comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento
genitor e de não existir outro representante da família nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional
extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária e financeiro.
competente deverá decretar a extinção do poder familiar
e determinar a colocação da criança sob a guarda
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas
provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de
maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos
entidade que desenvolva programa de acolhimento
cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos
familiar ou institucional.
exigidos pelo programa de apadrinhamento de que
fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 5 o Após o nascimento da criança, a vontade da
mãe ou de ambos os genitores, se houver pai registral
§ 3 o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança
ou pai indicado, deve ser manifestada na audiência a
ou adolescente a fim de colaborar para o seu
que se refere o § 1 o do art. 166 desta Lei, garantido o
desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
sigilo sobre a entrega.
§ 4 o O perfil da criança ou do adolescente a ser
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à
apadrinhado será definido no âmbito de cada programa
audiência nem o genitor nem representante da família
de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou
extensa para confirmar a intenção de exercer o poder
adolescentes com remota possibilidade de reinserção
familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá
familiar ou colocação em família adotiva.
o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob
a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-
§ 5 o Os programas ou serviços de
la. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância e da
Juventude poderão ser executados por órgãos públicos
ou por organizações da sociedade civil.

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§ 6 o Se ocorrer violação das regras de Seção II
apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e
pelos serviços de acolhimento deverão imediatamente Da Família Natural
notificar a autoridade judiciária competente.
ART. 25. ENTENDE-SE POR FAMÍLIA
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do NATURAL A COMUNIDADE FORMADA PELOS
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e PAIS OU QUALQUER DELES E SEUS
qualificações, proibidas quaisquer designações
DESCENDENTES.
discriminatórias relativas à filiação.

Art. 21. O pátrio poder poder familiar será Parágrafo único. Entende-se por família
exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela extensa ou ampliada aquela que se estende
mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, para além da unidade pais e filhos ou da
assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de unidade do casal, formada por parentes
discordância, recorrer à autoridade judiciária
competente para a solução da divergência. (Expressão próximos com os quais a criança ou
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adolescente convive e mantém vínculos de
afinidade e afetividade.
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento,
guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento
ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou
fazer cumprir as determinações judiciais. separadamente, no próprio termo de nascimento,
por testamento, mediante escritura ou outro
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os documento público, qualquer que seja a origem da
responsáveis, têm direitos iguais e deveres e filiação.
responsabilidades compartilhados no cuidado e na
educação da criança, devendo ser resguardado o direito Parágrafo único. O reconhecimento pode
de transmissão familiar de suas crenças e culturas, preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao
assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta falecimento, se deixar descendentes.
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais direito personalíssimo, indisponível e imprescritível,
não constitui motivo suficiente para a perda ou a podendo ser exercitado contra os pais ou seus
suspensão do pátrio poder poder familiar . (Expressão herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de Justiça.

§ 1 o Não existindo outro motivo que por si só Seção III


autorize a decretação da medida, a criança ou o
adolescente será mantido em sua família de origem, a Da Família Substituta
qual deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e
programas oficiais de proteção, apoio e
Subseção I
promoção. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

Disposições Gerais
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não
implicará a destituição do poder familiar, exceto na
hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á
de reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente
poder familiar ou contra filho, filha ou outro da situação jurídica da criança ou adolescente, nos
descendente. termos desta Lei.

Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio § 1 o Sempre que possível, a criança ou o


poder poder familiar serão decretadas judicialmente, adolescente será previamente ouvido por equipe
em procedimento contraditório, nos casos previstos na interprofissional, respeitado seu estágio de
legislação civil, bem como na hipótese de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações implicações da medida, e terá sua opinião devidamente
a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº considerada. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 84
§ 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de Art. 31. A colocação em família substituta
idade, será necessário seu consentimento, colhido em estrangeira constitui medida excepcional, somente
audiência. admissível na modalidade de adoção.

§ 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o


o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de responsável prestará compromisso de bem e fielmente
afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.
decorrentes da medida.
Subseção II
§ 4 o Os grupos de irmãos serão colocados sob
adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, Da Guarda
ressalvada a comprovada existência de risco de abuso
ou outra situação que justifique plenamente a Art. 33. A guarda obriga a prestação de
excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, assistência material, moral e educacional à criança ou
em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-
vínculos fraternais. se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 5 o A colocação da criança ou adolescente em
família substituta será precedida de sua preparação § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de
gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente,
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de
e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos adoção por estrangeiros.
técnicos responsáveis pela execução da política
municipal de garantia do direito à convivência
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora
dos casos de tutela e adoção, para atender a situações
peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou
§ 6 o Em se tratando de criança ou adolescente responsável, podendo ser deferido o direito de
indígena ou proveniente de comunidade remanescente representação para a prática de atos determinados.
de quilombo, é ainda obrigatório:
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
I - que sejam consideradas e respeitadas sua condição de dependente, para todos os fins e efeitos de
identidade social e cultural, os seus costumes e direito, inclusive previdenciários.
tradições, bem como suas instituições, desde que não
sejam incompatíveis com os direitos fundamentais
reconhecidos por esta Lei e pela Constituição § 4 o Salvo expressa e fundamentada
Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência determinação em contrário, da autoridade judiciária
competente, ou quando a medida for aplicada em
preparação para adoção, o deferimento da guarda de
II - que a colocação familiar ocorra criança ou adolescente a terceiros não impede o
prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o
membros da mesma etnia; dever de prestar alimentos, que serão objeto de
regulamentação específica, a pedido do interessado ou
III - a intervenção e oitiva de representantes do do Ministério Público.
órgão federal responsável pela política indigenista, no
caso de crianças e adolescentes indígenas, e de Art. 34. O poder público estimulará, por meio de
antropólogos, perante a equipe interprofissional ou assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o
multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Incluído acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adolescente afastado do convívio familiar.

Art. 29. Não se deferirá colocação em família § 1 o A inclusão da criança ou adolescente em


substituta a pessoa que revele, por qualquer modo,
programas de acolhimento familiar terá preferência a
incompatibilidade com a natureza da medida ou não
seu acolhimento institucional, observado, em qualquer
ofereça ambiente familiar adequado. caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos
termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Art. 30. A colocação em família substituta não
admitirá transferência da criança ou adolescente a § 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a pessoa ou
terceiros ou a entidades governamentais ou não- casal cadastrado no programa de acolhimento familiar
governamentais, sem autorização judicial. poderá receber a criança ou adolescente mediante
guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 3 o A União apoiará a implementação de Subseção IV
serviços de acolhimento em família acolhedora como
política pública, os quais deverão dispor de equipe que Da Adoção
organize o acolhimento temporário de crianças e de
adolescentes em residências de famílias selecionadas, Art. 39. A adoção de criança e de adolescente
capacitadas e acompanhadas que não estejam no reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
cadastro de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
2016)
§ 1 o A adoção é medida excepcional e
irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando
§ 4 o Poderão ser utilizados recursos federais, esgotados os recursos de manutenção da criança
estaduais, distritais e municipais para a manutenção dos ou adolescente na família natural ou extensa, na
serviços de acolhimento em família acolhedora, forma do parágrafo único do art. 25 desta
facultando-se o repasse de recursos para a própria Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
família acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
2016)
§ 2 O É VEDADA A ADOÇÃO POR
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer PROCURAÇÃO.
tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o
Ministério Público. § 3 o Em caso de conflito entre direitos e
interesses do adotando e de outras pessoas, inclusive
Subseção III seus pais biológicos, devem prevalecer os direitos e os
interesses do adotando.
Da Tutela
ART. 40. O ADOTANDO DEVE CONTAR
Art. 36. A tutela será deferida, nos COM, NO MÁXIMO, DEZOITO ANOS À DATA
termos da lei civil, a pessoa de até 18 DO PEDIDO, SALVO SE JÁ ESTIVER SOB A
(dezoito) anos incompletos. GUARDA OU TUTELA DOS ADOTANTES.

Parágrafo único. O deferimento da tutela Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao
pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive
do pátrio poder poder familiar e implica sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais
necessariamente o dever de guarda. (Expressão e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o
qualquer documento autêntico, conforme previsto no adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os
parágrafo único do art. 1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de respectivos parentes.
janeiro de 2002 - Código Civil , deverá, no prazo de 30
(trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com § 2º É recíproco o direito sucessório entre o
pedido destinado ao controle judicial do ato, observando adotado, seus descendentes, o adotante, seus
o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau,
Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de observada a ordem de vocação hereditária.
2009) Vigência
ART. 42. PODEM ADOTAR OS MAIORES DE
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão 18 (DEZOITO) ANOS, INDEPENDENTEMENTE DO
observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 ESTADO CIVIL.
desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa
indicada na disposição de última vontade, se restar
comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e § 1º NÃO PODEM ADOTAR OS
que não existe outra pessoa em melhores condições de ASCENDENTES E OS IRMÃOS DO ADOTANDO.
assumi-la. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 2 o Para adoção conjunta, é indispensável que
os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto união estável, comprovada a estabilidade da
no art. 24. família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 86

§ 3º O ADOTANTE HÁ DE SER, PELO que seja possível avaliar a conveniência da constituição


MENOS, DEZESSEIS ANOS MAIS VELHO DO do vínculo.
QUE O ADOTANDO.
§ 2 o A simples guarda de fato não autoriza, por si
só, a dispensa da realização do estágio de convivência.
§ 4 o Os divorciados, os judicialmente separados e
os ex-companheiros podem adotar conjuntamente,
§ 2 o -A. O prazo máximo estabelecido
contanto que acordem sobre a guarda e o regime de
no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual
visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido
período, mediante decisão fundamentada da autoridade
iniciado na constância do período de convivência e que
judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
seja comprovada a existência de vínculos de afinidade
e afetividade com aquele não detentor da guarda, que
justifiquem a excepcionalidade da § 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal
concessão. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de residente ou domiciliado fora do País, o estágio de
2009) Vigência convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no
máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até
igual período, uma única vez, mediante decisão
§ 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde que
fundamentada da autoridade judiciária. (Redação dada
demonstrado efetivo benefício ao adotando, será
pela Lei nº 13.509, de 2017)
assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto
no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002
- Código Civil . (Redação dada pela Lei nº 12.010, de § 3 o -A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste
2009) Vigência artigo, deverá ser apresentado laudo fundamentado
pela equipe mencionada no § 4 o deste artigo, que
§ 6 o A adoção poderá ser deferida ao adotante recomendará ou não o deferimento da adoção à
que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a autoridade judiciária.
falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a
sentença. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 4 o O estágio de convivência será acompanhado
2009) Vigência
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da
Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar dos técnicos responsáveis pela execução da política de
reais vantagens para o adotando e fundar-se em garantia do direito à convivência familiar, que
motivos legítimos. apresentarão relatório minucioso acerca da
conveniência do deferimento da medida.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua
administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor § 5 o O estágio de convivência será cumprido no
ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado. território nacional, preferencialmente na comarca de
residência da criança ou adolescente, ou, a critério do
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer
pais ou do representante legal do adotando. hipótese, a competência do juízo da comarca de
residência da criança.
§ 1º. O consentimento será dispensado em
relação à criança ou adolescente cujos pais sejam Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por
desconhecidos ou tenham sido destituídos do pátrio sentença judicial, que será inscrita no registro civil
poder poder familiar . (Expressão substituída pela Lei nº mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze como pais, bem como o nome de seus ascendentes.
anos de idade, será também necessário o seu
consentimento. § 2º O mandado judicial, que será arquivado,
cancelará o registro original do adotado.
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de
convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo § 3 o A pedido do adotante, o novo registro poderá
máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de
criança ou adolescente e as peculiaridades do sua residência.
caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4 o Nenhuma observação sobre a origem do ato
§ 1 o O estágio de convivência poderá ser poderá constar nas certidões do registro. (Redação
dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
guarda legal do adotante durante tempo suficiente para

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 87
§ 5 o A sentença conferirá ao adotado o nome do § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após
adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido
determinar a modificação do prenome. (Redação dada o Ministério Público.
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado
§ 6 o Caso a modificação de prenome seja não satisfizer os requisitos legais, ou verificada qualquer
requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do das hipóteses previstas no art. 29.
adotando, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art.
28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de § 3 o A inscrição de postulantes à adoção será
2009) Vigência precedida de um período de preparação psicossocial e
jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da
§ 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio
trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto na dos técnicos responsáveis pela execução da política
hipótese prevista no § 6 o do art. 42 desta Lei, caso em municipal de garantia do direito à convivência
que terá força retroativa à data do óbito. (Incluído pela familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4 o Sempre que possível e recomendável, a
o
§ 8 O processo relativo à adoção assim como preparação referida no § 3 o deste artigo incluirá o
outros a ele relacionados serão mantidos em arquivo, contato com crianças e adolescentes em acolhimento
admitindo-se seu armazenamento em microfilme ou por familiar ou institucional em condições de serem
outros meios, garantida a sua conservação para adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão
consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010, e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e
de 2009) Vigência da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis
pelo programa de acolhimento e pela execução da
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos política municipal de garantia do direito à convivência
de adoção em que o adotando for criança ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adolescente com deficiência ou com doença
crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014) § 5 o Serão criados e implementados cadastros
estaduais e nacional de crianças e adolescentes em
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de condições de serem adotados e de pessoas ou casais
adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
uma única vez por igual período, mediante decisão 2009) Vigência
fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017) § 6 o Haverá cadastros distintos para pessoas ou
casais residentes fora do País, que somente serão
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua consultados na inexistência de postulantes nacionais
origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito habilitados nos cadastros mencionados no § 5 o deste
ao processo no qual a medida foi aplicada e seus artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito)
anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de § 7 o As autoridades estaduais e federais em
2009) Vigência matéria de adoção terão acesso integral aos cadastros,
incumbindo-lhes a troca de informações e a cooperação
Parágrafo único. O acesso ao processo de mútua, para melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº
adoção poderá ser também deferido ao adotado menor 12.010, de 2009) Vigência
de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada
orientação e assistência jurídica e psicológica. (Incluído § 8 o A autoridade judiciária providenciará, no
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das
crianças e adolescentes em condições de serem
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece adotados que não tiveram colocação familiar na
o pátrio poder poder familiar dos pais comarca de origem, e das pessoas ou casais que
naturais. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de tiveram deferida sua habilitação à adoção nos cadastros
2009) Vigência estadual e nacional referidos no § 5 o deste artigo, sob
pena de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010,
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada de 2009) Vigência
comarca ou foro regional, um registro de crianças e
adolescentes em condições de serem adotados e outro § 9 o Compete à Autoridade Central Estadual zelar
de pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei nº pela manutenção e correta alimentação dos cadastros,
12.010, de 2009) Vigência com posterior comunicação à Autoridade Central

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 88
Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Art. 51. Considera-se adoção internacional
2009) Vigência aquela na qual o pretendente possui residência habitual
em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação
ausência de pretendentes habilitados residentes no em Matéria de Adoção Internacional, promulgada
País com perfil compatível e interesse manifesto pela pelo Decreto n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja
adoção de criança ou adolescente inscrito nos adotar criança em outro país-parte da
cadastros existentes, será realizado o encaminhamento Convenção. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
da criança ou adolescente à adoção 2017)
internacional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017) § 1 o A adoção internacional de criança ou
adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal terá lugar quando restar comprovado: (Redação dada
interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente, pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sempre que possível e recomendável, será colocado
sob guarda de família cadastrada em programa de I - que a colocação em família adotiva é a solução
acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de adequada ao caso concreto; (Redação dada pela Lei nº
2009) Vigência 13.509, de 2017)

§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação II - que foram esgotadas todas as possibilidades


criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas de colocação da criança ou adolescente em família
pelo Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de adotiva brasileira, com a comprovação, certificada nos
2009) Vigência autos, da inexistência de adotantes habilitados
residentes no Brasil com perfil compatível com a criança
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em ou adolescente, após consulta aos cadastros
favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado mencionados nesta Lei; (Redação dada pela Lei nº
previamente nos termos desta Lei quando: (Incluído 13.509, de 2017)
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - que, em se tratando de adoção de
I - se tratar de pedido de adoção adolescente, este foi consultado, por meios adequados
unilateral; (Incluído pela Lei nº 12.010, de ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra
2009) Vigência preparado para a medida, mediante parecer elaborado
por equipe interprofissional, observado o disposto nos
§§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº
II - for formulada por parente com o qual a criança
12.010, de 2009) Vigência
ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e
afetividade; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 2 o Os brasileiros residentes no exterior terão
preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção
internacional de criança ou adolescente
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou
brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou
2009) Vigência
adolescente, desde que o lapso de tempo de
convivência comprove a fixação de laços de afinidade e
afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má- § 3 o A adoção internacional pressupõe a
fé ou qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e
238 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Federal em matéria de adoção internacional. (Redação
2009) Vigência dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste § 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de


artigo, o candidato deverá comprovar, no curso do 2009) Vigência
procedimento, que preenche os requisitos necessários
à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei Art. 52. A adoção internacional observará o
nº 12.010, de 2009) Vigência procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei,
com as seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a nº 12.010, de 2009) Vigência
pessoas interessadas em adotar criança ou adolescente
com deficiência, com doença crônica ou com I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em
necessidades específicas de saúde, além de grupo de adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá
irmãos. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) formular pedido de habilitação à adoção perante a
Autoridade Central em matéria de adoção internacional

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 89
no país de acolhida, assim entendido aquele onde está § 1 o Se a legislação do país de acolhida assim o
situada sua residência habitual; (Incluída pela Lei nº autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação à
12.010, de 2009) Vigência adoção internacional sejam intermediados por
organismos credenciados. (Incluída pela Lei nº 12.010,
II - se a Autoridade Central do país de acolhida de 2009) Vigência
considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos
para adotar, emitirá um relatório que contenha § 2 o Incumbe à Autoridade Central Federal
informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e Brasileira o credenciamento de organismos nacionais e
adequação dos solicitantes para adotar, sua situação estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de
pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos habilitação à adoção internacional, com posterior
que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e
internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio
2009) Vigência próprio da internet. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
III - a Autoridade Central do país de acolhida
enviará o relatório à Autoridade Central Estadual, com § 3 o Somente será admissível o credenciamento
cópia para a Autoridade Central Federal de organismos que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de
Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
I - sejam oriundos de países que ratificaram a
IV - o relatório será instruído com toda a Convenção de Haia e estejam devidamente
documentação necessária, incluindo estudo credenciados pela Autoridade Central do país onde
psicossocial elaborado por equipe interprofissional estiverem sediados e no país de acolhida do adotando
habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente, para atuar em adoção internacional no Brasil; (Incluída
acompanhada da respectiva prova de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
vigência; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - satisfizerem as condições de integridade
V - os documentos em língua estrangeira serão moral, competência profissional, experiência e
devidamente autenticados pela autoridade consular, responsabilidade exigidas pelos países respectivos e
observados os tratados e convenções internacionais, e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída
acompanhados da respectiva tradução, por tradutor pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
público juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência III - forem qualificados por seus padrões éticos e
sua formação e experiência para atuar na área de
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer adoção internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
exigências e solicitar complementação sobre o estudo 2009) Vigência
psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já
realizado no país de acolhida; (Incluída pela Lei nº IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo
12.010, de 2009) Vigência ordenamento jurídico brasileiro e pelas normas
estabelecidas pela Autoridade Central Federal
VII - verificada, após estudo realizado pela Brasileira. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da 2009) Vigência
legislação estrangeira com a nacional, além do
preenchimento por parte dos postulantes à medida dos § 4 o Os organismos credenciados deverão
requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu ainda: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da
legislação do país de acolhida, será expedido laudo de I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas
habilitação à adoção internacional, que terá validade condições e dentro dos limites fixados pelas autoridades
por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluída pela Lei nº 12.010, competentes do país onde estiverem sediados, do país
de 2009) Vigência de acolhida e pela Autoridade Central Federal
Brasileira;
VIII - de posse do laudo de habilitação, o
interessado será autorizado a formalizar pedido de II - ser dirigidos e administrados por pessoas
adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do qualificadas e de reconhecida idoneidade moral, com
local em que se encontra a criança ou adolescente, comprovada formação ou experiência para atuar na
conforme indicação efetuada pela Autoridade Central área de adoção internacional, cadastradas pelo
Estadual. (Incluída pela Lei nº 12.010, de Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela
2009) Vigência
Autoridade Central Federal Brasileira, mediante
publicação de portaria do órgão federal competente;

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 90
III - estar submetidos à supervisão das peculiares, assim como foto recente e a aposição da
autoridades competentes do país onde estiverem impressão digital do seu polegar direito, instruindo o
sediados e no país de acolhida, inclusive quanto à sua documento com cópia autenticada da decisão e certidão
composição, funcionamento e situação de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
financeira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira
IV - apresentar à Autoridade Central Federal poderá, a qualquer momento, solicitar informações
Brasileira, a cada ano, relatório geral das atividades sobre a situação das crianças e adolescentes
desenvolvidas, bem como relatório de adotados (Incluído pela Lei nº 12.010, de
acompanhamento das adoções internacionais 2009) Vigência
efetuadas no período, cuja cópia será encaminhada ao
Departamento de Polícia Federal; (Incluída pela Lei nº § 11. A cobrança de valores por parte dos
12.010, de 2009) Vigência organismos credenciados, que sejam considerados
abusivos pela Autoridade Central Federal Brasileira e
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a que não estejam devidamente comprovados, é causa de
Autoridade Central Estadual, com cópia para a seu descredenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período 2009) Vigência
mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será
mantido até a juntada de cópia autenticada do registro § 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não
civil, estabelecendo a cidadania do país de acolhida podem ser representados por mais de uma entidade
para o adotado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de credenciada para atuar na cooperação em adoção
2009) Vigência internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
VI - tomar as medidas necessárias para garantir
que os adotantes encaminhem à Autoridade Central § 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou
Federal Brasileira cópia da certidão de registro de domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1
nascimento estrangeira e do certificado de (um) ano, podendo ser renovada. (Incluído pela Lei nº
nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos. (Incluída 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 14. É vedado o contato direto de representantes
§ 5 o A não apresentação dos relatórios referidos de organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros,
no § 4 o deste artigo pelo organismo credenciado poderá com dirigentes de programas de acolhimento
acarretar a suspensão de seu institucional ou familiar, assim como com crianças e
credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de adolescentes em condições de serem adotados, sem a
2009) Vigência devida autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
§ 6 o O credenciamento de organismo nacional ou
estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de § 15. A Autoridade Central Federal Brasileira
adoção internacional terá validade de 2 (dois) poderá limitar ou suspender a concessão de novos
anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência credenciamentos sempre que julgar necessário,
mediante ato administrativo fundamentado. (Incluído
§ 7 o A renovação do credenciamento poderá ser pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
concedida mediante requerimento protocolado na
Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) Art. 52-A. É vedado, sob pena de
dias anteriores ao término do respectivo prazo de responsabilidade e descredenciamento, o repasse de
validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência recursos provenientes de organismos estrangeiros
encarregados de intermediar pedidos de adoção
§ 8 o Antes de transitada em julgado a decisão que internacional a organismos nacionais ou a pessoas
concedeu a adoção internacional, não será permitida a físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
saída do adotando do território nacional. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Eventuais repasses somente
poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da
§ 9 o Transitada em julgado a decisão, a Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às
autoridade judiciária determinará a expedição de alvará deliberações do respectivo Conselho de Direitos da
com autorização de viagem, bem como para obtenção Criança e do Adolescente (Incluído pela Lei nº 12.010,
de passaporte, constando, obrigatoriamente, as de 2009) Vigência
características da criança ou adolescente adotado,
como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 91
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no
exterior em país ratificante da Convenção de Haia, cujo
processo de adoção tenha sido processado em
conformidade com a legislação vigente no país de
residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo
17 da referida Convenção, será automaticamente Capítulo IV
recepcionada com o reingresso no Brasil. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao
Lazer
§ 1 o Caso não tenha sido atendido o disposto na
Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a Art. 53. A criança e o adolescente têm
sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de direito à educação, visando ao pleno
Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência desenvolvimento de sua pessoa, preparo
para o exercício da cidadania e qualificação
§ 2 o O pretendente brasileiro residente no exterior
em país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez para o trabalho, assegurando-se-lhes:
reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação
da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de I - igualdade de condições para o acesso e
Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência permanência na escola;

Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o II - direito de ser respeitado por seus
Brasil for o país de acolhida, a decisão da autoridade educadores;
competente do país de origem da criança ou do
adolescente será conhecida pela Autoridade Central III - direito de contestar critérios avaliativos,
Estadual que tiver processado o pedido de habilitação podendo recorrer às instâncias escolares
dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade superiores;
Central Federal e determinará as providências
necessárias à expedição do Certificado de IV - direito de organização e participação em
Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, entidades estudantis;
de 2009) Vigência
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima
§ 1 o A Autoridade Central Estadual, ouvido o de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo
Ministério Público, somente deixará de reconhecer os estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma
efeitos daquela decisão se restar demonstrado que a etapa ou ciclo de ensino da educação
adoção é manifestamente contrária à ordem pública ou básica. (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019)
não atende ao interesse superior da criança ou do
adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência Parágrafo único. É direito dos pais ou
responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem
como participar da definição das propostas
§ 2 o Na hipótese de não reconhecimento da educacionais.
adoção, prevista no § 1 o deste artigo, o Ministério
Público deverá imediatamente requerer o que for de
direito para resguardar os interesses da criança ou do Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes
adolescente, comunicando-se as providências à e agremiações recreativas e de estabelecimentos
Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação à congêneres assegurar medidas de conscientização,
Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência de
Central do país de origem. (Incluído pela Lei nº 12.010, drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
de 2009) Vigência
ART. 54. É DEVER DO ESTADO
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o ASSEGURAR À CRIANÇA E AO
Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha sido ADOLESCENTE:
deferida no país de origem porque a sua legislação a
delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de,
mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser I - ensino fundamental, obrigatório e
oriundo de país que não tenha aderido à Convenção gratuito, inclusive para os que a ele não
referida, o processo de adoção seguirá as regras da tiveram acesso na idade própria;
adoção nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
II - progressiva extensão da obrigatoriedade
e gratuidade ao ensino médio;

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 92

III - atendimento educacional Art. 55. Os pais ou responsável têm a


especializado aos portadores de deficiência, obrigação de matricular seus filhos ou
preferencialmente na rede regular de ensino; pupilos na rede regular de ensino.

IV – atendimento em creche e pré-escola


às crianças de zero a cinco anos de idade;

V - acesso aos níveis mais elevados do


ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular,


adequado às condições do adolescente
trabalhador;

VII - atendimento no ensino


fundamental, através de programas
suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas,
saúde. experiências e novas propostas relativas a
calendário, seriação, currículo, metodologia,
§ 1º O ACESSO AO ENSINO didática e avaliação, com vistas à inserção de
OBRIGATÓRIO E GRATUITO É DIREITO crianças e adolescentes excluídos do ensino
fundamental obrigatório.
PÚBLICO SUBJETIVO.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-
ão os valores culturais, artísticos e históricos
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório próprios do contexto social da criança e do
pelo poder público ou sua oferta irregular importa adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da
responsabilidade da autoridade competente. criação e o acesso às fontes de cultura.

§ 3º Compete ao poder público Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados
e da União, estimularão e facilitarão a destinação de
RECENSEAR os educandos no ensino recursos e espaços para programações culturais,
fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a
junto aos pais ou responsável, pela juventude.
freqüência à escola.
Capítulo V

Do Direito à Profissionalização e à Proteção no


Trabalho

ART. 60. É PROIBIDO QUALQUER


TRABALHO A MENORES DE QUATORZE ANOS
DE IDADE, SALVO NA CONDIÇÃO DE
APRENDIZ.

Art. 61. A proteção ao trabalho dos


adolescentes é regulada por legislação especial,
sem prejuízo do disposto nesta Lei.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 93
Art. 62. Considera-se aprendizagem a § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade
formação técnico-profissional ministrada segundo laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao
as diretrizes e bases da legislação de educação em desenvolvimento pessoal e social do educando
vigor. prevalecem sobre o aspecto produtivo.

Art. 63. A formação técnico-profissional § 2º A remuneração que o adolescente recebe


obedecerá aos seguintes princípios: pelo trabalho efetuado ou a participação na venda dos
produtos de seu trabalho não desfigura o caráter
educativo.
I - garantia de acesso e freqüência
obrigatória ao ensino regular; Art. 69. O adolescente tem direito à
profissionalização e à proteção no trabalho, observados
II - atividade compatível com o os seguintes aspectos, entre outros:
desenvolvimento do adolescente;
I - respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento;
III - horário especial para o exercício das
atividades. II - capacitação profissional adequada ao mercado
de trabalho.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze
anos de idade é assegurada bolsa de Título III
aprendizagem.
Da Prevenção
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de
quatorze anos, são assegurados os direitos Capítulo I
trabalhistas e previdenciários.
Disposições Gerais
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência
é assegurado trabalho protegido. Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência
de ameaça ou violação dos direitos da criança e do
Art. 67. Ao adolescente empregado, adolescente.
aprendiz, em regime familiar de trabalho,
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal
aluno de escola técnica, assistido em e os Municípios deverão atuar de forma articulada na
entidade governamental ou não- elaboração de políticas públicas e na execução de
governamental, é vedado trabalho: ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
violentas de educação de crianças e de adolescentes,
I - noturno, realizado entre as vinte e
tendo como principais ações: (Incluído pela Lei nº
duas horas de um dia e as cinco horas do dia 13.010, de 2014)
seguinte;
I - a promoção de campanhas educativas
II - perigoso, insalubre ou penoso; permanentes para a divulgação do direito da criança e
do adolescente de serem educados e cuidados sem o
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
III - realizado em locais prejudiciais à degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos
sua formação e ao seu desenvolvimento humanos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
físico, psíquico, moral e social;
II - a integração com os órgãos do Poder
IV - realizado em horários e locais que Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de
não permitam a freqüência à escola. Direitos da Criança e do Adolescente e com as
entidades não governamentais que atuam na promoção,
Art. 68. O programa social que tenha por base o proteção e defesa dos direitos da criança e do
trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
governamental ou não-governamental sem fins
lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele III - a formação continuada e a capacitação dos
participe condições de capacitação para o exercício de profissionais de saúde, educação e assistência social e
atividade regular remunerada.
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 94
dos demais agentes que atuam na promoção, proteção objetivo de implementar programas de erradicação da
e defesa dos direitos da criança e do adolescente para violência, de tratamento cruel ou degradante e de
o desenvolvimento das competências necessárias à formas violentas de educação, correção ou
prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico
disciplina; (Incluído pela Lei nº 14.344, de
e ao enfrentamento de todas as formas de violência
contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 2022) Vigência
13.010, de 2014)
XI - a capacitação permanente das Polícias Civil
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros,
pacífica de conflitos que envolvam violência contra a dos profissionais nas escolas, dos Conselhos Tutelares
criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas
2014) referidos no inciso II deste caput, para que identifiquem
situações em que crianças e adolescentes vivenciam
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações violência e agressões no âmbito familiar ou
que visem a garantir os direitos da criança e do institucional; (Incluído pela Lei nº 14.344, de
adolescente, desde a atenção pré-natal, e de atividades
2022) Vigência
junto aos pais e responsáveis com o objetivo de
promover a informação, a reflexão, o debate e a
orientação sobre alternativas ao uso de castigo físico ou XII - a promoção de programas educacionais que
de tratamento cruel ou degradante no processo disseminem valores éticos de irrestrito respeito à
educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) dignidade da pessoa humana, bem como de programas
de fortalecimento da parentalidade positiva, da
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais educação sem castigos físicos e de ações de prevenção
para a articulação de ações e a elaboração de planos e enfrentamento da violência doméstica e familiar contra
de atuação conjunta focados nas famílias em situação a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº
de violência, com participação de profissionais de
14.344, de 2022) Vigência
saúde, de assistência social e de educação e de órgãos
de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança
e do adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) XIII - o destaque, nos currículos escolares de
todos os níveis de ensino, dos conteúdos relativos à
VII - a promoção de estudos e pesquisas, de prevenção, à identificação e à resposta à violência
estatísticas e de outras informações relevantes às doméstica e familiar. (Incluído pela Lei nº 14.344, de
consequências e à frequência das formas de violência 2022) Vigência
contra a criança e o adolescente para a sistematização
de dados nacionalmente unificados e a avaliação Parágrafo único. As famílias com crianças e
periódica dos resultados das medidas adolescentes com deficiência terão prioridade de
atendimento nas ações e políticas públicas de
adotadas; (Incluído pela Lei nº 14.344, de prevenção e proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2022) Vigência 2014)

VIII - o respeito aos valores da dignidade da Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que
pessoa humana, de forma a coibir a violência, o atuem nas áreas da saúde e da educação, além
tratamento cruel ou degradante e as formas violentas de daquelas às quais se refere o art. 71 desta Lei, entre
educação, correção ou disciplina; (Incluído pela Lei nº outras, devem contar, em seus quadros, com pessoas
14.344, de 2022) Vigência capacitadas a reconhecer e a comunicar ao Conselho
Tutelar suspeitas ou casos de crimes praticados contra
IX - a promoção e a realização de campanhas a criança e o adolescente. (Redação dada pela Lei
nº 14.344, de 2022) Vigência
educativas direcionadas ao público escolar e à
sociedade em geral e a difusão desta Lei e dos
Parágrafo único. São igualmente responsáveis
instrumentos de proteção aos direitos humanos das pela comunicação de que trata este artigo, as pessoas
crianças e dos adolescentes, incluídos os canais de encarregadas, por razão de cargo, função, ofício,
denúncia existentes; (Incluído pela Lei nº 14.344, de ministério, profissão ou ocupação, do cuidado,
2022) Vigência assistência ou guarda de crianças e adolescentes,
punível, na forma deste Estatuto, o injustificado
X - a celebração de convênios, de protocolos, de retardamento ou omissão, culposos ou
ajustes, de termos e de outros instrumentos de dolosos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
promoção de parceria entre órgãos governamentais ou
entre estes e entidades não governamentais, com o

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 95
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e
informação, cultura, lazer, esportes, diversões, funcionários de empresas que explorem a venda ou
espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. que não haja venda ou locação em desacordo com a
classificação atribuída pelo órgão competente.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não
excluem da prevenção especial outras decorrentes dos Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo
princípios por ela adotados. deverão exibir, no invólucro, informação sobre a
natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção
importará em responsabilidade da pessoa física ou Art. 78. As revistas e publicações contendo
jurídica, nos termos desta Lei. material impróprio ou inadequado a crianças e
adolescentes deverão ser comercializadas em
Capítulo II embalagem lacrada, com a advertência de seu
conteúdo.
Da Prevenção Especial
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as
capas que contenham mensagens pornográficas ou
Seção I
obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao
e Espetáculos
público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações,
fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas
Art. 74. O poder público, através do órgão alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão
competente, regulará as diversões e espetáculos respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da
públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas família.
etárias a que não se recomendem, locais e horários em
que sua apresentação se mostre inadequada.
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos
que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as
e espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível que realizem apostas, ainda que eventualmente,
e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a
informação destacada sobre a natureza do espetáculo e permanência de crianças e adolescentes no local,
a faixa etária especificada no certificado de afixando aviso para orientação do público.
classificação.
Seção II
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá
acesso às diversões e espetáculos públicos
Dos Produtos e Serviços
classificados como adequados à sua faixa etária.

ART. 81. É PROIBIDA A VENDA À


Parágrafo único. As CRIANÇAS
CRIANÇA OU AO ADOLESCENTE DE:
MENORES DE DEZ ANOS somente poderão
ingressar e permanecer nos locais de
I - armas, munições e explosivos;
apresentação ou exibição quando
ACOMPANHADAS DOS PAIS OU
II - bebidas alcoólicas;
RESPONSÁVEL.

Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente III - produtos cujos componentes
exibirão, no horário recomendado para o público infanto possam causar dependência física ou
juvenil, programas com finalidades educativas, psíquica ainda que por utilização indevida;
artísticas, culturais e informativas.
IV - fogos de estampido e de artifício,
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será
apresentado ou anunciado sem aviso de sua exceto aqueles que pelo seu reduzido
classificação, antes de sua transmissão, apresentação potencial sejam incapazes de provocar
ou exibição. qualquer dano físico em caso de utilização
indevida;

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 96

V - revistas e publicações a que alude o Art. 85. Sem prévia e expressa autorização
art. 78; judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido
em território nacional poderá sair do País em
companhia de estrangeiro residente ou domiciliado
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. no exterior.

Art. 82. É proibida a hospedagem de


criança ou adolescente em hotel, motel,
pensão ou estabelecimento congênere, salvo
se autorizado ou acompanhado pelos pais ou
responsável.

Seção III

Da Autorização para Viajar

Art. 83. Nenhuma criança ou


adolescente menor de 16 (dezesseis) anos
poderá viajar para fora da comarca onde
reside desacompanhado dos pais ou dos
responsáveis sem expressa autorização
judicial.

§ 1º A autorização não será exigida quando:

a) tratar-se de comarca contígua à da


residência da criança ou do adolescente menor de
16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da
Federação, ou incluída na mesma região
metropolitana;

b) a criança ou o adolescente menor de 16


(dezesseis) anos estiver acompanhado:

1) de ascendente ou colateral maior, até o


terceiro grau, comprovado documentalmente o
parentesco;

2) de pessoa maior, expressamente autorizada


pelo pai, mãe ou responsável.

§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido


dos pais ou responsável, conceder autorização
válida por dois anos.

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a


autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:

I - estiver acompanhado de ambos os pais ou


responsável;

II - viajar na companhia de um dos pais,


autorizado expressamente pelo outro através de
documento com firma reconhecida.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 97

VIII - piso salarial profissional nacional


para os profissionais da educação escolar
pública, nos termos de lei federal.

IX - garantia do direito à educação e à


aprendizagem ao longo da vida.

Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias


de trabalhadores considerados profissionais da
CAPÍTULO III educação básica e sobre a fixação de prazo para a
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO elaboração ou adequação de seus planos de carreira,
DESPORTO
no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e
Seção I
DA EDUCAÇÃO dos Municípios.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Art. 207. As universidades gozam de
Estado e da família, será promovida e incentivada com autonomia didático-científica, administrativa
a colaboração da sociedade, visando ao pleno
e de gestão financeira e patrimonial, e
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o obedecerão ao princípio de
trabalho. indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão.
ART. 206. O ENSINO SERÁ MINISTRADO
COM BASE NOS SEGUINTES PRINCÍPIOS: § 1º É facultado às universidades admitir
professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na
forma da lei.
I - igualdade de condições para o acesso
e permanência na escola; § 2º O disposto neste artigo aplica-se às
instituições de pesquisa científica e tecnológica.
II - liberdade de aprender, ensinar,
pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o ART. 208. O DEVER DO ESTADO COM A
saber; EDUCAÇÃO SERÁ EFETIVADO MEDIANTE A
GARANTIA DE:
III - pluralismo de idéias e de
concepções pedagógicas, e coexistência de I - EDUCAÇÃO BÁSICA OBRIGATÓRIA E
instituições públicas e privadas de ensino; GRATUITA DOS 4 (QUATRO) AOS 17
(DEZESSETE) ANOS DE IDADE, assegurada
IV - gratuidade do ensino público em inclusive sua oferta gratuita para todos os
estabelecimentos oficiais; que a ela não tiveram acesso na idade
própria;
V - valorização dos profissionais da
educação escolar, garantidos, na forma da II - progressiva universalização do
lei, planos de carreira, com ingresso ensino médio gratuito;
exclusivamente por concurso público de
provas e títulos, aos das redes públicas; III - atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência,
VI - gestão democrática do ensino preferencialmente na rede regular de ensino;
público, na forma da lei;
IV - EDUCAÇÃO INFANTIL, EM CRECHE
VII - garantia de padrão de qualidade. E PRÉ-ESCOLA, ÀS CRIANÇAS ATÉ 5 (CINCO)
ANOS DE IDADE;

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V - acesso aos níveis mais elevados do Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para
ensino, da pesquisa e da criação artística, o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação
básica comum e respeito aos valores culturais e
segundo a capacidade de cada um; artísticos, nacionais e regionais.

VI - oferta de ensino noturno regular, § 1º O ensino religioso, de matrícula


adequado às condições do educando; facultativa, constituirá disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino
fundamental.
VII - atendimento ao educando, em
todas as etapas da educação básica, por
§ 2º O ensino fundamental regular será
meio de programas suplementares de ministrado em língua portuguesa, assegurada às
material didáticoescolar, transporte, comunidades indígenas também a utilização de suas
alimentação e assistência à saúde. línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem.
§ 1º O ACESSO AO ENSINO
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal
OBRIGATÓRIO E GRATUITO É DIREITO e os Municípios organizarão em regime de colaboração
PÚBLICO SUBJETIVO. seus sistemas de ensino.

§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório § 1º A União organizará o sistema federal de


pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de
responsabilidade da autoridade competente. ensino públicas federais e exercerá, em matéria
educacional, função redistributiva e supletiva, de forma
§ 3º Compete ao poder público a garantir equalização de oportunidades educacionais e
padrão mínimo de qualidade do ensino mediante
RECENSEAR os educandos no ensino
assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, Federal e aos Municípios;
junto aos pais ou responsável, pela
freqüência à escola. § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no
ensino fundamental e na educação infantil.

§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão


prioritariamente no ensino fundamental e médio.

§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino,


a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
definirão formas de colaboração, de forma a assegurar
a universalização, a qualidade e a equidade do ensino
obrigatório.

§ 5º A educação básica pública atenderá


prioritariamente ao ensino regular.

§ 6º A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios exercerão ação redistributiva em relação a
suas escolas.

Art. 209. O ensino é LIVRE À INICIATIVA § 7º O padrão mínimo de qualidade de que trata
PRIVADA, atendidas as seguintes condições: o § 1º deste artigo considerará as condições adequadas
de oferta e terá como referência o Custo Aluno
I - cumprimento das normas gerais da Qualidade (CAQ), pactuados em regime de colaboração
educação nacional; na forma disposta em lei complementar, conforme o
parágrafo único do art. 23 desta
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional
Poder Público. nº 108, de 2020)

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Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os
menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se
Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita refere o caput do art. 212 desta Constituição à
resultante de impostos, compreendida a proveniente de manutenção e ao desenvolvimento do ensino na
transferências, na manutenção e desenvolvimento do educação básica e à remuneração condigna de seus
ensino. profissionais, respeitadas as seguintes
disposições:
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos
transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal I - a distribuição dos recursos e de
e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos responsabilidades entre o Distrito Federal, os Estados e
Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo seus Municípios é assegurada mediante a instituição, no
previsto neste artigo, receita do governo que a transferir. âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
"caput" deste artigo, serão considerados os sistemas de (Fundeb), de natureza contábil;
ensino federal, estadual e municipal e os recursos
aplicados na forma do art. 213. II - os fundos referidos no inciso I do caput deste
artigo serão constituídos por 20% (vinte por cento) dos
§ 3º A distribuição dos recursos públicos recursos a que se referem os incisos I, II e III
assegurará prioridade ao atendimento das do caput do art. 155, o inciso II do caput do art. 157, os
necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a incisos II, III e IV do caput do art. 158 e as alíneas "a" e
universalização, garantia de padrão de qualidade e "b" do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta
equidade, nos termos do plano nacional de Constituição;
educação.
III - os recursos referidos no inciso II
§ 4º Os programas suplementares de do caput deste artigo serão distribuídos entre cada
alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, Estado e seus Municípios, proporcionalmente ao
VII, serão financiados com recursos provenientes de número de alunos das diversas etapas e modalidades
contribuições sociais e outros recursos orçamentários. da educação básica presencial matriculados nas
respectivas redes, nos âmbitos de atuação prioritária,
§ 5º A educação básica pública terá como fonte conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211 desta
adicional de financiamento a contribuição social do Constituição, observadas as ponderações referidas na
salário-educação, recolhida pelas empresas na forma alínea "a" do inciso X do caput e no § 2º deste
da lei. artigo;

§ 6º As cotas estaduais e municipais da IV - a União complementará os recursos dos


arrecadação da contribuição social do salário-educação fundos a que se refere o inciso II do caput deste
serão distribuídas proporcionalmente ao número de artigo;
alunos matriculados na educação básica nas
respectivas redes públicas de ensino. V - a complementação da União será
equivalente a, no mínimo, 23% (vinte e três por
cento) do total de recursos a que se refere o inciso
§ 7º É vedado o uso dos recursos referidos II do caput deste artigo, distribuída da seguinte
no caput e nos §§ 5º e 6º deste artigo para pagamento forma:
de aposentadorias e de pensões.
a) 10 (dez) pontos percentuais no âmbito de cada
§ 8º Na hipótese de extinção ou de substituição Estado e do Distrito Federal, sempre que o valor anual
de impostos, serão redefinidos os percentuais referidos por aluno (VAAF), nos termos do inciso III do caput
no caput deste artigo e no inciso II do caput do art. 212- deste artigo, não alcançar o mínimo definido
A, de modo que resultem recursos vinculados à nacionalmente;
manutenção e ao desenvolvimento do ensino, bem
como os recursos subvinculados aos fundos de que
b) no mínimo, 10,5 (dez inteiros e cinco décimos)
trata o art. 212-A desta Constituição, em aplicações
pontos percentuais em cada rede pública de ensino
equivalentes às anteriormente praticadas.
municipal, estadual ou distrital, sempre que o valor
anual total por aluno (VAAT), referido no inciso VI
§ 9º A lei disporá sobre normas de fiscalização, do caput deste artigo, não alcançar o mínimo definido
de avaliação e de controle das despesas com educação nacionalmente; (Incluído pela Emenda
nas esferas estadual, distrital e municipal. (Incluído Constitucional nº 108, de 2020)
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 100


c) 2,5 (dois inteiros e cinco décimos) pontos d) a transparência, o monitoramento, a
percentuais nas redes públicas que, cumpridas fiscalização e o controle interno, externo e social dos
condicionalidades de melhoria de gestão previstas em fundos referidos no inciso I do caput deste artigo,
lei, alcançarem evolução de indicadores a serem assegurada a criação, a autonomia, a manutenção e a
definidos, de atendimento e melhoria da aprendizagem consolidação de conselhos de acompanhamento e
com redução das desigualdades, nos termos do sistema controle social, admitida sua integração aos conselhos
nacional de avaliação da educação básica; de educação;

VI - o VAAT será calculado, na forma da lei de e) o conteúdo e a periodicidade da avaliação, por


que trata o inciso X do caput deste artigo, com base nos parte do órgão responsável, dos efeitos redistributivos,
recursos a que se refere o inciso II do caput deste da melhoria dos indicadores educacionais e da
artigo, acrescidos de outras receitas e de transferências ampliação do atendimento;
vinculadas à educação, observado o disposto no § 1º e
consideradas as matrículas nos termos do inciso III XI - proporção não inferior a 70% (setenta por
do caput deste artigo; cento) de cada fundo referido no inciso I do caput deste
artigo, excluídos os recursos de que trata a alínea "c" do
VII - os recursos de que tratam os incisos II e IV inciso V do caput deste artigo, será destinada ao
do caput deste artigo serão aplicados pelos Estados e pagamento dos profissionais da educação básica em
pelos Municípios exclusivamente nos respectivos efetivo exercício, observado, em relação aos recursos
âmbitos de atuação prioritária, conforme estabelecido previstos na alínea "b" do inciso V do caput deste
nos §§ 2º e 3º do art. 211 desta Constituição. artigo, o percentual mínimo de 15% (quinze por cento)
para despesas de capital;
VIII - a vinculação de recursos à manutenção e ao
desenvolvimento do ensino estabelecida no art. 212 XII - lei específica disporá sobre o piso salarial
desta Constituição suportará, no máximo, 30% (trinta profissional nacional para os profissionais do magistério
por cento) da complementação da União, considerados da educação básica pública;
para os fins deste inciso os valores previstos no inciso
V do caput deste artigo; XIII - a utilização dos recursos a que se refere o §
5º do art. 212 desta Constituição para a
IX - o disposto no caput do art. 160 desta complementação da União ao Fundeb, referida no inciso
Constituição aplica-se aos recursos referidos nos V do caput deste artigo, é vedada.
incisos II e IV do caput deste artigo, e seu
descumprimento pela autoridade competente importará § 1º O cálculo do VAAT, referido no inciso VI
em crime de responsabilidade; do caput deste artigo, deverá considerar, além dos
recursos previstos no inciso II do caput deste artigo,
X - a lei disporá, observadas as garantias pelo menos, as seguintes disponibilidades:
estabelecidas nos incisos I, II, III e IV do caput e no § 1º
do art. 208 e as metas pertinentes do plano nacional de I - receitas de Estados, do Distrito Federal e de
educação, nos termos previstos no art. 214 desta Municípios vinculadas à manutenção e ao
Constituição, sobre: desenvolvimento do ensino não integrantes dos fundos
referidos no inciso I do caput deste artigo;
a) a organização dos fundos referidos no inciso I
do caput deste artigo e a distribuição proporcional de II - cotas estaduais e municipais da arrecadação
seus recursos, as diferenças e as ponderações quanto do salário-educação de que trata o § 6º do art. 212 desta
ao valor anual por aluno entre etapas, modalidades, Constituição;
duração da jornada e tipos de estabelecimento de
ensino, observados as respectivas especificidades e os
insumos necessários para a garantia de sua III - complementação da União transferida a
qualidade; Estados, ao Distrito Federal e a Municípios nos termos
da alínea "a" do inciso V do caput deste artigo.
b) a forma de cálculo do VAAF decorrente do
inciso III do caput deste artigo e do VAAT referido no § 2º Além das ponderações previstas na alínea
inciso VI do caput deste artigo; "a" do inciso X do caput deste artigo, a lei definirá outras
relativas ao nível socioeconômico dos educandos e aos
indicadores de disponibilidade de recursos vinculados à
c) a forma de cálculo para distribuição prevista na educação e de potencial de arrecadação tributária de
alínea "c" do inciso V do caput deste cada ente federado, bem como seus prazos de
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, implementação. (Incluído pela Emenda
de 2020) Constitucional nº 108, de 2020)

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 101


§ 3º Será destinada à educação infantil a
proporção de 50% (cinquenta por cento) dos recursos
globais a que se refere a alínea "b" do inciso V
do caput deste artigo, nos termos da lei."

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados


às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas
comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas
em lei, que:

I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem


seus excedentes financeiros em educação;

II - assegurem a destinação de seu patrimônio a


outra escola comunitária, filantrópica ou confessional,
ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas
atividades.

§ 1º - Os recursos de que trata este artigo


poderão ser destinados a bolsas de estudo para o
ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os
que demonstrarem insuficiência de recursos, quando
houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública
na localidade da residência do educando, ficando o
Poder Público obrigado a investir prioritariamente na
expansão de sua rede na localidade.

§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de


estímulo e fomento à inovação realizadas por
universidades e/ou por instituições de educação
profissional e tecnológica poderão receber apoio
financeiro do Poder Público.

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional


de educação, de duração decenal, com o objetivo de
articular o sistema nacional de educação em regime
de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas
e estratégias de implementação para assegurar a
manutenção e desenvolvimento do ensino em seus
diversos níveis, etapas e modalidades por meio de
ações integradas dos poderes públicos das
diferentes esferas federativas que conduzam a:

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e


tecnológica do País.

VI - estabelecimento de meta de aplicação de


recursos públicos em educação como proporção do
produto interno bruto.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 102

§ 2o Os conteúdos referentes à
História e Cultura Afro-Brasileira
serão ministrados no âmbito de todo
o currículo escolar, em especial nas
áreas de Educação Artística e de
Literatura e História Brasileiras.

"ART. 79-B. O CALENDÁRIO ESCOLAR


INCLUIRÁ O DIA 20 DE NOVEMBRO
COMO ‘DIA NACIONAL DA
CONSCIÊNCIA NEGRA’."

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber


que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei: Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, passa a vigorar acrescida dos Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182o da
seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B: Independência e 115o da República.

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


ensino fundamental e médio, oficiais
e particulares, torna-se obrigatório o
ensino sobre História e Cultura Afro-
Brasileira.

§ 1o O conteúdo programático a que


se refere o caput deste artigo incluirá
o estudo da História da África e dos
Africanos, a luta dos negros no Brasil,
a cultura negra brasileira e o negro na
formação da sociedade nacional,
resgatando a contribuição do povo
negro nas áreas social, econômica e
política pertinentes à História do
Brasil.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 103


Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.

Brasília, 10 de março de 2008; 187o da


Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:

Art. 1o O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de


dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte
redação:

“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino


fundamental e de ensino médio, públicos e
privados, torna-se obrigatório o estudo da
história e cultura afro-brasileira e indígena.

§ 1o O conteúdo programático a que se refere


este artigo incluirá diversos aspectos da
história e da cultura que caracterizam a
formação da população brasileira, a partir
desses dois grupos étnicos, tais como o
estudo da história da África e dos africanos,
a luta dos negros e dos povos indígenas no
Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e
o negro e o índio na formação da sociedade
nacional, resgatando as suas contribuições
nas áreas social, econômica e política,
pertinentes à história do Brasil.

§ 2o Os conteúdos referentes à história e


cultura afro-brasileira e dos povos indígenas
brasileiros serão ministrados no âmbito de
todo o currículo escolar, em especial nas
áreas de educação artística e de literatura e
história brasileiras.” (NR)

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 104


II - às instituições educativas, promover a
educação ambiental de maneira integrada aos
programas educacionais que desenvolvem;

III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional


de Meio Ambiente - Sisnama, promover ações de
educação ambiental integradas aos programas de
conservação, recuperação e melhoria do meio
ambiente;

IV - aos meios de comunicação de massa,


colaborar de maneira ativa e permanente na
disseminação de informações e práticas educativas
sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental
em sua programação;

V - às empresas, entidades de classe, instituições


públicas e privadas, promover programas destinados à
capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao
controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem
como sobre as repercussões do processo produtivo no
meio ambiente;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a VI - à sociedade como um todo, manter atenção
seguinte Lei:
permanente à formação de valores, atitudes e
habilidades que propiciem a atuação individual e
CAPÍTULO I coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a
solução de problemas ambientais.
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
ART. 4O SÃO PRINCÍPIOS BÁSICOS DA
Art. 1 Entendem-se por educação
o
EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores I - o enfoque humanista, holístico,
sociais, conhecimentos, habilidades, democrático e participativo;
atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso II - a concepção do meio ambiente em
comum do povo, essencial à sadia qualidade sua totalidade, considerando a
de vida e sua sustentabilidade. interdependência entre o meio natural, o
sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque
Art. 2o A educação ambiental é um da sustentabilidade;
componente essencial e permanente da educação
nacional, devendo estar presente, de forma
articulada, em todos os níveis e modalidades do III - o pluralismo de idéias e concepções
processo educativo, em caráter formal e não-formal. pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e
transdisciplinaridade;
Art. 3o Como parte do processo educativo mais
amplo, todos têm direito à educação ambiental,
IV - a vinculação entre a ética, a
incumbindo:
educação, o trabalho e as práticas sociais;
I - ao Poder Público, nos termos dos arts.
205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas V - a garantia de continuidade e
públicas que incorporem a dimensão ambiental, permanência do processo educativo;
promover a educação ambiental em todos os níveis de
ensino e o engajamento da sociedade na conservação,
recuperação e melhoria do meio ambiente; VI - a permanente avaliação crítica do
processo educativo;

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 105

VII - a abordagem articulada das CAPÍTULO II


questões ambientais locais, regionais, DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
nacionais e globais; Seção I
Disposições Gerais
VIII - o reconhecimento e o respeito à
pluralidade e à diversidade individual e Art. 6o É instituída a Política Nacional de
cultural. Educação Ambiental.

Art. 7o A Política Nacional de Educação Ambiental


ART. 5O SÃO OBJETIVOS
envolve em sua esfera de ação, além dos órgãos e
FUNDAMENTAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio
Ambiente - Sisnama, instituições educacionais públicas
I - o desenvolvimento de uma e privadas dos sistemas de ensino, os órgãos públicos
compreensão integrada do meio ambiente em da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, e organizações não-governamentais com
suas múltiplas e complexas relações, atuação em educação ambiental.
envolvendo aspectos ecológicos,
psicológicos, legais, políticos, sociais, Art. 8o As atividades vinculadas à Política
econômicos, científicos, culturais e éticos; Nacional de Educação Ambiental devem ser
desenvolvidas na educação em geral e na educação
escolar, por meio das seguintes linhas de atuação inter-
II - a garantia de democratização das
relacionadas:
informações ambientais;
I - capacitação de recursos humanos;
III - o estímulo e o fortalecimento de uma
consciência crítica sobre a problemática II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e
ambiental e social; experimentações;

III - produção e divulgação de material educativo;


IV - o incentivo à participação individual
e coletiva, permanente e responsável, na
IV - acompanhamento e avaliação.
preservação do equilíbrio do meio ambiente,
entendendo-se a defesa da qualidade § 1o Nas atividades vinculadas à Política Nacional
ambiental como um valor inseparável do de Educação Ambiental serão respeitados os princípios
exercício da cidadania; e objetivos fixados por esta Lei.

V - o estímulo à cooperação entre as § 2o A capacitação de recursos humanos voltar-


se-á para:
diversas regiões do País, em níveis micro e
macrorregionais, com vistas à construção de I - a incorporação da dimensão ambiental na
uma sociedade ambientalmente equilibrada, formação, especialização e atualização dos educadores
fundada nos princípios da liberdade, de todos os níveis e modalidades de ensino;
igualdade, solidariedade, democracia, justiça
social, responsabilidade e sustentabilidade; II - a incorporação da dimensão ambiental na
formação, especialização e atualização dos
profissionais de todas as áreas;
VI - o fomento e o fortalecimento da
integração com a ciência e a tecnologia; III - a preparação de profissionais orientados para
as atividades de gestão ambiental;
VII - o fortalecimento da cidadania,
autodeterminação dos povos e solidariedade IV - a formação, especialização e atualização de
como fundamentos para o futuro da profissionais na área de meio ambiente;
humanidade.
V - o atendimento da demanda dos diversos
segmentos da sociedade no que diz respeito à
problemática ambiental.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 106


§ 3o As ações de estudos, pesquisas e Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida
experimentações voltar-se-ão para: como uma prática educativa integrada, contínua e
permanente em todos os níveis e modalidades do
I - o desenvolvimento de instrumentos e ensino formal.
metodologias, visando à incorporação da dimensão
ambiental, de forma interdisciplinar, nos diferentes § 1o A educação ambiental NÃO deve ser
níveis e modalidades de ensino; implantada como disciplina específica no
currículo de ensino.
II - a difusão de conhecimentos, tecnologias e
informações sobre a questão ambiental;
§ 2o Nos cursos de pós-graduação, extensão e
nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da
III - o desenvolvimento de instrumentos e
educação ambiental, quando se fizer necessário, é
metodologias, visando à participação dos interessados
facultada a criação de disciplina específica.
na formulação e execução de pesquisas relacionadas à
problemática ambiental;
§ 3o Nos cursos de formação e especialização
técnico-profissional, em todos os níveis, deve ser
IV - a busca de alternativas curriculares e
incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das
metodológicas de capacitação na área ambiental;
atividades profissionais a serem desenvolvidas.

V - o apoio a iniciativas e experiências locais e


Art. 11. A dimensão ambiental deve constar dos
regionais, incluindo a produção de material educativo;
currículos de formação de professores, em todos os
níveis e em todas as disciplinas.
VI - a montagem de uma rede de banco de dados
e imagens, para apoio às ações enumeradas nos
Parágrafo único. Os professores em atividade
incisos I a V.
devem receber formação complementar em suas áreas
de atuação, com o propósito de atender
Seção II adequadamente ao cumprimento dos princípios e
objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.
Da Educação Ambiental no Ensino Formal
Art. 12. A autorização e supervisão do
Art. 9o Entende-se por educação funcionamento de instituições de ensino e de seus
ambiental na educação escolar a cursos, nas redes pública e privada, observarão o
cumprimento do disposto nos arts. 10 e 11 desta Lei.
desenvolvida no âmbito dos currículos das
instituições de ensino públicas e privadas, Seção III
englobando:
Da Educação Ambiental Não-Formal
I - EDUCAÇÃO BÁSICA:
Art. 13. Entendem-se por educação ambiental
a) educação infantil; não-formal as ações e práticas educativas voltadas
à sensibilização da coletividade sobre as questões
ambientais e à sua organização e participação na
b) ensino fundamental e defesa da qualidade do meio ambiente.

c) ensino médio; Parágrafo único. O Poder Público, em níveis


federal, estadual e municipal, incentivará:
II - EDUCAÇÃO SUPERIOR;
I - a difusão, por intermédio dos meios de
comunicação de massa, em espaços nobres, de
III - EDUCAÇÃO ESPECIAL; programas e campanhas educativas, e de informações
acerca de temas relacionados ao meio ambiente;
IV - EDUCAÇÃO PROFISSIONAL;
II - a ampla participação da escola, da
V - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. universidade e de organizações não-governamentais na
formulação e execução de programas e atividades
vinculadas à educação ambiental não-formal;

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 107


III - a participação de empresas públicas e V - divulgação da legislação ambiental brasileira
privadas no desenvolvimento de programas de e dos princípios ecológicos que a regem; (Incluído
educação ambiental em parceria com a escola, a pela Lei nº 14.393, de 2022)
universidade e as organizações não-governamentais;
VI - debate sobre transição ecológica das cadeias
IV - a sensibilização da sociedade para a produtivas, economia de baixo carbono e carbono
importância das unidades de conservação; neutro; (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022)

V - a sensibilização ambiental das populações VII - inovação ambiental por meio de projetos
tradicionais ligadas às unidades de conservação; educacionais relacionados ao potencial da
biodiversidade do País; (Incluído pela Lei nº 14.393,
VI - a sensibilização ambiental dos agricultores; de 2022)

VII - o ecoturismo. VIII - preservação da cultura dos povos


tradicionais e indígenas que habitam biomas brasileiros,
Art. 13-A. Fica instituída a Campanha Junho inseridos no contexto da proteção da biodiversidade do
Verde, a ser celebrada anualmente como parte das País; (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022)
atividades da educação ambiental não
formal. (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022) IX - debate sobre as mudanças climáticas e seus
impactos nas cidades e no meio rural, com a
§ 1º O objetivo da Campanha Junho Verde é participação dos Poderes Legislativos estaduais,
desenvolver o entendimento da população acerca da distrital e municipais; (Incluído pela Lei nº 14.393, de
importância da conservação dos ecossistemas naturais 2022)
e de todos os seres vivos e do controle da poluição e da
degradação dos recursos naturais, para as presentes e X - estímulo à formação da consciência ecológica
futuras gerações. (Incluído pela Lei nº 14.393, de cidadã a respeito de temas ambientais candentes, em
2022) uma perspectiva transdisciplinar e social
transformadora, pautada pela ética
§ 2º A Campanha Junho Verde será promovida intergeracional; (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022)
pelo poder público federal, estadual, distrital e municipal
em parceria com escolas, universidades, empresas XI - debate, em todos os níveis e modalidades do
públicas e privadas, igrejas, comércio, entidades da processo educativo, sobre ecologia, conservação
sociedade civil, comunidades tradicionais e populações ambiental e cadeias produtivas; (Incluído pela Lei nº
indígenas, e incluirá ações direcionadas 14.393, de 2022)
para: (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022)
XII - fomento à conscientização ambiental em
I - divulgação de informações acerca do estado áreas turísticas, com estímulo ao turismo
de conservação das florestas e biomas brasileiros e dos sustentável; (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022)
meios de participação ativa da sociedade para a sua
salvaguarda; (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022) XIII - divulgação e disponibilização de estudos
científicos e de soluções tecnológicas adequadas às
II - fomento à conservação e ao uso de espaços políticas públicas de proteção do meio
públicos urbanos por meio de atividades culturais e de ambiente; (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022)
educação ambiental; (Incluído pela Lei nº 14.393, de
2022) XIV - promoção de ações socioeducativas
destinadas a diferentes públicos nas unidades de
III - conservação da biodiversidade brasileira e conservação da natureza em que a visitação pública é
plantio e uso de espécies vegetais nativas em áreas permitida; (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022)
urbanas e rurais; (Incluído pela Lei nº 14.393, de
2022) XV - debate, divulgação, sensibilização e práticas
educativas atinentes às relações entre a degradação
IV - sensibilização acerca da redução de padrões ambiental e o surgimento de endemias, epidemias e
de consumo, da reutilização de materiais, da separação pandemias, bem como à necessidade de conservação
de resíduos sólidos na origem e da adequada do meio ambiente para a prevenção delas;
reciclagem; (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022) e (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022)

XVI - conscientização relativa a uso racional da


água, escassez hídrica, acesso a água potável e

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 108


tecnologias disponíveis para melhoria da eficiência Art. 19. Os programas de assistência técnica e
hídrica. (Incluído pela Lei nº 14.393, de 2022) financeira relativos a meio ambiente e educação, em
níveis federal, estadual e municipal, devem alocar
§ 3º Na Campanha Junho Verde, será observado recursos às ações de educação ambiental.
o conceito de Ecologia Integral, que inclui dimensões
humanas e sociais dos desafios ambientais. (Incluído CAPÍTULO IV
pela Lei nº 14.393, de 2022)
DISPOSIÇÕES FINAIS
CAPÍTULO III
Art. 20. O Poder Executivo regulamentará esta Lei
DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE no prazo de noventa dias de sua publicação, ouvidos o
EDUCAÇÃO AMBIENTAL Conselho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho
Nacional de Educação.
Art. 14. A coordenação da Política Nacional de
Educação Ambiental ficará a cargo de um órgão gestor, Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua
na forma definida pela regulamentação desta Lei. publicação.

Art. 15. São atribuições do órgão gestor: Brasília, 27 de abril de 1999; 178o da
Independência e 111o da República.
I - definição de diretrizes para implementação em
âmbito nacional; FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

II - articulação, coordenação e supervisão de


planos, programas e projetos na área de educação
ambiental, em âmbito nacional;

III - participação na negociação de financiamentos


a planos, programas e projetos na área de educação
ambiental.

Art. 16. Os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios, na esfera de sua competência e nas áreas
de sua jurisdição, definirão diretrizes, normas e critérios
para a educação ambiental, respeitados os princípios e
objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.

Art. 17. A eleição de planos e programas, para fins


de alocação de recursos públicos vinculados à Política
Nacional de Educação Ambiental, deve ser realizada
levando-se em conta os seguintes critérios:

I - conformidade com os princípios, objetivos e


diretrizes da Política Nacional de Educação Ambiental;

II - prioridade dos órgãos integrantes do Sisnama


e do Sistema Nacional de Educação;

III - economicidade, medida pela relação entre a


magnitude dos recursos a alocar e o retorno social
propiciado pelo plano ou programa proposto.

Parágrafo único. Na eleição a que se refere


o caput deste artigo, devem ser contemplados, de forma
eqüitativa, os planos, programas e projetos das
diferentes regiões do País.

Art. 18. (VETADO)

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Art. 5º Os Municípios, os Estados e o Distrito
Federal terão prazo até 2010 para implementar a
obrigatoriedade para o ensino fundamental disposto no
art. 3º desta Lei e a abrangência da pré-escola de que
trata o art. 2º desta Lei.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua


publicação.

Brasília, 6 de fevereiro de 2006; 185º da


Independência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:

Art. 3º O art. 32 da Lei nº 9.394, de 20 de


dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte
redação:

"Art. 32. O ensino fundamental obrigatório,


com DURAÇÃO DE 9 (NOVE) ANOS, gratuito
na escola pública, INICIANDO-SE AOS 6
(SEIS) ANOS DE IDADE, terá por objetivo a
formação básica do cidadão, mediante:

................................................................................
..." (NR)

Art. 4º O § 2º e o inciso I do § 3º do art. 87 da Lei


nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passam a
vigorar com a seguinte redação:

"Art. 87
...................................................................................

§ 2º O poder público DEVERÁ


RECENSEAR OS EDUCANDOS no ensino
fundamental, com especial atenção para o
GRUPO DE 6 (SEIS) A 14 (QUATORZE) ANOS
de idade e DE 15 (QUINZE) A 16 (DEZESSEIS)
ANOS DE IDADE.

§ 3º
...................................................................................

I – MATRICULAR TODOS OS EDUCANDOS


A PARTIR DOS 6 (SEIS) ANOS DE IDADE NO
ENSINO FUNDAMENTAL;

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 110


III - Alunos com altas habilidades/superdotação:
aqueles que apresentam um potencial elevado e
grande envolvimento com as áreas do conhecimento
humano, isoladas ou combinadas: intelectual,
liderança, psicomotora, artes e criatividade.
Art. 5º O AEE é realizado, prioritariamente, na sala
de recursos multifuncionais da própria escola ou em
outra escola de ensino regular, no turno inverso da
escolarização, não sendo substitutivo às classes
comuns, podendo ser realizado, também, em centro
Resolve: de Atendimento Educacional Especializado da rede
pública ou de instituições comunitárias, confessionais
Art. 1º Para a implementação do Decreto nº
ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com
6.571/2008 , os sistemas de ensino devem matricular
a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos
os alunos com deficiência, transtornos globais do
Estados, Distrito Federal ou dos Municípios.
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação
nas classes comuns do ensino regular e no Art. 6º Em casos de Atendimento Educacional
Atendimento Educacional Especializado (AEE), Especializado em ambiente hospitalar ou domiciliar,
ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em será ofertada aos alunos, pelo respectivo sistema de
centros de Atendimento Educacional Especializado ensino, a Educação Especial de forma complementar
da rede pública ou de instituições comunitárias, ou suplementar.
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.
Art. 7º Os alunos com altas
Art. 2º O AEE tem como função complementar ou habilidades/superdotação terão suas atividades de
suplementar a formação do aluno por meio da enriquecimento curricular desenvolvidas no âmbito
disponibilização de serviços, recursos de de escolas públicas de ensino regular em interface
acessibilidade e estratégias que eliminem as com os núcleos de atividades para altas
barreiras para sua plena participação na sociedade e habilidades/superdotação e com as instituições de
desenvolvimento de sua aprendizagem. ensino superior e institutos voltados ao
desenvolvimento e promoção da pesquisa, das artes
Parágrafo único. Para fins destas Diretrizes,
e dos esportes.
consideram-se recursos de acessibilidade na
educação aqueles que asseguram condições de Art. 8º Serão contabilizados duplamente, no âmbito
acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou do FUNDEB, de acordo com o Decreto nº
mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos 6.571/2008, os alunos matriculados em classe
materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos comum de ensino regular público que tiverem
mobiliários e equipamentos, dos sistemas de matrícula concomitante no AEE.
comunicação e informação, dos transportes e dos
demais serviços. Parágrafo único. O financiamento da matrícula no
AEE é condicionado à matrícula no ensino regular da
Art. 3º A Educação Especial se realiza em todos os rede pública, conforme registro no Censo
níveis, etapas e modalidades de ensino, tendo o AEE Escolar/MEC/INEP do ano anterior, sendo
como parte integrante do processo educacional. contemplada:
Art. 4º Para fins destas Diretrizes, considera-se a) matrícula em classe comum e em sala de recursos
público-alvo do AEE: multifuncionais da mesma escola pública;
I - Alunos com deficiência: aqueles que têm b) matrícula em classe comum e em sala de recursos
impedimentos de longo prazo de natureza física, multifuncionais de outra escola pública;
intelectual, mental ou sensorial.
c) matrícula em classe comum e em centro de
II - Alunos com transtornos globais do Atendimento Educacional Especializado de
desenvolvimento: aqueles que apresentam um instituição de Educação Especial pública;
quadro de alterações no desenvolvimento
neuropsicomotor, comprometimento nas relações d) matrícula em classe comum e em centro de
sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Atendimento Educacional Especializado de
Incluem-se nessa definição alunos com autismo instituições de Educação Especial comunitárias,
clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.
transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e Art. 9º A elaboração e a execução do plano de AEE
transtornos invasivos sem outra especificação. são de competência dos professores que atuam na

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 111


sala de recursos multifuncionais ou centros de AEE, docência e formação específica para a Educação
em articulação com os demais professores do ensino Especial.
regular, com a participação das famílias e em
interface com os demais serviços setoriais da saúde, Art. 13. São atribuições do professor do Atendimento
da assistência social, entre outros necessários ao Educacional Especializado:
atendimento. I - identificar, elaborar, produzir e organizar serviços,
Art. 10. O projeto pedagógico da escola de ensino recursos pedagógicos, de acessibilidade e
regular deve institucionalizar a oferta do AEE estratégias considerando as necessidades
prevendo na sua organização: específicas dos alunos público-alvo da Educação
Especial;
I - sala de recursos multifuncionais: espaço físico,
mobiliário, materiais didáticos, recursos pedagógicos II - elaborar e executar plano de Atendimento
e de acessibilidade e equipamentos específicos; Educacional Especializado, avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos
II - matrícula no AEE de alunos matriculados no pedagógicos e de acessibilidade;
ensino regular da própria escola ou de outra escola;
III - organizar o tipo e o número de atendimentos aos
III - cronograma de atendimento aos alunos; alunos na sala de recursos multifuncionais;
IV - plano do AEE: identificação das necessidades IV - acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade
educacionais específicas dos alunos, definição dos dos recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala
recursos necessários e das atividades a serem de aula comum do ensino regular, bem como em
desenvolvidas; outros ambientes da escola;
V - professores para o exercício da docência do AEE; V - estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais
na elaboração de estratégias e na disponibilização de
VI - outros profissionais da educação: tradutor e recursos de acessibilidade;
intérprete de Língua Brasileira de Sinais, guia-
intérprete e outros que atuem no apoio, VI - orientar professores e famílias sobre os recursos
principalmente às atividades de alimentação, higiene pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo
e locomoção; aluno;
VII - redes de apoio no âmbito da atuação VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a
profissional, da formação, do desenvolvimento da ampliar habilidades funcionais dos alunos,
pesquisa, do acesso a recursos, serviços e promovendo autonomia e participação;
equipamentos, entre outros que maximizem o AEE.
VIII - estabelecer articulação com os professores da
Parágrafo único. Os profissionais referidos no inciso sala de aula comum, visando à disponibilização dos
VI atuam com os alunos público-alvo da Educação serviços, dos recursos pedagógicos e de
Especial em todas as atividades escolares nas quais acessibilidade e das estratégias que promovem a
se fizerem necessários. participação dos alunos nas atividades escolares.
Art. 11. A proposta de AEE, prevista no projeto Art. 14. Esta Resolução entrará em vigor na data de
pedagógico do centro de Atendimento Educacional sua publicação, revogadas as disposições em
Especializado público ou privado sem fins lucrativos, contrário.
conveniado para essa finalidade, deve ser aprovada
pela respectiva Secretaria de Educação ou órgão
equivalente, contemplando a organização disposta
no art. 10 desta Resolução.
Parágrafo único. Os centros de Atendimento
Educacional Especializado devem cumprir as
exigências legais estabelecidas pelo Conselho de
Educação do respectivo sistema de ensino, quanto
ao seu credenciamento, autorização de
funcionamento e organização, em consonância com
as orientações preconizadas nestas Diretrizes
Operacionais.
Art. 12. Para atuação no AEE, o professor deve ter
formação inicial que o habilite para o exercício da

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 112

amplia o alcance do disposto no art. 7º para


definir a idade mínima também para a
frequência em cursos de EJA, bem como
substitui o termo "supletivo" por "EJA", no
caput do art. 8º, que determina idade mínima
para o Ensino Médio em EJA, passando os
mesmos a terem, respectivamente, a redação
constante nos arts. 4º, 5º e 6º desta Resolução.

Art. 4º Quanto à duração dos cursos


presenciais de EJA, mantém-se a formulação
Art. 1º Esta Resolução institui Diretrizes do Parecer CNE/CEB nº 29/2006,
Operacionais para a Educação de Jovens e acrescentando o total de horas a serem
Adultos (EJA) nos aspectos relativos à duração cumpridas, independentemente da forma de
dos cursos e idade mínima para ingresso nos organização curricular:
cursos e exames de EJA, à certificação nos
I - para os anos iniciais do Ensino Fundamental,
exames de EJA, à Educação de Jovens e Adultos
a duração deve ficar a critério dos sistemas de
desenvolvida por meio da Educação a Distância
ensino;
(EAD), a serem obrigatoriamente observadas
pelos sistemas de ensino, na oferta e na
II - para os anos finais do ENSINO
estrutura dos cursos e exames de Ensino
FUNDAMENTAL, a DURAÇÃO MÍNIMA
Fundamental e Ensino Médio que se
DEVE SER DE 1.600 (MIL E
desenvolvem em instituições próprias
integrantes dos Sistemas de Ensino Federal, SEISCENTAS) HORAS;
Estaduais, Municipais e do Distrito Federal.
III - para o ENSINO MÉDIO, A
Art. 2º Para o melhor desenvolvimento da EJA, DURAÇÃO MÍNIMA DEVE SER DE
cabe a institucionalização de um sistema 1.200 (MIL E DUZENTAS) HORAS.
educacional público de Educação Básica de
jovens e adultos, como política pública de
Estado e não apenas de governo, assumindo a ENSINO
ENSINO MÉDIO
gestão democrática, contemplando a FUNDAMENTAL
diversidade de sujeitos aprendizes,
proporcionando a conjugação de políticas
públicas setoriais e fortalecendo sua vocação 1.600 1.200
como instrumento para a educação ao longo
HORAS HORAS
da vida.

Art. 3º A presente Resolução mantém os Parágrafo único. Para a Educação


princípios, os objetivos e as Diretrizes Profissional Técnica de Nível Médio
formulados no Parecer CNE/CEB nº 11/2000, integrada com o Ensino Médio,
que estabeleceu as Diretrizes Curriculares REAFIRMA-SE A DURAÇÃO DE 1.200
Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos (MIL E DUZENTAS) HORAS
e, quanto à Resolução CNE/CEB nº 1/2000, DESTINADAS À EDUCAÇÃO GERAL,
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 113

cumulativamente com a carga horária mínima III - incentivar a oferta de EJA nos períodos
para a respectiva habilitação profissional de escolares diurno e noturno, com avaliação em
Nível Médio, tal como estabelece a Resolução processo.
CNE/CEB nº 4/2005, e para o ProJovem, a
duração estabelecida no Parecer CNE/CEB nº Art. 6º Observado o disposto no art. 4º, inciso
37/2006. VII, da Lei nº 9.394/96, a idade mínima para
matrícula em cursos de EJA de Ensino Médio e
Art. 5º Obedecidos o disposto no art. 4º, inscrição e realização de exames de conclusão
incisos I e VII, da Lei nº 9.394/1996 (LDB) e a de EJA do Ensino Médio é 18 (dezoito) anos
regra da prioridade para o atendimento da completos.
escolarização obrigatória, será considerada
idade mínima para os cursos de EJA e para a Parágrafo único. O direito dos menores
realização de exames de conclusão de EJA do emancipados para os atos da vida civil não se
Ensino Fundamental a de 15 (quinze) anos aplica para o da prestação de exames
completos. supletivos.

Parágrafo único. Para que haja oferta variada Art. 7º Em consonância com o Título IV da Lei
para o pleno atendimento dos adolescentes, nº 9.394/1996, que estabelece a forma de
jovens e adultos situados na faixa de 15 organização da educação nacional, a
(quinze) anos ou mais, com defasagem idade- certificação decorrente dos exames de EJA
série, tanto sequencialmente no ensino regular deve ser competência dos sistemas de ensino.
quanto na Educação de Jovens e Adultos, assim
como nos cursos destinados à formação § 1º Para melhor cumprimento dessa
profissional, nos termos do § 3º do art. 37 competência, os sistemas podem solicitar,
da Lei nº 9.394/1996, torna-se necessário: sempre que necessário, apoio técnico e
financeiro do INEP/MEC para a melhoria de
I - fazer a chamada ampliada de estudantes seus exames para certificação de EJA.
para o Ensino Fundamental em todas as
modalidades, tal como se faz a chamada das § 2º Cabe à União, como coordenadora do
pessoas de faixa etária obrigatória do ensino; sistema nacional de educação:

II - incentivar e apoiar as redes e sistemas de I - a possibilidade de realização de exame


ensino a estabelecerem, de forma colaborativa, federal como exercício, ainda que residual, dos
política própria para o atendimento dos estudantes do sistema federal (cf. artigo 211, §
estudantes adolescentes de 15 (quinze) a 17 1º, da Constituição Federal);
(dezessete) anos, garantindo a utilização de
mecanismos específicos para esse tipo de II - a competência para fazer e aplicar exames
alunado que considerem suas potencialidades, em outros Estados Nacionais (países), podendo
necessidades, expectativas em relação à vida, delegar essa competência a alguma unidade
às culturas juvenis e ao mundo do trabalho, tal da federação;
como prevê o art. 37 da Lei nº 9.394/1996,
III - a possibilidade de realizar exame
inclusive com programas de aceleração da
intragovernamental para certificação nacional
aprendizagem, quando necessário;
em parceria com um ou mais sistemas, sob a
forma de adesão e como consequência do

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 114

regime de colaboração, devendo, nesse caso, segmento do Ensino Fundamental e ao Ensino


garantir a exigência de uma base nacional Médio, com as seguintes características:
comum.
I - a duração mínima dos cursos de
IV - garantir, como função supletiva, a EJA, DESENVOLVIDOS POR MEIO DA
dimensão ética da certificação que deve EAD, será de 1.600 (mil e seiscentas)
obedecer aos princípios de legalidade, horas, nos anos finais do Ensino
impessoalidade, moralidade, publicidade e Fundamental, e de 1.200 (mil e
eficiência; duzentas) horas, no Ensino Médio;

V - oferecer apoio técnico e financeiro aos II - a idade mínima para o


Estados, ainda como função supletiva, para a
desenvolvimento da EJA com
oferta de exames de EJA;
mediação da EAD será a mesma
VI - realizar avaliação das aprendizagens dos estabelecida para a EJA presencial:
estudantes da Educação de Jovens e Adultos, 15 (quinze) anos completos para o
integrada às avaliações já existentes para o segundo segmento do Ensino
Ensino Fundamental e o Ensino Médio, capaz Fundamental e 18 (dezoito) anos
de oferecer dados e informações para subsidiar completos para o Ensino Médio;
o estabelecimento de políticas públicas
nacionais compatíveis com a realidade, sem o III - cabe à União, em regime de cooperação
objetivo de certificar o desempenho de com os sistemas de ensino, o estabelecimento
estudantes. padronizado de normas e procedimentos para
os processos de autorização, reconhecimento e
§ 3º Toda certificação decorrente dessas renovação de reconhecimento dos cursos a
competências possui validade nacional, distância e de credenciamento das instituições,
garantindo padrão de qualidade. garantindo-se sempre padrão de qualidade;

Art. 8º O poder público deve inserir a EJA no IV - os atos de credenciamento de instituições


Sistema Nacional de Avaliação da Educação para a oferta de cursos a distância da Educação
Básica e ampliar sua ação para além das Básica no âmbito da unidade federada deve
avaliações que visam identificar desempenhos ficar ao encargo dos sistemas de ensino;
cognitivos e fluxo escolar, incluindo, também, a
avaliação de outros indicadores institucionais V - para a oferta de cursos de EJA a distância
das redes públicas e privadas que possibilitam fora da unidade da federação em que estiver
a universalização e a qualidade do processo sediada, a instituição deverá obter
educativo, tais como parâmetros de credenciamento nos Conselhos de Educação
infraestrutura, gestão, formação e valorização das unidades da federação onde irá atuar;
dos profissionais da educação, financiamento,
jornada escolar e organização pedagógica. VI - tanto no Ensino Fundamental quanto no
Ensino Médio, a EAD deve ser desenvolvida em
Art. 9º Os cursos de EJA desenvolvidos por comunidade de aprendizagem em rede, com
meio da EAD, como reconhecimento do aplicação, dentre outras, das Tecnologias de
ambiente virtual como espaço de Informação e Comunicação (TIC) na "busca
aprendizagem, serão restritos ao segundo inteligente" e na interatividade virtual, com
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 115

garantia de ambiente presencial escolar Resolução, terão o prazo de 1 (um) ano, a partir da
devidamente organizado para as práticas data de sua publicação, para adequar seus projetos
relativas à formação profissional, de avaliação político-pedagógicos às presentes normas.
e gestão coletiva do trabalho, conjugando as
Art. 10. O Sistema Nacional Público de Formação
diversas políticas setoriais de governo;
de Professores deverá estabelecer políticas e ações
específicas para a formação inicial e continuada de
VII - a interatividade pedagógica será desenvolvida
professores de Educação Básica de jovens e
por professores licenciados na disciplina ou
adultos, bem como para professores do ensino
atividade, garantindo relação adequada de
regular que atuam com adolescentes, cujas idades
professores por número de estudantes;
extrapolam a relação idade-série, desenvolvidas em
estreita relação com o Programa Universidade
VIII - aos estudantes serão fornecidos livros
Aberta do Brasil (UAB), com as Universidades
didáticos e de literatura, além de oportunidades de
Públicas e com os sistemas de ensino.
consulta nas bibliotecas dos polos de apoio
pedagógico organizados para tal fim;
Art. 11. O aproveitamento de estudos e
conhecimentos realizados antes do ingresso nos
IX - infraestrutura tecnológica como polo de apoio
cursos de EJA, bem como os critérios para
pedagógico às atividades escolares que garanta
verificação do rendimento escolar, devem ser
acesso dos estudantes à biblioteca, rádio, televisão
garantidos aos jovens e adultos, tal como prevê a
e Internet aberta às possibilidades da chamada
LDB em seu art. 24, transformados em horas-
convergência digital;
atividades a serem incorporados ao currículo
X - haja reconhecimento e aceitação de escolar do(a) estudante, o que deve ser
transferências entre os cursos de EJA presencial e comunicado ao respectivo sistema de ensino.
os desenvolvidos com mediação da EAD;
Art. 12. A Educação de Jovens e Adultos e o
XI - será estabelecido, pelos sistemas de ensino, ensino regular sequencial para os adolescentes
processo de avaliação de EJA desenvolvida por com defasagem idade-série devem estar
meio da EAD, no qual: inseridos na concepção de escola unitária e
politécnica, garantindo a integração dessas
a) a avaliação da aprendizagem dos estudantes seja facetas educacionais em todo seu percurso
contínua, processual e abrangente, com escolar, como consignado nos arts. 39 e 40
autoavaliação e avaliação em grupo, sempre
da Lei nº 9.394/1996 e na Lei nº 11.741/2008,
presenciais;
com a ampliação de experiências tais como os
b) haja avaliação periódica das instituições
programas PROEJA e ProJovem e com o
escolares como exercício da gestão democrática e incentivo institucional para a adoção de novas
garantia do efetivo controle social de seus experiências pedagógicas, promovendo tanto
desempenhos; a Educação Profissional quanto a elevação dos
níveis de escolaridade dos trabalhadores.
c) seja desenvolvida avaliação rigorosa para a
oferta de cursos, descredenciando práticas Art. 13. Esta Resolução entra em vigor na data
mercantilistas e instituições que não zelem pela de sua publicação, ficando revogadas as
qualidade de ensino; disposições em contrário.

XII - os cursos de EJA desenvolvidos por meio da


EAD, autorizados antes da vigência desta

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 116

TEMAS EDUCACIONAIS E comumente caracterizadas como


originais.
PEDAGÓGICOS

Didática consiste na análise e


O ato de ensinar, em síntese, implica desenvolvimento de técnicas e métodos
êxito, que nada mais é que a própria que podem ser utilizados para ensinar
aprendizagem. Ensinar é um tipo de determinado conteúdo para um indivíduo
atividade que não se resolve com o ou um grupo. A didática faz parte da
emprego de técnicas e regras ciência pedagógica, sendo responsável
consideradas como neutras. Para garantir por estudar os processos de
o seu êxito, deve haver aprendizagem. aprendizagem e ensino.

Ter de forma clara quais são os objetivos Nessa perspectiva a didática pode ser
de ensino e quais passos deverão ser definida como um ramo da ciência
tomados para que esse objetivo seja pedagógica voltada para a formação do
alcançado é fundamental para uma aluno em função de finalidades
educação de qualidade. educativas e que tem como objeto de
estudo os processos de ensino e
Para uma discussão analítico- aprendizagem e as relações que se
comportamental destes objetivos, é estabelecem entre o ato de ensinar
importante salientar que ensino é (professor) e o ato de aprender (aluno).
entendido como atividade que deve
preparar o aluno para o futuro, Ela favorece uma aprendizagem
possibilitando o desenvolvimento de qualitativa, tendo em vista, focalizar
habilidades e a aquisição de sempre o melhor para os alunos e
conhecimentos sobre o mundo e sobre si viabilizar facilidades no trabalho do
mesmo, necessários à sua sobrevivência professor, tornando suas ações seguras e
como membro da espécie, como precisas. Em suma, a didática é a
indivíduo e como participante de uma disciplina que fundamenta a prática
cultura. docente.

A educação deve promover a liberdade


do aluno, ensinando-o a lidar
eficientemente com seu ambiente e a A Didática é o principal ramo de estudo
agir por si próprio, tornando-se da pedagogia. Ela investiga os
independente de outros que lhe digam o fundamentos, as condições e os modos
que deve fazer, aprendendo a alterar os de realização da instrução e do ensino. A
fatores determinantes de seu ela cabe converter objetivos
comportamento, estabelecendo sociopolíticos e pedagógicos em
condições que fogem aos padrões pré- objetivos de ensino, selecionar
estabelecidos, a fim de que o aluno conteúdos e métodos em função desses
possa reagir a vários tipos de controles objetivos.
externos e a emitir respostas que são

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 117

Muitos são os problemas que surgem, No âmbito da educação escolar não se


quando se parte da teoria para a prática, pode ensinar de qualquer maneira, de
e quando se chega na prática a história é forma aleatória, precisa-se de
outra. É por isso que indispensável a orientações, subsídios, um guia do
junção de teoria e prática, é dever do docente, e a didática é esse suporte que
professor atualizar-se constantemente, veio proporcionar eficácia e eficiência no
será eficiente se conservar tanto a trabalho DO EDUCADOR.
competência de ensinar, quanto a de
aprender. A didática é essencial para a
prática pedagógica, a partir da teoria o
professor organiza e seleciona os A formação continuada de professores
materiais que irão facilitar no processo de tem sido entendida hoje como um
ensino aprendizagem, cabe ao professor processo permanente e constante de
ser flexível nas distintas formas que cada aperfeiçoamento dos saberes
aluno tem de aprender, observar as necessários à atividade dos educadores.
particularidades. O professor deve Ela é realizada após a formação inicial e
oferecer através de sua didática, algo tem como objetivo assegurar um ensino
que deixe os alunos interessados, de qualidade cada vez maior aos alunos.
comprometidos com o conhecimento.
Podemos definir a formação básica de
Libâneo (2002, p. 64) clarifica que a: professores como o processo obrigatório
“educação compreende o conjunto dos para que esse profissional esteja
processos, influências, estruturas, ações habilitado a dar aulas. Já a formação
que intervém no desenvolvimento complementar pode incluir seminários,
humano do indivíduo e grupos na sua workshops e cursos livres na área de
relação ativa com o meio natural e social, interesse do profissional, além de pós-
num determinado contexto de relações graduação.
entre grupos e classes sociais, visando à
formação do ser humano ( … ) é uma A atualização do professor é uma prática
prática social, que modifica os seres necessária ao exercício da atividade
humanos nos seus estados físicos, docente. Atualizar significa estar
mentais, espirituais, culturais, que dá uma aprendendo sempre, conhecendo novos
configuração a nossa existência saberes.
individual e grupal.” A atualização é uma ação que está
Como dizia Santos (2003): A didática presente, a todo instante na nossa vida.
passou de apêndice de orientações Atualizamos nossos saberes, nossas
mecânicas e tecnológicas para um atual atitudes, valores e pensamentos. Mas é
(…) modo de crítico de desenvolver uma na escola que ela se destaca como a
prática educativa, forjada de um projeto principal ferramenta docente, ativa no
histórico, que não se fará tão somente processo ensino aprendizagem. É
pelo edificador, mas pelo educador, considerada uma tarefa de valor didático
conjuntamente, com o educando e pedagógico docente.
outros membros dos diversos setores da É talvez o recurso mais utilizado pelos
sociedade. professores nas escolas, desde o
sempre, atualizar foi considerado

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 118

importante para o profissional e a cada influência educativa têm chamado a


dia que passa torna-se comum participar atenção para os processos individuais,
em cursos, seminários, eventos culturais, que têm lugar em um contexto
palestras, sempre com o objetivo de interpessoal e que procuram analisar
enriquecer o conhecimento e se preparar como os alunos aprendem,
para o tão competitivo mercado de estabelecendo uma estreita relação com
trabalho. os processos de ensino em que estão
conectados.
Na educação a atualização do professor
tem sido vista como uma arte. Estar em Os mecanismos de influência educativa
contato com as ciências, é um processo têm um lugar no processo de ensino-
que facilita a construção dos saberes, aprendizagem, como um processo onde
numa perspectiva dinâmica de não se centra atenção em um dos
atendimento às realizações humanas aspectos que o compreendem, mas em
todos os envolvidos.
É importante ter em mente que
precisamos estar a par dos Se analisarmos a situação atual da prática
acontecimentos ligados à nossa educativa em nossas escolas
profissão, de que maneira eles identificaremos problemas como: a
acontecerão, sobre quais conteúdos grande ênfase dada a memorização,
curriculares estarão relacionados. pouca preocupação com o
A atualização do professor é a ferramenta desenvolvimento de habilidades para
necessária para a construção de seu reflexão crítica e auto-crítica dos
próprio saber e tão necessária para o conhecimentos que aprende; as ações
exercício de sua profissão. ainda são centradas nos professores que
determinam o quê e como deve ser
aprendido e a separação entre educação
e instrução.
Para Fernández (1998), as reflexões sobre
o estado atual do processo ensino- A solução para tais problemas está no
aprendizagem nos permitem identificar aprofundamento de como os educandos
um movimento de ideias de diferentes aprendem e como o processo de ensinar
correntes teóricas sobre a profundidade pode conduzir à aprendizagem.
do binômio ensino e aprendizagem.
O processo de ensino-aprendizagem
Entre os fatores que estão provocando tem sido historicamente caracterizado de
esse movimento podemos apontar as formas diferentes, que vão desde a
contribuições da Psicologia atual em ênfase no papel do professor como
relação à aprendizagem, que nos leva a transmissor de conhecimento, até as
repensar nossa prática educativa, concepções atuais que concebem o
buscando uma conceptualização do processo de ensino-aprendizagem com
processo ensino-aprendizagem. um todo integrado que destaca o papel
do educando.
As contribuições da teoria construtivista
de Piaget, sobre a construção do
conhecimento e os mecanismos de

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 119

Nesse último enfoque, considera-se a A concepção de que o processo de


integração do cognitivo e do afetivo, do ensino-aprendizagem é uma unidade
instrutivo e do educativo como requisitos dialética entre a instrução e a educação
psicológicos e pedagógicos essenciais. está associada à idéia de que igual
característica existe entre ensinar e
A concepção defendida aqui é que o aprender. Esta relação nos remete a uma
processo de ensino-aprendizagem é concepção de que o processo de ensino-
uma integração dialética entre o aprendizagem tem uma estrutura e um
instrutivo e o educativo que tem como funcionamento sistêmico, isto é, está
propósito essencial contribuir para a composto por elementos estreitamente
formação integral da personalidade do interrelacionados.
aluno. O instrutivo é um processo de
formar homens capazes e inteligentes. Todo ato educativo obedece
Entendendo por homem inteligente determinados fins e propósitos de
quando, diante de uma situação desenvolvimento social e econômico e
problema ele seja capaz de enfrentar e em conseqüência responde a
resolver os problemas, de buscar determinados interesses sociais,
soluções para resolver as situações. Ele sustentam-se em uma filosofia da
tem que desenvolver sua inteligência e educação, adere a concepções
isso só será possível se ele for formado epistemológicas específicas, leva em
mediante a utilização de atividades conta os interesses institucionais e,
lógicas. O educativo se logra com a depende, em grande parte, das
formação de valores, sentimentos que características, interesses e
identificam o homem como ser social, possibilidades dos sujeitos participantes,
compreendendo o desenvolvimento de alunos, professores, comunidades
convicções, vontade e outros elementos escolares e demais fatores do processo.
da esfera volitiva e afetiva que junto com A visão tradicional do processo ensino-
a cognitiva permitem falar de um aprendizagem é que ele é um processo
processo de ensino-aprendizagem que neutro, transparente, afastado da
tem por fim a formação multilateral da conjuntura de poder, história e contexto
personalidade do homem. social. O processo ensino-aprendizagem
deve ser compreendido como uma
A eficácia do processo de ensino- política cultural, isto é, como um
aprendizagem está na resposta em que empreendimento pedagógico que
este dá à apropriação dos considera com seriedade as relações de
conhecimentos, ao desenvolvimento raça, classe, gênero e poder na produção
intelectual e físico do estudante, à e legitimação do significado e
formação de sentimentos, qualidades e experiência. Tradicionalmente este
valores, que alcancem os objetivos gerais processo tem reproduzido as relações
e específicos propostos em cada nível de capitalistas de produção e ideologias
ensino de diferentes instituições, legitimadoras dominantes ao ignorarem
conduzindo a uma posição importantes questões referentes às
transformadora, que promova as ações relações entre conhecimento x poder e
coletivas, a solidariedade e o viver em cultura x política. O produto do processo
comunidade. ensino-aprendizagem é o conhecimento.
Partindo desse princípio, concebe-se que

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 120

o conhecimento é uma construção social, Avaliação é o elemento regulador, sua


assim torna-se necessário examinar a realização oferece informação sobre a
constelação de interesses econômicos, qualidade do processo de ensino
políticos e sociais que as diferentes aprendizagem, sobre a efetitividade dos
formas de conhecer podem refletir. Para outros componentes e das necessidades
que o processo ensino-aprendizagem de ajuste, modificações que o sistema
possa gerar possibilidades de deve usufruir.
emancipação é necessário que os
professores compreendam a razão de A integração de todos os componentes
ser dos problemas que enfrentam e forma o sistema, neste caso o processo
assuma um papel de sujeito na de ensino-aprendizagem. As reflexões
organização desse processo. As sobre o caráter sistêmico dos
influências sócio-político-econômicas, componentes do processo de ensino-
exercem sua ação inclusive nos aprendizagem e suas relações são
pequenos atos que ocorrem na sala de importantes em função do caráter
aula, ainda que não sejam conscientes. bilateral da comunicação entre
Ao selecionar algum destes professor-aluno; aluno-aluno, grupo-
componentes para aprofundar deve-se professor, professor-professor.
levar em conta a unidade, os vínculos e
os nexos com os outros componentes.

O componente é uma propriedade ou O planejamento é uma necessidade


atributo de um sistema que o caracteriza; constante em todas as áreas da atividade
não é uma parte do sistema e sim uma humana. Planejar é analisar uma
propriedade do mesmo, uma realidade e prever as formas alternativas
propriedade do processo docente- da ação para superar as dificuldades ou
educativo como um todo. Identificamos alcançar os objetivos desejados.
como componente do processo de
ensino-aprendizagem: Em suma, planejar consiste em prever e
decidir sobre o que pretendemos
• Aluno - devem responder a realizar; o que vamos fazer; como vamos
pergunta: "quem?" fazer; o que e como devemos analisar a
• Professor situação, a fim de verificar se o que
• Problema – elemento que é pretendemos foi atingido. Já o plano é o
determinado a partir da resultado, é o esboço das conclusões
necessidade do aprendiz. resultantes do processo de planejar, que
pode ou não assumir uma forma escrita.
• Objetivo – deve responder a
pergunta: "Para que ensinar?" Quando falamos em planejar o ensino, ou
• Conteúdo - deve responder a a ação didática, estamos prevendo as
pergunta: "O que aprender?" ações e os procedimentos que o
• Métodos - deve responder a professor vai realizar junto a seus alunos,
pergunta: "Como desenvolver o e a organização das atividades discentes
processo?" e da experiência de aprendizagem,
• Recursos- deve responder a visando atingir os objetivos educacionais
pergunta: "Com o quê?" estabelecidos. Nesse sentido, o

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 121

planejamento de ensino torna-se a aparentemente sem vida. Compete ao


operacionalização do currículo escolar. professor que o confeccionou dar-lhe
vida, relevo e colorido no ato de sua
Assim, no que se refere ao aspecto execução, impregnando-o de sua
didático, segundo HAIDT (1995), planejar personalidade e entusiasmo,
é: enriquecendo-o com sua habilidade e
expressividade.
• Analisar as características da clientela
(aspirações, necessidades e possibilidades
dos alunos);
• Refletir sobre os recursos disponíveis;
• Definir os objetivos educacionais
considerados mais adequados para a
clientela em questão;
• Selecionar e estruturar os conteúdos a
serem assimilados, distribuídos ao longo
do tempo disponível para o seu
Imagina-se que uma sala de aula ideal
desenvolvimento;
seja um lugar que ofereça condições
• Prever e organizar os procedimentos do
necessárias para que se desenvolvam os
professor, bem como as atividades e
processos de ensino-aprendizagem,
experiências de construção do
neste cenário serão definidos os papéis
conhecimento consideradas mais
de aluno e professor que serão
adequadas para a consecução dos
representados por ambos de forma a
objetivos estabelecidos;
demonstrar quais tipos de ação pode-se
• Prever e escolher os recursos de ensino
esperar dos mesmos; no entanto o
mais adequados para estimular a
professor encontra-se em situação
participação dos alunos nas atividades de
peculiar, pois devido à importância de
aprendizagem;
sua formação e experiência atribui-se a
• E prever os procedimentos de avaliação
ele a função de autoridade e responsável
mais condizentes com os objetivos
pela motivação e desenvolvimento do
propostos.
aluno. A definição de professor, apenas,
O planejamento didático também é um
como aquele que ensina é limitada, pois
processo que envolve operações
este tem um papel fundamental na
mentais, como: analisar, refletir, definir,
sociedade ao realizar a função de formar
selecionar, estruturar, distribuir ao longo
indivíduos pensantes e capazes de
do tempo, e prever formas de agir e
serem autores da sua própria história. Um
organizar. O processo de planejamento
professor reflexivo está sempre
da ação docente é o plano didático. Em
buscando novas formas de ensinar e
geral, o plano didático assume a forma de
interagir com o aluno. A lacuna e a
um documento escrito, pois é o registro
distância entre aluno e professor são
das conclusões do processo de previsão
preenchidas apenas com a reflexão: o
das atividades docentes e discentes.
que faço, o que digo, tem ressonância,
Outro aspecto a ser lembrado é que o significado, importância para o aluno?
plano é apenas um roteiro, um Quando o professor percebe que não se
instrumento de referência e, como tal, é faz entender cumpre-lhe investigar o
abreviado, esquemático, sem colorido e porquê e realizar as mudanças
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 122

necessárias, pois o aluno não irá mudar cenário professores e alunos


daí, então, se faz necessária a desempenham seu papel. As condições
intervenção do professor para entendê- desse ambiente escolar influencia
lo e orientá-lo eficazmente na construção diretamente no ensino – aprendizagem,
de seu conhecimento. Para entendermos segundo Luck (1978):
o que é aluno e o que é professor, parte-
se do pressuposto que para ensinar é No cenário da sala de aula, o professor e os
alunos são os participantes responsáveis e
preciso antes aprender, logo o aluno é o
os agentes cruciais do processo de ensino
início de tudo. Deve-se introduzir a
e aprendizagem. Neste espaço não só
criança ao mundo aos poucos para que físico, mas, sobretudo social, crenças e
esta se familiarize e deve-se cuidar para conceitos se misturam, influenciando as
que esse contato seja feito de forma ações, determinando os deveres e os
coerente e o professor é base deste direitos, e também as expectativas
processo. O relacionamento entre enquanto eles executam as suas
professor e aluno deve ser de amizade, respectivas funções. Desse modo,
solidariedade e respeito mútuo, pois se representando os seus respectivos papéis,
torna impraticável desenvolver a ambos adotam comportamentos capazes
aprendizagem em um ambiente hostil. de mostrar como alguém deve ser e qual o
Porém não se deve esquecer que o tipo de ação que se espera de uma pessoa
ocupando os lugares de ‘professor’ e de
respeito da criança pelo adulto é
‘aluno’ num determinado grupo.
unilateral e dá origem a dois sentimentos
distintos: afeto e medo; percebidos pelas Com isso, busca-se definir qual o papel
crianças quando se envolvem em do professor e qual o papel do aluno, pois
situações causadas por desobediências. mesmo estando num ambiente
Desses sentimentos surge o respeito considerado adequado o professor se
unilateral. Por isso, se existir afetividade depara com um quadro, no mínimo,
há a possibilidade de se praticar o peculiar
respeito mútuo, que faz com que a
aprendizagem flua com mais facilidade. E Na sala de aula, ao professor costuma ser
a escola, mais do que em qualquer outro atribuído o papel de autoridade e de
tempo, é hoje um lugar para construir participante mais importante do evento,
relações humanas, ficou claro nesta devido a sua formação profissional e
maior experiência em relação ao
pesquisa bibliográfica e documental que
conhecimento que se propõe produzir. Ele
objetivou estudar a aprendizagem efetiva
é tido como aquele a quem compete fazer
e motivadora. a aula acontecer. (Esteves, 1999)

Ao imaginarmos uma sala de aula ideal, Podemos definir o professor como


nos vem a imagem, ambientes onde ‘aquele que ensina’, mas a partir do
existem móveis adequados, mobiliário e momento em que ele tem que aprender
iluminação agradável, limpo e para poder ensinar ele também é
organizado de forma a contribuir para um considerado um aluno. Segundo
melhor aprendizado e claro essa sala Mendonça (1987, p.33)
deve pertencer a uma escola e nesse

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 123

O professor como agente ativo é progresso e de aperfeiçoamento. E isso


responsável pelo norte do seu trabalho só é possível a partir de uma reflexão
docente em oposição ao mero executor de sobre si mesmo e sobre suas ações.
tarefas definidas por outros. Um segundo Considerando os enfoques e os verbos
ponto seria considerar os saberes tácitos listados no quadro abaixo, nota-se, em
dos professores e não ter somente os
primeiro lugar, a mudança da postura
saberes acadêmicos como válidos e, por
último, reconhecer a construção da prática
autoritária, de controlador e manipulador
do professor como um processo contínuo a do professor para uma prática mais
ser aprimorado no decorrer de sua vida. democrática e aberta.

O professor tem papel fundamental na O enfoque teórico e a ação do professor na


sociedade em que atua, de forma que a sala de aula (Hypólitto, 1999). –Adaptado
sua função é educar e formar indivíduos
capazes de pensar e reescrever suas
histórias e conseqüentemente a do
mundo.

Vivemos em um século de mudanças e


grandes avanços tecnológicos onde são
repensados os papeis e várias profissões;
com o professor não é diferente, o que
nos leva a uma corrente de
pensamentos, onde podemos refletir
sobre o seu papel, para Hypólitto (1999):
Pensar é começar a mudar. Todo ser,
porque é imperfeito, é possível de
Na prática, um professor reflexivo esta
mudança, de progresso e de
aperfeiçoamento. E isso só é possível a
sempre buscando novas formas de
partir de uma reflexão sobre si mesmo e ensino e de interação com o aluno. Na
sobre suas ações. A avaliação da prática sala de aula, segundo Libâneo (1994), o
leva a descobrir falhas e possibilidades de professor exerce uma autoridade, fruto
melhoria. Quem não reflete sobre o que faz de qualidades intelectuais, morais e
acomoda-se, repete erros e não se mostra técnicas. Para ele, “As relações entre
profissional. professores e alunos, as formas de
comunicação, os aspectos afetivos e
emocionais, a dinâmica das
manifestações na sala de aula fazem
parte das condições organizativas do
Quem não reflete a sua prática frustra-se trabalho docente, [...]” (p. 249). A avaliação
e aumenta sempre mais o da prática leva a descobrir falhas e
distanciamento com o aluno no caso dos possibilidades de melhoria. Quem não
professores isso é um erro grave, pois o reflete sobre o que faz acomoda-se,
mesmo atua diretamente no ensino e repete erros e não se mostra profissional;
aprendizagem dos alunos. Pensar é para cobrir a lacuna e a distância entre
começar a mudar. Todo Ser, porque é aluno e professor, só mesmo a reflexão: o
imperfeito, é passível de mudança, de que faço, o que digo, tem ressonância,

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 124

significado, importância para o aluno? ; A ele; na medida em que ela é nova, deve
reflexão leva a repensar o currículo, a se cuidar para essa coisa nova chegue à
metodologia e os objetivos: Quem é o fruição em relação ao mundo como ele é,
aluno que está a minha frente, o que e o professor é a base de todo esse
quer, de que precisa, o que entende, qual processo.
a linguagem adequada para dialogar
com ele? Se o professor dá-se conta de
que não está sendo entendido, cumpre-
lhe investigar o porquê e proceder às A reflexão leva o professor a questionar o
mudanças necessárias. O aluno não vai seu trabalho com os alunos, pois o mesmo
se pergunta ‘será que estou conseguindo
mudar: é fruto de seu tempo, tem suas
fazê-los entenderem?’ ‘o que estou dizendo
características e necessidades. O tem alguma importância para o aluno?’
professor é que terá que entendê-lo para segundo PACHECO (1995); “Refletir sobre o
educá-lo eficazmente. próprio ensino exige espírito aberto,
responsabilidade e sinceridade”. O
relacionamento entre professor e aluno
deve ser de amizade, de troca de
Deve-se primeiro buscar entender o que solidariedade, de respeito mútuo, enfim, não
é aluno e o que é professor. Se partir da se concebe desenvolver qualquer tipo de
premissa de que para ensinar alguma aprendizagem, em um ambiente hostil. Mas
coisa, antes é preciso aprender, então o não devemos esquecer que o respeito que a
aluno está no início de tudo. Nascemos criança tem pelo adulto é unilateral, dando
alunos, crescemos alunos, morremos origem a dois sentimentos distintos: afeto e
alunos. Para os que crêem, Adão foi o o medo; mas simultaneamente percebidos
primeiro aluno, Eva a segunda, e a pela criança quando envolvidas em
serpente a primeira professora (será que situações resultantes das suas
desobediências. É da existência desses dois
vem daí a tradição de se dar maçãs aos
sentimentos que surge o respeito unilateral.
mestres). O mesmo Adão pode ser Por isso, se houver afetividade há
considerado o primeiro professor de possibilidade de pôr em prática o respeito
Deus, ao ensiná-lo que aquela perfeição mútuo, tão necessário para o
toda que Ele planejara não seria nada desenvolvimento das relações pessoais em
fácil de alcançar. Se até Deus é aluno de qualquer que seja o meio humano e, através
sua criação, a pergunta está respondida? dele, a aprendizagem flui com mais
A linha traçada entre criança e adulto facilidade. A escola hoje, mais do que em
deveria significar que não se pode nem qualquer outro tempo, é um espaço onde se
educar adultos nem tratar crianças como constroem relações humanas. O bom
se elas fossem maduras; jamais se professor é o que consegue, enquanto fala,
deveria permitir, porém, que tal linha se trazer o aluno até a intimidade do
movimento do seu pensamento. Sua aula é
tornasse uma muralha a separar as
assim um desafio e não uma cantiga de ninar.
crianças da comunidade adulta, como se Seus alunos cansam, não dormem. “Cansam
não vivessem elas mesmas no mesmo porque acompanham as idas e vindas de seu
mundo e como se a infância fosse um pensamento, surpreendem suas pausas,
estado humano autônomo capaz de viver suas dúvidas, suas incertezas”. (FREIRE: 1996,
por suas próprias leis. Na medida em que p. 96).
a criança não tem familiaridade com o
mundo, se deve introduzila aos poucos a

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 125

forma unilateral, ou como uma imposição


de seu professor? Afinal, se este contrato
for estabelecido com um caráter
Antes de se discutir como estabelecer autoritário, poderá ser um inimigo para a
um acordo didático, é preciso entender construção do saber, pois estará
no que ele consiste. Segundo prejudicando a relação professor-aluno.
Brousseau, o CONTRATO DIDÁTICO é
um conjunto recíproco de Com isso, para melhor compreensão
comportamentos esperados entre tanto das regras quanto da importância
alunos e professor, sendo mediados do contrato didático, algo que pode ser
pelo saber. Com isso, ele pode ser interessante é a construção deste
entendido como um instrumento que contrato didático com a participação dos
auxilia na análise das relações professor, alunos.
aluno e saber.
A construção do contrato pode ser feita
Como a maioria dos estudos acerca das através de um debate ou uma dinâmica,
práticas educacionais (metodologias de em que os alunos exporão as regras que
ensino, psicologia do ensino, entre acham importantes para o bom
outras), foi visto que o ensino focado funcionamento das aulas. Estas ideias
apenas no conteúdo não contribui para deverão ser mediadas pelo professor,
uma formação completa dos alunos, ou para que não se perca o foco do que
seja, é necessário analisar e deve ser discutido e para que seja dada a
compreender todos os componentes chance de todos falarem.
que constituem esta construção do
saber. Um dos componentes cruciais É possível retirar duas vantagens de um
para esta construção é a organização do contrato didático estabelecido desta
ambiente escolar, disposto em regras e forma:
deveres de cada um dos integrantes
deste processo de ensino e
aprendizagem. • Valorização do saber do estudante,
proporcionando uma maior interação entre
Contudo, existem regras que são ele e o professor, colaborando para a
explícitas (aquelas que são explicitadas participação dos alunos nas aulas.
pelo professor) e implícitas (que • Em casos de quebra das regras, o
professor poderá relembrar os alunos que
acompanham a formação de cada
aquela regra infringida, foi ressaltada por
indivíduo dentro do ambiente escolar).
eles, ou seja, eles estão indo contra o
Com isso, o contrato didático vem tanto próprio discurso.
para explicitar as regras de modo a
determinar a função de cada um dos
participantes no processo de ensino e Esta é apenas mais uma ferramenta a ser
aprendizagem quanto para ressaltar as usada neste complexo processo de
regras que deveriam ser conhecidas por ensino e aprendizagem, ferramenta esta
todos. que é o início deste processo que será
construído ao decorrer de todas as aulas.
Mas como estabelecer este contrato
didático sem que os alunos o vejam de

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 126

vínculo vai continuar sendo importante


para ela se envolver na escola.
Você provavelmente tem boas Pense em você: não é mais fácil gostar de
lembranças de professores da época em um ambiente quando há pessoas
que estudou na escola ou na faculdade, queridas nele? Isso também acontece
certo? Isso acontece porque a relação com o seu filho. Boas relações com os
professor-aluno nos marca de forma professores aumentam o envolvimento
bastante profunda. dele com a escola e o interesse em
estudar/participar das atividades.
Não poderia ser diferente, afinal, o
contato com os docentes é intenso
durante o período escolar. Além de
Aprendizagem de conteúdos
aprender os conteúdos, os alunos
aprendem também se relacionar e A aprendizagem de cada matéria
confiar nos seus professores. também sofre influência da relação entre
professor e aluno. Pesquisas
O contato entre o aluno e o
recentes sobre o funcionamento do
conhecimento que ele vai adquirir passa
cérebro têm demonstrado que as
pela mediação de alguém fundamental:
emoções participam ativamente do
O PROFESSOR. Isso significa que desenvolvimento cognitivo.
nenhuma matéria chega sozinha à
criança ou ao adolescente: ela passa, O que isso significa? Que o aluno aprende
antes, pela interpretação do docente. melhor quando gosta do conteúdo e se
sente à vontade com o professor. Esse
Logo, o jeito que o professor tem de
ambiente emocional positivo ajuda o
comunicar os conteúdos é um elemento
cérebro a funcionar com mais eficiência e
essencial no processo de ensino-
compreender o que está sendo ensinado.
aprendizagem. Veja alguns fatores que
comprovam a importância da relação Por isso, não se pode mais ver os
professor-aluno! estudantes apenas em seu viés racional e
cognitivo. Os relacionamentos
Envolvimento com a escola estabelecidos na escola e
o desenvolvimento emocional são peças
Isso acontece logo que a criança entra fundamentais na aprendizagem.
pela primeira vez em uma instituição Construção de valores
escolar — no famoso período de
adaptação. Quais são as primeiras Outra grande contribuição da relação
pessoas com quem ela vai criar um professor-aluno é a construção de
vínculo de segurança? Exatamente valores. Os adultos são modelos de
os professores. comportamento para crianças e
adolescentes. Dessa forma, professores
Antes de se envolver com os colegas de ensinam por meio do exemplo alguns
turma, a criança precisa confiar no valores centrais — como solidariedade,
professor para se adaptar ao ambiente. empatia, cidadania etc.
Ao longo do seu crescimento, esse

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 127

Além dos conteúdos científicos que são Cuidar do ambiente da escola


importantes para que o aluno entenda o
mundo, ele sai da escola também com Estamos falando da relevância dos
conhecimentos para entender a si relacionamentos, mas também é
mesmo e às outras pessoas. Nesse importante pensar nos espaços onde
sentido, o ensino de valores é um dos essas relações acontecem. Logo, um dos
papéis da escola — e isso depende métodos para incentivar encontros
bastante do relacionamento entre o positivos é cuidar do ambiente da
corpo docente e o discente. escola.
Desenvolvimento integral Os alunos vão estabelecer um vínculo
melhor quando gostam dos espaços que
Quando falamos desses conteúdos que frequentam. Locais limpos, alegres,
vão além das matérias escolares, arejados e agradáveis estimulam a
estamos abordando o chamado participação deles. Os professores
desenvolvimento integral, isto é, a também se sentem melhor ao trabalhar
compreensão de que os alunos não se em lugares com essas características.
desenvolvem de maneira fragmentada, Assim, todos ficam mais tranquilos e
mas como uma pessoa completa. dispostos a se relacionar bem.

Eles estão na escola para se desenvolver Engajar os professores


sua cognição, seu controle emocional e Por mais que essas informações estejam
também suas relações sociais, mas os sendo muito comentadas nos últimos
professores precisam estar preparados anos, nem todos os docentes
para atuar nesse desenvolvimento reconhecem a importância da relação
integral. Do contrário, o processo perde professor-aluno.
muito da sua riqueza ao focar apenas no Considerando isso, uma das práticas
aspecto cognitivo. indispensáveis na escola é a capacitação
É por isso que falar de relação dos professores. Investir nesse ponto faz
professor-aluno se faz tão importante. com que o corpo docente se alinhe
Quando consideramos que a escola é um melhor à expectativa dos gestores e das
espaço onde pessoas se encontram, fica famílias.
mais fácil entender como a
aprendizagem é complexa. Nesse contexto, promover reuniões e
palestras que tratem sobre os aspectos
Como a escola pode investir nessa
emocionais e a boa relação entre eles e
relação? os alunos é muito importante. Dessa
forma, os professores vão desenvolver
Agora que você viu a extrema conhecimento sobre isso e poderão
importância do relacionamento entre pensar em estratégias para melhorar
professores e alunos, cabe perguntar: esses relacionamentos.
como ele pode ser incentivado pela
Promover atividades diferenciadas
escola? Na verdade, existem muitas
estratégias a serem utilizadas para fazer Uma metodologia largamente utilizada
isso acontecer. Confira as principais! por escolas que trabalham o
desenvolvimento integral é a realização
de atividades variadas, afinal, é
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 128

preciso sair da sala de aula ou mesmo


interagir com esse ambiente de
maneiras diferentes.
Essa diversificação dos métodos
estimula o envolvimento dos alunos e
promove relações mais próximas com os
professores. Estratégias desse tipo
também impulsionam a aprendizagem,
pois partem de elementos atrativos.
Inatismo é um substantivo masculino que
Algumas ideias interessantes são
sintetiza uma ideia filosófica que acredita
o ensino bilíngue e a robótica.
que o conhecimento de um indivíduo é
Ter espaços para participação dos alunos uma característica inata. Ou seja,
o indivíduo já nasce com todo o
Por fim, não podemos falar sobre relação conhecimento, qualidades e
professor-aluno sem considerarmos o capacidades básicas.
que os estudantes pensam, certo?
Quando a escola promove espaços em Dentro desta análise da teoria
que eles participam ativamente e têm do inatismo, o conceito de conhecimento
sua voz reconhecida, os vínculos se adquirido a partir do que é aprendido e
constroem com mais força. obtido de experiência nas relações
Para os estudantes — principalmente as humanas simplesmente é impossível e
crianças maiores e os adolescentes — é inexistente. Isso porque, tal filosofia
muito importante ter sua opinião defende que as qualidades são
reconhecida. Eles têm muito para ajudar transmitidas por meio de herança
a escola a melhorar cada vez mais. genética, isto é, de pai para filho. Não há
Assim, incentivar essa participação é condições de a pessoa se desenvolver e
uma forma de se aperfeiçoar sempre. aperfeiçoar seus conhecimentos, eles já
Pensar na relação professor-aluno e estão cravados em seu DNA na sua
desenvolver estratégias que gerem concepção.
melhores resultados nesse sentido são
ótimas práticas nas escolas. Todos têm a Diante deste significado, o indivíduo é um
ganhar com isso: alunos, professores, se meramente estático, desprovido de
gestão e família! qualquer capacidade de evoluir ao longo
de sua vida: seus hábitos, crenças,
conduta social, valores e personalidade
estão na sua origem.

A teoria do inatismo possibilita o


surgimento de ideologias que são
favoráveis à hierarquização social, com
os seres naturalmente mais inteligentes
acima de outros que são menos aptos e
desenvolvidos geneticamente para tal.
Diante deste cenário, o inatismo na
educação serve apenas para despertar

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 129

nos alunos as habilidades que já estão


incutidas neles e apenas estariam
adormecidas. Nesse entendimento, os
Inatismo e empirismo se opõem
professores são incentivados a não
drasticamente. Isso porque, no
interferirem no processo de
empirismo, as ideias dos indivíduos são
aprendizagem dos estudantes, já que o
desenvolvidas apenas por conta da
sucesso ou o fracasso deles depende
experiência vivida por eles. Ou seja,
única e exclusivamente de si e de seus
frontalmente oposta ao inatismo, que,
genes. Se determinado aluno não
como vimos, desconsidera a experiência
consegue absorver algum
humana como fator que impacte no
conhecimento, ele não tem aptidão
conhecimento.
genética para tal e não há como
desenvolvê-lo.
O líder da teoria do empirismo é o
britânico John Locke, que escreveu a
obra “Ensaio acerca do Entendimento
Humano”. Lá ele definiu que a mente é
Platão foi um dos primeiros filósofos a uma tábula rasa e que todas as ideias são
defender o ideário em torno da teoria do captadas a partir de experiências
inatismo. De acordo com o inatismo sensoriais.
platônico, “a alma precede o corpo”, ou
seja, todo o conhecimento já estava
armazenado desde sua concepção.
A abordagem comportamentalista
Ele aborda a teoria da reminiscência, na analisa o processo de aprendizagem,
qual já nascemos imbuídos da razão e de desconsiderando os aspectos internos
ideias verdadeiras e a Filosofia ajuda a que ocorrem na mente do agente social,
que nos recordemos delas. De acordo centrando-se no comportamento
com Platão, conhecer é recordar a observável. Essa abordagem teve como
verdade que já existe em nós mesmos. grande precursor o norte-americano
John B. Watson, sendo difundida e mais
conhecida pelo termo Behaviorismo.

O pensador racionalista René Descartes A grande efervescência dessa teoria se


aborda a teoria do inatismo, deu pelo fato de ter caracterizado o
desenvolvendo o conceito de inatismo comportamento como um objeto de
cartesiano. análise que apresentava a consistência
que a Psicologia científica exigia na
Para ele, há três ideias dentro de nosso época – caráter observável e mensurável
espírito: as ideias adventícias, ou vindas de – em função da predominância
fora, derivadas de nossas sensações e cientificista do Positivismo. Esta última
percepções; as ideias fictícias, logo, criadas sendo uma corrente de pensamento que
por nossa mente; e as ideias inatas, aquelas triunfou soberana no século XIX, e que
que já nascem com a gente e foram tinha como princípio fundamental à
colocadas em nosso espírito por Deus, por utilização do método experimental, tanto
isso elas serão sempre verdadeiras.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 130

para as Ciências da Natureza quanto para frio seria um “estímulo incondicionado”


as Ciências Sociais. que ocasiona o “comportamento reflexo”.
Por outro lado, temos determinados
Desse modo, o Behaviorismo estímulos do ambiente que atuam como
desenvolveu-se num contexto em que a reforçadores de um tipo de
Psicologia buscava sua identidade como comportamento operante e estes são
ciência, enfatizando o comportamento responsáveis pelas nossas ações; sendo
em sua relação com o meio. Com isso, se assim, agimos e operamos sobre o
estabeleceu como unidades básicas para mundo em função das respostas
uma análise descritiva nesta ciência os (conseqüências) que nossas ações criam.
conceitos de “Estímulo” e “Resposta”. A
partir da definição dessa base conceitual A preocupação dos estudos skinnerianos
o ser humano passou a ser estudado centra-se nesse tipo de
como produto das associações condicionamento. Conforme Keller (apud
estabelecidas durante sua vida entre os MOREIRA, 1999, p. 33)
estímulos do meio e as respostas que são
O comportamento operante “inclui todos os
manifestadas pelo comportamento. movimentos de um organismo dos quais se
possa dizer que, em algum momento, têm
Apesar de Watson ter sido o grande um efeito sobre ou fazem algo ao mundo
precursor do Behaviorismo, B. F. Skinner em redor. O comportamento opera sobre o
foi um dos psicólogos behavioristas que mundo, por assim dizer, quer direta, quer
teve seus estudos amplamente indiretamente”.
divulgados, inclusive no Brasil, havendo
um grau de aplicabilidade muito forte na A partir desse viés, Skinner desenvolveu
educação. o conceito de reforço, relacionando ao
comportamento. Podemos distinguir dois
tipos de reforço – o “positivo” e o
“negativo” – que têm em comum a
manutenção de um determinado
Skinner nasceu em Susquehanna, comportamento. A diferença está no fato
Estados Unidos e, em suas pesquisas, ele do reforço positivo fortalecer um
tinha como ponto fundamental o estudo comportamento que ocasiona um
das relações funcionais entre o estímulo estímulo agradável e, no caso do reforço
e a resposta na modificação, negativo, um comportamento é instalado
permanência ou extinção de um com o intuito de evitar um estímulo
comportamento. A base de sua teoria desagradável.
está no conceito de “condicionamento
Contrapondo-se ao reforço positivo e
operante”. No entanto, para que este
negativo, Skinner também trabalhou com
fosse compreendido, Skinner fez uma
um condicionamento operante que
distinção entre dois tipos de
pudesse extinguir um tipo de
comportamento: o “reflexo” e o
comportamento. Essa experiência foi
“operante”. O comportamento reflexo é o
desenvolvida a partir da “ausência” de um
tipo de resposta não voluntária do
reforço, por ser este o mantenedor de
organismo a um estímulo do ambiente
uma determinada resposta.
como, por exemplo, o arrepio da pele ao
ser atingida por um ar frio. Nesse caso, ar

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 131

Todavia será nos conceitos de


“generalização” e “discriminação” que a
Teoria do Reforço de Skinner será
A partir das teorias interacionistas, foi
compreendida como uma Teoria da
possível analisarmos que a
Aprendizagem. A generalização é a
aprendizagem não acontece apenas por
capacidade de darmos respostas
fatores internos ao sujeito, mas também
semelhantes a situações semelhantes. Já
pela interação do indivíduo com o
a discriminação consiste na capacidade
ambiente externo. Entre os principais
de percebemos diferenças entre
representantes do INTERACIONISMO,
estímulos, dando respostas diferentes a
podemos citar Jean Piaget e Lev
cada um deles.
Vygotsky.
No caso da aprendizagem escolar,
Interacionismo é a vertente pedagógica a
ambos os conceitos são fundamentais,
qual acredita que a interação das
pois em algumas situações o educando
pessoas com o meio e os objetos é
precisa generalizar, ou seja, transferir
preponderante para a aprendizagem.
uma aprendizagem a diversas situações;
ou discriminar, dar uma resposta Dois teóricos são fundamentais para
específica a um determinado estímulo. pensarmos sobre as teorias
interacionistas. O primeiro é o suíço Jean
A Teoria Behaviorista de Skinner teve
Piaget. Biólogo, debruçou-se sobre os
uma grande aplicabilidade na educação,
processos de aprendizagem e
sendo consubstanciada pela “tendência
desenvolveu a teoria interacionista,
tecnicista” traduzida pelos métodos de
atualmente, ela é base para propostas
ensino programado, o controle e
conhecidas como construtivistas.
organização das situações de
aprendizagem e da tecnologia de ensino. Já Lev Vygotsky, psicólogo bielorusso,
No Brasil, principalmente na década de pensou o interacionismo considerando
1970, a tendência tecnicista influenciou especialmente sua natureza
as abordagens do processo de sociocultural, por isso sua teoria é
ensino/aprendizagem, a partir da chamada de sociointeracionista.
inserção do conceito de uma
aprendizagem por condicionamento, O fato de que Piaget e Vygotsky
sendo ratificada pelos novos modelos de pensaram sobre a interação, embora de
currículo, pelas políticas educacionais formas diferenciadas entre si, é o motivo
que valorizavam a formação técnica do pelo qual muitas propostas pedagógicas
educador e a inserção de recursos atuais sejam chamadas de
didáticos que estimulassem a socioconstrutivistas, buscando aliar o
aprendizagem nas escolas. pensamento e a metodologia de dois dos
mais importantes teóricos da Educação.

A base comum do interacionismo


considera que os seres humanos
constroem o conhecimento a partir do
“erro”. Uma criança pequena conhece o
espaço ao seu redor e aprende a se
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 132

equilibrar considerando suas quedas e teoria que consideram como interação a


seus limites. A aprendizagem, sob a ótica partir de simbolismos sociais.
interacionista, é um caminho construído a
partir de hipóteses que consideram o Os simbolismos podem ser percebidos
erro como parte importante dessa quando uma criança se envolve no
construção. universo do faz de conta e dele extrai
suas brincadeiras, buscando representar
por meio dos símbolos, estabelecendo
essa relação também na aprendizagem
Para Piaget, a forma com que os seres matemática, quando desenha para fazer
humanos desenvolvem o conhecimento cálculos de adição ou divisão.
é o que o diferencia dos outros seres
vivos. Assim, Piaget se dedicou a
construir a teoria do conhecimento e
realizou laboratório cujas observações A principal diferença na obra de Piaget é
deram-se a respeito das experiências de que ele coloca o foco de suas pesquisas
suas próprias filhas, quando ainda na interação do sujeito com o objeto.
pequenas. Ele também foi um grande Assim, sua teoria é considerada focada
teórico para compreensão das etapas do no sujeito como estruturante.
desenvolvimento infantil.
Já para Vygotsky, a interação é o foco.
Uma curiosidade sobre a teoria e os Sua teoria também é considerada
experimentos de Piaget, é que ele não construtivista e interacionista porque o
buscou focar no final da aprendizagem, psicólogo nos afirma que a criança se
ou seja, nos resultados obtidos pela desenvolve e modifica sua
criança ao fim de um dado percurso, mas aprendizagem à medida em que
no percurso em si. O biólogo se importou internaliza experiências externas.
mais em compreender como a criança
aprende do que no quanto ou no que ela Uma grande diferença da teoria dos dois
aprende. teóricos é também que Vygotsky se
dedicou ao estudo da função da
Em sua teoria, toda criança passa por linguagem para aquisição do
estágios do conhecimento. Esses conhecimento e do mecanismo da
estágios se tornaram muito conhecidos interação, enquanto Piaget estabeleceu
na Pedagogia e são considerados a base seu foco no pensamento.
da proposta de muitas instituições de
ensino. Esse fator diferenciador evidencia mais
uma vez que Piaget estrutura sua teoria
Observando a interação das crianças no sujeito pensante, enquanto Vygotsky
com o seu objeto e com seus pares, parte do princípio da interação, mediada
Piaget percebe que ela é simbólica. pela linguagem. Assim, a teoria
Dessa forma, entre as décadas de 1930- sociointeracionista ensina que a
40, outros teóricos fundamentados na aprendizagem não seria determinada a
teoria de Piaget cunharam o termo partir de fatores congênitos, mas na
interacionismo simbólico para definir a medida em que os indivíduos são

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 133

expostos à interação produtiva, mediada


pela linguagem e pela cultura.
Este também foi um parâmetro de
bastante destaque na proposta de
alfabetização da BNCC e que é um dos
Podemos pensar em uma proposta focos da teoria interacionista. Vygotsky
pedagógica interacionista especialmente considerava que a criança aprende
a partir dos seguintes pontos: enquanto é mediada pelos usos sociais
da linguagem.

Assim, trabalhar com diversos gêneros


Piaget trouxe a importância do textuais, placas e rótulos de produtos é
conhecimento concreto para posterior uma forma lúdica de desenvolver a
abstração. Dessa forma, sabemos que aprendizagem da leitura e da escrita,
uma criança que não compreendeu estimulando a interação entre as crianças
conceitos matemáticos no plano por meio da linguagem.
concreto, dificilmente se apropriará deles
no plano abstrato.

Dessa forma, é muito importante que a Segundo a proposta interacionista, não


proposta pedagógica escolar ofereça às há erro que não tenha utilidade
crianças o máximo de contato com jogos pedagógica. Dessa forma, as crianças
numéricos, envolvendo as quatro não devem se sentir derrotadas diante do
operações básicas, cujo foco principal erro, mas precisam aprender a construir
seja auxiliar as crianças a estabelecer e pensar a partir dele.
valor posicional dos números por meio
de brincadeiras, permitindo-lhes Portanto, textos com erros ortográficos
experimentar o caráter simbólico da podem ser uma ótima oportunidade para
linguagem escrita. promover às crianças a revisão de suas
escritas.

As fases da escrita também são ótimos


exemplos de revisão do conceito de erro
A interação entre as crianças precisa
na visão interacionista. Conforme a
estar presente nas atividades desde a
criança vai avançando, ela adquire
Educação Infantil, fator que também foi
noções acerca do código linguístico, em
considerado como Eixo Fundamental
consequência sua escrita se torna mais
na Base Nacional Comum Curricular
próxima da ortografia correta.
(BNCC).
Entre as principais vantagens de uma
Segundo a teoria interacionista, crianças proposta pedagógica interacionista é que ela
menores aprendem com as que já estão é composta por metodologias ativas de
em fases mais avançadas do aprendizagem. Dessa forma, a criança tem
conhecimento, por isso, as atividades mais oportunidade de construir seu
entre as diferentes séries escolares conhecimento por meio de jogos e
podem oferecer ganhos na interações, tornando a escola mais atrativa e
aprendizagem dos estudantes. a aprendizagem desafiadora
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 134

piagetiana considera a inteligência como


resultado de uma adaptação biológica,
aonde o organismo procura o equilíbrio
entre assimilação e acomodação para
A Teoria cognitiva surgiu nos Estados
organizar o pensamento. O que
Unidos entre as décadas de 1950 e 1960
determina o que o sujeito é capaz de
como uma forma de crítica ao
fazer em cada fase do seu
Comportamentalismo, que postulava,
desenvolvimento é o equilíbrio
em linhas gerais, a aprendizagem como
correspondente a cada nível mental
resultado do condicionamento de
atingido.
indivíduos quando expostos a uma
situação de estímulo e resposta.
HENRY WALLON (1879-1962)
compreende o desenvolvimento
O termo cognição pode ser definido
cognitivo como um processo social e
como o conjunto de habilidades mentais
interacionista, no qual a linguagem e o
necessárias para a construção de
entorno social assumem um papel
conhecimento sobre o mundo. Os
fundamental. Assim como Piaget, Wallon
processos cognitivos envolvem,
também categoriza o desenvolvimento
portanto, habilidades relacionadas ao
em etapas, mas procura o entendimento
desenvolvimento do pensamento,
do sujeito em sua integralidade:
raciocínio, linguagem, memória,
biológica, afetiva, social e intelectual.
abstração etc.; têm início ainda na
Desta forma, a existência do indivíduo se
infância e estão diretamente
dá entre as exigências do organismo e da
relacionados à aprendizagem.
sociedade e seu desenvolvimento ocorre
De acordo com os principais teóricos por meio de uma construção progressiva
cognitivistas, dentre os quais se em que predominam ora aspectos
destacam PIAGET, WALLON e VIGOTSKY, afetivos, ora cognitivos estabelecidos,
é preciso compreender a ação do sujeito através das relações entre um ser e um
no processo de construção do meio que se modificam reciprocamente.
conhecimento. Apesar de diferenças
entre suas teorias, procuraram LEV VYGOTSKY (1896-1934) postula que
compreender como a aprendizagem o desenvolvimento do indivíduo e a
ocorre no que se refere às estruturas aquisição de conhecimentos é resultado
mentais do sujeito e sobre o que é da interação do sujeito com o meio,
preciso fazer para aprender. através de um processo sócio-histórico
construído coletivamente e mediado
JEAN PIAGET (1896-1980) centraliza sua pela cultura. De acordo com sua teoria, a
explicação para o desenvolvimento aprendizagem promove o despertar de
cognitivo nas fases de desenvolvimento processos internos de desenvolvimento
da criança. Para ele, o desenvolvimento que não ocorreriam senão por meio das
cognitivo ocorre em uma série de interações estabelecidas com o meio
estágios sequenciais e qualitativamente externo ao longo da vida. Como fruto
diferentes, através do quais vai sendo dessas trocas e interações, o cérebro tem
construída a estrutura cognitiva seguinte, a capacidade de criar novos
mais complexa e abrangente que a conhecimentos, isto porque o contato
anterior. Nesse sentido a teoria com outras experiências ativa as

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 135

potencialidades do aprendiz em elaborar O conflito cognitivo, causa instabilidade,


seus conhecimentos sobre os objetos, motivação, conflito, duvida, desejo de
em um processo mediado pelo outro. saber. Este conflito cognitivo dá-se
quando percebemos que temos algo
Podemos apontar que a principal contraditório é interno e pessoal.
contribuição das teorias cognitivas é
permitir um maior nível de compreensão Assim a cognição é um processo activo e
sobre como as pessoas aprendem, interactivo permanente de avanços e
partindo do princípio de que essa recuos entre a pessoa e o meio. É activo
aprendizagem é resultado da construção e não passivo, a pessoa afecta o meio e o
de um esquema de representações meio afecta a pessoa simultaneamente,
mentais que se dá a partir da participação como que um mecanismo regulador.
ativa do sujeito e que resulta, em linhas
gerais, no processamento de ASSIMILAÇÃO; tenta-se encaixar,
informações que serão internalizadas e conforme o conhecimento.
transformadas em conhecimento.
ACOMODAÇÃO; é a modificação do
nosso conhecimento, é a resstruturação
do mesmo de uma maneira diferente.

A ASSIMILAÇÃO é o processo cognitivo


pelo qual uma pessoa integra (classifica)
um novo dado perceptual, motor ou
conceitual às estruturas cognitivas
prévias (WADSWORTH, 1996). Ou seja,
Cada estágio principal é um sistema de quando a criança tem novas experiências
pensamento qualitativamente diferente (vendo coisas novas, ou ouvindo coisas
do precedente. novas) ela tenta adaptar esses novos
estímulos às estruturas cognitivas que já
Estados sequenciais, cada um possui.
corresponde a uma idade tendo casa um
subcategorias, embora possam existir O próprio Piaget define a assimilação
diferenças cronológicas. como (PIAGET, 1996, p. 13) :

Existe uma evolução integrativa, isto é, as … uma integração à estruturas prévias,


novas aquisições são integradas na que podem permanecer invariáveis ou
estrutura anterior, organizando-se agora são mais ou menos modificadas por
uma nova estrutua hierarquicamente esta própria integração, mas sem
superior. descontinuidade com o estado
precedente, isto é, sem serem
Segundo Piaget, o desenvolvimento destruídas, mas simplesmente
cognitivo dá-se quando temos um acomodando-se à nova situação.
conflito cognitivo.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 136

Isto significa que a criança tenta uma vez modificada a estrutura cognitiva,
continuamente adaptar os novos o estímulo é prontamente assimilado.
estímulos aos esquemas que ela possui
até aquele momento. Por exemplo, WADSWORTH diz que (1996, p. 7) “A
imaginemos que uma criança está acomodação explica o desenvolvimento
aprendendo a reconhecer animais, e até (uma mudança qualitativa), e a
o momento, o único animal que ela assimilação explica o crescimento (uma
conhece e tem organizado mudança quantitativa); juntos eles
esquematicamente é o cachorro. Assim, explicam a adaptação intelectual e o
podemos dizer que a criança possui, em desenvolvimento das estruturas
sua estrutura cognitiva, um esquema de cognitivas.” Essa mesma opinião é
cachorro. compartilhada por Nitzke et alli (1997a),
que escreve que os processos
Pois bem, quando apresentada, à esta responsáveis por mudanças nas
criança, um outro animal que possua estruturas cognitivas são a assimilação e
alguma semelhança, como um cavalo, a acomodação.
ela a terá também como cachorro
(marrom, quadrúpede, um rabo, pescoço, PIAGET (1996), quando expõe as ideias da
nariz molhado, etc.) assimilação e da acomodação, no
entanto, deixa claro que da mesma forma
Entrando agora na operação cognitiva da como não há assimilação sem
ACOMODAÇÃO, iniciamos com definição acomodações (anteriores ou atuais),
dada por PIAGET (p. 18, 1996) : também não existem acomodações sem
assimilação. Esta declaração de Piaget,
Chamaremos acomodação (por significa que o meio não provoca
analogia com os “acomodatos” simplesmente o registo de impressões
biológicos) toda modificação dos ou a formação de cópias, mas
esquemas de assimilação sob a desencadeia ajustamentos activos.
influência de situações exteriores (meio)
ao quais se aplicam.

Assim, a acomodação acontece quando Segundo Piaget (WADSWORTH, 1996), a


a criança não consegue assimilar um teoria da equilibração, de uma maneira
novo estímulo, ou seja, não existe uma geral, trata de um ponto de equilíbrio
estrutura cognitiva que assimile a nova entre a assimilação e a acomodação, e
informação em função das assim, é considerada como um
particularidades desse novo estímulo mecanismo auto-regulador, necessária
(Nitzke et alli, 1997a). Diante deste para assegurar à criança uma interacção
impasse, restam apenas duas saídas: criar eficiente dela com o meio-ambiente.
um novo esquema ou modificar um
esquema existente. Ambas as acções A sequencia de mudanças de estádios
resultam em uma mudança na estrutura ocorre pela ordem proposta por Piaget.
cognitiva.

Ocorrida a acomodação, a criança pode


tentar assimilar o estímulo novamente, e
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 137

papéis fictícios. É, portanto, um período


no qual a capacidade de usar objetos
com um caráter simbólico é adquirida. É
Para PIAGET, o desenvolvimento
o caso dos jogos infantis, onde eles
humano obedece a certos estágios
podem cozinhar e lutar com brinquedos
hierárquicos, que decorrem do
que representam potes ou espadas.
nascimento até se consolidarem por
volta dos 16 anos. A ordem destes
estádios (ou estágios) seria invariável e Embora continuem sendo pessoas
inevitável a todos os indivíduos. egocêntricas, é a partir desse estágio que
aparecem manifestações claras que
ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR podem ser colocadas no lugar de outra
(do nascimento aos 2 anos) – O estágio pessoa. Portanto, começam a mostrar
sensório-motor vai do nascimento do reações empáticas e altruístas, embora
bebê até este começar a falar. Esse isso não seja usual.
momento chega por volta dos dois anos
de idade, quando a pessoa consegue No estágio pré-operacional, a
construir frases simples. O primeiro dos capacidade de associação de ideias é
estágios do desenvolvimento cognitivo clara, mas também sua simplicidade e
de Jean Piaget tem como característica baixa capacidade de contraste. É por
fundamental a maneira como o bebê essa razão que crianças entre dois e sete
interage com o mundo. Seus sentidos anos de idade podem facilmente recorrer
dão a ele toda a informação sobre o ao pensamento mágico para explicar
mundo, sendo sua ânsia por uma fatos diferentes.
exploração fundamental para seu
desenvolvimento cognitivo.
ESTÁGIO OPERATÓRIO-CONCRETO
A necessidade de compreender o mundo (dos 7 aos 12 anos) – O estágio das
através dos sentidos não impede que os operações concretas vai de sete a doze
bebês saibam que existem objetos que anos de idade aproximadamente. Neste
existem, apesar de não tê-los na frente episódio evolutivo, a pessoa já é capaz de
deles. Por outro lado, há pessoas que adquirir muitas das capacidades mentais
estão no estágio sensório-motor e são de uma pessoa adulta.
basicamente egocêntricas. Não é até
etapas posteriores que tendem a mostrar É nesse estágio, por exemplo, quando o
comportamentos mais ligados ao uso da lógica ganha força. É, portanto, um
altruísmo e à autonegação. episódio evolutivo em que a pessoa pode
chegar a conclusões usando
ESTÁGIO PRÉ-OPERATÓRIO capacidades associativas maiores. A
(dos 2 aos 7 anos) – O estágio pré- pessoa pode se tornar menos
operacional é aquele que corresponde egocêntrica nesse estágio de Piaget e
entre dois e sete anos de idade. As está numa fase de desenvolvimento de
pessoas que estão nesta fase do sua capacidade de abstração.
desenvolvimento de Jean Piaget já são
mais capazes de interagir, e o jogo é
frequentemente desempenhado por
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 138

ESTÁGIO OPERATÓRIO-FORMAL factores ( o ensino critico, o estádio de


(dos 12 em diante) – O estágio das desenvolvimento cognitivo)
operações formais vai de doze anos até o
final da idade adulta. A maioria da Patricia Arlim, critica Piaget pela
população, portanto, está nesta fase da existência de 4 estádios e assim indica
vida e representa a culminação do um quinto estádio, de operações pós-
desenvolvimento cognitivo no nível formais.
evolutivo. Nesta etapa de Piaget, a
pessoa já é capaz de recorrer à sua Onde existe a capacidade de
capacidade total de abstração e ao uso desenvolver novas soluções, onde se
da lógica para resolver problemas. formula perguntas produtivas, uma
atenção no Raciocínio Lógico com a
É assim que o pensamento hipotético- criatividade e a sabedoria.
dedutivo toma importância nessa fase da
vida. Baseia-se na ideia de que uma Assimilação, assimilar ideia e
pessoa gera hipóteses para tentar experiencias do meio circundante. Um
explicar o que observa, sendo que ajustar das experiencias ao nosso estádio
experimentação e raciocínio são os de desenvolvimento cognitivo.
meios para prová-la. Embora algumas
pessoas permaneçam egocêntricas, isso Acomodação, é o alterar do nosso
não é mais uma característica definidora presente estádio de processamento
desse estágio. As pessoas no estágio das cognitivo de modo a incorporar novas
operações formais são capazes de experiências
condicionar seu pensamento ou
comportamento por motivos que vão Equilibração, é o acto de balanceamento
além de sua pessoa. entre antigas e as novas percepções e
experiencias, é um processo dinâmico
que procura reduzir a dissonância.

As crianças para apreenderem precisam


de se ocupar com actividades
apropriadas às capacidades cognitivas, Consciência de uma discrepância
não fixadas à nascença, mas moderada na compreensão do
desenvolvidas em cada um dos estádios. significado de um acontecimento ou
Inteligência = Acção . A acção produz ideia.
desenvolvimento cognitivo. É necessária Sentimento de perplexidade;
uma Escola Activa. curiosidade, embaraço ou activação
afectiva.
O desenvolvimento cognitivo depende Acumulação de mais informações novas
da acção para Piaget. A acção produz que não se ajustam à antiga
desenvolvimento, daí se necessário ser compreensão
uma escola activa. Existência de um período de reflexão
descontraída procuram ajustar-se os
Não se deve acelarar o desenvolvimento. novos elementos de informação no
Já que o progresso é o resultado de dois antigo esquema.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 139

Um novo equilíbrio é alcançado; a nova esses dois níveis, o efetivo e o potencial.


informação evolui da acomodação para a É, portanto, um guia para indicar como
assimilação. podemos interferir no desenvolvimento
Passado o tempo suficiente a nova de uma pessoa e modificá-lo. Com isso,
informação torna-se antiga e pode ser Vygotsky não quer dizer que devemos
generalizada a situações semelhantes. tutelar a criança totalmente, mas, que o
Surge uma nova discrepância moderada desenvolvimento é resultado da
e o processo continua. interação da criança com o meio social
O professor não ensina, ajuda o aluno a em que está inserido e, se conhecermos
aprender melhor esse processo, teremos condição
Crianças geralmente classificadas num de intervir sobre o desenvolvimento da
estádio podem apresentar alguns criança de modo a ajudá-la.
pensamentos de nível superior.
Qual a importância desse conceito?
Segundo Oliveira (1993), a Zona de
Desenvolvimento Proximal é
fundamental por duas razões.
Primeiramente, porque não é toda
criança que vai se beneficiar de uma
intervenção. Se ela não houver atingido a
zdp, nenhuma intervenção será eficiente.
Uma criança que ainda não
O psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky compreendeu a função da escrita não
(1896-1934) morreu há mais de 70 anos, será capaz de utilizá-la, embora possa
mas sua obra ainda está em pleno aprender as letras. É somente quando
processo de descoberta e debate em percebe que a escrita é utilizada para
vários pontos do mundo, incluindo o registrar informações, que a criança pode
Brasil. se desenvolver de modo significativo
com ajuda externa.
Um dos conceitos mais importantes na
teoria de Vygotsky é o de ZONA DE Em segundo lugar, percebe-se então a
DESENVOLVIMENTO PROXIMAL. O que importância que Vygotsky atribui ao
significa esse conceito? Vygotsky afirma papel da INTERAÇÃO SOCIAL.
que, em qualquer pessoa, existem dois
Segundo Vygotsky, é essa interação uma
níveis de desenvolvimento: um nível de
das maiores responsáveis pelo
desenvolvimento efetivo, indicado pelo
desenvolvimento da criança.
que o sujeito pode realizar sozinho e um
nível de desenvolvimento potencial,
indicado pelo que o indivíduo pode
realizar com ajuda de outra pessoa mais Para Vygostsky o processo de ensino
velha ou mais experiente. aprendizagem inclui sempre aquele que
As teorias de desenvolvimento, em geral, aprende, aquele que ensina e a relação
estudam somente o desenvolvimento entre as pessoas. Tudo isso é fruto de
efetivo, isto é, aquele que já ocorreu. A uma grande influência das experiências
Zona de Desenvolvimento Proximal de cada pessoa.
(ZDP) mede exatamente a distância entre
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 140

Vygotsky atribuía um papel generalização; o que interessa para a


preponderante às relações sociais nesse teoria de Vygotsky é a interação que
processo, tanto que a corrente cada pessoa estabelece com
pedagógica que se originou de seu determinado ambiente, a chamada
pensamento é chamada de experiência pessoalmente significativa.
socioconstrutivismo ou
sociointeracionismo. Segundo Vygotsky, apenas as funções
psicológicas elementares se
Surge da ênfase no social uma oposição caracterizam como reflexos. Os
teórica em relação ao biólogo suíço Jean processos psicológicos mais complexos
Piaget (1896-1980), que também se - ou funções psicológicas superiores, que
dedicou ao tema da evolução da diferenciam os humanos dos outros
capacidade de aquisição de animais - só se formam e se
conhecimento pelo ser humano e desenvolvem pelo aprendizado. Entre as
chegou a conclusões que atribuem bem funções complexas se encontram a
mais importância aos processos internos consciência e o discernimento. "Uma
do que aos interpessoais. Vygotsky, que, criança nasce com as condições
embora discordasse de Piaget, admirava biológicas de falar, mas só desenvolverá
seu trabalho, publicou críticas ao suíço a fala se aprender com os mais velhos da
em 1932. Piaget só tomaria contato com comunidade", diz Teresa Rego.
elas nos anos 1960 e lamentou não ter
podido conhecer Vygotsky em vida. Outro conceito-chave de Vygotsky é a
Muitos estudiosos acreditam que é MEDIAÇÃO. Segundo a teoria
possível conciliar as obras dos dois. vygotskiana, toda relação do indivíduo
com o mundo é feita por meio de
RELAÇÃO HOMEM-AMBIENTE instrumentos técnicos - como, por
exemplo, as ferramentas agrícolas, que
transformam a natureza - e da linguagem
Os estudos de Vygotsky sobre - que traz consigo conceitos
aprendizado decorrem da compreensão consolidados da cultura à qual pertence
do homem como um ser que se forma o sujeito.
em contato com a sociedade. "Na
ausência do outro, o homem não se O PAPEL DO ADULTO
constrói homem", escreveu o psicólogo.
Ele rejeitava tanto as teorias inatistas,
segundo as quais o ser humano já Todo aprendizado é necessariamente
carrega ao nascer as características que mediado - e isso torna o papel do ensino
desenvolverá ao longo da vida, quanto as e do professor mais ativo e determinante
empiristas e comportamentais, que vêem
do que o previsto por Piaget e outros
o ser humano como um produto dos
estímulos externos. Para Vygotsky, a pensadores da educação, para quem
formação se dá numa relação dialética cabe à escola facilitar um processo que
entre o sujeito e a sociedade a seu redor só pode ser conduzido pelo própria
- ou seja, o homem modifica o ambiente aluno. Segundo Vygotsky, ao contrário, o
e o ambiente modifica o homem. Essa primeiro contato da criança com novas
relação não é passível de muita atividades, habilidades ou informações
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 141

deve ter a participação de um adulto. Ao formação do conhecimento. Para ele, a


internalizar um procedimento, a criança intervenção pedagógica provoca
"se apropria" dele, tornando-o voluntário avanços que não ocorreriam
e independente. espontaneamente. Ao formular o
conceito de zona proximal, Vygotsky
Desse modo, o aprendizado não se
mostrou que o bom ensino é aquele que
subordina totalmente ao
estimula a criança a atingir um nível de
desenvolvimento das estruturas
compreensão e habilidade que ainda não
intelectuais da criança, mas um se
domina completamente, "puxando" dela
alimenta do outro, provocando saltos de
um novo conhecimento. "Ensinar o que a
nível de conhecimento. O ensino, para
criança já sabe desmotiva o aluno e ir
Vygotsky, deve se antecipar ao que o
além de sua capacidade é inútil", diz
aluno ainda não sabe nem é capaz de
Teresa Rego. O psicólogo considerava
aprender sozinho, porque, na relação
ainda que todo aprendizado amplia o
entre aprendizado e desenvolvimento, o
universo mental do aluno. O ensino de
primeiro vem antes. É a isso que se refere
um novo conteúdo não se resume à
um de seus principais conceitos, o de
aquisição de uma habilidade ou de um
zona de desenvolvimento proximal, que
conjunto de informações, mas amplia as
seria a distância entre o desenvolvimento
estruturas cognitivas da criança. Assim,
real de uma criança e aquilo que ela tem
por exemplo, com o domínio da escrita, o
o potencial de aprender - potencial que é
aluno adquire também capacidades de
demonstrado pela capacidade de
reflexão e controle do próprio
desenvolver uma competência com a
funcionamento psicológico.
ajuda de um adulto. Em outras palavras,
a zona de desenvolvimento proximal é o
caminho entre o que a criança consegue
fazer sozinha e o que ela está perto de
conseguir fazer sozinha. Saber identificar
essas duas capacidades e trabalhar o
percurso de cada aluno entre ambas são
as duas principais habilidades que um
professor precisa ter, segundo Vygotsky.

EXPANSÃO DOS HORIZONTES


MENTAIS HENRI WALLON nasceu e viveu na
França de 1879 a 1962, foi médico,
Como Piaget, Vygotsky não formulou psicólogo, educador e investigador.
uma teoria pedagógica, embora o Estudou muito a criança (ALMEIDA, 2010)
pensamento do psicólogo bielo-russo, e escreveu sua teoria do
com sua ênfase no aprendizado, ressalte desenvolvimento, mostrando a
importância da relação da criança com o
a importância da instituição escolar na
meio. “É uma relação evolutiva, que vai

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 142

mudando com a idade, conforme as Porém, como nos alerta ALMEIDA (2010),
necessidades da criança, reveladas em essas fases não são lineares, podendo
suas atividades, interesses e conforme os haver avanços e retrocessos entre elas.
recursos que encontra ao seu alcance
para satisfazê-las” (MAHONEY, 2007, p. 9). Com base nesta teoria, Wallon espera
que a escola se organize para que seja “a
Wallon divide o desenvolvimento em expressão concreta dessa unidade
fases, nas quais cada uma tem uma indissolúvel adulto-criança-sociedade,
atividade predominante: encontrando o ponto de equilíbrio entre o
atendimento das necessidades do
De acordo com Mahoney e Almeida desenvolvimento da criança e o
(2010) os estudos de Wallon atendimento das necessidades de
estabelecem cinco estágios de desenvolvimento da sociedade, sem
desenvolvimento da criança, que são: perder de vista que sua maior
solidariedade é com a criança. A criança
IMPULSIVO EMOCIONAL (0 A 1 ANO) traz para a escola as características de
seu ser biopsicológico e as consequências
A criança expressa sua afetividade das condições materiais e sociais da sua
através de movimentos desordenados; existência impostas pela sociedade em
que vive (MAHONEY, 2007, p. 11).
SENSÓRIO-MOTOR E PROJETIVO (1 A 3
ANOS) Assim, a escola é um meio funcional, pois
tem uma função específica: levar à
A criança já possui coordenação motora criança o acervo cultural da humanidade
e manipula objetos; (ALMEIDA, 2010). Segundo MAHONEY
(2007), Wallon defendia que os
PERSONALISMO (3 A 6 ANOS) conhecimentos ocorrem através da
relação criança-meio, no presente e no
Nesse estágio há o desenvolvimento da vir-a-ser. Além disso, essa instituição
construção da consciência de si; deve auxiliar no desenvolvimento de
toda a personalidade do indivíduo.
CATEGORIAL (6 A 11 ANOS)
“Educar exige, então, o conhecimento da
A criança já realiza atividades de criança concreta, nas suas condições de
agrupamento e classificação em vários existência, da natureza das relações que
níveis; ela estabelece com o seu meio, da
influência dos diversos grupos aos quais
PUBERDADE E ADOLESCÊNCIA (11 ela tem acesso” (MAHONEY, 2007, p. 10).
ANOS EM DIANTE), Para Wallon, a pessoa é concreta e
completa, possuindo quatro conjuntos
O jovem procede a exploração de si funcionais (MAHONEY & ALMEIDA, 2005):
mesmo, como entidade autônoma.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 143

▪ AFETIVIDADE: emoções, Para Wallon, o organismo é a condição


primeira do pensamento, visto que toda
sentimentos e paixão;
função psíquica supõe um componente
▪ COGNIÇÃO: permite a aquisição e orgânico e que o objeto da ação mental
manutenção do conhecimento; vem do ambiente em que o sujeito está
▪ MOVIMENTO: deslocamento do inserido. Dessa forma, o sujeito é
corpo no tempo e no espaço, determinado fisiológica e socialmente,
ou seja, é resultado tanto das disposições
reações posturais e apoio tônico
internas quanto das situações exteriores.
para expressões e sentimentos se
expressarem e; Wallon procurou entender a pessoa
▪ PESSOA: com a função de articular completa, integrada ao meio em que está
os outros conjuntos. imersa, com os seus aspectos afetivos,
cognitivos e motores também
Aqui, cabe lembrar que Wallon faz um integrados. Seus estudos sobre a origem
recorte destes aspectos a fins didáticos, da pessoa na sua totalidade, enquanto
pois, para ele, o indivíduo é um só ser biológico, afetivo, social e intelectual,
(ALMEIDA, 2010). ele os denominou de Psicogênese.

“Todas essas considerações em relação Em seus estudos sobre o


ao aluno precisam ser pensadas ao
desenvolvimento humano, considera o
mesmo tempo em relação ao professor: os
dois estão em constante transformação na
sujeito como “geneticamente social”.
direção de sua individuação e nesse Para esse autor, o desenvolvimento
momento é preciso que o professor planeje inicia-se na relação do organismo do
sua ação, lembrando que todas as bebê recém-nascido com o meio
atividades propostas para o aluno humano. A partir das reações das
também têm uma ressonância no seu pessoas aos seus reflexos e movimentos
conjunto motor, afetivo, cognitivo e essa impulsivos, a criança passa a atuar no
ressonância deve ocorrer na direção da ambiente humano, desenvolvendo
satisfação de suas necessidades. Afinal, é aquilo que Wallon denomina motricidade
na interação do par que os dois se expressiva, ou dimensão afetiva do
transformam” (MAHONEY, 2007:, p.14). movimento.
Baseado em sua teoria, foi criado o Projeto
Langevin-Wallon, o qual propunha uma É a ação motriz que regula o
educação a todas as crianças (de 6 a 18 aparecimento e o desenvolvimento das
anos) sem discriminação, oferecendo a funções mentais, ou seja, o movimento
elas condições para “o desenvolvimento espontâneo transforma-se em gesto que,
intelectual, estético, moral, de acordo ao ser realizado intencionalmente,
com suas aptidões e só estas podem ser reveste-se de significado. Antes do
seus limites. Isto significa que toda aparecimento da fala, Wallon atribui
aptidão poderá ser orientada, cultivada grande importância à motricidade: para
segundo sua natureza, levando em ele, a imitação revela as origens do ato
consideração as funções em que mental; o gesto precede a palavra – fatos
poderá ser exercida mais tarde na esses que ele chama de característica
sociedade” (MAHONEY, 2007, p.14).
cultural.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 144

A partir do momento em que o sujeito um comportamento social na sua função


assimila os signos sociais (fala, escrita de adaptação do ser humano ao seu
etc.) a comunicação motora passa a ser meio. A emoção, antes da linguagem, é o
substituída por outros meios, decorrendo meio utilizado pelo recém-nascido para
daí a disciplina mental, ou seja, o controle estabelecer uma relação com o mundo
do sujeito sobre suas próprias ações. No externo. Os movimentos de expressão
seu desenvolvimento, o sujeito vai evoluem de fisiológicos a afetivos, em
superando os sentimentos e ideias, que a emoção cede terreno aos
vividos de forma genérica e confusa, para sentimentos e, depois, às atividades
uma compreensão mais clara do mundo intelectuais.
e dos fatos que se apresentam. A
linguagem é indispensável ao progresso A emoção precede as condutas
do pensamento: a linguagem exprime o cognitivas; é um processo corporal que,
pensamento e, ao mesmo tempo, quando intenso, prejudica a percepção
estrutura o pensamento. Para Wallon, o do exterior. Portanto, para que se possam
desenvolvimento humano não é linear e trabalhar as funções cognitivas, é
contínuo, mas, sim, uma integração: as necessário manter-se uma “baixa
novas funções/aquisições somam-se a temperatura emocional.” O
outras, adquiridas anteriormente. desenvolvimento, então, deve conduzir à
predominância da razão, ou, na afirmação
Para Wallon, a pessoa deve ser vista de Wallon, “a razão é o destino final do
como parte integrante do meio em que home.
está inserida. O processo de socialização
dá-se pelo contato com o outro e,
também, pelo contato com a produção
do outro (texto, pintura, música etc.). Por
isso, afirma que a cultura geral aproxima
os homens, pois permite a identificação
de uns com os outros. Para ele, o meio
social e a cultura constituem as
condições, as possibilidades e os limites
do desenvolvimento do organismo. Por
isso, a criança precisa ser entendida em
seu contexto, e seu desenvolvimento
como resultado de sua interação com
esse meio: o desenvolvimento é histórico,
dialético, portanto, é também
descontínuo.

Em Wallon, a dimensão afetiva ocupa


lugar central, tanto do ponto de vista da
construção da pessoa quanto do
conhecimento. O autor afirma que a
emoção é a exteriorização da afetividade:
é um fato fisiológico que se expressa no
humor e nos atos e, ao mesmo tempo, é
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,

específicas. Influenciado pelo psicólogo


e biólogo suíço Jean Piaget, Gardner
estudou o desenvolvimento de crianças
de inteligência dentro da média e super
dotadas, como os adultos com lesões
cerebrais continuam com atividade
intelectual, como os autistas, mesmo
com comprometimento intelectual
conseguem desenvolver outras
habilidades e a história do
desenvolvimento cognitivo.

Em 1983, Howard Gardner consolida sua


teoria. Ele apresentou ao mundo a Teoria
das inteligências múltiplas no
livro Frames of Mind. O psicólogo não
contesta que a inteligência seja a
“capacidade de entender ideias
complexas e resolver problemas”, mas,
explica que existem várias formas de
fazê-lo. Na obra, Gardner afirma que
todos nascem com o básico de cada
inteligência e que a cultura é sua base. De
acordo com sua percepção, cada
ambiente valoriza determinada
habilidade.

O psicólogo cognitivo O desenvolvimento das habilidades


acontece por estágios. O padrão cru é o
americano Howard
primeiro deles é a capacidade dos bebês
Gardner revolucionou os em processarem os primeiros estímulos.
estudos educacionais. O segundo estágio ocorre aos cinco anos.
A criança passa a codificar os símbolos,
O profissional formado em Harvard não como a escrita, música, conversas e
concordava com a visão unilateral da desenhos, por exemplo. Dos cinco anos
inteligência. até a adolescência ocorre o
aprimoramento dessas capacidades
O quociente de inteligência focava relatadas. Na adolescência e na fase
apenas nos predicados importantes para adulta, algumas inteligências se
o êxito escolar. Sua experiência pessoal sobressaem e o indivíduo começa a
contribuiu para este questionamento. trabalhar as habilidades valorizadas pelo
Exímio pianista, Gardner entendeu que seu habitat.
existem várias formas de inteligência,
cada uma voltada para áreas

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 146

intensa é essa inteligência. O teste do


quociente de inteligência (QI) é baseado
na inteligência lógico-matemática. A
inteligência linguística também é
utilizada, mas, em menor escala. A
inteligência lógico-matemática é
fortemente encontrada nos cientistas,
economistas, acadêmicos, engenheiros e
matemáticos.

Observar o mundo e os objetos sob outra


perspectiva é a característica da
inteligência espacial. Quem possui esta
habilidade desenvolvem imagens
Gardner contextualizou oito tipos de mentais, desenham e identificam
inteligência. Algumas se apresentam detalhes que outras pessoas não
mais intensamente, porém, todas são conseguem. Pintores, designers,
importantes, tanto que se entrelaçam fotógrafos, publicitários, arquitetos e
dependendo da atividade. Vamos todos profissionais que têm a criatividade
conhecer cada uma delas e entender
como ferramenta de trabalho
suas aplicações:
apresentam fortes traços de inteligência
espacial.

A inteligência linguística não está restrita


a oralidade. A comunicação escrita e a
O estudo de Gardner aponta que todos
gestual estão integradas a esta
possuem inteligência musical.
inteligência. Os escritores, poetas,
Entretanto, em alguns ela se mostra mais
jornalistas e políticos são exemplos onde
latente. Nessas pessoas, as áreas
a inteligência linguística é mais latente.
relacionadas à música trabalham mais
intensamente. A inteligência musical se
demonstra através do domínio de
Por muito tempo, a capacidade lógico- instrumentos musicais e da execução de
matemática foi considerada fundamental peças musicais.
para determinar o nível de inteligência.
Quanto mais rapidamente a pessoa
resolve problemas matemáticos, mais

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 147

A capacidade motora é essencial para


operar ferramentas e expressar Para Howard Gardner a escola deve
emoções. A capacidade intuitiva está modelar papeis e repassar valores.
ligada a esta inteligência. Vemos a Entretanto, a missão não para por aí. A
inteligência corporal e sinestésica em escola precisa estimular o debate de
dançarinos, atores, atletas e até mesmo ideias e respeitar as diferenças de
cirurgiões e artistas plásticos. personalidade. A Teoria das Inteligências
Múltiplas reflete a singularidade. Gardner
tirou a venda e os rótulos que os
educadores tradicionais colocaram nos
alunos. A teoria provocou nos
A inteligência intrapessoal é a educadores a necessidade em “pensar
capacidade de entender e controlar os fora da caixa” e enxergarem as pessoas
sentimentos. Quem possui esta não como meros alunos que precisam
habilidade consegue analisar a forma de decorar datas e fórmulas, mas, sim como
pensar das outras pessoas. pessoas que possuem necessidades e
habilidades especiais.

Gardner já declarou que as escolas


continuam a preparar os alunos para os
Professores, educadores, psicólogos, séculos 19 e 20. Em entrevista concedida
terapeutas e advogados possuem para o site Revista Escola em 2009,
inteligência interpessoal. Eles têm a Gardner afirmou que o Brasil precisa
habilidade de interpretar palavras, gestos encontrar uma maneira de educar
compatível com sua cultura e não apenas
e objetivos que muitas vezes estão nas
imitar o que é feito na Europa e nos
entrelinhas. Esses profissionais Estados Unidos.
entendem que abruptas mudanças de
comportamento sinalizam problemas. A
inteligência interpessoal pode ser
resumida como empatia em grau Howard Gardner causou furor com a sua
elevado. descoberta. Entretanto, é difícil crer que
acreditassem em um único tipo de
inteligência. Todos nós possuímos várias
habilidades. Algumas se sobressaem e
A inteligência naturalista foi integrada a indicam qual profissão seguiremos. Uma
criança com talentos para a linguagem e
obra original em 1995. Detectar,
têm talento para tocar instrumentos
diferenciar e categorizar assuntos poderão ser ótimos compositores.
pertinentes aos animais, vegetais, O ensino é o maior bem que
fenômenos climáticos e naturais garante transmitimos. Educadores que enxergam
a sobrevivência humana e de outras seus alunos individualmente fazem um
espécies. bem ainda maior. Alunos que têm suas
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DUDU PRÉ-CONCURSOS 148

particularidades respeitadas conseguem Educação Nacional, define-se a


expressar seus talentos com mais competência da União para “estabelecer
segurança. A chance de se tornarem em colaboração com os Estados, o
pessoas e profissionais mais realizados é Distrito Federal e os Municípios,
grande. competências e diretrizes para a
educação infantil, o ensino fundamental
Modesto, Gardner diz que suas e o ensino médio, que nortearão os
descobertas não causaram forte impacto. currículos e seus conteúdos mínimos, de
Ele não fica incomodado por não modo a assegurar formação básica
comum” .
existirem escolas que ofereçam cursos
sobre sua teoria. Para ele, o mais Outras referências, mais específicas,
importante é saber que as pessoas estão no capítulo da Educação Básica,
conhecem suas ideias e procuram quando se define que “os currículos do
colocá-las em prática. ensino fundamental e médio devem ter
uma base nacional comum, a ser
complementada, em cada sistema de
ensino e estabelecimento escolar, por
uma parte diversificada, exigida pelas
características regionais e locais da
sociedade, da cultura, da economia e da
clientela” .
Conjunto de dados relativos à
aprendizagem escolar, organizados Finalmente, são estabelecidas as
para orientar as atividades educativas, diretrizes que deverão orientar os
as formas de executá-las e suas “conteúdos curriculares da educação
finalidades. Geralmente, exprime e básica”, que envolvem: valores, direitos e
busca concretizar as intenções dos deveres e orientação para o trabalho.
sistemas educacionais e o plano cultural
que eles personalizam como modelo A LDB sugere uma flexibilização dos
ideal de escola defendido pela currículos, na medida em que se admite
sociedade. A concepção de currículo a incorporação de disciplinas que podem
inclui desde os aspectos básicos que ser escolhidas levando em conta o
envolvem os fundamentos filosóficos e contexto local. No ensino nas zonas
sociopolíticos da educação até os rurais, por exemplo, é admitida a
marcos teóricos e referenciais técnicos e possibilidade de um currículo
tecnológicos que a concretizam na sala “apropriado às reais necessidades e
de aula. interesses dos alunos”.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação


(LDB), de 1996, orienta para um currículo
de base nacional comum para o ensino
fundamental e médio. As disposições
sobre currículo estão em três artigos da
LDB. Numa primeira referência, mais
geral, quando trata da Organização da

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 149

Mas, não basta apenas matricular o aluno


por força da lei em uma turma de ensino
Com a mudança dos valores da regular. Incluir é muito mais que inserir,
educação tradicional, a perspectiva da demandando que sejam oportunizados
escola inclusiva tem pautado discussões o aprendizado, o respeito e convivência
e práticas, incluindo alunos que antes não com as diferenças, indistintamente.
faziam parte do sistema regular.
Ou seja, uma escola inclusiva objetiva
Trata-se de garantir aos estudantes com
e uma concepção educacional que deficiência, transtorno globais do
permite que estudantes com e sem desenvolvimento e altas habilidades a
deficiência percorram sua trajetória mesma possibilidade de formação
escolar lado a lado, juntos em sala de integral ofertada aos demais alunos.
aula. Mas, para que isso efetivamente
aconteça, é preciso que as escolas
assegurarem uma educação de
Historicamente, pensar em uma escola
qualidade e eliminem qualquer tipo de
inclusiva dizia sobre propostas
prática excludente.
pedagógicas baseadas em modelos de
integração, e não efetivamente de
inclusão. O que isso quer dizer? Que as
escolas não operavam programas de
Atendendo às leis nacionais e políticas de inclusão de qualidade, mas apenas
educação, a escola deve ser um espaço inseriam os estudantes com deficiência
de aprendizagem e de democracia no sistema regular de ensino.
inclusiva. Ou seja, deve matricular todos
os alunos, sem distinções, e oferecer O acesso à educação regular era parcial,
condições estruturais e didático- impondo ambientes separados ou
pedagógicas para todos. atividades isoladas. E é justamente a revisão
dessas experiências educacionais de
Assim, uma escola inclusiva é aquela que segregação ou integração que caracterizam
garante o atendimento à diversidade os ambientes educacionais realmente
humana e é capaz de prover uma inclusivos. Uma escola inclusiva assegura o
educação de alta qualidade a todas as direito de todos os estudantes frequentarem
crianças. Ela pressupõe a igualdade de a sala de aula comum juntos, aprendendo e
oportunidades, garantindo o acesso, a participando, sem nenhum tipo de
discriminação.
participação e a aprendizagem de todos,
sem exceção.

Essa concepção de ensino A educação inclusiva tem cinco grandes


contemporânea oferece uma escola livre princípios. Essas premissas derivam
de preconceitos e que valoriza as do direito de acesso à educação e,
diferenças. Uma escola inclusiva tem por quando observadas, podem assegurar
proposta a educação de todos os alunos que as práticas pedagógicas de uma
juntos, deixando-os aptos para uma instituição de ensino sejam, de fato,
sociedade mais igualitária e consciente. inclusivas.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 150

Os cinco princípios da educação 4. O CONVÍVIO NO AMBIENTE ESCOLAR


inclusiva permitem que a escola tenha um COMUM BENEFICIA TODOS
referencial para a análise do discurso e das
práticas, planejando e registrando seus Pluralidade, diversidade, respeito e
objetivos e metas no PROJETO empatia. É sobre isso que diz esse
POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP). São princípio da educação inclusiva. A
eles: experiência de interação entre pessoas
diferentes oferece benefícios
1. TODA PESSOA TEM O DIREITO DE significativos de curto e longo prazos
ACESSO À EDUCAÇÃO aos alunos com e sem
deficiência. Ambientes
Em consonância com a Declaração educacionais inclusivos favorecem o
Universal dos Direitos Humanos (DUDH) desenvolvimento de competências
e outras convenções compartilhadas intelectuais e socioemocionais dos
pelos países membros das Nações estudantes.
Unidas, esse princípio reforça o direto de
acesso à educação sem que exista 5. A EDUCAÇÃO INCLUSIVA DIZ
qualquer tipo empecilho, seja ele físico, RESPEITO A TODOS
intelectual ou de nenhuma outra
natureza. Orientada pelo direito à igualdade, a
educação inclusiva reconhece a
2. TODA PESSOA APRENDE diversidade como um valor que
enriquece o processo de ensino e
Sejam quais forem as particularidades do aprendizagem. Assim, além de
indivíduo, todos tem capacidade de considerar os alunos com necessidades
aprender e ensinar. Não existem educacionais especiais, é preciso que a
questões intelectuais, sensoriais e físicos inclusão abarque todos os agentes que
que impeçam o aprendizado. Claro que circundam esse processo, tais como
será preciso reconhecer a diversidade. educadores, famílias, gestores escolares,
Por isso a importância de desenvolver comunidade etc.
estratégias pedagógicas que
favoreçam o processo em sua
pluralidade.
As Diretrizes Curriculares Nacionais da
3. O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE Educação Básica (DCN) preconizam a
CADA PESSOA É SINGULAR importância de uma formação integral
para a construção de uma sociedade
Não existe homogeneidade no processo justa, democrática e inclusiva. E, para
de ensino-aprendizagem. Cada criança que uma sociedade seja efetivamente
aprende de um inclusiva, a escola tem papel
jeito, independentemente de qualquer fundamental nesse processo.
deficiência. O desenvolvimento de cada
aluno é único e singular. Por isso a A Base Nacional Comum Curricular
importância de elaborar um projeto de (BNCC), em sinergia com os demais
ensino que atenda a todos, sem exceção, documentos oficiais da educação
respeitando os ritmos de cada criança. brasileira, defende a participação

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 151

igualitária e não excludente de todos os considerando a promoção da diversidade


estudantes. Segundo o documento: e a equalização de oportunidades.

… a escola, como espaço de aprendizagem Alinhado às diretrizes da educação


e de democracia inclusiva, deve se inclusiva, a gestão escolar consegue
fortalecer na prática coercitiva de não antecipar a identificação e superação das
discriminação, não preconceito e respeito barreiras existentes na escola. E aqui
às diferenças e diversidades. (BNCC, 2018, 14) falamos não somente de espaços físicos,
mas a supressão de barreiras e padrões
inflexíveis, sejam eles informacionais,
comunicacionais e atitudinais.
O crescimento das práticas educacionais
inclusivas é resultado de um movimento É preciso revisitar o currículo, os
que tem acontecido em todo o mundo, princípios e as práticas que regem as
por meio de conferências e convenções atividades pedagógicas, a formação de
mundiais sobre educação. No Brasil, os educadores, os serviços de apoio,
avanços no estabelecimento de um a acessibilidade e tecnologia. Mas, por
sistema educacional inclusivo são ser um processo contínuo e dinâmico, o
relativamente recentes, apesar das próprio educando precisa participar da
discussões que acontecem desde a construção da escola inclusiva.
década de 70.
Promover um sistema de educação
Foi a partir do Plano Nacional de inclusivo requer ações coordenadas e
Educação (PNE) e do Programa colaborativas. Essa não é uma
Educação inclusiva do MEC responsabilidade apenas do professor,
que a inclusão se tornou parte da mas de toda a comunidade escolar –
agenda educacional do país. Um estudo aluno, família, pais e responsáveis,
de caso apresentado pelo Instituto comunidade.
Alana, sobre os benefícios da educação
inclusiva, aponta que foi somente em Quer se aprofundar mais no mundo da
2008, por meio da Política Nacional de educação inclusiva? Preparamos um e-
Educação Especial na Perspectiva book completo para apresentar a
Inclusiva, que o desenvolvimento de uma perspectiva da inclusão nos principais
abordagem inclusiva tomou formas mais marcos regulatórios da educação do
robustas no Brasil. Desde então, país. No material, você também vai saber
estudantes brasileiros com deficiência mais sobre tecnologia assistiva, soluções
são cada vez mais incluídos em escolas e recursos digitais que podem ser muito
regulares. úteis para a inclusão nas escolas. Baixe
gratuitamente o e-book Raio-X da
educação inclusiva no Brasil.
A implementação da educação inclusiva
não é feita por um único caminho ou
metodologia. A prática inclusiva é um
processo gradativo, contínuo e
coletivo que exige uma profunda
reformulação do cotidiano escolar,

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 152

REGISTRO
O registro escrito constitui-se em um
recurso metodológico que auxilia o
educador a conhecer o processo de
aprendizagem/desenvolvimento dos
Segundo Libâneo (1992, p. 221), o ato de educandos, percebendo seus avanços
planejar é “um processo de na apropriação do conhecimento. A
racionalização, organização e utilização deste instrumento possibilita
coordenação da ação docente, ao mesmo refletir sobre sua prática,
articulando a atividade escolar e a ressiginificando-a. Isso faz emergir a
problemática do contexto social”, em importância de se considerar que a teoria
um processo contínuo de construção e e a prática são dois processos
reconstrução que tem como resultado o inseparáveis, ou seja, os saberes teóricos
incentivo à elaboração de novos se articulam aos saberes da prática,
conhecimentos. O plano de ensino deve ressignificando-os e sendo por eles
ser um instrumento de ação similar a um ressignificados. (PIMENTA, 2002). A teoria
guia de orientações apresentando uma serve então, para que os professores
ordem sequencial, objetiva, coerente e compreendam e reflitam os contextos
flexível. O professor deve revisar e nos quais se dá sua atividade docente,
adequar o seu plano de trabalho no para poder transformá-las, e isso só é
decorrer do ano letivo sempre buscando possível se o professor tiver um
refletir sobre a sua ação pedagógica. permanente exercício de crítica sobre o
Para que essa reflexão torne-se possível, processo de ensino aprendizagem, ou
faz-se necessário, a utilização de outro seja, não basta pensar, refletir, o crucial é
instrumento importante no ambiente fazer com que a reflexão conduza a uma
escolar, O REGISTRO ESCRITO DAS ação transformadora, comprometida
PRÁTICAS. Muitos profissionais com a própria história.
desconhecem o valor real do registro e Como instrumento de trabalho, o registro
os benefícios que o mesmo pode trazer vem associado ao planejamento e à
para a sua prática profissional, bem como avaliação. Assim todo processo desde o
para a sua formação continuada. planejamento, registro e avaliação
De um modo geral, entende-se como compõem o fazer educativo do
REGISTRO todas as anotações profissional, que quer construir sua
realizadas pelo docente. Ou ainda, o competência e qualidade no trabalho
conjunto de escritos que permite que realiza
organizar melhor o pensamento e as ... o registro ajuda a guardar na memória
ideias, baseados em experiências, fatos, acontecimentos ou reflexões, mas
conhecimentos e práticas acumuladas também possibilita a consulta quando nos
no dia a dia. esquecemos. Este “ter presente”o já
acontecido é de especial importância na

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 153

transformação do agir, pois oferece o Para diagnosticar esse processo de


conhecimento de situações arquivadas na ensino/aprendizagem é necessário um
memória, capacitando o sujeito a uma acompanhamento cuidadoso através de
resposta mais profunda, mais integradora e registros, observações, que devem estar
mais amadurecida, porque menos ingênua e
sempre presentes no cotidiano das salas
mais experiente, de quem já aprendeu com
de aula e podem se apresentar de
a experiência. Refletir sobre o passado (e
diferentes maneiras, seja por meio dos
sobre o presente) é avaliar as próprias ações,
o que auxilia na construção do novo. E o novo planejamentos, que incluem atividades
é a indicação do futuro. Ë o planejamento. com projetos e sequências didáticas, ou
(WARSCHAUER, 1995, p. 62-63). registros de classe através de notas,
diários e observações, ou registros de
Nesse sentido, os educadores dos anos avaliação onde se constroem os
iniciais devem fazer uso de diferentes relatórios de diagnósticos individuais ou
técnicas e métodos para alcançar uma coletivos.
formação por completo do cidadão,
abrangendo a inserção da criança na O registro escrito, na rotina do educador,
sociedade, utilizando-se de valores e servirá de norte para sua prática
ética, a interação com a família e o pedagógica possibilitando refletir sobre o
desenvolvimento das capacidades e tal processo, construindo um
direitos de aprendizagens. E para planejamento apropriado às
conseguir essa aprendizagem o possibilidades dos alunos. Assim, Freire
educador deve ter critérios de (1996) defende que ensinar pressupõe
acompanhamento e avaliação dos aprender, que “a reflexão crítica sobre a
alunos, além de refletir a sua própria prática se torna exigência da relação
prática para atingir os objetivos Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir
propostos nos anos iniciais do Ensino virando blábláblá e a prática, ativismo.”
Fundamental. Esse acompanhamento e (FREIRE, 1996, p. 24).
avaliação devem acontecer de maneira
significativa sem dar margens para a
exclusão e classificação como afirma
Schmidt e Schafaschek (2012, p. 229):

[...] está colocada a necessidade de


superação da avaliação classificatória e
excludente por um modo de avaliar que
tenha, como intenção, diagnosticar o
processo de ensino/aprendizado para
promover e manter o aluno incluído em
um grupo que aprende e avança no
desenvolvimento de suas capacidades
intelectuais.

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 154

escola. Porém, só poderá ser percebido


dessa maneira, se assumir uma
Um projeto é um esforço temporário estratégia de gestão democrática, ou
empreendido cujo objetivo é criar um seja, se for baseado na coletividade. Ele
novo produto, serviço ou processo. será eficaz na medida em que gera o
compromisso dos atores da escola com a
OPROJETO POLÍTICO proposta educacional e com o destino da
instituição.
PEDAGÓGICO (PPP) é
um instrumento que reflete a proposta O Projeto Político-Pedagógico é um
educacional da escola. É através dele mecanismo eficiente e capaz de
que a comunidade escolar pode proporcionar a escola condições de se
desenvolver um trabalho coletivo, cujas planejar, buscar meios, e reunir pessoas
responsabilidades pessoais e coletivas e recursos para a efetivação desse
são assumidas para execução dos projeto. Por isso é necessário a
objetivos estabelecidos. envolvimento das pessoas na sua
construção e execução.
A qualificação profissional, salários
dignos, jornada de trabalho que inclua É através dos princípios democráticos
tempo livre para os estudos e a atuação apontados pela Lei de Diretrizes e Bases
dos professores em atividades da Educação Nacional (LDB) de 1996
extraclasses, são condições que podemos encontrar o aporte legal da
indispensáveis para se ter pessoas escola na elaboração da sua proposta
responsáveis e competentes na pedagógica. De acordo com os artigos 12,
construção da proposta da escola. 13 e 14 da LDB, a escola tem autonomia
para elaborar e executar sua proposta
O PPP deve possibilitar aos membros da pedagógica, porém, deve contar com a
escola, uma tomada de consciência dos participação dos profissionais da
problemas e das possíveis soluções, educação e dos conselhos ou
estabelecendo as responsabilidades de equivalentes na sua elaboração.
todos. A presença do debate
democrático possibilita a produção de Apesar das escolas se basearem em
critérios coletivos no seu processo de normas gerais da educação, as unidades
elaboração, assimilando significados escolares se diferenciam entre si, pois
comuns aos diferentes agentes cada instituição tem suas necessidades e
educacionais e colaborando com a
princípios específicos. Outro ponto que
identificação desses com o trabalho
desenvolvido na escola. as diferem é a região em que cada escola
se situa, bem como os desejos de cada
É baseado na construção de parcerias membro envolvido na construção do
com a comunidade que mostramos o projeto educativo.
êxito de qualquer projeto educacional
que tem como meta o desenvolvimento
da cidadania e a construção da
identidade da escola. O PPP define a
intencionalidade e as estratégias da

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DUDU PRÉ-CONCURSOS 155

O PPP define a identidade da escola e funcionários, alunos e famílias. Ele


indica caminhos para ensinar com precisa ser completo o suficiente para
qualidade. não deixar dúvidas sobre essa rota e
flexível o bastante para se adaptar às
Toda escola tem objetivos que deseja necessidades de aprendizagem dos
alcançar, metas a cumprir e sonhos a alunos. Por isso, dizem os especialistas, a
realizar. O conjunto dessas aspirações, sua elaboração precisa contemplar os
bem como os meios para concretizá-las, seguintes tópicos:
é o que dá forma e vida ao chamado
• Missão
projeto político-pedagógico - o famoso • Clientela
PPP. Se você prestar atenção, as próprias • Dados sobre a aprendizagem
• Relação com as famílias
palavras que compõem o nome do • Recursos
documento dizem muito sobre ele: • Diretrizes pedagógicas
• Plano de ação
• É PROJETO porque reúne
propostas de ação concreta a Por ter tantas informações relevantes, o
executar durante determinado
PPP se configura numa ferramenta de
período de tempo.
• É POLÍTICO por considerar a planejamento e avaliação que você e
escola como um espaço de todos os membros das equipes gestora e
formação de cidadãos conscientes, pedagógica devem consultar a cada
responsáveis e críticos, que tomada de decisão. Portanto, se o projeto
atuarão individual e coletivamente de sua escola está engavetado,
na sociedade, modificando os desatualizado ou inacabado, é hora de
rumos que ela vai seguir.
mobilizar esforços para resgatá-lo e
• É PEDAGÓGICO porque define e
organiza as atividades e os projetos repensá-lo. "O PPP se torna um
educativos necessários ao documento vivo e eficiente na medida
processo de ensino e em que serve de parâmetro para discutir
aprendizagem. referências, experiências e ações de
curto, médio e longo prazos", diz Paulo
Roberto Padilha, diretor do Instituto Paulo
Ao juntar as três dimensões, o PPP ganha Freire, em São Paulo.
a força de um guia - aquele que indica a
direção a seguir não apenas para
gestores e professores, mas também

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